relato complexo-compreensivo de uma pesquisa em comunicação · com a leitura de hall (2014a,...
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Revista Eletrônica da Pós-Graduação da Cásper Líbero
ISSN 2176-6231
Volume 8, nº 2, Ano 2016
Av. Paulista, 900 – 5º andar CEP 01310-940 – São Paulo - SP
Fax: (011) 3170-5891 Tel.: (011) 3170-5880/3170-5881/3170-5883
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Artigo
Relato complexo-compreensivo de uma pesquisa
em comunicação As organizações, os profissionais e sua identidade
Bruno Carramenha1
Resumo Este ensaio expõe o processo de pesquisa e discute as questões metodológicas do desenvolvimento da
dissertação ‘Processos midiáticos e organizações: o papel dos profissionais de comunicação na elaboração
de conteúdos institucionais’, a partir da premissa da complexidade e do pensamento compreensivo. Ao
relatar os desafios de conhecer o contexto social a partir da leitura de renomados autores e encontrar os
caminhos metodológicos de compreendê-lo na perspectiva de um grupo específico – os profissionais de
comunicação corporativa –, por meio de pesquisa de campo, a prática dialógica se mostra um diferencial
no contexto de uma abordagem complexo-compreensiva.
Palavras-chave Comunicação com Empregados; Comunicação Corporativa; Identidade; Pensamento Complexo,
Pensamento Compreensivo.
Abstract This paper presents the research process and discusses the methodological issues of the development of
the dissertation 'Media processes and organizations: the role of communication professionals in
developing institutional content', from the premise of complexity and comprehensive thinking. When
reporting the challenges of meeting the social context from the reading of renowned authors and find
methodological approaches to understand it from the perspective of a specific group – the corporate
communications professionals – through field research, dialogical practice is shown as a difference in the
context of a complex-comprehensive approach.
Keywords Employee Communications; Corporate Communications; Identity; Complex thinking; Comprehensive
thinking.
Resumen Este ensayo presenta el proceso de investigación y se analizan los aspectos metodológicos del desarrollo
de la tesis 'Procesos mediáticos y organizaciones: el papel de los profesionales de la comunicación en el
desarrollo de contenido institucional" desde la premisa de la complejidad y el pensamiento comprensivo.
Al informar sobre los retos de satisfacer el contexto social desde la lectura de autores de renombre y
encontrar enfoques metodológicos para entender desde la perspectiva de un grupo específico – los
profesionales de la comunicación corporativa – a través de la investigación de campo, la práctica
dialógica muestra una diferencia en el contexto de un enfoque complejo, integral.
1Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade Cásper Libero.
E-mail: [email protected]
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Palabras clave Comunicación con empleados; Comunicación Corporativa; Identidad; Pensamiento Comprensivo;
Pensamiento Complejo.
Introdução
Este ensaio que se apresenta expõe o processo de pesquisa e discute as questões
metodológicas do desenvolvimento da dissertação ‘Processos midiáticos e
organizações: o papel dos profissionais de comunicação na elaboração de conteúdos
institucionais’, desenvolvido por este autor como forma de obtenção do título de mestre
em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero. Para compor este relato, buscamos no
pensamento da compreensão e da complexidade embasamento que nos permita
considerar um conjunto de saberes humanos no levantamento de informações a fim de
construir a dissertação referida (KÜNSCH, 2009).
Estudar e discutir as questões que afligem nossas relações sociais não é uma tarefa fácil,
especialmente quando quem se propõe a esta missão está inserido no contexto a ser
estudado. Tal tarefa exige do pesquisador um olhar para além da sua relação com o
tema. Exige diálogo e compreensão com outras pessoas que também vivenciam a
realidade, com autores e teorias que se complementam e se conflitam. Requer, como nos
ensina Morin (2003, 2011a, 2011b), um respeito ao caráter multidimensional do real,
“ao mundo empírico, à incerteza, à incapacidade de ter certeza de tudo, de formular uma
lei, de conceber uma ordem absoluta” (MORIN, 2011a, p. 68).
Ao propor um pensamento complexo – e, assim, questionar o pensamento
tradicionalmente simplificador –, Morin (2011a) defende que, enquanto pesquisadores,
nos tornamos mais prudentes ao reconhecer a incerteza e a ambiguidade da sociedade, e,
então, capazes de civilizar nosso conhecimento (MORIN, 2011a). Assim, é recorrendo
também a este autor que defendemos a realização de uma pesquisa de campo para a
dissertação aqui referida, ainda assim, tendo como premissa que “nenhum sistema é
capaz de se autoexplicar totalmente nem de se autodemonstrar totalmente” (MORIN,
2011a, p. 76).
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Desta maneira, este ensaio adota a prerrogativa da complexidade como proposta por
Morin (2011a) e dialoga com a proposta de um pensamento compreensivo, defendida
pelo autor (MORIN, 2011a, 2011b), assim como por Maffesoli (2007), e com o conceito
de Buber (2004, 2009) sobre diálogos, mas não se encerra nesses três autores. O texto
percorre também – ainda que superficialmente no espaço que permite este formato – o
referencial bibliográfico que embasa a pesquisa de campo, esta detalhada aqui quanto a
sua metodologia.
Reconheceu-se, no desenvolvimento da dissertação, o trabalho já realizado por
renomados acadêmicos acerca do profissional de comunicação, objeto deste estudo.
Buscamos, então, uma contribuição ao campo estudando os processos midiáticos
organizacionais e o papel do profissional na elaboração dos conteúdos institucionais a
partir da compreensão da visão de autores que não obviamente flertam com o campo da
comunicação organizacional. Desta forma, procuramos apresentar um olhar ao mesmo
tempo abrangente e profundo, entendendo o profissional, sua realidade e dificuldade no
exercício de sua profissão e o contexto social no qual ele está inserido.
1 O contexto: contemporaneidade e organizações
Conta Bauman (2001) que a famosa história que circula no meio empresarial acerca do
"salário de motivação", significativo aumento salarial criado por Henry Ford no começo
do século XX para os empregados de sua indústria, carrega uma farsa quanto aos reais
motivos de sua criação. Diferentemente do que comumente se diz sobre tal iniciativa de
Ford, precursor e visionário industrial estadunidense, Bauman afirma que a verdadeira
razão “era o desejo de deter a mobilidade irritantemente alta do trabalho” (BAUMAN,
2001, p. 181). Segundo o autor, o executivo buscava economizar dinheiro com
treinamento de novos empregados imobilizando sua equipe “de preferência até que sua
força de trabalho fosse inteiramente utilizada” (BAUMAN, 2001, p. 181).
Foi, então, que se cristalizou um modelo de capitalismo que o sociólogo polonês
denomina “capitalismo pesado”, que unia capital e trabalho em uma mutualidade de
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dependência, cuja característica era de empregos que durassem toda a vida, garantindo
certa segurança a ambos, já que “sabiam que sua sobrevivência dependia de encontrar
soluções que todos considerassem aceitáveis” (BAUMAN, 2001, p. 184).
Mais recentemente, afirma Bauman (2011), as relações entre trabalho e capital se
transformaram, dando espaço para o que ele denomina capitalismo “leve e flutuante”.
Mais fortalecidas, as empresas passam a ser provedoras do bem-estar tradicionalmente
de responsabilidade do Estado e, por isso, aumentam seu poder de barganha com
governos, fazendo impor seus interesses sob ameaças de desinvestimentos nas
localidades em que estão situadas (BAUMAN, 2001).
Em um ambiente mais instável, o trabalhador não encontra mais na empresa a segurança
de outrora, o que gera uma ambiguidade de comportamento – por um lado, aumenta sua
necessidade de vinculação e identificação às organizações, já que está fortalecida e
aumenta sua representatividade subjetiva na sociedade. Por outro, um desengajamento
do trabalho, precedido por uma sensação de ser dispensável e cujas consequências são a
alta mobilidade de emprego de forma a evitar a frustração iminente (BAUMAN, 2001).
É da época do capitalismo pesado que se têm os primeiros registros da formalização de
uma área de comunicação em empresas no Brasil, especificamente a partir da década de
50, e são as empresas multinacionais e as agências de Publicidade e Propaganda as
precursoras da criação desta área, que passou a gerenciar, formalmente a comunicação
que, desde sempre, se estabelecia nessas organizações (KÜNSCH, 2002).
Historicamente, os profissionais que atuam nessas áreas assumem como parte
fundamental de seus trabalhos o de produzir conteúdo institucional – em nome da
organização que os emprega – para os diversos públicos com os quais esta organização
se relaciona.
Na contemporaneidade, no tempo do capitalismo leve, a prática da comunicação nas
organizações vem observando aumento em seus investimentos, conforme revela
pesquisa da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial – Aberje publicada em
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2012, em que a maioria das empresas (53%) afirma ter aumentado seu investimento em
comunicação interna ao longo dos três últimos anos (ABERJE, 2012, p. 18). As
mudanças sociais observadas a partir do fim do século XX, acredita Ferrari (2009), têm
despertado nas organizações um interesse (ou uma necessidade) de estruturação ou
profissionalização das suas áreas de comunicação. A comunicação passa a assumir um
papel mais importante do que em décadas anteriores (CARRAMENHA;
CAPPELLANO; MANSI, 2013; FERRARI, 2009).
Dessa forma, para compor a dissertação ‘Processos midiáticos e organizações: o papel
dos profissionais de comunicação na elaboração de conteúdos institucionais’, realizou-
se um levantamento bibliográfico de referenciais teóricos de forma a nos ajudar a
entender o lugar do trabalho na contemporaneidade e o processo de identificação do
sujeito deste tempo. Contribui para essa etapa do processo a proposta de André Gorz
(2005) acerca da indústria do imaterial, que defende que se espera dos profissionais na
contemporaneidade que ajam como representantes pessoais das empresas para as quais
trabalham e valham-se de seu conhecimento adquirido externamente para a valorização
de seu trabalho. "Eles têm o estilo, o comportamento, a linguagem da 'casa'. Esta lhes
confere sua identidade" (GORZ, 2005, p. 47).
Dialoga, então, neste sentido, o conceito de identidade e de identificação que Stuart Hall
(2014a, 2014b) se debruça em sua obra. Ambos os conceitos centrais que dão
sustentação ao desenvolvimento da referida dissertação consideram as transformações
sociais que se estabeleceram a partir do final do século XX e, por isso, esta distinção é
apresentada no trabalho. Com a leitura de Hall (2014a, 2014b), passamos a entender
que, do ponto de vista de sua identidade e seu processo de identificação, o sujeito por
ele denominado pós-moderno encontrará na empresa em que trabalha e em sua prática
discursiva um ponto de apego temporário para sua identidade, que, dirá o autor, é
fragmentada e está em constante transformação (2014a).
Reconhece-se, a partir da leitura de Hall (2014b), que o profissional responsável pela
produção da comunicação corporativa assume uma identidade no contexto cultural da
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organização que o emprega, valorizando-se da personalização e valendo-se de seu
conhecimento – imperativo na indústria do imaterial – para o desenvolvimento do seu
trabalho (GORZ, 2005).
2 A pesquisa: definições para início do trabalho
O estudo aqui referido tem o profissional de comunicação atuante nas organizações
sediadas no Brasil como seu objeto. Ao nos propormos a estudar este profissional,
sabemos do risco de cair em estereótipos e conceitos preconcebidos, uma vez que o
autor desta dissertação é também um profissional de comunicação. Assim, considerar as
questões de complexidade nos auxilia no sentido de “aceitar certa imprecisão e uma
imprecisão certa, não apenas nos fenômenos, mas também nos conceitos” (MORIN,
2011a, p. 35-36).
O interesse de escolha deste objeto está diretamente relacionado à atuação do autor
neste mercado, primeiramente como executivo de uma grande indústria e, mais
recentemente, prestando consultoria a outros profissionais que ocupam posições
similares. A vivência e a observação empírica do desenvolvimento dessa função nas
organizações despertaram um interesse de investigação científica sobre o perfil deste
profissional e as formas como se relaciona com os processos midiáticos em suas
organizações.
Vivemos em um tempo em que as organizações assumiram um papel nunca antes visto
na vida dos indivíduos, especialmente por meio de práticas discursivas. Como nos conta
Bauman (2005), no contexto da construção da identidade do indivíduo contemporâneo,
as empresas se tornaram palco de uma competição por aprovação dos chefes, uma busca
por reconhecimento, sem deixar o indivíduo, sequer, ter a liberdade de escolher o que
deseja e rejeitar o que o desagrada em sua identidade (BAUMAN, 2005), em um
contexto, como afirma Hall, em que identidades são “pontos de apego temporário às
posições-de-sujeito que as práticas discursivas constroem para nós” (HALL, 2014a, p.
112).
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No ambiente corporativo, o profissional de comunicação é formalmente designado para
a construção do discurso organizacional responsável por meio do gerenciamento dos
processos midiáticos, a fim de construir significado para os públicos com os quais se
relaciona. Assim, a intenção de pesquisa buscou confirmar ou refutar às seguintes
hipóteses:
PRIMÁRIA – As definições acerca dos processos midiáticos de produção
de conteúdo corporativo interno, incluindo estabelecimento de
linguagem, além dos fluxos de criação e aprovação de conteúdo, não
parecem seguir padrões estrategicamente preestabelecidos pela
organização, mas sim estar mais diretamente relacionadas ao arbítrio do
profissional de comunicação no momento em que ocupa o cargo;
SECUNDÁRIA – Os profissionais de comunicação não parecem ser
formalmente introduzidos ao discurso institucional para produzir
conteúdo na linguagem da organização para a qual trabalham, mas, ainda
assim, sentem-se capacitados a transmitir o discurso em nome de seus
empregadores.
Não existe estimativa oficial da quantidade de empresas que têm um departamento de
comunicação para gerenciar seu relacionamento com os empregados, nem tampouco da
quantidade de profissionais que ocupam posições nessas áreas. Entretanto, sabe-se que,
por ano, em média, as universidades brasileiras formam três mil jornalistas
(GUIALHEIRO, 2012) e mil e quinhentos relações-públicas (PROCHNO, 2014),
profissionais que, respectivamente, mais comumente atuam nessa área dentro das
organizações, conforme aponta pesquisa da Aberje (ABERJE, 2012).
Para o desenvolvimento da dissertação aqui referida, não se pretendeu determinar o
número de entrevistas de acordo com uma lógica de amostragem, mas sim a partir da
quantidade necessária para se ampliar a visão do tema estudado, definida na quantidade
de dez profissionais. A fim de delimitar o objeto de estudo, elegemos profissionais
atuantes em posições de coordenação e gerência de departamentos de comunicação de
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indústrias multinacionais instaladas na região da grande São Paulo com mais de 500
empregados, consideradas, portanto, segundo critérios do Sebrae, como de grande porte.
Ao buscarmos as percepções destes profissionais para complementar e contrapor os
conceitos apresentados pelo levantamento bibliográfico, consideramos, como defende
Morin que “o todo está na parte, que está no todo” (MORIN, 2011a, p. 75). Assim, é a
partir do entendimento do conceito de complexidade proposto pelo autor que
defendemos que a pesquisa de campo não objetivou buscar uma verdade dos fatos, mas
sim obter metapontos de vista que ajudassem a compreender a realidade daqueles que
participaram do estudo. “A única coisa possível do ponto de vista da complexidade, e
que já se revela muito importante, é ter metapontos de vista” (MORIN, 2011a, p. 75)
que, para o autor, só são possíveis de se obter “se o observador-conceptor se integrar na
observação e na concepção” (MORIN, 2011a, p. 76).
Gaskell (2011) corrobora com essa visão ao descrever que o interesse da pesquisa
qualitativa é o de descobrir a variedade de pontos de vista. Segundo o autor, a finalidade
real da pesquisa qualitativa é a de “explorar o espectro de opiniões, as diferentes
representações sobre o assunto em questão” (GASKELL, 2011, p. 68).
De forma a delimitar o objeto e tornar o estudo factível, para a metodologia de pesquisa
de campo, além do recorte por tipo de empresa e atuação, conforme descrito
anteriormente, optou-se ainda por adotar os seguintes critérios de exclusão na seleção
dos profissionais entrevistados:
Os profissionais deveriam trabalhar em tempo integral em áreas e cargos
específicos de comunicação – excluíram-se, portanto, aqueles que
respondem também por Recursos Humanos, Marketing ou outras áreas
correlatas;
Os profissionais deveriam ter disponibilidade para participar da
entrevista pessoalmente.
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A prerrogativa de desenvolver essas entrevistas pessoalmente buscava uma interação
maior com os participantes deste estudo, com objetivo de se extrair, durante a conversa,
os aspectos mais relevantes de sua vivência profissional de forma a contribuir com o
desenvolvimento da dissertação. Desse modo, nos encontros pessoais, o diálogo teve a
possibilidade de se manifestar da forma como Buber (2004) propõe, considerando
efetivamente a reciprocidade e se estabelecendo verdadeiramente na presença, no
encontro. Concordamos que “é na contemplação de um face-a-face, que o ser se revela a
quem o quer conhecer” (BUBER, 2004, p.47).
A aplicação de roteiro, assim sendo, pôde ser ampliada com a abertura ao diálogo e
desprendimento corporativo que todos os entrevistados demonstraram, a despeito da
sensibilidade do tema, tendo funcionado a figura do pesquisador como a de um
facilitador e investigador.
3 O campo: encontros dialógicos
A obra de Martin Buber (2004, 2009) acerca do diálogo nos permite entender o
processo de pesquisa de campo deste trabalho. Desde a seleção dos entrevistados que
atendiam aos critérios previamente definidos, buscou-se, ainda que indiretamente,
identificar profissionais que tivessem – mais do que disponibilidade de tempo –
disposição para dialogar e trocar ideias sobre o fazer do seu trabalho. Considerou-se,
desde o desenvolvimento do projeto de pesquisa, que o encontro entre pesquisador e
entrevistado seria crucial para o levantamento de informações.
Foram realizados dez encontros com dez diferentes profissionais de comunicação
enquadrados no perfil do objeto definido. Na lógica do proposto por Buber (2004, 2009)
em suas obras sobre o diálogo, a presença do pesquisador na realização da entrevista
pessoalmente (sem meios ou interposições) permitiu a criação de uma relação de
reciprocidade, a partir de um interesse genuíno sobre a realidade do outro.
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Na dissertação, optou-se por manter em sigilo o nome do profissional e da empresa em
que atua para, assim, dar ainda mais liberdade de fala sobre sua realidade, sem que a
iminência de publicação do conteúdo cerceasse sua fala franca e transparente. Ao
concordar com Mansi (2014) de que “nossa visão de mundo é tecida a partir das
experiências vivenciadas”, apresentamos os dez entrevistados na pesquisa de campo.
Tabela 1 – especialistas entrevistados
Entrevistada 1 Mulher de 29 anos com formação em Relações Públicas.
Coordenadora de comunicação em uma indústria multinacional
alimentícia com sede em São Paulo e com mais de 22 mil
empregados atuando no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia um ano,
sempre no mesmo cargo.
Entrevistado 2 Homem de 32 anos com formação em jornalismo.
Gerente de comunicação em indústria multinacional de bens de
consumo com sede em São Paulo e com mais de 550 empregados
atuando no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia seis meses,
sempre no mesmo cargo.
Entrevistada 3 Mulher de 30 anos, com formação em jornalismo. Coordenadora de
comunicação em indústria multinacional de papel e celulose com
sede em São Paulo e com mais de 17 mil empregados atuando no
Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia um ano,
sempre no mesmo cargo.
Entrevistado 4 Homem de 32 anos, com formação em Relações Públicas.
Gerente de comunicação de indústria química multinacional com
sede em São Paulo e com mais de quatro mil empregados atuando
no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia cinco anos, os
últimos dois no cargo descrito.
Entrevistada 5 Mulher de 45 anos, com formação em Relações Públicas.
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Coordenadora de comunicação de indústria multinacional
farmacêutica com sede em São Paulo e com mais de dois mil
empregados atuando no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia dois anos
sempre no mesmo cargo.
Entrevistada 6 Mulher de 29 anos, com formação em Relações Públicas.
Coordenadora de comunicação de indústria multinacional
farmacêutica com sede em São Paulo e com dois mil empregados
atuando no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia dois anos, o
último no cargo descrito.
Entrevistada 7 Mulher de 33 anos com formação em Relações Públicas.
Gerente de comunicação em uma indústria multinacional de
infraestrutura com sede em São Paulo e com mais de nove mil
empregados atuando no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia um ano e seis
meses, sempre no mesmo cargo.
Entrevistada 8 Mulher de 30 anos, com formação em Relações Públicas.
Coordenadora de comunicação de indústria de mineração com sede
em São Paulo e com mais de dois mil empregados atuando no
Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia dois anos,
sempre no mesmo cargo.
Entrevistado 9 Homem de 29 anos, com formação em Relações Públicas.
Gerente de comunicação de indústria de autopeças multinacional
com sede em São Paulo e com mais de 12 mil empregados atuando
no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia cinco anos, os
últimos dois no cargo descrito.
Entrevistado 10 Homem de 32 anos, com formação em publicidade e propaganda.
Gerente de comunicação de indústria multinacional de embalagem
com sede em São Paulo e com mais de cinco empregados atuando
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no Brasil.
No momento da entrevista, estava na empresa havia um ano,
sempre no mesmo cargo.
As entrevistas com os profissionais foram realizadas no período de outubro de 2014 a
julho de 2015, de acordo com a disponibilidade do entrevistado e gravadas para futura
transcrição. Premissa deste processo foi que as entrevistas ocorressem fora do ambiente
de trabalho do entrevistado, para dar conforto de fala e criar um ambiente de
desvinculação às obrigações junto a seu empregador. Assim, ocorreram em restaurantes
e cafés, com o objetivo de minimizar as tendências naturais de o entrevistado ficar
hesitante e defensivo, conforme salienta Gaskell (2011). Como propõe o próprio autor,
buscamos “deixar o entrevistado à vontade e estabelecer uma relação de confiança e
segurança [...] por um encorajamento verbal ou não verbal, [...] [adotando] o papel de
um conselheiro” (GASKELL, 2011, p. 74-75).
As entrevistas foram realizadas a parir de um roteiro semiestruturado, dividido em
quatro grandes frentes de investigação: perfil do entrevistado; estrutura da área de
comunicação; desenvolvimento do trabalho; produção de conteúdo corporativo. Com a
técnica da entrevista individual buscou-se a possibilidade de explorar a vivência do
profissional e sua cosmovisão (GASKELL, 2011). Buscou-se, portanto, dessa maneira,
criar um ambiente de compreensão que estivesse para além do simples levantamento de
informações.
Entendendo, como alerta Morin (2011b), que a comunicação, por si só, não garante a
compreensão, pois esta “comporta um conhecimento de sujeito a sujeito [...]. Inclui,
necessariamente, um processo de empatia, de identificação e de projeção [...] pede
abertura, simpatia e generosidade” (MORIN, 2011b, p. 82). Não é difícil criar relação
com o que Buber defende acerca do diálogo, quando afirma que “relação é
reciprocidade” (BUBER, 2004, p.18).
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Neste sentido, cada entrevista teve particularidades na sua condução, já que, em vez da
aplicação de um questionário fechado, optou-se pelo diálogo como forma de buscar
compreensão, assim, estabelecer uma “ideia de nexos, vínculos, de tecer e entretecer”
(KÜNSCH, 2008, p. 51). Ou ainda, como afirma Martino, “o reconhecimento da
validade da alteridade das narrativas de conhecimento do outro” (MARTINO, 2014, p.
29).
Depois de realizadas, todas as gravações das entrevistas foram transcritas, com o
objetivo de analisá-las profundamente. Para Gaskell, “o objetivo amplo da análise é
procurar sentidos e compreensão” (GASKELL, 2011, p. 85). Novamente recorremos a
Morin para ampliar o sentido de compreensão para além do literal, entendendo-o como
“um tipo de conhecimento que necessita de uma relação subjetiva com o Outro, de
simpatia, o que é favorecido, talvez, pela projeção, pela identificação” (MORIN, 2003,
p. 8).
Assim, o processo de análise das transcrições das gravações feitas das dez entrevistas
foi uma revisita ao ponto de vista dos entrevistados com vistas a reconhecer pontos em
comum e pontos divergentes a partir de uma nova inserção em suas realidades, dessa
vez, não pelo diálogo, mas pela releitura do diálogo por meio de uma imersão no corpus
do texto (GASKELL, 2011).
Considerações finais
Acreditamos, como defende Maffesoli, que “toda ideologia é necessariamente orgânica”
(MAFFESOLI, 2007, p. 85). Por isso, entendemos que proposições já bastante
estudadas, como o processo de identificação do sujeito (HALL 2014a, 2014b) ou a
imaterialidade do trabalho (GORZ, 2005) têm a possibilidade de ganhar novos olhares e
novas abordagens. Especialmente quando analisadas e compreendidas à luz da realidade
de determinado grupo social, como se propõe neste trabalho. Assim, buscamos gerar
conhecimento, este entendido como “o resultado da organização da informação”
(MORIN, 2003, p. 8).
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Considerar o pensamento complexo, como nos convida Morin (2003, 2011a), é aceitar
que as teorias não se esgotam em si. Esse reconhecimento dá ao pesquisador, ao mesmo
tempo que uma incerteza sobre sua produção – esta, defendida pelo sociólogo francês
como parte natural da existência humana –, uma esperança de que poderá trazer
contribuições efetivas para futuros estudos, considerando a compreensão de diferentes
teorias e pontos de vista sobre um determinado assunto. Afinal, como afirma Maffesoli,
concordamos que “estaríamos errados se acreditássemos que construções intelectuais,
tão ‘geniais’ quanto o forem, brotam espontaneamente no cérebro de um indivíduo”
(MAFFESOLI, 2007, p. 85).
Buscamos, por meio deste ensaio, relatar o processo de pesquisa e os desafios de
conhecer o contexto social a partir da leitura de renomados autores e encontrar os
caminhos metodológicos de compreendê-lo na perspectiva de um grupo específico. Para
isso, o diálogo, em um processo formal de pesquisa de campo, foi essencial no sentido
de levantar percepções da realidade sob a ótica de dez profissionais que se dispuseram a
compartilhar sua experiência. A compreensão como método, neste sentido, se tornou
fundamental.
Desta maneira, a pesquisa de campo desenvolvida a partir de entrevistas dialógicas
viabilizou a construção de um novo olhar para consagradas teorias (HALL, 2014a,
2014b; GORZ, 2005; BAUMAN, 2001, 2005). Ao considerarmos os conceitos tratados
nessa dissertação na perspectiva do profissional de comunicação pesquisado, jogamos
luz sobre uma nova forma de entendimento e de compreensão, reconhecendo que
“diante da complexa unidade da realidade, conceitos podem dialogar” (MARTINO,
2014, p. 29).
Referências
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