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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Dezembro de 2011 | ed. 185 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Crise As ruas pouco se enfeitaram para a quadra, as lojas tentam vender, mas o comércio tradicional eborense parece estar pouco crente que o cenário possa melhorar. Este ano, nem o Natal deve salvar um ano negro no sector. Comerciantes ouvidos pelo Registo falam numa quebra de vendas na ordem dos 40%. E lamentam a falta de aposta na promoção do comércio tradicional. 08 D.R. Évora: Património em avaliação ICOMOS prepara relatório sobre estado de conservação do centro histórico. A cidade de Évora, que este ano assinala 25 anos de classificação como Património Mundial da UNESCO, está a ser alvo de uma avaliação do ICOMOS sobre o estado de conservação do património. As conclusões do relatório independen- te serão divulgadas no próximo dia 18 de Abril e serão posteriormente enviadas para o ICOMOS internacional, principal órgão consultivo daquela organização das Na- ções Unidas. Além de Évora, cuja avaliação técnica já foi iniciada, serão também objecto de análise os restantes sítios portugueses classificados Património Mundial. Natal “triste” para comércio em Évora Embraer Inauguração em 2012 Pág.07 A primeira das duas fábri- cas que a Embraer construirá em Portugal vai começar a produzir na segunda metade de 2012, confirmou o presidente executivo da empresa brasileira, Frederico Curado. “Apesar do momento difícil, em termos econó- micos, a Embraer decidiu preservar os investimentos em Portugal. D.R. 03 03 D.R. Cante Património imaterial Pág.13 A candidatura do Cante alentejano a Património Mundial, que será formalizada a 3o de Março, é pretexto para uma reflexão de José Rodrigues dos Santos sobre esta for- ma genuina de arte popular. D.R. 08

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Edição 185 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed185

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 15 de Dezembro de 2011 | ed. 185 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Crise As ruas pouco se enfeitaram para a quadra, as lojas tentam vender, mas o comércio tradicional eborense parece estar pouco crente que o cenário possa melhorar. Este ano, nem o Natal deve salvar um ano negro no sector. Comerciantes ouvidos pelo Registo falam numa quebra de vendas na ordem dos 40%. E lamentam a falta de aposta na promoção do comércio tradicional.

08

D.R

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Évora: Património em avaliaçãoICOMOS prepara relatório sobre estado de conservação do centro histórico.A cidade de Évora, que este ano assinala 25 anos de classificação como Património Mundial da UNESCO, está a ser alvo de uma avaliação do ICOMOS sobre o estado de conservação do património.

As conclusões do relatório independen-te serão divulgadas no próximo dia 18 de Abril e serão posteriormente enviadas para o ICOMOS internacional, principal órgão consultivo daquela organização das Na-

ções Unidas.Além de Évora, cuja avaliação técnica já foi iniciada, serão também objecto de análise os restantes sítios portugueses classificados Património Mundial.

Natal “triste” para comércio em Évora

EmbraerInauguração em 2012Pág.07 A primeira das duas fábri-cas que a Embraer construirá em Portugal vai começar a produzir na segunda metade de 2012, confirmou o presidente executivo da empresa brasileira, Frederico Curado. “Apesar do momento difícil, em termos econó-micos, a Embraer decidiu preservar os investimentos em Portugal.

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CantePatrimónio imaterialPág.13 A candidatura do Cante alentejano a Património Mundial, que será formalizada a 3o de Março, é pretexto para uma reflexão de José Rodrigues dos Santos sobre esta for-ma genuina de arte popular.

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Page 2: Registo ed185

2 15 Dezembro ‘11

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Godinho

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional

Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Dores de cabeça”

“Quem continuar a fazer a política da demagogia e da gritaria, como se estivés-semos há 5 ou 10 anos atrás, mostra que não per-cebe o momento em que vivemos e não merece o cargo político que ocupa”.

Uma das coisas que sempre abominei na política partidária é a tendência, quase ob-sessiva, para a politiquice de curto prazo. No fundo, focar-se apenas em pormenores, fait-divers do dia-a-dia, tentar apanhar o adversário em contramão, explorar alguma inconsistência e dramatizar o discurso. Esta realidade, bem patente em muitos dos de-bates a que assistimos no Parlamento, pro-voca um ruído enorme, desproporcionado, incrementado pela comunicação social e, se tem algum efeito de entretenimento pontu-al, esgota a paciência das pessoas no longo prazo.

E perdemos, depois, a noção do que é im-portante. De facto, quando estamos focados que disse o deputado A ou a acusação do deputado B, ou a culpa do dirigente C não estamos a debater e a decidir a economia, a educação ou o modelo de apoio social que queremos para o futuro.

Tudo isto a propósito de declarações que li no último fim-de-semana, com testemun-hos bastante lúcidos. De facto, um dos min-istros do governo anterior pelo qual sempre nutri bastante respeito e consideração foi Luís Amado. Na sua pasta dos Negócios es-trangeiros mas também nas suas interven-ções na política nacional, sempre mostrou ponderação, responsabilidade e capacid-ade de discernir o que é essencial do que é acessório e dispensável. Pois bem, voltou a mostrar isso numa conferência em defendeu uma grande “coligação de vontades” – não para colocar mais partidos no governo, mas para haja acordos mínimos e estruturados para os caminhos de Portugal. No fundo, que a acção política não se centre hoje na

Gerir o dia-a-dia ou liderar o futuro

Carlos sezõesGestor/Consultor

conquista do poder ou no desgaste perman-ente do adversário. Que os grandes partidos, com a adesão e acção positiva do Presidente da República, se centrem em compromissos na defesa de valores centrais, neste turbilhão político que é a Europa actual: a liberdade, a democracia, o humanismo, a solidariedade social. Que se mostre, para o exterior, uma imagem de um país de convicções e sentido de responsabilidade. Que se mostre que sa-bemos o que queremos e que estamos disp-ostos a sacrifícios temporários, em prol de uma visão de desenvolvimento futuro numa Europa mais integrada.

Quem continuar a fazer a política da demagogia e da gritaria, como se estivé-ssemos há 5 ou 10 anos atrás, mostra que não percebe o momento em que vivemos e não merece o cargo político que ocupa. Luís Amado, no seu tempo, era uma voz quase isolada num oceano de irresponsabilidade. Esperamos que neste ciclo politico, no lado do poder e também do lado das oposições, haja uma larga maioria de pessoas com sen-tido cívico e de estado, à altura dos desafios. E, em vez de gerir o dia-a-dia, tentarmos liderar o nosso futuro.

Num momento de crise económica e finan-ceira muitos acharão natural que o Min-istro da Saúde a invoque para que não se construam novos Hospitais. Naturalmente que aceitaremos essa decisão como medida de precaução e de evitar um aumento da capacidade instalada em cada região e no pais.

O Ministro da Saúde já anunciou que o Hospital de Todos os Santos em Lisboa deve avançar para substituir diversos eq-uipamentos obsoletos. Recorde-se que a região de Lisboa e vale do Tejo é de todas as que apresenta uma sobrecapacidade mais elevada e maiores custos de explora-ção.

No caso do Hospital de Évora o que está em causa é a substituição das actuais insta-lações por um novo equipamento adequado ao perfil de Hospital Central e de Urgência Polivalente que o mesmo deve desempen-har para toda a região Alentejo.

Em 2007 foi aprovado o Plano de Negó-cios onde se previa que em 2013 pudesse estar concluída esta infra-estrutura. Este plano previa a modernização de alguns serviços das actuais instalações e a criação de novos serviços, tais como a Radiotera-pia, a Ressonância Magnética, a Cardiolo-gia de Intervenção, os laboratórios de Pa-tologia Clínica e de Anatomia Patológica, a Unidade de Convalescença, a ampliação da Urgência, a concentração de Serviços, encerrando as desactualizadas instalações dos Canaviais para doentes crónicos de psiquiatria e da Rua Manuel de Olival onde funcionava o ambulatório de Psiquiatria.

Toda a intervenção foi realizada nas ac-tuais instalações, em benefício da popu-lação, promovendo uma maior raciona-lização, um aumento da produção (mais consultas, mais cirurgias de ambulatório, menos urgências, menos listas de espera).

Este esforço permitiu que o Hospital merecesse lugar de destaque no contexto nacional pelo trabalho desenvolvido pelos seus profissionais e pelo compromisso as-sumido com o equilíbrio das suas contas.

O Hospital tem recursos humanos de ex-celência, na área médica, da enfermagem, dos técnicos e dos auxiliares, a quem to-dos muito devemos. Entre 2005 e 2009 foi possível transformar o nosso Hospital, com a consciência que se estava a trabalhar no limite da capacidade operacional das ac-tuais instalações.

Já não é possível fazer mais nas actuais instalações e a sua continuidade representa um custo anual de exploração de cerca de 12,5 Milhões de Euros, em resultado da necessidade de duplicar serviços entre o edifício principal e o edifício do patrocínio (uma estrada Nacional separa estes dois edifícios), da falta de dimensão económica das enfermarias, da impossibilidade de implementar soluções logísticas mais efici-entes em instalações que foram concebidas a partir de projectos do norte da Europa da década de 60 do século passado! Por estas

Em defesa do novo Hospital Central de Évora

antónio serranoDeputado

razões, foi aprovado um Hospital de sub-stituição.

O processo avançou e está em curso. Foi lançado concurso para projecto e o vence-dor Arquitecto Souto Moura, tem trabalha-do com a Administração do Hospital para que a empreitada possa ser lançada breve-mente. Em nossa opinião este é um projecto que se paga a si próprio com as poupanças geradas em cada ano, pelas razões acima expostas, mas que pode contar com apoio de verbas comunitárias afectas à Região Alentejo.

O Estado não tem condições para trans-ferir as verbas de Capital Social em falta, necessárias ao avanço do investimento, nem existem condições para vender pat-rimónio. Coo inicialmente previsto.

A única possibilidade de avançar é o re-curso a verbas comunitárias existentes na Região. pelo que importa que as entidades locais e regionais se entendam para anal-isar este projecto, que é de facto o mais estruturante para a cidade e para a região.

Compete a todos os que trabalham no Hospital, à Universidade de Évora, que em muito pode beneficiar com este novo equipamento para o ensino das valências da área da Saúde, a todas as Câmaras Mu-nicipais do Distrito, à Comissão de Coor-denação da Região Alentejo, aos Partidos Políticos, à imprensa, aos utentes e amigos do Hospital, para criar um movimento es-clarecido de apoio a este investimento, que pode poupar recursos e, acima de tudo, melhorar a oferta dos cuidados de saúde para a toda a Região.

Não podemos aceitar que o Governo não esteja disponível para avaliar uma proposta que é vantajosa para todos. Recorde-se que a Câmara Municipal de Évora, realizou to-dos os trabalhos necessários para a insta-lação deste equipamento de Saúde e tem sido um parceiro desde a primeira hora para que o projecto se concretize. Agora não podemos ficar a meio caminho! Será que Évora está disposta para lutar por este equipamento? Eu estou!

“O Hospital tem recursos humanos de excelência, na área médica, da enfer-magem, dos técnicos e dos auxiliares, a quem todos muito devemos”.

Page 3: Registo ed185

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ActualConclusões de avaliação independente ao património da cidade serão divulgadas em abril do próximo ano.

ICOMOS avalia estado do património em Évora

Luís Godinho | Texto

A cidade de Évora, que este ano assinala 25 anos de classificação como Património Mundial da UNESCO, está a ser alvo de uma avaliação do ICOMOS sobre o estado de conservação do património.

De acordo com a presidente do ICO-MOS/Portugal, Ana Paula Amendoeira, os 12 sítios culturais classificados serão objectos de uma análise idêntica, sendo que a capacidade científica e técnica exis-tente obriga a que se avance por fases.

Os três primeiros relatórios – respec-tivamente sobre Évora, o Alto Douro Vi-nhateiro e o Pico – serão divulgados a 18 de Abril do próximo ano, no âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e dos Sítios.

“É um trabalho de avaliação indepen-dente do estado de conservação do pa-trimónio. Normalmente as avaliações enviadas para a UNESCO são feitas pelo Estado e nem sempre correspondem à re-alidade do que se passa”.

O ICOMOS é principal consultor da UNESCO na avaliação das candidaturas de bens culturais e mistos a incluir na lis-ta do Património Mundial, tendo ainda a missão de elaborar relatórios sobre o esta-do de conservação dos bens classificados.

“Pensamos que será útil um outro olhar, independente, sobre o estado de conser-vação e a salvaguarda dos sítios classifi-cados”, explica a presidente do ICOMOS/Portugal, acrescentando que os relatórios serão entregues ao próprio Estado e en-

relatório será enviado para organismos internacionais, Unesco incluída.

viados para os organismos internacio-nais com responsabilidades nestas áreas.

Segundo Ana Paula Amendoeira, as perspectivas “não são muito animadoras” pois “muitas vezes a protecção do patri-mónio não passa de retórica” política.

“Principalmente nas cidades, a especu-lação e os interesses sobrepõem-se com muita frequência à salvaguarda do patri-mónio. Toda a gente quer ter Património Mundial mas para criar um modelo de desenvolvimento económico e de rique-za que, no fundo, vai contra os valores do que se quer preservar”.

Trata-se de uma “contradição” que este

organismo pretende “discutir de forma clara e transparente” tendo como finali-dade “manter a autenticidade” dos bens classificados.

Em recente entrevista ao Registo, Ana Paula Amendoeira mostrou algumas reservas em relação ao trabalho feito em Évora depois da classificação pela UNESCO: “Évora continua a ser uma ci-dade deslumbrante mas tendo em conta os princípios gerais de gestão de cidades Património Mundial, e as normas inter-nacionais de conservação e dinamização dos centros históricos, podia ter sido feito um trabalho com mais qualidade”.

Além de Évora, também o Alto Douro Vinhateiro e o Pico serão objecto de avaliação.

D.R.

O executivo da Câmara Municipal de Ourique levará às reuniões de câmara e de Assembleia a proposta de orçamento e de opções do plano para 2012 no valor de 18,8 milhões de euros, menos 4 milhões de euros do que o valor orçamentado em 2011, o equivalente a uma redução de 18 por cento.

Os cortes afectarão todos os secto-res do município, com maior inci-dência ao nível dos projectos e infra-estruturas, actividades culturais e desportivas, bem como a redução de custos com pessoal.

Segundo a autarquia, as medidas de contenção da despesa visam adaptar os recursos à redução em mais de 1 milhão de euros de recei-tas provenientes do Orçamento do Estado, à diminuição significativa das receitas com impostos muni-cipais e ao agravamento da carga fiscal e dos custos com a banca.

A mesma fonte indica que a Câma-ra Municipal de Ourique se confron-ta desde 2005 com “uma situação financeira muito complexa, fruto de uma divida herdada de cerca de 20 milhões de euros, que compromete a sua acção junto da banca e de forne-cedores”.

Ourique corta orçamento

Economia

A Câmara de Évora obteve uma receita extraordinária de 1,7 milhões de euros com a venda de 11 lotes de terreno em hasta pública.

Apenas uma empresa imobiliária apresentou propostas, tendo arrema-tado a totalidade dos lotes colocados à venda.

Um dos terrenos situa-se próximo do Rossio de São Brás. Os restantes, cuja conclusão das infra-estruturas obrigará a um investimento suple-mentar superior a 1 milhão de euros, localizam-se na Tapada de São Ma-tias, estando prevista a construção de habitação e área comercial.

Terrenos valem 1,7 milhões

Évora

A taxa de execução do Programa Opera-cional do Alentejo mais do que duplicará este ano passando dos cerca de 10 para 21 por cento, o que equivale a 183 milhões de euros de fundos comunitários.

João Cordovil, presidente da Comissão

InAlentejo duplica execução

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de Coordenação e Desenvolvimento Re-gional do Alentejo, adianta à Diana FM que a taxa de execução situava-se, a 30 de Novembro, em “cerca de 21 por cento”.

Ainda que admitindo estes resultados como “insuficientes”, João Cordovil frisou

que o programa está em aceleração desde 2010 [altura em que iniciou funções como presidente da CCDR], depois de três pri-meiros anos que foram “de lançamento”.

O InAlentejo tem uma dotação global de 869 milhões de euros.

Page 4: Registo ed185

4 15 Dezembro ‘11

Em Varsóvia foram fechados.Por cá também. Não levantaram

um muro à nossa volta, nem an-dam armados até aos dentes com cães de guarda presos pela trela, nem fazem rondas de carros blin-dados, nem ainda disparam indis-criminadamente antes de pergun-tar, mas cercaram-nos, deram-nos um nome e mesmo antes de nos julgar lançaram um veredicto. So-mos maus, somos culpados e te-mos de nos penitenciar e aceitar a nossa sorte e ficarmos quietos no lugar que nos destinaram.

No gueto, em Varsóvia, as pes-soas não tinham direitos, nem o direito de serem gente.

Por cá também não.É certo que temos uma Consti-

tuição e habitamos um território que afirmam ser nosso e temos um Parlamento e exército e polí-cia, também temos uma língua velha de séculos e mar, muito mar e um cemitério com 92090 km2.

Temos Constituição que não se cumpre, que é apenas um papel votado por um parlamento que já não decide. O nosso exército é feito de homens e mulheres e de generais, muitos generais que generalizam sem exercitar, é um exército parado de costas viradas, ofuscado pelo brilho das comen-das, pelo chão encerado dos gabi-netes.

O território, ah o território... é feito de cidades viradas ao mar e de deserto, muito deserto com poucas pessoas, errantes, à espera que um dia o nevoeiro chegue e tudo floresça, à espera que tudo volte a ser o que nunca foi.

Também temos líderes, mas são fictícios, como em Varsóvia limitam-se a transmitir as ordens que recebem do lado de fora do gueto, sem se importarem com o nosso destino, porque eles sa-

bem bem que o nosso destino é o fim e querem fugir-lhe, eles e os seus. Querem à custa das nossas vidas, assegurar as suas próprias. Vendem-nos em troco de um lugar à lareira e de uma confortável ra-ção.

Temos polícia é verdade. Mas como em Varsóvia a nossa polícia existe apenas para evitar a revolta, obedece aos obedientes lideres em troco das migalhas que vão apan-hando e assim vivem adiando o seu próprio fim.Em Varsóvia morriam de doença porque não tinham hospitais e os médicos morriam de desespero porque não tinham com que curar.Cá também.Em Varsóvia as crianças iam à escola, não para aprenderem a crescer, a tomarem nas mãos o seu próprio destino. Iam à escola para que a submissão lhes fosse insti-lada, como um veneno.Por cá também.Em Varsóvia morria-se aos pou-cos.Por cá também.Em Varsóvia no gueto, as pessoas usavam uma estrela amarela no peito.Por cá ainda não...

Actual

situação na fábrica da Kemet analisada por Hugo Fernandes. empresa colocou 30 trabalhadores em “lay off”.

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ASSEMBLEIA GERALConvocatória

Nos termos do artigo 18º, nº2, alinea a) dos Estatutos da ACDE- Associação Comercial do Distrito de Évora, convoca-se a Assembleia Geral da ACDE para reunir na sua sede, sita na Praça do Giraldo, n.º65, Évora,no dia 19 de Dezembro de 2011, pelas 20h, com a seguinte ordem de trabalhos:

1- Plano de Actividades e Orçamento para 20122- Diversos.

A Assembleia Geral é constituída por todos os associados no pleno uso dos seus direitos, nos termos do disposto no artigo 15º dos Estatutos e reunirá, em segunda convocatória, com qualquer número de associados presentes, uma hora depois da supra indicada.

Évora, 6 de Dezembro de 2011

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral( Sandra Isabel Antunes Dourado Silva)

Nos últimos anos temos assistido a um esforço enorme dos Governos Portugueses no apoio ás empresas, este não foi excepção, é inclusive o Orçamento de Estado com o valor mais elevado de sempre.

Várias são as formas desses apoios serem atribuídos, no âmbito do desenvolvimento, da competitivi-dade, da inovação e ou, aumento ou criação de novos postos de trabalho. Mas também por razões de dificul-dades económicas que estas atraves-sem, por questões de mercado, estru-turais, tecnológicos ou catástrofes.

Se na primeira forma o dinheiro vem de vários programas de apoio promovidos pelo Ministério da Economia, através de candidatura das empresas, na segunda, estas, dispõem de ferramentas na Legisla-ção Laboral, como por exemplo, a suspensão temporária dos contrac-tos de trabalho ou Lay off, ficando 70% dos encargos salariais dos tra-balhadores abrangidos a cargo da Segurança Social.

Juntando um mais dois, chegamos á simples conclusão que em ambas as situações o dinheiro vem do Es-tado Português, logo, é resultado dos nossos impostos e contribuições, o que faz de todos nós, independente-mente de serem empresas privadas, interessados directos na distribuição destas mais valias.

Num período em que nos são pe-didos esforços enormes de conten-ção de custos, perda de qualidade de vida e direitos, ao contribuinte torna-se fundamental ver a aplica-ção do seu esforço bem empregue.

Desta forma, uma empresa, a par-tir do momento em que se serve do Erário Publico para se desenvolver ou fazer frente a um período difícil, tem responsabilidades acrescidas para com o País, para com os contribuintes e os seus trabalhadores.

As entidades responsáveis por

Interesses - públicos ou privados?HUGo FernanDesoperário

aplicar os nossos recursos, têm o de-ver de avaliar e fiscalizar muito bem, quem a eles recorre, para não haver aproveitamento ilícito da crise. É nos processos de pedidos de ajuda, para fazer frente a período de actividade difícil, que mais duvidas se levantam.

Pois, a aplicação da suspensão temporária dos contratos de trabalho ou Lay off, entre várias condições, implica por parte das empresas, ha-ver comunicação e negociação com as estruturas de representação dos trabalhadores sobre aplicação da medida, a apresentação de funda-mentos económicos, financeiros ou técnicos e critérios de selecção dos trabalhadores a abranger.

Condições estas, que grande parte das empresas representadas pelas suas direcções e devido á real gravidade da situação económica em que se encon-tram quando têm de recorrer ao Lay off, apresentam de forma transparente, sem conflitos com os trabalhadores pois estes são a parte principal na re-cuperação das empresas, com critérios justos, em suma, tratam o processo com a seriedade que este merece. Mas nem sempre é assim, aí, também cabe a nós cidadãos e contribuintes, interes-sados directos, exigir que assim seja.

No passado mês de Outubro a di-recção da multinacional norte ameri-cana KEMET em Évora, anunciou à Autoridade para as Condições de Tra-balho e Segurança Social um processo de Lay off para dia 7 de Novembro, por um período de 6 meses, a aplicar a 30 trabalhadores.

Processo esse, que por erros pro-cessuais que a empresa não cum-priu na fase de comunicação e ne-gociação com os representantes dos trabalhadores, ficou á partida sem efeito. Avançando então para novo processo que teve inicio no passado dia 30 de Novembro.

É do conhecimento público que, nos últimos 3 anos a KEMET recebeu de

apoios do estado cerca de 5 milhões de euros, para aplicação de um Lay off em 2009, o qual viria a ser con-siderado ilegal pela Autoridade para as Condições do Trabalho, através dum pedido de intervenção feito pelo Sindicato das Industrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI), mas também, para inovação, desenvolvimento e criação de postos de trabalho.

Hoje, o conhecido é uma di-minuição progressiva dos postos de trabalho e reina um sentimento de injustiça entre os trabalhadores em Lay off, por os fundamentos apre-sentados serem insuficientes, por saberem que estão em casa com 2/3 do vencimento e a empresa recor-rer a trabalho extraordinário, por a empresa ter aproveitado o Lay off e ter afastado toda a estrutura de representação dos trabalhadores Sindical e de Saúde e Segurança, por a empresa ter usado como crité-rio avaliações de desempenho (são confidenciais) ilegítimas cotando os trabalhadores num ranking sem dar a conhecer o todo de modo a haver termo de comparação e def-esa, por saberem que no meio deste processo a direcção não abdica de reuniões em hotéis de luxo, por sa-berem que a KEMET apresentou em 2010 lucros de várias centenas de milhões de euros…

Os trabalhadores da KEMET apoia-dos pelo SIESI, agendaram como for-ma de protesto, pelo que consideram ser uma medida punitiva e uma má aplicação do Erário Público (dinheiros do País) para dia 15 de Dezembro ás 10h30m, uma concentração á porta da empresa e apelam á solidariedade de causas e classes de todos os trabal-hadores, movimentos e população em geral, para que se juntem a eles.

Quando tanto se fala em solidar-iedade, ela começa aqui!! Dia 15 de Dezembro, 10h30m junto á KEMET, participa e mobiliza!!!

“No gueto, em Varsóvia, as pessoas não tinham direi-tos, nem o di-reito de serem gente”.

O guetoMiGUel saMpaiolivreiro

Page 5: Registo ed185

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6 15 Dezembro ‘11

Actual

autarca garante que obras vão “respeitar um edifício emblemático”de grande valor arquitectónico.

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A Câmara Municipal de Évora con-vidou toda a população a visitar a exposição/concurso “Árvores de Natal Recicladas” e a eleger a árvore da sua preferência, que durante esta quadra festiva irá ocupar o espaço da Praça de Giraldo e da Praça de Sertório.

Nesta iniciativa, promovida pela autarquia, participaram estabeleci-mentos de ensino do concelho, asso-ciações de pessoas com deficiência, agrupamentos de escuteiros e outras entidades, com um total de 35 árvores.

A população elegerá a sua árvore preferida, através de preenchimento de boletim de voto que se encontra disponível nos Paços do Concelho, habilitando-se também ao sorteio de um telemóvel.

Árvoresrecicladas

Évora

Câmara de Reguengos investe 600 mil euros no mercadoprojecto irá dar “nova vida” ao mercado. obras estarão concluídas em 2012.A requalificação do Mercado Municipal de Reguengos de Monsaraz, um investi-mento de quase 600 mil euros, vai avan-çar no início do próximo ano. O contrato de consignação da obra já foi assinado e a execução da empreitada tem um prazo previsto de 270 dias.

A proposta tem como objectivo pro-mover a modernização e requalificação do Mercado Municipal, conferindo uma nova vida ao edifício e integrando-o em várias intervenções na zona circundante que permitirão à população usufruir de um espaço variado e interessante.

O edifício será dividido em quatro zo-nas independentes, permitindo o seu uso em diferentes dias e/ou em horários

distintos. Assim, haverá uma área desti-nada à administração e ao posto de turis-mo municipal, outra que será para café, uma zona de lojas e ainda outra para o mercado.

A requalificação do Mercado Munici-pal será financiada a 80 por cento pelo Programa Estratégico da Rede Terras de Sol.

José Calixto, Presidente da Câmara Mu-nicipal de Reguengos de Monsaraz, con-sidera que “a preocupação fundamental desta operação é respeitar um edifício emblemático da cidade, a que se reconhe-ce um grande valor arquitectónico”.

O autarca afirma ainda que “a operação visa, através de intervenções cirúrgicas, adaptar o edifício às necessidades con-temporâneas sem desvirtuar a sua matriz original”.

Contrato de consignação já foi assinado.

A Câmara Municipal de Beja está a preparar para o próximo dia 31 de Dezembro uma grande noite de fim-de-ano na Praça da República. “Boa Disposição” é o mote para esta noite que pretende reunir uma vez mais os bejenses no centro da cidade, numa noite marcada pela alegria e diversão para todos os gostos e idades.

Para aquecer a noite, sobem ao pal-co, pelas 23h00 a Orquestra Chave D’ Ouro que brindará os visitantes com quase duas horas de muita música (e dos seus grandes êxitos) e animação e dará também a todos as boas vindas ao novo ano.

Chegam depois os Sonido Andaluz que prometem animar a noite com a sua energia e boa disposição até às 3 da manhã, hora a partir da qual o DJ Mikas entra em cena até ao encerra-mento de uma noite que se pretende memorável.

Festana praça

Beja

A Câmara de Santiago do Cacém aprovou a resolução sancionária dos contratos das empreitadas da EM 550 (Estrada das Ruínas), da requalificação dos Eixos Urbanos Estruturantes e da requalificação urbana de três bairros em Vila Nova de Santo André.

A autarquia alega “incumprimento do contrato” e refere que a empresa responsável por estas três empreita-das “está em processo de insolvência, tendo abandonado os trabalhos”

A autarquia preocupada com a actu-al situação encontra-se a executar por administração directa trabalhos de regularização no pavimento da Estra-da das Ruínas, com vista a minimizar os enormes impactos causados aos utilizadores desta via.

Autarquiasanciona

Santiago do Cacém

D.R.

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7

Exclusivopresidente da empresa brasileira de aviação confirma que novas unidades estarão prontas em 2012.

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Embraer mantém fábricas em Évora

A primeira das duas fábricas que a Em-braer construirá em Portugal vai come-çar a produzir na segunda metade de 2012, confirmou o presidente executivo da empresa brasileira, Frederico Curado. “Apesar do momento difícil, em termos económicos, a Embraer decidiu preservar os investimentos em Portugal.

O investimento total está estimado em 148 milhões de euros, e prevê criar 570 pos-tos de trabalho directos e mil indirectos.

A outra unidade, também em Évora, vai produzir componentes em fibras de carbono e de vidro para asas e fuselagem dos aviões. “São estruturas utilizadas nos carros de Fórmula 1 e que cada vez mais se utilizam em aviões”, explicou Frederi-co Curado.

Até Fevereiro, o objectivo é concluir as duas fábricas assim como os respectivos acessos às instalações (estradas, estacio-

Calendarização mantém-se: primeiras peças serão pro-duzidas em 2012.

namentos, etc.). A empresa depara-se com problemas na área da logística e trans-porte destas peças para o Brasil, uma vez que os acessos rodoviários até aos portos

nacionais, em particular Sines, não são a solução ideal.

Responsáveis da empresa estão a reu-nir com as administrações dos portos em

busca de uma solução mas o plano B da empresa passa por enviar os componen-tes fabricados em Portugal para Bilbau.

Segundo a calendarização acordada com as autoridades portuguesas, em Agosto de 2012 serão produzidas as pri-meiras peças e a produção total estará em funcionamento no verão de 2013. A Embraer está também a apostar em forne-cedores portugueses, tendo seleccionado uma lista de fornecedores da indústria automóvel e já certificou quatro empre-sas nacionais. Até ao fim do ano, espera ter um total de 15 empresas qualificadas como fornecedoras.

Esta semana, o “gigante” brasileiro da aviação assinou um novo contrato com o Estado português, no valor de 57 milhões de euros, destinado à produção do car-gueiro militar KC-390 destinado ao trans-porte logístico e reabastecimento em voo. O projecto será financiado por fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacio-nal (QREN) e fontes alternativas de finan-ciamento, caso o QREN não seja suficien-te ou não se aplique.

Presidente da Embraer, Frederico Curado, reafirma investimento da empresa em Évora.

D.R.

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Comerciantes de Évora com poucas expectativas para o que ainda falta da época festiva criticam a

Comércio vive pior Natal dos últimos anos

Pedro Galego | Texto

As ruas pouco se enfeitaram para a qua-dra, as lojas tentam vender, mas o co-mércio tradicional eborense parece estar pouco crente que o cenário possa melho-rar. Este ano, nem o Natal deve salvar um ano negro no sector. Em Évora, quem vive deste negócio diz ter poucas expectativas para o que ainda falta da época festiva e aponta a falta de coordenação entre as entidades como um dos factores que mais tem prejudicado a actividade.

Quem passeia na rua por estes dias transporta consigo, não raras vezes, al-gum sacos de compras, mas a esmagadora maioria parece ter apenas atenções vol-tadas para os estabelecimentos das mar-ca internacionais, os chamados “fran-chising”, que por serem sustentados por grandes máquinas financeiras não apa-rentam passar por um período tão con-turbado. São sobretudo os comerciantes tradicionais quem mais sente, mais uma vez, a crise.

“De um modo real estamos muito abai-xo das expectativas geradas. Nem pare-ce Natal em Évora”, disse ao Registo Rui Vieira, comerciante do sector da ilumina-ção e decoração.

“Os resultados até à data estão com um decréscimo de 40% em relação ao ano passado. As estimativas são de que possi-velmente se vai manter este decréscimo, a não ser que de facto exista um milagre”, refere, acrescentando que apesar de tudo têm “procurado uma boa oferta aos me-lhores preços e sobretudo a aposta no seg-mento alto, que é quem ainda vai efectu-ando compras no comércio tradicional”.

“Contudo, não passam de estratégias que pouco ou nada ajudam, pois a falta de uma estratégia comum para Évora, so-bretudo entre a Câmara e Associação Co-mercial do Distrito de Évora, envolvendo todos os comerciantes, não existe e isola-damente não se consegue nada de espe-cial”, especifica.

Por seu turno, Gaudêncio Cabral, com negócios de família ligados ao sector do vestuário, confessa que está a “encarar a época como uma grande preocupação, pois nada tem a ver com os anos anterio-res”. Já na caixa registadora, “os resultados têm sido os de dias normais do ano, nada de excepcional como seria de esperar nes-ta época”.

O comércio tradicional, por costume e tradição, apenas começa a fazer alguns descontos e promoções no final das épo-cas altas do consumo. O mesmo inquirido confirma que os pequenos comerciantes não têm a margem de facilitar e baixar

preços mais cedo. “Não entramos nessa política, mas no

nosso ramo as grandes marcas já começa-ram com as grandes promoções que são os avanços de saldo, mas só essas estruturas o podem fazer. No pequeno comércio co-meçar a fazer promoções já é matar o ne-gócio”, assegura.

Já nos consumidores as opiniões diver-gem. “Eu gosto de comprar no comércio tradicional. Em Portugal as pessoas cos-tumam deixar tudo para última hora, mas isso só o podemos confirmar no dia 24. Aí é que se vai perceber se as famílias vão cortar a sério, ou vão ser forçadas a cortar no que costumam comprar”, disse à nossa reportagem Alexandre Pereira, depois de comprar alguns presentes, en-quanto tomava um café na Praça do Gi-raldo.

Sobre o chamariz exterior, os grandes centros comerciais que em Évora não existem, as opiniões dividem-se. “Só com-pensa ir a Lisboa, ou ao Montijo se for para fazer muitas compras. Para comprar uma ou duas peças de roupa as pessoas deviam escolher o comércio tradicional, que embora por vezes pratique preços mais caros, não vão gastar dinheiro em alimentação e viagens”, explica Maria da Luz Santos, que também fez algumas compras no centro da cidade.

“As lojas da cidade são muito caras. Compor aqui mas nas marcas interna-cionais, que apresentam melhores condi-ções. Em tempo de crise temos que pou-par assim. O Natal vai ser mais poupado. Só comprar presentes para três ou quatro pessoas. Mas também é uma pena a cida-de estar despida de enfeites. Tem que se cortar em algum sítio. A gente percebe”, afirma Lurdes Alberto.

A juntar aos dias cinzentos e frios, que nada favorecem um centro comercial ao ar livre, como se pretende que seja o cen-tro da cidade, a austeridade orçamental restringiu, mais uma vez as iluminações natalícias, que sempre estiveram a cargo da Câmara de Évora.

Em 2011, nem as colunas que costuma-vam tocar cânticos desta quadra tiveram lugar nas principais artérias do Centro Histórico. A única identificação de que de facto estamos em Dezembro é a presença de uma árvore de Natal na Praça do Gi-raldo, acompanhada por fios de luz que enfeitam as arcadas. Mais nada.

O orçamento municipal para esta des-pesa foi cortado na totalidade, tendo sido gasta apenas uma quantia simbólica na árvore de Natal, aproveitando material de outros anos, um pouco à semelhança do que acontece em boa parte do país.

Falta animação no centro histórico de Évora. Comerciantes falam em quebra de vendas na ordem dos 40%. “se a Câma-ra não pode ajudar, quem pode?”, pergunta comerciante.

Falta articulação entre entidadesPedro Galego | Texto

Entre os problemas de carácter orça-mental das famílias já conhecidos e a falta de entendimento entre enti-dades, os comerciantes reconhecem que a estratégia deveria estar melhor definida, e apontam algumas críticas ao poder local.

“Como é possível Évora estar no limiar do terceiro-mundismo em rela-ção à capacidade de criar iniciativas e aproveitar de facto a cidade no seu todo. O que se verifica é que não tem atracti-vidade alguma nem para os residentes nem para quem nos visita. A falta de estacionamento é o maior erro que se fez até hoje e o principal factor de deser-tificação comercial da cidade. No fundo existe uma total incapacidade e um desapoio completo desta Câmara para com o comércio”, considera Rui Vieira.

Já Luís Borges, proprietário de uma loja de informática, explica de forma pragmática o retrato da sociedade e da realidade no comércio: “Não há di-nheiro. Os bancos não têm dinheiro, as famílias não têm dinheiro, as empresas não têm dinheiro, o Estado não tem dinheiro, a Câmara não tem dinheiro. Tudo o resto são consequências”

“Neste ponto a crise é madrasta, pois quando a Câmara não pode ajudar, quem pode? Pode haver mais-valias para o comércio com iniciativa, e o exemplo foi o sucesso da pista de gelo há dois anos. Mas estamos solidários com as opções que a câmara e as entida-des da cidade tomaram, ou seja, pouca animação e iluminação”, refere com alguma ironia Gaudêncio Cabral.

As soluções, para os comerciantes passam pela criação de infra-estruturas de apoio, e uma melhor relação entre as entidades, embora reconheçam que exista muito pouca margem de mano-bra devido às restrições orçamentais, no fundo, de toda a sociedade, também da parte de quem consome.

“Devia dotar-se a cidade de infra-estruturas dignas de modo a atrair mais pessoas, como esplanadas, estaciona-mento, acessos pedonais de qualidade e sobretudo uma concertação de esforços dos vários agentes na animação da ci-dade, dar relevo à marca Évora”, defen-de Rui Vieira, que aponta ainda para a falta de união entre comerciantes um dos factores do insucesso.

“Os comerciantes deveriam unir-se, o que nunca se conseguiu, e aqui, a au-tarquia deveria ter a capacidade de ter

Comerciantes e consumidores queixam-se de falta de promoção e da ausência de iniciativas capazes de dinamizar o comércio tradicional de Évora num ano marcado pela crise.

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falta de coordenação entre as entidades, factor que tem prejudicado a actividade económica.

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Falta articulação entre entidades ACDE acredita em resultados positivosPor iniciativa da Associação Comercial do Distrito de Évora (ACDE), na cidade Património Mundial, 210 famílias vão ser ajudadas com vales de compras no valor de 50 euros para serem gastos no comércio tradicional. A campanha Évora Distrito Mágico, segundo a ACDE está a correr “como possível”, mas é positivo o resultado até ao momento.

“Há 30 empresas a colaborar nesta campanha, mas esperávamos um pouco mais. Mesmo os comerciantes não estão habituados em investir em publicidade, mas o objectivo é proporcionar a mui-tas famílias um Natal melhor, e ainda

ajudar o comércio tradicional”, disse ao Registo Mariana Calado, secretária-geral da ACDE, que propôs ao município que parte da verba que seria destinada a iluminações de Natal fosse entregue a famílias carenciadas.

Quanto às preocupações expressadas pe-los comerciantes, a responsável considera que “há um efeito psicológico nas pessoas que as leva a não comprar tanto”, mas ainda acredita em melhores dias. “Parece-nos que até ao Natal os comerciantes ainda vão poder aumentar as vendas. As pessoas continuam a comprar, mas agora esco-lhem os presentes úteis”, considera.

Comerciantes e consumidores queixam-se de falta de promoção e da ausência de iniciativas capazes de dinamizar o comércio tradicional de Évora num ano marcado pela crise.

um papel conciliador de modo a poder ter uma estratégia comum para o bem colectivo”, aponta o comerciante como possível solução.

“De certeza que se existir um plano bem explicado a confiança será au-tomática por parte dos comerciantes para poderem contribuir de todos os modos desde a requalificação dos seus edifícios, na partilha de custos de segurança, nas actividades de rua, no alargamento de horários, no fundo no que fosse necessário para que a sobrevi-vência possa de facto existir”, resumiu.

Por seu turno, Gaudêncio Cabral, assu-miu que a estratégia para o mês do Natal deve ser pensada atempadamente.

“Poderia haver uma estratégia entre

as várias entidades da cidade para a animação, mas esta estratégia tem de ser começada a ser trabalhada em Ju-nho e não a um mês do Natal. Não exis-te coordenação no sector e os próprios comerciantes estão distantes uns dos outros e desconfiam uns dos outros, é um sector que não se compreende, pois se fosse mais unido não existiria um fosso de desorganização”, reconhece.

“Nem dá vontade de comprar nada. Não se sente o espírito, mas os tempos não estão para despesas destas”, reco-nhece o reformado Arménio Rosado, que este ano não vai gastar dinheiro em presentes. “O pouco que tenho é para compor a mesa de Natal. Não dá para mais”, confessa.

Este ano, em Évora, não há animação pelo Natal. Decorações apenas as dos comerciantes.

Luís Pardal | Registo

Luís Pardal | Registo

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ligação Évora-Badajoz pode ser feita de raiz em bitola europeia, dado que espanha a está a construir

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Comboio promove competitividade

Francisco Sabino | Texto

Ainda e como eco das preocupações ma-nifestadas no artigo que o Registo publi-cou no passado mês de Junho, volto agora a abordar o tema das ligações ferroviárias de mercadorias procurando, desta vez, trazer para o conhecimento público mais alguma informação que reporto de singu-lar importância para os nossos interesses regionais e mesmo nacionais, relaciona-dos com esta temática.

Por cá, e no que a esta matéria diz res-peito, continuamos ainda a navegar à vista, sem que pareça que nos tenhamos apercebido da importância que tem para a nossa região o transporte ferroviário.

Parece que continuamos a esquecer que existe em Sines a maior infra-estrutura portuária do País, que em 2011, passou a ser o principal porto de movimentação de carga contentorizada, consagrando-se de-finitivamente como Hub internacional na ligação com a América do Sul, o Médio

troço Évora – Badajoz, uma vez construído, vai permitir a redução do tempo de trânsito de mercadorias entre sines e a fronteira com espanha, segundo a reFer, das actuais 8 horas para 4 horas e meia.

e o Extremo Oriente. Um acordo assinado em 1 de Julho des-

te ano, com as autoridades portuárias de Santos, no Brasil, fez de Sines o maior por-to exportador do País.

O aumento da capacidade de armaze-nagem de gás natural ali instalada, vai permitir a auto-suficiência do país. A ampliação do terminal XXI e a dotação de mais pórticos para a carga e descarga dos mega porta contentores de 13.000 TEU*, vindos do Canal do Panamá, vai permitir a movimentação de 1 000 000 TEU ano.

Não se percebe assim, apesar da crise de valores que nos assola, tamanha demora na tomada de decisão relativamente ao que nos deve mover e até mobilizar em torno de um desígnio que é também na-cional.

Os portos, e aqui não conta apenas o de Sines, mas o de Setúbal, o de Lisboa, o da Figueira da Foz, o de Aveiro, o de Leixões, bem como todos da orla algarvia, são infra-estruturas que nos desenham uma nova centralidade, nesta periferia euro-peia, que nos coloca em posição vantajo-sa em relação a países do Centro da Euro-pa, desta união que cada vez o é menos. E isso deve ser razão bastante para nos pôr de acordo em relação ao cabal aproveita-mento deste recurso estratégico que é o mar, e do enorme potencial que nos está sob guarda na nossa plataforma conti-nental.

Mas se em nós tarda a perceber o que nos interessa, o mesmo não acontece na vizinha Espanha.

Senão, vejamos: O governo Basco exer-ceu durante o ano de 2010 uma inten-sa actividade de lobbying, visando a criação de um corredor para transporte ferroviário de mercadorias, que prevê a articulação de plataformas e das redes multimodais existentes nos países do Arco Atlântico (no caso Portugal, Espa-nha e França).

Em resultado desta iniciativa, em 19 de Outubro de 2011, o governo Basco e a Aquitânia vêem aprovado por Bruxelas o Corredor Ferroviário do Atlântico-CFA, no quadro do próximo pacote financeiro 2014 – 2020. Esta proposta de ligação da Península Ibérica a França será consti-tuída pela linha que parte de Hendaya (França) / Irún (Espanha) em direcção a Valladolid e Medina del Campo, bifur-cando depois em três direções: Vilar For-moso – Aveiro – Eixo Norte-Sul de Portu-gal (incluindo porto de Leixões); Galiza e Madrid por Ávila.

Além do Corredor Atlântico, a Comissão Europeia aprovou o Corredor Mediterrâ-neo (FERRMED) que ligará França – Bar-

A única ligação electrificada vinda de Espanha é a que está a ser construída para a Alta Velocidade, e essa entrará em Portugal pelo Alentejo... Nenhuma outra ligação ferroviária vinda de Espanha está electrificada.

celona – Algeciras, e ratificou também a ligação além-Pirinéus: Corredor Central (Projecto Prioritário 16 da Rede Europeia de Transportes) que ligará a França – Cen-tro dos Pirenéus a Madrid, que em Puer-tollano bifurca para Algeciras e Badajoz – Sines, e que é aquela que nos interessa particularmente aqui tratar.

A Comissão Europeia aprovou o pri-meiro e segundo corredores, que farão parte da futura Rede Transeuropeia de Transporte - RTE-T, que será um conjunto coerente de linhas mistas de mercadorias e passageiros, com características norma-lizadas de bitola europeia e com sinaliza-ção ERTMS ** e electrificação europeia, o que permitirá uma total interoperabi-lidade ferroviária com todos os países da União Europeia.

Relativamente a esta matéria devemos reflectir no seguinte:

- A actividade de lobbying desenvolvi-da em prol da criação deste corredor fer-roviário de mercadorias para servir a fa-chada atlântica, de Lisboa a Roterdão, foi coroada de êxito;

- A criação de um segundo corredor fer-roviário, também de mercadorias para a fachada mediterrânica, ligando Algeciras a Barcelona e daí a França, deve cons-tituir um sério aviso para que os nossos legítimos interesses presentes em Sines, sejam acautelados sem mais demoras, aproveitando a abertura da UE para a

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já nessa configuração, o que não deixa de constituir uma poupança em relação ao plano inicial.

A única ligação electrificada vinda de Espanha é a que está a ser construída para a Alta Velocidade, e essa entrará em Portugal pelo Alentejo... Nenhuma outra ligação ferroviária vinda de Espanha está electrificada.

transformação da Alta Velocidade para transporte de passageiros para a veloci-dade alta para mercadorias;

- O PP16 é o Projecto europeu para o transporte ferroviário de mercadorias que melhor serve os nossos legítimos in-teresses presentes no porto de Sines. Nes-se sentido, têm-se vindo a movimentar os parceiros espanhóis que integram o pro-jecto PIRENE IV, Extremadura e Aragão, promovendo encontros e reuniões com os parceiros económicos e sociais nas suas regiões, e para os quais têm convidado empresários e entidades públicas nacio-nais.

O governo de Aragão coordenou inclu-sive em Setembro uma visita ao porto de Sines, e em Outubro foi a vez de uma de-legação da Extremadura realizar idêntica visita e, desta feita, a comitiva era consti-tuída por diversos políticos, empresários e profissionais que participam no Observa-tório del Cambio” de Badajoz, uma inicia-tiva promovida pela câmara desta cidade espanhola.

O presidente da Câmara de Badajoz, Mi-guel Ángel Celdrán, e a Directora Geral de Empresa e Actividade Empreendedo-ra do Governo regional da Extremadura, Candelaria Carrera, lideraram a comitiva, que foi recebida pela presidente do conse-lho de administração do Porto de Sines, Lídia Sequeira.

- Nenhuma outra ligação ferroviária

existente no território nacional que se co-necta com Espanha, oferece as condições técnicas que a linha que está a ser cons-truída no Alentejo dispõe. Esta linha é a única que está totalmente electrificada no percurso que deve constituir o traçado nacional do PP16, e que a partir de Sines, se liga a Évora, a qual, na sua maior parte, está assente em travessas que permitirão a migração para a bitola europeia.

Em toda esta linha, apenas a ligação entre a designada RAQUETE de Sines e Grândola, e a ligação entre o fim da Va-riante de Alcácer e o Poceirão, não têm assentamento nestas travessas, o que con-trasta com toda a rede existente no resto do país que, salvo raríssimas excepções (porto de Aveiro-linha do norte), está ex-clusivamente assente em bitola ibérica;

- O troço Évora – Elvas, uma vez cons-truído, vai permitir a redução do tempo de trânsito de mercadorias entre Sines e Badajoz, segundo a REFER, das actuais 8 horas para 4 horas e meia;

- A única ligação electrificada vinda de Espanha é a que está a ser construída para a Alta Velocidade, e essa entrará em Portugal pelo Alentejo... Nenhuma outra ligação ferroviária vinda de Espanha está electrificada. (ver Directório da rede fer-roviária espanhola de 2006).

Dadas as evidências resultantes da forte pressão espanhola sobre a UE para atenderem aos seus legítimos interesses,

que se traduziram na aprovação de dois corredores ferroviários para o transpor-te de mercadorias, importa também que façamos igualmente o nosso trabalho de casa e tratemos de aproveitar, apesar da crise que nos assola, a oportunidade que se nos oferece para fecharmos a ligação do PP16 entre Évora e Badajoz, dado que é apenas com esta, e só com esta ligação que a economia regional e, naturalmen-te, a nacional podem tirar maiores vanta-gens competitivas.

O presidente do conselho de adminis-tração da Auto-Europa, veio recentemen-te afirmar que esta ligação ferroviária a Madrid pode representar um ganho de produtividade para a fábrica de cerca de 20%, em termos globais.

Mais recentemente, o presidente da Embraer Europa, Luiz Fuchs, veio dizer que “a fabricante aeronáutica está a cons-truir duas unidades de componentes de aviões em Évora mas depara-se com difi-culdades de logística no transporte destas peças para os portos nacionais”.

Muito embora não pareça ser para levar muito em conta esta posição da Embraer, dado que a ligação ferroviária ao porto de Sines a partir de Évora é desde Junho deste ano uma realidade, mostra bem a importância que este transporte começa a adquirir na economia de transportes de mercadorias.

Um estudo recente feito pela Consul-

tora CONSULTRANS, para o governo de Aragão, para o itinerário do Projecto Prioritário 16, e tendo por base os valores presentes no “Observatorio de Costes del transporte de mercancías por carretera” del Ministerio de Fomento (Abril 2010) es-tima que os custos reais para o transporte de 44 toneladas de mercadoria por estra-da, e tendo em linha de conta o percurso de 1551 quilómetros correspondentes ao percurso ferroviário deste corredor, cus-tam 1.849,82 euros (1551 Km x 1.221 euros/Km).

Essa mesma tonelagem transportada pela linha férrea no itinerário previsto, custará 1.287,75 euros (0.85 euros/Km x 1551Km), o que se traduz numa poupança de 562 euros, ou seja uma redução de 30% nos custos do transporte, que se reflecti-rão naturalmente na competitividade dos produtos nos mercados externos.

É obvia a necessidade de articulação ibérica neste domínio, e é fundamental apostar na coordenação com o governo espanhol por forma a acertar por uma vez, a bitola em que as mercadorias se transportarão a partir da Plataforma Lo-gística Elvas/Badajoz, uma vez que a liga-ção por Puertollano, necessita de obras de melhoramento no traçado até Madrid, e essas obras não estão previstas para já no Plano Estratégico dos Transportes do Go-verno de Espanha.

Por outro lado, a ligação que Espanha está a construir até Badajoz, consta de três linhas, duas para a alta Velocidade que li-gará Badajoz e Cáceres a Madrid pelo AVE, e outra para as mercadorias, que é a que servirá a ligação para as mercadorias vin-das de e para Sines.

Quer isto dizer que a construção da li-gação Évora, Elvas-Badajoz, pode ser feita de raiz em bitola europeia, dado que Es-panha a está a construir já nessa configu-ração, o que não deixa de constituir uma poupança em relação ao plano inicial de assentamento em bitola de dupla fixação.

É importante essa articulação porque o novo desenho da RTE-T não considera a ligação Badajoz, Mérida, Puertollano, Madrid como integrando a Rede Base eu-ropeia, mas sim na rede Global a concluir até 2050, contra o prazo de 2030 da Rede Base......

Para melhor complemento desta infor-mação diga-se que a RTE-T tem duas ca-madas: uma rede de base, a concluir até 2030, e uma rede global, a concluir até 2050. A rede global assegurará a cobertu-ra total da UE e a acessibilidade de todas as regiões. A rede de base dará priorida-de às ligações e nós mais importantes da RTE-T, devendo estar plenamente funcio-nal em 2030.

Ambas as camadas incluem todos os modos de transporte: rodoviário, ferrovi-ário, aéreo, fluvial e marítimo, bem como plataformas intermodais.

Como escreveu Antoine de Saint-Exu-péry, o essencial é invisível ao olhos, e essa é uma visão imaterial do maior sig-nificado mas, no nosso caso, esse essen-cial deve rapidamente materializar-se para que o imaterial possa finalmente fluir.

Não nos devemos esquecer que Sines é um porto de descarga, mas é-o também de embarque, e bom será que o seja cada vez mais. Temos vinhos, azeites, mármo-res, granitos, que podem beneficiar desta infraestrutura.

* TEU medidas standart de um contentor que tem de comprimento 6.10m de largura 2.44m e de altura 2.66m** ERTMS- Sistema europeu para a gestão do tráfego ferroviário

Arquivo | Registo

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Radar

Canha da silva mostra peças na igreja do espinheiro. em estremoz, há presépios feitos com vários materiais.

Não foi só em Évora que o impulso para a patrimonialização da cidade veio prin-cipalmente da vontade estimular o tu-rismo, como meio para dinamizar as economias locais, apesar de ter, no final, fortemente contribuído para acelerar a desertificação dos centros históricos. Pro-duzir “património”, quer se trate de sim-ples edifícios, quer se aplique a centros históricos inteiros, tornou-se um meio de atracção de visitantes, com os efeitos eco-nómicos que daí decorrem.

Mas os efeitos da patrimonialização ultrapassam sempre a contabilidade das empresas ligadas ao turismo, sobretudo quando o fluxo é dominantemente o de turistas de passagem, e de estadias curtas. Podemos vê-los a dois níveis: o da produ-ção propriamente dita do “património” e o do impacto global da pressão turística sobre as cidades.

O “património” não preexiste à patri-monialização, antes tem que ser produzi-do. O que existe antes da patrimonializa-ção tem que “convertido” em património. Identificar e classificar são os primeiros passos para as operações que se seguem: destruir as partes (dos edifícios, etc.) que não “sendo” património, devem desapa-recer para “libertar” aquilo que se destina a sê-lo.

É a fase “extractiva”: “limpar”, derrubar o que “não presta”, produzir a boa forma do objecto patrimonial; criar o vazio à volta do objecto, o que abre para a fase seguin-te: expor, dar em espectáculo. De natureza inversa das precedentes, é a fase “aditiva”: reconstrói-se, “restaura-se”, acrescenta-se um ou outro elemento necessário para “valorizar” o objecto. É claro que todo esse trabalho tem elevados custos.

O “sucesso” das operações de patrimo-nialização mede-se, nesta óptica, em ter-mos quantitativos: aumento do número de visitantes, do montante das despesas que efectuam no comércio da cidade, etc. O incremento do comércio ligado ao turis-mo tem efeitos económicos que ultrapas-sam o sector. Ao criar (ou contribuir para manter) empregos, o comércio turístico injecta dinheiro nos outros sectores (ha-bitação, alimentação, vestuário, etc., etc.), embora esse efeito positivo possa não ser tão grande como se tende a fazer crer.

Confrontando custos e benefícios, uma constatação se impõe: não são os que be-neficiam com o turismo que pagam a pro-dução do produto que vendem: a colectivi-dade nacional paga, a colectividade local em geral perde, o sector turístico ganha. Mas a retórica da patrimonialização tende ocultar a motivação económica sectorial (vender turismo), justificando os custos em nome de uma idealizada “propriedade co-mum”, uma “riqueza colectiva”.

José Rodrigues dos SantosAntropólogo, Academia Militar e CI-

DEHUS, Universidade de Évora20 de Novembro de 2011.

[email protected]

Um olhar antropológico

Évora – Os ganhos do Património

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JosÉ roDriGUes Dos santos*antropólogo

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Os “Leapkick”, com o tema inédito “Redenção”, foram premiados com o 3º lugar no 15º Festival Ibérico “Músi-ca Jovem” 2011 realizado em Seia.

A banda elvense de originais rock em português participou no concurso musical englobada num lote de dez grupos e intérpretes seleccionados de Portugal e Espanha. O grupo, de quatro músicos de Elvas, foi a única banda do Alentejo e da zona sul do país a ser escolhida para estar no festival.

O Festival Ibérico, organizado pela associação juvenil Casa da Juventude Dona Ana Nogueira, reuniu partici-pações de vários pontos do país e do estrangeiro.

O grupo “Leapkick” foi constituído há três anos, derivado de um outro projecto musical local, e actuou este ano em localidades de norte a sul do país, tais como Albufeira, Campo Maior, Porto, Elvas e Seia. Os Leapki-ck interpretam temas originais canta-dos em português.

Leapkick conquistamSeia

Elvas

Em vésperas de Natal, sugestões de expo-sições de presépios para todos os gostos. Em Évora, na igreja de Nossa Senhora do Espinheiro, o general Fernando Canha da Silva mostra algumas peças da sua co-lecção.

Cerca de uma centena de peças pode ser vista na Igreja do Espinheiro. A visita é de entrada livre, contudo os visitantes são convidados, opcionalmente, a deixar um donativo para a Associação de Solida-riedade Social ‘Pão e Paz’, instituição que diariamente serve refeições aos mais po-bres e desfavorecidos da cidade de Évora

Em Estremoz, uma mostra de 33 presé-pios, feitos em diferentes materiais, com destaque para o barro. A exposição, da au-toria de 20 artesãos locais.

Os artesãos de Estremoz apresentam na mostra presépios concebidos em mate-riais tão diversos como o barro, madeira, ferro, azulejaria, cortiça, cerâmica, már-more e pele.

Quanto aos presépios de rua, além de Monsaraz, destaque para Borba com 40

Presépios, porque é Natalexposições assinalam época natalícia em diversos muni-cípios.

Borba e Monsaraz apostaram em presépios de rua, com peças em tamanho real.

figuras em tamanho real em 24 represen-tações, do nascimento do Menino Jesus, profissões tradicionais a actividades do dia-a-dia.

O presépio pode ser apreciado nas ar-térias do centro histórico da cidade de

Borba, tornando-se num atractivo e um convite a visitar o concelho, fomentando o comércio local. As peças são da autoria do artista Carlos Bacalhau e desenvolvi-das na autarquia, recorrendo a materiais recicláveis.

D.R.

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a dispersão num espaço relativamente vasto permitiu repertórios e maneiras de cantar diversas.

Radar

O Cante Alentejano na arena do Património ImaterialJosé Rodrigues dos Santos | Texto

A recente decisão da UNESCO a respeito do Fado veio chamar de novo para a ribal-ta a ideia, já antiga, de inscrição do Cante nessa mesma lista da UNESCO. O compre-ensível entusiasmo que tal candidatura suscita não deve levar-nos a esquecer a que ponto as posições das duas formas culturais (Fado, Cante) no panorama na-cional são diferentes, o que se repercute nas dificuldades próprias da candidatura do Cante.

Daí que as questões de salvaguarda das práticas e dos espólios de cada uma delas se apresentem também de modo diferen-te, não só pela dificuldade em definir o que se quer salvaguardar, pela natureza das colectividades suas portadoras, como, por fim, pela diversidade dos actores que têm que ser responsabilizados para viabi-lizá-las.

1. Duas candidaturas, dois mundos

As diferenças são importantes, não só por causa do imenso espólio discográfico, ra-diofónico e literário que foi consagrado ao Fado durante o século XX, em parte através de circuitos comerciais rentáveis e alimentou a fundamentação da candi-datura, como pela proximidade política e social do Fado em relação aos centros de poder: Lisboa e as suas elites políticas, in-telectuais e artísticas. O Cante, ao invés, é uma forma cultural praticada em meios quase exclusivamente rurais, e mesmo quando se implanta nos subúrbios das cidades contemporâneas (nas duas mar-gens do Tejo, para onde emigraram os Alentejanos), conserva as suas referên-cias rurais. A sua difusão comercial é quase inexistente, e os seus praticantes são membros de populações rurais po-bres, que têm em média baixos níveis de formação escolar e de literacia, e a sua continuidade cultural com as elites na-cionais é praticamente nula.

A documentação, nomeadamente so-nora, das práticas do Cante são infinita-mente mais restritas que as do Fado, os estudos históricos, antropológicos e musi-cológicos sobre o Cante são menos nume-rosos e menos aprofundados. A dispersão das práticas do Cante num espaço relati-vamente vasto, no qual as comunicações foram, até há pouco tempo, escassas, per-mitiu a emergência de repertórios e de maneiras de cantar diversas, específicas das pequenas localidades ou regiões do Alentejo.

2. Efeito mass media: difusão, transfor-mação

Acresce que com a difusão das tecnolo-gias de difusão (rádio e televisão), se im-puseram novas solicitações, em função dos gostos de públicos mais vastos e so-bretudo de públicos que não possuem ne-nhum dos critérios de avaliação da quali-

o Cante corre o risco de se extinguir ou, o que é equiva-lente, de se descaracterizar.

O grupo de Reformados de Ferreira do Alentejo é um dos cerca de 120 grupos corais que mantêm vivo O Cante Alentejano.

dade do Cante que lhes é servido, o do que lhes é servido sob a etiqueta de “Cante”.

As exigências desses novos contextos de prática e de difusão reflectiram-se na pro-liferação de novas formas, entre as quais a mais evidente foi o recurso crescente a acompanhamentos com instrumentos musicais. Os públicos de rádio e de televi-são estão menos preparados para receber – e perceber – certos tipos de modas, como as chamadas “modas pesadas” ou “modas da lavoura”, que lhes parecem tristonhas, monótonas, cansativas, e preferem modas “alegres”, ligeiras, e até dançantes.

Fenómenos que eram raros e decerto considerados como anómalos em relação ao “verdadeiro Cante” pelos cantadores rurais, como a presença de acompanha-mento instrumental, tornaram-se cada vez mais comuns. Surgem grupos de bai-les, “tocatas”, e até grupos instrumentais que se confundiriam com tunas: há mais formas musicais no Alentejo, para além do Cante.

Mas enquanto reconhecemos o pleno direito a todo e qualquer cidadão de pra-ticar o tipo de música que desejar e lhe convier, o certo é que no caso do Cante a proliferação de práticas que chamarei “formas derivadas do Cante” tende a difi-cultar a percepção daquilo que é o Cante no sentido mais restrito, e também mais original.

O Cante é um canto a vozes, a capella (sem instrumentos). Além disso, o inqué-rito que conduzimos em todo o Alentejo nos últimos quatro anos mostra que os cantadores de tradição oral consideram que são precisamente as modas “pesa-

das” (lentas, solenes, ornamentadas), que constituem, para eles, o núcleo central do Cante, sendo a maneira de cantar que es-sas modas exigem a mais difícil de prati-car e de aprender, mas também, segundo muitos cantadores, a mais característica do Cante tal como nasce nas aldeias do Alentejo.

Os cantadores têm consciência da difi-culdade que representa para os públicos urbanos a escuta prolongada desse nú-cleo central.

Uma eventual candidatura do Cante a património imaterial da Humanida-de terá por conseguinte que lidar com estas questões: o que é verdadeiramente o Cante, e o que são as formas derivadas que, sendo obviamente lícitas formas de divertimento musical, não só ficam de fora, mas têm que ser cuidadosamente afastadas da definição do Cante, sob pena de se destruir aquilo que o Cante tem de próprio, de específico e de original?

3. Culturas em risco: o Cante e o seu fu-turo

Um dos critérios que as comissões da Unesco têm em consideração, nos termos da “Convenção do Património Cultural Imaterial” (2003) é que o “item” candidato constitua uma prática que esteja em risco de desaparecer. Esta preocupação justifi-cou a criação duma lista especial que des-taca as formas culturais que “requerem medidas urgentes de salvaguarda”, por-que correm, mais que as outras, o risco de se extinguir a breve prazo.

Aqui se situa porventura a maior dife-

rença entre o Fado e o Cante. Enquanto o primeiro não está certamente ameaça-do de extinção, o Cante, sendo suportado por uma colectividade envelhecida, em que os praticantes de origem social rural, modesta, são cada vez menos numerosos, corre efectivamente, na opinião da maio-ria dos cantadores actuais, o risco de se extinguir, ou – o que para eles e para nós é equivalente, de se descaracterizar.

Tanto quanto a diminuição do número de cantadores, a banalização dos repertó-rios, das maneiras de cantar e dos modos de performance, aproximando cada um destes aspectos das formas de músicas populares largamente difundidas pe-los mass media, é um perigo que muitos percepcionam como porventura menos óbvio, mas mais insidioso e talvez mais grave ainda.

A candidatura do Cante deveria por-tanto visar não só a inclusão nas listas da Unesco, mas precisamente na lista res-trita das formas culturais “que requerem medidas urgentes de salvaguarda”. Mas “salvaguardar”, diz também o documen-to da Unesco, é diferente de “congelar”, ou de “fossilizar” a forma cultural que se quer manter ou (re)vitalizar. É este o pon-to mais difícil de todo o processo.

A questão central que se coloca quan-do se encara a “salvaguarda” é a da trans-missão dos saberes do Cante, dado que as maneiras tradicionais de transmissão estão elas próprias postas em causa. Qual seria, nestas condições, a estratégia eficaz para a salvaguarda do Cante? Tentaremos responder aqui mesmo, num próximo ar-tigo.

D.R.

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Page 16: Registo ed185

SEMANÁRIO

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Promover o concelho de Alan-droal como um local apetecível para os investidores privados, evidenciando os seus factores de competitividade, através do testemunho de empresas e em-presários de sucesso que já estão implementados no concelho. Foi este o mote para o “1º Encontro Empresarial do Alandroal – As-sociativismo, Empreendedoris-mo e Dinâmicas Empresariais”, que na vila.

Organizado pela autarquia lo-cal, em colaboração com a Con-federação Industrial de Portu-gal (CIP), representada pelo seu presidente, António Saraiva, o encontro contou ainda com a colaboração da Associação de Beneficiários do Lucefecit, da Co-operativa Agrícola de Alandro-al e da Cooperativa Agrícola de Santiago Maior.

Este fórum de debate e reflexão

sobre as potencialidades eco-nómicas do concelho assentou na partilha de testemunhos dos empresários locais e contributos de empreendedores convidados.

A importância da criação de uma associação local de empre-sários e a criação de uma marca de qualidade do Alandroal, con-substanciada na aposta no sec-tor agro-industrial do concelho, foram duas das principais con-clusões do encontro, que teve um balanço final largamente positivo.

António Saraiva, presidente da CIP, referiu que a iniciativa “denota um esforço” da autar-quia para “inverter a tendência de esquecimento a que o Alente-jo tem sido votado”.

“ Ao longo das últimas décadas o Alentejo tem sido um pouco esquecido e isso levou ao aban-dono das pessoas e à não fixação

das empresas. Isso tem que ser invertido. É preciso que as Au-tarquia façam esse esforço, como a Câmara de Alandroal está a fazer, para que se possa prepa-rar um futuro melhor para esta zona do país”.

João Grilo, presidente do mu-nicípio alandroalense, salien-tou que este encontro “ajudou a definir para onde queremos ir, condição fundamental para es-colher as estratégias que nos le-vem até esse destino no médio e longo prazo”.

“Estamos apostados em ajudar os empresários a desenvolver a economia local e a criar empre-go no concelho”, referiu ainda o autarca, sublinhando que o con-celho apresenta um conjunto de factores, até aqui pouco explora-dos, que o tornam um local com enormes potencialidades para a localização de empresas.

Vendas Novas

Cabazes de NatalDecorre durante os dias 19 e 20 de Dezembro a entrega de 240 Cabazes de Natal aos reformados mais carenciados do concelho de Vendas Novas, um gesto que já se repete há mais de uma década.A iniciativa, que abrange pessoas cujos rendi-mentos são inferiores a 65% do salário mínimo nacional, brindará 143 pessoas cujo agregado familiar é composto por duas ou mais pessoas e 97 compostos por uma só pessoa, abrangendo assim cerca de 400 pessoas. O cabaz contém diver-sos produtos alimen-tares da época, como o bacalhau, bombons, broas, Bolo-Rei, e ainda produtos de primeira necessidade como o azeite, arroz, massa, leite, farinha e açúcar. Com este gesto de soli-dariedade, o Município pretende apoiar e levar até às populações mais necessitadas algum conforto e felicidade numa época festiva.

Alandroal apela a mais investimento privado no concelho

Economia

D.R.

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Autarquia e CIP organizaram fórum empresarial.

A Fundação Eugénio de Almei-da inaugura, a 16 de Dezembro, a exposição “+ x 10 Jovens Artistas Ibero-Americanos“, uma mostra que reúne 53 obras de artistas Ibero-Americanos que integra-ram o programa Jóvenes Creado-res promovido pela Fundación Antonio Gala, de Córdoba, Espa-nha, em parceria com a Funda-ção Eugénio de Almeida, no âm-bito do projecto Conviver na Arte.

Múltipla em disciplinas e esti-los, desde a pintura, à escultura e à fotografia, a exposição reflecte não só a visão individual de cada artista, como o resultado do apro-fundamento de conhecimentos durante os nove meses de bolsa.

“+ x 10 Jovens Artistas Ibero-Americanos” é um convite à di-versidade de opções estéticas, a uma leitura cruzada de olhares e pretende, segundo Andrés Pe-láez, comissário da exposição, “dar a conhecer as últimas ten-dências das artes plásticas em todo o território nacional, pa-tentes nas obras dos seus mais jovens artistas”.

E acrescenta, são “cerca de cin-quenta obras de pintores que passaram ao longo dos últimos dez anos” pela fundação.

Jovens artistas em Évora

Exposição