regime jurídico Único consolidado

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Cadernos MAREda Reforma do Estado

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Regime Jurdico nico ConsolidadoLei n 8.112, de 11/12/90, consolidao publicada no DOU de 18/03/98

MARE

Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado

MARE

Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado

Ministra Cludia Costin Chefe de Gabinete Jos Walter Vazquez Filho Secretria da Reforma do Estado Angela Santana Secretrio de Tecnologia da Informao Rainer Weiprecht Secretrio de Recursos Humanos Luiz Carlos de Almeida Capella Secretrio de Logstica e Projetos Especiais Carlos Csar Pimenta Presidente da ENAP Escola Nacional de Administrao Pblica Regina Silvia Viotto Monteiro Pacheco Equipe Tcnica do Caderno n 14: Secretaria de Recursos Humanos Luiz Carlos de Almeida Capella Ricardo da Silva Souza Cleuza Takafuji

Cadernos MAREda Reforma do Estado

Regime Jurdico nico ConsolidadoLei n 8.112, de 11/12/90, consolidao publicada no DOU de 18/03/98

Caderno 14

MARE

Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado

Braslia - DF / 1998

Conselho EditorialCiro Campos Christo Fernandes - presidente Cludio Seiji Sato Frederico Raphael C. Duro Brito Sheila Maria Reis Ribeiro Selene Marinho Machado Maria Lcia Casasanta Brzzi Letcia Schwarz Marianne Nassuno

Projeto e Editorao GrficaJoo Carlos Machado Ribeiro

Cludio Seiji Sato Jos Murilo C. Carvalho Jnior Selene Marinho Machado Roberta Figueiredo Abreu Cruz Joo Carlos Machado Ribeiro Antnia da Silva Farago Maria das Graas Sousa Guimares Thaisis Barboza Souza (estagiria)

Copyright MARE,1998. 1 Edio, 29 de maio de 1998

MAREImpresso no Brasil

Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado

Sala 740, Fones: (061) 313-1451 Esplanada dos Ministrios, bloco C. Braslia - DF CEP 70046-900

Brasil. Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado. Regime Jurdico nico Consolidado (Lei n 8.112, de 11/12/90) / Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado. Braslia: MARE, 1998. 115 p. (Cadernos MARE da reforma do estado; c. 14) 1. Servidor pblico - Legislao - Brasil. I.Ttulo. II. srie. CDD - 351.0073

SumrioA Reviso do Regime Jurdico nico .......................................................9 Ttulo I Captulo nico Das Disposies Preliminares (arts. 1 a 4) .............................................19 Ttulo II Do Provimento, Vacncia, Remoo, Redistribuio e Substituio (arts.5 a art.39) .............................................. 20 Captulo I Do Provimento (arts. 5 a 32) ................................................................... 20 Seo I - Disposies Gerais (arts. 5 a 8) ........................................ 20 Seo II - Da Nomeao (arts. 9 e 10) .............................................. 21 Seo III - Do Concurso Pblico (arts. 11 e 12) ................................ 21 . Seo IV - Da Posse e do Exerccio (arts. 13 a 20) ............................22 Seo V - Da Estabilidade (arts. 21 e 22) .......................................... 25 Seo VI - Da Transferncia (art. 23) ................................................. 25 Seo VII - Da Readaptao (art. 24) ................................................ 25 Seo VIII - Da Reverso (arts. 25 a 27)............................................ 25 Seo IX - Da Reintegrao (art. 28) .................................................. 26 Seo X - Da Reconduo (art. 29) .................................................... 26 Seo XI - Da Disponibilidade e do Aproveitamento (arts. 30 a 32) .................................................................... 26 Captulo II Da Vacncia (arts. 33 a 35) ....................................................................... 27 Captulo III Da Remoo e da Redistribuio (arts. 36 e 37) ....................................... 27 Seo I - Da Remoo (art. 36) .......................................................... 27 Seo II - Da Redistribuio (art. 37) ................................................. 28 Captulo IV Da Substituio (arts. 38 e 39) .................................................................. 29 Ttulo III Dos Direitos e Vantagens (arts. 40 a 115) ..................................................... 30 Captulo I Do Vencimento e da Remunerao (arts. 40 a 48) ...................................30 Captulo II Das Vantagens (arts. 49 e 50) ................................................................... 32 Seo I - Das Indenizaes (arts. 51 e 52) ......................................... 32 Subseo I - Da Ajuda de Custo (arts. 53 a 57) ............................32 Subseo II - Das Dirias (arts. 58 e 59) ...................................... 33 Subseo III - Da Indenizao de Transporte (art. 60) ................ 34 Seo II - Das Gratificaes e Adicionais (art. 61) ............................34 Subseo I - Da Retribuio pelo Exerccio de Funo de Direo, Chefia e Assessoramento (Redao dada pela Lei no 9.527, de 10.12.97) (art. 62) ..................34

IISubseo II - Da Gratificao Natalina (arts. 63 a 66) ................. 35 Subseo III - Do Adicional por Tempo de Servio (art. 67) ...... 35 Subseo IV - Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades Penosas (arts. 68 a 72) ................... 35 Subseo V - Do Adicional por Servio Extraordinrio (arts. 73 e 74) .................................. 36 Subseo VI - Do Adicional Noturno (art. 75) ............................. 36 Subseo VII - Do Adicional de Frias (art. 76) .......................... 37 Captulo III Das Frias (arts. 77 a 80) ...........................................................................37 Captulo IV Das Licenas (arts. 81 a 92) ...................................................................... 38 Seo I - Disposies Gerais (arts. 81 e 82) ....................................... 38 Seo II - Da Licena por Motivo de Doena em Pessoa da Famlia (arts. 83) ........................................................... 39 Seo III - Da Licena por Motivo de Afastamento do Cnjuge (art. 84).......................................................... 39 Seo IV - Da Licena para o Servio Militar (art. 85) ....................... 39 Seo V - Da Licena para Atividade Poltica (art. 86) ...................... 40 Seo VI - Da Licena para Capacitao (arts. 87 a 90) .................... 40 Seo VII - Da Licena para Tratar de Interesses Particulares (art. 91) ........................................................ 40 Seo VIII - Da Licena para o Desempenho de Mandato Classista (art. 92) ............................................................ 41 Captulo V Dos Afastamentos (arts. 93 a 96) .............................................................. 41 Seo I - Do Afastamento para Servir a Outro rgo ou Entidade (art. 93)............................................................ 41 Seo II - Do Afastamento para Exerccio de Mandato Eletivo (art. 94) .............................................. 42 Seo III - Do Afastamento para Estudo ou Misso no Exterior (arts. 95 e 96) ................................................ 43 Captulo VI Das Concesses (arts. 97 a 99) .................................................................. 43 Captulo VII Do Tempo de Servio (arts. 100 a 103) .................................................... 44 Captulo VIII Do Direito de Petio (arts. 104 a 115) .................................................... 46 Ttulo IV Do Regime Disciplinar (arts. 116 a 142) ........................................................ 47 Captulo I Dos Deveres (art. 116) .............................................................................. 47 Captulo II Das Proibies (art. 117) ...........................................................................48 Captulo III Da Acumulao (arts. 118 a 120 ............................................................... 49 Captulo IV Das Responsabilidades (arts. 121 a 126) .................................................. 50 Captulo V Das Penalidades (arts. 127 a 142) ............................................................. 51

IIITtulo V Do Processo Administrativo Disciplinar (arts. 143 a 182) ............................. 56 Captulo I Disposies Gerais (arts. 143 a 146) ......................................................... 56 Captulo II Do Afastamento Preventivo (art. 147) ...................................................... 57 Captulo III Do Processo Disciplinar (arts. 148 a 182) ................................................. 57 Seo I - Do Inqurito (arts. 153 a 166) ............................................. 58 Seo II - Do Julgamento (arts. 167 a 173) ........................................ 61 Seo III - Da Reviso do Processo (arts. 174 a 182) ........................ 62 Ttulo VI Da Seguridade Social do Servidor (arts. 183 a 231) ...................................... 63 Captulo I Disposies Gerais (arts. 183 a 185) ......................................................... 63 Captulo II Dos Benefcios (arts. 186 a 229) ............................................................... 65 Seo I - Da Aposentadoria (arts. 186 a 195) ..................................... 65 Seo II - Do Auxlio-Natalidade (art. 196) ....................................... 67 Seo III - Do Salrio-Famlia (art. 197 a 201) .................................. 67 Seo IV - Da Licena para Tratamento de Sade (art. 202 a 206) ... 68 Seo V - Da Licena Gestante, Adotante e da Licena-Paternidade (arts. 207 a 210) ................................ 68 Seo VI - Da Licena por Acidente em Servio (arts. 211 a 214) .... 69 Seo VII - Da Penso (arts. 215 a 225) ............................................ 70 Seo VIII - Do Auxlio-Funeral (arts. 226 a 228) ............................. 72 Seo IX - Do Auxlio-Recluso (art. 229) ......................................... 73 Captulo III Da Assistncia Sade (art. 230) ............................................................. 73 Captulo IV Do Custeio (art. 231) ................................................................................. 74 Ttulo VII Captulo nico Da Contratao Temporria de Excepcional Interesse Pblico (arts. 232 a 235) ............................................................ 74 Ttulo VIII Captulo nico Das Disposies Gerais (arts. 236 a 242) .................................................. 74 Ttulo IX Captulo nico Das Disposies Transitrias e Finais (arts. 243 a 253) ............................ 76 Quadro Comparativo das alteraes Lei n 8.112, de 11/12/90 .... 79 Quadro Comparativo das alteraes na legislao complementar Lei n 8.112 de 11/12/90 ..................................................................... 103

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A Reviso do Regime Jurdico nicoLuiz Carlos de Almeida Capella1

Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado representou um esforo de diagnstico e de estabelecimento de objetivos e diretrizes para a reforma da administrao pblica brasileira. O Plano Diretor focalizou as condies do mercado de trabalho, situando a poltica de recursos humanos que vinha sendo praticada na administrao pblica. Por outro lado, distinguiu trs dimenses nos problemas identificados: na dimenso institucional-legal, os obstculos legais ao avano em direo a uma maior eficincia do aparelho do Estado; na dimenso cultural, a coexistncia, na administrao pblica brasileira, de valores patrimonialistas e principalmente burocrticos, com as modernas orientaes gerenciais e, na dimenso da gesto, a necessidade de novos mtodos e ferramentas gerenciais, particularmente em relao administrao dos recursos humanos. A opo adotada pelo governo no sentido de propiciar a ampla discusso das reformas constitucionais com o parlamento e com a sociedade - implicando numa prolongada tramitao das propostas de emenda constitucional - acabou por lanar um desafio ao prprio governo: cumprir uma agenda de reformas do cotidiano, combatendo desde j, as causas que justificaram algumas das mudanas constitucionais propostas e preparando o terreno para a sua implementao futura. No decorrer de 1996 e 1997, alm da formulao, discusso e acompanhamento da proposta de emenda constitucional da reforma da administrao pblica, o Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado dedicou-se a essa agenda, promovendo estudos e desenvolvendo aes de reformulao da legislao infraconstitucional, que rege as relaes de trabalho no setor pblico. A partir da redefinio dos setores do Estado e do perfil da fora de trabalho necessria ao novo modelo, foram editadas normas e proposta a legislao para a regulamentao, dentre outros, dos seguintes itens: criao e qualificao de organizaes sociais, no setor pblico no-estatal;

O

1 Luiz Carlos de Almeida Capella Secretrio de Recursos Humanos do Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado.

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qualificao de autarquias como agncias executivas, com maior autonomia de gesto e sujeitas a mecanismos de responsabilizao por resultados; recrutamento de pessoal para as carreiras denominadas tpicas de Estado, mediante programao previamente fixada at o ano 2.000, fato indito na administrao federal; extino de cargos em nveis de escolaridade auxiliar e intermedirio; definio da poltica e das regras de terceirizao para as atividades atribudas aos cargos extintos, referidos no item anterior.

De igual modo, sob a inspirao dos princpios da administrao gerencial, comearam a ser revistas, atualizadas e consolidadas as normas j existentes no mbito dos sistemas de servios gerais e de recursos humanos, deslocando-se a preocupao, na elaborao dos textos legais, do controle sobre processos para o controle com base em resultados. O Regime Jurdico nico dos servidores civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais, institudo pela Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, mereceu grande ateno nesse processo de reformulao legal: em pouco mais de doze meses, foram alterados 58 dos seus 253 artigos originais e ainda, revogados outros 7 artigos e 13 alneas, incisos e pargrafos. bom frisar que essas reformulaes - de grande impacto cultural sobre os gestores e sobre a administrao de recursos humanos no setor pblico - foram orientadas por uma constante preocupao de preservar os direitos adquiridos, cabendo registrar que at o momento nenhuma das teses jurdicas nelas defendidas foi questionada perante o Poder Judicirio. Concebido no contexto do retrocesso constitucional verificado em 1988, no captulo da administrao pblica, que resultou em inmeras amarras de ordem burocrtica sem precedentes na histria republicana, o Regime Jurdico nico tinha acentuado carter protecionista e inibidor do esprito empreendedor, materializando o equvoco da uniformizao das relaes de trabalho entre todos os servidores do Estado: do condutor de malas (cargo ainda hoje existente, com atribuies de conduo de malas postais, quando atualmente os Correios j terceirizam com sucesso suas atividades mediante franquia) ao auditor fiscal do tesouro nacional (cargo com atribuies indelegveis ao particular ou ao setor privado). Por essa razo, a estratgia empreendida na reformulao do Regime Jurdico nico visou produzir cinco efeitos prticos imediatos: gerar economias nas despesas de pessoal;

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corrigir distores e privilgios sem similares no mercado de trabalho; aprimorar e flexibilizar a gesto de recursos humanos; apoiar a implementao da administrao gerencial no processo de reforma do Estado, e promover adequaes de redao para a melhor compreenso e aplicao da norma.

Principais Mudanas no RJUA aprovao, em 1996, da Emenda Constitucional n. 11, possibilitou aos professores, tcnicos e cientistas estrangeiros serem servidores pblicos. O Regime Jurdico nico foi alterado para operacionalizar essa disposio constitucional, permitindo s universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais, atrair para a comunidade acadmica talentos originrios de qualquer parte do mundo. Em decorrncia da adoo da poltica de realizao regular de concursos pblicos para as carreiras denominadas tpicas de Estado, foi necessrio incluir na lei a previso do pagamento de inscrio para os concursos, quando indispensvel ao seu custeio, bem como a possibilidade de iseno de pagamento em situaes previstas no prprio edital. A administrao pblica passou a contar com a previso legal de importante instrumento de eqidade e democratizao do acesso aos concursos pblicos, podendo, se julgar conveniente, isentar de pagamento quem pode menos e cobrar de quem pode mais. Alm disso, essa matria vinha sendo objeto de vrios questionamentos judiciais quanto legalidade do pagamento da inscrio, o que ocasionou, por vrias vezes, o atraso ou at mesmo o cancelamento de processos de recrutamento de pessoal em rgos pblicos que prestam servios continuados sociedade. Tambm em sintonia com a poltica de realizao regular de concursos, foi aprimorada a gesto dos processos de recrutamento de pessoal. Quando a administrao decide recrutar pessoal, o faz motivada pela necessidade do servio e, na maioria dos casos, pela urgncia demandada por alguma ao ou atividade por ela executada. Foi a partir da considerao desse pressuposto lgico que se buscou conferir maior celeridade ao processo, que compreende desde o recrutamento at o incio do exerccio das atividades do servidor aprovado em concurso pblico. Assim sendo, foi eliminada a possibilidade de prorrogao do prazo de 30 dias para a posse, bem assim reduzido o prazo para a entrada em exerccio, de 30 para 15 dias, medidas que reduziram pela metade o tempo necessrio para que o candidato aprovado em concurso pblico comece a prestar seus servios sociedade.

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Seguindo esse mesmo raciocnio, foram fixados os limites mnimo e mximo de 10 e 30 dias, respectivamente, para o servidor entrar em exerccio em outra localidade, no caso de transferncia, remoo, redistribuio, requisio, cesso ou exerccio provisrio, contados da publicao do ato. O prazo anterior era rgido - fixado em 30 dias - permitindo por exemplo, que um servidor lotado no Rio de Janeiro e que passasse a trabalhar em Niteri, dispendesse 30 dias para se apresentar no novo local de trabalho, sem prejuzo de sua remunerao. Com a nova regulamentao, cada caso poder ser considerado em funo da real necessidade de tempo requerida para a mudana e instalao do servidor em outra localidade. Outra medida adotada em decorrncia da poltica de realizao regular de concursos pblicos: foi regulamentado o exerccio de cargo em comisso, durante o estgio probatrio. Assim, o servidor em estgio probatrio poder se afastar do seu cargo efetivo para o exerccio de cargo em comisso em outro rgo, inclusive em outros Poderes ou esferas de governo, desde que venha a ocupar cargos de maior relevncia, do grupo DAS, nos nveis 6, 5 e 4 ou de natureza especial. Permanecendo no seu prprio rgo, poder ter exerccio em qualquer cargo em comisso ou funo. Essa medida disciplina com clareza os parmetros para a avaliao do servidor em estgio probatrio, no cargo para o qual se habilitou em concurso pblico sem, no entanto, impedir a administrao pblica de aproveitar de imediato esse servidor em cargos e funes de relevo na mquina pblica, em decorrncia da aptido ou experincia profissionais que possua. Como j assinalado, o Regime Jurdico nico preocupou-se excessivamente em proteger o servidor, at mesmo em detrimento do servio pblico e da sociedade. Procurou-se corrigir essa distoro e eliminar a interferncia do interesse privado sobre a distribuio da fora de trabalho no setor pblico. Anteriormente, na hiptese de uma empresa privada transferir o local de trabalho de algum empregado que tivesse como cnjuge ou companheiro(a), um servidor ou servidora pblica, a legislao obrigava a administrao a conceder a remoo ao seu servidor, muitas vezes para rgos pblicos nos quais no havia necessidade dessa fora de trabalho. No raro, essas remoes se davam para cidades tursticas ou litorneas. Assim, foi includa na lei a condio restritiva de que o cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, para que seja efetivada a remoo para acompanhar cnjuge ou companheiro ou por motivo de sade do servidor, cnjuge, companheiro ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional. Ainda visando a eliminao da interferncia de interesses privados, a permisso do exerccio provisrio para acompanhar cnjuge ou companheiro que tenha sido deslocado para outro ponto

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do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo, s poder ser concedida quando o cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios. Uma mudana de grande repercusso no sentido de flexibilizar a gesto de recursos humanos foi a nova regulamentao para o instituto da redistribuio, que passou a ser um importante instrumento de apoio ao processo de reforma do Estado. Esse instituto a ferramenta de que dispe a administrao para ajustar sua fora de trabalho s necessidades do servio pblico. Facilitando a organizao e ajustamento da fora de trabalho dos rgos e entidades em processo de reorganizao, a nova regulamentao da redistribuio permite o deslocamento no somente dos cargos ocupados, como tambm dos cargos vagos, possibilitando que os servidores que no forem aproveitados sejam mantidos sob responsabilidade do rgo central do Sistema de Pessoal Civil da Administrao Federal - SIPEC, de forma a no onerar ou dificultar o processo de reorganizao ou extino. Medida de moralizao foi a mudana empreendida na substituio remunerada de cargos em comisso e funes de confiana. Quando o titular do cargo ou funo se afastava, desencadeava uma corrente de substituies fictcias e em cascata, desde esse nvel hierrquico, at o mais baixo. Levando-se em conta que normalmente so 6 os nveis hierrquicos das organizaes pblicas, a concesso de frias ou licena de um servidor implicava na possibilidade do pagamento de substituies a outros 5 servidores. Assim, foi eliminada a substituio em cascata: a nova regra estabelece que o substituto assume automtica e cumulativamente o exerccio do cargo em comisso ou funo de confiana, sem prejuzo do cargo que ocupa. Alm disso, foi restringida a percepo de remunerao ao perodo que exceder o trigsimo dia de substituio ininterrupta. Foi contemplada ainda, a substituio no caso de vacncia de cargo, hiptese em que o nomeado na condio de interino ou o substituto designado, receber a remunerao correspondente ao perodo de efetiva substituio. No caso do interino ou substituto j ser titular de um outro cargo ou funo, o mesmo perceber a remunerao de um deles, de acordo com a sua opo. A regulamentao da concesso de frias tambm passou por diversas modificaes, visando a reduo de gastos, o combate a privilgios e a adequao das normas s necessidades do servidor e da administrao. A converso em pecnia de 1/3 das frias foi extinta e reduzidas de 60 para 30 dias as frias dos servidores ocupantes de cargo efetivo de advogado, assistente jurdico, procurador e demais integrantes do Grupo Jurdico. Alm disso, foi permitido o

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parcelamento, em at trs etapas, do gozo das frias, desde que assim requerido pelo servidor e no interesse da administrao. De igual modo, promoveu-se a flexibilizao da jornada de trabalho do servidor pblico. Foi eliminado o limite de 60 minutos para atrasos, ausncias e sadas antecipadas, que acarretava a perda, pelo servidor, de remunerao proporcional. A nova regulamentao permite a compensao de horrios at o ms subseqente, com a anuncia da chefia imediata. O servidor portador de deficincia passou a ter direito a horrio especial, independentemente de compensao, evitando-se situaes de segregao e de aposentadoria precoce. O horrio especial tambm foi facultado ao servidor que tenha cnjuge, filho ou dependente portador de deficincia fsica, exigindo-se, porm, a compensao de horrio. Outra mudana que representou um aperfeioamento da legislao, flexibilizando normas e proporcionando economia de recursos: at recentemente, quando um servidor ocupante, por exemplo, de dois cargos de professor, era convidado a exercer um cargo em comisso, a legislao obrigava o seu afastamento de ambos, com remunerao. Em muitos casos, o afastamento acarretava ainda a necessidade de contratar um outro professor para substituir o servidor afastado. Essa distoro foi corrigida, sendo possvel agora que o servidor exera pelo menos um dos cargos de professor, desde que haja compatibilidade de horrios e local e anuncia das chefias, sendo-lhe assegurada a remunerao de ambos, conforme previsto na Constituio. Acrescente-se o fato de que a administrao tambm passou a poder evitar a contratao do professor substituto. Corrigindo distores e privilgios sem similares no mercado de trabalho, as licenas dos servidores pblicos tambm foram objeto de nova regulamentao. A licena prmio por assiduidade foi transformada em licena para capacitao, equivalente a um afastamento de at trs meses remunerados, para utilizao em programas de capacitao. Esta licena poder ser concedida a cada 5 anos ininterruptos de efetivo exerccio. A antiga licena prmio era concedida sem qualquer contrapartida por parte do servidor e, quando no gozada, assegurava a contagem do seu tempo em dobro, para efeito de aposentadoria. Essa reformulao lanou as bases para a adoo de uma poltica nacional de capacitao dos servidores. Ainda como medida de aperfeioamento da legislao, foi ampliado o perodo da licena para o trato de interesses particulares, sem remunerao, de at 2 anos para at 3 anos consecutivos, com possibilidade de prorrogao por perodo no superior a esse limite. Com o objetivo de moralizar a utilizao da licena por motivo de doena em pessoa da famlia do servidor, foi excludo o parente colateral consangneo ou afim at o segundo grau civil e includo o dependente que viva s expensas do servidor e conste dos seus assentamentos funcionais. De outro lado, foi acrescido como requisito para a concesso da licena, a impossibilidade de compensao de

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horrios e reduzido o prazo de remunerao da licena de 90 para 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, mediante parecer de junta mdica oficial e, excedendo estes prazos, prorrogado sem remunerao por at 90 dias. Foi reduzido o prazo da licena para atividade poltica, que passou a compreender o perodo que vai do registro da candidatura at o 10 dia seguinte ao do pleito; anteriormente, ele se estendia at o 15 dia. Foi estabelecido ainda, o limite mximo de 3 meses para a concesso da licena remunerada, que anteriormente chegava a 4 meses e assegurado o direito percepo de vencimentos e no de remunerao. Segundo dados colhidos junto ao TSE, nas eleies de 1994, considerando-se 24 das 27 unidades da Federao, mais de 100 mil servidores pblicos federais, estaduais e municipais foram candidatos a cargos eletivos. A licena para mandato classista em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso foi mantida, retirada, porm, a remunerao e fixados novos limites para o nmero de servidores em licena, conforme o porte da entidade. Com relao licena remunerada para tratamento de sade do prprio servidor, o perodo considerado como de efetivo exerccio foi limitado a 24 meses cumulativos, ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio. Este limite no impede que esta licena seja concedida ao servidor com perodo acumulado superior a 24 meses, ao longo da sua vida funcional, mas o perodo de licena que exceda a este limite passa a ser considerado apenas para aposentadoria e disponibilidade. Foi estabelecido ainda que, quando o servidor atingir, no mesmo exerccio, o limite de 30 dias de licena, consecutivos ou no, a concesso de nova licena, independentemente do prazo de sua durao, depender de deciso da junta mdica oficial. Essas duas medidas buscam reduzir a taxa de absentesmo. As normas para reposies e indenizaes ao errio, devidas pelos servidores, sofreram modificaes com vistas moralizao e aperfeioamento da gesto de recursos humanos. A indenizao ser efetuada em parcelas cujo valor no exceda 10% da remunerao. A reposio ser efetuada em parcelas no excedentes a 25% ou em uma nica parcela, quando constatado pagamento indevido no ms anterior ao do processamento da folha de pagamento. Com regras mais claras, j houve reduo na incidncia de erros no pagamento de importncias atravs da folha. Com relao ao pagamento de ajuda de custo, muito comum tendo em vista que a Unio conta com rgos disseminados em todo o territrio nacional e servidores em constante movimentao, para atender s necessidades de servio, foi introduzida a vedao ao duplo pagamento para o casal de servidores que passar a ter exerccio em nova sede. No raro, ocorria o recebimento da ajuda de custo por um

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dos cnjuges, por motivo de mudana de sede, seguido de novo requerimento solicitado pelo outro cnjuge, baseado no mesmo motivo, resultando em duplo pagamento. Vale ressaltar que o valor da ajuda de custo pode alcanar o equivalente a 3 remuneraes a que tiver direito o servidor. Outra importante inovao: o dispositivo que regulamenta o pagamento de dirias foi modificado para melhor explicitar a natureza, os fundamentos e as finalidades de sua concesso. Alm disso, foi includa na lei a previso da concesso de dirias para os afastamentos no exterior. Tambm foi estabelecida a concesso de meia diria, na hiptese da Unio custear, por outros meios, as despesas extraordinrias cobertas pelas dirias, evitando-se a duplicidade de despesas. Foi restringida a concesso de dirias para deslocamentos entre cidades dentro de regio metropolitana, de aglomerao urbana ou microrregio, constituda por municpios limtrofes, ou de reas de controle integrado mantidas com pases limtrofes, nas quais os rgos e servidores da administrao brasileira tenham jurisdio e competncia estendidas. Nestas situaes, as dirias s sero devidas se houver pernoite fora da sede do servidor, sendo pagas de acordo com os valores fixados para os afastamentos dentro do territrio nacional. Estas medidas asseguram a moralidade e proporcionam economia nas despesas com pagamento de dirias. Como medida de reduo de despesas, mas tambm motivada na necessidade de restringir privilgios e valorizar os servidores em atividade, foi extinta a incorporao de parcelas remunerao do servidor, pelo exerccio de funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de natureza especial. Estas parcelas, denominadas dcimos, ficam transformadas em vantagem pessoal, assegurado o direito adquirido dos servidores que, at a data da edio da Medida Provisria que extinguiu esta vantagem (11 de novembro de 1997), j tiverem cumprido os requisitos para sua incorporao ou atualizao. A despesa mensal com dcimos incorporados era de R$ 44 milhes, sendo R$ 24 milhes com servidores ativos e R$ 20 milhes com inativos e pensionistas. Existem na estrutura do governo federal, 71.357 cargos e funes passveis de incorporao. A extino desta vantagem corrige o pressuposto equivocado de que o servidor deva ser remunerado pelo que foi no passado e no pelo que no presente. Assim, um servidor que tenha ocupado o cargo de Diretor de Departamento podia fazer jus, pelo resto de sua vida, remunerao como diretor (ou parte dela), mesmo tendo sofrido decesso para chefe de diviso, por exemplo. Medida que elimina benefcio injustificado foi a extino do adicional concedido por ocasio da passagem do servidor inatividade, previsto no art. 192 da Lei n. 8.112/90. Esta vantagem implicava na ascenso do aposentado na escala de vencimentos, resultando na percepo de proventos superiores sua remunerao,

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quando na situao de ativo. Trata-se de disposio estimuladora da aposentadoria precoce do servidor. Obrigando-se ao mesmo tratamento que exige dos outros entes da federao, a Unio passou a ser responsvel pelo nus financeiro das requisies de servidores de outras esferas de governo, bem como de empresas pblicas e sociedades de economia mista que no recebam recursos financeiros do Tesouro Nacional, para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento. Importante mudana para o aprimoramento e flexibilizao da gesto de recursos humanos foi a introduo da permisso de terceirizao da percia, avaliao ou inspeo mdica, na ausncia de mdico ou junta mdica oficial. A terceirizao ser realizada preferencialmente, mediante convnio com unidades de atendimento do sistema pblico de sade, entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pblica, ou com o INSS. Tambm foi prevista a possibilidade de contratao de empresa privada para atender essas funes. Com relao regulamentao do processo administrativo disciplinar, foi institudo rito sumrio para a apurao dos casos de acumulaes ilcitas de cargos, empregos ou funes, de abandono de cargo e de inassiduidade habitual, preservando o princpio do contraditrio e da ampla defesa do indiciado. A agilizao de procedimentos e prazos est possibilitando uma ao mais rpida e efetiva do Estado em situaes que no exigem apuraes complexas e so de fcil comprovao. Em consonncia com a reforma da Previdncia, que se encontra tramitando no Congresso Nacional, o Plano de Seguridade Social do servidor passou a contar com recursos provenientes da arrecadao de contribuies sociais obrigatrias dos servidores ativos dos Poderes da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas. A partir da vigncia da Medida Provisria n. 1.415, de 29 de abril de 1996, e at 30 de maro de 1998, o Plano de Seguridade Social foi custeado, tambm, com o produto da arrecadao de contribuies sociais dos servidores inativos. Por fim, foi introduzido na lei dispositivo que autoriza a exonerao, no interesse da administrao, dos servidores no estveis, nos termos do disposto no art. 19 do Ato das Disposies Constitucionais Transitrias. Trata-se de servidores recrutados sem concurso pblico que, por ocasio da promulgao da Constituio de 1988, no contavam com cinco anos de exerccio ininterrupto na administrao pblica. Foi previsto ainda, o pagamento de indenizao de um ms de remunerao por ano de efetivo exerccio no servio pblico federal, bem assim a extino dos cargos vagos decorrentes dessa exonerao, quando considerados desnecessrios. Tambm como medidas de conteno de despesas de pessoal, foi extinta a aposentadoria com a vantagem do cargo em comisso ou

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funo de confiana, que era concedida desde que o servidor tivesse exercido o cargo ou funo por um perodo de 5 anos consecutivos ou 10 interpolados. O adicional por tempo de servio recebeu uma nova regulamentao: anteriormente, era incorporado razo de 1% ao ano, sem limite mximo; agora, conforme a nova regra, a incorporao se faz razo de 5% a cada 5 anos de servio, sujeito a um limite equivalente a 35% do valor do vencimento do servidor.

Outras MedidasAlm das alteraes dos dispositivos da Lei n. 8.112, de 1990, outras medidas foram adotadas visando produzir os cinco efeitos prticos imediatos referidos inicialmente. Em primeiro lugar, foram extintas a gratificao pelo exerccio em determinadas zonas ou locais, a gratificao especial de localidade prevista na Lei n. 6.861, de 26 de novembro de 1980, e a gratificao especial de localidade prevista no art. 17 da Lei n. 8.270, de 17 de dezembro de 1991. A extino visou evitar a concesso indiscriminada dessas gratificaes, que foram institudas na dcada de 70, com o propsito de compensar o servidor federal pelo exerccio em localidades interioranas, inspitas e de precrias condies de vida, num contexto distinto do atual. A sua extino se justifica face a inmeras distores na sua interpretao e prpria descaracterizao das circunstncias que levaram sua criao, com o processo de desenvolvimento verificado nas localidades onde eram pagas. No momento da sua extino, aproximadamente 18% da fora de trabalho estavam percebendo alguma destas trs gratificaes. Em segundo lugar, o auxlio alimentao foi convertido em pecnia, gerando economias imediatas em decorrncia da eliminao dos procedimentos burocrticos para a sua aquisio, guarda, distribuio e controle, bem como o pagamento de remunerao s empresas fornecedoras dos tickets. Finalmente, foi instituda a atualizao cadastral anual para aposentados e pensionistas, medida que reduz drasticamente a possibilidade de fraudes na concesso de aposentadorias e penses. Com a edio deste Caderno, o MARE pretende situar o contexto e explicitar as razes que fundamentam as medidas de reviso do Regime Jurdico nico na administrao federal, orientadas sempre pelas diretrizes da reforma do aparelho do Estado. Alm disso, cumpre o seu dever de informar corretamente os dirigentes e o servidor, facilitando o acesso s alteraes consolidadas e a quadros comparativos com as disposies anteriores e as atuais.

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LEI N 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990(Lei n 8.112, de 11/12/90, consolidao publicada no DOU DE 18/03/98)

Dispe sobre o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias e das fundaes pblicas federais.

O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TTULO I Captulo nico Das Disposies PreliminaresArt. 1 Esta Lei institui o Regime Jurdico dos Servidores Pblicos Civis da Unio, das autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundaes pblicas federais. Art. 2 Para os efeitos desta Lei, servidor a pessoa legalmente investida em cargo pblico. Art.3 Cargo pblico o conjunto de atribuies e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. Pargrafo nico. Os cargos pblicos, acessveis a todos os brasileiros, so criados por lei, com denominao prpria e vencimento pago pelos cofres pblicos, para provimento em carter efetivo ou em comisso. Art. 4 proibida a prestao de servios gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

20TTULO II Do Provimento, Vacncia, Remoo, Redistribuio e Substituio Captulo I Do Provimento Seo I Disposies GeraisArt. 5 So requisitos bsicos para investidura em cargo pblico: I - a nacionalidade brasileira; II - o gozo dos direitos polticos; III - a quitao com as obrigaes militares e eleitorais; IV - o nvel de escolaridade exigido para o exerccio do cargo; V - a idade mnima de dezoito anos; VI - aptido fsica e mental. 1 As atribuies do cargo podem justificar a exigncia de outros requisitos estabelecidos em lei. 2 s pessoas portadoras de deficincia assegurado o direito de se inscrever em concurso pblico para provimento de cargo cujas atribuies sejam compatveis com a deficincia de que so portadoras; para tais pessoas sero reservadas at 20 % (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 3 As universidades e instituies de pesquisa cientfica e tecnolgica federais podero prover seus cargos com professores, tcnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei. (Pargrafo includo pela Lei n 9.515, de 20.11.97) Art. 6 O provimento dos cargos pblicos far-se- mediante ato da autoridade competente de cada Poder. Art. 7 A investidura em cargo pblico ocorrer com a posse. Art. 8 So formas de provimento de cargo pblico: I - nomeao; II - promoo; III - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) IV - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - readaptao;

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VI - reverso; VII - aproveitamento; VIII - reintegrao; IX - reconduo.

Seo II Da NomeaoArt. 9 A nomeao far-se-: I - em carter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira; II - em comisso, inclusive na condio de interino, para cargos de confiana vagos. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. O servidor ocupante de cargo em comisso ou de natureza especial poder ser nomeado para ter exerccio, interinamente, em outro cargo de confiana, sem prejuzo das atribuies do que atualmente ocupa, hiptese em que dever optar pela remunerao de um deles durante o perodo da interinidade. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 10. A nomeao para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prvia habilitao em concurso pblico de provas ou de provas e ttulos, obedecidos a ordem de classificao e o prazo de sua validade. Pargrafo nico. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoo, sero estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administrao Pblica Federal e seus regulamentos. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo III Do Concurso PblicoArt. 11. O concurso ser de provas ou de provas e ttulos, podendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscrio do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensvel ao seu custeio, e ressalvadas as hipteses de iseno nele expressamente previstas. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 12. O concurso pblico ter validade de at 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma nica vez, por igual perodo.

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1 O prazo de validade do concurso e as condies de sua realizao sero fixados em edital, que ser publicado no Dirio Oficial da Unio e em jornal dirio de grande circulao. 2 No se abrir novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade no expirado.

Seo IV Da Posse e do ExerccioArt. 13. A posse dar-se- pela assinatura do respectivo termo, no qual devero constar as atribuies, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que no podero ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de ofcio previstos em lei. 1 A posse ocorrer no prazo de trinta dias contados da publicao do ato de provimento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicao do ato de provimento, em licena prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipteses dos incisos I, IV, VI, VIII, alneas a, b, d, e e f, IX e X do art. 102, o prazo ser contado do trmino do impedimento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 A posse poder dar-se mediante procurao especfica. 4 S haver posse nos casos de provimento de cargo por nomeao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 5 No ato da posse, o servidor apresentar declarao de bens e valores que constituem seu patrimnio e declarao quanto ao exerccio ou no de outro cargo, emprego ou funo pblica. 6 Ser tornado sem efeito o ato de provimento se a posse no ocorrer no prazo previsto no 1 deste artigo. Art. 14. A posse em cargo pblico depender de prvia inspeo mdica oficial. Pargrafo nico. S poder ser empossado aquele que for julgado apto fsica e mentalmente para o exerccio do cargo. Art. 15. Exerccio o efetivo desempenho das atribuies do cargo pblico ou da funo de confiana. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo pblico entrar em exerccio, contados da data da posse. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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2 O servidor ser exonerado do cargo ou ser tornado sem efeito o ato de sua designao para funo de confiana, se no entrar em exerccio nos prazos previstos neste artigo, observado o disposto no art. 18. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 autoridade competente do rgo ou entidade para onde for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exerccio. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 4 O incio do exerccio de funo de confiana coincidir com a data de publicao do ato de designao, salvo quando o servidor estiver em licena ou afastado por qualquer outro motivo legal, hiptese em que recair no primeiro dia til aps o trmino do impedimento, que no poder exceder a trinta dias da publicao. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 16. O incio, a suspenso, a interrupo e o reincio do exerccio sero registrados no assentamento individual do servidor. Pargrafo nico. Ao entrar em exerccio, o servidor apresentar ao rgo competente os elementos necessrios ao seu assentamento individual. Art. 17. A promoo no interrompe o tempo de exerccio, que contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de publicao do ato que promover o servidor. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 18. O servidor que deva ter exerccio em outro municpio em razo de ter sido removido, redistribudo, requisitado, cedido ou posto em exerccio provisrio ter, no mnimo, dez e, no mximo, trinta dias de prazo, contados da publicao do ato, para a retomada do efetivo desempenho das atribuies do cargo, includo nesse prazo o tempo necessrio para o deslocamento para a nova sede. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 Na hiptese de o servidor encontrar-se em licena ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo ser contado a partir do trmino do impedimento. (Pargrafo renumerado e alterado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 19. Os servidores cumpriro jornada de trabalho fixada em razo das atribuies pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a durao mxima do trabalho semanal de quarenta horas e observados os limites mnimo e mximo de seis horas e oito horas dirias, respectivamente. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 1 O ocupante de cargo em comisso ou funo de confiana submete-se a regime de integral dedicao ao servio, observado o

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disposto no art. 120, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administrao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 O disposto neste artigo no se aplica a durao de trabalho estabelecida em leis especiais. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 8.270, de 17.12.91) Art. 20. Ao entrar em exerccio, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficar sujeito a estgio probatrio por perodo de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual a sua aptido e capacidade sero objeto de avaliao para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores: I - assiduidade; II - disciplina; III - capacidade de iniciativa; IV - produtividade; V- responsabilidade. 1 Quatro meses antes de findo o perodo do estgio probatrio, ser submetida homologao da autoridade competente a avaliao do desempenho do servidor, realizada de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento do sistema de carreira, sem prejuzo da continuidade de apurao dos fatores enumerados nos incisos I a V deste artigo. 2 O servidor no aprovado no estgio probatrio ser exonerado ou, se estvel, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no pargrafo nico do art. 29. 3 O servidor em estgio probatrio poder exercer quaisquer cargos de provimento em comisso ou funes de direo, chefia ou assessoramento no rgo ou entidade de lotao, e somente poder ser cedido a outro rgo ou entidade para ocupar cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em comisso do Grupo-Direo e Assessoramento Superiores - DAS, de nveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 4 Ao servidor em estgio probatrio somente podero ser concedidas as licenas e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar de curso de formao decorrente de aprovao em concurso para outro cargo na Administrao Pblica Federal. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 5 O estgio probatrio ficar suspenso durante as licenas e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, 1, 86 e 96, bem assim na hiptese de participao em curso de formao, e ser retomado a partir do trmino do impedimento. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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Seo V Da EstabilidadeArt. 21. O servidor habilitado em concurso pblico e empossado em cargo de provimento efetivo adquirir estabilidade no servio pblico ao completar 2 (dois) anos de efetivo exerccio. Art. 22. O servidor estvel s perder o cargo em virtude de sentena judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Seo VI Da TransfernciaArt. 23. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo VII Da ReadaptaoArt. 24. Readaptao a investidura do servidor em cargo de atribuies e responsabilidades compatveis com a limitao que tenha sofrido em sua capacidade fsica ou mental verificada em inspeo mdica. 1 Se julgado incapaz para o servio pblico, o readaptando ser aposentado. 2 A readaptao ser efetivada em cargo de atribuies afins, respeitada a habilitao exigida, nvel de escolaridade e equivalncia de vencimentos e, na hiptese de inexistncia de cargo vago, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo VIII Da ReversoArt. 25. Reverso o retorno atividade de servidor aposentado por invalidez, quando, por junta mdica oficial, forem declarados insubsistentes os motivos da aposentadoria. Art. 26. A reverso far-se- no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformao. Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo, o servidor exercer suas atribuies como excedente, at a ocorrncia de vaga. Art. 27. No poder reverter o aposentado que j tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

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Seo IX Da ReintegraoArt. 28. A reintegrao a reinvestidura do servidor estvel no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformao, quando invalidada a sua demisso por deciso administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens. 1 Na hiptese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficar em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31. 2 Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante ser reconduzido ao cargo de origem, sem direito indenizao ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

Seo X Da ReconduoArt. 29. Reconduo o retorno do servidor estvel ao cargo anteriormente ocupado e decorrer de: I - inabilitao em estgio probatrio relativo a outro cargo; II - reintegrao do anterior ocupante. Pargrafo nico. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor ser aproveitado em outro, observado o disposto no art. 30.

Seo XI Da Disponibilidade e do AproveitamentoArt. 30. O retorno atividade de servidor em disponibilidade far-se- mediante aproveitamento obrigatrio em cargo de atribuies e vencimentos compatveis com o anteriormente ocupado. Art. 31. O rgo Central do Sistema de Pessoal Civil determinar o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que vier a ocorrer nos rgos ou entidades da Administrao Pblica Federal. Pargrafo nico. Na hiptese prevista no 3 do art. 37, o servidor posto em disponibilidade poder ser mantido sob responsabilidade do rgo central do Sistema de Pessoal Civil da Administrao Federal - SIPEC, at o seu adequado aproveitamento em outro rgo ou entidade. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 32. Ser tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor no entrar em exerccio no prazo legal, salvo doena comprovada por junta mdica oficial.

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Captulo II Da VacnciaArt. 33. A vacncia do cargo pblico decorrer de: I - exonerao; II - demisso; III - promoo; IV - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) VI - readaptao; VII - aposentadoria; VIII - posse em outro cargo inacumulvel; IX - falecimento. Art. 34. A exonerao de cargo efetivo dar-se- a pedido do servidor, ou de ofcio. Pargrafo nico. A exonerao de ofcio dar-se-: I - quando no satisfeitas as condies do estgio probatrio; II - quando, tendo tomado posse, o servidor no entrar em exerccio no prazo estabelecido. Art. 35. A exonerao de cargo em comisso e a dispensa de funo de confiana dar-se-: (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) I - a juzo da autoridade competente; II - a pedido do prprio servidor. Pargrafo nico. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Captulo III Da Remoo e da Redistribuio Seo I Da RemooArt. 36. Remoo o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofcio, no mbito do mesmo quadro, com ou sem mudana de sede. Pargrafo nico. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de remoo: (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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I - de ofcio, no interesse da Administrao; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) II - a pedido, a critrio da Administrao; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administrao: (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) a) para acompanhar cnjuge ou companheiro, tambm servidor pblico civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, que foi deslocado no interesse da Administrao; (Alnea acrescentada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) b) por motivo de sade do servidor, cnjuge, companheiro ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada comprovao por junta mdica oficial; (Alnea acrescentada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) c) em virtude de processo seletivo promovido, na hiptese em que o nmero de interessados for superior ao nmero de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo rgo ou entidade em que aqueles estejam lotados. (Alnea acrescentada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo II Da RedistribuioArt. 37. Redistribuio o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no mbito do quadro geral de pessoal, para outro rgo ou entidade do mesmo Poder, com prvia apreciao do rgo central do SIPEC, observados os seguintes preceitos: (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) I - interesse da administrao; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) II - equivalncia de vencimentos; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) III - manuteno da essncia das atribuies do cargo; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) IV - vinculao entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - mesmo nvel de escolaridade, especialidade ou habilitao profissional; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) VI - compatibilidade entre as atribuies do cargo e as finalidades institucionais do rgo ou entidade. (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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1 A redistribuio ocorrer ex officio para ajustamento de lotao e da fora de trabalho s necessidades dos servios, inclusive nos casos de reorganizao, extino ou criao de rgo ou entidade. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 A redistribuio de cargos efetivos vagos se dar mediante ato conjunto entre o rgo central do SIPEC e os rgos e entidades da Administrao Pblica Federal envolvidos. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 Nos casos de reorganizao ou extino de rgo ou entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no rgo ou entidade, o servidor estvel que no for redistribudo ser colocado em disponibilidade, at seu aproveitamento na forma dos arts. 30 e 31. (Pargrafo renumerado e alterado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 4 O servidor que no for redistribudo ou colocado em disponibilidade poder ser mantido sob responsabilidade do rgo central do SIPEC, e ter exerccio provisrio, em outro rgo ou entidade, at seu adequado aproveitamento. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Captulo IV Da SubstituioArt. 38. Os servidores investidos em cargo ou funo de direo ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial tero substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omisso, previamente designados pelo dirigente mximo do rgo ou entidade. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 O substituto assumir automtica e cumulativamente, sem prejuzo do cargo que ocupa, o exerccio do cargo ou funo de direo ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacncia do cargo, hipteses em que dever optar pela remunerao de um deles durante o respectivo perodo. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 O substituto far jus retribuio pelo exerccio do cargo ou funo de direo ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporo dos dias de efetiva substituio, que excederem o referido perodo. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas organizadas em nvel de assessoria.

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TTULO III Dos Direitos e Vantagens Captulo I Do Vencimento e da RemuneraoArt. 40. Vencimento a retribuio pecuniria pelo exerccio de cargo pblico, com valor fixado em lei. Pargrafo nico. Nenhum servidor receber, a ttulo de vencimento, importncia inferior ao salrio-mnimo. Art. 41. Remunerao o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecunirias permanentes estabelecidas em lei. 1 A remunerao do servidor investido em funo ou cargo em comisso ser paga na forma prevista no art. 62. 2 O servidor investido em cargo em comisso de rgo ou entidade diversa da de sua lotao receber a remunerao de acordo com o estabelecido no 1 do art. 93. 3 O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de carter permanente, irredutvel. 4 assegurada a isonomia de vencimentos para cargos de atribuies iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos trs Poderes, ressalvadas as vantagens de carter individual e as relativas natureza ou ao local de trabalho. Art. 42. Nenhum servidor poder perceber, mensalmente, a ttulo de remunerao, importncia superior soma dos valores percebidos como remunerao, em espcie, a qualquer ttulo, no mbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Pargrafo nico. Excluem-se do teto de remunerao as vantagens previstas nos incisos II a VII do art. 61. Art. 43. (Revogado pela Lei n 9.624, de 2.4.98) Art. 44. O servidor perder: I - a remunerao do dia em que faltar ao servio, sem motivo justificado; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) II - a parcela de remunerao diria, proporcional aos atrasos, ausncias justificadas, ressalvadas as concesses de que trata o art. 97, e sadas antecipadas, salvo na hiptese de compensao de horrio,

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at o ms subseqente ao da ocorrncia, a ser estabelecida pela chefia imediata. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de fora maior podero ser compensadas a critrio da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exerccio. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 45. Salvo por imposio legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidir sobre a remunerao ou provento. Pargrafo nico. Mediante autorizao do servidor, poder haver consignao em folha de pagamento a favor de terceiros, a critrio da administrao e com reposio de custos, na forma definida em regulamento. Art. 46. As reposies e indenizaes ao errio sero previamente comunicadas ao servidor e descontadas em parcelas mensais em valores atualizados at 30 de junho de 1994. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 A indenizao ser feita em parcelas cujo valor no exceda dez por cento da remunerao ou provento. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 A reposio ser feita em parcelas cujo valor no exceda 25% da remunerao ou provento. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 A reposio ser feita em uma nica parcela quando constatado pagamento indevido no ms anterior ao do processamento da folha. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 47. O servidor em dbito com o errio, que for demitido, exonerado, ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, ou ainda aquele cuja dvida relativa a reposio seja superior a cinco vezes o valor de sua remunerao ter o prazo de sessenta dias para quitar o dbito. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 A no quitao do dbito no prazo previsto implicar sua inscrio em dvida ativa. (Pargrafo renumerado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 Os valores percebidos pelo servidor, em razo de deciso liminar, de qualquer medida de carter antecipatrio ou de sentena, posteriormente cassada ou revista, devero ser repostos no prazo de trinta dias, contados da notificao para faz-lo, sob pena de inscrio em dvida ativa. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 48. O vencimento, a remunerao e o provento no sero objeto de arresto, seqestro ou penhora, exceto nos casos de prestao de alimentos resultante de deciso judicial.

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Captulo II Das VantagensArt. 49. Alm do vencimento, podero ser pagas ao servidor as seguintes vantagens: I - indenizaes; II - gratificaes; III - adicionais. 1 As indenizaes no se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. 2 As gratificaes e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e condies indicados em lei. Art. 50. As vantagens pecunirias no sero computadas, nem acumuladas, para efeito de concesso de quaisquer outros acrscimos pecunirios ulteriores, sob o mesmo ttulo ou idntico fundamento.

Seo I Das IndenizaesArt. 51. Constituem indenizaes ao servidor: I - ajuda de custo; II - dirias; III - transporte. Art. 52. Os valores das indenizaes, assim como as condies para a sua concesso, sero estabelecidos em regulamento.

Subseo I Da Ajuda de CustoArt. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalao do servidor que, no interesse do servio, passar a ter exerccio em nova sede, com mudana de domiclio em carter permanente, vedado o duplo pagamento de indenizao, a qualquer tempo, no caso de o cnjuge ou companheiro que detenha tambm a condio de servidor, vier a ter exerccio na mesma sede. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 Correm por conta da administrao as despesas de transporte do servidor e de sua famlia, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais. 2 famlia do servidor que falecer na nova sede so assegurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do bito.

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Art. 54. A ajuda de custo calculada sobre a remunerao do servidor, conforme se dispuser em regulamento, no podendo exceder a importncia correspondente a 3 (trs) meses. Art. 55. No ser concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo. Art. 56. Ser concedida ajuda de custo quele que, no sendo servidor da Unio, for nomeado para cargo em comisso, com mudana de domiclio. Pargrafo nico. No afastamento previsto no inciso I do art. 93, a ajuda de custo ser paga pelo rgo cessionrio, quando cabvel. Art. 57. O servidor ficar obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, no se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseo II Das DiriasArt. 58. O servidor que, a servio, afastar-se da sede em carter eventual ou transitrio para outro ponto do territrio nacional ou para o exterior, far jus a passagens e dirias destinadas a indenizar as parcelas de despesas extraordinria com pousada, alimentao e locomoo urbana, conforme dispuser em regulamento. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 A diria ser concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando o deslocamento no exigir pernoite fora da sede, ou quando a Unio custear, por meio diverso, as despesas extraordinrias cobertas por dirias. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigncia permanente do cargo, o servidor no far jus a dirias. 3 Tambm no far jus a dirias o servidor que se deslocar dentro da mesma regio metropolitana, aglomerao urbana ou microrregio, constitudas por municpios limtrofes e regularmente institudas, ou em reas de controle integrado mantidas com pases limtrofes, cuja jurisdio e competncia dos rgos, entidades e servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipteses em que as dirias pagas sero sempre as fixadas para os afastamentos dentro do territrio nacional. (Pargrafo acrescentado dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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Art. 59. O servidor que receber dirias e no se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a restitu-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. Pargrafo nico. Na hiptese de o servidor retornar sede em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituir as dirias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.

Subseo III Da Indenizao de TransporteArt. 60. Conceder-se- indenizao de transporte ao servidor que realizar despesas com a utilizao de meio prprio de locomoo para a execuo de servios externos, por fora das atribuies prprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

Seo II Das Gratificaes e AdicionaisArt. 61. Alm do vencimento e das vantagens previstas nesta Lei, sero deferidos aos servidores as seguintes retribuies, gratificaes e adicionais: (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) I - retribuio pelo exerccio de funo de direo, chefia e assessoramento; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) II - gratificao natalina; III - adicional por tempo de servio; IV - adicional pelo exerccio de atividades insalubres, perigosas ou penosas; V - adicional pela prestao de servio extraordinrio; VI - adicional noturno; VII - adicional de frias; VIII - outros, relativos ao local ou natureza do trabalho.

Subseo I Da Retribuio pelo Exerccio de Funo de Direo, Chefia e Assessoramento(Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em funo de direo, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comisso ou de Natureza Especial devida retribuio pelo seu exerccio. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. Lei especfica estabelecer a remunerao dos cargos em comisso de que trata o inciso II do art. 9. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

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Subseo II Da Gratificao NatalinaArt. 63. A gratificao natalina corresponde a 1/12 (um doze avos) da remunerao a que o servidor fizer jus no ms de dezembro, por ms de exerccio no respectivo ano. Pargrafo nico. A frao igual ou superior a 15 (quinze) dias ser considerada como ms integral. Art. 64. A gratificao ser paga at o dia 20 (vinte) do ms de dezembro de cada ano. Pargrafo nico. (VETADO). Art. 65. O servidor exonerado perceber sua gratificao natalina, proporcionalmente aos meses de exerccio, calculada sobre a remunerao do ms da exonerao. Art. 66. A gratificao natalina no ser considerada para clculo de qualquer vantagem pecuniria.

Subseo III Do Adicional por Tempo de ServioArt. 67. O adicional por tempo de servio devido razo de cinco por cento a cada cinco anos de servio pblico efetivo prestado Unio, s autarquias e s fundaes pblicas federais, observado o limite mximo de 35% incidente exclusivamente sobre o vencimento bsico do cargo efetivo, ainda que investido o servidor em funo ou cargo de confiana. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. O servidor far jus ao adicional a partir do ms em que completar o qinqnio. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Subseo IV Dos Adicionais de Insalubridade, Periculosidade ou Atividades PenosasArt. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substncias txicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional sobre o vencimento do cargo efetivo. 1 O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade dever optar por um deles. 2 O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a eliminao das condies ou dos riscos que deram causa a sua concesso.

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Art. 69. Haver permanente controle da atividade de servidores em operaes ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos. Pargrafo nico. A servidora gestante ou lactante ser afastada, enquanto durar a gestao e a lactao, das operaes e locais previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre e em servio no penoso e no perigoso. Art. 70. Na concesso dos adicionais de atividades penosas, de insalubridade e de periculosidade, sero observadas as situaes estabelecidas em legislao especfica. Art. 71. O adicional de atividade penosa ser devido aos servidores em exerccio em zonas de fronteira ou em localidades cujas condies de vida o justifiquem, nos termos, condies e limites fixados em regulamento. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou substncias radioativas sero mantidos sob controle permanente, de modo que as doses de radiao ionizante no ultrapassem o nvel mximo previsto na legislao prpria. Pargrafo nico. Os servidores a que se refere este artigo sero submetidos a exames mdicos a cada 6 (seis) meses.

Subseo V Do Adicional por Servio ExtraordinrioArt. 73. O servio extraordinrio ser remunerado com acrscimo de 50% (cinqenta por cento) em relao hora normal de trabalho. Art. 74. Somente ser permitido servio extraordinrio para atender a situaes excepcionais e temporrias, respeitado o limite mximo de 2 (duas) horas por jornada.

Subseo VI Do Adicional NoturnoArt. 75. O servio noturno, prestado em horrio compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, ter o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinqenta e dois minutos e trinta segundos. Pargrafo nico. Em se tratando de servio extraordinrio, o acrscimo de que trata este artigo incidir sobre a remunerao prevista no art. 73.

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Subseo VII Do Adicional de FriasArt. 76. Independentemente de solicitao, ser pago ao servidor, por ocasio das frias, um adicional correspondente a 1/3 (um tero) da remunerao do perodo das frias. Pargrafo nico. No caso de o servidor exercer funo de direo, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comisso, a respectiva vantagem ser considerada no clculo do adicional de que trata este artigo.

Captulo III Das FriasArt. 77. O servidor far jus a trinta dias de frias, que podem ser acumuladas, at o mximo de dois perodos, no caso de necessidade do servio, ressalvadas as hipteses em que haja legislao especfica. (Redao dada pela Lei n 9.525, de 3.12.97) 1 Para o primeiro perodo aquisitivo de frias sero exigidos 12 (doze) meses de exerccio. 2 vedado levar conta de frias qualquer falta ao servio. 3 As frias podero ser parceladas em at trs etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administrao pblica. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.525, de 3.12.97) Art. 78. O pagamento da remunerao das frias ser efetuado at 2 (dois) dias antes do incio do respectivo perodo, observando-se o disposto no 1 deste artigo. 1 (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comisso, perceber indenizao relativa ao perodo das frias a que tiver direito e ao incompleto, na proporo de um doze avos por ms de efetivo exerccio, ou frao superior a quatorze dias. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 8.216, de 13.8.91) 4 A indenizao ser calculada com base na remunerao do ms em que for publicado o ato exoneratrio. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 8.216, de 13.8.91) 5 Em caso de parcelamento, o servidor receber o valor adicional previsto no inciso XVII do art. 7 da Constituio Federal quando da utilizao do primeiro perodo. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.525, de 3.12.97)

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Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substncias radioativas gozar 20 (vinte) dias consecutivos de frias, por semestre de atividade profissional, proibida em qualquer hiptese a acumulao. Pargrafo nico. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 80. As frias somente podero ser interrompidas por motivo de calamidade pblica, comoo interna, convocao para jri, servio militar ou eleitoral, ou por necessidade do servio declarada pela autoridade mxima do rgo ou entidade. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. O restante do perodo interrompido ser gozado de uma s vez, observado o disposto no art. 77. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Captulo IV Das Licenas Seo I Disposies GeraisArt. 81. Conceder-se- ao servidor licena: I - por motivo de doena em pessoa da famlia; II - por motivo de afastamento do cnjuge ou companheiro; III - para o servio militar; IV - para atividade poltica; V - para capacitao; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) VI - para tratar de interesses particulares; VII - para desempenho de mandato classista. 1 A licena prevista no inciso I ser precedida de exame por mdico ou junta mdica oficial. 2 (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 vedado o exerccio de atividade remunerada durante o perodo da licena prevista no inciso I deste artigo. Art. 82. A licena concedida dentro de 60 (sessenta) dias do trmino de outra da mesma espcie ser considerada como prorrogao.

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Seo II Da Licena por Motivo de Doena em Pessoa da FamliaArt. 83. Poder ser concedida licena ao servidor por motivo de doena do cnjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva s suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovao por junta mdica oficial. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 A licena somente ser deferida se a assistncia direta do servidor for indispensvel e no puder ser prestada simultaneamente com o exerccio do cargo ou mediante compensao de horrio, na forma do disposto no inciso II do art. 44. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 A licena ser concedida sem prejuzo da remunerao do cargo efetivo, at trinta dias, podendo ser prorrogada por at trinta dias, mediante parecer de junta mdica oficial e, excedendo estes prazos, sem remunerao por at noventa dias. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo III Da Licena por Motivo de Afastamento do CnjugeArt. 84. Poder ser concedida licena ao servidor para acompanhar cnjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do territrio nacional, para o exterior ou para o exerccio de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 1 A licena ser por prazo indeterminado e sem remunerao. 2 No deslocamento de servidor cujo cnjuge ou companheiro tambm seja servidor pblico, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, poder haver exerccio provisrio em rgo ou entidade da Administrao Federal direta, autrquica ou fundacional, desde que para o exerccio de atividade compatvel com o seu cargo. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo IV Da Licena para o Servio MilitarArt. 85. Ao servidor convocado para o servio militar ser concedida licena, na forma e condies previstas na legislao especfica.

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Pargrafo nico. Concludo o servio militar, o servidor ter at 30 (trinta) dias sem remunerao para reassumir o exerccio do cargo.

Seo V Da Licena para Atividade PolticaArt. 86. O servidor ter direito a licena, sem remunerao, durante o perodo que mediar entre a sua escolha em conveno partidria, como candidato a cargo eletivo, e a vspera do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral. 1 O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funes e que exera cargo de direo, chefia, assessoramento, arrecadao ou fiscalizao, dele ser afastado, a partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justia Eleitoral, at o dcimo dia seguinte ao do pleito. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 A partir do registro da candidatura e at o dcimo dia seguinte ao da eleio, o servidor far jus licena, assegurados os vencimentos do cargo efetivo, somente pelo perodo de trs meses. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo VI Da Licena para Capacitao(Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 87. Aps cada qinqnio de efetivo exerccio, o servidor poder, no interesse da Administrao, afastar-se do exerccio do cargo efetivo, com a respectiva remunerao, por at trs meses, para participar de curso de capacitao profissional. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Pargrafo nico. Os perodos de licena de que trata o caput no so acumulveis (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 88. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 89. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 90. (VETADO).

Seo VII Da Licena para Tratar de Interesses ParticularesArt. 91. A critrio da Administrao, poder ser concedida ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que no esteja em estgio probatrio, licena para o trato de assuntos particulares pelo prazo de at trs anos consecutivos, sem remunerao, prorrogvel uma

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nica vez por perodo no superior a esse limite. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 A licena poder ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do servio. 2 No se conceder nova licena antes de decorridos dois anos do trmino da anterior ou de sua prorrogao. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo VIII Da Licena para o Desempenho de Mandato ClassistaArt. 92. assegurado ao servidor o direito licena sem remunerao para o desempenho de mandato em confederao, federao, associao de classe de mbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profisso, observado o disposto na alnea c do inciso VIII do art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites: (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) I - para entidades com at 5.000 associados, um servidor; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) II - para entidades com 5.001 a 30.000 associados, dois servidores; (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) III - para entidades com mais de 30.000 associados, trs servidores. (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 Somente podero ser licenciados servidores eleitos para cargos de direo ou representao nas referidas entidades, desde que cadastradas no Ministrio da Administrao Federal e Reforma do Estado. (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 A licena ter durao igual do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de reeleio, e por uma nica vez.

Captulo V Dos Afastamentos Seo I Do Afastamento para Servir a Outro rgo ou EntidadeArt. 93. O servidor poder ser cedido para ter exerccio em outro rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, ou do

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Distrito Federal e dos Municpios, nas seguintes hipteses: (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) I - para exerccio de cargo em comisso ou funo de confiana; (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) II - em casos previstos em leis especficas. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 1 Na hiptese do inciso I, sendo a cesso para rgos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municpios, o nus da remunerao ser do rgo ou entidade cessionria, mantido o nus para o cedente nos demais casos. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 2 Na hiptese de o servidor cedido empresa pblica ou sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela remunerao do cargo efetivo, a entidade cessionria efetuar o reembolso das despesas realizadas pelo rgo ou entidade de origem. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 3 A cesso far-se- mediante Portaria publicada no Dirio Oficial da Unio. (Redao dada pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 4 Mediante autorizao expressa do Presidente da Repblica, o servidor do Poder Executivo poder ter exerccio em outro rgo da Administrao Federal direta que no tenha quadro prprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 8.270, de 17.12.91) 5 Aplicam-se Unio, em se tratando de empregado ou servidor por ela requisitado, as regras previstas nos 1 e 2 deste artigo, conforme dispuser o regulamento, exceto quando se tratar de empresas pblicas ou sociedades de economia mista que recebam recursos financeiros do Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)

Seo II Do Afastamento para Exerccio de Mandato EletivoArt. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposies: I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficar afastado do cargo; II - investido no mandato de Prefeito, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao; III - investido no mandato de vereador:

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a) havendo compatibilidade de horrio, perceber as vantagens de seu cargo, sem prejuzo da remunerao do cargo eletivo; b) no havendo compatibilidade de horrio, ser afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remunerao. 1 No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuir para a seguridade social como se em exerccio estivesse. 2 O servidor investido em mandato eletivo ou classista no poder ser removido ou redistribudo de ofcio para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

Seo III Do Afastamento para Estudo ou Misso no ExteriorArt. 95. O servidor no poder ausentar-se do Pas para estudo ou misso oficial, sem autorizao do Presidente da Repblica, Presidente dos rgos do Poder Legislativo e Presidente do Supremo Tribunal Federal. 1 A ausncia no exceder a 4 (quatro) anos, e finda a misso ou estudo, somente decorrido igual perodo, ser permitida nova ausncia. 2 Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo no ser concedida exonerao ou licena para tratar de interesse particular antes de decorrido perodo igual ao do afastamento, ressalvada a hiptese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. 3 O disposto neste artigo no se aplica aos servidores da carreira diplomtica. 4 As hipteses, condies e formas para a autorizao de que trata este artigo, inclusive no que se refere remunerao do servidor, sero disciplinadas em regulamento. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-se com perda total da remunerao.

Captulo VI Das ConcessesArt. 97. Sem qualquer prejuzo, poder o servidor ausentar-se do servio: I - por 1 (um) dia, para doao de sangue; II - por 2 (dois) dias, para se alistar como eleitor;

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III - por 8 (oito) dias consecutivos em razo de: a) casamento; b) falecimento do cnjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmos. Art. 98. Ser concedido horrio especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horrio escolar e o da repartio, sem prejuzo do exerccio do cargo. 1 Para efeito do disposto neste artigo, ser exigida a compensao de horrio no rgo ou entidade que tiver exerccio, respeitada a durao semanal do trabalho. (Pargrafo renumerado e alterado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 2 Tambm ser concedido horrio especial ao servidor portador de deficincia, quando comprovada a necessidade por junta mdica oficial, independentemente de compensao de horrio. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 3 As disposies do pargrafo anterior so extensivas ao servidor que tenha cnjuge, filho ou dependente portador de deficincia fsica, exigindo-se, porm, neste caso, compensao de horrio na forma do inciso II do art. 44. (Pargrafo acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da administrao assegurada, na localidade da nova residncia ou na mais prxima, matrcula em instituio de ensino congnere, em qualquer poca, independentemente de vaga. Pargrafo nico. O disposto neste artigo estende-se ao cnjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorizao judicial.

Captulo VII Do Tempo de ServioArt. 100. contado para todos os efeitos o tempo de servio pblico federal, inclusive o prestado s Foras Armadas. Art. 101. A apurao do tempo de servio ser feita em dias, que sero convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. Pargrafo nico. (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 102. Alm das ausncias ao servio previstas no art. 97, so considerados como de efetivo exerccio os afastamentos em virtude de:

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I - frias; II - exerccio de cargo em comisso ou equivalente, em rgo ou entidade dos Poderes da Unio, dos Estados, Municpios e Distrito Federal; III - exerccio de cargo ou funo de governo ou administrao, em qualquer parte do territrio nacional, por nomeao do Presidente da Repblica; IV - participao em programa de treinamento regularmente institudo, conforme dispuser o regulamento; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoo por merecimento; VI - jri e outros servios obrigatrios por lei; VII - misso ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) VIII - licena: a) gestante, adotante e paternidade; b) para tratamento da prpria sade, at o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de servio pblico prestado Unio, em cargo de provimento efetivo; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) c) para o desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoo por merecimento; d) por motivo de acidente em servio ou doena profissional; e) para capacitao, conforme dispuser o regulamento; (Redao dada pela Lei n 9.527, de 10.12.97) f) por convocao para o servio militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; X - participao em competio desportiva nacional ou convocao para integrar representao desportiva nacional, no Pas ou no exterior, conforme disposto em lei especfica; XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere. (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) Art. 103. Contar-se- apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade: I - o tempo de servio pblico prestado aos Estados, Municpios e Distrito Federal; II - a licena para tratamento de sade de pessoa da famlia do servidor, com remunerao; III - a licena para atividade poltica, no caso do art. 86, 2;

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IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no servio pblico federal; V - o tempo de servio em atividade privada, vinculada Previdncia Social; VI - o tempo de servio relativo a tiro de guerra; VII - o tempo de licena para tratamento da prpria sade que exceder o prazo a que se refere a alnea b do inciso VIII do art. 102. (Inciso acrescentado pela Lei n 9.527, de 10.12.97) 1 O tempo em que o servidor esteve aposentado ser contado apenas para nova aposentadoria. 2 Ser contado em dobro o tempo de servio prestado s Foras Armadas em operaes de guerra. 3 vedada a contagem cumulativa de tempo de servio prestado concomitantemente em mais de um cargo ou funo de rgo ou entidades dos Poderes da Unio, Estado, Distrito Federal e Municpio, autarquia, fundao pblica, sociedade de economia mista e empresa pblica.

Captulo VIII Do Direito de PetioArt. 104. assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Pblicos, em defesa de direito ou interesse legtimo. Art. 105. O requerimento ser dirigido autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermdio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. Art. 106. Cabe pedido de reconsiderao autoridade que houver expedido o ato ou proferido a primeira deciso, no podendo ser renovado. Pargrafo nico. O requerimento e o pedido de reconsiderao de que tratam os artigos anteriores devero ser despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias. Art. 107. Caber recurso: I - do indeferimento do pedido de reconsiderao; II - das decises sobre os recursos sucessivamente interpostos. 1 O recurso ser dirigido autoridade imediatamente superior que tiver expedido o ato ou proferido a deciso, e, sucessivamente, em escala ascendente, s demais autoridades. 2 O recurso ser encaminhado por intermdio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

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Art. 108. O prazo para interposio de pedido de reconsiderao ou de recurso de 30 (trinta) dias, a contar da publicao ou da cincia, pelo interessado, da deciso recorrida. Art. 109. O recurso poder ser recebido com efeito suspensivo, a juzo da autoridade competente. Pargrafo nico. Em caso de provimento do pedido de reconsiderao ou do recurso, os efeitos da deciso retroagiro data do ato impugnado. Art. 110. O direito de requerer prescreve: I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demisso