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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES SECRETARIA REGIONAL DA AGRICULTURA E FLORESTAS Direção Regional dos Recursos Florestais Julho de 2018

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REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES

SECRETARIA REGIONAL DA AGRICULTURA E FLORESTAS Direção Regional dos Recursos Florestais

Julho de 2018

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2º INVENTÁRIO FLORESTAL DA REGIÃO AUTÓNOMA DOS AÇORES (IFRAA2) - METODOLOGIA

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INTRODUÇÃO

Ao nível do Ordenamento do Território, a avaliação dos recursos silvícolas figura entre os temas

que deverão ser objeto da recolha sistemática de dados, uma vez que constitui o ponto de partida

para o delineamento de políticas de gestão, de carácter sustentável, em empreendimentos de vulto

e de longo prazo, como acontece no âmbito florestal.

No arquipélago dos Açores, a inexistência de informação atualizada sobre as áreas florestais e

existências em material lenhoso, obrigou a Direção Regional dos Recursos Florestais (DRRF) a

planear e executar um projeto de Inventário Florestal, que foi concluído em 2007 (IFRAA1). O seu

principal objetivo consistiu na obtenção de informação gráfica e numérica sobre o Uso do solo e a

Ocupação do solo, bem como na avaliação das existências em material lenhoso. Pelas vantagens de

síntese, análise e cruzamento de diversos tipos de dados, incorporou-se também toda a

informação gerada num Sistema de Informação Geográfica.

A base resultante deste trabalho constitui atualmente uma valiosa ferramenta de apoio à decisão

nas mais diversas áreas de atuação deste departamento governamental e de outras entidades que

utilizam esta informação.

Contudo, tendo já decorrido cerca de dez anos desde a conclusão do IFRAA1, é fundamental

proceder à sua atualização, procurando-se sistemas mais eficazes e económicos na recolha e

tratamento da informação, bem como colmatando lacunas de dados.

Assim, além da necessária aproximação à nomenclatura de classificação do Uso do solo e Ocupação

do Solo utilizada no Inventário Florestal Nacional, bem como às normas internacionais sobre a

produção deste tipo de cartografia, o 2º Inventário Florestal da Região Autónoma dos Açores

(IFRAA2) procurará melhorar o nível de informação recolhida, nomeadamente no que se refere à

Composição das áreas ocupadas por vegetação natural e espontânea.

O presente documento estabelece assim a nomenclatura a ser utilizada na classificação do Uso do

solo do IFRAA2, definindo-se as respetivas classes de Ocupação do solo, bem como a sua

hierarquização, o sistema de princípios que estão na base da sua definição e as suas regras de

aplicação.

METODOLOGIA

Produção cartográfica

A elaboração da cartografia de Uso do solo e Ocupação do solo consiste na vectorização de

polígonos aos quais se associam um conjunto de atributos que os tipificam, tendo como base

elementos cartográficos de referência, que devem estar o mais atualizados possível

(ortofotoimagens, levantamentos de campo ou outros).

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No IFRAA2 irão utilizar-se diversas fontes de informação cartográfica, sendo que cada polígono

conterá informação expressa sobre o elemento de base que lhe deu origem.

Assim, através da fotointerpretação dos elementos cartográficos, procede-se á vectorização, em

ambiente SIG, de polígonos que correspondem a manchas de território de ocupação homogénea,

registando-se os atributos que se revelarem de fácil avaliação em gabinete. Posteriormente, estes

mosaicos de polígonos são validados no campo, verificando-se a pré-classificação realizada em

gabinete e complementando-se a avaliação de atributos cuja determinação não foi possível de

realizar inicialmente.

O recurso a levantamentos de campo, com GPS ou outros meios suplementares, complementará os

elementos cartográficos de base quando se verificar que os mesmos se encontram desactualizados,

não reflectindo a realidade verificada no terreno.

Unidade de registo cartográfico (mancha) e escala de vectorização

O sistema de nomenclatura estabelecido para o IFRAA2 tem como objetivo a produção de

cartografia temática, onde cada mancha é classificada ao longo de oito níveis hierarquizados de

informação (compostos pelos atributos anteriormente referidos). Entende-se por mancha uma

superfície de terreno que é classificada como pertencente a uma determinada classe de Uso do solo

/Ocupação do solo.

Regra geral, a dimensão mínima para que uma mancha seja individualizada como tal é de 500 m2

(0,05 ha). No processo de produção cartográfica as manchas com dimensão inferior a esta devem

ser englobadas nas manchas circundantes ou adjacentes, sendo absorvidas pelas mesmas,

excecionando-se os casos a seguir apresentados:

No caso de manchas classificadas no Uso do solo “Urbano”, quando se tratem de classes de

Ocupação do solo afetas a “Acessos, vias de comunicação e áreas conexas”, a mancha é

sempre cartografada (independentemente da sua área), desde que a sua largura média seja

superior a 2 metros;

No caso de manchas classificadas no Uso do solo “Urbano”, quando se tratem de classes de

Ocupação do solo afetas a “Edificado” ou “Outras áreas urbanas”, a mancha pode ser

cartografada, mesmo se a sua dimensão for inferior a 500 m2, desde que seja adjacente a

outra mancha de Uso do solo “Urbano”.

No caso de manchas classificadas no Uso do solo “Águas interiores ou Zonas húmidas”,

quando a ocupação se referir a leitos expostos de cursos de água, a mancha é sempre

cartografada, desde que a sua largura média seja superior a 5 metros;

Pretendendo-se que os processos de licenciamento de corte e os processos relacionados

com a florestação e reflorestação também constituam fontes de informação para o IFRAA2,

é possível que exista informação disponível para manchas de dimensão inferior à

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mencionada, sendo que, nestes casos, estas manchas deverão ser individualizadas como tal,

por não incrementarem o esforço de inventariação necessário.

Por outro lado, a largura das manchas é também determinante na sua classificação, sendo que no

caso do Uso do solo ser “Matos” ou “Floresta” a largura superior a 20 metros determina que uma

mancha assume a configuração de “Povoamento” ou “Bosquete”. Quando a largura for inferior a 20

m, com uma extensão mínima de 50 m, a mancha assume-se como “Cortina” (ver Nível V -

Fragmentação). “Cortinas” que exibam uma extensão inferior a 50 metros devem ser englobadas

nas manchas circundantes ou adjacentes, sendo absorvidas pelas mesmas.

Relativamente à escala a utilizar para a vectorização das manchas, a mesma deverá ser ajustada à

cartografia de base utilizada em cada caso, sendo que o intervalo adequado à precisão pretendida

se situa entre as escalas 1:500 e 1:2.000.

Sistema de classificação

Cada polígono vectorizado é classificado ao longo de oito níveis hierarquizados de informação,

compostos por vários atributos:

Nível I - Uso do Solo

Nível II - Ocupação do Solo

Nível IV - Natureza do coberto vegetal

Nível V - Fragmentação

Nível VI – Composição

Nível VII – Estado de desenvolvimento

Nível VIII – Informação complementar

Nível III - Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal

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Diagrama de classificação

O seguinte diagrama procura sistematizar a metodologia de classificação do Uso do solo, Ocupação

do solo e Fragmentação, indo no capítulo seguinte descrever-se pormenorizadamente a informação

associada a cada nível de informação.

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NOMECLATURA DO IFRAA2

NÍVEL I – Uso do Solo

O Uso do solo é baseado na dimensão funcional do território para diferentes propósitos ou

atividades económicas.

IFUsolo_ID IFUsolo_uso IFUsolo_descricao

F Floresta Terrenos onde se verifica a presença de árvores que tenham atingido, ou (que pelas suas características ou forma de exploração) venham a atingir, porte arbóreo (superior a 5 metros), independentemente da fase de desenvolvimento em que se encontrem no momento da observação e cujo grau de coberto (definido pela razão entre a área da projeção horizontal das copas das árvores e a área total da superfície de terreno) seja maior ou igual a 10%. Incluem-se nesta classe:

Superfícies temporariamente desarborizadas, para as quais é razoável considerar-se que estarão regeneradas dentro de 5 anos, designadamente:

o Áreas florestais ardidas recentes; o Áreas de corte único, resultantes de ações de gestão

florestal ou de desastres naturais;

Quebra-ventos, cortinas de abrigo ou alinhamentos de árvores;

Os povoamentos jovens (de regeneração natural, sementeira ou plantação), que no futuro atingirão uma percentagem de, pelo menos, 10% de coberto e uma altura superior a 5 metros;

Povoamentos com coberto arbóreo esparso, desde que cumpram a definição de “Floresta” independentemente do sobcoberto que apresentem;

Povoamentos de espécies florestais (ex.: castanheiro, pinheiro manso, nogueira etc.), mesmo quando o seu principal objetivo da sua condução silvícola é a produção de fruto, desde que cumpram a definição de “Floresta”;

Árvores mortas em pé;

Coberto florestal inserido em parques e jardins, desde que o seu objetivo principal não seja o recreio florestal.

Excluem-se desta classe:

O coberto florestal relativo às áreas sociais dos parques e jardins, destinado ao recreio, que se classificará como “Áreas Sociais – Outras”);

Os viveiros florestais, que se classificarão como “Áreas Sociais – Outras”).

M Matos Terrenos onde se verifica a ocorrência de vegetação com altura (potencial) inferior a 5 metros, lenhosa, ou herbácea não destinada ao pastoreio, cujo grau de ocupação do

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conjunto desta vegetação com o estrato arbóreo é superior a 50%. As árvores eventualmente presentes, têm sempre um grau de coberto inferior a 10%, podendo estar dispersas, constituindo bosquetes ou alinhamentos.

P Pastagem Terrenos ocupados em mais de 50% com vegetação predominantemente herbácea, semeada ou espontânea, destinados a pastoreio mas que, acessoriamente, podem ser cortados em determinados períodos do ano. As árvores eventualmente presentes têm sempre um grau de coberto inferior a 10%, podendo estar dispersas, constituindo bosquetes ou alinhamentos. Incluem-se nesta classe:

As terras que são normalmente utilizadas como pastagens, mas que estão transitoriamente a ser utilizadas para culturas agrícolas, integrando uma rotação de culturas temporárias-pastagens;

Excluem-se desta classe:

Os terrenos com pastagens no sobcoberto, nos quais as árvores florestais existentes cumpram os critérios para classificar o terreno como “Floresta” (casos em que o grau de coberto arbóreo é superior a 10%);

Superfícies cobertas de herbáceas, como locais de recreio ou outros, nomeadamente campos de golf, relvados, campos de futebol, ou áreas envolventes de aeroportos, que se classificarão como “Áreas Sociais – Outras”.

A Agricultura Terrenos ocupados culturas agrícolas\hortícolas ou arvenses, temporárias ou permanentes (pomares, vinhas, etc.) e pousios. Incluem-se nesta classe:

As terras que são normalmente utilizadas no cultivo de culturas temporárias, mas que estão transitoriamente a ser utilizadas como forragem ou pastagem, integrando uma rotação de culturas temporárias-pastagens;

Estufas.

Excluem-se desta classe:

Os terrenos com culturas agrícolas no sobcoberto, nos quais as árvores florestais existentes cumpram os critérios para classificar o terreno como “Floresta” (casos em que o grau de coberto arbóreo é superior a 10%);

Pastagens espontâneas ou semeadas permanentes.

H Águas interiores e Zonas húmidas

Áreas ocupadas por grandes cursos de água, lagoas, albufeiras e charcas, bem como por zonas húmidas que, estando encharcadas durante a maior parte do ano, apresentam condições para a presença de espécies hidrófitas ou macrófitas aquáticas (ex.: turfeiras).

U Urbano Terrenos edificados (prédios, casas, armazéns, zonas industriais, portos, aeroportos etc.) ou vias de comunicação,

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surgindo em aglomerados urbanos ou isoladamente, podendo incluir terrenos ocupados com vegetação, de utilização social comum, conforme seguidamente descrito.

Árvores em parques e jardins urbanos ou em torno de edifícios (no interior de um aglomerado urbano), mesmo que as árvores presentes cumpram o conceito de floresta;

Terrenos cobertos por herbáceas em locais de recreio, nomeadamente campos de golf, relvados, campos de futebol, ou áreas envolventes de pistas de aviação;

Viveiros Florestais Excluem-se desta classe:

Quintais ou hortas, associados a casas de habitação, que se classificarão como “Agricultura”

I Improdutivos Terrenos estéreis do ponto de vista da existência de comunidades vegetais ou com capacidade de crescimento muito limitada, com grau de coberto vegetal inferior a 10%, quer em resultado de limitações naturais (ex.: afloramentos rochosos, praias), quer em resultado de ações antropogénicas (ex.: pedreiras, saibreiras).

NÍVEL II – Ocupação do Solo

Numa determinada classe de Uso do solo, diferentes classes de Ocupação do solo podem ser

definidas, em resultado das atividades e ações que os seres humanos efetuam sobre o território,

bem como da sua organização espacial.

NÍVEL I NÍVEL II

IFUsolo_uso IFOcSo_ID IFOcSo_tipo IFOcSo_descricao

Floresta

fa Floresta de autóctones Florestas onde a espécie dominante é autóctone

fe Floresta de exóticas Florestas onde a espécie dominante é exótica

fc Floresta cortada Áreas de floresta recentemente cortadas

fq Floresta ardida Áreas de floresta recentemente atingidas por fogo

Matos

ma Matos de autóctones Matos onde a espécie dominante é autóctone

me Matos de exóticas Matos onde a espécie dominante é exótica

mc Matos cortados Áreas de matos recentemente cortadas

mq Matos ardidos Áreas de matos recentemente atingidas por fogo

Pastagem na Não aplicável

Agricultura na Não aplicável

Águas interiores e Zonas húmidas

al Águas livres

Áreas ocupadas por planos de água livre, incluindo zonas de variação de cotas de armazenamento de água de albufeiras, lagoas, charcas ou cursos de água

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zh Zonas húmidas Áreas encharcadas durante a maior parte do ano, ocupadas por espécies hidrófitas ou macrófitas aquáticas (ex. turfeiras).

Urbano

ed Edificado Áreas ocupadas por edificado urbano e zonas industriais.

vc Vias de comunicação e áreas conexas

Área ocupada por estradas e caminhos, incluindo as respetivas bermas, taludes e áreas conexas (rotundas, sobras, etc).

ot Outras áreas urbanas

Outras áreas sociais que não se incluam em “Edificado” e “Vias de comunicação e áreas conexas” (ex.: aeroportos, portos, áreas sociais de parques e jardins, campos de golf, viveiros florestais, etc.)

Improdutivos na Não aplicável

NÍVEL III – Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal

A caracterização do Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal apenas se aplica às classes de

Uso do solo e Ocupação do Solo que constam no quadro seguinte.

No caso dos “Matos”, o Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal pode ser: 1) “0 a 2 metros

de altura” ou 2) “2 a 5 metros de altura”, procurando este parâmetro dar indicações sobre a altura

média do coberto vegetal, distinguindo-se assim estruturas as estruturas vegetais mais baixas das

mais altas.

No caso da “Floresta”, o Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal pode ser: 3) “Uni-

estratificada”, para povoamentos cujas copas constituem apenas um andar ou 4) “Multi-

estratificada”, para povoamentos cujas copas constituem mais do que um andar ou um continuum

vertical.

NÍVEL I NÍVEL II NÍVEL III

IFUsolo_uso IFOcSo_ID IFOcSo_tipo IFEvert_ID IFEvert_estrututra

Matos

ma Matos de autóctones 1 0 a 2 metros de altura

2 2 a 5 metros de altura

me Matos de exóticas 1 0 a 2 metros de altura

2 2 a 5 metros de altura

Floresta

fa Floresta de autóctones 3 Uni-estratificada

4 Multi-estratificada

fe Floresta de exóticas 3 Uni-estratificada

4 Multi-estratificada

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NÍVEL IV – Natureza do coberto vegetal

A caracterização da Natureza do coberto vegetal também é apenas aplicável às classes de Uso do

Solo e Ocupação do Solo referidos no NÍVEL III, ou seja, aos “Matos de autóctones”, “Matos de

exóticas”, “Floresta de autóctones” e “Floresta de exóticas”, podendo ser 1) “Cultivada” ou 2)

“Espontânea”, independentemente do Porte ou estrutura potencial do coberto vegetal verificados.

NÍVEL V – Fragmentação

A caracterização da Fragmentação é aplicável às classes de Uso do Solo “Floresta” e “Matos”.

A fragmentação divide-se nas seguintes três situações:

* Ilha - mancha de “Floresta” ou “Matos” em que todas as manchas adjacentes apresentam Uso do

solo distinto da mesma.

NÍVEL VI – Composição

A Composição pretende expressar a mistura das espécies dos diversos cobertos vegetais, sendo

aplicável às classes de Uso do Solo “Floresta” e “Matos”, com exceção das classes de Ocupação do

Solo “Matos ardidos”, “Matos cortados”, “Floresta ardida” e “Floresta cortada”.

A composição determina-se nas seguintes situações:

NÍVEL IV

IFNcob_ID IFNcob_natureza IFNcob_descriao

1 Cultivada Cobertos vegetais plantados\semeados ou sujeitos a práticas silvícolas

2 Espontânea Cobertos vegetais oriundos de regeneração espontânea (não assistida pelo homem), não sujeitos a práticas silvícolas

NÍVEL V

IF_frag_ID IF_frag_tipo IF_frag_descricao

1 Povoamento Área de “Floresta” ou “Matos” com área superior a 0,5 ha e largura superior a 20 metros

2 Bosquete Ilha* de “Floresta” ou “Matos” com área compreendida entre 0,05 e 0,5 ha e largura superior a 20 metros

3 Cortina Área de Floresta ou Matos com largura inferior a 20 metros, com extensão mínima de 50 metros

NÍVEL VI

IFcomp_ID IFcomp_composicao IFcomp_descricao

1 Puro Uma das espécies presentes assume um grau de cobertura

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A Composição é um campo de preenchimento automático, determinado em função da Espécie

dominante e Espécie dominada presentes na mancha.

Neste NÍVEL VI existem ainda campos de preenchimento não obrigatório, para três Espécies

auxiliares (no caso do operador optar por registar outras espécies que assumam alguma

preponderância no coberto vegetal), bem como para o registo da Espécie dominante e Espécie

dominada (ex.: conteira), ou Ocupação secundária (ex.: pastagem), existentes no sobcoberto de um

coberto vegetal.

Orientações para definição da estrutura vertical e composição do coberto vegetal

Antes da descrição do NÍVEL VII – Estado de desenvolvimento do coberto vegetal, é da maior

pertinência a enumeração de algumas orientações fundamentais para a definição da Porte ou

estrutura potencial do coberto vegetal e Composição do coberto em áreas de “Floresta”, uma vez

que poderão existir alguns tipos de estrutura vertical cuja sua distinta interpretação poderá

levantar a dúvidas na aplicação do conceito de Composição, particularmente em povoamentos

onde o grau de coberto do andar superior das copas é baixo.

Assim sendo distinguem-se as seguintes situações:

1) Grau de cobertura do andar superior do povoamento> 50%:

As espécies que constituem o andar principal definem a respetiva composição;

Qualquer espécie que surja em andares inferiores é registada em sobcoberto, não alterando a

composição do povoamento;

A estrutura é uni ou multi-estratificada, dependendo do número de andares do povoamento.

2) Grau de cobertura do andar superior do povoamento <50%:

Se apenas existir um andar a estrutura é uni-estratificada e as espécies que constituem este

andar definem a composição;

Se existir mais de um andar, as espécies que asseguram a cobertura efectiva do solo constituem

a composição do povoamento, independentemente do andar em que se encontrem. A estrutura

(projeção horizontal das copas) do solo superior a 75%. Neste caso, a Espécie dominante e a Espécie dominada assumem-se iguais (insere-se a mesma espécie nos dois campos).

2 Misto

Nenhuma das espécies assume um grau de cobertura (projeção horizontal das copas) do solo superior a 75%. Neste caso, há que definir qual a espécie que manifesta uma cobertura dominante, sendo esta inscrita no campo Espécie dominante. A 2ª espécie mais abundante (em termos de cobertura do solo) será inscrita no campo Espécie dominada.

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é multiestratificada. Neste caso, as espécies que surgem em andares inferiores são registadas no

povoamento principal e não em sobcoberto.

Representação esquemática de alguns casos tipo:

Uso do Solo

Porte ou estrutura

potencial do coberto vegetal

Composição Espécie

dominante Espécie

dominada Espécie

aux3 Espécie

aux4 Espécie

aux5

Sobcoberto Espécie

dominante

Sobcoberto Espécie

dominada

Floresta Uni-estratificada Misto A C D B Ex.: conteira

Uso do Solo

Porte ou estrutura potencial do

coberto vegetal Composição

Espécie dominante

Espécie dominada

Espécie aux3

Espécie aux4

Espécie aux5

Sobcoberto Espécie

dominante

Sobcoberto Espécie

dominada

Floresta Multi-estratificada Misto A B D C

Uso do Solo

Porte ou estrutura potencial do

coberto vegetal Composição

Espécie dominante

Espécie dominada

Espécie aux3

Espécie aux4

Espécie aux5

Sobcoberto Espécie

dominante

Sobcoberto Espécie

dominada

Floresta Multi-estratificada Puro A A D C

A

A

B

C

D

A

Grau de cobertura do andar superior do povoamento > 50%

A

C

A Grau de cobertura do andar superior do povoamento > 50%

A

D

A

B

C

D Grau de cobertura do andar superior do povoamento > 50%

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NÍVEL VII – Estado de desenvolvimento

Neste nível o IFRAA2 tem como objetivo a recolha de informação que permitirá avaliar o Estado de

desenvolvimento do coberto vegetal, registando-se variáveis como como a Data de instalação, a

Classe de DAP (diâmetro médio da espécie dominante do coberto a 1,3 m) e a Classe de Qualidade

(expressa em Altura dominante 1, a uma determinada idade de referência).

Estes parâmetros apenas são caracterizados reportando-se apenas à espécie dominante do

coberto.

O registo da Data de instalação apenas é aplicável às classes de Uso do Solo “Floresta” e “Matos”,

com exceção das classes de Ocupação do Solo “Matos ardidos”, “Matos cortados”, “Floresta

ardida” e “Floresta cortada”. Cumulativamente, a recolha da Data de instalação apenas se aplica

nos casos em que a Natureza do coberto vegetal é “Cultivada”.

1 Altura média das 100 mais grossas árvores por hectare

Uso do Solo

Porte ou estrutura potencial do

coberto vegetal Composição

Espécie dominante

Espécie dominada

Espécie aux3

Espécie aux4

Espécie aux5

Sobcoberto Espécie

dominante

Sobcoberto Espécie

dominada

Floresta Multi-estratificada Misto A D C

Uso do Solo

Porte ou estrutura potencial do

coberto vegetal Composição

Espécie dominante

Espécie dominada

Espécie aux3

Espécie aux4

Espécie aux5

Sobcoberto Espécie

dominante

Sobcoberto Espécie

dominada

Floresta Multi-estratificada Misto C D A

A

C

D

A Grau de cobertura do andar superior do povoamento < 50%

A

C

A Grau de cobertura do andar superior do povoamento < 50%

D

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A Idade e a Classe de idade são campos de cálculo automático, determinados a partir da Data de

instalação.

No que diz respeito à Classe de DAP, o seu registo é apenas obrigatório para a classe de Uso do Solo

“Floresta”, quando a Natureza do coberto vegetal é “Cultivada”, devendo indicar-se se o diâmetro

médio da espécie dominante é: inferior a 20 cm, de 20 a 40 cm ou superior a 40 cm.

Quando for possível determinar a classe de DAP para a classe de Uso do Solo “Floresta”, no caso da

Natureza do coberto vegetal ser “Espontânea”, deve também proceder-se ao seu registo. De igual

modo deve proceder-se no caso dos “Matos”, de porte compreendido entre “2-5 metros”.

Finalmente, no que respeita à Classe de Qualidade, a mesma só deve ser registada se existirem

dados disponíveis para a sua determinação (por exemplo se houver medição de uma parcela de

amostragem na mancha em causa), aplicando-se o seu preenchimento apenas nos “Matos”, de

porte compreendido entre “2-5 metros”, quando “Cultivados”, ou na “Floresta”, apenas também

quando “Cultivada”.

NÍVEL VIII – Informação complementar

Neste último nível o IFRAA2 tem como objetivo a recolha de informação acessória, nomeadamente:

Data de inventário: Campo automático que regista a data em que uma mancha é criada em SIG

(assume-se como a data em que a mancha é inventariada). O valor automaticamente assumido

pode ser alterado pelo utilizador;

Base cartográfica: Identificação do elemento ou referência cartográfica que serviu de base à

vectorização da mancha;

Observações: Campo destinado ao registo de informação adicional que seja pertinente sobre a

mancha em questão;

Último processo associado: Campo destinado ao registo do número do último processo associado à

mancha (por exemplo, o número de autorização de corte ou do projeto de florestação);

Ilha: Identificação da ilha onde se situa a mancha em questão;