relatório 2 - entregar

Upload: alana-boaventura

Post on 11-Oct-2015

5 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

  • AVALIAO DO MDULO DE ELASTICIDADE E ANLISE DO ESTADO

    UNIAXIAL DE TENSO DE UM COMPONETE EM BALANO

    EXPERIMENTO 2

    Alana Indah Boaventura; Rafael Brito Solane

    Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA Engenharia Mecnica

    CEP 97546-550, Alegrete RS Brasil

    e-mail: [email protected], [email protected]

    Resumo A deflexo em vigas, so fenmenos corriqueiros, dos quais os componentes mecnicos

    esto sujeitos a sofrer. No estudo das deflexes, a

    utilizao da ferramenta de extensmetria de

    resistncia eltrica juntamente com dispositivos que

    nos permitam medir um deslocamento linear (LVDT /

    Relgio Comparador) nos possibilitam coletar dados de

    experimentos que simulam um componente mecnico

    em servio. O texto descreve o experimento realizado

    durante a disciplina de anlise experimental de tenses,

    cujo objetivo estabelecer uma melhor compreenso

    dos fenmenos atuantes em vigas de seo retangular

    simplesmente engastada, bem como comparar os

    resultados obtidos experimentalmente com os

    calculados de forma analtica. A discrepncia entre os

    valores encontrados de forma analita e experimental

    atenderam parcialmente as expectativas, devido ao fato

    de termos um modelo idealizado sendo utilizado

    durante o clculo analtico e no experimento temos

    interferncias do meio ambiente, como rudos,

    cabeamento, temperatura, porm em suma os

    resultados foram satisfatrios.

    Palavra-Chave Deflexo, Deformao, Strain Gage,

    Tenso.

    I. Introduo

    Todo componente mecnico esta sujeito a

    deformaes, as quais podem ser causadas por

    cargas sendo aplicadas sobre uma regio da pea

    ou simplesmente pelo peso prprio do

    componente. A mecnica dos slidos nos

    permite determinar analiticamente a distribuio

    das tenses em elementos simples e

    consequentemente suas deformaes, entretanto

    devido a complexidade de algumas estruturas e a

    necessidade de conhecermos completamente o

    estado de tenses ao qual a pea esta submetida,

    necessrio utilizar como alternativa simulaes

    numricas (ANSYS/ABAGUS), anlises

    experimentais bem como outras ferramentas que

    nos permita determinar o estado de tenses que o

    componente est submetido.

    Para a realizao do experimento envolvendo

    estado uniaxial de tenses, a tcnica de

    extensmetria eltrica nos fornece resultados

    satisfatrios que condizem com a realidade de

    trabalho do componente. Essa tcnica nos

    permite determinar a deformao do componente

    e usando a teoria da elasticidade chegamos as

    tenses atuantes. Para que as medidas sejam

    eficazes o extensmetro (mecnico, eltrico,

    tico, acsticos) deve possuir caractersticas

    como ser pequeno, sensvel, fcil manuseio e

    instalao, bem como deve fornecer respostas

    em espaos curto de tempo.

    Figura 1 - Representao esquemtica de um Strain

    Gage tipo folha, no qual a grade do tipo fita.

    crditos: http://www.ni.com/white-paper/3642/pt/

    A extensmetria de resistncia eltrica utiliza

    o principio demonstrado por Lord Kelvin no

    sculo XVIII , o qual diz que um condutor de

  • rea transversal A e resistividade eltrica , sofre

    uma variao na sua resistncia eltrica R de

    acordo com a variao do seu comprimento L.

    Atravs de relaes algbricas pode-se chegar as

    deformaes no componente mecnico de acordo

    com variao de resistncia eltrica, com isso

    temos:

    (1)

    Apesar do princpio ser apresentado no sculo

    XVIII, foi na dcada de 50 que os Strain Gage

    (SG) do tipo folha veio tona, o que

    proporcionou de forma muito eficiente a

    substituio dos sensores mecnico e demais

    tipos existentes e at ento utilizados.

    Por falta de especificaes do equipamento ou

    pelo fato de no se ter a disposio informaes

    referentes ao material empregado, temos a

    necessidade de utilizar ferramentas como:

    Transformadores Lineares Diferenciais Variveis

    (LVDTs), conforme figura 2, ou simplesmente

    de um relgio comparador (figura 3) que nos

    permita avaliar o deslocamento linear.

    Figura 2 - Representao esquemtica de um LVDT

    crditos:

    http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/LV

    DT.png

    Figura 3 Relgio comparador

    crditos: http://catalogo.tecnoferramentas.com.br

    Atravs destas ferramentas possvel

    determinar a deflexo (y) de uma viga

    simplesmente engastada (figura 4), em

    consequncia o mdulo de elasticidade do

    material pode ser obtido.

    Figura 4 Representao da linha elastica de uma viga

    em balano

    crditos: http://www.mspc.eng.br/matr/resmat0580.shtml

    Para isso utiliza-se a equao que descreve a

    linha elstica de uma viga em balano, como

    mostrado a seguir:

    (2)

    Onde,

    deflexo;

    fora;

    comprimento total;

    distncia at o ponto de aplicao da

    carga.

    Para realizao do experimento com uma viga

    de seo retangular em balano as ferramentas

    LVDT, relgio comparador e strain gage, foram

    utilizadas de forma a captar deformaes e

    deslocamentos lineares, para posteriormente

  • estabelecer comparaes com dados analticos de

    forma idealizada.

    II. Objetivos

    O experimento em questo tem por objetivo

    analisar os efeitos das tenses em um elemento

    de seo quadrada em balano atravs da anlise

    uniaxial de deformao, bem como determinar

    de forma experimental o mdulo de elasticidade

    do material ensaiado. Com isso desenvolver

    habilidade em manusear os instrumentos

    utilizados para aquisio dos dados prticos, e

    consequemente comparar os resultados

    experimentais com os calculados analiticamente,

    argumentando possveis discrepncias entre os

    dois mtodos de anlise.

    III. Materiais e mtodos

    Para a realizao do experimento utilizou-se:

    Um elemento devidamente instrumentado

    (strain gage) de seo quadrada (9,6mm)

    engastado com comprimento de 750 mm

    at o ponto de aplicao da fora;

    Um transdutor de deslocamento linear,

    tipo WA, curso de 20mm, sensibilidade

    de 800mv/v a 2,5V;

    Um relgio comparador Mitutoyo;

    Suporte para relgio comparador;

    Um notebook com o software Catman

    devidamente instalado para apresentao

    dos dados coletados;

    Um condicionador de sinais (Spider 8 -

    600Hz e Spider 8 - 4,8kHz) foi utilizado

    para fazer a aquisio dos dados

    fornecidos pelo SG e pelo LVDT;

    Um galo com capacidade de 5 litros e 4

    bquer de 500 ml de gua simularam

    peso padronizado, ;

    As medidas foram feitas atravs de uma

    trena;

    Elemento de fixao (2 Sargentos) para

    fazer a fixao do componente a ser

    ensaiado;

    Papel e caneta para realizar as anotaes

    pertinentes ao experimento;

    Com todos os materiais necessrios, foi

    possvel iniciar o procedimento fixando com a

    ajuda de 2 sargentos o componente de seo

    quadrada. O dois Spiders foram ligados em

    paralelo, com isso o LVDT foi montado de

    forma a ficar localizado a 605 mm do engaste.

    Com todos os aparatos montados

    adequadamente, os cabos foram conectados ao

    condicionador de sinais, sendo que o cabo do SG

    foi conectado a porta 0 do Spider 600Hz e o cabo

    do LVDT conectado tambm a porta 0 porm do

    Spider 4,8kHz. J no Catman configurou-se a

    ligao em de ponte de Wheatstone e

    posteriormente as configuraes do SG foram

    adequadas de acordo com os parmetros usuais,

    ficando determinado o tipo de ligao sendo feita

    a 3 fios, o strain gage utilizado foi de 120 Ohms,

    sendo estabelecido o gage factor = 2,1. Contudo

    o software exibia alguns valores de deformao

    proveniente do peso do galo e possveis

    deformaes causadas na instrumentao do SG,

    para que esses valores no interferissem nos

    resultados, foi realizado o zeramento do SG e do

    LVDT, e o aterramento parcial dos

    equipamentos, deixando ento tudo ajustado,

    conforme figura 5, para comear a aquisio de

    dados.

    Figura 5 Equipamentos montados para a realizao

    do experimento (com LVDT).

  • O mesmo procedimento foi realizado

    substituindo o LVDT por um relgio

    comparador, tal substituio foi feita devido a

    interferncia que o mesmo estava causando na

    deformao da viga. O relgio comparador foi

    colocado a 296 mm do engaste, como pode ser

    visto na figura 6.

    Figura 6 Equipamentos montados para a realizao

    do experimento (Com relgio comparador).

    Com os dados experimentais obtidos, foi feito

    uma planilha com a ferramenta excel , onde os

    dados foram organizados em tabelas para

    calcular o mdulo de elasticidade, deformao e

    tenso.

    Primeiramente foi feito a mdia dos

    deslocamentos obtidos no experimento com

    aplicao da carga mxima (2kg), para ento

    calcular o mdulo de elasticidade, o qual utilizou

    a frmula de curvatura da linha elstica para viga

    em balano, descrita anteriormente pela frmula

    (2).

    Posteriormente foi calculado os valores

    analticos para tenses e deformaes em

    diferentes magnitudes de solicitao, atravs da

    frmula (3) e (4), descrita pela Lei de Hooke.

    (3)

    Onde:

    Tenso Normal;

    = momento fletor;

    maior distncia do centro de gravidade;

    momento de inrcia do componente em

    anlise;

    (4)

    Onde:

    deformao;

    mdulo de elasticidade do material;

    Para a apresentao e discusso dos

    resultados, os dados obtidos alm de organizados

    em tabelas, esto representados graficamente

    pelo crculo de Mohr.

    IV. Resultados e discusso

    Os resultados encontrados de deslocamento e

    deformao para solicitao de carga mxima no

    componente esto descritos na tabela 1.

    Tabela 1 Valores experimentais de

    deslocamento e deformao

    Valores Experimentais de Deslocamento

    (LVDT) e Deformao

    no

    repeties

    Carga

    (kg)

    y (mm) (m/m)

    1 19,62 17,809 472,000

    2 19,62 17,785 471,543 3 19,62 17,896 472,829 4 19,62 17,533 464,229 5 19,62 17,914 473,829

    y md = 17,7874 mm

    Os valores de deslocamento mostrados na

    tabela 1, foram medidos atravs do equipamento

    LVDT, o qual mostrou durante o experimento ter

    uma certa resistncia, agindo como uma reao

    de apoio na estrutura ensaiada. Essa reao

    exercida pelo LVDT influenciou na aquisio

    dos resultados do deslocamento e deformao do

    elemento, ento para obter valores com maior

  • preciso, foi feita a anlise novamente utilizando

    o relgio comparador, o qual possibilitou uma

    melhor simulao de uma viga em balano no

    oferecendo tanta resistncia a deflexo como o

    LVDT. Os valores encontrados esto descritos

    na tabela 2.

    Tabela 2 Valores experimentais de

    deslocamento e deformao.

    Valores Experimentais de

    Deslocamento (Relgio Comparador) e

    Deformao

    No

    repeties

    Fora

    (N) y (mm) (m/m)

    1 19,62 6,64 550,629

    2 19,62 6,69 551,314

    3 19,62 6,66 548,114

    4 19,62 6,68 548,800

    5 19,62 6,70 549,486

    y md = 6,674 mm

    Fazendo uma comparao entre as

    deformaes obtidas em cada situao, nota-se

    que o LVDT possui uma resistncia 25% maior

    em relao ao relgio comparador, isso ocorre

    devido a forma construtiva do equipamento, ou

    seja a variao do coeficiente elstico da mola,

    sendo que para o LVDT tem-se um coeficiente

    elstico maior que para o relgio comparador, o

    que implica em uma reao de fora maior.

    O mdulo de elasticidade foi calculado

    conforme j descrito anteriormente, e obteve-se

    o valor de 156,389 GPa utilizando o

    deslocamento medido pelo LVDT, e 118,512

    GPa para o relgio comparador. Com os valores

    encontrados, pode-se concluir que apesar de

    considerarmos carga mxima, o componente

    mecnico em anlise suportaria uma solicitao

    maior e ainda permanecer em regime elstico,

    pois as ligas de ao tem mdulo de elasticidade

    da ordem de 200 conforme BEER &

    JOHNSTON, passado este valor, o material

    passa a trabalhar em regime plstico, ou seja

    com deformaes permanentes.

    A partir da tabela 3, pode-se observar os

    valores obtidos de deformao para diferentes

    foras aplicadas no componente em anlise, alm

    dos valores calculados analiticamente de

    deformao para comparao com os valores

    experimentais.

    Tabela 3 Comparao das Deformaes

    Analticas com Experimentais para diferentes cargas

    solicitadas.

    Comparao das Deformaes Analticas com

    Experimentais

    Fora

    Aplicada

    (N)

    analtico (m/m)

    experimental (m/m)

    4,905 124,740 130,971

    9,810 249,480 262,857

    14,715 374,220 396,571

    19,620 498,960 535,543

    Comparando os valores experimentais com os

    analticos, observa-se uma pequena discrepncia

    proveniente de interferncias do meio ambiente

    como rudos, temperatura, vento, umidade,

    presso, e outros agentes externos, alm da

    pequena oscilao da carga aplicada devido a

    instabilidade do fludo utilizado como peso

    padro.

    A partir das deformaes encontradas

    experimentalmente, foi possvel fazer o clculo

    de tenses utilizando a deformao experimental,

    e a deformao analtica, na tabela 4 temos os

    valores para tenses.

    Tabela 4 Comparao das Tenses Analticas

    com Experimentais para diferentes cargas solicitadas.

    Comparao das Tenses Analticas com

    Experimentais

    Fora

    Aplicada

    (N)

    Tenso Analtica

    (MPa)

    Tenso

    experimental

    (MPa)

    4,905 24,948 26,194

    9,810 49,896 52,571

    14,715 74,844 79,314

    19,620 99,792 107,108

  • Como nos valores de deformao, os valores

    de tenses analticas quando comparado com os

    experimentais mostram discrepncia, e como j

    foi dito, tal fato ocorre devido a fonte de erros

    externos, e como sabemos, tais erros no podem

    ser totalmente eliminados, porm procurou-se

    minimiza-los.

    Para anlise grfica, as tenses e deformaes

    mnimas e mximas foram esquematizadas no

    circulo de Mohr, conforme a figura 6, 7, 8 e 9.

    Para a elaborao do circulo de Mohr, foi

    utilizado o software MDSolid 4.1.

    Figura 6 Circulo de Mohr representando tenso e deformao mxima do modelo analtico.

    Figura 7 Circulo de Mohr representando tenso e deformao mnima do modelo analtico.

    Figura 8 Circulo de Mohr representando tenso e deformao mxima do modelo experimental.

    12,475 MPa

    = 0,00 micros

    124,74 micros

    = 0,00 micros

    = 124,74 micros

    = 0,00 micros

    C = 62,37 micros

    R = 62,37 micros C = 12,475 MPa

    R = 12,475 MPa

    = 24,950 MPa

    = 0,00 MPa

  • Figura 9 Circulo de Mohr representando tenso e deformao mnima do modelo experimental.

    Comparando o crculo de Mohr de tenso com

    o de deformao, notvel a semelhana entre

    eles, variando apenas os valores. Tal semelhana

    ocorre pois a tenso diretamente proporcional a

    deformao, e tem-se apenas tenses trativas

    representadas no grfico, no entanto existem

    tenses compressivas de mesma magnitude na

    face oposta a ensaiada.

    O fato do elemento no estar devidamente

    instrumentado para aquisio das deformaes

    nas direes y e z, o circulo de Mohr ficou

    representado como tendo apenas deformaes

    uniaxiais, o que de fato no ocorre pois pela lei

    da constncia de volume, temos deformaes nas

    trs direes.

    V. Concluses

    Devido as tenses uniaxiais atuantes no

    elemento temos como consequncia deformaes

    na mesma direo. Em vigas simplesmente

    engastadas no temos apenas tenses uniaxiais

    atuando, como era de se esperar, isso ocorre

    devido as interferncias do meio externo,

    excentricidade na aplicao da fora e possveis

    distores do elemento, gerando uma

    discrepncia entre os dados coletados com os

    calculados de forma idealizada.

    Pela lei da constncia de volume sabemos que a

    deformao no pode ser puramente axial, o que

    de fato no pde ser avaliado experimentalmente

    devido a falta de instrumentao no elemento.

    Os valores do mdulo de elasticidade encontrado

    no condizem com os valores tabelados para o

    ao, pois a localizao do instrumento de

    medio de deslocamento linear no estava

    instalado de forma adequada para obter a maior

    deflexo da viga , ou seja, junto a fora aplicada.

    Partes das discrepncias encontradas se devem

    pelas dificuldades no momento de montagem e

    manuseio dos instrumentos, porm com a

    realizao de novos experimentos essas

    dificuldades vo sendo minimizadas obtendo

    melhores resultados.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [1] http://www.demar.eel.usp.br/eletronica/aulas/Exte

    nsometros_eletricos.pdf acessado em 02/02/2014

    [2] F. P. Beer, E. R. Johnston Jr. Resistncia dos Materiais, 3 ed., So Paulo: Pearson Makron Books, pp. 668-674, 1995.

    [3] http://www.fec.unicamp.br/~nilson/apostilas/Deformacoes.pdf, acesso em 02/02/2014

    [4] http://www.cpdee.ufmg.br/~fosouza/index/Welcome_files/Transdutor%20de%20Posic%CC%A7a

    %CC%83o%20com%20LVDT.pdf acessado em

    03/02/2014

    13,097 MPa

    = 0,00 micros

    130,97 micros

    = 0,00 micros

    = 130,97 micros

    = 0,00 micros

    C = 65,49 micros

    R = 65,49 micros C = 13,097 MPa

    R = 13,097 MPa

    = 26,194 MPa

    = 0,00 MPa