relação entre estágio de informatização e orientação para ... · o cliente nas empresas de...

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UNNERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPE MÁRCJA CRISTINA DE ALBUQUERQUE WENDLG Relação entre Estágio de Informatização e Orientação para o Cliente nas Empresas de Serviços do Rio Grande do Sul MESADO EM ADMINISTRAÇÃO ORIENTADOR: PROF. FREDERICO A. DE CARVALHO Rio de Janei, 1997

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UNNERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

COPPEAD

MÁRCJA CRISTINA DE ALBUQUERQUE WENDLING

Relação entre Estágio de Informatização e Orientação para o Cliente nas Empresas de Serviços do Rio Grande

do Sul

MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

ORIENTADOR: PROF. FREDERICO A. DE CARVALHO

Rio de Janeiro, 1997

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RELAçÃO ENTRE ESTÁGIO DE INFORMATIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA O

CLIENTE NAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DO RIO GRANDE DO SUL

MÁRCIA CRISTINA DE ALBUQUERQUE WENDLlNG

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INS1ITlITO DE PESQUISA E PÓS­

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PAR1E DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA OBTENÇÃO DO

GRAU DE MESTRE.

Aprovada por:

� ..

Prof. Frederico A. de Carvalho Presidente

RIO DE JANEIRO, RI - BRASIL MARÇO, 1997

(

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FICHA CATALOGRÁFICA

Wendling, Márcia Cristina de Albuquerque

Relação entre Estágio de Informatização e Orientação para

o Cliente nas Empresas de Serviços do Rio Grande do Sul I

Márcia Cristina de Albuquerque Wendling. Rio de Janeiro:

COPPEAD, 1 997.

ix, 127p. il.

Dissertação - Universidade Federal do Rio de Janeiro,

COPPEAD.

1 - Tecnologia de Informação. 2- Estratégia Empresarial. 3-

Tese (Mestr. - COPPEADIUFRJ). I - Título.

iH

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Para Silvio e Maria José

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"Nada estimo mais, entre todas as coisas que não estão

em meu poder, do que contrair uma aliança de amizade

com homens que amem sinceramente a verdade"

Espinoza

v

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AGRADECIMENTOS

Ao CNPq e Capes por terem me financiado durante o período de dedicação

exclusiva ao curso de mestrado.

À Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo apoio para a realização desse

trabalho.

Ao corpo docente, funcionários e colegas do COPPEAD que partilharam comigo

esse período de minha vida.

À Maria Aparecida Portugal e Vera Lúcia Ponthé Rosalvo por sua disposição para

ajudar.

Ao Prof. Luís Roque Kleríng por ter cedido os dados para a realização dessa

pesquisa.

Ao Prof. Donaldo de Souza Dias pela paciência e estímulo durante a fase preliminar

desse estudo.

Ao Prof. Frederico A. de Carvalho por sua orientação.

A minha farnilia pelo apoio constante e pela compreensão das horas ausentes para

que eu pudesse concluir esta pesquisa.

Ao Silvio por toda dedicação e carinho.

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RESUMO DA TESE APRESENTADA À COPPEADIUFRJ COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Sc.).

RELAÇÃO ENTRE ESTÁGIO DE INFORMATIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE NAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DO RIO GRANDE DO SID,

MÁRCIA CRISTINA DE ALBUQUERQUE WENDLING MARÇ0/1997

ORIENTADOR : PROF. FREDERICO A. DE CARVALHO PROGRAMA : ADMINISTRAÇÃO

O objetivo desse trabalho é investigar o uso das tecnologias de informações para apoiar as estratégias de negócio. Mais especificamente, será investigada a relação existente entre o estágio de informatização e a orientação para o cliente nas empresas de serviço. Esse estudo é uma continuidade da tese de doutorado do Prof. Luiz Roque Klering ( 1994), cujo título é "Relação entre Estágios de Informatização e Padrões de Comportamento Administrativo em Organizações Brasileiras".

A pesquisa baseia-se na análise de padrões de comportamento administrativos relacionados com a implementação do conceito de marketing nas empresas, e na análise do uso da tecnologia de informação como viabilizadora de estratégias de negócio.

A amostra de dados foi selecionada em função dos dados cedidos por Klering ( 1994), destacando-se os respondentes com cargo de chefia em empresas privadas de serviço e comércio.

Os resultados obtidos mostram que a maneira como as empresas de serviços estão informatizando as suas empresas não está relacionada com o aumento da orientação para o cliente; pelo contrário, quanto maior o estágio de informatização, menor é o controle de qualidade dos serviços e menor a orientação para o cliente nas empresas de serviços. A variável estágio de informatização relaciona-se negativamente com a variável controle de qualidade do serviço, e também encontra-se baixa significância na correlação entre nível de informatização e a variável orientação para o cliente. Esse resultado pode ser um indício de que a variável estágio de informatização esteja mais relacionada com a melhoria dos controles internos, em detrimento da monitorização da satisfação do cliente (controle da qualidade do serviço).

Após análise dos resultados faz-se um resumo das contribuições da pesquisa e sugestões para outros estudos.

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ABSTRACT OF THESIS PRESENTED TO COPPEADIUFRJ AS PARTIAL FULFILLMENT OF THE REQUIREMENTS FOR THE DEGREE OF MAS TER OF SCIENCE (M.Sc).

RELACÃO ENTRE ESTÁGIO DE INFORMATIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO PARA O CLIENTE NAS EMPRESAS DE SERVIÇOS DO RIO GRA�E DO SUL

CHAIRMAN PROGRAM

MÁRCIA CRISTINA DE ALBUQUERQUE WENDLING MARCHl1997

: PROF. FREDERICO A. DE CARVALHO : ADMINISTRATION

The main goal of this work is to investigate the use of information technologies to support business strategies. Mainly, we will be studying the relationship between the stages of informatization and customer orientation in service companies. This study is a continuity to professor Luiz Roque Klering's doctorate thesis (1 994) whose titie is "Relação entre Estágios de Informatização e Padrões de Comportamento Administrativo em Organizações Brasileiras".

This research is based on the analysis of administrative behavioral patterns related to the implementation ofthe concept ofmarketing in the companies, and the analysis ofthe use of information technology as an enhancer of business strategies.

The research sample was based on material made available by Klering (1 994), with special emphasis on managers in private companies dealing in commerce or rendering services to third parties.

The results showed that the way services companies are being informatization is not related to the levei of customer orientation, otherwise it shows that the greater the stage of informatization the lesser the control quality of services and lesser the leveI of customer orientation. The relation between the variables "informatization stage" and "service quality control" is negative, and low significance is found in the correlation between the stage of informatization and customer orientation. This result may be an indication that the variable "stage of informatization" is more c10sely related to improving internai controls than to monitoring customer satisfaction in services companies (service quality control).

Afier analysing the results, the contributions derived from this study are summarized and foIlow up studies are suggested.

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S UMÁRIO

I N TR O D U Ç Ã O ................................................................................................................................... 1 Organização do Estudo .............. ................................................................................................................. 3

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................................ 4 1. J Considerações iniciais ................................................................................................................... .4 1.2 Orientação para o cliente/mercado ................................................................................................. 7 1.3 Cultura organizacional. ................................................................................................................. 10 1.4 Cultura de informação .................................................................................................................. 21 1.5 A tecnologia de informação (TI) .................................................................................................. 29 1.6 Estágios de informatização ........................................................................................................... 32 1.7 Características das empresas de serviços ...................................................................................... 43 1.8 A informação nas empresas de serviços ...................................................................................... .49

2 METODOLOG IA DA PESQUISA ....................................................................................................... 54 2.1 O modelo de estudo ...................................................................................................................... 56 2. 1 . 1 Perguntas d a pesquisa ................................................................................................................... 56 2.1.2 A coleta de dados ....................................................... .................................................................. 57 2.1.3 Seleção da amostra de dados .................................................. . ..................................................... 60 2.1.4 Estruturação do modelo de estudo ............................................................................................... 63

3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQffiSA ................................................................................ 66 3. 1 Caracterização da amostra de dados ............................................................................................. 66 3.2 Limitações do estudo .................................................................................................................... 73 3.3 Descrição dos resultados a\cançados ............................................................................................ 75 3.3.1 Validação do instrumento de pesquisa para medir o constructo Posicionamento de uma

Empresa . ....................................................................................................................................... 76 3.3.2 Análise fatorial das variáveis ambientais ...................................................................................... 77 3.3.3 Análise de correlação do fator Orientação para o Cliente com a variável Estágio de

I nfomzatização Expandido ........................................................................................................... 80 3.3.4 Validação do instrumento de pesquisa para medir o constructo Natureza da Realidade . ........... 8 1 3.3.5 Análise Fatorial das variáveis associadas à Natureza da Realidade ............................................. 82 3.3.6 Análise de correlação com a varíável Estágio de Informatização Expandido .............................. 85 3.3.7 Análise de correlação das variáveis Orientação para o Cliente e Controle de Qualidade do

Serviço . ......................................................................................................................................... 85 3.4 Análise geral dos resultados ......................................................................................................... 86

4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. 90

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 95

ANEXO 1 - Questionários da pesquisa ................................................................................................... 103

ANEXO 2 - Questões utilizadas no modelo de estudo ........................................................................... 121

ANEXO 3 - Outras características dos respondentes ............................................................................ 125

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INTRODUÇÃO

Essa pesquisa é motivada pela impressão, adquirida durante cinco anos de trabalho

como analista de sistemas, de que as empresas poderiam obter um ganho de

produtividade/competitividade muito maIOr do que elas estavam conseguindo com os

sistemas de informações existentes.

A informação é raramente tratada como um recurso que deve ser administrado, sej a

por desconhecimento do assunto, ou seja porque pouco tempo é dedicado para a análise da

mesma. Apesar de a maioria dos profissionais ter consciência de que lidam com

informações, poucos conhecem ou controlam os fluxos de informações que envolvem suas

atividades.

Sabe-se que a própria divisão do trabalho e a estrutura funcional hierárquica

favorecem essa alienação do processo de negócio, dificultando a articulação de ações

organizacionais para atender as mudanças do mercado, e influenciando na elaboração dos

sistemas de informações.

Segundo Eccles (1991), os sistemas de informações de uma empresa estão bastantes

relacionados à estrutura organizacional, sendo importante fonte de poder dentro da

empresa. Além disso, a maneira como as empresas administram esses recursos depende da

estratégia de negócio adotada.

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Acredita-se que quanto mais competitivo for o mercado, mais rapidamente as

empresas precisarão processar as informações, investindo mais nos recursos de

informática. No entanto, sem uma análise prévia dos fatores críticos de sucesso, acabam

gastando dinheiro em novas tecnologias, e utilizando-as em procedimentos que agregam

pouco valor ao negócio.

o objetivo desse trabalho é encontrar uma medida quantitativa da relação entre a

estratégia do negócio , em termos de orientação para o cliente, e o nível de informatização

da empresa.

Tendo em vista a mudança dos paradigmas nacionais, decorrente da abertura do

mercado brasileiro, verifica-se que as empresas precisarão adequar suas estratégias de

atuação à nova realidade. Ao analisar o relacionamento entre sistemas de informações e

orientação para o cliente o presente estudo estará desenvolvendo uma metodologia de

apoio à análise da situação competitiva das empresas brasileiras, dado que a maneira como

as empresas processam suas informações é um reflexo da sua estratégia competitiva, e que,

com o aumento das ofertas, cada vez mais as empresas precisarão empenhar-se para

conquistar e manter os seus clientes.

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Organização do Estudo

Após esta introdução, em que se procura justificar a importância e apresentar os

objetivos do trabalho, o capítulo 1 expõe a revisão bibliográfica, com a descrição do

material básico desta pesquisa e uma revisão conceitual do tema abordado. O capítulo 2,

descreve a metodologia utilizada, e traz as hipóteses a serem testadas. No capítulo três

estão os resultados empíricos. O capítulo quatro conclui o trabalho.

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 ConsideraçÕes iniciais

Antes de analisannos o comportamento administrativo de uma empresa, é

importante que seja definido o que venham a ser os objetivos e as estratégias de uma

organização. Segundo Anthony & Dearden (1984), os objetivos de uma organização

indicam o que ela pretende alcançar ou atingir; e as estratégias indicam o caminho que a

empresa pretende seguir para atingir os objetivos. "Uma estratégia irá indicar os tipos de

produtos ou serviços que serão comercializados, os recursos e tecnologias que serão

utilizados na produção, a metodologia para coordenar esforços e os planos que devem ser

implantados para um desempenho eficiente e efetivo, e tipos de ações que devem ser

tomadas. Uma estratégia inclui tanto a formulação como a implantação da mesma"(p.1 03).

A definição de Anthony & Dearden sobre estratégia é bem abrangente, englobando

tanto estratégias competitivas, como de controle organizacional. Geralmente, as estratégias

competitivas estão relacionadas ao posicionamento das empresas, e as estratégias de

controle organizacional às mudanças organizacionais necessárias à capacitação da empresa

na implementação das suas estratégias competitivas.

Para Galbraith (1974), as estratégias de controle organizacional devem mudar

conforme a organização enfrenta maior incerteza, pois o volume de informações que

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devem ser processadas entre os tomadores de decisões aumenta, para um determinado nível

de desempenho, levando a organização a optar entre duas estratégias básicas:

(I) estratégia de reduzir a necessidade de processamento de informações, criando

folgas de recursos ou unidades autônomas;

(2) estratégia de aumentar a capacidade de processamento de informação, investindo

em sistemas de informações verticais ou criando relações laterais.

"Caso ela não escolha conscientemente nenhuma estratégia, então a estratégia de

padrões de desempenho reduzidos (folga de recursos) ocorrerá automaticamente. As

exigências de informações das tarefas e a capacidade organizacional de processar

informações são sempre equiparadas. Se a organização não equipará-las conscientemente,

um desempenho reduzido através de estouros de orçamento, estouros de programações irá

ocorrer de modo a produzir a igualdade"(Galbraith ,1974, p . 12-13).

Segundo Porter (1989, p. 1-3), a estratégia competitiva visa estabelecer uma

posição lucrativa e sustentável em função de cinco forças competitivas: a entrada de novos

concorrentes, a ameaça de substitutos, o poder de negociação dos compradores, o poder de

negociação dos fornecedores, e a rivalidade entre os concorrentes existentes. Portanto,

mesmo que as empresas tenham objetivos bem definidos, é fator condicionante de sucesso

de uma estratégia a análise dos fatores externos. Conseqüentemente, quanto mais

freqüentes forem as mudanças no ambiente competitivo, maior será a necessidade de as

empresas constantemente reavaliarem suas estratégias.

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Segundo Stalk, Evans & Shulman (1992), "quando a economia era relativamente

estática, a estratégia podia ser estática. Num mundo caracterizado por produtos duráveis,

necessidades dos consumidores estáticas, mercados nacionais e regionais bem definidos, e

competidores claramente identificados, a competição era "uma guerra por uma posição"

onde as empresas ocupavam o espaço competitivo como as peças de um jogo de xadrez,

construindo e defendendo o seu mar/rel share com produtos e segmentos de mercado bem

definidos ..... Porém, com a redução cada vez maior do ciclo de vida dos produtos, dominar

o segmento de mercado de um produto já existente torna-se menos importante do que a

capacidade de criar novos produtos e explorá-los rapidamente. Pois, conforme a

globalização derruba barreiras entre os mercados nacionais e regionais, os competidores se

multiplicam, reduzindo a parcela relativa de participação num determinado mercado

(mar/rel share). Nesse ambiente de negócio mais dinâmico, a estratégia deve tornar-se mais

dinâmica. A competição é agora uma guerra de movimentos em que o sucesso depende da

antecipação das tendências do mercado e de respostas rápidas às mudanças das

necessidades dos clientes" (p.62, tradução nossa).

Para Glazer (1991, p. 9), a tendência é que a base para a vantagem competitiva de

uma empresa esteja cada vez menos nos produtos, e cada vez mais nos relacionamentos

cultivados com um grupo de consumidores ou mercados.

A seguir serão discutidas as inter-relações entre as estratégias competitivas e as de

controle gerencial, a partir da definição dos constructos orientação para o cliente, cultura

organizacional, e cultura de informação. Posteriormente, serão discutidos o conceito e a

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importância da tecnologia da infonnação para a viabilização das estratégias, e algumas

fonnas de classificar as empresas em função da intensidade e uso desses recursos.

Finalmente, será abordada a importância da infonnação nas empresas de serviços, e seu

impacto na satisfação das necessidades dos clientes.

1.2 Orientação para o cliente/mercado

Segundo Peter Drucker (1984, citado por Deshpandé, Farley & Webster Jr, 1993,

p.28), "existe apenas uma definição válida para o propósito de um negócio: a criação de um

cliente . .. É o cliente que detennina o que o negócio é ... ".

Porter (1989, p.7) amplia o conceito discutido por Drucker, lembrando que "os

compradores precisam estar dispostos a pagar um preço por um produto acima de seu custo

de produção, ou uma indústria não sobreviverá a longo prazo". Por isso, em qualquer

empreendimento comercial, a satisfação das necessidades do comprador é um pré-requisito

para a viabilidade de uma indústria e das empresas dentro dela.

Nota-se que a administração de um negócio está relacionada à capacidade da

empresa de atrair e manter clientes, ou seja, ao conceito de marketing. Onde o conceito de

marketing é definido por McNamara (1972, p.71), citado por Kohli & Jaworski (1990,

p.3), como:

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"uma filosofia de gerenciamento do negócio, baseada numa abrangente

visão corporativa da necessidade da orientação para o cliente,

necessidade da orientação para o lucro, e reconhecimento do importante

papel do marketing na comunicação das necessidades do mercado para

todos os departamentos corporativos".

8

Para Kohli & Jaworski (1990, p.3), o foco no cliente e a coordenação de marketing

são os principais objetivos embutidos no conceito de marketing, sendo a rentabilidade

muito mais uma conseqüência da adoção desse conceito do que um propósito

independente. Segundo os autores, o maiOr desafio de todas as empresas é o

desenvolvimento de definições operacionais para o conceito de marketing, transformando

filosofia em prática, ou seja, desenvolvendo a orientação para o mercado. O elemento

central da orientação para o mercado é o foco no cliente, "consistindo em clllilr

infonnações dos clientes sobre suas necessidades e preferências, e também tomar decisões

baseadas na inteligência do mercado, não só nas opiniões dos clientes"(p.3).

A inteligência de mercado além de estar relacionada às necessidades e preferências

dos clientes, ela inclui a análise de como essas necessidades podem ser afetadas por fatores

exógenos, tais como regulamentações governamentais, tecnologia, concorrentes etc. Em

outras palavras, está implícita, no conceito de inteligência de mercado, a atividade de

busca de infOrmações nas empresas. Na verdade, uma parte relevante da ação de marketing

é a obtenção da informação, sejam informações relacionadas à posição competitiva das

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empresas em relação aos concorrentes, sejam informações a respeito do nível de satisfação

dos clientes com produtos ou serviços.

De acordo com Kohli & Jaworski (1990, p.3), o conceito de coordenação de

marketing se refere à dificuldade de coordenar departamentos distintos de modo que os

mesmos identifiquem as necessidades dos clientes, e respondam consistentemente a essas

necessidades, ou seja, o conceito está associado à operacionalização da idéia de orientação

para o mercado que consiste de:

"O envolvimento de toda a organização na geração, disseminação, e

resposta para a inteligência do mercado" (p.3).

Segundo os autores (p.l5), a orientação para o mercado pode ser ou não muito desejável

para um negócio: tudo dependerá da natureza dos fatores relacionados à oferta e procura.

Por exemplo, uma empresa com monopólio em um mercado pode ter uma boa

lucratividade, independentemente de adaptar-se às mudanças de preferências de seus

consumidores.

De acordo com Deshpandé, Farley & Webster (1993), o planejamento estratégico

de uma empresa também deve estar voltado para questões tais como orientação para o

cliente e inovação. Na verdade, os termos orientação para o cliente e para o mercado são

sinônimos e podem ser tomados como:

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"Um conjunto de crenças que colocam os interesses dos clientes em

primeiro lugar, apesar de não excluir os interesses dos acionistas,

gerentes e empregados, de desenvolver um cenário de prosperidade no

longo prazo" (p.27) .

10

Para os autores, a orientação para o cliente é uma parte de toda a cultura

organizacional, porém uma parte muito mais fundamental. Em princípio, toda empresa é

orientada para o cliente, variando apenas o nível de orientação, "pois nenhuma firma pode

ignorar os clientes completamente, e uma completa orientação para o cliente do ponto de

vista do cliente é provavelmente não alcançável e nem economicamente desejável"

(Narver e Slater ,1990, citados por Deshpandé, Farley & Webster, I 993, p.32).

1.3 Cultura organizacional

Utilizando o enfoque da teoria cognítiva da organização - que associa o

funcionamento da organízação ao processamento de informações, e visualiza a informação

como o sistema de conhecimento da organização - Deshpandé, Farley & Webster Jr (1993,

p.27) alertam que apenas obter informações sobre as necessidades atuais e potenciais dos

clientes, sem levar em consideração os valores e crenças que podem estimular tal

orientação para o cliente e influenciar toda a organízação, será ineficaz.

Segundo Kohli & Jaworski (1990), a visualização da organização como um sistema

de processamento de informação é muito útil para entender a orientação para o mercado,

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porque a discussão desse tópico está relacionada - se não explícita, mas implicitamente - à

forma como as informações são processadas dentro da organização. Esses autores destacam

alguns antecedentes organizacionais que podem estimular, ou impedir, a implementação da

filosofia de negócio representada pelo conceito de marketing (p.6-12), a saber

(I ) fatores relacionados à alta gerência

a) communication-action gap

b) aversão ao risco

(2) dinâmica interdepartamental

a) conflitos interdepartamentais

b) comunicação entre os departamentos

(3) sistemas organizacionais

a) formalidades - normas, procedimentos, hierarquias, sanções

b) centralização - grau de delegação de poder

c) estrutura departamental ou especialização

d) sistemas de avaliação de desempenho e recompensas

No grupo de antecedentes relacionados à alta gerência, Webster (1988), citado por

Kohli & Jaworski (p.7), afirma que a orientação para o mercado começa com a alta

gerência, e os valores e crenças relacionados à orientação para o cliente são

responsabilidades exclusivas da alta gerência. Os executivos devem estabelecer claramente

os valores e crenças a respeito de como um cliente deve ser tratado. Em outras palavras, o

engajamento da alta gerência é um pré-requisito essencial para a orientação para o

mercado. Segundo Argyris (1966, citado pelos autores acima, p.7), porém, é comum

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existir uma diferença entre os valores comunicados e o comportamento dos executivos

seniors (communication-action gap). Por exemplo, a alta gerência pode comunicar que a

empresa está orientada para o cliente e, ao mesmo tempo, cortar verbas destinadas a

pesquisas de mercado. Se a diferença entre o que é falado e desejado é consistente ao longo

do tempo, os gerentes operacionais podem inferir qual o verdadeiro desejo da alta

administração. Em contrapartida, se essa diferença não é consistente ao longo do tempo,

isso gera uma ambigüidade com relação aos esforços e recursos que devem ser alocados

para tarefas orientadas para o mercado: quanto maior for a ambigüidade em relação ao

desejo da organização de ser orientada para o mercado, menor será a sua orientação.

Segundo Kohli & Jaworski (p.8), ser orientado para o mercado envolve risco, pois

responder às mudanças nas necessidades do mercado corresponde a introduzir inovações

nos produtos e serviços, modificando as ofertas e as programações, e conseqüentemente,

gerando incerteza sobre o desempenho das novas ofertas. Assim, ser orientado para o

mercado não implica em segurança, pois a empresa está correndo risco, tem que investir

nas suas idéias.

Portanto, dependendo do quanto a alta administração desejar correr riscos, e da sua

tolerància aos possíveis fracassos das novas ofertas, maior ou menor será o engajamento

dos gerentes operacionais no sentido de propor e introduzir novas ofertas em resposta às

necessidades dos clientes. Em outras palavras, quanto maior for a aversão ao risco dos

executivos seniors, menor será a orientação para o mercado da organização.

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Com relação ao segundo grupo de antecedentes citados - a dinâmica

interdepartamental nas empresas - os autores identificaram que quanto menores os conflitos

interdepartamentais e quanto maior o nível de conhecimento e de envolvimento entre

pessoas de departamentos distintos, maior será a orientação para o cliente, pois o tempo de

resposta para atender as necessidades do cliente será menor. Nesse ponto vale destacar que

a orientação para o mercado é baseada no comprometimento dos departamentos e dos

indivíduos com a satisfação das necessidades dos clientes, o que implica na substituição da

visão estritamente funcional (vendas, financeiro, produção, estoque ... ) pela visão do

processo de atendimento ao cliente como um todo. Na estrutura funcional, é comum haver

conflitos inter-funcionais, pois os especialistas trazem consigo os desvios de

especialidades, ou miopia funcional, tendo dificuldades de adaptação quando as mudanças

são necessárias. Portanto, para possibilitar e facilitar o foco da organização no atendimento

das exigências dos clientes, serão necessárias mudanças organizacionais que integrem os

departamentos através de objetivos comuns.

Com relação ao grupo de antecedentes relacionados aos sistemas organizacionais,

Kohli & Jaworski, interpretando a orientação para o mercado como uma forma de

comportamento inovador da organização e utilizando conceitos de Zaltman, Ducam &

Holbeck (1973), dividiram a orientação para o mercado em dois estágios:

(1) estágio inicial - processo de conhecimento das necessidades dos clientes e

tomada de decisão;

(2) estágio da implementação - realização da decisão tomada.

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Esses autores concluíram que, enquanto as variáveis associadas à estrutura departamental,

formalidade e centralização podem inibir o estágio inicial do comportamento inovador,

pois dificultam o fluxo de informações entre as áreas, elas podem facilitar o estágio de

implementação das soluções encontradas. Portanto, é importante que as empresas tomem

consciência da dificuldade de elaboração de um projeto organizacional que atenda a todos

os requisitos de um comportamento inovador, adotando estruturas mais dinâmicas e

adaptáveis aos vários estágios do comportamento inovador.

o último dos antecedentes, relacionado por Kohli & J aworski (1990), diz respeito à

maneira como os gerentes são avaliados e recompensados, ou seja, ao sistema de avaliação

e desempenho das organizações. Segundo Webster (1988, p.38), citado pelos autores

(p. l 2), "a chave para desenvolver a orientação para o mercado, um negócio orientado para

o cliente, está em como os gerentes são avaliados e recompensados".

Eccles (1991) reforça essa idéia, e alerta para a importância de associar as medidas

de desempenho aos critérios de recompensa dos executivos, pois apenas criar medidas de

desempenho voltadas para o cliente não garante que elas terão a mesma importância na

determinação de estratégias, promoções e bônus do que as medidas financeiras.

Dentre os antecedentes relacionados por Kohli & Jaworski, podemos verificar que

os aspectos relacionados com a alta gerência são os mais dificeis de mudar, pois estão

relacionados com crenças, valores e comportamentos, ou seja, dizem respeito à cultura

organizacional. Já os antecedentes relacionados aos sistemas organizacionais e à estrutura

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departamental estão associados às práticas organizacionais, sendo maIS facilmente

administrados de acordo com os interesses da empresa,

De acordo com Schein (1984, p.3) a cultura organizacional é:

"um padrão de premissas que um dado grupo inventou, descobriu ou

desenvolveu no aprendizado para a solução dos problemas externos de

adaptação ou internos de integração e que vêm tendo um desempenho

suficientemente bom para ser considerado válido, e, portanto, para ser

ensinado aos novos membros como a maneira correta de perceber,

pensar, e sentir em relação a esses problemas ",

Em outros termos, a cultura é uma forma de solução para os problemas que o grupo

encontrou, servindo para estabilizar o ambiente interno e externo da organização,

Uma outra definição de cultura, sintetizada por Deshpandé & Webster Jr (1989, p,4)

após a análise de estudos sobre comportamento organizacional, sociologia e antropologia, é

a seguinte:

"a cultura é o conjunto de crenças e valores compartilhados pelos

indivíduos que ajudam-nos a entender o funcionamento da organização e

também a ajustar-se às normas de comportamento da empresa ",

Assim, a cultura ajuda os indivíduos a entenderem porque as coisas acontecem de

determinada maneira dentro da empresa, e a se adaptarem a elas, determinando padrões de

comportamento,

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Seja porque a orientação para o cliente é uma parte da cultura organizacional, ou

seja porque a cultura organizacional é um fator importante na implementação das

mudanças necessárias para atender às exigências dos clientes, é importante, para a

determinação de ações gerenciais, entender como a cultura é assimilada, transmitida e

modificada.

Segundo Simon (1972, p . l76) citado por David & Pereira Filho (1990, p. l 8), a

organização humana influencia de tal forma o comportamento, que a racionalidade pode

ser controlada sem que o indivíduo necessariamente tenha conhecimento desse fato. Schein

(1984) explica essa influência alegando que a cultura é formada por valores inconscientes,

j á incorporados nas reações dos indivíduos, que determinam como os membros da

organização percebem, pensam e sentem. Ou seja, para entender a cultura é preciso

entender as premissas bàsicas reveladas pelos comportamentos. Tais premissas são

respostas aprendidas, originadas de valores expostos, que geram comportamentos.

Conforme esses comportamentos começam a solucionar problemas, eles vão sendo

gradativamente incorporados, transformando-se numa concepção sobre o que as coisas

realmente são, e funcionando como "lentes" através das quais os indivíduos, organizações

ou sociedades interpretam:

1 . O Relacionamento com o Meio-ambiente - o relacionamento da humanidade

com a natureza é de dominação, submissão ou harmonia? A alta gerência tem

uma relação de dominação, submissão ou harmonia com o meio ambiente?

2. A Natureza da Realidade e da Verdade - regras lingüísticas e

comportamentais que definem o que é real e o que não é, o que é um fato, como a

verdade é determinada, e se a verdade é revelada ou descoberta dentro da

organização; conceitos básicos, como recursos limitados ou infinitos, e a

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propriedade, como comunitária ou individual; conceitos de tempo, como linear

ou cíclico.

3. A Natureza da Natureza Humana - concepções a respeito do que significa ser

humano e quais atributos são considerados intrinsecos ou básicos. Este grupo

está relacionado com o que McGregor caracteriza como o Lado Humano da

Empresa, que consiste num exame das suposjcões sobre motivação que os

gerentes têm. A concepção tradicional da Administração (Taylor, Fayol etc),

Teoria X, onde as pessoas são consideradas por natureza preguiçosas, evitam o

trabalho, evitam a responsabilidade, precisam ser controladas, são ingênuas, sem

iniciativa. Ou a concepção alternativa proposta por McGregor, Teoria Y, onde as

pessoas são consideradas por natureza esforçadas, trabalham naturalmente,

procuram e aceitam desafios, podem ser auto-motivadas e auto-dirigidas, são

criativas e competentes.

4. A Natureza da Atividade Humana - Qual o comportamento esperado dos

indivíduos, em função das suposições acima sobre a realidade, o meio-ambiente,

e natureza humana: ser ativo, submisso, se auto desenvolver? O que é trabalho e

o que é lazer?

5. A Natureza das Relações Humanas - Qual a maneira considerada correta das

pessoas se relacionarem umas com as outras? A vida é cooperativa ou

competitiva; individualista, colaborativa, ou comunitária; baseada na autoridade

tradicional, leis, ou carismas, ou o quê?

Segundo Schein (p.8), os elementos culturais são definidos como as maneiras

aprendidas para solucionar os problemas. "Estruturalmente, existem dois tipos de situações

de aprendizado: (1) situações positivas para a solução de problemas que produzem reforços

positivos ou negativos confonne a solução adotada funciona ou não; e (2) situações de

aversão à ansiedade, que produzem reforços positivos ou negativos em função de a solução

adotada evitar ou não a ansiedade". Se a administração quiser alterar algum elemento

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cultural, terá que entender como a cultura organizacional é composta (reconhecendo os

elementos direcionados para solucionar problemas e/ou os elementos direcionados para

reduzir a ansiedade), adotando estratégias diferenciadas para cada situação de aprendizado.

Na situação positiva de solução de problemas, as pessoas precisam de fontes de inovação

para procurarem soluções melhores para os problemas; na situação de aversão à ansiedade,

a administração precisa primeiro identificar a causa da ansiedade e demonstrar que ela não

mais existe, ou fornecer uma nova fonte de aversão. Para o autor, normalmente o processo

de descobrir novas soluções, ou desenvolver novos comportamentos, será mais um

resultado da interatividade entre os grupos e das experiências compartilhadas. Geralmente

isso acontece quando a maneira habitual de resolver os problemas não mais funciona, ou

quando ocorre uma mudança no ambiente competitivo que requer novas respostas.

Sabendo-se que a cultura é uma solução adotada pelo grupo para os problemas

encontrados, Schein (p.9) distingue dois tipos de problemas: (1) aqueles relacionados com

a adaptação externa do grupo, que são apreendidos como a missão do grupo; e (2) aqueles

relacionados com problemas internos de integração, de funcionamento do grupo como um

grupo. Com relação às soluções para os problemas externos o autor define os seguintes

estágios no processo de solução:

1 . o estabelecimento de estratégias,

2. o estabelecimento de objetivos,

3. a definição da estrutura organizacional,

4. a definição de medidas de acompanhamento de desempenho, e

5. correção - reavaliação de estratégias.

Com relação aos problemas internos de integração, o autor destaca os principais aspectos

que devem ser solucionados, por exemplo, a identificação de uma linguagem comum, a

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definição de critérios de inclusão e exclusão de elementos no grupo, a definição da

estrutura de poder , a definição do sistema de promoções.

Em outras palavras, o que toma alguma cOIsa como sendo "cultural" é sua

possibilidade de resolver problemas. "A cultura estará sempre no processo de formação,

tendo em vista que constantemente algum tipo de aprendizado será obtido no

relacionamento com o meio ambiente e na gerência de conflitos internos ... Porém, esse

processo evolucionário não altera, ou altera num ritmo bem lento, aqueles conceitos

apreendidos como elementos estáveis da vida do grupo"(p. lO). Ou seja, para entender

porque os indivíduos agem de determinada maneira, em relação algum tipo de problema, é

importante identificar as premissas básicas reveladas nos comportamentos.

Tendo em vista que a orientação para o cliente está relacionada à busca e ao

processamento de informações sobre os clientes, destacam-se as premissas relacionadas ao

relacionamento da organização com o meio ambiente, e à natureza da realidade e da

verdade para investigação no presente estudo.

Para Daft & Weick (1984), "construir interpretações sobre o ambiente é um

requerimento básico para as organizações e indivíduos. O processo de construção da

interpretação pode ser influenciado pela natureza da resposta procurada, pela característica

do ambiente, pela experiência prévia do questionador, e pelo método utilizado para a

investigação"(p.284). O processo de interpretação é dividido em três estágios: busca de

informações, entendimento do significado da informação, e aprendizado e ação

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organizacional. Esses autores definem (a) o processo de busca de informação como o

processo de monitorar o ambiente e prover os gerentes com dados ambientais, (b) o

processo de entendimento como o processo de criação de um significado para o dado, e (c)

o processo de aprendizado como o processo em que a organização desenvolve um nova

resposta ou ação baseada na interpretação dos dados. A partir disso os autores desenvolvem

um modelo para classificar as organizações de acordo com a forma como elas interpretam

as informações, utilizando-se de duas dimensões: as crenças dos gerentes a respeito do

meio ambiente, e a forma de interação das organizações com o mesmo. Os tipos de

interpretações são identificados em função de as organizações serem ativas ou passivas na

interação com o meio ambiente (busca de informações), e de acordo com suas suposições a

respeito do meio ambiente (analisável ou não). Abaixo estão relacionados os quatro modos

de interpretação identificados:

Figura 1 - Modelo de Interpretação Organizacional J

Suposição Não analisável

em Relação ao

Meio Analisável

Ambiente

Forma de Interação

Passiva Ativa

Visão Indireta Enacting

Visão Condicionada Discovering

Por exemplo, as organizações classificadas como enacting têm uma estratégia ativa

e investigadora, e geralmente constróem mercados em vez de esperar um estudo de

demanda para informá-las sobre o que produzir. Já as organizações caracterizadas como

I Fonte: "Toward a Model of Organizations as Interpretation Systems" de Richard L. Daft e Karl E. Weick, Academy ofManagement Review, 1984, v.9, n.2.

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discovering também são investigadoras, mas dão ênfase em encontrar a resposta certa já

existente num ambiente analisável. As organizações com visão condicionada se apoiam em

processos de coleta de dados rotineiros, documentos, relatórios, e sistemas de informações

que foram se desenvolvendo ao longo dos anos; o ambiente externo é interpretado como

estático e previsível. As organizações com visão indireta não têm uma atitude

investigadora, e não se baseiam em relatórios formais ou rotineiros pois o ambiente não é

visto como analisável.

Nota-se que a interação com o meio ambiente se refere à busca de informações,

enquanto que a percepção dos gerentes a respeito do meio ambiente diz respeito à forma

como essas informações serão tratadas dentro da organização.

Tendo em vista o que foi discutido até então, o processo de aprendizado

organizacional é fundamental para o entendimento das necessidades dos clientes e para

adaptação às mudanças nas regras da concorrência, sendo dependente de quão aberta e

dinâmica é a organização na seletividade de informações e na criação de novos

significados.

1.4 Cultura de informação

Segundo Goldsmith (1991), devemo-nos preocupar com a informação que precisa

ser gerada, e mais particularmente com a gerência da informação. A estratégia de

informação deve ser vista e desenvolvida como uma parte integral, e ao mesmo tempo que

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a estratégia de negócio. Para o autor deve-se discutir sempre qual informação será

necessária para apoiar a estratégia do negócio, sendo, pois, funções importantes da gerência

da informação (a) a engenharia da informação, (b) a análise dos fatores críticos de sucesso,

e (c) a análise da cadeia de valor externa e interna da organização.

"A informação é essencial para a tomada de decisão gerencial. Os gerentes

precisam da informação precisa e no tempo certo de modo a tomarem decisões a respeito

dos problemas e eventos que afetam a organização" (Daft & Macintosh, 1978, p.82).

Nota-se que, cada vez mais as empresas vêm desenvolvendo suas centrais de tele­

marketing, ou seja, vêm desenvolvendo mecanismos institucionais regulares de pesquisa do

grau de satisfação dos seus clientes com seus produtos. No entanto, conforme ressaltam

Deshpandé, Farley e Webster (1993, p.33), "simplesmente coletar essas informações não

significa que elas serão automaticamente utilizadas. Muitos estudos sugerem que aspectos

da estrutura organizacional (especialmente estruturas horizontalizadas e maIs

descentralizadas) e o próprio formato de apresentação dessas informações conduzem a uma

maior utilização de informações estratégicas".

A maioria dos autores utiliza alternativamente os termos arquitetura da infounação

e_ engenharia da informação, para designar a metodologia utilizada no tratamento e na

definição do formato da informação. Por exemplo, Goldsmith (1991, p.68), utiliza os

conceitos de James Martin sobre engenharia de informação para a identificação das

informações estratégicas, destacando dois princípios básicos:

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. a identificação das informações começa com a análise do que consiste o negócio

(metodologia top-down), não importando como ele está organizado, ou como ele funciona

atualmente .

. se os objetivos do negócio não se modificarem, então os dados que a organização

usa, e as funções que ela executa não irão modificar-se.

Já Eccles (1991 , p. l 33) utiliza o termo arquitetura da informação para as categorias

de informações necessárias para administrar um negócio; para os métodos que a empresa

utiliza para gerar as informações, e para as leis que regulam esse fluxo, destacando que em

muitas empresas o sistema contábil implicitamente define a arquitetura da informação. Para

Eccles (1991), "como parte do processo de identificação, a gerência precisa articular uma

nova gramática corporativa, e definir seu vocabulário especial . . . Como uma empresa gera

os dados de desempenho de que ela precisa, a periodicidade e a forma de disponibilização

de cada uma dessas medidas é a segunda etapa na concepção da arquitetura de informação.

Diferentemente da gramática da empresa, que deve ser razoavelmente estável, os métodos

para a geração de novas medidas de desempenho devem se desenvolver conforme a

empresa aumenta suas especialidades. A comparação histórica pode sofrer nesse processo,

mas essa é a menor perda, pois o que importa é como está o desempenho da empresa em

relação aos seus concorrentes e não em relação ao seu passado"(p . l 33-1 34).

Os sistemas de avaliação de desempenho apOlam os administradores na

mensuração dos objetivos alcançados e na monitorização da sua posição competitiva. Em

outros termos, as organizações coletam dados, transformam o dado em informação, e

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infonnação em conhecimento sobre a realidade competitiva. Logo, confonne discutido

anterionnente, a seletividade das infonnações depende das estratégias e objetivos

detenninados, e da percepção dos gerentes sobre a natureza da realidade.

Durante muitos anos, em função de regras de concorrência maIs estáveis, o

principal indicador de desempenho de uma empresa era o seu lucro anual. Com o

acirramento da concorrência, com a redução do ciclo de vida dos produtos e as rápidas

mudanças tecnológicas, cada vez mais as empresas precisam orientar-se para seus clientes,

balanceando indicadores financeiros de curto prazo com medidas de desempenho

relacionadas com atividades chaves da organização, que nonnahnente conduzem ou

indicam a rentabilidade futura da organização, ou seja, sua sobrevivência no longo prazo.

De acordo com Anthony & Dearden (1984) e Kaplan & Norton (1992), o sistema

de controle e de avaliação de desempenho têm uma forte influência no comportamento dos

gerentes e dos empregados da organização, devendo, portanto, ser projetados com muito

cuidado. Alguns objetivos são conflitantes entre si - por exemplo, redução de custos e

aumento da produtividade, e investimentos em marketing - devendo ser efetuado algum

balanceamento deles para obter uma realização satisfatória dos mesmos sem maximizar o

retorno de nenhum objetivo em detrimento de outros.

Kaplan & Norton (1992) propõem o balanced scorecard, um conjunto balanceado

de indicadores. "O balanced scorecard é composto por medidas financeiras que indicam

os resultados de ações já realizadas, e é complementado com medidas operacionais

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relacionadas à satisfação do cliente, aos processos internos, e às inovações organizacionais

e melhorias de atividades - medidas operacionais que são indicadores do futuro

desempenho financeiro . . . O balaneed seoreeard permite que os gerentes visualizem seus

negócios em função de quatro importantes perspectivas: a perspectiva do cliente, a

perspectiva interna, a perspectiva da inovação e do aprendizado organizacional, e a

perspectiva financeira" (p.71-72). De acordo com a estrutura desenvolvida por Kaplan e

Norton, uma empresa deve (a) entender as necessidades dos seus clientes, (b) orientar seus

processos internos de modo a concentrar seus esforços em atividades que agreguem valor

ao cliente, (c) estar sempre atenta às mudanças nas regras de competitividade da sua

indústria e nas preferências de seus clientes, e paralelamente (d) medir seus indicadores

financeiros.

"Os conceitos relacionados com clientes tendem a cair em quatro categorias: tempo,

qualidade, desempenho e serviço, e custo. Lead time indica o tempo gasto pela companhia

para atender às necessidades do cliente. Qualidade mede o nível de defeitos nos produtos

percebidos e medidos pelos clientes. Qualidade pode indicar também entrega pontual, a

precisão com que a empresa prevê suas entregas. A combinação das medidas de

desempenho e serviço indicam como os produtos ou serviços de uma empresa estão

contribuindo para criar valor para os clientes" (Kaplan & Norton, p.73).

"As medidas relacionadas com os clientes são importantes, mas elas devem ser

traduzidas em medidas relacionadas com o quê a empresa deve fazer internamente para

atingir as expectativas dos clientes... Os gerentes devem focalizar aquelas atividades

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criticas que possibilitarão a satisfação das necessidades dos clientes . . . . As medidas internas

para o balanced scorecard devem estar relacionadas aos processos operacionais que

tenham o maior impacto na satisfação do cliente" (Kaplan & Norton, p.74).

Verifica-se que essas medidas estão diretamente relacionadas à implementação do

conceito de oriental'ão para mercado nas empresas, ou seja, com a visão do negócio do

ponto de vista do cliente, e não como ele está organizado ou como funciona.

Segundo Kaplan & Norton, as medidas relacionadas com o cliente e com processos

internos de negócio identificam os parâmetros atuais que a empresa considera mais

importante para seu sucesso competitivo. Os indicadores de sucesso vêm, contudo,

mudando com muita freqüência, em função da intensificação da concorrência global,

requerendo que as empresas reavaliem-nos constantemente através do processo de melhoria

contínua e inovações organizacionais, aproveitando oportunidades de expansão de mercado

com a criação de novos produtos/serviços. Para tanto, são necessárias medidas que

monitorem a abrangência e a quantidade das inovações organizacionais.

"As medidas de desempenho financeiro indicam se a formulação, implementação e

execução das estratégias estão conduzindo a empresa para o caminho certo, ou seja, se

estão dando sustentação à empresa no longo prazo. " (Kaplan & Norton, p.77). Em outras

palavras, as medidas financeiras são um importante termômetro de quanto a empresa está

tirando proveito das melhorias nos processos internos, das inovações, das conquistas de

novos mercados etc.

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A estrutura de controle desenvolvida por Kaplan & Norton (1992) é baseada no

acompanhamento das estratégias e dos objetivos de uma empresa, em função de medidas

de desempenho financeiro e não fmanceiro. As medidas financeiras são mais fáceis de

apurar, pois são geradas em função de dados internos da organização, enquanto que as

medidas de qualidade e satisfação do cliente envolvem a monitorização de informações de

diferentes fontes e, em alguns casos, estão sujeitas a um grande grau de subjetividade,

exigindo maior e melhor tratamento da informação.

É importante notar que, com o aumento da abrangência das medidas de

desempenho, cada vez mais a estrutura de controle se aproxima do acompanhamento da

cadeia de valor de Porter, tanto externa, como interna, monitorando as atividades e

informações que agregam valor ao cliente.

"Uma cadeia de valor, nos termos de Porter, é a forma como os produtos ou

serviços têm o seu valor agregado. Uma cadeia de valor externa visualiza a organização no

contexto dos seus fornecedores e seus clientes, da matéria-prima até o consumidor final.

Uma cadeia de valor interna descreve como a organização adiciona valor para os produtos

ou serviços" (Goldsmith, p.70).

"O último componente da arquitetura de informação é o grupo de leis que

governam o fluxo de informação. Quem é o responsável pela maneira como as medidas são

obtidas? Quem realmente gera os dados? Quem os recebe e os analisa? Quem é o

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responsável por alterar as regras? Tendo em vista que a informação é uma importante fonte

de poder, a maneira como as empresas respondem a essas questões é bastante importante.

Quão aberta ou fechada é uma empresa afeta como os indivíduos e os grupos trabalham

entre si, assim como a relativa influência que pessoas e partes da empresa têm na direção

estratégica e gerenciamento da empresa" (Ecc1es, 1991, p.135).

Avanços na tecnologia da informação - tais como poderosas estações de trabalho,

arquiteturas abertas e banco de dados relacionais - aumentaram bastante as opções para o

fluxo da informação. A informação pode ficar centralizada na alta gerência, permitindo que

os executivos seniors tomem mais decisões do que no passado, ou a informação pode ser

distribuída, para aumentar as responsabilidades nas tomadas de decisões em todos os

níveis.

Para Glazer (1991), conforme os produtos e serviços se movimentam do fornecedor

para a empresa, da empresa para o distribuidor, e do distribuidor para o consumidor, cada

vez mais o principal componente de troca é a informação. Atualmente, um dos mais

importantes desenvolvimentos tem sido o papel da tecnologia em expandir

significativamente a capacidade de armazenamento, processamento e transmissão de

informação do canal de comunicação entre as empresas.

A adoção do computador e de tecnologias de telecomunicações geralmente

ocasionam um aumento na velocidade de transmissão das informações, um aumento no

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volume de informações armazenadas e que podem ser processadas numa unidade de tempo,

e estimulam a criação de novos tipos ou padrões de informações organizacionais.

1.5 A tecnologia de informação (TI!

Para evitar possíveis confusões de significado, é importante definir o termo

tecnologia de informação, sendo aqui adotada a definição dada por Torres (1 995), que

define a tecnologia de informação como "todo tipo de tecnologia que opere com

informação, seja num sistema de informações, na automação de um processo industrial, na

comunicação entre computadores de duas organizações, ou ainda no uso pessoal de

recursos computacionais"(p. xv).

Assim, a tecnologia de informação transcende a visão tradicional de processamento

de dados de uma organização, estando relacionada com um largo espectro de tecnologias

convergentes e interligadas que processam a informação.

Existem várias formas de utilizar a tecnologia de informação, ou melhor, segundo

Nonaka (1988, p.63), existem várias maneiras de gerar informações, de criar novos

significados para os relacionamentos interno e externo da organização.

Segundo Zuboff (1994), "a tecnologia define o horizonte de nosso mundo material,

pois defrne os limites do possível e do imaginável, ela altera suposições sobre a natureza de

nossa realidade, o padrão em que vivemos; e cria novas alternativas . . . Ela é repleta de

valência e especificidade nas oportunidades que cria e exclui .. . Entretanto, a medida que

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os limites do possível são redefinidos, a oportunidade de escolha também é

multiplicada . . . É no domínio da escolha que a tecnologia revela um certo indeterminismo.

Embora redefina o horizonte de possibilidades, ela não pode determinar quais escolhas

serão feitas e com quais intenções"(p.SI).

Para facilitar, ou nortear, essas escolhas Davenport & Short (1990) desenvolveram

um quadro resumo dos vários tipos de processos que existem numa organização; esse

quadro pode ajudar a identificar as possíveis aplicações da tecnologia de informação. "Três

grandes dimensões foram utilizadas para definir os processos: as entidades ou subunidades

organizacionais envolvidas no processo, o tipo de objeto manipulado, e o tipo de atividade

que está sendo executada" (p. I S). A seguir são exibidas as proposições dos autores:

Dimensões e tipos de processos Entidades

Figura 2 - Tipos de Processos

Exemplo Aplicação da TI

Interorganizacional Pedido a um fornecedor Diminuir custos de transação; eliminando intermediários

Interfuncional Desenvolvimento de um Aumentar os processos paralelos; diminuir as novo produto distâncias geográficas

Interpessoal Aprovação de um Integração das tarefas empréstimo bancário

Objetos

Físico Manufatura de um Aumentar a flexibilidade na elaboração de um novo produto produto; aumentar o controle do processo

Informacional Criação de um plano de Criar rotinas para decisões complexas marketing

Atividades

Operacionais Atendimento do pedido Redução de tempo e custo; melhorar a qualidade de um cliente dos produtos

Gerenciais Desenvolver um Melhorar as análises; aumentar a participação orçamento

Fonte: "The New Industnal Engmeenng: Informatton Technology and Busmess Process Redeslgn" deThomas H. Davenport e James E. Short, Sloan Management Review, Summer 1990.

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Torres (1995, p.138) sintetiza as aplicações da TI identificadas por Davenport e

Short, alegando que, de uma forma geral, a tecnologia de informação pode ser usada como

um elemento operacional, um elemento integrante de produtos ou serviços, ou para

fornecer informações para a gestão do negócio.

Analisando a figura 2 e as proposições dos autores, nota-se que a tecnologia de

informação pode ser usada como facilitadora de mudanças em todo o espectro do negócio,

desde a dinâmica interfuncional até a estratégia de produção e de comercialização dos

produtos/serviços. O principal objetivo no gerenciamento da tecnologia de informação

deve ser garantir que a mesma seja utilizada para atingir os objetivos corporativos, pois,

segundo Senn (1992,p.8-9), é o uso da tecnologia de informação e não o tipo de sistema

que tem valor estratégico, ou sej a, qualquer sistema pode ser estratégico desde que seu uso

traga vantagens ou desvantagens competitivas para o negócio.

Boynton (1993) analisa as características de um sistema de informação em função

das condições competitivas vigentes, destacando que na maioria das empresas "os

sistemas foram construídos para suportar os princípios da produ\,ão em massa -

especialização funcional, estrutura hierárquica, inflexibilidade para mudança - resultando

em túneis verticais de inform�ão, cada um administrado por gerentes locais agindo como

suseranos feudais. Em outras empresas, os sistemas foram construídos para suportar os

princípios da invenção - inovação constante, variedade de produtos, estrutura

descentralizada . . .. O fato é que a capacidade de processamento de informação antiga não

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foi projetada para resolver os desafios atuais de gerenciamento do conhecimento

organizacional e capacidades tecnológicas, nem para responder a uma estratégia

competitiva que requer a rápida customização dos produtos e ao mesmo tempo a eficiência

de produção e distribuição"(p.71) .

De acordo com Glazer (1991), "os paradigmas de negócio predominantes

atualmente, revelados através das estratégias e estruturas organizacionais, são decorrentes

de uma época em que o ambiente informacional tinha grandes restrições de capacidade.

Conforme o ambiente informacional muda, também mudam os padrões, as estratégias e as

estruturas que estão envolvidas nesse processo"(p.2).

1.6 Estágios de informatização

Utilizando o conceito de Zuboff (1994, p.83) para quem informatizar está

relacionado com a criação de informações pela tecnologia, são revistas a seguir algumas

propostas para medir o estágio de informatjzacão das empresas.

Segundo MeireIles (1994), o processo de informatização de qualquer atividade deve

passar necessariamente por uma série de estágios ou etapas. Os três mais importantes são a

racionalização e a estruturação da atividade manual, a automação e a integração. "Tentar

eliminar ou pular a primeira etapa, automatizando uma atividade que não funciona bem

manualmente, só resulta numa confusão automatizada . . . No estágio de automação, as

atividades costumam ser colocadas de início em sistemas isolados e os ganhos podem ser

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significativos. Contudo, não são comparáveis aos advindos do próximo estágio, que integra

sistemas antes independentes. Com a integração é possível eliminar várias das tarefas que

antes haviam sido simplesmente automatizadas . . . Da mesma forma que é muito dificil saltar

o primeiro degrau, é também dificil tentar pular o segundo, ou seja, partir direto para um

sistema totalmente integrado. A dificuldade está na complexidade das mudanças

organizacionais e na implementação e desenvolvimento dos sistemas necessários . . . A

ferramenta padrão utilizada para atingir a integração é o Banco de Dados, que é ao mesmo

tempo o instrumento e o produto final do processo de integração e automatização"(p.407-

408).

Em sua tese de doutorado Klering (1994) faz um breve resumo do conceito de

estágio de informatização, destacando que "o modelo de seis está�ios de Nolan é

provavelmente o mais conhecido na área de administração de sistemas de

informação"(p.83). Os seis estágios são denominados de: inicialização, expansão, controle,

integração, administração de dados e maturidade. Nesse modelo, o indicador fundamental

de atingimento de um determinado estágio é obtido pela análise dos custos despendidos em

informática na organização.

As principais características dos estágios de Nolan são descritas por Klering (p.-78-

80). O estágio de inicialização é caracterizado pela instalação da informática com o

objetivo de redução de custos, subordinada a um setor usuário, sendo uma fase de

aprendizado básico da tecnologia, com pouco envolvimento dos usuários. O estágio de

expansão é caracterizado pelo entusiasmo do usuário, pela proliferação de aplicativos sem

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a existência dos devidos controles e métodos, e pelo aumento expressIvo dos custos

envolvidos em processamento de dados. O estágio de controle é caracterizado pela

centralização das atividades de informática num departamento específico e maior

especialização dos profissionais da área, ocasionando um distanciamento dos usuários na

elaboração das aplicações. ''No decorrer desse terceiro estágio de informatização de uma

organização, ocorre uma mudança de orientação, que passa de administração de

computadores para administração de recursos"(p.80), em que a principal diferença está na

administração das prioridades com o enfoque de toda a empresa, e não mais em função das

definições dos programadores ou analistas de sistemas. O estágio de jntegra!;<ão é

caracterizado pelo maior envolvimento do usuário no desenvolvimento e na utilização de

aplicativos, pelo reconhecimento dos dados como recursos corporativos vitais, pela

introdução de políticas de administração de dados e produtividade na utilização das

informações, e pela organização de dicionários de dados. O estágio de administração de

� é caracterizado pela integração das aplicações, compartilhamento das informações

pelas várias aplicações, participação efetiva dos usuários no desenvolvimento e utilização

das aplicações. O último estágio, maturidade, é caracterizado pelo planejamento estratégico

e gerenciamento dos recursos de informações.

Nota-se que os seis estágios de Nolan abrangem o que foi discutido até então,

retratando a evolução no processo de tratamento da informação, desde aplicações isoladas

até aplicações totalmente integradas e direcionadas para a estratégia do negócio.

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Klering, todavia, alerta que, com o surgimento da micro informática, nos últimos

anos, a abordagem tornou-se incompleta e por isso S. Ruff e outros propõem um novo

modelo - baseado no usuário final de sistemas e composto de cinco estágios: isolamento,

chaveamento, integração manual, integração automatizada e integração distribuída - em

que "a maturidade das aplicações desenvolvidas pelos usuários é adotada como principal

indicador do estágio de avanço da informática numa organização. Conceitualmente,

maturidade de aplicações é a extensão do desenvolvimento de características (ou

atributos/capacidades) efetivamente aplicadas, ao invés de simplesmente compreendidas.

Em termos operacionais, é medida em termos da interconectividade com outros

componentes do ambiente computacional" (p.83).

As principais características dos estágios de Ruff são descritas por Klering (p.85),

sendo cada estágio caracterizado pela extensão de conectividade das aplicações. No estágio

de isolamento as aplicações são de pouca relevância, existindo pouca ou nenhuma troca de

dados entre as aplicações. No estágio de chaveamento as aplicações operam de forma

independente e os dados são alimentados manualmente. No estágio de integração manual

os dados são transferidos entre as aplicações via disquetes ou arquivos, ou seja, a interface

é manual. No estágio de integração automatizada as aplicações estão conectadas a um ou

mais banco de dados, e trocam dados entre si através de processos automatizados. No

estágio de integração distribuída as aplicações fazem parte de uma rede que acessa bancos

de dados em qualquer área organizacional, sendo que a idéia de localização física dos

dados desaparece.

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Após definir as características dos estágios de infonnatização, Klering (1994)

determinou o estágio de infonnatização de empresas brasileiras utilizando a técnica

estatística de análise de clusters, que consistiu do agrupamento das empresas em classes,

de tal maneira que empresas com pontuações semelhantes, nos atributos relacionados com

as teorias de Nolan e Huff (ver anexo I - questionário tipo I), pertencessem a mesma classe

(estágio de infonnatização). Baseando-se em respostas de questões discursivas e no

resultado da análise de clusters, pequenos ajustes foram efetuados na classificação de

algumas empresas. Essa técnica pennitiu a criação de uma tabela de classificação de

estágios de infonnatização mista reunindo as contribuições de Nolan e Huff. A tabela

"Nolan-Huff expandida" foi gerada com onze estágios de infonnatização, que são exibidos

a segUir:

Tabela 1 - Estágio de Informatização de Nolan-Huff expandido

Estágio de informatização (Nolan-Huff expandido)

0,0 (sem infonnatização)

0,5 1,0

1,5 2,0 2,5 3,0 3,5

4,0 4,5 5,0 5,5

(maturidade)

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Para facilitar o entendimento, foi criada também a variável: Estágio de

Informatização Nolan-Huff Reduzida, que apenas agrupa estágios da tabela expandida, de

acordo com a seguinte relação:

Tabela 2- Estágio de Informatização de Nolan-Huff Reduzido

Nolan-HuffReduzido Nolan-Huff Expandido

Sem informatização 0,0 até 0,5 Média Inferior 1 ,0 até 2,5 Média Superior 3,0 até 4,0

Superior 4,5 até 5,5

Utilizando várias técnicas estatísticas de correlação e associação, K1ering faz a

análise da relação existente entre estágio de informatização e padrões de comportamento

administrativo nas organizações, revelando que:

1 . A maioria das suposições dos autores, vinculados ou a área de informática ou a

empresas excelentes, aparecem somente no estágio final de informatização. Há evidências

de que as características organizacionais não mudem de forma regular no decorrer do

desenvolvimento do uso da informática nas organizações;

2. Nas organizações mais informatizadas existe a tendência dos funcionários terem

maior iniciativa, delegação de responsabilidades, existe maior utilização de pesquisas e

mapeamento de dados, relação de maior respeito com os clientes, enfoque de longo prazo;

porém, não existe forte sentimento de equipe (cooperação), as metas e qualidade de

trabalho são mais confusas, os relatórios financeiros são ligeiramente mais incorretos.

Segundo Klering (1 994, p. 297-298), "vários pressupostos de autores e teorias não

se confirmaram nas organizações mais informatizadas; por exemplo, podem ser citados os

resultados inexpressivos obtidos em questões ligadas a: melhoria das comunicações

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internas, constantes mudanças, maior lógica e transparência na realização dos trabalhos,

autonomia de ação, redução de burocracias, obtenção mais rápida de informações."

Tendo em vista que, segundo Benjamin et ai (1984), existem gaps entre as

oportunidades criadas pela TI e a efetiva utilização dessas tecnologias, o modelo de

estágios de Huff complementa o modelo de Nolan ao trazer mais uma variável para análise,

a saber, o uso efetivo dos sistemas de informações. Nota-se, porém, que na

operacionalização desses modelos, proposta por Klering (1 994), as empresas com estágios

mais avançados de informatização não estão usufruindo todo potencial das tecnologias

existentes.

Dias (1984) define a eficácia de um sistema de informação em função da sua

capacidade de atender aos objetivos operacionais da empresa, argumentando que esta

capacidade depende da qualidade das informações fornecidas pelo sistema e que pode ser

medida através:

1 . da adequação da informação fornecida pelo sistema (conteúdo);

2. da precisão do sistema (nivel aceitável de erro nos dados);

3. da atualidade das informações, ou seja, intervalo de tempo decorrido entre o

acontecimento real e a sua apresentação pelo sistema; e

4. do intervalo de tempo decorrido entre ocasiões subseqüentes em que a

informação fica disponível ao usuário (freqüência).

De acordo com Dias, "planejar sistemas de informações em uma organização é

buscar uma estrutura de sistemas que traga o maior beneficio possível à organização e que

a ajude operar de forma eficaz. Para isto é necessário um perfeito entendimento do negócio

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da organização, dos seus objetivos, do seu estilo gerencial e do seu ambiente

externo"(p.l2). Dias agrega à análise da eficácia de um sistema de infonnação a questão

das resistências a uma nova fonna de trabalho, destacando que "uma inovação será

aceitável ou não aos detentores do poder na medida em que ela reforce e amplie este poder,

não se pode introduzir mudanças sem atentar para a estrutura de poder"(p.5 l ) e concluindo

que existe uma relação entre mudanças ocorridas na organização e sistemas de infonnações

eficazes.

Portanto, sistemas tecnicamente bem sucedidos podem não ser bem sucedidos em

tennos do negócio. O problema é a inadequação do sistema às necessidades do usuário ou a

ausência de mudanças no sistema de trabalho para explorar os beneficios esperados da

nova aplicação.

Freire (1993) utiliza o modelo de alinhamento estratégico para medir o impacto da

infonnatização numa empresa. Esse modelo é baseado na coerência entre a infra-estrutura

interna com a estratégia externa (tanto de negócios quanto de T.L), e também a ligação

entre estratégias de negócios e de T.l. O autor adota o enfoque que leva em conta o

potencial de agregar valor que a T.I. possui, quando dirigida à gerência das interações entre

as atividades econômicas que compõem a cadeia de valor da companhia. Nota-se que o

enfoque utilizado por Freire está relacionado, principalmente, aos processos interfuncionais

e interorganizacionais listados por Davenport & Short, sendo, ainda, uma abordagem

direcionada para uma aplicação específica.

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Glazer (1991, p.4) propõe um medida centrada no valor da informação que é

processada para facilitar a troca dentro da cadeia de valor, distinguindo a informação que é

trocada entre a empresa e os clientes (downstream), a informação que é trocada entre a

empresa e os fornecedores (upstream), e a informação da própria firma para facilitar as

operações. A unidade de medida utilizada é a transação, baseando-se não só na troca de

produtos ou serviços por dinheiro, como também na troca de informações.

No modelo proposto por Glazer é medida a informação e não a tecnologia. Segundo

o autor, "se o valor despendido com a tecnologia de informação é um custo fixo que é

alocado em função do número de itens que são coletados e processados, o papel da

tecnologia no processo de valoração se toma menos importante tendo em vista que as

oportunidades estão presentes para ser utilizadas no processamento de um volume

suficientemente grande de informação. A função do modelo de valoração orientado para a

própria informação é para garantir que a firma tem o incentivo para identificar tais

oportunidades"(p.5).

Assim, o valor da informação associada aos clientes geralmente se relaciona com:

· aumento das receitas, que pode ser decorrente da habilidade de vender unidades

adicionais ou complementares, ou o resultado de preços maiores em função de produtos ou

serviços customizados;

· diminujção de custos, por exemplo, decorrente de combinações mais econômicas

de distribuição, estoque , entrega;

· comercialização da própria jnformação.

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o valor da infonnação associada às transações entre a finna e os fornecedores

geralmente está relacionado à redução dos custos dos insumos utilizados na produção. O

valor da infonnação associada com as transações internas geralmente está relacionado com

a redução dos custos produtivos e operacionais.

Portanto, as oportunidades geradas pelas tecnologias de infonnação foram

relacionadas com a redução de custos e tempo de disponibilização dos produtos ou

serviços, rnonitorização da qualidade dos bens produzidos, e disponibilização da

infonnação na empresa, de acordo com a importância relativa detenninada pelo ambiente

competitivo.

"Uma finna será mais intensiva em infonnação de acordo com o percentual dos

produtos ou operações que são baseados na coleta e processamento de infonnações como

parte da troca na cadeia de valores; os produtos e operações tradicionais são geralmente

estáticos, e produtos e operações intensivos em infonnação mudam confonne um novo

dado é incorporado neles"(Glazer, 1991 , p.5). Ou seja, "uma empresa será mais intensiva

em infonnação do que outra se uma maior proporção do seu lucro puder ser atribuído ao

valor da infonnação na empresa"(Glazer, 199 1 , p.6).

Ilustrando as idéias levantadas por Glazer, pode-se destacar as quatro categorias de

ofertas identificadas por Kotler (1992):

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I . Um bem tangível: a oferta consiste em bens como sabão, pasta de dente ou sal, e

nenhum serviço acompanha o produto.

2. Um bem tangível acompanhado de serviços: a oferta é acompanhada por um ou

maIs serviços para ampliar seu apelo de consumo .... Levitt (1972, citado por Kotler)

observa que "quanto mais sofisticado tecnologicamente é o produto (por exemplo: carros e

computadores), mais suas vendas dependem da qualidade e disponibilidade de serviços ao

consumidor (por exemplo: entrega, consertos e manutenção, instruções de uso, treinamento

. ) " e garantIas ...

3. Um serviço principal acompanhando bens e serviços secundários: a oferta

consiste em um serviço principal junto com alguns serviços adicionais e/ou bens de apoio.

Por exemplo: os passageiros de aviões compram serviços de transportes. Contudo, a

viagem inclui coisas tangíveis, como alimentos e bebidas, a passagem e a revista de bordo.

o serviço requer um avião para a sua realização, mas o item principal é um serviço.

4. Um serviço: a oferta consiste apenas de serviços, onde os únicos elementos

tangíveis são o ambiente e/ou as pessoas que vendem o serviço.

Nota-se que, do ponto de vista do produto ofertado, as empresas de servIços

estariam classificadas como intensivas em informações, pois um percentual significativo

do "produto" ofertado é baseado na troca e coleta de informações. Na metodologia de

Glazer existem outros tipos de transações que devem ser avaliadas (fornecedor e operações

internas).

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1. 7 Características das empresas de serviços

Com base no fato de que as empresas de serviços são intensivas em informações,

busca-se a seguir uma caracterização de como seriam distinguidos os estágios de

informatização entre as empresas de serviços.

Segundo Berry & Parasuraman (1 992), "os serviços diferem fundamentalmente das

mercadorias por sua intangibilidade. Uma mercadoria é um objeto, uma coisa. Um serviço

em essência, é um desempenho"(p. l 1 3). Além da intangibilidade existem mais três

características comuns a todos os tipos de serviços, a saber:

· a perecibilidade - os serviços não podem ser estocados, ou seja, quando a demanda

flutua, as empresas de serviço enfrentam problemas dificeis;

· a inseparabilidade - o fato de os serviços serem atividades implica no serviço ser

produzido num processo que é simultaneamente o serviço. Algumas vezes, esse processo

acontece na presença e com a cooperação do consumidor, o que pode afetar o desempenho

e a qualidade do mesmo;

· a heterogeneidade - o desempenho , dos serviços, freqüentemente, vana de

produtor para produtor, de cliente para cliente, e de um dia para o outro, especialmente os

serviços intensivos em mão de obra.

Tendo em vista as especificidades dos serviços, esquemas adicionais para a

diferenciação das organizações de serviços foram desenvolvidos. Um dos esquemas mais

discutidos nos textos de marketing é o desenvolvido por Lovelock (1983), que identifica

cinco maneiras diferentes de classificar os serviços:

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(1) Natureza da ação de serviço : a) serviços realizados diretamente no corpo das pessoas. Ex. empresas de saúde,

aviação b) serviços realizados na mente das pessoas. Ex. educação, teatros, serviços de

informação c) serviços realizados diretamente em bens possuídos. Ex. frete de mercadorias,

manutenção d) serviços realizados em ativos intangíveis. Ex. bancos, serviços legais,

seguradoras

(2) Relacionamento com os clientes: a) contratual com a disponibilidade constante do serviço. Ex. seguradoras b) relacionamento não contratual com a disponibilidade constante do serviço.

Ex. estação de rádio, posto policial c) contratual com transações discretas. Ex. cartões de telefone d) relacionamento não contratual com transações discretas. Ex. restaurante

(3) Customização e julgamento na execução do serviço a) alto contato com o cliente e serviços customizados. Ex. serviços legais,

projeto de arquitetura, empresas de saúde b) alto contato com o cliente e baixa customização. Ex. educação, programas

preventivos de saúde c) pouco contato com o cliente e serviço customizado. Ex. serviço de telefone d) pouco contato com o cliente e baixa customização. Ex. transporte público

(4) Natureza da demanda relativa ao fornecimento do serviço a) grande x pequenas flutuações de demanda b) capacidade sob controle x capacidade excedida

(5) Founa de di&ponibilização do serviço a) o cliente vai na organização. Ex. teatro b) a organização vai até o cliente. Ex. taxi c) as transações entre o cliente e a organização são Via correio ou melO

eletrônico. Ex. rede de informação.

o objetivo de LoveJock era identificar novas maneiras de agrupar os sefVIços,

diferentes da classificação usual da indústria manufatureira, segmentando os serviços em

grupos que contém características comuns, tais como a natureza do relacionamento entre a

empresa de serviço e o cliente, ou os padrões de demanda em relação ao fornecimento,

para depois examinar as implicações para as ações de marketing.

A partir da tipologia desenvolvida por Lovelock (1980,1 983), Parasuraman et ai

(1985) segmentam os serviços em função de dimensões chaves que são identificadas

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através de quatro categorias de negócios: serviços bancários de varejo, cartão de crédito,

corretagem em títulos, e conserto e manutenção de produtos. Segundo os autores, nos

serviços de varejo bancário e de corretagem de títulos existe maior contato com os clientes

do que nos outros dois tipos. A natureza e os resultados da produção do serviço são mais

evidentes no conserto e manutenção de produtos do que nas outras três categorias. Em

termos da entrega do serviço, operações periódicas caracterizam os serviços de cartão de

crédito, e de conserto e manutenção de produtos.

Para Kotler (1 992,p.540-54l), "em conseqüência das várias categorias de serviços,

é dificil fazer generalizações, a menos que sejam feitas certas distinções. Primeiramente,

um serviço pode ser baseado em pessoas ou equipamentos. Os serviços baseados em

equipamentos diferem se são automatizados ou monitorados por operadores experientes ou

não. Os serviços baseados em pessoas também diferem se são feitos por trabalhadores

experientes ou não, ou por profissionais". Um serviço pode requerer ou não a presença do

cliente, atender a necessidades pessoais ou empresariais. "Finalmente, os prestadores de

serviços diferem em seus objetivos (com ou sem lucro) e na propriedade (privada ou

pública)".

Já Anthony, Dearden & Govindarajan (1992, p.768-790) se baseiam mais na

classificação usual da indústria, definindo as empresas de serviços como produtoras e

comerciantes de serviços intangíveis e identificando seis tipos de empresas:

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· empresas profissionais: empresas de advocacia, empresas de auditoria, clínicas

médicas, empresas de arquitetura, empresas de engenharia, agências de publicidade são

alguns exemplos;

· empresas de saúde: hospitais, laboratórios médicos, seguros saúde;

· empresas sem fins lucrativos, ou seja, que não podem distribuir o lucro:

organizações religiosas, de caridade, educacionais. "Em muitas indústrias existem

organizações sem e com fins lucrativos. Existem hospitais sem ou com fins lucrativos,

escolas ou universidades sem ou com fins lucrativos, e até mesmo religiões com fins

lucrativos"(p.782);

· empresas gOvernamentais - as organizações não governamentais são suportadas

por seus clientes, ou seja, elas obtêm suas receitas através dos seus clientes. Porém, as

organizações governamentais são suportadas pelo público, ou seja, elas obtêm suas receitas

do público em geral. (p.786)

· empresas de comércio: varejistas, distribuidores, atacadistas e organizações

similares;

· empresas financeiras: bancos, seguradoras, empresas de cartão de crédito.

Nota-se que nessa classificação as empresas são classificadas de maneira mais fria,

independente da forma como disponibilizam os seus serviços. Por exemplo, um banco

sempre ficará na categoria de empresa financeira, independentemente do nivel de

customização do serviço ofertado.

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A despeito da tipologia utilizada para caracterizar as empresas de serY1ços, a

natureza não fisica de um serviço tem grandes implicações na maneira como os clientes de

serviço formam suas impressões a respeito da qualidade do serviço prestado. Na maioria

dos casos, as evidências tangíveis são restritas ao ambiente fisico, ao equipamento

utilizado, e aos prestadores de serviço. Segundo Parasuraman et ai (1991), Cadotte et ai

(1987), a percepção da qualidade de um serviço resulta da comparação das expectativas do

consumidor, e do desempenho real do serviço. A satisfação com os serviços está

relacionada com a confirmação ou não dessas expectativas, e o entendimento das mesmas

é um pré-requisito para promover um serviço superior.

Segundo Berry & Parasuraman (1 992, p.29-30), "a confiabilidade é o principal

critério que os clientes levam em consideração ao avaliar a qualidade do serviço de uma

empresa". A confiabilidade é definida pelos autores como a capacidade de prestar o serviço

prometido de modo confiável e com precisão. "Quem deseja viajar por uma empresa aérea

cujos pilotos são normalmente dignos de confiança, ser operado por um cirurgião que

normalmente se lembra em que parte do corpo deve ser feita a cirurgia?"(Berry &

Parasuraman 1992, p.29-30).

De acordo com esses autores, a noção de qualidade de serviço envolve mais do que

um resultado: envolve, também, a maneira como o serviço é executado. Eles destacam

cinco dimensões gerais que influenciam essas avaliações:

(a) confiabilidade - a capacidade de prestar o serviço prometido de modo confiável e

com precisão

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(b) tangíveis - a aparência fisica das instalações, equipamentos, pessoal e materiais

de comunicação.

(c) sensibilidade - a disposição para ajudar o cliente e proporcionar com presteza um

servIço.

(d) segurança - o conhecimento e a cortesia dos empregados e sua habilidade em

transmitir confiança e confiabilidade.

( e) empatia - a atenção e o carinho individualizados proporcionados aos clientes.

Gronrõos (1 982), citado por Parasuraman et ai (1985), postula que existem dois

tipos de qualidade de serviço: a qualidade técnica, que envolve o que o cliente está

realmente recebendo, e a qualidade funcional, que envolve a maneira como o serviço está

sendo executado. Ou seja, "quando uma empresa presta um serviço de modo descuidado,

quando comete erros possíveis de evitar, quando deixa de cumprir promessas sedutoras

feitas para atrair clientes, ela estremece a confiança do cliente em suas capacidades e abala

suas chances de obter reputação pela excelência do serviço. Do ponto de vista do cliente a

prova de um serviço é sua realização impecável"(Berry & Parasuraman, 1 992, p.29).

Um serviço de baixa qualidade técnica não atrai muitos clientes, mas um serviço de

alta qualidade técnica que não atende às necessidades dos clientes também não.

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1.8 A informação nas empresas de serviços

49

Após chamar atenção para o fato de haver um fator complicador na definição da

qualidade de um serviço, em função da intangibilidade - a saber, o fato de cada cliente dar

pesos diferentes para os mesmos atributos de qualidade - Olaisen & Revang (1 990)

propõem três tipos de sistemas de serviço para garantir um serviço de qualidade:

1 . o sistema padrão de serviço;

2. o sistema complexo de serviço;

3. o sistema sensitivo de serviço.

Segundo esses autores, ''uma empresa que deseja construir um sistema padrão de serviço

deve trocar um sistema baseado na ideologia de sistema por um sistema baseado na

ideologia do serviço, já que, na ideologia de sistema, geralmente a ênfase é dada à

qualidade de produção (de acordo com as especificações) ou à qualidade do produto

(qualidade como uma variável precisa e mensurável), ao passo que, na ideologia de

serviço, a qualidade será baseada no cliente (de que modo a qualidade do produto ou

serviço atende aos padrões de preferências dos consumidores). Como medir a qualidade no

momento da verdade, quando o cliente consome o serviço, será a questão central"(p. 14).

No estágio de serviços padronizados a empresa passa por duas etapas. A primeira

etapa se relaciona à introdução de sistemas de informações na empresa. Esta etapa é

caracterizada pelo processo de automatização dos procedimentos correntes e pela

substituição dos sistemas manuais por um sistema mais eficiente, que pode manipular

maiores quantidades de informações em período curto de tempo. A segunda etapa consiste

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na integração da tecnologia de infonnação ao planejamento estratégico da organização,

demandando um sistema de infonnação integrado.

A segunda estratégia, baseada na excelência do serviço, consiste na expansão do

serviço central e na integração de todos os serviços interligados. "A chave para o sucesso

não é mais somente a qualidade do projeto, a qualidade do produto e a qualidade do

fornecimento do serviço, mas a qualidade relacional entre os serviços centrais, os serviços

de suporte e serviços facilitadores (por exemplo, serviços financeiros). Para obter esse

resultado, deve haver a composição entre sistemas de infonnações de serviços e tipos de

alianças . . . No nível de sistemas complexos de serviços, a organização deve usar as

ferramentas de tecnologia de infonnação para criar novas aplicações, que associem a

tecnologia mais moderna aos objetivos corporativos da maneira mais efetiva possível"

(p.l5-16). Nesse estágio a tecnologia é utilizada para expandir a capacidade das pessoas na

manipulação de um sistema complexo de serviço, de fonna suave mas efetiva.

o sistema sensitivo de servIço consiste numa grande tolerância para com as

necessidades individuais, estando baseado no quanto as necessidades dos clientes são

sensitivas à concepção do serviço e implica na integração de uma cultura avançada de

infonnação com uma cultura avançada de serviço. Para os autores, uma cultura avançada

de infonnação consiste no uso da tecnologia de infonnação para criar novas fonnas de

organização, condições de trabalho e sistemas econômicos, enquanto que uma cultura

avançada de serviço é composta de vários fatores, que, juntos, fazem com que as

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5 1

expectativas dos clientes, em relação ao serviço, se tomem também suas experiências de

serviço. Em outras palavras, a cultura de serviço depende:

(a) da qualidade técnica do serviço, que, além de ser vista e analisada sistemática e

estaticamente (em função da definição prévia do serviço para atender um

determinado público), deve ser vista e analisada dinamicamente (isto é, alta

tolerãncia para as necessidades do cliente);

(b) da qualidade do sistema de informação como viabilizador do atendimento

customizado. O sistema de informação é a chave para obter sinergia, para

mapear o comportamento dos clientes em cada componente da cadeia em bases

individuais;

(c) das alianças estratégicas, que são necessárias para oferecer um pacote completo

de serviço.

(d) da sensibilidade às necessidades individuais (p.12).

O modelo proposto por Olaisen & Revang é interessante, pois esquematiza as várias

propostas de serviços em combinação com os sistemas de informações, destacando a

importãncia destes na viabilização dos pacotes de serviços padronizado, complexo e

sensitivo. Outro ponto importante é a associação da cultura de serviço, à qualidade técnica

do serviço, à qualidade dos sistemas de informações, à qualidade das interações com os

clientes (nível de sensibilidade para as necessidades individuais), e à qualidade de

negociação (alianças estratégicas).

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52

Um outro enfoque sobre a importância dos sistemas de informações no

fornecimento de serviços é dado por Quinn & Paquette (1990), que defendem a idéia da

pirâmide invertida numa organização de serviço, ou seja, fazer com que todos os sistemas e

gerentes "trabalhem" para as pessoas de contato com o cliente de modo a fornecer, no

encontro de serviço, aquilo que a empresa, como um todo, se propõe. Segundo os autores,

não é possível que as pessoas nos postos de venda saibam e controlem todos os detalhes

relevantes do sistema, de modo a poder vender todo o potencial da empresa para o cliente.

Na verdade, "as organizações que obtêm sucesso, nessa nova estrutura, primeiro capturam,

e continuamente atualizam ou monitoram tantos elementos de serviços quanto for preciso

para estruturar bancos de dados, modelos de sistemas especialistas, sistemas interativos de

feedback e sistemas de comunicação para disponibilizar instantaneamente, para o ponto de

venda, o máximo de conhecimento"(p. 71).

Assim, o desenho de um sistema de serviço bem elaborado permite que pessoas

relativamente inexperientes desenvolvam tarefas sofisticadas rapidamente, permitindo

maior autonomia e empenho pessoal no entendimento e na sensibilidade das necessidades

dos clientes. Quinn & Paquette (p.75) alertam que, para o consumidor, a pessoa mais

importante na organização é geralmente aquela que está no ponto de venda. O cliente na

verdade "compra" esse pessoal quando compra um serviço. Se a empresa não consegue

disponibilizar o que o cliente quer, quando ele precisar, com as pessoas o tratando de

maneira adequada, todo seu planejamento estratégico e investimento podem não valer

muito.

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53

Em suma, a tecnologia de infonnação é um fator importante não s6 na concepção

do serviço, mas também para liberar o pessoal de contato com o cliente das tarefas

operacionais do serviço, restando mais tempo para o entendimento e atendimento das

necessidades individuais dos clientes, em função de uma maior clareza do pacote de

serviços que a empresa oferece.

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54

2 METODOLOGIA DA PESQUISA

No desenvolvimento da pesquisa bibliográfica, foi visto que a orientação para o

cliente é função do grau de envolvimento de toda a organização na geração, disseminação e

resposta às necessidades correntes e futuras dos clientes, porém, não basta obter

informações sobre as preferências e necessidades dos clientes, é necessário que sejam

criados mecanismos que facilitem o fluxo de informações, o aprendizado e as ações

organizacionais.

o modelo de suposições de Schein (citado na seção 1 .3) auxilia na identificação dos

padrões de comportamentos embutidos na relação da organização com os seus clientes e

mercados, destacando-se os valores associados com o relacionamento da organização com

o meio ambiente, e com a maneira como a verdade e os fatos são revelados dentro da

organização (natureza da realidade e da verdade).

A forma como as informações são disponibilizadas dentro da organização facilita o

uso estratégico das mesmas, sendo necessário tratar a informação como um recurso que

deve ser administrado. Das propostas para medir o estágio de informatização das empresas,

destacam-se os modelos de Nolan (citado na seção 1.6), que caracteriza a evolução no

processo de tratamento da informação, e Huff (citado na seção 1 .6), que distingue os

estágios de informatização em função do grau de interconectividade das aplicações

desenvolvidas pelo usuário com outros elementos do ambiente computacional. Esses

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autores assocIam o estágio maIs avançado de informatização com o planejamento

estratégico e gerenciamento dos recursos de informações (Nolan) e com a existência de

aplicações onde a idéia de localização física dos dados desaparece (HufI).

A importância de se analisar as empresas de servIços reside no fato de elas

comercializarem um "produto" intensivo em informação, que freqüentemente varia de

produtor para produtor, de cliente para cliente, e de um dia para o outro. Pela própria

natureza não física de um serviço, as empresas de serviço tendem a ser as principais

usuárias da tecnologia de informação, onde a tecnologia de informação é um fator

importante não só na concepção do serviço, mas também para liberar o pessoal de contato

com o cliente dos fatores técnicos do serviço, restando mais tempo para o aprendizado e

atendimento das necessidades individuais dos clientes.

A metodologia descrita a seguir busca identificar as bases para estudar a relação

entre orientação para o cliente e o estágio de informatização nas empresas de serviços.

Espera-se, através de uma pesquisa empírica, ampliar o nível de conhecimento do assunto,

validando os conceitos discutidos até então. O presente projeto vem dar continuidade à

pesquisa realizada por Klering (USP, 1 994) sobre "A relação entre estágio de

informatização e padrões de comportamento administrativo em organízações brasileiras".

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2.1 O modelo de estudo

56

o principal objetivo dessa pesqUIsa é analisar as relações entre estágios de

informatização e padrões de comportamentos administrativos relacionados à orientação

para o cliente, em empresas de serviços do Rio Grande do Sul. A seguir descrevem-se as

perguntas da pesquisa e os critérios utilizados para a composição da amostra e estruturação

do modelo.

2.1 .1 Perguntas da pesquisa

A presente pesquisa será estruturada em função das seguintes perguntas:

A pnmelra: O Posicionamento de uma Empresa pode ser medido

quantitativamente, baseada em respostas dos membros das organizações? A hipótese é que

poder-se-á identificar um número discreto de dimensões que caracterizem o

Posicionamento de uma Empresa, e que umas das dimensões será a variável Orient�ão

para o Cliente.

A segunda: dado que Orientação para o Cliente pode ser medida, existe relação

entre Estágio de Infounatização e Orientação para o Cliente. nas empresas de serviços? A

hipótese é que as empresas com o maior grau de informatização serão as mais orientadas

para os seus clientes (associação positiva).

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A terceira: se não existe relação entre Estágio de Informatização e OrientM'ão para

o Cliente, a maneira como a empresa processa as informações sobre a realidade pode ser

medida quantitativamente? A hipótese é que sim, e a variável Controle de Qualidade do

Serviço será uma das dimensões relacionada com esse padrão.

A quarta: dado que a variável Controle de Qualidade do Serviço pode ser medida

quantitativamente, existe relação entre ela e as variáveis Estágio de Informatização e

Orientação para o Cliente? A hipótese é que existe relação, e que quanto maior nível de

informatização mais aparelhadas as empresas estarão para controlarem a qualidade dos

seus serviços, e conseqüentemente mais orientadas para os seus clientes (associação

positiva). Ou seja, a variável Estágio de Informatização relaciona-se com a variável

OrientíWão para o Cliente através de uma variável interveniente.

2.1 .2 A coleta de dados

A coleta de dados originais foi realizada pelo professor Luís Roque Klering no

desenvolvimento de sua tese de doutorado (USP, 1 994) e contém:

· Dados sobre a organização do respondente,

· Dados sobre o estágio de informatização da organização do respondente -

variável gerada no estudo de Klering;

· Dados demográficos sobre o respondente;

· Cento e três questões sobre a percepção do respondente a respeito dos padrões

de comportamento administrativo de sua empresa.

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Os dados foram gerados a partir de dois tipos de questionários (ver anexo I),

divididos em duas seções cada:

. Questionário Tipo I -

Seção I : dados sobre a organização, tais como natureza (pública ou privada), ramo

de atividade, setor de atuação, número de funcionários, número de filiais;

Seção 2: dados sobre a área de informática, tais como posição da área de

informática na estrutura organizacional da empresa, caracteristicas dos equipamentos e

softwares utilizados, função dos principais sistemas operados pela organização, percentual

de sistemas interligados.

As questões relacionadas à caracterização da área de informática foram elaboradas

de acordo com as teorias sobre estágios de infOrmatização, desenvolvidas por Nolan e Ruff

(citados por Klering, op.cit., p. 77-83), e foram respondidas por um representante da área

de informática. No caso de a empresa não ter uma área de informática definida, um

representante do departamento que mais despendia recursos de informática foi escolhido .

. Questionário Tipo II -

Seção I : dados demográficos sobre o respondente.

Seção 2: cento e três questões sobre a percepção dos respondentes a respeito dos

padrões de comportamento administrativo de suas empresas.

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As questões relacionadas aos padrões de comportamento administrativo foram

estruturadas com base em autores que discutem a excelência empresarial, tais como

P.Drucker, Peters & Waterman, R. Semler, DeLise; e a teoria geral da administração, como

Argyris, McGregor, O'Reilly, Schein entre outros. Em paralelo, foram realizadas diversas

entrevistas em prefeituras do Rio Grande do Sul, em outros órgãos públicos e em empresas

privadas, com o objetivo de confirmar e levantar novas questões relevantes para a análise

final do problema em foco.

o checklist dessas questões foi realizado utilizando o modelo de padrões de

comportamento administrativo de Schein (citado na seção 1 .3), consistindo de:

1 . Quatorze questões sobre o Relacionamento da Organização com o seu

Ambiente Interno e Externo;

2. Dezenove questões sobre a Natureza da Realidade e da Verdade;

3. Vinte e quatro questões sobre a Natureza da Natureza Humana;

4. Vinte e uma questões sobre a Natureza da Atividade Humana;

5. Quinze questões sobre a Natureza dos Relacionamentos.

Das cento e três questões, apenas dez questões não foram classificadas segundo

esse modelo.

As empresas da amostra foram selecionadas de modo a obter, para cada setor de

atividade, organizações mais e menos informatizadas, sendo distribuídos um questionário

tipo I, e de 1 até I I questionários tipo II por empresa.

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2.1 .3 Seleção da amostra de dados

Da amostra original, utilizada por Klering ( 1994) serão selecionados os

respondentes de tal modo que:

· a empresa sej a pri vada;

· o ramo de atividade da empresa seja comércio ou serviço;

· o estágio de informatização da empresa seja definido;

· o Estado de origem da organização seja o Rio Grande do Sul; e

· a função seja de chefia.

Embora, na caracterização das organizações, as categorias comércio e serviços

tenham sido diferenciadas, as empresas de comércio serão interpretadas como pertencentes

à categoria serviços, pelo fato de as mesmas agregarem um percentual grande de serviços

nos produtos que comercializam. Nota-se, também, que na pesquisa realizada por Klering

(1994, p . 1 3 1) as categorias comércio e serviços não divergiram significativamente em

nenhuma das questões.

A escolha de se trabalhar com empresas do Rio Grande do Sul vem do fato de elas

representarem mais de 90% da amostra original (K1ering,1994).

Os � foram escolhidos com base na suposição de estarem mais próximos das

decisões estratégicas e de serem os responsáveis pela disseminação dos valores nas

empresas. Caracterizou-se como � o respondente com função de direção ou

diretamente relacionado à mesma (assessores). Espera-se, com essa distinção, obter maior

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homogeneidade nas respostas dos respondentes de uma mesma empresa. De fato, de acordo

com o resultado da pesquisa de Klering (1994, p.l28-129), "embora as questões tenham

sido apresentadas em relação às organizações dos respondentes, a percepção que esses têm

quanto aos padrões de comportamento administrativo observados no contexto de trabalho

variam de forma bastante expressiva ... a categoria sem função de direção difere em 8 1,5%

das vezes, em relação às demais. Ressalte-se, ainda, que a categoria assessores difere das

outras com direção, em apenas 8,6% das situações de diferença".

Para facilitar a análise de fatores ligados às características dos serviços ofertados, a

alternativa "outros" da variável de segmentação setor de atuação será modificada segundo

os seguintes critérios:

1 . As empresas que não têm setor de atuação definido, mas pertencem ao ramo de

atividade comércio, serão classificadas no setor de atuação Comércio Varejista e

Atacadista;

2. As outras empresas da amostra sem setor definido serão classificadas em um dos

setores a seguir:

· Serviços Profissionais - inclui empresas de assessoria jurídica, tributária, e mais as

empresas classificadas originalmente na categoria serviços contábeis

· Educação e Lazer - inclui universidades e empresas ligadas a atividades

esportivas;

· Seguros - inclui empresas de seguros;

· Serviços Hospitalares - inclui empresas ligadas a serviços médico hospitalares;

· Serviços de Transportes - inclui empresas ligadas a serviços de transportes;

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. Construção Civil - inclui empresas ligadas à administração de imóveis e mais as

empresas já originalmente classificadas nessa categoria, por exemplo, empresas de

empreendimentos imobiliários.

Esse detalhamento só foi possível após obtenção de informações adicionais

fornecidas pelo Professor Luís Roque Klering, e através de consultas às classificações do

anuário da Gazeta Mercantil e SIC (Standard Industrial Classification).

A escolha das classificações setoriais do anuário da Gazeta Mercantil e SIC deve-se

ao fato de elas serem bastante praticadas e de fácil implementação, apesar de serem

classificações grosseiras, no sentido de que não levam em consideração atributos

importantes para a caracterização dos serviços, tais como o grau de interação com o cliente

(discutido no capítulo 1).

Foi criada também a variável Tamanho Da Empresa, que apenas agrupa subclasses

da variável Número de Funcionários, de acordo com a seguinte relação:

Tabela 3 - Tamanho Da Empresa

Tamanho Da Empresa No. De Funcionários

Pequeno Menos de 100 Médio De 100 a 900 Grande Mais de 900

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2.1 .4 Estruturação do modelo de estudo

Primeiramente, procurar-se-á caracterizar o constructo Posicionamento de urna

Empresa. Para a operacionalização desse conceito, optar-se-á por trabalhar com as

variáveis classificadas por Klering como associadas à Relação da Organização com seu

Ambiente Interno e Externo (Klering, 1 994, p.l 01) e mostradas a seguir:

Tabela 4 - Relação Com O Meio Ambiente

Tema QuestõesN ariáveis

Foco do negócio 56, 82 Clareza de objetivos 72, 86, 92 Perspectiva dos projetos 23 Relação com os clientes 1 1 , 44, 50, 67, 70, 76 Ideal organizacional 5, 17

Antes de utilizar qualquer técnica estatística, será verificada a consistência interna

entre as questões selecionadas (ver anexo 2), ou seja, verificar-se-á se esse grupo de

variáveis está relacionado com o mesmo constructo, e se a exclusão de urna ou mais

variáveis aumentará a correlação entre as variáveis remanescentes. A análise do

coeficiente alfa de Cronbach será aplicada para esse propósito.

Posteriormente, a técnica estatística de Análise Fatorial será utilizada. De acordo

com o manual do SPSS (Nerusis, 1992, p.49-50), a Análise Fatorial tem como objetivo

identificar um número reduzido de fatores que podem ser utilizados para representar o

relacionamento entre grupos de variáveis inter-relacionadas, facilitando a análise do

comportamento dos dados da amostra. É importante notar que os melhores resultados da

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Análise Fatorial são obtidos quando as variáveis originais são altamente correlacionadas,

positiva ou negativamente.

Apesar de Klering (1994, p . lOI) já ter feito uma classificação genérica para essas

questões, objetiva-se com esse modelo identificar os fatores (dimensões) relacionados com

o posicionamento de uma empresa de serviço, identificando, concomitantemente, a variável

Orientação para o Cliente como um desses fatores.

Uma vez definida a variável Orientacão para o Cliente, a identificação da relação

entre esta variável e a variável Estágio de Informatização será buscada através do método

de correlação simples.

Caso o nível de significância do coeficiente de correlação calculado seja baixo, será

analisado o grupo de questões classificadas por Klering como associadas à Natureza Da

Realidade (p. l 01), e juntar-se-á a ele a questão 93 (para a identificação das questões ver

anexo 2), pois o tempo decorrido para obter uma informação é uma importante variável

relacionada à Natureza da Realidade; essas questões aparecem a seguir:

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Tabela 5 - Natureza Da Realidade

Tema QuestõesNariáveis

Uso de controles de dados 30 Busca de inovação 43, 53, 78 Qualidade dos dados 6, 45, 52 Atualidade dos dados 101 Lógica dos dados 55 Domínio de tecnologias 20, 83 Mapeamento dos dados 58, 99 Objetividade dos fatos 39, 85 Planejamento das atividades 13 , 100 Qualidade do trabalho 9, 26 Acesso aos dados 93

Busca-se, com essas questões, identificar as dimensões relacionadas à mensuração

do nível de atendimento das necessidades dos clientes, ou seja, Controle Gerencial da

Qualidade do Serviço Prestado. A análise do coeficiente alfa de Cronbach, e o modelo

estatístico de Análise Fatorial (citado anteriormente) serão novamente utilizados.

Caso seja identificada a variável Controle de Qualidade do Serviço, espera-se que

as correlações dessa variável com as variáveis Estágio de Informatização e Orientação para

o Cliente tenham um bom nível de significância.

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3 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

66

A análise dos resultados será dividida em duas partes: uma que aborda os resultados

descritivos em relação ás variáveis de segmentação(caracterização da amostra de dados), e

a outra que analisa as hipóteses apresentadas (descrição dos resultados alcançados). Os

resultados descritivos possibilitam desenvolver uma visão geral das empresas em estudo,

ajudando na análise dos resultados.

3.1 Caracterização da amostra de dados

Dos quinhentos e sete (507) questionários da amostra original, setenta e dois (72)

foram utilizados na pesquisa, em função de se estar trabalhando com respondentes de

empresas de serviços privadas do Rio Grande do Sul, com cargo de chefia, e que têm o

níyel de infonnatiz�ão definjdo. Os setenta e dois questionários selecionados

correspondem a respondentes de 40 organizações, cujo perfil é exibido nos quadros a

seguir (Quadros I a 5):

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Quadro 1 - Setor de atuação das organizações.

Setor de Atuação N Percentual Percentual (no.empresas) Acumulado

Comércio Varejista/Atacadista 1 1 27,5% 27,5%

Serviços Profissionais 7 17,5% 45,0%

Informática 6 1 5,0% 60,0%

Construção Civil 6 1 5,0% 75,0%

Comunicação 4 10,0% 85,0%

Educação e Lazer 2 5,0% 90,0%

Serviços Hospitalares 2 5,0% 95,0%

Seguros 1 2,5% 97,5%

Serviços de Transportes 1 2,5% 1 00,0%

Nota-se que, em' relação à natureza da ação de serviço (classificação de Lovelock,

citada na seção 1 .7), tem-se um boa distribuição das empresas, conforme é ilustrado

abaixo:

1 . serviços prestados diretamente ao corpo das pessoas: 3 empresas (serviços

hospitalares e serviços de transportes);

2. serviços prestados à mente das pessoas: 6 empresas (comunicação e educação e

lazer);

3. serviços realizados em bens possuídos: 6 empresas (construção civil);

4. serviços realizados em ativos intangíveis: 1 empresa (seguradora).

Se utilizarmos a classificação de Kotler (também citada na seção 1 .7), nota-se que

o percentual de serviços baseados em pessoas (por exemplo, serviços profissionais,

comércio varejista) é bem maior do que os serviços baseados em equipamentos (por

exemplo, informática e serviços de transportes).

Continuando com a análise descritiva das organizações, tem-se:

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Quadro 2 - Tamanho das organizações.

Tamanho/No.Funcionários N Percentual Percentual (no.empresas) Acumulado

Pequeno - Menos de 100 28 70,0% 70,0%

Médio - 1 00 a 900 7 1 7,5% 87,5%

Grande - Mais de 900 4 10,0% 97,5%

Sem Resposta 1 2,5% 100,0%

Quadro 3 - Estágio de informatização das organizações.

Estágio de Informatização N Percentual Percentual (Nolan-Huff Expandido) (no.empresas) Acumulado

0,0 5 1 2,5% 1 2,5% (Sem Informatização)

0,5 2 5,0% 17,5%

1 ,0 3 7,5% 25,0%

1 ,5 5 1 2,5% 37,5%

2,0 2 5,0% 42,5%

2,5 3 7,5% 50,0%

3,0 7 1 7,5% 67,5%

3,5 5 12,5% 80,0%

4,0 6 1 5,0% 95,0%

4,5 1 2,5% 97,5%

5,0 1 2,5% 100,0%

5,5 O 0,0% 100,0% (Maturidade)

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Quadro 4 • Setor de Atuação x Nolan·Huff Reduzido.

Sem Médio Médio Superior Total Inf. Inf. Sup.

Comércio 6 3 2 · 1 1 Varejista/Atacadista 1 5% 8% 5% · 28%

Serviços Profissionais 1 4 2 · 7 3% 10% 5% · 1 8%

Informática · . 5 1 6 · . 1 3% 3% 1 5%

Construção Civil · 3 3 - 6 · 8% 8% - 1 5%

Comunicação - 1 3 - 4 - 3% 8% - 10%

Educação e Lazer - 1 . 1 2 - 3% . 3% 5%

Serviços Hospitalares - 1 1 · 2 - 3% 3% - 5%

Seguros · - 1 - 1 · - 3% - 3%

Serviços de Transportes - - 1 - 1 - - 3% - 3%

Total 7 1 3 1 8 2 40 1 8% 33% 45% 5% 100%

Quadro 5 • Tamanho x Nolan·Huff Reduzido.

Sem Médio Médio Superior Total Inf. Inf. Sup.

Pequeno - Menos de 1 00 7 1 0 1 1 · 28 18% 25% 28% - 70%

Médio - 1 00 a 900 - 2 4 1 7 - 5% 1 0% 3% 1 8%

Grande - Mais de 900 - 1 2 1 4 - 3% 5% 3% 1 0%

Sem Resposta - - 1 · 1 - . 3% · 3%

Total 7 1 3 1 8 2 40 1 8% 33% 45% 5% 100%

Nenhum dos setores de atuação pOSSUi representantes em todos os níveis de

informatização. De maneira geral, as empresas se encontram numa faixa mediana de

informatização, sendo que a média sllPerior corresponde a 45% da amostra e a média

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70

inferior a 33%; assim, em 78% dos casos estaremos falando de empresas cujo nível de

informatização se encontra na faixa mediana.

Todas as empresas de informática da amostra têm um estágio de informatização

situado na mediana superior, e 88% das empresas de comércio estão situadas na mediana

inferior. Essa constatação pode ser um indicativo de que a variável estágio de

infOrmatização está relacionada à quantidade de recursos de informática utilizados, uma

vez que os mesmos são os principais instrumentos de trabalho das empresas de informática

e que o mesmo não acontece com as empresas ligadas ao comércio.

Nota-se, também, que apesar de 70% da amostra serem compostos de pequenas

empresas, não existe nenhuma no estágio de jnfonnatjzação superior, e que temos apenas

empresas pequenas no estágio inicial de informatização. Esse resultado pode ser outro

indício de que a variável estágio de informatização esteja mais associada à quantidade e

variedade de recursos de informática disponiveis, do que à eficácia de uso dos mesmos.

o perfil dos 72 respondentes selecionados é exibido na seqüência de quadros a

seguir (Quadros 6 a 1 1):

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Quadro 6 - Respondentes agrupados pelo setor de atuação de suas organizações,

Setor de Atuação N Percentual Percentual (no, respondentes) Acumulado

Comércio Varejista/Atacadista 1 6 22,2% 22,2%

Informática 1 6 22,2% 44,4%

Serviços Profissionais 1 5 20,8% 65,3%

Construção Civil 9 1 2,5% 77,8%

Serviços de Transportes 5 6,9% 84,7%

Educação e Lazer 4 5,6% 90,3%

Comunicação 4 5,6% 95,8%

Serviços Hospitalares 2 2,8% 98,6%

Seguros 1 1 ,4% 1 00,0%

Quadro 7 - Respondentes agrupados pelo estágio de informatização de suas organizações,

Estágio de Informatização N Percentual Percentual (Nolan-Huft Expandido) (no.respondentes) Acumulado

0,0 5 6,9% 6,9% (sem informatização)

0,5 2 2,8% 9,7%

1 ,0 5 6,9% 1 6,7%

1 ,5 7 9,7% 26,4%

2,0 2 2,8% 29,2%

2,5 5 6,9% 36, 1 %

3,0 1 6 22,2% 58,3%

3,5 8 1 1 ,1 % 69,4%

4,0 1 4 19,4% 88,9%

4,5 5 6,9% 95,8%

5,0 3 4,2% 1 00,0%

5,5 O 0,0% 1 00,0% (maturidade)

71

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72

Quadro 8 - Respondentes agrupados por sua área principal de trabalho

Area de Trabalho N Percentual Percentual (no.respondentes) Acumulado

Gerência Geral 1 9 26,4% 26,4%

Processamento de dados 1 4 1 9,4% 45,8%

PlanejamentoNendas/Mkt 1 0 13,9% 59,7%

Organização/Adm.Geral 9 1 2,5% 72,2%

Contabilidade/Finanças 9 1 2,5% 84,7%

Outra 6 8,3% 93, 1 %

Engenharia/Produção 3 4,2% 97,2%

Recursos humanos 2 2,8% 100,0%

Quadro 9 - Função dos respondentes

Função N Percentual Percentual (no.respondentes) Acumulado

Gerente / Supervisor 40 55,6% 55,6%

Diretor / Superintendente 1 7 23,6% 79,2%

Assessor 1 5 20,8% 100,0%

Quadro 10 - Área de Trabalho x Nolan-Huff Reduzido

Sem Médio Médio Superior Total In! In! Sup

Ger.Geral 2 9 8 - 1 9 3% 13% 1 1 % - 26%

Proc.Dados - - 8 6 1 4 - - 1 1 % 8% 1 9%

PlanejNendas/Marketing 3 2 5 - 1 0 4% 3% 7% - 14%

Org/Adm.geral - 3 5 1 9 - 4% 7% 1 % 13%

Contab/Finanças 1 4 3 1 9 1 % 6% 4% 1 % 1 3%

Outra - 1 5 - 6 - 1 % 7% - 8%

Eng/Produção 1 - 2 - 3 1 % - 3% - 4%

RH - - 2 - 2 - - 3% - 3%

Total 7 1 9 38 8 72 10% 26% 53% 1 1 % 100%

Nota-se que, dos respondentes de empresas com nível de informatização superior

(1 1 % da amostra), 75% trabalham na área de processamento de dados. Ou seja, 75% dos

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respondentes de empresas com nível de informatização superior trabalham na área de

processamento de dados.

Quadro 1 1 - Área de Trabalho x Setor de Atuação

Comérc. Informát Serviço Constr. Serviço Educação Comunic Serviço Seguro Total Profission. Civil Transporte e Lazer Hospitalar

G.Geral 4 3 3 6 - 1 1 - 1 19 6% 4% 4% 8% - 1% 1% - 1% 26%

Prac. - 8 1 1 I 2 1 - - 14 Dados - 1 1% 1% 1% 1% 3% 1% - - 19% Planej/ 3 3 3 1 - - - - - 10 Vendas! 4% 4% 4% 1% - - - - - 14% Mkt

OrglAdm 3 1 3 - - 1 1 - - 9 4% 1% 4% - - 1% 1% - - 13%

Contab/ 4 1 4 - - - - - - 9 Finanças 6% 1% 6% - - - - - - 13% Outra 1 - 1 1 1 - - 2 - 6

1% - 1% 1% 1% - - 3% - 8% Eng. I - - - 1 - 1 - - 3 Produção 1% - - - 1% - 1% - - 4% RH - - - - 2 - - - - 2

- - - - 3% - - - - 3% Total 16 16 15 9 5 4 4 2 1 72

22% 22% 21% 13% 7% 6% 6% 35 1% 100%

Nas empresas de informática 50% dos respondentes trabalham na área de

processamento de dados, e que a maioria dos respondentes da área de processamento de

dados trabalham nessas empresas. Esse fato talvez seja decorrente da terceirização dessa

atividade nas empresas de serviços.

3.2 Limitações do estudo

Nesta pesquisa optou-se por retirar a categoria � na caracterização da variável

de segmentação setor de atuação, obtendo-se, assim, melhor detalhamento da distribuição

das empresas. Em alguns setores, porém, tais como o de seguros e serviços de transportes,

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74

dispomos de apenas uma empresa na amostra, quando o ideal seria conseguirmos pelo

menos cinco empresas de cada categoria de serviço.

No que diz respeito às variàveis de segmentação, a principal limitação encontrada

refere-se à ausência de algumas variáveis - tais como patrimônio líquido, receita de vendas,

market share - para a caracterização do porte e desempenho das empresas. Com essas

variáveis, poderíamos validar a existência da associação entre a variável orientação para o

cliente e o desempenho de um negócio. Outra limitação refere-se ao espectro da

distribuição das empresas nos diferentes estágios de informatização, pois existem apenas

duas empresas que se encontram no estágio superior e nenhuma está no estágio mais

avançado. Ressalta-se, porém, o fato de que a metodologia adotada para a classificação das

organizações segundo estágios de informatização concentra-se nas características dos

recursos de informática utilizados no departamento que mais os consomem. Assim, pode

haver alguma empresa que não se enquadre perfeitamente no estágio mais avançado, seja

por terceirizar esse tipo de atividade, seja pelo fato de estarem esses recursos distribuídos

de forma heterogênea dentro das áreas funcionais, reiterando o ponto de vista do Professor

L. R. Klering de que "há faltas de estudos e de metodologias científicas para efetuar, de

forma mais perfeita esse enquadramento" (1994, p. l 43-144). Além disso, acredita-se que a

busca das empresas pela informatização não se resume à automatização de tarefas já

existentes ou à quantidade de recursos disponíveis, mas revela o uso crescente do

computador como ferramenta de apoio para a tomada de decisão e como potencializador

de novas formas de trabalho. Isso exigiria uma medida mais complexa, devido ao grau de

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75

subjetividade tanto do pesquisador, quanto do respondente, em relação à Qualidade do

resultado alcançado com o uso das tecnologias de informações.

Outrossim, não obstante o esforço para obtermos rewondentes mpresentativos da

visão estratégica das empresas (a saber, respondentes com status de chefia), verifica-se

que não temos um padrão, entre as empresas, na escolha does) respondente(s), quando o

ideal seria dispormos de respondentes que necessariamente estivessem envolvidos com a

atividade fim da empresa.

Outro tipo de dificuldade, decorrente da seleção da amostra, refere-se ao número

reduzido de respondentes por empresa (1,8 em média), refletida na opção de nos

concentrarmos na análise das respostas dos respondentes, não efetuando nenhuma

consolidação por empresa.

3.3 Descrição dos resultados alcançados

Nesta seção, descrevem-se os resultados obtidos através das análises estatísticas das

questões associadas ao Relacionamento da Organização com seu Ambiente Interno e

Externo (quatorze questões) e Natureza da Realidade (vinte questões), respondidas pelos

setenta e dois respondentes da amostra. Busca-se, com essas análises, a validação do

instrumento de pesquisa, a caracterização dos constructos Posicionamento de uma

Empresa e Natureza da Realidade, e a identificação da relação entre Estágio de

Informatização e Orientação para o Cliente nas empresas de serviços.

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3.3.1 Validação do instrumento de pesquisa para medir o constructo Posicionamento de uma Empresa.

76

Utilizando-se todas as variáveis do grupo de variáveis ambientais, o coeficiente alfa

calculado foi de 0.8016. O critério utilizado para eliminação de uma questão foi o valor do

coeficiente alfa calculado quando a questão fosse excluída (no SPSS corresponde à coluna:

"alpha if item is deleted"): quando esse valor era maior que o alfa calculado anteriormente,

a questão era suprimida da análise, acreditando-se que ela não estaria agregando

informação à análise, e um novo coeficiente alfa era calculado. Esse processo foi repetido

até que nenhuma melhoria (aumento) fosse obtido no coeficiente alfa calculado.

O resultado final foi a exclusão de quatro questões (Q44, Q72, Q23 e Q76)

obtendo-se o coeficiente alfa de 0.8465, ou seja, uma melhoria de 6% na consistência

interna das variáveis do teste. Antes da retirada das quatro questões, o coeficiente médio de

correlação entre as variáveis era de 0.2309, e passando a ser de 0.3636.

Nota-se que a questão 72 (Realizam-se pesquisas de mercado para identificar a

realidade e orientar a organização em relação ao seu futuro) foi a segunda a ser excluída.

Talvez esse resultado seja decorrente da própria natureza não fisica e simultânea do

serviço, que implica em maior grau de customização na elaboração do "produto", ou seja,

durante a própria execução do serviço, as organizações têm oportunidade de aferir sua

capacidade de atender às necessidades dos clientes, não precisando realizar pesquisas de

mercado para esse propósito.

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77

3.3.2 Análise fatorial das variáveis ambientais

Fazendo-se a Análise Fatorial utilizando as variáveis ambientais filtradas, obtém-se

para o teste de adequação de Kaiser-Meyer-Olkin o escore de 0.82266, numa escala de O a

1 , significando que essa técnica pode gerar um bom instrumento de mensuração para os

constructos em estudo.

Prosseguindo com a Análise Fatorial, utilizando o método de extração por

Componentes Principais, adotou-se o seguinte critério para a escolha do número de

fatores: o número mínimo de fatores necessários para reproduzir a matriz de correlação, das

variáveis originais, com no máximo 45% de resíduos. Obtiveram-se cinco fatores que,

juntos, explicam cerca de 79% da variância das questões em análise e cuja matriz de

correlação reproduzida apresenta 35% de resíduos.

Quadro 12 - Comunalidade

Ouestilo Comunalidade

017 0,73

01 1 0,92 1 5 0,80

050 0,95

056 0,71

067 0,86

070 0,68

082 0,78

092 0,72

086 0,79

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78

Quadro 13 - Estatística Final

Fator Eigenvalue Percentual da Percentual da Vari1lncia Variância Explicada Acumulada

1 4,3325 43,3 43,3

2 1 ,0347 1 0,3 53,7

3 0,9799 9,8 63,S

4 0,8550 8,5 72,0

5 0,7252 7,3 79,3

Observa-se que, com base nesse critério, foram selecionados fatores com

eigenvalue menor do que 1 ; obteve-se, porém, uma boa representação da variância das

questões em estudo, já que, em conjunto, os fatores explicam pelo menos 68% da

variância de cada variável (Quadro 12).

Com o resultado da Análise Fatorial, O Posicionamento de uma Empresa de

Serviço ficou caracterizado através de cinco dimensões (fatores), denominadas como

abaixo:

· FI : clareza dos objetivos - Q82, Q5 e Q82;

· F2: comunicações internas e externas - Q86 e Q70;

· F3: estabilidade da relação com o cliente / orientação para o cliente - Q67 e Q17;

· F4: presteza / agilidade no atendimento - Q l l e Q56;

· F5: grau de interação com o cliente - Q50.

O posicionamento de uma empresa de serviço fica, assim, representado através da

clareza, ou não, dos objetivos, das comunicações internas e externas, da estabilidade da

relação com o cliente, da presteza no atendimento, e do grau de interação com o cliente

(tipo de serviço prestado). É extremamente interessante este resultado, pois confirma,

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79

através de uma pesquisa empírica, que o posicionamento de uma empresa de semço

depende do tipo de serviço prestado, ou sej a, as necessidades e comportamentos dos

clientes variam de acordo com o tipo de serviço prestado, e as estratégias das empresas

também.

Nota-se (Quadro 14) que a variável estabilidade da relação com o cliente foi

caracterizada em função da busca de perfeição na área de negócios e da criação e

manutenção de uma relação de longo prazo com o cliente. Tendo em vista a intangibilidade

dos serviços, e que a confiabilidade é o principal atributo de qualidade de um serviço,

acredita-se que: (1) na busca de perfeição está implícita não só a concepção da empresa,

mas também a percepção pelo cliente acerca do que seja um serviço impecável; e (2) uma

relação de longo prazo com os clientes é baseada, principalmente, na satisfação de suas

necessidades. Portanto, há indícios de que essa variável está associada a padrões de

comportamento relacionados à Orientação para o Cliente.

A variável presteza / agilidade no atendimento foi caracterizada em função da forma

como o serviço é executado estando mais relacionada com o momento do serviço.

Com esses resultados pode-se responder à primeira pergunta da pesquisa colocada

nesta tese, O Posicionamento de um Empresa pode ser medido quantitativamente (o

instrumento de pesquisa foi validado no item anterior) e a Orientação Para O Cliente é

uma de suas dimensões.

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No Quadro 14, a seguir, estão listadas as questões com cargas altas ( maiores ou

iguais a 0,50) nos respectivos fatores.

Quadro 1 4 - Análise Fatorial das variáveis Ambientais (cargas fatoriais ;;, 0,50)

Fator 1 - Clareza dos objetivos: 0,80 A filosofia chave está resumida em poucos slogans bem conhecidos. 0,79 Existe um ideal, que faz as pessoas se dedicarem com grande energia na busca de resultados

almejados. 0,55 As políticas, metas e objetivos da organização são explanados de fonna clara para os funcionários.

Fator 2 - Comunicações internas e externas: 0,87 Existe interesse que as pessoas fiquem infonnadas sobre os assuntos gerais da organização, inclusive

seus resultados e suas estratégias de ação. 0,72 Existe uma preocupação constante pelo atendimento aos fornecedores, clientes e sociedade em geral.

Fator 3 - Estabilídade da relação com o cliente / Orientação para o cliente: 0,82 Procura-se criar e manter uma relação de longo prazo com os clientes. 0,73 Busca-se a perfeição e o destaque na área dos negócios.

Fator 4 - Presteza / agilidade no atendimento 0,92 Exigem-se procedimentos rápidos, não se toleram filas e burocracias. 0,50 Existe um campo de ação bem definido que se assenta em poucos objetivos e negócios.

F ator 5 - Grau de interação com o cliente 0,92 O trabalho é desenvolvido "ao lado e junto ao cliente"; ele é parceiro dos sucessos e fracassos da organização.

3.3.3 Análise de correlação do fator Orientação para o Cliente com a variável Estágio de Informatização Expandido

Retirando-se do fator Orientação para o Cliente os escores fatoriais relativos a

questões com baixa carga fatorial e adotando como critério, para validação do teste, o nível

de significância igual ou menor que 0,050, foi efetuada a análise de correlação com a

variável Estágio de Infonnatização Expandida, obtendo-se o coeficiente de correlação de

-0,1967, com nível de significância de 0,098. Em função do nível de signíficância da

correlação entre as duas variáveis ser acima do desejável, nada se pode afirmar a respeito

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da relação entre estágio de informatização e orientação para o cliente nas empresas de

serviços, respondendo-se, então, a segunda pergunta da pesquisa.

Prosseguindo com a metodologia exposta na capítulo 2, procurou-se identificar a

variável relacionada ao controle de qualidade do serviço, verificando a hipótese de que

quanto maior nível de informatização, mais aparelhadas as empresas estarão para controlar

a qualidade dos seus serviços e, conseqüentemente, mais orientadas para os clientes.

3.3.4 Validação do instrumento de pesquisa para medir o constructo Natureza da Realidade.

Utilizando-se todas as variáveis do grupo de variáveis associadas ao conslructo

Natureza da Realidade. o coeficiente alfa calculado foi de 0,8)41 . O critério utilizado para

a eliminação de uma ou mais questões da análise foi o mesmo aplicado na validação da

instrumento de pesquisa anterior, ou seja, sempre que houvesse uma questão, cuja exclusão

aumentasse o valor de alfa , ela seria eliminada. O resultado final foi a exclusão de quatro

questões (Q20, Q30, Q26 e Q53) obtendo-se o coeficiente alfa de 0,8838, ou seja, uma

melhoria de 9% na consistência interna das variáveis do teste. A correlação média entre as

variáveis, utilizando todas as variáveis era de 0,2013; após retirar as quatro questões,

passou a ser de 0,3384.

Fazendo-se a Análise Fatorial, utilizando as variáveis filtradas, obtém-se, no teste

de Kaiser-Meyer-Olkin, o escore de 0,74426, numa escala de O a I, significando que essa

técnica pode ser adequadamente aplicada.

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3.3.5 Análise Fatorial das variáveis associadas à Natureza da Realidade

Prosseguindo com a Análise Fatorial, utilizando o método de extração por

Componentes Principais, adotou-se o seguinte critério para a escolha do número de fatores:

o número mínimo de fatores necessários para reproduzir a matriz de correlação, das

variáveis originais, com no máximo 45% de resíduos. Como antes, a idéia subjacente é que

se o percentual de resíduos for muito grande, os fatores escolhidos não representarão bem

os dados (Norusis, 1992, p.59). Obtiveram-se quatro fatores que, juntos, explicam 66% da

variância das questões em análise e cuja matriz de correlação reproduzida apresenta cerca

de 45% de resíduos.

Quadro 1 5 · Comunalidade

Ouestão Comunalidade

0100 0,76

0101 0,59

013 0,52

039 0,50

043 0,69

045 0,89

052 0,55

058 0,66

06 0,54 078 0,64

083 0,71

085 0,71

09 0,73

093 0,60

099 0,68 055 0,80

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Quadro 1 6 - Estatística Final

Fator Eigenvalue Percentual da Variância Percentual da Variância Explicada Acumulada

1 6,22953 38,9 38,9

2 1 ,90518 1 1 ,9 50.8

3 1 ,40437 8,8 59,6

4 1 ,01 324 6,3 66,0

Observa-se que todos os fatores selecionados explicam mais do que se fosse

mantida urna variável original (eigenvalue maior do que 1) e explicam pelo menos 50% da

variância de cada variável (comunalidade).

Com o resultado da Análise Fatorial o constructo Natureza da Realidade, ficou

caracterizado através de quatro dimensões, assim denominadas (ver Quadro 1 7):

· F I : controle da qualidade do serviço - Q9, Q52, Q78, Q43, Ql 01, Q13 ;

· F2: mapeamento de dados para a tomada de decisão X imposições pessoais - Q83,

Q I OO, Q58, Q99;

· F3: qualidade dos controles financeiros - Q45, Q55, Q93;

· F4: utilização de procedimentos padronizados - Q85, Q39, Q6.

Assim, a maneira como uma empresa de serviço processa as informações ligadas à

natureza da realidade está associada a quatro aspectos: o controle de qualidade do serviço

prestado; o processo pelo qual as decisões são tomadas dcntro da empresa (imposições

pessoais versus análise sistemática de relatórios); a qualidade dos controles financeiros; e o

grau de utilização de procedimentos padronizados.

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84

Com esses resultados, pode-se responder à terceira pergunta desta pesquisa, A

Maneira como a Empresa processa Infonn;U;Ões sobre a Natureza da Realidade pode ser

medida quantitativamente (o instrumento de pesquisa foi validado no item anterior) e

Controle de Qualidade do Serviço é uma das dimensÕes.

No Quadro 1 7, a segUIT, estão listadas as questÕes com cargas altas (maiores ou

iguais a 0,50) nos respectivos fatores.

Quadro 1 7 - Análise Fatorial das variáveis associadas à Natureza da Realidade

(cargas fatoriais 2: 0,50)

Fator 1 - Controle da Qualidade do Serviço: 0,82 A qualidade do trabalho é dimensionada e checada freqüentemente. 0,73 Buscam-se dados confiáveis e exatos, que mostram a realidade tal como ela é. 0,72 Renovar e melhorar constituem temas de especial importância.

0,69 Valoriza·se a inovação, a constante conquista de novos conhecimentos e habilidades.

0,64 Exige-se que os arquivos e relatórios estejam com dados sempre bem atualizados.

0,51 As atividades são normalmente planejadas com antecedência.

Fator 2 - Mapeamento de dados para a tomada de decisão X imposições pessoais: 0,72 A manutenção elou ampliação dos negócios centra-se no domínio de mais conhecimentos e

tecnologias de trabalho.

0,67 Investe-se tempo e recursos na imaginação, criação e implementação de projetos novos.

0,65 Utilizam-se pesquisas, estatisticas e relatórios gerenciais para a tomada de decisões.

0,64 Os relatórios gerenciais e mapeamentos constituem a base para a tomada de decisões, ao invés das

imposições de pessoas específicas.

Fator 3 - Qualidade dos controles financeiros : 0,92 Os controles financeiros são exatos, atualizados e abrangentes.

0,87 Os resultados fmanceiros baseiam-se em múltiplos relatórios contábeis gerenciais, logicamente organizados.

0,62 Obtém-se rapidamente informações sobre aspectos ligados ao serviço (funcionários, produtos, serviços etc).

F ator 4 - Utilização de procedimentos padronizados 0,84 Tudo é previsto, organizado e estruturado; há um grande número de oficios e manuais contendo

normas, orientações, políticas e diretrizes. 0,59 Os fatos ocorrem de acordo com as regras estabelecidas, e não por vontades pessoais de superiores. 0,55 Os relatórios financeiros pennitem que se conheça os custos dos produtos e se planeje as receitas.

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3.3.6 Análise de correlação com a variáyel Estágio de Informatização Expandido

85

Trabalhando-se apenas com as questões com cargas altas nos fatores e efetuando a

análise de correlação do fator Controle de Qualidade do Serviço com a variável Estágio de

Informatizªl'ão Expandida, obteve-se um nível de significância de 0,002., e um coeficiente

de correlação de -0,3543. Existe, pois, um alto grau de confiança para aceitar o resultado da

correlação entre as duas variáveis: quanto maior o estágio de informatização, menor é o

controle de qualidade do serviço prestado.

Esse resultado pode estar relacionado ao fato de a informatização estar

possibilitando o atendimento a um número maior de clientes, e de que esse aumento na

base de clientes está dificultando o controle de qualidade dos serviços prestados. Uma

outra interpretação é que o maior estágio de informatização pode estar relacionado com a

expansão do canal de comunicação entre a empresa e o cliente, sem a criação de uma infra-

estrutura para atender às demandas dos clientes e melhorar a qualidade dos serviços

prestados, gerando necessidades/desejos não correspondidos; em outros termos, os

investimentos em informática parecem não estar sendo direcionados para a melhoria da

qualidade dos serviços.

3.3.7 Análise de correlação das variáveis Orientação para o Cliente e Controle de Qualidade do Serviço.

Efetuando a análise de correlação da variável Controle de Qualidade do Serviço

com a variável Orientacão para o Çliente, obteve-se um nível de significância < 0,001, e

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um coeficiente de correlação de 0,6680, ou seja, as variáveis são positiva e altamente

correlacionadas: quanto maior a orientação para o cliente maior o controle de qualidade do

serviço da empresa de serviço.

3.4 Análise geral dos resultados

Fazendo-se uma análise geral dos resultados encontrados, nota-se que:

(1) Para analisar a relação entre estágio de informatização e orientação para o cliente nas

empresas de serviços, é preciso relacionar as duas variáveis a uma variável

"intermediária'; no caso presente, a variável escolhida foi o controle de qualidade dos

serviços prestados, obtendo-se o seguinte esquema de relacionamento:

Orientação Cliente B Controle do serviço B Nível de Informatização

Esse resultado confirma o esquema proposto por Olaisen & Revang ( 1990, citado na

seção 1 .8), que associa a cultura de serviço com a sensibilidade para as necessidades

individuais dos clientes, a qualidade técnica do serviço e a qualidade dos sistemas de

informações. A idéia da variável "intermediária" é análoga a de intervening variable

(Black & Champion, 1 976, p.36-7).

(2) Tendo em vista o esquema acima, nota-se que, para as empresas se tomarem mais

orientadas para os clientes, elas precisam aumentar o controle de qualidade de seus

serviços, ou as empresas precisam estar mais orientadas para os seus clientes para

melhorarem o controle de qualidade dos seus serviços. Esse resultado confirma que a

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intangibilidade do serviço faz com que os critérios para serviços de qualidade sejam

menos concretos e mais dependentes de padrões subjetivos dos clientes.

(3) A maneira pela qual as empresas de serviços estão sendo informatizadas não está

diretamente relacionada ao aumento da orientação para o cliente; ao contrário, quanto

maior o estágio de informatização, menor é o controle de qualidade dos serviços e

menor a orientação para o cliente nas empresas de serviços. A variável estágio de

informatização relaciona-se negativamente com a variável controle de qualidade do

serviço, e existe baixa significância na correlação entre a variável estágio de

informatização e a variável orientação para o cliente. Esse resultado pode ser um indício

de que a variável estágio de informatização estej a mais relacionada à melhoria dos

controles internos, em detrimento da monitoração da satisfação do cliente (controle

"externo" da qualidade do serviço). Para entender melhor essa proposição toma-se

necessário detalhar o relacionamento da variável Estágio de Infoonatização com outras

dimensões identificadas na análise.

(4) Objetivando-se aprofundar a análise da relação da variável Estágio de Informatiz�ão

com outras dimensões, associadas ao Posicionamento de uma Empresa de Serviço e à

variável Controle de Qualidade do Serviço, foi realizada a análise de correlação entre as

variáveis, destacando-se os seguintes resultados:

a) associação negativa entre as variáveis estágio de infoIlDatização e clareza de

objetivos, encontrando-se um nível de significância de 0,036 e um coeficiente de

correlação de -0,2472. Esse resultado indica que quanto maior a clareza dos objetivos

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menos recursos de informática as empresas consomem e pode ser um indício de que,

quando as empresas estão mais focadas nos seus objetivos, direcionam esforços para

tecnologias que agreguem valor ao seu negócio, investindo menos em controles

internos e mais na satisfação dos seus clientes.

b) quanto maior for a clareza dos objetivos, maior é o controle de qualidade dos

servIços, encontrando-se um nível de siguificância < 0,001 e um coeficiente de

correlação de 0,7018. Esse resultado indica que o controle de qualidade de um serviço

está altamente correlacionado com a clareza dos objetivos, confirmando o que Kohli &

Jaworski ( 1990, citados na seção 1 .3) destacam como pré-requisito essencial para a

orientação para o cliente: a definição clara a respeito de como um cliente deve ser

tratado.

c) quanto maior o estágio de infonnatiz;wão, menor é a presteza e a agilidade no

atendimento ao cliente, encontrando-se um nível de siguificância de 0,010 e um

coeficiente de correlação de -0,3016. Além disso, quanto menor é o controle de

qualidade do serviço, menor é a presteza e a agilidade no atendimento ao cliente,

encontrando-se um nível de siguificância < 0,001 e um coeficiente de correlação de

0,5080. Esse resultado pode ser um indício de que o maior nível de informatização

esteja possibilitando o aumento do número de clientes, dificultando o atendimento das

necessidades individuais e o controle da qualidade percebida pelos clientes; ou o maior

estágio de informatização esteja expandindo o canal de comunicação entre a empresa e

o cliente, aumentando o grau de exigência dos respondentes para os requisitos

necessários para a presteza e agilidade no atendimento ao cliente.

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Esses resultados são mais um indício de que os investimentos em tecnologias de

infonnação não estão aumentando a qualidade dos serviços prestados, outrosim podem

estar aumentando a sensibilidade dos respondentes criando um maior nível de exigência,

porém esse ainda não atingido, ou podem estar resultando em aceitar maior número de

clientes, dificultando o atendimento, traduzindo o fato de que a variável estágio de

infonnatização tem associação negativa com as atividades relacionadas à monítoração da

satisfação dos clientes (controle de qualidade do serviço).

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4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

o objetivo dessa pesquisa foi avaliar a associação entre estágio de infonnatização e

posicionamento estratégico, relacionado com a orientação para o cliente, nas empresas de

serviço. F oram propostas medidas para a Orientação para o Cliente e Controle de

Qualidade de Serviço, em função de questões relacionadas, por Klering ( 1994), ao

Posicionamento de uma Empresa e à Natureza da Realidade.

O modelo utilizado para avaliação do posicionamento de uma empresa de serviço

foi considerado satisfatório, apresentando um coeficiente de confiabilidade (Alpha de

Cronbach) de 0,85. O posicionamento de uma empresa de serviço ficou caracterizado em

função dos seguintes atributos: clareza dos objetivos; comunicações internas e externas;

orientação para o cliente; presteza e agilidade no atendimento; e grau de interação com o

cliente (tipo de serviço prestado). A orientação para o cliente foi identificada através das

indicações de Kohli & Jaworski (1 990) e de Deshpandé, Farley & Webster (1993) quanto

aos fatores que potencialmente favorecem maior orientação para o cliente.

O modelo utilizado para medir a fonna pela qual uma empresa de servIço

"interpreta a natureza da realidade e da verdade" foi considerado satisfatório, apresentando

um coeficiente de confiabilidade (Alpha de Cronbach) de 0,88. A fonna pela qual a

empresa de serviço "interpreta a natureza da realidade e da verdade" ficou caracterizada em

função dos seguintes atributos: controle de qualidade do serviço prestado; grau de

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imposições pessoais na tomada de decisão; controles financeiros; e grau de utilização de

procedimentos padronizados.

o controle de qualidade de serviço foi identificado com base em autores que

discutem a excelência de serviços, tais como Parasuraman, Zeithaml, Berry, Olaisen,

Revang, Lovelock, entre outros.

As perguntas da pesquisa avaliaram:

( 1 ) A relação entre estágio de informatização e orientação para o cliente nas

empresas de serviços;

(2) A relação entre estágio de informatização e controle de qualidade de serviço;

(3) A relação entre orientação para o cliente e controle de qualidade de serviço.

A amostra foi composta por 40 empresas de serviços privadas, de nove setores de

atuação distintos, situadas no Rio Grande do Sul. Os dados foram coletados no período de

janeiro a maio de 1 993. Efetuou-se a desagregação da ocorrência "outros", relativa à

variável de segmentação setor de atuação, para permitir uma análise mais criteriosa das

empresas de serviços.

Não foi possível comprovar a relação positiva entre Estágio de lnfoonatização e

Orientação para o Cliente, pois a correlação entre a variável estágio de informatização e

orientação para o cliente foi negativa e não foi significante no nível desejável (p = 0,098 >

0,050).

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Existe relação entre Está2io de InformatizíWão e Controle de Qualidade do Serviço.

Contrariando a hipótese da pesquisa, a correlação é negativa, com um coeficiente de

correlação de -0,3543 e grau de confiança de 99,8% (p =0,002).

Foi comprovada a relação positiva entre as variáveis Orientação para o Cliente e

Controle de Qualidade do Serviço, com um coeficiente de correlação de 0,6680 e grau de

confiança maior que 99,99% (p < 0,001), ou seja, as variáveis são altamente

correlacionadas e quanto maior a orientação Para o cliente na empresa de serviço, maior o

controle de Qualidade de serviço.

Com esses resultados pode-se inferir que quanto maior o Estágio de Informatiz�ão,

menor é o Controle de Qualidade do Serviço, e que, quanto menor o Controle de Qualidade

do Serviço, menor é a QrientíWão para o Cliente numa empresa de serviçó. Através de uma

variável intermediária, verifica-se que o maior estágio de informatjz�ão pode estar

relacionado à menor orientação para o cliente, contrariando a hipótese da pesquisa.

Como resultado complementar da pesquisa, verificou-se que existe relação negativa

entre a Clareza dos Objetivos e o Estágio de Infonnatização das empresas com coeficiente

de correlação de -0,2472 e grau de confiança de 96,4% (p=0,036). Existe também uma

relação positiva entre a Clareza dos Objetivos e Controle de Qualidade do Serviço,

coeficiente de correlação de 0,7018, com um grau de confiança maior que 99,99% (p<

0,001). Esse resultado pode ser um indício de que o estágio de informatização esteja

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relacionado ao uso indiscriminado das tecnologias de informação; conforme os objetivos

organizacionais tomam-se mais claros, um uso mais racional desses recursos é

estabelecido.

Acredita-se que esses critérios de medidas sejam de utilidade para os interessados

em operacionalizar o conceito de orientação para o cliente nas empresas de serviços, e/ou

ampliar o conhecimento sobre os atributos necessários para medir o estágio de

informatização de uma empresa, destacando-se atributos associados não só à qualidade

técníca dos aplicativos (metodologia utilizada por Klering(1994» , mas também à eficácia

do uso das tecnologias de informação para a melhoria do atendimento aos clientes.

Sugere-se, para futuras pesquisas, uma investigação mais específica sobre a forma

de tratamento das informações dentro das empresas, analisando os métodos utilizados para

gerar informações (significados para os dados) e as leis que regulam esse fluxo, uma vez

que, conforme discutido anteriormente, na pesquisa bibliográfica, a orientação para o

cliente está relacionada à maneira pela qual as informações são processadas dentro da

empresa, e não à quantidade de recursos de informação disponíveis.

Sugere-se, também, que seja avaliada a consistência nas respostas dos empregados

em relação às práticas, atitudes e valores relacionados à orientação para o cliente, pois, "a

orientação para o mercado está relacionada ao envolvimento de toda a organização na

geração, disseminação, e resposta para a inteligência de mercado" (Kohli & Jaworski,

1990, citados na seção 1 .2). Apesar de a maioria dos problemas gerenciais nas empresas

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de serviço ser decorrente das características peculiares dos serviços, encontram-se

referências na literatura (ver, por exemplo, Webster,1 991) ao fato de que a consistência na

cultura interna é um dos mais importantes ingredientes para a venda de serviços bem

sucedida. Em outras palavras, todos os empregados de uma empresa de serviço - desde alta

gerência até os empregados de nível mais operacional - devem ter basicamente atitudes

idênticas e consistentes em relação ao marketing da empresa como um todo.

Novas pesqUIsas poderíam ser conduzidas no sentido de determinar se a

abrangência da educação formal dos executivos e se sua ambição de ascensão social estão

associadas à Orientação para o Cliente, pois, segundo Kohli & Jaworski (1990, p.9), esses

fatores estimulam estratégias inovadoras e, por isso, comportamentos mais propensos ao

risco.

Ainda a título de sugestões futuras, seria válido verificar a média dos escores dos

fatores por setor de atuação, e depois fazer a análise de correlação com a variável de

informatização, verificando se existem diferenças significativas em função das

características dos serviços.

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ZUBOFF, Shoshana. Automatizaranformatizar: as duas faces da tecnologia inteligente.

Revista de Administração de Empresas (RAE), São Paulo, , v.34, n.6, p.80-91 , nov/dez

1 994.

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103

ANEXO 1 . Questionários da pesquisa

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- PARTE I -

PESQUISA SOBRE A INFORMATI ZAÇAo B ADHINISTRAÇAo DE ORGANIZAÇÕES DRASILElRAS

A - PAPOS DE IDBNTIFICAÇAo DA ORGAHIZAÇAO!

1 - Nome :

2 - Nature z a : a . ( ) Administração Pública D i reta

3

4

b . ( c . ( d . (

) Administração Púb l ica Indireta ) Empresa Privada ) Outra ( ONG , Cooperativa , Fundação , • . . )

- Ramo de At ividades : a . ( ) Agricultura b . ( ) Indústria c . ( ) Comércio d . ( ) Serviços

- Setor de Atuação : a . ( ) Administração Municipal b . ( ) Administração Estadual c . ( ) Informática d . ( ) Comun icação e . ( ) Construção Civil f . ( ) Serviços Contábeis g . ( ) Outro

5 - Número de Funcionários : a . ( ) menos de 1 1 b . ( ) 1 1 a 3 0 c . ( ) 3 1 a 1 0 0 d . ( ) 1 0 1 a 3 0 0 e . ( ) 3 0 1 a 9 0 0 f . ( ) mais de 9 0 0

6 - Número de F i l i a i s /Postos/Extensões : a . ( ) nenhum ( a lém da sede) b . ( ) 1 a 5

c . ( ) 6 a 1 5 d . ( ) 1 6 a 3 0 e . ( ) mais de 3 0

B - PADOS SOBRE A INFORMÁTICA DA ORGANIZAÇAOt

A organi zação possui equipamento de informática? ( ) S im ( ) Não

Se respondeu S im, preencha os 1tens seguintes ; s e respondeu Não , sua contribuição está conclu1da .

1 - H ist6rioo resumido do processo de IDformatização da organização ( ano de inic io , obj etivos inicia i s , tipos e f inal idades dos s istema s , vinoulação hierárquica inicial da área de Prooessamento de Dados ( PD) , equipamentos adquiridos anteriorment e , forma de aquisiçlo dos s istema s , expeotativas inioiais atendidas , problemas enfrentado s ) :

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--- --------

2 - Marque com um " X " a posição da área de processamento de dados na hierarqu ia da organização :

a . ( ) Não existe b . ( ) N 1vel de assessoria ( sta f f ) c . ( ) N 1vel de diretori a ( 10 . ) d . ( ) N 1vel de gerência ( 2 0 . ) e . ( ) N 1vel de operação ( 30 . )

8e exist e , desenhe de forma s intética ( num organograma ) a estrutura da área de processamento de dados .

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- ,

, f

-,

3 • !quipamentoft utilizados:

a) Computadores :

Porta

Pequeno

Médio

Grande

Classa a Examplos Qtda

TK , Sinclair CP-50 0 , Polymax , MSX , Apple Mini ( Cobra-4 0 0 / 5 0 0 ) XT ( 4 , 77 a 1 2 Mh z ) AT ( 1 2 a 2 0 Mhz )

3 8 6 ( Sx-20-3 3 , OX- 4 0 ) 4 8 6 ( 2 5 a 1 0 0 Mhz ) Macintosh ( 2 0 a 5 0 Mhz ) supermicro ( Edisa 6XX) Estações Gráf icas Estações RISC

IBM, UNISYS , FUJYTSU

b ) periféricos :

Impressoras Terminais Burros Le itoras de Barras Scanners Mesas Oigita l i zadoras DataShows Discos Ópticos ( CO-ROM)

MêSIAno da la . Insta lação

( aproximadamonte)

_1-_1-_1-_/­_/-

_ 1-_ 1---'­_/-_1-_/ -

_1-

-_- _1-_ /­_1-_/­_/­_/­_/-

o ) Possui rede local intarligando vários departamantos?

4 - SoftWAres utili zado s :

( ) s im ( ) Não

a) Marque com um "X" a frequência de ut i l ização dos s aqt\lntas soft­wares básicos :

- Editores de Texto ( Fác i l , P/ C-Certa , Word , WS , WP , • . . )

- Linguagens de prog . Convencionais ( Cobo l , Fortran, Bas i c , Pasca l , C , . . • )

- Gerenciadores de Bancos de Dados ( OBase-3 , C l ipper , Z i m , Natura l , . • . )

- plani lhas Eletrôn icas ( LotuS- 1 2 3 , Samba , 4 -PRO , Excel , . . • )

- Soft.wares i ntegrados ( Worxs , Open Access , Symphony , . . . )

Inexist . Eventual Intansa

( )

) ( )

(

(

) )

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! " . .

------------------------------------------------------

- Gerenciadores de Redes ( Xenix , Novel l , Lan Manager , . • . )

- Softwares Gráficos (AutoCAD , Animator , PageMaker , . • . )

- Softwares Estatlsticos ( SPSS , SAS , Statgraf , BMDP , • . . )

- Softwares de S imulação e pesq . Oper o ( GPS S , SAEG , Microtab , QSB , . . . )

b ) Aplioatiyos :

Inexi s t . Eventual Intensa

(

( ) ( )

( ) ( ( )

( ) (

Espe c i f ique e , opcionalmente , marque com um X o enfoque ou uti l i z ação principal dos s i stemas mais importantes operados pel organi z a ç ã o :

o )

SISTEMAS

Dados Complementares :

--- ENFOQUE PRINCIPAL - - ­Controle org . e planej o de Ope r o Direção Estrat6q

) ( ) ( ( ) ( ) ( ( ( ) (

) ) )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

) ( ) ( ) ( ) ( ( )

) ( ( ) ( ) ( ( ( ) ( (

- Especifique os seguintes percentuais :

- ge sist�mas : - elaborados internamente : % - fe itos sob encomenda : % - adquiridos prontos : %

- de tgml20 9ªstoi - na e l a b . de programas novos : % - na manutencao de programas : %

- de sistemas integrados entre si : %

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, .

- Marque com um "X" a ocorrência 4as seguintes características I

- programadores ou ana l i stas de s istemas vinculados ã organização :

- " centro de informações" interno :

- "comitê" ou informática:

"staff "

- " admini strador de dados" :

- padrões de programação :

documentação

de

e

- metodologia de s i stemas engenharia de

para desenvolvimento ( an á lise estruturada , informações , • . • ) :

- procedimentos formais de segurança e recuperação dos bancos de dados :

- documentação dos manuais e "helps " :

sistemas com

- d icionário de dados automatizado :

- interl igação manu a l dos dados de vários sistemas (via disketes , f itas e programas especificos ) :

interl igação automática dos dados de vários sistemas ( via rotinas norma i s ) :

- p lano de s istemas :

implementação de

control e da qual idade dos sistemas implementados :

- definição de orçamentos para informática :

prioridades a área

e de

- cursos de tre inamento em Processa­mento de Dados :

- reuniões s istemas c l i entes

formais dos anal istas de com os usuários ( ou

dos s istemas ) :

- part icipação ativa dos usuários nas definições dos seus s i stema s :

Inexis tente Moderpda fQ!m!! e Intensa

: " l' i; ;, I

I " ,I " , I

I: I! " 1\ ii' :1· I1 11, I : l i , I i I! , " I ;1 iif 11

I � ,

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" ' . . 1 " .. . .. . , . ,rt . .

l 'Marque com um "X" a ocorrência das s eguintes característica s :

constituiyão de trabalho de acordo dos clientes :

equipes de com o per f i l

- integração micros-mainframes :

- interligação com bancos de dados de fornecedores ou c lientes :

- compart i lhamento de bases de dados d istribuidas :

- rea li zação p lanej amento área de Pro c .

periódica estratégico de Dados :

de para a

Inex i slJmll Moderada Formal

e I nteou

Mu i t o Obrigado !

" , " "

· 1

: ! :1 ;) I,

favor I' - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -l8S . : Para fa c i l itar a remessa da s intese

complementar os seguintes dado s :

NOME . . . . : ENDEREÇO : CIDADE . . : TELEFONE :

e da

CEP :

integra da tese , li I

I ,

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PESQUISA SOBRE A INFORMATIZAÇÃO

Seguêôc i a n r-o .

E ADMnUSTRAçÃO DE ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS

DE ADMINISTRAÇÃO

di scordo di scordo estou estou

totalmente inc l i nado indec i so

a di scordar

es teu concordo concordo

inc l inado totalmente

a concordar

1 . Sempre existe muito por sempre muito ocupadas .

fazer e as pessoas estão

PremiaJIl-se funcionários in iciat iva e determinaçã o .

arrojados, que têm

"�o 3. Em caso de d i f iculdade no trabalho , pode-se contar com o apoio de colegas e superiores .

I . Ouvir , trocar impressões e anal isar idêias são práticas comuns n o ambiente âe t�acalh o .

S . Existe um ic!eal, cue f a z as T,l8sscas s e d9cicarsffi c ::>l:l grande energia na -busca dos res�ltados almej ados .

6 . Os re latór ios f inanceiros permitem que se conheça os custos dos produtos e s e p l aneje as receitas .

7 . Quando ocorrem erros , a tendência é pela punl.çao das pessoa s , a o invés da orientação ou aconse lhamento .

a . Va loriza-se o avanço técnico gradativo ma is do que a obtenção de resultados imediatos .

·· 9 . A qualidade do trabalho ê dimensionada e checada frequentemente .

• , õ "

:'�,.::.:' .. -,;r=," ; '� : :,.. :':i .??�<i;· ,;;.��?.� 7',· " . -_ '.:7-' �

• , .

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. 'J"

. \ !

1 0 .

d i scordo discordo estou estou

totalmente incl i nado indeciso

8 di scordar

NESTA ORGANI ZAÇÃO :

estou concordo concordo

inc l i nado totalmente

Os gerentes subordinados ; ações .

escutam 8 trocam informações com os são mais colega s , do que ditadores de

í 1 1 . Exigem-se procedimentos rápidos ; não se toleram f ilas e "burocracias" .

1 2 . Os resultados e lucros do trabalho sÃo repartidos . f 1 0 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 � 1

1 ° 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 I

13 . As atividades antecedência .

são normalmente planejadas com

1 4 . Eventos sociais, corno festas e j ogos , obtêm muito apoio e entus i a smo .

1 5 . Os chefes administram com autoridade " territórios " ; são eles que decidem .

seus

1 6 . Toleram-se processos contábeis etc . ) incompreensíveis .

( ta i s como licitações , ba lanços com passos i lógicos e

17 . Busca-s e a perfeição e o destaque na área dos negócios .

1 8 . As posições de liderança ' são ocupadas por pessoas que atuam de forma democrática e participativa .

19 . . É muito fácil continuar trabalhando pouc o .

no emprego , mesmo

2 0 . De modo gera l , investe-se mais na ampl iaçÃO do pa­trimônio f í s i c o , do que na conquista de novas tecnologias e conhecimentos ( "know-how" ) .

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l, 1

Q Q Q Q Q Q Q di scordo d{ scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente I nc l i nado incl i nado totalmente

li concordo r

NESTA ORGAN I ZAÇÃO :

2 1 . Os chefes têm status e s a l ár ios bem diferenciados em relação aos não-chefes .

2 2 . A d iscussão de idéias é franca e direta , sem fofocas e " segredos" .

2 3 . Investe-se tempo e esforço em projetos de longo prazo de maturação ( com resultados s ignif icativos no futuro) .

2 4 . As id6ias d i ferentes e inovadoras são respeitadas e ana l isada s .

2 5 . As pessoas em gera l aguardam com ansiedade o s inter­valos do traba lho .

2 6 . u t i l i z am-se constantes controles explicitos no trabalho ( cartão-ponto , relatórios etc . ) , para checar o cumprimento de regras e metas .

2 7 . Promovem- s e os servidores na base do favoritismo .

2 8 . Estimula-se a ambição pelo sucesso na carreira, na conso l idação de uma posição de prestigiol e destaque .

2 9 . O ambiente de trabalho é normalmente agradáve l .

3 0 . considera-se que os controles f inanceiros o ficiais ( ba lanços/diár ios etc . ) apenas atrapalham o andamento do serviço .

3 1 . Exigem-se servidores capaze s , que s e j am autônomos no seu traba lho .

I'

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ÇJ Q ÇJ [�J Q Q � discordo di scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente i nc l inado indec iso i nc l i nado totalmente

8 di scordar

NESTA ORGANIZAÇÃO :

3 2 . As pessoas f i cam às vezes tão absorvidas em seus trabalho s , que perdem todo senso de tempo e de conforto pessoa l .

3 3 . A d i reção levanta constantemente informações a respeito das condições de trabalho dos seus servidores ( n 1vel dos salários , saúde , segurança , a l imentação etc . ) .

3 4 . Os funcionários têm tranqu i lidade para executar suas tarefas .

35 . O rod í z i o nos cargos é constant e , ninguém se cons i­dera dono de função .

3 6 . Os responsávei s pelas equipes têm autonomia suficiente para gerenciar de forma adequada o andamento do traba lho .

3 7 . Exigem-se trabalhadores flexívei s , adaptáve i s n a s equipes d e trabalho .

fac i lmente

3 8 . As perspect ivas são de emprego de longo prazo .

3 9 . Os fatos ocorrem de acordo com as regras estabe­lecida s , e não por vontades pes soais de superiores .

4 0 . O treinamento tem um desde a qua l i f icação gera l .

enfoque técnica

amplo, até a

abrangendo capacitação

4 1 . Boas maneiras e aparência agradável são importantes .

�i� 4 2 . Os pontos de considerados diretrizes .

vista dos escalões na def i nição das

inferiores pol 1ticas

são e

1 0 1 1 1 2 1 1 I 4 I 5 I 6 I

I i

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i/Ir 4 3 . li/I :

d i scordo di scordo estou estou

totalmente fnc l i nado indeciso

8 discordar

NESTA ORGANI ZAÇÃO :

Valoriza-se a inovaçio, a constante novos conhecimentos e habil idades .

estou concordo concordo

incl i nado totalmente

8 concorde r

conquista de

4 4 . Os cl ientes enfrentam constantes f ilas e esperas de atendimento .

4 5 . Os controles f inanceiros são exatos , atua l i zados e abrangentes .

4 6 . Ocorrem cotidianamente departamentais , barreiras pelo poder .

rusgas funcionai s e "nós-eles" e barganhas

4 7 . Os funcionários trabalham muito , pela importância natural dos seus serviços .

4 B . As decisões são d iscutidas e tomadas em grup o , de "forma " colegiada" , de baixo para cima .

4 9 . Nas s ituações de conflito com os superiores , as convenções e os regulamentos cODsti tuem a garantia contra arbítrios e abusos de poder .

5 0 . O trabalho é desenvolvido "ao lado e junto do cl iente" : ele é parceiro dos sucessos e fracassos da organ i zação .

5 1 . Espera-se que cada um organize seu trabalho d e forma pessoal e autônoma .

Buscam-se dados confiáveis e exatos , real idade t a l como ela é .

que mostram a

5 3 . As mudaDças , constantes .

inovações e rea l i nhamentos são

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f' ,

c;J Q Q Q Q y y discordo d i scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente Incl inodo Indec iso i nc l inado totalmente

,

j

a di scordar

NESTA ORGANI ZAÇÃO :

54 . O envolvimento dos gerentes no trabalho é dão o exemplo e "põem as mãos na massa" .

diret o :

55 . O s resultados f inanoeiros relatõrios contábeis e organizados ,

baseiam-se em múltiplos gerenciai s , logicamente

56 . Existe um campo de ação bem definido , que se assenta em poucos obj e t ivos e neg6cios ( " a organização sabe

, o que quer" ) .

� 57 . Há uma f irme d i spos içio para agir, ' coisas até o f im .

para f azer as

58 . uti l i zam-se pesquisas , estatisticas e re latõrios gerenc iais para a tomada de deoisões .

59 . A direção tolera protestos e negocia soluções , inclus ive nos casos de para l i sação do no trabalho .

60 . Todos têm um forte sentimento de pertencerem a um "time" ( equipe coes a , onde exi ste confiança mútua e um ideal ) .

� 6 1 . Informa-se traba lha-se

pouco e o comprometimento " para ganhar a vida " .

é pequeno ;

6 2 . Existem a lguns que pensam e dirigem o trabalho , outros que apenas executam as tarefas .

6 3 . O diálogo com o s superiores é , de modo gera l , aberto , franco e sem forma l i smos .

64 . As equipes são s imples tarefa" ( dedicadas a especificos ) .

e pequenas , funções ou

tipo " f orças­proj etos bem

1 0 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 1 ° 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 I, "

j ]

"--'1 ° I-""I--r"'z 1 3-'-1 4'-1 5 'T"""I1 6 1 i

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,. I�: .. c ..

· .

di scordo di scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente i nc l i nado indeciso i nc l inado totalmente

8 di scordar 8 concordar

NESTA ORGANIZAÇÃO :

6 5 . Os funcionários seus servi90s, previstos .

se oomprometem cumprindo com

f irmemente rigor os

oom os prazos

66 .

67 .

As pessoas estabe lecem e levadas expectativas de reA­l i zação para s i mesmas .

Procura-se criar e manter urna rela9Ão de longo prazo com os c l i ente s .

68 . O s funcionários devem evoluir de qualquer modo no quadro de carreira ou funcional ( ap licação da politica do " suba ou suma " ) .

1 69 . Valori za-se mais o trabalho , do que espec i f ico .

conhecimento técnioo da equipe de a sabedoria de algum chefe

7 0 . Existe uma preocupação constante pela atenção aos fornecedore s , c l i entes e sooiedade em geral .

7 1 . Delegam-se responsab i l idades aos funcionários , de maneira que resolvam seus problemas de trabalho de forma independente .

7 2 . Rea l i z am-se pesqui sas de mercado para identi f icar a real idade e orientar a organização em d ireção ao seu futuro .

7 3 . O investimento no �pr imoramento téonioo oontínuo e oonstante const itu i uma prior idade estra t égica .

7 4 . Controlam-se e premiam-se resultados atingidos , ao invés de " et iquetas " ( regras e convenções internas) observadas .

7 5 . Os ohefes d i s cutem com vi sível interesse a s dif iculdades e as aspirações funoionais dos integrantes das suas equipes de trabalho .

" I o l ' I 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 1' 1'---1.0 1---"-1-,-2 I 3-,-1 4-"-1 5 ,,--,I 6 1 !, I. . I o l ' 1 2 1 3 f 4 1 > 1 6 1 11:i

i

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� . f !

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di scordo di scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente fnclfnodo indeciso inc l i nado totaln�nte

8 di scordar

NESTA ORGANIZAÇÃO :

7 6 . Existem ccmpromissos duradouros circunviz inha, seus fornecedores , e sociedade em gera l .

8 concordar

com a comunidade cl ientes , governo

77 . Os funcionários sentem-se corresponsáve is pelos re­sultados e pelo destino da organização .

78 . Renovar e melhorar constituem temas ( questões ) de espec ial importância .

7 9 . Adotam-se normas e proced imentos rígido s , que inviab i l i z am o uso da criatividade e da iniciativa no s erviço .

8 0 . Os r e sultados do trabalho são buscados com paciência e persistência .

8 1 . Os dados , r esultados e decisões são d iscutidos de forma aberta , franca e lea l .

8 2 . A f ilosofia chave está resumida em poucos s logans bem conhecidos .

8 3 . A manutenção e / ou ampliação dos negócios centra-se no domínio de mais conhecimentos e tecnologias de traba lho .

84 . Permite-se fazer e refazer os trabalhos , atingir-se os niveis de qual idade a lmej ados .

até

8 5 . Tudo é previst o , organizado e estruturado ; há um grande número de o f icios e manuais contendo norma s , orientações , politicas e d iretrizes .

8 6 . Existe interesse para que as pessoas f iquem informadas sobre os assuntos gerais da organi z ação , inclusive seus resultados e suas estratégias de ação no mercado .

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I

di scordo di scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente tncl tnado Indeciso inc l i nado totalmente

B di scordar 8 concordar

NESTA ORGANIZAÇÃO :

' 8 7 . As pessoas conduzem seus serviços com senso de responsabi l idade e elevado padrão ético .

8 8 . Busca-se a pertei9ão ( qua l idade ) dos bens produz idos e dos servi90s fornecidos .

89 . As salas e d ivisões são aberta s , sem portas fechadas ou lugares reservados .

1 ° I ' 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6J

t 90 • . O trabalho é desat iante e s ignificativo sentido) .

( tem

9 1 . Valoriza-se o trabalho duro e constante . Não se aceita a "cera " , nem a fa lta ao serviço .

9 2 . As politicllS , metas e obj etivos da organização são explanadas de forma clara para os funcionáros .

9 3 . Obtém-se rapidamente informa9ões sobre aspectos ligados ao serviço ( funcionários , produtos , serviços etc . ) .

94 . Existem regras muito l imitadoras e humilhantes a serem seguidas .

9 5 . Os tuncionários expõem seus pontoo d e vista , sugerem e reclamam seus d ireitos · diretamente com a cúpula administrativa .

9 6 . As pessoas se esforçam para adquirir e dominar novos conhecimento s .

9 7 . Espera-se que cada funcionário desempenhe suas funções com autonomia e independência .

1 ° 1 ' 1 2 1 3 1 4 1 5 1 6 1 , 1 ° 1 ' 1 2 f 3 1 4 1 5 1 61 i i'

I: ; i

I ,

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1",1 i W ·

, ,

di scordo di scordo estou estou estou concordo concordo

totalmente Incl i nado indec iso incl tnado totalmente

8 dl scordor

NESTA ORGANIZAÇAo :

98 . Desconf ia-se e proibe-se conversas informai s no ambiente de serviço .

9 9 . Os relatóri os baso para a imposições de

gerenciais e mapeamentos constituam a tomada de decisões , ao invés das

pessoas espec if icas .

IOO . Investe-se tempo e recursos na imaginação , criação e implementação de projetos novo s .

I O I . Exige-se que os arquivos e re latórios estej am com os dados sempre bem atualizados ( "em dia " ) .

l02 . Existe urna permeabi l idade entre os cargos gerenciais e os dema is cargos ; um chefe pode facilmente voltar a ser um técnico ( não-chef e ) , e vice-versa .

l03 .AS p e s soas dão valor à organização, sentem-se orgulhosas e prestigiadas de pertencerem a ela .

B - DADOS DO RESPONDENTE :

1 - Área Principal d e Trabalho : /

a . ( ) Gerência Geral b . ( ) P lanej amento/VendaslMarketing c . ( ) organização/Administração Geral d . ( ) Recursos Humanos e . ( ) Contab i lidade/Finanças f . ( ) Processamento de Dados g . ( ) Engenharia/ Produção h . ( ) Segurança/ Fisca l i zação i . ( ) Outra

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;

I

2 . - Função : a i ( b . ( c . ( d . (

) diretor/ superintendente ) assessor ) gerente / super.Y.isor ) sem função de direção

3 - Tempo na Função : a . ( menos de 1 ano b . ( 1 a 3 anos c . ( 4 a 1 0 anos

'. d . ( mais de 10 anos

4 - Tempo na Organização : a . ( b . ( c . ( d . (

) menos de 1 ano ) 1 a 3 anos ) 4 a 10 anos ) mais de 10 anos

�. J 5 - Faixa Salarial em ianeiro/ 9 3 . em salários mínimos � ( CR$ 1 . 2 5 0 . 0 0 0 , 00 ) : � "�.

� i.1 . , I

I

\j \ \ I.

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6 -

7 -

\ 8 -

a . ( ) menos de 3 b . ( ) 3 a 6 c . ( ) 7 a 1 3 d . ( ) 1 4 a 2 4 e . ( ) ma is de 2 4

Sexo : a . ( Mascu lino b . ( Feminino

Fa ixa de Idad e : a . ( ) menos de 2 1 anos b . ( ) 2 1 - 3 0 anos c . ( ) 3 1 - 4 0 anos d . ( ) 4 1 -50 anos e . ( ) mais de 50 anos

Esco laridade : a . ( ) 10 . Grau completo ou incompleto b . ( ) 2 0 . Grau completo ou incompleto c . ( ) superior completo ou incompleto d . ( ) PG-espec . / ext . completo ou incompleto e . ( ) PG-mestrado completo ou incompleto f . ( ) PG-doutorado completo -,�.u incompleto

MUITO OBRIGADO I

( Favor confirmar que nenhum item f icou esquecido )

- - -- - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -08S . :

Caso Vossa Senhoria . tenha interesse s íntese dos resultados da pesquisa , anexe-os ao seu questionár io :

NOME . . . . : ENDEREÇO : CIDADE . • : TELEFONE :

em receber preencha os

CEP :

individualmente uma i·tens seguintes

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ANEXO 2 . Questões utilizadas no modelo de estudo

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Questões relacionadas com as varáveis ambientais

5 . Existe um ideal, que faz as pessoas de dedicarem com grande energia na busca dos resultados almejados.

1 1 . Exigem-se procedimentos rápidos; não se toleram fila e "burocracias".

17 . Busca-se a perfeição e o destaque na área dos negócios.

23. Investe-se tempo e esforço em projetos de longo prazo de maturação (com resultados significativos no futuro).

44. Os clientes enfrentam constantes filas e esperas de atendimento.

50. O trabalho é desenvolvido "ao lado e junto do cliente"; ele é parceiro dos sucessos e fracassos da organização.

56. Existe um campo de ação bem definido que se assenta em poucos objetivos e negócios ("a organização sabe o que quer").

67. Procura-se criar e manter uma relação de longo prazo com os clientes.

70. Existe uma preocupação constante pela atenção aos fornecedores, clientes e sociedade em geral.

72. Realizam-se pesquisas de mercado para identificar a realidade e orientar a organização em direção ao seu futuro.

76. Existem compromissos duradouros com a comunidade circunvizinha, seus fornecedores, clientes, governo e sociedade em geral.

82. A filosofia chave está resumida em poucos slogans bem conhecidos.

86. Existe interesse para que as pessoas fiquem informadas sobre os assuntos gerais da organização, inclusive seus resultados e suas estratégias de ação no mercado.

92. As políticas, metas e objetivos da organização são explanadas de forma clara para os funcionários.

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Questões relacionadas com a natureza da realidade e da verdade

6. Os relatórios financeiros pennitem que se conheça os custos dos produtos e se planeje as receitas.

9. A qualidade do trabalho é dimensionada e checada freqüentemente.

13 . As atividades são nonnalmente planejadas com antecedência.

20. De modo geral, investe-se mais na ampliação do patrimônio fisico , do que na conquista de novas tecnologias e conhecimentos ("know-how").

26. Utilizam-se constantes controles explicitos no trabalho (cartão-ponto, relatórios etc.), para checar o cumprimento de regras e metas.

30. Considera-se que os controles financeiros oficiais (balanços/diários etc.) apenas atrapalham o andamento do serviço.

39. Os fatos ocorrem de acordo com as regras estabelecidas, e não por vontades pessoais de superiores.

43. Valoriza-se a inovação, a constante conquista de novos conhecimentos e habilidades.

45. Os controles financeiros são exatos, atualizados e abrangentes.

52. Buscam-se dados confiáveis e exatos , que mostram a realidade tal como ela é.

53. As mudanças, inovações e realinhamentos são constantes.

55. Os resultados financeiros baseiam-se em múltiplos relatórios contábeis e gerenciais, logicamente organizados.

58. Utilizam-se pesquisas , estatísticas e relatórios gerenciais para a tomada de decisões.

78. Renovar e melhorar constituem temas (questões) de especial importância.

83. A manutenção e/ou ampliação dos negócios centra-se no domínio de mais conhecimentos e tecnologias de trabalho.

85. Tudo é previsto, organizado e estruturado; há um grande número de oficios e manuais contendo nonnas, orientações, políticas e diretrizes.

93. Obtém-se rapidamente informações sobre aspectos ligados ao serviço (funcionários, produtos, serviços etc.).

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99. Os relatórios gerenciais e mapeamentos constituem a base para a tomada de decisões, ao invés das imposições de pessoas específicas.

100. Investe-se tempo e recursos na imaginação, criação e implementação de projetos novos.

1 01 . Exige-se que os arquivos e relatórios estejam com os dados sempre bem atualizados ("em dia").

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ANEXO 3 - Outras características dos respondentes

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Quadro 18 • Respondentes agrupados pelo tamanho de suas organizações.

Tamanho/No.Funcionários N Percentual Percentual Acumulado

Pequeno - Menos de 100 37 51 ,4% 51 ,4%

Médio - 1 00 a 900 20 27,8% 79,2%

Grande - Mais de 900 13 1 8, 1 % 97,2%

Sem Resposta 2 2.8% 1 00,0%

Nota-se que apesar de 70% da amostra ser de pequenas empresas (1,3 respondentes

por empresa), existe um número significativo de respondentes de empresas de médio (2,8

respondentes por empresa) e grande porte (3,3 respondentes por empresa).

Quadro 1 9 · Respondentes agrupados pelo número de filiais (dispersão geográfica) de suas organizações.

No. Filiais N Percentual Percentual Acumulado

nenhuma 26 36,1 % 36,1 %

1 a 5 21 29,2 % 65,3 %

6 a 1 5 1 5 20,8 % 86,1 %

1 6 a 30 4 5,6 % 91 ,7 %

mais de 30 6 8,3 % 1 00,0 %

Quadro 20 · Tempo na função

Tempo na Função (anos) N Percentual Percentual Acumulado

menos de 1 7 9,7 % 9,7 %

1 a 3 24 33,3 % 43.0 % 4 a 1 0 22 30,6 % 73,6 %

mais de 1 0 1 9 26,4 % 100,0 %

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Quadro 21 - Tempo na organização

Tempo na Organização N Percentual Percentual (anos) Acumulado

menos de 1 2 2,8 % 2,8 %

1 a 3 1 7 23,6 % 26,4 %

4 a 1 0 27 37,5 % 63,9 %

mais de 1 0 26 36,1 % 100,0 %

Quadro 22 - Escolaridade dos respondentes

Escolaridade N Percentual Percentual Acumulado

superior 53 73,6 % 73,6 %

pós-graduação 1 1 1 5,3 % 88,9 %

20.grau 7 9,7 % 98,6 %

sem resposta 1 1 ,4 % 1 00,0 %