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Relato de caso: perícia judicial de incêndio parcial no compartimento do motor de
um veículo novo
Julho/2018
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018
Relato de caso: perícia judicial de incêndio parcial no compartimento
do motor de um veículo novo
Cesar Augusto da Fonseca Vila Nova – [email protected]
Auditoria, avaliações e perícias de engenharia
Instituto de Pós-Graduação – IPOG
Boa Vista, RR, 18 de agosto de 2017
Resumo
O presente artigo tem como finalidade apresentar os desdobramentos de uma perícia
judicial de incêndio parcial no compartimento do motor de um veículo novo, com poucos
dias de uso, que em inspeção, logo após o sinistro, apontou como causa do incêndio a
presença de capim no setor inferior do automóvel na região do foco do fogo. Consoante
análise do processo judicial e dos quesitos apresentados foi desenvolvida perícia no
automóvel e a emissão do consequente laudo visando o melhor subsídio à decisão do juiz
quanto à lide entre o cliente, a concessionária e a montadora do veículo. Tratando-se de
perícia de incêndio em veículo automotor, devido às suas peculiaridades funcionais, os
procedimentos de investigação são específicos. O objetivo de uma perícia de incêndio é
identificar o ponto de origem, a causa e o combustível do fogo. Para tanto, a fim de obter
os efeitos esperados, executou-se consulta a toda literatura disponível sobre incêndio,
principalmente as de ocorrência em veículos, o exame visual do objeto da perícia tantas
vezes quanto foram necessárias e vistoria no local onde ocorreu o sinistro. Os resultados
encontrados indicaram que uma falha no sistema de direção hidráulica e não, o acúmulo
de capim na região do foco do fogo, como alegado por uma das partes do conflito.
Concluiu-se que o combustível que fechou o triângulo do fogo foi o flúido do sistema de
direção hidráulica.
Palavras-chave: Perícia. Incêndio. Veículo. Capim. Flúido.
1. Introdução
Este trabalho se insere na área de atuação da engenharia legal, “este ramo da engenharia
auxilia os magistrados e advogados a elucidar problemas técnicos [...] por meio da
realização das perícias de engenharia” (DEUTSCH, 2011:27), especificamente, no
segmento da engenharia mecânica. O tema escolhido aborda uma perícia realizada pelo
autor, buscando a introspecção da lógica pericial, a troca de conhecimento e experiências e
as possíveis e bem-vindas críticas dos mais experientes. Os dados do processo judicial, tais
como o autor da ação, os réus, e a vara cível em que corre o processo e outros fatores de
identificação, serão omitidos.
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O motivo que deu origem a perícia, resume-se na seguinte anamnese: um veículo novo,
cinco dias após ter sido adquirido na concessionária, realizou viagem da capital Boa Vista
ao interior do Estado de Roraima, tendo entre outros trechos do percurso, trafegado por
caminho tosco, tipo trilha formada no meio da vegetação nativa. Parado, mas em
funcionamento, diante de uma porteira, foi observado pelos passageiros fogo e fumaça na
dianteira do veículo, aberto o capô foi seccionado um dos cabos da bateria para cessar o
funcionamento do motor, pois não desligara na chave e combatido o incêndio com pó
químico. Sem condições de se auto locomover, o veículo foi guinchado para a oficina da
concessionária sediada na capital. Após o automóvel ser inspecionado foi informado ao
cliente que a causa do incêndio se originara no alojamento e na inflamação de capim nas
proximidades de partes quentes do automóvel, configurando mau uso do veículo, não se
tratando de defeito de fábrica e não sendo os prejuízos alcançados pela garantia. O
proprietário não aceitou o resultado da inspeção e nem os argumentos da concessionária.
Procurando ajuda em órgão de defesa do consumidor, não obteve sucesso na sua intenção
de ter substituído, por meio de garantia da montadora, o veículo que comprara, por entender
que não tinha culpa na ocorrência de incêndio. Afirmou-se, ainda, que não havia foco de
fogo próximo ao veículo e não havia seguro para o automóvel. Então, o cenário se enquadra
na seguinte situação:
Quando duas pessoas possuem interesse sobre o mesmo bem ou
utilidades da vida, surge entre elas um conflito de interesses. O
conflito pode dar lugar à manifestação da vontade de uma delas
exigir a subordinação do interesse da outra ao próprio. A esta atitude
da vontade dá-se o nome de pretensão. Esta pode ser resistida,
configurando-se um litígio ou lide, definido sinteticamente como o
conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.
Decorre para a pessoa que se sente prejudicada o direito de propor
uma ação em juízo, objetivando ser dirimida a lide com justiça, ou
seja, conforme a vontade da lei que regula o conflito. A função de
decidir a lide é atribuída a um terceiro sujeito desinteressado e
imparcial que é o Estado. Dá-se a essa função o nome de função
jurisdicional, ou simplesmente jurisdição, e aos órgãos que a
exercem, o de órgãos jurisdicionais (SANTOS, 2006:15).
Ajuizada ação pelo autor, aqui “aquele que intenta demanda judicial” (FERREIRA, 1999),
no caso o cliente insatisfeito, perante a montadora e a concessionária comercializadora do
veículo e acolhida à pretensão do autor pelo juiz, o processo tramitou em conformidade
com o Código de Processo Civil – CPC vigente na época, sendo apresentadas pelos réus ou
o “indivíduo contra quem se instaurou ação civil ou penal” (FERREIRA, 1999), suas
contestações e o pedido de perícia no objeto da demanda, ou seja, no veículo incendiado.
Tratando-se o assunto, conforme Maia Neto (2008:59), “de natureza técnica o juiz
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determinará a realização da perícia, que poderá consistir em exame (coisas móveis,
animais, pessoas, livros e papéis), vistoria (bens imóveis) ou avaliação (valor em dinheiro
de coisa ou obrigação)”. A esse propósito, foi deferido o pedido de produção de prova
pericial, de plano nomeado o perito, e determinando às partes, se quisessem indicar
assistentes técnicos e formularem quesitos.
Para a perícia que será explanada adiante, o processo iniciou-se sob a égide do CPC
instituído em 1973, no entanto a nomeação do perito já se deu com arrimo no CPC
sancionado em 13 de março de 2015, e vigente a partir de 18 de março de 2016. A
transposição, analisada à luz do quadro comparativo, entre o CPC de 1973 e o CPC de
2015, de Caputo (2015: 149-154), em nada influenciou os procedimentos da perícia, por
não ter havido geração de nenhum fato que adentrasse nas novidades do novo CPC, porém
para outras duas perícias desenvolvidas pelo autor, houve a necessidade de manifestação
acerca de quesitos complementares ou suplementares apresentados fora de tempo hábil e
que ampliavam o objeto de estudo. Credita-se tal fato a interpretação dada, por interessados
em reverter situações desfavoráveis, ao art. 469, caput, NCPC: “as partes poderão
apresentar quesitos suplementares durante a diligência, que poderão ser respondidos pelo
perito previamente ou na audiência de instrução e julgamento”.
Ciente da nomeação, não havendo óbices e realizado depósito dos honorários, o perito se
preparou para desincumbir-se do encargo recebido da melhor forma possível, se
aprofundando no assunto a ser investigado, fortalecendo ou ampliando os conhecimentos
atinentes a incêndios e explosões, com ênfase em incêndios em veículos automotores. Esse
direcionamento foi delineado na análise dos autos do processo, nas causas da própria
existência do processo, e, sobretudo, nos quesitos formulados.
Os quesitos são classicamente definidos, por Liporoni e Benite (2008:164), como
“perguntas que ambas as partes ou as várias partes envolvidas no processo podem formular
para serem respondidas pelo perito judicial e seus assistentes técnicos”, no entanto Maia
Neto (2003:113) observa que os quesitos “são realmente a parte determinante e obrigatória
da perícia, pois será neste tópico que o profissional irá apresentar resposta aos
questionamentos trazidos pelas partes”, nesse sentido, Fiker (2005:59) sublinha, que:
O laudo é feito em função do que pedem como resposta os quesitos.
Assim, o perito coloca no corpo do laudo tudo quanto é necessário
para subsidiar e fundamentar as respostas aos quesitos. É por isso
que é importante que o perito conheça em profundidade a técnica de
formulação de quesitos, até para saber o que ele deve responder e o
que não está obrigado ou não tem meios ou possibilidade de
informar.
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Com estas e outras lições sempre avivadas, o perito, consoante ao art. 466, § 2º, NCPC,
fixou a data, hora e local para início do exame no veículo incendiado. O local escolhido foi
a oficina da concessionária, por ser parte no processo e possuir instalações adequadas. Na
data e hora marcada, compareceram as partes envolvidas na lide, as quais acompanharam,
subsidiaram, prestaram esclarecimento e indicaram ocorrências relevantes ao perito nesse
seu primeiro contato visual com o objeto da perícia.
2. Sobre a perícia
A Norma Básica para Perícias de Engenharia do IBAPE/SP – 2002 define perícia como “a
atividade que envolve a apuração das causas que motivaram determinado evento ou da
asserção de direitos” e estabelece as diretrizes básicas, conceitos, terminologia, convenções,
notações, critérios e procedimentos relativos às perícias de engenharia, sendo referência
para o trabalho pericial.
2.1. Do exame no objeto da perícia
Os trabalhos de exame transcorreram no local designado, após o veículo ser empurrado do
depósito de veículos, localizado em frente ao prédio da oficina da concessionária. Coletadas
na ocasião, as coordenadas geográficas da porta principal da oficina e do depósito de
veículos. As partes litigantes acompanharam a identificação, a verificação do estado, o
levantamento fotográfico e a inspeção no veículo.
2.1.1. A identificação do veículo
Fotografada a parte dianteira, as laterais, e a traseira, bem como a placa dianteira e o
número do chassi, tecnicamente denominado VIN, acrônimo de Vehicle Identification
Number, estampado no assoalho em frente ao banco dianteiro direito.
2.1.2. O estado de conservação do veículo
Na dianteira, na traseira, na lateral esquerda e na lateral direita do veículo não foram
observadas anormalidades. No interior do veículo, foi constatado que o painel de
instrumentos se encontrava inoperante: hodômetro total, indicador de temperatura do
líquido de arrefecimento do motor e indicador do nível do tanque de combustível. Não foi
possível verificar o funcionamento da buzina e das luzes internas, sendo que a chave de
setas também não foi testada. Constava ainda, rádio+sd/USB+aux, espelho retrovisor,
cintos de segurança e acendedor de cigarros. Na porta do condutor, foi verificado que o
interruptor de regulagem dos espelhos retrovisores externos se encontrava danificado. O
estofamento dos bancos em bom estado. Exceto registro do veículo, livreto de garantia e
manual do proprietário, os pertences do veículo encontravam-se na cabine do motorista:
extintor de incêndio descarregado e tapetes. No porta-malas, constatada a presença de
macaco, triângulo, chave de roda e a roda de emergência.
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No compartimento do motor – Figura 01 e Figura 02 – verificou-se áreas impregnadas pela
ação de pó extintor, esfumaçadas, ausência do módulo de injeção eletrônica, peças
deslocadas da posição original, chicotes elétricos danificados ou destruídos, condutores
elétricos seccionados ou destruídos e a destruição total ou parcial de partes e peças
contíguas ao motor, causada por incêndio parcial no quadrante esquerdo do compartimento
do motor.
Figura 01 – Vista frontal do compartimento do motor. No lado direito, observa-se a
ausência do módulo de injeção eletrônica, de chicotes elétricos e o deslocamento da caixa
de fusíveis no compartimento do motor da posição original
Fonte: Acervo do autor (2017)
Verificada a condição de todos os reservatórios que possuem níveis máximos e mínimos:
do cárter, a vareta de inspeção do óleo lubrificante assinalava o nível intermediário; do
líquido de arrefecimento do motor: nível mínimo; do reservatório de gasolina para o
sistema de partida a frio: vazio; do reservatório de fluido do freio: nível mínimo; do
reservatório do fluido da direção hidráulica: vazio; e do reservatório da água de limpeza dos
para-brisas: vazio.
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Figura 02 – Vista parcial da tampa do compartimento do motor, apresentando
esfumaçamento na superfície interna do lado direito
Fonte: Acervo do autor (2017)
No setor inferior do veículo – Figura 03 – foi constatada quantidades de material orgânico
(capim) alojado em diversas cavidades do setor inferior do veículo, acúmulos de pó
químico extintor sobre partes mecânicas, manchas esbranquiçadas, coifa do semi-eixo
esquerdo lado do câmbio danificada, peças oxidadas, peças de material termoplástico e
mangueiras do sistema de direção hidráulica danificadas ou destruídas, caixa de direção
oxidada, tubulações oxidadas, chicotes partidos e danos severos no isolamento térmico
entre o compartimento do motor e a cabine dos passageiros, coifa da barra de direção do
lado esquerdo destruída pela ação de fogo, suporte do tubo de escapamento danificado por
calor, mancha esbranquiçada e pintura danificada no lado esquerdo do quadro agregado,
fragmentos de capim queimado depositados em cima do quadro agregado e esfumaçamento
no lado esquerdo do setor inferior.
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Figura 03 – Vista parcial do setor inferior dianteiro do veículo. Acima, à esquerda,
esfumaçamento marcante na superfície da cavidade na chaparia do veículo. Ao centro, o
quadro agregado e parte do tubo de escapamento com dois de seus suportes e o dispositivo
de proteção contra o calor (heatshield) entre o assoalho e o sistema de escapamento, em
baixo, o protetor do cárter
Fonte: Acervo do autor (2017)
2.1.3. O exame em partes e peças específicas do veículo
Foi objeto específico de exame, em três ocasiões, as partes e as peças danificadas no
compartimento do motor pelo incêndio, tanto no setor superior quanto no inferior do
veículo, a fim de determinar o local de início e a causa ou causas, isto é a natureza do
combustível original e da fonte de ignição do incêndio.
2.1.4. O levantamento fotográfico
Em atenção às recomendações de Reis (2005:137), “o primeiro passo na perícia de veículos
incendiados, [...] é produzir um bom levantamento fotográfico [...], do geral para o
específico”, foi efetuada a cobertura fotográfica de vários aspectos verificados nos exames
realizados, bem como do caminho e do local em que o veículo se incendiou, porém nem
todas as imagens capturadas foram utilizadas nos esclarecimentos do laudo pericial.
2.2. Do sinistro
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Em decorrência do incêndio no compartimento do motor, houve danos significativos no
veículo. Seito (2008:44) informa que “o incêndio inicia-se, na sua maioria, bem pequeno.
O crescimento dependerá: do primeiro item ignizado, das características do comportamento
ao fogo dos materiais na proximidade do item ignizado e sua distribuição no ambiente”.
Entre diversas definições apresentadas por normas internacionais, Seito (2008:35 e 43)
também aduz as definições da NBR 13860 para fogo: “processo de combustão
caracterizado pela emissão de calor e luz” e para incêndio: “é o fogo fora de controle”.
Cosnsciente do que se busca em uma perícia de incêndio e dos quesistos a serem
respondidos e, considerando os ensinamentos dados por (REIS, 2005:138), acerca da
perícia desenvolvilda, tem-se que:
Visa a investigação de incêndios em veículos constatar a sua causa,
modo e meio de produção, bem como estabelecer relação entre o
fato e o seu agente causador. Para tal, durante os exames,
impreterivelmente terá o perito que constar a origem, ou seja, onde
o fogo iniciou, se na parte externa ou interna do veículo. Sendo na
parte interna, se no espaço útil ou na caixa do motor. Se nas partes
mecânicas ou nas partes elétricas. Se o veículo se encontrava em
movimento ou parado, se funcionando ou não. Se em manutenção
ou não, bem como o seu estado de conservação e tempo de uso.
Como o incêndio ocorreu na zona rural de um município limítrofe ao do domicílio do autor
da demanda judicial, fêz-se necessária à inspeção no local onde ocorreu o sinistro,
conforme denota Kleinübing (2010:360), da seguinte forma: “o primeiro exame deve
ocorrer, sempre que possível, no local de origem do evento.“
2.2.1. O local onde ocorreu o sinistro
Concordante com o endereço fornecido pelo autor da ação, realizou-se o deslocamento até
o município onde ocorreu o sinistro, com o propósito de inspecionar o caminho que dá
acesso ao local e o próprio local onde ocorreu o incêndio no veículo. Observa-se que os
pontos geografico principais foram georeferenciados a fim de futura demonstração gráfica
de localizações no laudo pericial. A sede do município dista 125 km da cidade de Boa
Vista, por via asfaltada, na direção nordeste do estado, e a área estudada localiza-se a
sudoeste do centro da sede do município 16 km. O acesso à área é feito em estrada de
piçarra (estrada de chão batido coberta por pedras, em geral de tom avermelhado, que
conferem maior durabilidade à estrada), a partir do centro da cidade, até a primeira porteira
do sítio, e por caminho até a segunda porteira – Figura 4.
Na região predomina a vegetação savânica ou campo cerrado, conhecida regionalmente
como lavrado, cuja principal característica é seu contínuo estrato de graminóide que reveste
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o solo e que pode secar durante o período de estiagem, somente uma pequena porção é
campestre com estrato de árvores baixas. Nesse ambiente foi que o caminho entre as duas
porteiras foi sendo formado, em solo de baixa resistência que quando úmido cedia ao peso
das rodas do diversos veículos que trafegaram pelo local, e, que hoje em dia, parece estar
compactado.
Esse caminho é uma trilha, cujos sulcos produzidos pelas rodas deixam a parte central, a
delimitada entre as rodas, mais alta em relação a essas depressões laterais. Em quase todo
percurso, observou-se na parte central a presença de gramíneas, capim do tipo nativo
Trachypogon, cuja altura média é de aproximadamente 400 mm – Figura 5. Uma simples
comparação entre a fotografia da amostra de capim obtida na região da ocorrência do
incêndio com fotografia existente em (OLIVEIRA, 2011:13), determinou qual o tipo de
capim característico daquela área.
No local da ocorrência do incêndio no veículo, em frente à segunda porteira, não se
observou nenhum indício do incêndio, talvez esmaecidos pelo tempo, tendo em vista que
até a data da vistoria, tinham se passado 728 dias do fato. Em conformidade a essa etapa da
perícia, resalta-se a advertência de Liporoni e Benite (2008:19), quanto à necessidade de
conquistar “alguns conhecimentos que extrapolem a didática de seus cursos normais de
engenharia [...] procurando abordar todas as questões relativas ao mérito principal da ação e
de assuntos correlatos”.
Figura 4 – À esquerda, vista da primeira porteira e parte do caminho que conduz até à
segunda porteira do sítio. Do lado direito, vista da segunda porteira do sítio, local onde
ocorreu o incêndio no veículo
Fonte: Acervo do autor (2017)
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Figura 5: Amostra da gramínea, capim do tipo Trachypogon, altura aproximada de 400 mm,
encontrado em quase todo percurso do caminho entre as duas porteiras do sítio
Fonte: Acervo do autor (2017)
2.2.2 A análise do incêndio
Foi fundamental, na análise do incêndio, as orientações dos mestres no ofício, e de muita
impotâcia a afirmação de que “os veículos automotores atuais, além de ter em sua construção
uma série muito grande de materiais combustíveis, possuem princípios de funcionamento dos
diversos sistemas veiculares com potencial para deflagração de um incêndio” (KLEINÜBING
2010,339 e seg.).
2.2.3. O foco inicial do fogo
Nos exames visuais das configurações da queima no compartimento do motor, tanto no setor
superior quanto no inferior, e pela posição do esfumaçamento nas superfícies da chaparia da
carroceria, localizou-se a região de maior intensidade da ação do fogo. Essa área de fogo com
elementos queimados e esfumaçados perpassa, na vertical, todo compartimento do motor,
indo da sua parte superior à sua parte inferior. O ambiente do compartimento do motor é
praticamente confinado pela tampa e pelos flancos, contando com aberturas na parte inferior.
Dessa forma, não havendo significativa corrente de ar forçada de cima para baixo e protegido
das correntes laterais de ar, o fogo tende a se propagar ascendentemente, portanto pode-se
afirmar que a eclosão do incêndio, ou seja, o foco inicial do fogo se deu do lado esquerdo da
parte inferior do compartimento do motor, isto é, acima do quadro agregado, em
conformidade com a graduação de queima dos componentes afetados pelo incêndio – Figura 6
e Figura 7. Resalta-se que:
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área de fogo: é a zona de máxima intensidade de fogo no incêndio, de
máxima queimadura, [...] Comumente, principalmente nos incêndios
de origem acidental, a área de fogo englobará o(s) foco(s) de fogo, isto
é, o lugar de origem do incêndio, e outros focos de combustão, ou
focos secundários, formados durante os estágios intermediários de
evolução do fogo (ARAGÃO, 2010:430).
2.3.4. O agente ígneo
Numa condição propícia, o oxigênio atmosférico, o comburente, se une ao material
combustível e ao calor para dar início ao processo de combustão, provocando assim a eclosão
do incêndio, ou seja, do foco inicial do fogo. Determinado o local de eclosão do fogo, é
possível o avanço para outra fase do diagnóstico de incêndio que é a determinação do agente
ígneo, isto é, a fonte de calor.
Figura 6: Ao centro, na vista observada de cima para baixo, a diferenciação de ação da chama
sobre parte do quadro agregado, montado no setor inferior do compartimento do motor,
resultando no consumo total da película de tinta, acima do qual ocorreu a eclosão do incêndio,
o foco inicial do fogo
Fonte: Acervo do autor (2017)
O agente ígneo é responsável pelo incremento de energia à mistura oxigênio/combustível,
provocando a reação e o início da combustão (CBMSC: 2011,2). Dessa forma, foi
inspecionado o sistema elétrico do veículo, em busca de indícios de ter sido a fonte de ignição
do incêndio, no caso, uma possibilidade remota, mas plausível, no entanto não foi observada a
ocorrência de nenhum fenômeno elétrico de curto-circuito e/ou sobrecarga no circuito
elétrico. Sendo assim, o combustível, aqui ainda não determinado, em contato com superfícies
aquecidas do veículo ou por processos de transmissão – condução ou convecção – de calor,
pode deflagrar um incêndio. Então, devido à proximidade do foco do incêndio ao sistema de
escapamento do veículo, pode-se afirmar que este foi o agente ígneo do incêndio, tendo em
vista que parte do tubo de escape dista 300 mm do foco do fogo. Sobre o sistema de
escapamento, Kleinübing (2010,345) informa que é “constituído pelo coletor de descarga,
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pelo catalizador, pelo silenciador e pelo tubo de escape”, canaliza gases queimados que saem
da câmara de combustão do motor com temperatura entre 700 a 800°C. “A temperatura do
coletor de descarga e dos demais componentes, por sua vez, pode atingir até 500° C, com
temperatura de superfície exterior maior do que 300 °C”.
Figura 7: Vista lateral de parte do setor inferior do compartimento do motor e do lugar de
origem do incêndio. Observa-se a exposição da ponta do tubo metálico flexível interno em
razão da destruição da parte de borracha do duto de óleo do sistema de direção hidráulica; e a
exibição dos reparos do lado esquerdo da caixa de direção hidráulica danificados, devido à
destruição da coifa pelo fogo, além de fragmentos de capim queimado
Fonte: Acervo do autor (2017)
2.3.5. Da causa do incêndio
Conforme (ARAGÃO: 2010,78):
para os efeitos práticos do estudo de incêndio, combustível é toda e
qualquer matéria sólida, líquida ou gasosa que queima, praticamente
todas encontradas no decurso natural da vida. Do ponto de vista da
ciência, combustível é quaisquer substâncias que reajam
quimicamente com o oxigênio (ou outro comburente) com
despreendimento de fogo (calor e luminosidade).
2.3.5.1. Sobre o capim como possível combustível do incêndio
Para o estudo em pauta, muito contribuiram os trabalhos de (SOUZA: 2015) e (SEYE: 2016),
os quais conferiram conhecimento e segurança nas afirmações sobre o comportamento da
matéria vegetal.
É fato que foram encontradas quantidades de capim em diversas partes e cavidades do
veículo, inclusive nas proximidades do foco do fogo – Figura 8. Ainda que gramíneas finas,
isto é, com folhas e ramos com menos de 6 mm de espessura, como as que foram verificadas
em campo, serem consideradas de alta inflamabilidade, pois sua inflamação precisa apenas de
fontes ígneas de pouco mais que 130°C (SOUZA: 2015,10 e seg.), não é o bastante para se
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afirmar que o capim foi o combustível causador do incêndio. A verificação de outras variáveis
atinentes ao processo de queima do capim, tais como o modo de deposição do capim nas
partes inferiores do veículo, especialmente no local de eclosão do fogo, a compactação do
capim, a densidade energética da deposição, a sustentabilidade, a combustibilidade e a
consumabilidade do capim, é necessária para se concluir que o capim foi o tipo de
combustível principal e o potencializador da propagação do fogo. A deposição do capim nas
cavidades e partes com forma e localização adequadas ao arrancamento e corte de segmentos
de capim por bordas e arestas, no setor inferior do veículo, inclusive pelas arestas do protetor
do cárter, é aleatória sendo a distribuição do capim pelo setor inferior do veículo imprevisível.
Então, essa deposição do capim “solto” no local do foco do incêndio não foi de forma
compactada, portanto muito baixa a sua densidade a granel, formando, em consequência, um
material de baixa densidade energética (SEYE: 2016). Nos combustíveis vegetais, a
combustão se processa com a secagem, aquecimento e destilação, logo depois a combustão
dos componentes voláteis que se incendeiam (SOARES; BATISTA, 2007 apud SOUZA:
2015, 3).
O capim estudado, devido às baixas condições de fertilidade do solo, não possui na sua
composição resinas e óleos vegetais, sendo pobre a quantidade desses compostos que
conferem maior conteúdo energético aos vegetais (SOUZA: 2015,23), então a queima do
capim produz baixo calor de combustão e, pelas suas dimensões, curta duração das chamas e
baixa intensidade da queima, “a intensidade da queima depende da combinação entre os gases
combustíveis, Oxigênio e quantidade de calor” (SOUZA: 2015,10). Determina-se, ainda, a
sustentabilidade pelo tempo que perduram as chamas, a combustibilidade pela velocidade de
queima que está relacionada à intensidade do fogo e a consumabilidade é a medida da
quantidade (massa ou volume) de vegetação consumida pelo fogo (ANDERSON, 1970;
MARTIN et al., 1994 apud SOUZA: 2015,11). Então, admitindo-se que a quantidade de
capim depositada aleatoriamente em cima do quadro agregado no local do foco do incêndio,
pela baixa qualidade de sua composição química, baixa densidade de material, alta velocidade
e intensidade do fogo, porém com baixa consuntibilidade de capim utilizado na queima,
denota que o capim como combustível não possui características para causar os danos
verificados no veículo.
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Figura 8: Vista do capim depositado no alojamento do coxim do motor. Vista do capim
depositado em cavidade existente entre o tanque de combustível e a chaparia do veículo. Vista
do capim depositado em uma cavidade da carroceria do veículo. Vista de fragmento de capim
queimado no local do foco do incêndio
Fonte: Acervo do autor (2017)
2.3.5.2. Sobre o Combustível do Incêndio
Nos exames visuais no compartimento do motor, não foram observadas anormalidades nos
sistemas com potencial para deflagrar incêndios, como comentado na hipótese do sistema
elétrico, além do de alimentação de combustível do motor, no caso de gasolina ou álcool, e do
sistema de freios, pois não apresentaram vazamentos de combustível e nem do líquido de
freio. Então, descartada a possibilidade do capim ser o combustível principal da eclosão do
incêndio e analisando-se atentamente o local da eclosão do incêndio sob outros enfoques, em
busca da causa ou causas do incêndio, deparou-se com seguintes constatações: conduto de
óleo do sistema de assistência hidráulica da direção com a ligação de mangueira destruída
pelo fogo entre duas conexões prensadas, exposição do duto flexível metálico da mangueira
do conduto de óleo; extremidade do segmento metálico do conduto fixado na caixa de direção
recoberta com película oleosa; formato do restante da mangueira comburida; suporte do tubo
de escapamento próximo ao silenciador danificado devido a calor intenso; e aspecto marcante
do esfumaçamento em cavidade na carroceria no setor inferior do veículo – Figura 9 e Figura
10. Essas evidências denotam uma ocorrência de vazamento do fluido do sistema hidráulico
de direção, por motivo não identificado. No entanto, cabe elucubração sobre as possíveis
causas, tendo em vista que aqui se discute qual foi o combustível que fechou o triângulo do
fogo, então se pode levar em consideração a possível ocorrência de uma conexão defeituosa
na ligação entre as tubulações metálicas e a mangueira; pelo aumento de pressão no circuito; e
vibração e/ou atrito do conduto do óleo do sistema hidráulico da direção devido a contato com
o quadro agregado, entre outros problemas.
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Figura 9: Vista do local onde ocorreu a eclosão do incêndio, o foco inicial do fogo, e parte do
conduto de óleo do sistema de assistência hidráulica da direção com a ligação da mangueira
de borracha destruída pelo fogo próximo da fixação com prensagem pelo segmento metálico e
a exposição da parte metálica flexível do conduto de óleo
Fonte: Acervo do autor (2017)
Figura 10: No centro da figura a vista da extremidade do segmento metálico do conduto
fixado na caixa de direção recoberto com película oleosa, o esfumaçamento concentrado na
cavidade da carroceria e o suporte do tubo de escapamento próximo ao silenciador danificado
devido ao calor intenso
Fonte: Acervo do autor (2017)
3. Conclusão
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A construção da dinâmica do incêndio cinge a perícia: a finalidade da direção hidráulica é
reduzir os esforços de manobra, o motorista sem dificuldade aciona a parte mecânica do
sistema por meio do volante, a força para direcionar as rodas é feita pela pressão transmitida
ao fluido. O conjunto é formado basicamente pelo mecanismo de direção, bomba hidráulica,
reservatório de óleo e tubulações de alta e baixa pressão. O acréscimo de pressão age de um
lado ou do outro da cremalheira. A bomba hidráulica é acionada quando o motor entra em
funcionamento, bombeando o fluido do reservatório e produzindo a pressão necessária para o
mecanismo da direção. Com a ocorrência de uma falha, como dito antes, no sistema de
direção hidráulica, representada por um vazamento a partir do duto de maior pressão, durante
o tempo de funcionamento da bomba hidráulica, o fluido hidráulico, cujo ponto de inflamação
é de 177°C, passou a ser vaporizado formando uma mistura de oxigênio e combustível nas
proporções ideais para ignição devido à proximidade da fonte de calor, o sistema de escape do
veículo, que pode atingir temperatura de superfície exterior maior do que 300 °C, formando o
triângulo do fogo. Eclodido o fogo, a quantidade de capim, depositada no local de origem do
fogo, se queima e o volume de fluido hidráulico ainda existente no circuito hidráulico com
maior calor de combustão que o capim, continua sendo injetado no foco do incêndio, até o
motor parar de funcionar, sustenta e amplia o fogo que passa a consumir os materiais
combustíveis presentes nas proximidades e em seu caminho ascendente até o incêndio ser
debelado pelo pó químico extintor.
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