relatoria da ps de viçosa/mg, 2010

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1 Plenária de Superintendências – Viçosa, Setembro 2010 Presentes: Santa Maria – NTP RI (Diego e Valau), Belém - CO (Casseb e Aninha), Diamantina (Geovane e Deir), Rural (Larissa e Mari), Campos – NTP Educação (Denisson, Gaúcho, Tati, Zé e Thaisa), Recife – CR5 (Tulio), Floripa – CR2 (Fábio e Janaina), Ilha – NTP Agroecologia (Verme), Botucatu – NTP MSP’s (Aiaiai), Montes Claros – CR3 (Galba e Juliana), Curitiba – CO EREA (Gabardo e Araujo), Cuiabá – CR4 (Lucianna e Dione), Viçosa (Dani, Allan, Áquila, Macaúba e Luiz) e Piracicaba – CN (Sócana, Norris, Doce, Bolander, Paga, Leite Suspeito e Flufo) Grade: Sexta-feira (17) Sábado (18) Domingo (19) Manhã Chegada e acomodação Análise de Conjuntura Campanhas da FEAB Tarde Repasse das instâncias Formação: Juventude e Universidade Planejamento Noite Auto organização das mulheres e Estudo sobre o feminismo ENADE/ Cultural 1. Repasse das instâncias Regional 1 Santa Maria: seminário da Regional pós PS; construção do plebiscito do limite da propriedade da terra em Frederico; assumiram o NTP de RI e irão acompanhar um espaço na Argentina com objetivo de formular sobre educação na AL; estão rearticulando o núcleo de reforma agrária e urbana; farão o primeiro EIV urbano e o EIV Santa Maria; vão elaborar um documento avaliação do 53º CONEA; farão um SQA até o final do ano estão; estão construindo o DCE e estão na direção da casa do estudante; proposta de realizar um CEPA; possibilidade de sediar o CLACEEA; Regional 2 Florianópolis: está se organizando para as passadas da regional; realização do seminário da regional pós PS; Curitiba: fizeram o repasse para CN; construíram o plebiscito pelo limite da propriedade da terra; estão começando o debate sobre o código florestal; curso de direito do MST dentro da UFPR; construindo o EIV PR; estão construindo o EREA Curitiba com o tema de relações internacionais, convite pra toda AL;

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Page 1: Relatoria da PS de Viçosa/MG, 2010

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Plenária de Superintendências – Viçosa, Setembro 2010

Presentes: Santa Maria – NTP RI (Diego e Valau), Belém - CO (Casseb e Aninha), Diamantina (Geovane

e Deir), Rural (Larissa e Mari), Campos – NTP Educação (Denisson, Gaúcho, Tati, Zé e Thaisa), Recife –

CR5 (Tulio), Floripa – CR2 (Fábio e Janaina), Ilha – NTP Agroecologia (Verme), Botucatu – NTP MSP’s

(Aiaiai), Montes Claros – CR3 (Galba e Juliana), Curitiba – CO EREA (Gabardo e Araujo), Cuiabá – CR4

(Lucianna e Dione), Viçosa (Dani, Allan, Áquila, Macaúba e Luiz) e Piracicaba – CN (Sócana, Norris, Doce,

Bolander, Paga, Leite Suspeito e Flufo)

Grade: Sexta-feira (17) Sábado (18) Domingo (19)

Manhã Chegada e acomodação Análise de Conjuntura Campanhas da FEAB

Tarde Repasse das instâncias Formação: Juventude e Universidade

Planejamento

Noite Auto organização das mulheres e Estudo sobre o feminismo

ENADE/ Cultural

1. Repasse das instâncias

Regional 1

Santa Maria: seminário da Regional pós PS; construção do plebiscito do limite da propriedade da terra

em Frederico; assumiram o NTP de RI e irão acompanhar um espaço na Argentina com objetivo de

formular sobre educação na AL; estão rearticulando o núcleo de reforma agrária e urbana; farão o

primeiro EIV urbano e o EIV Santa Maria; vão elaborar um documento avaliação do 53º CONEA; farão

um SQA até o final do ano estão; estão construindo o DCE e estão na direção da casa do estudante;

proposta de realizar um CEPA; possibilidade de sediar o CLACEEA;

Regional 2

Florianópolis: está se organizando para as passadas da regional; realização do seminário da regional pós

PS;

Curitiba: fizeram o repasse para CN; construíram o plebiscito pelo limite da propriedade da terra; estão

começando o debate sobre o código florestal; curso de direito do MST dentro da UFPR; construindo o

EIV PR; estão construindo o EREA Curitiba com o tema de relações internacionais, convite pra toda AL;

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sem. de construção 26 e 27/10; terá um EREB; grupo dividido em comissões; NTP História e

Comunicação tarefas: administração da lista, busca de outras formas de comunicação, voltar a fazer

jornalzinho da FEAB, via Lista da FEAB tipo boletim eletrônico, digitalizar e armazenar documentos

(antigo e novos) da FEAB, material explicando como funciona a FEAB, continuar o trabalho do Chalito de

Curitiba, pois o mesmo se encontra desatualizado,

Regional 3

MOC: realizaram o planejamento da FEAB, análise da regional; participar dos espaços nacionais,

participar da construção do EREA em campos,

Campos: UENF em greve [reposição salarial], estudantes, professores e funcionários, greve que

potencializou as mobilizações estudantis, construções junto UFI da Geografia, estão no DCE, articulação

com os sindicatos dos funcionários e professores, NTP educação vinculado aos cursos pagos de Pós na

UFI, estão utilizando dessas mobilizações para aproximar estudantes, estará ocorrendo junto do MST 18

e 19/09.

Rural: tocaram a campanha do plebiscito, pelo GETERRA, NEARA. Construíram uma relação com

associação de moradores, espaço de emancipações da VIA, irão realizar espaços de trabalho de base,

apresentação da FEAB, com a presença da CN e/ou CR, espaço sobre legalização do aborto, festa LGBT

feita pelo PONTES, terá eleição para o CA e DCE. NEARA constrói o EIV-RJ provavelmente será fim de

fevereiro começo de março

Diamantina: calourada com presença de MOC FEABEEF, trouxe calouros para FEAB, e deu um bom

retorno para o ME, criaram um grupo de FEAB e estão construindo um chapa de CA. Realizaram o

plebiscito na escola de diamantina, continuar participação do DCE, e se inserir na construção do EIV- MG

Viçosa: participaram da semana de mobilização junto dos parceiros ABEEF e ENEBIO, realizaram um CF1

e 25/09 terá CF2, fortalecer a Via campesina regional, estão construindo o SQA; o espaço agrário na

zona da mata; que zona é essa?; estão na construção do EIV-MG, estão no CA; realizaram a Agrocopa;

após o termino das atividades focaram na formação política dos grupos de FEAB, ABEEF, ENEBIO. Espaço

de formação sobre o código florestal. Kátia Abreu, em Viçosa dia 21/09, terá um ato contra a senadora

junto do MST, MAB e ME de Viçosa.

Regional 4

Cuiabá [UNIC e UFMT]: levantamento das escolas novas na RG4, com intuito de levá-los ao EREA

seminário construção em dourados próximo feriado 15/11, continuam articulando com os movimentos

do GIAS. Optaram por não construir o CA e na UNIC estão com o CA e irão construir o DCE que há

tempos está parado, a UFMT fórum estadual a participam terá o CBEEF em 2011 em Cuiabá, sem de

agrotóxicos semana que vem , ANDES, TSR, puxaram CF1, fizeram um cartilha de textos para as

passadas, estão se preparando para assumir uma PS, ou PNEB lá.

Regional 5

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Recife: Trabalharam o plebiscito e lançaram a campanha, por lá houve um seminário sobre a revolução

cubana e situação palestina, farão um estudo sobre a realidade do mundo do trabalho agrário,

organizaram um debate de políticos candidatos, seminário rg5 09, 10, 11 e 12 de outubro com espaços

de formação e chamado para as escolas de RG5.

Regional 6

Belém: CO, proposta de construção do EIV PA, campanha do plebiscito, fortalecer as relações com os

grupos da via campesina, curso de formação política do grupo junto da ABEEF , 30, 31/10 e 01/11

elaborou um jornal sobre o CONEA.

Regional 7

Piracicaba: a CN se organizou para cobrir o vácuo da CR7, pensamos o financeiro da FEAB destacando

Doce e Paga para ficar em SP, estamos participando das reuniões da VIA, e articulações com os MS que

se mudaram para SP, aproximamos uma galera nova pelo DCAgro, necessidade de formação pra essa

galera, estudar os temas e ter atividade de difundir os temas para os estudantes que tem abertura para

os assuntos e ter o retorno dessa atividade. Parceiros ENEBIO e ABEEF. Temas: código florestal, questão

ambiental, relação entre questão agrária formação profissional e universidade, transgênicos e

agrotóxicos. Construção do EIV-SP

Ilha: o NTP fez uma reunião desde o CONEA, tocaram a calourada fizeram um planejamento do NTP, o

grupo GAISA e o C.A serão trabalhados com formação política, CF1, Kapado ira compor o CA na próxima

gestão, Inri vai contribuir com o NTP. GAISA conseguiu um espaço pra trabalhar a calourada.

Botucatu: NTP MSP conversaram com DA, Chico e pessoas mais velhas de Botucatu, contato com CPT,

Cáritas, MST da regional, mesa redonda sobre o código florestal FEAB, ABEEF ENEBIO, tentativa de CF1,

mais não rolou completamente, não terá EIV-Botucatu 2011, os grupos estão esvaziados, vão se

fortalecer construindo com os MSP e sindicatos.

Regional 8

Nenhuma escola presente

Planejamento CN Piracicaba

Norris: Regionais 1 e 2

Suspeito: Regional 3

Bolander: Regional 4

Flufo: Regionais 5 e 8

Leite: Regional 6

Paga: Regional 7, Mato Grosso do Sul, Maringá e Londrina

Doce: Regional 7 e Secretária operacional

Atividades realizadas até agora: Passada em Campos para construção do espaço de Boicote ao ENADE

da PS; Passada em Montes Claros pro planejamento da regional. Reunião do coletivo de mulheres.

Reunião da Assembléia Popular. Participação no seminário de agrotóxicos e eucaliptos da Via Campesina

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na ENFF. Participação no ENEB (Feira de Santana) e no CBEEF (Lavras). Acompanhamento do

planejamento da coordenação nacional da ABEEF.

Acompanhamentos/ Atividades nacionais

Reuniões da Via: Paga

Coletivo de Mulheres da Via: Doce e Cuiabá

Coletivo de Juventude da Via: Flufo

Coletivo de Educação e Formação: Suspeito e Cabelo ou Ed.

Assembléia Popular Nacional: Norris

Assessoria política com o CEPIS;

Campanhas: Agrotóxicos; Contra o extermínio da juventude; Contra as alterações do Código Florestal;

Boicote ao ENADE;

CONCLAEA: Reunião com a militância para o seminário de construção do CONEA

2. Divisão Sexual do Trabalho/ Feminismo e Socialismo Textos base:

- “Novas Configurações da Divisão Sexual do Trabalho” - Helena Hirata e Danièle Kergoat

- “Socialismo e Feminismo: uma relação necessária” - Mirla Cisne

Abertura de ponto: Marina Tiengo (Doce)

Diversas análises, em grande parte análises pós-modernas, trazem que a desigualdade entre

homens e mulheres é algo cultural, o que traz a dificuldade de visualizar a base material desta

desigualdade. Desta maneira, é importante deixar claro que a cultura é produzida nas e pelas relações

sociais, sendo permeada pela ideologia, que é a expressão concreta dessas relações e se solidifica com a

alienação.

No caso das desigualdades entre homens e mulheres, fica clara essa alienação na naturalização

e reprodução da opressão entre os sexos. Temos, dessa maneira, como base material da ideologia da

opressão entre os sexos o surgimento da propriedade privada e a conseqüente dominação masculina

através do controle sobre a prole com duas intenções principais: o aumento da força de trabalho com o

aumento da produção de riquezas e a perpetuação da propriedade privada através da herança.

O surgimento da propriedade privada com a conseqüente dominação masculina dá nome ao

sistema conhecido como Patriarcado. De forma geral, este é um sistema de dominação e exploração das

mulheres exercida pelos homens, gerando hierarquia e desigualdade.

É importante afirmar que o Patriarcado é anterior ao Sistema Capitalista. Porém, as análises

feministas marxistas trazem que este é aprofundado e torna-se estruturante ao Capital.

Esta relação entre Patriarcado e Capitalismo se dá a partir do momento em que o Capital cria a

divisão entre o público e o privado, gerando o que chamamos de divisão sexual do trabalho. A divisão

sexual do trabalho se dá nas e pelas relações sociais e tem vínculo direto com a divisão social do

trabalho.

A divisão sexual do trabalho possui dois princípios fundamentais: a separação entre “trabalho de

mulher” e “trabalho de homem” e a hierarquia estabelecida nessa separação, de maneira que o

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“trabalho de homem” possui mais valor do que o “trabalho de mulher”. Esta separação e hierarquização

do trabalho são legitimadas pela ideologia naturalista que usa justificativas biológicas para afirmar que

existem “papéis sociais” determinados pelo gênero. Ideologia utilizada com freqüência pelo sistema

hegemônico (Capitalista e Patriarcal) para fortalecer e naturalizar essa relação desigual e opressora.

Com relação à divisão entre espaço público e privado, vale esclarecer como estes espaços se

dispõem nas relações de trabalho de homens e mulheres. O espaço público é entendido como o espaço

da produção de riquezas e da política, o espaço valorizado. E é um espaço masculino.

Já o espaço privado é tido como o espaço da reprodução social, espaço onde são realizadas as

atividades necessárias para garantir a reprodução e manutenção da força de trabalho. É o espaço das

mulheres.

Desta forma, não é de se estranhar que desde a infância as mulheres são educadas para os

cuidados da esfera privada, são educadas a serem submissas, a lidar com miudezas, a serem passivas e

tímidas. Da mesma maneira, os homens são educados a serem valentes, decididos, fortes e provedores.

Como trabalho essencialmente feminino temos o trabalho doméstico, neste nos debruçaremos

mais especificamente. A primeira consideração a se fazer em torno do trabalho doméstico é que ele é

invisível, não é reconhecido e muito menos remunerado enquanto trabalho. É fácil de visualizar o quão

fundamental este trabalho é para a reprodução da vida e da força de trabalho, porém, enquanto um

trabalho invisível ele também se mostra fundamental para o Capital, já que garante a reprodução da

força de trabalho e mantém os salários em um patamar inferior, ou seja, não é incorporado nos salários

um valor que o garanta. Da mesma maneira, o Estado não tem custos com lavanderias públicas,

restaurantes públicos, cirandas públicas... Ou seja, o trabalho doméstico enquanto um trabalho invisível

traz um menor custo ao Capital.

A própria educação, segundo a Constituição brasileira de 1988, é um dever do Estado e da

família. Porém, é mais do que comum responsabilizar a família por uma má educação das crianças. E

quando dizemos família, a realmente responsabilizada é a mãe, a mulher.

É uma realidade que a mulher atualmente já está inserida na esfera da produção. Esta nos

aparece como uma conquista histórica da luta feminista. Porém, não pode nos parecer enquanto

superação do patriarcado. A inserção das mulheres na esfera da produção não as retirou da esfera da

reprodução e também não incluiu os homens na esfera da reprodução. Isso se traduz na dupla jornada

de trabalho que a mulher passa a assumir: o trabalho fora e o trabalho doméstico. Também é necessário

reforçar que esta inserção das mulheres na esfera da produção também não se fez de forma igualitária,

continua mantendo os princípios de separação e de hierarquia. O que isso significa? Que as mulheres

são as responsáveis pelo trabalho das minúcias, pelo trabalho da organização, ganhando salários mais

baixos e em postos mais precarizados.

A análise de como se dão as novas configurações da divisão sexual do trabalho traz uma

precarização e flexibilização do trabalho cada vez maior, incluindo o trabalho em tempo parcial para as

mulheres, apresentado como uma solução para a dupla jornada de trabalho, mas que se coloca como

elemento que reforça a divisão entre a esfera pública e privada (já que os homens continuam a não

assumir o trabalho doméstico). Esta precarização pode ser visualizada em números: as mulheres hoje

representam 46% da população ativa mundial, 52% do desemprego e recebem 79% dos salários mais

baixos.

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Juntamente com o crescimento do trabalho precarizado, é notável também que cada vez mais

mulheres (burguesas) são empregadas para trabalhos de nível superior. O investimento maior nas

carreiras por parte das mulheres burguesas, e especialmente das mulheres burguesas dos países do

Norte, é acompanhado pela externalização do trabalho doméstico. Ou seja, as mulheres burguesas

contratam mulheres da classe trabalhadora para a realizarem o trabalho doméstico de suas casas.

A externalização do trabalho doméstico traz algumas conseqüências consigo. Primeiramente os

movimentos de internacionalização do trabalho reprodutivo e de feminização da imigração. De maneira

que, as mulheres burguesas dos países do Norte contratam em grande número mulheres trabalhadoras

de países mais pobres para a realização deste trabalho.

Outra conseqüência está no fato de que esta externalização do trabalho reprodutivo é

interessante ao Capital na medida em que contribui para o mascaramento e atenuação da relação de

opressão entre homens e mulheres: dentro das casas as mulheres burguesas não fazem mais o trabalho

reprodutivo e conquistam grandes postos dentro de empresas. Contribui para a alienação de que o

patriarcado está superado.

Há análises de que temos quatro modelos que expressam a divisão sexual do trabalho: o modelo

tradicional, o modelo da conciliação, o paradigma da parceria e o modelo de delegação.

No modelo tradicional, as mulheres assumem unicamente o papel de cuidados com a família e o

trabalho doméstico. Enquanto os homens “trabalham fora”, assumem o papel de provedor.

O modelo da conciliação traz a situação da dupla jornada de trabalho, ou seja, as mulheres,

quase que exclusivamente, conciliam o trabalho da esfera privada (vida familiar e doméstica) e o

trabalho da esfera pública (vida profissional). Os homens inseridos na esfera pública, não assumem a

esfera privada.

O paradigma da parceria se apresenta enquanto um modelo teórico elaborado na 4ª

Conferência Mundial sobre as Mulheres, organizada pela ONU em Pequim no ano de 1995. Este modelo

presume a igualdade de estatutos sociais entre homens e mulheres, que são vistos enquanto parceiros,

assumindo relações de igualdade de poder. Porém, é fácil visualizar que este modelo não condiz com as

práticas da sociedade atual.

Por fim, temos o modelo da delegação, que expressa a externalização do trabalho doméstico.

Como foi tratado anteriormente, neste modelo a mulher burguesa delega a realização do trabalho

privado para a mulher trabalhadora.

Esta análise e debate em torno da divisão sexual do trabalho traz claramente a questão material

de como o Patriarcado foi apropriado pelo Capitalismo e se torna estruturante deste.

Quando pautamos a luta socialista, pautamos a luta por transformações e rupturas, a luta contra

o sistema atual em sua totalidade: um Sistema Capitalista, Patriarcal e Racista. Esses sistemas de

exploração e opressão de gênero e raça e etnia são anteriores ao Capitalismo, porém, são apropriados e

encontram-se imbricados ao Capital.

As relações entre esses três sistemas são relações dialéticas, se reproduzindo e se co-

reproduzindo mutuamente, determinando o sujeito totalizante: a classe trabalhadora. Analisar o

Capitalismo e compreender a classe trabalhadora com uma perspectiva totalizante implica, portanto,

em analisar dialeticamente as relações entre Capital, Patriarcado e Racismo. Não é à toa o fato de 70%

dos e das pobres no mundo serem mulheres.

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As bandeiras feministas trazem consigo pautas como a socialização e coletivização do trabalho

reprodutivo, a soberania alimentar, a autonomia econômica das mulheres, a luta contra a violência (que

funciona como mecanismo de manutenção dos papéis de gênero), a legalização do aborto e a

autonomia das mulheres sobre os seus corpos.

As lutas feministas abordam também, dessa maneira, contestações diretas ao Capital,

contestando a propriedade privada e a família burguesa, instituições que sustentam não só ao

Patriarcado, mas também ao Capitalismo. A emancipação das mulheres encontra o Capitalismo como

um limite estrutural.

Nós, militantes socialistas, temos o compromisso com a luta pela liberdade e igualdade. Luta

que está presente em todas as nossas atitudes, internamente de nossas organizações e externamente

também, não tendo início apenas com a tomada do poder. A luta se dá com a tomada de consciência

revolucionária, nos tornando lutadores e lutadoras do povo, contra todas as formas de dominação. E

lutar contra isso implica inclusive a destruição de privilégios masculinos, do poder patriarcal.

Sem Feminismo não há Socialismo!

3. Análise de Conjuntura

Abertura de ponto: Joaquim Piñero ([email protected])

Conjuntura América Latina

Conjuntura fruto do debate de espaço de Articulação Continental dos Movimentos Sociais, que

têm se debruçado sobre a proposta da ALBA. Existe um novo cenário político no continente americano.

O momento atual traz um questionamento a cerca da existência de um processo de transição que

futuramente pode vir a convergir para uma situação onde os movimentos sociais podem partir para uma

situação de ofensiva, ou dependendo das forças sociais, também podemos ter um retrocesso maior do

que vivemos hoje. Vivemos um novo momento na luta de classes no continente. Existem, dentro disso,

três projetos para a região e que estão em disputa.

O primeiro projeto é aquele que é hegemonizado pelos EUA, que se configura como o Projeto

Imperialista. Esse projeto está vivendo uma crise de hegemonia que se observa de várias formas, como

o fracasso da ALCA, a ofensiva militar na tentativa de retomar o espaço de influência (presença da

quarta frota no Brasil. No Equador foram obrigados a retirarem suas tropas, pois o país decretou o fim

das bases militares estrangeiras em seus territórios. Porém, isso trouxe a necessidade de os EUA se

rearticularem para a formação de novas bases militares pelos países da América Latina, como a

Colômbia (sete bases no total, com proposta de combate ao narcotráfico, mas se configura

concretamente como um monitoramento aéreo da região), Panamá, Costa Rica, Haiti, Peru e países do

Caribe. Existe também articulações sendo feitas para inserção de uma nova base no Paraguai.

Do ponto de vista econômico, a proposta da ALCA foi derrotada. Os EUA se utilizaram de outra

forma para substituir esse projeto de integração, os tratados livres de comércio. Na América do Sul

existem os tratados dos EUA com Peru, Colômbia, Chile.

Do ponto de vista político, temos o golpe em Honduras, com apoio da embaixada dos EUA. É

uma forma de atuação que está voltando, de forma a recuperar o espaço perdido e impedir a perda de

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novos espaços. Também tivemos a tentativa de o golpe da Venezuela em 2002, a tentativa de criar uma

desarticulação na Bolívia, tentativas de derrubada de governos democraticamente eleitos e que de

alguma forma se opõem ao Projeto Imperialista.

Como um segundo projeto para a região, temos o Projeto de Integração Capitalista, coordenado

e hegemonizado pelo Governo Brasileiro. Do ponto de vista econômico, tem um grande suporte do

BNDES, de forma a ampliar as relações internacionais. Hoje o Brasil interfere em questões importantes

que antes não interferia, tendo como motivações a participação no Conselho de Segurança da ONU.

Algumas mudanças importantes na região tomam forma. O Brasil hoje é o segundo país de

poder econômico da América, é hoje o 8º PIB mundial. O Brasil também começa a se articular com os

países subdesenvolvidos que hoje não compõem o G7, que é o BRIC (Brasil, Índia, Rússia e China),

espaço de articulação continental importante (estima-se que em 2030 o PIB desses países irá superar o

PIB do G7), tendendo a consolidar um reordenamento da economia mundial.

Brasil ampliou e diversificou as suas relações de comércio, deixando de ter os EUA como o seu

principal parceiro econômico. Também passou a atuar do ponto de vista diplomático na região do

Oriente Médio e tem uma participação ativa do ponto de vista militar no Haiti, o que se configura como

uma das principais contradições brasileiras na sua atuação entre os países da América Latina.

O BNDES tem capitalizado empresas brasileiras em diversas regiões e estas passam a atuar em

países da América Latina, temos como exemplo as empreiteiras, a criação da Oi, a construção de uma

das principais petroquímicas, fusão Sadia e Perdigão, fusão JBR com Free Boi, articulação com a VCP,

área do Biocombustível. Temos ainda a Vale, Petrobrás e Embraer como as grandes empresas que

atuam fora.

A articulação UNASUR (União das Nações Sul-Americanas), caminha com a tentativa de criação

de moeda única latino americana, a construção de um banco latino americano e fortalecimento das

forças armadas. Do ponto de vista das articulações comerciais, temos o Mercosul.

Por fim temos o terceiro projeto, que se configura como um projeto alternativo de integração e

que se contrapõe ao projeto imperialista e capitalista. Dentro desse projeto temos a proposta do

Projeto da ALBA. É um projeto ainda em discussão. Os MSP têm avançado, mas ainda em processo de

resistência e defensiva.

Hoje a situação da luta no continente se configura com a disputa desses projetos. Não é uma

situação de revolução ou de contra-revolução, mas é um processo em aberto e que depende da

articulação e da correlação de força dos movimentos e da classe trabalhadora.

Avanço do Capitalismo no campo brasileiro

Hoje existe um avanço grande e violento das empresas transnacionais no campo brasileiro,

hegemonizando as áreas dos insumos, do mercado, do comércio, dos preços e da logística. É importante

entender o processo histórico para compreendermos como chegamos nessa situação. Dos Séc. XVI até

séc. XX tivemos o modelo agro-exportador, fundamentado no monocultivo, trabalho escravo e

latifúndio, o chamado plantation. E este modelo ainda está presente no campo brasileiro.

Depois temos o período de industrialização dependente (1900-1980), com uma reorganização

da política brasileira. Com inicialmente 80% da população no campo e 20% na cidade, durante os anos

80 houve uma completa inversão dessa população do campo para a cidade. Desafio que permaneceu

presente tanto no primeiro período como no segundo foi a reforma a agrária.

Page 9: Relatoria da PS de Viçosa/MG, 2010

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Qual é a situação hoje?

Temos 850 milhões de hectares,

- 360 milhões de hectares de áreas agricultáveis

- 100 milhões de agropecuária extensiva

- 100 milhões de áreas de proteção ambiental

- 60 milhões de terras agrícolas

- 100 milhões não agrícolas (foco de avanço, abertura de novas fronteiras agrícolas).

Hoje a luta não é mais contra os grandes latifundiários, é contra as grandes empresas (CUTRALE,

Vale, setor de celulose, açúcar), que tem atuações nos meios de comunicação, nas universidades, no

Congresso.

Temos sete produtos que são hoje considerados commodities, que são: a soja, a cana, a laranja,

o milho, a celulose, a carne, e a aviação. Dentro deles, cinco são da área agrícola, que se configura como

fundamental. Tem se reduzido a área de produção, porém, algumas dessas commodities avançam não

para essas áreas improdutivas, mas sim para as áreas de produção de arroz, de feijão. Avanço sobre as

áreas de produção de alimentos, com consecutivo encarecimento dos produtos.

Hoje vivemos um momento de refluxo dos movimentos de massa e grande fragmentação dos

setores e organizações da esquerda. Nosso desafio é ampliar o leque de nossos aliados, avançando na

parceria campo-cidade e aproveitar as contradições que estão postas.

Prosa em Plenária

Relação Projeto Integração Capitalista e avanço do agronegócio no campo brasileiro. Com a

crise, BNDES financiando as empresas transnacionais. Necessidade de entendimento das conseqüências

pro povo brasileiro e pra América Latina desse modelo.

Ao mesmo tempo em que há o avanço das empresas no campo, nunca na história do país houve

tanto financiamento para a agricultura familiar. Como o agronegócio depende da agricultura familiar?

Presença dos minifúndios, financiamento inclusive voltado para isso.

Muniz Bandeira, estudioso da Geopolítica, faz análise sobre atuação dos EUA nas diversas

regiões do mundo. De acordo com posicionamento de suas bases, é possível intervenção em qualquer

ponto do mundo em menos de uma hora. Os EUA conseguem resolver seus problemas financeiros

através de seu complexo industrial-militar e do investimento em guerras e possibilidade de reconstrução

dos países destruídos, garantindo também a sua questão energética.

Tivemos uma crise capitalista, que teve início no coração do capitalismo. Dados de que os

números de desempregados e de pobres nos EUA já alcançaram os 45 milhões de pessoas, incluindo a

falta de saúde pública. As guerras promovidas tanto no Iraque quanto no Afeganistão não deram conta

de resolver os seus problemas internos. Hoje a China detém grande parte da dívida pública do país, se

anunciando como uma nova potência hegemônica.

Eurásia hoje se configura como uma região estratégia, que os EUA tem perdido espaço,

exemplo da Rússia que começa a retomar essa região (caso da Geórgia). Há um novo reordenamento

político também na região do Oriente Médio, exemplo, EUA não conseguem mais frear o Irã, correndo o

risco de terem suas bases do Iraque atingidas.

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10

Hoje já não cabe mais uma reforma agrária clássica, como forma de criar uma base consumidora

e modernização do campo. Hoje é preciso criar uma reforma agrária de novo tipo, tendo que ser uma

política de Estado.

O governo hoje destina 100 bilhões de reais para o agronegócio e 20 bilhões para a agricultura

familiar, porém, os pequenos produtores não têm condições de acessar esse recurso, excluindo os

pequenos que realmente precisam desse recurso.

Do ponto de vista da tática, a Via tem analisado que este ano foi bastante ruim, vivemos um

processo de descenso bastante grave, não conseguimos pautar bandeiras de luta que sejam de interesse

de toda a classe trabalhadora, temos uma grande apatia social.

Do ponto de vista estrangeiro temos uma bandeira importante, contra as bases militares

estrangeiras, mas ela ainda não se configura enquanto uma bandeira que unifique a classe e que

possibilite o reascenso do movimento de massas.

Brasil: aumento da população obesa. Isso tem vínculo direto com o modelo destinado à

produção de alimentos. População presente principalmente nas periferias do país. Isso é uma

contradição desse modelo. Temos a tarefa de explorar essas contradições.

Não temos uma burguesia nacional, a burguesia brasileira é subordinada aos interesses de uma

burguesia internacional. A burguesia brasileira age, portanto, não pensando no desenvolvimento do

país e sim a partir de sua dependência externa. Acompanhado pelo fato da classe não se enxergar como

uma nação.

A reforma agrária clássica é feita de forma a dinamizar a economia, viabilizando a inserção do

capital no campo. O caso do Brasil se apresenta como um caso particular, desde a colonização, já

nascemos com o latifúndio e monocultura. A Revolução Verde cumpre esse papel de dinamizar a

economia. Essa reforma agrária clássica já não cabe para a burguesia brasileira. A reforma agrária no

Brasil também traz consigo uma ameaça com relação ao fornecimento de alimentos aos países

desenvolvidos, já que o país assume o modelo agro-exportador.

A reforma agrária que propomos é fundamentada no modelo camponês para o campo,

pautando a soberania alimentar, a agroecologia e de cunho popular. A reforma agrária só ocorre se não

for acompanhada por um levante popular e das massas, só acontece a partir das pressões populares.

As massas só se mobilizam quando há perspectivas concretas de mudanças. A presença de

grandes empresas se configura como possibilidades de empregos.

Crise ideológica, presença hegemônica dos valores burgueses, concepções pós-modernas. Tudo

isso tem reflexo direto pra dentro da Universidade e pra dentro dos processos que vivemos dentro do

ME. As universidades foram pensadas também pelo capital. Fragmentação do conhecimento,

transnacionais, mercantilização da educação, etc

Estudantes têm quem avançar do plano estratégico para o plano tático dentro da Universidade.

Requer avanço nas formulações táticas. Qual a nossa capacidade de avançar pra além da agitação e

propaganda do ME, com relação à construção do conhecimento. Dependência de elementos internos e

externos.

Necessidade de consolidar formas de organização estudantil. Pautar lutas que sejam concretas,

que sejam possíveis de conquistas também.

Necessidade dos MSP demandarem para a universidade e capacidade de isso ser concretizado.

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11

O Agronegócio tem como foco central o negócio, escanteando cada vez mais as questões

sociais, aliança muito forte com o setor empresarial e financeiro, tendo como essência:

- Grandes extensões de terra em grandes escalas

- Monocultura e Commodities

- Uso intensivo da mecanização agrícola, reduzindo a força de trabalho

- Uso intensivo de agrotóxico

- Super exploração da força de trabalho

- Exploração e degradação dos recursos naturais

O que seria um modelo alternativo para isso? Com certeza é algo que se contrapõe a essa

essência do agronegócio. A reforma agrária vem como algo que não cabe nesse modelo, sendo uma

transformação que é fundamental para a conquista do Socialismo.

Existem leis que dão base para avanço nesse processo: função social da terra, questão

trabalhista, questão ambiental previstas na Constituição. Porém, o Estado só cumpre leis a favor da

classe trabalhadora quando há pressão e mobilização popular – ocupações. Hoje o Governo só resolve

situação de conflitos.

Temos que na Universidade produzir conhecimento que acumule para a alteração desse

modelo. Necessidade de aprofundamento em técnicas que pautam outro modelo para o campo

brasileiro, como a agroecologia.

Tivemos ao longo da nossa história momentos em que foi possível realizar a reforma agrária:

- 1888, com a abolição da escravidão. Havia uma grande massa de trabalhadores provenientes

da escravidão. Em 1850 foi feita a lei de terras, de forma a tentar conter esse processo.

- 1930, com a revolução industrial. Com o crescimento das indústrias, era um momento propício

para a reforma agrária clássica.

- 1964, com o Jango. A reforma agrária estava dentro das reformas clássicas previstas. Golpe

- 1985, com a democratização. No governo Sarney foi elaborado o primeiro plano de reforma

agrária.

- 2002, com a eleição do Lula. Foi feito o segundo plano nacional da reforma agrária, assentando

1 bilhão de famílias ao longo dos quatro anos de governo. Manteve a política de resolução de conflitos.

Isso traz para nós a necessidade da mobilização popular

Desafios:

- ainda não sabemos o que é esse projeto alternativo, necessidade de aprofundar. Março de

2011 está sendo organizada uma assembléia continental dos movimentos sociais, em Foz do Iguaçu.

- novembro 2010: reunião dos movimentos sociais brasileiros para definir qual é a nossa

estratégia para levar para a assembléia continental.

- envolvimento dos movimentos na campanha contra as bases militares.

- o seminário do agrotóxicos culminou com uma grande campanha nacional sobre essas

questões do alimento envenenado e desse modelo.

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4. Formação: Juventude e Universidade

Abertura de ponto: Carlos Henrique Menegozzo (Virtude)

O que é fazer disputa política na sociedade?

Num determinado período da sociedade não havia espaço de organização coletiva das

experiências de trabalho. Existia uma relação direta clara entre crise econômica e crise revolucionária. A

partir da implementação do capitalismo há um compartilhamento de experiências das massas,

concentração de pessoas no espaço e compartilhamento de experiências coletivas. Há a identificação

um no outro e a criação de espaços de organizações coletivas. É aí que surgem os sindicatos, os

movimentos.

Crise econômica não gera mais automaticamente a crise revolucionária, as organizações

políticas criam uma esfera que tratam do convencimento das pessoas, de que as coisas se acertam. A

crise atual é uma prova disso, há esquemas (TV, escola, igreja, empresas, sindicatos) que convencem as

pessoas de que as coisas já estão em processo de resolução.

Concretamente significa que para transformar a sociedade há uma série de questões que

precisam ser equacionadas, sem isso não há movimento real. A luta política só é de massa quando

conseguimos falar na língua do povo. A primeira questão que temos que tratar no trabalho de base é

falar na língua do povo, partindo da experiência concreta das pessoas.

Como segundo ponto, dentro desse livro de experiência que as pessoas já trazem, há um

acúmulo construído pelas relações sociais concretas vivenciadas, de forma a transformar a realidade. E

esse transformar a realidade é processual. Para transformar as formas como as pessoas pensam,

precisamos transformar as formas materiais, trabalhando dentro do nível de experiência real da massa.

Quais são as relações materiais concretas nas quais o estudante vive no Brasil, qual é a cultura

estudantil espontânea de hoje, para assim conseguirmos pensar a transformação social.

O que é ser estudante?

A experiência de ser estudante é algo muito mais complexo do que simplesmente estar

matriculado em uma instituição de ensino, não é uma categoria pronta, dada.

O movimento estudantil está em crise porque não conseguimos compreender que o estudante é

uma categoria social em extinção e o que o capitalismo impõe a universidade contribui para que isso

aconteça.

Primeiro bloco: situação de ser jovem enquanto uma categoria social, estar sendo preparado

para o que está por vir no futuro. O jovem em que não trabalha ou que trabalha em tempo parcial, há

uma dependência com a família, quanto maior a dependência, maior a pressão vinculadora, menor o

seu alcance social, de experimentação. O estudante é o instrumento de continuidade da família,

principalmente da classe média, para a capacitação profissional. Também quem não depende da família,

mas tem um trabalho integral, então está no outro extremo, também não tendo tempo para

experimentações.

Segundo bloco: universidade enquanto espaço de atividades em comum, ser estudante é ser

jovem na universidade. A questão curricular. Se o curso que o jovem faz tem um conteúdo crítico, ajuda

o jovem a pensar criticamente a sociedade e pensar alternativas. Se o ensino é mais verticalizado, não

há uma relação de criatividade do conhecimento, reforça uma postura passiva em relação ao

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conhecimento e uma relação tecnicista com o conhecimento. Isso tem acontecido e estimulado,

contribuindo para que o estudante se enquadre, há uma relação de subordinação intelectual com o

professor.

Com relação ao laço de sociabilidade. O contato com pessoas que podem pensar da mesma

maneira cria esse laço que reforça a comunidade de experiência. Quando a universidade funciona de

forma fragmentada ela cria um movimento de espalhar, tirando daquela comunidade o caráter

comunitário. Se ela funciona de forma integrada ela contribui para esse caráter comunitário.

Terceiro bloco: ser estudante no Brasil é ser jovem na universidade, de classe média, dentro de

uma sociedade subdesenvolvida. Isso significa que a universidade passa a falsa idéia de ascensão social.

Há o movimento de jogar o movimento de expansão do ensino pra frente. A família de classe media

deposita no estudante a perspectiva de realização profissional. O estudante quando percebe o mercado

de trabalho restrito, há uma frustração com essa idéia de ascensão social. Quando o estudante sente a

frustração, há um estalo, há uma diminuição da pressão vinculadora. Há uma situação paradoxal de ter

acesso ao ensino superior, poder ter uma visão crítica do mundo e se perceber enquanto privilegiado.

O que afinal é ser estudante? Quanto mais essas variáveis representarem uma pressão

vinculadora ao sistema, menos estudante o aluno matriculado vai ser. O cara matriculado na faculdade

vira estudante quando há possibilidade de vivenciar uma experiência do que é ser estudante, de superar

a pressão vinculadora ao sistema. Ser estudante é uma situação historicamente determinada.

No Brasil...

A universidade continua elitizada, o recorte de classe acontece mais em função da localidade

geográfica (centralidade) e da natureza (universidade) do estabelecimento do que entre público e

privado. Universidades em lugares centrais são elitizadas, independentemente de ser pública ou

privada.

Dos anos 60 para cá...

Os anos 60 foram um período de expansão econômica, havia possibilidades de trabalho em

tempo parcial. Depois, crise econômica, enxugamento da classe média, menos oportunidades de

emprego. Maior a pressão da família com a formação profissional, com os estudos, aumenta a pressão

vinculadora com o sistema. Por outro lado, aumenta a frustração do jovem com a carreira profissional.

Repressão nas universidades.

Universidades particulares. O fato de o estudante estar pagando o curso, aumenta a pressão

vinculadora, de ter que ser alguém na vida.

Nos anos 60 tivemos o processo de federalização, criando um sistema de ensino superior e uma

situação comum entre os estudantes do Brasil todo, cria uma comunidade de experiência e a

possibilidade de uma identidade coletiva. Depois houve um processo de fragmentação do ensino

superior (cada vez mais cursos técnicos e especializados) e também internamente dentro das

universidades (departamentalização). Exemplo da retirada da faculdade de pedagogia de dentro da

faculdade de filosofia, com a intenção de formar um pedagogo técnico. Isso se reproduziu com outros

cursos também. Formação apenas para o mercado de trabalho. O planejamento espacial dentro dos

campi reflete isso também.

Fragmentação no nível dos cursos, dentro de cada curso. Opção pelo sistema de matrícula por

crédito, que tem como contrapartida a formação flexível no nível do curso, tornando o curso mais

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eficiente. Há como conseqüência, um desencontro no espaço da universidade, um embaralhamento da

rede de sociabilidade.

Prosa em Plenária

Vivemos em uma sociedade de consumo, e é estratégico pro capital ter uma concepção de

juventude, de forma a criar um mercado para esse jovem. Quando nos voltamos para a universidade,

temos uma universidade pronta para atender as demandas do mercado. Há uma ideologia dominante

em torno do que é ser jovem. Dificuldade de desconstruir essa ideologia dentro da universidade.

Identidade estudantil proporcionada pelas experiências no espaço estudantil. Choque cultural

encontrado. Juventude tem que definir o que quer na vida, tem uma pressão da família. Há uma

confusão ideológica, uma possibilidade de disputa para um projeto de sociedade. E temos perdido esses

estudantes para espaços mais reacionários. Temos que identificar quais são as reais demandas.

Contradições vivenciadas pelo jovem dentro da universidade. Qual é o papel do ME? Conseguir

dialogar, conseguir canalizar as contradições e indignações em um canal maior.

Movimentos trazem uma preocupação de debate da condição da base desses movimentos,

importância de fazermos esse debate. No Brasil temos poucas formulações em torno desse tema de ME.

Nós mesmos não temos entendimento de qual a nossa base social. Para consolidar o trabalho de base,

nossa primeira tarefa é entendermos qual a nossa base. O que constitui o ME? Quais são as suas

particularidades? Quais as particularidades para o estudante de agronomia? Necessidade de

transpormos o debate geral da juventude para a juventude estudantil.

Sobre o trabalho de base. Em cada conjuntura o conteúdo revolucionário se atualiza (mas não

perde a essência) e a forma tem que se adequar à realidade. Importância da nossa firmeza ideológica

quando vamos fazer o trabalho de base. CEPIS coloca que existem processos de formação de

consciência, quando fazemos o trabalho de base, não temos que rebaixar o conteúdo, temos que

adaptar a forma. Temos que ser firme ideologicamente e temos que ser flexíveis quanto à forma. Ter

firmeza ideológica não significa sermos vanguardistas.

Ao longo dos últimos anos tem que intensificado a entrada da classe trabalhadora na

universidade. Temos alguns desafios, até onde mediamos o nosso posicionamento e a nossa

radicalidade? Há possibilidade de massificação do movimento estudantil? Historicamente isso foi

possível em torno de algumas pautas. Como massificar, manter a radicalidade? A massificação existe

quando envolve a indignação, envolve a materialidade. Mauro Iasi: a massa em geral luta por questões

concretas, que são coorporativas. Como incorporar tudo isso? Como trabalhar com estudantes que não

são a primeiro momento classe em si.

Hoje percebemos a dificuldade de o movimento estudantil crescer, fazer lutas e envolver o

coletivo dos estudantes. CEPIS coloca que o povo nunca está errado, temos que buscar onde nós

estamos errando. Quando percebemos a nossa dificuldade de trabalho de base e os espaços esvaziados,

percebemos que nós enquanto esquerda estamos tendo dificuldade de fazer trabalho de base.

Precisamos entender quem é o sujeito inserido na universidade e qual o papel que essa instituição

cumpre para o capital. Temos análises enquanto esquerda concretamente? Precisamos fazer essas

análises para potencializar o nosso trabalho de base.

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15

Rio de Janeiro como o segundo pior na educação, isso contribui para a compreensão do porque

da universidade estar elitizada. Universidade sucateada. Proporcionar e estimular o interesse político

dos e das estudantes.

O jovem que entra na universidade não tem consciência de classe. Para fazer o trabalho de base

temos primeiramente que conhecer o sujeito, conhecer suas demandas. Conhecer a situação específica

do estudante, sem perder a intencionalidade da luta de classes.

Com relação à forma. As pessoas chegam na universidade com conhecimento e com conceitos

formados. Temos que saber lidar com isso a forma de dizer as coisas muitas vezes pode afastar as

pessoas, mas também pode aproximar o estudante. As pautas concretas, corporativas são importantes

para essa aproximação. Os movimentos têm as suas pautas corporativas, mas elas têm um apontamento

estratégico. Temos que conseguir apontar. Com relação à massificação, tem que acontecer com relação

com a conjuntura atual.

Os jovens que se inserem na universidade vêm embebidos em vivências pessoais e diversas.

Pensar novas maneiras de aproximar os estudantes.

Quem é esse sujeito que constitui a base da FEAB. Entender qual é o papel da Agronomia hoje

no Brasil. Temos desafios: qual o papel da Universidade no capital, qual o papel do agronegócio no país,

quem é o estudante que entra na universidade hoje e com qual perspectiva. Temos pessoas que entram

com uma visão romântica da agronomia, mas a maioria vem com a perspectiva do desenvolvimento, do

agronegócio. Temos a tarefa de desmistificar o que é trazido hegemonicamente a respeito do

agronegócio e destrinchar esse modelo.

A mídia contribui muito para essa falsa propaganda do agronegócio, os estudantes a vida toda

tem o contato com essa propaganda. Como desconstruir isso? Como despertar a consciência?

Para fazer trabalho de base temos que existir enquanto estudante, ter visibilidade, estar nos

espaços, estar no dia a dia, nas pautas específicas (sem perder o cunho estratégico). Faltam

metodologias e formas de diálogo.

Como fazer a disputa ideológica em um tempo curto, em um espaço onde os estudantes são

transitórios?

Importância que o ME tem no processo revolucionário. Questão da formação profissional.

Formação que tem um caráter político e isto não é colocado para os estudantes dentro do espaço

formal universitário. A atuação enquanto profissional tem um caráter político e de acúmulo para a luta

grande.

Estudante sofre uma pressão de forma a não se entender enquanto uma categoria. Temos a

tarefa também de aproximar os estudantes do povo. É colocado que a universidade tem uma função

social, mas esta sociedade não entendida enquanto povo, universidade acaba por favorecer a poucos.

Temos que nos entender enquanto estudante, mas também enquanto povo, e na prática também.

Análise com relação às movimentações urbanas que tem surgido (possível movimento dos

atingidos pela copa, realidade de muitas capitais brasileiras).

Identificação do sujeito, garantia da perspectiva da transformação social, visualizar quais pautas

que fazem diferença na luta de classes, que acumulam.

ME: espaço de atuação na universidade, questionamento da educação. Realidade do REUNI.

Dificuldade de diálogo com os estudantes que entraram pelo REUNI (pelo fato do ME ter se posicionado

contra). Um dos maiores desafios que temos hoje no ME é o resgate da luta social.

Page 16: Relatoria da PS de Viçosa/MG, 2010

16

Fazer trabalho de base é um processo pedagógico, temos um processo de formação constante,

para uma atuação militante que supera o ME. Ao mesmo tempo que o militante se forma, também

aproxima novos estudantes, também faz trabalho de base. A disputa dentro da universidade é a disputa

de consciência do jovem que se aproxima das pautas da esquerda, mas também é com o jovem que vai

ser o futuro burguês.

O debate corporativo, o debate do dia a dia é potencializado quando estamos preparados para

isso. Temos que nos formar para qualificar as nossas ações cotidianas, tendo centralidade aonde

conseguimos colher mais frutos. Não temos essa centralidade atualmente. Num momento aonde os

estudantes não se identificam mais enquanto estudantes temos que afinar qual é a nossa mensagem,

qual a nossa centralidade. Formas: pautas estudantis mais corporativas, a questão profissional (trazendo

propostas). Temos que explorar as contradições, mas o momento histórico exige uma centralidade. E

hoje a questão profissional se sobressai da questão mais estudantil.

Luta do povo não é dissociada da luta estudantil. A disputa dos espaços de organização dos

estudantes, as pautas estudantis também são importantes.

Fechamento Virtude

Explorar esse processo traz uma auto-análise. Entender o que é o estudante é também nos

entender, entender a nossa trajetória. Ser militante, ser estudante na sociedade brasileira é algo muito

mais complexo do que ser matriculado em uma instituição de ensino superior. Se o movimento

estudantil está em crise, é porque o próprio estudante deixou de existir como existia na década de 60.

Pensar o trabalho de base: com o estudante real, com as situações concretas. E entender que

existem especificidades em cada espaço, relações diferentes com a faculdade.

A massificação do movimento em torno de uma identidade estudantil é um desafio estratégico,

não se coloca com a estruturação do ensino superior no Brasil.

As executivas de curso também são um fenômeno historicamente localizado, anos 60 elas não

tinham força. É exatamente com a fragmentação da universidade que elas ganham força, pois o que

fundamenta essas executivas é a questão da carreira.

Existe a possibilidade para que o ME se massifique hoje? Acho que não. Temos que ter muito

presente o que dá para fazer e o que não dá. O nosso foco é a transformação social, se isso vai ser

através do ME ou não, não podemos perder nosso foco. O Fora Collor e as ocupações em 2007 são

exemplos de como o ME se massificou, mas as formas são diferentes. É importante manter atividades na

universidade, mas tudo isso tem o seu limite e não podemos colocar pro movimento estudantil um

papel maior do que ele tem capacidade de fazer.

A dificuldade de massificar é sentida de uma forma muito concreta: “ME é grupinho”,

dificuldade de diálogo. Isso é produto do processo de fragmentação da universidade. Cria pequenos

guetos de sociabilidade. Esses guetos se expressam institucionalmente, antes nos anos 60 essas coisas

todas funcionavam como uma coisa só. Hoje não há diálogo entre esse guetos.

O trabalho de base tem que considerar primeiro esse aspecto, a língua do estudante não é uma

língua só, são várias línguas.

Além de entender as línguas, temos que pescar o bom senso a partir do nosso ponto de

transformação social. Estabelecer essa ponte entre o bom senso espontâneo da massa e a nossa

perspectiva consciente.

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17

O trabalho de base acontece no nível de consciência da massa.

O que muda a situação é muita gente organizada fazendo uma coisa de cada vez. É só a massa

que vai fazer transformação. Colocar o estudante em movimento.

Dificuldade maior, se colocamos o estudante em movimento, precisamos saber qual é aquela

transformação que queremos e que é possível fazer. Essa transformação que pode ser feita e altera a

correlação de forças. Assim criamos uma ligação entre uma pauta específica e a geral. Por exemplo,

como convencer ao estudante que a reforma agrária altera a universidade? Encontrar essa pauta

possível de fazer e que altera a correlação de forças e fazer o diálogo com a universidade.

A identidade em torno da carreira é algo historicamente mais favorável do que a identidade de

todos os estudantes de um Estado. Há uma mesma situação no mercado de trabalho, uma mesma

política da grade curricular. Aí nós temos uma brecha. Pensar quais são as manifestações de bom senso

a partir das quais podemos construir uma ponte com a nossa proposta de transformação social.

Queremos colocar o estudante em movimento, tal como ele é.

A situação geral de inserção na universidade, mesmo com os processos do REUNI, traz que os

estudantes são majoritariamente de classe média. O ME é uma manifestação radicalizada de um setor

da classe média que tem potencial revolucionário.

Uma coisa é ser de classe média e se identificar com o povo, a outra é nos identificarmos tanto,

que recalcamos o fato de sermos da classe média. Isso traz para nós não conseguirmos nos localizar, não

ter claro qual é o nosso papel.

5. Campanha do Boicote ao ENADE

Abertura de ponto: NTP Educação (Campos)

A educação que temos hoje reflete a própria sociedade, família e mídia também contribuem

nesse processo de educação. Neoliberalismo age diretamente na educação, como exemplo temos o

Banco Mundial.

O ENADE é um método de avaliação que veio do SINAES, que está inserido dentro do projeto do

REUNI. Antes tínhamos o ENEC, exame que só avaliava o estudante. Porém hoje vemos que o ENADE

também passa por uma avaliação apenas do estudante.

Outra problemática está no fato de que o ENADE faz uma avaliação sem propostas, pra além de

um ranking das melhores universidades, que recebem maiores verbas e maior visibilidade na mídia e na

sociedade. Isso contribui para a deterioração das universidades que ficam nas posições mais baixas.

As provas não são específicas por região.

Quem está financiando as universidades? O ENADE tem a função de avaliar a universidade no

sentido de melhorar seus retornos para a sociedade ou tem a função de manter e perpetuar esse

sistema de educação para poucos?

Todo ano as executivas de curso se organizam para fazer um boicote a esse sistema de

avaliação, que na verdade é um sistema punitivo. A campanha se concretiza a partir do estímulo aos

estudantes não fazerem as provas e colar o adesivo na prova como forma de manifestação e unidade

em torno da campanha.

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18

Temos avançado no sentido de construir uma proposta coletiva de uma avaliação real do

ensino, já que a realidade é a precarização deste. Tentativa de acumular em uma proposta alternativa

de avaliação, trazendo os professores, o ANDES para contribuir nesse processo.

O FENEX agora vai tratar em grande parte desta pauta e desta proposta. Esse ano a agronomia

vai fazer o ENADE e no FENEX, as executivas das agrárias e da saúde ficaram de tocar essa campanha.

Prosa em plenária

Histórico do processo do ENADE? Existe um curso que foi excluído? Quais são os outros cursos?

O ENADE tem que ser entendido como parte do processo de mercantilização do ensino superior.

O caráter mais problemático dele é político, além dos problemas técnicos.

A pauta do ENADE traz a questão da educação como um todo e também da inserção do capital

nas universidades.

Em Botucatu houve o boicote pela Florestal ano passado. Teve como conseqüência que agora a

Faculdade vai fazer um sistema de educação por si.

De certa maneira o ENADE tem uma proximidade muito grande com o Provão. Em 2003/2004 a

proposta do SINAES entrou na universidade, que trouxe consigo o ENADE, a avaliação interna da

universidade.

Em tese o ENADE não avalia só o estudante, avalia também a estrutura, os professores. A

questão de excluir os cursos com 2 notas baixas efetivamente não acontece.

O ENADE tem presença obrigatória do estudante. Importância de fazer o processo de trabalho

de base efetivo, já que o estudante tem que ir.

Para as universidades particulares, geralmente acontece um cursinho pré-ENADE, para que as

universidades tenham boas posições e ganhem verbas.

O boicote é fundamental. Não é só fazer o boicote pelo boicote, temos que politizar o boicote.

O ANDES lançou uma cartilha falando de todo o processo do ENADE. Construir e pensar junto

com o ANDES o que seria uma proposta alternativa de avaliação. ANDES já fez uma proposta.

Fazer uma proposta na perspectiva da Universidade Popular.

A universidade tem que ser avaliada pela sociedade e tem que cumprir uma função social.

Com relação à metodologia, a propaganda é que se todo mundo for bem no ENADE a

universidade vai ficar melhor, ter mais recursos.

Os estudantes que fazem o boicote e os cursos são bastante criminalizados. Importância do

boicote ser para além do boicote, trazer uma proposta clara e politizada, proporcionando um diálogo

com outros estudantes, professores e com a sociedade. Todas as cartilhas que saíram do ENADE

reproduzem a crítica do provão, tem que ser mais aprofundada e politizada.

Nos coloca a pensar a educação e a fazer o trabalho de base também. Importante nos

aprofundarmos sobre essa pauta.

6. Campanhas

Avaliação das últimas campanhas da FEAB

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-2007/2008: “Os transgênicos e a CTNBio”

Essa campanha estava inserida em uma campanha maior “Por um Brasil livre de transgênicos”,

realizada por diversos setores e organizações, e o papel da FEAB e ABEEF foi questionar o papel da

CTNBio. Avaliamos que através de cartilhas, folders, cartazes, a campanha teve um importante papel no

enfrentamento, na disputa ideológica, e foi positivo. Porém, tivemos dificuldade de dialogar com a base

em algumas situações. A bandeira envolvida nos debates era de Ciência e Tecnologia. E o método para

repercussão da campanha foram seminários de debates nas Universidades, o que a tornou mais

concreta das últimas campanhas na FEAB.

-2008/2009: “Transnacionais na Universidade: Educação contra o Povo”

Campanha realizada também em conjunto com a ABEEF. Avaliamos que principalmente por não

estar inserida numa conjuntura em que as organizações não pautavam a questão, não teve grandes

repercussões. Porém, o papel central que essa campanha cumpriu foi a de formação da militância, pois

nos instrumentalizou no debate sobre a bandeira de Universidade e Formação Profissional. O método

utilizado para isso foi estudos e debates nos espaços da FEAB, além da produção da cartilha. A

campanha permitiu a continuidade e aprofundamento nas questões levantadas pela campanha anterior.

-2009/2010: “Esse pacote já Era!”

A Campanha se propôs a intensificar o trabalho de base para a FEAB, trabalhando a bandeira de

Formação Profissional. Para isso, a campanha deu continuidade às campanhas anteriores, questionando

o modelo do agronegócio e o papel da Universidade. Os métodos utilizados foram cartaz para dialogar

massivamente com os estudantes e uma cartilha, que não foi utilizada por dificuldades materiais em

estar pronta durante a gestão.

Avaliação Geral

Há anos que temos tido como central o enfrentamento ao agronegócio como linha de ação para

nossas campanhas. Avaliamos que essa linha tem sido acertada, porém necessitamos aprofundar e

qualificar o método. Para massificar uma campanha entre os estudantes e para dar conta de realizar o

enfrentamento ideológico é preciso usar as ferramentas e a linguagem adequada.

Nesse sentido, avaliamos a importância de as campanhas serem puxadas no início ou no meio

da gestão das coordenações nacionais, pois quando deixamos pro final, quase sempre não damos conta

de botar a campanha pra funcionar. Também é importante ressaltar que não precisamos

necessariamente a cada ano construir uma nova campanha, mas se formos, ela precisa estar conectada

a esse eixo central de combate ao agronegócio.

As campanhas cumprem o papel de fazerem a disputa ideológica com os estudantes, através do

trabalho de base; a formação política da militância sobre o tema, acumulando para a FEAB; demonstrar

o posicionamento da FEAB frente à conjuntura e fazer enfrentamento ideológico ao modelo

hegemônico, nas questões do campo e da Universidade. Todos esses elementos estão presentes nas

campanhas, e a intensidade de cada um deles varia conforme a leitura que fazemos da realidade.

Portanto, o caráter e o objetivo de cada campanha se alteram na conjuntura.

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Campanhas pra este período

Contra os Agrotóxicos

A campanha contra o uso de agrotóxicos que vem do MPA e pode ter mais força por ser trazida

pelos movimentos sociais do campo e tem a capacidade de dialogar com a cidade sendo transversal na

sociedade, por se relacionar diretamente a questão da alimentação. Nesse sentido precisamos

necessariamente associar os agrotóxicos com o agronegócio e questionar este modelo de agricultura

que está colocado, fazendo uma ligação com o trabalho que foi feito na campanha do pacote

tecnológico. Com isso a proposta é que esta campanha seja massiva e que façamos um material que

tenha uma abrangência com um formato que seja referenciado para conseguir ser debatido pelos

estudantes, para poder ser discutido nas nossas bases. Vemos também a necessidade de conseguir dar

continuidade em algumas pautas que não foram tocadas com tanto corpo na campanha passada,

envolvendo setores organizados da sociedade em geral. Temos que conseguir fazer também o embate

às transnacionais, dando visibilidade a quem é o nosso inimigo na questão dos agrotóxicos, trabalhando

esta formação utilizando os materiais constituídos. Visualizamos a necessidade de iniciar nesse semestre

esse debate para embasar posteriores análises mais aprofundadas, sendo que isso deve ser feito nas

passadas regionais e nacionais.

Temos que trabalhar estes temas nos nossos encontros massivos, onde temos fertilidade para

crescer neste debate e isto traz uma ponte interessante de conseguir, por ser uma pauta concreta,

debater as propostas do que construir como alternativa, para além do debate político. Na questão dos

materiais existem textos bons que trazem elementos e acúmulos para serem trabalhados e espalhados

pelas escolas, pela CN e pelas CR. Para além disso temos que produzir materiais de agitação para

trabalho massivo e aproveitar o uso de vídeos e místicas, indo para a rua também para fazer o embate

ideológico, sendo mais um trabalho da militância. Vamos construir um material mais de proposição de

como atuar para as campanhas, não como um projeto fechado, mas para conseguir trabalhar nas

escolas mais novas de uma maneira mais coesa.

Contra as alterações do Código Florestal

Na campanha sobre o código florestal o central é conseguir somar força com quem estiver

fazendo lutas para reverter o processo para fazer mais pressão para que esta campanha ganhe peso pois

é pra logo que este novo código seja aprovado, conseguindo fazer lutas concretas. Quem tem

protagonizado essa luta são os movimentos sociais e ambientalistas, sendo importante que nossa

militância some nessas articulações a nível local

Contra o extermínio da juventude

Outra campanha deliberada é contra o extermínio da juventude, que dialoga com as cidades e

com as pastorais, sendo bastante fértil para estabelecer relações interessantes com outros movimentos,

alem de ser uma pauta tocante para o momento, compreendendo que o movimento estudantil é um

movimento de juventude.

Prosa em plenária

- Em Recife está sendo proposto um ato com outras executivas para fazer o debate sobre a

alteração do código florestal e com outros grupos organizados. Trazem uma proposta de levar para o

Page 21: Relatoria da PS de Viçosa/MG, 2010

21

FENEX para que seja realizada uma mobilização nacional contra a alteração do código florestal, num

caráter pedagógico.

- Todo ano montamos uma campanha, obviamente considerando o acúmulo anterior, mas

devemos propor campanhas que tenham um eixo central em longo prazo para trabalhar um tema

especifico para darmos um norte mais bem definido e com maior possibilidade de conquistas reais.

Deve-se ter uma metodologia que operacionalize isso.

- Temos uma debilidade de materializar as campanhas em ações diretas e concretas que

aglutinassem os estudantes numa pauta comum, como na campanha da reforma universitária.

- Temos que trabalhar melhor a agitação e propaganda nas nossas campanhas para ajudar a

aglutinar e agitar os estudantes nessas pautas, sem perder a politização, mas saber fazer o trabalho de

base com as ferramentas que temos.

- A CN e as CR nas passadas tem que trabalhar obrigatoriamente os materiais sobre as

campanhas para dar corpo a estes debates e fazer com que cheguem as nossas bases.

- Podemos nos utilizar da realidade local e de experiências com agrotóxicos para trabalhar a

sensibilização dos estudantes com conjuntura mais palpável para nossa base.

- Não dá pra discutirmos a alteração no código florestal num momento de embate como este à

alteração, com certeza o código pode ser melhorado, mas não podemos nos confundir na pauta neste

momento.

- Para entender melhor a campanha do extermínio da juventude é importante estudarmos as

mudanças no mundo do trabalho, para fortalecer nosso debate.

7. Repasse do Seminário Internacional contra o monocultivo do Eucalipto e

Seminário Nacional contra o uso de agrotóxicos

- Seminário internacional contra o monocultivo do eucalipto:

Foi tirado o fortalecimento do dia 21 de Setembro de 2010 (dia mundial contra o monocultivo

de árvores) para serem feitas ações pontuais em conjunto para denunciar os males dos monocultivos,

socializando informações, debatendo com a comunidade e fazendo enfrentamento.

Dia 21 de setembro de 2011: construir um dia nacional de mobilização contra o monocultivo de

eucalipto mais consolidado e com mais peso, elaborando cartazes que tragam o embate do agronegócio

com a nossa proposta de desenvolvimento para o campo, ações diretas, atos de denúncia das empresas

dentro das universidades e elaboração de materiais comuns de trabalho de base e formação.

Foram tiradas mais duas semanas de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto,

uma em junho e outra em setembro de 2011, aproveitando que o dia 05 de junho é o dia do meio

ambiente.

- Seminário nacional contra o uso de agrotóxicos:

Presentes: Via Campesina, MPA, MMC, MST, CPT, PJR, CIMI, FASE, UFC, REDE-MG, FIOCRUZ, FBSAN,

CONSEA, CUT, CAA Norte de Minas, FEAB, ABEEF, ENEBIO, EXNETO, ENEN, UFFS, Núcleo Trama, Terra de

Direitos, Cáritas, AMA-RJ, CONAB, Rádio Agencia, Caros Amigos, Correio da Cidadania e Brasil de Fato.

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Como agir na campanha tirada do seminário:

- Denúncia das empresas que produzem e utilizam agrotóxicos

- Combinar o debate contra os agrotóxicos com a discussão sobre os impactos socioeconômicos,

ambientais e na saúde que já afetam a população através dos agrotóxicos.

- Combater o mito do agronegócio para a sociedade e denunciar suas conseqüências.

- Denunciar permanentemente na sociedade as empresas que lucram vendendo venenos.

- Influenciar e disputar a elaboração dos currículos para que estes tenham um enfoque agroecológico.

- Esclarecer alguns setores sociais em universidades: estudantes, professores e trabalhadores sobre o

perigo do uso de agrotóxicos.

- Criar e divulgar estudos e pesquisas sobre o perigo do uso de agrotóxicos junto aos movimentos

sociais.

- Negar o pacote do modelo do agronegócio.

- Acompanhar e pautar a denuncia dos agrotóxicos no CBA

- Incluir nos EIV a temática dos agrotóxicos.

- Articular no FENEX com as outras executivas uma proposta de ação conjunta sobre a campanha contra

o uso dos agrotóxicos.

- Trabalhar a campanha construindo uma semana de mobilização conjunta com as executivas sobre a

campanha.

- Trabalhar com as cartilhas que já existem e criar um material de agitação.

- Trabalhar a campanha do extermínio da juventude relacionando com a pauta dos agrotóxicos e sua

influência neste debate.

Como garantir a implementação das ações:

- Fazer um mapa das articulações entre as empresas fabricantes de venenos, fusões e centralização:

cadeia do veneno e dos remédios, divulgando estes dados na campanha;

- Denunciar os dados aos consumidores nos supermercados;

- Construção de uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade

Realizar ações no dia nacional do meio ambiente (05 de junho) e no dia da soberania alimentar (16 de

outubro) trabalhando as influências dos agrotóxicos na saúde dos agricultores e das famílias e a atuação

das empresas privadas nos diversos setores da sociedade;

Foi tirada uma coordenação nacional composta por um representante de cada entidade a se

reunir dia 17 de novembro de 2010 no CEPATEC em São Paulo para socialização do que já foi feito e para

articulação das próximas ações.

8. Síntese das Deliberações do CONEA

COORDENAÇÃO NACIONAL

- Acumular e propor o debate ao restante da Federação sobre reorganização do ME no GT de Formação;

- Divulgar e propor a segunda semana nacional de mobilização no FENEX sobre a campanha dos

agrotóxicos;

- Propor e articular, junto às Coordenações Regionais, os seminários regionais;

- Junto com as CR propor espaços expandidos de articulação regional de executivas;

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- Articular regional e nacionalmente a Via Campesina e a ANA;

- Participar do Encontro de Diálogos e Convergências no final de 2010;

- Pensar em como levar para os espaços nacionais o debate da construção do CBA;

- Avançar nos métodos de agitação e propaganda e articular nacionalmente com outros movimentos da

juventude;

- Articular com as outras executivas de agronomia da América latina espaços que fortaleçam o debate

sobre a CONCLAEA

- Acumular no debate sobre universidade popular.

COMISSÃO ORGANIZADORA DO CONEA

Espaço de EIV na troca de experiências

NÚCLEOS DE TRABALHO PERMANENTES

• NTP de educação – Campos: - Inserção na luta unificada com o movimento da educação a partir de cinco eixos principais: assistência estudantil, democracia nas universidades, mais investimentos nas universidades públicas, combate a mercantilização da educação e a busca por uma educação emancipatória, contribuindo assim para a construção de um novo projeto de educação; - Manter o debate sobre o REUNI, PROUNI e ENADE; - Propor junto com a CN um espaço sobre cotas raciais, étnicas e de ensino público para a PNEB.

• NTP de Agroecologia – Ilha Solteira - Junto com a escola de Fortaleza e com a CN devem pensar num espaço sobre concepção de

agroecologia para o CBA;

- Junto com a CN pensar num espaço sobre concepção de agroecologia para a PNEB, fazendo um resgate

histórico do protagonismo da FEAB nesse tema e construindo um material que aponte perspectivas;

• NTP Juventude, Cultura, Valores, Raça e Etnia, Gênero e Sexualidade - Aracaju - Acumular sobre o debate de mística para o próximo periodo; - Acumular sobre o debate das drogas e propor um espaço sobre este assunto para o CONEA; - Acumular no debate sobre o patriarcado e sobre a legalização do aborto para junto com a CN propor um espaço sobre este tema para a PNEB; - Junto com a CN deve acumular sobre a reconfiguração da divisão sexual do trabalho e sua atual configuração.

• NTP de Relações Internacionais – Santa Maria - Junto a CN deve pensar e propor um espaço para analisar a conjuntura da CONCLAEA e sua reestruturação, para a PNEB.

• NTP de Ciência e Tecnologia – Porto Alegre - Deve acumular no debate sobre a lei de inovação tecnológica;

• NTP de História e Comunicação - Curitiba - Junto com a CN deve decidir o que fazer com a lista antiga de e-mails da FEAB e também sistematizar os materiais produzidos pela FEAB nos ultimos anos. TAREFAS GERAIS

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- Propagandear e construir os EIVs e SQAs de acordo com a realidade de cada região, suscitando a

participação de internacionalistas no EIV

- Articular regionalmente espaços de diálogo com os movimentos sociais de modo a inserir suas pautas

na universidade.

- Fomentar a construção regional de espaços conjuntos com movimentos de mulheres (MMM e MMC,

por exemplo), nos inserindo na frente pela não criminalização das mulheres e legalização do aborto.

- Participação no Seminário de Universidade Popular;

- Devemos continuar nosso esforço de propagandear meios de comunicação de esquerda como o Jornal Brasil de Fato, além de livros de editoras de esquerda como a Editora Expressão Popular.

- As escolas devem debater a bandeira de gênero com foco no patriarcado para o espaço da PNEB.

- Nos inserirmos na construção do 8 de março da Via Campesina.

- Explorar o debate de gênero de modo a contribuir para o trabalho de base nas universidades.

- Socializar o acúmulo sobre a frente de legalização do aborto e as mulheres se inserirem no debate

sobre esta questão para ajudar no acúmulo para a PNEB.

- Fazer uma lista de emails das mulheres da FEAB

- Cada escola deve articular lutas conjuntas com os novos cursos (Universidade Nova), como os de

agroecologia

- Potencializar a participação de militantes da CONCLAEA nos EIVs e a nossa participação nas passantias;

- Fazer formação dentro das escolas da FEAB sobre as campanhas para inserirmos o debate delas nas

calouradas e espaços com os ingressantes, para além do trabalho com a militância.

9. Calendário

Setembro

21: Dia mundial contra os monocultivos de árvores – ações pontuais e agitativas sobre o assunto 25-26: Seminário Regional II 28: Dia Internacional pela Legalização do Aborto 20-22: Seminário de Agrotóxicos – Várzea Grande (Reg. IV) 23-24: Oficina de formação MMC – Quilombo Mutuca (Reg.IV) 25-26: CF2 – Viçosa 21: ato da Kátia Abreu - Viçosa

Outubro

09-10: Seminário Regional I 16-17/23-24: Seminário de construção EREA-Sul 14-16: Seminário de Questão Agrária – Viçosa Seminário colonização do norte do estado do Mato Grosso (sem data) 31-02: CF1 e CF2 (Reg.IV – indicativo) 09-11: Seminário Regional V 15-17: Seminário Regional VI 30-2: Seminário Regional III (indicativo) 01: Seminário de discussão QA (Diamantina) 09-11: Fórum de Agroecologia (Araras – Reg VII)

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09-10/16-17: CF1/ Formação Agroecologia (Ilha – Reg VII) 25-29: Semana de Agroecologia (UFRA – Reg.VI) 16: Dia da soberania alimentar – ação contra o uso dos agrotóxicos 09-12: Congresso de los Pueblos – Colômbia 08-16: Congresso da CLOC – Quito 09-12: Encontro Nacional da Mulheres Argentinas 2-7: Encontro Internacional dos Atingidos por Barragens - México

Novembro

19-21: Seminário de Construção do EREA (Reg.III+VII) 13-15: Seminário de Construção do EREA (Dourados Reg.IV) 16...: Seminário da Regional IV Sem data: Congresso Cearense de Agroecologia 1 e 2: Seminário de Planejamento do EREA (Reg. V) 13-15: Seminário de Construção do CONEA 05-07: Seminário Regional VII 17: Reunião da secretaria operativa da Campanha contra os Agrotóxicos

Dezembro 18-19: SQA Estadual (Rio) Janeiro EIV Regional Agrário (Santa Maria) EIV – PR EIV – SC 02-24: EIV-MG Sem data: Seminário de Construção do ERA (Marabá) EIV-SP: 2ª semana de jan até 1ª de fevereiro

Fevereiro EIV Regional Urbano (Santa Maria) EIV-RJ

Março 8 de março: Dia internacional da luta das mulheres 14: Dia internacional de luta contra as barragens EIV-PA 3º ENAAG – Encontro Amazônico de Agrárias (UFRA) PNEB: sem data (meio de março) Encontro dos Movimentos sociais da ALBA – Foz do Iguaçu/PR

Abril 21-24: EREA – Sul 24: Páscoa sem PNEB! 21-24: EREA-Sudeste 21-24: EREA-Nordeste 17: Luta Internacional pela RA

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Maio

1º de maio: Dia do trabalhador 17: Dia Nacional de Reflexão sobre a formação do eng agronomo EREA – Reg IV SQA – Botuca (maio ou junho)

Junho Semana dia 5: Semana de conscientização e luta contra o monocultivo de eucalipto 28: Dia internacional da luta gay e lésbica

Julho 54º CONEEEAAAAAA!!!!