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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 02 de Fevereiro de 2012 | ed. 192 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Reforma da Justiça “É de lamentar que este género de decisões se tomem sem a consulta do poder local. O que sei sobre esta matéria foi me dado a conhecer pelos jornais. Quem toma estas medidas, parece que a régua e esquadro a partir do poder central não olha para as realidades das populações”, disse ao Registo Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel (PS). Autarcas contra fecho dos tribunais D.R. Mais apoio para IPSS’s Pág.05 “Por alguns investimentos feitos nos últimos anos, em que ti- nham expectativas mais elevadas de comparticipações do Estado que de- pois não se verificaram, muitas IPSS estão em situação difícil”, afirmou na passada sexta-feira, em Viana do Cas- telo, Marco António Costa. D.R. Fronteira com CPCJ Pág.07 De base concelhia, as CPCJ constituem-se em cada município como verdadeiros fóruns de mobili- zação e sensibilização dos cidadãos para a promoção e defesa dos Direitos da Criança, tal com resultam da Con- venção dos Direitos da Criança, das Nações Unidas, que Portugal ratifi- cou em 1990. Autarquias devem 390 milhões à AdP Pág.09 As dívidas dos municípios à empresa Águas de Portugal “agrava- ram-se significativamente” em 2011 pondo em causa a sustentabilidade financeira do grupo, refere fonte do MAMAOT. D.R. 03

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Edição 192 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed192

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 02 de Fevereiro de 2012 | ed. 192 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Reforma da Justiça “É de lamentar que este género de decisões se tomem sem a consulta do poder local. O que sei sobre esta matéria foi me dado a conhecer pelos jornais. Quem toma estas medidas, parece que a régua e esquadro a partir do poder central não olha para as realidades das populações”, disse ao Registo Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel (PS).

Autarcas contra fecho dos tribunais

D.R

.

Mais apoio para IPSS’sPág.05 “Por alguns investimentos feitos nos últimos anos, em que ti-nham expectativas mais elevadas de comparticipações do Estado que de-pois não se verificaram, muitas IPSS estão em situação difícil”, afirmou na passada sexta-feira, em Viana do Cas-telo, Marco António Costa.

D.R

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Fronteira com CPCJPág.07 De base concelhia, as CPCJ constituem-se em cada município como verdadeiros fóruns de mobili-zação e sensibilização dos cidadãos para a promoção e defesa dos Direitos da Criança, tal com resultam da Con-venção dos Direitos da Criança, das Nações Unidas, que Portugal ratifi-cou em 1990.

Autarquias devem 390 milhões à AdPPág.09 As dívidas dos municípios à empresa Águas de Portugal “agrava-ram-se significativamente” em 2011 pondo em causa a sustentabilidade financeira do grupo, refere fonte do MAMAOT.

D.R

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Page 2: Registo ed192

2 02 Fevereiro ‘12

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição

Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Sonho ou pesadelo?”

«O tempo de pôr fim a este rumo de desas-tre é o tempo de hoje. Tempo de protesto e de recusa. Tempo de mobilização de toda a inteligência, de toda a criatividade, de toda a liberdade, de toda a cólera contra uma políti-ca que chama “austeridade” à imposição de um brutal retrocesso histórico em todas as áreas da vida social.

Defender a Cultura é uma das mais in-adiáveis formas de fazer ouvir todas as vozes acima do medíocre ruído dos “mercados”. Manifestamo-nos EM DEFESA DA CUL-TURA. E agiremos em conformidade».

É desta forma que termina o Manifesto em defesa da cultura que subscrevi há algumas semanas atrás porque vivemos num país in-tegrado numa comunidade onde a cultura de-via dispor de outros meios para cumprir, com dignidade, a sua função de serviço público.

A democratização da cultura é um desígnio inscrito na nossa Constituição e Portugal não pode deixar de se bater pelo desenvolvimento cultural e pugnar por uma europa onde a inte-gridade nacional e as culturas regionais sejam

Em defesa da CulturaJosé RussoActor

realidades com espaço próprio de afirmação. Quando até no plano económico se recon-

hece a dimensão crescente deste sector de ac-tividade, bem como a sua forte dinâmica na criação de novos empregos, tem de se apostar claramente no reforço das condições de trab-alho dos seus profissionais para que a integ-ração europeia seja também um acto criativo capaz de animar a vida cultural dos povos.

A qualificação da vida cultural das comun-idades tem de passar por uma aposta clara nas dinâmicas instaladas pelos criadores, incenti-vando as práticas artísticas locais com vista à criação de um ambiente de comprometimento e partilha em torno de uma estratégia de de-senvolvimento das regiões.

Enquanto se mantiverem os reduzidos níveis de financiamento à cultura não será possível desenhar um programa de interven-ção que estruture a actividade deste sector no plano nacional e que considere as diversas realidades regionais, nomeadamente a ne-cessária correcção da discriminação negativa a que o Alentejo e outras regiões têm sido su-

Maior surpresa do que o convite para escrev-er um artigo neste jornal, só aquela que me assolou quando me foi pedida a repetição da proeza. Então lá vai disto…

Se restaram alguns equívocos na minha primeira intervenção neste simpático heb-domadário, melhor! Isso garante-me algum tempo até descobrirem a inadequação das minhas citações, a pobreza dos meus argu-mentos e, principalmente, a falta de ideias.

Vou continuar a citar a Bíblia, mais pre-cisamente o Antigo Testamento num dos seus Livros mais interessantes que é o dos Prové-rbios: “Onde não há Visão o Povo perece”. Esta Visão de que aqui se fala é mais espiri-tual, no sentido da revelação de Deus de um desígnio para o seu povo, mas é perfeitamente aplicável, num sentido mais terreno e geral da nossa política.

Se entendermos a definição de Visão como uma declaração Clara, Profunda, Coerente, Desafiante e, se possível Mensurável, temos tudo o que nos tem faltado nos últimos 500 – 600 anos para não exagerar.

A Clareza é primordial, de forma a ser en-tendida pelo maior número de indivíduos pos-sível, ter um carácter global, e não dar azo a equívocos, isto é, o contrário dos discursos de um antigo presidente.

Mas não se enganem, não pode ter a super-ficialidade das análises do “Engenheiro”, não tem que ser simplista ou ligeira, tem que ter uma Profundidade alicerçada numa percep-ção consistente e honesta da realidade.

Segue-se a Coerência, que só por si não é um valor essencial, basta pensar em Salazar e Cunhal, mas sem a qual nada fará sentido. Tudo isto tem que ser apresentado de forma mobilizadora, sem demagogia ou facilitismo, mas com realismo e verdade, Desafiando toda a sociedade, e exigindo a cada um na medida das suas disponibilidades com Justiça e Equidade.

A tudo isto falta o mais difícil, a Mensu-rabilidade que permitirá fazer uma avaliação dos resultados que permitirá corrigir mais facilmente desvios e distorções.

Não digo que não tenham existido Políti-cos com Visões interessantes, na nossa, ao contrário do que muitos insistem, já não tão jovem democracia mas, por uma razão ou por outra, não reuniam todas características que anteriormente descrevi, e assim foram conde-nadas ao fracasso.

Também não estou a falar de projectos que se imponham, mas sim que sejam aceites por uma maioria, e respeitem todos os direitos das minorias.

No século passado tivemos duas Visões que, de uma maneira ou de outra, aparente-mente teriam todas as características mencio-nadas, mas só aparentemente: “Um Portugal do Minho a Timor!” e “Nem mais um soldado para as colónias!”.

Em ambos os casos as coisas não correram da melhor maneira, mas não nos devem levar a desistir da procura da nossa Visão. Não digo que seja fácil, mas não é impossível…

”Visão“Luís DARgentengenheiro Agrónomo

jeitas ao longo de anos.Não podemos aceitar medidas que são in-

eficazes na diminuição do défice, mas com-prometem o já tão fragilizado tecido cultural português. «Cortar no apoio às artes é cortar nos direitos dos portugueses».

O caminho do desenvolvimento e da de-

mocratização da cultura não é compatível com os cortes cegos determinados pelas re-gras de mercado que nos querem impor. O Estado não pode demitir-se das suas respon-sabilidades, tal como a malfadada crise não pode ser justificação para todo o tipo de me-didas.

A apresentação pública do Manifesto em defesa da Cultura vai acontecer na cidade de Évora no próximo dia 3 de Fevereiro, sexta-feira, às 18 horas, na sede da Associação Povo Alentejano na rua 5 de Outubro,75 (antiga FENCA).

Esta apresentação tem a participação de Pe-dro Penilo, artista plástico, Manuel Gusmão, poeta e escritor, Helena Serôdio, professora e crítica de teatro, Helena Zuber, economista e gestora cultural e eu próprio que em nome dos subscritores deixo aqui o convite para participarem nesta sessão e integrarem esta corrente em defesa da cultura.

“Austeridade” na cultura não destrói só o que existe, destrói o que fica impedido de existir.

“Não podemos aceitar medidas que são ineficazes na diminuição do défice, mas comprometem o já tão fragilizado tecido cultural português. «Cortar no apoio às artes é cortar nos direitos dos portugueses»”.

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ActualAutarcas alentejanos contra o anunciado fecho dos tribunais pela Ministra Paula teixeira da Cruz.

Pedro Galego | Texto

A proposta para o novo mapa judiciário do país, ainda não passa disso mesmo, de uma proposta, e já está envolta em polé-mica. O documento, que a ministra Paula Teixeira da Cruz diz já estar concluído e enviado à troika, prevê o encerramento de 47 tribunais no território nacional, seis dos quais no Alentejo.

No distrito de Beja apenas Almodôvar é visado, em Portalegre podem encerrar os tribunais de Avis e Castelo de Vide, ao passo que no litoral a medida aponta o tribunal de Sines. Já no distrito de Évora são apontados dois tribunais, os de Ar-raiolos e Portel. Os autarcas manifestam-se contra esta possibilidade.

“É de lamentar que este género de de-cisões se tomem sem a consulta do po-der local. O que sei sobre esta matéria foi me dado a conhecer pelos jornais. Quem toma estas medidas, parece que a régua e esquadro a partir do poder central não olha para as realidades das populações”, disse ao Registo Norberto Patinho, presi-dente da Câmara de Portel (PS).

O autarca diz que a ser concretizada, esta mudança é “mais um ataque à popu-lação” que assim se veria a acarretar mais custos para resolver problemas de justiça, visto que o serviço seria centralizado em Reguengos de Monsaraz, a mais de 20 quilómetros. “É tirar aos portelenses o di-reito à justiça.

E se a razão é meramente economicista, o que é que o ministério tem a dizer sobre o investimento feito há cerca de 10 anos num tribunal novo, com todas as condi-ções que aqui foi construído em Portel?”, questiona-se o edil, dizendo que para es-tes casos é sempre necessário “mais diálo-go com o poder local”.

“A centralidade de Portel até deveria ser pensada de outra forma, porque não dotar o tribunal com mais valências, por exem-plo o tribunal de menores”, rematou.

Por seu turno Jerónimo Lóios (CDU), autarca de Arraiolos, considera que “a proposta agora divulgada para além dos impactos sociais negativos é um docu-mento, mal elaborado, sem coerência e com elementos contraditórios” e que vem na linha “do que o Governo vem fazendo noutras áreas, apenas em números (de processos, de quilómetros, de distâncias) excluindo qualquer preocupação social”.

Nestas críticas, em comunicado envia-do ao Registo, junta-se Luís Matos, presi-dente da Câmara de Mora (CDU), cuja co-marca é comum.

“[A proposta] integra os municípios de Arraiolos, Montemor-o-Novo e Vendas Novas na área de competência territo-rial do Tribunal de Montemor-o-Novo e não faz qualquer referência expressa ao município de Mora”, refere Luís Matos,

Ministério da Justiça fecha seis tribunais no alentejoAutarcas contra extinção de tribunais

que em conjunto com Jerónimo Lóios diz que “na defesa dos legítimos interesses das populações respectivas os signatá-rios manifestam-se, claramente, contra a presente proposta, chamam a atenção dos restantes órgãos de soberania – Pre-sidência da República e Assembleia da República – para a gravidade da mesma e apelam às populações dos dois concelhos para expressarem também o seu protesto e indignação”.

O documento, elaborado pela Direcção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ), reconhece que as mudanças propostas levarão a alguma contestação local e de-fende o esclarecimento das populações e autarcas relativamente às opções tomadas.

“A concretização de tais opções de ex-tinção conduzirá a alguma contestação local, de populações e autarcas, a quem se imporá esclarecer da forma mais com-pleta possível as opções tomadas”, refere o organismo do Ministério da Justiça.

Segundo explica a DGAJ, a proposta de encerramento de serviços usou como cri-térios de ponderação, entre outros, o volu-me processual expectável após a reorgani-zação (inferior a 250 processos entrados), a distância entre o tribunal a encerrar e o que vai receber o processo (passível de percorrer em cerca de uma hora) e a quali-dade das instalações, bem como a circuns-tância de serem propriedade do Ministério da Justiça ou arrendadas.

Além dos autarcas, habituas defensores da permanência de serviços e valências nos seus concelhos, estejamos a falar de centros de saúde, escolas ou tribunais, a proposta está a ser recebida com críticas por parte dos agentes da justiça. Advoga-dos, funcionários judiciais e mesmo juízes dizem que assim, ficam sem posto 780 ac-

tores judiciários. Paula Teixeira da Cruz abandona as-

sim o projecto de Sócrates de reduzir as actuais 231 comarcas para 39 e decide criar uma grande comarca de base distri-tal, isto é, 20 (18 no continente e uma co-marca em cada Região Autónoma).

Cada mega-comarca ou grande instân-cia distrital terá secções especializadas a funcionar em diversos pontos do distrito, que respondem perante um só orçamento e um mapa de funcionários. Na sequên-cia desta reorganização são extintos 47 tribunais/juízos, ficando excedentários 300 juízes, 400 funcionários judiciais e 80 procuradores, que integram uma bolsa para resolver casos urgentes de pendên-cias processuais.

“Parece-me que o Ministério da Justiça se está a esquecer do critério mais impor-tante, que é o do serviço aos cidadãos, o da justiça de proximidade”, disse o presi-dente do Sindicato dos Funcionários Ju-diciais. Fernando Jorge quer saber como vai funcionar a ‘bolsa’ de funcionários que deixarão de ter um tribunal onde trabalhar e defende que “deviam acom-panhar os processos que transitam para o tribunal mais próximo”, sob pena de este se ver a braços com um aumento do número de acções paradas dada a falta de funcionários.

Por seu turno, Maria José Morgado, di-rectora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, espera que Por-tugal não passe de “um mapa judiciário do tempo de D. Maria II para o tempo das lancheiras e da casa às costas”. “Os magis-trados não podem ser itinerantes, senão não podem responder pela qualidade dos seus trabalhos”, argumentou em entre-vista à TVI.

O projeto “Limpar Portugal” está de re-gresso, com o lema “Let’s do It! World Cleanup 2012” e vai levar a efeito mais uma ação de limpeza do País, que terá lugar no dia 24 de Março. Os objetivos continuam a ter os mesmos parâmetros do “Limpar Portugal 2010”: promover e sensibilizar para a educação ambiental, reflectir sobre a problemática do lixo, do desperdício, do ciclo dos materiais, da valorização de resíduos e do crescimento susten-tável, incentivando à limpeza das florestas e espaços verdes, erradicando deste modo lixeiras ilegais do País.

O “Limpar Portugal” é um projecto cívico de abrangência a nível nacional que conta com a ação de voluntários na organização e na coordenação, sem quaisquer compensações financeiras. A edição de 2010 foi um verdadeiro sucesso, tendo mobilizado, no dia 20 de Março desse ano, mais de 100.000 voluntários que recolheram 50.000 toneladas de lixo.

A ideia do “Limpar Portugal” surgiu com base num projecto do mesmo tipo, desenvolvido na Estónia, em 2008, em que a população do País limpou todo o território num só dia. Em Portugal, este “projecto” está a ser enquadrado pela AMO Portugal - As-sociação Mãos à Obra.

O Município de Avis irá apoiar esta iniciativa, que neste momento se encontra na fase de recrutamento de colaboradores voluntários que tanto podem ser pessoas em nome indivi-dual como instituições ou empresas.

Poderá acompanhar o projeto atra-vés do site www.amoportugal.org, no núcleo do Concelho de Avis.

Limpar Portugal de volta

Avis

Norberto Patinho, presidente da Câmara de Portel lamenta anúncio do encerramento do tribunal.

Capoulas Santos questionou esta semana a Comissão Europeia sobre a possibilidade de vir a ser autorizado o uso de fosfatos na produção de peixe salgado no Norte da Europa, o que pode comprometer o produto final, como o bacalhau, tal como o conhe-cemos.

Esta técnica permite manter o sabor original e a preservação do peixe contra a oxidação natural mas não garante que estes aditivos são efecti-vamente removidos antes do consu-mo final, o que levou já o ano passado à rejeição do seu uso.

O Eurodeputado instou ainda a Comissão Europeia a garantir que o consumidor pode fazer uma escolha informada pois, para além de o sabor tradicional do bacalhau “português” poder estar comprometido, o processo de secagem do peixe será mais exigen-te, encarecendo o produto final.

Capoulas questiona a CE

Parlamento Europeu

Luís Pardal | Arquivo Registo

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4 02 Fevereiro ‘12

Actual

A semana está marcada pela morte de dezenas de idosos em total abandono e pobreza extrema.

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A notícia das duas irmãs idosas de 74 e 80 anos que foram encontradas mortas, na sua residência, em Lisboa, na semana transacta, e um outro idoso que esteve um mês morto em sua casa, em Espinho, sem ninguém dar por nada, deveria encetar uma reflexão profunda sobre as reconfigurações da solidariedade e as perplexidades na mudança social.

Desde o inicio do ano que já se registaram 12 situações de idosos encontrados mortos nas suas residências, só em Lisboa. Se a es-tes dados associarmos os 79 casos registados em 2011 e, 60 em 2010, colocamo-nos perante uma imensidão de interrogações que nos le-vantam algumas perplexidades. Por outro lado, num país em que se estima que mais de 15000 idosos vivem sozinhos ou em meios isolados, ficamos perante um quadro sócio-demográfico bastante inquietante.

É certo que hoje se morre mais tarde. É cer-to que os avanços da medicina em muito con-tribuem para o aumento da esperança média de vida. É certo que o número de nascimentos tem sofrido um decréscimo. É certo que hoje, ao contrário de outrora, já não se morre em casa, mas de alguma forma em hospitais. É certo que as solidariedades mudaram. É certo

Morrer na solidão JoAquiM FiALhoProfessor universitário

que a mudança social é inevitável. Mas, não pode ser certo, morrer na solidão!

Se é certo que o ser humano é eminente-mente social e necessita do estabelecimento de interacções sociais para a sua satisfação e integração num determinado grupo e/ou comunidade, em oposição a este principio, a solidão surge como um estado de alguém vive afastado do mundo ou isolado do meio ou grupo social. Na base das múltiplas abor-dagens sociológicas sobre a integração social, encontramos dois eixos estruturantes. Por um lado, a família, elemento de estabilidade emocional e, por outro lado, o trabalho como factor elementar para a manutenção das di-mensões socioeconómicas do individuo. Na oscilação de um destes eixos, resultam um conjunto de metamorfoses na vida em socie-dade. Contudo, se aliarmos a esta dicotomia a idade avançada, constatamos que há uma fal-ha abrupta destes dois eixos e uma sentença inevitável para a solidão.

A compreensão da solidão no quadro da modernidade pressupõe um olhar para o rit-mo alucinante das transformações sociais e para as configurações que a dinâmica social incute aos actores sociais. Este individual-

ismo egoísta e paradoxal, construído e alic-erçado pelas lógicas consumistas, pela valo-rização do material, e pela hipócrita rejeição do outro, tem conduzido a uma sociedade dos bens materiais, em detrimento duma socie-dade dos valores da solidariedade e da par-tilha.

Quando exaltamos o Ano Europeu do En-velhecimento Activo (2012), deveremos colo-car no centro do debate algumas questões es-truturantes. A solidão conquistou um espaço distante do mero controlo ecológico dos viz-inhos, consubstanciando a certeza da fragi-lidade das relações de vizinhança. Enquanto uma parte bastante significativa da sociedade moderna se encontra ligada ao mundo pelas mais diversas formas e processos, há uma outra fatia da sociedade que vive na solidão e no isolamento. Este paradoxo social da mod-ernidade empobrece a acção individual e a alienação dos seres humanos.

O envelhecimento assenta principalmente numa maior longevidade do indivíduo mas, não pressupõe isolamento e devoção ao es-quecimento da pessoa idosa. Esta nova tipi-ficação do envelhecimento solitário é (ou de-verá ser) um problema central para as políticas sociais. A uma população envelhecida, corre-sponde uma maior despesa da Segurança So-cial em prestações sociais, maiores custos no Serviço Nacional de Saúde, um maior fosso inter-geracional, constrangimentos no cresci-mento económico, entre outros problemas so-cioeconómicos. Igualmente, este cenário em que nos encontramos, vem contribuir para a construção de uma atitude negativa face ao envelhecimento, gerando estereótipos e pre-conceitos face à pessoa idosa.

O sentimento de inutilidade da pessoa idosa e, fundamentalmente, a construção de representações sociais negativas sobre o en-velhecimento, vieram introduzir no discurso social, novas abordagens e novos conceitos. O idadismo, fazendo significar uma realidade

social nova que reflecte sobre a discrimina-ção na idade, é um dos constructos que ten-tam encontrar explicações para este fenóme-no social.

Uma das figuras mais marcantes do mod-ernismo, Virgínia Wolf (1882-1941), escreveu um dia que “Há uma idade na vida em que os anos passam demasiado depressa e os dias são uma eternidade”. Não creio que o caminho, em que a “eternidade” se torna num pesadelo, caracterizado por esquecimento, solidão e sofrimento no vazio, resultante da redução das relações familiares e/ou de am-izade possa perdurar por muito mais tempo.

Uma investigação publicada no “Journal of Health and Social Behavior”, em 2009, vem reforçar a tese de que os idosos que não possuem relações familiares e/ou amizade, e que simultaneamente acumulam o estado de solidão, independentemente de terem famili-ares e amigos nas suas proximidades, apre-sentam uma tendência para uma saúde física e mental mais frágil.

Este trabalho dos investigadores da Cornell University, nos EUA, estudou cerca de três mil pessoas, com idades compreendidas entre os 57 e os 85 anos. Entre os principais resulta-dos, constatou-se que os idosos que possuíam um menor número laços sociais eram menos favoráveis a descrever a sua saúde física como sendo “boa ou excelente”. Por outro lado, os idosos que manifestaram sentimentos de isol-amento social (mesmo com amigos, família e actividades sociais regulares) manifestaram igualmente uma situação de bem-estar físico e mental delicado.

Face a este trabalho de investigação, fica bem patente a tese sobre a pertinência da manutenção e dinamização das redes sociais formais e informais na prevenção de danos resultantes da solidão. Sentir-se sozinho no meio da multidão como foi o caso das duas irmãs idosas, levanta-nos um conjunto de in-terrogações sobre as novas solidariedades e a inutilidade do ser velho. Não ter ninguém para conviver numa cidade com cerca de 546 mil habitantes é no mínimo paradigmático, preocupante e inadmissível numa sociedade que se diz moderna, tecnológica e avançada.

Morrer na solidão pode ser prevenido. O apoio e dinamização das redes de apoio in-formal, políticas sociais de apoio ao envel-hecimento activo, o trabalho psico-social na aceitação das perdas dos familiares e a construção de estratégias de dinamização do envelhecimento como um continuum do ciclo vital, podem ser pequenos passos para não se morrer sozinho. Aquilo que semeamos hoje, colheremos amanhã!

“Desde o inicio do ano que já se registaram 12 situações de idosos encontrados mortos nas suas residências, só em Lisboa”.

D.R

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Actual

governo assume responsabilidade pelo pagamento das dívidas do estado às iPss’s.

A Câmara Municipal de Ourique organiza no próximo dia 3 de Feverei-ro, a partir das 21 horas, na Biblioteca Municipal de Ourique a apresentação pública da obra UM POLÍTICO ASSU-ME-SE, com a presença de Mário Soa-res e que incluirá sessão de autógrafos após a apresentação.

A obra UM POLÍTICO ASSUME-SE é um ensaio autobiográfico, político e ide-ológico de Mário Soares, antigo primei-ro-ministro e Presidente da República e uma das figuras políticas mais marcan-tes da história da história contemporâ-nea de Portugal e da Europa.

Esta iniciativa insere-se num con-junto de actividades de apresentação de livros com a presença de autores que a Biblioteca Municipal tem vindo a realizar desde a sua inauguração em Abril de 2010.

”Um político assume-se“

Mário Soares apresenta

No âmbito do Regulamento de Apoio a Estratos Sociais Desfavorecidos, recentemente aprovado, a Câmara Municipal do Crato tem em curso o processo de apresentação de candi-daturas para atribuição de auxílios financeiros a estudantes do ensino superior naturais ou residentes no concelho do Crato.

A atribuição de Bolsas de Estudo aos Estudantes do Ensino Superior Públi-co Politécnico ou Universitário é feito da seguinte forma:

- 6 estudantes a frequentar estabele-cimentos de ensino públicos na área do Distrito, que beneficiarão de 10 prestações mensais de 90€;

- 6 estudantes a frequentar estabe-lecimentos de ensino públicos fora do Distrito, a quem será atribuída uma bolsa de 180€ mensais, também durante 10 meses.

Câmara apoia estudantes

Crato

“Por alguns investimentos feitos nos úl-timos anos, em que tinham expectativas mais elevadas de comparticipações do Es-tado que depois não se verificaram, mui-tas IPSS estão em situação difícil”, afir-mou na passada sexta-feira, em Viana do Castelo, Marco António Costa.

O governante acrescentou que o mode-lo de protocolo a realizar com estas insti-tuições começou “esta semana” a ser ela-borado, entre a tutela da Solidariedade e Segurança Social e os representantes das IPSS.

“Já temos as intuições bancárias a apre-sentarem propostas para obter as melho-res condições para esta linha de crédito. Estamos a operacionalizar tudo para que durante o mês de Março se possa avan-çar”, garantiu ainda.

Este apoio servirá para a “viabilização financeira” das instituições “que se en-contram em dificuldades”, mas, garantiu Marco António Costa, não será para dar dinheiro.

“Terá subjacente um plano de recupe-ração e viabilização financeira das insti-tuições. Ou seja, retirando as instituições da situação de dificuldade e resolvendo o problema de fundo, criando condições de estabilidade para o futuro”, acrescentou.

Marco António Costa admitiu que cer-ca de uma centena de instituições sociais deverão recorrer a esta linha de apoio.

“Mas, repito, não será uma linha para despejar dinheiro em cima dos proble-mas e sim para planear e apoiar as ins-tituições. Não numa lógica impositiva, fiscalizadora e tutelar, mas de parceria”, rematou o governante.

O secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social falava à margem da apresentação pública do livro “Agenda Pela Nossa Terra 2012”, da autoria do eu-rodeputado José Manuel Fernandes.

Eleito pelo PSD e membro da Comissão

Governo apoia mais de 100 instituições sociais50 Milhões de euros para iPss disponível em Março

dos Orçamentos do Parlamento Europeu, destacou o envelhecimento como um dos “maiores desafios”, pela “pressão” que criará sobre as pensões.

Nesta publicação, o social-democrata realça ainda o facto de a Região Norte ser “a 39.ª mais pobre das 271 regiões” da

União Europeia. “Mais pobres que nós, só, quase ex-

clusivamente, regiões da Roménia, Bul-gária, Hungria e Polónia”, escreve José Manuel Fernandes, que aponta a próxi-ma política de coesão como de “capital importância”.

Já em meados de Janeiro, o governo, pela voz do Primeiro-Ministro, tinha referido a importância de “dispor de uma coligação social” para que o país soubesse “qual é a direcção que está a ser seguida e do esforço que estamos a fazer para vencer esta crise e para viver melhor”, na cerimónia de assinatura do protocolo entre o Governo e as asso-

ciações de instituições de solidariedade social.

O Estado, através do acordo com as IPSS, vai transferir para estas entidades 1 200 milhões de euros, criando um quadro pelo qual “as IPSS sabem agora com o que podem contar por parte do poder público”, referiu Pedro Passos Coelho.

Passos valoriza coligação social

D.R.

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6 02 Fevereiro ‘12

Actual

José António Monago esteve em Lisboa para promover a extremadura espanhola.

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O Presidente do Governo regional da Ex-tremadura, José Antonio Monago, reali-zou ontem, a sua primeira visita oficial a Lisboa com o propósito de reforçar as relações económicas com Portugal e abrir uma nova etapa de colaboração com o principal parceiro comercial desta região espanhola.

José Antonio Monago, o primeiro di-rigente do Partido Popular (PP) que go-verna a Extremadura, foi o convidado de honra num almoço organizado pela Câ-mara de Comércio Luso Espanhola (Hotel Pestana Palace | 13:00 horas).

Perante mais de 200 autoridades e em-presários dos dois países, o Presidente sa-lientou “a importância de Portugal para a economia da Extremadura, um mercado que representa aproximadamente 30% do seu comércio externo e que, apesar das dificuldades recentes, mantém-se como o

Presidente da Extremadura fez visita oficial a LisboaMonago com empresários portugueses / espanhóis e governo

primeiro fornecedor e cliente da região, a grande distância de países como a Alema-

nha ou a França”. No seu discurso, Monago defendeu a

necessidade de cooperar com Portugal em âmbitos como as infra-estruturas, os portos, a logística e o transporte fer-roviário de mercadorias, de grande re-levo para uma região que se localiza no eixo Lisboa-Madrid e que partilha 430 quilómetros de fronteira com Por-tugal.

Entre outras actividades, o Presidente da Extremadura esteve reunido com o Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Mon-teiro.

Com motivo da visita de Monago a Lisboa, o Governo regional organizou um encontro comercial que pôs em con-tacto empresários extremenhos e portu-gueses.

Entre as 11h00 e as 13h00 teve lugar um seminário no qual vários especialistas analisaram as oportunidades de negócio em Portugal, Angola e Moçambique. Na sessão da tarde a Extremadura foi apre-sentada como destino de investimento e porta de entrada ao mercado espanhol para as empresas portuguesas.

Monago e Passos Coelho quando em Setembro do ano passado reuniram em Campo Maior.

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ExclusivoAs CPCJ exercem um papel importante na prevenção e defesa dos multiplos riscos associados aos jovens.

A cerimónia contou, entre outras, com a presença do Presidente da Comissão Na-cional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco, Armando Leandro, do Presiden-te do município, Dr.º Pedro Lancha (no uso da palavra na foto) e da Directora Regio-nal de Educação Maria Reina Martin.

Armando Leandro é Juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça jubilado. Entre outros cargos, desempenha ainda as funções de Presidente da direcção da Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família — CrescerSer e da assembleia geral da Santa Casa da Miseri-córdia de Cascais.

De base concelhia, as CPCJ constituem-se em cada município como verdadeiros fóruns de mobilização e sensibilização dos cidadãos para a promoção e defesa dos Direitos da Criança, tal com resultam da Convenção dos Direitos da Criança, das Nações Unidas, que Portugal ratifi-cou em 1990. Paralelamente são instân-cias locais de decisão, relativamente às situações de crianças e de jovens em si-tuação de perigo já instaladas, sendo o re-curso aos tribunais uma intervenção, que se prefigura como subsidiária.

AS CPCJ, são instituições oficiais não judiciárias com autonomia funcional que visam promover os direitos da crian-ça e do jovem e prevenir ou pôr termo a situações susceptíveis de afectar a sua segurança, saúde, formação, educação ou desenvolvimento integral. Apelam à par-ticipação activa da comunidade, numa nova relação de parceria com o Estado, capaz de estimular as energias locais po-tenciadoras de estabelecimento de redes de desenvolvimento social.

O número de crianças e jovens em risco diminuiu em 2010 apesar dos cortes por causa da crise, anunciou o presidente da Comissão Nacional de Crianças e Jovens e Risco.

Sem querer avançar para já uma estatís-tica definitiva, Armando Leandro expli-cou que «diminuiu o número de sinaliza-ções embora pouco», tendo existido sim uma «consolidação do sistema e da acti-vidade das comissões, embora haja ainda muito a fazer».

Para Armando Leandro, existe ainda trabalho a realizar no que toca aos «tem-pos que são destinados às pessoas para exercer esta função», se bem que o traba-lho exercido por estas comissões «merece o respeito e admiração do país».

«É evidente que qualquer redução pre-judica, mas está neste momento relativa-mente equilibrado. É necessário fazermos um esforço para que haja mais meios. É importante que não se desinvista nas co-missões», acrescentou.

Fronteira com Comissão de protecção de menoresDesde a passada segunda-feira Fronteira tem formal-mente instalada a sua CPCJ.

Considera-se:Criança ou jovem - a pessoa com me-nos de 18 anos ou a pessoa com menos de 21 anos que solicite a continuação da intervenção iniciada antes de atin-gir os 18 anos;

Guarda de facto - a relação que se es-tabelece entre a criança ou o jovem e a pessoa que com ela vem assumindo, continuadamente, as funções essen-

Conceitos e Definições

É sabido, que a par da família, a escola é um espaço fundamental para a socialização da criança e para o seu desenvolvimento. A escola é igual-mente uma entidade privilegiada na prevenção primária e o lugar onde precocemente se podem detectar indicadores de risco e perigo, que em obediência ao interesse da criança, implicam uma intervenção de protec-ção imediata.

Neste contexto, o papel do professor,

Família e Escola

ciais próprias de quem tem responsabili-dades parentais;

Entidades - as pessoas singulares ou colectivas públicas, cooperativas, sociais ou privadas que, por desenvolverem ac-tividades nas áreas da infância e juven-tude, têm legitimidade para intervir na promoção dos direitos e na protecção da criança e do jovem em perigo;

Consentimento - consentimento ex-presso dos pais, do representante legal ou da pessoa que tenha a guarda de facto, de que depende a intervenção das comis-sões de protecção das crianças e jovens em perigo;

Medida de promoção dos direitos e de protecção - a providência adoptada pelas comissões de protecção de crianças e jovens ou pelos tribunais, nos termos do presente diploma, para proteger a crian-ça e o jovem em perigo;

Acordo de promoção e protecção - compromisso reduzido a escrito entre as comissões de protecção de crianças e jovens ou o tribunal e os pais, represen-tante legal ou quem tenha a guarda de facto e, ainda, a criança e o jovem com mais de 12 anos, pelo qual se estabelece um plano contendo medidas de promo-ção de direitos e de protecção.

como mediador e elemento de referência da família e da criança, é essencial. Tal como é indispensável a sua participação no diagnóstico global da situação e na es-colha das medidas reparadoras que, face às limitações da família, tenham de ser decididas em sede da CPCJ competente.

É essa aliás a ratio do art. 20º da Lei de Protecção de Crianças e Jovens em Perigo, adiante designada de Lei de Protecção, ao consagrar que a comissão, a funcionar na modalidade restrita, deve interagir pessoas com formação na área da educação.

Acresce que nos últimos anos os rela-tórios anuais de avaliação da actividade das CPCJ, têm evidenciado que a Escola

como uma das principais sinalizado-ras de crianças e de Jovens em perigo, constituindo o absentismo, o abandono e o insucesso escolar uma problemática dominante nos processos de promoção de direitos de protecção, acompanhados nas comissões.

Neste quadro, é indispensável apro-fundar o diagnóstico das causas do absentismo, do abandono e do insucesso escolar e definir e dinamizar estratégias de intervenção, neste domínio, para o que se revela essencial a presença está-vel e permanente de um professor, que estabeleça uma articulação directa com as escolas do território da área de compe-tência de cada CPCJ.

Armando Leandro, Pedro Lancha e Maria Reina Martin na cerimónia da instalação da Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em risco de Fronteira

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Conferência universitária sobre redes de comunicação na construção de uma cidade educadora.

Redacção | Registo

“Évora é uma cidade de grupos fechados, com pouca comunicação entre si, muitas vezes odiando-se, outras desconhecendo-se, o que torna difícil a articulação de um verdadeiro espaço público”. Esta poderia ser uma das conclusões do recente deba-te, coorganizado pelo CIDEHUS (Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades) e pelo Departamento de Filo-sofia, ambos da Universidade de Évora, no Café Condestável, em pleno Centro Histó-rico.

Cerca de meia centena de participantes debateram ““As redes de Comunicação na Construção da Cidade Educadora”, no âm-bito de um trabalho de investigação para doutoramento sobre “Évora, Cidade Edu-cadora” que integra mais uma dezena de debates até final do ano sob o título geral “Habitar a cidade. Construir o espaço pú-blico”.

O debate contou com um painel inicial, que lançou os temas em discussão, mode-rado por Eduardo Esperança, do Depar-tamento de Sociologia da Universidade de Évora, que chamou a atenção para as mudanças verificadas nos últimos anos nas plataformas de comunicação, parti-cularmente a Internet que estão a mudar alguns paradigmas. Um dos mais essen-ciais é o carácter multidireccional das re-des sociais, em que todos participam, não se limitando a receber apenas informação, mas sendo também agentes e produtores dessa informação.

José Faustino, Presidente da direcção da Rádio Diana e da Associação Portuguesa de Radiodifusão, disse não partilhar des-te entusiasmo relativamente à Internet e às redes sociais. Considerou que ainda são muito poucas as pessoas que utilizam es-tes meios no Alentejo, e que, não havendo mediação de profissionais da comunica-ção, a credibilidade destas plataformas é também muito escassa.

Sobre a comunicação social local – que é um factor importantes nas redes de co-municação - , José Faustino disse que faz “o que pode, com os meios que tem”, subli-nhando a fraca capacidade empresarial e, logo, publicitária, da região.

Mais à frente, durante o debate, José Faustino defendeu a proximidade e a de-fesa das especificidades locais, sublinhan-do que o “nosso burgesso” é sempre mais importante do que o “burgesso que viva noutro lugar qualquer”.

Convidado também para este painel inicial, Manuel Madeira Piçarra, direc-tor e fundador do Diário do Sul, já com 81 anos, historiou a sua vida ligada aos jor-nais e aos projectos jornalísticos, salien-tando que gostaria de ter um jornal dife-rente daquele que diariamente edita, mas acrescentando que a região não tem meios que permitam ir mais além. No entanto, defendeu o papel da imprensa escrita re-gional, dizendo que é a única que chega a todo o lado, com níveis de venda e distri-

“Habitar a cidade. Construir Espaço público” é o mote para um ciclo de debates sobre Évora. Na última quinta feira de cada mês, especialistas e cidadãos interessados debatem em público um tema considerado estruturante da cidade que quer ser educadora”.

buição na região muito mais elevados do que os órgãos nacionais.

Depois foi a vez de Carlos Júlio, jorna-lista da TSF e colaborador do Diário do Alentejo, usar da palavra para defender que as novas tecnologias, nomeadamente a Internet estão a revolucionar a comuni-cação local, através dos blogues e das redes sociais.

Fazendo também parte do painel de convidados, Rui Belo, director e fundador da Milideias, uma empresa de comunica-ção visual de Évora, disse que o meio em-presarial eborense era muito frágil, o que faz com que a comunicação empresarial e institucional também o seja e que Évora nunca conseguiu criar uma imagem de marca que se projectasse no exterior.

Depois aconteceu o debate. Muitos in-tervenientes usaram da palavra. José Ro-drigues dos Santos, antropólogo e profes-sor universitário destacou as fragilidades da comunicação entre os diversos grupos tradicionalmente existentes na cidade e criticou o anonimato na blogosfera, di-zendo que ele era destruidor do espaço público. Defendeu por isso a necessidade de alguma regulação e que o anonimato fosse extirpado, em nome do debate de ideias.

Carmen Almeida, socióloga, sublinhou que para além da necessidade da socieda-de civil estabelecer redes de comunicação, essa é uma obrigação também das entida-des e instituições públicas, como o define a própria secretária geral da Associação Internacional das Cidades Educadoras. A criação destas redes e espaços comunica-cionais teriam, por isso, tanto a ver com a dinamização da participação das popula-ções na vida colectiva e nas decisões que a

elas dizem respeito, por parte dos poderes públicos, como com as iniciativas da socie-dade civil.

Entres os participantes neste debate esti-veram também, na sua qualidade de cida-dãos, os vereadores da Câmara Municipal de Évora, Cláudia Pereira (PS). Eduardo Luciano e Joaquim Soares (CDU). Apenas interveio Eduardo Luciano para subli-nhar o desconhecimento mútuo que mui-

tas vezes existe entres os diversos grupos e personalidades, bem como muitas ideias preconcebidas. Eduardo Luciano referiu ainda que, muitas vezes, esta conflituali-dade não existe apenas entre os vários gru-pos, mas também dentro de cada grupo, o que impossibilita ou dificulta, a comuni-cação.

José Eliseu Pinto, ex- director da Segu-rança Social do Alentejo, defendeu que o “ódio” entre os grupos é mais positivo do que a “indiferença”, já que esta leva a que “o outro” não nos interesse, enquanto que o “ódio” ou a raiva ou a desconfiança po-dem ser elementos positivos no relaciona-mento social.

Lurdes Nobre, empresária e dirigente de uma associação promotora de espectácu-los, foi muito critica face à incomunicação geral e defendeu uma maior participação dos indivíduos e das instituições na vida colectiva – uma prática que se tem vindo a perder porque existe medo, disse.

Outras intervenções foram no mesmo sentido. As redes comunicacionais em Évora estão frágeis, sejam as da comuni-cação social tradicional, por falta de bases económicas, seja as das redes informais, devido ao predomínio de grupos fechados, que se movem em círculos também eles fechados, onde o desconhecimento dos “outros”, sejam grupos, ou indivíduos é do-minante. Daí a necessidade, abordada por vários participantes, de refazer ou reforçar estas redes comunicacionais, dinamizan-do a criação de um espaço público onde os vários grupos se possam inter-relacionar e conhecer, base essenciais para o agir con-junto, e para algumas construções de cida-dania e de alargamento do espaço público na cidade de Évora.

Évora debate papel da comunicação na construção da cidadaniaAs novas plataformas de comunicação foram um dos temas em análise.

Participantes no debate defenderam necessidade de refazer redes comunicacionais, dinamizando a criação de um espaço público.

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Exclusivo

évora decidiu retomar o abastecimento em alta ao concelho, “face aos insustentáveis custos financeiros”.

Luís Godinho | Texto

As dívidas dos municípios à empresa Águas de Portugal “agravaram-se signi-ficativamente” em 2011 pondo em causa a sustentabilidade financeira do grupo, refer fonte do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território (MAMAOT), que irá avançar no próximo ano com um plano de regu-larização dos pagamentos em atraso. O endividamento bancário da empresa já ascende a 2,4 mil milhões de euros, dos quais 521 milhões resultam de dívidas de curto prazo.

Segundo dados oficiais, em Setembro o saldo das dívidas ao Grupo Águas de Por-tugal (AdP) ascendia a 453,9 milhões de euros, dos quais 388,9 milhões dizem res-peito a dívidas municipais (autarquias, serviços municipalizados e concessio-nárias municipais). Trata-se de um agra-vamento de 135 milhões de euros face a 2010. Os restantes 65 milhões de euros re-sultam de dívidas dos clientes finais em baixa (famílias e empresas), serviços de abastecimento, saneamento e resíduos.

Dívida das autarquias às Águas de Portugal dispara para 390 milhõesDados apontam para agra-vamento de 135 milhões no espaço de um ano.

“As dívidas dos municípios ao Grupo AdP agravaram-se significativamente em 2011 em virtude das expectativas criadas no sector quanto à possibilidade de cria-ção de um fundo de equilíbrio tarifário em alta e do agravamento das condições financeiras dos municípios”, diz fonte do MAMAOT. A conjuntura difícil levou um “número crescente de municípios” a dei-xar de pagar o fornecimento de água.

Há casos de autarquias que deixaram de efectuar o pagamento de água há cer-

ca de dois anos, sem que o abastecimento possa ser cortado. E outras em que os pro-cessos de cobrança já começaram a che-gar aos tribunais.

“O crescimento das dívidas evoluiu de forma a colocar diversos sistemas multi-municipais de abastecimento do Grupo AdP em graves dificuldades financeiras, as quais são agravadas pelas crescentes dificuldades de financiamento que as empresas portuguesas evidenciam”. É um problema que “tem de começar a ser

enfrentado e resolvido muito rapidamen-te”, disse o presidente da empresa, Pedro Serra, em Outubro, numa audição na Co-missão Parlamentar de Ambiente e Obras Públicas.

A estes factores soma-se um endivida-mento crescente da Águas de Portugal. Em Setembro, o valor da dívida bancária de médio e longo prazo do grupo ascen-dia a 1.955 milhões de euros (dos quais 1309 milhões ao Banco Europeu de Inves-timentos), a que se somam 521 milhões de euros de dívidas de curto prazo contraí-das pelas empresas gestoras dos sistemas multimunicipais de abastecimento e sa-neamento.

“Parte deste montante decorrerá tam-bém das dificuldades de tesouraria que estas empresas enfrentam e que estão as-sociadas à degradação do seu prazo mé-dio de recebimento”, sublinha o MAMA-OT, reconhecendo a “insustentabilidade” de algumas concessões. Sobretudo quan-do o sector da água “evidencia desequi-líbrios estruturais”, incluindo um défice tarifário para o qual a Entidade Regula-dora dos Serviços de Água e Resíduos tem vindo a chamar a atenção. Entre o custo da prestação do serviço e a factura paga pelos consumidores existia em Junho deste ano um défice de 330 milhões de euros.

Só à empresa Águas do Centro Alen-tejo, detida em 51% pela AdP e cujo restante capital se encontra distribuí-do pela Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva (EDIA) e pelos municípios de Alandroal, Borba, Évora, Mourão, Redondo e Reguengos de Monsaraz, as dívidas já vencidas das autarquias ascendem a 15,6 milhões de euros, o que represen-ta quase o dobro da facturação anual da empresa.

A principal devedora é a Câmara de Évora que decidiu sair da empresa e retomar o abastecimento em alta ao

concelho, “face aos insustentáveis cus-tos financeiros que o sistema represen-ta actualmente para a autarquia”.

Em 2010, a Águas do Centro Alentejo apresentou uma situação económica e financeira “grave”, com perda de mais de metade do capital social por acu-mulação de prejuízos e forte nível de endividamento, indica o relatório sobre a situação económica e financeira do sector, segundo o qual a empresa apre-senta resultados líquidos negativos des-de 2007 e acumula um endividamento bancário na ordem dos 61 milhões de euros.

Évora deixa sistema

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“será que existiu ou irá existir suficiente debate de forma a esclarecer os interessados?”

PUB

Desde sempre, e em especial desde que Por-tugal aderiu ao Projecto Europeu, que as Reformas Estruturais são anunciadas com pompa e circunstância (por vezes mais que uma vez!), como o caminho para a riqueza e desenvolvimento (sempre adiado). E aqui es-tamos, 20 anos depois mergulhados na pior crise desde o 25 Abril...

Agora que a Troika nos obriga ao cum-primento de uma série de “novas” reformas – Saúde, Sector Produtivo, Administração Pública, Justiça, Fiscalidade, etc, existe uma, que apesar da sua capital importância para o nosso futuro enquanto País – Reforma da Administração Local - passa praticamente despercebida na torrente de (des)informação diária. O governo socialista cessante negociou em Maio 2011, a diminuição dos Municípios, leia-se Freguesias. Em Setembro 2011, o Gov-erno aprova e apresenta o Documento Verde para a Reforma da Administração Local e desde aí, as vezes que foi referida foi para ser criticada – que vai originar despedimentos, a diminuição de serviços às populações, a di-minuição dos eleitos e a distanciação face à população , centralismo, etc...

Ora, as autarquias são e continuaram a

ser, o veiculo por excelencia para a descen-tralização de todas as Politicas Públicas mas também da Participação Política.Mas afinal, o que pretende o Documento? Sucintamente:

i) a reestruturação do sector empresarial local: depois de anos de criação exagerada de empresas municipais, algumas sem objec-tivos claros e concretos e com os resultados que conhecemos – duplicação de entidades, endividamento e não cumprimento do fim social a que se propunham - pretende-se a Racionalização e melhor gestão dos recursos públicos;

ii) Organização do Território: basicamente a redução do número de freguesias (actualmente 4259), atraves de fusões e aglomerações, dan-do escala e reforçando competências;

iii) Modelos de Gestão Municipal, Inter-municipal e Financiamento: pretende o refor-ço de atribuições e competências dos Muni-cipios sempre com a eficiencia e eficacia em vista, criando condições objectivas da cria-ção de Comunidades Intermunicipais e Areas Metropolitanas;

iv) Incrementar a Democracia Local: alte-rando a Lei eleitoral para os orgãos das au-tarquias , Formação e composição dos Ex-

A Reforma da Administração LocalARtuR ALvesvice-Presidente da Associação Alentejo de excelência

ecutivos (a eleição faz se para a assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia donde sairá o Executivo, mas este será em numero mais diminuto e pertencente ao mesmo par-tido/coligação).

Assim, os objectivos desta Reforma são muito mais abrangentes e profundos do que parecem, pois terão um impacto profundo e trarão mudanças na forma como nos relancio-naremos uns com os outros no dia-a-dia, com os serviços de que disporemos, das relações entre comunidades, criação de projectos co-muns e partilha de infraestruturas, enfim, de ter uma Estratégia para uma região e de uma forma organizada e planeada trabalhar em rede, garantido no minimo os mesmos ser-viços as populações, garantindo a Sustentabi-lidade do sistema e simultaneamente do Pais.

Mas como é que uma Reforma desta di-mensão, não é discutida e escrutinada pelas populações?

O Documento Verde para a Reforma Ad-ministração Local, pretende ser um ponto de partida e de orientação para o debate, e este aberto a questões de pormenor e a suscepti-bilidades diversas, mas debater neste caso, não significa a possibilidade de ficar tudo na

mesma. Não podemos estar sempre dispostos a mudar, desde que seja o outro a mudar!...

Segundo o cronograma presente no Docu-mento Verde, aponta para o final do 1º semes-tre 2012 a discussão dos primeiros diplomas com o novo enquadramento legal das Autar-quias, mas será que todos têm ideia do que se está a alterar? Será que existiu ou irá ex-istir suficiente debate de forma a esclarecer os interessados? Será que oportunisticamente e com fins políticos diferentes deste assunto, estamos a canalizar o debate e a atenção das Pessoas para questões mais emotivas – como se irá chamar a minha freguesia? Será que vou perder o posto médico?

No nosso País, temos o exemplo de inumeros debates, estudos, relatórios, promovidos por diversas instituições, que geralmente vão dar a nada. O nosso rácio de implementação e análise das medidas estudadas é sempre irrisório. Toda e qualquer reforma mexe com um qualquer gru-po de interesses. Esta é uma Reforma que mexe com os nossos intereses, devemos ser nós – So-ciedade Civil (a sempre esperada!) a estar atenta e a escrutinar aquilo que é do Bem Comum.

Temos aqui mais uma hipotese. Não a de-vemos desperdiçar!

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RadarAlentejo, de múltiplas culturas e valores produtivos, tem na vila de Redondo um concelho de excelência.

Pedro Galego | Texto

A vila de Redondo tem duas portas de entrada principais: a planície a Sul e a Serra d’Ossa a Norte. Mas é nos seus pro-dutos que o concelho alentejano mostra os maiores pontos de interesse, nomeada-mente no barro e no vinho, dignos até de possuírem museus em nome próprio na localidade.

O Redondo foi, e continua a ser, um im-portante centro oleiro do Alto Alentejo. Dos romanos, árabes e outros povos que aqui se instalaram e viveram durante lar-gos séculos foi herdando sucessivamente valores culturais que ainda hoje são bem evidentes, quer a nível de terminologia com que são distinguidas certas peças de olaria quer no que respeita à forma e até à decoração das mais tradicionais ou po-pulares.

Esta vila foi um alfobre de oleiros, já o foral de D. Manuel I fazia referência à Corporação de Oleiros e seu comércio. Os almocreves (os louceiros) que deambu-lavam pela província, e com particular assiduidade nos concelhos vizinhos, fa-ziam o seu comércio com burros de largas albardas, porta a porta, “monte” a “mon-te”, sendo ainda hoje esta arte popular reconhecida e apreciada em todo o país.

Concelho de barro e vinho

Redondo, património, vinho e olarias. Base de uma eco-nomia local de qualidade.

Entre o património edificado e histó-rico mais relevante do concelho está o Castelo de Redondo, a Igreja Matriz (séculos XVI e XVII), a Igreja da Mise-ricórdia - construído em estilo Manue-lino, a Igreja do Calvário (século XVII) ou a Igreja de Nossa Senhora da Saúde, datada do século XVII, bem como o Pelourinho da vila.

Todos estes locais poderão ser conhe-cidos através de um passeio a pé pelas ruas, quase todas a direito e compostas de casas caiadas de branco e rodapé co-lorido. Não se espante que em alguma esquina, dentro de um café ou de uma taberna mais típica a música popular alentejana venha a servir de banda sonora a essa caminhada.

Fora da vila, em pleno coração da serra d’Ossa é imprescindível a visita ao Convento de São Paulo, edifício datado do século XII, hoje transformado em hotel de luxo, mas ainda possuidor de um património bastante relevante na região, sobretudo ao nível da azulejaria, composta por uma colecção de cerca de 54 mil azulejos, a maior colecção privada do país, com peças dos reinados de D. João V e D. José. As antigas celas dos monges, os seus corredores e fon-tanários que constituem um autêntico museu vivo são os outros pontos de in-teresse. O facto do edifício ser hoje uma unidade hoteleira implica que nem sempre está disponível para ser visita-do, o que requer informação local.

Património

Fabricam-se em redondo duas espécies de pratos pintados: os tradicionais, com fundos claros e motivos diversos, e os de fundo vermelho ou negro, ornamentados com ramos de flores a tinta de óleo.

Estes últimos são recentes e destinam-se apenas a fins decorativos, os tradicio-nais são considerados louça utilitária.

Várias são as olarias que ainda subsis-tem e onde poderá comprar uma recorda-ção durante uma visita à localidade.

Recomenda-se ainda uma visita ao Museu do Barro, localizado no antigo Convento de Santo António, que se assu-me como um equipamento de extrema

importância na preservação e revitaliza-ção da olaria tradicional de Redondo.

No Museu do Barro, o visitante pode-rá acompanhar o percurso histórico da olaria redondense, bem como apreciar e adquirir peças representativas das várias formas de trabalhar o barro.

Descubra ainda o néctar dos deuses, que no Redondo também é DOC (ou seja, tem Denominação de Origem Contro-lada) e dê um salto ao Museu do Vinho, aberto ao público em Setembro de 2001, e que foi concebido como ponto de partida para a descoberta do Alentejo e da sua tra-dição vitivinícola.

Do espólio permanente do museu, fa-zem parte instrumentos agrícolas, objec-tos, imagens e textos associados à arte do fabrico do vinho, privilegiando o material cerâmico, característico deste centro pro-dutor de cerâmica em que está incluído.

Todo este espólio se encontra disposto de forma a reproduzir a várias etapas da actividade vinhateira, desde o amanho da terra até ao copo. Para além do espólio permanente, neste museu podem ser visi-tadas exposições temáticas e conferências alusivas ao tema.

No local, o visitante pode consultar o quiosque multimédia que lhe permite obter informações acerca do museu, das adegas produtoras da região e de várias actividades relacionadas com a vinicul-tura.

Este espaço funciona em simultâneo com o posto de turismo da região e con-ta ainda com uma loja onde podem se adquirida uma selecção dos melhores vinhos tintos e brancos, das melhores sa-fras da Região Alentejo

Em Redondo procure também os carac-terísticos móveis pintados à mão em tinta de esmalte, com fundos brancos, azuis, verdes ou vermelhos e ornamentada com flores e pétalas, tudo unido com laços co-loridos, outro dos produtos mais tradicio-nais daquela vila. Se o seu uso e existên-cia passa despercebida aos cenários mais urbanos e cosmopolitas, esta arte é ponto assente em grande parte, por exemplo, das ofertas de turismo rural e de habita-ção da região.

Mestre Francisco Rosado (XT - Xico Tarefa), um dos mais prestigiados e premiados oleiros portugueses.

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évora - Bairros da Cruz da Picada, Malagueira e escurinho com horta comunitária.

Radar

Um sociólogo de Veneza afirmava há pou-co que Veneza tinha deixado de ser uma cidade para se tornar um simples lugar de passagem para os dez milhões de visitan-tes que todos os anos ali afluem.

Aquela que era uma cidade enérgica, com a sua vida própria, uma população da qual pelo menos uma grande parte ali tinha nascido de pessoas naturais de Veneza, absorvendo os que vinham de fora e fazendo deles venezianos, trans-formou-se num imenso átrio de viagem e de estadias de curta duração, onde as ac-tividades se foram pouco a pouco subor-dinando aos únicos e exigentes requisitos do turismo.

O que aconteceu foi a transformação dum território próprio num espaço abs-tracto, no qual se inscrevem lugares e ob-jectos turísticos, itinerários pré-definidos, susceptíveis de ser praticados por multi-dões abstractas, e comércios de coisas abs-tractas – os souvenirs estereotipados que o turista procura.

Este espaço vem substituir (destruir, apagar) o território dos venezianos tal como era apropriado, investido, vivido pelos habitantes permanentes da cidade. Estes fogem do inferno em que aqueles espaços se tornam. Veneza é um caso ex-tremo de destruição da urbanidade pelo turismo de massa.

Mas o que o caso tem de universal en-tende-se mediante o recurso a uma ana-logia, que, espero, não seja mal entendi-da: a da diferença entre a venda, por parte dum indivíduo, da sua força de trabalho em troca dum salário, e a venda por parte do mesmo indivíduo, prostituindo-se, de serviços sexuais, que envolvam a dispo-nibilização do próprio corpo como objec-to de prazer para outrem.

Nessa relação comercial não é o corpo que se “vende” (o que, aliás, é impossível), mas o acesso ao corpo próprio, portanto à pessoa, porque nós somos, em grande me-dida, os nossos corpos.

Algo análogo ocorre com as cidades. Quando o turismo se desenvolve, chega um ponto no qual as cidades deixam de existir por e para elas próprias para se tor-narem espaços de percursos e projectos de vida ordenados em função dos desejos dos estrangeiros: espaços abstractos, “não-lugares”, diria o antropólogo M. Augé. A cidade, em casos como o de Veneza, deixa de “vender” um produto por ela produzi-do, para se vender a ela própria.

As cidades que, como Veneza, se en-volvem na venda delas próprias às mul-tidões turísticas que dissolvem os terri-tórios das sociedades locais expõem-se à consequência imprevista e não desejada da patrimonialização da cidade inteira: transformam-se em não-lugares.

José Rodrigues dos SantosAntropólogo, Academia Militar e CIDEHUS,

Universidade de Évora31 de Janeiro de 2011.

[email protected]

Um olhar antropológico

“Património” e cidades desaparecidas

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José RoDRigues Dos sAntos*Antropólogo

Estes títeres tradicionais parecem ter tido a sua origem na aldeia que lhes deu o nome.

São títeres de varão, manipulados por cima, à semelhança das grandes mario-netas do Sul da Itália e Norte da Europa, mas diminutos, de vinte a quarenta centímetros.

O estojo de bonecos e textos tradicio-nais, que eram somente transmitidos via oral, chegaram às mãos da actual “família” através de Mestre Talhinhas que com eles trabalhou durante mais de quarenta anos.

Os Bonecos de Santo Aleixo, proprie-dade do Centro Dramático de Évora – Cendrev, são manipulados por actores profissionais que garantem a permanên-cia do espectáculo, assegurando assim a continuidade desta expressão artística alentejana.

Conhecidos e apreciados em todo o

Bonecos de Santo Aleixo

A Horta Comunitária da Cruz da Picada nasceu há poucos meses no recinto da EB1 da Cruz da Picada, mas está já plena de atividade e a ser um sucesso entre os moradores. O projeto desta horta comu-nitária - a primeira situada em espaço escolar - surgiu de uma união de vonta-des que reúne diversas entidades num consórcio cuja instituição promotora é a Associação Menuhin Portugal e a base é o projeto MUSEpe, que se desenvolve no bairro da Cruz da Picada e no qual está também envolvida, além do agrupamen-to N.º 1 de Escolas de Évora, a Câmara Mu-nicipal de Évora.

Este projeto de horta, segundo os pro-motores, tem como principais objetivos: oferecer alternativas para o desenvolvi-mento local dos bairros da Cruz da Pica-da, Escurinho e Malagueira; sensibilizar e educar a população para a valorização do meio social e ambiental; fomentar a prática da horticultura biológica como atividade complementar do rendimento familiar; promover a alimentação saudá-vel e contribuir para a alteração de hábi-tos de consumo.

Visa também valorizar o espírito comu-nitário na utilização do espaço público/escolar e na sua manutenção; proporcio-nar um novo olhar e dinâmica do espaço escolar, uma maior abertura do mesmo à comunidade; e contribuir para a melho-ria do espaço e ambiente escolar.

Segundo o Regulamento, pode candi-datar a utilizador(a) da Horta qualquer munícipe, residente nos bairros da Cruz da Picada, Escurinho, Santa Maria e Ma-lagueira, desde que seja familiar de alu-

Horta Comunitária na Cruz da Picada Musepe, Agrupamento nº1 de escolas e Câmara promo-vem desenvolvimento local

nos ou ex-alunos da escola, cliente do Centro Comunitário da Cruz da Picada, ou que seja formanda(o) da Formação Modu-lar de Competências Básicas de Leitura e Escrita promovida pela EBI/JI da Mala-gueira e Projeto MUSEpe.

As inscrições são feitas e geridas nas respetivas instituições e, posteriormente, reportadas ao MUSEpe. É atribuído pelo menos um talhão a cada uma das insti-tuições referidas e os restantes talhões serão atribuídos consoante o número de candidaturas apresentadas por cada uma das mesmas. Todo o processo de imple-mentação da Horta Comunitária é acom-panhado pela equipa do MUSEpe e fun-cionários da Camara Municipal de Évora.

A Vereadora Cláudia Sousa Pereira vi-sitou a horta para conhecer mais de perto o projeto e ficou satisfeita com o que viu.

Apesar de existirem já hortas escolares em Évora, uma horta comunitária dentro de uma escola esta é a primeira, sublinha a Vereadora, reconhecendo que este é “um projeto pioneiro, único” e admitindo até eventualmente o alargar do projeto, caso a própria comunidade-escola esteja interessada.

Em declarações ao REGISTO, Isabel Pi-res Gomes, directora do Agrupamento de Escolas, referiu a importância deste pro-jecto “que se desenvolve, em proximida-de com a comunidade educativa, muito em particular com os alunos e suas famí-lias e que se insere num contexto, óbvio de partilha, inclusão e missão de serviço público, sempre assumido e enquadrado no espírito do Projecto Educativo TEIP daquele Agrupamento”, referiu a diri-gente.

Propriedade do Centro Dra-mático de évora viagam para Bragança e Coimbra

país, com frequentes deslocações ao estrangeiro apresentam-se no dia 4 de Fevereiro, sábado, no Teatro Municipal de Bragança, às 21h30 e nos dias 17 e 18, às 21h30 e 18h30 respectivamente, no

Teatro da Cerca de S. Bernardo em Coim-bra. A deslocação a Coimbra decorre no âmbito do intercâmbio que o Cendrev mantém com a Companhia A Escola da Noite.

D.R.

Page 13: Registo ed192

13

1) O super-investigador que recolhe provas nos locais de crime, corre atrás dos bandidos, interroga suspeitos e testemu-nhas e no laboratório faz todo o tipo de ensaios que as séries mostram, não existe! As equi-pas forenses são compostas por especialistas de muitas áreas que se dedicam integralmente só aos assuntos da sua especia-lidade.2) O laboratório azul, envidra-çado, situado em conjunto com salas de interrogatório e que consegue dar resultados quase imediatos, não existe! Todas as análises efectuadas nos laborató-rios de Policia Cientifica demo-ram algum tempo a efectuar e a analisar os resultados, por vezes

semanas ou meses, a título de exemplo um teste de ADN pode demorar no mínimo 48h a fazer. Para além disso, existem sempre muitos casos para ana-lisar o que demora ain-da mais a resposta dos laboratórios forenses.3) Nas séries muitas vezes os investigadores não es-tão protegidos com a indumen-tária adequada, muitas vezes apanham provas com lenços ou lápis. Estes procedimentos estão incorrectos pois poderiam contaminar as provas e destruir a possibilidade de as mesmas serem usadas na resolução do caso.

4) O uso de bases de dados de impressões digitais, ADN, pneus, armas e outros que dão comparações positi-vas na maior parte dos casos em poucos minutos não existem na realidade. A recolha de balas intactas nas cenas de crime é tam-

bém na realidade muito difícil, normalmente os projécteis estão deformados ou fragmentados.5) Nas séries tudo é glamour, brilhante e agradável, desde o aspecto dos investigadores após correrem atrás dos bandidos, até aos cadáveres que estão na morgue para serem autopsiados. A realidade é muito diferente.

investigação e trabalho da universidade de évora de “mãos dadas” no combate ao crime.

Radar

João Nabais | DQUI da UE e Cen-tro de Química de Évora

As investigações criminais têm um aliado poderoso na desco-berta dos criminosos e na reso-lução dos crimes, a QUÍMICA.

Na cena do crime, um perito re-colhe amostras de sangue, outro, pedaços de tinta e um pó branco suspeito. Todas as provas são en-viadas para o laboratório forense onde trabalham um conjunto amplo de técnicos, com destaque para o Químico Forense.

Para além de agentes que cor-rem atrás de criminosos, que interrogam suspeitos e questio-nam testemunhas, de investi-gadores que recolhem as provas existe uma parte fundamental em qualquer investigação, e muitas vezes escondida, os téc-nicos dos laboratórios forenses.

Estes técnicos são mostrados em populares séries televisivas tais como CSI, Investigação Cri-minal ou Ossos.

A Química consegue alguns feitos extraordinários:

Saber se um carro foi roubado pela visualização de número de chassis adulterado através de re-acções oxidação-redução;

Identificar drogas, como coca-ína ou heroína, pelo uso de um kit que usa reacções químicas que produzem cor na presença de cada tipo de droga;

Identificar vestígios de san-gue, mesmo em superfícies que tenham sido lavadas, com lumi-nol que produz luminescência na presença de quantidades ves-tigiais de sangue;

Saber se uma pessoa manipulou explosivos ou disparou uma arma;

Tornar visíveis as impressões di-gitais deixadas nos locais de crime.

Pode a Química ajudar a resolver crimes e apanhar criminosos?

Quando tocamos num objeto com as mãos deixamos resídu-os, muitas vezes invisíveis, de suor, gordura e aminoácidos. Estes resíduos são deixados pelas nossas impressões digitais que, por não serem visíveis, são chamadas de latentes. O papel da Química é tornar visível o que a olho nu é invisível.

Alguns dos métodos mais usados são:Pó que vai aderir à gordura e suor Iodo que ao sublimar vai-se dissolver na gordura da im-pressão digital latente tornan-do-a castanhaA ninidrina que ao reagir com

os aminoácidos vai tornar colorida a impressão digitalAs impressões digitais depois de reveladas são recolhidas, fotografadas e processadas para tentar descobrir quem cometeu o crime.A natureza não duplica, cada uma de nós, mesmo os gémeos verdadeiros, temos impres-sões digitais únicas que nos identificam. É por este facto, que as impressões digitais são tão importantes na resolução dos crimes.As impressões digitais podem ser divididas em três forma-ções básicas, que são os laços ou presilhas (loops), os arcos (arches) e as espirais ou verti-culos (whorls):

Impressões digitais

As séries televisivas mostram imagens, personagens e me-todologias apelativas, bonitas e espectaculares mas que, por vezes, se encontram afastadas da realidade e que levam o público a ter uma percep-ção errada da realidade das

investigações criminais. Este é o chamado “Efeito CSI” que se caracteriza por influenciar as opiniões. Isso acontece mesmo em julgamentos pois muitos juízes, jurados e advogados são influenciados pelo que vêm nas séries televisivas e isso

condiciona todo um processo de julgamento. Existem casos, em que muitos arguidos foram absolvidos, porque no ponto de vista dos jurados se não houvesse determinado tipo de provas, não se podia provar a culpa de um suspeito. Ou mes-

mo advogados que defendiam o seu cliente dizendo que, o facto de não existir determina-da prova ou teste era a confir-mação de que o arguido era inocente. Esquecendo que nem sempre o que se vê nas séries televisivas é verdade.

Realidade vs Ficção

As 5 maiores patranhas das séries tipo CSI:

D.R.

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14 02 Fevereiro ‘12 Anuncie no seu jornal REGISTOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

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15

Carta Dominante: Rei de Ouros, que sig-nifica Inteligente, Práticoamor: Não esconda os sentimentos. Li-berte aquilo que sente e mostre a pessoa maravilhosa que é.saúde: Faça mais exercício físico. Está a ganhar peso a mais.Dinheiro: Não se precipite e pense bem antes de tomar qualquer decisão que en-volva mudanças no plano profissional.

Carta Dominante: Rei de Paus, que sig-nifica Força, Coragem e Justiça.amor: Aposte tudo na sua relação, pois ela proporcionar-lhe-á momentos ines-quecíveis.saúde: Não se desleixe e cuide de si, invis-ta na sua imagem.Dinheiro: Pense bem antes de pôr em causa o seu dinheiro, não desperdice sem ter noção daquilo que gasta e em que gasta.

Carta Dominante: 2 de Espadas, que sig-nifica Afeição, Falsidade.amor: Não vá atrás das aparências, pois elas muitas vezes enganam. Seja mais consciente e ponderado nas suas atitudes. saúde: Coma salmão para baixar o coles-terol.Dinheiro: Encontra-se numa boa fase, dê asas às suas ideias! Os seus superiores irão apreciá-las.

Carta Dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.amor: Este é um bom período para con-quistas amorosas, use e abuse do seu char-me pois ele arrebatará muitos corações.saúde: Anda com o sistema respiratório fragilizado, seja prudente e proteja a sua garganta. Dinheiro: Poderá sofrer uma mudança repentina no seu local de trabalho, esteja atento e seja receptivo à mudança.

Carta Dominante: 10 de Copas, que sig-nifica Felicidade.amor: Cuidado com os falsos amigos. Não seja tão ingénuo com quem não conhece bem.saúde: Aconselha-se uma dieta.Dinheiro: Está a passar por um momento positivo neste campo da sua vida, aprovei-te-o para progredir profissionalmente.

Carta Dominante: A Papisa, que signifi-ca Estabilidade, Estudo e Mistério.amor: Altura de harmonia e muita paz a nível amoroso, aproveite-a em pleno. saúde: Pratique exercício físico e faça uma alimentação mais equilibrada.Dinheiro: Seja mais prudente na forma como gere as suas economias.

Carta Dominante: Rei de Copas, que significa Poder de Concretização, Respeitoamor: Se der ouvidos a terceiros poderá sair prejudicado na sua relação amorosa.saúde: Procure descansar as horas neces-sárias para o seu bem-estar.Dinheiro: Não gaste mais do que aquilo que a sua conta bancária permite.

Carta Dominante: 2 de Paus, que signifi-ca Perda de Oportunidades.amor: Partilhe a boa disposição que o in-vade com quem o rodeia. saúde: tenha mais cuidados com os rins, beba muita água.Dinheiro: É possível que venha a obter aquela promoção que tanto esperava.

Carta Dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões.amor: Não deixe que o seu orgulho fira a pessoa que tem a seu lado, seja mais com-preensivo e aprenda a ouvir.saúde: Faça uma caminhada.Dinheiro: Tente fazer um pé-de-meia, pois mais tarde poderá vir a precisar de um dinheiro extra.

Carta Dominante: 5 de Paus, que signi-fica Fracasso.amor: Poderá vir a ter uma zanga com um familiar, mas não se preocupe que tudo se resolverá.saúde: Cuidado, o seu sistema imunitário anda frágil.Dinheiro: Seja prudente na forma como administra a sua conta bancária.

Carta Dominante: A Imperatriz, que sig-nifica Realização.amor: Não deixe que a rotina tome conta da sua relação e use e abuse da criativida-de.saúde: Cuide mais da sua saúde espiritual cultivando pensamentos positivos.Dinheiro: Não gaste mais do que aquilo que realmente pode, não se esqueça das contas que tem por pagar.

Carta Dominante: Rainha de Espadas, que significa Melancolia, Separação.amor: Ponha de parte essa sua mania de ser o mais importante, deixe que o amor invada o seu coração, aproveite o roman-tismo.saúde: Cuide da sua alimentação.Dinheiro: Boa altura para comprar aquela peça de vestuário de que tanto gosta, in-vista mais em si pois bem merece.

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pIntura De maurIzIo lanzIlotta – “lanDsCape BY heart”Exposição Temporária, intitulada Mamíferos de Àgua Doce, e a nova Sala de Experimentação Animal, estão abertos ao público no Flu-viário de Mora. A par destas duas inaugurações, foi também lançado o Catálogo do Fluviário de Mora.Patente na exposição ficará um grande terrário que acolherá um casal de Musaranhos-de-água, um pequeno e interessante mamífero que ocorre no Norte e Centro do país e que depende dos cursos de água doce para sobreviver.Foi feita em colaboração com o De-partamento de Biologia Animal da Faculdade de Ciências da Universi-dade de Lisboa, com produção de conteúdos pelo Doutor Francisco Petrucci-Fonseca.

évora

Chartres en lumIÈresAté 31 de Março de 2012 | Átrio dos Paços do ConcelhoMostra fotográfica do evento “Chartres en Lumières”, realizado na cidade francesa de Chartres, geminada com Évora, e que reúne todos os anos, desde 2003, quase um milhão de pessoas para assistir à iluminação cénica multicolor dos principais monumentos da cidade, durante mais de 100 noites.No dia da inauguração terá lugar uma conferência sobre o Patrimó-nio em Chartres. Info: 266 777 000Email: [email protected] | Site: www.cm-evora.ptOrg.: Câmara Municipal de Évora | Câmara Municipal de ChartresNota: Evento integrado nas Come-morações dos 25 Anos de Évora Património Mundial

exposIçãoévora

oFICIna moVImento – FormaçãoSEGUNDAS E QUARTAS | Antigos Celeiros da EPACSessões de dança contemporânea orientadas por Márcio Pereira.Horário: Segundas e Quartas | 19:00-20:30Info: 968 084 562Email: [email protected] | Site: www.escritanapaisa-gem.netOrg.: Colecção B – Associação Cul-tural (estrutura financiada pela Presidência do Conselho de Minis-tros – Secretaria de Estado da Cul-tura – Direcção-Geral das Artes)Nota: Inscrições através dos con-tactos disponibilizados.

évora

Danças Do munDo para CrIançasSEGUNDAS-FEIRAS | Espaço CeleirosAulas regulares de danças do mun-do para crianças.

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jazz jam sessIonTerças-Feiras | Coluna Maldita CaféA Coluna Maldita Café e o trio Evo-Jazz realizam uma noite de jazz, aberta à participação de outros músicos para tocarem o reportório de Jazz standards e improvisação.Horário: 22h00E-mail: [email protected].: Sérgio Bolota

músICaévora

CaBInet 1799 | ga-BInete De CurIosI-DaDes e InVulgarI-DaDes Do sIstema métrICo5 de Janeiro a 14 de Junho de 2012 | Casa da Balança – Unidade Muse-ológica de MetrologiaO Cabinet recebe aprendizes de história e coleccionismo dispostos a viajar até à revolução francesa e abre, no animatógrafo, o Livro 1 das História(s) do Sistema Métrico com as aventuras de dois sábios… Para maiores de 8 anos.Horário: quintas-feiras (com mar-cação prévia)Info | Marcações: 266 777 192Email: [email protected]: http://www2.cm-evora.pt/casadabalanca/Cabinet1799.htmOrg.: Câmara Municipal de Évora – Divisão de Assuntos Culturais

évora

estrelas De éVoraATÉ 17 DE FEVEREIRODiferentes olhares sobre o Patri-mónioEste concurso pretende fomentar a criatividade da juventude, atra-vés da promoção de uma reflexão sobre o Património da Cidade nos mais diversos campos artísticos, num ano em que têm lugar as comemorações do 25ºaniversário da atribuição pela UNESCO da importante classificação de Évora como cidade Património da Huma-nidade.Se tens entre 16 e 35 anos podes participar neste concurso. Consul-ta as normas de participação em www.cm-evora.pt.Info: 266 777 100

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Radar

Profecia Celestina

Sugestão de filme

Direcção: James RedfieldSinópse:

A Profecia Celestina é um best-seller, um fenômeno mundial, com mais de quatro milhões de exemplares vendidos. o livro fala de um antigo manuscrito escrito em Aramaico e encontrado nas florestas peruanas. ele revela nove visões essenciais para o crescimento espiritual da

humana, até a evolução transcorpo-ral eventual de nossa espécie.seu destino é chegar no alto das mon-tanhas dos Andes e compreender o significado contido nas nove visões anun-

ciadas no manuscrito peruano. Ao longo deste caminho, o leitor apreende e transporta pra dentro da realidade do seu dia-a-dia cada uma das visões.

humanidade.Cada capítulo é um passo, um degrau na escada da evolução, onde o leitor acom-panha as aventuras de um homem descobrindo a sua própria verdade através dos ?insights? que falam sobre o universo físico, a natureza

Comer, Orar, AmarDirecção: Elizabeth GilbertSinópse:

o projecto de elizabeth gilbert era visitar três lugares onde pudesse desenvolver um aspecto particular da sua natureza no contexto de uma cul-tura que tradicionalmente se destacasse por fazê-lo bem. em Roma, estudou a arte do prazer, aprendeu a

mente sábio, elizabeth empen-hou-se em quatro meses de explo-ração espiritual ininterrupta. em Bali, apren-deu a equilibrar o prazer sensual e a transcendência

divina. tornou-se aluna de um feiticeiro nonagenário e apaixonou-se da melhor maneira possível - ines-peradamente.

falar italiano e en-gordou os 23 kilos mais felizes da sua existência. Reservou a índia para praticar a arte da devoção. Com a ajuda de um guru nativo e de um cowboy do texas surpreendente-

Sugestão de livro

Page 16: Registo ed192

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Santiago do Cacém, na primeira linha da inovação do atendi-mento turístico. O projecto RITA (Rede de Informação Turística do Alentejo) foi apresentado no encontro anual de técnicos de turismo de câmaras municipais do Alentejo que decorreu na se-gunda-feira.

Trata-se de uma autêntica rev-olução do atendimento turístico a nível europeu porque os Postos de Turismo do Alentejo vão pas-sar a dispor de 50 mesas interac-tivas que permitem ao turista a criação dos seus roteiros ou seja o turista passa a ter “o Alentejo na ponta dos dedos”.

O projecto prevê ainda a cria-ção de 47 guias para telemóvel e vai reformular os painéis turísti-cos existentes na região.

Da responsabilidade da em-presa EDIGMA com a InfoPor-tugal, empresa portuguesa entre

a elite mundial de investigação no sector da interactividade este projecto da Turismo do Alentejo orçado em 258 mil euros foi apre-sentado em primeira mão, aos técnicos reunidos no Auditório Municipal António Chainho em Santiago do Cacém.

A Rede de Informação Turísti-ca do Alentejo vai avançar agora para o terreno. As mesas interac-tivas vão começar a ser instala-das nos Postos de Turismo.

Segundo António Arrais de Castro, um dos autores do pro-jecto RITA, “as mesas interac-tivas estão na vanguarda da tecnológica táctil e são fáceis de usar por todas as pessoas, mesmo por pessoas que não con-vivem diariamente com estes novos recursos tecnológicos”.

O objectivo é que o turista tenha todas as informações da região ligadas em rede. Ou seja, um tur-

ista que esteja em Évora e queira visitar Santiago do Cacém, pode através da mesa interactiva insta-lada em Évora, saber à distância o que está a acontecer em Santiago do Cacém, quais os locais de inter-esse turísticos, restaurantes, infor-mação cultural, etc.

“Os turistas poderão explorar um mapa interactivo com vários pontos de interesse, acedendo a informações como “onde comer”, “onde dormir”, “o que fazer”, visi-tar”, tempo, acontecimentos e ro-tas”, explicou ainda o responsáv-el da EDIGMA, reforçando que os “visitantes poderão adequa-damente planear a sua estadia e viagem”.

Para Vítor Proença, o Presi-dente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, presente na apresentação do projecto RITA, este “novo instrumento está en-tre os melhores do Mundo”.

Investimento

OGMA com mais capitalA Embraer Defesa e Segurança, empresa do grupo brasileiro aero-náutico, reforçou a sua participação accionista na OGMA, a oficina de manutenção de aviões em Alverca.A Embraer tem 70% da Ai-rholding, consórcio criado com a EADS - grupo fran-cês dono da Airbus - e que tem uma participação de 65% no capital da OGMA. Agora, a área de Defesa da fabricante brasileira de aviões chegou a acordo para comprar os 30% que pertencem à dona da Airbus, segundo avança a empresa brasileira.O consórcio foi formado em 2005, detendo 65% do capital da OGMA; os restantes 35% são detidos pela Empordef, ‘holding’ do Estado que agrega as participações na indústria da Defesa. Em Portugal, a Embraer avançou ainda com um investimento de 148 mi-lhões de euros em Évora, na construção de duas fábricas de componentes para jactos executivos.

Projecto pioneiro apresentadoem Santiago do Cacém

Turismo

D.R.

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O projecto prevê ainda a criação de 47 guias para telemóvel

«Garantir a segurança de pes-soas e bens é dever do Estado e indeclinável missão de sobera-nia. É também estratégico para o País que Portugal continue a ser referenciado como um País se-guro, como um destino seguro», afirmou o Ministro da Admin-istração Interna, Miguel Mace-do, na cerimónia da tomada de posse do novo Diretor Nacional da PSP, Paulo Valente Gomes, que decorreu em Lisboa, sob a presidência do Primeiro-Minis-tro, Pedro Passos Coelho.

«Um País seguro é também pressuposto essencial para superarmos as dificuldades económicas que atravessamos» acrescentou o Ministro, «porque só um País Seguro é capaz de atrair investimento, acolher e multiplicar as iniciativas em-presariais de que necessitamos».

«Nesta nova etapa» da PSP, em que o seu Diretor Nacional é, pela primeira vez, um oficial de carreira desta força de segurança, o Ministro da Administração Interna assinalou como prioridades fundamentais a melhoria e a intensificação da sua capacidade operacional, a modern-ização das suas estruturas e o reforço da sua credibilidade.

Novo director Nacional

PSP