regimes transitÓrios hidrÁulicos em … · 1 turbina pelton q n = 1 m3/s construção duma nova...
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REGIMES TRANSITÓRIOS HIDRÁULICOS EM PRESSÃO
Dídia Isabel Cameira Covas IST, Dezembro de 2014
CONTEÚDO
Parte I – Fenómeno, importância e tipos de abordagem
Parte II – Dispositivos de proteção
PARTE I
Importância do fenómeno • Conceito e importância no projeto e diagnóstico
Celeridade das ondas elásticas • Fórmulas teóricas, tabelas
Tipos de análise • Simplificada, clássica, completa
Modelação matemática • Método das Características, Integração das perdas de carga
FENÓMENO HIDRÁULICO
(Regime) Transitório hidráulico
– caracterizado por uma variação temporal de pressão na transição entre dois regimes permanentes
Choque hidráulico ou golpe de aríete
– Quando ocorrem variações de pressão muito elevadas conducentes a vibrações, ruídos e eventuais roturas
Tempo
Pressão pi
pf
4
FENÓMENO HIDRÁULICO
Regime transitório hidráulico – Origem:
• manobra dum órgão do sistema – Turbomáquina hidráulica
– Válvula
• ocorrência duma rotura súbita
– A natureza oscilatória do fenómeno: • deformação circunferencial da conduta
• compressão/expansão do líquido
– Esta variação temporal de pressão toma a forma de onda que se propaga ao longo da conduta
5
p0 p0-Dp p0+Dp
FENÓMENO HIDRÁULICO
H0
0
PROPAGAÇÃO DE UMA ONDA ELÁSTICA DE PRESSÃO (SEM DISSIPAÇÃO DE ENERGIA DECORRENTE DE OBTURAÇÃO INSTANTÂNEA)
Q Q=0 DV<0
DH= - aDV/g
DH= +aDV/g
H0 - aDV/g
H0 + aDV/g
6
DH= - aDV/g
DH= +aDV/g
2L/a 4L/a 6L/a 8L/a
t
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Central hidroelétrica da Saiano-Chuchenskaia, Sibéria Oriental, 17/8/2009 Fechamento emergência brusco duma válvula jusante duma turbina;
>> rotura da coluna a montante >> rebentamento a evoluta Inundação da sala das máquinas inúmeras vitimas mortais corte de energia elétrica as industrias locais
7
GRANDES ACIDENTES
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
8
ROTURAS FREQUENTES EM SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DIMENSÕES DO PROBLEMA IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
A ocorrência de roturas tem consequências:
– Económicas (EG)
– Operacionais
– Socio-económicas (terceiros) • Interrupção abastecimento
• Inundações
• Perturbações ao trânsito e atividades económicas
– Segurança e saúde públicas • Impactos para a saúde pública
(lesões, vítimas mortais, contaminação)
– Ambientais • Degradação do meio (impactes)
• Perdas de água
9
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
10
Instrumento de apoio ao projeto de sistemas novos
– material, espessura e classe de resistência da conduta e acessórios
– medidas reforço da conduta ou vala para resistir à deformação circunferencial
– traçado da conduta
– dispositivos de proteção e segurança
– esquemas de operação de equipamentos
ANÁLISE DE REGIME TRANSITÓRIOS
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Análise permite prever as variações máximas e mínimas de pressão ao longo das condutas para determinada manobra
– Pressões mínimas • Podem condicionar a definição do traçado da conduta em planta/perfil
– evitar a ruptura da coluna líquida, a perda de estanquicidade das condutas por sucção das juntas, ocorrência de cavitação ou a entrada de ar no sistema
– Pressões máximas • verificar se o material, espessura e classe de resistência da conduta e
acessórios são adequados / suficientes – evitar a ruptura da coluna líquida, a perda de estanquicidade das condutas por
sucção das juntas, ocorrência de cavitação ou a entrada de ar no sistema
– Ambos os casos • prever dispositivos de protecção e segurança
• definir esquemas de paragem normal de bombas (através do tempo de manobra da válvula a jusante)
• definir tempos de fechamento/abertura de válvulas
11
EXEMPLO – FASE DE PROJETO IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
12
Sistema elevatório Conduta
– PEAD – DN400 – 5623 m
Grupos electrobomba – caudal a elevar: 57 l/s – altura de elevação: 65.00 m
Incerteza no módulo de elasticidade do PEAD – Estático E = 0,8 GPa a = 320 m/s – Dinâmico Ed = 1.5 E = 1,2 GPa a = 380 m/s (+20%)
Objectivo:
– Análise de paragem súbita dos grupos elevatórios
EXEMPLO – FASE DE PROJETO IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Sistema elevatório sem proteção
(consequências da incerteza no valor da celeridade)
Zona com
depressões
13
i. Pressões extremas dependem do valor da celeridade
EXEMPLO – FASE DE PROJETO IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Sistema elevatório com proteção: RH com Var=3 m3
(consequências da incerteza no valor da celeridade)
14
i. Resultados similares em termos de pressões máximas e mínimas ii. Fonte de dissipação de energia predominante é o RH
(essencialmente dissipação mecânica, termodinâmica - folga)
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
15
Instrumento de apoio ao diagnóstico (roturas ou problemas de funcionamento)
– não se respeitam disposições construtivas ou regras de operação • alteração de cotas das EE,
níveis de reservatórios ou traçados
– se alteram as condições de funcionamento • esquema de entrada em serviço de
grupos ou manobra de válvulas
– existem órgãos em mau estado de conservação • incluir de mais grupos, ou retirar de
serviço de RH
ANÁLISE DE REGIME TRANSITÓRIOS NA FASE DE OPERAÇÃO
EXEMPLO - DIAGNÓSTICO DA EXISTÊNCIA DE UMA BOLSA DE AR
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Buried MDPE; Length: 1300 m; ID 108 mm; OD 125 mm
Reservoir + Pump+ Flowmeter
Transducers Leaks (500, 900, 1300 m)
Butterfly
Valves
16
EXEMPLO - DIAGNÓSTICO DA EXISTÊNCIA DE UMA BOLSA DE AR
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
17
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
t (s)
H (
m)
Day 1
Day 2 (beginning)
Day 2 (end)
Day 3
Q = 3.1 l/s DH =14m
(+16%) DH =12m
DH =15m
(+20%)
17
EXEMPLO - DIAGNÓSTICO DA EXISTÊNCIA DE UMA BOLSA DE AR IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
18
Dia 1: Existência de bolsa de ar com volume de 20 litros, localizada a 370 m da extremidade de jusante
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 5 10 15 20 25 30 35 40Time (s)
Pie
zom
etr
ic H
ead
(m
)
Observed Data
Numerical Results
Day 1
Main Air Cavity
Volume ~ 20 l
Located at ~ 370 m from downstream
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 5 10 15 20 25 30 35 40Time (s)
Pie
zom
etr
ic H
ea
d (
m)
Observed Data
Numerical Results
Day 3
Main Air Cavity
Volume ~ 0.6 l
Located at ~ 370 m from
downstream
Ventosa em mau estado de conservação
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
19
Instrumento de apoio ao projeto no planeamento (análise das consequências de alterações no sistema)
– Substituição das condutas
– Expansão ou reforço do abastecimento
– Alteração do modo de operação
– Instalação de novos grupos
ANÁLISE DE REGIME TRANSITÓRIOS NA FASE DE OPERAÇÃO
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
20
Construção duma nova estação elevatória num sistema hidroelétrico existente com fins múltiplos
APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
Inicialmente
– Sistema hidroelétrico com fins múltiplos
– Localizado na ilha da Madeira
– Duas estações hidroelétricas
Socorridos
St. Quitéria
Posteriormente, construção de Dois reservatórios
Uma estação elevatória
Covão (547.10)
Socorridos (81.00)
St. Quitéria (320.00)
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
21
APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
EH Socorridos 3 turbinas Pelton
QN= 1 m3/s (cada)
EE Socorridos 4 bombas centrifugas em paralelo
QN= 0,7 m3/s (cada)
HN= 480 m (cada)
WTS 80,00
St.Quitéria
Hydropower
Plant
Socorridos
Hydropower
Plant
Socorridos
Pumping
Station
Covão
reservoir
320,00
550,00
Levadas
A
B C
D
85,00
Socorridos
Reservoir
Water
Treatment
Station
EH St. Quiteria 1 turbina Pelton
QN= 1 m3/s
Construção duma nova estação elevatória num sistema hidroelétrico existente com fins múltiplos
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
22
Objetivo: analisar a saída súbita de serviço dos três grupos eletrobomba (Qt= 2 m3/s) Dois cenários:
Sem ramal de Santa Quitéria
Com ramal de Santa Quitéria
APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
(a)
548.36
668.25
389.58
753.68
241.15220
320
420
520
620
720
820
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (s)
Co
ta p
iezo
mé
tric
a (
m)
A jusante da EE de Socorridos
A montante da centra
Hmax/Hmin
P
iezo
metr
ic h
ead
(m
)
Time (s)
Socorridos
St.Quitéria
(b)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 500 1000 1500 2000
L (m)
Co
ta P
iezo
mé
tric
a (
m)
P
iezo
me
tric
hea
d (
m)
(a)
548.77
599.91
362.91
668.25
389.58350
400
450
500
550
600
650
700
0 20 40 60 80 100 120 140
Tempo (s)
Co
ta p
iezo
mé
tric
a (
m)
EE-Socorridos sem ramal
EE-Socorridos com ramal
(b)
350
400
450
500
550
600
650
700
0 250 500 750 1000 1250
L (m)
Co
ta P
iezo
mé
tric
a (
m)
EE Socorridos EH S. Quitéria Reservatório Hidropneumático (Vtotal= 3.5 m3; Var0= 1 m3)
WTS 80,00
St.Quitéria Hydropower Plant
Socorridos Hydropower Plant
Socorridos Pumping Station
Covão
reservoir
320,00
550,00
Levadas
A
B C
D
85,00
Socorridos
Reservoir
Water Treatment Station
Conduta elevatória de Socorridos Ramal de conduta de S. Quitéria
By-pass à Central
DN80
DN250
DN50 DN5
00
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
23
Ensaios: saída súbita de serviço de 1, 2 e 3 grupos eletrobomba – Medições em Socorridos e em S. Quitéria
APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
Socorridos St. Quitéria
WTS 80,00
St.Quitéria Hydropower Plant
Socorridos Hydropower Plant
Socorridos Pumping Station
Covão
reservoir
320,00
550,00
Levadas
A
B C
D
85,00
Socorridos
Reservoir
Water Treatment Station
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
WTS 80,00
St.Quitéria Hydropower Plant
Socorridos Hydropower Plant
Socorridos Pumping Station
Covão
reservoir
320,00
550,00
Levadas
A
B C
D
85,00
Socorridos
Reservoir
Water Treatment Station
350
400
450
500
550
600
10 20 30 40 50 60 70 80
Pie
zo
metr
ic h
ea
d (
m)
Time (s)
Socorridos
One pump
Two pumps
Three pumps
350
400
450
500
550
600
650
700
10 20 30 40 50 60 70 80
Pie
zo
me
tric
he
ad
(m
)
Time (s)
St. Quiteria
One pump
Two pumps
Three pumps
24
Medições: Socorridos e S. Quitéria
IMPORTÂNCIA DO FENÓMENO
Ensaios versus resultados de simulação
APROVEITAMENTO REVERSÍVEL DE SOCORRIDOS (MADEIRA)
WTS 80,00
St.Quitéria Hydropower Plant
Socorridos Hydropower Plant
Socorridos Pumping Station
Covão
reservoir
320,00
550,00
Levadas
A
B C
D
85,00
Socorridos
Reservoir
Water Treatment Station
543.12
542.53
370
420
470
520
570
620
670
10 15 20 25 30 35 40 45 50
Pie
zo
metr
ic H
ead
Calc
ula
ted
(m
)
Time (s)
Three pumps' trip-off (Socorridos)
a=1150 m/s
a=1250 m/s
a=1400 m/s
Data
370
420
470
520
570
620
670
20 25 30 35 40 45 50 55 60
Pie
zo
metr
ic H
ead
Calc
ula
ted
(m
)
Time (s)
Three pumps' trip-off (St.Quiteria)
a=1150 m/s
a=1250 m/s
a=1400 m/s
Data
25
PARTE I
Importância do fenómeno • Conceito, Projeto, Diagnóstico
Celeridade das ondas elásticas • Fórmulas teóricas, tabelas
Tipos de análise • Simplificada, clássica, completa
Modelação matemática • Método das Características, Integração das perdas de carga
= massa volúmica do líquido K = módulo de compressibilidade volumétrica do líquido E0 = módulo de elasticidade do material D = diâmetro interno da conduta e = espessura da parede da conduta = uma constante função do tipo de constrangimento axial e da espessura da parede
CELERIDADE DAS ONDAS ELÁSTICAS
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Parâmetro que traduz a “velocidade equivalente” de propagação das perturbações no “fluido+conduta”
Fluido monofásico (líquido), função de: – deformabilidade da conduta
– compressibilidade líquido
Fluido bifásico, função de: – percentagem de ar em emulsão
– pressão
– temperatura
0
+1 E
K
e
D
K
a
(Hipótese: fluido monofásico)
CELERIDADE DAS ONDAS ELÁSTICAS
Tipicamente, existem três tipos de constrangimentos axiais na conduta. Existem várias expressões para a determinação da constante em função do rácio D/e e da condição axial.
28
Constante para as diferentes condições de carga e tipo de parede
(Wylie e Streeter, 1993)
Condição Paredes finas Paredes espessas
Conduta amarrada na extremidade
de montante
'1
2
2 '1 ' 1
2
e D
D D e
Conduta amarrada ao longo do seu
desenvolvimento
21 ' 21 '2
1 'De
D D e
Conduta com juntas de dilatação 1 2
1 'e D
D D e
Nota:' = coeficiente de Poisson para o material da conduta.
29
Módulo de elasticidade e coeficiente de Poisson para alguns materiais de conduta (Chaudhry, 1987)
Material Módulo de Elasticidade, E0
(GPa)
Coeficiente de Poisson, '
(-)
Aço 200 – 207 0,30
Alumínio 69 0,33
Betão 14 – 30 0,1 – 0,15
Ferro dúctil 172 0,30
Fibrocimento 23– 24 –
Polietileno (PE) 0,7 – 1,0 0,46
Policloreto de Vinilo (PVC) 2,4 – 3,5 0,46
CELERIDADE DAS ONDAS ELÁSTICAS
CELERIDADE DAS ONDAS ELÁSTICAS
32
Exemplos (ÁGUA) para condutas em:
Betão, aço, FFD
a = 1000 – 1300 m/s
PVC
a = 300 – 500 m/s
PEAD
a = 250 - 400 m/s
Conduta rígida (E= ∞)
a = ( K / )^0.5 = 1450 m/s
PARTE I
Importância do fenómeno • Conceito, Projeto, Diagnóstico
Celeridade das ondas elásticas • Fórmulas teóricas, tabelas
Tipos de análise • Simplificada, clássica, completa
Modelação matemática • Método das Características, Integração das perdas de carga
TIPOS DE ABORDAGEM
Formulações simplificadas
– Joukovsky e Michaud
Análise “Clássica”
– Típica dos modelos comerciais
Análise Completa
– Efeitos de fenómenos especiais
34
FORMULAÇÕES SIMPLIFICADAS TIPOS DE ABORDAGEM
35
Fórmula de Joukovsky (Joukowsky-Allievi ou Allievi)
– Se manobras rápidas (T* < 2L/a)
Fórmula de Michaud
– Se manobras lentas (T* > 2L/a)
g
aVΔH 0
J
*gT
2LVΔH 0
M
Hipóteses simplificativas (situação idealizada) – Reservatório-conduta-válvula – Conduta com características uniformes – Altura cinética desprezável – Perdas de carga desprezáveis – Manobra linear
sendo
T* = tempo (efectivo) de manobra (s)
a = celeridade das ondas elásticas (m/s)
V0= velocidade de regime permanente (m/s)
L= comprimento total da conduta (m)
g = aceleração da gravidade (m/s2)
FORMULAÇÕES SIMPLIFICADAS TIPOS DE ABORDAGEM
Vantagens
– Permitem, de forma muito rápida e expedita, estimar variações extremas de pressão e traçar envolventes
– Permitem validar resultados numéricos e medições
Linha de energia estática
Envolvente para manobra instantânea
Envolvente para manobra rápida
L = aT*/2
DH = a V/g
DH=aL V/gT*
36
TIPOS DE ABORDAGEM
37
Típica dos modelos comerciais
– Hammer, WANDA,…
Tem por base os princípios de conservação
Assenta num conjunto de hipóteses simplificativas
ANÁLISE “CLÁSSICA”
HIPÓTESES SIMPLIFICATIVAS ANÁLISE CLÁSSICA
Hipóteses associadas ao escoamento
i. O escoamento é considerado unidimensional com uma distribuição uniforme de velocidades e de pressões em cada secção transversal da conduta Coeficientes de Coriolis e de quantidade de movimento são constantes e iguais à unidade.
ii. As perdas de carga são iguais às que se verificariam, em cada instante, em regime uniforme tangente e permanente (hipótese de quase-estacionaridade)
Hipóteses associadas ao fluido
iii. O fluido é homogéneo e monofásico durante todo o regime transitório Não há ar livre, nem acumulado, nem ocorre cavitação
iv. O fluido comporta-se como quase-incompressível
v. As variações de temperatura do fluido são desprezáveis Equações de conservação de quantidade de movimento e de energia equivalentes
Hipóteses associadas à conduta
vi. Em cada trecho, a conduta é uniforme.
vii. O material da conduta tem um comportamento reológico elástico linear.
viii. O eixo da conduta da conduta permanece totalmente imóvel.
ix. Não há trocas de caudal com o exterior através das paredes da conduta. 38 38
EXEMPLO - TIPO DE RESPOSTA PARA DIFERENTES TEMPOS DE MANOBRA ANÁLISE CLÁSSICA
39
25
30
35
40
45
50
55
60
65
0 3 6 9 12 15 18
tempo (s)
Co
ta P
iezo
metr
ica (
m)
Fecho instantaneo
Fecho Rápido 1s (<1.5s)
Fecho lento 2s (>1.5s)
Fecho lento 4s (>1.5s)
DHM1
DHM2
DHM3
TIPOS DE ABORDAGEM
40
Tipicamente utilizada para efeitos de dimensionamento
– permite estimar razoavelmente as pressões máximas/mínimas
– permite dimensionar dispositivos de proteção do sistema com segurança
Mas, não permite descrever fenómenos como
– a dissipação de energia decorrente de manobras rápidas
– o comportamento mecânico não elástico do material da conduta
– efeito do ar dissolvido ou acumulado
– fenómenos de cavitação
– movimento axial da conduta
Torna mais difícil o diagnóstico
ANÁLISE “CLÁSSICA”
TIPOS DE ABORDAGEM
41
Incorpora a modelação de diferentes fenómenos – Resistência ao escoamento em regime variável
– Comportamento não elástico da conduta
– Interação fluido-conduta
– Ar dissolvido ou acumulado
– Cavitação
– …..
Modelos de simulação – normalmente não disponíveis…
– de calibração complexa….
Muito importante para o diagnóstico !
ANÁLISE COMPLETA
PARTE I
Importância do fenómeno • Conceito, Projeto, Diagnóstico
Celeridade das ondas elásticas • Fórmulas teóricas, tabelas
Tipos de análise • Simplificada, clássica, completa
Modelação matemática • Método das Características, Integração das perdas de carga
ANÁLISE CLÁSSICA
Equação de conservação de massa
Equação de conservação de quantidade de movimento
02
x
Q
gA
a
dt
dH
02
DA
f
x
HgA
dt
dQ
02
x
Q
gA
a
t
H
02
DA
f
x
HgA
t
Q
x
HV
t
H
dt
dH
x
QV
t
Q
dt
dQ
Desprezando os termos convectivos
43
EQUAÇÕES BÁSICAS DO MODELO ELÁSTICO
Sistema hiperbólico de equações às derivadas parciais 43
MÉTODOS NUMÉRICOS ANÁLISE CLÁSSICA
44 44
Método Vantagens e inconvenientes
Método das Características (MdC)
Largamente utilizado em escoamentos 1D pelas suas inúmeras vantagens: Facilidade de programação e rapidez de cálculo em sistemas c/ CF complexas Descrição correta de ondas de frente abrupta para CN=1 – Limitados pela condição de estabilidade numérica (CN1), que restringe passos de cálculo Dt e Dx e
introduz atenuação e dispersão artificiais (quando CN< mas 1) – Necessidade de interpolações em sistemas com múltiplas condutas ou fluidos bifásicos – Necessidade de recorrer a hibridizações quando se descrevem outros fenómenos
Métodos de Diferenças Finitas (MDF)
Métodos implícitos (e.g., four-point-centered scheme) São incondicionalmente estáveis, não restringindo os passos de cálculo Dt e Dx – Passos de cálculo elevados afetam a convergência e criam perturbações artificiais – Tempo de computação mais elevado ; - Difícil implementação de CF complexas Métodos explícitos (e.g., Lax’s diffusive scheme) Fácil implementação – Limitados pela condição de estabilidade numérica (Cr1)
Método de Elementos Finitos
Não apresenta vantagens em problemas 1D
Métodos Lagrangeanos
Ex: Método de Propagação da Onda Característica (alternativa aos métodos eulereanos) Cálculo mais rápido e requerendo menos variáveis do que o MdC Fácil implementação de diferentes componentes
Métodos de Análise Espectral
Cálculo mais rápido e requerendo menos variáveis do que o MdC Fatores variáveis no tempo são facilmente incorporados na celeridade – Perda de precisão decorrente da linearização das equações – Difícil implementação de diferente componentes
44
MÉTODO DAS CARACTERÍSTICAS ANÁLISE CLÁSSICA
45
Objetivo do método das características – transformar o sistema hiperbólico de equações às derivadas
parciais num sistema de equações diferenciais ordinárias
Equações básicas
sendo
Transforma-as em duas equações características
02
x
Q
gA
a
t
H
0'
QQR
x
HgA
t
Q DA
fR
2´
adt
dx0' QQR
dt
dH
a
gA
dt
dQválidas
ANÁLISE CLÁSSICA
46
Desprezando os termos convectivos: – integrando as equações ao longo das linhas
características entre A e P e entre B e P,
têm-se:
Condição de estabilidade numérica de Courant-Friedrich-Lewy
Ideal seria:
MÉTODO DAS CARACTERÍSTICAS
0':
P
A
APAP dtQQRgA
aQQ
gA
aHHC
0':
P
B
BPBP dtQQRgA
aQQ
gA
aHHC
j-1
j-1
B
P
A
t
C+ C-
i-1 i i+1 x
Interior sections
Initial condition
Upstream boundary condition
Downstream boundary condition
t
Dx Dx Dx Dx Dx
Dt
Dt
Dt
x
j-1
j-1
B
P
A
t
C+ C-
i-1 i i+1 x
Interior sections
Initial condition
Upstream boundary condition
Downstream boundary condition
t
Dx Dx Dx Dx Dx
Dt
Dt
Dt
x
adt
dx a
dt
dx
1/
DD
tx
aCR
a x / t D D
ANÁLISE CLÁSSICA
47
Não desprezando os termos convectivos:
– as equações características seriam as mesmas mas válidas ao longo de curvas:
Condição de estabilidade numérica de Courant-Friedrich-Lewy
Resolução: – Recorrendo à malha retangular com
interpolações lineares no tempo/espaço
– Recorrendo à malha característica
MÉTODO DAS CARACTERÍSTICAS
aVdt
dx0' QQR
dt
dH
a
gA
dt
dQválidas
1/
DD
tx
aVCR
x
t
i - 1 i i+1 x
j
j - 1
B
P
A
t
C+
C-
aVdt
dx aV
dt
dx
INTEGRAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA
Termo
Sendo f = factor de Darcy e
Sem perdas de carga
Aproximações de regime permanente:
– Assumo que o termo é constante e igual ao de regime permanente
P
BA
P
BA
P
BA
dtQQQfgDA
adtQQ
DA
Qf
gA
adtQQR
gA
aI
/
2
//22
'
P
B
o dtQQQfgDA
aI
oo22
DA
fR
2´
0I
Forma mais simples, estável, mas menos exacta
INTEGRAÇÃO DAS PERDAS DE CARGA
Aproximações de regime quase - permanente:
– Esquemas explícitos de 1.ª ordem (assumo igual ao do instante anterior)
– Esquemas implícitos de 2.ª ordem (assumo q dependem deste instante e do anterior)
P
A
AAA dtQQQfgDA
aI
22
Simples, mas instáveis para elevadas perdas de carga
P
A
A dtQfgDA
aI P
QP
QAQAQ
22 2
P
A
APA dtQQQfgDA
aI
22
P
A
A dtQfgDA
aI P
QAQP
QAQ
222 2
Todos são incondicionalmente estáveis para qualquer perda de carga O último tem vantagens porque pode ser rearranjado nas equações características e torná-las num sistema de equações lineares