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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 13 de Outubro de 2011 | ed. 176 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB Teatro O Centro Dramático de Évora está a viver uma situação “dramática” em resultado do atraso de 2 anos no pagamento dos subsídios da Câmara de Évora e do corte de 23% nas transferências do Ministério da Cultura. Em entrevista ao Registo, José Russo, director do Cendrev, apela a uma “atitude de solidariedade” por parte da autarquia, quando os trabalhadores estão com dois meses de salários em atraso. 07 07 D.R. Tradição impõe-se em tribunal Tribunal de Beja reconhece estatuto de excepção à morte do touro em Monsaraz. O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja decidiu anular os efeitos do acto administrativo proferido pela Ministra da Cultura de não autorização do espectáculo com touro de morte, no âmbito das Festas em Honra do Nosso Senhor dos Passos em 2006. Trata-se da segunda decisão judicial favorável às festas o que, segundo a autar- quia, demonstra “inequivocamente, a exis- tência, de acordo com a lei, da tradição da população de Monsaraz”. Por decidir con- tinua um recurso do Ministério da Cultu- ra para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS), que se encontra pendente há mais de dois anos. Dívida ao Cendrev é “insustentável” Segurança Noite sem acidentes Pág.06 A 15 de Outubro, a GARE - Associação Para A Promoção de Uma Cultura de Segurança Rodoviária, em parceria com a Sociedade Harmonia Eborense, organizam uma acção de promoção de segurança rodoviária para aumentar a consciência dos jo- vens que beber e conduzir não com- binam D.R. 09 09 D.R. Protesto “Indignados” em Évora Pág.11 Um grupo de cidadãos con- vocou uma concentração para sába- do, em Évora. Trata-se do chamado “protesto dos indignados” que irá de- correr, no mesmo dia, em várias cida- des do mundo. D.R.

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Edição 176 do Semanário Registo

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www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 13 de Outubro de 2011 | ed. 176 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

Teatro O Centro Dramático de Évora está a viver uma situação “dramática” em resultado do atraso de 2 anos no pagamento dos subsídios da Câmara de Évora e do corte de 23% nas transferências do Ministério da Cultura. Em entrevista ao Registo, José Russo, director do Cendrev, apela a uma “atitude de solidariedade” por parte da autarquia, quando os trabalhadores estão com dois meses de salários em atraso.

0707

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Tradição impõe-se em tribunalTribunal de Beja reconhece estatuto de excepção à morte do touro em Monsaraz.O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja decidiu anular os efeitos do acto administrativo proferido pela Ministra da Cultura de não autorização do espectáculo com touro de morte, no âmbito das Festas

em Honra do Nosso Senhor dos Passos em 2006. Trata-se da segunda decisão judicial favorável às festas o que, segundo a autar-quia, demonstra “inequivocamente, a exis-tência, de acordo com a lei, da tradição da

população de Monsaraz”. Por decidir con-tinua um recurso do Ministério da Cultu-ra para o Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS), que se encontra pendente há mais de dois anos.

Dívida ao Cendrev é “insustentável”

SegurançaNoite semacidentesPág.06 A 15 de Outubro, a GARE - Associação Para A Promoção de Uma Cultura de Segurança Rodoviária, em parceria com a Sociedade Harmonia Eborense, organizam uma acção de promoção de segurança rodoviária para aumentar a consciência dos jo-vens que beber e conduzir não com-binam

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0909

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Protesto“Indignados” em ÉvoraPág.11 Um grupo de cidadãos con-vocou uma concentração para sába-do, em Évora. Trata-se do chamado “protesto dos indignados” que irá de-correr, no mesmo dia, em várias cida-des do mundo.

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2 13 Outubro ‘11

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Godinho

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

“O Rei da Madeira” ww

w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | CartoonistaO recente Documento Verde sobre a reforma

da Administração Local, veio gerar grande polémica e levou a CDU a reagir de imediato, através da apresentação de Votos de Protes-tos nas Assembleias Municipais que por estes dias tiveram lugar. No Distrito de Évora, a questão da extinção das Freguesias preocupa sobejamente a Coligação Democrática Uni-tária, que alvitra já a perda de lugares eleitos e a redução da sua implementação. É sabido que de acordo com as regras e critérios pro-postos as Freguesias rurais, que são aquelas onde a extinção poderia acarretar maiores constrangimentos à população, na sua es-magadora maioria, manter-se-ão, quer pelo critério dos 100 habitantes por Km2, quer pelo critério da localização fora de um raio de 15 km a contar da sede do concelho.

Não me parece preocupante e muito menos que tal medida implique um ataque ao poder local ou à Democracia. Pelo contrário. O que se pretende é tornar o poder local mais ágil e eficaz e no caso das Freguesias Urbanas, para utilizar a terminologia comum, agregá-las para eliminar situações que são até caricatas e só obstam ao bom funcionamento das mes-mas.

No centro histórico da cidade de Évora, temos um bom exemplo. Três Freguesias ur-banas cujos serviços se aninham no mesmo edifício. Não será de supor que uma única Freguesia para todo o centro histórico des-empenhe as suas tarefas e competências de forma mais eficaz e célere? Não tenho dúvi-das que sim.

A Esquerda aproveita a ocasião para vocif-erar contra o Documento Verde, porque vê nesta oportunidade de reformar o poder lo-cal, tão só, perda de influência, implementa-ção e de eleitos. Compreendo a insatisfação. Não será fácil escolher menos candidatos e premiar os melhores, já que o seu conceito de princípio da igualdade lhes dificulta a opção.

Em alternativa, desdobram-se na apre-sentação de votos de protesto “em defesa do poder local democrático ao serviço das populações”, como se a própria democracia estivesse em causa. A redução de Freguesias impõe-se não só pela necessidade da reforma do Estado e portanto, também, da Adminis-tração Local, mas principalmente porque a geografia humana a isso obriga.

Se somos menos e nos concentramos em duas grandes zonas do país, evidentemente que o mapa administrativo e autárquico tem de ser revisto e adaptado. Dai que o problema não resida tanto na extinção das Freguesias mas antes, isso sim, na desertificação do inte-rior do país que a tornou necessária.

Esse é o cerne do problema, que a mesma Esquerda se recusa a discutir. Confrontada com a possibilidade de iniciar uma discussão séria com vista à apresentação de um con-junto de medidas que permitam a fixação de população no concelho de Montemor-o-Novo, um dos concelhos que perdeu mais população no distrito de Évora, a Assembleia Municipal, maioritariamente comunista, re-

cusa tal proposta. A mesma força partidária que defende ac-

errimamente o poder local é a mesma que se alheia da desertificação do seu próprio con-celho. Não deixa de ser um paradoxo. Se o poder local prima e se distingue pela proxim-idade das populações como pode ficar alheio ao seu desaparecimento? É evidente que a de-sertificação do interior tem de ser combatida com uma política de incentivos que não pode deixar de ser nacional.

Os Deputados da República do PSD já apresentaram uma proposta nesse sentido. Mas isso não desonera os Municípios de, den-tro das suas competências, adoptarem medi-das concretas e adaptadas às suas realidades concelhias de forma a atrair gente e investi-mento.

Até porque o aumento das suas receitas próprias está directamente relacionada com o número de habitantes e empresas aí sedeadas. Pelo que, voltamos à questão inicial: qual a vantagem dos Municípios nada fazerem quanto à desertificação? A resposta é simples e reside na fidelidade do eleitorado. Trazer para o concelho gente nova com ideias não alinhadas, pode desvirtuar a contabilidade eleitoral.

A Esquerda e o Documento Verde

Sónia RamoS FeRRoJurista

Não podemos ignorar que a história cul-tural da cidade de Évora está, de há trinta e seis anos, quase trinta e sete, a esta par-te, associada à presença do CENDREV/Centro Cultural de Évora.

Com ele foram criadas as condições para a prática e o usufruto da Cultura, natural-mente em parceria com a Câmara Munici-pal e o Ministério da Cultura, mas tam-bém as condições para se estabelecerem dinâmicas culturais locais face a objectos e linguagens artísticas diferenciadas, o que tem constituído uma proximidade da população com a criação artística contem-porânea e universal.

Esquecer este percurso e este investi-mento, é anularmos a nossa própria iden-tidade e o nosso crescimento cultural. Es-quecer este percurso intencionalmente é tentar apagar a História e os factos sociais que dela emanaram ou que são emergen-tes.

É esta emergência, em plena situação de crise mundial, que pode e deve refor-çar a cidadania das comunidades criando-lhes, com a urgência que se impõe face à degradação das identidades locais e na-cionais, aliás em perigo neste momento, oportunidades de afirmação cultural, mas também de adesão ao conhecimento

artístico, cultural, científico e social. O pa-pel das Organizações públicas e privadas é fundamental para concretizar este desid-erato. O CENDREV tem uma história de sucesso na cidade de Évora nesta matéria, mas também a nível regional, nacional e internacional, que não pode nem deve ser interrompida, sob pena de considerarmos culpados todos aqueles que por divergên-cias de opinião têm dificuldade em aceitar a pluralidade e a diversidade.

Deixei a cidade de Évora em 1986 e com ela a saudade de ter sido, em muitos mo-mentos, um, entre milhares, dos protago-nistas das suas dinâmicas culturais. Voltei ontem (10 OUT2011) para, solidariamente, me associar ao protesto desencadeado pelo CENDREV sobre a urgência e a ex-igência da assumpção dos compromissos não cumpridos pela Câmara Municipal de Évora e, já agora, pela Direcção Geral das Artes.

O não cumprimento de acordos estabe-lecidos, perante contrapartidas que foram asseguradas pelo CENDREV leva a que, neste momento, os salários e outros encar-gos da Companhia não sejam respeitados. Nesta altura há um atraso de dois meses, quase três, de salários e o incumprimento por parte do CENDREV de outras obriga-

ções, nomeadamente de ordem fiscal e de segurança social.

Este incumprimento compromete a so-licitação de financiamento no próximo quadro de apoio às Artes.

O CENDREV não merece esta situação. O que eles têm trabalhado mesmo sem financiamento. Desde Junho até ao mo-mento que não baixam os braços, estando quase perante a próxima estreia. Mas tam-bém a cidade e a sua população não pode ser penalizada pela ausência de práticas culturais com a dimensão que o CEN-DREV institucionalizou em Évora. Não basta dizer que se cumpre mas só quando houver oportunidade. Como também é pe-nalizador, e estrangulador da actividade, a quebra de mais de setenta por cento do financiamento que a CME pretende impor ao CENDREV.

Deixei em 1986 uma cidade activa e dinâmica culturalmente, onde o Pat-rimónio construído era enriquecido com o exercício de práticas culturais diversifi-cadas e universais. Encontrei agora uma cidade com um Património Construído pronto para a azáfama das objectivas dos turistas japoneses, animados pelos barul-hos e incoerências de umas praxes aca-démicas.

Não! Não podemos ignorar!avelino BentoProfessor Coordenador do instituto Politécnico de Portalegre

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ActualDirigentes socialistas reunem com direcção do Cendrev “à margem” do executivo da Câmara de Évora.

“Qualquer coisa do género, aqui, seria impensável”. É desta forma que um pre-sidente de câmara socialista (que prefere o anonimato) se refere à reunião manti-da por dirigentes do PS com a direcção do Centro Dramático de Évora, sem a presen-ça de qualquer membro do Executivo da Câmara de Évora.

“Algo não estará a correr bem para que uma coisa destas seja possível”, diz a mes-ma fonte.

Também entre militantes socialistas de Évora causou estranheza que Capoulas Santos, eurodeputado e presidente da As-sembleia Municipal de Évora, tenha par-ticipado na referida reunião – cujo ponto central foram as dificuldades provocadas ao Cendrev por uma dívida autárquica de 150 mil euros – sem a presença do presi-dente da autarquia ou de qualquer vere-ador. “Parece uma estratégia de demar-cação relativamente ao rumo da Câmara de Évora mas internamente é um assunto que não foi debatido”, acrescenta a mes-ma fonte.

Domingo, horas depois de a SIC ter emi-tido uma reportagem sobre a difícil situ-ação do Centro Dramático de Évora, em resultado do não pagamento dos subsí-dios da Câmara de Évora desde o segundo semestre de 2009, Capoulas Santos anun-ciou no Facebook que havia participado enquanto presidente da Federação Distri-tal de Évora do PS numa reunião com a direcção do Cendrev.

A delegação socialista foi igualmente composta por Carlos Zorrinho, deputado do PS pelo círculo de Évora, e por Fernan-da Ramos, ex-vereadora da Câmara Mu-nicipal de Évora que deixou o Executivo no final do primeiro mandato liderado por José Ernesto Oliveira.

“O PS reconhece a imperiosa necessi-dade de garantir a continuidade deste projecto cultural e tudo fará para isso”, diz Capoulas Santos, reconhecendo que o Cendrev, companhia residente no Teatro Garcia de Resende, “tem desempenhado

Capoulas defende apoio ao Centro DramáticoReunião de Capoulas Santos, Carlos Zorrinho e Fernanda Ramos surpreende PS.

“Nunca, como hoje, vivemos uma situa-ção tão dramática e, embora tenhamos plena consciência das dificuldades que o país enfrenta, não podemos estar de acordo com os cortes nos já reduzidos valores atribuídos à cultura porque es-ses cortes, não tendo qualquer impacto no combate aos défices, comprometem irreversivelmente o tecido cultural do país”.

É desta forma que os 21 trabalhadores do Centro Dramático de Évora (Cendrev) resumem a situação da companhia fundada em 1975 e cujo fecho de portas não está afastado, em resultado de uma dívida de 150 mil euros da Câmara de Évora (acrescida da intenção de reduzir em 60% o apoio anual) e de outra de 24 mil euros por parte do Ministério da

Cultura (cujo apoio às estruturas profis-sionais de teatro foi reduzido em 23%).

“Neste quadro de acrescidas dificul-dades seria expectável uma atitude de maior atenção por parte da Câmara Mu-nicipal no sentido de ajudar a encontrar soluções que minimizassem os nefastos efeitos destas medidas numa estrutura cultural com as responsabilidades do Cendrev. Tal situação, não só não tem acontecido, como temos de constatar que as prioridades do município não têm tido em consideração o trabalho desenvolvido pela nossa companhia”.

Segundo os funcionários, a situação “está a criar enormes constrangimen-tos à gestão do projecto”, sendo que os profissionais da companhia estão com 2 meses e meio de salários em atraso.

Salários em atraso

ao longo de três décadas um papel extra-ordinário no panorama cultural da cida-de, da região e do país”.

A companhia conta com 21 profissio-nais e atravessa uma “situação extrema-mente difícil devido, em parte, aos cons-

trangimentos do país e do município de Évora”.

“Desejo vivamente que todos os inter-venientes encontrem uma solução equi-librada e sustentável para o CENDREV”, acrescenta Capoulas Santos.

Presidente da Assembleia Municipal de Évora não fica indiferente às dificuldades do Cendrev.

A construção de uma variante à cida-de de Vendas Novas e a qualificação dos serviços de Saúde do concelho são duas das obras que o município local quer ver inscritas no Orçamento do Estado (OE) para 2012.

Estes e outros projectos são reco-mendados pelo município alentejano para o OE2012, que informa hoje ter deliberado sobre este assunto na últi-ma reunião de câmara, com os votos favoráveis da CDU e do PS e a absten-ção do PSD.

Uma das iniciativas que a autar-quia propõe, ao Governo e aos grupos parlamentares, é a qualificação dos serviços de Saúde do concelho, designadamente a construção de um Serviço de Urgência Básica (SUB).

Em alternativa, caso não seja possível avançar a SUB, o município reivindica a manutenção e requali-ficação do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) a funcionar 24 horas por dia.

Vendas Novas quer variante

Orçamento

Três das quatro companhias profis-sionais de teatro do distrito de Beja atravessam situações financeiras “delicadas”, sobretudo devido a atrasos nos pagamentos de apoios, e há casos de trabalhadores com sete salários e meio em atraso.

A Arte Pública, de Beja, vive uma “situação financeira muito delicada” e está com “gravíssimas dificuldades em pagar ordenados”, disse o director de produção da companhia, Raul Bule, citado pela Diana FM.

Este ano, os quatro trabalhadores da companhia só receberam o ordenado de Janeiro e metade do de Fevereiro, ou seja, têm sete salários e meio atra-sados e “sobrevivem graças à ajuda de familiares e amigos”.

A Lendias d’Encantar, de Beja, tam-bém atravessa uma situação financei-ra “delicada” e os seis trabalhadores têm “parte do salário de Julho e os salários de Agosto e Setembro em atra-so”, diz António Revez, da companhia.

As dificuldades devem-se a atrasos no pagamento dos apoios.

Companhias em dificuldade

Beja

“Vivemos situação dramática”

Dezenas de eborenses juntaram-se a tra-balhadores da companhia profissional de teatro da cidade, numa acção de rua para alertar para os problemas financeiros da estrutura, com dois meses e meio de salá-

manifestantes protestam junto ao Garcia de Resende.

rios em atraso.A iniciativa foi promovida pelo Centro

Dramático de Évora (Cendrev), no passeio junto ao centenário Teatro Garcia de Re-sende, propriedade do município, mas ge-rido pela companhia, e incluiu a leitura de textos sobre a importância do teatro.

Por entre figurinos expostos e alguns bancos colocados na rua, vários grupos de

pessoas passaram pelo espaço, solidários com os cerca de 20 funcionários do grupo teatral.

“Nunca, como hoje, vivemos uma situ-ação tão dramática e, embora tenhamos plena consciência das dificuldades que o país enfrenta, não podemos estar de acor-do com os cortes dos já reduzidos valores atribuídos à cultura”, critica o Cendrev.

D.R.

Luís Pardal | Arquivo Registo

4 13 Outubro ‘11

Actual

Deputado comunista questiona ministério das Finanças sobre não insenção do pagamento de imi em Évora.

Vivemos o nosso dia-a-dia, grande parte dos dias das nossas vidas, a respeitar dogmas, coisas inquestionáveis, valores supostamente absolutos.

É confortável. Deitamos para trás das costas parcelas de responsabilidade social e guardamos apenas aquelas que nos convêm, as tais que tranquilizam consciências e nos fazem sentir um pouquinho (para não dizer poucochinho) melhor, com a moldura de ci-dadania retocada, a disfarçar a imagem limpa e participativa que queremos vender aos que nos rodeiam.

Lançamos mão dos instrumentos dis-ponibilizados no mercado, correntes, vulgar-es, massificados, que nos garantem o anoni-mato e que assumimos sob a capa da falsa modéstia, para integramos um partido, uma associação, um clube qualquer… delegamos a nossa voz aos técnicos sabedores da coisa

pública e recostamo-nos como se fossemos meros assistentes, como se essa delegação fosse o bilhete pré-pago para viver em liber-dade.

Criamos conveniente distância das coisas do mundo e, se algo acontece na soleira da nossa porta… encolhemos os ombros e recor-remos às sábias palavras expressas na embal-agem da nossa democracia: sempre foi assim desde que o mundo é mundo; entre marido e mulher não se mete a colher; a Deus o que é de Deus, A César o que é de César.

Não dizemos, não ouvimos, não vemos, não fazemos. Quedamo-nos imóveis à es-pera da reacção da nossa tribo, não daqueles que pensam como nós, isso nunca! Antes daqueles que pensam por nós, dos tais, dos profissionais, dos que sendo pagos para arro-star com o lodo, são antes de tudo os seus cri-adores; porque sem lodo não sobreviveriam,

As vacas sagradasmiGuel SamPaiolivreiro

sem lodo não lhes pagaríamos.Se na justiça um juiz erra na sua sentença…

calamo-nos porque errar é humano. Se um governo nos espolia de tudo o que temos, até da própria esperança… suportamos porque além de errar ser humano, eles é que sabem, são eles que estão na posse de todos os dados e mesmo que as evidencias estejam à nossa

frente… aguentamos porque o voto é sagrado e a maioria assim o determinou.

Nós que estamos na base da pirâmide, su-portamos o topo como se dependêssemos dos que lá estão, mas não é verdade, eles é que dependem de nós. Somos nós que os trans-portamos às nossas costas, somos nós que lhes alimentamos o supérfluo enquanto nem sequer possuímos o básico.

Se nos agitarmos no desconforto da nossa submissão, eles tremem, se quisermos eles caem. No entanto temos medo e não são eles que nos amedrontam, não! São os nossos fan-tasmas, o pavoroso ruído do nosso silêncio, o temor de agir, de assumirmos em mãos o nosso destino.

Não é contra eles que temos de lutar, porque já estão derrotados. É contra o sarro que te-mos dentro de nós. Contra as vacas sagradas que ainda deixamos intocadas…

“Se nos agitarmos no desconforto da nossa submissão, eles tremem, se quisermos eles caem”.

Um condutor de uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Évora foi interceptado pela GNR, a conduzir com uma taxa de alcoolemia superior à permitida por lei. O bombeiro, de 57 anos e com 40 de serviço, acusou 0,85 gramas de álcool por litro de sangue (o máximo legal é 0,49 gramas por litro), depois de ter sido interceptado pela GNR na estrada de Montemor-o-Novo.

Fonte dos bombeiros avançou que na ambulância seguiam doentes hemodialisados residentes em Gua-dalupe. Segundo a GNR, o incidente ocorreu cerca das 23 horas depois de militares da Guarda terem mandado parar a ambulância no decurso de uma operação de rotina.

A direcção dos Bombeiros Volun-tários de Évora anunciou entretanto a abertura de um processo de averi-guações sobre o caso, revelando que o bombeiro vai continuar em funções até ser conhecido o resultado do pro-cesso e a pena aplicada pela Autorida-de Nacional de Segurança Rodoviária.

Na altura, foi-lhe cobrada uma coi-ma de 500 euros.

Bombeiro com os copos

Segurança

O Grupo Vila Vita vai realizar oito voos entre o aeroporto alemão de Estugarda e o de Beja, que vão decor-rer até Novembro, para transportar clientes do grupo para a sua unidade hoteleira no Alentejo.

Os voos directos entre os aeroportos de Estugarda e de Beja vão ser fretados exclusivamente pelo Grupo Vila Vita e operados pelas companhias aéreas Air Berlin e Adria Airways.

Voos para Estugarda

Beja

O deputado comunista por Évora, João Oliveira, questionou o Ministério das Fi-nanças sobre as medidas adoptadas pelo Governo para “garantir o cumprimento da lei por parte dos serviços de finanças de Évora reconhecendo aos imóveis sitos no Centro Histórico a respectiva isenção” do pagamento do Imposto Municipal de Imóveis (IMI).

Segundo João Oliveira, desde 2009 que os serviços de finanças de Évora “vêm desrespeitando a lei, recusando-se a reco-nhecer aos imóveis sitos no Centro Histó-rico de Évora e abrangidos pela classifica-ção de Património Mundial a respectiva isenção de Imposto Municipal sobre Imó-veis (IMI)” alegadamente prevista no Es-tatuto dos Benefícios Fiscais (EBF).

“Tal atitude não só é violadora da lei como gera uma situação de desigualdade entre os cidadãos de Évora e os de outros concelhos abrangidos por classificações idênticas ou de valor análogo que vêem reconhecida pelos respectivos serviços de finanças a re-ferida isenção”, acrescenta o deputado.

Na pergunta entregue ao Ministério das Finanças, João Oliveira recorda que esta situação “motivou mesmo uma alte-ração legislativa através de uma proposta subscrita por deputados de cinco grupos parlamentares e aprovada por unanimi-dade no âmbito do Orçamento do Estado para 2010”.

“A proposta legislativa bem como a nota justificativa que a acompanha apontam claramente para a necessidade de aplicação da lei no sentido da conces-são da referida isenção”.

“No entanto, apesar da referida altera-ção legislativa e da intervenção assumi-

PCP quer isenção de IMI no centro históricoJoão oliveira fala em “in-cumprimento da lei” e “desi-gualdade”.

da pela Assembleia da República relati-vamente a esta questão, os serviços de finanças de Évora insistem na interpre-tação contra legem e recusam reconhecer a isenção de IMI”, sustenta João Oliveira.

Recordando o apoio dado então à refe-rida proposta pelos grupos parlamentares do PSD e do CDS que hoje formam maioria na Assembleia da República e suportam o Governo, o deputado comunista diz não ter dúvidas da “intenção governamental

de fazer aplicar a lei tal como foi aprova-da na Assembleia da República, restando apenas por esclarecer quais as medidas que o Governo irá tomar nesse sentido”.

Também o Bloco de Esquerda já se pro-nunciou sobre o assunto. “Cerca de meio milhão de euros estão a ser indevidamen-te cobrados em Imposto Municipal sobre Imóveis aos moradores do Centro Históri-co de Évora”, denuncia a deputada Catari-na Martins.

A morte de um trabalhador na sequên-cia de um acidente de trabalho aquan-do da construção do Colégio Fundação Alentejo, em Évora, está a ser investi-gada pelo Ministério Público, apurou o Registo junto de uma fonte do Ministé-

rio da Economia e do Emprego.De acordo com a mesma fonte, o in-

quérito ao acidente já foi concluído pela Autoridade das Condições de Trabalho (ACT), tendo sido remetido ao DIAP de Évora.

Acidente no Ministério Público

Os ooradores dos centros históricos classificados estão isentidos do pagamento de IMI.

D.R.

5

Actual

autarquia quer “encaixar” 2 milhões de euros para “minorar o corte de receitas” verificado este ano.

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A Câmara de Évora decidiu colocar à ven-da, em hasta pública, 12 lotes de terreno, com uma base de licitação total superior a dois milhões de euros, para “minorar o corte de receitas”, revelou fonte autár-quica.

De acordo com o Presidente da Câmara Municipal, José Ernesto Oliveira, estas operações são essenciais para a minora-ção dos cortes que as receitas municipais têm vindo a sofrer, mercê da política de transferências do Orçamento de Estado para as autarquias locais, e das conse-quências que tem a situação económica que se vive em todo o país e no nosso concelho.

Destinados à construção de habitação, comércio e serviços, os lotes municipais, cuja venda foi aprovada na última reu-nião pública de câmara, estão localiza-dos na zona extramuros e junto às prin-cipais entradas da cidade alentejana.

Segundo Eduardo Luciano, da CDU,

Camâra de Évora vende lotes de terrenosencaixe financeiro permiti-rá regularização parcial de dívidas a fornecedores.

A Câmara Municipal de Évora apro-vou por unanimidade a proposta para cedência de direito de superfície para instalação de central fotovoltaica à empresa Glintt, sobre uma parcela de terreno na Herdade da Barbarrala (Horta das Figueiras), no antigo aterro sanitário.

“O terreno em causa não é próprio para construção, porém é viável para este tipo de utilização, sendo esta deci-são de significativa importância, pois permite o aproveitamento daqueles solos e contribui também para gerar emprego”, refere a autarquia.

Segundo a mesma fonte, trata-se de um projecto de “carácter sustentável, inovador e indutor, nomeadamente ao nível de progresso tecnológico e desenvolvimento económico da região, constituindo uma rampa de lançamento de um novo paradigma que colocará Évora ao nível das mais desenvolvidas do mundo no que res-peita ao aproveitamento da energia solar de concentração”.

Esta central é uma das quatro licen-ciadas pelo Ministério do Ambiente para o ocncelho de Évora.

Empresa “herda” parcela

Energia

os vereadores comunistas votaram de forma diferente as hastas públicas, expli-cando que só votaram contra a venda de um lote junto ao Rossio de São Brás por não concordarem com a construção de habitação naquela parcela.

Por sua vez, o vereador do PSD, Antó-nio Dieb, diz não se opor à venda dos lo-tes de terreno, alegando que a decisão “é razoável”, já que vai resolver “pro-blemas urbanísticos e permitir à câ-mara um encaixe financeiro essen-cial para regularizar dívidas com fornecedores”.

Foram também aprovadas, por unanimidade, as propostas referentes ao estudo de lotea-mento de parte da Herdade de Almeirim, integrada no Bairro de Almeirim e ao estudo prévio de ocupação urbana da Quinta do Bacelo dos Pretos.

Trata-se de situações cria-das há mais de 30 anos e que esta decisão reabre a possibilidade de, a curto prazo, serem regularizadas, permitindo

aos morado-res verem legalizadas as suas p r o p r i e -dades.

D.R

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6 13 Outubro ‘11

Actual

Promoção de segurança rodoviária junto dos jovens. a mensagem: beber e conduzir não combinam.

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A 15 de Outubro, a GARE - Associação Para A Promoção de Uma Cultura de Se-gurança Rodoviária, em parceria com a Sociedade Harmonia Eborense, organi-zam uma acção de promoção de seguran-ça rodoviária para aumentar a consciên-cia dos jovens que beber e conduzir não combinam.

Trata-se da Noite Europeia Sem Aciden-tes. “Estar com os jovens no seu próprio mundo e falar com eles directamente. Este é o maior objectivo da GARE, e das outras entidades parceiras para a inicia-tiva”, refere ao Registo fonte da organiza-ção.

Os voluntários, todos entre os 17 e os 29 anos, estarão à porta do bar e irão enco-rajar cada grupo de jovens a escolher o “condutor designado”. A quem quiser par-ticipar será oferecida uma pulseira como símbolo do seu compromisso.

GARE promove noite europeia sem acidentesvoluntários estarão, dia 15, à porta dos bares para sen-sibilizar jovens para uma condução segura.

“O conceito é realmente muito simples, grátis e na base do voluntariado. A GARE não terá qualquer abordagem repressiva, pretensiosa ou paternal. A GARE apenas quer chamar a atenção para um compor-tamento responsável ao volante”, acres-centa.

Quando o “condutor designado”, pre-tender sair do bar, pode voluntariamente fazer um teste de álcool, sendo recompen-sado com pequenos presentes oferecidos pelos parceiros e patrocinadores. Mas o mais importante é a atitude de respon-sabilidade cívica demonstrada pela não

ingestão de bebidas alcoólicas antes da condução.

A Noite Sem Acidentes foi realizada pela primeira vez na Bélgica em 1995. Desde a primeira acção que demonstrou ser um verdadeiro sucesso. Os jovens deram aos voluntários os parabéns por esta acção e a Responsible Young Drivers (RYD) decidiu organiza-la anualmente.

No sábado, 15 de Outubro, a Noite Eu-ropeia Sem Acidentes realiza-se em 21 países, incluindo Portugal, sendo que se trata de uma iniciativa apoiada pela Co-missão Europeia desde 2003.

D.R

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A Comissão Europeia formalizou on-tem a proposta de reforma da Política Agrícola Comum (PAC) após 2013, que o eurodeputado Capoulas Santos con-sidera “uma boa base de trabalho”.

“A proposta é uma boa base de trabalho e vai no sentido certo porque quer trazer mais equidade e justiça entre os agricultores e entre os Estados-membros”.

O ex-ministro da Agricultura refere, no entanto, que a proposta tem “aspec-tos negativos”, como o adiamento para 2028 da completa aplicação do regime de pagamento de ajudas por hectare, sem depender do histórico da explora-ção e baseado no princípio da conver-gência. Até lá, salientou, a Comissão Europeia “propõe um mecanismo de aproximação muito lento”.

Capoulas Santos ficou responsável, no Parlamento Europeu (PE), pelos documentos referentes ao regime de pagamentos directos de subsídios e ao desenvolvimento rural, que “corres-pondem a 90 por cento do orçamento para a agricultura”.

Capoulas aprova PAC

Agricultura

O Programa de Telemedicina do Alente-jo, iniciado em 1999, que desenvolveu o sistema de teleconsultas por videocon-ferência em Évora e Beja, soma já cerca de 138 mil teleconsultas realizadas na região do Alentejo. O projecto, pioneiro a nível a nacional, pretende duplicar a produção de teleconsultas.

Segundo o coordenador regional do

programa, o médico Luís Gonçalves, “o sucesso da iniciativa levou a ARS do Alentejo a ampliá-la ao distrito de Por-talegre em 2008, investindo no melho-ramento das plataformas tecnológicas”.

As 26 plataformas de telemedicina presentes no Alentejo permitem que doentes sejam observados e tratados próximo da sua residência.

138 mil consultas por telemedicina

A Câmara de Évora organizou uma formação sobre prevenção de crime informático, inserida no programa de abertura do novo ano lectivo e que re-gistou uma significativa participação .

Esta formação, a cargo da Directoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária, visou abordar casos reais e identificar medidas preventivas de combate a este tipo de crime, bem como conselhos de segurança.

Por crimes informáticos entendem-se todas as condutas ilícitas praticadas através de meios informáticos, que têm como principais características afectarem tanto a vida pessoal dos cidadãos como a economia nacional, facilitando directa e/ou indirecta-mente outras actividades criminosas.

Segundo a PJ, definir uma política de segurança individual e familiar é imprescindível, incidindo esta na protecção do sistema e da informação, tendo sempre atenção aos comporta-mentos de risco e sabendo discernir o que é boa e má informação.

Crime em debate

Informática

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ExclusivoCâmara de Évora não paga subsídios ao Cendrev desde 2009. valor da dívida ao Cendrev: 150 mil euros.

“A dívida da Câmara é insustentável”

Luís Godinho | Texto

Desde que o Cendrev lançou o alerta público sobre a situa-ção dramática da companhia em termos de financiamento já lhe chegaram palavras de apoio, de solidariedade?

Muitas, muitas, de presidentes de câmara, amigos, gente de vá-rios pontos do mundo, pessoas que já escreveram ao presidente da Câmara de Évora, outras que perguntam sobre a existência de uma petição … temos recebido muitos contactos de pessoas que sabem das dificuldades por que estamos a passar e que se mos-tram solidárias com a justeza desta inquietação que atravessa a Cultura na cidade de Évora e neste caso em particular o Cen-tro Dramático de Évora.

E da parte da Câmara?Da parte da Câmara Munici-

pal de Évora não, não houve re-acção nenhuma. Sei que durante a última reunião pública do mu-nicípio o assunto foi abordado e que a resposta do senhor presi-dente [José Ernesto Oliveira] foi muito lacónica ao referir que já tinha dito tudo o que havia a dizer sobre esta matéria. Não sei mais nada. Relativamente ao Cendrev não houve mais con-tacto nenhum. Nem isso, nem procederam ao pagamento de qualquer montante [que se en-contra em dívida desde o segun-do semestre de 2009].

O Centro Dramático de Évo-ra reclama a definição de um prazo de pagamento?

Pedimos que se encontre uma solução, que a Câmara vá pagan-do da forma que entender me-lhor mas que esta situação se vá resolvendo. É o que a gente espe-ra que aconteça. Como também espera que os 24 mil euros em dívida por parte do Ministério da Cultura sejam desbloquea-dos. Para nós, o recebimento de qualquer verba é absolutamente determinante uma vez que não podemos parar de trabalhar.

E não o têm feito.Não, não, ainda esta semana

estivemos em Viana e em Ven-das Novas, continuamos a cum-prir com as nossas obrigações e não podemos deixar de o fazer. No próximo dia 17 retomamos os ensaios da próxima peça [Café Mário, com estreia marcada para 19 de Novembro], como se encontra previsto no protocolo com o Ministério da Cultura.

Este mutismo por parte da Câ-mara de Évora é revelador de alguma arrogância?

Não o quero classificar dessa forma porque sempre tivemos boas relações com a Câmara de Évora e não queremos ter más relações. Entendemos que tem de existir uma atitude de soli-dariedade e de colaboração e estranhamos que face a esta si-tuação tão complicada, que tam-bém decorre do corte de 23% no financiamento por parte do Mi-nistério da Cultura, não existe outro tipo de atitude por parte da autarquia. Está em causa muito dinheiro. Estamos a falar de 70 mil euros a menos no orçamento do Cendrev, o que dá para pagar mais de quatro meses de salário aos funcionários da companhia. Estranhamos que face a esta si-tuação a Câmara de Évora não te-nha uma atenção de outro tipo, no sentido de nos ajudar.

Isso não sucedeu?Não, não sucedeu apesar de

sermos um agente cultural des-ta cidade, gerirmos um espaço municipal que é o Teatro Garcia de Resende, intervimos no con-celho, em todas as freguesias rurais … estamos a trabalhar em prol do desenvolvimento cultu-ral do concelho e da cidade.

A dívida da Câmara de Évora é insustentável?

A manutenção desta dívida no valor de 150 mil euros é in-sustentável … não podem pagar tudo de uma vez mas esperamos que a Câmara tenha bom senso para ir regularizando a situação.

entrevista com José Russo, director do Centro Dramático de Évora (Cendrev).

“Pedimos que se encontre uma solução, que a Câmara vá pagando”, diz José Russo, director do Cendrev.

Mas o que está sobre a mesa é um corte de 60% no financia-mento do município?

Essa é a proposta que está fei-ta por um júri [constituído pela autarquia no âmbito do regu-lamento de apoios aos agentes culturais] para o apoio de 2011. Quando falamos de uma dívida de 150 mil euros não está lá o apoio ao Cendrev corresponden-te a este ano.

E que sentido faz essa propos-ta de corte?

Não é só o corte proposto para o Cendrev que não faz sentido.

Nada daquilo faz sentido do nos-so ponto de vista. Mas sobre isso não me quero estar a adiantar muito pois está a decorrer a au-diência de interessados, já res-pondemos a isso e espero que a questão possa ser avaliada com a devida ponderação e feitas as respectivas alterações. O que está aqui em causa é uma ava-liação negativa de tudo o que é actividade cultural desta cidade.

Haverá aqui uma intenção de-liberada de asfixiar financei-ramente o Cendrev?

Não sei se há … enfim, diz-se

muita coisa mas com o que se diz convivo bem.

Certo. Mas há decisões políti-cas que são tomadas e que vão num mesmo sentido, ou não?

É claro que sim, temos alerta-do recorrentemente para essa situação, não é de agora. Aliás, não somos só nós a fazê-lo mas os diversos agentes culturais da cidade. Fez-se vários contactos com a Câmara para alertar para o esvaziamento cultural da ci-dade. Está a ser posto em causa o funcionamento dos próprios agentes culturais de Évora.

Luís Pardal | Registo

8 13 Outubro ‘11

Exclusivo

Grupo organizou protesto contra a “impunidade e a complacência” em relação à violência doméstica.

Mulheres protestam em Évora contra ”impunidade“ da violência doméstica

Luís Godinho | Texto

Levaram cadeiras, que pintaram com tinta vermelha, e colocaram frente à por-ta do Tribunal da Relação de Évora. Não foram muitas, cerca de duas dezenas de mulheres. Mas não quiserem deixar de protestar contra a “impunidade da vio-lência doméstica”, depois de um acórdão deste tribunal superior ter anulado a pena de prisão a um homem condenado em primeira instância por um crime de violência doméstica.

“É um protesto contra a impunidade e contra a complacência de que gozam os agressores de violência doméstica. Há to-tal impunidade em Portugal”, diz Amália Oliveira, uma das organizadoras da ini-ciativa, convocada através do Facebook e vigiada de perto por um aparatoso dispo-sitivo policial.

“O que nos motivou para esta acção foi o facto de uma decisão destas estar asso-ciada a Évora, sentimo-nos atingidas. Se vivêssemos no Porto teríamos saído à rua quando o violador de uma jovem grávida foi absolvido”.

“A Justiça não dá o exemplo e não age de forma a que os agressores sejam efecti-vamente punidos”, acrescenta Alexandra Espiridião, outra das participantes na ini-ciativa. “As mulheres, muitas vezes, não se sentem protegidas”.

Em causa está um acórdão do Tribunal da Relação de Évora datado de 12 de Se-tembro em que um homem, que havia sido condenado pelo Tribunal de Setú-

acórdão do tribunal da Re-lação de Évora anulou pena de prisão a homem que batia na mulher.

vítima de violência e o Estado ainda sai a beneficiar”, ironiza Amália Oliveira, la-mentando que a interpretação dada à lei “penalize a vítima e beneficie o agressor”.

Na primeira instância, o arguido havia sido ainda condenado ao pagamento de uma indemnização de 8 mil euros à ex-mulher, por danos não patrimoniais, va-lor agora reduzido para 500 euros, apesar de ter sido dado como provado que o ho-mem, em diversas ocasiões e ao longo de vários anos, “desferia murros e pontapés” e insultava a vítima, por vezes na presen-ça dos próprios filhos.

Numa das últimas vezes, terá mesmo utilizado uma cadeira, atingindo a víti-ma no peito.

De acordo com o acórdão da Relação, a conduta do arguido “mostra-se algo inde-finida, vaga e genérica” e agressão “não foi suficientemente intensa” para permi-tir qualificar o crime como violência do-méstica mas como ofensa à integridade física simples, cuja moldura penal é infe-rior.

Para os juízes desembargadores de Évo-ra, a aplicação de uma multa “satisfaz as finalidades da punição, isto é, a protecção de bens jurídicos e a reintegração do ar-guido na sociedade”.

O tribunal deu como provado que no dia 6 de Julho de 2008, o homem agar-rou numa cadeira e agrediu a mulher, com estava casado há 30 anos. A agres-são ocorreu na casa de família e na pre-sença de uma das filhas do casal. Nesse mesmo dia, a mulher saiu de casa.

O Tribunal de Setúbal deu ainda como provado a existência de outras agres-sões anteriores, que a vítima “tentava

esconder” pois “tinha vergonha que as pessoas soubessem que era alvo de agressões” por parte do marido.

Aos olhos dos outros, tratava-se de um “casal muito feliz”. Mas a mulher “sentia regularmente angústia e medo, sen-tindo-se amedrontada por, a qualquer momento, poder ser alvo de agressões”.

Estes factos não permitiram que o Tribunal da Relação de Évora classifi-

casse o caso como de violência domés-tica uma vez que, segundo o acórdão, a sentença “não esclarece o número de ocasiões em que as agressões ocorreram, a quantidade de murros e pontapés em causa ou qualquer elemento relativo à forma e intensidade como foram desferidos, ao local do corpo da ofendi-da atingido e suas consequências, em termos de lesões corporais”.

Agredida com uma cadeira

bal a uma pena de 18 meses de cadeia, suspensa por idêntico período, viu a sua

condenação ser reduzida ao pagamento de uma multa de 800 euros. “A mulher foi

Decisão da Relação de Évora contestada com protesto organizado por grupo de mulheres.

”Há pessoas que sabem e não fazem nada“

Como é que surgiu a ideia de organizar este protesto?

Foi na passada sexta-feira e num grupo onde se encontravam várias mulheres. Estávamos numa pequena festa e, nem sei bem como, surgiu a conversa sobre o acórdão do Tribunal da Relação de Évora que reduziu a pena a um homem acusa-do de violência doméstica. Começámos a falar do assunto e decidimos que a coisa não podia ficar assim, tínhamos de pro-testar de alguma forma.

É um tema que vos interessa de forma particular?

Sim e não. Não há ninguém no grupo que sofra de violência doméstica mas é um tema que nos interessa. Soubemos do conteúdo da decisão e na conversa deci-diu-se avançar com esta protesto, depois

amália oliveira explica as razões do protesto.

também com a ajuda do Facebook.

Em todo o caso, quer a Amália Oliveira quer outras mulheres do grupo já têm tido intervenções cívicas?

Um protesto como este, frente a um tri-bunal, nunca tínhamos organizado. Mas entre nós temos intervenção cívica em vários níveis. Eu, por exemplo, no Bloco de Esquerda, a Alexandra [Espiridião] nas plataformas culturais, e por aí fora.

Acha que existe complacência para com este tipo de crime?

A sociedade continua a ser complacen-te com a violência doméstica. Apesar de ser um crime público, a maior parte das pessoas não tem coragem de a denunciar, ainda está instituído na cabeça de muita gente que entre marido e mulher não se mete a colher.

Isso ainda está instituído?Ainda, ainda. Posso dar-lhe um exem-

plo muito concreto: fui testemunha de um caso de violência doméstica e fui a única pessoa da rua inteira a ter a cora-gem de telefonar [para denunciar a si-tuação]. Toda a gente na rua sabia mas só eu é que dei a cara. Há imensos casos desses, de pessoas que sabem que o vizi-

nho bate na mulher ou nos filhos e fa-zem de conta que não se passa nada, não fazem nada.

Como é que se muda esse tipo de men-talidade?

A nossa acção ajudou a alertar para es-tes casos e a motivar as pessoas para se envolverem. Por vezes quando conto o caso que conheço e do qual fui testemu-nha há sempre alguém que sabe de outro caso semelhante mas que se fica pela con-versa de café.

Também não é fácil as vítimas apre-sentarem queixa?

Pois não. Por um lado porque exis-te esse sentimento de impunidade dos agressores, de que a Justiça não funcio-na, por outro porque há mulheres que têm vergonha de dizer que foram agredi-das numa relação que era suposto ser de amor. É-lhes até difícil assumir essa situa-ção perante as próprias famílias.

D.R.

D.R.

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Exclusivo

tribunal diz que a morte do touro em monsaraz se enquadra no “regime de excepção” previsto por lei.

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Redacção | Registo

O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) de Beja decidiu anular os efeitos do acto administrativo proferido pela Ministra da Cultura de não autorização do espec-táculo com touro de morte, no âmbito das Festas em Honra do Nosso Senhor dos Passos em 2006. Trata-se da segunda decisão judicial favo-rável às festas, sendo que a anterior con-tinua “em aberto” depois de um recurso do Ministério da Cultura para o Tribunal Central Administrativo do Sul.

O TAF de Beja deu como provado que “o espectáculo com touro de morte a levar a cabo no primeiro fim-de-semana de Se-tembro, nas Festas em Honra do Senhor Jesus dos Passos, constitui uma tradição local” que se realiza ininterruptamente no período que a lei exige, desde há 50 anos, de acordo com os “registos de despe-sas efectuadas com a aquisição do touro e receitas arrecadadas com a venda da carne e da pele do touro morto em praça” desde 1877.

A decisão judicial considera relevantes estes documentos por constituírem “uma prova documental de época, relata, de ano para ano, factos de uma forma mais objectiva, rigorosa, isenta e menos apai-xonada do que as outras provas aprecia-das, concluímos que o espectáculo tau-rino realizado no âmbito das Festas em Honra do Nosso Senhor Jesus dos Passos, na Praça de Armas do Castelo de Monsa-raz, na vila de Monsaraz, culmina, ano a ano” com a morte do último touro em lide.

Assim, o TAF de Beja considera que “o pedido de autorização administrativa para a realização do espectáculo com tou-ro de morte, no dia 09-09-2006, na Praça de Armas do Castelo de Monsaraz”, apre-

Festas do Senhor Jesus dos Passos terminam com a morte do touro numa arena improvisada.

Tradição volta a impor-se em tribunalPrimeira instância dá novamente razão à comissão de fes-tas de monsaraz. Processo arrasta-se desde 2008 no tribu-nal Central administrativo do Sul.

sentado pela Santa Casa da Misericórdia de Monsaraz e pela Comissão de Festas à IGAC, “satisfazia o estabelecido” na lei que prevê a aplicação do regime de ex-cepção para autorizar a morte do touro na arena e que foi aplicado a Barrancos.

No caso concreto, o Ministério da Cul-tura foi condenado “na prática do acto administrativo devido em que, reconsti-tuindo a situação que existiria se o acto agora anulado não tivesse sido praticado, seja concedida a autorização excepcional ao espectáculo com touros de morte” que se realizou em Setembro de 2006.

Já em Novembro de 2008 o tribunal havia decidido a favor da Comissão de Festas e da Santa Casa da Misericórdia de Monsaraz, na medida em que julgou procedente o pedido de anulação do des-pacho proferido no ano anterior pela Ins-pectora-Geral das Actividades Culturais que não concedeu a autorização excepcio-nal solicitada para a realização do espec-táculo tauromáquico com touro de morte.

O tribunal de primeira instância consi-derou que a vacada em Monsaraz se reali-za, pelo menos, desde 1952, ano após ano, sem interrupções. O Ministério da Cul-tura interpôs recurso desta decisão para o Tribunal Central Administrativo Sul, onde o processo se encontra pendente.

Ao Registo, fonte da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz considerou que as duas decisões judiciais conhecidas “demonstram, inequivocamente, a exis-tência, de acordo com a lei, da tradição da população de Monsaraz”.

Assim, a autarquia apela ao Tribunal Central Administrativo Sul a tomada rá-pida de uma decisão neste processo para que não se passem mais anos nesta situ-ação indefinida. “Este arrastar da justiça não é, como é óbvio, benéfico para a tradi-ção e para as gentes de Monsaraz”.

D.R

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10 13 Outubro ‘11

Exclusivo

Doença do nervo óptico, de evolução crónica, afecta cerca de 67 mil portugueses e pode ser tratada.

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No passado mês de Setembro, o Gover-no Português lançou mais um desafio à política nacional, a Reforma da Adminis-tração Local – “Uma Reforma de Gestão, uma Reforma de Território e uma Refor-ma Política”.

Com o objectivo de alargar o debate à sociedade portuguesa, o Governo Por-tuguês deu o pontapé de saída com a apresentação do Documento Verde da Reforma da Administração Local, “(…) com o objectivo de no final do 1.º semes-tre de 2012 estarem lançadas as bases e o suporte legislativo de um municipal-ismo mais forte, mais sustentado e mais eficaz.”

Para o efeito, o Governo propõe mu-danças estruturais em quatro linhas de actuação: (i) o sector empresarial local, (ii) a organização do território, (iii) a gestão municipal, intermunicipal e o fi-nanciamento e (iv) a Democracia local. Contudo, o objectivo fundamental é ap-enas um: reduzir despesa e, se possível, melhorar a vida dos portugueses.

Sem prejuízo da elevação e do sentido de oportunidade da iniciativa, é impor-tante relevar que foi preciso chegar ao actual estado das finanças públicas para que se começasse a pensar neste tipo de problemas. Foi preciso que as instituições externas (Comissão Europeia, Banco

Central Europeu e Fundo Monetário In-ternacional) alertassem para este prob-lema, para que o debate e a “vontade de mudar” surgissem.

Será que os problemas da administra-ção local apareceram nos últimos meses ou até mesmo nos últimos anos? Será que não estava aos olhos de qualquer cidadão minimamente atento, e por maioria de razão aos olhos dos responsáveis políti-cos locais, que o despesismo da admin-istração local era insustentável a curto prazo?

Na minha opinião, a ideia que se incu-tiu nos autarcas portugueses, ao longo de quase quatro décadas, defendendo que o Estado existe para prover às necessidades do Povo, independentemente dos recur-sos disponíveis, e, por consequência, permitindo as políticas despesistas a que todos nós assistimos diariamente, não poderia dar outro resultado a não ser o que estamos a viver nos dias que correm.

Ainda assim, é importante não esquec-er o apoio que os sucessivos Governos concederam às Autarquias Locais, quer através de transferências directas do Or-çamento de Estado, quer através da autor-ização do endividamento dos Municípios, ao abrigo dos diversos diplomas com in-cidência nas finanças locais. Na verdade, é mais um dos casos em que culpa não

morre solteira…Agora, pretende-se implementar refor-

mas, na administração local, na justiça, na saúde, na educação… Mas afinal o que é que não precisa de ser reformado?

Parece-me que o Estado, de uma forma geral, necessita de ser reformado. Quer a administração local em particular, quer o Estado em geral, carecem de reformas estruturais que tenham como objectivos fundamentais o aumento da eficiência e a redução de custos. Do referido Docu-mento Verde da Reforma da Administra-ção Local, em última análise, não resulta outra coisa.

Assim sendo, como vai sendo meu hábito, deixo mais um repto a todos os intervenientes nestas matérias e aos Por-tugueses em geral: mais do que reformas físicas no Estado central, desconcentrado ou descentralizado, é necessário rever o papel do Estado na sociedade Portuguesa.

Qual deverá ser o limite de interven-ção do Estado e quais as suas atribuições? Deverá o Estado Provedor transformar-se paulatinamente em Estado Controlador?

Só depois de definidas estas linhas base de orientação se poderá reformar o Estado, aumentando a sua eficiência e reduzindo os custos associados. Caso contrário, teremos mais do mesmo, mas numa perspectiva diferente!

Mais uma reforma em Portugal,agora é a vez da Administração Local

Rui menDeS ClaRaadvogado

Glaucoma é a primeira causa de cegueira em Portugal

Redacção | Registo

O glaucoma continua a ser uma das prin-cipais causas de cegueira em Portugal e afecta mais frequentemente pessoas idosas. A propósito do Dia Mundial da Visão, que se assinala hoje, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) lembra que o glaucoma continua a ser a segunda causa de cegueira a nível mundial, sendo a primeira causa prevenível de cegueira irreversível.

Segundo o Plano Nacional de Visão 2005-2010, a doença afecta cerca de 67 mil portugueses, estando, no entanto, identi-ficados 200 mil hipertensos oculares, isto é, pessoas com valores altos de pressão intra-ocular, mas que ainda não sofrem de glaucoma.

O glaucoma é uma doença do nervo óptico, de evolução crónica, que conduz à perda progressiva do campo visual. Na fase inicial é geralmente assintomático, tornando-se incapacitante nas fases mais tardias e originando dependência de ter-ceiros.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta para uma prevalência mundial de 70 milhões de indivíduos afectados e 2,5 milhões de novos casos por ano.

Dados oficiais indicam 200 mil hipertensos oculares em Portugal que ainda não sofrem da doença.

Segundo Manuela Carvalho, do Grupo Português de Glaucoma da SPO, “o impac-to social do glaucoma é pesado, dado que atinge 1 a 4 por cento da população com mais de 40 anos”. Um estudo publicado recentemente revela que o custo anual do tratamento do glaucoma é bastante inferior ao custo anual social da cegueira.

“O seu diagnóstico pode ser realizado

por um oftalmologista numa consulta de rotina, pelo que é fundamental que toda a população esteja sensibilizada para a importância de consultar um oftalmolo-gista de forma regular”.

A vigilância regular é também fun-damental na infância, explica Eduardo Silva, especialista em oftalmologia pedi-átrica e membro da SPO, que realça que

“a promoção da saúde visual em idade pediátrica e na adolescência é muito im-portante , pois a detecção precoce de pro-blemas visuais pode garantir um melhor desenvolvimento físico, emocional e so-cial das nossas crianças”.

Já Fernando Bivar, do Grupo Português de Ergoftalmologia da SPO, diz que “a saúde oftalmológica dos portugueses está condicionada pela ineficácia das esco-lhas da informação visual por parte das várias instituições da nossa sociedade”.

“As cores e os contrastes escolhidos e a forma de colocar informação vertical e horizontal deveriam obedecer à fisiolo-gia da visão, para que toda a sinalética possa ser melhor percebida por quem vê bem mas também por aqueles que sofrem de patologias oculares”.

A “Saúde visual na criança”, “Ambien-te e oftalmologia” e o Glaucoma serão os temas debatidos pela SPO com repre-sentantes de outras sociedades médicas portuguesas numa sessão comemorativa do Dia Mundial da Visão, “focando os problemas que podem ser prevenidos ou tratados quando detectados numa fase inicial, como é o caso do glaucoma e das doenças oftalmológicas pediátricas”, diz Manuela Carmona.

A presidente da SPO defende ainda que “uma maior colaboração entre especia-listas contribui para que o doente seja melhor tratado. Ao trabalharmos juntos podemos contribuir para que a popula-ção portuguesa seja mais saudável e seja tratada de forma mais eficaz”.

Sociedade de Oftalmologia diz que a doença atinde 1 a 4% da população acima dos 40 anos.

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RadarCultura e política. Grupo de cidadãos convoca para o próximo sábado concentração na Praça do Sertório.

Um grupo de cidadãos e cidadãs de Évora decidiu convocar para o próximo dia 15 de Outubro uma concentração na Praça do Sertório, a partir das 15 horas, inte-grando assim o vasto movimento mun-dial que, nesse dia, vai trazer às ruas mi-lhões de cidadãos.Trata-se de uma iniciativa contra a “ pre-cariedade no trabalho, a falta de transpa-rência na actividade política e a necessi-dade de um outro modelo económico em que o homem esteja no centro das deci-sões e não as grandes empresas e compa-nhias para quem o que interessa é a ga-nância e o lucro desmesurado”.

Nesse sentido foi elaborado um mani-festo que vai ser distribuído a toda a po-pulação (ver texto nesta página).

A concentração de Évora terá também diversos momentos, desde actividades para crianças (ateliers de animação, mú-sica, etc.); uma homenagem a Manuel da Fonseca (de que nesse dia se comemoram 100 anos do nascimento) com leitura de textos, poemas e música; um espaço de assembleia e de intervenção política em

Protesto de ”indignados“ nas ruas de ÉvoraSerão realizadas diversas activi-dades culturais, leitura de textos e de poemas e música, num palco por onde também passará a inter-venção política.

que quem o queira poderá usar da pala-vra.

Por todo o planeta há largas centenas de manifestações e concentrações marca-das para este dia, sem distinção de gera-ções, nem de raças, nem de credos.

Em Portugal, Évora junta-se a Lisboa, ao Porto, a Faro, a Braga, Coimbra e An-gra Heroísmo num protesto feito de muita

alegria e de muita música, sob o lema da música de José Afonso: “Traz outro amigo também”.

A iniciativa da adesão a este movi-mento planetário partiu e está a ser or-ganizada pela “Assembleia de Rua” do movimento “A Cultura está Viva e Mani-festa-se na Rua”, que se reúne todas as 2ªs feiras na Praça do Sertório, em Évora.

A Praça do Sertório tem sido palco das acções “A Cultura Está Viva e Manifesta-se na Rua”.

O Auditório Municipal de Vendas Novas recebe hoje, pelas 21h30, o es-pectáculo de marionetas “Os Bonecos de Santo Aleixo”, com a peça “Auto da Criação do Mundo” pelo Centro Dra-mático de Évora (CENDREV).

Tipicamente alentejanas, as ma-rionetas manipuladas por actores profissionais, correm o país dando continuidade ao espectáculo e à ex-pressão artística alentejana. Conheci-dos e apreciados por toda a gente, os Bonecos de Santo Aleixo participaram também em vários certames interna-cionais (Espanha, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Grécia, Moçambique, Ale-manha, Macau, China, Índia, Tailân-dia, Brasil, Rússia, México e França) e são anfitriões da Bienal Internacional de Marionetas de Évora – BIME, que se realiza desde 1987.

O espectáculo está integrado nas actividades da Semana do Idoso, que decorre no Município de 4 a 14 de Outubro, e que proporciona a esta camada da população um misto de actividades e momentos de convívio que vão desde a informática, cinema, teatro, actividade física, entre outras, assim como o já tradicional almoço dos reformados que juntou mais de 1.150 munícipes em três dias de alegre confraternização.

Marionetaspara idosos

Vendas Novas

”Temos uma palavra a dizer!“

Somos cidadãs e cidadãos livres e em-penhados, queremos que a nossa voz se oiça e, ao contrário dos burocratas no poder, temos soluções para a crise!

Sábado, 15 de outubro, centenas de milhar de cidadãos vão sair à rua em todo o mundo para exigir uma maior participação na vida pública, o fim da precariedade e uma maior transparência na actividade política. Por todo o planeta o capitalismo selvagem quer impor a sua ordem. Aqui, na China, nos Estados Unidos, onde quer que seja. Se a opressão é mundial, a indignação e a revolta têm também de o ser a partir daqui, destas ruas, da nossa vida, do nosso quotidiano constantemente agrilhoado.

Todos pressentimos que a Europa e o mundo estão a caminho do desastre por causa de um modelo económico baseado na ganância absurda, no lucro desenfrea-do, no desperdício sem limites.

Sabemos também que temos apenas

D.R.

“Queremos um desenvolvimento sustentado onde o trabalho, a competência, a honestidade, o respeito pela natureza e pelo meio ambiente sejam os valores fundamentais”.

uma vida e queremos vivê-la em pleni-tude. A felicidade não pode repousar nos bens que possuímos ou no número de dígitos a que cresce ou decresce a econo-mia mundial. Ela reside na capacidade que temos de ser dignos da nossa con-dição: humanos. Na nossa capacidade de construir laços de solidariedade, de igualdade e de fraternidade, numa socie-dade sem explorados nem exploradores, sem oprimidos nem opressores. Numa sociedade sem exclusão seja qual for a sua origem.

Somos cidadãos de todas as gerações,

mulheres e homens, de todas as mino-rias, de todas as maiorias, jovens, velhos, gente de corpo inteiro que exige respeito, consideração, gente que não deixa que a levem por tola.

Queremos um desenvolvimento sus-tentado onde o trabalho, a competência, a honestidade, o respeito pela natureza e pelo meio ambiente sejam os valores fundamentais.

Somos contra a opacidade na vida política, contra a corrupção, contra a democracia limitada e compartimenta-da em que nos querem enclausurar. A democracia que queremos não se limita ao voto de quatro em quatro anos.

Exigimos, neste tempo das novas tec-nologias e da sociedade em rede, novas soluções, novas alternativas que tragam o poder cada vez mais próximo das pes-soas, abrindo-lhes horizontes de partici-pação, horizontes de liberdade.

Traz a tua família e os teus amigos. Vamos comemorar também os 100 anos do nascimento de Manuel da Fonseca. E, com o escritor alentejano, dizer às novas gerações: “Levanta os olhos do chão, que eu quero ver nascer o sol”.

Junta-te aos teus iguais.

texto do manifesto que será dis-tribuído à população de Évora no próximo sábado, durante a concen-tração na Praça do Sertório.

“Sementes do Universo”, assim se intitula o ateliê de pintura que Alice Alves está a realizar na vila medieval de Monsaraz. A pintora está a traba-lhar ao vivo até ao dia 8 de Janeiro do próximo ano na Casa Monsaraz, entre as 10h e as 13h e das 14h às 18h. Esta mostra organizada pelo Município de Reguengos de Monsaraz está integra-da no Ciclo de Exposições Monsaraz Museu Aberto.

Alice Alves é uma pintora autodi-dacta que iniciou a sua actividade artística há mais de uma década. Desde 2005 participou em exposições individuais e colectivas em França, Alemanha, Espanha e Portugal. Actualmente, deseja desenvolver a sua arte como método de terapia para crianças com dificuldades e defici-ências.

Alice Alves descreve-se “apaixona-da pela pintura e curiosa sobre tudo o que está ao meu redor. A natureza que temos de proteger é a minha fonte contínua de inspiração e o meu objectivo é que as pessoas que vêem as minhas obras reflictam sobre a existência e a exigência da vida, da natureza, dos seres vivos, porque pa-rece que tudo o que nos cerca é muito frágil”.

Alice Alvesem Monsaraz

Pintura

12 13 Outubro ‘11

Radar

“um acordo histórica e culturalmente fundamentado, cientificamente coerente e consistente, entre os

O que os três pilares dos capitalismos (indivíduo, propriedade privada e mer-cado) têm em comum é o constituírem mecanismos básicos que funcionam ao nível dos indivíduos e das relações de pequenos grupos, e produzem efeitos “agregados” que estruturam as socieda-des à grande escala.

Assim que esteve garantida a autono-mia de decisão individual, a posse dos resultados da actividade e o acesso a um sistema de trocas livre, a actividade dos indivíduos e dos grupos foi produzindo o que conhecemos como “civilização europeia” contemporânea.

Com a generalização desses mecanis-mos, a liberdade individual e os direitos foram-se impondo. Mas o livre jogo desses mecanismos básicos faz cicli-camente surgir um novo problema: a distribuição cada vez mais desigual dos recursos, e com esta, o desequilíbrio de poder entre ricos e poderosos e pobres e dominados.

A questão que muito cedo se coloca é portanto a da regulação do sistema. Mas esta esbarra com obstáculos estruturais: como regular os efeitos destrutivos sem cercear o que faz a força do sistema, a li-berdade de acção? É essa a questão que se coloca perante os estragos causados pela desregulação do sistema: com o renascer das correntes “anticapitalistas” corre-se o risco de “deitar fora o bebé com a água do banho”.

Se observarmos a evolução das nossas sociedades no longo prazo, constatamos que os períodos de desregulação, ao produzirem desigualdades gritantes e miséria, em contraste com a extrema ri-queza, suscitaram as críticas radicais que punham em causa o próprio sistema. A primeira reacção radical foi contra o capi-talismo selvagem, no século XIX. Desse estado de coisas nascem os movimentos operários que, nada tendo a perder, rejei-tam o sistema como um todo.

Os revolucionários do século XIX e dos primórdios do século XX eram genuina-mente anti-capitalistas. Quando em 1917 os Bolcheviques tomaram o poder na Rússia, construíram um sistema alterna-tivo, o comunismo.

Este visa a destruição do sistema capitalista, e vai para isso abolir os três pilares que eram não só a base do siste-ma económico, mas também duma certa civilização europeia. Contudo, ao abolir os pilares do sistema (basta suprimir um deles!), a sociedade mergulha inevitavel-mente em sistemas totalitários.

*CIDEHUS - Universidade de Évora e Academia Militar

[email protected]

Um olhar antropológico

Crítica do capitalismo. 1. Nem Wall Street nem Gosplan

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JoSÉ RoDRiGueS DoS SantoS*antropólogo

Hélio J. S. Alves* | Texto

Escreveu há alguns anos Geoffrey Nun-berg – um especialista em novas tecno-logias aplicadas à linguística – esta coisa muito simples e percuciente, num ensaio significativamente intitulado A Persis-tência do Inglês: «Dentro da comunidade da língua inglesa podem pronunciar-se as palavras half (metade) ou car (carro) como cada grupo bem entender, mas não se pode alterar a maneira como essas pa-lavras se escrevem.

Com efeito, esta é uma das vantagens da ortografia visivelmente irregular do inglês – uma ortografia tão claramente não fonética que não cai na tentação de ser tomada como código de uma varian-te particular da língua. Quando se quer definir uma norma ortográfica numa comunidade linguística que não possui uma pronúncia normativa, é útil ter um sistema ortográfico assim». O inglês e o português não diferem no facto de ne-nhuma das línguas possuir uma pronún-cia normativa; diferem apenas no que fazem com a ortografia dela… E aí reside, portanto, uma das diferenças entre as duas línguas quanto à sua persistência no mundo.

O actual Acordo Ortográfico, bem ao contrário daquilo que Nunberg aponta, procura unificar a forma de escrever as palavras com base em pronúncias, com base em sistemas fonéticos normativos. Nisto reside o princípio central que o rege. Nada de mais visível, sob este aspecto, do que o tratamento das impropriamente chamadas “consoantes mudas”. Assim, “acto” passará a ser “ato” porque nem no Brasil, nem em Portugal, o “c” se articula. “Recepção” passará a ser “receção” porque o “p” não se articula. Já “aspecto” poderá continuar a escrever-se tal e qual, porque no Brasil o “c” é articulado. “Facto” poderá continuar a escrever-se desta forma, por-que em Portugal o “c” é pronunciado. E assim por diante.

Não são os responsáveis pelo Acordo os únicos a quem se deve esta opção de orto-grafia fonética. Desde há muito, por exem-plo, que se não escreve afflicto e effecto. Mas as ortografias normais destas pala-vras foram em tempos, para muitos escri-tores notáveis (brasileiros e portugueses), bem como para cidadãos comuns, esses estranhos e “difíceis” afflicto e effecto. A maneira como se alterou a grafia dessas palavras significou privilegiar conside-

rações de ordem fonética sobre considera-ções de ordem histórico-cultural. E é essa opção, renovada e acentuada pelo novo Acordo Ortográfico, que, no contexto multiforme e geograficamente disperso do português actual, constitui, à luz das palavras de Nunberg, um equívoco fun-damental.

O mal de colocar a oralidade na primei-ra linha dos considerandos que regem o Acordo começa pela imposição da noção de pronúncia normativa no português contemporâneo. Como se o português de Lisboa fosse mais “normal” do que o do Porto, o do Rio de Janeiro do que o de Pernambuco. Na verdade, a realidade ac-tual do português, espalhado por vários e «vastos espaços geográficos descontínuos, em diversos continentes, habitados por comunidades dissemelhantes nas suas origens étnicas, no seu modo de viver ac-tual e nos seus horizontes, coloca o pro-blema da sua homogeneidade e da sua coesão interna» (Ivo Castro, Introdução à História do Português, 2.ª edição, Lisboa: Colibri, 2006, p. 11). O português, como lín-gua, caracteriza-se por uma pluralidade regional que tende a incrementar-se, pela ordem natural da evolução das línguas. Ora, assim sendo, como poderá basear-se a ortografia na pronúncia, se esta corres-ponde a uma variedade manifestamen-te crescente? Em verdade, deve dizer-se e assumir-se que, se o acordo ortográfico da língua portuguesa serve para escrever como se diz, então não pode haver qual-quer verdadeiro acordo ortográfico.

Mas não é só esta a condicionante ne-gativa do Acordo Ortográfico que agora se pretende impor no ensino em Portugal. Acontece que todo o processo posterior à tão contestada primeira versão do Acor-do (1986) sucedeu contemporaneamente à elaboração do novo Dicionário (dito da Língua Portuguesa Contemporânea) da Academia das Ciências de Lisboa (2001) – doravante DAC – um exercício de empo-brecimento linguístico sem paralelo com os dicionários que devemos aos grandes lexicógrafos brasileiros – desde António de Moraes Silva até António Houaiss – e deslustrando o próprio, original e sete-centista, Dicionário da Academia. O novo dicionário expressamente desvaloriza o vocabulário que (só) podemos conhecer pela literatura. E não apenas a literatura anterior ao século XIX: a quantidade de palavras empregue por escritores portu-gueses do século XX que não consta do

DAC é assombrosa (para alguns exem-plos, pode ler-se Vasco Graça Moura, Lu-sitana Praia, Porto: Asa, p. 112).

Em que medida podemos esperar uma evolução positiva na lexicografia se in-clusivamente nada se fez no DAC para a melhorar com o contributo da literatura? Um autor e dramaturgo do século XVI tão importante como António Prestes, referido em primeiro lugar, antes de Ca-mões, no frontispício da edição dos Autos e Comédias Portuguesas de 1587, recente-mente objecto de edição crítica e anotada na Imprensa Nacional-Casa da Moeda, constitui uma formidável fonte de léxico português. Não é obrigação cultural lusó-fona recolher esse léxico em dicionários e contar com ele quando se pensa estabele-cer um acordo ortográfico?

Como se podem estabelecer regras uni-formes de ortografia quando nem sequer há uma ideia justa do número e teor das palavras que existem na língua escrita? Honestamente, não pode. Porém, as re-gras deste Acordo fizeram-se com base em certa ideia de oralidade, como se todos os falantes duma região linguística do por-tuguês pronunciassem palavras como as-sumptivo e iniquidade, sabendo logo se articulam ou não o “p” antes do “t” e o “u” depois do “q”...

Os autores do Acordo parecem ter es-quecido que a ortografia é um fenóme-

O Acordo Ortográfico: o Equívoco da PronúnciaPara quê falar de cultura e ciência, desenvolvimento e pro-gresso, quando o acordo se baseia numa filosofia de sim-plificação ortográfica?

Desde o início do ano lectivo que as novas regras

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países que têm o português como língua oficial, é bonito, é possível e é bem-vindo. este acordo é que não”.

Radar

no da língua escrita que se exerce num plano diverso do plano da oralidade. Determinar a escrita pela pronúncia ou articulação é confundir dois níveis de manifestação linguística, o grafemático e o fonemático. Determinar a escrita pela oralidade, desconhecendo muita da reali-zação escrita da língua – as palavras e os escritores delas –, constitui uma deturpa-ção pior do que a confusão de dois níveis epistemológicos. Finalmente, proceder a um acordo ortográfico sem considerar a grande utilidade de critérios histórico-culturais que explicam as grafias por mais a-fonéticas que pareçam, é perder uma oportunidade para conseguir um acordo cujas bases seriam indisputavel-mente idênticas e bem sustentadas para portugueses, brasileiros e todos os outros

utentes da língua. Mas para quê falar de cultura e ciência,

desenvolvimento e progresso, quando o Acordo se baseia numa filosofia de sim-plificação ortográfica? A “simplificação ortográfica” é o maior mal-entendido do Acordo e é, infelizmente, aquele que está nos seus mesmos alicerces. Bastaria ver as estatísticas para saber que as ortogra-fias do inglês e do francês, bem menos fonéticas do que a do português, não le-varam a maiores números de analfabetos ou a piores desempenhos escolares. Bas-tariam estes exemplos de todos conheci-dos para saber que um acordo ortográfico entre variantes diatópicas do português, ou seja, entre as várias maneiras de utili-zar a língua nos espaços geográficos onde é empregue, faz mal em apoiar-se sobre critérios de pronúncia.

São tão numerosos os aspectos em que este Acordo erra, e tão competentes e ex-pressivos os pareceres que os apontaram, que seria inútil retomá-los. Para o caso, afirmo apenas que a ortografia fonética, ligada à ideia de simplificação, como cri-tério basilar, constitui um equívoco que só se pode entender pelo interesse geo-estratégico que o Acordo supostamente servirá. Esse interesse entende-se e é le-gítimo. Mas não a qualquer custo; muito menos a custo da História, da Cultura e, no fim da contas, da própria Língua, isto

é, daquilo que faz de nós, seres humanos, aquilo que somos. Em termos de política educativa, em termos culturais, em ter-mos científicos, os critérios que serviram de base a este Acordo não têm consistên-cia e constituem um mau serviço ao país e à lusofonia.

Os argumentos acima expendidos nada têm a ver, note-se bem, com os lamentos proferidos por alguns intelectuais, e cons-tantes dos cabeçalhos da imprensa inter-nacional, sobre as cedências portuguesas ao Brasil. Na verdade, nada há de errado com um acordo ortográfico que, como em qualquer acordo, só é possível com cedên-cias de parte a parte, se é que de cedências políticas se pode falar quando os funda-mentos histórico-culturais e científicos se encontram assegurados. A ortografia só pode ser uniformizada por decreto. Mesmo sabendo que nunca vai ser possível uma unificação completa, vejo com agrado a possibilidade duma maior aproximação das grafias dos países lusófonos, por mo-tivos de impacto internacional nos níveis político, económico e cultural. Um acordo histórica e culturalmente fundamentado, cientificamente coerente e consistente, entre os países que têm o português como língua oficial, é bonito, é possível e é bem-vindo. Este Acordo é que não.

*Professor da Universidade de Évora

do Acordo Ortográfico passaram a ser ensinadas no ensino oficial, adoptando a nova ortografia da Língua Portuguesa.

“A ortografia fonética, ligada à ideia de simplificação, como critério basilar, constitui um equívoco que só se pode entender pelo interesse geo-estratégico que o Acordo supostamente servirá”.

O que é o Acordo Ortográfico?É um acordo assinado entre todos os países em que o português é língua oficial, que permite que uma mesma língua tenha uma só ortografia.

Para que serve o Acordo Orto-gráfico?Uma só ortografia reconhecida como válida em todos os países em que o português é língua oficial permite que os materiais escritos em português circulem entre todos os países sem que seja necessária tradução ou adaptação. Além disso, torna-se mais fácil defender a adop-ção do português como língua de trabalho em organizações em que os vários países de língua portu-guesa se encontram representados (por exemplo: na Organização das Nações Unidas).

O Acordo Ortográfico só traz mudanças para Portugal?Não. Em todos os países, há pa-lavras que se passa a escrever de forma diferente.Por exemplo, em Portugal, passa-mos a escrever “detetar” em vez de “detectar”, mas, no Brasil, passa-se a escrever “ideia” em vez de “idéia” ou “linguiça” em vez de “lingüiça.”

Temos de falar de forma dife-rente em virtude das mudanças introduzidas pelo Acordo Orto-gráfico?Não. O Acordo Ortográfico apenas regula a forma como as palavras se escrevem. Há diferenças muito grandes entre o português falado nas várias partes do mundo e essas diferenças mantêm-se. Vejamos dois exemplos: Em Portugal dize-mos “Eu ver-te-ei.”, enquanto no Brasil se diz “Eu te verei.” Em Portu-gal dizemos “autocarro”, enquanto em Moçambique se diz “machim-bombo”.O Acordo Ortográfico não tem qualquer implicação sobre a forma de falar ou sobre a gramática da língua, apenas sobre a forma como as palavras se escrevem.

Os alunos podem ter manuais com ortografias diferentes?É inevitável que, durante o período de transição, os alunos contactem com diferentes ortografias. Cabe aos professores ajudar a esclarecer dúvidas e a indicar as palavras dos manuais que sofrem alteração.

Quando há diferenças, quando é que a escrita de uma palavra segundo as normas antigas é considerada erro?A partir de 2011-2012, considera-se que o Acordo Ortográfico está em vigor no sistema educativo.

O ensino das alterações é res-ponsabilidade dos professores de português?Como sempre aconteceu, assegurar o cumprimento das normas orto-gráficas é responsabilidade de todos os professores, independentemente da disciplina que leccionam.

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Amor, Estúpido e Louco

Sugestão de filme

Direcção: Glenn Ficarra, John RequaSinópse:

Cal (Steve Carell) chegou aos 40 anos com tudo aquilo com que sonhou: uma boa situação económica, uma esposa dedicada e dois fil-hos que não dão preocupa-ções. Porém, tudo se esfuma quando, subitamente, emily (Julianne moore), a mulher, lhe pede o divórcio. Depois

Carta dominante: Ás de Ouros, que sig-nifica Harmonia e Prosperidade.amor: Tente conviver mais com os seus amigos e faça esforços para travar novos conhecimentos.saúde: Período propício a uma consulta de oftalmologia. Não descure a sua visão.dinheiro: Evite faltar a reuniões de tra-balho. Está preparado para realizar os pro-jectos a que se propõe, e para chegar onde está já superou muitas provas.

Carta dominante: Rainha de Paus, que signi-fica Poder Material e pode ser Amorosa ou Fria.amor: Confie mais na pessoa que tem a seu lado. A confiança e o respeito são es-senciais numa relação.saúde: Tendência para apanhar uma grande constipação. Agasalhe-se bem.dinheiro: Não se deixe abater por uma maré menos positiva nesta área da sua vida. Analise as suas poupanças. Pense bem no que é melhor para si.

Carta dominante: A Torre, que significa Convicções Erradas, Colapso.amor: Cuidado para não magoar os senti-mentos de uma pessoa que lhe é querida. Meça as suas palavras. Dance, vá ao cinema, aproveite aquilo que a vida tem para lhe dar.saúde: Tendência para andar um pouco descontrolado. Tente relaxar.dinheiro: O seu esforço no trabalho po-derá vir a ser recompensado. Acredite mais nas suas potencialidades.

Carta dominante: O Eremita, que signifi-ca Procura, Solidão.amor: O encontro com um desconhecido e uma insinuante troca de olhares podem ser o ponto de partida para algo muito promete-dor. A felicidade e a paixão poderão marcar a sua semana. Aproveite muito bem esta fase.saúde: Cuidado com as correntes de ar; durante esta semana poderá constipar-se facilmente.dinheiro: Poderá precisar da ajuda de um colega para finalizar uma tarefa importante.

Carta dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões.amor: Poderá ter de enfrentar um desen-tendimento com um amigo muito espe-cial. Mantenha a calma! saúde: Controle as suas emoções e procure ser racional. Não se preocupe tanto com aquele problema que o tem vindo a afectar. Vai perce-ber que afinal não era nada assim tão grave.dinheiro: O seu orçamento poderá sofrer um acréscimo significativo.

Carta dominante: A Justiça, que significa Justiça.amor: Poderá encontrar um amigo que já não via há muito tempo. Coloque a conversa em dia.saúde: Procure não abusar em refeições muito condimentadas.dinheiro: Não influencie as ideias dos ou-tros. Permita que cada um pondere por si. Aceite críticas construtivas feitas por alguém que tem mais experiência.

Carta dominante: 5 de Paus, que significa Fracasso.amor: Modere as suas palavras pois pode magoar a pessoa amada. Seja mais cuida-doso.saúde: Procure não exagerar no exercício físico, pois poderá magoar os seus músculos.dinheiro: É possível que durante esta se-mana se sinta um pouco desmotivado. Trace objectivos para o seu trabalho, vai ver que conseguirá obter melhores resultados.

Carta dominante: A Justiça, que signifi-ca Justiça.amor: Poderá encontrar um amigo que já não via há muito tempo. Coloque a conver-sa em dia.saúde: Procure não abusar em refeições muito condimentadas.dinheiro: Não influencie as ideias dos outros. Permita que cada um pondere por si. Aceite críticas construtivas feitas por alguém que tem mais experiência.

Carta dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.amor: Lute pelo seu verdadeiro amor, não se deixe influenciar por terceiros. Não se deixe do-minar pela insegurança. Converse mais com o seu companheiro e tenha mais confiança nele.saúde: Vigie a sua tensão arterial e con-trole muito bem a sua alimentação.dinheiro: Procure não ser muito impul-sivo nas suas compras, pois poderá gastar mais do que as suas possibilidades.

Carta dominante: 9 de Espadas, que sig-nifica Mau Pressentimento. amor: Esteja alerta, o amor poderá surgir em qualquer lugar. Deixe-se ser amado.saúde: Pratique uma actividade física que lhe dê bastante prazer.dinheiro: A sua vida profissional tende a melhorar significativamente. Continue a demonstrar o seu dinamismo. Não adie de-cisões importantes e urgentes. Seja firme.

Carta dominante: Valete de Espadas, que significa Vigilante e Atento.amor: Seja mais carinhoso com a sua cara-metade. Os actos de ternura são im-portantes para revigorar a relação.saúde: Evite enervar-se em excesso. As preocupações podem trazer sérios pro-blemas ao nível cardiovascular. Poderá sentir-se mais cansado do que o habitual. dinheiro: Cuidado com os gastos supér-fluos.

Carta dominante: O Imperador, que signi-fica Concretização.amor: Período favorável à conquista. Encha-se de coragem e diga aquilo que sente. Siga em frente e lute para alcançar os seus objec-tivos.saúde: Cuidado com alergias, pois o seu sis-tema respiratório poderá estar muito frágil.dinheiro: Seja ousado e não hesite em reve-lar as suas ideias criativas. Poderá ser útil para o seu desenvolvimento profissional.

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então que dá de caras com Jacob (Ryan Gosling), um solteirão emped-ernido com muito jeito para mulheres que se transforma numa espécie de consultor de ima-gem de Cal e que o

transforma num autêntico íman de sedução. Porém, por muitas voltas que dê ao seu coração, há coisas que Cal não consegue alterar...

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de algum tempo de total apatia e autocomiseração, Cal decide que está na hora de seguir a sua vida e voltar ao “activo”. Porém, cedo percebe que as suas técnicas de sedução, eficazes no passado, se tornaram obsoletas. É

Escola: Os Piores Anos da Minha Vida Direcção: James PattersonSinópse:

«Rafe Khatchadorian já tem problemas suficientes em casa sem ter de meter a es-cola ao barulho. Felizmente, ele tem um plano perfeito para ter o melhor ano de sempre, isto é, se o con-seguir levar para a frente. vai tentar quebrar todas as regras do código de conduta

pre a evitar.James Patterson detém o record de bestsellers do new York times com 63 títulos, tendo já vendido mais de 220 milhões de livros no mundo. Feitas as contas, os livros do

escritor já renderam 3 mil milhões de dólares. um valor superior aos lucros de avatar, um dos filmes mais lucrativos na história do cinema.

da sua escola.mas quando o jogo começa a perder a piada, ele terá de decidir se ganhar é o mais importante, ou se está finalmente pronto para aceitar as regras, lidar com os provocadores e com as verdades que ele está sem-

estremoz

pintura de maurizio lanzilotta – “landsCape BY heart”.Até 27 de NovembroMaurizio Lanzillotta, artista italia-no, vive em Espanha desde 1987. A sua permanência nesse país influenciou a sua arte que tomou uma nova dimensão. A paisagem, seu tema de eleição, nesta nova aventura, com independência de tratar-se de uma figuração «natu-ralista », destaca sobretudo uma representação que lhe confere uma autonomia constituindo-se em imagem espiritual e onírica.

extremoz

exposição “a Bilha 2011”Até 12 de Novembro, vai estar paten-te na Sala de Exposições do Centro Cultural Dr. José Lourenço Marques Crespo, a exposição “A BILHA projecto de arte”.O projecto, idealizado pelo Prof. Carlos Godinho no âmbito do trabalho do Agrupamento de Escolas de Estre-moz, transporta-nos para uma ideia cultural de ligação entre o passado e o presente. Nos quatro anos de desen-volvimento do projecto, têm decorri-do paralelamente vários eventos, que contribuíram para a sua divulgação, algumas conferências, várias exposi-ções temporárias e a fixação de uma exposição permanente no Centro Cul-tural Dr. Marques Crespo, organizada pelo Museu Municipal de Estremoz Prof. Joaquim Vermelho.

exposiçãoVila Viçosa

dança Contemporânea: 2 Boxe29 de Outubro | 21H30 | Cine-Tea-tro Florbela EspancaA Companhia de Dança Contempo-rânea de Évora apresenta “2 Boxe”, uma peça concebida, dirigia e core-ografada por Nélia Pinheiro. Uma peça para 2 bailarinos com uma forte componente de dança, pura e simples que revela a importância de nos reinventarmos a cada dia, de lutar para vencer as dificuldades, de preservar os valores e crenças.

évora

FestiVal internaCional de dança ContemporâneaAté 22 de Outubro de 2011.Vai decorrer em Évora o Festival Internacional de Dança Contem-porânea com localização no Teatro Garcia de Resende, Blackbox e em Escolas EB1 e Infantários

Vila Viçosa

“Fado ao piano” Com mário moita15 de Outubro | 21H30No espectáculo “Fado ao Piano” Má-rio Moita recupera o “Fado ao Piano”, uma tradição que remonta ao ano de 1870. Uma noite romântica em que as notas do piano e as letras de fados tradicionais se fundem dando origem a uma sonoridade única.

dançaredondo

Festa halloween30 de Outubro | 21h30 Café Concerto do Centro Cultural de RedondoA noite das bruxas volta ao café concerto. Desta vez o Centro Lú-dico de Redondo preparou um conjunto de actividades que pro-metem uma noite cheia de magia e personagens fantasmagóricas.Entrada gratuita

arraiolos

500 anos do Foral manuelino de arraiolosAté 30 de OutubroDentro da Reforma de actualiza-ção dos forais medievais – o de Arraiolos data de 1290 – a 29 de Março de 1511, D. Manuel outor-ga o chamado “Foral Novo” de Arraiolos.E, com início em 29 de Março de 2011, assinalamos estes cinco séculos de história, procurando conhecer mais sobre a nossa terra e as suas gentes, projectando um futuro melhor ainda que sobre um presente demasiado sombrio.Assim foi quando a reabilitação urbana do Centro Histórico de Arraiolos revelou novos “acha-dos” para a história dos nossos Tapetes – património cultural mundialmente conhecido; assim foi aquando da descoberta re-cente de inscrições e grafitos nas muralhas da “Praça de Armas” do Castelo.

outros

Sugestão de livro

SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

A Associação Eborae Mvsica promove, em Outubro, no dia 29, sábado, às 18h00 e no dia 30, do-mingo, às 11h00, no Teatro Gar-cia de Resende, o espectáculo “Andakibebé”, pela Companhia de Música Teatral de Lisboa, sob a direcção de Paulo Maria Ro-drigues. Este espectáculo é re-comendado para famílias com crianças até 6 anos de idade

“Andakibébé”, entre o teatro e a música, com humor e irre-verência, explorando paisagens sonoras e visuais ricas e colori-das, um pianista e cinco canto-res constrói uma “performance” ao vivo que, mais do que um espectáculo, é uma festa, uma sugestão sobre como comunicar através da música, teatro e movi-mento.

Partindo de jogos e brincadei-ras do universo infantil, a mú-sica dá sentido a um conjunto

de elementos contrastantes e constrói-se uma relação muito próxima com crianças e adultos ao longo do espectáculo.

O público é convidado a entrar no espectáculo e participar mu-sicalmente em vários momentos energéticos, bem como a ouvir e contemplar cuidadosamente outros de natureza mais subtil e poética.

A concepção do espectáculo é da Companhia de Música Tea-tral.

A Companhia de Música Te-atral destaca-se no panorama musical nacional e internacio-nal pelo pioneirismo das suas intervenções artísticas junto das faixas etárias mais precoces. Ori-ginalmente alicerçado em bases da teoria da aprendizagem mu-sical de Edwin Gordon, o traba-lho da CMT tem-se distinguido pela criação de novas propostas

artísticas dirigidas à infância e à comunidade, resultantes do cruzamento de elementos vin-dos da actividade artística, da in-vestigação académica, da prática educativa e do conhecimento tecnológico.

A difusão do conhecimento e a criação de novas perspectivas relativas à educação é também uma face importante do traba-lho da CMT que disponibiliza um conjunto de suportes educa-tivos de forma articulada com a sua produção artística. Os seus trabalhos têm sido apresentados em Portugal, Espanha, Polónia, Estados Unidos da América, Ale-manha e Lituânia. Estarão dis-poníveis para aquisição, a preços especiais, o DVD, Livro e CD re-ferente ao espectáculo.

A Associação Eborae Mvsica é uma estrutura financiada pela Secretaria de Estado da Cultura.

Energia

Glint investe 4 milhõesem ÉvoraUm parque fotovoltaico com cerca de 2 900 painéis solares, que vão ser produzidos em Évora, vai “nascer” na periferia da cidade alen-tejana, num investimen-to de quatro milhões de euros da Glintt - Global Intelligent Technologies, conforme havia sido noticiado pelo Registo.“É um projeto com duas iniciativas em paralelo. Por um lado, vamos buscar tecnologia es-trangeira para adaptá-la e produzir painéis solares em Évora. Por outro, vamos produ-zir energia solar” diz Manuel Mira Godinho, Chief Executive Officer (CEO) da Glintt, citado pelo Diário Digital.O projecto, num in-vestimento de quatro milhões de euros, ainda está “em fase de pre-paração”, mas deverá estar concluído “dentro de aproximadamente 12 meses»” explicou o presidente-executivo da empresa.

“Andakibebé” traz humor e irreverência ao Garcia de Resende

Música

D.R.

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Espectáculos nos próximos dias 29 e 30.

O médico José Robalo, sub-di-rector geral de Saúde, será o pró-ximo presidente da Administra-ção Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, confirmou o Registo junto de fonte social-democrata, segundo a qual a nomeação cau-sou “profunda estranheza” entre os dirigentes distritais e regio-nais do partido.

“Não se nomearem boys é uma coisa, escolher os boys dos ou-tros é outra”, disse a mesma fon-te, recordando as ligações de José Robalo ao Partido Socialista (foi candidato pelo PS no município de Alandroal).

Com José Robalo avançam para a ARS do Alentejo Rui Fili-pe Cerqueira Quaresma, profes-sor auxiliar do Departamento de Gestão da Universidade de Évora (considerado próximo de Antó-nio Serrano e Carlos Zorrinho) e Teresa Filipe Alves Rodrigues, enfermeira no Centro de Saúde de Grândola.

Licenciado em medicina, José Robalo integra a carreira de Clíni-ca Geral desde 1985 a categoria de Chefe de Serviço desde 2010, ten-do sido nomeado coordenador da Sub-Região de Saúde de Évora, em Setembro de 2000.

Robalo avança para a ARS

Política