registo ed206

30
www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 10 de Maio de 2012 | ed. 206 | 0.50

Upload: semanario-registo

Post on 22-Mar-2016

254 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Edição 206 do Semanário Registo

TRANSCRIPT

Page 1: Registo ed206

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 10 de Maio de 2012 | ed. 206 | 0.50€

Page 2: Registo ed206
Page 3: Registo ed206

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 10 de Maio de 2012 | ed. 206 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Inauguração de gabinete de apoio a empresários decorreu ontem dia da Europa e desta forma o INALENTEJO possui mais um instrumento para prestar toda a informação necessária para a apresentação de uma candidatura ou desenvolvimento de projectos de investimento aos empresários e suas estruturas representativas.

1010

D.R

.

Os cogumelos e os seus venenosDe Norte a Sul de Portugal muitos são os apre-ciadores que se deslocam para colher silarcas, míscaros, tortulhos, boletos, laranjinhas e ou-tros cogumelos silvestres comestíveis. Porém, a actividade de recolha de cogumelos silves-

tres, que tanto prazer proporciona a todos os apreciadores, pode acarretar sérios riscos, pois várias espécies consideradas tóxicas ou mortais produzem cogumelos bastante se-melhantes aos comestíveis.

De acordo com algumas fontes, Siddhartha Gautama, mais conhecido por Buda, mor-reu envenenado acidentalmente devido à ingestão de cogumelos tóxicos no ano de 479 A.C..

INALENTEJO comemora dia da Europa

Caminhos da fé levam milhares a FátimaPág.12 É a fé que os move. São mi-lhares e por estes dias cobrem as es-tradas com direcção a Fátima com co-letes reflectores. Homens, mulheres e crianças, novos e velhos, todos com o mesmo objectivo, chegar ao Santuá-rio Mariano, independentemente do esforço, das bolhas nos pés e do cansa-ço. A mente agradece, garantem.

D.R

.

1616

D.R

.

A vila do café e das flores de papelPág.22 Junto à raia, paredes meias com Espanha está uma das localidades mais auspiciosas do Alentejo. Sem favor se diz que economicamente e socialmente Campo Maior floresce ao sabor do café e das tradições, sendo a maior as Festas do Povo, famosas pelas suas flores de papel, que na edição de 2011 levaram um mi-lhão e meio de visitantes à localidade.

D.R

.

Page 4: Registo ed206

2 10 Maio ‘12

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição

Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

Esta é uma edição especial. Quatro anos depois e com mais de 200 edições, celebramos no número 206 a entrada

no Ano V do Semanário REGISTO.Não é nem tem sido fácil. Acima de tudo, trata-se de um projecto que

marca a informação na região Alentejo, sem olhar a revivalismos, pensando no futuro.

Vivemos tempos demasiado conturbados para ficar agarrados a contemplações do passado.

“Longe” vai o ano de 2008 e a vontade de afirmar um projecto, na região onde o envelhecimento das populações é a identidade de décadas.

Podia ter sido diferente, podia. Pode ser melhor? Sim, pode.

No entanto, importa neste virar de página, que representa a entrada no Ano V da publicação, reflectir sobre o seu futuro, assumindo o compromisso de continuidade, apesar do actual contexto sócio-económico, vincando a co-responsabilidade inerente das entidades públicas e actores regionais.

Podia ter sido mais fácil dizer: missão cumprida e partir para outros desafios.

A resistência, o empenho e a resiliência são marcas do que devem ser a vontade de serviço público, de parceria, de agentes promotores e divulgadores da região e das suas gentes que têm merecido o esforço, o empenho, o

Semanário RegistoNesta edição damos inico a um ciclo de actividades de promoção e divulgação de actividades, sectores e entidades, estratégicos na economia local e social da região, das mais variadas áreas, em proximidade e envolvimento directo dos nossos leitores.

Por considerarmos o Turismo um sector da maior relevância para a região e o país, em parceria com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo – ERT, oferecemos, hoje, aos nosso leitores, um conjunto de Vouchers, porque, de facto,…o Alentejo dá-lhe tudo!

Amanhã encerramos, na Universidade de Évora, uma Conferência Internacional, que integrámos, em candidatura, como parceiros, e que se intitula “O Mundo Oculto dos Cogumelos”, no auditório do Colégio do Espírito Santo e que merece devido destaque nesta edição.

As inscrições estão abertas, são gratuitas, podendo ainda, durante o dia de hoje, fazer o seu pré-registo em sge.uevora.pt

Para finalizar, convidamo-lo/a a re (viver), na “escrita” de Pedro Henriques, nosso Cartoonista, temas marcantes da vida nacional e internacional, num mix retrospectivo do seu trabalho que, semanalmente, partilha connosco.

PUBLICREATIVE – Direcção

profissionalismo, associado ao voluntarismo, com que dezenas de ilustres personalidades da região e entidades ajudam o REGISTO, a crescer e a tornar-se um aliado estratégico, consolidando a sua vertente de projecto aberto, plural de e para todos.

Ao longo desta caminhada construída de milhões de caracteres, fotos e presenças, sentimos a região em toda a sua vontade de mudar. Não é só o mundo que nos rodeia que nos obriga a alterar hábitos e padrões de trabalho, ou a olhar o outro e a vida com maior profundidade.

A região que habitamos, o território que vivenciamos, diariamente, sente e ressente-se e quer ter uma palavra a dizer. Escutar atentamente é uma virtude.

Não baixar os braços, olhar para o lado e não desistir é a distância entre o querer e/ou a fuga.

Tudo o que nos rodeia é da condição

humana uma forte marca de cidadania e por isso, também, existimos.

Soubemos ao longo dos últimos quatro anos encontrar as pontes e as redes que nos consolidam. Somos de causas e assumimo-las, em sintonia com a produção própria de conteúdos, de proximidade, onde o limite é o domínio privado do outro.

Conscientes da necessidade de poder estar presentes em todo o mundo apostámos na qualificação técnica e em suportes tecnológicos que sustentam, hoje, uma presença, diária de conteúdos regionais: na internet, na rádio, nas redes sociais Facebook, Twitter e outros suportes, bem como a rápida indexação no Google.

Por isso, cumpre, hoje, agradecer, a todos e a cada um dos que têm, ao longo desta jornada, das mais variadas formas, dito presente!

É assim o futuro, consigo, com todos.

“A região que habitamos, o território que vi-venciamos, diariamente, sente e ressente-se e quer ter uma palavra a dizer. Escutar atentamente é uma virtude.”

Nota editorial

Registo Nº1Surge pela primei-ra vez aos leitores o Semanário Regis-to, a 12 de Maio de 2008. Como tema de capa o famige-rado avião Skylan-der, em jeito de pergunta e resulta-do de uma investi-gação jornalística. Uma pergunta definitivamente sem resposta. Os candidatos a líderes do PSD, em campanha interna, passam por Évora. Ferreira Leite, que havia de ganhar o parti-do, prometia, em Évora, não assumir uma campanha “divisionista .“

Registo Nº18Chegou o verão e o Registo celebrou essa estação dedi-cando a sua edição ao Turismo. Em entrevista, Afonso Alvito fala do de-senvolvimento do Parque industrial de Vendas Novas. Temas de destaque, a segurança na internet, parti-cularmente para os utilizadores jovens, a investi-gação portuguesa na luta contra o cancro e fazendo jus à edição um mar infinito de su-gestões de bons e qualificados locais de férias no Alen-tejo e fora dele.

Registo Nº79António Serrano chegou ao governo depois da desas-trosa aventura de Jaime Silva. Serra-no arrumou a casa e trouxe resultados e boas notícias de Bruxelas – ordem na casa, mais e melhor gestão dos fundos comunitá-rios. Jorge Araújo, reitor da UE, queixa-se da falta de financiamen-tos para o ensino superior. Alter do Chão, Joviano Vitorino, entra no segundo mandato, com maioria ab-soluta e a preocu-pação social como bandeira.

Registo Nº81Tribunal de Contas chumba concessão da autoestrada do Baixo Alentejo.Portel, em festa, as-sinala a 10ª edição da Feira do Mon-tado. Em Évora arranca a 8ª edição do Festival de Curtas Metragens – FIKE. Foram ainda destaques a fase final das obras do aeroporto de Beja, um caderno temático sobre saúde e bem-estar, a requalificação de três linhas ferrovi-árias no Alentejo e, em Montemor-o-Novo, Rui Horta apresentou “Talk Show”.

Registo Nº100Abril de 2010, José Sócrates lança, em Évora, projecto ino-vador na área da energia - InovCity. REGISTO comemo-ra a sua edição 100. Em Lisboa, Pedro Passos Coelho prepara o Congres-so que marcará o virar de página da vida partidária e política nacional. Ovibeja 2010, Cas-tro e Brito confir-ma o trabalho de António Serrano, “há mais espaço de diálogo”, refere o dirigente asso-ciativo. Fronteira celebra Atoleiros com recriação histórica .

Registo Nº104Cavaco Silva, na Ovibeja, “é preciso apoio aos agricul-tores e incentivar os portugueses a consumirem o que é nacional”.Bento XVI faz a sua primeira visita a Portugal deslo-cando-se a Lisboa, Porto e Fátima, onde preside às cerimónias do 13 de Maio. A Pão e Paz alerta que são já às dezenas as famílias que, em Évora, recorrem à “sopa dos pobres”. A ERT promove conferência in-ternacional sobre as gastronomias mediterrânicas.

Registo Nº139Cavaco Silva vence à primeira volta as Presidenciais de 2011. João Oliveira, no Parlamento, mostra preocupa-ção com “as inves-tidas do governo contra a saúde”.Surgem as primei-ras críticas contra a anunciada lei da criminalização da violência escolar.O Francelho, pequeno Falcão migrador, regressa aos céus de Évora em projecto do CEAI, LPN e da associação espa-nhola, DEMA. As Câmaras iniciam redução de orça-mentos .

Registo Nº168José Ernesto afirma “mandato é para cumprir até ao fim”. Julho de 2011 anunciam-se, já, despedimentos significativo de professores para Setembro.Agentes Culturais manifestam-se, em Évora, con-tra cortes e falta de pagamentos devidos pela Câmara de Évora. João Oliveira -PCP - reclama fundos comunitários para novo Hospital Central, em Évora. Depois das obras, reabre a renovada estação ferroviária de Évora.

Registo Ano V

Page 5: Registo ed206

3 w

ww.egoisthedonism

.wordpress.com

Pedro Henriques | C

artoonista

Opinião

Capoulas santos

Ao longo de mais de quatro anos e mais de 200 edições, contamos com a opinião e pensamento de inúmeras personalidades que, de forma livre, connosco partilham as suas reflexões e nos permitem garantir um exercício de cidadania activa e qua-lificada.É uma aposta ganha pela importância e relevância dos temas abordados, sejam na área política, artística, cultual, patri-mónio e literatura, entre outras.Um verdadeiro exercício que nos per-mite ler, em cada semana, a análise e beber da experiência de todos aqueles que, em diferentes fases de construção e consolidação do projeto do Semaná-rio, para ele têm contribuído, de for-ma integral, em plena sintonia com os seus valores editoriais - que definem as prioridades informativas por critérios da sua utilidade, relevância e interesse público - rejeitando a censura ou ou-tras formas que suprimem a liberdade de informar, tendo sempre como limi-tes o espaço privado definido na digni-dade da pessoa.

antónio serrano Carlos sezões sónia Ferro

antónio Costa silva

luís Dargent

eDuarDo luCiano

José roDrigues santos Carlos Moura

Miguel saMpaio

JoaquiM Fialho

José Filipe roDrigues

MarCelo nuno pereira

José russo

Figueira CiD Manuel Monteiro

MargariDa peDrosa

rute Canhoto

Registo Ano V

Page 6: Registo ed206

4 10 Maio ‘12

Actual

o sistema de segurança social público é o resultado de um longo caminho iniciado no século XiX.

Comemorou-se no passado dia 8 de Maio o dia nacional da Segurança Social. Esta efeméride foi aproveitada para explorar nos órgãos de comunicação social a ideia de fa-lência do sistema e de impossibilidade de cumprir a médio e longo prazo os seus prin-cipais desígnios, em particular o de garantir o pagamento das reformas das próximas ge-rações de trabalhadores contribuintes.

Tais análises, recorrentes quando esta-mos em períodos propícios a avanços que pretendem por fim ao sistema Público, Universal e Solidário de Segurança Social, acabam sempre por tirar duas conclusões: não é possível nem “sustentável” garantir o conjunto de direitos sociais adquiridos até hoje e que a solução se encontra num siste-ma misto em que os mais pobres ficariam com uma espécie de serviços mínimos de resposta social e os mais ricos poderiam in-vestir em planos de poupança ou recorrer à actividade seguradora, ficando desobriga-dos da contribuição para o sistema público de segurança social.

Estas propostas, que nos são apresenta-das como a panaceia para as dificuldades financeiras do sistema público, mais não visam que seu fim e a entrega ao capital fi-nanceiro de um negócio altamente rentável.

O sistema de segurança social público, como o conhecemos hoje no nosso país, é o resultado de um longo caminho iniciado no século XIX com o associativismo operário e que culminou com a criação de um sis-tema integrado de segurança social através do Decreto-Lei 203/74 de 15 de Maio.

Este sistema, com as características que hoje tem, se foi uma construção contínua, desde o associativismo mutualista operário até aos nossos dias, foi essencialmente uma

conquista civilizacional que a Revolução de Abril tornou possível.

Nunca é de mais lembrar que foi nessa fase histórica da vida portuguesa que foi criado o subsídio de desemprego e a pensão social.

As dificuldades porque hoje passa o sis-tema de segurança social, não radicam no “excesso de direitos” ou em factores demo-gráficos.

Radicam em claras opções políticas de subfinanciamento, e das opções macro-económicas que têm sido responsáveis pela perda de importantes receitas que lhe são devidas para o cumprimento das suas fina-lidades.

O processo de desmantelamento do siste-ma não é agora nem tem como único proge-nitor o governo do PSD e do CDS.

Desde o surgimento, em 1984, da primei-ra lei de bases da segurança social, que o sistema tem vindo a ser alvo de iniciativas legislativas que, anunciando que a intenção de o salvar, pretendem criar as condições para a sua irrelevância e para a entrega a sectores privados da economia das suas vertentes que podem potenciar a obtenção de lucros.

Assim aconteceu com as alterações intro-duzidas na lei de bases desde a sua primeira revisão no ano 2000.

Agora, cumprindo as exigências conti-das no pacto de agressão subscrito pelo PS, PSD e CDS, voltam à carga com ideias “bri-lhantes” como o plafonamento, que visa criara um tecto máximo para as contribui-ções para o sistema.

Tal ideia, se fosse colocada em prática, mataria o princípio de solidariedade social que é pedra basilar do sistema, desviaria

Segurança social, um alvo do capital financeiroeDuarDo luCianoadvogado

Escrevo este artigo como Dirigente Regional do CDS em resposta a um artigo publicado neste hebdomadário na semana passada da autoria do ex-ministro António Serrano, e por isso faço de imediato a minha declara-ção de interesse.

Sem querer de modo algum ofender quem quer que seja, o título tem a ver com o re-cente filme a preto e branco premiado nos Óscares que, tal como o artigo, cinzento, é uma produção de Paris e deveria ser mudo não fosse a lata da produção. Vir o actor e os argumentistas tecer tais críticas à governa-ção da coligação PSD/CDS, atacando apenas “os Ministros do CDS”!!! Da forma como o fazem são tão verosímeis como o Cartel de Medellin a acusar o nosso Comendador Na-beiro por vender substâncias estimulantes.

Com o propósito de tentar salvaguardar a imagem do País e alguma coesão entre os assinantes do vulgarmente conhecido “Acor-do da Troika” poupou-se, e quanto a mim de forma errada, a anterior (des)governação absolutamente desastrosa, cujos efeitos ne-gativos suplantaram em muito os da aprego-

ada Conjuntura Internacional. Por tudo isto ainda me estou a recuperar do espanto que me causou tanto a autoria como o conteúdo do tal artigo, chama-se a isto “Fazer o mal e a caramunha”!

Presumo que o equívoco seja originado pelo sentido de propriedade dos ministérios por parte dos anteriores governantes PS, por isso venho por este meio recordar as medi-das mais significativas deste Governo e es-tes Ministros do País (e não apenas do CDS ou da coligação):

- Assinatura de um protocolo plurianual com as Instituições no valor global de mil e duzentos milhões de euros. Em que au-mentámos em 1.3% a despesa efectiva dos acordos de cooperação que tinham sido congelados pelo anterior governo. - Liquidação da dívida de 5,7 milhões de euros que a Segurança Social tinha desde 2008 para com as instituições sociais.- Reforço em 16% das verbas de acção so-cial, ou seja 254M € alocados nesta rubrica que irá responder, por via das instituições sociais, a um ano particularmente difícil.

”O Artista“luís Dargentengenheiro agrónomo

directamente recursos da segurança social para o sistema financeiro e a médio prazo colocaria em causa um conjunto alargado de direitos sociais.

Justifica o ministro da tutela esta pro-posta (o tal que pertence ao partido que em período eleitoral enchia a boca de solidarie-dade para com os velhinhos que auferiam baixas pensões) que com o plafonamento o sistema deixaria de ser responsável pelo pagamento das pensões mais altas, liber-tando recursos para o equilíbrio financeiro do sistema.

Mas como é próprio da hipocrisia de quem gere algo com o qual está em desacor-do, “esquece-se” de afirmar que tal medida também impediria a entrada no sistema das

contribuições dos que mais ganham, estan-do assim criadas as condições para uma es-pécie de “apartheid” social em que os mais pobres ficariam a gerir um sistema onde só poderiam contar com os descontos dos seus baixos salários e os mais ricos ficavam de-sobrigados do seu contributo, recorrendo à “compra” da sua segurança no desemprego, na saúde, na parentalidade e na velhice.

É por isso que já alguém disse que colo-car um ministro do CDS a gerir o sistema de segurança social público é o equivalente a deixar a raposa a tomar conta do galinhei-ro.

Para os que entendem que a segurança social é qualquer coisa que lhe passa ao lado, lembro aqui que, como foi afirmado no Projecto de Lei apresentado pelo PCP em Novembro de 2006, “a Segurança Social está presente nos momentos mais marcan-tes da vida das mulheres e homens do nos-so país. Está presente nos bons momentos, por exemplo aquando do nascimento de um filho, mas está sobretudo presente quando surgem dificuldades como sejam o desem-prego, a invalidez ou a exclusão social.

A Segurança Social está também presen-te num outro momento marcante da vida: garante na velhice uma reforma que per-mite o merecido repouso após uma vida de trabalho e de contribuições para este siste-ma.”

Sempre que ouvirem alguém falar da se-gurança social com a boca cheia de números e de frases feitas, num discurso construído de tal forma que ficamos todos a achar que aquilo é coisa para “génio” do telejornal, lembrem-se do que está em causa. Direitos básicos conquistados por muitas gerações de trabalhadores.

tão importante para obras de investimento ou novas respostas.- Dotar de uma maior transparência as do-ações em sede de IRS para as instituições sociais permitindo que a transferência des-sa doação seja mais célere, com uma altera-ção legislativa a introduzir no OE de 2013 para que até 31 de Março de cada ano todas estas transferências de IRS sejam feitas. - Desenvolvimento de uma nova geração de serviço de apoio domiciliário, entre ou-tros aspectos da Teleassistência, garantin-do a segurança, o combate ao isolamento, o acompanhamento e a sinalização de idosos que queiram permanecer em suas casas.

Como é perceptível, muito se tem feito e muito fica aqui por dizer, não só resolven-do problemas herdados do anterior governo, como tentando resolver ou minorar os efeitos dos tempos muito difíceis por que passamos. Remeto para uma próxima oportunidade, por manifesta falta de espaço, a enumeração das principais iniciativas levadas a cabo pelo MAMAOT.

- Salvaguarda da fiscalidade das Institui-ções tornando possível, dentro da reduzida margem de manobra disponível, garantir a isenção de IRC para as instituições sociais.- Assegurar o reembolso de 50% do IVA,

“O processo de desmantelamento do sistema não é agora nem tem como único progenitor o governo do PSD e do CDS.”

“Vir o actor e os argumentistas tecer tais críticas à governação da coligação PSD/CDS, atacando apenas “os Ministros do CDS”!!! Da forma como o fazem são tão verosímeis como o Cartel de Medellin a acusar o nosso Comendador Nabeiro por vender substâncias estimulantes.”

Page 7: Registo ed206

5 PUB

Page 8: Registo ed206

6 10 Maio ‘12

Actual

hoje, a palavra austeridade, tornou-se num valor que norteia a ação coletiva.

O pior que se pode fazer a uma nação é ani-quilar-lhe a sua capacidade de sonhar, ter pro-jetos, pensar o futuro. Criar expectativas po-sitivas, alimentar o sonho, e ter esperança no futuro, parecem ser pilares que se encontram distantes. Não sei se o melhor sinónimo será o de depressão coletiva, mas sei que os portu-gueses em particular, à semelhança de outros países europeus, vivem num quotidiano sem esperança ao fundo do túnel.

As expetativas negativas, o medo e a inse-gurança em vários quadrantes da vida, são traços de um coletivo que cobiça obter um sinal de esperança. No bulício do quotidiano, ouvem-se os desabafos de quem não tem es-perança, desespera por dias melhores, e não vê no futuro uma expectativa.

Hoje, a palavra austeridade, tornou-se num valor que norteia a ação coletiva. Cansa ou-vir falar dela. Desgasta, deprime e desmonta qualquer pensamento positivo.

O modo de agir quotidiano dos portugue-ses está a mudar. Poupa-se nos limares do orçamento familiar. Evita-se o desperdício. Compra-se o essencial, em detrimento do supérfluo. Esquecem-se as pequenas estra-vagâncias. Afinam-se as rotinas familiares.

O túnel sem luz ao fundoJoaquiM Fialhoprofessor universitário

No passado dia 5 de maio, o Centro Distrital de Segurança Social de Évora promoveu, no âmbito das Comemo-rações do dia da Segurança Social, 8 de maio, uma ação de voluntariado levada a cabo pelos próprios cola-boradores, os quais, graciosamente, se disponibilizaram a participar em diversas iniciativas a favor dos Estabe-lecimentos Integrados daquele Centro Distrital.

Esta iniciativa teve como objeti-vo a promoção da inclusão social e o indispensável envolvimento da comunidade junto de públicos-alvo que apresentam maiores fragilidades, neste ano de 2012, em que se celebra o Ano do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações.

Integra-se também na política de responsabilidade social do Instituto de Segurança Social, que se iniciou em 2010, através da implementação do projeto MAISS Voluntariado.

O projeto MAISS Voluntariado visa sensibilizar os colaboradores para a prática e promoção do voluntariado, em 3 eixos fundamentais: voluntaria-do organizacional.

CDSS promoveu Voluntariado

Évora

PUB

to de rutura e de desequilíbrio dos pilares de sustentabilidade familiar. Olha-se o quotidia-no com insegurança. Espera-se que um dia as coisas se regularizem. Que voltemos a ser como éramos. Felizes e com esperança.

Factos como as quase setecentas mil fa-mílias que já não conseguem cumprir com os seus empréstimos bancários, aumentos de combustíveis, eletricidade, bens alimentares, e uma multiplicidade de variáveis elevatórias do custo de vida, tornam este caminhar até ao fundo do túnel um autêntico calvário. A agitação social ainda é ténue. Não fossemos nós um país de brandos costumes.

O movimento social dos indignados é um reflexo da conjuntura que atravessamos. Quando falta a esperança, as pessoas unem-se em causas, procuram as suas soluções, discutem problemas, constrói-se uma nova consciência coletiva.

É preciso colocar o acento no futuro. Se é certo que o caminho pressupõe um repensar das práticas quotidianas. Também certo que é preciso colocar uma luz ao fundo do túnel. Ela tarda em chegar. Os portugueses desespe-ram moderadamente por um sinal de esperan-ça e um reconquistar da confiança.

Vive-se um dia de cada vez. Reeducamos os nossos hábitos, refletimos sobre as nossas práticas quotidianas.

Hoje, o problema social 3D (desemprego, divorcio e doença), aliado às práticas de aus-teridade, constitui o mais significativo vírus social de extermínio da esperança. É o pon-

“As expetativas negativas, o medo e a insegurança em vários quadrantes da vida, são traços de um coletivo que cobiça obter um sinal de esperança.”

Page 9: Registo ed206

7 PUB

Page 10: Registo ed206

8 10 Maio ‘12

Actual

é tempo do alentejo fazer ouvir a sua opinião em assunto de tão grande importância para o seu futuro.

Francisco Sabino | Sociólogo

Independentemente do que se tenha trata-do, e do que virá ao conhecimento público nos próximos dias, a questão dos transpor-tes continuará com certeza sendo um tema forte, e o transporte ferroviário de mercado-rias voltará a ter referência de destaque nos dias pós Cimeira. Autorizam esta antevi-são, as reiteradas declarações do Governo, que pela voz do Senhor Ministro da Econo-mia, em mais do que em uma intervenção pública a ele se tem referido.

A deslocação a Portugal de delegações de empresários das regiões espanholas da Extremadura e do Governo de Ara-gão, e ainda, mais recentemente a Lisboa, do Presidente da Junta da Extremadura, para manifestarem o seu interesse e mes-mo empenho na concretização da liga-ção ferroviária Sines-Caia/Badajoz, a isso obriga, e que diabo, convenhamos que vinte e cinco Cimeiras tenham sido sufi-cientes para produzir mais do que meras declarações de boas intenções politicas.

Ainda um outro sinal de forte conteúdo politico, foi dado também com a recente deslocação do Senhor Primeiro-ministro a Sines, no passado dia 27 de Março, onde presidiu à cerimónia que assinalou a con-clusão da segunda fase das obras da am-pliação do cais do Terminal XXI e na qual teve, igualmente, a oportunidade de se referir à importância dessa ligação.

Espera-se que com estas declarações politicamente autorizadas - tratam-se de palavras do Primeiro-ministro, ditas onde deviam ser ditas, e perante quem deviam ser ditas - este assunto possa por uma vez, conhecer um final feliz.

A história desta ligação ferroviária, tão importante para Sines, para o Alentejo, e, obviamente para o País, tem até agora as-sumido contornos de um verdadeiro mito de Sísifo, resvalando “chapada a baixo”, nos tempos que medeiam entre cada Cimeira Ibérica, para de novo, ao sabor das agendas politicas de governos e lóbies, tornar a subir esse monte íngreme, a que a maldição dos “deuses” e a conivência dos homens, parece terem condenado esta ligação.

É assim de esperar que do decurso dos trabalhos desta cimeira, este tema, sempre na ordem do dia quando se fala das rela-ções ibéricas, possa agora alcançar o topo do monte, e uma vez lá, seja solidamente escorado, esvanecendo assim a maldição a que parece ter sido condenado.

A isso obrigam, de resto, os fortíssimos investimentos que a Administração do Porto de Sines, que com rara visão estra-tégica e enorme sentido de oportunidade, ali tem vindo a realizar, dotando esta im-portante infra-estrutura portuária com as melhores capacidades técnicas para

O Mito de SísifoMemorando de uma Cimeira Ibéricainicialmente prevista para elvas, a XXv Cimeira ibérica acabou por acontecer no porto, ontem, dia 9 de Maio, postergando-se assim o acor-dado na Cimeira de zamora.

responder, não apenas às exigências ac-tuais de um mercado altamente competi-tivo mas, como é disso exemplo, a draga-gem dos fundos marinhos do porto, para ampliar a capacidade de acostagem para os ainda maiores mega-navios da sétima geração, que se encontram em fase de construção.

Antecipa-se assim com tempo, a aber-tura plena do Canal do Panamá, prevista para 2014, colocando-se Sines na rota dos maiores navios do mundo, o que abona bem a favor desta visão estratégica pre-sente em Sines, e que o Conselho de Ad-ministração do seu porto, de forma exem-plar, corporiza.

No Estudo “O Hypercluster da Econo-mia do Mar”, o Professor Hernâni Lopes, e a equipa que coordenou neste trabalho, para a Associação Comercial de Lisboa, deixou-nos escrito com a clarividência que caracterizava as suas intervenções, o que entendia dever ser o papel desempe-nhado pelo porto de Sines e qual o lugar que lhe deveria ser reservado neste cada vez mais competitivo cluster da nossa economia, no contexto dos portos nacio-nais e, obviamente. na integração nas re-des logísticas à escala mundial.

Afirma-se na página 378 que “pelas suas características naturais o porto de Sines é o único que, em Portugal, pode-rá incluir-se na categoria de Megahubs, apresentando capacidade para operar em transhipment (transferência de carga entre navios) e receber os mega-navios dos grandes fluxos de carga. Necessita de aprofundar a respectiva capacidade de adaptação e eficiência, assim como a sua ligação às plataformas logísticas que o ligam à AML e a Madrid, e sobretudo, construir o segundo (e prever um tercei-ro) posto de acostagem, condição sem a qual dificilmente poderá captar mais do

que uma linha de contentores” ( SaeR, o Hypercluster da Economia do Mar” Rela-tório Final, Fevereiro de 2009).

Embora realizada no Porto em vez de em Elvas, como tinha sido ventilado na Cimeira de Zamora, quero crer que esse facto não deve ser entendido como menor importância a ser conferida à ligação ferro-viária para mercadorias que ligará Sines a Madrid por Badajoz, em bitola ibérica.

Trago à colação a bitola porque entendo que este assunto deve ser bem discutido antes de se avançar para uma solução definitiva nos contactos com Espanha, de forma a que as declarações muitas vezes desencontradas e proferidas por responsáveis governamentais e mesmo técnicos, não possam servir para manter o imobilismo da decisão.

Este assunto da bitola, é um tema que tem permitido as mais diversas, desen-contradas e até apaixonadas intervenções por parte de todos os que se têm referido a esta importante ligação ferroviária, a qual, a meu ver, pelas condições técnicas presentes na linha secundária de Espa-nha, não poderá ser outra que não a bitola ibérica. E este facto será verdade pelo me-nos para os próximos 15/20 anos, e nada nos autoriza a pensar que antes deste lap-so de tempo as mercadorias contentoriza-das, possam ser transportadas na bitola europeia de alta velocidade, que está a ser construída em Espanha e, esse lapso de tempo, pode limitar de forma dramática o desempenho futuro do porto de Sines no mercado ibérico e mesmo europeu, a que o estudo acima citado se refere.

No Alentejo toda a obra nova feita no eixo Sines-Évora, permitirá a migração para a bitola europeia, quando em Espa-nha essas obras forem realizadas.

A ligação ferroviária prevista no Pro-jecto Prioritário 16 das Redes Transeuro-

peias de Transporte tem o seu percurso desenhado pela rede secundária espa-nhola, que de Badajoz segue por Puer-tollano e daí para Madrid. Esta linha, de bitola ibérica, deverá ser alvo de obras de beneficiação no troço Badajoz-Puertolla-no, para poder acomodar com condições compatíveis um transporte de mercado-rias competitivo. Essas obras dizem fun-damentalmente respeito à electrificação da via, com catenária de 25 KW, e à am-pliação dos cais das estações para os 750 m, e verificação das pendentes, para per-mitir a passagem em tracção simples de comboios com maior carga rebocada.

Estas obras são necessárias para que não se limitem, no troço espanhol, os va-lores permitidos nas actuais capacidades que a linha alentejana comporta.

Torna-se assim necessário uma nego-ciação muito intensa e objectiva com as autoridades espanholas para que aquelas obras de beneficiação possam ser feitas, por forma a acomodar nas condições técnicas desejáveis o transporte de mercadorias em todo o corredor peninsular, que começan-do em Sines se projectam para Madrid, Sa-ragoça e daí para França, inicialmente por umas das passagens atlântica ou mediter-rânica mas, que daqui a 15/20 anos, se fará utilizando a futura passagem Central dos Pirenéus que ligará a Espanha (Aragão) à França (Midi-Pyrénées).

Desta Cimeira Ibérica esperamos, des-ta vez, mais do que as declarações de circunstância. Para que esse esforço de entendimento possa ser realizado, con-vocam-se as boas vontades presentes nos dois lados da fronteira, como são prova as manifestações de interesse mostradas pela Junta da Extremadura e pelo Gover-no de Aragão, assim como, estou certo, se manifestarão de forma mais condizente com os interesses da região neste inves-timento, todos os agentes económicos e entidades regionais.

Um sinal de inequívoco interesse por este assunto está a ser dado pelo Governo da Extremadura, que nos próximos dias 5 e 6 de Junho vai realizar em Badajoz, um Congresso sobre o Eixo Prioritário 16 das Redes Transeuropeias de Transportes, onde esta ligação ferroviária para merca-dorias está inscrita.

Trata-se de uma iniciativa da maior im-portância que se destina a marcar uma po-sição também politica, chamando a aten-ção não apenas dos governos dois países ibéricos, mas também da própria Comissão Europeia para a importância desta ligação, agora que se perfilam no horizonte duas outras ligações ferroviárias nas fachadas atlântica e mediterrânica.

É tempo do Alentejo fazer ouvir tam-bém a sua opinião em assunto de tão grande importância para o seu futuro.

Noutras regiões do país, essas vozes vão-se fazendo ouvir, logrando conseguir os seus intentos, e marcando a agenda politica.

Sines, de uma forma irrepreensível, está a fazer o seu trabalho, ao que parece, a Extremadura espanhola e o Governo de Aragão também; outro tanto se espera do Alentejo, dos alentejanos e de todos os que por cá desenvolvem as suas acti-vidades.

D.R.

Page 11: Registo ed206

PUB

Page 12: Registo ed206

10 10 Maio ‘12

Actual

o gabinete terá uma atitude pró-activa e irá promover contactos directos com os empresários.

A racionalização da administração local e o que se espera da governação autárqui-ca são temas em debate na Conferência “O Poder Local do século XXI: da boa Gover-nação à Eficácia”, a realizar no próximo dia 12 de Maio, Sábado, pelas 15.30h, em Estremoz (Centro de Ciência Viva) – mais uma iniciativa Fórum Alentejo (Associa-ção Alentejo de Excelência).

Paulo Júlio, Secretário de Estado da Administração Local e Reforma Ad-ministrativa, estará presente num evento que contará ainda com as in-tervenções de Pedro Lancha (Presi-dente da CM Fronteira), José Calixto

Secretário de Estado do Poder Local em debate do Fórum Alentejopaulo Júlio será o orador prin-cipal de mais uma Conferência de excelência

Apoiar potenciais investidores na Região, prestando a informação adequada à to-mada de uma decisão, incluindo a infor-mação sobre as possíveis fontes de finan-ciamento, quer através da participação no capital, quer através do financiamento para projectos de criação ou expansão de negócios, bem como sobre outros requi-sitos inerentes ao desenvolvimento dos projectos, tais como os pareceres e licen-ciamentos é o principal objectivo do Ga-binete Investe, que o INALENTEJO tem em funcionamento nas instalações da Comissão de Coordenação e Desenvolvi-mento Regional do Alentejo.A inauguração deste gabinete decorreu no dia da Europa, 9 de Maio, e o INALEN-TEJO possui mais um instrumento para prestar toda a informação necessária para a apresentação de uma candidatura ou desenvolvimento de um projecto de investimento.

A necessidade deste Gabinete surgiu porque o aumento do investimento privado na região constitui um desafio crítico, quer na perspectiva da dina-mização da sua economia, quer numa perspectiva de melhoria da sua com-petitividade ao nível das outras regiões como a nível internacional. Urge, por conseguinte, promover a inovação no tecido empresarial através de melho-rias tecnológicas ao nível do processo produtivo já existente, da criação de novas unidades de produção e estímulo aos empreendedores.

Desta forma e para além do envolvi-

INALENTEJO abriu gabinete de apoio ao investidorDado mais um passo para potenciar o apoio aos empre-sários alentejanos

mento do INALENTEJO, pretende-se tam-bém a colaboração de outras entidades regionais, pelo que serão estabelecidos contactos e parcerias com entidades pú-blicas de âmbito regional.

O gabinete terá ainda uma atitude pró-

activa no sentido em que irá estabelecer e promover contactos directos com os em-presários e entidades que os representem com o objectivo de facilitar a articulação e potenciar a informação, optimizando circuitos.

Na inauguração do Gabinete Investe estiveram presentes para além do Presi-dente e Vice-presidentes da CCDRA, Antó-nio Dieb, Roberto Grilo e Rui Mendes, os vogais executivos do INALENTEJO Antó-nio Costa da Silva e Filipe Palma.

(Presidente da CM Reguengos Mon-saraz), Carlos Pinto de Sá (Presidente da CM Montemor-o-Novo) e Rogério Gomes (Presidente do Instituto do Ter-ritório).

Segundo Carlos Sezões, presidente da Associação Alentejo de Excelência, “pretende-se, nesta iniciativa, perce-ber, para além do mediatismo da fu-são de freguesias e das alterações nas estruturas dos municípios, como um poder local moderno, à medida das exigências dos utentes do século XXI, deverá ser estruturado e quais deve-rão ser as suas práticas de governação”.

Enquadramento:A questão da racionalização da nossa administração local, despoletada pelo memorando da troika, veio trazer à luz

do dia uma questão antiga mas pre-mente: como atingir a eficácia da go-vernação autárquica e as necessárias políticas de proximidade com a com a complexidade e custo das estruturas institucionais dos últimos 35 anos.

A presente reforma, sustentada no Livro Verde de 2011, pretende lançar as bases para um municipalismo mais forte e mais eficaz. O foco deverá ser, cada vez mais, a qualidade de vida e desenvolvimento das populações e a promoção de ambientes economica-mente atractivos e geradores de em-prego.

Impõe-se rever a missão das autar-quias locais, apontando-a ao novo quadro económico, financeiro e so-cial, pugnar pela optimização de recursos públicos cada vez mais es-

cassos, proceder ao redesenho dos processos internos de trabalho, bem como promover perfis de dirigentes com competências à altura dos novos desafios.

Pretendemos, em concreto, perce-ber como um poder local moderno, à medida das exigências dos utentes do século XXI, deverá ser estruturado e quais as suas práticas de governação.

Temáticas a abordar:- Organização do território: Os novos papéis de autarquias e freguesias;- Gestão municipal, intermunicipal e financiamento;- A nova democracia local: processos de controlo e responsabilização;- O dirigente autárquico dos novos tempos;

D.R.

Page 13: Registo ed206

11 PUB

Page 14: Registo ed206

12 10 Maio ‘12

Actual

“é uma questão de Fé. a peregrinação serve para nos abstrairmos do dia-a-dia, esquecer os problemas”.

Pedro Galego | Texto

É a fé que os move. São milhares e por es-tes dias cobrem as estradas com direcção a Fátima com coletes reflectores. Homens, mulheres e crianças, novos e velhos, to-dos com o mesmo objectivo, chegar ao Santuário Mariano, independentemente do esforço, das bolhas nos pés e do cansa-ço. A mente agradece, garantem.

“É uma questão de Fé. A peregrinação serve para nos abstrairmos do dia-a-dia, esquecer os problemas e mostrar a nos-sa devoção. É ter tempo para nós e para Deus”, disse ao Registo Carlos Brotas, um veterano das peregrinações ao Santuário de Fátima. Há 16 anos, duas vezes por ano [em Maio e em Outubro] sai com um gru-po de Évora em direcção à Cova da Iria. O grupo - que hoje já parte de Coruche em direcção a Almeirim, para a antepenúlti-ma etapa - saiu de Évora no dia 7. Ao todo são cerca de 120 pessoas de toda a região.

“Neste retiro espiritual há pessoas de toda a região. Recomendamos às pessoas que treinem um pouco antes, mas quem não o faz espera mais dificuldades”, acres-centou Carlos Brotas, que este ano segue num dos carros de apoio.

“Água, rebuçados e bolos são algumas das coisas que fornecemos para ninguém se ir abaixo. As bolhas também são um problema, mas temos sempre um enfer-meiro e aconselhamento médico ao lon-go do percurso” de aproximadamente 180 quilómetros divididos em cinco etapas. A primeira cumpriu-se entre Évora e Mon-temor-o-Novo (dia 7), a segunda entre Montemor e Lavre (dia 8), a terceira entre Lavre e Coruche (dia 9), hoje os peregrinos vão de Coruche a Almeirim e amanhã de Almeirim a Alcanena, para chegar no dia 12 a Fátima a tempo da procissão das ve-las, um dos pontos altos das celebrações.

Entre as pausas reza-se o terço. O cami-nho é feito de introspecção, seja apenas pela fé, pelo desafio ou para cumprir uma promessa. Os motivos não interessam aos outros, apenas a partilha de momentos que quem vive dificilmente esquece e não deixa de repetir, segundo contam.

Para os peregrinos a opinião é unâni-me. “Quem nunca fez devia experimen-tar. É uma sensação única chegar ao San-tuário. Depois há toda a outra parte do

Caminhos da fé levam milhares a Fátimaeste ano estimam-se que che-guem a Fátima a pé cerca de 35 mil peregrinos

convívio. Conhecem-se muitas pessoas, vivem-se muitas experiências e por mais que custe, depois no fim tudo é compen-sado”, referiu o grupo.

35 mil vão chegar a péPara a peregrinação de Maio deste ano estima-se que cheguem a Fátima a pé cerca de 35 mil peregrinos. Apesar das ca-minhadas que começaram há mais dias terem sido dificultadas pela chuva numa primeira fase, os devotos de Nossa Senho-ra contam com bom tempo para os próxi-mos dias, mas aí pode passar a ser o calor o grande problema, com maiores riscos de desidratação.

Devoção com 95 anos.A cinco anos da comemoração do cente-nário do milagre, em grupos organizados os peregrinos vão celebrar a aparição de

Nossa Senhora de Fátima. A peregrina-ção de 12 e 13 de Maio assinala a primeira aparição, em 1917, aos Três Pastorinhos: Lúcia, 10 anos, e os irmãos Francisco e Ja-cinta, de 9 e 7. As três crianças vigiavam um rebanho, na Cova da Iria, quando, por volta do meio-dia e depois de rezarem o terço, como faziam habitualmente, se en-tretinham a construir, com pedras soltas, uma pequena casa, no local onde hoje se encontra a Basílica.

De repente, viram uma luz brilhante e, julgando ser um relâmpago, puseram-se a caminho de casa. Logo abaixo, outro cla-rão iluminou o espaço e viram, em cima de uma azinheira - onde agora está a Ca-pelinha das Aparições - uma “Senhora mais brilhante que o sol”, de cujas mãos pendia um terço branco e que lhes disse para rezarem muito.

Disse-lhes para voltarem ao local nos cin-

co meses seguintes, no dia 13 e àquela hora. As crianças assim fizeram e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro a Senho-ra voltou a aparecer--lhes e a falar-lhes. A 19 de Agosto a aparição deu-se no sítio dos Vali-nhos, a 500 metros de Aljustrel, já que, no dia 13, as crianças foram levadas para Ourém pelo administrador do concelho. A última aparição foi a 13 de Outubro, perante uma multidão calculada em 70 000 pessoas.

Hoje o fenómeno é mundial, sendo o 13 de Maio em Fátima celebrado não só por peregrinos nacionais, como por mui-tos outros oriundos de todas as partes do Mundo, em parte devido à influência de João Paulo II, o Papa Peregrino, hoje imortalizado com uma estátua no cimo do Santuário, também ele um devoto de Maria, que visitou Fátima pela última a 13 de Maio de 2000 para a beatificação dos pastorinhos Francisco e Jacinta Marto.

A 13ª edição do Salão do Vinho e da Azei-tona da Extremadura conta com mais de 210 expositores desta região espanhola e a presença de quase 50 importadores de vários países da Europa, América e Ásia, entre eles, Portugal, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Rússia, Estados Uni-dos da América, Canadá, Brasil, México, China e Hong Kong. Esta feira, uma das mais importantes do sector em Espanha, decorre de 9 a 13 de Maio em Almendra-lejo, na província de Badajoz.

O Salão do Vinho e da Azeitona quer promover as relações comerciais entre os produtores da Extremadura e as empresas

Salão do Vinho e da Azeitona da Extremadura que operam em diferentes canais, como a grande distribuição, maioristas, retalhis-tas, horeca (hotéis, restaurantes e cafés) e gourmet. Na edição deste ano há um número maior de importadores de países emergentes, como a China ou Brasil, sem descurar os mercados tradicionais para os produtos extremenhos. No evento, os compradores internacionais participarão em provas profissionais e visitarão as ins-talações das empresas.

Esta feira é dividida em quatro grandes apartados: VINAC Profissional, dirigido a empresas de vinho, espumantes, licores, azei-tona de mesa, azeite de oliva e sectores afins

(embalagens, maquinaria, cortiça, etiquetas, entidades financeiras, companhias de segu-ros, instalações e adubos, entre outros); VINAC Gastronómico, uma montra para a cozinha extremenha, onde os produtos autóctones e de fora da região partilham workshops e demonstrações ao vivo; VINAC Tecnológico, com sessões técnicas e conferências; e VINAC Lúdico, aberto ao público. Projecto transfron-teiriço Território Corchacção

No dia 10 de Maio, uma das sessões será dedicada ao turismo relacionado com a cortiça e o vinho na Extremadura e no Alentejo. Será responsabilidade do “Terri-tório Corchacção”, um projecto criado pela

Associação de Empresários da Cortiça de San Vicente de Alcántara (ASECOR), a As-sociação Portuguesa da Cortiça (APCOR) e o Núcleo Empresarial da Região de Por-talegre (NERPOR). Especialistas dos dois países, entre eles, José Arruda, director da Associação de Municípios Portugueses do Vinho, analisarão o desenvolvimento de produtos turísticos baseados nos recursos naturais de um território.

O Salão do Vinho e da Azeitona é or-ganizado pela Câmara Municipal de Al-mendralejo e tem o apoio do Governo regional da Extremadura e a Diputación (Governo provincial) de Badajoz.

D.R.

Page 15: Registo ed206

13 PUB

Page 16: Registo ed206

14 10 Maio ‘12

PUB

Page 17: Registo ed206

15 PUB

Page 18: Registo ed206

16 10 Maio ‘12

Confiar em crenças, mitos e ou-tras sabedorias populares para identificar cogumelos veneno-sos é uma estratégia perigosa, pois muitas destas convicções não têm rigorosamente nenhu-ma base científica. De facto, as duas causas mais comuns de envenenamento por ingestão de cogumelos continuam a ser a negligência e a ignorância.

Descrevem-se em seguida al-guns exemplos comuns de cren-ças e mitos nos quais não deve-mos confiar:

“Todos os cogumelos brancos são comestíveis”

Assumir que todos os cogume-los brancos são comestíveis pode conduzir a intoxicações fatais. Nem todos os cogumelos vene-nosos possuem cores garridas. Amanita verna (Anjo da des-truição) é apenas um exemplo gritante de um cogumelo branco e mortal.

“Os cogumelos venenosos ene-grecem os objectos de prata, os comestíveis não”

Este mito tem sido dissemina-do ao longo de gerações sem ter qualquer base de verdade.

Até à data não são conhecidas toxinas que reajam com a prata. Contudo, algumas substâncias, como o enxofre, reagem com a prata enegrecendo-a e alguns cogumelos, comestíveis ou não, têm uma elevada concentração de enxofre.

“Todos os cogumelos, desde que cozinhados prolongadamente, podem ser comidos”

Esta afirmação está comple-

tamente errada, pois a maioria das toxinas não é destruída pela temperatura elevada.

“Os insectos e outros animais evitam os cogumelos veneno-sos”

Não é verdade! Um cogumelo pode ser tóxico para os seres hu-manos e não o ser para insectos e outros animais. Por exemplo, os coelhos e as lesmas consomem Amanita phalloides (Chapéu da morte) pois são imunes às suas toxinas.

“Os cogumelos venenosos têm sabores amargos, azedos ou de-sagradáveis”

O sabor desagradável não sig-nifica que o cogumelo é veneno-so. Algumas Amanita veneno-sas possuem sabores agradáveis e até adocicados. Em oposição, Lactarius piperatus não é tóxico, mas possui um sabor extrema-mente picante e desagradável.Quer saber mais sobre cogume-los? Visite http://www.projectos.uevora.pt/cogumelo/

Procedimentos a ter em caso de intoxicação

oDirigir-se ao hospital mais próximooContactar o serviço de urgên-cia - 112oCentro de Informação Anti-Venenos [CIAV] – 808 250 143oQuando consumir cogumelos silvestres deve guardar pelo menos um exemplar de cada espécie consumida, pois em caso de intoxicação deverá levar esses exemplares de modo a que a assistência médica possa actuar com mais rapidez e de modo eficaz no tratamento de desin-toxicação.

Mitos: Nunca confie neles para identificação de cogumelos venenosos

Categoria das Toxinas

ToxinasPrincipais Sintomas e Consequências

Espécies

Ven

eno

s P

roto

pla

smát

ico

s

Ciclopéptidos, p. ex. Amatoxi-nas e Falotoxinas

Vómitos, diarreia e dor abdomi-nal, iniciando-se cerca de 12 h após o consumo e podendo du-rar vários dias. Ocasiona falên-cia renal e hepática, podendo levar à morte.

Espécies de Amanita da secção Phalloideae, p. ex. A. phalloi-des e A. verna

Giromitrina, p. ex. monometil-hidracina

Vómitos, diarreia, dor ab-dominal, suores frios, agitação e delírio, iniciando-se cerca de 6 a 12 h após o consumo. Ocasiona danos nas células sanguíneas e hepáticas.

Espécies de Gyromitra, p. ex. G. esculenta e G. gigas

Orelalina Sede intensa, cansaço, an-orexia, dores de cabeça e renais, iniciando-se cerca de 2 a 17 dias após o consumo. Ocasiona falência renal, podendo levar à morte.

Espécies de Cortinarius, p. ex. C. orellanus e C. speciosissimus

Ne

uro

tox

ina

s

Muscarina Aumento da salivação e da transpiração, diminuição da pressão arterial, braquicardia, transtornos da visão, náuseas, diarreia e dor abdominal, ini-ciando-se 15 a 30 minutos após o consumo. Raramente, pode ocasionar falência cardíaca.

Diversas espécies de Clitocybe, Mycena, Inocybe

Ácido Iboténico e Muscimol Sonolência, vertigem hiperac-tividade, excitabilidade, ilusões e delírios, iniciando-se 1 a 2 h após o consumo.

Espécies de Amanita, p. ex. A. muscaria e A. pantherina

Psilocibina e Psilocina Vertigens, embriaguez, aluci-nações, zumbido nos ouvidos e transtornos visuais, iniciando-se 15 a 30 minutos após o consumo.

Espécies de Psilocybe, Panaeo-lus, Conocybe e Stropharia

Irri

tan

tes

ga

stro

inte

stin

ais

Vários compostos Vómitos, diarreia e dor abdomi-nal, iniciando-se cerca de 30 a 120 minutos após o consumo.

Várias espécies, p. ex. Agaricus xanthodermus, Entoloma sinu-atum, Omphalotus olearius

Os cogumelos e os seus venenosDe Norte a Sul de Portugal muitos são os apreciadores que se deslocam para colher silarcas, míscaros, tortulhos, boletos, laranjinhas e outros cogumelos silvestres comestíveis. Porém, a actividade de recolha de cogumelos silvestres, que tanto prazer proporciona a todos os apreciadores, pode acarretar sérios riscos, pois várias espécies consideradas tóxicas ou mortais produzem cogumelos bastante semelhantes aos comestíveis.

Celeste Santos e SilvaRogério Louro

Entre os milhares de espécies de fungos produtores de cogu-melos, apenas algumas dezenas contêm quantidades significati-vas de micotoxinas.

As intoxicações por ingestão de micotoxinas presentes nos co-gumelos podem ser classificadas em dois grandes grupos, de acor-do com seu tempo de latência, definido como o intervalo desde a ingestão até o aparecimento dos primeiros sintomas de enve-nenamento.

Num primeiro grupo incluem-se as intoxicações com períodos de latência curtos, em o interva-lo desde a ingestão até o apareci-mento dos primeiros sintomas é inferior a 4 horas.

Estas intoxicações são regra geral consideradas como “le-ves”, não existindo risco de vida por mais aparatosos que sejam os sintomas. No segundo grupo incluem-se as intoxicações com períodos de latência longos em que o intervalo desde a ingestão até o aparecimento dos primei-ros sintomas é superior a 4 horas.

Estas intoxicações são consi-deradas como “muito graves”, podendo decorrer vários dias até surgirem os primeiros sintomas. Geralmente, as toxinas envolvi-das neste último grupo de intoxi-cações provocam a falência das células de órgãos vitais, poden-do ocasionar a morte.

Na tabela seguinte enume-ram-se as principais categorias de micotoxinas, seus sintomas e algumas das espécies produtoras de cogumelos em que estão pre-sentes.

As micotoxinas não são as úni-cas responsáveis por casos de in-toxicação por cogumelos. Outros

incidentes resultam de reacções alérgicas (hipersensibilidade a determinadas substâncias), con-sumo excessivo (especialmente de cogumelos crus) ou intoxi-cações alimentares (ingestão de cogumelos podres). Nestes casos, náuseas, vómitos e diarreias são os sintomas mais frequentes. Registaram-se ainda alguns episódios de manifestações de

desconforto após a ingestão de cogumelos sem que existisse uma base fisiológica para tal. Estas ocorrências devem-se ao facto das pessoas duvidarem do que estão a ingerir (efeito psicos-somático).

Por último, nunca é demais reafirmar que não se deve comer um cogumelo, a menos que se esteja seguro que é comestível!

SEMANÁRIO

Exclusivo

Page 19: Registo ed206

17

Amanita phalloides - Chapéu da morte Amanita verna - Anjo da destruição Amanita muscaria - Amanita mata-moscas

Rogério Louro | D.R.Rogério Louro | D.R.

Agaricus xanthodermus - Champignon amarelante

Celeste Santos Silva | D.R.Celeste Santos Silva | D.R.

O projecto “O mundo oculto dos cogumelos”, financiado pelo projec-to MEDIA CIÊNCIA - FCT 65-2010/16928/1361, divulgará no Registo temas de Micologia, em particular sobre cogu-melos, com o objectivo de atingir e sensibilizar o vasto público para esta temática. Este é o primeiro de um conjunto de artigos a ser

elaborados em parceria entre a Profª Drª Celeste Santos e Silva, o Mestre Rogério Louro, ambos do Departamento de Biologia da Universida-de de Évora e Instituto das Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrâ-nicas.O semanário Registo é parceiro nesta candida-tura e na implementa-ção do projecto.

Apresentação do projecto

D.R

.

De acordo com algumas fon-tes, Siddhartha Gautama, mais conhecido por Buda, morreu envenenado acidentalmente devido à ingestão de cogumelos tóxicos no ano de 479 A.C..

Tiberius Claudius, imperador Romano, diz-se ter sido assassi-nado no ano de 54 D.C. por sua esposa Agripina que, segundo rezam as lendas, lhe terá prepa-rado um prato mortal de Amani-ta phalloides (Chapéu da morte).

Existem alguns rumores de que também o Imperador Ro-mano-Germânico Carlos VI (séc.

XV), o Papa Clemente VII (séc. XVI) e a Czarina Natalia Na-ryshkina (séc. XVII) morreram após terem ingerido acidental-mente Amanita phalloides.

Ambos os pais do físico Da-niel Gabriel Fahrenheit, cria-dor da escala de temperatura Fahrenheit, morreram em 14 de Agosto de 1701 em Danzig (ac-tual Gdańsk, Polónia), após in-gestão acidental de cogumelos venenosos.

De acordo com uma lenda popular, o compositor Johann Schobert (séc. XVIII) terá mor-

rido em Paris por ingestão de cogumelos tóxicos, juntamente com sua esposa e um de seus fi-lhos, depois de insistir que cer-tos cogumelos venenosos eram comestíveis.

Mais recentemente, no século XX, um famoso micologista ale-mão, Julius Schaeffer, morreu depois de ingerir Paxillus invo-lutus. O micologista identificou correctamente os cogumelos, que à data eram considerados comestíveis, mas que hoje se sabe poderem provocar reac-ções alérgicas muito graves.

Casos notáveis de intoxicação por cogumelos

Exclusivo

Page 20: Registo ed206

18 10 Maio ‘12

SEMANÁRIO

Exclusivo

Os cogumelos - Diversidade e ecologia

Celeste Santos e Silva e Rogério Louro Universidade de Évora

Tal como os frutos produzidos pelas plantas, os cogumelos são estruturas reprodutoras produzidas por fungos, durante uma fase do seu ciclo de vida, e que representam a única parte visível destes mesmos seres vivos. Mas nem todos os fungos possuem estru-turas reprodutoras macroscópicas (ou vi-síveis a olho nu) e como tal o termo cogu-melo frequentemente aplica-se apenas às estruturas reprodutoras formadas du-rante a reprodução sexuada em alguns grupos de fungos, nomeadamente nos Basidiomycota e Ascomycota.

Estimativas recentes apontam para a existência de aproximadamente 1,5 milhões de espécies de fungos em todo o mundo, das quais cerca de 55000 são produtoras de cogumelos (macrofun-gos).

Esta enorme diversidade faz do rei-no Fungi um dos maiores grupos de organismos conhecidos, podendo ser encontrados praticamente em todos os habitats naturais e semi-naturais, des-de as florestas tropicais às planícies ge-ladas da Antártida.

Contudo é nos ecossistemas flores-tais onde estes encontram o seu óptimo ecológico, ou seja, as condições ideais para se instalarem. Estas condições di-ferem de espécie para espécie e estão relacionadas, principalmente, com o seu modo de nutrição.

À semelhança dos animais e con-trariamente às plantas, os fungos não possuem clorofila e são por essa razão incapazes de produzir o seu próprio ali-mento, dependendo de outros seres vi-vos ou de matéria orgânica para obter a energia e os nutrientes de que neces-sitam.

No entanto, os fungos não possuem os sistemas nem os órgãos especiali-zados característicos da maioria dos animais e não partilham da sua mobi-lidade estando geralmente confinados num substrato (p. ex. no solo, em tron-cos, restos vegetais e animais).

Para se susterem adoptaram diver-sas estratégias nutricionais podendo: alimentar-se dos nutrientes que extra-em da decomposição dos substratos que colonizam (fungos sapróbios), parasitar animais e ou plantas para conseguirem retirar os nutrientes essenciais para o seu metabolismo (fungos parasitas) ou estabelecer relações de simbiose com as plantas, facilitando a absorção de água e nutrientes para a planta e recebendo em troca os nutrientes de que necessi-tam (fungos micorrízicos).

A evolução das plantas está tão pro-fundamente relacionada com a dos fungos, que de certa forma pode dizer-se que os estes grupos evoluíram em conjunto. Por este motivo, algumas es-pécies de fungos podem ser exclusivas de determinado habitat e/ou associa-rem-se apenas a uma espécie vegetal, enquanto outras podem ser menos exi-

todos os anos, com a chegada do outono e das primeiras chuvas surgem súbita e misteriosamente os cogumelos silves-tres vestindo os nossos prados, florestas, parques e jardins, com uma enorme panóplia de cores e formas, dando origem a um espectáculo de incontestável beleza. Contudo, o que nós observamos é apenas “a ponta do iceberg”.

gentes quanto a requisitos de habitat ou espécies hospedeiras. Em seguida, referem-se algumas espécies de macro-fungos características dos ecossistemas mais relevantes de Portugal.

Pinhais de Pinus pinea (pinheiro man-so) e Pinus pinaster (pinheiro bravo)

Bastante frequentes a norte do Tejo, em toda a península de Setúbal e me-nos vulgarmente a sul (em pequenos núcleos), a diversidade micológica des-tes pinhais varia em função da altitude a que se encontram e da sua orientação. Contudo, várias espécies de macrofun-gos, tais como as sanchas (Lactarius deliciosus, L. sanguifluus, L. semisan-guifluus) e os tortulhos (Boletus pino-philus), consideradas como excelentes comestíveis, são comuns nestes bosques ou podem ser encontradas associadas a estes pinheiros.

Carvalhais de Quercus robur (carva-lho-alvarinho), de Q. pyrenaica (carva-lho-negral), de Q. faginea (carvalho-português)

Distribuídos por quase todo o terri-tório nacional, destes bosques restam actualmente pequenas manchas flo-restais sobretudo a norte do Tejo, que no entanto exibem algumas das mais belas espécies de macrofungos bem como outras bastante apreciadas do ponto de vista gastronómico. De entre as espécies de cogumelos comestíveis existentes nestes bosques destacam-se, os rapazinhos (Cantharellus cibarius),

as amanitas dos césares (Amanita ca-esarea), as línguas-de-gato (Hydnum repandum) e os tortulhos ou cepas (Bo-letus edulis e Boletus aereus).

Soutos e castinçais de Castanea sativa (castanheiro)

Mais abundantes na região a norte do Tejo, em zonas com altitudes supe-riores a 500 metros e com baixas tem-peraturas no Inverno, apresentam uma enorme riqueza em espécies de macro-fungos, sendo que Russula, Lactarius, Amanita, Inocybe e Cortinarius são al-guns dos géneros de macrofungos me-lhor representados nestes ecossistemas. De destacar ainda a presença de várias cogumelos comestíveis, tais como, os rapazinhos (Cantharellus cibarius), as amanitas dos césares (Amanita caesa-rea), os tortulhos ou cepas (Boletus edu-lis), entre outros.

Montados de Quercus suber (sobreiro) e Q. rotundifolia (azinheira)

Dominando as paisagens do sul de Portugal, estes ecossistemas semi-na-turais resultantes da transformação dos bosques de sobro e azinho originais, exibem uma enorme diversidade mico-lógica, fruto da abundância de nichos ecológicos criada pela multiplicidade de usos tradicionalmente associada à exploração dos montados. Como tal, poderemos encontrar nestes ecossiste-mas não só espécies de macrofungos habitualmente associadas ao sobrei-ro e à azinheira mas também espécies

que surgem em zonas dominadas por arbustos, como por exemplo a túbe-ra (Terfezia spp.) e a silarca (Amanita ponderosa), os cogumelos “Ex libris” da região Alentejo. Outras espécies de cogumelos comestíveis existentes nes-tes bosques incluem, os rapazinhos (Cantharellus cibarius), as amanitas dos césares (Amanita caesarea), os pé azul (Lepista nuda) as línguas-de-gato (Hydnum repandum) e os tortulhos ou cepas (Boletus edulis, Boletus aereus, Boletus reticulatus).

Prados, pastagens e outras áreas ocu-padas por vegetação herbácea

Não possuindo grande expressão em Portugal e em muitos casos apresentan-do sinais claros de degradação devido à intensidade de pastoreio e outros facto-res antropogénicos, estes ecossistemas são bastante ricos em espécies sapró-bias pertencentes aos géneros Agari-cus, Bovista, Clitocybe, Melanoleuca, Lepista, Coprinus e Psilocybe, muitas das quais produzem os célebres “anéis de fadas”. De destacar ainda a presença de várias cogumelos comestíveis, tais como, o champignon comum (Agaricus bisporus), a bola de neve (Agaricus ar-vensis), o champignon do campo (Aga-ricus campestris), o coprino cabeludo (Coprinus commatus), o pé azul (Le-pista nuda) e as púcaras ou fradinhos (Macrolepiota procera), este último sem sombra de dúvida o cogumelo silvestre comestível mais conhecido de Norte a Sul de Portugal.

Celeste Santos e Silva

Page 21: Registo ed206

19

Exclusivo

Cogumelos Medicinais História, usos e perspectivas futurasCeleste Santos e Silva e Rogério Louro

As propriedades medicinais dos cogume-los são conhecidas pelo Homem desde tempos imemoráveis. As primeiras evi-dências do uso de cogumelos com pro-priedades medicinais surgiram na Ásia, estando esta prática profundamente en-raizada na cultura oriental, onde os cogu-melos eram venerados. Já no antigo Japão (10000-710 a.C.) o Maitake (Grifola fron-dosa) era uma espécie preciosa, valendo o seu peso em prata, sendo utilizado no tratamento da hipertensão e como poten-ciador das defesas naturais do organismo. O Reishi (Ganoderma lucidum) é prova-velmente o cogumelo mais simbólico das antigas culturas Chinesa, Coreana e Japo-nesa, sendo tradicionalmente associado à saúde, recuperação, longevidade, proezas sexuais, sabedoria e felicidade. Foi men-cionado pela primeira vez no império de

Entre os objectos de Ötzi, o Homem do gelo, uma múmia com cerca de 5300 anos encontrada nos Alpes italianos, encontravam-se duas espécies de cogu-melos medicinais, Fungo-Pavio (Pipto-porus betulinus) e Casco-de-cavalo (Fo-mes fomentarius), a primeira conhecida pelas suas propriedades antibacterianas e a segunda utilizada tradicionalmente na Europa para estancar hemorragias e cauterizar ferimentos.

Actualmente, conhecem-se cerca de 270 espécies de cogumelos com proprie-dades medicinais ou terapêuticas. Estas constituem uma vasta e ainda inexplo-

rada fonte de compostos activos benig-nos, com aplicações sobretudo como potenciadores do sistema imunitário e com acção anti-tumoral. A maioria des-tes compostos activos são polissacaríde-os, também conhecidos por β–glucanos, que interagem com o sistema imunitá-rio, regulando aspectos específicos da nossa resposta imunológica, aumen-tando as defesas do organismo contra agentes patogénicos. Outros compostos apresentam a capacidade de destruir radicais livres e têm efeitos citotóxicos sobre as células cancerígenas.

Abaixo descrevem-se sinteticamente as propriedades e potenciais aplicações me-dicinais de algumas espécies de cogume-los passíveis de ser encontradas nos nos-sos bosques ou mesmo nas prateleiras da maioria dos supermercados.

Ganoderma lucidum (Reishi) – Os mais de 100 polissacarídeos já isolados a partir desta espécie possuem, na sua maioria, propriedades anti-microbianas e anti-virais activas e estimulam a produ-ção das células do sistema imunitário, no entanto, não actuam directamente como agentes anti-tumorais. Estudos recentes referem ainda que alguns polissacarídeos presentes nestes cogumelos podem ainda ajudar a reduzir os efeitos do envelheci-mento, uma vez que reduzem os danos provocados pelos radicais livres. Outros compostos activos presentes nesta espé-cie, os triterpenóides, possuem proprieda-des anti-inflamatórias, anti-histamínicas

e inibidoras da síntese de colesterol.

Macrolepiota procera (Fradinhos, Púcaras) – O micélio destes cogumelos exsuda compostos antibióticos que têm demonstrado eficácia contra bactérias pa-togénicas, como por exemplo Staphylo-coccus aureus e Enterococcus faecium.

Pleurotus ostreatus (Repolga, Cogu-melo-ostra) – Vários estudos demons-tram que a espécie P. ostreatus e outras espécies de Pleurotus spp. produzem naturalmente isómeros de lovastatina, um composto utilizado no tratamento de problemas relacionados com o exces-so de colesterol. Recentemente têm sido também descobertos nestes cogumelos novos compostos com propriedades anti-oxidantes, anti-virais e anti-tumorais e compostos activos que actuam como mo-deladores das funções hepáticas e renais (tónicos hepáticos e renais).

Trametes versicolor (Yun zhi) – Pro-vavelmente o cogumelo melhor docu-mentado do ponto de vista medicinal dada a agressividade e vitalidade que demonstra em culturas puras. Os polis-sacarídeos extraídos destes cogumelos actuam directamente como agentes anti-microbianos e anti-tumorais ini-bindo o crescimento das células can-cerígenas e indirectamente estimulan-do a produção das células do sistema imunitário. Um dos compostos activos presentes nesta espécie conhecido co-mercialmente como Krestin (PSK), tem vindo a ser utilizado no tratamento de vários cancros (pulmões, mama, cólon, etc.) e reduz os danos provocados pelos radicais livres. Um estudo efectuado na década de noventa, refere ainda que um composto isolado a partir destes co-gumelos demonstrou actividade como inibidor do mecanismo de replicação do vírus HIV.

Espécies

Anti-b

acter

iano

Anti-F

únfic

o

Anti-i

nflam

atorio

Anti-o

xidan

te

Anti-t

umor

al

Anti-v

iral

Regu

lador

da

pres

são a

rteria

l

Quan

t. de

açuc

ar no

sa

ngue

Doen

ças

card

iovas

cular

es

Redu

ção d

e co

elster

ol

Poten

ciado

r do

siste

ma

imun

ológic

o

Tónic

o ren

al

Tónic

o hep

ático

Doen

ças

resp

iratór

ias

Calm

ante

Poten

ciado

r se

xual

Redu

ção d

e str

ess

Agaricus brasiliensis ● ● ● ● ●Cordyeps sinensis ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●Fomes fomentarius ● ●Fomitopsis officinalis ● ● ●Ganoderma applanatum ● ● ● ●Ganoderma lucidum ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●Ganoderma oregonense ● ● ● ● ● ●Grifola frondosa ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●Hericium erinaceus ● ● ● ●Inonotus obliquus ● ● ● ● ● ● ●lentinula edodes ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●Phellinus luteus ● ● ●Piptoporus betulinus ● ● ● ●Pleurotus osteatus ● ● ● ● ● ● ● ●Laetiporus sulphureus ●Polyporus umbellatus ● ● ● ● ● ● ●Schizophyllum commune ● ● ●Trametes versicolor ● ● ● ● ● ● ● ●

Adaptado de Paul Stamets (1994) Growing Gourmet and Medicinal Mushrooms

Shih-huang da dinastia Ch’in (221-207 a.C.) e desde então tem sido representado em diversas formas de arte. Outro cogu-melo bastante apreciado na China, Coreia e no antigo Japão, o Shiitake (Lentinula edodes), foi mencionado pela primei-

ra vez por um médico chinês Wu Sang Kwuang, durante a dinastia Sung (960-1127 d.C.). O Shiitake era conhecido por melhorar a resistência física e utilizado para curar constipações e reduzir o coles-terol no sangue.

Piptoporus betulinus

Celeste Santos e Silva

Pleurotus ostreatus

Teresa Cabo

Macrolepiota procera

Teresa Cabo

Ganoderma lucidum

Teresa Cabo

Fomes fomentarius

Teresa Cabo

Page 22: Registo ed206

20 10 Maio ‘12

Os Cogumelos à nossa mesaCeleste Santos e Silva e Rogério Louro | Universidade de Évora

Os cogumelos comestíveis são um alimento muito apreciado desde tempos imemoráveis pelo seu sabor e elevado valor nutritivo. Constituem um alimento saudá-vel com elevado teor de água (80 a 90 %) de baixo teor calórico, ricos em proteínas, fibras e com um bai-xo teor de gorduras, hidratos de carbono de fácil digestão e sódio. Alguns, para além do seu apre-ciado sabor e valor nutricional, possuem também interessantes

propriedades medicinais. O valor nutricional dos cogume-

los varia com a espécie, variedade genética, local de colheita, época do ano, estado de maturação do cogumelo e, no caso dos cogume-los cultivados, com as condições de produção. Inúmeros estudos efectuados ao longo de décadas permitiram a obtenção de alguns valores médios para o valor nutri-cional dos cogumelos (Quadro 1).

Quadro 1. Valor nutricional médio de diversos cogumelos (expressos em função da matéria seca).

valor calórico 10-40 kcalhidratos de carbono (maioria fibras) 16-83 %proteínas 12-39 %gorduras (maioria insaturadas) 0,3-9 %Minerais 3-8 %

Devido ao seu baixo valor calóri-co e elevado conteúdo em fibras, os cogumelos podem constituir um alimento de excelência para quem deseje perder peso. O seu valor proteico posiciona-os entre os legumes e a carne, contudo a sua composição em aminoácidos não é equilibrada para alimen-tação humana, pelo que não são um substituto adequado dos pro-dutos de origem animal em regi-mes vegetarianos ou afins. Esta situação pode ser ultrapassada complementando a dieta com ce-reais, ricos nos aminoácidos em falta na maioria dos cogumelos.

Os cogumelos possuem ain-da teores elevados em alguns minerais, nomeadamente fós-foro e potássio. Não podendo ser considerados fonte de vita-minas, apresentam valores in-teressantes de vitamina D, PP e do complexo B (em particular de folatos), contudo os valores de vitamina C são baixos.

São conhecidas aproximada-mente 2.000 espécies de fungos produtores de cogumelos comes-tíveis, na sua maioria sapróbias (decompositoras) e micorrízicas (que vivem em associação com

espécies vegetais), povoan-do diversos habitats. Entre as mais vulgarmente colhidas no nosso País contam-se: a Silarca (Amanita ponderosa), a Túbera (Terfezia spp.), a Púcara ou Fra-dinho (Macrolepiota procera), a Laranjinha (Amanita caesarea) (Fig.1), o Tortulho (Boletus edu-lis) (Fig.2), o Boleto negro (Bole-tus aereus), a Sancha (Lactarius deliciosus), a Cantarela (Cantha-rellus cibarius) (Fig.3), a Língua de vaca (Fistulina hepatica), a Pantorra (Morchella esculenta) e o Míscaro (Tricholoma eques-tre)* (Fig.4).

Para além dos cogumelos sil-vestres, existem ainda cerca de 25 espécies cultivadas comercial-mente, das quais se destacam por serem mundialmente consumi-das: o Champignon de Paris (Aga-ricus bisporus), o Shiitake (Lenti-nula edodes) e várias espécies de Pleuroto (Pleurotus spp.).

Em Portugal o consumo de cogumelos tem aumentado e, consequentemente, a sua pro-dução e comercialização, essen-cialmente devido à maior divul-gação de seu valor nutritivo e medicinal.

Os egípcios acreditavam os co-gumelos que eram um presente do deus Osíris e os faraós utiliza-vam-nos como presente especial.

Os antigos romanos cha-mavam-lhes o “alimento dos deuses” e por isso deviam ser servidos apenas em ocasiões especiais. Acreditavam que os cogumelos chegaram à Terra através de raios lançados por Jú-

piter durante uma tempestade.Na Grécia antiga, os guerrei-

ros acreditavam que os cogu-melos os dotavam de força e coragem.

Os chineses consideravam-nos o “elixir da vida”.

Os índios mexicanos utiliza-vam-nos com fins terapêuticos e como alucinógenos em rituais mágicos e religiosos.

Curiosidades sobre os cogumelos

* O míscaro, considerada como uma das espécies de cogumelos comestíveis mais saborosas, é hoje em dia considerado tóxico. Sabe-se hoje, que o consumo excessivo de T. equestre (várias refeições por semana), provoca graves lesões no tecido muscular. Após terem sido reportados casos mortais, devidos ao consumo de T. equestre, a sua venda e distribuição foi proibida em Espanha e França, contudo as mesmas medidas não foram adoptadas em Portugal.

Receitas para saborear cogumelosSHIITAKE À GREGA

Ingredientes: 500 g de Shiitake1 cebola grande cortada fina ou ralada2 folhas de louro1 ramo de salsa1 colher de café de erva doce em semente 1 copo de vinhoAzeite q.bSal q.bPimenta q.b. Preparação: Refogar ligeiramente a cebola em azeite. Cortar os cogumelos em quartos e juntar. Deixar ferver. Juntar todos os temperos e cozinhar durante15 minutos. Juntar o vinho e evaporar o álcool em fogo forte. Servir frio como aperitivo.

CREME DE AGARICUS

Ingredientes: 250 g de Champignon de Paris1 cebola picada2 dentes de alho picados½ L de caldo de legumes½ L de natas para culinária1 colher de chá de orégãos ou tomilho em póAmido de milho q.b.Azeite q.b.Sal q.bPimenta q.b.

Preparação: Faça um refogado com o azeite, a cebola e os alhos. Depois de refogar um pouco junte os cogumelos e deixe fritar 10 mi-nutos. Junte o caldo de legumes, as natas e os temperos e deixe levantar fervura. Retire do lume e passe tudo com uma varinha. Corrija a consistência do caldo a gosto com um pouco de amido de milho. Acompanhe com quadradinhos de pão frito.

FEIJOADA DE COGUMELOS

Ingredientes: 100 g de Tortulhos (Boletus spp.)100 g de Shiitake 100 g de Pleuroto 100 g de Champignon de Paris1 cebola grande picada5 dentes de alho picados1 lata de feijão cozido (500 g)150 g de presunto ou bacon (opcional)2 colheres de sopa de polpa de tomate1 colher de sopa de massa de pimentão1 colheres de sopa de manteiga (se não colocar o presunto ou bacon)1 colher de chá de cominhos em póAzeite q.b.Sal q.b.Pimenta q.b.

Preparação: Faça um refogado com o azeite, a manteiga, a cebola, os alhos, - o pre-sunto ou bacon em fatias, opcional - a massa de pimentão e a polpa de tomate. Depois de estar tudo bem refogado, junte os cogumelos e deixe ferver durante 15 minutos. Junte o feijão cozido e deixe ferver até o caldo engrossar. Tempere com sal e pimen-ta. No final coloque os cominhos. Acompanhe com arroz branco.

Fig.1

Fig.2

Fig.3

Fig.4

Rogério Louro | D

.R.

Rogério Louro | D

.R.

Jorge Rato | D

.R.

Jorge Rato | D

.R.

Celeste Santos e Silva | D.R.

SEMANÁRIO

Exclusivo

Page 23: Registo ed206

21 PUB

Page 24: Registo ed206

22 10 Maio ‘12

Campo Maior pode orgulhar-se de ser o único concelho do alentejo a aumentar a população de 2001 a 2011.

Radar

Junto à raia, paredes meias com Espanha está uma das localidades mais auspi-ciosas do Alentejo. Sem favor se diz que economicamente e socialmente Campo Maior floresce ao sabor do café e das tra-dições, sendo a maior as Festas do Povo, famosas pelas suas flores de papel, que na edição de 2011 levaram um milhão e meio de visitantes à localidade. Campo Maior pode mesmo orgulhar-se de ser o único concelho do Alentejo a aumentar a população entre os censos de 2001 e 2011. Mas o interesse na localidade vai muito para além da sua actualidade. Campo Maior também é feita de história.

A Vila de Campo Maior só começou a fazer parte do território Português no reinado de D. Dinis, após o tratado de Al-canises, assinado em Castela. Com uma população laboriosa de cerca de 8535 ha-bitantes, é um importante centro agríco-la. Possui um complexo industrial e a sua torrefacção de cafés é a maior da Penínsu-la Ibérica.

O Jardim Municipal confere à povoa-ção um tom de frescura. Uma lenda, que se mantém como tradição inalterável, diz que a povoação foi fundada por três chefes de família que viviam dispersos no campo e resolveram agrupar-se para uma maior protecção. Descobrindo um espaço aber-to, um diz para os outros: “Aqui o campo é maior”. Daí o nome da povoação nascente.

Como recordação do facto construíram as armas da sua nova morada, que con-siste nas três cabeças representando cada, um dos três chefes de família. Aliás, so-bre a origem do nome da vila de Campo Maior fazem os antigos várias conjuntu-ras poéticas. Uns, crendo que venha de “Campus Major”. Por se avistar o castelo

A vila do café e das flores de papelCampo Maior só começou a fazer parte do território portu-guês no reinado de D. Dinis

PUB

para leste uma vasta planície com mais de cinquenta quilómetros de extensão e em tal caso o nome teria origem Romana.

Outros ainda crêem que a povoação começou nas proximidades da ermida de S. Pedro, (onde se encontram certos ves-tígios) e que as guerras, afastando-a do Campo Maior, a acercaram ao castelo.

É antiquíssima e ignora-se por quem foi fundada e até a sua primitiva deno-minação, porque até aos princípios do sé-culo XIII não se encontra noticia alguma referente á sua origem ou à sua história. Julga-se que a vila tivesse sido povoa-ção Árabe, sendo conquistada por uma família de Badajoz de apelido Peres, que a tornou cristã e a doou à igreja de Santa Maria do Castelo, desta cidade, da qual era então bispo D. Francisco Pedro Peres, membro da referida família.

No tratado de paz entre Portugal e Cas-tela, celebrado em 1297 no reinado de D.

Dinis ficou decidido que, dali em diante, deixavam de ser castelhanas e ficavam pertencendo à coroa Portuguesa as vilas de Campo Maior, Ouguela e Olivença. Di-zem alguns escritores que este monarca lhe deu foral em 1309, e outros querem que fosse em 1299, elevando a povoação à categoria de vila. D. Manuel deu-lhe o foral novo, em Lisboa, a 16 de Setembro de 1512, incorporando-a então na coroa, com o privilégio de não sair dela.

Descubra assim a vila pitoresca e não se furte aos sabores locais. Na gastrono-mia, Campo Maior sofreu algumas in-fluências vindas de Espanha e o que de melhor se faz no Alentejo, como tal é co-mum encontrar nos cardápios as sopas de batata, de cação, de tomate, de bacalhau, as migas com entrecosto, o gaspacho, os grãos com carne, a carne de porco à alen-tejana e a açorda, e sempre a acompanhar as azeitonas de Campo Maior. Na doçaria,

cericaia com ameixas, tosquiados, bolos amassados, nógados e tortilhas de amên-doa grão e gila são os cartões de visita.

No fim, é obrigatório rematar com um café, a verdadeira imagem de marca da-quela localidade, muito por culpa da marca construída pelo comendador Rui Nabeiro, a Delta Cafés, hoje em dia um dos pilares da economia local, regional e nacional, com mais de 50 anos de histó-ria.

Começou em 1961 a produzir café com apenas três funcionários num pequeno armazém em Campo Maior com pouco mais de 50 metros quadrados. Hoje, pas-sado meio século, Rui Nabeiro lidera o mercado nacional com a empresa Delta. Tem ainda um grupo empresarial sedea-do naquela vila alentejana composto por 22 empresas ligadas aos sectores alimen-tar, automóvel, imobiliário e hoteleiro. Emprega três mil pessoas e tem ajudado a fixar população num interior cada vez mais desertificado, mas onde esta dinâ-mica económica e social parece prevale-cer face Às contrariedades das sociedades actuais, demasiado centralizadas nos grande centros urbanos.

Talvez por isso alguns dos autarcas daquela região tenham afirmado recen-temente que “sem a Delta éramos todos muito mais pobres”, não só na região, como no país.

Em Campo Maior é possível ainda apre-ciar uma mão cheia de monumentos de valor patrimonial assinalável, entre os quais o Castelo de Campo Maior, a Igreja Matriz, a Capela dos Ossos, a igreja de São João Batista ou a Ermida de São Pedro.

Para voltar a ver as ruas floridas nas Festas do Povo terá que esperar até 2015, segundo os rumores que correm na vila, mas, esta celebração só acontece pela vontade dos seus habitantes, sem uma periodicidade definida.

D.R.

Page 25: Registo ed206

23 PUB

Page 26: Registo ed206

24 10 Maio ‘12

as culturas populares a que se refere Williams foram progressivamente “devoradas” pelos media.

Radar

Com a afirmação duma “alta cultura” como pergaminho e passaporte da pre-tensão nobiliária da nova burguesia surge, inevitavelmente e por contraste, um mundo confuso e profuso de formas de expressão urbanas que emanam das classes mais pobres, e mais pobres em tudo, nomeadamente no domínio dos recursos culturais.

Desenvolve-se uma canção urbana dos bairros populares (da qual existem extensíssimos repertórios na Itália, na Alemanha, na França, e que entre nós, inclui o surgimento do Fado), músicas instrumentais feitas de “bricolagens” (como as bandas, que nos EUA viriam a dar o “jazz da New Orleans”), de mis-turas cuja diversidade e sobretudo cuja liberdade, fora dos cânones oficiais, ins-piravam um santo terror e o desprezo junto das elites.

Surgem, com a escolarização, uma escrita popular e até formas de teatro (um sociólogo britânico, R. Williams, chamou-lhe “a cultura dos pobres”). Foi essa cultura “popular” que conheceu

um destino inesperado, com a generali-zação dos meios de reprodução e de di-fusão de massa dos objectos culturais: o disco, a rádio, e depois a televisão.

As culturas populares a que se refe-re Williams foram progressivamente “devoradas” pelos media de massa e sobretudo pela televisão. Começa então um novo ciclo de formação dos gostos: as televisões transmitem (seleccionam) uma parte do que a pessoas apreciam, porque “é o que vende”; a insistência nessa parte seleccionada reforça os gos-tos; os media “seguem” o gosto popular, etc., numa iteração que acaba por ver-dadeiramente produzir um novo gosto popular, o que é “visto na TV” ou “made in TV”.

A escola alemã de Francfurt (com autores como T. Adorno) desenvolveu uma análise inovadora e pessimista das consequências da irrupção desses novos meios de multiplicação e difu-são das obras. As culturas populares transformam-se em “cultura de mas-sas”, o plural das primeiras funde-se

no magma incaracterístico da segun-da.

Esta visão é negativa, algo unilateral e em parte marcada pela nostalgia da “alta cultura”, mas a evolução das cultu-ras de massa tem vindo a dar-lhe cada vez mais razão.

José Rodrigues dos SantosAntropólogo, Academia Militar e CIDEHUS,

Universidade de Évora06 de Maio 2012

[email protected]

Um olhar antropológico

O inferno das “culturas populares”

73

José roDrigues Dos santos*antropólogo

PUB

A 12 de maio, na Sala de Exposições Temporárias do Museu Municipal de Estremoz, vai ser inaugurada a expo-sição “Now and Then”, do fotógrafo americano Paul Kohl.

Nesta mostra, que é a primeira ativi-dade que decorre no âmbito do VirVer Museus 2012, dá-se continuidade ao trabalho com fotógrafos estrangeiros, cujo objetivo é apresentar em Estre-moz propostas artísticas que reforcem o gosto por uma arte de qualidade nas novas gerações. Na sua primeira visita a Portugal, Paul Kohl, professor de fotografia na “School of Art, Design and Media, Nanyang Technological University”, em Singapura, conseguiu criar uma relação especial com a nossa região e país. Ficou emocionalmente ligado ao céu, paisagem, natureza, património e ao povo, que fazem deste país do sul da europa, um dos mais in-teressantes para as artes, ainda por des-cobrir. Paul Kohl não ficou insensível à simbiose perfeita entre a luz, a cúpula celeste e o ambiente, património, sítios e pessoas. A mostra, que conta com o patrocínio da Leica, ficará patente até 15 de julho, sendo a entrada gratuita.

Fotografia de Paul Kohl

Exposição

Page 27: Registo ed206

25

“...onde poesia e pintura se juntam”.

Radar

Decorreu ontem mais uma ação de dina-mização do tapume de obra do palácio da Inquisição – Fundação Eugénio de Almeida –, numa iniciativa que junta a sabedoria e experiência dos alunos da Universidade Sénior de Évora, à energia e criatividade dos estudantes da Escola Gabriel Pereira.

Aos Séniores foi lançado o desafio de transporem para o papel, sob a forma de poema, o conceito da campanha évoraé, enquanto que aos mais jovens coube a tarefa de ilustrar esses mesmo poemas. O projeto resulta num mural cheio de cor e criatividade, onde poesia e pintu-ra se juntam para dar voz à cidade, num trabalho que expressa bem a colaboração de duas gerações em torno de um mesmo objetivo.

Relembre-se que esta iniciativa se inse-re na campanha de marca do projeto évo-raé, que tem como objectivo criar uma

Alunos da Universidade Sénior e da Escola Gabriel Pereira juntos pelo évoraé

acrópole XXi é um programa apoiado pelo qren que visa regenerar o Centro histórico

ligação emocional das pessoas à cidade e ao programa.

Sobre Acrópole XXI:Acrópole XXI é um programa apoiado pelo QREN que visa regenerar o Centro Histórico de Évora. São onze as entidades envolvidas: Câmara Municipal de Évora, Fundação Eugénio de Almeida, Associa-ção Comercial do Distrito de Évora, Bi-blioteca Pública de Évora, Cabido da Sé de Évora, Direcção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação Inatel, Museu de Évora, Sistema Integrado de Transportes e Estacionamento de Évora, Universida-de de Évora e Sociedade de Reabilitação Urbana Évora Viva. O Programa culmi-nará com a Regeneração Urbana do Cen-tro Histórico de Évora, estando prevista a construção de 1 grande equipamento cultural, 3 novos museus, 11 espaços de actividade cultural requalificados, 1 res-taurante e 3 cafetarias, espaço público requalificado, melhor mobilidade e mais oferta de animação.

Évora vai ter mais cultura; mais acção, mais vida. évoraé sua

Êxito do Coral Évora em terras do Mondego e em QueluzNos passados fins de semana, o Coral Évora participou em diversas iniciati-vas culturais.

Assim esteve presente nos seguintes eventos: Dia 28 de Abril – em Penacova, 8º Aniversário do Coral Divo Canto.

Participaram o Coral Évora e o Orfeon Condado Paranda, de Pontevedra, para além do aniversariante. A 29 de Abril, o Coral esteve presente num concerto em Montemor-o-Velho, onde sentiu um imenso entusiamo por parte do público presente.

Finalmente, a 6 de Maio, a convite do Grupo Coral de Queluz, deu um con-certo na Igreja Nª Srª da Conceição, em Queluz. Foi mais um belíssimo momen-to de divulgação música, perante uma assistência que preenchia aquele tem-plo.

Mais uma vez o Coral Évora foi um excelente embaixador cultural da cida-de e do Alentejo, proporcionando belos momentos musicais, mas também de salutar convívio, em todas as localida-des.

25 PUB

D.R.

Page 28: Registo ed206

26 10 Maio ‘12 Anuncie no seu jornal REGISTOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

(à excepção dos módulos). Basta enviar uma mensagem com o seu classificado para o Mail.: [email protected]ÁRIO

PUB

Compra/aluga-se

aluga-se Espaço comercial em Aguiar com 90m2 com ou s/ equipamento de Hotelaria ou qualquer outro ramo. Con-taCto: 969265011

alugo sotão - Em Vivenda no Granito c/quarto sala E kitchenet totalmente equipado. ContaCto: 927313525

trespassa-se Café restaurante, com 40 lugares sentados, remodelado recentemente, a funcionar com re-feições e petiscos variados, Bom preço, ContaCto 915188755

trespassa-se ou CeDe-se EXPLO-RAÇÃO DE CAFETARIA EM ZONA IM-PLEMÁTICA DE EVORA oferta por e-maIl: [email protected]

trespassa-se EXPLORAÇÃO DE CAFE-TARIA CENTRO HISTÓRICO OFERTAS POR E-MAIL [email protected] PARA MAIS INFORMAÇÕES CONTACTE O E-MAIL

alugo quarto Duplo – a estu-dante em vivenda no Bacelo, 250€ com despesas incluídas. ContaCto: 960041500

alugo sotão 80m2 – vivenda no Bacelo com 1 quarto,1 sala, casa de banho e serventia de cozinha. Con-taCto: 960041500

arrenDa-se – Armazéns com áreas a partir de 80m2 até 300m2 com es-critórios, wc’s e vestuários. Estrada do Bacelo para os Canaviais ContaCto: 964052871

Venda de Produtos Mesosystem emagrecimento e celulite Ampolas celludiet - AlcachofraAmpolas Celldiet L-CarnitinaCreme CafeinaCreme TempleCreme Anti-estrias

Massagens TerapêuticasMassoterapeuta Cassilda Pereira

- Reduz problemas de tensão ansiedade, depressão- Prevenção de espasmos e contra-turas musculares- Reduz edemas das extremidades (pernas e pés inchados) através do método DLM- Reduz sintomas do síndrome da fadiga crónica

- Reduz sintomas do síndrome de fibromialgia - Prevenção de Artrites e Artroses- Patologias da coluna vertebral (lombalgias, cervicalgias, dorsal-gias)- Ajuda no Sistema Respiratório e na Circulação geral e local do sangue e da linfa.

Atendimento ao domicíloTlm: 918 731 138/934 866 418 | e-mail: [email protected]

http://massoterapia-cassilda.blogspot.com

ou idosos, um dia por semana à Sexta Feira, em Évora ou Montemor o Novo. Contato: 924422375

téCnICo De farmáCIa – com carteira profissional,procura Farmá-cia no distrito de Évora ContaCto: 966168555

aluga-se armazém no centro histórico, 50 m2 em rua c/ circulação automovel. A 100 m da Praça do Giral-do, e Mercado 1º de Maio. ContaCto: 965805596

alugo 2 quartos individuais, mobi-lados, com serventia de cozinha equi-pada, manutenção de limpeza a cargo de empregada uma vez por Mês, zona com estacionamento E sossegada. Rua Herois do Ultramar, 37, 1º Direito. Bairro Garcia de Resende ContaCto: 919852204 a/c Ana estilita

VenDe-se t2 horta das figueiras, Co-zinha equipada com gás natural, sala com recuperador de calor, AC, quartos amplos corticite, perto Supermer-cados, Hospital, Praça do Giraldo, Escola Primária, Creche. ContaCto 963689494

reguengos: arrenDo espaço para Loja , Comercio ou escritório , 50 m2, 2 divisões e WC, no centro de Reguengos de Monsaraz. 275 EU/mes. mais infor-mações tm 96 01 222 66 ou e-maIl: [email protected]

emprego

senhora Aceita roupa para pas-sar a ferro,0,50€ a peça. Faz recolha e entrega ao domicilio. Arranjos de costura preço a combinar. ContaCto: 961069671

explICações de Ciências da Natureza e Matemática até ao 9º ano. Preço acessível. Professora licenciada. tm: 967339918

senhora Procura trabalho doméstico, passar a ferro, tomar conta de crianças

joVem lICenCIaDa em anImação soCIoCultural procura trabalho nesta ou noutras áreas em regime part ou full - time no distrito de Évora. Dis-ponibilidade imediata. ContaCto: 926 584 815

outros

geometrIa DesCrItIVa Explicações e preparação para exame ContaCto: 967291937

perfumes YoDeYma, toda a gama a preços reduzidos ContaCto: 969044693

aCeIta-se idosa em casa particu-lar. Preços acessiveis. ContaCto: 925141894

passagem a ferro 1 cesto por se-mana = 20€; 4 cestos por Mês = 75€; 5 cestos por Mês = 90€; (O.b.s. não condiciona nº peças) ContaCto: 968144647

explICações Professora licenciada prepara alunos para exame de Biologia e Geologia 10 º e 11º ano. (Aceitam-se alunos externos para preparação de exame) ContaCto: 963444914

Na compra de tratamentos corporais ou facias no valor igual ou superior a 200€ - oferta de certificado de Férias valido para 4 pessoas no Dom Pedro Hotels

Novidade DermorolerTIC - Técnicas de inducao de colagenioCicatrizante ACNEEstrias

Rejuvenescimento e FlacidezManicure PedicureManicure gel e gelinhoConsultas de Nutriçâo

Page 29: Registo ed206

27

PUB

RadarPUB

Transgressão

Sugestão de filme

Direcção: Rose TremainSinópse:

num vale belo e pacífico desponta uma antiga casa de pedra, conhecida como Mas lunel. o seu proprietário é ara-mon lunel, um alcoólico de tal forma assombrado pelo seu passado violento que éincapaz de qualquer existência relevante, negli-

Carta Dominante: 3 de Ouros, que signi-fica Poder. amor: Procure dar um pouco mais de atenção às crianças da sua família.saúde: Evite comidas com alto teor de gordura porque o colesterol terá tendên-cia para subir. Dinheiro: A sua situação económica man-ter-se-á estável.

Carta Dominante: Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas.amor: Irá manifestar-se em si uma grande energia sensual.saúde: Consulte o seu médico e faça exa-mes de rotina.Dinheiro: Resolverá os seus problemas facilmente.

Carta Dominante: O Sol, que significa Glória, Honra.amor: O amor e o carinho reinarão na sua relação afectiva.saúde: A rotina poderá levá-lo a estados depressivos.Dinheiro: Sem problemas neste campo da sua vida.

Carta Dominante: O 6 de Copas, que sig-nifica Nostalgia.amor: Não deixe que os seus familiares mais afastados tenham saudades suas, contacte com eles.saúde: Possíveis problemas com o apare-lho digestivo.Dinheiro: Tenha cuidado com os falsos amigos, pois nem sempre as pessoas que nos sorriem são as mais verdadeiras.

Carta Dominante: Cavaleiro de Espadas, que significa Guerreiro, Cuidado.amor: Deixe de lado as tristezas e aprovei-te mais efusivamente os momentos bons que a vida lhe oferece.saúde: Cuidado com as suas costas.Dinheiro: Período sem alteração nas fi-nanças.

Carta Dominante: 7 de Espadas, que sig-nifica Novos Planos, Interferências.amor: Estará muito carente, procure ser mais optimista quanto ao seu futuro sen-timental.saúde: Tendência para dores de cabeça.Dinheiro: Período favorável, aproveite bem este momento.

Carta Dominante: A Imperatriz, que sig-nifica Realização.amor: Apague de uma vez por todas as recordações do passado.saúde: Não se auto-medique, procure antes o seu médico.Dinheiro: Esta é uma boa altura para fa-zer uma doação de caridade.

Carta Dominante: Valete de Ouros, que significa Reflexão, Novidades.amor: Guarde o seu sarcasmo e fique atento às queixas do seu par.saúde: Espere um período regular.Dinheiro: Poderá investir em novos pro-jectos, mas com prudência.

Carta Dominante: 3 de Espadas, que sig-nifica Amizade, Equilíbrio.amor: Lute pelo verdadeiro amor, não se deixe influenciar por terceiros.saúde: Vigie o seu estômago.Dinheiro: Não se precipite nas suas com-pras, pode sair prejudicado.

Carta Dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento.amor: Andará muito exigente ao nível dos afectos e das carícias.saúde: Sentir-se-á cheio de energia.Dinheiro: Aproveite bem as oportunida-des que lhe surjam.

Carta Dominante: A Torre, que significa Convicções Erradas, Colapso.amor: Se falar mais abertamente acerca dos seus sentimentos, poderá ver progre-dir a sua relação afectiva.saúde: Cuide da sua saúde física, faça mais exercício.Dinheiro: Com trabalho e esforço conse-guirá atingir o seu objectivo.

Carta Dominante: O 2 de Espadas, que significa Afeição, Falsidade.amor: Não seja tão possessivo e ciumento.saúde: Tente dormir as horas necessárias para o seu bem-estar físico e psicológico.Dinheiro: Não gaste mal o seu dinheiro.

CarneIroLigue já! 760 10 77 31

Horóscopo semanal telefone: 21 318 25 91 e-mail: [email protected]

oriundo de lon-dres, que espera poder reconstruir a sua vida em França e começa a visitar propriedades na região.Dois mundos e duas culturas colidem. ultrapassam-se lim-

ites ancestrais, quebram-se tabus, comete-se um crime. e, enquanto o mundo de-saba, as colinas de Cévennes observam.

touroLigue já! 760 10 77 32

gémeosLigue já! 760 10 77 33

CaranguejoLigue já! 760 10 77 34

leãoLigue já! 760 10 77 35

VIrgemLigue já! 760 10 77 36

BalançaLigue já! 760 10 77 37

esCorpIãoLigue já! 760 10 77 38

sagItárIoLigue já! 760 10 77 39

CaprICÓrnIoLigue já! 760 10 77 40

aquarIoLigue já! 760 10 77 41

peIxesLigue já! 760 10 77 42

genciando os cães de caça e a propriedade da família. numa casinha à vista de Mas lunel mora a sua irmã, audrun, que sonha com a vingança de todas as tragédias que lhe destruíram a vida.este mundo fechado e abalado por experiências sinistras é visitado por an-thony verey, um negociante de antiguidades exilado,

Page 30: Registo ed206

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

O Concelho de Grândola segue em frente com duas praias finalistas: Troia-Mar na categoria de Praias Urbanas e Carvalhal na categoria de Praias de Dunas.

Novo reconhecimento para a Frente Atlântica do Concelho de Grândola, que com cerca de 45km, é a maior extensão de praia do país, e a terceira maior do mundo.

A revelação das praias final-istas teve lugar domingo (dia 6) na praia da Comporta, num pro-grama especial transmitido em direto na RTP 1, com apresentação de João Baião e Luísa Barbosa, e que contou com as presenças dos promotores e padrinhos das pra-ias candidatas.

A emissão especial começou com as intervenções de Carlos Beato, presidente da Região de Turismo do Alentejo Litoral e da Câmara Municipal de Grândola, Carlos Beirão da Veiga Adminis-

trador da Herdade da Comporta e Luís Segadães presidente das 7 Maravilhas – Praias de Portugal.

Troia-Mar, apadrinhada por Carlos do Carmo, é uma praia distinta no Concelho de Grân-dola desfrutando de uma bela paisagem e de um mar calmo, de águas cristalinas que convidam a longos banhos. Praia de Bandeira Azul, possui uma vasta extensão de areia fina e dourada, de onde, muitas vezes, é possível avistar as diversas colónias de golfinhos-roazes que habitam esta área. Ide-al para passar agradáveis momen-tos em família, o acesso ao areal é feito através de vários passadiços em madeira.

A praia do Carvalhal tem Cuca Roseta como madrinha. Está ro-deada de dunas e pinheiros, pos-sui infraestruturas de qualidade reconhecida, um imenso areal dourado, água límpida e cristalina

e uma brisa formada pelos ventos do Oceano Atlântico.

Praia de Bandeira Azul, é cara-terizada por abundante vegetação e um sistema dunar de enorme relevo, onde constantemente nos podemos deliciar com a presença de cegonhas que escolhem esta área para nidificar. Esta comun-hão perfeita com os diversos el-ementos naturais é a ideal para quem gosta de desfrutar de quali-dade, requinte e exotismo.

A votação do público decorre até 7 de Setembro através de chamada telefónica, internet (www.7maravilhas.pt) e face-book (http://www.facebook.com/7maravilhas)

A final das 7 Maravilhas – Pra-ias de Portugal, decorre em Tróia, a 8 de Setembro, numa cerimónia apresentada por Catarina Furtado com transmissão em direto na RTP 1

Exposição

“Cortiça”Constituída por uma se-quência de dez imagens a preto e branco, a expo-sição apresenta o ciclo da cortiça, desde a plan-tação dos sobreiros ao fa-brico de um objecto final em cortiça, passando pela extração, cozedura e trabalho manual da corti-ça, captando a essência da Serra do Caldeirão (Alentejo/ Algarve) e das suas gentes.Pedro Barros nasceu em Lisboa, em 1975, e exerce a profissão de ar-queólogo, em Faro, para o Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGES-PAR, I.P.). Ilustrou alguns artigos sobre Património Cultural, em geral, e o Vale do Côa Património Mundial, em particular, desde 1997.A exposição encontra-se patente até ao dia 30 de maio, podendo ser visi-tada no seguinte horário: de 2.ª a 6.ª das 09h00 às 13h30 e das 14h00 às 17h30 e aos sábados das 11h00 às 13h00 e das 15h00 às 17h00.Informação também disponível em www.cultura-alentejo.pt

Carvalhal e Troia-Mar entre Finalistas

7 Maravilhas

D.R.

A final das 7 Maravilhas – decorre em Tróia, a 8 de Setembro

No âmbito do projeto “Saber dos Sons”, programa “Concertos Clássicos”, promovido pelo Mu-nicípio de Viana do Alentejo em parceria com o Maestro Chris-topher Bochmann, o cineteatro vianense acolhe dia 12 de maio, a partir das 21h30, um concerto com a Orquestra da Universi-dade de Évora.

Sob a orientação do maestro Christopher Bochmann, a Or-questra da Universidade de Évora foi formada em 1999, mas só em fevereiro de 2001 fez a sua primeira atuação. Trata-se de uma unidade científico ped-agógica de apoio ao ensino mi-nistrado no departamento de artes da Universidade de Évora. Entre os objetivos da Orquestra estão ainda a prestação de ser-viços à comunidade, mediante a oferta de um programa de atividades musicais à região, bem como a representação da instituição.

Recorde-se que o projeto “Sa-ber dos Sons” teve início a 1 de abril de 2011 e apresenta dois programas: “Concertos Clássi-cos” e “Música para Todos” com sessões às sextas-feiras, a partir das 19 horas, no cineteatro via-nense.

Orquestra da UÉvora

Cineteatro Vianense

PUB