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Uma forte tradição cultural O Alentejo na 1ª Liga São Manços www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 02 de Setembro de 2010 | ed. 118 |0.50 euros PUB Futebol A Biblioteca Pública de Évora acolhe amanhã, sexta-feira, dia 3, pelas 21h30, a performance “Dos Livros de Évora”: A Libra- ry of Hands, resultante do trabalho desenvolvido durante o curso de formação Making the Body All Eyes, inserida no Festival Escrita na Paisagem, que decorfre até ao final do mês Performance na Biblioteca Pública de Évora 23 9 3 19 10 18 Odemira Jovens Cientistas vão a Lisboa Évora Petição pelo Museu de Artesanato 24 Évora Bikévora volta em Outubro 24 Vendas Novas Festas começam amanhã 18 Escrita na Paisagem Este domingo em Castelo de Vide Passos Coelho encerra Universidade de Verão do PSD Cavaco Silva em Ourique É preciso dar uma atenção particular à agricultura alentejana Cavaco Silva esteve sábado em Ourique, onde re- cebeu a chave da Vila e inaugurou o Jardim de Infância e o Centro de Convívio. Regressado de férias, o presidente da Repúblicas defendeu que o poder central tem de prestar “uma atenção par- ticular” à agricultura. 11-15 Em Montemor-o-Novo até 2ª Feira Feira da Luz empenha-se em resistir à crise Oitenta mil visitantes são aguardados na edição 2010 da Feira da Luz, que decorre até ao dia 6 em Montemor- o-Novo. A programação inclui iniciativas económicas, culturais e desportivas “para todos os gostos”, conforme salienta Carlos Pinto de Sá numa extensa entrevista con- cedida ao REGISTO. O autarca montemorense reconhece que a crise impôs acrescidas dificuldades à realização do certame, mas manifesta-se convicto de que a Feira da Luz manterá, este ano, os elevados níveis de qualidade e popularidade atingidos nos anos anteriores.

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Uma forte tradição cultural

O Alentejona 1ª Liga

São Manços

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 02 de Setembro de 2010 | ed. 118 |0.50 euros

PUB

Futebol

A Biblioteca Pública de Évora acolhe amanhã, sexta-feira, dia 3, pelas 21h30, a performance “Dos Livros de Évora”: A Libra-ry of Hands, resultante do trabalho desenvolvido durante o curso de formação Making the Body All Eyes, inserida no Festival Escrita na Paisagem, que decorfre até ao final do mês

Performance na Biblioteca Pública de Évora

239

3

19 10

18

Odemira

Jovens Cientistas vão a Lisboa

Évora

Petição pelo Museu de Artesanato

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Évora

Bikévora volta em Outubro

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Vendas Novas

Festas começam amanhã

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Escrita na Paisagem

Este domingo em Castelo de Vide

Passos Coelho encerra Universidade de Verão do PSD

Cavaco Silva em Ourique

É preciso dar uma atenção particular à agricultura alentejanaCavaco Silva esteve sábado em Ourique, onde re-cebeu a chave da Vila e inaugurou o Jardim de Infância e o Centro de Convívio. Regressado de férias, o presidente da Repúblicas defendeu que o poder central tem de prestar “uma atenção par-ticular” à agricultura.

11-15

Em Montemor-o-Novo até 2ª Feira

Feira da Luz empenha-se em resistir à criseOitenta mil visitantes são aguardados na edição 2010 da Feira da Luz, que decorre até ao dia 6 em Montemor-o-Novo. A programação inclui iniciativas económicas, culturais e desportivas “para todos os gostos”, conforme salienta Carlos Pinto de Sá numa extensa entrevista con-cedida ao REGISTO. O autarca montemorense reconhece que a crise impôs acrescidas dificuldades à realização do certame, mas manifesta-se convicto de que a Feira da Luz manterá, este ano, os elevados níveis de qualidade e popularidade atingidos nos anos anteriores.

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A abrir

EfEméridE

Uma efeméride que, mais uma vez, nos relembra os dados disponibilizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).De acordo com o relatório Global de Con-trolo sobre Educação da UNESCO, esti-ma-se que haja no mundo 781 milhões de adultos analfabetos. Destes, cerca de 520 milhões são mulheres. A somar a estes dados, aproximadamente 103 mi-lhões de crianças não têm acesso à escola e, consequentemente, não aprendem a ler, escrever e contar.As regiões Sul e Oeste da Ásia são as que possuem maior taxa de adultos analfa-betos com 41,6 por cento, seguida pela África subsariana, com 40,3 por cento, e

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

Tudo o que é bom sabe a pou-co, já se sabe. As férias acaba-ram e os portugueses estão de volta ao trabalho, uns bronze-ados e outros não, quase todos deprimidos. Mais deprimidos que no início do Verão, porque até a crise custa menos a su-portar quando se está de papo para o ar numa praia, mesmo que o farnel seja parco. O fato de banho iguala democratica-mente ricos e pobres, e o sol, como é sabido, quando nasce é para todos. Acabou-se o que era doce, e o cidadão ressente-se. Os nossos colegas da televisão, sempre atentos às novidades patoló-gicas, já deram nome ao mal-estar: depressão pós-férias. Pois. Deprimido e emperrado pela paragem, o país vai retoman-do lentamente a velocidade de cruzeiro, e nós cá estamos também de volta ao trabalho, após três semanas de inter-rupção. A manchete, como não podia deixar de ser, é a Feira da Luz, um evento ancestral que con-

tinua a ser referência obrigató-ria no calendário de feiras do país. Para conhecer a programação e entender a amplitude da edi-ção 2010, o REGISTO teve uma longa conversa com o presi-dente da Câmara Municipal de Montemor-o-Novo. Na entre-vista, Carlos Pinto de Sá explica que, face à situação de crise que o país vive, a organização en-controu dificuldades acrescidas. Assim, empenhou-se sobretu-do em manter o elevado pata-mar atingido nos últimos anos, já que “surge num momento em que as pessoas vivem uma grande interrogação relativa-mente ao futuro”.Do futuro também se falou na Universidade de Verão do PSD, que reuniu uma centena de “jo-tas” em Castelo de Vide. O pro-fessor Marcelo Rebelo de Sousa esteve lá, e a lição que deixou pode resumir-se mais ou menos assim: “O futuro ao PSD per-tence, mas vamos com calma”. Com uma crise destas, ninguém tem pressa de chegar ao gover-no.

Crónica Editorial

Cavaco Silva e a “pesada herança”

Cavaco Silva, num aparente pri-meiro acto de campanha pré-elei-toral , esteve em Ourique no final de Agosto. Regressado de férias, o presidente e recandidato, embora ainda não anunciado, foi agracia-do pela edilidade socialista com a chave da Vila. Pedro do Carmo, embora eleito pelo PS, não eco-nomizou palavras de simpatia a Cavaco. A sala do Cine-Teatro Sou-sa Teles estava recheada de sociais-democratas de todas as tendências, todos eles certos da recandidatura de Cavaco Silva – de Luís Serrano a Cristina Cameirinha, de José Raúl Santos a João Paulo Ramôa. Mas não lhes deve ter soado nada bem

quando Pedro do Carmo disse que “vem V. Exa. a Ourique testemunhar um tempo novo, de novas reali-zações e de sucesso, perante uma herança pesada e comprometedora a que os Ouriquenses responderam com confiança e empenho na sal-vaguarda dos seus interesses”. Que houve muita gente a contorcer-se nas cadeiras, lá isso houve, que os 40 graus estavam lá e bem viram!

Trancas à portas

O discurso de Pedro do Carmo (presidente da Câmara de Ourique) não ficou a perder em nada relativa-mente aos que todos nós conhecía-mos de José Raúl dos Santos, quan-do foi presidente do PSD e levava a Ourique gente como Pedro Santana Lopes ou Alberto João Jardim. Lá veio à baila o estereotipo de “aqui ocorreu a batalha que deu forma e identidade à nação. Aqui renasce agora a vontade de conquistarmos

o Futuro”. Quem pode esquecer os cartazes do tempo de José Raúl a lembrar que D. Afonso Henriques também andou por ali (terá anda-do?)? Mas apesar do tom epopeico do discurso, em que o presidente Pedro mais parecia presidente da República do que presidente de um pequeno concelho do interior alen-tejano, inchado e quase a rebentar, a sala não esteve particularmente atenta, com os telemóveis sempre a tocarem. Houve até uma senhora que falou alto e bom som, dizendo para alguém da sua confiança, que era melhor fechar a porta da rua. De facto, como as coisas estão, o melhor é porem-se trancas à portas… não vá a “bruxa má”(Miguel Relvas dixit) entrar por ali adentro.

Gente do PS com…. Cavaco Silva

Em Ourique marcou presença Carlos Beato, presidente socialista de Grândola e apoiante de Cavaco

Silva. Mas não foi o único. Para além de muitos militantes e di-rigentes distritais do PSD, via-se também que a iniciativa agradou a um vasto sector do PS que, não se reconhecendo em Manuel Alegre, já apostou decididamente numa reeleição de Cavaco Silva. E gostam que conste. Um assessor local do PS concordou com os 40 graus sobre o significado desta jornada: “é uma espécie de anúncio de recandida-tura aqui em Ourique”. E, apesar de Cavaco ter dito que ainda não é o tempo certo para anunciar se é can-didato, todos estavam ali seguros de que isso vai acontecer em breve. E uma das prendas que lhe foi dada foi mesmo uma pequena escultu-ra simbolizando a sua chegada à Figueira da Foz e a sua candidatura à presidência do PSD. Dito por quem ofereceu a escultura ao presidente: “é mais uma forma simbólica de lhe dizermos que queremos que ele se recandidate”.

40 graus à Sombra

pelos Estados Árabes, com 37,3 por cen-to. Os países com maior índice de anal-fabetismo são o Burkina Faso (87,2 por cento), o Níger (85,6 por cento) e o Mali (81 por cento).

A 8 de Setembro comemora-se o Dia Internacional da Alfabetização

www.egoisthedonism.wordpress.comPedro Henriques Cartoonista

José Pinto de Sá

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região

Uma centena de ‘jotas’ estão desde segunda.feira em Cas-telo de Vide, para mais uma Universidade de Verão do PSD, iniciativa que volta a marcar a “rentrée” oficial do partido.

Com as aulas este ano a cargos de ‘professores’ como o presi-dente do Tribunal de Contas ou o antigo líder do PSD Mar-celo Rebelo de Sousa, a sema-na irá terminar no domingo com o discurso do líder social democrata, Pedro Passos Coe-lho.Uma intervenção que assi-nalará o regresso do partido ao ‘terreno’ após as férias de verão e, segundo o secretário geral do PSD, Miguel Relvas, “marcará a linha orientadora do partido nos próximos me-ses”Defendendo que Portugal que não está condenado a ser um dos países mais atrasados da Europa, Miguel Relvas apos-tou num “discurso de esperan-ça”.“É possível, com outro cami-nho. E, esse novo caminho, o caminho de uma nova espe-rança, acho que é o caminho que tem de ser assumido”, dis-se o secretário-geral do PSD, Miguel Relvas, que acusou José Sócrates de sofrer de “sín-drome da bruxa má” e de viver num “país de ilusão”.No arranque da Universidade

de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Miguel Relvas recor-reu às histórias infantis para criticar a visão que o chefe do Governo tem do país.O secretário-geral social-de-mocrata concluiu que José Só-crates tem uma “visão bipolar da vida”, ao não reconhecer a dureza e as dificuldades que os portugueses enfrentam no dia-a-dia.“Temos um primeiro-ministro que sofre da síndroma da bru-xa má. Um primeiro-ministro que todos os dias se vê ao es-pelho e diz «espelho meu, es-pelho meu, quem é melhor do que eu»”, afirmou Miguel Relvas, em declarações aos jornalistas no final da sessão de abertura da Universidade de Verão do PSD. Recuperando um ideia que já tinha transmitido no seu discurso, o secretário geral do PSD considerou que José Só-

crates “vive uma visão bipolar da vida”. “Há dois países para ele: o país dos problemas, o país dos ou-tros e do povo português e o seu país que é um país de irre-alidades e de ilusão, mas que não tem nada a ver com o dia a dia e com a dureza e a dificul-dades com que os portugueses são confrontados”, criticou. Defendendo que o Executivo é que tem de encontrar res-postas concretas para os pro-blemas e de governar em vez de tentar “permanentemente criar um clima de conflituali-dade política”, Miguel Relvas recusou que o PSD tenha feito um “ultimato” relativamente ao dia 9 de Setembro, quando se esgota o prazo para o Pre-sidente da República poder dissolver a Assembleia da Re-pública antes das eleições pre-sidenciais de Janeiro. Pelo contrário, frisou, os

sociais-democratas apenas avançaram com aqueles que consideram ser os princípios base para aprovarem o Orça-mento de Estado para 2011, nomeadamente impedir que a despesa continue a aumen-tar e acabar com “ataque per-manente” à classe média.Ao longo da semana, além das ‘aulas’ do presidente do Tri-bunal de Contas e de Marcelo Rebelo de Sousa, outros ‘pro-fessores’ passaram ou vão pas-sar por Castelo de Vide, como o padre Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social, Carlos Pimenta, ex-ministro do am-biente do PSD, e o presidente do conselho de administração da Vodafone António Carra-patoso, entre outros.Os jantares-conferência ti-veram este ano como convi-dados cinco personalidades que são “casos de sucesso com reconhecimento internacio-nal”: o gestor Alexandre Rel-vas, a presidente da Funda-ção Champalimaud, Leonor Beleza, o professor catedráti-co Miguel Maduro, prémio Gulbenkian de Ciência 2010, o gestor Jorge Guimarães e a cientista Elvira Fortunato.A Universidade de verão do PSD conta todos os anos com cem jovens alunos. Na presen-te edição, têm uma média de idades de 23 anos, sendo que 40 por cento são mulheres

Universidade de Verão do PSD em Castelo de Vide

Pedro Passos Coelho encerra os trabalhos este domingo

Escola Profissional Abreu Callado

Abertas as inscrições para cursos profissionais

A Escola Profissional Abreu Callado (EPAC), em Benavila, concelho de Avis, tem abertas as inscrições para o curso de Assistente Familiar e de Apoio à Comunidade, sendo a única escola nesta região que vai ministrar no ano lectivo de 2010/11um curso de Nível-II. Podem candidatar-se todos aqueles que tenham o 8ºano ou que não tenham completa-do o 9ª ano, garantindo, assim, apenas num ano lectivo, uma certificação profissional de Nível-II e a possibilidade de realizarem exames nacionais de acesso ao 10º ano, nas mesmas condições dos alunos do ensino regular. Os candida-tos admitidos, receberão uma bolsa mensal de entre 30 e 40 euros e poderão usufruir de transporte de e para a escola – os que residam nos concelhos limítrofes – ou, caso sejam de localidades mais distantes, têm ao seu dispor alojamento na EPAC.Para além deste curso, a EPAC - única escola do concelho de Avis com equiparação ao 12º ano – disponibiliza ainda cursos de Nível-III: Anima-dor Sociocultural, Técnico de Turismo Ambiental e Rural e Técnico de Protecção Civil.A Escola Profissional Abreu Callado é um estabelecimento de ensino privado, cuja entida-de proprietária é a Fundação Abreu Callado, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) criada em 1948. Sucessora da pioneira Escola Rural José Godinho de Abreu (1955), a actual EPAC nasceu em 1992 de um protocolo entre a Fundação e o Ministério da Educação, sendo apoiada financeiramente através do QREN/POPH.A Fundação Abreu Callado, nos termos da sua missão testamentária e estatutária, tem como principais fins fun-dacionais o ensino de jovens e apoios sociais à terceira idade, através do seu Centro de Convívio e Apoio Social, em Benavila, no qual já assiste, diariamente, mais de uma centena de reformados. Acti-vidades lúdicas, desportivas e culturais, assim como, presta-ção de serviços de psicologia, enfermagem e despistagem de várias sintomatologias típicas da terceira idade, são alguns dos apoios disponibilizados pela instituição.

Redação

discurso de Passos Coelho vai “marcar a linha orientadora do partido”

Falar da Universidade de Ve-rão do PSD, no Alentejo, em Castelo de Vide, é também fa-lar do responsável e director desta iniciativa, o eurodepu-tado social democrata Carlos Coelho. Carlos Coelho é um político multifacetado que desde o iní-cio da sua juventude se dedicou ao partido de corpo e alma. Nas-cido em Lisboa há 50 anos foi, na Europa, o deputado mais jovem quando, aos 19 anos, assumiu o lugar de deputado na Assem-bleia da República. Brilhante orador, organizado e metódico, Carlos Coelho é o homem e polí-tico que nenhum líder do parti-

do, até hoje, deixou de ter ao seu lado para trabalhar.Com a sua liderança os “jotas” ti-veram a sua expressão máxima em número de deputados elei-tos na Assembleia da República (cerca de 20).Na opinião de vários militan-tes nacionais e dirigentes locais da JSD, no Alentejo, o euro-deputado social-democrata é o exemplo típico do político com-petente, disponível, cuja orien-tação e afirmação ao longo de décadas sempre se fizeram na defesa intransigente dos valores do humanismo e do reformismo social-democrata.Segundo um amigo pessoal, que com ele trabalhou (foi seu vice-presidente), “falar sobre o Carlos

Coelho é (re)visitar a memória desde os idos dos anos 80. São cerca de 30 anos. 30 anos de me-mórias pessoais e políticas rela-cionadas com um dos políticos com maior capacidade de traba-

lho que conheci. Ágil de pensa-mento, persistente nos objecti-vos, o Carlos Coelho foi muitas vezes comparado ao anúncio de uma certa marca de pilhas. Ti-nha e tem uma energia que pa-rece não acabar. Dos 18 aos 50, continua a ser um amigo. Isso, hoje, é o que importa.” Carlos Coelho participa com regularidade, por todo o país e Alentejo, em iniciativas parti-dárias e outras promovidas pela sociedade civil onde leva, parti-cularmente junto dos jovens, a mensagem da Europa e do seu futuro.O actual presidente do PSD, Pe-dro Passos Coelho, que encerra a iniciativa no Domingo, suce-deu-lhe na liderança da JSD.

Perfil

O “magnífico” CarlosRedação

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Opinião

“A Juventude é o nosso Futuro!” (acerca da arte de fazer discursos vazios)

No passado dia 12 de Agosto, comemorou-se o Dia Internacional da Juventude. Nesse mesmo dia, a imprensa portuguesa e mundial fazia eco de um indicador nada animador para o nosso futuro próximo: parece que a taxa mun-dial de desemprego jovem atingiu em 2009 o nível mais alto da história – 13%, correspondentes a 81 milhões de pessoas - e deverá ainda aumentar nos próximos

tempos, segundo estudos revelados pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Muitos analistas voltaram a falar de uma “geração perdida”, designando os mil-hões de jovens descrentes e desmotivados que, após longas e frustradas procuras de emprego, acabam muitas vezes por se ex-cluir do mundo do trabalho.Naturalmente que a crise mundial despole-tada em 2008, teve o seu papel importante. Este contexto de crise traduziu-se, ainda, em menor quantidade de horas trabalhadas e na redução de salários para os que con-seguem manter um emprego formal, mais ou menos estável. Ainda segundo o mesmo estudo, 152 milhões de jovens (quase 28% de todos os jovens trabalhadores no mundo) trabalharam em 2008, mas permaneceram num patamar de pobreza, ganhando menos de 1,25 USD (dólares) por dia. A própria União Europeia (UE) registou um aumento de 4,6% no desemprego de jovens em 2009, a maior alta da história. O investimento em educação e a criação de políticas de inser-ção de jovens no mercado de trabalho for-ma apontadas como medidas prioritárias a

ter em conta pelos responsáveis políticos.Perante isto, não pude deixar de recordar os conjuntos de declarações de princípios que se ouvem por cá, sempre louváveis e consensuais: a incontornável “aposta nos jovens”, a convicção que “são o futuro de Portugal”, entre outras pérolas – que, no fundo, são discursos absolutamente vazi-os. E que, depois, vêm geralmente comple-mentados com um conjunto de medidas avulsas, e baseadas na maioria das vezes numa lógica de paternalismo e subsídio-dependência. É hoje patente (por exemplo, nas taxas de desemprego jovem e dos jovens mais quali-ficados) que existem enormes bloqueios à construção de um projecto de vida na gera-ção dos 20 – 35 anos. A inflexibilidade dos mercados de trabalho, esquizofrenia dos mercados de habitação (aquisição e arren-damento), sistemas de educação/ formação arcaicos e uma “cultura social” muitas vez-es avessa à inovação, ao risco e ao mérito, não ajudam e, explicam, em parte, o êxodo de milhares de jovens todos os anos para o estrangeiro.

Em vez de discursos sem conteúdo, ne-cessitaríamos de um conjunto integrado de políticas, desdobrado em medidas concretas, centradas no crescimento pes-soal/ profissional dos jovens. Exemplos? A qualidade do ensino enquanto estímulo para a aprendizagem e aquisição constante de novas competências (o caminho actual do facilitismo não ajuda nada), uma oferta cultural para estimular o sentido crítico e a participação cívica, a abertura/ flexi-bilidade do mercado de trabalho e a fac-ilidade de inserção e progressão, no início da carreira, um mercado de arrendamento flexível para quem deseja constituir família ou iniciar uma vida independente…entre muitas outras.

Naturalmente, que tudo carece de efectivo poder de decisão, com vista a assegurar a coerência de políticas tão transversais. Não se perca, pois, mais tempo com in-utilidades…aplique-se antes, o tempo e a energia de quem deve decidir em acções concretas e viáveis.

CArlOs sEzõEsGestor/Consultor

As “Reentrées”Tal como havia previsto em crónica ante-rior, o fenómeno Passos Coelho esvaziou-se tão depressa quanto encheu. Um tiro de pólvora seca. Bastou a apresentação de um primeiro leve indício de propos-tas politicas - liberalização dos despedi-mentos e desmantelamento dos serviços públicos de saúde e educação - para dar um trambolhão nas sondagens e transfor-

mar o sonho de um rápido regresso do PSD ao poder num novo pesadelo para os seus militantes mais fervorosos.Como uma desgraça nunca vem só, para tentar esconder a desastrada e precipitada proposta de revisão constitucional, lá veio o ultimato para que o governo apresentasse o OE até 9 de Setembro, para que o PSD pudesse abrir uma crise politica e dar pre-texto ao PR para usar, “in extremis”, o pod-er de dissolução do parlamento e lançar o país na pior das confusões, em simultâneo com uma campanha eleitoral, no contexto financeiro nacional e internacional que se conhece.Pior a emenda que o soneto. O país respon-sável ficou boquiaberto e até o inefável Prof. Marcelo não foi capaz de esconder a sua estupefacção. A “rentrée” do PSD teve

assim o mérito de ilustrar de forma clara que “ainda não é com este que o PSD lá vai”.O Bloco e o PCP também animaram politi-camente o fim do Verão.O primeiro, sem surpresa, “reentrou” com mais um verrinoso ataque ao PS e compreende-se porquê. Louçã ainda não esqueceu, nem esquecerá tão depressa, o humilhante KO que Sócrates lhe infligiu na última campanha eleitoral ao ler aquelas fatídicas e hilariantes páginas do seu mani-festo eleitoral.O segundo, “reentrou” com o ritual do cos-tume em época de presidenciais - a apre-sentação pública do cordeiro do sacrifício - evidenciando uma vez mais o seu pouco apreço pela mais importante instituição republicana, utilizando, como é habito, o

momento sério da escolha de um Chefe de Estado, para utilização dos tempos de an-tena para mera propaganda partidária.Por fim, o CDS também quis “reentrar” sem perder a oportunidade para reafirmar o seu cariz populista. Nada melhor para tal do que centrar a sua mensagem polit-ica na reivindicação de um referendo na-cional sobre a segurança e criminalidade, propondo, nada mais, nada menos, do que julgamentos em 48 horas. E, já agora, su-giro eu, porque não perguntar aos eleitores se concordam ou não, que os delinquentes apanhados em flagrante delito sejam mer-gulhados em alcatrão e polvilhados com penas de galinha.Como se vê, o novo ano político promete.

E Sócrates agradece.

CAPOulAs sANTOsEurodeputado

Diz o povo que de padre, médico e de lou-co todos temos um pouco. Concordo, mas se compararmos as loucuras destes Reis que estudei para tornar as minhas aulas mais aliciantes, certamente ficarão a pen-sar: Ainda bem que não sou como eles.1. Ibrahim, o louco - 1616-1648 - Onde reinou:Império OtomanoIbrahim levava uma vida de luxos e orgias. Uma vez, curioso com o órgão sexual de uma vaca, fez das suas “partes”. Com ele na mão, rodou o reino até encontrar uma uma amante com as partes “idênticas”. Achou Sechir Para, que pesava 150 quilos!

Após afundar o reino em dívidas, foi de-posto e enjaulado.Maior loucura - Uma vez, Sechir Para contou que uma das suas 280 concubinas do rei havia pulado a cerca, mas não dis-se quem era ela. Ibrahim mandou pôr as 280 mulheres em sacos cheios de pedras e afogá-las no mar!2. Carlos VI, o louco - 1368-1422 - Onde reinou:FrançaCom o apelido de Louco, Carlos manteve a tradição familiar, pois teve antepassa-dos como Clovis II, o Inútil, e Childerico III, o Idiota... Ele tinha acessos de fúria e dores de cabeça terríveis. Aos 24 anos, matou quatro servos durante uma crise. Para curá-lo, médicos furaram o crânio de Carlos para “aliviar a pressão” - o que só despertou nele uma fúria maníaca contra doutores...Maior loucura - Em 1405, Carlos parou de tomar banho e ainda fazia chichi e coloca-va lama nas roupas...Se alguém chegava perto, gritava para se afastar, pois ele era de vidro e podia-se

quebrar!3. Gian de Medici - 1671-1737 - Onde reinou:Florença, na Itália. Desde pequeno Gian vivia deprimido. Fi-cava meses na cama.Tudo piorou quando o seu pai lhe procurou uma noiva ( mulher muito feia) por acaso. Foi acusado de im-potente pela mulher, mas o problema era o estímulo... Quando o casamento acabou, Gian voltou para sua amada cama, para onde começou a levar garotinhos. Com o tempo,a sua sua saúde mental deterioro-se. No final, era na sua grande cama que ele fazia tudo: até defecar e vomitar...Maior loucura - Gian chegou a ter quase 400 pessoas em um “estábulo sexual”, na maioria jovens garotos.4. George III - 1738-1820 - Onde reinou:InglaterraAos 50 anos,George III começou a ter vio-lentos delírios. Agitado, suava em bica e tirava as roupas onde quer que estivesse. Após ir para um hospício, ele até se recu-perou, reinando por mais 20 anos, antes de ficar doente de novo. Nos últimos momen-

tos de vida, conversou sozinho durante 58 horas até morrer esgotado!Maior loucura - Certo dia, George III, aproximou-se de uma árvore e deu-lhe um vigoroso beijo. Quando perguntaram se ele estava bem, ele disse: “Não me inter-rompam! Estou conversando com uma das minhas amadas”...5. Ivan, o Terrível - 1530-1584 - Onde reinou:RússiaDesde pequeno, Ivan já mostrava sua natureza “dócil”, atirando cães e gatos das muralhas do Kremlin... Quando sua mulher morreu, Ivan achou que ela tinha sido envenenada e passou a matar nobres russos. Seu tesoureiro foi cozido num cal-deirão! Depois de fazer estas crueldades, Ivan, arrependido, batia a cabeça no chão em penitência...Maior loucura - Um dia, Ivan espancou a sua nora porque não gostou das suas roupas. Seu único filho vivo com o pai. Péssima idéia! O velho maluco bateu com um cetro de ferro na cabeça do príncipe e matou-o!

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6 05 Agosto ‘10

Opinião

Quando a edição semanal do Registo estiver nas bancas, já se encontrará oficialmente aberta a Feira da Luz, em Montemor-o-Novo, evento do ano no meu concelho. Organizada pela Câma-ra Municipal, em parceria com a Apor-mor, Associação de Produtores de Bo-vinos, Ovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-Novo, que celebra agora 20 anos de existência, e que aproveito para saudar, este acontecimento sus-cita, necessariamente, uma reflexão so-bre o mundo rural, num concelho onde a produção pecuária agrícola e florestal têm grande expressão.Todos sabemos que a adesão à União Europeia restringiu decisivamente a nossa política agrícola, e que desde a reforma da PAC, em 1992, os agricul-tores passaram a ser financiados com

Da Feira da Luz ao Mundo Rural

apoios directos à não produção, o que le-vou, ao progressivo abandono das terras. Nos últimos anos, especialmente desde 2008, devido à crise petrolífera, aper-cebemo-nos que este abandono nos custa cada vez mais caro, devido ao aumento das importações, tornando-nos depen-dentes do mercado externo. Recentemente na Rússia e após a vaga de incêndios, provocada pelo intenso calor e pela seca, o Governo de Pu-tin proibiu a exportação temporária de cereais (trigo, cevada, centeio, milho e farinha de trigo e de centeio), querendo assegurar, antes de mais, a existência de stock para o mercado interno e garantir o abastecimento das populações. Portugal importa 85% dos cereais que consome, produzindo internamente ap-enas 15%. Atendendo ao elevado con-sumo e porque os cereais estão na base da nossa alimentação, o desequilíbrio da balança comercial não nos pode deixar tranquilos.Entretanto, já foi anunciada a subida do preço do pão. O Governo diz que tal subida não está directamente relacio-nada com a proibição de exportação da Rússia, uma vez que só 4% das importa-ções de cereais em Portugal provêem de países da Ex-União Soviética.Frédéric Vincent, porta-voz da Comissão

Europeia, também já deu garantias de que a produção interna de cereais no es-paço comunitário, que se situa entre os 280 e 300 milhões de toneladas por ano é suficiente e, portanto, tal restrição não terá impacto sério nos países da União Europeia.Contudo, manda a cautela que este ex-emplo nos sirva, mais uma vez, de lição: a total dependência agrícola do exte-rior, quer seja de Estados membros da UE ou de países terceiros, faz inquinar a própria independência do Estado. E é isso que não podemos permitir. A política agrícola merece profunda re-flexão, até porque absorve 40% do or-çamento comunitário. Talvez por isso, a União Europeia tem em curso um pro-cesso de reforma da PAC, com preocupa-ções de viabilidade económica e compet-itividade. É fundamental repensar todo o sistema agrícola e as formas tradicionais de agricultura, face às novas exigên-cias do mundo moderno e das grandes metrópoles, mas também por razões de sustentabilidade ambiental. A prática agrícola deve respeitar a natureza, os seus tempos de pousio e regeneração e contribuir para o bom aproveitamento dos solos e fundamentalmente, para a fixação das populações no mundo rural, também numa óptica de (re) povoamento

do território. Uma politica de desen-volvimento rural faz toda a diferença. Liderada por princípios de coesão ter-ritorial, promovendo a autonomia e ca-pacidade de decisão da sociedade civil rural, incrementando a competitividade regional e assegurando a diversificação das fontes de rendimento das populações que habitam espaços rurais, de forma a torná-los atractivos. O abandono das terras tem contribuído também para um aumento dos incên-dios, ou pelo menos da sua dimensão, consequência directa da negligência na limpeza dos matos e na manutenção de caminhos e veredas.O tema transporta-nos para inúmeras questões, complexas, profundas e rela-cionadas. Agricultura é muito mais do que produção agrícola, mercados, quotas ou simplesmente subsistência.Falar de agricultura é ensinar às crianças o valor da terra, enquanto suporte de to-das as formas de vida, da biodiversidade e da importância dos ecossistemas para o equilíbrio do planeta.Falar de agricultura é, antes de mais, ga-rantir a independência de um povo, a sua equilibrada distribuição no território na-cional e a própria manutenção das fron-teiras. O que é importante … pelo menos para os mais patriotas.

sóNiA rAmOs fErrOJurista e deputada municipal

Rua Álvaro Lapa, nº1 e 3 Cabeço do Arraial | ÉvoraTel- 266 759 320 Fax- 266 759 [email protected]

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O regresso dos que não foram

Os primeiros dias de Setembro mar-cam, de forma simbólica, o fim do chamado período de férias, este ano marcado pela suposta zanga entre o PS e o PSD a propósito da proposta de liq-uidação da Constituição saída da Rev-olução de Abril. Foi uma verdadeira prenda de Verão ao primeiro-ministro, que viu colocar na agenda mediática um tema que per-mitiu esconder a terrível realidade para onde a crise económica e social atirou a esmagadora maioria dos portugueses.De repente José Sócrates centrou o seu discurso de Verão na defesa do Es-tado Social, atacado pelas propostas neo-liberais do PSD, fugindo tranqui-lamente ao confronto com o resultado das suas políticas concretas, tão neo-

liberais como as propostas do seu supos-to adversário. Se perguntarem ao primeiro-ministro a sua opinião sobre a precariedade laboral, o desemprego, as falências das pequenas e médias empresas, ele dirá que a pro-posta de revisão constitucional do PSD constitui um ataque ao Estado Social.Se o confrontarem com o encerramento das escolas e as suas consequências para pais, crianças, poder local e a vida no interior do país, o primeiro-ministro re-sponderá a mesma coisa.Estou convencido que se alguém lhe per-guntar as horas a resposta não será muito diferente.Sendo verdade que a proposta do PSD, como diria um famoso comentador, “não cabe na cabeça de um careca”, não é me-nos verdade que só com o apoio do PS ela poderia ser levada à prática, portanto nem sequer deveria merecer mais do que uma simples nota na página de actuali-dade política, tendo em conta as decla-rações dos principais dirigentes deste partido.Claro que não houve só disto durante o ultimo mês. Muitos trabalhadores vi-ram-se confrontados com o desemprego, muitas pequenas empresas encerraram as suas portas, o fogo lavrou por onde conseguiu, mais de sete centenas de es-

colas do ensino básico receberam ordem de encerramento, as prestações sociais tiveram reduções significativas, a comu-nicação social deu notícia de que as em-presas cotadas em bolsa tinham aumen-tado os seus lucros de forma espantosa. Aqui pela nossa cidade este “querido mês de Agosto”, também teve as suas particularidades. Aconteceu o fiasco de um festival de Verão que ameaça ficar conhecido como o Festival da Rotunda, onde muitos acreditaram que iriam ter dezenas de milhares de espectadores, enquanto uma consistente e coerente programação para a animação de rua, envolvendo os agen-tes locais, continua a ser entendida como algo que não vale a pena realizar.Repare-se no exemplo do Jazz na Cidade, levado a cabo este ano pela Associação Cultural do Imaginário que, sem grandes alaridos ou promessas de entradas para o Guiness, realizou uma notável inicia-tiva que animou ruas e praças do Centro Histórico durante três dias.Outra particularidade que o calor do úl-timo mês de Agosto veio realçar é a suji-dade das ruas e praças da cidade históri-ca e das freguesias urbanas.Na última campanha eleitoral, reconhe-cendo que a limpeza do espaço público começava a ser um problema grave, o

Presidente da Câmara anunciou que, caso ganhasse as eleições, iria ele próprio as-sumir aquele pelouro. Assim aconteceu.Quase um ano passado a cidade não só continua com graves problemas na lim-peza do espaço público, como se agra-varam.Com menos trabalhadores e menos meios, a solução de entregar a limpeza do espaço público a empresas privadas tem-se revelado desastrosa como se pode verificar numa simples visita ao Bairro da Malgueira, onde parece existir um completo virar de costas do responsável pelo pelouro a uma situação que começa a ser um problema de saúde pública.Haverá alguma coisa, para além do óbvio desinteresse, que justifique a ausência de limpeza da Horta das Laranjeiras, dois meses após a realização da Feria de S. João, continuando lá depositados sacos com restos de comida, misturado com todo o tipo de dejectos?Bem sei que é mais fácil “vender” a ima-gem da cidade do que mantê-la limpa, mas a continuar assim qualquer dia nem a imagem se pode “vender”.Pensei em terminar com um anúncio es-paventoso: estamos de volta! Mas lem-brei-me da frase da minha prima Zulmi-ra “a vossa reentré merece um título de filme, O Regresso dos Que Não Foram.”

EduArdO luCiANOAdvogado

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Opinião

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Quem pensasse que o mês de Agosto, por ser tradicionalmente de férias e portanto estarem suspensas as actividades lectivas, seria pobre em acontecimentos determi-nantes para o país e as condições de vida futuras, nomeadamente no que à educação diz respeito, equivocou-se redondamente.Aproveitando a tranquilidade que a épo-ca confere, especialmente em matéria de contestação, o Ministério da Educação lançou três medidas da maior relevância às quais, se não fosse o caso de ser a actual Ministra co-autora de uma série de livros infanto-juvenis a uma dada altura muito em voga, seguramente não me atreveria a chamar de aventuras, aplicar-lhes-ia epíte-tos muito menos delicados. A ver:Uma Aventura a caminho da Escola. Num gesto completamente condenável para um país cujo interior se despovoa, incapaz de fixar nova população e completamente

Uma aventura na Educação

inconsciente em relação ao estado finan-ceiro dos municípios nacionais, o Minis-tério da Educação encerra mais de 700 escolas básicas, principalmente no interior do país. Ao Ministério não lhe importou que a existência de uma escola é uma das condições de atracção de nova população. Pouco se lhe deu se vai pôr crianças a en-frentar estradas nem sempre nas melhores condições durante os meses de inverno em que a luz do dia é curta e abundam as intempéries que pioram as condições de circulação a olhos vistos. Não foi sensível ao problema financeiro que resulta para as autarquias decorrente de ter de assegurar essas deslocações e, menos ainda ao prob-lema ambiental que representam autenti-cas frotas carregadas de crianças em péri-plos por vilas e aldeias do interior, até que estejam recolhidas ou entregues todas as crianças deslocadas dessas cerca de 700 escolas. Mas, sobretudo não lhe interessou que as crianças tivessem de um momento para o outro de se integrar num meio es-tranho ao seu, muitas vezes sendo crianças mais fragilizadas socialmente ou com ne-cessidades educativas especiais, com que nem elas nem os pais contavam até ao mês anterior ao do começo das aulas.Uma Aventura entre Escolas. Na senda da insensibilidade que só o ganho económico de curto prazo dita, o Ministério decidiu acabar com o projecto Escola Móvel, que garantia às crianças filhas de profissionais

itinerantes, feirantes ou profissionais cir-censes, a possibilidade de acompanhar as aulas, sem interrupções, ou alterações de velocidade dramáticas no plano curricular, que ditavam até há bem pouco tempo graus de insucesso e abandono escolar entre esta população. Evocou o Ministério formas inovadoras de integração destes alunos, que desconhecemos, a cada quinzena ou mês que transitem de escola para escola. Não vale evocar que doravante as crianças transitarão de ano inexoravelmente, pois o que se trata é se no fim terão ou não ad-quirido as capacidades que lhes permitam escolher o seu futuro e horizontes por elas mesmas. Mas a isto o Ministério não dá, nem poderia dar qualquer resposta, porque simplesmente a não tem.Por último: Uma aventura no Mundo das Artes. Já bem próximo do início do ano lectivo, o Ministério da Educação vem anunciar que cessaram todos os apoios às escolas de curriculum integrado. Ou seja, acabam os apoios às escolas que garan-tiam a aprendizagem de um curriculum artístico, sem quebra do ensino do curricu-lum normal, aquelas crianças cujo dom ou vontade de ingressar no mundo das artes seriam de outra forma torpedeados. Mas num país onde a cultura e as artes são con-sideradas um luxo e não um direito de todo o cidadão, ainda que consagradas consti-tucionalmente como tal, é evidente que o Governo só pode ter a mesma visão mes-

quinha da questão e se entregue alegre-mente a exercícios de “poupança” que pa-recem saídos dos dias de má memória, de antes de Abril, e que no final empobrecem o nosso país e o nosso povo do ponto de vista cultural e de promoção dos índices de desenvolvimento humano que, geração após geração, se mantêm teimosamente adiados.As Aventuras do Ministério da Educação, não passam então de esquemas cujo objec-tivo é exclusivamente financeiro, procu-rando cumprir metas de cortes em gastos sociais impostas pelos Planos de Estabili-dade e Crescimento, mas que aventureira-mente hipotecam o futuro do país ao nível da educação, do ordenamento do território, da cultura e mesmo do ambiente.Prosseguir semelhantes politicas é, não tenhamos medo de o dizer, fazer regredir o país em mais de meio século, e no fundo não só nada poupará, como remeterá para as autarquias o ónus de garantir a coesão social do território nacional ou, caso estas não o queiram ou não o possam assegurar cabalmente dadas as dificuldades em que já se encontram, atirar milhares de alu-nos, pais e professores para a condição do salve-se quem poder, e todos sabemos que não são os mais pobres que se poderão sal-var.Temos direitos, queremos uma Aventura diferente.

CArlOs mOurAEngenheiro

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freguesia

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Como caracteriza a Freguesia de São Manços?São Manços, é uma freguesia situada junto à margem di-reita da Ribeira da Azambuja, afluente do Rio Degebe, a 20 quilómetros da sede do con-celho. Foi elevada à categoria de vila em 29 de Dezembro de 1923. Tem uma população que ronda os 1300 habitantes e uma área geográfica de 108,34 Km2.É uma vila com uma forte tra-dição cultural, que se traduz na actual Igreja Matriz, dos finais do séc. XVI, na qual recentes es-cavações puseram a descober-to elementos arquitectónicos romanos de elevada riqueza, além dos já existentes. Também o cruzeiro edificado junto à mesma é referência, tal como uma anta e uma estátua em bronze com cerca de 2 mil anos.

Quais os principais pontos for-tes da freguesia?Um dos principais pontos fortes desta população é a proximi-dade e a acessibilidade que a conduz até um dos principais centros, que é a cidade de Évora.Sendo que continua a ser uma vila pacata e sossegada, onde ainda é possível desfrutar de alguma qualidade de vida, preocupa-nos a manutenção deste bem-estar, estando desde já previstos 41 novos lotes des-tinados a habitação e comércio. Associações tais como Os Ami-gos de São Manços, a Casa do Povo, o Grupo Desportivo, o Centro Infantil, “Os Cágados Rolantes” (BTT), e o Grupo de Forcados Amadores de São Manços, são algumas das colec-tividades de que a população dispõe. Algumas delas necessi-tam de intervenção urgente, de modo a servirem os que cá vi-vem, principalmente o Centro

Infantil e o Lar de Idosos.A existência de uma Biblioteca Infantil implementada numa escola e de um Jardim Público com um enorme espaço ver-de permite à população mais jovem a ocupação dos tempos livres.Como mais-valias económicas, dispomos de indústrias de car-nes e enchidos e de panifica-ção, e de pequenas indústrias de construção civil, serralharia e carpintaria.

E quais os pontos fracos?A água da rede é um assunto por resolver. Há um ano que a água sai amarela e com resíduos de lama.O Sr. Presidente e toda a Câ-mara Municipal de Évora têm conhecimento disso. A Águas Centro Alentejo também tem conhecimento, por ofício feito pela Junta de Freguesia, o qual aguarda resposta.

Faltam empresas, para que mais população se fixe na fre-guesia. Há dez anos não tínha-mos desemprego, mas com a agricultura na crise em que a

São Manços

Com a agricultura em crise já há desemprego, e muito.

“Há dez anos não tínhamos desemprego, mas com a agricultura na crise em que a puseram, já há desemprego e muito,” alerta o presidente da Junta de Freguesia de São Manços. Em entrevista ao REGISTO, António Russo salienta a necessidade de ali se criarem empresas,

“para que mais população se fixe na freguesia”.

José Pinto de Sá

puseram, já há desemprego e muito. As duas cooperativas que existiam foram desfeitas e os seus empregados atirados para o desemprego, o que é

preocupante para a fixação de mais população.Sei que há projectos de gran-de dimensão para a freguesia, para os quais é sempre neces-sário o parecer da Câmara Mu-nicipal.

Como decorre o relacionamento entre a Junta de Freguesia de São Manços e a Câmara Muni-cipal de Évora?O relacionamento com a Câ-mara Municipal de Évora é normal, enquanto correcto e institucional. Gostaríamos de ter reuniões periódicas com a Câmara para discutir vários assuntos e prioridades. A trans-ferência de verbas e protocolos, por exemplo, é uma preocupa-ção, porque, se esses assuntos não são discutidos e não são re-solvidos a tempo, a Junta tem dificuldades em dar resposta aos seus compromissos.

António russo deplora a má qualidade da água da rede em são manços.

Obras para este mandato

A remodelação da rede de água, a limpeza da Ribeira do Corvo e a construção da Casa Mortuária contam-se entre as obras que o Presi-dente da Junta de Freguesia de São Manços gostaria de ver concluídas até ao termo do actual mandato.

Questionado acerca das obras que anseia ver con-cretizadas até 2003, o presidente da Junta de Freguesia de São Manços começa por referir “a ur-gente remodelação da rede de água e a requalificação das calçadas e passeios,

que se encontram muito degradados”.Igualmente urgente será “a limpeza do Ribeiro do Corvo na zona habitacio-nal da freguesia”. António Russo previne que, se o ri-beiro não for limpo, existe o “risco de, no Inverno, a água entrar nas habita-ções”.O autarca de São Manços considera a construção da Casa Mortuária “outra obra de grande necessida-de”.Em termos de acessibilida-des, António Russo destaca a necessidade de “requalifica-ção da Avenida Senhora da

Ajuda, antiga Estrada Nacio-nal n.º 18,” e a edificação de uma ponte para pesados no Ribeiro do Corvo, visto estes veículos actualmente terem que passar a ribeira a vau, “o que de Inverno é lamentável”.“Para o futuro, é preciso ir-mos pensando no projecto de relva sintética no campo de futebol, para que a juven-tude se interesse mais pelo desporto,” adianta o presi-dente da Junta de Freguesia de São Manços, que entende ser esta obra bem merecida, já que “o Grupo Desportivo está há 27 anos em activida-de, sem interrupções”.

Área – 108,34 km2População – 1.016 hab. (2001)Densidade – 9,4 hab./km2

O povoado de São Maços fez parte do Morgadio de São Manços, instituído por Vas-co Martins de Pavia e sua mulher, Maria Fernandes Cogominho. Segundo a len-da, terá sido no local onde se ergue a igreja paroquial des-ta freguesia que foi martiri-zado São Manços, que a tra-dição diz ter sido o primeiro Bispo de Évora. O actual pre-sidente da Junta de Fregue-sia de São Manços é António Manuel Fialho Russo, eleito para um primeiro mandato em 2009, nas listas da CDU.

São Manços: alguns dados

J.P.S

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região

Cavaco Silva esteve sábado em Ourique, onde recebeu a chave da Vila e inaugurou o Jardim de Infância e o Centro de Conví-vio. Regressado de férias, o pre-sidente da Repúblicas defendeu que o poder central tem de pres-tar “uma atenção particular” à agricultura, nomeadamente à alentejana, e criar condições para que surjam jovens agricul-tores.

“Há que criar condições para que surjam os jovens agricul-tores, para que jovens se moti-vem a ser empresários agríco-las”, mas que não se dediquem apenas à agricultura e, “even-tualmente, a complementem” com outras actividades “como o turismo rural”, desafiou o Presi-dente da República.O discurso de Cavaco Silva foi centrado nas potencialidades do concelho de Ourique, devi-do à “riqueza” do porco alente-jano, criado e transformado na zona, e às boas acessibilidades, junto à autoestrada do Sul (A2), entre Lisboa e o Algarve, e ao Itinerário Principal 2 (IP2), de ligação a Beja.Segundo o PR, as mais-valias de cada concelho do país, quer sejam paisagísticas e ambien-tais, históricas, rurais ou gas-tronómicas, exemplificou, de-vem ser aproveitadas. “Há que

valorizar os recursos próprios de cada concelho. Olhar bem aquilo que cada concelho tem de particular e, depois, tentar encontrar alguém que valorize e que possa, de facto, criar em-prego”, a partir dessas poten-cialidades, disse cavaco Silva, não se esquecendo também de referir o turismo, um sector em que “há que pensar”, nomeada-mente no caso do Alentejo.“O turismo no Alentejo tem vindo a crescer a uma taxa muito elevada, das mais eleva-das de todo o nosso país, e todos sabem, cada vez mais, que o Alentejo atrai visitantes portu-gueses e estrangeiros. Porquê? Pela sua diferença”, realçou. É esta diferença “que importa valorizar”, acentuou Cavaco Silva, insistindo na mensagem

para que “todos os concelhos do país” aproveitem as suas poten-cialidades, “pensando, acima de tudo, nas gerações mais no-vas”.Mas “o poder local, só por si, não resolve, precisa de uma ‘mão’ do poder central que resolva alguns problemas estruturais”, alertou, perante a população de Ourique, que encheu o cinete-atro.Antes, o presidente da Câmara de Ourique, o socialista Pedro do Carmo, tinha dito que fala-va “em nome de todos os Ouri-quenses, ao manifestar a V. Exa. o orgulho e a honra da sua vi-sita ao nosso concelho”, porque “é um estímulo de confiança e de apoio ao trabalho árduo que temos à nossa frente”.Sobre a situação difícil, em ter-

mos económicos do concelho, Pedro do Carmo disse que “seria muito importante garantir-lhe nesta ocasião que os problemas financeiros que nos estrangu-lam a vontade de fazer mais e melhor estão ultrapassados, mas não é verdade que assim seja. Mas também lhe desejo garantir que não é nosso timbre baixar os braços e ceder perante as dificuldades. Estamos cá hoje para lutar com confiança e em-penho e estaremos no futuro”.Por último, Pedro do Carmo reafirmou que “o que estamos a travar é uma batalha séria e brava com desafios constantes de progresso e de melhor quali-dade de vida. Combatemos dia-riamente os problemas econó-micos e sociais que advêm de uma crise conhecida. E resisti-mos confiantes, com coragem e determinação para conquistar o futuro”.Depois da sessão solene, acom-panhado pela esposa, Maria Cavaco Silva, e num percurso sempre a pé pela vila, com mui-tos populares na rua, o Chefe de Estado inaugurou um jardim de infância, visitou a Bibliote-ca Municipal Jorge Sampaio e, por fim, inaugurou o Centro de Convívio de Ourique, sempre acompanhado por muitos po-pulares e por muitos militantes e dirigentes locais e regionais, quer do PS, quer do PSD..

Presidente da República recebeu a chave da Vila de Ourique

Turismo do Alentejo reúne com empresários da Região

Cavaco Silva homenageado por autarquia socialista

A Turismo do Alentejo, ERT está a realizar diversos encontros, em vários locais da região, com os empresários turísticos, sobre o projecto do Observatório Regional de Turis-mo do Alentejo, que deverá estar no terreno no início do próximo ano. (Na foto: reunião com empresários em Portalegre)

Município de Redondo cede terreno para a construção do novo centro de saúde

O novo Centro de Saúde de Redondo já se encontra em fase de construção no seguimento do acordo celebrado entre a autar-quia e a Administração Regional de Saúde do Alentejo, no qual o Município cedeu gratuitamente o terreno para a construção da nova infra-estrutura. A 24 de Agosto, no edifício dos Paços do Concelho, o Município de Redondo e a Administração Regional de Saúde do Alentejo (ARS Alentejo) celebraram um acordo de doação através do qual a autarquia cedeu gratuitamente o terreno para a construção do novo Centro de Saúde de Redon-do. No acto estiveram presentes o Vice-Presidente do Município, António Recto, o Vereador da Cultura, José Portel, e a Presiden-te do Conselho directivo da ARS Alentejo - Dra. Rosa Valente de Matos. Face à desadequação das actuais instalações do centro de saúde concelhio e em resposta à cres-cente exigência dos seus utentes e profissionais de saúde, surgiu a necessidade de construir um novo edifício, o qual a população tem vindo a aguardar ansiosa-mente.Foi com base nesta premissa que ambas as partes formalizaram a doação de um terreno situado junto ao Bairro do Calvário com uma área total de 3529.40m2 e com um valor patrimonial de 321.560 euros. A localização da nova infra-estrutura, a concluir no prazo de um ano, vem tam-bém coincidir com a estratégia de requalificação do centro históri-co. Ao celebrar este acordo, o Muni-cípio de Redondo e a ARS Alen-tejo actuam em uníssono para cumprir os objectivos comuns de facilitar o acesso a mais e me-lhores cuidados de saúde a toda a população, bem como melhorar a qualidade dos serviços e propor-cionar adequadas condições de trabalho e segurança a todos os profissionais que ali desempe-nharão funções.

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Carlos Júlio/Lusa

Cavaco recebeu a chave da Vila das mãos do Presidente da Câmara

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feira da luz

Economia, cultura e lazer são outras tantas vertentes con-templadas na programação da Feira da Luz 2010, que de-corre entre 1 e 6 de Setembro em Montemor-o-Novo, e onde, apesar das dificuldades cria-das pela crise, são esperados milhares de visitantes.

Como é tradição, na primeira semana de Setembro Monte-mor-o-Novo acolhe milhares de visitantes que acorrem à ci-dade alentejana atraídos pela Feira da Luz. Entre o dia 1 e o dia 6, o Parque de Exposições Municipal torna a ser “o palco principal da alegria, do diver-timento, da recreação e dos encontros e reencontros entre familiares e amigos”.Artistas como Carminho, De-olinda e Blasted Mechanism

destacam-se no programa de animação do evento, recheado de música para todos os gostos, do folclore ao rock, passando pelo fado. Exposições, artesa-nato ao vivo e uma feira do livro compõem ainda a área cultural da edição 2010.Além dos concertos, que de-correm em dois palcos, a ver-tente de lazer compreende igualmente grande número de espectáculos desportivos, incluindo BTT, futsal, natação, râguebi e hipismo, sem descu-rar os jogos tradicionais, como a malha. A Festa Brava também mar-ca presença através de vários eventos, entre os quais se des-taca a grande corrida de do-mingo, com João Salgueiro, Victor Ribeiro e João Telles Jr, além dos prestigiados Forcados Amadores de Montemor-o-No-

vo. Este momento tauromáqui-co é promovido pela Apormor (Associação de Produtores de Ovinos, Bovinos e Caprinos da Região de Montemor-o-Novo), que este ano comemora o seu vigésimo aniversário.Assinalando a efeméride, a Apormor contribui para o bri-lho da feira com uma série de

propostas, incluindo exposição e concursos de gados, além de palestras e colóquios sobre te-mas ligados à agricultura e pe-cuária. Em entrevista publicada nesta edição, o presidente da Câma-ra Municipal de Montemor-o-Novo explica que a organiza-ção do evento entendeu que

“a exposição central da feira deveria ser uma exposição de promoção de produtos locais”, como o vinho, o azeite, o mel, e o porco alentejano, que, pelo terceiro ano consecutivo, é ob-jecto de uma actividade especí-fica de promoção. Isto e muito mais tem para ofe-recer a edição 2010 da Feira da Luz, uma iniciativa ancestral que tem sabido renovar-se e crescer de ano para ano, afir-mando-se como uma das mais importantes do país no seu gé-nero. “Parta à descoberta de uma nova Feira, registando mo-mentos e experiências dife-renciadas”, tal é o convite for-mulado pelos organizadores. “Divirta-se e aprecie o que de bom Montemor tem para lhe oferecer!”

De 1 a 6 de Setembro

Feira da Luz atrai milhares de visitantes a Montemor-o-Novo

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José Pinto de Sá

Os organizadores da feira da luz contam receber 80 mil visitantes.

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12 05 Agosto ‘10

feira da luz

Como vê o futuro de Montemor-o-Novo?Montemor não é uma ilha isola-da. Montemor tem uma excelente localização geográfica e esse é um dos seus grandes trunfos, mas para além disso temos que conseguir potenciar essa localização. Iden-tificámos algumas opções que entendemos que seriam funda-mentais para o concelho. Aí vimos que não podíamos apontar apenas num sentido. Portanto apontámos em vários sentidos. A área económica, obviamente, é uma área fundamental e por isso apontámos para a necessidade de diversificação da base económica, e temos tido êxitos nessa tarefa. Hoje temos um desenvolvimen-to em áreas diferenciadas. A área económica é fundamental e temos muito para crescer nessa área. Fri-sei que a agro-pecuária devia ser uma aposta e Montemor tem po-tencialidades imensas nessa área.E depois a área cultural, que não é apenas a actividade normal em si, mas todo um conjunto de pro-cessos de grande dimensão. E aí há uma aposta em particular que pretende instalar em Montemor um dos grandes centros de criação artística da Europa. É difícil, mas já temos uma actividade nesse sen-tido. Tem a ver obviamente com Rui Horta e com o projecto Espaço do Tempo, com a possibilidade de aqui termos um conjunto de artis-tas que vêm até Montemor e aqui ficam, aqui fazem as suas residên-cias, aqui fazem a sua criação que

depois levam para os seus países. Mais de metade das residências que temos em Montemor neste momento são de estrangeiros. No ano passado tivemos aqui cerca de trinta e cinco criadores em re-sidência, e posso dizer que os pe-didos foram quase duzentos. Isso mostra que temos potencialidades para Montemor poder de facto ter aqui um papel fundamental. Te-mos tentado sensibilizar o Gover-no para a situação, nomeadamen-te o Ministério da Cultura, e é uma grande aposta nossa. Queria aqui realçar o empenha-mento que a actual Directora Re-gional tem tido relativamente a este projecto, e espero que da par-te do Governo, que já reconheceu a importância do projecto, sejam agora dados os passos para a sua concretização. Da parte da Câmara, tudo relativamente a este projecto está garantido. A Câmara já fez o seu papel e agora é necessário que o Governo faça o seu e garanta as verbas do QREN necessárias para a recuperação do Convento da Sau-dação.Mas temos, obviamente, um con-junto de outros projectos. Falaria, por exemplo, da área ambiental. A União Europeia já reconheceu, há um ano, um projecto de reci-clagem de entulhos, que foi consi-derado o melhor da Europa a esse nível, e recebeu um prémio por esta qualidade ambiental. Temos procurado compatibilizar projec-tos que preservem a qualidade ambiental.

“A área económica é uma área fundamental e por isso apontámos para a necessidade de diversificação, e temos tido êxitos nessa tarefa”

O que temos de mais marcante nesta edição da Feira de Luz?Não temos nenhuma inovação, como tem acontecido num ou noutro mo-mento do certame, uma vez que, no ano anterior, atingimos o maior pata-mar em termos de qualidade e quan-tidade da Feira da Luz e, portanto, o que procurámos fazer nesta edição foi sobretudo consolidar aquilo que fun-cionou bem ao longo destas edições, em particular na última edição.Tem sido um ano de crise e portan-to estávamos com algum receio que pudesse haver alguma diminuição, nomeadamente, entre os expositores da área económica. De facto houve mais dificuldades este ano, várias pe-quenas empresas que se ressentiram dessas dificuldades. Tem um custo, a feira, o que para uma empresa é com-plicado, mas julgo que o fundamen-tal, aquilo que nós pretendemos, é que este ano a Feira da Luz se possa consolidar nesse patamar que atin-giu. Portanto não temos grandes inova-ções nas actividades. Temos funda-mentalmente duas ou três áreas que procurámos preencher. Em primeiro lugar a área económica, naturalmen-te, face à situação que temos no país e no concelho. Portanto, entendemos que a exposição central da feira deve-ria ser uma exposição de promoção de produtos locais: o pão, o vinho, o mel, o azeite, mas também produtos como o turístico, e por aí fora. Portanto, de alguma maneira, promover, apre-sentar, levar mais longe a produção local, produtos de grande qualidade, ajudando desta forma os nossos pro-dutores nessa actividade económica e tentar abrir novos mercados. Uma segunda área que também é uma aposta que já vai no terceiro ano, neste âmbito, é a promoção de um produto regional de grande qua-lidade que é o porco alentejano. Ini-ciámos há três anos uma actividade específica de promoção do porco alen-tejano em parceria com a associação de criadores, que tem funcionado muito bem, tem crescido de ano para ano, e este ano vamos voltar a dar mais um passo em frente. Vamos ter uma mostra e um concurso de enchi-dos de porco alentejano, e também a apresentação normal da actividade que envolve o porco alentejano, e até algumas questões de ordem técnica. E depois aquilo que é já tradicional na Feira da Luz. Aí o destaque vai para a Expomor, uma das melhores exposições de gado do país.

E na área cultural, o que propõe esta

edição da Feira da Luz? Na área cultural testámos, no ano passado, um novo espaço dentro da feira, que pudesse juntar as tasqui-nhas com a música depois dos espec-táculos, mais para o final da noite, para as pessoas poderem ter um espa-ço de convívio e de lazer. Funcionou muito bem no ano passado. O palco pequeno que funcionava debaixo do toldo passou para a zona das tasqui-nhas. Funcionou de forma excelente, de maneira que este ano resolvemos alargar esse espaço, porque a afluên-cia foi grande, e portanto estamos à espera que possa vir a ser um novo espaço de atractividade da feira, jun-tando essas duas componentes. Na área cultural temos, é claro, os espectáculos, que procuram atingir vários gostos diferenciados: espectá-culos mais generalistas, mais dirigi-dos a classes etárias, como os jovens, por exemplo, espectáculos com a nos-sa música tradicional, como é o caso do fado e do folclore. Haverá alguns grandes nomes nacionais mas tam-bém algumas apostas que fizemos. Se reparar, houve alguns nomes que antes de serem conhecidos passaram pela Feira da Luz. Não foi por isso, ob-

viamente, que ficaram conhecidos, mas foi por estarmos atentos aos no-vos valores que estavam a despontar e conseguimos trazê-los cá antes de eles atingirem essa dimensão, como é o caso de Mariza e Ana Moura. Este ano, no fado, vamos ter Carmi-nho, que está a despontar e se está a afirmar também. Na área cultural o destaque vai também para a Feira do Livro, em que é possível fazer uma maior divulgação do livro. No desporto, temos um programa muito marcante. Este ano, para além do que é normal (cicloturismo, fute-bol, futsal…) vamos ter um torneio de râguebi. O Rugby Clube de Monte-mor foi campeão da segunda divisão nacional e brindou-nos com a orga-nização do Primeiro Tor-neio de Râguebi da Feira da Luz. O Festival de Na-tação que encerra a Feira da Luz é tradicional nas nossas piscinas. A área da Festa Brava é, este ano, um pouco mais reduzida, porque os nos-sos bombeiros, que nor-malmente organizavam as largadas de final de

Carlos Pinto de sá entende que apesar da crise a edição de 2010 da feira da luz manterá o elevado patamar atingido nos últimos anos.

Em plena crise económica, os organizadores da Feira da Luz não escondem que tiveram “algum receio” que esse contexto pudes-se afectar negativamente o evento. Em entrevista exclusiva ao REGISTO, o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-No-vo, Carlos Pinto de Sá, reconhece que “de facto houve mais dificuldades este ano”, mas mostra-se convicto de que a edição 2010

vai consolidar o elevado patamar atingido em anos anteriores, e que faz da Feira da Luz uma das mais importantes do país.

Feira da Luz

Edição 2010 vai consolidar o elevado patamar atingido- Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de MontemorJosé Pinto de Sá

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viamente, que ficaram conhecidos, mas foi por estarmos atentos aos no-vos valores que estavam a despontar e conseguimos trazê-los cá antes de eles atingirem essa dimensão, como é o caso de Mariza e Ana Moura. Este ano, no fado, vamos ter Carmi-nho, que está a despontar e se está a afirmar também. Na área cultural o destaque vai também para a Feira do Livro, em que é possível fazer uma maior divulgação do livro. No desporto, temos um programa muito marcante. Este ano, para além do que é normal (cicloturismo, fute-bol, futsal…) vamos ter um torneio de râguebi. O Rugby Clube de Monte-mor foi campeão da segunda divisão nacional e brindou-nos com a orga-nização do Primeiro Tor-neio de Râguebi da Feira da Luz. O Festival de Na-tação que encerra a Feira da Luz é tradicional nas nossas piscinas. A área da Festa Brava é, este ano, um pouco mais reduzida, porque os nos-sos bombeiros, que nor-malmente organizavam as largadas de final de

noite, iniciaram a construção do seu novo quartel, de maneira que tive-ram dificuldades maiores em termos de organização. Mas vamos continu-ar a ter um conjunto de iniciativas da Festa Brava, com destaque para a corrida de domingo. E depois, enfim, as associações, que têm um conjunto de propostas sem-pre muito interessantes. A Feira Tra-dicional, que melhorámos e a que demos mais qualidade, porque pen-samos que continua a ser um ele-mento pitoresco de grande interesse e que marca também a Feira da Luz com essa característica. E temos um conjunto de eventos que não se passam apenas no recinto da feira. Passam-se também um pouco

pela cidade: o comboio turístico e o autocarro panorâmico, iniciativas desportivas, colóquios direccionados para a área económica… Finalmente uma nota para dizer que este ano se assinalam vinte anos da criação da Apormor, a associação de produtores que é nossa parceira na Feira da Luz. Julgo que ao assinalar-mos os vinte anos da Apormor, para além do trabalho notável que tem feito e que é referenciado a nível nacional, é de realçar que foi exacta-mente por essa colaboração que a Fei-ra da Luz atingiu o patamar que atin-giu quando definimos o objectivo de a transformar num grande evento

Como encara o desenvolvimento do turismo em Montemor?Tenho dito sempre que o turismo é uma questão que deve ser olhada sempre com muito cuidado, por-que aquilo que alguns pensam, que é ter ali a galinha dos ovos de ouro, tem um problema: podem matar a galinha. Portanto, é pre-ciso ver o que se quer. Nós aqui definimos claramente o que que-remos. Queremos um turismo que tenha diferenciação e qualidade, e seja perfeitamente compatibilizá-vel com as nossas potencialidades ambientais. Por que essa é uma das grandes diferenciações que o Alentejo tem em relação à Europa. O Alentejo é uma das regiões mais preservadas e não se pode estragar. Temos aqui projectos que vamos oficialmente anunciar na Feira da Luz, e um deles é a instalação

de um zoo-parque de grande di-mensão. Portanto temos aqui um conjunto de projectos que vão naquela linha da diversificação. Precisamos de atrair investimento e criar postos de trabalho, mas pre-cisamos de fazê-lo tendo em conta que tem que ser um desenvolvi-mento sustentável. Estes projectos não podem ser projectos que ma-tem as potencialidades do Alen-tejo. Têm que ser projectos que se adaptem às potencialidades e pos-sam contribuir para o desenvolvi-mento.Portanto, há algum optimismo re-lativamente ao futuro de Monte-mor, que passa por criar essa base económica diversificada, dinâmi-ca, mais estável e isso é um tra-balho de muitos anos, que temos vindo a fazer há quase duas déca-das com resultados positivos.

“Queremos um turismo que tenha diferenciação e qualidade, e seja perfeitamente compatibilizável com as nossas potencialidades ambientais”

Carlos Pinto de sá entende que apesar da crise a edição de 2010 da feira da luz manterá o elevado patamar atingido nos últimos anos.

Em plena crise económica, os organizadores da Feira da Luz não escondem que tiveram “algum receio” que esse contexto pudes-se afectar negativamente o evento. Em entrevista exclusiva ao REGISTO, o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-No-vo, Carlos Pinto de Sá, reconhece que “de facto houve mais dificuldades este ano”, mas mostra-se convicto de que a edição 2010

vai consolidar o elevado patamar atingido em anos anteriores, e que faz da Feira da Luz uma das mais importantes do país.

Edição 2010 vai consolidar o elevado patamar atingido- Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Montemor

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feira da luz

regional, no início da década de 1990. Isso levou-nos, por exem-plo, a que construíssemos duas infra-estruturas com gestão au-tónoma mas complementares, o Parque de Exposições Municipal, por um lado, e o Parque de Leilões de Gado da Apormor por outro, que trabalham em conjunto. O projecto desenvolvido a partir de aí foi apontado para um objectivo esperado e que, felizmente, temos atingido.

A que se refere exactamente, quan-do diz que a crise afectou a Feira da Luz?Antes de mais, a crise veio atin-gir sobretudo, como é visível, as camadas mais frágeis da popula-ção. O concelho tem um terço de reformados, pensionistas e idosos, cuja pensão mensal é, em média, de 280 euros. Obviamente, já vi-viam com grandes dificuldades. É evidente que esta crise que redu-ziu ainda mais o seu rendimento causou problemas complicadís-simos, até porque também atin-giu os casais jovens, a população activa, e muitos desses casais jo-vens foram-se encostar aos mais velhos. Portanto, temos hoje difi-culdades particularmente visíveis e sentidas, uma situação generali-zada. No nosso concelho, temos procurado responder, através de medidas variadas, nomeadamen-te através de um programa inte-grado de apoio social. Mas temos consciência de que a situação cria-da em particular nos últimos tem-pos, com a redução do subsídio de desemprego, com o aumento de impostos, enfim com um conjun-to de medidas que reduziu o ren-dimento disponível, se agravou e vai continuar a agravar. A feira surge num momento em que as pessoas vivem uma grande interrogação relativamente ao fu-turo. É uma feira aberta, que não é paga, e isso é um dado importante para que a participação dos visi-tantes não seja afectada. Cremos que vamos continuar a ter um vo-lume significativo de visitantes na feira, mas como vem aconte-

cendo de alguns anos a esta parte, apesar de aumentarmos o núme-ro de visitantes, os expositores di-zem que as vendas não crescem, e em alguns casos diminuem, o que é natural, porque as pessoas não têm dinheiro e portanto poupam-no. Mas ainda assim é importante a presença das actividades eco-nómicas porque divulgam. Hoje a Feira da Luz (e esse é um dado importante) não se limita já aos habitantes da região e atrai gente de fora. E isso é muito importante para divulgar não apenas a visão da feira, mas a imagem de Monte-mor. Temos tido, felizmente, bons resultados a partir de aí. Portanto, a crise temo-la. Não a ignoramos. Pelo contrário. Vai ser objecto de nota no discurso inaugural, de algumas referên-cias quanto às preocupações que temos e quanto ao desacordo em relação às medidas económicas que vão no sentido de agravar a situação. É incompreensível para nós que, quando se fala de cri-se, se continue a pagar para não

produzir. Com o mesmo dinhei-ro podia-se pagar para produzir. Assistimos à desertificação do in-terior rural e vamos continuar a assistir à concentração de pessoas no litoral do país. Pensamos que era uma excelente altura para se olhar e se alterar o que deu mau resultado. Portanto vamos fazer críticas e vamos em simultâneo apresentar propostas e a nossa disponibilidade para colaborar com quem quer que seja em prol daquilo que possa promover o concelho e o Alentejo. Essa posi-ção, vamos mantê-la, reforçá-la e sublinhá-la.

De que modo, concretamente?Posso adiantar desde já que va-mos dar algumas boas notícias para Montemor. Quem esteve na feira do ano passado, assistiu à apresentação de um conjunto de projectos que tínhamos para o concelho de Montemor. Um dos momentos importantes vai ser fazer o balanço, ver como estão esses projectos. Se avançaram ou

não. Felizmente a grande maioria avançou e alguns estão já mesmo no terreno. Em segundo lugar, é o anúncio da instalação de algumas empre-sas aqui em Montemor. Não é o anúncio de que se vão instalar, mas de algumas que já se estão a instalar neste momento. Já é visí-vel a sua instalação no concelho. E em terceiro lugar, dizer que apesar de tudo Montemor tem, pela sua dinâmica social, mostra-do uma resistência à crise maior que outras zonas do país. Isso tem muito a ver com as característi-cas e com a dinâmica social que temos, nomeadamente com um conjunto de instituições que têm conseguido dar respostas. Natu-ralmente não resolvem o assunto, mas minimizam.Há também aqui o anúncio do avanço de mais alguns projectos também no terreno. Não é apenas dizer que se vão fazer. É anunciar coisas que estão a ser realizadas desde o ano passado, que se co-meçaram a realizar já depois da

última Feira da Luz, e que dão um contributo também, não apenas para a resposta à pressão social mas até para a dinâmica econó-mica. Por exemplo, está a ser construído um novo lar em São Geraldo. Para já é benéfico na área económica porque dinamiza a construção, mas vai dar resposta porque cria emprego, o que é bom, e por outro lado responde ao problema social, que é o problema da assistência às pessoas carenciadas. Portanto, va-mos apontar também essas ques-tões, que estão relacionadas com a crise que vivemos.

Quer aproveitar a ocasião para dei-xar aqui alguma mensagem?Só quero deixar um convite para fazerem uma visita à Feira da Luz e também a Montemor. Quem não conhece a cidade e der um passeio pelo centro histórico cer-tamente ficará surpreendido, não pela valia deste ou daquele aspec-to monumental, porque não te-mos grandes monumentos. O cen-tro histórico vale essencialmente pelo seu conjunto e pela preser-vação que conseguiu manter até aqui. Vale a pena fazer esse pas-seio pelo centro histórico, visitar por exemplo o castelo, almoçar ou jantar num dos restaurantes com excelente gastronomia e depois olhar o programa da Feira da Luz. De certeza que ali encontram al-guma coisa a gosto, uma vez que temos para todos os gostos. Terão certamente um dia bem passado em Montemor. Temos alguma ex-periência de que quem vem uma vez normalmente volta, e isso é muito bom para nós. Significa que, para além de gostarem de Montemor também gostaram das pessoas e foram bem recebidos. Visitem Montemor.

Pinto de sá destaca a importância da parceria com a Apormor, que este ano assinala o vigésimo anivesário.

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(continuação da página anterior)

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A Apormor (Associação de Produtores de Ovinos, Bovi-nos e Caprinos da Região de Montemor-o-Novo) assina-la este ano duas décadas de existência ao serviço dos agri-cultores alentejanos. O seu presidente, António Marques Santos, explica que a Apormor tem procurado diversificar as suas actividades, de forma a conseguir “dar resposta às ne-cessidades que os agricultores têm”, e afirma que vê o futuro “um pouco cinzento, mas com esperança de melhoras”.

Nesta data em que se assinala o vigésimo aniversário da Apor-mor, gostaria de lhe pedir que fizesse um pequeno balanço da história deste empreendimento.A Apormor comemora este ano vinte anos de existência. Na altura, meia dúzia ou uma dúzia de agricultores pensaram em constituir esta associação e criar em Montemor um merca-do de gados. Viram na região o potencial pecuário, viram na região capacidade para centra-lizar aqui um mercado de ga-dos, que a nível regional, quer a nível nacional. E assim foi. Puseram mãos à obra, e passa-dos cinco anos da constituição da associação inaugurámos a sede que ainda existe, o parque de leilões e exposições como hoje em dia o conhecemos, e iniciámos os leilões semanais de bovinos. Para ter uma ideia, começámos com cerca de trinta animais leiloados por semana, às terças-feiras, e hoje em dia andamos nos quinhentos ou seiscentos. Portanto, tivemos um crescimento muito impor-tante ao longo destes anos. Claro que isto envolveu muita gente, envolveu muito traba-lho. Nada se faz sem sorte tam-bém; contámos sempre com a colaboração dos agricultores do concelho, que são funda-mentais, e, com certeza, sem eles a Apormor não existiria e não teria a pujança que tem. Portanto, crescemos sustenta-damente. A Apormor nasceu com uma visão de futuro, e as instalações e o espaço que hoje ocupa estão perfeitamente adequados ao ano de 2010, e foi pensada no ano de 1990. Portanto, quem

a idealizou, quem a pensou, muito bem o fez. De facto, pas-sados vinte anos estamos per-feitamente actualizados e ap-tos a trabalhar outros tantos, se Deus quiser.

Como funciona um leilão de gado aqui na Apormor?Os criadores de gado que pre-tendem cá trazer animais a leilão têm, em primeiro lugar, de cumprir todos os requisitos sanitários em vigor, em rela-ção aos seus animais e às suas explorações. E posso-lhe dizer que isso se altera um bocadi-nho, porque os estatutos sani-tários e o aparecimento de al-guma doença vai modificando as exigências em termos de sa-neamento animal. As pessoas que tenham condi-ções de boa sanidade nas suas explorações marcam previa-mente os lotes, confirmam aqui com as pessoas que trabalham no escritório quantos animais pretendem trazer e quantos lo-tes querem e, na segunda-feira, trazem os animais com toda a documentação exigida, sejam

eles sócios ou não sócios, sejam eles do concelho ou de fora do concelho. Hoje em dia recebemos ani-mais dos mais variados sítios do país. A Apormor funciona para sócios e não sócios. No fim do leilão, os animais vão para quem os comprou e os criado-res que os trazem tratam de toda a documentação. Nós co-bramos uma taxa de utilização do leilão, que é diferente de só-cios para não sócios. É mais bai-xa para sócios; para não sócios é ligeiramente superior.

Trabalham unicamente com gado bovino?Trabalhamos unicamente com gado bovino. O gado ovino já esteve em estudo e continua a estar em estudo. Esperamos fa-zer alguma coisa relativamen-te aos ovinos. É um sector que está um bocadinho esquecido. Não é fácil realizar aqui leilões de ovinos, mas também não foi fácil começarmos os leilões de bovinos, e hoje em dia estamos como estamos. Portanto, va-mos tentar, a curto ou médio

prazo, ver se é viável realizar aqui leilões de ovinos.

Como se vai traduzir a parti-cipação da Apormor na Feira Luz?À semelhança do que se passa todos os anos, no primeiro fim-de-semana de Setembro temos a nossa feira anual, onde pro-curamos dar a conhecer um bo-cadinho do que se faz na região em termos agrícolas. Temos a exposição de várias empresas ligadas ao ramo agrícola. Te-mos a parte de exposição pecu-ária, com os criadores do con-celho que vêm expor os seus animais das mais variadas ra-ças de bovinos, ovinos e suínos, e depois temos, divididos ao longo dos dias da feira, vários colóquios, reuniões e debates. Procuramos que através des-sas sessões as pessoas venham, tragam novas ideias e haja es-clarecimento. Portanto, para-lelamente à feira, pensamos que é benéfico realizar reuni-ões sobre temas variados, de maneira que as pessoas con-sigam retirar alguma coisa de

positivo.Quem são os convidados para essas iniciativas?Convidamos pessoas de fora e alguém de dentro também. Agricultores da região também vêm dar o seu testemunho so-bre o tema em causa.

Como vê o futuro da vossa acti-vidade?Eu vejo o futuro um pouco cin-zento, mas com esperança de melhoras. A Apormor existe para servir os agricultores da região, tem os seus negócios, e o nosso negócio principal é a realização de leilões. Temos procurado ao longo deste tem-po diversificar um bocadinho as nossas actividades, de forma a conseguirmos dar resposta às necessidades que os agri-cultores têm, a nível de can-didaturas às ajudas, a nível de licenciamento de explorações pecuárias, a nível de projectos, etc., etc. No fundo, queremos ser abran-gentes. A Apormor pretende centralizar e concentrar aqui tudo o que diga respeito à agri-cultura, do concelho e não só. Temos neste momento um pro-grama de formação aos agri-cultores a nível informático, uma ferramenta hoje em dia indispensável. A agricultura também precisa dessas ferra-mentas. Eu diria que o futuro da Apor-mor estará sempre dependente do que existe em termos agrí-colas. Portanto, se a actividade agrícola crescer e for sustentá-vel, creio que nós também o se-remos, dando ajuda na diversi-ficação da nossa actividade, de maneira a podermos responder aos anseios e às exigências que os agricultores têm.

Quer deixar aqui alguma men-sagem?A mensagem que teria era con-vidar as pessoas a passarem por cá durante a Expomor 2010, que decorre entre 1 e 6 de Se-tembro, porque creio que vale a pena. Em termos de exposição pecuária temos dos melhores exemplares das mais variadas raças. Em termos de animação no exterior temos restaurante, bar, etc. Portanto, temos uma animação grande, e as pessoas com certeza não darão o tempo por perdido se passarem por cá.

Pecuária na Feira da Luz

A Apormor nasceu com uma visão de futuro- António Marques Santos, presidente da associação -

José Pinto de Sá

António marques santos vê o futuro “um pouco cinzento, mas com esperança de melhoras”.

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Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

O Aprendiz de Feiticeiro

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Balthazar Blake é um mes-tre feiticeiro, na moderna Manhattan dos dias de hoje, que tenta defender a cidade do seu inimigo Ma-xim Horvath. Balthazar não consegue fazê-lo so-zinho e recruta Dave Stu-tler, aparentemente um rapaz vulgar que demons-tra um talento escondido. O feiticeiro oferece ao seu cúmplice involuntário um curso intensivo na arte e ciência da magia e, jun-tos, estes parceiros impro-váveis lutam para travar as forças das trevas. Será necessária toda a cora-

gem que Dave conseguir reunir para sobreviver ao treino, salvar a cidade e conquistar o amor, à me-dida que se vai tornando O Aprendiz de Feiticeiro...

Carta Dominante: O Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas.Amor: Saberá notícias através de um ami-go. A sua vida social andará muito anima-da. Que o seu sorriso ilumine todos em seu redor!Saúde: Atenção com as noitadas e os excessos, seja comedido.Dinheiro: Um amigo irá pedir-lhe ajuda fi-nanceira. Lembre-se de ajudar quem precisa de si, pois amanhã poderá ser você a precisar de ajuda!Número da Sorte: 33Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: 7 de Ouros, que signi-fica Trabalho.Amor: Uma discussão com a pessoa amada poderá deixá-lo renitente. Que a compreen-são viva no seu coração!Saúde : Dedique-se a actividades que lhe dêem prazer.Dinheiro: Desempenhe as suas tarefas pro-fissionais o melhor possível.Número da Sorte: 71Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: O Eremita, que significa Procura, Solidão.Amor: Poderá sentir-se um pouco perdido e em busca de si próprio. Que o seu auto-conhe-cimento seja a ferramenta fundamental para a sua felicidade.Saúde: Dedique-se a práticas de relaxamento como o yoga e a meditação.Dinheiro: Prepare o seu trabalho desenvol-vendo novas ideias.Número da Sorte: 9Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: O Imperador, que sig-nifica Concretização.Amor: O seu estado de ansiedade poderá originar discussões. Encare a vida de uma forma mais optimista e verá que tudo corre melhor!Saúde: Tendência para andar um pouco descontrolado.Dinheiro: Seja fiel a si mesmo e siga à risca os planos que traçou.Número da Sorte: 4Dia mais favorável: Quarta-feira

Carta Dominante: o Mágico, que significa Habilidade.Amor: Momento em que estará confiante e, por isso, encontrará um clima de equilíbrio nas suas relações. Faça as escolhas que lhe trazem a possibilidade de ser feliz.Saúde: Possíveis problemas no sistema ner-voso poderão surgir.Dinheiro: Aposte na projecção profissional e poderá alcançar os seus objectivos, mas não gaste demasiado.Número da Sorte: 1Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: Rainha de Paus, que significa Poder Material e que pode ser Amorosa ou Fria.Amor: Converse com o seu par para resolver divergências conjugais. Fale sobre o que é verdade, necessário e carinhoso.Saúde: Tente descansar mais.Dinheiro: Acredite mais na competência dos seus colaboradores.Número da Sorte: 35Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: O Papa, que significa Sabedoria.Amor: O amor acontece quando menos se espera. Que a sua alma seja bela e transpa-rente!Saúde: Durma o máximo de horas que pu-der.Dinheiro: O seu bom desempenho poderá ajudá-lo a subir para um cargo de chefia.Número da Sorte: 5Dia mais favorável: Terça-feira

Carta Dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera.Amor: Passe mais tempo com os seus ami-gos. Estreite os seus laços de amizade.Saúde: Lembre-se das sessões de trata-mento que tem que fazer.Dinheiro: Com empenho e dedicação, con-seguirá alcançar os seus desejos.Número da Sorte: 49Dia mais favorável: Sexta-feira

Carta Dominante: 3 de Espadas, que signi-fica Amizade, Equilíbrio.Amor: É necessário que deixe de exigir tanto do seu par. Agora é tempo para partilharSaúde: Retire da sua alimentação comidas ricas em gorduras e consulte um especialista em cardiologia.Dinheiro: Organize as suas tarefas para po-der evoluir na carreira.Número da Sorte: 53Dia mais favorável: Quinta-feira

Carta Dominante: O Cavaleiro de Espadas, que significa Guerreiro, Cuidado.Amor: O seu par poderá estar demasiado exigente consigo. Que a beleza da Aurora invada a sua vida.Saúde: Faça uma selecção dos alimentos que mais beneficiam a sua saúde.Dinheiro: Aproveite a ajuda de um colega para desenvolver um projecto.Número da Sorte: 62Dia mais favorável: Segunda-feira

Carta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça.Amor: Resolva os desentendimentos através do diálogo. Os problemas e dificuldades do dia-a-dia resolvem-se através do diálogo, mas agravam-se através da violência!Saúde: Uma dor de garganta poderá incomo-dá-lo e dar origem a uma constipação.Dinheiro: Tenha uma atitude mais confiante no desempenho da sua actividade profissional.Número da Sorte: 36Dia mais favorável: Domingo

Carta Dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões.Amor: Uma mudança de planos pode afectar a sua relação. É tempo de um novo recomeço!Saúde: Procure estar em paz espiritual-mente.Dinheiro: Não gaste mais do que o neces-sário.Número da Sorte: 18Dia mais favorável: Quarta-feira

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Escorpião Sagitário Capricórnio Aquário Peixes

Em termos simples, po-demos dizer que a 1ª Guerra Mundial é um componente do período longo de conflitos glo-bais do século XX (1914-1945), que marca a tran-sição da hegemonia inglesa para a america-na. No período posterior às Guerras Napoleónicas (depois de 1815) criou-se um sistema unipolar de hegemonia britânica, que vigorou até ao último quartel do século XIX. A Inglaterra era o coração da revolu-ção industrial que transformava o mundo, e Londres era o centro financeiro, económico, militar e tecnológico do planeta. No último quartel do século XIX esta situação começa a mudar rapidamente, por efeito daquilo a que muitos autores chamam 3ª revolução indus-trial, marcada pelo desenvolvimento da elec-tricidade, dos combustíveis líquidos, do motor de explosão e da indústria química.

Autor: Aniceto Afonso, Carlos de matos Gomes

Sugestão de leitura

Portugal e a Grande Guerra

sinópse

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Cultura

Games

Solidariedade com “jogos de guerra”Vai decorrer nos dias 4 e 5 de Setembro (sábado e do-mingo) um jogo de Airsoft/ Softair organizado junto à Barragem do Monte Novo (Évora) pela Equipa Hostile Operations Team de cariz so-lidário, com vista à recolha de bens de primeira neces-

sidade a favor da “Ajuda de Berço”, instituição que des-de 1998 acolhe crianças dos 0 aos 3 anos necessitadas de protecção urgente, face a situações que as coloquem em risco.Vão estar presentes no even-to mais de 100 jogadores

oriundos de diversas regiões do pais, que contribuíram com os seus donativos, a que se juntaram os donati-vos de outros jogadores que, não podendo estar presente no evento, não deixaram de contribuir.

Festas de Vendas NovasDecorrem de 3 a 11 de Setembro as festividades que assinalam o 48º Aniversário da Elevação de Vendas Novas a Concelho. A abrir o programa decorre no dia 3 um Convívio de Natação nas Piscinas Municipais e no dia 5 acontece o 7º Raid REFER em Cicloturismo e uma prova de Motocrosse organizada pelos Bombeiros Voluntários de Ven-das Novas. O destaque principal será no dia 6, pelas 22h00, no Parque Desportivo Municipal, com o espectáculo musical de Luís Represas, seguido do já tradicio-nal fogo-de-artifício e baile. No dia 7, feriado municipal, pelas 11h00 no Auditório Municipal, decorrerá a Sessão Solene da efeméride. Vão decorrer ainda durante o feriado, um concurso de pesca, ténis-de-mesa, jogos tradicionais, pintura infantil, uma mostra de artesanato, vacada e, a encerrar o dia, um espectáculo de folclore segui-do de baile, que terá lugar no Parque Desportivo Municipal. As festas terminam no dia 11 com um passeio equestre logo pela manhã no Largo da Feira e à tarde, no Pavilhão Gimnodes-portivo um torneio de ténis-de-mesa em sistema corbillon organizado pelo Clube Ferro-viário de Vendas Novas. No Auditório Municipal decorre a abertura da exposição de pintura “Memórias” da artista vendasnovense Susana Matos e na Biblioteca Municipal a apresentação do livro “Uma Família do Alentejo” de João Domingos Serra. Ainda neste dia destacamos a inauguração do Centro Educativo/Requa-lificação da Escola EB n.º 1 de Vendas Novas, um projecto que vem qualificar a rede e o parque escolar do concelho. O Município assinala assim os 48 anos da sua elevação a Conce-lho com um variado leque de actividades musicais, culturais e desportivas.

«Rochas do Sudoeste - os mistérios escritos na pedra» é um dos dois projectos que irão representar Portugal na Final Europeia para Jovens Cientistas que irá decorrer em Lisboa, entre 24 e 29 de Setembro, numa iniciativa organizada pela Fundação da Juventude. Dois alunos da Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, em Odemira, investigaram a génese de algumas esferas de arenito muito perfeitas que ocorrem na falésia entre a Zambujeira do Mar e o Car-valhal.

Numa saída de campo entre a Zambujeira do Mar e o Car-valhal, concelho de Odemira, distrito de Beja, os jovens ob-servaram na falésia algumas estruturas rochosas de arenito em forma de esferas, algumas muito perfeita, num estrato de areia não consolidada. Intri-gados acerca deste fenómeno, decidiram perguntar a dife-rentes geólogos qual seria a génese daqueles arenitos com forma tão regular. Contudo, ninguém soube responder. Foi então que, motivados pelo mistério e pelo interesse na área da Geologia, decidiram investigar a génese das esferas de arenito que ocorrem entre a Zambujeira do Mar e o Car-valhal.Coordenados pela professora Paula Canha, os alunos Inês Marques e Kristoffer de Sá Hog partiram à descoberta: fizeram desenhos e esquemas dos es-tratos, fotografaram as esferas, fizeram colheita de algumas esferas e da areia que as envol-

ve, estudaram no laboratório a composição e características dos materiais e leram muito sobre a história geológica da região.Foram várias algumas das conclusões a que este projec-to conduziu, entre elas o facto da camada onde se formaram as esferas ter sido depositada pelo mar nas últimas trans-gressões, quando o mar se encontrava muitas dezenas de metros acima do nível ac-tual. Por outro lado, o cimento que une as areias das esferas de arenito é carbonatado e existe em maior concentra-ção no centro das esferas que na periferia, enquanto que a areia que envolve as esferas é muito pobre em carbonatos. Neste sentido, os alunos con-sideraram que a formação das esferas deve estar relacionada com uma fonte de cabonatos que se distribuiu de forma de-

sigual na camada onde se for-maram as esferas.O projecto de investigação não está, contudo, encerrado. Os alunos colocam agora duas hipóteses para a formação das esferas de arenito que apare-ceram de forma muito perfei-ta: provavelmente houve um problema de falta de carbona-tos para cimentação uniforme de todo o estrato; a fonte de car-bonatos foi de origem biológica e tinha um desenvolvimento do tipo das colónias de bactérias, do centro para a periferia. Hipóte-ses que continuarão a ser anali-sadas.A qualidade do projecto, bem como o raciocínio, a criativi-dade, a experimentação do es-tudo e a originalidade, foram critérios apreciados pelo júri do Concurso Nacional para Jo-vens Cientistas e Investigado-res que atribuiu aos alunos da Escola Secundária Dr. Manuel

Candeias Gonçalves o segun-do lugar, entre 101 projectos, e lhes garantiu, assim, a pre-sença na Final Europeia para Jovens Cientistas que se rea-liza em Lisboa, em Setembro, numa iniciativa promovida pela Fundação da Juventude, sob a égide da Comissão Euro-peia, Direcção Geral de Inves-tigação, contando com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República.Esta Final Europeia vai re-ceber a Concurso cerca de 90 projectos, realizados por cerca de 150 jovens cientistas, de 40 países, e tem já assegurado os patrocínios do Museu da Elec-tricidade/Fundação EDP, da Ciência Viva Agência Nacio-nal para a Cultura Cientifica e Tecnológica, da Direcção Geral de Inovação e de Desenvolvi-mento Curricular, do Instituto Nacional da Propriedade In-dustrial.

Jovens de Odemira representam Portugal na Final Europeia para Jovens Cientistas

“Os mistérios escritos na pedra”Redação

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Artes

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Durante dez dias, o encenador Phillip Zarrilli e a dramatur-ga Kaite O’Reilly orientaram um curso destinado a perfor-mers e escritores na Biblioteca Pública de Évora, e ali apre-sentam amanhã o fruto desse trabalho.

A Biblioteca Pública de Évora acolhe sexta-feira, dia 3, pe-las 21h30, a performance “Dos Livros de Évora”: A Library of Hands, resultante do trabalho desenvolvido durante o curso de formação Making the Body All Eyes.Orientado por Phillip Zarrilli e Kaite O’Reilly, este segundo curso de formação da Escola de Verão do festival Escrita na Pai-sagem vem decorrendo desde

24 de Agosto, destinado a per-formers e escritores. A proposta de Zarrilli e O’Reily em Making the Body All Eyes (Tornar o corpo ‘todo olhos’) consistiu em “abordar a cria-ção artística na perspectiva da arte do actor/performer e da

escrita de/para performance, através de um treino psicofísi-co e orientado para estimular a imaginação”. Phillip Zarrilli orientou a pri-meira vertente do curso, in-troduzindo os participantes ao seu treino psicofísico interna-

cionalmente reconhecido. A outra componente do cur-so foi coordenada por Kaite O’Reilly, com quem os parti-cipantes construíram textos a partir de exercícios para esti-mular a imaginação, exploran-do diferentes pontos de partida

e estéticas.Ao longo do curso, Zarrilli e O’Reilly trabalharam em con-junto com os participantes na criação de uma performance, tomando como ponto de parti-da exercícios psicofísicos, textos de autor, textos ‘encontrados’, e as reacções ao espaço da per-formance – a sala de leitura da Biblioteca Pública de Évora.Phillip Zarrilli é famoso pelo seu método de treino psicofísi-co do actor, baseado em artes marciais e de meditação asi-áticas. Kaite O’Reilly é “inter-nacionalmente reconhecida como dramaturga e drama-turgista”, e encontra-se actu-almente a escrever uma nova versão de “Os Persas”, de Ésqui-lo, para ser encenada para o National Theatre of Wales.

Escrita na Paisagem

Performance na Biblioteca Pública conclui curso da Escola de Verão 2010José Pinto de Sá

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roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

évora

“À NOiTE NAs PisCiNAs” | Até dia 9 de setembro | Piscinas municipais de évora |

A Câmara municipal de évora promove este Verão nas Piscinas municipais, todas quin-tas-feiras à noite, diversos espectáculos de música e dança, desporto e malabarismo, entre outras atividades.

ArrAiOlOs

fEsTA dA JuVENTudE 2010 | 10-09-2010 a 12-09-2010

VilA ViçOsA

2.º BiKE NiGHT | 10.09.2010 A 10.09.2010 | 22.00H | Percurso de 30 Km´s dificuldade baixa | inscrições-10 rodas 6 rodas acom-panhantes | Tel: 96 250 8357 | papatrilhos.blog.pt

POrTEl

CENTrO iNTErNACiONAl dE EsCulTu-rA | até 11-10-2010 | Exposição patente ao público, na Cerca de são Paulo em Portel |

Esta mostra de escultura resulta do enten-dimento entre a Câmara municipal de Portel e o Centro internacional de Escultura, sen-do uma iniciativa que pretende aproximar a população a esta forma de arte (escultura).

VilA ViçOsA

PiNTurA E ArTEs dECOrATiVAs | 04.09.2010 a 19.09.2010 | Cine-Teatro flor-bela Espanca

évora

fEsTAE | festival de Teatro de Amadores | s.O.i.r. “Joaquim António Aguiar” | Vários locais | 10-19 setembro

VENdAs NOVAs

mOTOCrOssE | 05-09-2010 | Às 14h00 |iniciativa inserida no programa das Come-morações do 48.º Aniversário da Elevação de Vendas Novas a Concelho | Org: Bom-beiros Voluntários Vendas Novas | localida-de Pista dos salesianos |

rEdONdO

V ExPOsiçãO E PAssEiO dO AuTOmó-VEl E mOTOCiClO ClássiCO | dias 3 e 4 setembro das 10h às 23h, dia 5 de se-tembro das 10h às 20h dias | Pavilhão de Exposições

VilA ViçOsA

CONCErTO COm ANA frEElAzEr | 04.09.2010 | 22H00 | local: Praça da re-pública

VENdAs NOVAs

EsPECTáCulO musiCAl com luís re-presas, seguido de fogo de Artifício e Baile com Célia e António silva | 06-09-2010 | 22h00| iniciativa inserida no programa das Comemorações do 48.º Aniversário da Ele-vação de Vendas Novas a Concelho | loca-lidade: Parque desportivo municipal

éVOrA

COmBO dA uNiVErsidAdE dE éVOrA - ClAus NymArK | Piscinas municipais de évora | 09-09-2010 | 22h00 | Entrada: En-trada livreEste combo é formado por daniel meliço (bateria), marco martins (baixo), sérgio Ga-lante (guitarra) e francisco Andrade (saxo-fone tenor).

MÚSICA TeATRoeXPoSIÇÃo

oUTRoS PALCoS

Feira da Luz / Expomor 2010Venha ao encontro de montemor-o-Novo

Montemor-o-Novo vai estar em festa de 1 a 6 de Setembro, com a realização de mais uma edição da Feira da Luz/Expo-mor, sempre com entrada livre. A abertura oficial da Feira da Luz, está marcada para as 21h00, de dia 1 de Setembro, junto ao Pavilhão de Exposições. Na feira da luz/Expomor, para além das tradicionais compras, da diversão dos car-rosséis, pode apreciar o trabalho de algu-mas instituições, associações e empresas que, como já é hábito, terão stands e ex-posições no recinto, para além disso, tem a mostra de gado da Expomor, o Concurso de mel do Concelho e diversos colóquios/seminários. Tal como na edição do ano passado, em 2010 irá manter-se a mostra de promoção da raça “Porco Alentejano”, em parceria com a respectiva Associa-ção Nacional de Criadores, e a exposição “mor Economia”, uma mostra da activida-de económica do concelho com presença de agentes económicos concelhios, que

ficará situada no interior do Pavilhão de Exposições. Outra aposta que se mantém é a existên-cia de comboios turísticos e de um auto-carro panorâmico que, em conjunto, farão as ligações da cidade para o recinto da feira e vice-versa, este ano a funcionar até à 1h00. mas, os motivos que o poderão levar até montemor-o-Novo são muitos mais, desde os espectáculos musicais, animação de rua, espectáculos de marionetas, expo-sições, feira do livro, feira Tradicional, desportos Aventura, Animação com insu-fláveis, o Espaço da “Oficina da Criança”, o Artesanato Ao Vivo, as largadas junto à Praça de Touros, a Corrida de Touros até ao espaço de Tasquinhas.

Venha até montemor-o-Novo (Alto Alen-tejo)…temos pão, mel, vinhos, azeite, artesanato, carnes, doces e licores. Os produtos de montemor-o-Novo vão estar em destaque na feira da luz, de 1 a 6 de setembro.

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22 05 Agosto ‘10

SEMANÁRIO

Director Nuno Pitti ([email protected])Propriedade Nothing Else-.meios&comunicação; Contribuinte 508 561 086 Sede Travessa Ana da silva, n.º6 -7000.674 - 266 751 179 fax 266 730847 Administração silvino Alhinho; Joaquim simões; Nuno Pitti Departamento Comercial maria João ([email protected]) Redacção Carlos Júlio; José Pinto sá ([email protected]); Paulo Nobre Paginação Arte&Design margarida Oliveira ([email protected]); Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia luís Pardal ([email protected]) Colaboradores Carlos moura; Capoulas santos; sónia ramos ferro; Carlos sezões; margarida Pedrosa; António Costa da silva; marcelo Nuno Pereira; Eduardo luciano; José filipe rodrigues; luís martins Impressão funchalense – Empresa Gráfica s.A. | www.funchalense.pt | rua da Capela da Nossa senhora da Conceição, nº 50 - morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade semanal/Quinta-feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Transportes Conchinha ([email protected])

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desporto

É preciso recuar ao início da década para se descobrir uma equipa alentejana (o Campo-maiorense) a disputar a Liga de Futebol. Mas a estória dos clubes da região em compita no maior campeonato do chuto na bola remonta a meados da década de 40 do século passado. Apesar de tudo, este ano alguns «compa-dres» marcam presença na Liga Zon/Sagres como jogadores, trei-nadores ou árbitros.

O primeiro Campeonato da Liga jogou-se em 1934/35. Foi disputa-do por oito clubes e, no final, sa-grou-se campeão o FC Porto. Onze anos depois, O Elvas foi a primei-ra equipa alentejana a disputar o principal campeonato de futebol português. Entre doze equipas quedou-se pelo 9º lugar, o sufi-ciente para não descer de divisão, o que veio a acontecer na época de

49/50.Descia O Elvas, despontava o Lusi-tano de Évora para década e meia de presença entre os maiores. Logo no primeiro ano (52/53) conseguiu a sua melhor classificação de sem-pre – 7º lugar entre 14 concorren-tes; 25 pontos, 10 vitórias, 5 empates e 11 derrotas. O campeão acabou por ser o Sporting, mas, no jogo disputa-do em Évora, os «leões» perderam por 2-0…Até 1966 – ano em que Portugal fez o brilharete no Mundial de Ingla-terra – manteve-se entre os grandes, mas a descida à II Divisão foi apenas o primeiro passo de um regresso aos distritais, tal como veio a acontecer na época passada.Em 1986 O Elvas regressou à I Liga, e apesar de se ter classificado no último lugar, não desceu porque nesse ano houve «alargamento» de 16 para vinte clubes… Ainda disputou mais duas épocas ao mais alto nível (86/87 e 87/88), mas actualmente encontra-se na mes-

ma situação que o Lusitano: dispu-ta o distrital de Portalegre.Oito anos depois chegou a vez do Campomaiorense, mas foi sol de pouca dura: o penúltimo lugar na classificação (10 vitórias, 3 empates e 21 derrotas) ditaram a inevitável descida de divisão. No entanto, o

clube da raia não baixou os braços e voltou, passada uma época, com novo folêgo, para se aguentar mais quatro anos entre os melhores do futebol luso.Como dado mais relevante deste período assinale-se a presença na final da Taça de Portugal, na época

de 1998/99, partida em que mediu forças com o Beira-Mar tendo saí-do derrotado por uma bola a zero. Esta época, está na mesma situa-ção que os outros ex-primodivi-sionários alentejanos e disputa o distrital.No ranking de todos os campeona-tos, organizado pelo jornal despor-tivo Record, as equipas da região não aparecem, mesmo assim, mal classificadas entre os 68 emblemas que, pelo menos, por uma vez dis-putaram a prova rainha do futebol português.O Lusitano de Évora é o 31º clas-sificado. Soma 14 presenças e 364 jogos disputados com um saldo de 116 vitórias, 64 empates e 184 derrotas; em 35º lugar está o Cam-pomaiorense, com cinco presenças, 170 jogos realizados, 48 vitórias, 34 empates e 88 derrotas; logo atrás, na 88ª posição O Elvas contabiliza 7 pre-senças, com 194 jogos disputados, 54 vitórias, 40 empates e 100 derrotas.

A bola já rola na relva

A bola já rola na relva

A Liga dos compadres

Os sete magníficos (e mais quatro)São sete os jogadores nascidos no Alentejo inscritos em clu-bes que disputam a primeira liga, o que representa cerca de 4 por cento do total de jogado-res portugueses. Bem vistas as coisas, este número não anda muito longe da percentagem de habitantes nos distritos de Beja, Évora e Portalegre quando em confronto com o todo nacional – cerca de 5%. Mas, para além destes, há ainda dois treinado-res e dois árbitros…

O árbitro Paulo Baptista, de Por-talegre, é o decano dos juízes do pontapé na bola. Com 175 jogos apitados na I Liga – um recorde entre os árbitros de 1ª categoria em actividade – iniciou-se em 1987, tendo subido ao primeiro escalão da arbitragem em 1996. Tem 40 anos e exerce a profissão de Técnico de Vendas. Devido à idade esta deve ser a última épo-ca no activo.Mas a Associação de Évora tam-bém está representada nos qua-dros da arbitragem. Luís Catita, 35 anos, agente da PSP, é um dos 25 árbitros da I Liga. Iniciou a acti-vidade em 1995 e ascendeu à pri-meira categoria em 2009, tendo, até agora, apitado apenas 3 jogos nesta divisão. Foi 18º classificado na última época e, como curiosi-dade, diga-se que nos jogos apita-dos não mostrou nenhum cartão vermelho…Nos jogadores, Jorginho é o mais velho: tem 32 anos e alinha no

Paços de Ferreira como lateral esquerdo. Nasceu para o Futebol no Vasco da Gama, de Santiago do Cacém, terra de onde é natu-ral. Em 2004/05 emigrou para o Modena, Itália, mas a experiên-cia não não resultou. Regressou no ano seguinte sem ter sido utilizado uma única vez. Após mais uma época no clube da ter-ra, transferiu-se para o Estoril, daí para Setúbal e, mais uma vez para o estrangeiro – Asteras da Grécia. Em 2009 foi para Paços de Ferreira onde este ano cumpre a sua terceira época.Ricardo Pessoa, lateral direito, 28 anos, natural de Vendas Novas, representa o Portimonense des-de a época de 2005. Antes tinha alinhado pelo Vitória de Setúbal também na II Divisão. É, portan-to, um estreante na I Liga. Não é o caso de Miguel Garcia. Este alentejano de Moura, foi lançado por Fernando Santos no Sporting, corria o ano de 2004. Em 2007, tentou a aventura ita-liana, mas uma lesão complicada quase que pôs um ponto final na sua carreira. Após um ano sem jogar, apareceu no plantel do Olhanense no regresso dos algar-vios à divisão maior do futebol luso. No entanto, não acabaria a época a jogar para não descer, mas sim ao serviço do Braga e a tentar ser campeão. A saída de João Pereira para o Sporting, em Dezembro, abriu uma vaga no clube bracarense e Domingos Paciência lembrou-se de Miguel Garcia para ocupar o lugar de lateral direito. Resultado: vice-

campeão nacional e um lugar no acesso à Liga dos Campeões.No Dragão está Sereno, 25 anos, defesa central. Natural de Elvas estreou-se na III divisão ao ser-viço de O Elvas, em 2004. No ano seguinte rumou a Vila Nova de Famalicão e, em 2006 foi contra-tado pelo Guimarães onde per-maneceu até meio da época de 2010. Em Dezembro transferiu-se para o Valladolid o que lhe ser-viu de trampolim para o FC Por-to. Neste início de época não tem sido titular, mas numa equipa como a dos portistas, empenha-dos em várias frentes, de certeza que Sereno terá oportunidade de se mostrar ao mais alto nível.Quem ainda está em Guimarães e podia estar no Benfica é Tiago Targino, não fosse uma lesão de fim de época que resfriou o inte-resse do campeão nacional no ex-tremo alentejano. Tiago, 24 anos, filho de um antigo profissional de futebol brasileiro que termi-nou a carreira nos anos 80 pelos campos de futebol do distrito de Beja, nasceu na capital do Bai-xo Alentejo, onde se iniciou na prática do futebol. Ainda com idade de juvenil foi para Guima-rães onde permaneceu até aos séniores. Em 2008 foi cedido por empréstimo ao Manisaspor, da Turquia, mas acabou a época ao serviço do Renders, da Dinamar-ca. Após uma época emigrado reintegrou os quadros do Vitória, tendo dado nas vistas no campe-onato e ao serviço da selecção de sub-23. Começa o ano ainda em recuperação.

Também nascido em Beja é João Aurélio. Tal como Targino, saiu cedo para as camadas jovens do Vitória de Guimarães, mas na primeira época de sénior foi dis-pensado ao Penalva de Castelo. O Nacional da Madeira percebeu o seu potencial e foi buscá-lo em 2008/09. Médio talentoso, inte-grou a selecção nacional de sub-21e, no defeso, muito se falou na sua saída para um grande ou para o estrangeiro, mas tal cená-rio não se veio a concretizar.Brigues, 20 anos, natural de Alcá-cer do Sal, é o mais novo do con-tingente alentejano a evoluir na I Liga. Está há dois anos no Vitó-ria de Setúbal.Na «classe» de treinadores Pe-dro Caixinha, 39 anos, natural de Beja, é o estreante surpresa na I Liga, à frente da União de Leiria substituindo Lito Vidigal. Iniciou-se como treinador na sua cidade natal, onde permaneceu de 1999 a 2003, nos escalões de formação do Desportivo de Beja. Depois disso, como adjunto de José Peseiro, no Sporting, no Pa-

nathinaikos, da Grécia, no Dína-mo de Bucareste, da Roménia e no Al-Hilal e na selecção da Ará-bia Saudita. Também ele é um estreante na I Liga.Nos treinadores, Paulo Sérgio que foi anunciado como técni-co do Sporting ainda antes da época de 2009/10 ter terminado, foi uma das transferência s mais badaladas. No entanto, apesar da sua ligação ao Alentejo ser in-questionável – e ser dado como natural de Estremoz por vários órgãos de comunicação social – na sua biografia oficial o seu local de nascimento é Lisboa. Uma coisa é certa: a sua família vive em Fronteira, local onde é visto amiúde e onde tem amigos de longa data. Começou a sua carreira como guarda-redes no Campomaiorense e terminou a defender a baliza do Olhanense, clube onde assumiu a direcção técnica, pela primeira vez, en-tre 2003 e 2006. Daí saltou para o Santa Clara (06/08), Beira-Mar (08), Paços de Ferreira (08/10) e, por fim, Vitória de Guimarães.

Campomaiorense foi a última equipa alentejana na 1ª liga.

Paulo sérgio: um estremocense de lisboa?

Aníbal Fernandes

A.F.

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24 05 Agosto ‘10

SEMANÁRIO

Sede Travessa Ana da silva, n.º6 -7000.674 Tel. 266 751 179 Fax 266 730 847Email [email protected]

évoraQuinta-feira sábado

sexta-feira domingo

max. 32 max. 32

max. 34 max. 32

min. 17 min. 18

min. 17 min. 17

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NESTA EDIçãO

3// Cursos Profission-ais em Benavila

10// Terreno para Centro de Saúde em Redondo

10// Observatório de Turismo do Alentejo a funcionar no próximo ano

02´ Setembro 10

A 3ª edição do Bikévora vai decorrer este ano de 1 a 5 de Outubro mantendo todas as características que torna-ram este evento desportivo no fim-de-semana mais “be-tetista” de Portugal. No que ao “Passeio da Família” diz respeito, previsto para o Dia da República, a principal novidade é a possibilidade dos mais novos poderem ad-quirir bicicletas específicas para a sua idade.

Depois do sucesso das edi-ções anteriores do “Passeio da Família”, em que a Câma-ra Municipal de Évora dis-ponibilizou kits de inscrição com todo o equipamento necessário para a pratica do BTT de lazer, nomeadamente a bicicleta, capacete, camel bag, seguro… etc., este ano tal mantém-se, surgindo, no entanto, as bicicletas desti-nadas exclusivamente para crianças a partir dos seis anos (1º ciclo).De resto, o Bikévora 2010,

que volta a contar com o apoio dos diversos agentes desportivos do concelho que “trabalham com bicicletas”, irá oferecer uma série de acti-vidades que serão do agrado dos amantes das bicicletas de todo-o-terreno e não só.Apesar do programa ainda não estar definido, a autar-quia voltou assegurar a rea-lização, no dia 1 (sexta-feira), do Passeio Nocturno pelo centro histórico da cidade, organizado pelo BTT Ma-lagueira. No sábado (2 de Outubro) está previsto a re-alização do 1º Colóquio do Bikévora subordinado aos temas: Ergonomia na Bici-

cleta e Nutrição/Suplemen-tação, promovido pelo Grupo Desportivo de Santo António (GDSA). Neste dia, terá ainda lugar (21h00/23h00) a 1ª Pro-va de XCO Urbano/Nocturno (cross/resistência).Para o domingo, os amantes do cicloturismo terão a pos-sibilidade de participar num passeio pelo concelho de Évo-ra, promovido pelo clube “Os Pedaleiras”, cujo principal objectivo é a divulgação/pro-moção do Passeio da Família do dia 5 de Outubro e das vantagens da prática despor-tiva regular em segurança, de preferência em bicicleta.O Bikévora irá terminar no Dia da República com o Pas-seio da Família, promovido pelo “Pára e Bebes”, estando a ser ultimado todo o processo de inscrição, em que voltam a estar disponíveis kits que in-cluem bicicletas, capacetes e camel bags, ou somente a ins-crição. Dentro em breve o sí-tio da internet http://bikevo-ra.cm-evora.pt/default.html revelará mais pormenores.

Bicicletas para os mais novos

Bikévora 2010 com novidades

Tiago Cabeça e Magda Ven-tura, os primeiros signatários da petição em Defesa do Mu-seu de Artesanato, decidiram mantê-la on-line apesar de já terem ultrapassado as 600 as-sinaturas. Em comunicado, a Associação Árvore de Pedra diz que “chegados às seiscen-tas assinaturas na petição on-line decidimos continuar a sua recolha e levar esta de-núncia cada vez mais longe. A desinformação lançada à volta deste tema engana as pessoas durante algum tem-po, promovendo a inevita-bilidade de um “Moderno Museu de Design” neste es-paço, mas quando informa-das da verdadeira realidade deste assunto a indignação torna-se ainda maior. Conta-mos consigo também para, considerando-o justo, passar também a palavra”. Na petição, intitulada “Não encerremos o Museu de Ar-tesanato de Évora”, escreve-se que “mais que o evidente contrasenso de levar agora a cabo obras de adaptação a

um edificio que esteve mais de década e meia em recupe-ração, reaberto ao público há pouco mais de dois anos, com inerentes pesados encargos para o contribuinte (cerca de um milhão de euros), esta iniciativa de fechar um Mu-seu público de Artesanato, com um acervo de mais de um milhar de peças de valor histórico sem paralelo, para no seu lugar abrir um outro, particular e mais moderno, parece-nos, no mínimo, po-bre”. Os signatários, apesar de manifestarem “total apoio à ideia de implantar na nossa cidade de Évora o Museu de Design – Colecção Paulo Par-ra” esperam que as autorida-des competentes “ encontrem uma solução alternativa que permita não apenas abrir este mas manter o outro, devida-mente enquadrados, cada qual no seu espaço próprio”.

(Em http://www.peticao-pu b l i c a . c o m /Pe t i c a o V e r .aspx?pi=P2010N1721)

Em defesa do Museu de Artesanato

Petição ainda pode ser assinada na InternetRedação

Redação