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22/10/2014 :::Regulamento(CE) n.º 4/2009, de 10 de Janeiro http://www.pgdlisboa.pt/leis/lei_print_articulado.php?tabela=leis&artigo_id=&nid=1359&nversao=&tabela=leis 1/51 [ Nº de artigos:87 ] Regulamento(CE) n.º 4/2009, de 10 de Janeiro (versão actualizada) REGULAMENTO EM MATÉRIA DE OBRIGAÇÕES ALIMENTARES Contém as seguintes alterações: - Rectif. n.º 0/2011, de 18 de Maio SUMÁRIO Regulamento (CE) n.o 4/2009 do Conselho de 18 de Dezembro de 2008 relativo à competência, à lei aplicável, ao reconhecimento e à execução das decisões e à cooperação em matéria de obrigações alimentares __________________________ O CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia, nomeadamente a alínea c) do artigo 61.o e o n.o 2 do artigo 67.o, Tendo em conta a proposta da Comissão, Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu [1], Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu [2], Considerando o seguinte: (1) A Comunidade estabeleceu como objectivo manter e desenvolver um espaço de liberdade, segurança e justiça no qual seja assegurada a livre circulação de pessoas. Para criar progressivamente esse espaço, a Comunidade deve, designadamente, aprovar medidas no domínio da cooperação judiciária em matéria civil que tenham incidência transfronteiriça, na medida do necessário ao bom funcionamento do mercado interno. (2) Nos termos da alínea b) do artigo 65.o do Tratado, essas medidas têm por objectivo, nomeadamente, promover a compatibilidade das normas aplicáveis nos Estados-Membros em matéria de conflitos de leis e de jurisdição. (3) Relativamente a este aspecto, a Comunidade aprovou já, entre outras medidas, o Regulamento (CE) n.o 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo à competência judiciária, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria civil e comercial [3], a Decisão 2001/470/CE do Conselho, de 28 de Maio de 2001, que cria uma rede judiciária europeia em matéria civil e comercial [4], o Regulamento (CE) n.o 1206/2001 do Conselho, de 28 de Maio de 2001, relativo à cooperação entre os tribunais dos Estados- Membros no domínio da obtenção de provas em matéria civil ou comercial [5], a Directiva 2003/8/CE do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa à melhoria do acesso à justiça nos litígios transfronteiriços, através do estabelecimento de regras mínimas comuns relativas ao apoio judiciário no âmbito desses litígios [6], o Regulamento (CE) n.o 2201/2003 do Conselho, de 27 de Novembro de 2003, relativo à competência, ao reconhecimento e à execução de decisões em matéria matrimonial e em matéria de responsabilidade parental [7], o Regulamento (CE) n.o 805/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, que cria o título executivo europeu para créditos não contestados [8], e o Regulamento (CE) n.o 1393/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Novembro de 2007, relativo à citação e à notificação dos actos judiciais e extrajudiciais em matérias civil e comercial nos Estados-Membros ('citação e notificação de actos') [9]. (4) O Conselho Europeu, reunido em Tampere em 15 e 16 de Outubro de 1999, convidou o Conselho e a Comissão a estabelecerem regras processuais comuns específicas para processos judiciais transfronteiriços simplificados e acelerados respeitantes entre outros a acções de prestações de alimentos. Apelou também à supressão dos trâmites intermediários que são necessários para o reconhecimento e execução no Estado requerido de uma decisão proferida noutro Estado-Membro, designadamente de uma decisão relativa a prestações de alimentos. (5) Foi aprovado em 30 de Novembro de 2000 um programa de medidas destinadas a aplicar o princípio de reconhecimento mútuo das decisões em matéria civil e comercial [10], comum à Comissão e ao Conselho. Este programa prevê a supressão do procedimento de exequatur para as prestações de alimentos a fim de tornar mais eficazes os meios de que dispõem os credores de prestações de alimentos para reivindicar os seus direitos. (6) O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas em 4 e 5 de Novembro de 2004, adoptou um novo programa intitulado 'Programa da Haia: reforço da liberdade, da segurança e da justiça na União Europeia' (a seguir designado 'Programa da Haia') [11]. (7) O Conselho aprovou, na sua reunião de 2 e 3 de Junho de 2005, um Plano de Acção do Conselho e da Comissão [12] que traduz o Programa da Haia em acções concretas e que menciona a necessidade de adoptar propostas sobre as obrigações de alimentos. (8) No âmbito da Conferência da Haia de direito internacional privado, a Comunidade e os seus Estados-Membros participaram em negociações que conduziram em 23 de Novembro de 2007 à aprovação da Convenção sobre a Cobrança Internacional de Alimentos em benefício dos Filhos e de outros Membros da Família (a seguir designada 'Convenção da Haia de 2007') e do Protocolo sobre a Lei Aplicável às Obrigações Alimentares (a seguir designado 'Protocolo da Haia de 2007'). É, pois, conveniente ter em conta estes dois instrumentos no âmbito do

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    [ N de artigos:87 ]

    Regulamento(CE) n. 4/2009, de 10 de Janeiro (verso actualizada)

    REGULAMENTO EM MATRIA DE OBRIGAES ALIMENTARESContm as seguintes alteraes: - Rectif. n. 0/2011, de 18 de Maio

    SUMRIORegulamento (CE) n.o 4/2009 do Conselho de 18 de Dezembro de 2008relativo competncia, lei aplicvel, ao reconhecimento e execuo das decises e cooperao em matria de obrigaes alimentares

    __________________________

    O CONSELHO DA UNIO EUROPEIA, Tendo em conta o Tratado que institui a Comunidade Europeia, nomeadamente a alnea c) doartigo 61.o e o n.o 2 do artigo 67.o, Tendo em conta a proposta da Comisso, Tendo em conta o parecer do Parlamento Europeu [1], Tendo em conta o parecer do Comit Econmico e Social Europeu [2], Considerando o seguinte: (1) A Comunidade estabeleceu como objectivo manter e desenvolver um espao de liberdade,segurana e justia no qual seja assegurada a livre circulao de pessoas. Para criarprogressivamente esse espao, a Comunidade deve, designadamente, aprovar medidas nodomnio da cooperao judiciria em matria civil que tenham incidncia transfronteiria, namedida do necessrio ao bom funcionamento do mercado interno. (2) Nos termos da alnea b) do artigo 65.o do Tratado, essas medidas tm por objectivo,nomeadamente, promover a compatibilidade das normas aplicveis nos Estados-Membros emmatria de conflitos de leis e de jurisdio. (3) Relativamente a este aspecto, a Comunidade aprovou j, entre outras medidas, oRegulamento (CE) n.o 44/2001 do Conselho, de 22 de Dezembro de 2000, relativo competncia judiciria, ao reconhecimento e execuo de decises em matria civil ecomercial [3], a Deciso 2001/470/CE do Conselho, de 28 de Maio de 2001, que cria uma redejudiciria europeia em matria civil e comercial [4], o Regulamento (CE) n.o 1206/2001 doConselho, de 28 de Maio de 2001, relativo cooperao entre os tribunais dos Estados-Membros no domnio da obteno de provas em matria civil ou comercial [5], a Directiva2003/8/CE do Conselho, de 27 de Janeiro de 2003, relativa melhoria do acesso justia noslitgios transfronteirios, atravs do estabelecimento de regras mnimas comuns relativas aoapoio judicirio no mbito desses litgios [6], o Regulamento (CE) n.o 2201/2003 do Conselho,de 27 de Novembro de 2003, relativo competncia, ao reconhecimento e execuo dedecises em matria matrimonial e em matria de responsabilidade parental [7], oRegulamento (CE) n.o 805/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de2004, que cria o ttulo executivo europeu para crditos no contestados [8], e o Regulamento(CE) n.o 1393/2007 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de Novembro de 2007,relativo citao e notificao dos actos judiciais e extrajudiciais em matrias civil ecomercial nos Estados-Membros ('citao e notificao de actos') [9]. (4) O Conselho Europeu, reunido em Tampere em 15 e 16 de Outubro de 1999, convidou oConselho e a Comisso a estabelecerem regras processuais comuns especficas para processosjudiciais transfronteirios simplificados e acelerados respeitantes entre outros a aces deprestaes de alimentos. Apelou tambm supresso dos trmites intermedirios que sonecessrios para o reconhecimento e execuo no Estado requerido de uma deciso proferidanoutro Estado-Membro, designadamente de uma deciso relativa a prestaes de alimentos. (5) Foi aprovado em 30 de Novembro de 2000 um programa de medidas destinadas a aplicar oprincpio de reconhecimento mtuo das decises em matria civil e comercial [10], comum Comisso e ao Conselho. Este programa prev a supresso do procedimento de exequatur paraas prestaes de alimentos a fim de tornar mais eficazes os meios de que dispem os credoresde prestaes de alimentos para reivindicar os seus direitos. (6) O Conselho Europeu, reunido em Bruxelas em 4 e 5 de Novembro de 2004, adoptou umnovo programa intitulado 'Programa da Haia: reforo da liberdade, da segurana e da justiana Unio Europeia' (a seguir designado 'Programa da Haia') [11]. (7) O Conselho aprovou, na sua reunio de 2 e 3 de Junho de 2005, um Plano de Aco doConselho e da Comisso [12] que traduz o Programa da Haia em aces concretas e quemenciona a necessidade de adoptar propostas sobre as obrigaes de alimentos. (8) No mbito da Conferncia da Haia de direito internacional privado, a Comunidade e osseus Estados-Membros participaram em negociaes que conduziram em 23 de Novembro de2007 aprovao da Conveno sobre a Cobrana Internacional de Alimentos em benefcio dosFilhos e de outros Membros da Famlia (a seguir designada 'Conveno da Haia de 2007') e doProtocolo sobre a Lei Aplicvel s Obrigaes Alimentares (a seguir designado 'Protocolo daHaia de 2007'). , pois, conveniente ter em conta estes dois instrumentos no mbito do

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    presente regulamento. (9) Um credor de alimentos dever poder obter facilmente, num Estado-Membro, uma decisoque ter automaticamente fora executria noutro Estado-Membro sem quaisquer outrasformalidades. (10) A fim de alcanar esse objectivo, conveniente criar um instrumento comunitrio emmatria de obrigaes alimentares que agrupe as disposies sobre os conflitos de jurisdio,os conflitos de leis, o reconhecimento e a fora executria, a execuo, o apoio judicirio e acooperao entre autoridades centrais. (11) O mbito de aplicao do presente regulamento dever incluir todas as obrigaesalimentares decorrentes das relaes de famlia, de parentesco, de casamento ou deafinidade, a fim de garantir igualdade de tratamento entre todos os credores de alimentos.Para efeitos do presente regulamento, o conceito de 'obrigao alimentar' dever serinterpretado de forma autnoma. (12) A fim de ter em conta as diferentes formas de resolver as questes relativas sobrigaes alimentares nos Estados-Membros, o presente regulamento dever aplicar-se tantos decises jurisdicionais como s decises proferidas por autoridades administrativas, desdeque estas ofeream garantias nomeadamente no que se refere sua imparcialidade e aodireito das partes a serem ouvidas. Essas autoridades devero, por conseguinte, aplicar todasas regras do presente regulamento. (13) Pelas razes acima evocadas, igualmente conveniente assegurar no presenteregulamento o reconhecimento e a execuo das transaces judiciais e dos actos autnticos,sem que tal afecte o direito de uma ou outra parte em tal transaco ou em tal acto acontestar esses instrumentos perante um tribunal do Estado-Membro de origem. (14) conveniente prever no presente regulamento que o termo 'credor' inclui, para efeitosde um pedido de reconhecimento e de execuo de uma deciso em matria de obrigaesalimentares, os organismos pblicos habilitados a actuar em nome de uma pessoa a quemsejam devidos alimentos ou a solicitar o reembolso de prestaes fornecidas ao credor a ttulode alimentos. Sempre que um organismo pblico actue nessa qualidade, dever ter direito aosmesmos servios e ao mesmo apoio judicirio que o credor. (15) A fim de preservar os interesses dos credores de alimentos e promover uma boaadministrao da justia na Unio Europeia, devero ser adaptadas as regras relativas competncia tal como decorrem do Regulamento (CE) n.o 44/2001. A circunstncia de umrequerido ter a sua residncia habitual num Estado terceiro no dever mais ser motivo deno aplicao das regras comunitrias em matria de competncia, devendo deixar de serfeita doravante qualquer remisso para o direito nacional. Por conseguinte, necessriodeterminar no presente regulamento os casos em que um tribunal de um Estado-Membro podeexercer uma competncia subsidiria. (16) A fim de corrigir, em particular, situaes de denegao de justia, dever ser previstono presente regulamento um forum necessitatis que permita a qualquer tribunal de umEstado-Membro, em casos excepcionais, conhecer de um litgio que esteja estreitamenterelacionado com o Estado terceiro. Poder considerar-se que existe um caso excepcionalquando se revelar impossvel o processo no Estado terceiro em causa, por exemplo devido auma guerra civil, ou quando no se puder razoavelmente esperar que o requerente instaure ouconduza um processo nesse Estado. A competncia baseada no forum necessitatis s podetodavia ser exercida se o litgio apresentar uma conexo suficiente com o Estado-Membro dotribunal demandado, como por exemplo a nacionalidade de uma das partes. (17) Dever prever-se, numa regra de competncia adicional, que, excepto em condiesparticulares, um procedimento destinado a modificar uma deciso alimentar existente ou aobter uma nova deciso apenas possa ser introduzido pelo devedor no Estado em que o credortinha a sua residncia habitual no momento em que foi proferida a deciso e em que continuaa ter a sua residncia habitual. A fim de assegurar uma correcta articulao entre aConveno da Haia de 2007 e o presente regulamento, conveniente aplicar igualmente estaregra s decises de um Estado terceiro parte na referida Conveno, na medida em que estaesteja em vigor entre o Estado em causa e a Comunidade e abranja as mesmas obrigaesalimentares no Estado em causa e na Comunidade. (18) Para efeitos da aplicao do presente regulamento, conveniente prever que, na Irlanda,o conceito de 'nacionalidade' seja substitudo pelo conceito de 'domiclio', o mesmo sucedendono que se refere ao Reino Unido, desde que o presente regulamento seja aplicvel nesteEstado-Membro por fora do artigo 4.o do Protocolo relativo posio do Reino Unido e daIrlanda, anexo ao Tratado da Unio Europeia e ao Tratado que institui a ComunidadeEuropeia. (19) A fim de aumentar a segurana jurdica, a previsibilidade e a autonomia das partes, opresente regulamento dever permitir-lhes escolher de comum acordo o tribunal competenteem funo de factores de conexo determinados. Para assegurar a proteco da parte maisfraca, essa eleio do foro no dever ser permitida no que se refere s obrigaesalimentares para com menores de 18 anos. (20) conveniente prever no presente regulamento que, no caso dos Estados-Membrosvinculados pelo Protocolo da Haia de 2007, as disposies aplicveis em matria de normas deconflitos de leis so as previstas no referido Protocolo. Para esse efeito, dever ser inseridauma disposio que remeta para esse Protocolo. O Protocolo da Haia de 2007 ser celebrado

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    pela Comunidade em tempo til de modo a permitir a aplicao do presente regulamento.Para ter em conta a hiptese de o Protocolo da Haia de 2007 no ser aplicvel a todos osEstados-Membros, conveniente estabelecer uma distino, para efeitos do reconhecimento,da fora executria e da execuo de decises, entre Estados-Membros que esto vinculadospelo Protocolo da Haia de 2007 e Estados-Membros que no esto por ele vinculados. (21) conveniente especificar, no quadro do presente regulamento, que essas normas deconflitos de leis apenas determinam a lei aplicvel s obrigaes alimentares e no a leiaplicvel ao estabelecimento das relaes familiares em que se baseiam as obrigaesalimentares. O estabelecimento das relaes familiares continua a ser regido pelo direitonacional dos Estados-Membros, nele estando includas as respectivas regras de direitointernacional privado. (22) A fim de assegurar a cobrana rpida e eficaz de uma prestao de alimentos e preveniros recursos dilatrios, dever, em princpio, ser atribuda fora executria provisria sdecises em matria de obrigaes alimentares proferidas num Estado-Membro. , pois,conveniente prever no presente regulamento que o tribunal de origem deva poder declarar adeciso executria a ttulo provisrio, mesmo que o direito nacional no preveja a foraexecutria de pleno direito e mesmo que tenha sido ou possa ainda vir a ser interpostorecurso da deciso, nos termos do direito nacional. (23) A fim de limitar as custas dos processos regidos pelo presente regulamento, ser tilrecorrer na medida do possvel s modernas tecnologias de comunicao, designadamenteaquando da audio das partes. (24) As garantias proporcionadas pela aplicao das normas de conflito de leis deverojustificar que as decises em matria de obrigaes alimentares proferidas num Estado-Membro vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 sejam reconhecidas e tenham foraexecutria em todos os outros Estados-Membros, sem necessidade de qualquer outraformalidade e sem qualquer forma de controlo quanto ao fundo no Estado-Membro deexecuo. (25) O reconhecimento num Estado-Membro de uma deciso em matria de obrigaesalimentares tem como objectivo nico permitir a cobrana da prestao de alimentosdeterminada na deciso. No implica o reconhecimento por esse Estado-Membro das relaesde famlia, de parentesco, de casamento ou de afinidade subjacentes s obrigaesalimentares que deram lugar deciso. (26) Relativamente s decises proferidas num Estado-Membro no vinculado pelo Protocoloda Haia de 2007, dever prever-se no presente regulamento um procedimento dereconhecimento e de declarao de fora executria. Esse procedimento dever inspirar-se noprocedimento e nos motivos de recusa do reconhecimento previstos no Regulamento (CE) n.o44/2001. A fim de acelerar o processo e permitir ao credor cobrar rapidamente a suaprestao, conveniente prever que o tribunal demandado tome a sua deciso num prazodeterminado, salvo circunstncias excepcionais. (27) igualmente conveniente limitar tanto quanto possvel as formalidades de execuo quepossam aumentar as despesas a cargo do credor de alimentos. Para esse efeito, o presenteregulamento dever prever que o credor de alimentos no seja obrigado a possuir umendereo postal nem um representante autorizado no Estado-Membro de execuo, sem quetal venha de algum modo prejudicar a organizao interna dos Estados-Membros em matriade procedimentos de execuo. (28) A fim de limitar as despesas dos procedimentos de execuo, no dever ser exigidaqualquer traduo, salvo contestao da execuo e sem prejuzo das regras aplicveis citao e notificao de actos. (29) A fim de garantir o respeito das exigncias de um processo equitativo, dever ser previstono presente regulamento o direito de um requerido que no tenha comparecido perante otribunal de origem de um Estado-Membro vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 solicitar,na fase de execuo da deciso contra ele proferida, a reapreciao da mesma. Todavia, orequerido dever solicitar essa reapreciao dentro de um prazo determinado que comea acorrer o mais tardar a contar do dia em que, na fase do procedimento de execuo, os seusbens tenham ficado pela primeira vez indisponveis na totalidade ou em parte. Este direito reapreciao dever ser um recurso extraordinrio concedido ao requerido revel, que noprejudique a utilizao de outras vias de recurso extraordinrias previstas no direito doEstado-Membro de origem, desde que essas vias de recurso no sejam incompatveis com odireito reapreciao previsto no presente regulamento. (30) A fim de acelerar a execuo de uma deciso proferida num Estado-Membro vinculadopelo Protocolo da Haia de 2007 noutro Estado-Membro, dever limitar-se os motivos de recusaou de suspenso da execuo que possam ser invocados pelo devedor em virtude do carctertransfronteirio da prestao de alimentos. Esta limitao no dever prejudicar os motivosde recusa ou de suspenso previstos no direito nacional que no sejam incompatveis com osenumerados no presente regulamento, tais como o pagamento da dvida pelo devedor nomomento da execuo ou o carcter impenhorvel de certos bens. (31) A fim de facilitar a cobrana transfronteiria de prestaes de alimentos, convenienteinstituir um regime de cooperao entre as autoridades centrais designadas pelos Estados-Membros. Essas autoridades devero prestar assistncia aos credores e aos devedores dealimentos para poderem invocar os seus direitos noutro Estado-Membro mediante a

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    apresentao de pedidos de reconhecimento, de declarao da fora executria e deexecuo de decises existentes, de alterao dessas decises ou de obteno de umadeciso. Devero igualmente trocar entre si informaes a fim de localizar os devedores e oscredores e identificar os seus rendimentos e activos, na medida do necessrio. Devero porltimo cooperar entre si mediante o intercmbio de informaes de ordem geral e promover acooperao entre as autoridades competentes do respectivo Estado-Membro. (32) As autoridades centrais designadas nos termos do presente regulamento devero suportaras suas prprias despesas, excepto em casos especificamente determinados, e prestarassistncia a qualquer requerente que tenha a sua residncia no respectivo Estado-Membro. Ocritrio para determinar o direito de uma pessoa a pedir assistncia junto de uma autoridadecentral dever ser menos estrito que o critrio de conexo de 'residncia habitual' utilizadonoutras partes do presente regulamento. Todavia, o critrio de 'residncia' dever excluir asimples presena. (33) A fim de poder prestar total assistncia aos credores e aos devedores de alimentos efacilitar da melhor forma a cobrana transfronteiria de alimentos, as autoridades centraisdevero poder obter um certo nmero de informaes pessoais. O presente regulamentodever, por conseguinte, obrigar os Estados-Membros a diligenciarem para que as respectivasautoridades centrais tenham acesso a essas informaes junto das autoridades pblicas ou dasadministraes que detenham as informaes em causa no mbito das suas actividadeshabituais. todavia conveniente deixar a cada Estado-Membro o cuidado de determinar asmodalidades desse acesso. Assim, um Estado-Membro dever poder designar as autoridadespblicas ou as administraes que sero obrigadas a fornecer as informaes autoridadecentral nos termos do presente regulamento, incluindo, se for caso disso, autoridades pblicasou administraes j designadas no mbito de outros regimes de acesso s informaes.Sempre que um Estado-Membro designe autoridades pblicas ou administraes, deverdiligenciar para que a respectiva autoridade central esteja em condies de aceder sinformaes por elas detidas que sejam necessrias nos termos do presente regulamento.Cada Estado-Membro dever tambm poder autorizar a respectiva autoridade central a aceders informaes necessrias junto de qualquer outra pessoa colectiva que as detenha e sejaresponsvel pelo seu tratamento. (34) No mbito do acesso aos dados pessoais, da utilizao e da transmisso desses dados, conveniente respeitar as exigncias da Directiva 95/46/CE do Parlamento Europeu e doConselho, de 24 de Outubro de 1995, relativa proteco das pessoas singulares no que dizrespeito ao tratamento de dados pessoais e livre circulao desses dados [13], tal como foitransposta para o direito nacional dos Estados-Membros. (35) Dever, no entanto, definir-se as condies especficas de acesso aos dados pessoais, deutilizao e de transmisso desses dados para efeitos da aplicao do presente regulamento.Nesse contexto, foi tomado em considerao o parecer da Autoridade Europeia para aProteco de Dados [14]. A comunicao pessoa a quem a recolha de informaes dizrespeito dever ser efectuada nos termos do direito nacional. , todavia, conveniente prevera possibilidade de diferir essa comunicao para impedir o devedor de transferir os seus bense de comprometer assim a cobrana da prestao de alimentos. (36) Tendo em conta as custas do processo, conveniente prever um regime de apoiojudicirio muito favorvel, ou seja, a total tomada a cargo das custas dos processos relativos aobrigaes alimentares para com menores de 21 anos instaurados por intermdio dasautoridades centrais. As regras existentes em matria de apoio judicirio na Unio Europeia,por fora da Directiva 2003/8/CE, devero por conseguinte ser completadas com regrasespecficas, criando assim um regime especial de apoio judicirio em matria de obrigaesalimentares. Neste contexto, a autoridade competente do Estado-Membro requerido deverpoder, a ttulo excepcional, cobrar as custas junto de um requerente beneficirio de apoiojudicirio gratuito que seja vencido, desde que a sua situao financeira o permita. Seriadesignadamente o caso de uma pessoa abastada que tivesse agido de m f. (37) Alm disso, relativamente s obrigaes alimentares distintas das visadas no presenteconsiderando, h que garantir a todas as partes o mesmo tratamento em termos de apoiojudicirio no momento da execuo de uma deciso noutro Estado-Membro. Assim, asdisposies do presente regulamento sobre a continuidade do apoio judicirio devero serentendidas como concedendo igualmente esse apoio a uma parte que, no tendo beneficiadode apoio judicirio no momento do procedimento de obteno ou alterao de uma deciso noEstado-Membro de origem, beneficiou seguidamente desse apoio no mesmo Estado no mbitode um pedido de execuo da deciso. Do mesmo modo, uma parte que tenha beneficiado deum processo gratuito perante uma autoridade administrativa enumerada no anexo X dever,no Estado-Membro de execuo, beneficiar do apoio judicirio mais favorvel ou da isenode preparos e custas mais ampla desde que comprove que deles teria beneficiado no Estado-Membro de origem. (38) A fim de reduzir as despesas de traduo dos documentos comprovativos, o tribunaldemandado s dever exigir a traduo desses documentos se esta for necessria, semprejuzo dos direitos da defesa e das regras aplicveis citao e notificao de actos. (39) A fim de facilitar a aplicao do presente regulamento, conveniente prever a obrigaode os Estados-Membros comunicarem Comisso os nomes e os contactos das respectivasautoridades centrais, bem como outras informaes. Essas informaes devero ser postas

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    disposio dos profissionais e do pblico mediante publicao no Jornal Oficial da UnioEuropeia ou acesso electrnico atravs da Rede Judiciria Europeia em Matria Civil eComercial criada pela Deciso 2001/470/CE. Alm disso, a utilizao dos formulriosestabelecidos no presente regulamento dever facilitar e acelerar a comunicao entreautoridades centrais e permitir a apresentao de pedidos por via electrnica. (40) conveniente especificar a relao entre o presente regulamento e as convenes eacordos bilaterais ou multilaterais em matria de obrigaes alimentares em que os Estados-Membros sejam partes. Neste contexto, dever prever-se que os Estados-Membros partes naConveno de 23 de Maro de 1962 entre a Sucia, a Dinamarca, a Finlndia, a Islndia e aNoruega sobre a cobrana das prestaes de alimentos possam continuar a aplicar essaconveno atendendo a que a mesma contm regras em matria de reconhecimento e deexecuo mais favorveis do que as previstas no presente regulamento. No que toca a futurosacordos bilaterais em matria de obrigaes alimentares com Estados terceiros, osprocedimentos e condies em que os Estados-Membros estaro autorizados a negociar ecelebrar tais acordos em seu nome devero ser determinados no mbito dos debates relativosa uma proposta da Comisso sobre este assunto. (41) Para efeitos do clculo dos perodos e dos prazos previstos no presente regulamento,dever aplicar-se o disposto no Regulamento (CEE, Euratom) n.o 1182/71 do Conselho, de 3 deJunho de 1971, relativo determinao das regras aplicveis aos prazos, s datas e aostermos [15]. (42) As medidas necessrias execuo do presente regulamento devero ser aprovadas nostermos da Deciso 1999/468/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999, que fixa as regras deexerccio das competncias de execuo atribudas Comisso [16]. (43) Em especial, dever ser atribuda competncia Comisso para aprovar qualqueralterao dos formulrios estabelecidos no presente regulamento pelo procedimentoconsultivo previsto no artigo 3.o da Deciso 1999/468/CE. Para elaborar a lista dasautoridades administrativas includas no mbito de aplicao do presente regulamento, bemcomo a lista das autoridades competentes em matria de atestao do direito ao apoiojudicirio, dever ser atribuda competncia Comisso para actuar pelo procedimento degesto previsto no artigo 4.o da mesma deciso. (44) O presente regulamento dever alterar o Regulamento (CE) n.o 44/2001 substituindo asdisposies desse regulamento aplicveis em matria de obrigaes alimentares. Sob reservadas disposies transitrias do presente regulamento, os Estados-Membros devero, emmatria de obrigaes alimentares, aplicar as disposies do presente regulamento sobre acompetncia, o reconhecimento, a fora executria e a execuo das decises e sobre o apoiojudicirio em vez das disposies do Regulamento (CE) n.o 44/2001 a contar da data deaplicao do presente regulamento. (45) Atendendo a que os objectivos do presente regulamento, a saber, a criao de uma sriede medidas que permitam assegurar a cobrana efectiva das prestaes de alimentos emsituaes transfronteirias e, por conseguinte, facilitar a livre circulao de pessoas na UnioEuropeia, no podem ser suficientemente realizados pelos Estados-Membros e podem, pois,devido dimenso e aos efeitos do presente regulamento, ser melhor alcanados ao nvelcomunitrio, a Comunidade pode tomar medidas em conformidade com o princpio dasubsidiariedade consagrado no artigo 5.o do Tratado. Em conformidade com o princpio daproporcionalidade consagrado no mesmo artigo, o presente regulamento no excede onecessrio para alcanar aqueles objectivos. (46) Nos termos do artigo 3.o do Protocolo relativo posio do Reino Unido e da Irlanda,anexo ao Tratado da Unio Europeia e ao Tratado que institui a Comunidade Europeia, aIrlanda notificou a sua inteno de participar na aprovao e na aplicao do presenteregulamento. (47) Nos termos dos artigos 1.o e 2.o do Protocolo relativo posio do Reino Unido e daIrlanda, anexo ao Tratado da Unio Europeia e ao Tratado que institui a ComunidadeEuropeia, o Reino Unido no participa na aprovao do presente regulamento e no fica a elevinculado nem sujeito sua aplicao. Tal no prejudica no entanto a possibilidade de oReino Unido notificar a sua inteno de aceitar o presente regulamento aps a sua aprovaonos termos do artigo 4.o do referido Protocolo. (48) Nos termos dos artigos 1.o e 2.o do Protocolo relativo posio da Dinamarca, anexo aoTratado da Unio Europeia e ao Tratado que institui a Comunidade Europeia, a Dinamarca noparticipa na aprovao do presente regulamento e no fica a ele vinculada nem sujeita suaaplicao, sem prejuzo da possibilidade de a Dinamarca aplicar o contedo das alteraesintroduzidas no Regulamento (CE) n.o 44/2001 por fora do artigo 3.o do Acordo de 19 deOutubro de 2005 entre a Comunidade Europeia e o Reino da Dinamarca relativo competnciajudiciria, ao reconhecimento e execuo de decises em matria civil e comercial [17], APROVOU O PRESENTE REGULAMENTO:CAPTULO IMBITO DE APLICAO E DEFINIES Artigo 1.mbito de aplicao

    1. O presente regulamento aplicvel s obrigaes alimentares decorrentes das relaes de

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    famlia, de parentesco, de casamento ou de afinidade. 2. Para efeitos do presente regulamento, entende-se por 'Estado-Membro' todos os Estados-Membros aos quais se aplica o presente regulamento.

    Artigo 2.Definies

    1. Para efeitos do disposto no presente regulamento, entende-se por: 1. 'Deciso', qualquer deciso em matria de obrigaes alimentares proferida por umtribunal de um Estado-Membro, independentemente da designao que lhe for dada, tal comoacrdo, sentena, despacho judicial ou mandado de execuo, bem como a fixao pelosecretrio do tribunal do montante das custas ou despesas do processo. Para efeitos dodisposto nos captulos VII e VIII, entende-se igualmente por 'deciso' qualquer deciso emmatria de obrigaes alimentares proferida num Estado terceiro; 2. 'Transaco judicial', uma transaco em matria de obrigaes alimentares homologadapor um tribunal ou celebrada perante um tribunal no decurso de um processo; 3. 'Acto autntico': a) Um documento em matria de obrigaes alimentares que tenha sido formalmente redigidoou registado como autntico no Estado-Membro de origem e cuja autenticidade: i) esteja associada assinatura e ao contedo do instrumento; e ii) tenha sido estabelecida por uma autoridade pblica ou outra autoridade competente parao fazer; ou b) Um pacto em matria de obrigaes alimentares, celebrado perante autoridadesadministrativas do Estado-Membro de origem ou por elas autenticado; 4. 'Estado-Membro de origem', o Estado-Membro no qual foi proferida a deciso a executar,foi homologada ou celebrada a transaco judicial e foi estabelecido o acto autntico,conforme os casos; 5. 'Estado-Membro de execuo', o Estado-Membro no qual requerida a execuo dadeciso, da transaco judicial ou do acto autntico; 6. 'Estado-Membro requerente', o Estado-Membro cuja autoridade central transmite umpedido nos termos do captulo VII; 7. 'Estado-Membro requerido', o Estado-Membro cuja autoridade central recebe um pedidonos termos do captulo VII; 8. 'Estado parte contratante na Conveno da Haia de 2007', um Estado parte contratante naConveno da Haia de 23 de Novembro de 2007 sobre a Cobrana Internacional de Alimentosem benefcio dos Filhos e de outros Membros da Famlia (a seguir designada 'Conveno daHaia de 2007'), na medida em que a referida Conveno seja aplicvel entre a Comunidade eesse Estado; 9. 'Tribunal de origem', o tribunal que proferiu a deciso a executar; 10. 'Credor', qualquer pessoa singular qual so devidos ou se alega serem devidos alimentos;11. 'Devedor', qualquer pessoa singular que deve ou qual so reclamados alimentos; 2. Para efeitos do presente regulamento, a noo de 'tribunal' inclui as autoridadesadministrativas dos Estados-Membros competentes em matria de obrigaes alimentares,desde que ofeream garantias no que respeita sua imparcialidade e ao direito das partes aserem ouvidas e desde que as suas decises nos termos da lei do Estado-Membro onde estoestabelecidas: i) Possam ser objecto de recurso perante uma autoridade judiciria ou de controlo por essaautoridade, e ii) Tenham fora e efeitos equivalentes a uma deciso de uma autoridade judiciria sobre amesma matria. Essas autoridades administrativas so enumeradas no anexo IX. Esse anexo estabelecido ealterado pelo procedimento de gesto previsto no n.o 2 do artigo 73.o a pedido do Estado-Membro em que esteja estabelecida a autoridade administrativa em causa. 3. Para efeitos dos artigos 3.o, 4.o e 6.o, o conceito de 'domiclio' substitui o conceito de'nacionalidade' nos Estados-Membros que utilizem este conceito como factor de conexo emmatria familiar. Para efeitos do artigo 6.o, as partes que tenham o seu 'domiclio' em diferentes unidadesterritoriais de um mesmo Estado-Membro so consideradas como tendo o seu 'domiclio'comum nesse Estado-Membro.

    CAPTULO IICOMPETNCIA Artigo 3.Disposies gerais

    So competentes para deliberar em matria de obrigaes alimentares nos Estados-Membros: a) O tribunal do local em que o requerido tem a sua residncia habitual; ou

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    b) O tribunal do local em que o credor tem a sua residncia habitual; ou c) O tribunal que, de acordo com a lei do foro, tem competncia para apreciar uma acorelativa ao estado das pessoas, quando o pedido relativo a uma obrigao alimentar acessrio dessa aco, salvo se esta competncia se basear unicamente na nacionalidade deuma das partes; ou d) O tribunal que, de acordo com a lei do foro, tem competncia para apreciar uma acorelativa responsabilidade parental, quando o pedido relativo a uma obrigao alimentar acessrio dessa aco, salvo se esta competncia se basear unicamente na nacionalidade deuma das partes.

    Artigo 4.Eleio do foro

    1. As partes podem convencionar que o seguinte tribunal ou tribunais de um Estado-Membrotm competncia para decidir quaisquer litgios que tenham surgido ou que possam surgirentre elas em matria de obrigaes alimentares: a) O tribunal ou os tribunais do Estado-Membro no qual uma das partes tenha a sua residnciahabitual, b) O tribunal ou os tribunais de um Estado-Membro de que uma das partes tenha anacionalidade, c) No que se refere s obrigaes alimentares entre cnjuges ou ex-cnjuges: i) o tribunal competente para deliberar sobre os seus litgios em matria matrimonial, ou ii) o tribunal ou os tribunais do Estado-Membro em cujo territrio estava situada a sua ltimaresidncia habitual comum durante um perodo de pelo menos um ano. As condies previstas nas alneas a), b) ou c) tm de se encontrar reunidas aquando dacelebrao do pacto relativo eleio do foro ou quando a aco instaurada no tribunal. A competncia conferida pelo pacto exclusiva, a menos que as partes convencionem emcontrrio. 2. Um pacto relativo eleio do foro celebrado por escrito. Qualquer comunicao por viaelectrnica que permita um registo duradouro do pacto equivale 'forma escrita'. 3. O presente artigo no aplicvel aos litgios relativos a uma obrigao alimentarrespeitante a menores de 18 anos. 4. Caso as partes acordem em atribuir uma competncia exclusiva a um tribunal ou aostribunais de um Estado parte na Conveno relativa Competncia Judiciria, aoReconhecimento e Execuo de Decises em matria Civil e Comercial [18], assinada em 30de Outubro de 2007 em Lugano (a seguir denominada 'Conveno de Lugano') que no seja umEstado-Membro, a referida Conveno aplicvel, excepto no que diz respeito os litgiosreferidos no n.o 3.

    Artigo 5.Competncia baseada na comparncia do requerido

    Para alm dos casos em que a competncia resulte de outras disposies do presenteregulamento, competente o tribunal de um Estado-Membro perante o qual o requeridocomparea. Esta regra no aplicvel se a comparncia tiver como nico objectivo arguir aincompetncia.

    Artigo 6.Competncia subsidiria

    Quando nenhum tribunal de um Estado-Membro for competente por fora dos artigos 3.o, 4.oe 5.o, e nenhum tribunal de um Estado parte na Conveno de Lugano que no seja umEstado-Membro for competente por fora do disposto na referida Conveno, socompetentes os tribunais do Estado-Membro da nacionalidade comum das Partes.

    Artigo 7.Forum necessitatis

    Quando nenhum tribunal de um Estado-Membro for competente por fora dos artigos 3.o, 4.o,5.o e 6.o, os tribunais de um Estado-Membro podem, em casos excepcionais, conhecer dolitgio se no puder ser razoavelmente instaurado ou conduzido, ou se revelar impossvelconduzir um processo num Estado terceiro com o qual o litgio esteja estreitamenterelacionado. O litgio deve apresentar uma conexo suficiente com o Estado-Membro do tribunal

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    demandado.

    Artigo 8.Limitaes dos processos

    1. Quando uma deciso tiver sido proferida num Estado-Membro ou num Estado partecontratante na Conveno da Haia de 2007 onde o credor tem a sua residncia habitual, odevedor no pode propor uma aco para alterar ou obter uma nova deciso em qualqueroutro Estado-Membro enquanto o credor continuar a ter a sua residncia habitual no Estadoonde foi proferida a deciso. 2. O n.o 1 no aplicvel: a) Quando as partes tiverem celebrado um pacto nos termos do artigo 4.o atribuindocompetncia aos tribunais do outro Estado-Membro; b) Quando o credor aceitar a competncia dos tribunais desse outro Estado-Membro de acordocom o artigo 5.o; c) Quando a autoridade competente do Estado de origem parte contratante na Conveno daHaia de 2007 no possa ou se recuse a exercer a competncia para alterar a deciso ouproferir uma nova deciso; ou d) Quando a deciso proferida no Estado de origem parte contratante na Conveno da Haiade 2007 no possa ser reconhecida ou declarada executria no Estado-Membro em que sepretende intentar a aco para obter uma nova deciso ou a alterao da deciso.

    Artigo 9.Apreciao da aco por um tribunal

    Para efeitos do presente captulo, considera-se que a aco foi submetida apreciao dotribunal: a) Na data em que apresentado ao tribunal o acto introdutrio da instncia ou um actoequivalente, desde que o requerente no tenha posteriormente deixado de tomar as medidasque lhe incumbem para que seja feita a notificao ou citao ao requerido; ou b) Se o acto tiver de ser notificado ou citado antes de ser apresentado ao tribunal, na dataem que recebido pela autoridade responsvel pela notificao ou citao, desde que orequerente no tenha posteriormente deixado de tomar as medidas que lhe incumbem paraque o acto seja apresentado ao tribunal.

    Artigo 10.Verificao da competncia

    O tribunal de um Estado-Membro no qual tenha sido instaurada uma aco para a qual notenha competncia por fora do presente regulamento declara oficiosamente a suaincompetncia.

    Artigo 11.Verificao da admissibilidade

    1. Quando o requerido que tem a sua residncia habitual num Estado que no seja o Estado-Membro em que foi instaurada aco no comparecer, o tribunal competente suspende ainstncia, enquanto no se estabelecer que o requerido foi devidamente notificado do actointrodutrio da instncia, ou acto equivalente, a tempo para poder deduzir a sua defesa, ouque foram efectuadas todas as diligncias nesse sentido. 2. Se o acto introdutrio da instncia, ou acto equivalente, tiver sido transmitido por umEstado-Membro a outro em aplicao do Regulamento (CE) n.o 1393/2007, aplicvel o artigo19.o do referido regulamento em vez do disposto no n.o 1 do presente artigo. 3. Quando no for aplicvel o disposto no Regulamento (CE) n.o 1393/2007, aplicvel oartigo 15.o da Conveno de Haia, de 15 de Novembro de 1965, relativa Citao e Notificao no Estrangeiro dos Actos Judiciais e Extrajudiciais em Matria Civil ou Comercial,se o acto introdutrio da instncia, ou acto equivalente, tiver sido enviado para o estrangeiroem aplicao da referida Conveno.

    Artigo 12.Litispendncia

    1. Quando aces com o mesmo pedido e a mesma causa de pedir e entre as mesmas partes

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    forem submetidas apreciao de tribunais de diferentes Estados-Membros, o tribunal a quea aco foi submetida em segundo lugar suspende oficiosamente a instncia, at que sejaestabelecida a competncia do tribunal a que a aco foi submetida em primeiro lugar. 2. Quando estiver estabelecida a competncia do tribunal a que a aco foi submetida emprimeiro lugar, o segundo tribunal declara-se incompetente em favor daquele.

    Artigo 13.Conexo

    1. Quando aces conexas estiverem pendentes em tribunais de diferentes Estados-Membros,o tribunal a que a aco foi submetida em segundo lugar pode suspender a instncia. 2. Se essas aces estiverem pendentes em primeira instncia, o tribunal a que a aco foisubmetida em segundo lugar pode igualmente declarar-se incompetente, a pedido de uma daspartes, se o tribunal a que a aco foi submetida em primeiro lugar for competente e a sualei permitir a apensao das aces em questo. 3. Para efeitos do presente artigo, consideram-se conexas as aces ligadas entre si por umnexo to estreito que haja interesse em que sejam instrudas e julgadas simultaneamentepara evitar solues que poderiam ser inconciliveis se as causas fossem julgadasseparadamente.

    Artigo 14.Medidas provisrias e cautelares

    As medidas provisrias ou cautelares previstas na lei de um Estado-Membro podem serrequeridas s autoridades judiciais desse Estado, mesmo que, por fora do presenteregulamento, um tribunal de outro Estado-Membro seja competente para conhecer daquesto de fundo.

    CAPTULO IIILEI APLICVEL Artigo 15.Determinao da lei aplicvel

    A lei aplicvel s obrigaes alimentares determinada de acordo com o Protocolo da Haia,de 23 de Novembro de 2007, sobre a Lei Aplicvel s Obrigaes Alimentares (a seguirdesignado 'Protocolo da Haia de 2007') nos Estados-Membros vinculados por esse instrumento.

    CAPTULO IVRECONHECIMENTO, FORA EXECUTRIA E EXECUO DAS DECISES Artigo 16.mbito de aplicao do presente captulo

    1. O presente captulo regula o reconhecimento, a fora executria e a execuo das decisesabrangidas pelo mbito de aplicao do presente regulamento. 2. A Seco 1 aplicvel s decises proferidas nos Estados-Membros vinculados peloProtocolo da Haia de 2007. 3. A Seco 2 aplicvel s decises proferidas nos Estados-Membros no vinculados peloProtocolo da Haia de 2007. 4. A Seco 3 aplicvel a todas as decises.

    SECO 1Decises proferidas num Estado-Membro vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 Artigo 17.Supresso do exequatur

    1. As decises proferidas num Estado-Membro vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 soreconhecidas noutro Estado-Membro sem necessidade de recurso a qualquer processo e semque seja possvel contestar o seu reconhecimento. 2. As decises proferidas num Estado-Membro vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 e quea tenham fora executria podem ser executadas noutro Estado-Membro, sem que sejanecessria uma declarao de fora executria.

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    Artigo 18.Medidas cautelares

    Uma deciso executria implica, de pleno direito, a autorizao para tomar quaisquermedidas cautelares previstas na lei do Estado-Membro de execuo.

    Artigo 19.Direito de solicitar uma reapreciao

    1. Um requerido que no tenha comparecido no Estado-Membro de origem tem o direito desolicitar a reapreciao da deciso ao tribunal competente do referido Estado-Membro se: a) O acto introdutrio da instncia, ou acto equivalente, no lhe tiver sido citado ounotificado em tempo til e de modo a permitir-lhe a defesa; ou b) Tiver sido impedido de contestar o crdito alimentar por motivos de fora maior ou devidoa circunstncias extraordinrias, sem que tal facto lhe possa ser imputvel, a menos que o requerido no tenha interposto recurso contra a deciso embora tendo apossibilidade de o fazer. 2. O prazo para solicitar a reapreciao conta-se a partir do dia em que o requerido teveefectivamente conhecimento do contedo da deciso tendo possibilidade de recorrer, o maistardar a contar do dia da primeira medida de execuo que tenha tido por efeito tornar osseus bens indisponveis na totalidade ou em parte. O requerido deve reagir prontamente e, dequalquer modo, no prazo de 45 dias. Este prazo no susceptvel de prorrogao em razo dadistncia. 3. Se o tribunal indeferir o pedido de reapreciao a que se refere o n.o 1 com base no factode que no aplicvel nenhum dos fundamentos de reapreciao enumerados nesse nmero,a deciso mantm-se vlida. Se o tribunal decidir que se justifica a reapreciao com base num dos fundamentosenumerados no n.o 1, a deciso declarada nula. Todavia, o credor no perde as vantagensresultantes da interrupo dos prazos de prescrio ou caducidade nem o direito de solicitarretroactivamente alimentos que tiver adquirido na aco inicial.

    Artigo 20.Documentos para efeitos de execuo

    1. Para efeitos de execuo de uma deciso noutro Estado-Membro, o requerente apresentas autoridades de execuo competentes: a) Uma cpia da deciso que rena as condies necessrias para comprovar a suaautenticidade; b) O extracto da deciso emitido pelo tribunal de origem utilizando o formulrio cujo modeloconsta do anexo I; c) Se for caso disso, um documento estabelecendo a situao dos retroactivos e indicando adata em que foi efectuado o clculo; d) Se for caso disso, a transcrio ou traduo do contedo do formulrio referido na alneab) na lngua oficial do Estado-Membro de execuo ou, caso esse Estado-Membro tenha maisdo que uma lngua oficial, na lngua oficial ou numa das lnguas oficiais de processo do localonde requerida a execuo, nos termos do direito desse Estado-Membro, ou em qualqueroutra lngua que o Estado-Membro de execuo tenha declarado aceitar. Cada Estado-Membropode indicar a lngua ou as lnguas oficiais das instituies da Unio Europeia, que no a suaprpria lngua, que pode aceitar para o preenchimento do formulrio. 2. As autoridades competentes do Estado-Membro de execuo no podem exigir aorequerente que apresente uma traduo da deciso. Todavia, pode ser exigida uma traduose a execuo da deciso for contestada. 3. As tradues nos termos do presente artigo devem ser efectuadas por uma pessoahabilitada para esse efeito num dos Estados-Membros.

    Artigo 21.Recusa ou suspenso da execuo

    1. Os motivos de recusa ou suspenso da execuo ao abrigo da lei do Estado-Membro deexecuo aplicam-se desde que no sejam incompatveis com a aplicao dos n.os 2 e 3. 2. A pedido do devedor, a autoridade competente do Estado-Membro de execuo recusa, notodo ou em parte, a execuo da deciso do tribunal de origem quando o direito de obter aexecuo da deciso do tribunal de origem se encontrar extinto devido prescrio oucaducidade da aco, quer nos termos da legislao do Estado-Membro de origem, quer nos

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    termos da legislao do Estado-Membro de execuo, consoante a que previr um prazo decaducidade mais longo. Alm disso, a pedido do devedor, a autoridade competente do Estado-Membro de execuopode recusar, no todo ou em parte, a execuo da deciso do tribunal de origem quando essadeciso for incompatvel com uma deciso proferida no Estado-Membro de execuo ou comuma deciso proferida noutro Estado-Membro ou num pas terceiro que rena as condiesnecessrias para o seu reconhecimento no Estado-Membro de execuo. Uma deciso que tenha por efeito alterar, com base na alterao das circunstncias, umadeciso anterior em matria de obrigaes alimentares no considerada uma decisoincompatvel na acepo do segundo pargrafo. 3. A pedido do devedor, a autoridade competente do Estado-Membro de execuo podesuspender, no todo ou em parte, a execuo da deciso do tribunal de origem quando forapresentado ao tribunal competente do Estado-Membro de origem um pedido de reapreciaoda deciso do tribunal de origem, em conformidade com o artigo 19.o. Alm disso, a pedido do devedor, a autoridade competente do Estado-Membro de execuosuspende a execuo da deciso do tribunal de origem se a fora executria dessa decisoestiver suspensa no Estado-Membro de origem.

    Artigo 22.Ausncia de efeitos quanto existncia de relaes familiares

    O reconhecimento e a execuo de uma deciso em matria de obrigaes alimentares nostermos do presente regulamento no implicam de modo algum o reconhecimento das relaesde famlia, de parentesco, de casamento ou de afinidade subjacentes obrigao dealimentos que deu lugar deciso.

    SECO 2Decises proferidas num Estado-Membro no vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 Artigo 23.Reconhecimento

    1. As decises proferidas num Estado-Membro no vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007so reconhecidas nos outros Estados-Membros, sem necessidade de recurso a qualquerprocesso. 2. Em caso de impugnao, qualquer parte interessada que invoque o reconhecimento de umadeciso a ttulo principal pode pedir, nos termos do processo previsto na presente seco, oreconhecimento da deciso. 3. Se o reconhecimento for invocado a ttulo incidental perante um tribunal de um Estado-Membro, este competente para dele conhecer.

    Artigo 24.Motivos de recusa do reconhecimento

    Uma deciso no reconhecida: a) Se o reconhecimento for manifestamente contrrio ordem pblica do Estado-Membro emque pedido o reconhecimento. O critrio da ordem pblica no pode ser aplicado s regrasde competncia; b) Se o acto introdutrio da instncia, ou acto equivalente, no tiver sido citado ou notificadoao requerido revel, em tempo til e de modo a permitir-lhe deduzir a sua defesa, a menosque o requerido no tenha interposto recurso contra a deciso embora tendo a possibilidadede o fazer; c) Se for inconcilivel com uma deciso proferida entre as mesmas partes no Estado-Membroem que pedido o reconhecimento; d) Se for inconcilivel com uma deciso anteriormente proferida noutro Estado-Membro ounum Estado terceiro entre as mesmas partes, em aco com o mesmo pedido e a mesmacausa de pedir, desde que a deciso proferida anteriormente rena as condies necessriaspara ser reconhecida no Estado-Membro requerido em que pedido o reconhecimento. Uma deciso que tenha por efeito alterar, com base na alterao das circunstncias, umadeciso anterior em matria de obrigaes alimentares no considerada uma decisoincompatvel na acepo das alneas c) ou d).

    Artigo 25.Suspenso da instncia

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    O tribunal de um Estado-Membro perante o qual se invoque o reconhecimento de uma decisoproferida num Estado-Membro no vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 suspende ainstncia se a execuo da deciso estiver suspensa no Estado-Membro de origem por fora dainterposio de um recurso.

    Artigo 26.Fora executria

    As decises proferidas num Estado-Membro no vinculado pelo Protocolo da Haia de 2007 eque a tenham fora executria podem ser executadas noutro Estado-Membro depois de neleterem sido declaradas executrias, a pedido de qualquer parte interessada.

    Artigo 27.Competncia territorial

    1. O pedido de declarao de fora executria deve ser apresentado ao tribunal ou autoridade competente do Estado-Membro de execuo notificado por esse Estado-Membro Comisso em conformidade com o artigo 71.o. 2. O tribunal territorialmente competente determina-se pelo lugar da residncia habitual daparte contra a qual a execuo for promovida ou pelo lugar da execuo.

    Artigo 28.Procedimento

    1. O pedido de declarao de fora executria deve ser acompanhado dos seguintesdocumentos: a) Uma cpia da deciso que rena as condies necessrias para comprovar a suaautenticidade; b) Um extracto da deciso emitido pelo tribunal de origem utilizando o formulrio referido naalnea b) cujo modelo consta do anexo II, sem prejuzo do disposto no artigo 29.o; c) Se for caso disso, a transcrio ou traduo do contedo do formulrio na lngua oficial doEstado-Membro de execuo ou, caso esse Estado-Membro tenha mais do que uma lnguaoficial, na lngua oficial ou numa das lnguas oficiais de processo do local onde apresentadoo pedido, nos termos do direito desse Estado-Membro, ou em qualquer outra lngua que oEstado-Membro de execuo tenha declarado aceitar. Cada Estado-Membro pode indicar alngua ou as lnguas oficiais das instituies da Unio Europeia, que no a sua prpria lngua,que pode aceitar para o preenchimento do formulrio. 2. O tribunal ou a autoridade competente a quem apresentado o pedido no pode exigir aorequerente que apresente uma traduo da deciso. Todavia, pode ser exigida uma traduono mbito do recurso previsto nos artigos 32.o ou 33.o. 3. As tradues nos termos do presente artigo devem ser efectuadas por uma pessoahabilitada para esse efeito num dos Estados-Membros.

    Artigo 29.No apresentao do extracto

    1. Na falta de apresentao do extracto referido na alnea b) do n.o 1 do artigo 28.o, otribunal ou a autoridade competente pode fixar um prazo para a sua apresentao ou aceitardocumentos equivalentes ou, se se julgar suficientemente esclarecido, dispens-los. 2. No caso previsto no n.o 1, se o tribunal ou a autoridade competente o exigir, deve serapresentada traduo dos documentos. A traduo deve ser efectuada por uma pessoahabilitada para esse efeito num dos Estados-Membros.

    Artigo 30.Declarao de fora executria

    A deciso declarada executria sem verificao dos motivos referidos no artigo 24.o, aps ocumprimento dos trmites previstos no artigo 28.o e o mais tardar no perodo de 30 dias apso referido cumprimento, salvo impossibilidade devida a circunstncias excepcionais. A partecontra a qual a execuo promovida no pode apresentar observaes nesta fase doprocesso.

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    Artigo 31.Notificao da deciso relativa ao pedido de declarao

    1. A deciso sobre o pedido de declarao de fora executria imediatamente levada aoconhecimento do requerente, na forma determinada pela lei do Estado-Membro de execuo.2. A declarao de fora executria notificada parte contra quem pedida a execuo, e acompanhada da deciso, se esta no tiver sido j notificada a essa parte.

    Artigo 32.Recurso contra a deciso relativa ao pedido de declarao

    1. Qualquer das partes pode interpor recurso da deciso relativa ao pedido de declarao defora executria. 2. O recurso interposto junto do tribunal cujo nome tenha sido comunicado Comisso peloEstado-Membro em causa em conformidade com o artigo 71.o. 3. O recurso tratado segundo as regras do processo contraditrio. 4. Se a parte contra a qual a execuo promovida no comparecer perante o tribunal derecurso nas aces relativas a um recurso interposto pelo requerente, aplica-se o disposto noartigo 11.o, mesmo que a parte contra a qual a execuo promovida no tenha a suaresidncia habitual num dos Estados-Membros. 5. O recurso contra a declarao de fora executria interposto no prazo de 30 dias acontar da sua citao ou notificao. Se a parte contra a qual a execuo promovida tiver asua residncia habitual num Estado-Membro diferente daquele onde foi proferida adeclarao de fora executria, o prazo de 45 dias e comea a correr desde o dia em quetiver sido feita a citao ou notificao pessoal ou domiciliria. Este prazo no susceptvelde prorrogao em razo da distncia.

    Artigo 33.Recurso contra a deciso proferida no recurso

    A deciso proferida no recurso apenas pode ser objecto de recurso nos termos comunicadospelo Estado-Membro em causa Comisso em conformidade com o artigo 71.o.

    Artigo 34.Recusa ou revogao de uma declarao de fora executria

    1. O tribunal onde foi interposto recurso ao abrigo dos artigos 32.o ou 33.o apenas recusa ourevoga a declarao de fora executria da deciso por um dos motivos especificados noartigo 24.o. 2. Sob reserva do n.o 4 do artigo 32.o, o tribunal onde foi interposto recurso ao abrigo doartigo 32.o delibera no prazo de 90 dias a contar da interposio do recurso, salvoimpossibilidade devida a circunstncias excepcionais. 3. O tribunal onde foi interposto recurso ao abrigo do artigo 33.o delibera sem demora.

    Artigo 35.Suspenso da instncia

    O tribunal onde foi interposto recurso ao abrigo dos artigos 32.o ou 33.o suspende a instncia,a pedido da parte contra a qual a execuo promovida, se a fora executria da deciso forsuspensa no Estado-Membro de origem por fora da interposio de um recurso.

    Artigo 36.Medidas provisrias e cautelares

    1. Quando uma deciso tiver de ser reconhecida em conformidade com a presente seco,nada impede o requerente de solicitar o recurso a medidas provisrias, incluindo cautelares,nos termos da lei do Estado-Membro de execuo, sem ser necessria a declarao de foraexecutria na acepo do artigo 30.o. 2. A declarao de fora executria implica, de pleno direito, a autorizao para tomar taismedidas. 3. Durante o prazo de recurso previsto no n.o 5 do artigo 32.o contra a declarao de foraexecutria e na pendncia de deciso sobre o mesmo, s podem tomar-se medidas cautelaressobre os bens da parte contra a qual a execuo for promovida.

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    Artigo 37.Fora executria parcial

    1. Quando a deciso se tiver pronunciado sobre vrios pedidos e a declarao de foraexecutria no puder ser proferida quanto a todos, o tribunal ou a autoridade competenteprofere-a relativamente a um ou vrios de entre eles. 2. O requerente pode pedir uma declarao de fora executria limitada a partes de umadeciso.

    Artigo 38.Ausncia de imposto, direito ou taxa

    Nenhum imposto, direito ou taxa proporcional ao valor do litgio cobrado no Estado-Membrode execuo no processo de emisso de uma declarao de fora executria.

    SECO 3Disposies comuns Artigo 39.Fora executria provisria

    O tribunal de origem pode declarar a deciso executria provisoriamente, no obstantequalquer recurso, mesmo que o direito nacional no preveja a fora executria de plenodireito.

    Artigo 40.Invocao de uma deciso reconhecida

    1. A parte que pretenda invocar noutro Estado-Membro uma deciso reconhecida na acepodo n.o 1 do artigo 17.o, ou nos termos da Seco 2, deve apresentar uma cpia dessa decisoque rena as condies necessrias para comprovar a sua autenticidade. 2. Se for caso disso, o tribunal perante o qual a deciso reconhecida for evocada pode pedir parte que pretenda invocar essa deciso que apresente um extracto emitido pelo tribunal deorigem utilizando o formulrio constante, conforme o caso, do anexo I ou do anexo II. O tribunal de origem deve emitir esse extracto igualmente a pedido de qualquer das partesinteressadas. 3. Se for caso disso, a parte que invocar a deciso reconhecida deve fornecer uma transcrioou traduo do contedo do formulrio referido no n.o 2 na lngua oficial do Estado-Membroem causa ou, caso esse Estado-Membro tenha mais do que uma lngua oficial, na lngua oficialou numa das lnguas oficiais de processo do local em que invocada a deciso reconhecida,nos termos do direito desse Estado-Membro, ou em qualquer outra lngua que o Estado-Membro em causa tenha declarado aceitar. Cada Estado-Membro pode indicar a lngua ou aslnguas oficiais das instituies da Unio Europeia, que no a sua prpria lngua, que podeaceitar para o preenchimento do formulrio. 4. As tradues nos termos do presente artigo devem ser efectuadas por uma pessoahabilitada para esse efeito num dos Estados-Membros.

    Artigo 41.Processo e condies de execuo

    1. Sob reserva das disposies do presente regulamento, o processo de execuo das decisesproferidas noutro Estado-Membro regido pelo direito do Estado-Membro de execuo. Umadeciso proferida num Estado-Membro que seja executria no Estado-Membro de execuodeve ser neste executada nas mesmas condies que uma deciso proferida nesse Estado-Membro de execuo. 2. parte que requer a execuo de uma deciso proferida noutro Estado-Membro no deveser exigido que tenha, no Estado-Membro de execuo, um endereo postal nem umrepresentante autorizado, sem prejuzo das pessoas competentes para o processo deexecuo.

    Artigo 42.

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    Ausncia de reviso quanto ao mrito

    Uma deciso proferida num Estado-Membro no pode em caso algum ser revista quanto aomrito no Estado-Membro em que seja pedido o reconhecimento, a fora executria ou aexecuo.

    Artigo 43.Cobrana no prioritria das despesas

    A cobrana das despesas incorridas na aplicao do presente regulamento no prevalecesobre a cobrana de alimentos.

    CAPTULO VACESSO JUSTIA Artigo 44.Direito a apoio judicirio

    1. As partes que estejam envolvidas num litgio abrangido pelo presente regulamento tmacesso efectivo justia noutro Estado-Membro, nomeadamente no mbito dosprocedimentos de execuo e dos recursos, nas condies estabelecidas no presente captulo.Nos casos abrangidos pelo Captulo VII, esse acesso efectivo assegurado pelo Estado-Membrorequerido a qualquer requerente que tenha a sua residncia no Estado-Membro requerente. 2. Para garantir este acesso efectivo, os Estados-Membros facultam o apoio judicirio emconformidade com o presente captulo, salvo em caso de aplicao do n.o 3. 3. Nos casos abrangidos pelo Captulo VII, um Estado-Membro no obrigado a prestar apoiojudicirio quando, e na medida em que, os seus procedimentos permitam que as partesinstaurem a aco sem necessidade de apoio judicirio e a autoridade central faculte osservios necessrios a ttulo gratuito. 4. As condies de acesso ao apoio judicirio no devem ser mais restritivas do que asaplicadas a casos nacionais equivalentes. 5. No pode ser exigida qualquer cauo ou depsito, seja qual for a sua designao, paragarantir o pagamento de custas e despesas em procedimentos em matria de obrigaesalimentares.

    Artigo 45.Contedo do apoio judicirio

    O apoio judicirio concedido ao abrigo do presente captulo designa a assistncia necessriapara permitir que as partes conheam e invoquem os seus direitos e para garantir que os seuspedidos, apresentados por intermdio das autoridades centrais ou directamente sautoridades competentes, sejam tratados de modo completo e eficaz. Esse apoio inclui,eventualmente, os seguintes aspectos: a) O apoio pr-contencioso tendo em vista um acordo prvio a uma eventual aco judicial; b) A assistncia jurdica tendo em vista submeter uma questo a uma autoridade ou a umtribunal e a representao em juzo; c) A dispensa ou a assuno dos encargos do processo e os honorrios das pessoas mandatadaspara realizar diligncias durante o processo; d) Nos Estados-Membros em que a parte vencida suporta os encargos da parte contrria, se obeneficirio do apoio judicirio perder a causa, os encargos imputados parte contrria casotais encargos fossem cobertos se o beneficirio tivesse residncia habitual no Estado-Membrodo tribunal do processo; e) A interpretao; f) A traduo dos documentos exigidos pelo tribunal ou pela autoridade competente eapresentados pelo beneficirio do apoio judicirio, que sejam necessrios resoluo dolitgio; e g) As despesas de deslocao a suportar pelo beneficirio do apoio judicirio, na medida emque a lei ou o tribunal do Estado-Membro em causa exija a presena fsica na audincia daspessoas a ouvir e o tribunal decida que estas no podem ser ouvidas satisfatoriamente porquaisquer outros meios.

    Artigo 46.Apoio judicirio gratuito a pedidos de alimentos para filhos introduzidos por intermdiodas autoridades centrais

    1. O Estado-Membro requerido presta apoio judicirio gratuito em relao a todos os pedidos

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    apresentados por um credor ao abrigo do artigo 56.o relativos a obrigaes alimentaresdecorrentes de uma relao de filiao relativamente a um menor de 21 anos. 2. Sem prejuzo do n.o 1, a autoridade competente do Estado-Membro requerido pode,relativamente aos pedidos que no os apresentados de acordo com as alneas a) e b) do n.o 1do artigo 56.o, recusar a prestao de apoio judicirio gratuito se considerar que o pedido oueventual recurso manifestamente infundado.

    Artigo 47.Casos no abrangidos pelo artigo 46.o

    1. Nos casos no abrangidos pelo artigo 46.o, e sob reserva dos artigos 44.o e 45.o, aprestao de apoio judicirio pode ser concedida de acordo com o direito nacional, emparticular no que se refere s condies de avaliao dos meios do requerente ou do mritoda causa. 2. No obstante o n.o 1, uma parte que, no Estado-Membro de origem, tenha beneficiado notodo ou em parte de apoio judicirio ou de iseno de preparos e custas beneficia, emqualquer processo de reconhecimento, de fora executria ou de execuo, do apoiojudicirio mais favorvel ou da iseno mais ampla prevista no direito do Estado-Membro deexecuo. 3. No obstante o n.o 1, uma parte que, no Estado-Membro de origem, tenha beneficiado deum processo gratuito perante uma autoridade administrativa enumerada no anexo X temdireito a beneficiar, no mbito de qualquer processo de reconhecimento, de fora executriaou de execuo, do apoio judicirio em conformidade com o n.o 2. Para o efeito, a referidaparte deve apresentar um documento passado pela autoridade competente do Estado-Membrode origem que ateste que essa parte preenche as condies econmicas para beneficiar totalou parcialmente do apoio judicirio ou de uma iseno de preparos e custas. Para efeitos do presente nmero, as autoridades competentes esto enumeradas no anexo XI.Esse anexo estabelecido e alterado pelo procedimento de gesto previsto no n.o 2 do artigo73.o.

    CAPTULO VITRANSACES JUDICIAIS E ACTOS AUTNTICOS Artigo 48.Aplicao do presente regulamento s transaces judiciais e aos actos autnticos

    1. As transaces judiciais e os actos autnticos que tm fora executria no Estado-Membrode origem so reconhecidos e gozam de fora executria noutro Estado-Membro nas mesmascondies que as decises, em conformidade com o captulo IV. 2. O presente regulamento aplicvel, na medida do necessrio, s transaces judiciais eaos actos autnticos. 3. A autoridade competente do Estado-Membro de origem emite, a pedido de qualquer parteinteressada, um extracto da transaco judicial ou do acto autntico, utilizando o formulriocujo modelo consta, consoante os casos, dos anexos I e II ou dos anexos III e IV.

    CAPTULO VIICOOPERAO ENTRE AUTORIDADES CENTRAIS Artigo 49.Designao das autoridades centrais

    1. Cada Estado-Membro designa uma autoridade central encarregada de cumprir as obrigaesdecorrentes do presente regulamento. 2. Os Estados-Membros federais, os Estados em que coexistam vrios sistemas jurdicos ou osEstados com unidades territoriais autnomas, podem designar mais que uma autoridadecentral, devendo especificar o mbito territorial ou pessoal das suas funes. Caso umEstado-Membro tenha designado mais do que uma autoridade central, designa a autoridadecentral habilitada a receber todas as comunicaes para transmisso autoridade centralcompetente nesse Estado-Membro. Se for enviada uma comunicao a uma autoridade centralno competente, esta responsvel pela sua transmisso autoridade central competente epela informao do remetente. 3. Cada Estado-Membro informa a Comisso, em conformidade com o artigo 71.o, dadesignao da autoridade central ou das autoridades centrais, bem como dos seus dados decontacto e, se for caso disso, o mbito das respectivas funes referidas no n.o 2 do presenteartigo.

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    Artigo 50.Funes gerais das autoridades centrais

    1. As autoridades centrais: a) Cooperam entre si, nomeadamente atravs do intercmbio de informaes, e promovem acooperao entre as autoridades competentes nos seus Estados-Membros para alcanar osobjectivos do presente regulamento; b) Procuram encontrar, tanto quanto possvel, solues para as dificuldades que surjam nombito da aplicao do presente regulamento. 2. As autoridades centrais tomam medidas para facilitar a aplicao do presente regulamentoe reforar a sua cooperao, devendo, para o efeito, utilizar a Rede Judiciria Europeia emMatria Civil e Comercial, criada pela Deciso 2001/470/CE.

    Artigo 51.Funes especficas das autoridades centrais

    1. As autoridades centrais prestam assistncia no que respeita aos pedidos previstos no artigo56.o, nomeadamente: a) Transmitem e recebem esses pedidos; b) Iniciam ou facilitam a introduo da instncia em relao a esses pedidos. 2. Em relao a esses pedidos, as autoridades centrais tomam todas as medidas adequadaspara: a) Prestar ou facilitar a prestao de apoio judicirio, se as circunstncias o exigirem; b) Ajudar a localizar o devedor ou o credor, nomeadamente nos termos dos artigos 61.o, 62.oe 63.o; c) Ajudar a obter informaes pertinentes sobre os rendimentos e, se necessrio, outrasinformaes sobre os activos do devedor ou do credor, incluindo a localizao dos seus bens,nomeadamente nos termos dos artigos 61.o, 62.o e 63.o; d) Incentivar solues amigveis tendo em vista a obteno do pagamento voluntrio dosalimentos, se oportuno atravs da mediao, da conciliao ou de processos anlogos; e) Facilitar a execuo em curso das decises relativas prestao de alimentos, incluindoeventuais retroactivos; f) Facilitar a cobrana e a transferncia expedita das prestaes alimentares; g) Ajudar a obter provas documentais ou outras, sem prejuzo do Regulamento (CE) n.o1206/2001; h) Prestar assistncia para determinar a filiao se tal for necessrio para efeitos de cobranados alimentos; i) Iniciar ou facilitar a introduo da instncia para obter as medidas provisrias necessriasde carcter territorial cuja finalidade seja assegurar os resultados de um pedido de alimentospendente; j) Facilitar a citao ou notificao de actos, sem prejuzo do Regulamento (CE) n.o1393/2007. 3. As funes da autoridade central previstas no presente artigo podem ser desempenhadas,na medida em que a lei do Estado-Membro em causa o permita, por entidades pblicas ououtras entidades sujeitas ao controlo das autoridades competentes desse Estado-Membro. OEstado-Membro comunica Comisso, em conformidade com o artigo 71.o, a designaodessas entidades pblicas ou outras, bem como os respectivos contactos e o mbito das suasfunes. 4. O presente artigo e o artigo 53.o em nada obrigam uma autoridade central a exerceratribuies que pertenam exclusivamente a autoridades judicirias no mbito da lei doEstado-Membro requerido.

    Artigo 52.Procurao

    A autoridade central do Estado-Membro requerido s pode exigir uma procurao aorequerente, se ela actuar em seu nome em aces judiciais ou processos perante outrasautoridades, ou para designar um representante para actuar em nome dele.

    Artigo 53.Pedidos de medidas especficas

    1. Uma autoridade central pode, mediante pedido fundamentado, solicitar a outra autoridadecentral que tome as medidas especficas adequadas nos termos das alneas b), c), g), h), i) ej) do n.o 2 do artigo 51.o se no houver nenhum pedido pendente nos termos do artigo 56.o.A autoridade central requerida toma as medidas que forem adequadas se as considerar

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    necessrias para ajudar um potencial requerente a apresentar um pedido previsto no artigo56.o ou a determinar se esse pedido deve ser iniciado. 2. Quando for apresentado um pedido de medidas previstas nas alneas b) e c) do n.o 2 doartigo 51.o, a autoridade central requerida procura as informaes solicitadas, se necessrioaplicando o disposto no artigo 61.o. No entanto, as informaes a que se referem as alneasb), c) e d) do n.o 2 do artigo 61.o s podem ser procuradas quando o credor apresentar umacpia de uma deciso, de uma transaco judicial ou de um acto autntico a executar, se forcaso disso acompanhada do extracto previsto nos artigos 20.o, 28.o ou 48.o. A autoridade central requerida comunica as informaes obtidas autoridade centralrequerente. Quando essas informaes tiverem sido obtidas em aplicao do artigo 61.o, essacomunicao apenas diz respeito ao endereo do potencial requerido no Estado-Membrorequerido. No mbito de um pedido de reconhecimento, de uma declarao de foraexecutria ou de uma execuo, a comunicao refere alm disso a existncia derendimentos ou de activos do devedor nesse Estado. Se a autoridade central requerida no estiver em condies de fornecer as informaessolicitadas, informa do facto sem demora a autoridade central requerente, especificando asrazes dessa impossibilidade. 3. As autoridades centrais podem igualmente tomar medidas especficas, a pedido de outraautoridade central, em processos de cobrana de alimentos pendentes no Estado-Membrorequerido que tenham um elemento internacional. 4. Para os pedidos apresentados em aplicao do presente artigo, as autoridades centraisutilizam o formulrio que consta do anexo V.

    Artigo 54.Despesas da autoridade central

    1. Cada autoridade central suporta as suas prprias despesas com a aplicao do presenteregulamento. 2. As autoridades centrais no podem pr a cargo do requerente quaisquer despesas pelaprestao dos seus servios no mbito do presente regulamento, excepto no caso de despesasexcepcionais decorrentes de um pedido de medida especfica nos termos do artigo 53.o. Para efeitos do presente nmero, as despesas relacionadas com a localizao do devedor noso consideradas despesas excepcionais. 3. A autoridade central requerida no pode recuperar as despesas excepcionais a que serefere o n.o 2 sem que o requerente d previamente o seu consentimento prestao dessesservios a esse custo.

    Artigo 55.Apresentao do pedido atravs das autoridades centrais

    Os pedidos previstos no presente captulo so apresentados atravs da autoridade central doEstado-Membro de residncia do requerente autoridade central do Estado-Membrorequerido.

    Artigo 56.Pedidos disponveis

    1. O credor que pretenda cobrar a prestao de alimentos no mbito do presenteregulamento pode apresentar os seguintes pedidos: a) O reconhecimento ou o reconhecimento e a declarao de fora executria de umadeciso; b) A execuo de uma deciso proferida ou reconhecida no Estado-Membro requerido; c) A obteno de uma deciso no Estado-Membro requerido quando no exista uma decisoprvia, incluindo se necessrio a determinao da filiao; d) A obteno de uma deciso no Estado-Membro requerido, quando no for possvel oreconhecimento e a declarao de fora executria de uma deciso proferida num Estado queno seja o Estado-Membro requerido; e) A alterao de uma deciso proferida no Estado-Membro requerido; f) A alterao de uma deciso proferida num Estado que no seja o Estado-Membro requerido.2. O devedor contra o qual exista uma deciso de prestao de alimentos pode apresentar osseguintes pedidos: a) O reconhecimento de uma deciso que conduza suspenso, ou limite a execuo, de umadeciso anterior no Estado-Membro requerido; b) A alterao de uma deciso proferida no Estado-Membro requerido; c) A alterao de uma deciso proferida num Estado que no seja o Estado-Membrorequerido.

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    3. Para os pedidos previstos no presente artigo, a assistncia e a representao para efeitosda alnea b) do artigo 45.o so assegurados pela autoridade central do Estado-Membrorequerido, directamente ou atravs de autoridades pblicas ou outras entidades ou pessoas. 4. Salvo disposio em contrrio do presente regulamento, os pedidos referidos nos n.os 1 e 2so tratados nos termos do direito do Estado-Membro requerido e esto sujeitos s regras decompetncia aplicveis nesse Estado-Membro.

    Artigo 57.Teor dos pedidos

    1. Os pedidos previstos no artigo 56.o devem ser apresentados utilizando o formulrio queconsta do anexo VI ou do anexo VII. 2. Todos os pedidos previstos no artigo 56.o incluem pelo menos: a) Uma declarao relativa natureza do(s) pedido(s); b) O nome e os dados de contacto do requerente, incluindo o endereo e a data denascimento; c) O nome e, se forem conhecidos, o endereo e a data de nascimento do requerido; d) O nome e a data de nascimento de qualquer pessoa para a qual se pretenda obteralimentos; e) Os fundamentos em que se baseia o pedido; f) Num pedido apresentado por um credor, informaes relativas ao local para onde deve serenviada ou transmitida electronicamente a prestao alimentar; g) O nome e os dados de contacto da pessoa ou unidade da autoridade central do Estado-Membro requerente responsvel pelo tratamento do pedido. 3. Para efeitos da alnea b) do n.o 2, o endereo pessoal do requerente pode ser substitudopor outro endereo no caso de violncia domstica, se o direito nacional do Estado-Membrorequerido no exigir, para efeitos da instncia, que o requerente fornea o seu endereopessoal. 4. Se necessrio, e na medida em que sejam conhecidas, o pedido inclui ainda as seguintesinformaes: a) A situao financeira do credor; b) A situao financeira do devedor, incluindo o nome e o endereo do seu empregador, bemcomo a natureza e a localizao dos bens do devedor; c) Quaisquer outras informaes que possam ajudar a localizar o requerido. 5. O pedido acompanhado de toda a informao ou documentao de apoio necessria,incluindo, se for caso disso, a documentao relativa ao direito que assiste ao requerente dereceber apoio judicirio. Os pedidos previstos nas alneas a) e b) do n.o 1 e na alnea a) don.o 2 do artigo 56.o s so acompanhados, consoante o caso, dos documentos enumerados nosartigos 20.o, 28.o ou 48.o do presente regulamento, ou no artigo 25.o da Conveno da Haiade 2007.

    Artigo 58.Transmisso, recepo e tratamento dos pedidos e dos casos atravs das autoridadescentrais

    1. A autoridade central do Estado-Membro requerente ajuda o requerente a fim de que sejajunta toda a documentao e informao que, do seu conhecimento, sejam necessrias paraa apreciao do pedido. 2. Aps verificao de que o pedido cumpre os requisitos do presente regulamento, aautoridade central do Estado-Membro requerente transmite-o autoridade central do Estado-Membro requerido. 3. No prazo de 30 dias a contar da data de recepo do pedido, a autoridade centralrequerida acusa a sua recepo, utilizando o formulrio cujo modelo consta do anexo VIII, einforma a autoridade central do Estado-Membro requerente sobre as medidas iniciais que jforam ou sero tomadas para tratar o pedido, podendo solicitar toda a documentao einformaes adicionais que entender necessrias. No mesmo prazo de 30 dias, a autoridadecentral requerida fornece autoridade central requerente o nome e os dados de contacto dapessoa ou servio encarregado de responder s consultas relativas ao andamento do pedido. 4. No prazo de 60 dias a contar da data em que for acusada a recepo, a autoridade centralrequerida informa a autoridade central requerente da situao do pedido. 5. As autoridades centrais requerente e requerida informam-se mutuamente sobre: a) A pessoa ou o servio encarregado de um determinado caso; b) O andamento do caso, e respondem atempadamente aos pedidos de informao. 6. As autoridades centrais tratam os casos com toda a rapidez que lhes permita a anliseadequada das questes. 7. As autoridades centrais utilizam na comunicao recproca os meios mais rpidos e

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    eficientes de que disponham. 8. Uma autoridade central requerida s pode recusar tratar de um pedido se o incumprimentodos requisitos do presente regulamento for manifesto. Nesse caso, a autoridade centralinforma de imediato a autoridade central requerente dos motivos da recusa utilizando oformulrio que consta do anexo IX. 9. A autoridade central requerida no pode recusar um pedido invocando apenas anecessidade de documentos ou informaes adicionais. Pode no entanto solicitar autoridadecentral requerente que fornea esses documentos ou informaes. Se a autoridade centralrequerente no o fizer no prazo de 90 dias ou num prazo mais dilatado especificado pelaautoridade central requerida, esta pode decidir que cessar de tratar o pedido. Nesse caso,informa imediatamente a autoridade central requerente utilizando o formulrio que constado anexo IX.

    Artigo 59.Lnguas

    1. O formulrio de requerimento ou de pedido deve ser preenchido na lngua oficial doEstado-Membro requerido ou, caso esse Estado-Membro tenha mais do que uma lngua oficial,na lngua oficial ou numa das lnguas oficiais do local da autoridade central em questo, ouem qualquer outra lngua oficial das instituies da Unio Europeia que o Estado-Membrorequerido tenha indicado poder aceitar, salvo dispensa de traduo da autoridade centraldesse Estado-Membro. 2. Os documentos que acompanham o formulrio de requerimento ou de pedido apenas sotraduzidos na lngua determinada nos termos do n.o 1 se for necessria uma traduo paraprestar o apoio solicitado, sem prejuzo do artigos 20.o, 28.o, 40.o e 66.o. 3. Qualquer outra comunicao entre autoridades centrais efectuada na lngua determinadanos termos do n.o 1, salvo disposio em contrrio estabelecida de comum acordo pelasautoridades centrais.

    Artigo 60.Reunies

    1. As autoridades centrais renem-se periodicamente para facilitar a aplicao do presenteregulamento. 2. A convocao dessas reunies faz-se nos termos da Deciso 2001/470/CE.

    Artigo 61.Acesso das autoridades centrais informao

    1. Nas condies previstas no presente captulo e em derrogao ao n.o 4 do artigo 51.o, aautoridade central requerida utiliza todos os meios adequados e razoveis para obter asinformaes referidas no n.o 2 do presente artigo necessrias para facilitar, num determinadoprocesso, a obteno, a alterao, o reconhecimento, a constatao da fora executria ou aexecuo de uma deciso. As autoridades pblicas ou as administraes que, no mbito das suas actividades habituais,detenham, no Estado-Membro requerido, as informaes referidas no n.o 2 e sejamresponsveis do seu tratamento na acepo da Directiva 95/46/CE, sob reserva das limitaesjustificadas por razes de segurana nacional ou de segurana pblica, comunicam-nas autoridade central requerida, a pedido desta, quando ela no tiver directamente acesso aessas informaes. Os Estados-Membros podem designar as autoridades pblicas ou as administraes que estoem condies de fornecer autoridade central requerida as informaes referidas no n.o 2.Quando proceder a essa designao, o Estado-Membro assegura que a sua escolha dasautoridades e das administraes permite sua autoridade central ter acesso s informaespretendidas, em conformidade com o presente artigo. Qualquer outra pessoa colectiva que detenha, no mbito do Estado-Membro requerido, asinformaes constantes do n.o 2 e seja responsvel pelo seu tratamento na acepo daDirectiva 95/46/CE, comunica-as autoridade central requerida, a pedido desta, caso a talesteja autorizada pelo direito do Estado-Membro requerido. A autoridade central requerida transmite, na medida do necessrio, as informaes assimobtidas autoridade central requerente. 2. As informaes referidas no presente artigo so as j detidas pelas autoridades,administraes ou pessoas a que se refere o n.o 1. Devem ser adequadas, pertinentes e noexcessivas, e dizem respeito: a) Ao endereo do devedor ou do credor; b) Aos rendimentos do devedor;

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    c) identificao do empregador do devedor e/ou da(s) conta(s) bancria(s) do devedor; e d) Aos activos do devedor. Para obter ou alterar uma deciso, apenas podem ser solicitadas pela autoridade centralrequerida as informaes referidas a alnea a). Para fazer reconhecer, declarar executria ou executar uma deciso, a autoridade centralrequerida pode solicitar todas as informaes referidas no primeiro pargrafo. Todavia, asinformaes enumeradas na alnea d) apenas podem ser solicitadas se as informaesreferidas nas alneas b) e c) forem insuficientes para permitir a execuo da deciso.

    Artigo 62.Transmisso e utilizao das informaes

    1. As autoridades centrais transmitem no seu Estado-Membro, consoante o caso, asinformaes referidas no n.o 2 do artigo 61.o aos tribunais competentes, s autoridadescompetentes para citar ou notificar actos judiciais, bem como s autoridades competentesresponsveis pela execuo de uma deciso. 2. Qualquer autoridade ou tribunal a quem tenham sido transmitidas informaes nos termosdo artigo 61.o apenas as pode utilizar para facilitar a cobrana dos crditos alimentares. Com excepo das informaes sobre a prpria existncia de um endereo, de rendimentosou de activos no Estado-Membro requerido, as informaes a que se refere o n.o 2 do artigo61.o no podem ser divulgadas pessoa que submeteu um pedido autoridade centralrequerente, sob reserva da aplicao das regras processuais judiciais. 3. As autoridades que tratarem as informaes que lhes sejam comunicadas em conformidadecom o artigo 61.o s as podem conservar pelo tempo necessrio para os efeitos para queforam transmitidas. 4. As autoridades que tratarem as informaes que lhes sejam comunicadas em conformidadecom o artigo 61.o asseguram a confidencialidade das mesmas nos termos do direito nacional.

    Artigo 63.Comunicao pessoa a quem a recolha de informaes diz respeito

    1. A comunicao pessoa a quem a recolha de informaes diz respeito sobre a transmissodestas, no todo ou em parte, efectuada em conformidade com o direito nacional do Estado-Membro requerido. 2. Quando puder prejudicar a cobrana efectiva do crdito alimentar, a comunicao podeser diferida por um perodo nunca superior a 90 dias a contar da data em que as informaesforam prestadas autoridade central requerida.

    CAPTULO VIIIENTIDADES PBLICAS Artigo 64.Entidades pblicas enquanto requerentes

    1. Para efeitos de um pedido de reconhecimento e de declarao de fora executria ou deexecuo de decises, o termo 'credor' inclui uma entidade pblica que actua em vez de umindivduo a quem seja devida a prestao de alimentos ou de uma entidade qual seja devidoo reembolso das prestaes fornecidas a ttulo de alimentos. 2. O direito de uma entidade pblica actuar em vez de um indivduo a quem seja devida aprestao de alimentos ou reclamar o reembolso das prestaes fornecidas ao credor a ttulode alimentos est sujeito lei que rege a entidade. 3. Uma entidade pblica pode requerer o reconhecimento e a declarao de fora executriaou a execuo de: a) Uma deciso proferida contra um devedor sobre o pedido de uma entidade pblica quereclame o pagamento de prestaes fornecidas em lugar de alimentos; b) Uma deciso entre um credor e um devedor, no montante das prestaes fornecidas aocredor em lugar de alimentos. 4. A entidade pblica que requerer o reconhecimento e a declarao de fora executria ou aexecuo de uma deciso fornece, a pedido, os documentos necessrios para provar que lheassiste o direito previsto no n.o 2 e que as prestaes foram concedidas ao credor.

    CAPTULO IXDISPOSIES GERAIS E FINAIS Artigo 65.

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    Legalizao ou formalidades anlogas

    No necessria a legalizao nem qualquer outra formalidade anloga no contexto dopresente regulamento.

    Artigo 66.Traduo de documentos comprovativos

    Sem prejuzo dos artigos 20.o, 28.o e 40.o, o tribunal ao qual apresentado o pedido s exiges partes que apresentem uma traduo dos documentos comprovativos estabelecidos numalngua que no seja a de processo se considerar que essa traduo necessria para proferir asua deciso ou para respeitar os direitos da defesa.

    Artigo 67.Cobrana de custas

    Sem prejuzo do artigo 54.o, a autoridade competente do Estado-Membro requerido podecobrar custas parte vencida beneficiria de apoio judicirio gratuito ao abrigo do artigo46.o, a ttulo excepcional e se a situao financeira desta ltima o permitir.

    Artigo 68.Relaes com outros instrumentos comunitrios

    1. Sob reserva do n.o 2 do artigo 75.o, o presente regulamento altera o Regulamento (CE) n.o44/2001 substituindo as disposies desse regulamento aplicveis em matria de obrigaesalimentares. 2. O presente regulamento substitui, em matria de obrigaes alimentares, o Regulamento(CE) n.o 805/2004, excepto no que se refere aos ttulos executivos europeus relativos aobrigaes alimentares emitidos num Estado-Membro no vinculado pelo Protocolo da Haia de2007. 3. Em matria de obrigaes alimentares, o presente regulamento no prejudica a aplicaoda Directiva 2003/8/CE, sob reserva do captulo V. 4. O presente regulamento no prejudica a aplicao da Directiva 95/46/CE.

    Artigo 69.Relaes com as convenes e acordos internacionais existentes

    1. O presente regulamento no prejudica a aplicao das convenes e acordos bilaterais oumultilaterais de que um ou mais Estados-Membros sejam parte na data de aprovao dopresente regulamento e que digam respeito a matrias regidas pelo presente regulamento,sem prejuzo das obrigaes dos Estados-Membros por fora do artigo 307.o do Tratado. 2. No obstante o n.o 1 e sem prejuzo do n.o 3, entre os Estados-Membros, o presenteregulamento prevalece sobre as convenes e acordos que incidam sobre as matrias regidaspelo presente regulamento e nos quais so partes os Estados-Membros. 3. O presente regulamento no obsta aplicao da Conveno de 23 de Maro de 1962 entrea Sucia, a Dinamarca, a Finlndia, a Islndia e a Noruega sobre a cobrana dos crditosalimentares pelos Estados-Membros Partes nessa Conveno, atendendo a que a mesmaprev, no que respeita ao reconhecimento, fora executria e execuo de decises: a) Procedimentos simplificados e acelerados para a execuo de decises em matria dealimentos, e b) Um apoio judicirio mais favorvel do que o previsto no captulo V do presenteregulamento. No entanto, a ap