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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | Março de 2016 | Mensário| ed. 267 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 PUB 03 Agricultura triplica exportações PÁG.04 Há apenas meia dúzia de anos poucos ousariam acreditar que o sector agrícola, visto como um arcaísmo devora- do pela PAC europeia, pudesse algum dia tornar-se numa das estrelas da economia portuguesa. Mas foi o que aconteceu. Um estudo do GPP do Ministério da Agricul- tura fez o balanço da internacionaliza- ção do sector na última década e meia e chegou à conclusão que as exportações do sector agrícola aumentaram 409% . Encerramento de Almaraz PÁG.04 Ao falar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Territó- rio, Descentralização, Poder Local e Habitação, numa sessão dedicada ao Rio Tejo, António Eloy, do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), na passada semana, frisou que a central “deve ser parada definitivamente”, porque “foi feita para durar 30 anos e já está no período de prolongamento da sua vida útil”. Investigação sobre Répteis em Angola PÁG.13 O Nas zonas desérticas da pro- víncia do Namibe, no Sul de Angola, um grupo de cientistas partiu numa expe- dição no final de 2013, para dar início ao levantamento dos répteis e anfíbios no território angolano – que são bastante desconhecidos, uma vez que os últimos trabalhos deste género remontam ao sé- culo XIX e à primeira metade do século XX. A expedição – de cientistas de Portu- gal, Angola e dos Estados Unidos. Onde a Páscoa é mais importante que o Natal PÁG.10 Conhecida muito para além do Alentejo, a Páscoa de Castelo de Vide é uma das épocas com maior expressão naquela vila do distrito de Portalegre, com muitas iniciativas religiosas em simultâneo com outras de índole artístico e cultural. Para os castelovidenses é a festa da família por excelência, com mais relevância até que o Natal. É nesta altura que se juntam as fa- mílias, regressando à terra as pessoas que vivem noutros pontos do País. D.R. Henrique Sim-Sim “Combater o despovoamento e debater o ensino superior.”

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Edição 267 do Semanário Registo de Évora

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Page 1: Registo Ed. 267

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | Março de 2016 | Mensário| ed. 267 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

PUB

03

Agricultura triplica exportaçõesPÁG.04 Há apenas meia dúzia de anos poucos ousariam acreditar que o sector agrícola, visto como um arcaísmo devora-do pela PAC europeia, pudesse algum dia tornar-se numa das estrelas da economia portuguesa. Mas foi o que aconteceu. Um estudo do GPP do Ministério da Agricul-tura fez o balanço da internacionaliza-ção do sector na última década e meia e chegou à conclusão que as exportações do sector agrícola aumentaram 409% .

Encerramento de AlmarazPÁG.04 Ao falar na Comissão de Ambiente, Ordenamento do Territó-rio, Descentralização, Poder Local e Habitação, numa sessão dedicada ao Rio Tejo, António Eloy, do Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), na passada semana, frisou que a central “deve ser parada definitivamente”, porque “foi feita para durar 30 anos e já está no período de prolongamento da sua vida útil”.

Investigação sobre Répteis em AngolaPÁG.13 O Nas zonas desérticas da pro-víncia do Namibe, no Sul de Angola, um grupo de cientistas partiu numa expe-dição no final de 2013, para dar início ao levantamento dos répteis e anfíbios no território angolano – que são bastante desconhecidos, uma vez que os últimos trabalhos deste género remontam ao sé-culo XIX e à primeira metade do século XX. A expedição – de cientistas de Portu-gal, Angola e dos Estados Unidos.

Onde a Páscoa é mais importante que o NatalPÁG.10 Conhecida muito para além do Alentejo, a Páscoa de Castelo de Vide é uma das épocas com maior expressão naquela vila do distrito de Portalegre, com muitas iniciativas religiosas em simultâneo com outras de índole artístico e cultural. Para os castelovidenses é a festa da família por excelência, com mais relevância até que o Natal. É nesta altura que se juntam as fa-mílias, regressando à terra as pessoas que vivem noutros pontos do País.

D.R

.

Henrique Sim-Sim “Combater o despovoamento e debater o ensino superior.”

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2 Março ‘16

Director Nuno Pitti Ferreira TE 738 ([email protected]) Registo ERC nº125430

PropriedadePUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 750 140 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial [email protected] Redacção Pedro Galego (CO279), Rute Marques (CP4823) Fotografia Luís Pardal (editor), Rute Bandeira Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 Tiragem 10.000 ex | Distribuição Regional | Periodicidade Mensal | Nº.Depósito Legal 291523/09 | Distribuição PUBLICREATIVE.

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

A Abrir

Chegou a Primavera. Apesar da chuva alter-nar com o sol, apesar da temperatura amena do dia contrastar com o frio agressivo da noi-te, o tempo está a mudar. Respiram-se novos odores.

Umas vezes de forma mais tímida, outras de forma mais radical, umas vezes desejadas e planeadas, outras inesperadas, são inúme-ras as mudanças que ocorrem nas nossas vi-das.

As mudanças, tal como a Primavera, ape-sar de algumas incertezas, são portadoras de esperança.

No domingo de Páscoa mudou a hora. Nos últimos dias mudou o Presidente da Repúbli-ca e muitas mudanças vão acontecer com o novo Orçamento de Estado aprovado na As-sembleia da República.

Sinal claro de mudança foi o discurso de tomada de posse do novo Presidente, tão di-ferente do discurso pronunciado pelo seu an-tecessor, no mesmo local, cinco anos antes. Do novo Presidente espera-se que devolva

ao cargo a dignidade que a Constituição lhe confere.

Uma mudança muito desejada pela maio-ria dos portugueses e que ficou reforçada nos primeiros atos e nas primeiras intervenções do novo Presidente. São evidentes as diferen-ças relativamente ao antecessor: na forma e no conteúdo. Enquanto Cavaco Silva defen-deu, incentivou e protegeu as políticas im-postas pelo “seu” governo de direita, o atual Presidente afasta-se da política seguida nos últimos quatro anos quando defende que “fi-nanças sãs desacompanhadas de crescimento e emprego podem significar empobrecimento e agravadas injustiças e conflitos sociais”.

Contra os que querem resistir à mudança, a maioria de esquerda que apoia o Governo do Partido Socialista aprovou o Orçamento para 2016. Foi o orçamento mais discutido, mais negociado e mais participado no pós 25 de Abril.

Contra as pressões internas e externas da direita e dos grupos económicos poderosos

Tempos de MudançaNORBERTO PATINHODeputado - Grupo Parlamentar do PS

foi aprovado um orçamento radicalmente di-ferente do que seria o orçamento PSD/CDS. Um orçamento que prova que é possível fazer diferente honrando o compromisso de virar a página da austeridade, aumentando o ren-

dimento das famílias, repondo os salários na Função Pública, atualizando as pensões, re-duzindo a sobretaxa, aumentando o salário mínimo e as prestações sociais (Complemen-to Solidário para Idosos, Rendimento Social de Inserção e Abono de Família).

Este orçamento que aumenta o rendimento das famílias, reduz o défice e a dívida, cum-pre a Constituição, e obtém, para além do voto do PS, os votos favoráveis do PCP, do PEV e do Bloco e, para desilusão de PSD e CDS, merece luz verde de Bruxelas.

Mudança decisiva houve na relação do Governo de Portugal com as instituições eu-ropeias. Uma posição de submissão face a Bruxelas deu lugar a uma posição de firmeza na defesa dos compromissos eleitorais assu-midos com os portugueses.

Tal como na Primavera se respiram novos odores, respira-se um novo ar político em Portugal.

Mudar é fundamental. Para manter a espe-rança.

“As mudanças, tal como a Primavera, apesar de algumas incertezas, são portadoras de esper-ança.”

Como eleito penso que devo periodica-mente prestar contas do meu trabalho na Assembleia da República. É isso que pre-tendo fazer na crónica deste mês no Jor-nal Registo.

O tempo passa rápido, mas já lá vão 5 meses em que exerço a função de depu-tado na Assembleia da República. Vou tentar demonstrar um conjunto de tare-fas que desempenhei neste período, quer sejam de âmbito nacional, quer sejam no âmbito do círculo eleitoral que fui eleito (distrito de Évora) e da região Alentejo que tanto gosto.

Começo pelas principais causas com que me debati:

Distrito de Évora. 1 – A grande prioridade apresentada

teve a ver com a construção do Hospital Central de Évora. Neste sentido, coloquei questões por escrito ao Sr. Ministro da Saúde, fiz declarações à imprensa; parti-cipei na Comissão de Saúde, na discussão de Projetos de Resolução apresentados por outros partidos; elaborei crónicas nos jornais locais/regionais; questionei o Sr. Ministro de Saúde na audição sobre o OE 2016; coloquei esta matéria na agenda do Grupo Parlamentar do PSD. Prioridade que vou manter.

Consegui saber que este é um projeto mais uma vez adiado. Em termos práticos não se vislumbram quaisquer verbas para a construção deste fundamental equipa-

mento para Évora, em 2016.Curiosamen-te até temos um corte nas verbas trans-feridas para as despesas do HESE. Para quem, como o PS, colocou este assunto como promessa política no seu programa eleitoral, deixa-me convencido que mais uma vez a máxima de “palavra dada, é pa-lavra honrada”, não vai ser concretizada.

2 – O alargamento do regadio de Alque-va, dando como prioridade a intervenção no concelho de Reguengos de Monsaraz. Neste processo, para além de um conjunto de intervenções, tive a oportunidade de trazer ao Distrito de Évora os Deputados do PSD que fazem parte da Comissão de Agricultura. Este foi um dos temas abor-dados, mas também questões como o re-forço de intervenção no Lucefecit, incen-tivos e legislação sobre a criação do porco preto alentejano, a produção cerealífera, a proução de carne, a produção vitivinícola e olivícola, a competitividade do sector, etc. Questionei o Sr. Ministro da Agricul-tura na audição sobre o OE 2016 sobre a matéria do alargamento do Regadio para Reguengos de Monsaraz. Consegui saber que o Sr. Ministro não tem qualquer so-lução para o assunto (vai analisar). Mais uma vez, para quem, como o PS, colocou este assunto como promessa política nos seus prospetos eleitorais locais, deixa-me convencido que, mais uma vez, a máxima de “palavra dada, é palavra honrada”, não vai ser cumprida.

3 – Intervenção nas Escolas Secundárias do distrito de Évora que não conseguiram ser contempladas, nas muitas abrangidas na anterior execução de fundos comuni-tários (Escola Dr. Isidoro de Sousa Viana do Alentejo, André de Gouveia em Évora, Escola de Portel). A prioridade foi dada às escolas que têm problemas com amian-to. A mais problemática é a Dr. Isidoro de Sousa em Viana do Alentejo, que já se encontra com fissuras e telhas quebradas, pondo em risco a saúde de alunos, profes-sores e funcionários da Escola.

Coloquei questões por escrito ao Sr. Ministro da Educação; questionei o Sr. Ministro da Educação na audição sobre o OE 2016; Fiz intervenções na comuni-cação social, etc. sabendo que esta ma-téria tem verbas garantidas no Programa Operacional Regional do Alentejo, não se percebe a inacção do Governo para a re-solução destes problemas.

4 – Coloquei questões (por escrito; em Audição na Comissão de Economia, Ino-vação e Obras Públicas) ao Sr. Ministro do Planeamento e Infraestruturas sobre um conjunto de problemas relacionados com rodovias e ferrovias da região.

5 – Realização de reuniões e participa-ção em iniciativas diversas com entidades distritais e regionais.

A nível nacional:1 – Fui eleito como coordenador da Co-

missão de Economia, Inovação e Obras

Públicas pelo Grupo Parlamentar do PSD e faço parte da Comissão de Assuntos Eu-ropeus, e suplente na Comissão de Cultu-ra, Comunicação, Juventude e Desporto;

2 – Neste período tive a oportunidade em participar:1 Projecto-Lei; Autor de 4 Pareceres – Iniciativas; Relator de 1 ini-ciativa europeia; 16 perguntas a membros do Governo; 2 atividades parlamentares; 2 delegações ao estrangeiro em represen-tação da AR; 27 Audições; 6 Audiências das Comissões, 17 Audições do PSD; 7 participações no Parlamento dos Jovens; Intervenções políticas diversas em Plená-rio e Comissões.

3 – Não registei qualquer falta nas mi-nhas acções parlamentares (plenário, co-missões, grupo parlamentar e jornadas partidárias).

4 – Ao nível da comunicação: Partici-pei em diversos debates promovidos pela Diana FM no programa Praça da Repú-blica (prática quase semanal); crónicas no Jornal Registo (mensal) e Tribuna do Alentejo (quinzenal); Registo de agenda e iniciativas no Facebook.

Para os mais curiosos, poderão acom-panhar estes assuntos em https://www.parlamento.pt/ e na minha página do Fa-cebook.

Acredito que é possível trabalhar muito na Assembleia da República em prol dos nossos cidadãos e da nossa comunidade. É essa a minha motivação.

Prestar Contas sobre a Actividade ParlamentarANTÓNIO COSTA DA SILVADeputado - Grupo Parlamentar do PSD

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Atual

Henrique Sim-Sim, alertou então que a região perdeu em média oito pessoas por dia, na última década.

“Que Ensino Superior precisa o Alentejo?”A Alentejo de Excelência promove no próximo dia 7 de Abril, pelas 20h00, no Circulo Eborense em Évora, um Jantar Debate sobre “Que Ensino Superior pre-cisa o Alentejo?”

Participam, entre outros, Nilza de Sena, Deputada à AR, membro do Con-selho Nacional de Educação e Vice-Pre-sidente da Comissão de Educação na AR, Afonso Mendonça Reis, Professor na Universidade Nova de Lisboa, represen-tando Portugal no Fórum Económico Mundial de Davos no sector da Educa-ção e Elisa Chaleta, Professora Auxiliar do Departamento de Psicologia da Uni-versidade de Évora, investigadora no Grupo Internacional UAU- Understan-ding Academic Understanding.

Esta iniciativa insere-se no âmbito do trabalho que a Associação desenvolve e acima de tudo, de forma muito particu-lar, as premissas para este debate assen-tam, entre outras, no facto de que “As ins-tituições de Ensino Superior do Alentejo são e têm sido elementos fundamentais na qualificação dos RH regionais, na in-vestigação e na transferência de tecnolo-gia, na fixação de pessoas e de talento, no desenvolvimento de projetos, na atrativi-dade regional, entre outros.”, pode ler-se em nota divulgada pela Associação.

“Mas será que estas instituições estão hoje alinhadas com as principais exigên-cias de um mercado laboral à escala de uma Europa de Schengen? Que compe-tências chave devem ser desenvolvidas num Ensino Superior com uma visão de futuro? Quais as tendências internacio-nais no Ensino Superior e que devem …ser introduzidas nas nossas instituições de ensino superior? Como podem dar res-postas aos desafios regionais e diferen-ciar-se a nível internacional? Como atrair e desenvolver investigadores de referên-cia e mais alunos? Quais as políticas de parcerias regionais, nacionais, transfron-teiriças ou internacionais? Qual a articu-lação com as empresas e economia real?” são temas por si fortes e suficientemente atractivos para mais um momento de Ex-celência na promoção dos valores e iden-tidade regional do Alentejo.

Recentemente, no final de Fevereiro, a Alentejo de Excelência promoveu um de-bate sobre despovoamento que mereceu destaque local e nacional pela pertinên-cia do tema.

O presidente da Associação Alentejo de Excelência, Henrique Sim-Sim, aler-tou então que a região perdeu em mé-dia oito pessoas por dia, na última déca-da, sendo exemplo do despovoamento “cada vez mais acentuado” do interior de Portugal.

A perda de população no Alentejo é “na ordem das oito pessoas por dia”, disse o responsável aos jornalistas, à

margem da conferência, em Évora, ex-plicando que esta estimativa da asso-ciação ultrapassa os números dos Cen-sos de 2011.

Segundo os últimos Censos, a região perdia “26 mil pessoas por ano”, o que dava “sete pessoas e tal por dia”, mas, nos últimos 10 anos, com “o aumento da emigração, a diminuição da imigração e o envelhecimento da população, esse número já anda nas oito pessoas/dia”, atingindo “cerca de 29 mil por ano”, in-dicou.

O responsável da Associação Alentejo de Excelência, promotora da conferên-

cia “Será o despovoamento no interior uma inevitabilidade?”, apontou os dis-tritos de Beja e de Portalegre como “os mais preocupantes”.

E “Mértola (Beja) é dos casos mais preocupantes”, assim como “muitas pe-quenas localidades do norte alenteja-no””, enquanto zonas de Évora e de Si-nes “têm estado a crescer”, referiu.

Com a conferência de hoje, a associa-ção quis “dar esse sinal de alerta” de que a situação “tem de ser olhada com aten-ção” e há que “encontrar soluções para a inverter”, frisou Henrique Sim-Sim.

O caminho, sugeriu, passa por mais investimento “no desenvolvimento do capital humano” e em “iniciativas mais reprodutivas, que acrescentem valor à região, que valorizem os produtos endó-genos e que façam com que as empresas sejam mais qualificadas para que os jo-vens não tenham de sair”.

“E não podemos olhar só para o nosso território. Temos que trabalhar com pes-soas e empresas de fora”, alertou.

O que é a Alentejo de Excelência?É uma iniciativa dinamizada desde

2006, e formalizada em 2008 como asso-ciação sem fins lucrativos. Esta associa-ção envolve um conjunto de cidadãos civicamente ativos e comprometidos com a sua região! Com uma nova visão para o Alentejo, este conjunto de cida-dãos, inconformados com o desenvolvi-mento social e económico da sua região, pretende assim dinamizar e promover iniciativas que contribuam para uma participação ativa da comunidade alen-tejana, que se consubstancie num com-promisso com a transformação positiva da região. É alicerçada na promoção de redes colaborativas, no conhecimento, na reflexão, no empreendedorismo e na solidariedade. Temos a certeza que com a energia, o conhecimento, a resiliên-cia e a participação de todos os Alen-tejanos, de nascimento ou de coração, conseguiremos dar força a projetos e iniciativas, ajudar a concretizar a ideias e sonhos, promover o debate e a refle-xão, ajudar e apoiar os que mais preci-sam.

Jerónimo e PCP consideram ter havido inversão no OE 2016O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu na passada semana o controlo público da banca, para se poder “decidir soberanamente sobre o nosso sector financeiro”.

“Andam para aí notícias onde se discute a questão do futuro do BPI - se vai para os espanhóis, se vai para os angolanos. Pois nós queremos dizer que o problema não está no capital angolano, nem no capital espanhol, ou seja de quem for; o proble-ma é que tratando-se da banca, temos que afirmar a nossa soberania”, referiu o líder comunista. Jerónimo de Sousa, falava em Estremoz, no distrito de Évora, durante o

almoço regional do Alentejo do 95.º ani-versário do PCP, em que participaram mais de mil pessoas.

Na iniciativa, que decorreu no parque de feiras da cidade, Jerónimo de Sousa fez um balanço do Orçamento do Estado para este ano, já aprovado, considerando que é “um orçamento diferente e para melhor dos orçamentos dos últimos anos e onde pesa o contributo, a proposta e a intervenção do PCP em todo o processo de discussão”.

“Um orçamento diferente e para me-lhor daquele que o Governo PSD/CDS previamente projectava com o previsto

corte de 600 milhões de euros nas refor-mas e pensões e a manutenção dos cortes dos salários até 2019”, realçou. O Orça-mento para 2016 comporta, segundo o secretário-geral do PCP, “um conjunto de medidas que são mais um sinal de inver-são de sentido das políticas de exploração e empobrecimento e retrocesso social que vinham sendo seguidas, mais um passo dado na devolução de direitos, remunera-ções e rendimentos”.

No decorrer da sua intervenção, o se-cretário-geral do PCP prometeu “mais luta em defesa da produção nacional” e abordou o caso dos produtores de leite e

de carne, sobretudo os suinicultores, que “vivem uma situação desesperada”. “A consequência do fim das quotas leiteiras aí está, como o PCP alertou”, disse o líder comunista, acrescentando que “os gover-nos do PSD, PS e CDS têm graves respon-sabilidades” no problema.

Jerónimo de Sousa referiu que “os protestos dos suinicultores não nas-ceram agora, mas sim no tempo do Governo PSD/CDS e nessa altura os suinicultores estavam com certeza dis-traídos”, acrescentando que “Portugal perdeu 25% do seu efectivo suíno nos últimos 25 anos”.

D.R.

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4 Março ‘16

Atual

“Devia de ser encerrada. É, indiscutivelmente, uma ameaça”.

Ambientalistas e Deputados pelo encerramento de AlmarazAo falar na Comissão de Ambiente, Or-denamento do Território, Descentrali-zação, Poder Local e Habitação, numa sessão dedicada ao Rio Tejo, António Eloy, do Movimento Ibérico Antinu-clear (MIA), na passada semana, frisou que a central “deve ser parada definiti-vamente”, porque “foi feita para durar 30 anos e já está no período de prolon-gamento da sua vida útil”. Lembrando que, recentemente, foram detectados problemas numa válvula daquela bar-ragem, o ambientalista afirmou que “todas as forças políticas espanholas são favoráveis [ao fecho], com excepção da que está no poder”.

Do lado da Quercus, Luís Manuel Ale-gre centrou a sua intervenção na polui-ção no rio Tejo, afirmando que tem “ori-gem principalmente na agricultura, na agroindústria e na falta de caudais”, que se devem ao aumento da “utilização da água em Portugal e em Espanha”. Lem-brando que nesta terça-feira se assinala o Dia Mundial da Água, o ambientalista também frisou a necessidade de se rever a Convenção de Albufeira e uma me-lhor fiscalização dos recursos hídricos, “que tem um défice tremendo”. “Assen-ta numa rede de vigilantes da natureza que é muito pequena. Há muito pouca gente na fiscalização e essa fiscalização é fundamental para que as empresas não lancem poluentes nos afluentes”, afirmou.

Carlos Salgado, da Associação Tagus Vivan, considerou urgente garantir a segurança da central de Almaraz, para se evitar uma “eventual poluição nu-clear das águas do Tejo e atmosférica”.

Ao falar pelo PSD, o deputado Manuel Frexes considerou “inacreditável que uma central nuclear cujo prazo termi-nava em 2010, continue a trabalhar em 2016”.

“Devia de ser encerrada. É, indiscuti-

Com a evolução da internet e o avanço das redes sociais, surgiu um novo consumidor que valoriza o componente digital, a presença das marcas no mundo virtual e valoriza cada vez mais a qualidade das experiências vividas em conjunto com as marcas. Neste contexto, surge a questão: Como envolver o consumi-dor com a sua marca nas redes sociais como o Facebook?

A gestão adequada da página de uma mar-ca, através de estratégias de marketing que consigam atingir o público-alvo desejado, pode trazer diversos benefícios para essa marca, não apenas no ambiente on line como também no off line.

Frequentemente os consumidores tendem a relacionar-se nas redes sociais (on line) com

quem conhecem ou com marcas e empresas que identificam, expondo voluntariamente muitas informações a seu respeito. Por isso, a confiança torna-se essencial na procura por um ambiente seguro e fiável. Que transmita confiança!

Os consumidores digitais preferem marcas relacionadas com o entretenimento, a infor-mação e as causas sociais. Torna-se assim in-teressante que a marca disponibilize e facilite o acesso a informações e utilize formas di-vertidas de se comunicar, seja através da uti-lização de passatempos, concursos, prémios ou até mesmo da simples valorização da pre-sença constante do consumidor, com o intuito de o atrair e manter presente na página.

Importa valorizar as atividades realizadas

pelo consumidor perante a comunidade for-mada pelos fãs de uma marca. Gostos, co-mentários, opiniões, dúvidas e partilhas, de-vem ser ouvidas, respondidas e incentivadas (mesmo nos casos negativos) através do reco-nhecimento e da identificação do consumidor com a marca, de modo a que este se mantenha ativo em relação à página da marca.

No entanto, nem todos os consumidores interagem com as páginas de marca da mes-ma forma. Em geral, existem duas principais formas de se relacionarem: a primeira com um caráter passivo, o consumidor procura apenas o consumo de conteúdos e, a segunda, com caráter ativo, o consumidor quer tam-bém contribuir, participar ou até mesmo criar novos conteúdos em parceria com as marcas.

A marca, por seu lado, deve disponibilizar conteúdos e criar oportunidades para que o consumidor possa participar.

Nem sempre assim acontece mas, um ges-tor de uma marca deve dar especial atenção aos conteúdos publicados nas suas páginas de Facebook ou de outras redes sociais, de modo a compreender os desejos, as necessidades e os “feedbacks” dos atuais e potenciais con-sumidores e assim mantê-los motivados, a interagir com a marca na rede social e a cons-truir um envolvimento cada vez maior que influenciará positivamente o valor da marca globalmente.

Como envolver o consumidor com sua marca no Facebook?

BARBARA COUTINHO PIRES DOS SANTOSMestre em Gestão com especialização em Marketing pela Universidade de É[email protected]

Dinâmicas da Gestão

velmente, uma ameaça”, frisou.A deputada socialista Maria da Luz

Rosinha, por seu turno, referiu-se à re-visão da Convenção de Albufeira, afir-mando que “é prioritária por causa dos caudais”.

Quanto aos agentes poluidores, des-tacou a suinicultura, a agropecuária e a agricultura e defendeu que têm de ter uma “uma fiscalização que, até ao mo-mento, tem-se demonstrado incapaz de os travar”.

Já o deputado Jorge Costa, do Bloco de Esquerda (BE), referiu-se a Almaraz como uma “situação de extrema preo-cupação”. “Sucedem-se os acidentes. Um acidente grave seria uma catástrofe de

dimensões difíceis de calcular. Iria mui-to além do impacto ambiental. Seria uma catástrofe de saúde pública massi-va”, afirmou.

Por sua vez, a deputada Patrícia Fon-seca, do CDS-PP, lembrou que as indús-trias identificadas como poluentes são “sectores económicos de importância relevante para o país, onde o escrutínio da actividade tem sido cada vez mais apertado”. “O que acontece é que algu-mas dessas entidades não cumprem as normas”, disse a deputada. Afirmando que as coimas deviam ser mais eleva-das, Patrícia Fonseca considerou que está a falar-se de “meia dúzia de pre-varicadores que dão uma má imagem

a todo um setor que está a trabalhar bem”.

Para a deputada do PCP Ana Mesqui-ta, a falta de fiscalização é uma das con-sequências da austeridade, que “esva-ziou serviços com responsabilidades na área do ambiente”. Quanto à central nu-clear de Almaraz, afirmou que Portugal “não pode ficar impávido e sereno, sem se preocupar sobre as consequências do que pode ser uma central que já ultra-passou o tempo útil de vida”.

Por último, o deputado André Silva, do PAN, destacou “dois problemas es-senciais [do Tejo]: os caudais e os agen-tes poluidores”.

Fonte: Lusa

D.R.

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6 Março ‘16

Atual

As exportações cresceram no ano passado acima da exportação média da economia portuguesa.

Quinzena gastronómica em MarvãoAté 3 de Abril, restaurantes do conce-lho dão o seu melhor em pratos à base de borrego e de cabrito .

A 11.ª edição da Quinzena Gastronó-mica do Cabrito e do Borrego vai decor-rer até ao dia 3 de Abril, em 14 restau-rantes do concelho, para mostrar “o que de melhor se faz” com estes ingredien-tes na cozinha tradicional alentejana.

“O cabrito e o borrego são, em toda a linha, muito importantes para o conce-lho, desde a produção até ao prato. Uma

grande parte do cabrito e do borrego que se come por este país fora é produ-zido na nossa região”, disse à agência Lusa o presidente do município, Vítor Frutuoso.

Segundo o autarca, a produção de ca-brito e de borrego na zona de Marvão, em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede, faz parte das atividades económicas que “conseguem subsistir à globalização do mercado”.

Sendo a gastronomia “um dos gran-

des veículos de promoção do concelho”, o município de Marvão promove esta quinzena gastronómica de forma a “di-namizar ainda mais” a restauração da região. “Não podemos dissociar a gas-tronomia do turismo e esta quinzena gastronómica vai ao encontro dos nos-sos visitantes”, sublinhou.

Durante a época da Páscoa, a vila histórica de Marvão é visitada “por muitos turistas nacionais”, mas tam-bém, sublinhou Vítor Frutuoso, por es-

panhóis. Costeletas de borrego na brasa com

migas de espargos, cabrito de cacha-frito, perna de borrego com castanhas e cebolinhas, ensopado de borrego, cabrito assado no forno e as tradicio-nais sopas de sarapatel (com sangue de borrego) são alguns dos pratos que vão constar das ementas da restauração lo-cal.

No site e Facebook da autarquia en-contra-se mais informação disponível.

Agricultura e Florestas triplicam exportaçõesHá apenas meia dúzia de anos poucos ousariam acreditar que o sector agrícola, visto como um arcaísmo devorado pela Política Agrícola Comum (PAC) europeia, pudesse algum dia tornar-se numa das estrelas da economia portuguesa. Mas foi o que aconteceu. Um estudo do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administra-ção Geral (GPP) do Ministério da Agricul-tura fez o balanço da internacionalização do sector na última década e meia e che-gou à conclusão que as exportações do sector agrícola aumentaram 409% entre 2000 e 2015, passando de 207 para 1046 milhões de euros (a preços correntes, ou seja, sem a correcção da inflação). Este de-sempenho pode ser explicado com o fac-to de o ponto de partida ser muito baixo, mas exprime uma tendência que se regis-tou em todas as dimensões do sector pri-mário. Se considerarmos as exportações do “complexo agro-alimentar”, que inclui os produtos agrícolas, a pesca e a agro-in-dústria, notamos que o crescimento em valor atingiu os 196%, passado de 1969 para 6133 milhões de euros. E se a este valor juntarmos as vendas ao exterior da fileira florestal, chega-se a uma subida de 106%, tendo as exportações passado de 4,7 para 10 mil milhões de euros.

Uma vez mais, as exportações do com-plexo agro-alimentar e da floresta cresce-ram no ano passado acima da exportação média da economia portuguesa. Os pro-dutos agrícolas aumentaram as suas ven-das para o exterior em 5%, mas se a estes bens se acrescentar a produção da fileira florestal esse valor sobe para 5,5%. Ora o total das exportações portuguesas ficou--se pelos 3,6%. Os dez mil milhões de eu-ros de bens exportados (num total de 49,8 mil milhões de euros das vendas de Por-tugal ao estrangeiro) ainda não bastam para cobrir por completo o valor das im-portações, que no ano passado atingiram os 11,4 mil milhões de euros. Porque há produtos para os quais a agricultura por-tuguesa não consegue responder, como os produtos de pesca e, principalmente os cereais. Mas a taxa de cobertura das ex-portações pelas importações voltou a me-lhorar em 2015. Situa-se agora na ordem dos 89,4%.

Luís Capoulas Santos, ministro da Agri-cultura, considera que “o que aconteceu foi uma alteração do perfil produtivo”. Ou seja, os agricultores portugueses deixa-ram de produzir bens alimentares que só faziam sentido no tempo do mercado pro-tegido e dedicaram-se a cultivar produtos “nos quais são mais competitivos à escala europeia”, continua Capoulas Santos. Dá um exemplo: hoje produz-se muito me-nos cereais, mas investe-se muito mais

na produção de frutos e de legumes. As exportações das indústrias agro-

-alimentares, segundo o GPP, passaram de 1700 milhões no ano 2000 para pouco mais de cinco mil milhões em 2014. Ou seja, a indústria reforçou o valor da pro-dução base.

Na “evolução selectiva” de que fala Ca-poulas Santos vale a pena notar o desem-penho de sectores como o vinho e, ainda mais, dos hortofrutícolas. No espaço de uma década (2004/2014), segundo dados do INE, a exportação de produtos hortí-colas passou de 108 para 212 milhões de euros e, progresso ainda mais impressio-nante, o sector das frutas subiu as suas vendas ao exterior de 137 para 438 mi-lhões de euros.

Capoulas quer recuperar 150 mil hecta-res de florestas

O ministro da Agricultura, que falava no âmbito da sessão comemorativa do Dia Internacional das Florestas, no pas-sado dia 21 de março, que se assinalou em Mação, disse que a visita a este município

do distrito de Santarém “visa unicamente exemplificar que é isto que queremos fa-zer”, apontando para o exemplo do “apro-veitamento da regeneração natural do pinheiro bravo, com o trabalho que en-volve os municípios e as organizações de produtores florestais”, entre outros.

“Infelizmente fomos o único Estado--membro que perdeu floresta”, disse Ca-poulas Santos, que apontou para o ob-jetivo de “recuperar 150 mil hectares de floresta na próxima década”, referindo ainda os “300 mil hectares de floresta que podem ser potenciados e que estão por aproveitar no nosso país”.

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, esteve em Mação com uma vasta comitiva ministerial, liderada pelo Pri-meiro-Ministro, António Costa, e em que o ministro do Ambiente, João Pedro Ma-tos Fernandes, a ministra da Administra-ção Interna, Constança Urbano de Sousa, e o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, plantaram diversas árvores, entre azinheiras, medronheiros e carva-

lhos e assistiram a uma demonstração de boas práticas florestais desenvolvidas no município.

A sessão teve lugar no Alto da Caldei-rinha, uma área intervencionada em povoamentos de regeneração natural de pinheiro bravo, tendo sido feita, pela Câ-mara Municipal de Mação, uma descri-ção técnica dos trabalhos que tem desen-volvido.

O conceito hoje apresentado ao Primei-ro-Ministro consiste num projeto-piloto de gestão total de Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), que assenta numa lógica de agregação de todas as pequenas par-celas de terreno e dos seus proprietários, tendo como objetivo estruturar e ordenar a floresta para criar riqueza e proteção contra os incêndios.

O vereador da Câmara de Mação, An-tónio Louro, disse à agência Lusa que a ideia assenta na “agregação de territó-rios de minifúndio com um mínimo de mil hectares, ganhando escala e estru-turando empresarialmente o conceito de gestão do território, com a abertura a fundos de investimento e com solidez jurídica, respeitando a propriedade pri-vada, e definindo racionalmente mode-los de utilização agrícola e florestal dos espaços”.

Com 41 mil hectares de área, 122 luga-res e aldeias onde residem cerca de 8.000 habitantes e 90% de mancha florestal, o cadastro territorial de Mação identifica mais de 20 mil proprietários de pequenas parcelas de terreno (minifúndio), com 0,7 hectares.

O ordenamento florestal é “uma das maiores preocupações” dos responsáveis autárquicos, face ao historial de grandes incêndios florestais, sublinhou António Louro.

Com o novo modelo, a gestão é única e assegurada pelos técnicos da Associação Florestal do Concelho de Mação (Aflo-mação) e da Câmara Municipal, além dos proprietários que contribuem com os ter-renos e dos investidores que entram com o capital.

“Todos terão direito à sua quota-parte de uma riqueza que o território, devida-mente ordenado e protegido, vai gerar”, defendeu o autarca, engenheiro florestal de formação, que hoje pediu ao primeiro--ministro que tivesse “a ousadia de ela-borar um plano a candidatar ao plano Junker que pode alavancar 300 mil mi-lhões de euros”.

Segundo o autarca, “os 500 milhões de euros da União Europeia, a dividir por sete anos, são insuficientes para a refor-ma que é necessário fazer nas florestas nacionais”.

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8 Março ‘16

O programa do congresso é composto por três painéis que visam afirmar outras tantas ideias-chave.

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Congresso quer “Regionalização provisória”O Alentejo quer avançar já com a regio-nalização, ainda que provisória, através da criação da Comunidade Regional do Alentejo, para colmatar a lacuna da re-gionalização, prevista na Constituição da República Portuguesa (CRP) desde 1976, mas nunca concretizada. A ideia de cria-ção desta comunidade consta do texto de proposta de declaração final para o con-gresso sobre poder local e regional mar-cado para o próximo dia 2 de Abril, em Tróia, concelho de Grândola.

A ‘declaração de Tróia’, apresentada aos jornalistas pela comissão organizadora do congresso, defende a criação da Comunida-de Regional do Alentejo como uma “alter-nativa, ainda que transitória” para substi-tuir “o poder regional existente, nomeado pela administração central, que tem repre-sentado e dirigido o Alentejo à revelia do poder local” e que é um “modelo falhado de governação, incapaz e ilegítimo”.

A Comissão Promotora do Alentejo, que organiza o congresso, propõe a nova co-munidade regional como “solução tran-sitória” e como forma de o poder local existente, os municípios e as freguesias, terem “um papel efectivo de decisão e coordenação das políticas que dizem res-peito ao Alentejo”.

O congresso de Tróia, com que o Alen-

tejo pretende colocar a regionalização na agenda política precisamente no dia em que a CRP celebra 40 anos, é organizado pelo Amalentejo, um movimento que visa promover o desenvolvimento econó-mico e social do Alentejo, criado em Abril do ano passado, politicamente trans-

versal, que junta mais de 80 instituições alentejanas, como municípios, freguesias, sindicatos ou associações da sociedade ci-vil, e cerca de 300 personalidades, como o empresário Rui Nabeiro, o general Pe-zarat Correia, o músico e cantor Janita Salomé, ou Ana Costa Freitas, reitora da

Universidade de Évora, e dos presidentes dos politécnicos de Beja, Vítor Canoca, e de Portalegre, Joaquim Mourato.

Na conferência de imprensa de apre-sentação do Congresso Amalentejo, cujo tema é “Mais poder local, mais democra-cia, melhor Alentejo”, estiveram presen-tes o ex-deputado comunista José Soeiro, o presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERTAR), António Ceia da Silva, a directora regio-nal de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, e a reitora da Universidade de Évora (UE), Ana Costa Freitas, todos membros da comissão promotora.

O programa do congresso é composto por três painéis que visam afirmar ou-tras tantas ideias-chave: as autarquias locais são agentes de desenvolvimento insubstituíveis; falta concretizar um dos patamares do poder local, as regiões ad-ministrativas; e mostrar as vantagens da regionalização através das experiências de outros países da Europa.

Para este último objectivo, o de mostrar experiências europeias de regionaliza-ção, estão convidados para vir a Tróia re-presentantes de quatro regiões adminis-trativas: a Andaluzia e a Extremadura, de Espanha, a Toscânia, de Itália, e uma região francesa.

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10 Março ‘16

Actualmente existe em Castelo de Vide uma fusão de culturas e religiões.

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A vila onde a Páscoa é mais importante que o NatalConhecida muito para além do Alente-jo, a Páscoa de Castelo de Vide é uma das épocas com maior expressão naquela vila do distrito de Portalegre, com mui-tas iniciativas religiosas em simultâneo com outras de índole artístico e cultural. Para os castelovidenses é a festa da fa-mília por excelência, com mais relevân-cia até que o Natal. É nesta altura que se juntam as famílias, regressando à terra as pessoas que vivem noutros pontos do País para celebrar esta quadra.

Actualmente existe em Castelo de Vide uma fusão de culturas e religiões que, segundo os investigadores, é única no mundo. Os rituais da Páscoa, a gas-tronomia, a onomástica da população local são testemunhos vivos da impor-tância que a comunidade judaica che-gou a ter na região nos finais do século XV.

No que ás tradições religiosas pas-cais diz respeito, os destaques vão para a Procissão dos Passos no Domingo de Ramos (Domingo que antecede o Domingo de Páscoa), a Celebração da Morte de Jesus e a Procissão do Enterro do Senhor na Sexta-feira Santa, no Sá-bado pela manhã, os cordeiros entram na vila para serem benzidos, antes de comprados e levados para casa a fim de serem mortos, apesar de muitas pessoas iniciarem-se a Emulação do Cordeiro Pascal na Sexta-feira Santa, à tarde. A matança do cordeiro está presente em várias religiões do mundo, mas é no rito hebraico que esta tem uma maior importância. Ainda no sábado, à noite, realiza-se a Vigília Pascal que no final

da missa, os assistentes tocam os choca-lhos toca-se a sirene dos Bombeiros, e a banda sai da igreja seguida pela popu-lação que continua a tocar os chocalhos nas principais ruas da Vila.

No Domingo de Páscoa realiza-se a Procissão da Ressurreição. É uma ceri-mónia organizada pela Câmara Muni-cipal com um protocolo com mais de 400 anos, na qual todos os mestres de

ofícios com os seus estandartes, assim como todas as instituições locais, apre-sentam cumprimentos ao presidente de Câmara e de seguida, assistem à missa. Seguidamente é realizada uma procis-são que percorre o centro da Vila. Neste cortejo não estão presentes quaisquer imagens religiosas, apenas participa o pároco que transporta uma custódia, as entidades atrás descritas e a população.

No Domingo de Páscoa nenhuma outra carne, para além do cordeiro, é servida. Come-se o Sarapatel. Na sua confecção é usado o sangue do animal devidamente escaldado, pão, e as vísce-ras do cordeiro partidas em pequenos fragmentos. Como segundos pratos po-dem comer-se os molhinhos com toma-tada, que são as tripas do animal, que depois de lavadas com cal, são atadas em pequenos molhos e confeccionados com tomate, e o cachafrito, que não é mais do que carne de cordeiro cortada em pedaços que é cozida antes de ser fri-ta. Surgem depois os bolos como o folar, o bolo finto, as queijadas, as boleimas e os bolos da massa. O bolo da massa é nada mais que o Pão Ázimo, os pães que os judeus comem durante a Páscoa em memória da fuga de Israel. É um bolo que não tem açúcar e é confeccionado apenas com água, farinha, azeite e sal. Mais tarde começaram, nas alturas fes-tivas, por juntar açúcar, canela e doce de maçã, transformando-as nas tradi-cionais boleimas. O Bolo Finto e o Folar têm nesta região uma forma de cruz ou até mesmo de um Lagarto gravado, um réptil que os judeus abominam.

D.R.

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Trata-se dos primeiros resultados da monitorização da atual época de reprodução da espécie.

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Abutre Negro consolida nidificação no AlentejoA Liga para a Proteção da Natureza (LPN) anunciou , no inicio do mês, ter identificado quatro casais nidificantes e o primeiro ninho natural de abutre--preto no Alentejo, o que indica o conso-lidar da recuperação na região da espé-cie criticamente em perigo.

Segundo a LPN, num comunicado enviado à agência Lusa, trata-se dos pri-meiros resultados da monitorização da atual época de reprodução da espécie na Herdade da Contenda, no concelho de Moura, no distrito de Beja.

Três dos quatro casais estão a ocupar plataformas de ninhos artificiais que foram instaladas na Herdade da Con-tenda, no âmbito do projeto LIFE Habi-tat Lince Abutre.

Um outro casal está no primeiro ni-nho natural construído pela espécie na herdade, refere a LPN, indicando que um dos quatro casais já está em fase de incubação no ninho.

Durante as observações realizadas, foi também possível confirmar a pre-sença na área do primeiro abutre-preto, uma fêmea, que nasceu na Herdade da Contenda, na primavera do ano passa-do, o que confirmou o restabelecimento de um núcleo reprodutor da ave no sul de Portugal, indica a LPN.

O facto de aquela fêmea continuar viva e a utilizar a região e a deteção dos quatro ninhos ocupados por casais “são indicadores do consolidar da re-cuperação do abutre-preto no Alentejo,

permitindo antever o estabelecimento de um núcleo reprodutor desta espécie na região e reforçando a importância do apoio ao trabalho de conservação que tem vindo a ser implementado”, subli-

nha a LPN.A deteção da fêmea e dos quatro ni-

nhos ocupados por casais de abutre--preto também são “um sinal das boas condições existentes para a espécie e da adequada gestão implementada” pela Empresa Municipal Herdade da Con-tenda, frisa.

A LPN refere que, durante as próximas semanas, em articulação com a Herdade da Contenda e com o Instituto da Con-servação da Natureza e das Florestas, vai continuar a monitorizar a reprodução do abutre-preto e o evoluir dos casais nidi-ficantes detetados no Alentejo.

Segundo a LPN, aqueles dados tam-bém “reforçam a importância do apoio ao trabalho de conservação” do abutre--preto, votando no seu projeto “Black Vulture Recovery, Southern Portugal”, no âmbito da votação internacional promovida pela European Outdoor Conservation Association e que está a decorrer até dia 15 deste mês.

Por isso, a LPN voltou a apelar ao voto no projeto, nos sítios de Internet tinyurl.com/blackvulture ou www.lpn.pt, expli-cando que a vitória na votação irá repre-sentar um apoio de cerca de 30.000 euros para a conservação do abutre-preto.

Fonte: Lusa

D.R.

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12 Março ‘16

Miguel Mota foi um dos maiores genéticistas portugueses na área da biologia celular.

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Faleceu o Professor e Investigador Miguel Mota - Honoris Causa pela UÉvoraO investigador e cientista Miguel Mota, conhecido pela sua teoria sobre divisão celular, descoberta que fez na década de 50 mas só validada 30 anos depois, morreu na quinta-feira, aos 90 anos de idade

A informação foi divulgada este sá-bado pelo filho, Manuel Mota: “No pas-sado dia 24 de Março faleceu o profes-sor Miguel Mota, agrónomo e cientista ilustre, doutor honoris causa pela Uni-versidade de Évora e pioneiro da Gené-tica e da Biologia Celular em Portugal”.

Miguel Mota, o homem que sabia de mais em 1957

Miguel Eugénio Galvão de Melo e Mota nasceu em Lisboa, a 15 de Outu-bro de 1922 e licenciou-se no Instituto Superior de Agronomia, tendo assumi-do em 1948 a direcção do Laboratório de Citogenética da Estação de Melho-ramento de Plantas, em Elvas, logo a seguir. Foi pioneiro na utilização de microscopia electrónica em Portugal e contribuiu para o avanço do conheci-mento da genética e da biologia celular em plantas, tendo deixado “um enor-me” legado na produção de cereais me-lhorados, refere a Ordem dos Biólogos.

Em matéria de biologia celular em plantas, publicou em 1957 um artigo sobre o papel determinante dos cine-tócoros na anáfase (uma das fases de divisão celular), teoria só reconhecida pela comunidade científica internacio-nal na década de 80. Os cinetócoros são uma estrutura dos cromossomas e, se-gundo o investigador português, uma espécie de motor na anáfase, ao mo-verem os cromossomas para os pólos, permitindo a divisão celular. Ou seja, provocam o movimento dos cromosso-mas para o polo da célula, no momento em que esta se divide em duas.

Esse trabalho visionário desenvol-vido justificou a homenagem que lhe

foi feita, em 2009, pelo Instituto de Biologia Molecular e Celular da Uni-versidade do Porto, cerimónia que jun-tou alguns dos maiores investigadores mundiais na área, entre os quais Ted Salmon, da Universidade da Carolina do Norte, e Rebecca Heald, investiga-dora na Universidade de Berkeley e editora da revista Journal of Cell Bio-logy. Esteve também presente Gary

Gorbsky, da Oklahoma Medical Re-search Foundation, que comprovou experimentalmente, em 1987, a teoria apresentada em 1957 pelo investigador português.

A homenagem foi justificada, na al-tura, com o facto de, até àquela data, a “hipótese revolucionária” não ter sido reconhecida. Miguel Mota manteve-se, ao longo do seu percurso académico,

sempre ligado à investigação na área da genética, até se aposentar em 1992. O cientista trabalhou nas mais presti-giadas instituições de investigação em países como a Suécia, a Grã-Bretanha e os EUA, tendo escrito mais de um mi-lhar de artigos científicos, que foram publicados em dezenas de jornais e re-vistas.

Fonte: Público

Alentejo e Algarve com maiores taxas de suicídios entre idososA percentagem de idosos que vivem em lares e que sofrem de demências graves é o dobro da encontrada entre os que vivem na comunidade, referem dados prelimi-nares de um estudo realizado na região Norte, financiado pela Direcção-Geral de Saúde. Este será um dos dados constantes do relatório anual que faz o balanço da saúde mental no país e que foi apresenta-do na passada quinta-feira em Lisboa.

“A percentagem de demências graves em pessoas na comunidade é de 7.8%, valor que duplica relativamente aos re-sidentes em lar, 15.7%”, referem os dados preliminares do Estudo sobre as neces-sidades das pessoas com demência, rea-lizado por uma equipa do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto. O estudo assenta numa amostra aleatória de 572 pessoas,

escolhida entre idosos com problemas de saúde mental na região Norte.

“O que se sabe internacionalmente é que as pessoas institucionalizadas cor-rem maior risco de demenciarem,” su-blinha o psiquiatra Álvaro de Carvalho, coordenador do Programa Nacional para a Saúde Mental. Uma das razões é o facto de, quando em contexto de lar, os idosos “deprimirem mais facilmente e de a de-pressão não tratada potenciar a demên-cia”.

A permanência em lares como factor de risco da demência está também ligada ao facto de as pessoas “não serem estimu-ladas”. “Muitos idosos passam a manhã a ver o [programa do] Goucha e à tarde a Júlia Pinheiro. Estão para ali. Suspeita-se também que muitas vezes são sobremedi-cados com sedativos. As benzodiazepinas

também contribuem para o aparecimen-to das demências.”

Álvaro de Carvalho nota que está mais que provado que é vantajoso em termos financeiros e de saúde mental que é me-lhor manter as pessoas em meio familiar do que em lares. “Os estudos vão todos dar ao mesmo. Em Portugal continuamos a ter uma atitude tipo avestruz em relação a este problema.”

Este estudo, que agora vai ser alargado às restantes regiões do país, pretende reu-nir dados científicos para pôr em prática o já há muito falado Plano Nacional para as Demências que, nota o médico, “depende de decisão política” e ainda não tem data certa. Há já muitos anos que a Alzheimer Portugal defende a urgência da sua im-plementação.

O relatório anual vai também dar conta

do aumento aparente do número de sui-cídios em 2014, tendo-se passado de uma taxa de suicídio de 10,1 por 100 mil habi-tantes para 11,7 por 100 mil habitantes. O Alentejo, mas também o Algarve, e o cen-tro e interior Norte registam uma maior número de casos, coincidindo estas duas últimas regiões “com zonas com maior ín-dice de ruralidade”.

O psiquiatra lembra que um estudo re-cente, coordenado pela investigadora do Centro de Estudos de Geografia e Ordena-mento do Território da Universidade de Coimbra Paula Santana, identificou um aumento de suicídios no centro e no inte-rior Norte de Portugal junto à fronteira com Espanha. O estudo defendeu o desenvolvi-mento de políticas específicas [de preven-ção do suicídio] nestas regiões por parte do Governo, lembra.

D.R.

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Os estudos posteriores, a nível morfológico e genético, permitiram confirmar a novidade científica.

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Eborense Luís Ceríaco coordena investigação sobre Répteis em AngolaNas zonas desérticas da província do Namibe, no Sul de Angola, um grupo de cientistas partiu numa expedição no final de 2013, para dar início ao levanta-mento dos répteis e anfíbios no território angolano – que são bastante desconhe-cidos, uma vez que os últimos trabalhos deste género remontam ao século XIX e à primeira metade do século XX. A expedi-ção – de cientistas de Portugal, Angola e dos Estados Unidos, que a certa altura pa-ravam o carro e andavam a pé duas a três horas à procura dos animais, até debaixo das pedras – não podia ter corrido melhor.

“As duas colegas angolanas que esta-vam connosco a levantar rochas viram numa fenda um animal a mexer-se. Uma delas ficou no local e a outra foi-nos cha-mar. E juntámo-nos todos à volta da fenda com pés-de-cabra e canas, para o tentar ti-rar de lá”, conta agora, volvidos cerca de dois anos da expedição, o biólogo portu-guês Luís Ceríaco, do Museu Nacional de História Natural e da Ciência de Lisboa (MNHNC) e do Museu de História Natu-ral da Florida, nos Estados Unidos.

Os biólogos conseguiram tirar o ani-mal debaixo das rochas. Era um lagarto: o primeiro exemplar, entre outros sete que ainda apanhariam durante a expedi-ção, de uma espécie que veio a revelar-se nova para a ciência. “Quando percebe-mos em que tipo de rochas ele estava, en-contrámos mais”, relata Luís Ceríaco.

Os estudos posteriores, a nível morfo-lógico e genético, permitiram confirmar a novidade científica e esses resultados foram publicados, no início deste ano, na revista Zootaxa.

Cordylus namakuiyus é o nome cien-tífico da nova espécie – a terceira – de lagartos-espinhosos de Angola. Na-makuiyus é a forma latinizada da pala-vra namakuiya, que significa “espinho-so” na língua hereró, falada por um dos povos bantos no Sul de Angola, na Namí-bia e no Botswana. Para nome comum da nova espécie, a equipa escolheu lagarto--espinhoso-do-kaokoveld (o kaokoveld é um tipo de habitat desértico, que também existe na província do Namibe).

Darwin teria gostadoPartindo destes três lagartos-espinho-sos angolanos, mas principalmente do Cordylus machadoi e do Cordylus na-makuiyus, surgiu uma nova história para contar sobre evolução das espécies que muito deveria agradar a Charles Da-rwin, o “pai” da teoria da evolução atra-vés da selecção natural.

A expedição de Luís Ceríaco e dos co-legas começou na província do Namibe porque já aí tinham sido apanhados, em 2009, dois exemplares de um lagarto-es-pinhoso por investigadores sul-africanos, que por sua vez partilharam essa infor-mação com Edward Stanley, especialista nestes lagartos na Academia das Ciências da Califórnia. Por isso, Edward Stanley, que acabou por participar na expedição de 2013 à província do Namibe, tinha fi-cado com a ideia de que poderia haver um lagarto nesta região que merecia ser procurado. E havia.

Durante a expedição, os cientistas aperceberam-se logo de que tinham apa-

nhado um lagarto diferente dos outros. Antes de mais, porque o “novo” Cordylus namakuiyus vivia num habitat distinto do já conhecido Cordylus machadoi, ou lagarto-espinhoso-de-machado. A pro-víncia do Namibe, a casa do Cordylus na-makuiyus, é uma região de baixa altitu-de, que vai desde o nível do mar até aos 1000 metros, e é desértica e semidesértica.

Qual é então a importância da desco-berta desta espécie? “Ela é um exemplo para os manuais sobre a separação geo-gráfica das espécies e de como é que as espécies naquela região divergiram e se especiaram [originaram outras]”, começa por responder o biólogo. “A Cordylus na-makuiyus divergiu da espécie mais pró-xima – a Cordylus machadoi, que existe numa zona de escarpas elevadas e mais húmida e rochosa. A nova espécie está a poucos quilómetros de distância, numa zona de baixa altitude, semidesértica e com condições climáticas diferentes”, acrescenta Luís Ceríaco. “Esta espécie re-vela ainda que o nosso conhecimento sobre a biodiversidade de Angola está aquém da realidade, com todas as impli-cações que isso tem para proteger as espé-cies e o habitat.”

Além dos dez exemplares apanhados há pouco tempo (oito na expedição de 2013 e dois pelos cientistas sul-africanos em 2009), conhecem-se outros 50 espéci-mes, atribuídos agora à nova espécie, que estão no Museu Americano de História Natural (foram recolhidos numa expedi-ção a Angola em 1925, financiada por Ar-thur S. Vernay, que fez fortuna como an-tiquário). A imagem que se segue é uma ilustração científica de um exemplar de Cordylus (por Alma W. Froderstrom) re-sultante dessa expedição de 1925 e que se

encontra no Museu Americano de Histó-ria Natural.

Um dos animais apanhados em 2013 tinha ainda na barriga dois fetos, que já estariam perto do nascimento. Ainda não tinham as escamas espinhosas desenvol-vidas, o que é normal, uma vez que estes animais não põem ovos e dão directa-mente à luz. Como também apanharam animais juvenis, os cientistas sabem que as escamas espinhosas se formam pouco tempo depois do nascimento.

Ao fim de 120 anos, um atlasTudo isto começou com a tese de mestra-do de Mariana Marques, do MNHNC, de-dicada aos répteis e anfíbios de Angola. Tendo como co-orientador Luís Ceríaco e como orientador principal Aaron Bauer, da Universidade de Villanova (nos EUA), a tese de mestrado viria a ser o mote ini-cial para o projecto em curso. Na compila-ção da informação bibliográfica sobre os répteis e anfíbios daquele país, os inves-tigadores constataram que esse conhe-cimento era muito limitado. “Há zonas de Angola do tamanho do Texas para as quais não há um único registo de um an-fíbio ou um réptil”, frisa Luís Ceríaco.

Por isso, o MNHNC e a Universidade de Villanova juntaram-se à Universida-de da Florida e ao Instituto Nacional da Biodiversidade e Áreas de Conservação (INBAC) angolano e avançaram para o levantamento da herpetofauna de Ango-la, “que é das mais desconhecidas no con-texto africano”, sublinha o investigador português. A expedição de há dois anos à província do Namibe foi a primeira do projecto. “Os trabalhos [anteriores], de portugueses e estrangeiros, remontam ao século XIX e à primeira metade do século

XX. A guerra civil após a independência fez com que os estudos da biodiversidade parassem. Não se conseguia ir ao campo.”

Em 2015, já houve mais duas expedi-ções, uma ao Parque Nacional da Can-gandala (na província de Malanje, criado em 1970 para proteger a palanca-negra--gigante) e outra às províncias do Kwanza Sul e de Benguela. O projecto vai prolon-gar-se por mais três anos, estando pre-vistas mais seis expedições e um finan-ciamento total de cerca de um milhão de dólares (900 mil euros). Os primeiros resultados estão aí.

Depois do artigo científico na revista Zootaxa, o projecto vai publicar um pe-queno livro sobre as espécies encontradas no Parque Nacional da Cangandala, com as descrições e fotografias, numa edição conjunta do MNHNC e INBAC e lança-mento, em breve, em Lisboa e Luanda.

“Conterá todos os registos publicados de todas as espécies de anfíbios e répteis de Angola, com mapas, notas taxonómicas e de história natural e estatutos de con-servação. Será uma peça fundamental para próximos trabalhos, pois permite--nos perceber o que sabemos, mas prin-cipalmente o que não sabemos”, diz o biólogo português. “O único atlas – e é di-fícil chamar-lhe um atlas – é um livro de 1895, Herpethologie d’Angola et du Con-go, de José Vicente Barbosa du Bocage, do Museu de História Natural de Lisboa. Até hoje, é o único texto sinóptico sobre anfíbios e répteis de Angola. Há mais 120 anos de informação que se encontrava dispersa”, diz Luís Ceríaco. “Com este pro-jecto, esperamos potenciar estratégias de conservação da biodiversidade.”

Fonte: Jornal Público

D.R.

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14 Março ‘16

“É bom para o território porque valorizando o produto valoriza-se a produção e preserva-se a natureza.”

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Feira Florestal Ibérica em Plasencia (Extremadura)Após o sucesso da primeira edição da Feira Forestal Ibérica (IBER-FORESTA) realizada no ano passado, a segunda edição decorrerá na cidade de Plasen-cia nos dias 21, 22 e 23 de abril de 2016. A boa receção e impacto que este even-to teve, vai permitir consolidar este encontro como uma das feiras mais importantes da Península Ibérica.

A IBER-FORESTA Plasencia, além de um lugar para a exposição e o co-

mércio, é um espaço de encontro onde o setor florestal e o meio natural se-rão os verdadeiros protagonistas: pa-lestras, demonstrações, exposições, vídeos, conferências e atividades pa-ralelas que vão permitir conhecer e compreender melhor o nosso meio.

A IBER–FORESTA pretende dar solu-ções e oportunidades de negócio para todos profissionais do setor: liderar negociações comerciais, apresentar

novos produtos, novas máquinas e métodos de trabalho, entre outras.

Os setores representados nesta Feira são empresas f lorestais, bio-massa, recursos hídricos f lorestais, recursos f lorestais alternativos, pro-dutos biológicos, jardinagem, vivei-ros, indústria da cortiça e derivados, resinagem, sementeiras, maquinaria, veículos, industria auxiliar, logísti-ca, fabricantes, turismo e desporto na

natureza, distribuidores, associações e instituições.

A IBERFORESTA 2016 espera superar o sucesso da sua primeira edição, com um amplo programa de atividades e uma maior projeção do evento num território transfronteiriço. O objetivo é potenciar este encontro como um dos principais no setor florestal e meio ambiental, ao nível ibérico, do ecossis-tema mediterrânico.

Terras Sem Sombra promove economia local e biodiversidade comunitáriaO Festival ‘Terras Sem Sombra’ (FTSS), projeto do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, que alia a trilo-gia música sacra, património e biodiversi-dade, também promove as localidades e os seus produtos.

“Há uma reflexão muito importante que fazemos em torno daquilo que são os pro-dutos locais, até que medida podemos ir no sentido de os exportar, dar a conhecer a um público mais alargado, sugerir produtos que são consumidos na alimentação”, explicou o diretor-geral da inicaitiva.

À Agência ECCLESIA, José António Falcão revelou que esta reflexão também abrange “os esteios da vida local”, por exemplo, onde existem minas que “devem ser conhecidas”, paisagens ou agricultura “de vanguarda” que deve ser preservada e apoiada.

Na edição anterior, em 2015, o Festival ‘Terras Sem Sombra’ deu destaque à Aguar-dente de Medronho de São Barnabé.

“É um festival de excelência com produ-tos de excelência. Traz visibilidade e dá a conhecer o produto aqui e além-fronteiras”, comentou Sónia Cabrita.

A produtora, que tem uma empresa fami-liar onde deu continuidade a uma tradição familiar herdada do avô e do pai, refere que a “valorização do produto é boa”: “É bom para o território porque valorizando o pro-duto valoriza-se a produção e preserva-se a natureza.”

O comércio local também beneficia da projeção que a iniciativa da Diocese de Beja traz ao baixo-Alentejo, como assinala a pro-prietária do Hotel Serafim e o dono do Res-taurante D. Dinis.

“É um fim-de-semana em que estamos mais ocupados, com a casa cheia porque não temos praticamente turismo. É diferen-te, mexe com o turismo e vão ver as igrejas, os museus”, referiu Maria Jesus Soares.

“Acho muito benéfico para o concelho, as pessoas vêm de muitos lados, é um evento importante. Para o restaurante é um êxito”, disse António Garcia.

Para Ana Palma, da Diocese de Beja, que acompanha o FTSS, desde a primeira edição, é “bastante interessante e gratificante” per-ceber que existem pessoas presentes anual-mente, “todos os concertos e às ações de bio-diversidade”.

“Contribuem para a economia local nes-sas noites e, muitas vezes, voltam em festas e eventos que se realizam”, observa, desta-cando a “importância para territórios mais esquecidos” no interior alentejano.

“É nossa intensão que o festival proporcio-ne a vinda de muitos visitantes mas tam-

bém a população de Almodôvar, e todo o seu concelho”, assinalou o vereador da Cultura, que acolhe pelo segundo ano consecutivo a abertura do FTSS.

Para Luís Gaiolas este evento que é um “marco importante no combate à resigna-ção” é um trabalho “sempre” numa perspe-tiva de médio e longo prazo, de “formação de públicos para a música mais clássica/erudi-ta”.

O diretor do FTSS sublinha ainda o “papel decisivo” que a Igreja tem a “desempenhar”, devendo ser o “sal que vai ajudando a fazer crescer toda a grande massa”.

“Implica-nos como alavanca para o desen-volvimento regional”, comenta José Antó-nio Falcão, para quem, “em última análise”, um património como é o caso do religioso se “não se tornar agente de desenvolvimento está condenado a perecer”.

Montado e Biodiversidade“Defender o montado é apostar num dos seg-mentos mais ativos, mais importantes, mais proeminentes do que é a nossa vida social e económica”, assinalou o diretor-geral do fes-tival de música sacra, destacando o montado como uma das “grandes riquezas” incenti-

vando às “boas práticas de gestão” para “con-tinuar a ser uma riqueza nacional”.

Esta ação foi realizada em colaboração com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas que ensinou músicos, organi-zação e participantes a “podar as árvores”.

“Para obter uma copa bem formada, es-tivemos a sensibilizar e explicar a técnica mais adequada para fazer esta intervenção”, explicou o Guilherme Santos, que também ensinou a fazer medição.

“São jovens árvores que precisam de ter cuidados, nomeadamente, na sua forma-ção para serem boas produtoras de cortiça. Precisamos que essas árvores tenham in-tervenções adequadas no sentido de obter boas pranchas de cortiça”, desenvolveu o engenheiro do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas.

O montado, contextualizou, é o “sistema cultural mais comum” do Baixo Alentejo, um “repositório da biodiversidade e dos hotspots de importância a nível mundial”, onde para além da árvore existe também “a pastagem e a pastorícia”.

Para o grão-mestre da Confraria do Sobrei-ro e da Cortiça referiu os anos de vida até es-tas árvores começarem a produzir e “terem aproveitamento económico, cerca de 30 a 40

anos”, e, adiantou as suas principais preocu-pações.

“É o mal como tem sido tratado, às vezes, até inconscientemente ao julgarmos que a limpar a floresta estamos a favorece-la. Es-tamos a prejudica-la quando não deixamos que ela se renove naturalmente”, acrescen-tou Francisco Almeida Garrett.

O engenheiro agrónomo Eugénio Sequei-ra, que começou por citar a encíclica do Papa Francisco dedicada à casa comum, ‘Laudato Sí’, disse que a “maior riqueza” do montado “não é o dinheiro mas a proteção do ecossis-tema”.

“O montado é uma forma de manter este ecossistema que fornece água, cortiça e di-nheiro, mas o gado e a paisagem”, acrescen-tou.

O elemento que fez parte da Comissão da Seca 2004/2005 constatou que a chuva “é cada vez menos e mais concentrada”: “Como vamos conservar para depois termos água nos poços e furos?”

“O património artístico, o património reli-gioso é símbolo do património que está aqui fora. Se não conservarmos o que é a nossa cultura como vamos conservar o montado que faz parte disso”, questionou Eugénio Se-queira

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Myrtilis é o segundo exemplar de lince-ibérico encontrado morto de entre os 16 animais já libertados.

Radar

Morre fêmea de Lince IbéricoMyrtilis “foi encontrada morta, pela equipa de campo do ICNF, numa zona próxima do local de solta, no decurso da monitorização dos animais reintroduzi-dos na região de Mértola”, explica o insti-tuto, num comunicado enviado à agência Lusa.

Segundo o ICNF, o cadáver de Mírtilis vai ser encaminhado para a Faculdade de Medicina Veterinária da Universida-de de Lisboa para realização de necrop-sia e apuramento das causas da morte, as quais “são ainda desconhecidas”.

Myrtilis é o segundo exemplar de lin-ce-ibérico encontrado morto de entre os 16 animais já libertados no Parque Na-tural do Vale do Guadiana, no concelho de Mértola, no distrito de Beja, desde dezembro de 2014, quando começou a libertação de exemplares da espécie em território português, no âmbito do projeto de Recuperação da Distribuição Histórica do Lince-Ibérico em Espanha e Portugal “LIFE+Iberlince”.

A fêmea “Kayakweru”, que tinha sido libertada na natureza em fevereiro de 2015, no âmbito da 1.ª época de reintro-dução de lince-ibérico em Portugal, foi o primeiro exemplar de lince-ibérico a ser encontrado morto, em março daquele ano, depois de ter sido vítima de envene-

namento.Myrtilis fazia parte do grupo de três

linces ibéricos, duas fêmeas e um macho, que tinham sido libertados na natureza, no dia 25 de janeiro deste ano, no âmbito da 2.ª época de reintrodução da espécie em Portugal.

Com a morte de Myrtilis, desce de 16 para 15 o número de linces ibéricos a vi-ver livres na natureza, no concelho de Mértola, desde dezembro de 2014, no âm-bito do projeto “LIFE+Iberlince”.

No âmbito da 2.ª época de reintrodução da espécie em Portugal, que prevê a liber-tação de um total de nove linces-ibéricos este ano no concelho de Mértola, já fo-ram libertados sete animais, ou seja, as fêmeas Myrtilis (encontrada morta na terça-feira) e Mirandilla e o macho Mon-fragüe, no dia 25 de janeiro, a fêmea Ma-cela, no dia 08 de fevereiro, e as fêmeas Mesquita e Malva e o macho Mel, no dia 19 de fevereiro.

No âmbito da 1.ª época de reintrodução da espécie em Portugal, que arrancou em dezembro de 2014 e decorreu até maio de 2015, foram libertados, no concelho de Mértola, 10 linces-ibéricos, mas só nove estão vivos, devido à morte da fêmea Kayakweru.

Fonte: Lusa

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 750 140 Email [email protected]

O Évora Shopping, um centro co-mercial inacabado, situado na periferia da cidade, foi comprado ao Novo Banco por uma empresa estrangeira, a Ares Capital, que pre-tende concluir o projecto e abrir ao público em 2017. “A intenção é mui-to simples, construir um centro co-mercial e acreditamos no projecto que foi originalmente concebido”, afirmou hoje à agência Lusa o di-rector de investimento da Ares Ca-pital, Maximilian Herget.

O responsável confirmou que a empresa comprou o Évora Shop-ping “no início de Março ao Novo Banco”, por um preço que “fazia sentido”, sem recorrer a financia-mento bancário, mas escusou-se a precisar o valor do investimento.

Integrado num complexo co-mercial que envolvia um inves-timento de 60 milhões de euros, o Évora Shopping começou a ser

construído em 2011, junto ao bairro de Almeirim, com conclusão pre-vista para o outono de 2013, mas as obras estão paradas há mais de dois anos.

Antes que ficar nas “mãos” do Novo Banco, o projecto pertencia à EVRET, uma joint-venture entre a Imorendimento e a Madford De-velopments.

Nas declarações à Lusa, o direc-tor da Ares Capital justificou o in-vestimento por considerar que o centro comercial “tem uma razão válida para ser feito” em Évora, mas também por haver “procura e necessidade” e “poder de compra suficiente para apoiar a sua exis-tência”.

“Não é um projecto fácil, devido ao seu historial, à sua localização, está vazio há alguns anos, pelo que há infiltrações de água, mas pensamos que é um conjunto de

riscos que conseguimos resolver”, assinalou.

O director de investimento da Ares Capital adiantou ainda que estão a decorrer “negociações com empresas construtoras” para o rei-nício dos trabalhos, que deverão estar concluídas nas próximas semanas, considerando que “este é o principal factor em termos de custos”.

O centro comercial vai ter um supermercado com cerca de 2000 metros quadrados, zona de restau-ração e zona de lojas na área da moda, estando prevista a criação de quatro a seis salas de cinema, revelou. Segundo o responsável, a Ares Capital é uma empresa priva-da detida por uma família do Du-bai e que investe no sector imobi-liário, estando a instalar escritório em Lisboa e a contratar funcioná-rios.

Saúde

Alentejo e Algarve com níveis altos de pólenesNa semana em que começou a primavera, num boletim polínico para o período até dia 31 de março, a SPAIC prevê níveis baixos de pólenes para o resto do país, com exceção da região da Beira Interior e Litoral (Castelo Branco e Coimbra), com níveis moderados.Em comunicado, avisa que a sul, incluindo a região de Lisboa, são os pólenes das árvores (como a azinheira, o cipreste, o plátano, o pinheiro ou o cedro) que vão “encher” a atmosfera. A norte e centro, predomi-nam os mesmos pólenes (e também do carvalho) mas a níveis muito baixo ou moderados.As previsões da SPAIC são feitas durante a primavera, altura do ano em que há mais pólenes no ar e, por isso, com mais possibilidade de acontecerem alergias.As alergias afetam por norma o sistema respi-ratório mas também os olhos e a pele.

Economia

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Entre 23 e 25 de Abril, terá lu-gar na Universidade de Coim-bra a 1.ª exposição internacio-nal de orquídeas. Durante o evento, está prevista também a realização de um simpósio e diversos workshops técnicos.A organização, a cargo do De-partamento de Ciências da Vida da Universidade de Coim-bra e da Associação UC In-Pro-Plant, refere que «o objectivo do evento é reunir especia-listas, técnicos, produtores, investigadores, professores, estudantes e orquidófilos para partilharem conhecimentos técnico-científicos, naque-la que é uma área ainda com muito potencial inexplorado em Portugal».Portugal é ainda um dos últi-mos redutos onde muitas es-pécies de orquídeas europeias podem crescer em condições naturais. Existem ainda mui-tos habitat não destruídos pela acção do Homem, e outros em que, devido à aplicação de téc-nicas de cultivo tradicionais, a agricultura permite a subsis-tência simultânea das popula-ções de orquídeas.

Exposição Internacional de orquídeas

Coimbra

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Évora Shopping será desta?