relaÇÃo do tempo de reaÇÃo com as capacidades … · prof. dr. alair pedro ribeiro de souza e...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM STRICTO-SENSU
EDUCAÇÃO FÍSICA
RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS
CAPACIDADES CONDICIONAIS E IDADE OSSEA EM
DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.
FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA
NATAL-RN
2016
iii
RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E
IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.
FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA
Dissertação apresentada ao programa de pós-
graduação em Educação Física da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
como requisito parcial para o grau de Mestre
em Educação Física.
ORIENTADOR: Prof. Dr. BRENO GUILHERME DE ARAÚJO TINOCO CABRAL
iv
FRANCISCO EMILIO SIMPLICIO DE SOUZA
RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E
IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS.
Presidente da Banca: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral (UFRN) - Orientador
Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas (UFRN) – Membro Interno
Prof. Dr. Alair Pedro Ribeiro de Souza e Silva (UFRJ) – Membro Externo
v
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM STRICTO-SENSU EDUCAÇÃO FÍSICA
COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM
EDUCAÇÃO FÍSICA
COORDENADOR: Prof. Dr. Arnaldo Luís Mortatti
VICE-COORDENADOR: Prof. Dr. Eduardo Caldas Costa
vi
UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Catalogação da Publicação na Fonte
Souza, Francisco Emilio Simplicio de.
Relação do tempo de reação com as capacidades condicionais e idade óssea em diferentes
estágios maturacionais / Francisco Emilio Simplício de Souza. - Natal, RN, 2016.
53 f. : il.
Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de
Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Educação Física.
1. Ossos - Dissertação. 2. Esporte - Dissertação. 3. Tempo de reação - Dissertação. 4. Idade
óssea - Dissertação. 5. Maturação - Dissertação. I. Cabral, Breno Guilherme de Araújo
Tinoco.
RN/UF/BCZM CDU 612.75
vii
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha inspiração, energia,
combustível, meu filho Bernardo, que me trouxe todos os
motivos para seguir em frente sempre, o meu algo a mais,
por ele sempre tenho que passar dos meus limites, antes
dele nascer imaginava qual era meu limite, depois dele
nascer essa palavra “limite” transformo em “desafio” que
somo a “superação”, meu filho, minha maior riqueza, esse
trabalho como a minha vida é dedicada a você, te amo!
viii
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiro a Deus, pelo dom da minha vida, saúde, conforto, alimento
espiritual e por esta sempre comigo, nos momentos de angustias, não ter me deixado abater,
sempre me levantando, mostrando o caminho, por me colocar sempre nos melhores caminhos
que ele desenhou, além de trazer as melhores pessoas que eu pudesse conhecer e aprender
sempre.
Aos meus queridos pais, meu querido pai Eloi pelo exemplo de pessoa e profissional
que sempre foi, pelo investimento nos meus estudos, por nunca ter me deixado faltar nada.
Minha querida mãe Edilza, pelos melhores sentimentos, atenção, carinho, dedicação,
responsabilidade e amor, sem vocês nada disso teria sido possível, se eu não tivesse os
melhores professores da vida, meu ídolo, meu pai e minha mãe por ter me conceituado na
prática o que é o amor.
Aos meus irmãos, meu amigo, conselheiro, exemplo, Dimas, por saber usas as palavras
no momento certo, elogiar quando se faz necessário, cobrar quando tem que ser, por ser meu
equilíbrio entre a razão e a emoção. Minha irmã Heronilda, pelo exemplo, por todo afeto, ao
sair e chegar em casa e saber que você vai está lá para me receber e me da o carinho mais
sincero.
A minha namorada, amor, amiga, companheira, exemplo, Ubilina, que conheci
exatamente através dessa experiência maravilhosa chamada mestrado, por termos orientadores
amigos em comum e eu não sabia que além da maior experiência da minha vida, também
conheceria uma pessoa tão especial como você, com qualidades que jamais pensei encontrar
em alguém, sentir com o coração, além de me guiar durante todo esse processo. Você foi a
experiência, a palavra certa no momento certo para que em todo o momento eu acreditasse que
tudo seria válido, você via os avanços quando eu não via, os erros quando eu não enxergava,
obrigado por tudo meu amor, te amo.
A minha cunhada, Juliana, por toda amizade, carinho, respeito e torcida durante esse
período, sempre me perguntando se estava tudo indo bem, obrigado pela atenção e carinho, te
admiro bastante, um beijo!
Ao meu amigo Jefferson Tafarel, se não fosse você, provavelmente eu não estaria aqui.
Lembro bem, quando no primeiro semestre de 2013 nos encontramos na UFRN e você me
ix
perguntou o que estava fazendo profissionalmente e naquele momento eu me encontrava
formado e fora do mercado de trabalho, cheio de dúvidas e sem saber o que fazer, quando você
me fala que está concluindo o mestrado e me apresenta a oportunidade de entrar em uma
disciplina como aluno especial, incentivo aquele que me levaria e fizesse chegar aonde estou
hoje. Muito obrigado meu amigo.
Ao Professor Dr Breno Cabral, meu orientador, exemplo como pessoa e profissional.
Professor eu vou tentar em algumas palavras ser grato, mas tenho certeza que mesmo que use
todas as palavras não chegará perto ao que o senhor me proporcionou ao longo desse percurso.
Obrigado por toda atenção, não me recordo um único e-mail sem ser respondido antes de 24
horas, nenhum momento que te procurei e não me atendeu, o que não é fácil por todas as
responsabilidades que tem. Um ser humano, de uma família que é um exemplo, tanto
humanamente como no esporte e o senhor carrega e honra todos esses valores. Obrigado pela
paciência, entre toda minha correria, com filho, família, trabalho e conseguir da conta. Os
ensinamentos, por ter me dado estímulos do que é ser pesquisador, trazer a ciência para as
respostas que precisamos. Professor muito obrigado por tudo, Deus te abençoe sempre, conta
comigo no que precisar. Um forte abraço!
Ao Professor Dr Paulo Dantas a quem carinhosamente chamo de Paulão, por ter sido
porta de entrada no mestrado, por ter apostado, acreditado, me incluído no grupo AFISA,
confesso que no primeiro ano foi muito difícil, por que encontrei pessoas do mais alto nível e
eu não estava perto de tamanha experiência e competência que todos tinham. Obrigado por
todos os “puxões” de orelha que não foram poucos, mas extremamente importantes e
necessários para que eu chegasse nesse momento. O senhor é um grande ser humano, dos
melhores valores que uma pessoa pode ter. Um abraço!
Ao professor Dr Pedro Ribeiro, por ter proporcionado a maior experiência acadêmica
que tive conhecer outro grupo de pesquisa e compreender a integração entre áreas diferentes.
O senhor é um grande exemplo de pessoa, professor e pesquisador. Deus o abençoe sempre,
Um grande abraço! A professora Dra Bruna Velasques, pela atenção, assistência e respeito
comigo quando estive na UFRJ-IPUB, parabéns pela ótima pessoa e profissional que é, um
abraço!
Ao professor Dr Arnaldo Mortatti, pelos ensinamentos, incentivo que tivemos ao longo
desses anos, sendo o primeiro professor que conversei quando pensei em me arriscar e fazer o
x
concurso do mestrado, obrigado também pelos momentos que foi duro, por querer meu
crescimento pessoal e acadêmico. Um forte abraço!
Aos amigos da maturação por tudo, sem vocês nada disso teria acontecido, desde as
discussões no projeto, pesquisa, apoio em todos os momentos, apontamento de erros onde só
fizemos crescer juntos. Meu respeito, gratidão e admiração por todos vocês, queridos amigos
que a vida me deu através do mestrado, Vanessa Pinto desde a graduação e a amizade se
estendeu na pós-graduação sempre pronta para ajudar em todos os momentos. Renata Nacer
sempre conversamos muito sobre os problemas enfrentados e sempre dando força um ao outro
que iríamos superar. Meu amigo Leandro Medeiros que o mestrado me deu, um camarada
sempre disposto a ajudar e que aprendi bastante. Thaisys Blanc, sempre ajudando a enxergar
os erros. Matheus Peixoto, nosso integrante mais novo do grupo, sempre disposto a contribuir
e pronto para ajudar. João Paulo Araújo, obrigado pela força meu irmão durante todo esse ano
e Kezianne Castro muito obrigado pela ajuda nas discussões.
Aos meus amigos, Mauro Jerônimo, pela torcida de sempre ao meu sucesso, por
sempre discutimos sobre nossos assuntos em comum, por toda sua amizade, mais um irmão
que a vida me deu. A meu amigo José Edson, amigo que conheci através do mestrado, por
toda assistência e troca de conhecimentos que tivemos.
A todos os integrantes do grupo de pesquisa AFISA pela oportunidade de aprender e
conviver com vocês, grupo de muita qualidade e de ótimas pessoas.
A todos os professores do PPGEF-UFRN por compartilhar os seus conhecimentos com
tamanha competência.
A todos os funcionários do DEF/UFRN por toda limpeza, organização das salas,
favorecendo ótimos ambientes para que tudo acontecesse da melhor forma.
xi
“Se quiser ir rápido, vá sozinho; se quiser ir longe, vá em grupo”
(Provérbio Africano)
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Análise descritiva do perfil amostral.
Tabela 2 – Analise das correlações de Pearson com a variável dependente Idade Cronológica,
Idade Óssea, Maturação e Tempo de Reação em função da Idade Cronológica, Idade Óssea,
Maturação, Tempo de Reação, Agilidade, Velocidade de Membros Superiores (MMSS) e
Velocidade de Membros Inferiores (MMII).
Tabela 3 - Regressão individual com as variáveis dependentes para analise do
comportamento, Tempo de Reação, Maturação e Idade Óssea.
xiii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Distribuição da classificação dos indivíduos em Idade Cronológica (IC) e Idade
Óssea (IO).
Gráfico 2 - Distribuição da classificação da maturação
Gráfico 3 - Dispersão do o tempo de reação (s) e a idade óssea (anos)
Gráfico 4 - Dispersão entre os dados do tempo de reação(s) e a maturação
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fatores que influenciam no desenvolvimento do individuo
Figura 2 – Representação do posicionamento das mãos no teste de velocidade de membro
superiores.
Figura 3 - Representação do deslocamento do teste de velocidade de membros inferiores
Figura 4 – Representação do deslocamento na realização no teste “T” de agilidade
Figura 5 - Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda
etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).
xv
LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
IC – Idade Cronológica
ISAK - International Society of the Advancement of Kinanthropometry
IO – Idade Óssea
SPSS – Statistical Package for the Social Sciences
TCLE – Termo Livre de Cossentimento Esclarecido
TR - Tempo de Reação
°C – Temperatura Registrada em Graus Celsius
® - Marca Registrada
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RESUMO
RELAÇÃO DO TEMPO DE REAÇÃO COM AS CAPACIDADES CONDICIONAIS E
IDADE OSSEA EM DIFERENTES ESTÁGIOS MATURACIONAIS
Autor: Francisco Emilio Simplicio de Souza
Orientador: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
Introdução: Tempo de reação é uma das capacidades cognitivas que o atleta necessita para
prática do esporte, uma vez que o preparo físico e técnico estará também associado a o quanto
antes ele consegue tomar a decisão ao receber o estímulo. Objetivo: Avaliar a relação dos
diferentes estágios maturacionais e as capacidades condicionais com o tempo de reação de
crianças e jovens praticantes de atividade esportiva. Metodologia: Estudo caracterizado como
descritivo e com tipologia transversal. A amostra foi composta por 104 indivíduos, sendo 71
meninos e 33 meninas. As etapas da pesquisa foram as seguintes: Aferição de dobra e
perimetria; realização do teste de stroop – testinpacs; realização do teste de velocidade de
membros inferiores, em seguida para verificar a velocidade de membros superiores dos
indivíduos e agilidade. Resultados: Com o p<0,01 apresentou correlações entre o tempo de
reação e a idade óssea -,354 e com a maturação -,312, na correlação com p<0,05 houve
correlação com a idade cronológica -,212. O tempo de reação não apresentou correlações com
as capacidades condicionais. A idade óssea apresentou correlação com a velocidade de
membros inferiores -,242 e a maturação correlacionou-se com a agilidade,243. Na regressão
linear individual, o tempo de reação como variável dependente e o p<0,01, teve a maior
significância com a idade óssea ,000 e com a maturação apresentando o valor ,001, com o
p<0,05 apresentou relação com a idade cronológica com resultado ,031. Conclusão: No
presente estudo, foi identificado que os indivíduos com estágios maturacionais mais
acelerados, apresentaram um menor tempo de reação.
Palavras-chave: Esporte, tempo de reação, maturação e idade óssea.
xvii
ABSTRACT
RELATIONSHIP WITH REACTON TIME WITH CONDITIONAL CAPACITIES AND
BONE AGE IN DIFFERENT MATURATIONAL STAGES
Author: Francisco Emilio Simplicio de Souza
Menthor: Prof. Dr. Breno Guilherme de Araújo Tinoco Cabral
Introduction: Reaction time is one of the cognitive skills, that the athlete needs to practice
sports, since the physically and technical efficacy is also associated with the speed of the
decision making after receiving the stimulus.Objective: Evaluate the relationship of the
different maturation stages and conditional capabilities with the kids reaction time and young
practitioners of sports Methodology: Study characterized as descriptive and cross-typology.
The sample consisted of 104 individuals, 71 boys and 33 girls. The steps of the research were
as follows: scouting folds and circumference; realization of the Stroop test - testinpacs;
realization speed test of the lower limbs, with the 20-meter test, then the strike of test plates to
check the speed of the upper limbs of individuals and ending with "T" test for agility analysis
Results: With p <0.01 showed correlations between the reaction time and the bone age - 354
and maturation - 312, in correlation with p <0.05 correlation with chronological age - 212. The
reaction time showed no correlations with the conditional capabilities. Bone age with
correlated with the speed of the lower limbs - 242 and maturation correlated with the speed p
with the result, 243. In individual linear regression, reaction time as the dependent variable,
had the greatest significance to the bone age, 000 and maturation having the value 001, were
related to chronological age with a result, 031. Conclusion: In this study, it was identified that
individuals with more accelerated maturational stages and with greater bone age showed a
lower reaction time.
Keywords: Sport, reaction time, maturation and bone age.
xviii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 17
2. OBJETIVOS .......................................................................................................................... 20
2.1 Objetivo geral ................................................................................................................... 20
2.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 20
3. REVISÃO DA LITERATURA ............................................................................................. 21
3.1 Crescimento, Maturação e Desenvolvimento .................................................................. 21
3.2 Iniciação Esportiva...........................................................................................................23
3.3 Capacidades Condicionais ............................................................................................... 24
3.4 Tempo de Reação.............................................................................................................26
4. METODOLOGIA..................................................................................................................28
4.1 Desenho do Estudo...........................................................................................................28
4.2 População e Amostra........................................................................................................28
4.2.1 Critérios de Inclusão......................................................................................................28
4.2.2 Critérios de Exclusão.....................................................................................................28
4.3 Instrumentos e Procedimentos..........................................................................................28
4.3.1 Idade Óssea................................................................................................................28
4.3.2 Idade Cronológica......................................................................................................30
4.3.3 Avaliação da Maturação...........................................................................................30
4.4 Avaliação da Capacidade Condicional............................................................................30
4.4.1 Velocidade de Membros Superiores..........................................................................30
4.4.2 Velocidade de Membros Inferiores...........................................................................31
4.4.3 Agilidade...................................................................................................................31
4.5 Avaliação do Tempo de Reação......................................................................................32
4.5.1 Teste de Stroop Computadorizado - Testinpacs........................................................32
4.6 Tratamento Estatístico......................................................................................................33
5.RESULTADOS.......................................................................................................................35
6.DISCUSSÃO..........................................................................................................................41
7.CONCLUSÃO........................................................................................................................45
8.REFERÊNCIAS......................................................................................................................46
17
1 INTRODUÇÃO
O esporte brasileiro vive um momento de megaeventos a partir da década de 2000, uma
vez que sediamos já o Panamericano em 2007 na cidade do Rio de Janeiro, a Copa do Mundo
de Futebol em 2014 e em 2016 será realizado os Jogos Olímpicos na cidade do Rio de Janeiro,
Rosa (2011). A partir desses megaeventos esportivos a população passa está mais integrada
sobre o esporte, seja assistindo ou praticando, no caso dos jovens esportistas a forma de
inserção é através da escola nas aulas de educação física ou integrar a equipe de uma
modalidade da escola, o ingresso também pode ser através de clube especifico do esporte para
iniciação ou participar de um treinamento organizado em longo prazo ou praticar por lazer,
momento que o individuo em seu tempo livre escolhe uma atividade para exercer, sendo a
prática de esportes um dos conteúdos do lazer, chamado de físico.
Assim torna-se cada vez mais importante o cuidado na formação dos jovens atletas,
saber as etapas que ele passa biologicamente, psicologicamente e socialmente no processo de
seleção e orientação esportiva. Cuidado esses, que os professores responsáveis pelo processo
tem que ter, para que não se cometam erros que levem o individuo a desistência do esporte por
algum desses fatores (bio-psico-social), pois o mesmo recebe estímulos de todos esses
processos, como apresentado na (figura 1).
18
Figura 1 – Fatores que influenciam no desenvolvimento do individuo
São nas primeiras fases da vida que o crescimento e desenvolvimento se tornam os
aspectos importantes para o organismo, sendo assim a idade maturacional vai relacionar-se
com o desenvolvimento, Malina e Bouchard (2002). A maturação então seria as mudanças
qualitativas, em busca do estado maduro onde o individuo atinge os melhores níveis de
desempenho das funções biológicas, existindo ainda o processo maturacional, que corresponde
ao tempo que ele levará para chegar à puberdade e o estado maturacional, que indica em qual
momento o individuo se encontra no processo, se atrasado biologicamente, com estado normal
ou acelerado, Malina, Bouchard e Bar-Or (2009). Assim, mudanças de crescimento ocorrem
durante a infância e adolescência, sendo importante o conhecimento do estado maturacional do
individuo, no entanto um dos problemas acaba sendo a falta de conhecimento dos professores
e treinadores para identificar as diferenças biológicas entre os esportistas, (LINHARES et al.
2009).
Vale considerar que para formação de jovens atletas é importante apresentar alguns
fatores, principalmente ao considerar que são nos primeiros anos de vida da criança onde
existem as grandes diferenças e por esse motivo estão sendo objeto de várias pesquisas, Pierce,
Munier e Myers (2009). Entre esses fatores, encontram-se as atividades que as crianças
participam, Nobre et al. (2009), além dos fatores ambientais, socioeconômicos, que estarão
Indivíduo
Psicológico
Social Biológico
19
interferindo no desenvolvimento e crescimento, Hamadani et al. (2010). Além disso,
atividades que estiverem sendo estimuladas para as crianças estarão determinando o seu
desenvolvimento, (SCHWENGBER, 2009).
As capacidades condicionais se apresentam como importante para o desenvolvimento
do individuo no esporte, uma vez que os jovens praticantes de atividade física necessitam
dessas capacidades para a modalidade especifica. No entanto, é necessário que se tenha alguns
cuidados nos momentos de estímulos dessas capacidades, não significando que o individuo
não irá atingir aquela capacidade, mas que naquele momento o desenvolvimento deveriam ser
das capacidades coordenativas e cognitivas na fase pré-pubere sendo as capacidades
condicionais desenvolvidas na fase púbere e pós-pubere, pois fisiologicamente e
psicologicamente o individuo será capaz de se desenvolver, (MASSA e RÉ, 2010).
Além das capacidades e habilidades motoras o individuo necessita das relações com o
ambiente, dessa forma, surge o tempo de reação que é o tempo de resposta entre o estímulo
apresentado e a resposta executada, Mori et al. (2002). O tempo de reação pode ser
classificado em simples e de escolha. O tempo de reação simples será a resposta que exigir um
único estímulo, já o tempo de reação de escolha será através de vários estímulos, existindo
uma resposta específica dentre várias (BRUZI et al. 2013).
Vários estudos têm investigado o processo de formação dos esportistas, em maior
quantidade centrado nos seus aspectos motores e biológicos, seja através de analises de perfil
ou comparações. Isso acaba se refletindo na formação dos futuros atletas visando apenas à
promoção daqueles que estejam naquele momento em avanços biológicos e consequentemente
maior repertório motor. Pouco vem sendo investigando sobre diferentes aspectos que
influenciam de forma indissociável na formação dos jovens atletas, a exemplo dos aspectos
cognitivos e maturacionais. Diante do exposto acima e das evidencias encontradas na ciência,
esse trabalho visa verificar a influencia da maturação no tempo de reação de jovens praticantes
de atividade esportiva.
20
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar a relação dos diferentes estágios maturacionais e as capacidades condicionais
com o tempo de reação de crianças e jovens praticantes de atividade esportiva.
2.2 Objetivos específicos
Avaliar a maturação através de protocolo de classificação com base na idade óssea e
cronológica
Verificar a capacidade condicional de agilidade, velocidade de membros superiores e
inferiores em jovens praticantes de atividade física.
Avaliar a capacidade cognitiva (tempo de reação) dos jovens esportistas.
Identificar a correlação entre a capacidade cognitiva (tempo de reação) com a
maturação, idade óssea, agilidade e velocidade de membro superior e inferior.
21
3. REVISÃO DA LITERATURA
3.1 Crescimento, Maturação e Desenvolvimento
Muitos ainda confundem os conceitos, crescimento, maturação e desenvolvimento, por
entenderem que possuem significados iguais, mesmo apresentados no mesmo tópico são
processos que ocorrem de formas diferentes entre os indivíduos. Pois fatores internos e
externos estarão influenciando diretamente essas fases. Apesar de conceitos diferentes, devem
ser apresentados juntos pelas interações que existem entre os três processos. Durante toda a
vida, do nascimento a morte, o individuo estará em fase de crescimento, sendo nas duas
primeiras décadas de vida, onde estarão acontecendo as maiores taxas de crescimento,
entendido como transformações quantitativas, Malina, Bouchard e Bar-Or (2009). Malina et
al. (2004), define crescimento como sendo o incremento do tamanho do corpo ou em partes
específicas, sendo em três processos celulares que ocorrem no individuo: a) hiperplasia
(aumento no número de células); b) hipertrofia (aumento do tamanho das células) e c)
agregação (aumento da capacidade intercelular de agrupamento das células). Apesar de esses
momentos acontecerem em todos os indivíduos, se apresentam em momentos distintos e
mesmo quando chegarem a idade adulta, indivíduos de mesma idade cronológica podem
apresentar estaturas diferentes.
Mesmo todo individuo passando pelos três processos celulares descritos a cima, pode
ocorrer o predomínio de um deles sobre o outro. O crescimento do individuo pode-se
apresentar como negativo, estável ou positivo, ele será um crescimento negativo quando o
decréscimo exceder o aumento da célula. Para que ocorra crescimento estável, deve haver um
equilíbrio entre o aumento celular e o decréscimo. Na definição de crescimento positivo, o
individuo passa por um processo de aumento excedente e decréscimo celular, (MALINA et al.
2004).
O crescimento pode acontecer em momentos diferentes entre meninas e meninos,
fatores como a genética, ambiente natural, alimentação e condição socioeconômica, além da
atividade física estarão interferindo nesse processo. Nas meninas iniciando e terminando mais
cedo do que nos meninos, uma das explicações acontece pelo fenômeno da menarca (inicio do
ciclo menstrual), (MALINA et al. 2009).
A maturação pode ser definida como a forma que leva o corpo humano as funções
adultas, Malina et al. (2004). Diferente do crescimento, na maturação todos os indivíduos vão
22
alcançar o estado maduro e são as mudanças de ordem qualitativa que vão ocorrendo. É um
processo que acontece em diferentes momentos para crianças e jovens, podendo apresentarem
diferenças entre a idade cronológica e a idade biológica, onde um individuo pode ter 12 anos
de idade cronológica e está ou avançado com 13 anos de idade biológica, atrasado com 11
anos de idade biológica ou encontrar-se em estado normal com a mesma idade cronológica, 12
anos de idade biológica.
Baxter-Jones et al. (2005), apresentam como fases do processo de maturação, o timing
e o tempo. Sendo o timing, a idade em que ocorre a menarca para as meninas, espermarca para
os meninos, desenvolvimento dos órgãos ou estirão do crescimento. Já o tempo seria a
velocidade com que esses processos ocorrem e como está o progresso ao estado maduro. A
maturação pode ser identificada de acordo com o sistema biológico, sendo maturação
esquelética, sexual ou somática, (MALINA et al. 2004).
O desenvolvimento pode ser entendido como sendo as mudanças que ocorrem ao longo
da vida de forma progressiva e com interferências biológicas, Gallahue e Ozmun (2006).
Sendo a interação existentes entre processos quantitativos (crescimento) e qualitativos
(maturação) com relação ao ambiente que o individuo esteja, (MALINA et al. 2009).
Malina e Bouchard (2002), explicam o desenvolvimento como sendo biológico e
comportamental. Biológico no que se refere à melhoria das funções orgânicas e celular, e
comportamental como influências e experiências, culturais e ambientais. Ainda assim,
compreende-se o processo de desenvolvimento como uma adaptação a uma determinada
habilidade além de uma melhora nas competências motoras, (BAXTER-JONES et al. 2002).
Ainda existe outro fator, como a prática de atividade física, que estará influenciando o
processo de crescimento e maturação. No crescimento o individuo que pratique esporte
regularmente estará aumentando entre 10 e 20% o pico de densidade minera óssea quando
comparado a indivíduos da mesma idade que não participa de uma prática regular esportiva,
Vicent-Rodríguez (2006).
Em uma relação da atividade física com a maturação a literatura apresenta que atividades com
intensidade baixa existem uma relação positiva tanto nos meninos como nas meninas, a
relação torna-se negativa quando comparados com exercícios de alta intensidade, (CUMMING
et al. 2009).
23
3.2 Iniciação Esportiva
Através da iniciação esportiva as crianças começam uma prática sistematizada com o
objetivo de se desenvolver fisicamente, tecnicamente e taticamente na modalidade escolhida,
sempre respeitando os estágios de desenvolvimento em cada fase, Ramos e Neves (2008).
Outros autores como Pini e Carazzatto (2005) definem a iniciação esportiva em dois
momentos diferentes, o geral (idade cronológica dos dois aos doze anos), onde o maior
objetivo será a preparação aos maiores esforços, no desenvolvimento das qualidades básicas,
na fase especializada (a partir dos doze anos), o jovem atleta passa a ter o treino mais
direcionado com as exigências necessárias para o esporte.
Um dos cuidados com o futuro esportista que se deve ter é a especialização precoce,
processo de queimar etapas, o atleta passa a treinar com objetivos de uma faixa que ainda não
atingiu crescimento e maturação para desenvolver, esse fenômeno acaba sendo um dos
motivos para abandonar o esporte, Ramos e Neves (2008). Dessa forma entende-se que a
especialização precoce também pode ser definida de acordo com as cargas de treinamento
imposta nos jovens atletas (BRASIL, 2004).
É importante considerar que o processo de treinamento periodizado serve também
como detecção, promoção e orientação esportiva, que acontece através de um
acompanhamento em longo prazo. Dessa forma é necessário que o individuo seja observado
para que seja feito a seleção, Bohme (2000). Os critérios para avaliação devem ser extensos,
além das características exigidas pelo esporte, os atletas devem ser submetidos a testes
antropométricos e serem acompanhados, para que seja feita as observações e seleção
esportiva, Blomfield et al.( 2007). Detecção de atletas, ou busca por atletas (crianças e jovens),
serve para identificar possíveis talentos para os esportes dispostos a terem o compromisso de
treino intenso, para se alcançar os maiores resultados e desempenho esportivo (BENDA,
1998).
Talento no esporte são os indivíduos com desempenho acima da média. Para Martin et
al. (2000) o talento significa a soma de várias ações individuais, como a idade de
desenvolvimento, genética favorecida, o desempenho nas exigências do treinamento e as
qualidades psicológicas. Ainda pode acontecer um possível efeito de idade relativa no
processo de seleção, é que os indivíduos que nasceram primeiro podem tirar vantagem numa
seleção dos que nasceram nos últimos meses do ano, podendo ter um desempenho individual
superior por ter nascido primeiro (GLAMSER E VICENT, 2004).
24
Em um processo longitudinal de treinamento para os jovens esportistas, o que pode
variar são os objetivo em cada estágio no período de formação. Na primeira fase do
desenvolvimento, os jovens esportistas no estágio pré-púbere devem aprimorar e ter como
objetivo o treinamento dos padrões motores fundamentais. No estágio púbere o indivíduo
inicia a especialização e devem ser estimulados o treinamento progressivo das qualidades
físicas básicas, assim o indivíduo na fase adulta deve chegar no seu mais amplo
desenvolvimento para atingir os maiores desempenhos (SANTOS e DANTAS, 2009).
Uma visão em longo prazo do desenvolvimento desde a iniciação, até a detecção e
seleção do esporte, seria que o individuo participasse de várias experiências e aprendizagens
através das mais variadas atividades. Na iniciação, o principal objetivo seria a aquisição de
habilidades motoras e destrezas específicas e globais, sendo realizadas através de formas
básicas de movimentos e jogos pré-desportivos, nessa fase a criança está pronta para se
desenvolver no esporte, mas não para competir coletivamente, elas passam a competir sem
saber de todos os fatores envolvidos, mas se essa competição for contínua e em caso de
fracasso pode levar a criança a um dos grandes motivos de abandono precoce do esporte
(ALMEIDA, 2005).
Ao se pensar o treinamento dos jovens esportistas, deve ter como objetivo a formação
em longo prazo. Para tanto é preciso um trabalho com base no acompanhamento buscando
sempre avaliar o desempenho tomando como bases variáveis que são imprescindíveis no
esporte. Sendo a maturação um fator de interferência nas diversas variáveis físicas e
antropométricas, deveria ser sempre levado em consideração como fator importante nas
baterias de testes para seleção de talentos, (CABRAL et al. 2011).
3.3 Capacidades Condicionais
As capacidades condicionais estão diretamente relacionadas com o desempenho do
metabolismo energético, nas capacidades de força, resistência e velocidade, Ré e Barbanti
(2006). A capacidade utilizada vai depender da habilidade motora executada e o esporte
praticado, e o desenvolvimento dessas qualidades físicas irá depender das adaptações do
treinamento e sendo determinadas pelo processo de maturação biológica, o crescimento
também será uma variável importante nesse processo de desenvolvimento das capacidades,
(MASSA e RÉ, 2006; ROWLAND, 1996).
25
O estímulo, treinamento, desenvolvimento dessas capacidades devem ocorrer após o
processo de maturação biológica. Nos meninos o maior desenvolvimento acontecerá após a
puberdade, que coincide com o pico do crescimento e nas meninas após o acontecimento da
menarca. O aumento na capacidade aeróbia do individuo é mínimo antes da puberdade,
momento esse que devem ser bastante estimuladas as capacidades coordenativa e cognitiva,
Baxter-Jones e Helms (1996). Assim como, no desenvolvimento das capacidades anaeróbias
de curta duração e alta intensidade, também terão maiores evoluções após a maturação
biológica, (RATEL et al. 2006).
Dessa forma, o desenvolvimento das capacidades condicionais acompanham a idade
cronológica em ambos os sexos até o estirão do crescimento, onde os meninos irão se
diferenciar das meninas pela produção do hormônio testosterona e consequentemente aumento
da massa muscular, Beunen et al. (2000). As meninas ficam em desvantagens no
desenvolvimento das capacidades condicionais pelo aumento da gordura corporal,
(ROWLAND, 1996).
Seja nos meninos ou nas meninas, fica evidenciado na literatura que é após o processo
de maturação biológica que acontecerão os maiores ganhos, seja qual for a capacidade
desenvolvida. Assim, o mais importante do conhecimento que o professor/treinador deve ter
são os cuidados com os atletas em formação, é na fase pré-púbere (fase que antecede a
puberdade) ter como objetivo, desenvolver e acomodar as capacidades coordenativas e
cognitivas. Em nenhum estudo foi encontrado ganhos nas capacidades condicionais com o
treinamento antes da maturação, ainda que aconteça adaptações ao treinamento durante o
período da infância, Baxer (2003). Para Weineck (1999), na capacidade condicional
velocidade os melhores resultados são encontrados nas meninas dos 15 aos 17 anos e nos
meninos entre 20 e 22 anos. A agilidade então seria a capacidade de mudar a direção do
deslocamento em velocidade, para atingir o alvo e de forma correta, (SHEPPARD e YOUNG,
2006).
Vários estudos relacionam a maturação com a capacidade condicional. Malina et al.
(2004) em um dos seus estudos apresenta que existem diferenças entre o desempenho físico
nos jovens com influencia da maturação, mesmo estando com mesma idade cronologica mas
diferente idade biologica, esses resultados são acentuados na fase da adolescência. O estudo
ainda reporta que, individuos avançados biologicamente terão resultados superiores em todas
as capacidades.
26
3.4 Tempo de Reação
O tempo de reação (TR) é definido como sendo o tempo entre o estímulo e a resposta,
o estímulo pode ser feito através de uma luz, som, choque ou palavra. Existem três formas de
avaliar o desempenho do tempo de reação: simples, escolha e discriminação. O TR simples é
identificado por existir apenas um sinal (estímulo) e uma ação (resposta). No TR de escolha,
vão existir mais de um sinal (estímulo) e uma ação (resposta) específica. No TR de
discriminação, vai acontecer mais de um sinal (estímulo), mas a ação (resposta) está
condicionada, (MAGILL, 2011).
Assim o tempo de reação será uma importante capacidade cognitiva no processo de
iniciação, detecção e orientação esportiva, uma vez que o esporte vai exigir do atleta em
formação, velocidade no aspecto físico nas capacidades condicionais, bem como nas
capacidades cognitivas no que refere-se à tomada de decisão, o tempo de reação vai se
associar com o desempenho na qualidade de execução da habilidade em questão, (SCHMIDT
e WRISBERG, 2010).
Cada vez mais são elevados os números de trabalhos envolvendo as capacidades
cognitivas em referência ao desempenho no esporte, Vayens et al. (2007). Já existem alguns
estudos realizados com tempo de reação, onde, Ando et al. (2001), envolveu o tempo de
reação simples visual de futebolistas e não-futebolistas e encontrou valores menores para o
grupo dos futebolistas. Os outros estudos também foram envolvidos com o tempo de reação e
outras variáveis, (SENEL e EROGLU, 2006; MCMORRIS e COLENSO, 1996).
Alguns estudos tem apresentado que atletas diferenciam-se de não-atletas na
capacidade de um melhor processamento central em decorrência ao nível e tempo de prática
esportiva, Ando et al. (2001). Com o tempo os atletas vão recebendo estímulos e respondendo
de acordo com as necessidades, bem como o acerto vai aumentando e erro diminuindo de
acordo com a experiência e tempo na atividade esportiva, Helsen e Starkes, (1999). Kida et al.
(2005) Apresentou em um estudo com atletas de beisebol e tênis, onde o teste era uma
atividade do beisebol e foi constatado um menor tempo nos resultados dos beisebolistas.
A prática de atividades físicas para crianças e adolescentes vem sendo colocado como
importante para o neurodesenvolvimento, quando comparadas às crianças e adolescentes que
não praticam atividade física, Herting et al. (2014). Assim como para o desenvolvimento das
capacidades cognitivas e promoção da saúde, como também uma importante variável no
crescimento e desenvolvimento biológico, Kahn e Hillman, (2014). Em apenas uma sessão por
27
semana de atividade física aeróbia, já é possível haver ganhos fisiológicos e cognitivos em
crianças, adolescentes e idosos, (VERBURGH et al. 2014)
28
4. METODOLOGIA
4.1 Desenho do estudo
O estudo foi caracterizado como descritivo correlacional, uma vez que analisou a
relação das variáveis e tipologia desenvolvimental, que segundo Thomas, Nelson e Silverman,
(2012), estuda as mudanças de comportamentos.
4.2 População e Amostra
A população do estudo foram jovens da cidade de Natal/RN vinculados a projetos de
iniciação esportiva, onde praticam atividade esportiva duas vezes por semana, com duração de
duas horas por dia de aula. A amostra foi composta por, 104 escolares de 11 a 14 anos sendo,
71 meninos e 33 meninas, escolhidos de forma não probabilística intencional. A pesquisa
seguiu todas as normas, aprovada em comitê de ética em Pesquisa da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte (protocolo n.º n°1249937/2015), em consonância com a Declaração de
Helsinque (2002) e Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil Todos
apresentaram o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).
4.2.1 Critérios de inclusão
Para participar da pesquisa os indivíduos teriam que: a) entregar o TCLE; b) está
dentro da faixa etária do estudo, entre 11 e 14 anos (nascidos entre 2001 e 2004); c) não
apresentar qualquer problema de saúde que possa comprometer o resultado do estudo; d)
realizar alguma prática esportiva.
4.2.2 Critérios de exclusão
Foram determinados como critérios exclusivos da pesquisa aqueles que: a) apresente
algum problema de saúde que comprometa o resultado do trabalho; b) não ter participado de
algum dos testes e não ter assinado o TCLE.
4.3 Instrumentos e Procedimentos
4.3.1 Idade Óssea
Para avaliação da idade óssea foi utilizado o protocolo descrito por Cabral (2011), onde
a idade óssea é definida a partir da seguinte equação:
29
Idade Óssea = -11,620 + 7,004 (estatura) + 1,226 (Dsexo) + 0,749 (idade) – 0,068 (Tr) + 0,214
(Pcb) – 0,588 (Du) + 0,388 (Df).
Onde: estatura (cm), para o masculino Dsexo = 0, para o feminino Dsexo = 1, a idade
cronológica em anos, (Tr) dobra cutânea tricipital, (Pcb) perímetro corrigido de braço, (Du)
diâmetro de úmero, (Df) diâmetro de fêmur.
Previamente foi pedido aos alunos que chegassem antes da aula, para que a pesquisa
não atrapalhasse seu momento de aula. Os indivíduos realizaram as avaliações antes do inicio
das aulas. Após entrega do TCLE e termo de assentimento a pesquisa foi iniciada com
avaliação de antropometria e dobras. Uma sala ficou reservada para avaliação de perimetria e
dobras, sendo a massa corporal verificada com o individuo localizado no centro da balança,
sendo registrado o peso em quilogramas em uma balança mecânica (G-Tech®). A estatura foi
medida partindo da ponta do pé do individuo, até o plano mais alto da cabeça, com a cabeça na
direção do plano de Frankfurt, a estatura foi registrada em centímetros, com um estadiômetro
da marca Sanny®, seguindo o protocolo ISAK (International Society of the Advancement of
Kinanthropometry) proposto por MARFELL – JONES ET AL. (2006).
Para aferição dos comprimentos e diâmetros osseos foi utilizado o paquímetro preto da
marca Cercof® com precisão de 0,1 cm. Para avaliação da dobra cutânea tricipital, foi pedido
que o avaliado do sexo masculino retirasse a camisa, para os indivíduos do sexo feminino foi
pedido aos indivíduos que viessem com roupas confortáveis de prática esportiva. A dobra foi
aferida três vezes pelo mesmo avaliador, no lado direito do avaliado, tendo como resultado a
média das três aferições, o adipômetro utilizado foi o compasso Harpenden (John Bull British
Indicators Ltd), todos os procedimentos através dos instrumentos de antropometria e dobras
foi seguindo o protocolo ISAK, descrito por, (MARFELL-JONES et al. 2006).
Idade óssea = -11,620 + 7,004 (estatura) + 1,226 (Dsexo) + 0,749 (idade) – 0,068
(Tr) + 0,214 (Pcb) – 0,588 (Du) + 0,388 (Df).
30
4.3.2 Idade Cronológica
Para determinar a idade cronológica foi contada a quantidade de meses de vida do
mesmo a partir da data de nascimento com dia, mês e ano, divido por 12 (doze), (MALINA e
BOUCHARD, 2002).
4.3.3 Avaliação da Maturação
Malina e Bouchard (2002) classifica a maturação em atrasado, normal ou acelerado.
Sendo essa classificação obtida através da subtração entre o valor da idade óssea em meses
pela idade cronológica em meses, após a subtração caso o individuo encontre-se entre +12 e -
12 em relação à idade cronológica em meses ele é classificado como normal, acima do +12
encontra-se em classificação acelerado e caso o valor seja inferior a -12 o individuo tem
classificação maturacional atrasada.
4.4 Avaliação da Capacidade Condicional
4.4.1 Velocidade de Membros Superiores
Para avaliação condicional de membros superiores foi realizado o teste de golpeio de
placas, segundo o protocolo EUROFIT, Conselho da Europa (1990), que tem como
procedimento o individuo posicionado em pé de frente a uma mesa de altura regulada na
cintura, sobre a mesa foi colocado dois discos nas extremidades com distância de 80 (oitenta)
centímetros com um retângulo entre os mesmos, todos em posicionamento horizontal a mesa.
A mão não dominante do individuo fica posicionada no centro (retângulo) e a mão dominante
no círculo oposto ao lado da mesma, conforme figura 2. Ao sinal do avaliador o individuo
realizava 25 (vinte e cinco) ciclos, batendo com a mão dominante no outro circulo e voltando
ao inicial, sendo instruído a fazer o ciclo com a maior velocidade. Cada vez que o individuo
não fizesse o ciclo completo, batendo nos dois círculos era acrescentando mais um ciclo pelo
avaliador.
O teste encerrava com o sinal do avaliador após os 25 (vinte e cinco) ciclos informando
ao avaliado “Parou”. O avaliado foi informado o procedimento dos testes e teve duas
tentativas, sempre com um espaço de tempo de 2 (dois) minutos entre a primeira tentativa e a
segunda, para que fosse evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois resultados e levado
para tratamento estatístico o de menor tempo. O tempo foi registrado através de um
cronometro digital marca Starflex®.
31
Figura 2 – Representação do posicionamento das mãos no teste de velocidade de membro
superiores, da bateria de testes EUROFIT, Conselho da Europa (1990).
4.4.2 Velocidade de Membros Inferiores
Para avaliação condicional velocidade de membros inferiores foi realizado o teste de
velocidade 20m, segundo protocolo de Gaya (2007), que corresponde a realizar um
descolamento retilíneo em uma distância de 20 (vinte) metros, conforme figura 3. A marcação
do tempo foi registrada através de duas fotocélulas da marca Cefise ®, uma no ponto de
partida e outra no ponto de chegada. O individuo realizou a avaliação duas vezes, sempre com
um espaço de tempo de 1 (um) minuto entre a primeira tentativa e a segunda, para que fosse
evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois resultados e levado para tratamento
estatístico o de menor tempo.
Figura 3 – Representação do deslocamento do teste de velocidade de membros inferiores,
Gaya (2007).
4.4.3 Agilidade
Para agilidade foi utilizado o Teste “T” conforme descrito por Pauole et al. (2000), que
corresponde ao deslocamento em formato de T, sendo 10 (dez) metros retilíneos, chegando ao
32
centro, 5 (cinco) metros a direita, encaminha-se a esquerda com a distância de mais 5(cinco)
metros, retorna ao centro e encerra o teste onde iniciou, descrito conforme figura 4. A
marcação do tempo foi registrada através de uma fotocélula da marca Cefise ®, posicionada
no ponto de partida que correspondia também ao ponto de chegada. O individuo realizou a
avaliação duas vezes, sempre com um espaço de tempo de 2 (dois) minutos entre a primeira
tentativa e a segunda, para que fosse evitado uma possível fadiga, foi registrado os dois
resultados e levado para tratamento estatístico o de menor tempo.
Figura 4 – Representação do deslocamento na realização no teste “T” de agilidade,
Pauole et al. (2000).
4.5 Avaliação do Tempo de Reação
4.5.1 Teste de Stroop Computadorizado – Testinpacs
Para avaliação do tempo de reação, foi utilizado o Teste de Stroop seguindo o
protocolo de Córdova et al. (2008). Onde o individuo em frente a um notebook da marca
lenovo, tela de alta definição com 14 (quatorze) polegadas e processador Intel Core 3 de cor
preta. Foi instruído pelo avaliador ao avaliado sobre o procedimento do teste, que seria para
avaliar o seu tempo de reação e que ele faria duas vezes, sendo a primeira como familiarização
do teste e a segundo onde seria registrado o tempo do teste. O teste consiste em três etapas,
sendo a primeira e a segunda etapa de caráter congruente e a terceira etapa incongruente. O
33
individuo com as teclas de seta do notebook estará escolhendo entre a resposta da direita ou da
esquerda, com as teclas de direção. Cada etapa consiste em 12 estímulos e respostas, sendo
totalizados, 36 (trinta e seis) estímulos e respostas.
Na primeira etapa o estímulo será para a cor do retângulo que poderá ser nas cores
(Azul, Preto, Verde ou Vermelho), sendo com duas opções de respostas, conforme figura 5 (a).
Na segunda etapa o estímulo e a resposta serão feitos na cor branca, equivalendo dessa vez, o
acerto no nome da palavra, continuando as palavras Azul, Preto, Verde ou Vermelho, o
individuo deve responder o nome da palavra correto, exemplo ilustrado na figura 5 (b). Na
terceira etapa o estímulo foi o aparecimento do nome da cor descrito com outra cor, o
individuo deveria responder de acordo com a cor do nome, as palavras descritas são Azul,
Preto, Verde ou Vermelho, descrito com outra cor, conforme figura 5 (c). O teste foi realizado
individualmente, em um ambiente reservado, com uma sala fechada, iluminada, constando
apenas o avaliado e o avaliador, com temperatura de 20°C. Foi registado o tempo de reação da
segunda avaliação.
Figura 5 – Etapas das fases do Teste de Stroop (a) primeira etapa (congruente); (b) segunda
etapa (congruente); (c) terceira etapa (incongruente).
4.6 Tratamento Estatístico
Para normalidade dos dados foi utilizado o teste de Shapiro-Wilk, as variáveis
paramétricas foram apresentadas em média e desvio padrão e as não paramétricas em mediana
e o intervalo de confiança a 95%.
Os dados foram organizados e trabalhados utilizando o software estatístico SPSS
versão 20.0, seguindo recomendações de Field (2009), através do mesmo foi realizado uma
analise de correlação de Pearson e em seguida foi feito uma regressão linear. Na analise de
34
correlação adotou-se duas significâncias, primeiro testado a um p<0,01 e em seguida a p<0,05.
Pearson assume valores entre -1 a +1, quanto mais próximo o valor estiver das extremidades,
mais forte será a correlação.
Em seguida, ao teste de correlação foi feito o teste de regressão linear, que verifica a
relação do comportamento entre variáveis em função da variável dependente. Foi utilizado
como variável dependente a maturação, idade óssea e tempo de reação.
35
5. RESULTADOS
Tabela 1 – Análise descritiva do perfil amostral.
n Média Desvio
Padrão
Mínimo Máximo
Gênero Feminino 33
Masculino 71
Idade Crn*. (anos) 13,06 1,09 10,50 14,80
Idade Óssea (anos) 13,99 1,61 9,80 18,50
Maturação ,93 1,11 -2,30 3,80
Peso (kg) 50,62 12,58 28,50 89,50
Estatura (m) 1,56 ,09 1,36 1,75
Idade Crn* corresponde à idade cronológica em anos.
Na tabela 1, de perfil descritivo da amostra, estão as variáveis, sexo e o seu
quantitativo de feminino (n=33) e masculino (n=71), a idade cronológica 13,06 ± 1,09 e
(10,50, 14,80) e a idade óssea 13,99 ± 1,61 e (9,80, 18,50) em anos, a maturação, 93 ± 1,11 e
(2,30, 3,80), a massa corporal 50,62±12,58 e (28,50, 89,50) em quilogramas e a estatura 1,56
±,09 e (1,36, 1,75) em metros. Nas variáveis: idade cronológica, idade óssea, maturação, peso
e estatura estão os valores médios, desvio padrão e os mínimos e máximos respectivamente.
Gráfico 1 – Distribuição da classificação dos indivíduos em Idade Cronológica (IC) e Idade
Óssea (IO) em porcentagem.
No gráfico 1, encontra-se os resultados de comparação entre à idade cronológica e a
idade óssea dos indivíduos da amostra. Se somarmos as faixas na idade cronológica em 10-11,
18
,26
45
,19
16
,34
13
,46
6,1
3
35
,13
29
,73
16
,21
10
,81
5,4
5
2,7
≥14 1 3 / - 1 4 1 2 / - 1 3 1 1 / - 1 2 1 0 / - 1 1 ≤10
IC IO
36
11-12, 12-13 teremos um percentual de 36,54%, nesses mesmos grupos com a idade óssea
teremos, 35,14% da amostra. Com os grupos 13-14 e 14-15 somados na idade cronológica
temos 63,46% presente nessa faixa, na idade óssea, nos mesmos grupos terá 64,97%. Somando
as faixas não encontramos diferenças significativas, mas em uma faixa isolada, observamos
diferença na faixa (≥14) que corresponde aos indivíduos em IC que já completaram quatorze
anos antes do mês da realizada da pesquisa e portanto já tem 14 anos cronológicos
completados mais os dias e meses vividos e na IO temos indivíduos com idade superior a 14
anos pois indivíduos mesmo com idade cronológica com quatorze anos pode está avançado na
IO ou atrasado, nesse grupo maior que 14 anos temos então na idade cronológica com 18,27%
da amostra e na idade óssea com quase o dobro, sendo 35,14% do total da amostra.
Gráfico 2 – Distribuição da classificação em estágios maturacionais
No gráfico 2, encontramos a classificação da maturação que apresenta-se entre -1 e +1,
o individuo sendo classificado no estágio normal, abaixo de -1 encontrar-se-á em estágio
atrasado e indivíduos classificados nos valores acima de +1 estarão no estágio acelerado.
Sendo assim, no presente estudo, temos: 3,84% da amostra classificados como atrasados,
43,27% encontrados no estado de classificação normal e mais da metade da amostra, sendo
52,88% classificados como acelerados.
3,84%
43,27%
52,88%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Atrasado Normal Acelerado
37
Tabela 2 – Analise das correlações de Pearson com a variável dependente IC, IO, Maturação e
TR em função da IC, IO, Maturação, TR, Agilidade, Velocidade de Membros Superiores
(MMSS) e Velocidade de Membros Inferiores (MMII).
*correlação significante a p<0,05 **correlação significante a p<0,01
Na tabela 2 representada pelos graus de correlações linear de Pearson entra as variáveis
envolvidas no estudo, agrupadas em pares, além de seus respectivos níveis de significância
(valor p). Temos como correlações mais significativas no nível de 1% ou 0,01 encontramos: a
idade cronológica e a agilidade com -,480, idade cronológica e velocidade de membros
inferiores -,545 e a idade cronológica com a velocidade de membros inferiores -,314. A idade
Correlações
Idade
cronoló
gica
Idade
Óssea
Matura
ção
Tempo
de
reação
Agilid
ade
Velocid
ade
MMSS
Velocid
ade
MMII
Idade
cronológica
Correlação de
Pearson
Sig. (2
extremidade)
N
1
104
,725*
*
,000
,104
,067
,497
104
-,212*
,031
104
-
,480**
,000
104
-,314**
,001
104
-,545**
,000
104
Idade óssea Correlação de
Pearson
Sig. (2
extremidade)
N
,725**
,000
104
1
104
,735**
,000
104
-
,354**
,000
104
-,157
,111
104
-,189
,055
104
-242*
,013
104
Maturação Correlação de
Pearson
Sig. (2
extremidade)
N
,067
,497
104
,735*
*
,000
104
1
104
-
,312**
,001
104
,243*
,013
104
,028
,779
104
,181
,065
104
Tempo de
reação
Correlação de
Pearson
Sig. (2
extremidade)
N
-,212*
,031
104
-
,354*
*
,000
104
-,312**
,001
104
1
104
,011
,915
104
,131
,184
104
,031
,751
104
38
óssea correlacionou-se com a idade cronológica em, 725, a idade óssea correlacionou-se com o
tempo de reação em -, 354, e com a maturação a correlação com a idade óssea foi de, 735. O
tempo de reação correlacionou-se com a maturação com -, 312.
A correlação de Pearson, com as variáveis presentes no estudo apresenta os resultados
com a significância no nível de 5% ou 0,05, com a idade cronológica correlacionado apenas
com o tempo de reação em -,212. A idade óssea quando correlacionado apenas com a
velocidade de membros inferiores, apresentando o valor de -, 242. Nesse nível de significância
a variável maturação, correlacionou-se apenas com a agilidade com o valor de, 243.
Gráfico 3 – Gráfico de dispersão do tempo de reação (s) e a idade óssea (anos)
No gráfico 3 de dispersão a partir da correlação, o tempo de reação como variável
dependente em relação à idade óssea como variável independente, vemos uma correlação
negativa e uma tendência na aproximação dos dados. Observamos que quanto maior for à
idade óssea do individuo, menor será o tempo de reação nessa amostra investigada.
40
50
60
70
80
90
100
110
9,0 11,0 13,0 15,0 17,0 19,0
Tem
po
de
re
ação
(s)
Idade óssea (anos)
39
Gráfico 4 – Gráfico de dispersão entre os dados do tempo de reação(s) e a maturação
No gráfico 4 observamos a dispersão a partir da correlação do tempo de reação como
variável dependente em relação à maturação como variável independente, vemos uma
correlação inversa e aproximação dos dados, quanto mais positiva for a classificação
maturacional, menor será o tempo de reação nessa amostra investigada.
40
50
60
70
80
90
100
110
-3,0 -2,0 -1,0 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0
Tem
po
de
Re
ação
(s)
Maturação
40
Tabela 3 – Regressão individual com as variáveis dependentes para analise do comportamento
com significância individual, Tempo de Reação, Maturação e Idade Óssea.
SIGNIFICÂNCIA POR VARIÁVEL
Vari
ável
dep
end
ente
(Y):
Tem
po d
e re
ação
Variável independente (X) Significância individual
Idade Óssea 0,000**
Idade Cronológica 0,031*
Agilidade (s) 0,915
Velocidade de MMII (s) 0,751
Velocidade de MMSS (s) 0,184
Maturação 0,001**
Vari
ável
dep
end
ente
(Y):
Mat
ura
ção
Variável independente (X) Significância individual
Idade Óssea 0,000**
Idade Cronológica 0,497
Tempo de Reação (s) 0,001**
Agilidade (s) 0,013*
Velocidade de MMII (s) 0,065
Velocidade de MMSS (s) 0,779
Vari
ável
dep
end
ente
(Y):
Id
ade
Óss
ea Variável independente (X) Significância individual
Idade Cronológica 0,000**
Tempo de Reação (s) 0,000**
Agilidade (s) 0,111
Velocidade de MMII (s) 0,013*
Velocidade de MMSS (s) 0,055
Maturação 0,000**
*regressão significante a p<0,05 **regressão significante a p<0,01
Após identificação dos coeficientes de correlação linear, a próxima etapa foi através de
uma regressão linear simples, observarmos na tabela 3 quais variáveis são influentes no
comportamento de três variáveis dependentes: o tempo de reação, a maturação e a idade óssea.
Na tabela de regressão linear, com a variável dependente tempo de reação, observamos que
individualmente as variáveis idade óssea, idade cronológica e maturação são significantes. A
maturação como variável dependente apresenta individualmente resultados significantes com a
idade óssea, o tempo de reação e a agilidade. A idade óssea como variável dependente mostra
resultados significantes com a idade cronológica, o tempo de reação a maturação e a
velocidade de membros inferiores.
41
6. DISCUSSÃO
O objetivo do estudo foi investigar a relação do tempo de reação (TR) com o estado
maturacional, idade óssea e capacidades condicionais em jovens esportistas. Observamos na
tabela 2 uma correlação forte com a significância no nível de 0,01 ou 1% entre a maturação e o
tempo de reação de -, 312, indicando que quanto maior for o estágio maturacional menor será
o tempo de reação nessa população investigada, esse resultado apresenta a influência do
estágio maturacional no tempo de reação do individuo, onde os mais acelerados procuram pelo
esporte e no processo de seleção e orientação esportiva são os escolhidos. A idade óssea (IO)
também apresenta a esse nível de significância de 0,01 ou 1% uma forte correlação com o
tempo de reação -, 354, apresentando através do sinal negativo, uma relação inversa, onde
quanto maior for à idade óssea do individuo, menor será o seu tempo de reação, sendo assim
na fase do pico de velocidade do crescimento não pode acontecer à seleção esportiva ou então,
o crescimento não ser critério de inclusão ou exclusão. Pois a idade óssea além de nessa
população ter apresentado relação com o TR, também com as capacidades condicionais
significou o processo inverso, quanto maior for a idade óssea menor será também o tempo de
agilidade, velocidade de membro superior e velocidade membro inferior.
No gráfico 1, quando é comparado a idade óssea e a idade cronológica dos indivíduos
do estudo, observamos que entre a faixa das idades cronológica e óssea (11 e 12 anos) e (12 e
13 anos) não foi possível observar nenhuma diferença entre a idade cronológica e a idade
óssea, os indivíduos apresentam idades similares. Contudo ao analisar as variáveis idade
cronológica e idade óssea nas faixa de idades (13 e 14) e (≥ 14) observou-se uma grande
diferença, sendo na faixa (13 e 14) prevalência da idade cronológica comparada a idade óssea
e na faixa (≥14) maior idade óssea sobre a idade cronológica, com base nesses resultados é
possível inferir que essa mudança pode esta atrelada a fase do estirão do crescimento,
momento esse onde o individuo vai ter uma taxa de crescimento no ano que pode variar de 7 a
12 centímetros, Kuczmarski et al. (2000), onde o individuo tem uma alta taxa de crescimento.
Para o presente estudo esse dado se mostra relevante, pois é nessa fase, onde normalmente
acontece a seleção esportiva, momento que o individuo é classificado para um treinamento
esportivo especializado. Dessa forma, deve-se ter o cuidado de evitar a seleção de um
individuo que esteja talento sobre um que não seja um talento, por apresentar vantagens
biológicas, está em um processo acelerado.
42
Observamos no gráfico 2 na classificação maturacional que os indivíduos dessa
amostra foram classificados com maturação acelerada em 52,88%, sendo mais que a metade
da população do estudo, corroborando com o estudo de Massa et al. (2006) onde também
encontrou um maior numero de indivíduos com a classificação acelerada, um dos eventuais
motivos para esse resultado é a procura dos indivíduos pelo esporte, onde o mesmo opta por
determinado esporte através de exigências impostas pelos treinadores e dirigentes esportivos,
como estatura e peso, variáveis essas controladas pelo crescimento e desenvolvimento, e dessa
forma indivíduos com maturação atrasada e até normal são excluídos, Bojikian et al. (2007),
por naquele momento não apresentarem-se como talento por uma questão biológica, é dado
ênfase nos aspectos físicos sem valorizar o estado que o individuo se encontre e as
capacidades cognitivas. Sendo assim, conforme os resultados do gráfico 2, ainda encontramos
no processo de seleção e orientação esportiva a escolha imediata por indivíduos que naquele
momento tenha vantagem biológica, ser mais forte, rápido, ágil.
Avaliando a capacidade cognitiva através do teste de stroop com relação à aptidão
aeróbica, Buch et al. (2008) encontrou que indivíduos com maior aptidão também
conseguiram melhor desempenho no teste, os autores também defendem que a atividade física
é benéfica no desenvolvimento cognitivo na fase da pré-adolescência. Castelli et al. (2011),
identificou a intensidade da atividade com relação ao desempenho cognitivo das crianças,
observando que atividades com intensidade mais baixas desenvolvem mais capacidade
cognitiva em crianças pré-púberes. Para os indivíduos do nosso estudo, não foram encontrados
resultados significativos com a relação da capacidade cognitiva (tempo de reação) com a
capacidade condicional de agilidade e velocidade de membro superior e inferior.
Vários estudos são realizados envolvendo o tempo de reação, Cullen et al. (2015)
analisou se a perda de peso na preparação de jovens atletas de jóquei provocam diminuição no
TR, os atletas foram colocados em estado de competição, onde nas últimas quarenta e oito
horas perderam 4% da massa corporal, durante a simulação da competição os indivíduos
chegaram a perder 5,7% da massa corporal, no entanto essas perdas não influenciaram no TR,
não apresentando associação entre a perda de peso e o TR.
Noce et al. 2012 analisou o processo de seleção de tenistas e comparou as médias do
TR entre as faixas 6 e 7 anos, 8 a 10 anos e 11 a 13 anos cronológicos, o que se viu nos
43
resultados desse estudo semelhantes ao TR quando comparados ao nosso, foi que quando
aumenta-se a idade cronológica diminui o TR. Gallahue e Ozmun (2005) apresenta o
desenvolvimento cognitivo dos indivíduos tornando-se complexo desde o nascimento e a partir
do momento que vai aumentando sua idade.
Quando analisados entre grupos de esportistas e não-esportistas temos um estudo de
Bruzi et al. (2013) comparando o tempo de reação simples em três grupos, sendo um grupo
entre atletas de basquete, o segundo de atletas de ginástica artística e o terceiro que não
praticavam esporte, foi encontrado um maior tempo de reação simples no grupo que não
praticava esporte e menor tempo de reação simples no grupo dos indivíduos que praticavam
basquete, pois se considera um esporte de invasão e constante mudanças de ritmo e estratégia
no jogo, ainda assim, nessa pesquisa não foram encontradas diferenças significativas entre os
resultados dos atletas de basquete e ginastica artística. Em outro estudo Marques et al. (2011)
investigou o tempo de reação em esportistas de futebol e futsal, por analisar que pela
modalidade futsal apresentar o jogo em um ritmo mais acelerado os atletas fossem ter
diferenças significativas quando comparados com atletas de futebol, no entanto, nesse estudo
não foram encontradas diferenças significativas no tempo de reação entre indivíduos do
futebol e futsal. Esse estudo concorda com de Bruzi et al. (2013) apresentando menor tempo
de reação para os esportistas, mas sem diferenças significativas entre os esportes.
Um estudo avaliando o TR através da eletromiografia, Ando et al. (2001) comparou
atletas de futebol e universitários sem experiências com jogos esportivos, com a realização de
um teste motor, nesse estudo foi encontradas diferenças significativas entre os grupos. Nos
resultados de TR também já foi apresentados, que atletas experientes e com mais anos de
prática, apresentam menor tempo de reação do que iniciantes, Lidor et al. (1998). Então,
variáveis como modalidade, tempo de prática, característica do treinamento, também
influenciarão nos resultados de tempo de reação do individuo.
Todos os esportes irão depender das capacidades coordenativas, condicionais e
cognitivas, sendo essencial o desenvolvimento e associação no processo de seleção e
orientação esportiva entre essas capacidades, levando o jovem esportista, além de executar a
ação correta, também realizar em um menor tempo e menor gasto energético. Chaddock et al.
(2014) encontrou em seu estudo com adolescentes praticantes de atividade física que esses
44
estímulos desenvolvem a capacidade cognitiva. Então, além de rever os processos de seleção
esportiva, também se deve cuidar do momento de orientação, para que o individuo passe por
um ciclo completo de formação, que a partir do treinamento em longo prazo ele seja capaz de
participar de qualquer equipe, seja qual for o modelo de jogo adotado, bem como exigências
da modalidade. Cada vez mais o esporte vai diminuir os espaços e assim o atleta além de
executar a ação com êxito também terá que desenvolver em um tempo muito rápido.
Em nosso estudo encontramos que indivíduos que possuem maior idade óssea, estado
maturacional e idade cronológica, apresentarão um menor tempo de reação. Isso não significa
dizer que o individuo que esteja em estado normal ou atrasado não possa se desenvolver
também cognitivamente, e participar de um treinamento em longo prazo de seleção e
orientação esportiva, uma vez que seja identificado o seu momento biológico e que ele seja
estimulado para a aprendizagem cognitiva. O fato dele está em estado atrasado e normal não
pode ser um fator de promoção ou exclusão do esporte. Furley e Memmert (2016), em um
estudo com treinadores de beisebol no processo de seleção esportiva, identificou que o
desenvolvimento físico do atleta influencia na sua escolha, mesmo que ele não tenha muita
habilidade.
Além disso, após o processo de escolha do atleta, o de orientação esportiva deve está
centrado no desenvolvimento das habilidades motoras, sem que o indivíduo seja colocado em
um ambiente fechado com poucas possibilidades de desenvolvimento, pais alunos e
educadores devem está conferindo esse processo e o cuidado no controle do treinamento, sem
que atividades intensas sejam colocadas para o jovem atleta na fase de crescimento, Myer et
al. (2016). O que tem se observado no esporte brasileiro é a promoção de jovens atletas pela
sua condição biológica, a preocupação em formar a equipe, o conjunto daquele momento, sem
se preocupar com o desenvolvimento integral esportivo do jovem esportista. E dessa forma
vamos perdendo grandes talentos, por ser um talento, mas não está preparado naquele
momento da seleção, por motivos biológicos, sendo que ele irá se desenvolver ao atingir a
puberdade. Identificamos por parte dos selecionadores uma prioridade ao individuo que está
talento e que naquele momento vai ganhar a partida, medalha, troféu. E sendo assim por um
processo mal feio de seleção e orientação esportiva perdemos atletas que poderiam se
desenvolver no esporte e tira-se o direito do jovem esportista participar de uma equipe de
treinamento.
45
7. CONCLUSÃO
Nesse estudo houve relação entre o estágio maturacional e o tempo de reação, onde
indivíduos com maior estágio maturacional apresentaram menor tempo de reação, no entanto a
capacidade cognitiva do tempo de reação não apresentou relação com as capacidades
condicionais de velocidade de membro superior, velocidade de membro inferior e agilidade. A
maturação apresentou relação apenas com a capacidade condicional da agilidade, indicando
que indivíduos com maior estágio maturacional apresentarão menor tempo quando analisada a
capacidade da agilidade. A idade óssea apresentou relação com a capacidade condicional da
velocidade de membros inferiores, indicando que quando maior for a idade óssea do individuo,
menor será o tempo na capacidade condicional em velocidade de membros inferiores.
O processo de seleção e orientação esportiva tem centrado apenas nas capacidades
condicionais e avaliando o momento em que o jovem esportista se encontra, não levando em
consideração a sua idade biológica e as capacidades cognitivas, sendo assim, sugerimos que
sejam consideradas variáveis importantes para o desenvolvimento do individuo em longo
prazo, a idade biológica, sendo avaliada através da maturação, além da capacidade cognitiva
com avaliação do tempo de reação, dessa forma podemos minimizar os erros no processo de
seleção e orientação dos jovens talentos esportivos.
46
8. REFERÊNCIAS
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49
ANEXO
ANEXO 1 – Termo de Cossentimento Livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Estamos solicitando a você a autorização para que o menor pelo qual você é
responsável participe da pesquisa: ANALISE MATURACIONAL EM CRIANÇAS
PRATICANTES DE ATIVIDADE FÍSICA, que tem como pesquisador responsável o Professor
Francisco Emilio Simplicio de Souza.
Esta pesquisa pretende Analisar e correlacionar o nível maturacional com as capacidades
físicas, dosagem hormonal e o tempo de reação.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é verificar a influência da estadiamento
maturacional sob as capacidades físicas e cognitivas em crianças praticantes de atividade física
justificativa.
Caso você decida autorizar, ele deverá passar por uma coleta de sangue, para realizar a
dosagem hormonal de testosterona e estradiol, aproximadamente 10 ml de sangue que será
analisado pelo Laboratório de Analises Clinica Potengi LTDA (CNPJ: 109940830001-35).
Nessa pesquisa, não haverá gravação de voz e registro de imagem.
Durante a realização os sujeitos deverão participar da avaliação antropométrica
(MEDIDAS DO CORPO), testes físicos (AVALIAÇÃO DO CONDICIONAMENTO
FÍSICO), o protocolo Auto – Tanner (AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO SEXUAL POR
IMAGEM) e o tempo de reação (AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE COGNIÇÃO), a
50
previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que ele (a) corre é semelhante àquele sentido num
exame físico, teste físico ou psicológico de rotina.
Pode acontecer um desconforto na coleta de sangue com a possibilidade de surgirem
pequenos efeitos indesejados, como hematomas, manchas escuras sob a pele, que podem ser
evitados, não pegando peso e fazendo grandes movimentações com o braço em que houve a
coleta, bem como realizando compressas de gelo no local.
Durante a avaliação da maturação sexual, poderá haver desconforto devido às imagens
correspondentes aos órgãos genitais das crianças. Por isso, essa avaliação será realizada em
uma sala onde ficará apenas o avaliador (a) capacitado, juntamente com a criança e o
responsável (como a criança se sentir a vontade) e ele (a) terá como benefício verificar os
níveis hormonais e o seu estadiamento maturacional que são fatores essenciais para o
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças.
Em caso de algum problema que ele (a) possa ter nos exames bioquímicos, relacionado
com a pesquisa, a pesquisadora responsável solicitará ao responsável legal da criança seu
encaminhamento ao um especialista para que ocorra uma melhor investigação e assim ser
solucionado o problema.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para
Professora Vanessa Carla Monteiro Pinto, no número 98801-6950, no e-mail:
Você tem o direito de recusar sua autorização, em qualquer fase da pesquisa, sem
nenhum prejuízo para você e para ele (a).
Os dados que ele (a) irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa
identificá-lo(a).
Esses dados serão guardados pelo pesquisador responsável por essa pesquisa em local
seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela participação dele (a) nessa pesquisa, ele será assumido
pelo pesquisador e reembolsado para você.
Se ele(a) sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, ele(a) será
indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética dessa pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, telefone 3215-3135.
51
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com o
pesquisador responsável, a professora Vanessa Carla Monteiro Pinto.
Consentimento Livre e Esclarecido
Eu, ____________________________________________, representante legal do
menor ____________________________________________, autorizo sua participação na
pesquisa Analise Maturacional em crianças praticantes de Atividade Física.
Esta autorização foi concedida após os esclarecimentos que recebi sobre os objetivos,
importância e o modo como os dados serão coletados, por ter entendido os riscos, desconfortos
e benefícios que essa pesquisa pode trazer para ele (a) e também por ter compreendido todos
os direitos que ele (a) terá como participante e eu como seu representante legal.
Autorizo, ainda, a publicação das informações fornecidas por ele (a) em congressos
e/ou publicações científicas, desde que os dados apresentados não possam identificá-lo(a).
Natal, __/__/__.
_____________________________________________
RESPONSÁVEL LEGAL PELO MENOR
Impressão datiloscópica do
representante legal
52
APÊNDICE
APÊNDICE 1 – Ficha de Coleta da Pesquisa
FICHA DE AVALIAÇÃO
NOME:_______________________________________________________N°________
TELEFONE:_________________________ DATA NASC:____/____/____ ID: _____
SEXO: M ( ) F ( ) DATA DA AVALIAÇÃO: ____/____/___ ANO ESCOLAR: ___
PESO:______________ D. FEMUR:______________ DOBRA TRICIPITAL
ESTATURA:_________ P. BRAÇO:__________ ________________________
ATC: _______________ ________________________
D. UMERO:__________ ________________________
GOLPEIO _________ _________ _________
AGILIDADE _________ _________ _________
VELOCIDADE _________ _________ _________