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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Março de 2012 | ed. 198 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Beja Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, defendeu uma reflexão do desenvolvimento regional que não seja “surda” aos protagonistas locais, rejeitando também um modelo assente numa “visão regional fechada em si mesma e marcada pelo protecionismo” e desafiou os diversos agentes regionais a “olhar para as oportunidades” e a apostar nas “capacidades próprias e únicas” de cada região. 03 03 D.R. Velhas técnicas novos conceitos Em Arraiolos,artesão, faz fusão total” entre artesanato e novos conceitos de design. Apesar de sempre ter tido jeito para tra- balhos manuais, João Bruno Videira es- tava longe de imaginar que haveria de se dedicar ao artesanato e ao design e de- les fazer modo de vida. Tudo aconteceu por mero acaso, em 2006, quando deixou de se sentir plenamente realizado no jornalismo e lhe foi parar às mãos uma pequena cadeira de lareira, tipicamente alentejana, cujo assento em palha estava estragado. Olhou para a cadeira e para uns novelos de lã e decidiu fazer uma experiência de restauro. A cadeira ficou como nova, o acento de palha ganhou o colorido das lãs de Arraiolos e até o próprio João Bru- no Videira ficou surpreendido com o re- sultado final. Moedas contra políticas a “régua e esquadro” PCP contra ataques do governo ao SNS Pág.05 Na sequência da reunião com a administração do hospital do Espírito Santo e do encontro com as Comissões de Utentes de Saúde rea- lizadas pelo Secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa referiu que os cor- tes cegos na saúde realizados pelo Go- verno PSD/CDS estão a pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde. D.R. 11 11 D.R. ENDA para debater acção social Pág.07 Começa amanhã no colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, e prolonga-se durante o fim- de-semana o Encontro Nacional de Direcções Associativas, que não acon- tecia em Évora desde 2002. D.R.

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Edição 198 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed198

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Março de 2012 | ed. 198 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Beja Secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, defendeu uma reflexão do desenvolvimento regional que não seja “surda” aos protagonistas locais, rejeitando também um modelo assente numa “visão regional fechada em si mesma e marcada pelo protecionismo” e desafiou os diversos agentes regionais a “olhar para as oportunidades” e a apostar nas “capacidades próprias e únicas” de cada região.

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Velhas técnicas novos conceitosEm Arraiolos,artesão, faz fusão total” entre artesanato e novos conceitos de design.Apesar de sempre ter tido jeito para tra-balhos manuais, João Bruno Videira es-tava longe de imaginar que haveria de se dedicar ao artesanato e ao design e de-les fazer modo de vida. Tudo aconteceu por mero acaso, em 2006, quando deixou

de se sentir plenamente realizado no jornalismo e lhe foi parar às mãos uma pequena cadeira de lareira, tipicamente alentejana, cujo assento em palha estava estragado.Olhou para a cadeira e para uns novelos

de lã e decidiu fazer uma experiência de restauro. A cadeira ficou como nova, o acento de palha ganhou o colorido das lãs de Arraiolos e até o próprio João Bru-no Videira ficou surpreendido com o re-sultado final.

Moedas contra políticas a “régua e esquadro”

PCP contra ataques do governo ao SNSPág.05 Na sequência da reunião com a administração do hospital do Espírito Santo e do encontro com as Comissões de Utentes de Saúde rea-lizadas pelo Secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa referiu que os cor-tes cegos na saúde realizados pelo Go-verno PSD/CDS estão a pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde.

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ENDA para debater acção socialPág.07 Começa amanhã no colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, e prolonga-se durante o fim-de-semana o Encontro Nacional de Direcções Associativas, que não acon-tecia em Évora desde 2002.

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2 15 Março ‘12

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição

Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“As preferências de Ronaldo”

Esta crónica é particularmente reaccionária, não sendo aconselhada a sua leitura a espíri-tos fracos ou preconceitos fortes, pois trata-se de uma tentativa de relato de uma corrida de toiros evocando valores e princípios que al-guns consideram completamente despropos-itados e anacrónicos.

Mais do que uma corrida de toiros, aquilo a que assisti no passado dia 4 de Março em Oli-vença, foi um tremendo festival de emoções, ficando indelevelmente marcado este dia pelo regresso do toureiro espanhol Juan José Pa-dilla depois de uma gravíssima colhida so-frida há pouco menos de seis meses em Sara-goça, que o deixou às portas da morte e que no final lhe custou um olho. Lembro-me de, por essa altura, ter lido num blogue taurino, perante a gravidade do percalço: “Acaba o Toureiro mas salve-se o Homem.”; tendo es-tas palavras causado uma inexplicável pertur-bação no meu espírito. Seria possível salvar um à custa do outro? Essa era a dúvida que me assaltava e que ficou cabalmente esclare-cida a partir do momento em que o Ciclone de Jerez varreu aquela praça com todo o seu valor: “O Homem só se salva se o Toureiro não acaba, porque o segundo é circunstância do primeiro”, como diria Ortega e Gasset.

Sendo um matador mais físico que artista, de reconhecido valor e generosa entrega aos toiros mais difíceis, que poucos querem en-frentar, escolheu, como é seu timbre o camin-

ho mais duro para o seu regresso. Em primei-ro lugar a data, na primeira oportunidade que lhe deram, sem esperar por uma total recu-peração, quanto mais para se adaptar a todos os efeitos nefastos da perda de visão no seu lidar. Depois o “atrevimento” da escolha dos alternantes, com Morante e Manzanares, Ar-tistas do mais alto gabarito, que mesmo sem o querer, podiam facilmente destacar qualquer fragilidade ou menor intensidade das suas faenas.

E por fim o seu renascer naquela tarde inesquecível, em que desde que pisou pela primeira vez a arena logo se viu que estava ali para um tudo ou nada com a Vida. Começan-do pelos brindes por ordem inversa a quem lhe deu a Vida, primeiro aos Médicos que o assistiram e depois ao seu Pai, como quem diz “Por vocês que me deram a Vida, desafio a Morte.”. Verdadeiramente arrepiante. E de-pois com a entrega aos coadjuvantes deste re-gresso, os toiros de Nuñez del Cuvillo, teste-munhas cujo sangue derramado confirmou a Ressurreição esperada, como aqueles rituais antigos em que se louvava o animal sacrifi-cado pelo sustento fornecido.

Finalmente a comunhão vivida com o pú-blico e os muitos profissionais da festa que se deslocaram para confirmar o milagre e assim participar na enorme alegria de uma celebra-ção que se diz maior que a Morte, e que mais uma vez o foi…

”Circunstâncias“Luís Dargentengenheiro agrónomo

As redes sociais constituem hoje uma nova forma de interação social complexa, de lim-ites desconhecidos e com perigos inerentes. Entre a discussão sobre os benefícios e os perigos, trago aqui uma reflexão sobre as per-plexidades que podem configurar em risco.

A discussão não é nova e o conceito muito menos. O conceito rede social teve a sua gé-nese no início do século passado, resultante de alguns trabalhos no campo da antropolo-gia. Igualmente, numa outra área, os trabal-hos da sociometria de Moreno, vieram possi-bilitar a quantificação das interações sociais.

Hoje, as redes sociais massificaram-se e colocam-nos perante uma multiplicidade de dilemas.

Por um lado, o desconhecimento dos lim-ites da interação social e a perda do controlo do ponto de vista dos conteúdos partilhados, colocam-nos perante uma fronteira descon-hecida. Sabemos onde começam as nossas interações, mas podemos não vir a saber até onde chegam os nossos fluxos.

Por exemplo, uma “partilha” de imagem no Facebook pode proporcionar uma teia de par-tilhas intermináveis e de difícil controlo para

o emissor inicial. Com alguma naturalidade, as redes sociais

fazem parte do nosso quotidiano. O “já” trivi-al email é uma ferramenta de trabalho que en-curta tempo e distâncias e que, à semelhança do que referi anteriormente, pode conduzir-mos uma lógica de forwarding desconhecido. Até onde chegará o nosso endereço de correio eletrónico?

Apesar da perda de controlo sobre os lim-ites da interação social poder ser um perigo, considero ser mais complexo o jogo das en-tidades obscuras, a rondar configurações de carácter patológico.

Hoje, ouvimos com alguma regularidade os casos de aliciamento de jovens, por utiliza-dores que recorreram às redes sociais para a sedução e conquista, fomentando um engodo que pode resultar em consequências dramáti-cas.

A blogosfera é hoje também um campo bas-tante considerável do ponto de vista da opin-ião, exercício da cidadania e da construção ou desconstrução de situações do quotidiano e representações sociais sobre fenómenos e factos sociais. Este espaço de liberdade de

Redes Sociais. Prevenir é o melhor remédio!Joaquim FiaLhoProfessor universitário

opinião pode ser também um palco para o anonimato e para a ofensa anónima por quem abdica do face a face, privilegiando a dinam-ização de mensagens de teor depreciativo e

matriz caluniosa para outros utilizadores. Hoje, os adolescentes são prematuros no

uso da Internet. Sendo um facto que cada vez há mais jovens a navegar no ciberespaço em geral, e em particular nas redes sociais, im-porta prevenir os limites da interação e res-guardar o campo da privacidade, protegendo dados familiares, imagens e outros conteúdos que possam resultar em dano.

Por outro lado, a dinamização de espa-ços pessoais, como páginas nos Hi5, Twit-ter, MySpace ou Facebook, pode conduzir ao fornecimento de imagens compromet-edores e, em último caso, fazer partir para contatos pessoais, em resultado do forneci-mento de dados sobre escola, morada ou outros locais.

É fundamental que os jovens, pais, e out-ros educadores, discutam e reflitam sobre os perigos que daqui podem resultar. É funda-mental uma vigia ativa, uma monitorização do perfil dos filhos, e um controlo das men-sagens partilhadas no domínio público das redes sociais. Prevenir os riscos das redes sociais é o melhor remédio!

“As redes sociais constituem hoje uma nova forma de interação social complexa, de limites desconhecidos e com perigos inerentes”.

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Actual“o Baixo alentejo tem oferta própria e única e contribui para a diversidade e solidez da economia nacional”.

Luís Godinho | Texto O secretário de Estado Adjunto do primei-ro-ministro, Carlos Moedas, defendeu em Beja que as políticas de desenvolvimento regional não podem ser feitas de forma “sobranceira”, a “régua e esquadro”, cana-lizando verbas por vezes de forma “desa-dequada face às necessidades regionais”.

“Há uma certa tendência para resumir a questão a um mero problema de diver-gência ou convergência económica face à média do país”, sublinhou o governante durante a conferência “Portugal - A Soma das partes: As economias como fator de desenvolvimento”, organizada conjunta-mente pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC), Diário de Notícias e TSF.

Defendendo uma reflexão do desenvol-vimento regional que não seja “surda” aos protagonistas locais, Carlos Moedas rejei-tou também um modelo assente numa “visão regional fechada em si mesma e marcada pelo protecionismo” e desafiou os diversos agentes regionais a “olhar para as oportunidades” e a apostar nas “capacidades próprias e únicas” de cada região tendo como objetivo a exportação de bens e serviços. “Ser competitivo é o melhor indicador de saúde de uma eco-nomia”.

Natural de Beja – região a que lamenta “não vir como gostava” uma vez que “o dia tem 24 horas e a troika 25” – o secretá-rio de Estado sublinhou que uma econo-mia “pouco diversificada tende a ser mais frágil”. “O Baixo Alentejo tem hoje a sua oferta própria e única. É desta forma que uma região contribui para a diversidade e solidez da economia nacional”.

Um contributo assente em projetos como Alqueva, porto de Sines ou aeropor-to de Beja, todos eles com futuro incerto. No caso do aeroporto, por exemplo, o pre-sidente do Núcleo Empresarial da Região de Beja (Nerbe), Filipe Pombeiro, disse que a cidade “tem todas as condições ne-

Futuro de Alqueva e do Aeroporto de Beja dominam debate sobre políticas regionaismoedas desafia agentes re-gionais a olhar para as opor-tunidades

A evolução do saldo da balança corrente em 2011 deixou satisfeito o secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, Carlos Moedas, segundo o qual este é um indicador de que a economia portuguesa “está a conseguir ajustar-se de forma mais rápida do que o esperado” pela “troika”.

Segundo Carlos Moedas, o saldo da balança corrente em 2011 – “aproxima-damente a diferença entre o que o país importa e exporta” – atingiu um “míni-mo histórico” no final do ano passado, caindo de menos 10% do produto interno bruto (PIB) para menos 7%. “O país endi-vidou-se a [um ritmo de] 17 mil milhões de euros, indicador que nos estrangulava de ano para ano”.

Para este resultado, que o secretário

de Estado classifica como um “sinal de esperança” no contexto da “gravíssima crise económica em que vivemos”, con-tribuiu a redução do consumo interno e das importações e o crescimento das exportações: “Os últimos dados revelam que as nossas exportações de bens cresce-ram cerca de 15 por cento”.Moedas citou mesmo o caso da Alemanha para onde as exportações portuguesas aumentaram 16,5% em 2011.

“Estamos a diminuir a nossa dívida ao exterior um ano antes do que a troika esperava”, assinalou o responsável pelo acompanhamento do programa de ajus-tamento português no âmbito da ajuda externa, destacando o “grande esforço” do país para alcançar estes resultados.

Moedas satisfeito com saldo da balança corrente

cessárias para criar um cluster aeronáuti-co” e criticou a possibilidade de o Estado vir a investir na construção de um novo aeroporto para voos low cost, projeto que

está a ser analisado por um grupo técnico constituído pelo Governo.

“Não faz sentido nenhum construir um novo aeroporto quando este está a fun-

«As comunidades intermunicipais serão valorizadas e reforçadas ao nível de com-petências e meios no âmbito da reforma administrativa», afirmou o Ministro Ad-junto e dos Assuntos Parlamentares, Mi-guel Relvas.

O Ministro reuniu-se com os autarcas que integram a comunidade da Serra da Es-trela (Gouveia, Seia e Fornos de Algodres), a quem afirmou que «as comunidades inter-municipais, como as duas áreas metropoli-tanas, vão ter que ser muito reforçadas em competências, que virão da administração

central e que serão delegadas pelas câma-ras». «As comunidades intermunicipais são decisivas no âmbito da reforma adminis-trativa em curso» e também serão «parte da solução dessa mesma reforma».

«As associações de municípios terão mais competências e meios, porque não é possível fazer reformas dando só com-petências a estas entidades e não dando o respetivo envelope financeiro», afirmou o Ministro.

O Governo está «a fazer uma mudança muito significativa e que a reforma do

poder local é necessária porque os mu-nicípios estão hoje numa situação difícil e delicada em termos financeiros», acres-centou Miguel Relvas.

«A maior parte dos presidentes de Câ-mara e dos autarcas são bons gestores e nós não podemos deixar que alguns que não tiveram cuidado, que não geriram bem, possam contagiar um número mui-to significativo, e que é a larga maioria, daqueles que têm feito uma obra notável no nosso País», afirmou o Ministro.

É necessário «olhar para o interior com

outros olhos, porque nos últimos 20 anos perdeu representatividade, envelheceu, e está mais pobre», afirmou o Ministro.

Miguel Relvas afirmou que «Portugal é um País em que muitos daqueles que têm medo das reformas e das mudanças se refugiam no imobilismo, o País enfren-ta problemas graves, desemprego elevado e a desertificação do interior porque nos momentos decisivos não houve coragem para as reformas necessárias, não temos outra oportunidade, ou acerta, ou falha. E nós vamos acertar».

Comunidades intermunicipais valorizadas

cionar”, referiu Filipe Pombeiro, defen-dendo que com as novas acessibilidades ferroviárias e rodoviárias, incluindo a autoestrada A26 atualmente em obras, Beja ganhará uma nova centralidade. “O aeroporto de Milão fica a 55 minutos do centro da cidade. O segundo aeroporto de Frankfurt fica a mais de uma hora e meia de distância”, acrescentou o empresário.

A conferência ficou ainda marcada por um acesso debate em torno de Alqueva cuja conclusão inicialmente prevista para 2013 foi adiada pela atual equipa do Ministério da Agricultura. “É um crime contra o nosso desenvolvimento e contra o crescimento do país”, disse o deputado socialista Luís Pita Ameixa. “Concluir o empreendimento em 2015 está no ho-rizonte deste Governo. Mas pode sofrer uma derrapagem até 2017. Não virá mal ao mundo por isso”, contrapôs o deputa-do social democrata Mário Simões, recor-dando que a Empresa de Desenvolvimen-to e Infraestruturas de Alqueva tem uma dívida acumulada superior a 600 milhões de euros.

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4 15 Março ‘12

Actual

«há 100 mil suecos que passam férias em Portugal».

4 08 Março ‘12

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«Estamos a arrumar a nossa casa do pon-to de vista financeiro» e «a fazer as refor-mas necessárias para voltar a crescer», afirmou o Primeiro-Ministro Pedro Pas-sos Coelho, em Estocolmo, numa confe-rência de imprensa conjunta com o Pri-meiro-Ministro sueco, Fredrik Reinfeldt, no final de uma reunião entre ambos. o Primeiro-Ministro reiterou as ideias de que «Portugal vai cumprir com sucesso» o Programa de Assistência Económica e Financeira «sem precisar de mais tempo nem mais dinheiro».

«Contas equilibradas é o melhor chão para podermos voltar a crescer», acres-centou.

O Primeiro-Ministro recordou que «a Suécia fez um ajustamento macroeco-nómico externamente bem sucedido ao longo dos últimos quinze a vinte anos. E, em muitos aspetos, as situações que enfrentou de consolidação orçamental e reorientação do sistema produtivo em

“Contas equilibradas para voltar a crescer”Passos acredita na economia nacional “sem mais tempo nem mais dinheiro”

direção ao crescimento foram desafios muito semelhantes àqueles que Portu-gal vem enfrentando nestes anos mais recentes».

O Primeiro-Ministro apresentou os principais resultados da execução do programa de reformas em Portugal ao seu homólogo sueco, o qual afirmou que apesar das diferenças e da distância geo-gráfica, a Suécia e Portugal têm muito em comum - «entre outras coisas, há 100 mil suecos que passam férias em Portugal em cada ano».

O Primeiro-Ministro português afir-mou que os dois Governos têm «uma vi-são muito parecida quanto aos desafios comuns» à União Europeia e entendem que «o aprofundamento do mercado in-terno em termos europeus é essencial para que a Europa volte a crescer» e que é necessário «um maior grau de abertu-ra de toda a União Europeia ao exterior», acrescentando que a visita «mostrou que temos pontos de vista muito próximos e que, independentemente da situação es-pecífica de cada país, temos uma agenda comum que nos une cada vez mais na Europa».

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Actual

PCP contra a anunciada eliminação das urgências polivalentes no hospital do espírito santo de Évora.

Há uns anos, quando comecei a trabalhar, fa-zia parte do grupo daqueles que usualmente nos habituámos a catalogar como os “sem dire-itos”; trabalhava a recibo verde. Não era a situ-ação ideal, não era aquela que tinha idealizado para mim (nem para ninguém!), mas acatei-a, com a noção clara de que seria pegar ou largar e de que, melhor ou pior, era um começo…

O t...empo passou, surgiu um contrato a termo certo, depois outro, e mais outro... Um dia, assinei um papel (em duplicado) cujo ca-beçalho versava “Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado”.

Estarão vocês a pensar “Olha, cheia de

sorte, a moça, que até ainda é novinha e já está orientada…”

Pois, eu também achava que se tinham acabado as épocas de incerteza, de insegu-rança, de “logo se vê”, mas vai-se a ver…

Desde logo, fiquei a saber que eu era igual aos meus colegas, mas não era igual aos meus colegas… ADSE, se a quisesse, que a pagasse à parte, como quem compra um seguro de saúde. E eu comprei…

Entretanto, congelaram as remunerações, as progressões de carreira, aumentaram as taxas de retenção e decidiram (por mim e sem mim) que eu sou rica e que, como tal,

não careço de receber subsídio de férias nem de Natal (embora eu tenha assinado um con-trato de trabalho que diz que eu tenho direito aos mesmos…).

Depois, veio o SIADAP, e graças ao seu sistema de quotas, fiquei a saber que até podendo ser uma funcionária de nível Rel-evante, terei de me contentar com ser Ade-quada, que os rebuçados não chegam para os meninos todos…

Agora, vão-se feriados, dias de férias, horas extraordinárias e descansos compen-satórios…

Cada vez pago mais. Mais impostos, mais

taxas, mais retenções. Cada vez que vou ao supermercado, cada vez que chega uma conta a casa, a conta é mais alta.

O meu vencimento líquido, aquele que levo para casa, aquele com que faço a gestão da minha vida, esse, é cada vez mais baixo. É mais baixo hoje, do que quando assinei o tal do “Con-trato de Trabalho por Tempo Indeterminado”.

Hoje, trabalhadora com um “Contrato de Trabalho por Tempo Indeterminado”, ganho menos do que quando trabalhava a recibo verde e, por vezes, começo a questionar-me se terei assim tantos mais direitos do que os que tinha nessa altura…

(Algumas das) minhas Razões da Greve…margariDa aLmeiDatécnica superior da administração Local

Cair no desemprego é sempre muito frustran-te e revoltante, muito mais quando não temos outra fonte de rendimento, não esquecendo que temos que nos alimentar, continuar a pagar a casa, a luz, o gás, a água, o que torna tudo muito mais difícil.

Neste momento, em Portugal, os desem-pregados, em números oficiais, ascendem aos milhares, mas que certamente muitos mais serão....

Milhares de desempregados, que poderiam estar a contribuir para melhorar a economia do país, mas não estão.

Gente que necessita de se alimentar, de se vestir, e de muito mais... Que anseia por pro-duzir, que se sente à margem da sociedade, só pelo facto de estar desempregado.

Os desempregados, somos um produto da má governação deste país.

Inscreve-mo-nos nos centros de emprego e esperamos, esperamos e esperamos... e nunca mais nos chamam, para nada.

Enviamos Candidatura Espontâneas, con-corremos a tudo, o pouco que aparece, e nada mais uma vez... Desesperamos e desespera-mos... por melhores dias... Que nunca che-gam.

Emigrem, dizem eles. Emigrem eles, dizemos nós!

Atribuem-nos um subsídio ridículo que termina sempre antes de que estejamos no-vamente empregados, e que chega tarde e a más horas.

Este é o desabafo de um desempregado

num país sem futuro...Muito mais difícil se torna encontrar tra-

balho quando, como na minha situação pes-soal, somos licenciados, sim com um curso superior, em que todas as portas se fecham.

As respostas que recebo, ás minhas cartas de apresentação e candidaturas espontâneas, são sempre as mesmas. “Agradecemos o en-vio dos seus dados profissionais. De momen-to não temos oportunidades compatíveis com a sua experiência mas ficaremos com o seu currículo por um período de 12 meses e será contactado(a) caso seja oportuno. Deixamos-lhe votos de sucessos profissionais... Blá, blá, blá...

Não sei se aguento mais... sinto-me deses-perado com esta situação, que a cada dia que

passa mais se agrava. Enfim, caí nas malhas da desgraça deste país.

Um país cheio de desigualdades...Estou de-sempregado e desiludido, com este país e com o rumo que está a tomar. Desiludido por estar desempregado e sem luz ao fundo do túnel.

O desemprego aumenta todos os dias, e não se prevê que abrande...

Pergunto eu, onde iremos parar?O que faremos quando nem dinheiro para um

bocado de pão e para uma latas de sardinhas tivermos? O que farei eu e a minha compan-heira, que também está desempregada?

Termino com a esperança de que melhores dias virão, E se não vierem? O que farei eu?

Volto e repito, este é o desabafo de um des-empregado, num país sem futuro...

”Desabafo de um Desempregado“Luís reisarquivista, Desempregado

Na sequência da reunião com a adminis-tração do hospital do Espírito Santo e do encontro com as Comissões de Utentes de Saúde realizadas pelo Secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa referiu que os cortes cegos na saúde realizados pelo Governo PSD/CDS estão a pôr em causa o Serviço Nacional de Saúde, com graves consequências para os utentes com mais carências.

Jerónimo de Sousa referiu que na reu-nião com a administração do hospital foi abordada a chamada a Lei dos Compro-missos em que o governo impõe, inclusi-ve a criminalização por qualquer excesso, por parte das administrações, facto que pode significar demissões em série das direcções hospitalares na medida em que foi aprovada uma Lei sem dar garantias

Jerónimo de Sousa reuniu com administração do HESE e utentesPCP defende sns e reclama dos aumento registados nas taxas moderadoras

região onde as reformas são muitos bai-xas, vai ter consequências tremendas na vida das pessoas. Por isso, a acusação que fez directamente ao Primeiro Ministro, de ser responsável pela morte antecipada de muitos portugueses por falta de con-dições de acesso à saúde, infelizmente é cada vez mais uma realidade que encon-tra explicação nesta conjugação de facto-res.

O encontro com Comissões de Utentes de Saúde decorreu no Colégio Luís Antó-nio Verney, na Universidade de Évora, e contou com a participação de mais de 150 pessoas. Foram abordados os vários problemas, muitos deles graves, que re-sultam da implementação da política de ataque à saúde pelo actual governo.

Jerónimo de Sousa referiu que a luta das Comissões de Utentes e da população em geral é determinante para pôr um tra-vão a esta política contra o direito à saúde que está a ser levada à prática pelo gover-no PSD/CDS.

quanto ao orçamento que cada hospital pode ter para concretizar os objectivos no plano de servir os utentes.

No que se refere à região de Évora afir-mou que a anunciada eliminação das

urgências polivalentes no hospital do Es-pírito Santo, conjugada com os aumentos das taxas moderadoras, dos transportes de doentes, dos medicamentos e das difi-culdades económicas dos doentes, numa

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6 15 Março ‘12

Actual

resultados dos estudos do governo mostram situação de alerta máximo na agricultura alentejana.

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As fracas precipitações acumuladas até ao momento começam a ameaçar seria-mente a próxima campanha de regadio, nomeadamente das culturas mais exi-gentes em água.

Se nos sistemas de rega coletivos esta-tais a situação ainda não é muito preocu-pante, nas barragens privadas a situação é muito mais grave porque as reservas foram, de um modo geral, esgotadas na campanha anterior.

Prados, Pastagens e Culturas ForrageirasO estado do tempo continuou a influen-ciar negativamente o crescimento e pro-dução de massa verde nos prados, pasta-gens e culturas forrageiras.

O seu aspeto vegetativo é bastante fra-co e insuficiente para a alimentação dos efetivos pecuários que estão a ser alimen-tados principalmente com as forragens colhidas e armazenadas no ano agrícola anterior (palhas, fenos e silagens) e com as ramas das podas dos montados e olivais.

Algumas explorações já esgotaram as suas reservas, estando desde há algum tempo a adquirir palhas e fenos no exte-rior, bem como alimentos compostos.

As culturas forrageiras anuais semeadas mais cedo germinaram bem, mas devido

Agricultura e seca no Alentejo

à permanente ausência de precipitação, ventos moderados a fortes e geadas contí-nuas têm tido um desenvolvimento mui-to fraco, comprometendo a possibilidade de pastoreio e a obtenção de massa verde para a produção de alimentos para conser-var, fundamentais para fazer face à suple-mentação do próximo outono/inverno. As sementeiras efetuadas a partir do início de Dezembro germinaram muito mal estan-

do a grande maioria delas comprometidas.Verificou-se um acréscimo no preço do

feno e da palha, comparativamente a se-manas anteriores.

Cereais de Outono/InvernoApesar das fracas precipitações acumula-das a maioria das searas apresenta ainda um regular aspeto vegetativo, com exce-ção das implantadas em zonas de encosta

e nos solos mais fracos, aonde a falta de humidade mais se tem feito sentir.

As culturas instaladas mais cedo, de-vido à existência de humidade nos solos e a alguma precipitação então ocorrida, germinaram bem e desenvolveram-se normalmente até ao aparecimento das primeiras geadas.

Como a ausência de chuva não tem permitido a realização das adubações de cobertura o seu aspeto vegetativo tem vindo a piorar e caso não chova nos pró-ximos dias a situação poderá tornar-se ir-reversível.

As sementeiras efetuadas a partir do início de Dezembro, especialmente no que se refere à cevada dística, tiveram uma péssima germinação. Alguns produ-tores optaram mesmo por não semear ou não concluir as sementeiras.

CitrinosAs geadas intensas têm afetado bastante os pomares de citrinos provocando a que-da dos frutos e afetando a qualidade da produção.

O volume de produção deverá ser seme-lhante ao do ano anterior, mas com frutos de menor calibre. Devido à ausência de precipitação tem havido necessidade de efetuar regas.

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Exclusivoencontro nacional de Direcções associativas (enDa) não acontecia em Évora desde o ano de 2002.

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Pedro Galego | Texto

Começa amanhã no colégio do Espírito Santo da Universidade de Évora, e prolon-ga-se durante o fim-de-semana o Encon-tro Nacional de Direcções Associativas (ENDA). O encontro, que não acontecia em Évora desde 2002, vai este ano, entre outros temas, debater a emancipação dos jovens e como a actual conjuntura finan-ceira e económica está a afectar o ensino superior.

“Portugal atravessa um período difícil da sua história, reflectindo-se em todos os campos da sociedade. É por isso urgen-te o debate político franco e produtivo entre todos os intervenientes. O ENDA, como espaço de excelência do movi-mento associativo nacional para os estu-dantes do ensino superior assume uma importância vital nesse debate”, disse ao Registo Paulo Figueira, presidente da As-sociação Académica da Universidade de Évora (AAUE).

Recorde-se que o Encontro Nacional de Direcções Associativas é o fórum de dis-cussão de carácter consultivo, decisório e eleitoral de todos os estudantes matricu-lados no ensino superior, legitimamente representados pelas Associações Acadé-micas e de Estudantes das respectivas instituições de ensino superior ou das suas unidades orgânicas, e as federações Académicas e estruturas similares. Tem uma periodicidade normal de três em três meses, embora possa ser convocado extraordinariamente por um mínimo de 20 associações de estudantes de, pelo me-nos, quatro distritos diferentes

Após o plenário inicial, marcado para as 18h00 de amanhã, os dirigentes asso-ciativos do ensino superior começara por debater a qualidade e avaliação, quer nos sistemas de qualidade internos, que na

Encontro Nacional de Direcções Associativasestudantes debatem eman-cipação jovem e acção so-cial

avaliação dos docentes. Para sábado o principal tema em destaque será a Acção Social. Em cima da mesa vão estar certa-mente questões vitais para esta faixa do ensino em Portugal, pois é da Acção So-cial que brotam, entre outras, competên-

cias ao nível da atribuição de bolsas de es-tudo, ajudas no alojamento, alimentação, etc

Já no domingo, último dia do ENDA, a manhã está reservada para uma reunião das estruturas federativas, ficando a par-

Outro dos pontos de interesses do encontro deverá ser a apresentação dos resultados nacionais de um inquérito realizado em primeira instância pela Universidade de Trás o Montes de Alto Douro (UTAD) de Vila Real, de que foi adaptado por muitas associações de es-tudantes e académicas do país, sobre as dificuldades económicas dos estudan-tes portugueses.

Os dados nacionais dos inquéritos feitos aos universitários estão a ser tratados na academia transmontana e vão ser divulgados no decorrer do ENDA. Os resultados de Vila Real, entretanto já apurados, mostram que mais de metade dos estudantes passa por dificuldades financeiras. A realidade nacional não será muito diferente.

Estudar com dificuldades

te da tarde reservada para o tema forte deste encontro, a emancipação jovem.

“Os temas escolhidos [a Acção Social e a Emancipação Jovem] estão na ordem do dia, São temas quentes nos dias que cor-rem, sendo que este ENDA assume ain-da um papel especial, visto ser o último antes do cinquentenário do dia do estu-dante, a 24 de Março, que o movimento associativo quer assinalar de forma rei-vindicativa”, acrescentou Paulo Figueira.

É portanto de esperar que deste encon-tro saiam algumas ideias que podem vir a marcar os próximos meses e anos no sector, sobretudo na abordagem da co-munidade estudantil aos problemas da sociedade actual.

Os trabalhos deverão terminar durante a noite de domingo, com o plenário final agendado para as 00h00 de segunda-feira.

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a sensação que experimentamos ao ingerir alimentos picantes não é realmente um sabor, mas uma dor.

Paulo Mendes | DQUI da Universidade de Évora e Centro de Química de Évora

“-Esta feijoada está mesmo picante… Tal como eu gosto”. Esta poderia ser uma observação de alguém com um gosto es-pecial por…feijoada, por um lado, e de sensações picantes, por outro. Refiro “sen-sação” e não “sabor” porque a sensação que experimentamos ao ingerir alimen-tos picantes não é realmente um sabor, mas uma dor como resposta das termi-nações nervosas existentes na boca a um estímulo provocado pelo picante. É, con-tudo, uma dor relativamente suportável (varia de pessoa para pessoa…), ou seja, um “ar de dor” ou, melhor ainda e retiran-do a proposição à expressão, um ardor… Sim, ardor será o termo mais apropriado porque o que sentimos é, de facto, uma sensação quente.

De que forma a química condimenta este assunto? É que o estímulo atrás re-ferido é químico, sendo provocado por moléculas existentes nos condimentos picantes. Estas ditas moléculas intera-gem quimicamente com as terminações nervosas existentes na nossa boca. Estas enviam a informação ao cérebro e este responde imediatamente provocando as sensações que todos nós já sentimos. Al-guns farão uma cara de comprazimento, outros demonstrarão algum incómodo, outros farão movimentos verticais com a mão à frente da boca (aberta) e sorverão algum ar para arrefecer o seu tempero, perdão, temperamento e outros recorre-rão ao primeiro líquido que estiver à sua frente para apagar o mar de chamas em que se tornou a sua cavidade bucal…

Mas, afinal, de que substâncias pican-tes estamos a falar? Duas moléculas que recebem o óscar por este filme são a pipe-rina e a capsaicina. A piperidina possui átomos de carbono (C), hidrogénio (H), oxigénio (O) e azoto (N) e tem a fórmula química C17H19O3N. É um alcalóide, sen-do o componente activo (entre 5-9 %) das pimentas branca e preta. Quando pura apresenta-se sob a forma de um pó ama-relado. A capsaicina é uma das moléculas da família das capsaicinóides, de fórmula química C18H27O3N. Quando pura apre-senta-se sob a forma de cristais brancos. Está presente em várias espécies de plan-tas do género Capsicum, incluindo o chili verde e vermelho e o Capsicum annuum. A variedade mais comum desde último é o pimento mas há outras variedades das quais derivam, nomeadamente, a papri-ka e de onde se prepara o conhecido mo-lho Tabasco. Veja as estruturas químicas destas moléculas na figura.

Uma Química PicantePoderemos ter uma sensa-ção de prazer após ingerir comida picante

A acção da capsaicina (e provavelmen-te da piperina) no organismo parece ter vários componentes. Estimula a secreção de saliva, o que ajuda a digestão. Também estimula o movimento do colon ajudan-do à passagem da restante comida pelos intestinos. No ânus causa prurido e uma sensação agradável de calor durante a defecação. Estas sensações agradáveis não são exclusivas na defecação. Ainda bem… Poderemos ter uma sensação de prazer ou contentamento após ingerir comida picante. Esta sensação deve-se à produção de endorfinas no cérebro que são substâncias utilizadas pelos neuró-nios na comunicação do sistema nervoso, ou seja, neurotransmissores. Estas en-dorfinas têm características analgésicas (combatem a dor). Ainda se lembra da dor sentida na boca pelo contacto com as substâncias picantes? Pois, o cérebro estimula a produção destas moléculas para contrariar essa dor… As endorfinas também são produzidas, nomeadamen-te, durante o exercício físico, no amor e no orgasmo e visam relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de euforia e bem-estar. Quanto mais forte ou maior a quantidade de picante ingerido, maior a quantidade de endorfinas produzidas e maior o prazer final. Já se está a ver a rela-ção que se costuma fazer entre a ingestão de comida picante e a possível apetência para uma relação (digamos que) mais co-lorida e despida de preconceitos…

A intensidade do ardor provocado pe-los frutos do género Capsicum é medida tradicionalmente em unidades Scoville. Quanto maior o valor maior a quantida-de de capsaicina presente. Só para se ter

Peter Atkins, “Atkins’ Molecules” 2nd edition, Cambridge University Press 2003Penny Klatell, http://myfoodmaps.com (consulta de 28 de Fevereiro 2012)“A Perk of Our Evolution: Pleasure in Pain of Chilies”, New York Times, September 20, 2010

Bibliografia

uma ideia, aqui ficam alguns números só por curiosidade: pimento (100); Tabasco (30.000); malagueta (60.000-100.000); chili de Habañero, Cuba (300.000); capsaicina pura (16.000.000).

Recordemos o que foi dito atrás sobre a utilização de qualquer líquido que estiver à mão para acalmar o ardor provocado pelas moléculas de que estamos a falar, nomeadamente a capsaicina. Pois bem, ao contrário do que se possa pensar, não pode ser um líquido qualquer… Já foram feitos estudos no sentido de saber qual será o melhor líquido-bombeiro. Entre os estudados estão, nomeadamente, a água, o leite e as bebidas alcoólicas. Sabe qual o vencedor? Água? Não… O leite! Acredita-se que a caseína (uma proteína do leite) funciona como que um detergente para a capsaicina, ou seja, ajuda a retirá-la dos receptores nervosos da boca. Outros pro-dutos que possuem caseína e que podem ajudar à função são o chocolate de leite, as nozes e leguminosas, como o feijão. Qual é o problema da água? É que a capsaicina é pouco solúvel e o alívio é apenas tempo-rário. Já é mais solúvel em etanol (o álcool mais abundante das bebidas alcoólicas) pelo que, não havendo leite por perto, é preferível bochechar a boca com um copo de whisky, vodka ou aguardente (com o líquido propriamente dito, não o copo…). A cerveja não ajuda muito pois 90-95 % da bebida é água… Outros apaziguadores dos ardores são produtos com elevados teores em gorduras já que a capsaicina também é aí relativamente solúvel. Além do já referido leite (gordo, de preferência) temos os seus derivados como o queijo, iogurte e gelado de nata. Este último tem

a vantagem adicional de refrescar a boca. Alimentos com elevados teores de açúca-res como as frutas, o mel, as cenouras, be-bidas doces ou o próprio açúcar do pacote podem ajudar. Aqui, a razão é que os açú-cares se ligam às terminações nervosas da boca de forma mais eficaz que a capsaici-na, deslocando-a e inibindo o seu efeito. Também os ácidos podem cortar o efeito picante. Experimente o vinagre (está bem, talvez não seja a melhor ideia…) ou sumo de limão ou de lima. Que tal uma limonada com muito açúcar?

Em conclusão, consoante a sua sensibi-lidade ou efeito que quer ver provocado no seu organismo ingira comida pican-te com moderação…ou talvez não… Em qualquer dos casos, agora já pode dizer aos seus amigos ou familiares quando tiver comida picante por perto: “Lá vou eu ingerir um pouco de capsaicina e/ou piperina para induzir o meu cérebro a segregar uma dose de endorfinas para o meu bem-estar…”. Ah! E não se esqueça de ter um copo de leite, um pacotinho de açúcar ou uma bebida alcoólica forte à mão! Para o que der e vier…

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“alentejo atractivo: nas rotas do investimento global”, defende aposta em investimentos regionais.

Na Conferência “Alentejo Atractivo: nas rotas do Investimento Global”, iniciativa da Associação Alentejo de Excelência”, realizada no último Sábado, 10 de Março, em Évora, debateu-se a competição por in-vestimentos no contexto regional.

Segundo os organizadores, é evidente que, hoje em dia, cada região terá de apre-sentar as suas “credenciais” perante in-vestidores e financiadores cada vez mais rigorosos e escrutinadores. No fundo, as suas vantagens competitivas, sejam elas os recursos e produtos da região, merca-dos próprios ou de proximidade, o capital humano, as condições logísticas, as infra-estruturas, o contexto político (fiscal e re-gulatório) e muitas outras que deverão ser tidas em conta. Como tal, numa altura em que o Alentejo, como região, está na moda e é cada vez atraente pela sua geografia, património e tradições, procurou-se diag-

Alentejo de Excelência defende uma marca para a regiãomarketing territorial para definir marca “alentejo” é aposta de futuro

nosticar como capacitar esta Região para ser realmente um pólo de atracção e re-tenção de bons investimentos.

Segundo comunicado emitido após o evento, a Associação Alentejo de Excelên-cia considera fundamental o desenvolvi-mento de um projecto de marketing terri-

torial, cujo corolário será a existência de uma marca “Alentejo” reconhecida e as-sumida por todos - que facilite a associa-ção de atributos positivos à região e seja assim um factor indutor nesta questão da atractividade.

Segundo Carlos Sezões, Presidente da

Associação Alentejo de Excelência, “esta marca não pode ser apenas um logotipo bonito e apelativo que se lance para uma campanha de 3 meses; um bom projecto de marketing territorial deve partir de uma visão integrada, do envolvimento múltiplos agentes, da cooperação institu-cional (autarquias, agências de desenvol-vimento regional, órgãos de coordenação e outros) e ser sustentável no tempo”.

Segundo o comunicado da Associação, deve ainda estar baseado na valorização do território e na comunicação segmenta-da; deve focar vários destinatários como investidores, turistas, profissionais, futu-ros moradores e estudantes; deve, como todas as marcas, incluir uma imagem, uma identidade e remeter para uma ofer-ta e uma experiência apelativas; e, por último, alicerçar-se em objectivos, metas, iniciativas e processos de monitorização de impacto rigorosos.

A Alentejo de Excelência anuncia que irá continuar a promover uma sensibili-zação para este tema durante os próximos meses.

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“trabalho em rede” é um dos factores ao qual as organizações e os seus líderes, não podem ficar alheias.

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Nas mais diversas organizações, quer sejam de natureza económica e empresarial, ou so-cial e cultural, a liderança qualificada, inova-dora e detentora de uma visão contemporânea e transformadora, é fundamental para o crescimento, para o desenvolvimento e para o eficaz cumprimento, com sucesso, dos fins para que foram constituídas.

O chamado “trabalho em rede” é um dos factores ao qual as organizações e os seus lí-deres, não só não podem ficar alheias mas, ao invés, devem investir de forma regular e consistente.

Na nossa sociedade, fortemente vincada pelo poder e pelo impacto da comunicação e das conexões, os territórios deixaram de ter fronteiras físicas, e o conhecimento e a in-formação circulam a uma velocidade inimag-inável, sendo que as oportunidades surgem e perdem-se a essa mesma velocidade.

O trabalhar e estar em rede permite o aces-so a informação sempre actual, diversificada e fora do âmbito restrito ou temático do prin-cipal core-business de cada um, promovendo o pensamento divergente, gerador de ideias inovadoras.

A importância e o valor deste caudal de in-

formação só pode ser devidamente aproveit-ado quando, simultaneamente à promoção do networking, se promove a qualificação regular dos recursos humanos, capacitando-os assim para uma exigente análise crítica da informação, para a eficaz identificação das oportunidades, sua descodificação e adequa-da apropriação ou desenvolvimento.

A aposta no network é por isso, para além de um factor de sucesso organizacional, um skill imprescindível aos líderes de todas as organizações.

Às novas lideranças, para além da qualifi-cação técnica e das soft-skills, exige-se ainda uma atitude pró-activa ao nível do network, num contexto territorial local, onde a relação com os seus stakeholders é mais emocional e imediata, mas também numa óptica global, identificando, investigando e desenvolvendo o conhecimento e as práticas bem-sucedidas, incorporando assim processos de inovação nas suas organizações, sem os quais perdem competitividade em qualquer área de activi-dade.

Neste âmbito, no passado mês de Novem-bro do ano 2011, foi fundada a ESLIDER PORTUGAL - Rede de Líderes do Terceiro

Liderança no Terceiro Sector - qualificação e trabalho em rede são fundamentais

henrique sim-simPresidente da mesa da assembleia-geral da alentejo de excelência e membro fundador da esLiDer PortugaL

Sector, associação com sede no Porto, con-stituída por um conjunto de 32 profissionais oriundos de diferentes organizações sem fins lucrativos de todo o país. Estes, com uma ligação a esta Rede apenas a título individual (estando por isso mais libertos dos seus “es-partilhos” organizacionais), pretendem con-tribuir para um novo modelo de gestão das organizações para o Terceiro Sector, no qual a sustentabilidade, a transparência, a reforma legislativa, a capacitação e uma gestão quali-ficada e apostada na inovação das organiza-

espaço

“Na nossa sociedade, fortemente vincada pelo poder e pelo impacto da comunicação e das conexões, os territórios deixaram de ter fronteiras físicas”.

ções do Terceiro Sector, são preocupações chave.

A ESLIDER PORTUGAL pretende pro-mover a qualificação, o desenvolvimento e o network de e entre líderes das organizações sem fins lucrativos de Portugal, mas também numa óptica europeia. Para isso, se associou à prestigiada EUCLID NETWORK, congé-nere da ESLIDER para o espaço europeu, que agrega mais de 300 líderes em mais de 30 países. A conexão entre profissionais no território europeu contribuirá para a trans-missão de conhecimento, para o intercâmbio de práticas bem-sucedidas, para a inovação das organizações, para uma valorização dos seus líderes, e para um contributo do Ter-ceiro Sector português na construção de uma renovada agenda europeia do sector não lu-crativo.

Fica o desafio para que os líderes do Ter-ceiro Sector do Alentejo se possam associar a esta Rede, integrando-se assim na reflexão à escala nacional e europeia sobre um Ter-ceiro Sector inovador e profissional e, simul-taneamente, promovendo a defesa dos seus próprios interesses enquanto líderes destas organizações.

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Radar “reinvenção” de objetos como uma “nova abordagem da arte portuguesa e encontro entre artesanato e design”.

Luís Godinho | Texto Apesar de sempre ter tido jeito para traba-lhos manuais, João Bruno Videira estava longe de imaginar que haveria de se dedi-car ao artesanato e ao design e deles fazer modo de vida. Tudo aconteceu por mero acaso, em 2006, quando deixou de se sen-tir plenamente realizado no jornalismo e lhe foi parar às mãos uma pequena cadei-ra de lareira, tipicamente alentejana, cujo assento em palha estava estragado.

Olhou para a cadeira e para uns nove-los de lã e decidiu fazer uma experiência de restauro. “Desde pequeno que convivo com a lã de Arraiolos pois a minha mãe, apesar de não ser alentejana, sempre gos-tou de fazer este tipo de tapete”. A cadeira ficou como nova, o acento de palha ga-nhou o colorido das lãs de Arraiolos e até o próprio João Bruno Videira ficou sur-preendido com o resultado final.

“Percebi todo o potencial de negócio que ali estava. Mais do que isso, era algo onde me poderia expressar livremente, o que também me atraiu bastante”.

A oficina nasceu pouco depois numa divisão da casa onde habita. Fica junto à Igreja de Nossa Senhora da Graça do Di-vor, próximo da fonte onde nasce o Aque-duto da Água de Prata mandado cons-truir em 1531 pelo cardeal D. Henrique para assegurar o abastecimento à cidade de Évora. Daí o nome da empresa.

O recurso ao microcrédito – alternativa a que recorreu por não dispor de histórico bancário – permitiu-lhe obter os 8300 eu-ros indispensáveis para o início da ativi-dade. Criou uma marca própria. Apostou

Fusão entre artesanato e design conquista clientes em todo o mundoem arraiolos,artesão, faz fu-são total” entre artesanato e novos conceitos de design

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num conceito inovador: fusão entre arte-sanato e design no qual a lã de Arraiolos é o fio condutor para a “reinvenção” de mobiliário novo ou reciclado. E apostou na Internet para mostrar o seu trabalho ao mundo.

A estratégia rendeu frutos. “As pessoas descobrem-me pela Internet. Apesar de não ser uma comunicação direta, a infor-mação está lá e à medida que as pessoas a vão encontrando acontecem coisas curio-sas”. Foi assim, por exemplo, que recebeu

a proposta de um empresário interessado em explorar a marca na Escandinávia ou o convite para representar Portugal numa exposição de design na Sicília. “É sempre assim que acontece, são as pesso-as que me contactam. Não ando a bater de porta em porta nem tenho uma participa-ção muito regular em feiras e certames”.

Há seis anos que João Bruno Videira se dedica por inteiro à sua arte, já tendo vendido peças para países tão diversos como os Inglaterra, Holanda, Bélgica ou

Emiratos Árabes Unidos. “Não tive reação de estranheza, talvez de surpresa inicial em relação à originalidade do conceito, ao uso intenso da cor”.

A ideia assente numa “fusão total” entre artesanato e design da qual resultam “pe-dras” de lã, pufes coloridos feitos a partir de pneus velhos, painéis de parede que podem servir como cabeceiras de cama, bancos, cadeiras, biombos e um sem nú-mero de outras peças, muitas das quais ainda nem sequer saíram da cabeça do an-tigo jornalista. “Trabalho essencialmente por encomenda e acabo por fazer o que as pessoas me pedem. Através da Internet apresento uma gama de produtos que as pessoas podem adquirir tal como estão ou pedir para fazer alguns ajustamentos”.

“São peças onde a linguagem con-temporânea está absolutamente pre-sente numa fusão do tradicional com o moderno”, explica João Bruno Videira, garantindo não ser possível traçar um perfil do cliente da Água de Prata dada a heterogeneidade de “públicos” que o procuram. Uma vertente em que cada vez mais aposta é o “trabalho em escala” através da colaboração com arquitetos de interiores ou unidades hoteleiras, por exemplo. “Aí há claramente espaço para a diferença”.

É neste campo – o da diferenciação – que continua a apostar todos os dias. Fazer a diferença através da “reinvenção” de ob-jetos naquilo que define como uma “nova abordagem da arte portuguesa resultante de um encontro singular entre artesana-to e design”. Diz João Bruno Videira que todas as peças “lhe dão prazer”, guardan-do um “especial carinho” para a primeira que desenhou. Trata-se de uma estrutura em aço revestida com lã de Arraiolos que se encontra pendurada bem no centro da oficina, a receber os visitantes.

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estreia marcada para 19 de abril, em Évora, no histórico teatro garcia de resende.

Radar

Dizia-se outrora: é preciso escolher entre o pão e os canhões. Exprimia-se assim a alternativa entre os objectivos de bem-estar das populações e os de potência dos Estados. Nada melhor que esta alternati-va traduz de que modo os interesses das populações e os dos Estados são profun-damente ambivalentes.

Os Estados são percebidos como a ex-pressão das colectividades (e muitas de-las batem-se ainda para ter o seu próprio Estado: separatismos, etc.). Mas os Estados autonomizam-se, segregam os seus inte-resses próprios, que entram em contradi-ção com os das populações. Os impérios formam-se justamente como objectivos de potência dos Estados, sacrificando o bem-estar duma parte das populações na sua zona de influência.

No mundo actual, temos três “belos” exemplos de impérios e do “efeito impe-rial”: instaurar fluxos de recursos da peri-feria para o centro. O caso dos EUA é bem conhecido. Mas a China e a Alemanha são mais interessantes. A estratégia em ambos os casos consiste em conquistar mercados externos, dominar recursos raros.

A conquista dos mercados passa pelo esmagamento do nível de vida interno, o que reduz os custos. Mais que o da China surpreende o caso da europeia Alema-nha, onde os salários estagnam desde 2000, e a parte dos salários no rendimen-to total baixou. Os importantes ganhos de produtividade e os excedentes exter-nos vão a par com a degradação do nível de vida da população. Na Alemanha de hoje, 12 milhões de pessoas vivem abaixo do limiar da pobreza; cerca de 12 milhões de “trabalhadores pobres” são emprega-dos, mas vivem com rendimentos pouco superiores ao limiar de pobreza.

Ao mesmo tempo, a Alemanha arreca-da, cada ano, cerca de 160 mil milhões de euros (leu bem) de excedente comercial. Donde vem esse dinheiro? Números re-dondos, 66% provêm da zona euro e 80% da União Europeia…

A Alemanha exporta produtos “made in Germany”, decerto, mas o novo esque-ma imperial deve designar-se por “made BY Germany”: produtos fabricados por empresas alemãs nos países de baixos sa-lários… na própria Europa! Com reimpor-tação dos lucros.

A antiga zona de influência política, cultural e militar da Alemanha é hoje o seu “império” económico”. Chegou o momento da tentação de transformá-lo em império político. “Jetzt spricht Europa Deutsch”, dizia recentemente um mem-bro do partido do governo no Bundestag: “Agora, a Europa fala Alemão”.

José Rodrigues dos Santos

Antropólogo, Academia Militar e CIDEHUS, Universidade de Évora

13 de Março [email protected]

Um olhar antropológico

Modelos imperiais: perto de nós, tão longe

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JosÉ roDrigues Dos santos*antropólogo

de Plínio Marcos

Encenação António Augusto Barros interpretação Ana Meira, José Russo e Rosário Gonzaga (Cendrev)e Maria João Robalo e Miguel Lança (A Escola da Noite)

Évora, Teatro Garcia de Resende19 a 28 de Abrilquarta a sábado, 21h30; domingo, 16h00

Coimbra, Teatro da Cerca de São Ber-nardo16 a 27 de Maioterça a sábado, 21h30; domingos, 16h0021 de Junho a 1 de Julhoquinta a sábado, 21h30; domingos, 16h00

O Abajur Lilás

A Escola da Noite e o Centro Dramático de Évora (Cendrev) preparam no Teatro Garcia de Resende a primeira co-produ-ção entre as duas companhias. “O Abajur Lilás”, do brasileiro Plínio Marcos, estreia na segunda quinzena de Abril, no Teatro Garcia de Resende.

Com idades e percursos diferenciados, as companhias de Coimbra e Évora man-têm desde há muito relações de colabo-ração a vários níveis: co-organização de projectos, redes de circulação e de pro-gramação de espectáculos, dinamização de plataformas de encontro e debate, en-tre outras.

Fundado em 1975 com o nome de Cen-tro Cultural de Évora, o Cendrev é o pri-meiro exemplo de aposta na descentrali-zação da criação teatral profissional em Portugal no pós-25 de Abril. A Escola da Noite, que celebra este ano o seu vigési-mo aniversário, surgiu no início da déca-da de 90, numa “segunda vaga” da des-centralização do teatro português. Ambas as companhias apresentam reportórios eclécticos, de acordo com a missão de ser-viço público teatral que assumem como sua. Dentro deles, tem natural e particu-lar destaque a dramaturgia de língua por-tuguesa.

Equacionada há muito tempo, como co-rolário lógico das ligações que vêm apro-fundando, esta primeira co-produção é construída a partir da peça “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos. Com encenação de António Augusto Barros (director ar-tístico d’A Escola da Noite), conta com a interpretação de Ana Meira, José Russo e Rosário Gonzaga (do Cendrev) e de Maria

A Escola da Noite e Cendrev preparam co-produção

“o abajur Lilás”, do brasilei-ro Plínio marcos, estreia na segunda quinzena de abril

João Robalo e Miguel Lança (d’A Escola da Noite).

Tem a estreia marcada para 19 de Abril, em Évora, no histórico Teatro Garcia de Resende, cujo funcionamento é assegura-do pelo Cendrev. Em Maio, o espectáculo será apresentado em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, onde A Escola da Noite é companhia residente e respon-sável pela programação.

O “autor maldito”Plínio Marcos (1935-1999) é um dos nomes mais marcantes do teatro brasileiro do sé-culo XX. Escreveu, entre outras, as peças “Barrela”, “Navalha na Carne” e “Dois per-didos numa noite suja” (apresentado pelo grupo de Coimbra em 2004, numa ence-nação de Sílvia Brito).

Foi considerado um “autor maldito”, com várias obras proibidas pela censura dada a alegada “obscenidade” da lingua-gem empregada pelas suas personagens, quase sempre figuras marginais e do “bas-fond”.

“O Abajur Lilás”, escrita em 1969, foi uma dessas peças. Em 1975, os censores assistem a um ensaio geral e impedem a estreia do espectáculo, dirigido por An-tônio Abujamra e com Lima Duarte no elenco.

A Associação dos Críticos de Arte de São Paulo promove um comunicado, subscri-to pela generalidade da comunidade tea-tral, solidarizando-se com Plínio e com a equipa do espectáculo: “o calão das suas personagens e a crueza das situações que denuncia são tão chocantes quanto a re-alidade que elas espelham. É mister não proibir obras como a deste autor, mas ter a coragem de encená-las como remédio amargo que deve tomar um organismo para manter-se sadio”.

Apesar de sofrer na pele os efeitos des-sa censura e de ser obrigado a viver dos

livros que ele próprio vendia na rua, nos bares e à porta dos teatros, Plínio ironiza-va com a perseguição: foi “sempre por me-recimento. Eu nunca fiz nada para agra-dar às pessoas”.

E encontrava uma explicação: “eu falo das transas nos estreitos, escamo-sos e esquisitos caminhos do roçado do bom Deus, das pessoas que estão por aí se danando, que moram na beira do rio e quase se afogam cada vez que chove, daquele homem que só come da banda podre, daquelas pessoas que só berram da geral sem nunca influir no resulta-do”.

Em “O Abajur Lilás”, Plínio Marcos ex-põe as relações e os conflitos entre três prostitutas e o dono da casa que utilizam para exercer a sua actividade.

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monte selvagem reabriu no passado dia 1 de Fevereiro com uma nova estrela: a afamada cobra pitão.

Radar

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O Monte Selvagem, parque de natureza em Lavre, Montemor-o-Novo, preparou programas especiais para os dias da Árvo-re e Mundial da Floresta, a 21 de Março e Dia Mundial da Água, a 22 de Março, des-de jogos e experiências a actividades de sensibilização ambiental para o público de todas as idades.

Num mês recheado de temas ecológi-cos, o parque dá a oportunidade no Dia da Árvore e Dia Mundial da Floresta de os visitantes plantarem uma Árvore e de elaborarem pequenos poemas/frases sobre o ambiente. Além de assinalar esta data, esta actividade alerta para a impor-tância das Árvores na nossa vida, das Flo-restas, da Conservação da Natureza e da Preservação da Biodiversidade.

Nesse dia haverá ainda a oportunidade de participar num Jogo de Exploração ao ar livre. Terá como missão a descoberta de Tesouros Naturais Selvagens. Cascas de caracol, coisas que cheiram mal, coisas que cheiram bem e até mesmo algo com mais de 100 anos, serão alguns dos desa-

Dias da natureza no Monte Selvagema Árvore, Floresta e Água têm uma atenção especial no monte selvagem

fios lançadosNo Dia Mundial da Água, apenas 24

horas depois, todos ficarão a saber mais sobre este recurso natural e sobre a im-portância vital da sua preservação, atra-vés de pequenas Experiências com a água realizadas no parque nesse dia. Ao mes-mo tempo decorrerá no site do Monte Sil-vagem ( www.monteselvagem.pt) uma actividade sobre esta temática, destinada essencialmente ao público escolar.

Como todos os anos, a Árvore, Floresta e

Água têm uma atenção especial no Mon-te Selvagem. Desde que abriu, em Maio de 2004, o espaço já recebeu milhares de visitantes, a maioria crianças em grupos escolares e famílias. Sedeado em Monte-mor-o-Novo, freguesia do Lavre, o parque é um dos destinos mais procurados na re-gião. O Monte Selvagem tem 400 animais de 75 espécies e é uma realidade viva e um exemplo de lazer e cultura ecológica, sempre com respeito pela Natureza e pela preservação das espécies.

Dia do Pai antecipadoTambém o Dia do Pai, que se comemora na próxima segunda-feira, será celebrado no Monte Selvagem com alguma antecipa-ção: no dia 18, domingo, pois o parque ofe-recerá entrada gratuita a todo o pai que ve-nha na companhia de um filho pagante.

Já no dia 19 promoverá ateliês de edu-cação ambiental direccionados para as crianças: construção de porta-chaves per-sonalizados para darem aos pais, a partir da utilização de resíduos florestais e de diversos materiais de desperdício. Nestas actividades foca a importância da flores-ta, dos recursos naturais e da reciclagem.

Pitão é estrela da nova temporadaRecorde-se que o Monte Selvagem rea-briu no passado dia 1 de Fevereiro com uma nova estrela: a afamada cobra pitão resgatada no Verão passado, em Alcabide-che e que, depois de meses de quarentena, passou a estar visível ao público.

Trata-se de um macho de cobra pitão albina com cerca de 2,50 metros, espécie não venenosa e que mata as presas por as-fixia, alimentando-se de ratos, coelhos e mamíferos de pequeno porte. Pode viver até aos 40 anos e atingir 8 metros de com-primento.

D.R.

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14 15 Março ‘12 Anuncie no seu jornal REGISTOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

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Carta dominante: Rei de Ouros, que sig-nifica Inteligente, Práticoamor: Não esconda os sentimentos. Li-berte aquilo que sente e mostre a pessoa maravilhosa que é.saúde: Faça mais exercício físico. Está a ganhar peso a mais.dinheiro: Não se precipite e pense bem antes de tomar qualquer decisão que en-volva mudanças no plano profissional.

Carta dominante: Rei de Paus, que sig-nifica Força, Coragem e Justiça.amor: Aposte tudo na sua relação, pois ela proporcionar-lhe-á momentos ines-quecíveis.saúde: Não se desleixe e cuide de si, invis-ta na sua imagem.dinheiro: Pense bem antes de pôr em causa o seu dinheiro, não desperdice sem ter noção daquilo que gasta e em que gasta.

Carta dominante: 2 de Espadas, que sig-nifica Afeição, Falsidade.amor: Não vá atrás das aparências, pois elas muitas vezes enganam. Seja mais consciente e ponderado nas suas atitudes. saúde: Coma salmão para baixar o coles-terol.dinheiro: Encontra-se numa boa fase, dê asas às suas ideias! Os seus superiores irão apreciá-las.

Carta dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.amor: Este é um bom período para con-quistas amorosas, use e abuse do seu char-me pois ele arrebatará muitos corações.saúde: Anda com o sistema respiratório fragilizado, seja prudente e proteja a sua garganta. dinheiro: Poderá sofrer uma mudança repentina no seu local de trabalho, esteja atento e seja receptivo à mudança.

Carta dominante: 10 de Copas, que sig-nifica Felicidade.amor: Cuidado com os falsos amigos. Não seja tão ingénuo com quem não conhece bem.saúde: Aconselha-se uma dieta.dinheiro: Está a passar por um momento positivo neste campo da sua vida, aprovei-te-o para progredir profissionalmente.

Carta dominante: A Papisa, que signifi-ca Estabilidade, Estudo e Mistério.amor: Altura de harmonia e muita paz a nível amoroso, aproveite-a em pleno. saúde: Pratique exercício físico e faça uma alimentação mais equilibrada.dinheiro: Seja mais prudente na forma como gere as suas economias.

Carta dominante: Rei de Copas, que significa Poder de Concretização, Respeitoamor: Se der ouvidos a terceiros poderá sair prejudicado na sua relação amorosa.saúde: Procure descansar as horas neces-sárias para o seu bem-estar.dinheiro: Não gaste mais do que aquilo que a sua conta bancária permite.

Carta dominante: 2 de Paus, que signifi-ca Perda de Oportunidades.amor: Partilhe a boa disposição que o in-vade com quem o rodeia. saúde: tenha mais cuidados com os rins, beba muita água.dinheiro: É possível que venha a obter aquela promoção que tanto esperava.

Carta dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões.amor: Não deixe que o seu orgulho fira a pessoa que tem a seu lado, seja mais com-preensivo e aprenda a ouvir.saúde: Faça uma caminhada.dinheiro: Tente fazer um pé-de-meia, pois mais tarde poderá vir a precisar de um dinheiro extra.

Carta dominante: 5 de Paus, que signi-fica Fracasso.amor: Poderá vir a ter uma zanga com um familiar, mas não se preocupe que tudo se resolverá.saúde: Cuidado, o seu sistema imunitário anda frágil.dinheiro: Seja prudente na forma como administra a sua conta bancária.

Carta dominante: A Imperatriz, que sig-nifica Realização.amor: Não deixe que a rotina tome conta da sua relação e use e abuse da criativida-de.saúde: Cuide mais da sua saúde espiritual cultivando pensamentos positivos.dinheiro: Não gaste mais do que aquilo que realmente pode, não se esqueça das contas que tem por pagar.

Carta dominante: Rainha de Espadas, que significa Melancolia, Separação.amor: Ponha de parte essa sua mania de ser o mais importante, deixe que o amor invada o seu coração, aproveite o roman-tismo.saúde: Cuide da sua alimentação.dinheiro: Boa altura para comprar aquela peça de vestuário de que tanto gosta, in-vista mais em si pois bem merece.

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marIa josé palla: o museu e euAté 15 de Março de 2012 | Museu de ÉvoraSalas com colecções de arte, pin-tura, escultura, são sagradas, são locais com objectos culturais da memória colectiva como podem ser continuamente vistos, analisados e mesmo tocados. São objectos que podem ter séculos e onde podemos ver como os nossos antepassados se exprimiam, se interessavam.Horário: terça-feira: 14.30-18.00 | quarta-feira a domingo: 10.00-18.00Info: 266 702 604Email: [email protected]: http://museudevora.imc-ip.ptOrg.: Museu de Évora

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Chartres en lumIÈresAté 31 de Março de 2012 | Átrio dos Paços do ConcelhoMostra fotográfica do evento “Char-tres en Lumières”, realizado na cida-de francesa de Chartres, geminada com Évora, e que reúne todos os anos, desde 2003, quase um milhão de pessoas para assistir à iluminação cénica multicolor dos principais mo-numentos da cidade, durante mais de 100 noites. No dia da inauguração terá lugar uma conferência sobre o Património em Chartres. Info: 266 777 000Email: [email protected] | Site: www.cm-evora.ptOrg.: Câmara Municipal de Évora | Câmara Municipal de ChartresNota: Evento integrado nas Come-morações dos 25 Anos de Évora Património Mundial

exposIçãoVila Viçosa

ensemBle projeCt24 de Março de 2012 | Cine-Teatro Florbela Espanca | 21h30De Ary a Zeca Tributo é um concer-to de homenagem aos grandes au-tores e compositores de Abril. Este é o tributo do Ensemble Project ao grande poeta da liberdade “Ary dos Santos“ e ao grande mestre da música contemporânea portugue-sa “Zeca Afonso”. Neste espectácu-lo serão interpretadas as canções mais marcantes das suas obras.O Quarteto Ensemble Project é constituído por quatro músicos profissionais com formação eru-dita e do jazz, fazem parte deste projecto o consagrado saxofonista Ná Ná Sousa Dias, o baterista an-golano Zé Zé Negambi, o pianista e maestro Vasco Gil e o cantor Zé Carvalho.Organização: Câmara Municipal de Vila Viçosa (no âmbito do Projecto Teias)

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danças do mundo para CrIançasSEGUNDAS-FEIRAS | Espaço CeleirosAulas regulares de danças do mun-do para crianças.Aulas a decorrer semanalmente no ano lectivo 2011/2012.Com a Prof. Ana Silvestre.Horário: 18:00-19:00Info: 266 732 504Email: [email protected] | Site: www.pede-xumbo.comOrg.: Associação PédeXumboApoios: Associação Menhuin Por-tugal | Programa Escolhas

músICaévora

CaBInet 1799 Até 14 de Junho de 2012 | Casa da Balança – Unidade Museológica de MetrologiaO Cabinet recebe aprendizes de história e coleccionismo dispostos a viajar até à revolução francesa e abre, no animatógrafo, o Livro 1 das História(s) do Sistema Métrico com as aventuras de dois sábios… Para maiores de 8 anos.Horário: quintas-feiras (com mar-cação prévia)Info | Marcações: 266 777 192Email: [email protected]: http://www2.cm-evora.pt/casadabalanca/Cabinet1799.htmOrg.: Câmara Municipal de Évora – Divisão de Assuntos Culturais

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WorKshop aVança-do de fotografIa e retoque dIgItalAté 22 DE MARÇO de 2012 | Évora HotelFotografia: retrato estúdio, arqui-tetura, macro e reportagem. Proje-to fotográfico individual-criação de 1 slide show. Photoshop CS5:RAW, HDR, “layers”. Otimização das fo-tografias dos temas do workshop. Professor: Pedro Vilhena.Horário: segunda a sexta-feira: 18:30 às 20:30sábado: 10:00-13:00Info: 968 076 181Email: [email protected]: http://sites.google.com/site/pedrovilhenafotografia/cursos—calendarioOrg.: Pedro Vilhena Fotografia

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Radar

Profecia Celestina

Sugestão de filme

Direcção: James RedfieldSinópse:

a Profecia Celestina é um best-seller, um fenômeno mundial, com mais de quatro milhões de exemplares vendidos. o livro fala de um antigo manuscrito escrito em aramaico e encontrado nas florestas peruanas. ele revela nove visões essenciais para o crescimento espiritual da

humana, até a evolução transcorpo-ral eventual de nossa espécie.seu destino é chegar no alto das mon-tanhas dos andes e compreender o significado contido nas nove visões anun-

ciadas no manuscrito peruano. ao longo deste caminho, o leitor apreende e transporta pra dentro da realidade do seu dia-a-dia cada uma das visões.

humanidade.Cada capítulo é um passo, um degrau na escada da evolução, onde o leitor acom-panha as aventuras de um homem descobrindo a sua própria verdade através dos ?insights? que falam sobre o universo físico, a natureza

Comer, Orar, AmarDirecção: Elizabeth GilbertSinópse:

o projecto de elizabeth gilbert era visitar três lugares onde pudesse desenvolver um aspecto particular da sua natureza no contexto de uma cul-tura que tradicionalmente se destacasse por fazê-lo bem. em roma, estudou a arte do prazer, aprendeu a

mente sábio, elizabeth empen-hou-se em quatro meses de explo-ração espiritual ininterrupta. em Bali, apren-deu a equilibrar o prazer sensual e a transcendência

divina. tornou-se aluna de um feiticeiro nonagenário e apaixonou-se da melhor maneira possível - ines-peradamente.

falar italiano e en-gordou os 23 kilos mais felizes da sua existência. reservou a índia para praticar a arte da devoção. Com a ajuda de um guru nativo e de um cowboy do texas surpreendente-

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Realiza-se em Portalegre, de 19 a 23 de março, a Semana da Lei-tura, envolvendo alunos, pais e professores de todas as escolas e agrupamentos de escolas do Concelho.

Esta é uma iniciativa do Plano Nacional de Leitura, em parce-ria com a Rede de Bibliotecas Es-colares, os Agrupamentos de Es-colas do Concelho de Portalegre e o Município de Portalegre.

Ao longo da semana são mui-tas as atividades que envolvem livros, leitores e leitura como por exemplo uma Feira do livro, o estendal de poesia, leitura entre pais e filhos nas escolas, em lares de 3ª Idade e até dramatizações.

No dia 21 de março realiza-se as 10.30h e as 19.00h, no átrio da Biblioteca Municipal de Por-talegre, a 1ª Maratona de Leitura de Portalegre, oito horas e meia que convidam a ler sem parar.

No dia 23 de março realiza-se a iniciativa “Leitura Andante” na qual os alunos das Escolas Mouzinho da Silveira e José Ré-gio farão uma caminhada desde as suas escolas até à Biblioteca Municipal, a ler em voz alta, pelas ruas da cidade.

Neste mesmo dia tem lugar, no auditório da Escola Superior de Educação, a final do1.º Con-curso Interconcelhio de Leitura “Leitores sonhadores” o qual tem como objetivos a promoção da leitura e o desenvolvimento da expressão e compreensão es-crita/oral.

Este concurso envolve alunos e professores do 1.º e 2.º ciclos de todos os Agrupamentos de Es-colas dos concelhos de Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, El-vas, Estremoz, Fronteira, Gavião, Marvão, Monforte, Mora, Nisa,

Ponte de Sor, Portalegre e Sou-sel.

Segundo Adelaide Teixeira, “Esta Semana da Leitura é uma iniciativa na qual nos orgul-hamos de colaborar. É muito interessante para toda a popula-ção de Portalegre, e não apenas a estudantil, pois por um lado, reveste-se de alguns aspetos inovadores, como são a Mara-tona de Leitura ou a iniciativa “Leitura Andante”, por outro lado, todas as iniciativas do pro-grama da Semana da Leitura, estão abertos à população, no-meadamente, os pais e encar-regados de educação.

Portugal tem, de há muito, uma fragilidade que tem a ver com a baixa literacia da popu-lação: são iniciativas como a Se-mana da Leitura que podem dar um importante contributo para reverter essa situação.

Évora

Exposição ItinerânciasA Câmara Municipal de Évora inaugura, hoje, no Palácio de D. Manuel,pelas 19 horas, a exposição “Itinerân-cias: Artes Visuais, Design eGénero”, or-ganizada pelo Departa-mento de Artes Visuais e Design (DAVD)da Universidade de Évora, em parceria com a União de MulheresAl-ternativa e Resposta (UMAR).Além do estímulo estético inerente a qualquer mostra, estas exposições procura-rão que os visitantes reflitam sobre conceitos e construções sociais como: identidade, direitos humanos, paridade, igualdades e desigualdades de Género. Os trabalhos em exposição são de alunos e ex-alunos da Universidade de Évora, foram submetidos à apreciação de um júri, e incluem fotografia, ví-deo, pintura, desenho, escultura, performan-ce, objetos de design, entre outros.

Portalegre celebra Semana da Leitura

Cultura

D.R.

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Leitura, concursos, diálogos, poesia e animação marcam toda a semana

PSD/CDS propõem inquérito parlamentar “à gestão do BPN após a nacionalização e o pro-cesso de privatização”

A iniciativa dos partidos da coligação acaba por anular uma ação semelhante que foi anun-ciada em conferência de imp-rensa, ao início da tarde de on-tem, pelo PS.

Os socialistas iam avançar com um inquérito parlamentar de natureza potestativa (não pre-cisa do apoio da maioria) para o qual anunciaram que iram con-vida, como subscritores, o CDS o PCP e o BE. Apenas o PSD ficaria de fora.

A reação da coligação foi cur-to-circuitar a iniciativa dos so-cialistas. a avaliação do processo da nacionalização e da informa-ção que a sustentou e a evolução da situação do BNP após a mes-ma, assim como os atos de gestão realizados pelo CGD e tudo o que está relacionado com o processo de privatização, incluindo a avaliação de hipóteses alternati-vas, são os restantes objetivos da proposta.

A comissão, deverá iniciar os seus trabalhos no dia seguinte à venda do BNP ao BIC.

PSD/PP “fintam” PS

BPN