regulamento técnico relativo ao projecto, construção, exploração

30
Página 1/30 17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG Ministério dos Petróleos Decreto executivo nº 200/08 de 18 de Setembro Considerando a necessidade do estabelecimento de disposoções relativas ao projecto, construção,exploraço e a manutenção de gasodutos de gases combustíveis; Nos termos do nº 3 do artigo 114º da Lei Constitucional determino: Artigo 1° — É aprovado o regulamento técnico relativo ao projecto, construção, exploração e a manutenção de gasodutos de gases combustíveis, anexo ao presente decreto e que dele faz parte integrante. Artigo 2º — É revogada todo a legislação que contrarie o disposto no presente decreto executivo. Artigo 3º — As dúvidas e omissões que se verificarem da interpretação e aplicação do presente decreto executivo serão resolvidas por despacho do Ministro dos Petróleos. Artigo 4º — Este decreto executivo entra em vigor na data da sua publicação.

Upload: tranhuong

Post on 08-Jan-2017

218 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 1/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Ministério dos Petróleos

Decreto executivo nº 200/08de 18 de Setembro

Considerando a necessidade do estabelecimento de disposoções relativas aoprojecto, construção,exploraço e a manutenção de gasodutos de gases combustíveis;

Nos termos do nº 3 do artigo 114º da Lei Constitucional determino:

Artigo 1° — É aprovado o regulamento técnico relativo ao projecto, construção,exploração e a manutenção de gasodutos de gases combustíveis, anexo ao presentedecreto e que dele faz parte integrante.

Artigo 2º— É revogada todo a legislação que contrarie o disposto no presente decretoexecutivo.

Artigo 3º — As dúvidas e omissões que se verificarem da interpretação e aplicação dopresente decreto executivo serão resolvidas por despacho do Ministro dos Petróleos.

Artigo 4º — Este decreto executivo entra em vigor na data da sua publicação.

Page 2: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 2/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploraçãoe Manutenção de Gasodutos de Gases Combustíveis

CAPÍTULO IDisposições Gerais

Artigo 1º(Objecto)

O presente regulamento estabeltee as condições técnicas a que devem obedecero projecto, a construção, a exploração e a manutenção de gasodutos de gasescombustíveis.

Artigo 2º(Definições)

1. Para efeitos da aplicação do presente regulamento, e salvo se de outro modo forexpressamente indicado no próprio texto as palavras e expressões nele usadas têm oseguinte significado, sendo que as definições no singular se aplicam igualmente noplural e vice-versa:

Gasodutos — conduta que permite transportar um gás combustivel a altapressão e a grande distâncias podem ser nacionais, ou internacionais e servir uma ouvarias regiões.

Gasosuto de 1º escalão - instalação constituída por tubagens, acessórios eequipamentos, (incluindo válvulas e sistema de lançamento/recepção de PIG) paratransporte/distribuição de gás natural, operando a uma pressão de serviço superior a20 bar.

Gasoduto de 2º escalão — instalação constituída por tubagens e equipamentos,para distribuição de gás natural, operando a uma pressão relativa de serviço igual ouinferior a 20 bar e superior a 4 bar.

Tensão perimetral (O) — é o esforço de tracção actuando tangencialmente àcircunferência exterior da secção recta das Tubagens, produzida peIa pressão do fluidono seu inferior.

Material imputrescível — material que não apodrece.

Page 3: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 3/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 3º(Príncipios Gerais)

1. As actividades previstas no presente regulamento aplicam-se aos gasodutos degás. Combustível cujas pressões de serviço sejam superiores a 4 bar.

2. Relativamente à pressão de serviço, consideram-se os seguintes escalões:

a) 1º escalão — pressão de serviço superior a 20 bar;

b) 2º escalão — pressão de serviço igual ou inferior a 20 bar, e superior a 4 bar.

3. Estes valores podem ser alterados por despacho do Ministro dos Petróleos.

Artigo 4º(Limitação da pressão)

Para garantir as necessárias condições de segurança devem ser instalados nosgasodutos dispositivos limitadores da pressão devidamente aprovados.

Artigo 5º(Diâmetro das tubagens)

As tubagens devem ser de diâmetro igual ou superior a 100 mm.

Artigo 6º(Representação Cartográfica das redes)

As redes devem ser representadas cartograficantente, em escala adequada, comindicação:

a) do seu posicionamento, em projecção horizontal, com indicação da profundidadede encerramento;

b) do diâmetro da tubagem;

c) dos acessórios (válvulas, juntas e outros) e da respectiva localização;

d) de eventuais pormenores relativos a obras especiais.

Page 4: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 4/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 7º(Sinalização dos gasodutos)

1. As tubagens enterradas devem ser sinalizadas com uma banda de cor amarela,situada a 0,3 m acima da geratriz superior e com uma largura mínima de 0,2m,contendo os termos “Atenção-Gás”, bem visíveis e indeléveis, inscritos a intervalos nãosuperiores a 1m.

2. Fora dos núcleos habitacionais devem ser colocados e mantidos, na vertical doeixo dos gasodutos, sinalizadores que indiquem a sua correcta localização e que nãofiquem espaçados em mais de 500m.

Artigo 8º(Temperatura do gás transportado)

A temperatura do gás transportado deve ser compatível com a perfeitaconservação dos revestimentos interiores, caso existam, e exteriores das tubagens,nunca excedendo 120°C em qualquer ponto destas.

Artigo 9º(Corrosividade do gás)

1. O gás deve ser não corrosivo.

2. É admissível o grau máximo de corrosividade 1 A, de acordo com a NP-1333, oude outra tecnicamente equivalente.

CAPÍTULO IIDisposições Relativas ao Fabrico dos Tubos

Artigo 10º(Disposição geral)

Na construção das tubagens devem ser utilizados tubos de aço, fabricados,ensaiados e controlados de acordo com as normas técnicas indicadas neste capítulo.

Page 5: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 5/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 11º(Diâmetro e espessuras nominais)

Os diâmetros e espessuras nominais dos tubos devem ser os que constam dasnormas aplicáveis, designadamente da NP-1b41.

Artigo 12º(Alongamento relativo, limite de elasticidade

e resistência à rotura)

1. O alongamento relativo dos tubos não deve ser inferior aos valores indicados nasnormas mencionadas no artigo 62º do presente regulamento.

2. A relação entre o limite elástico e a resistência à rotura do metal dos tubos nãodeve exceder 0,85.

3. A determinação do alongamento relativo, do limite elástico e da resistência àrotura do metal dos tubos deve ser efectuada de acordo com as normas jámencionadas no nº 1 deste artigo.

Artigo 13º(Temperatura de transição do metal)

1. A temperatura de transição do metal deve ser inferior à temperatura mais baixaque as tubagens possam vir a sofrer durante os ensaios indicados nos artigos 54º e 55ºou durante a exploração.

2. A verificação do requisito expresso no número anterior deve ser concretizada pelamedição da resiliência, de acordo com as normas referidas no artigo 62º.

Artigo 14º(Processo de fabricação)

Os tubos a utilizar na construção dos gasodutos devem ser fabricados com açovazado pré-desoxigenado, podendo ser sem costura, com costura longitudinal ou comcostura helicoidal.

Page 6: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 6/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 15º(Composição química do aço)

A composição química do aço utilizado na fabricação dos tubos deve assegurarboas condições de soldabilidade, ductibilidade e resiliência, tendo estas, como critério,os valores do alongamento relativo e da temperatura de transição mencionados nosartigos 11º e 12º e obedecer aos valores indicados nas normas aplicáveis previstas noartigo 62º.

Artigo 16º(Certificados de fabrico)

1. O fabricante dos tubos deve fazer acompanhar cada lote de um certificado, noqual se discriminem:

a) A qualidade do material. com a indicação da composição química e teor-limitedos componentes, características mecânicas, tolerâncias dimensionais edefeitos encontrados;

b) O processo de fabrico dos tubos;

c) O procedimento da execução das soldaduras e condições da sua aceitação,quando se trate de tubos soldados;

d) As modalidades dos controlos e ensaios efectuados nas diversas fases dofabrico dos tubos. nomeadamente o tipo, método, número e critérios deaceitação;

e) As condições de realização da prova hidráulica e , sendo caso disso, dosensaios não destrutivos.

2. Os tubos devem ser marcados de acordo com a norma de fabrico aplicável.

Artigo 17º(Ensaios e controlos dos tubos)

No seu fabrico, cada tubo está obrigatoriamente sujeito aos ensaios e controlosprevistos nas normas, aplicáveis mencionadas no artigo 62º, sem prejuízo do previstono nº 2 do artigo 13º.

Page 7: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 7/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 18º(Pressões)

1. As pressões de ensaio devem provocar tensões de tracção perimetrais (o), funçãoda espessura fixada pelas normas. que, tendo em conte a tolerância mínima, devemestar compreendidas entre 95% e 100% do limite elástico mínimo indicado.

2. As pressões referidas no presente regulamento, sem qualquer outra indicação,são pressões relativas.

Artigo 19º(Determinação das pressões máxima e

mínima para os ensaios)

1. As pressões máxima e mínima do ensaio em fábrica, expressas em bar,correspondendo respectivamente às tensões-limite, são determinadas pela formaindicada no quadro seguinte:

sendo:

E = limite elástico mínimo do metal, fixado nas especificações dos tubos,expresso em newtons por milímetro quadrado;

D = diâmetro exterior nominal do tubo, expresso em milímetros;e = espessura nominal da parede do tubo. expressa em milímetros;∂= tolerância da espessura mínima, expressa em percentagem de e.

2. Os valores de E, D, e e ∂que devem ser consideradas para a determinação das

pressões mínima e máxima de ensaio após fabrico são os indicados nos certificados defornecimento dos tubos referidos no artigo 16º.

Page 8: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 8/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

3. Se, para determinação do limite elástico, as especificações de fornecimento dostubos utilizarem um método diferente do prescrito no nº1 deste artigo, a expressão dastensões de tracção perimetral (∂), máxima e mínima, e das pressões de prova

correspondentes, em função do valor do limite elástico assim medido, devem ser taisque as tensões (∂) e as pressões de prova assim calculadas sejam idênticas às

determinadas como indicado no quadro 1.

4. O «limite elástico convencional» abreviadamente designado «limite elástico».pretende designar a carga necessária para, em relação à secção inicial do provete,provocar o alongamento, plástico e elástico em carga, de 0,5% do comprimento inicialentre marcas, de acordo com as normas mencionadas no artigo 62º do presenteregulamento.

Artigo 20º(Limite máximo de pressão e objectivo da prova)

1. O limite máximo da pressão de prova hidráulica é de 210 bar e visa apenas ocontrolo de fabrico.

2. As pressões de prova hidráulica referidas no número anterior são controlos defabrico e não têm relação com as pressões de serviço a que os tubos possam vir a sersubmetidos.

CAPITULO IIICurvas, Uniões e Outros Acessórios

Artigo 21º(Materiais)

As curvas, uniões e outros acessórios utilizados na construção dos gasodutosdevem ser de aço, compatíveis com as condições de serviço previstas para o troço emque se inserem, e satisfazer as normas aplicáveis previstas no artigo 62º.

Artigo 22º(Prova hidráulica)

Os dispositivos e acessórios referidos no presente capítulo devem sersubmetidos, em fábrica, a uma prova hidráulica com a duração mínima de 15 minutos,a uma pressão não inferior a 150% da pressão de serviço máxima.

Page 9: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 9/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 23º(Modelo e requisitos)

1. Todos os acessórios devem ser de modelo aprovado e obedecer aos requisitosestabelecidos nas normas ou especificações técnicas previstas no artigo 62º eadoptadas pelo projectista.

2. Todos os acessórios devem ser marcados de acordo com a norma de fabrico.

Artigo 24º(Ligações flangeadas)

As ligações flangeadas devem obedecer às normas aplicáveis, previstas no artigo62º, e adoptadas pelo projectista.

CAPÍTULO IVCálculo das Tubagens, Definição das Categorias de Localização e

Valor da Tensão de Tracção Perimetral Máxima Admissível

Artigo 25º(Determinação da pressão de cálculo)

1. A pressão de cálculo para uma tubagem de espessura nominal dada ou aespessura nominal para uma pressão de cálculo fixada devem ser determinadas pelaseguinte fórmula:

P (20 x E x e/D) x F

sendo:

P = pressão de cálculo, expressa em bar;E = limite elástico mínimo do metal fixado nas especificações dos tubos, expresso

em newtons por milímetro quadrado;D = diâmetro exterior nominal dos tubos. expresso em milímetros;e = espessura nominal da parede dos tubos, expressa em milímetros;F = factor de segurança correspondente à categoria do local de implantação das

tubagens aplicável nos termos do Quadro II do artigo 30.

2. A pressão de cálculo da pressão máxima permitida, em função dos materiaisutilizados e da categoria do local de implantação das tubagens.

Page 10: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 10/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

3. A formula mencionada no nº 1 do presente artigo pode também ser utilizada paracalcular a espessura da parede dos tubos, não devendo, contudo, neste caso, serconsideradas as tolerâncias para menos admitidas nas normas de fabrico dos tubos.

4. O valor máximo da pressão de serviço não deve, sem caso algum, ultrapassar ovalor da pressão de cálculo.

Artigo 26º(Classificação dos locais para a implementação

das tubagens por categorias)

1. Em matéria de segurança, os materiais para a implantação das tubagens sãoclassificados em quatro categorias, definidas tendo em atenção, entre outros factores:

a) A densidade da população;

b) A natureza, importância e fim a que se destinam as edificações, construções eobras de arte aí existentes;

c) A intensidade dos tráfegos ferroviário e rodoviário.

2. A cada categoria de local corresponde a obrigação de respeitar:

a) O tipo de construção. caracterizado por um valor máximo determinado para ovalor o admissível para os tubos, de acordo com as normas mencionadas noartigo 62.°;

b) A distância mínima entre as tubagens e os edifícios, construções e obras de artevizinhas.

Artigo 27º(Categorias 1 e 2)

1. As categorias 1 e 2 correspondem a regiões desérticas ou montanhosas,pastagens, terras de cultivo, zonas rurais, zonas na proximidade de aglomerações e,em geral, a todas as localizações não compreendidas nas categorias 3 e 4.

2. O índice da densidade de edifícios por 10km é obtido a partir da média aritméticados 10 índices de densidade de edifícios por quilómetro.

Page 11: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 11/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

3. Para se obter a densidade de edifícios por quilómetro, apenas são contabilizáveisos imóveis susceptíveis de serem ocupados por pessoas, situados no interior de umafaixa de terreno com 0,4km de largura para cada lado do eixo do traçado da tubagemprojectada e 1 km de comprimento.

4. Pela categoria 1 são abrangidos os locais nos quais a densidade de edifícios por10km seja inferior a oito e a densidade de edifícios por quilómetro inferior a 13.

5. Incluem-se na categoria 2 os locais em que a densidade de edifícios por 10kmseja igual ou superior a oito e a densidade de edifícios por quilómetro seja igual ousuperior a 13.

Artigo 28º(Categoria 3)

A categoria 3 corresponde a zonas residenciais ou comerciais, nos casos em queas edificações ocupem, pelo menos, 10% das parcelas de terreno adjacentes à rua ouà faixa, segundo a qual se desenvolve o gasoduto, desde que a altura dos referidosedifícios não exceda três pisos acima do nível do solo.

Artigo 19º(Categoria 4)

A categoria 4 integra as zonas nas quais se verifiquem cumulativamente asseguintes condições:

a) Predominância de edifícios de quatro ou mais pisos acima da nível do solo;

b) Tráfego imenso;

c) Existência, no subsolo, de numerosas instalações, nomeadamente canalizaçõese cabos eléctricos.

Page 12: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 12/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 30º(Valor da tensão de tracção perimetral máximo admissível)

As tensões máximas de tracção perimetral (∂) admissíveis para o metal dos tubos, em

função do limite elástico E, são fixadas no quadro seguinte:

Quadro II

Artigo 31º(Implantação de gasodutos nos locais de categoria 4)

Só é permitida a implantação de gasodutos nos locais de categoria 4 desde queas suas pressões de serviço não ultrapassem 20 bar.

Artigo 32º(Localização do eixo longitudinal)

1. O eixo longitudinal dos gasodutos deve situar-se a uma distância mínima de 25mde qualquer edifício habitado.

2. Relativamente às construções que recebem público ou que apresentem riscosparticulares, nomeadamente de incêndio ou explosão, o eixo longitudinal dosgasodutos deve ficar situado a uma distância igual ou superior a 75m.

3. As distâncias referidas nos nº 1 e 2 podem ser reduzidas para os valoresconstantes no Quadro II desde que o projectista adopte alguma ou algumas dasmedidas de segurança suplementares previstas nas alíneas seguintes:

a) Reforço da espessura da própria tubagem que deve ser definida com base nafórmula estabelecida no nº 1 do artigo 25.° utilizando um valor de pressão P,aumentado de 25%;

b) Adopção de uma ou mais protecções adicionais a seguir indicadas:

Page 13: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 13/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

i. Envolvimento da tubagem por uma manga metálica;

ii. Interposição de um muro cego de betão;

iii. Galeria com segmentos de betão armado, em forma de “U” invertido deacordo com a figura a);

iv. Cobertura de chapa sobre camada de betão, de acordo com a figura b);

v. Cobertura com caleira invertida de chapa reforçada, de acordo com a figurac);

vi. Caleira invertida de betão armado, de acordo com a figura d);

vii. Cofragem lateral de chapa de aço, de acordo com a figura e);

viii. Cobertura de placas de betão armado de acordo com a figura f).

Page 14: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 14/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Quadro III

4. Quando se adoptar uma das soluções previste, na alínea b) do número anterior, oelemento de protecção deve ser colocado de modo que as distâncias entre os seusextremos e os pontos mais próximos dos edifícios obedeçam ao estabelecido noquadro III.

CAPÍTULO VColocação em Obra

Artigo 33º(Instalação das tubagens no subsolo)

1. As tubagens devem assentar uniformemente sobre o fundo da vala e seracondicionadas com os materiais adequados, por forma a ser evitada a deterioraçãoquer dos tubos quer dos seus revestimentos.

2. Sempre que a natureza do terreno possa ser considerada agressiva para atubagem, deve esta ser instalada sobre uma camada de areia doce ou materialequivalente, uniformemente distribuído no fundo da vala, com uma espessura mínimade 0,1m.

3. A tubagem deve, ainda, ficar completamente envolvida com o material referido nonúmero anterior, mantendo-se, em todas as direcções, a espessura mínima aí indicada.

4. Os revestimentos das tubagens devem ser inteiramente reparados oucompletados, no caso de terem sido danificados ou estarem incompletos.

5. Os troços da tubagem, ao serem colocados nas valas. devem ser obturados comtampões provisórios, a retirar guanos da sua interligação ocasião em que se verificaráda inexistência de corpos estranhos no seu interior.

Page 15: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 15/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 34º(Profundidade)

1. A profundidade normal de implantação das tubagens, determinada pela distânciaentre a geratriz superior da tubagem e o nível do solo, deve ser pelo menos de 0,8m,tendo-se em consideração as características dos terrenos.

2. A profundidade mínima de implantação das tubagens sob as vias férreas e asestradas de grande circulação deve ser de 1m, sendo as mesmas, em tais casos,protegidas com uma manga, nos termos definidos no nº 5 do artigo 36º.

3. Em casos especiais, devidamente justificados, pode a profundidade mínima dastubagens ser reduzida, desde que estas não colidam com outras tubagens e fiquemprotegidas em termos adequados contra cargas excessivas, nomeadamente com umamanga de protecção, de modo a garantir condições de segurança equivalentes às deum enterramento normal.

Artigo 35º(Tubagens situadas na proximidade de outras

instalações subterrâneas)

1. Quando as tubagens se encontrarem situadas na proximidade de outras.instalações subterrâneas preexistentes, deve ser respeitada, entre os pontos maispróximos das duas obras, uma distância mínima de 0,8m.

2. Quando não for possível respeitar a distância mínima refenda no nº 1, a tubagemde gás deve ser instalada no interior de uma manga de protecção, prolongada, paraambos os lados do ponto de maior proximidade, de um mínimo de;

a) 1m, quando a tubagem do gás se situa a um nível superior aos das outrascanalizações;

b) 3m, quando a tubagem do gás se situa a um nível inferior aos das outrastubagens.

3. No caso de percursos paralelos entre tubagens de gás e outras canalizações pre-existentes destinadas a outros fins, nomeadamente cabos eléctrico e telefónicos, águasou esgotos, a distância mínima entre as duas superfícies externas deve ser igual ousuperior à profundidade de implantação imposta no artigo 33º, excepto se a tubagemde gás ficar protegida por uma barreira continua de separação.

4. Os valores referidos no número anterior devem ser aumentados, por forma aserem obviados os riscos decorrentes da execução de quaisquer trabalhos de umainstalação sobre outra que se encontre na sem proximidade.

Page 16: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 16/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 35º(Precauções na instalação dos gasodutos e situações especiais)

1. Devem ser evitados os cruzamentos sobre componentes susceptíveis deintervenções mais frequentes ou que requeiram a utilização de equipamentos demanutenção especialmente volumosos.

2. Para a travessia de obstáculos hidrográficos, pântanos, terras inundáveis,terrenos de fraca consistência ou movediços, devem ser tomadas medidas especiaisadequadas a assegurara a estabilidade da tubagem no nível fixado, impedindo-a,quando for caso disso, de subir para a superfície do solo ou flutuar.

3. De igual modo devem ser adoptadas as adequadas medidas em caso de severificarem eventuais vibrações provocadas pelas estações de compressão, nos troçosde tubagem a montante e a jusante das mesmas.

4. Depois de instaladas nas valas e antes de realizados ensaios de recepção deve ointerior das tubagens ser cuidadosamente limpo e desembaraçado de quaisquer corposestranhos.

5. Nas travessias das vias férreas, cursos de água ou estradas, devem as tubagensser instaladas com uma manga de protecção de resistência adequada nos esforços aque vai ser submetida, em toda a extensão da travessia.

6. O espaço anelar entre a tubagem e a manga deve ser convenientementeventilado de modo que eventuais fugas de gás sejam conduzidas até aos extremos damanga, os quais devem descarregar essas fugas por forma a não constituírem perigo.

7. Quando, como elementos de protecção, forem utilizadas as mangas metálicas,devem estas ser equipadas com diafragmas de seccionamento da coroa circularespaçados no máximo de 150m e cada um destes segmentos dispor de tubos deventilação, situados na proximidade de ambas as extremidades, com diâmetro internoigual ou superior a 30mm, cujas saídas devem ser protegidas com uma rede metálicado tipo corta-chama, descarregando em locais onde não constituam perigo parapessoas e bens.

8. As mangas de protecção metálica devem ser protegidas:

a) Contra a corrosão, interna e externamente;

b) Com isolamento eléctrico, em relação à tubagem que envolvem;

c) Com protecção catódica sempre que necessário.

Page 17: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 17/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 37º(Protecção das tubagens contra as acções corrosivas)

1. As Tubagens de aço enterradas devem possuir um revestimento de protecçãocontra as acções agressivas do meio em que são instaladas e contra as corrosõesprovocadas por correntes eléctricas naturais ou vagabundas.

2. Os revestimentos devem ser de materiais adequados, nomeadamente dosseguintes tipos:

a) Betume ou alcatrão isentos de fenóis, suportados com banda de fibra de vidro ououtro material imputrescível;

b) Resinas sintéticas.

3. A espessura do revestimento deve ter valor apropriado ao tipo de materialutilizado e às condições de instalação e ser controlada por meios adequados.nomeadamente ultra- sons.

4. A rigidez dieléctrica do revestimento dos tubos de aço deve ser de 5000V,acrescida de 5000V por milímetro de espessura de camada isolante, até um máximo de25 000V.

5. Quando os gasodutos tiverem de ser implantados nas proximidades de estruturasde suporte de linhas aéreas de alta tensão ou em paralelo com cabos eléctricosenterrados, devem ser tornadas medidas que garantam a manutenção da protecção edo isolamento eléctrico dos gasodutos.

Artigo 38º(Protecção catódica)

1. As tubagens de aço enterradas devem ser providas de um sistema de protecçãocatódica sempre que, tecnicamente, a natureza do terreno o justifique.

2. A protecção catódica aplicada deve fornecer à tubagem um potencial negativo dotubo em relação à terra de valor adequado.

3. A protecção catódica pode ser dispensada nos traços que disponham derevestimento eficiente e estejam electricamente isolados da restante tubagem por meiode juntas isolantes.

Page 18: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 18/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 39º(Tubagens aéreas ou à superfície)

1. A instalação dos gasodutos pode incluir traços aéreos ou á superfície. noatravessamento de regiões pantanosas, montanhosas ou susceptíveis de seremafectadas por movimentos dos terrenos ou por desmoronamentos.

2. Nos casos do atravessamento de cursos de água, desníveis ou similares, podeser autorizada a utilização das obras de arte existentes, á excepção das estruturasmetálicas importantes, sempre na condição de serem tomadas as medidas desegurança específicas de cada caso particular.

3. Nestes casos, os gasodutos não podem ser instalados em espaços nãoventilados ou não acessíveis para a inspecção e manutenção.

Artigo 40º(Determinação da espessura das paredes das tubagens aéreas)

1. A espessura das paredes das tubagens aéreas deve ser determinada tendo ematenção o conjunto das forças longitudinais e transversais que agem simultaneamentesobre a tubagem.

2. Os projectos de construção de tubagens aéreas devem ter ainda em conta osproblemas de compensação das deformações longitudinais devidas à temperatura.

Artigo 41º(Cruzamento da tubagem aérea ou à superfície com uma

linha eléctrica aérea)

Quando a tubagem aérea ou à superfície se cruze com lima linha eléctrica aéreade alta tensão, ou dela se encontre próxima, a uma distância inferior à altura dos caboseléctricos em relação ao solo, devem ser observadas as seguintes medidas:

a) Aplicação de juntas isolantes;

b) Ligação de tubagem à terra.

Page 19: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 19/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 42º(Protecção da tubagem aérea ou à superfície)

Os troços de gasodutos aéreos ou instalados à superfície devem ser eexternamente protegidos contra os agentes atmosféricos e eventuais acçõesmecânicas, mediante pintura, metalização, guarda mecânica ou qualquer outroprocesso adequado.

Artigo 43º(Equipamento de limpeza e inspecção)

1. Em ordem a permitir a utilização de equipamentos de limpeza e inspecção (pigs),sem interrupção de serviço, devem os gasodutos ser equipados com os necessáriosdispositivos de introdução e remoção do equipamento de limpeza e inspecção.

2. Devem ser utilizados raios de curvatura, ligações de ramais ou outro tipo deequipamentos adequadas á limpeza e inspecção do interior dos gasodutos, com oauxílio de equipamento de limpeza e inspecção (pigs).

Artigo 44º(Soldaduras)

1. As soldaduras dos tubos devem ser executadas em conformidade com osprocedimentos certificados por soldadores devidamente qualificados.

2. Os procedimentos de soldadura, o controlo visual, os ensaios destrutivos e nãodestrutivos relativos à qualidade das soldaduras devem satisfazer os requisitos dasnormas aplicáveis, previstas no artigo 62º.

3. As soldaduras devem ser controladas a 100%, por exames radiográficos ou poroutros meios não destrutivos, com interpretação dos resultados feita por um técnicocertificado.

4. O metal de adição a usar nas soldaduras deve corresponder às características doaço dos tubos a soldar.

5. A ligação dos diversos elementos constituintes do gasoduto, designadamentetubos, acessórios de ligação e dispositivos diversos, deve ser realizada, no decorrer daconstrução, por meio de soldadura eléctrica topo a topo, quando se trate de tubagementerrada.

6. As soldaduras topo a topo devem ser executadas com os topos dos tubosdevidamente chanfrados.

Page 20: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 20/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

7. Os tubos de aço com costura longitudinal ou helicoidal devem ser ligados entre sipor forma que as respectivas soldaduras fiquem desfasadas.

Artigo 45º(Juntas flangeadas)

Nas ligações de dispositivos ou acessórios podem ser utilizadas juntasflangeadas.

Artigo 46º(Materiais utilizados nas juntas)

1. As mudanças de direcção das tubagens podem ser realizadas mediante autilização de:

a) Curvas de grande raio de curvatura, produzidas a partir de tubos com ou semcostura, empregando máquinas de dobrar tubo sem formação de pregas, querna fábrica, a frio ou a quente, quer no estaleiro, somente a frio, depois desubmetidas aos ensaios previstos no artigo 17º;

b) Curvas de reduzido raio de curvatura, produzidos na fábrica e com os requisitosestabelecidos no artigo 23º;

c) Curvas feitas por soldadura de troços direitos que só excepcionalmente devemser aplicadas.

2. São formalmente proibidas as curvas referidas na alínea c) do número anteriornos seguintes casos:

a) Em tubagens previstas para serem utilizadas com pressões de serviço máximas,correspondendo a tensões de tracção perimetrais nos tubos direitos, iguais ousuperiores a 40% do limite elástico mínimo especificado;

b) Quando o ângulo entre os dois elementos direitos adjacentes da curva forsuperior a 12° 30º.

Artigo 47º(Controlo da soldadura das curvas)

Todas as soldaduras de curvas realizadas em tubos direitos soldados devem sercontroladas a 100% por processos não destrutivos, em conformidade com o nº 3 doartigo 44.°

Page 21: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 21/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 48º(Derivações)

Na instalação de uma derivação devem ser tomadas as medidas adequadas aassegurar que a resistência do conjunto seja igual a um dos elementos originais.

Artigo 49º(Instalação de válvulas de seccionamento)

Nas tubagens devem ser instaladas válvulas de seccionamento, automáticas outelecomandadas com intervalos não superiores a:

a) 30km, nas zonas correspondentes à categoria 1;

b) 20km, nas zonas correspondentes à categoria 2;

c) 10km, nas zonas correspondentes à categoria 3;

d) 5km. nas zonas correspondentes 3 categoria 4.

Artigo 50º(Válvula de corte)

Todas as derivações, ou ligações ao gasoduto devem incluir uma válvula de cortecolocada o mais perto possível do ponto de ligação.

Artigo 51º(Isolamento de troços do gasoduto)

1. Cada troço do gasoduto de transporte compreendido entre duas válvulas devepoder ser isolado da rede, por forma a manter condições de segurança.

2. Devem ser instaladas uma ou mais válvulas de purga entre cada duas válvulas deseccionamento, por forma a poder purgar a tubagem com rapidez e segurança.

Page 22: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 22/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

CAPÍTULO VIEnsaios em Obra

Artigo 52º(Disposições gerais)

1. Antes da entrada em serviço, devem as tubagens ser submetidas aos ensaios deresistência mecânica e de estanquidade em todo o seu comprimento, de uma só vez oupor troços, depois de adoptadas as adequadas precauções tendentes à garantia dasegurança de pessoas e bens.

2. Os ensaios dos troços de tubagem a colocar dentro de mangas de protecçãodevem ser feitos. separadamente e fora destas, antes da montagem no local.

3. As verificações previstas no número anterior não dispensam o ensaio final doconjunto da rede.

Artigo 53º(Execução dos ensaios)

1. Deve proceder-se à medição continua de pressões e temperaturas durante todo oensaio, com o auxílio de aparelhos registadores e de um indicador de pressãocalibrado, para as leituras inicial e final.

2. Os valores das pressões devem ser corrigidos tendo em conta variações dastemperaturas do fluido utilizado no ensaio, da parede do tubo, do terreno e doambiente.

3. O ensaio propriamente dito só deve começar após ter sido atingido o equilíbrio detemperaturas, o que exige um período de condicionamento prévio.

4. Os instrumentos de medida devem dispor de certificado de calibração válido e tera incerteza máxima de 0,5%.

Page 23: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 23/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 54º(Prova de resistência mecânica)

1. A prova de resistência mecânica deve ser efectuada acordo com as condiçõesreferidas no quadro IV:

Quadro IV

Sendo:

p.e.f.= pressão de ensaio na fábrica;p.s.m = pressão de serviço máxima.

2. Salvo decisão em contrário do Técnico responsável pela inspecção e certificação,as condições constantes do quadro IV relativas às categorias 3 e 4 não terão aplicaçãonos seguintes casos:

a) Se no momento da realização do ensaio de resistência, a temperatura do solo àprofundidade da tubagem for inferior ou igual 0ºC ou puder baixar até esse níveldo fim do ensaio ou ainda se não se dispuser de água em quantidade equalidade Convenientes;

b) Se o relevo da zona atravessada for de forma a obrigar a um seccionamentoexcessivo da tubagem para se poder efectuar o ensaio hidráulico.

3. Nos casos indicados no número anterior, a prova de resistência deve serefectuada com ar a uma pressão igual ao produto de 1,1 pela pressão de serviçomáxima.

4. Os ensaios de resistência devem ter a duração mínima de 6 horas, à pressãomáxima de ensaio.

Page 24: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 24/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 55º(Ensaios de estanquidade)

1. Nos casos em que o ensaio tenha sido efectuado com água, o ensaio deestanquidade deve ser feito com o ar ou com o gás.

2. O ensaio de estanquidade pode também ser realizado com água, devendo, nestecaso a pressão situar-se entre os limites fixados para os ensaios de resistênciamecânica efectuados com água, para a categoria do local de implementaçãocorrespondente, de acordo com o Quadro IV do artigo 54º.

3. Se o ensaio da resistência for feito com ar ou com o gás, o ensaio deestanquidade deve ser efectuado com o mesmo fluido à pressão de serviço máxima.

4. Os ensaios de estanquidade devem ter a duração mínima de 6 horas, depois deestabilizada a temperatura do fluído.

Artigo 56º(Relatórios dos ensaios)

1. Deve ser elaborado um relatório de cada ensaio, da rede ou de qualquer troço, deonde contem as seguintes indicações:

a) Referência dos troços ensaiados;

b) Data, hora e duração do ensaio;

c) Valores das temperaturas verificadas no fluido durante o ensaio;

d) Valores da pressão inicial e final do ensaio;

e) Conclusões;

f) Observações particulares.

2. Os relatórios devem ser elaborado a por um técnico ou um organismo deinspecção reconhecidos.

Page 25: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 25/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

CAPITULO VIIEntrada em Serviço, Inspecção e Manutenção

dos Gasodutos

Artigo 57º(Disposições gerais)

1. As concessionárias devem elaborar procedimentos de garantia de segurançarelativos aos aspectos de operação, manutenção, inspecção e controlo dos gasodutos.

2. As concessionárias devem dispor dos meios humanos, técnicos e materiais quelhes permitam assegurar o cumprimento do disposto no número anterior e intervir coma necessária rapidez e eficácia,

3. As tubagens só podem entrar em serviço depois de efectuados, com bonsresultados, os ensaios de resistência e estanquidade.

4. Na vizinhança das tubagens não podem realizar-se trabalhos susceptíveis de asafectar, directa ou indirectamente, sem que sejam tomadas as precauçõesconsideradas suficientes pela concessionária.

5. Em caso de desacordo entre o autor dos trabalho. e a concessionária, o diferendodeve ser submetido ao parecer do Ministério dos Petróleos.

6. A concessionária deve dispor de, pelo menos, um serviço de atendimentopermanente para receber informações, quer do seu pessoal quer de estranhos,relativas a eventuais anomalias nas tubagens.

7. A concessionária deve comunicar as ocorrências de relevo ao serviço nacional deprotecção civil, sem prejuízo do contacto directo com as autoridades locais e osbombeiros para tomada de medidas imediatas.

8. Deve ser impedido o aceso de estranhos à concessionária a troços visíveis dosgasodutos.

9. Quando se usarem vedações para este efeito, devem as mesmas ter, pelomenos, 1,8m de altura.

Page 26: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 26/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 58º(Forma de introdução do gás)

1. A introdução do gás combustível nas tubagens deve ser feita de modo a evitar-sea formação de misturas de ar-gás.

2. Para assegurar a separação dos dois fluidos deve ser feita a introdução prévia deum tampão de azoto ou de equipamento de limpeza e inspecção (pig).

Artigo 59º(Controlo da exploração dos gasodutos)

1. A concessionária é obrigada a controlar pelos métodos apropriados e com aperiodicidade adequada:

a) A qualidade do gás;

b) O valor da pressão efectiva nos gasodutos;

c) A estanquidade dos gasodutos.

2. Devem ser devidamente registadas todas as anomalias surgidas, bem como asrespectivas acções correctoras efectuadas e outros dados considerados relevantes.

Artigo 60º(Inspecção)

1. A inspecção dos gasodutos deve ser de dois tipos:

a) A que tem por objectivo a detenção de danos causados por terceiros - tipo A, aqual pode ser efectuada por meios aéreos, veículos terrestres ou a pé;

b) A que tem por objectivo a detenção de possíveis anomalias - tipo E, a qual deveser feita a pé.

2. O processo utilizado para a detecção de fugas deve garantir a necessáriaeficácia.

3. Os intervalos máximos entre inspecções ou contratos consecutivos devem ser osreferidos no quadro V, salvo o disposto nos números seguintes:

Page 27: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 27/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Quadro V

4. Nos troços submersos e aéreos os intervalos entre inspecções e detecção defugas ficam ao critério das concessionárias, não podendo, porém, exceder três anos.

5. A inspecção da operacionalidade e a detecção de fugas nas válvulas do gasodutoficam sujeitas aos intervalos máximos da inspecção tipo B.

6. As instalações de protecção catódica devem ser controladas com a periodicidadepreconizada pelo seu fabricante.

7. O funcionamento dos principais dispositivos de corte deve ser verificadoperiodicamente.

Artigo 61º(Manutenção)

1. Os troços da tubagem em que as inspecções tenham detectado deterioraçõesdevem ser reparados, substituídos, colocados fora de serviço ou com pressão deserviço reduzida, segundo o critério do responsável da manutenção da rede.

2. Os materiais utilizados nas reparações das tubagens devem ser compatíveis como material destas e de qualidade aprovada.

3. As reparações definitivas nas tubagens devem realizar-se,. de preferência, porsoldadura, sendo estas posteriormente controladas por meio de ensaios nãodestrutivos.

4. Todas as reparações que impliquem a substituição de mais de três varas detubagem obrigam à execução dos ensaios de resistência mecânica e de estanquidademencionados no Capitulo VI deste regulamento.

5. Quando se proceda ao esvaziamento de gás de uma tubagem, devem tornar-seas medidas de segurança necessárias.

Page 28: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 28/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

CAPITULO VIIINormalização e Certificação

Artigo 62º(Normas técnicas aplicáveis)

Para efeitos da aplicação do disposto no presente regulamento, são aceites asnormas a seguir indicadas ou outras tecnicamente equivalentes:

a) NP-1333 - produtos petrolíferos. Ensaios de corrosão em lamina de cobre comgases liquefeitos;

b) NP-1641 — redes de distribuição de gases combustíveis. Tubos de aço semcostura. Características e ensaios;

c) ANSI B 31,8 - gás transmission and distribution piping systems;

d) ANSI B 16,9 - wrought steel but-welding fittings;

e) ANSI B 16,5 - steel pipe flanges and flanged fittin;

f) API 5L - specification for line pipe;

g) API 6D .- specification for steel gate, plug, ball and cheek valves for pipelineservice;

h) API std 1104 - standart for welding pipeline and related facilities.

Artigo 63º(Comercialização de produtos não abrangidos por este regulamento)

Sem prejuízo do disposto no presente Regulamento, não é impedida acomercialização dos produtos, materiais, componentes e equipamentos por eleabrangidos, desde que acompanhados de certificados emitidos, com base emespecificações e procedimentos que assegurem uma qualidade equivalente à visadapor este diploma, por organismos reconhecidos segundo critérios equivalentes aosprevistos na norma de série NP EN ISSO/IEC 17000. aplicáveis no âmbito do SistemaAngolano de Qualidade (SAQ).

Page 29: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 29/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

CAPÍTULO IXFiscalização, Infracções e Multas

Artigo 64º(Competências)

A competência para fiscalização do cumprimento das disposições constantes dopresente regulamento é do Ministério dos Petróleos e do Governo Provincial da área delocalização.

Artigo 65º(Fiscalização)

1. As actividades de fiscalização do disposto do presente regulamento referem-se àscondições técnicas a que devem obedecer o projecto, construção, exploração emanutenção de gasodutos de gases combustíveis.

2. O Ministério dos Petróleos deve criar mecanismos adequados e eficazes quetornem efectivas os objectivos enunciados no número anterior.

Artigo 66º(Infracções e multas)

1. A infracção ao previsto nos artigos 4º, 5º, 6º, 7º, 8º, 9º, 10 º, 11º, 12º, 13º, 14º,15º, 16º, 17º, 18º, 35º, 37º, 41º, 49º, 50º, 51º, 56º e 57º é punível com multa emkwanzas equivalente a USD 200 000,00.

2. A inobservância do prescrito nos artigos 21º, 22º e 23° é punível com milha emkwanzas equivalente á USD 550 000,00.

3. O incumprimento do disposto no artigo 32º relativamente à localização do eixolongitudinal é punível com multa em kwanzas equivalente a USD 1 000 000,00.

4. Em caso de incidência, a multa aplicável deve ser igual ao triplo do valorcominado para cada uma das infracções.

5. As multas previstas nos números precedentes. são aplicadas pela Ministério dosPetróleos, com base em processo instaurado aos infractores.

Page 30: Regulamento Técnico Relativo ao Projecto, Construção, Exploração

Página 30/30

17-11-2008/15:07:29/decreto_executivo_200-08.doc/PPG

Artigo 67º(Independência da aplicação das multas)

A aplicação das multas não desobriga o infractor ao cumprimento das normas dopresente regulamento e é independente de quaisquer outras sanções que sejamimpostas por aplicação da lei das infracções contra a economia.