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REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS do nascimento à maturidade

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REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

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REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS

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Presidentes e Vice-Presidentes doConselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas

Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento da RMC de 2002 até Janeiro 2007

Peter Walker

Secretário Executivo Interino do Conselho de Desenvolvimento da RMC de 2002 até Janeiro 2007

José Carlos Constantino

Secretária Executiva do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas desde Setembro de 2007

Márcia Carvalho de Azevedo

Ano Presidente Vice

2002 Milton Álvaro Serafim Antonio Dirceu Dalben

2003 Reinaldo Nogueira L Cruz José Carlos Lena

2004 Antonio Dirceu Dalben Tarcísio Cleto Chiavegato

2004 Antonio Dirceu Dalben Milton Álvaro Serafim

2005 Hélio de Oliveira Santos Tarcísio Cleto Chiavegato

2006 José Maria de Araújo Marcos José da Silva

2007 Angelo Augusto Perugini Rodrigo Maia Santos

2008 Jose Roberto Fumach Tarcísio Cleto Chiavegato

2008 Jose Onério da Silva Rodrigo Maia Santos

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Governador do Estado

José Serra

Vice-Governador do Estado

Alberto Goldman

Secretário de Estado de Economia e Planejamento

Francisco Vidal Luna

Secretária Adjunta de Economia e Planejamento

Elizabeth Cechin

Diretora Executiva

Iêda Maria de Oliveira Lima

Diretora Adjunta Técnica

Aurea Maria Queiroz Davanzo

Diretor Adjunto Administrativo

Luiz Ernani Perlatti Filho

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DE ESTADO DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO

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Copyright © 2008Agemcamp – Agência Metropolitana de Campinas

Direção editorial

Gian Calvi e Lucila Martínez

Pesquisa de conteúdos e textos

José Pedro Martins - Jornalista

Revisão de conteúdos e textos

Agemcamp – Agência Metropolitana de Campinas

Capa

Gian Calvi – Estúdio Crianças Criativas

Direção de Arte e Diagramação

Tiago Janotti – Estúdio Crianças Criativas

Tratamento de Imagens

Alan Polonis – Estúdio Crianças Criativas

Primeira edição: 2.000 exemplares

Agemcamp - Agência Metropolitana de Campinas Rua Cândido Gomide, 778 - Jardim Guanabara

Campinas - SP - Brasil - CEP 13073-200

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Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8RMC: História apontando para o futuro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Diferenciais da RMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Força econômica da RMC, pequeno gigante econômico . . . . . 18Uma metrópole de oito anos, os primeiros passos e estrutura . . . . . 29 A Caminhada até a RMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Ano 2000, novo milênio e nova metrópole . . . . . . . . . . . . . 34 A estrutura da RMC começa a funcionar . . . . . . . . . . . . . . 36 Como funciona o Sistema de Gestão Metropolitana na RMC . . 40 Oito anos de RMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Quatro últimos anos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Parlamento Metropolitano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 A academia pensa a RMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 A Agemcamp produzindo conhecimento . . . . . . . . . . . . . . 65Desafios da Região Metropolitana de Campinas . . . . . . . . . . . . . . 67 Demografia: dinâmicas típicas da RMC . . . . . . . . . . . . . . . 70 Transportes e o pólo de logística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Habitação para o desenvolvimento integral . . . . . . . . . . . . 78 Educação e sociedade do conhecimento . . . . . . . . . . . . . . 80 Saúde: desafio pela qualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Segurança pública: drama e propostas . . . . . . . . . . . . . . . 84 Meio ambiente: múltiplos desafios . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85 Vegetação: sinal de destruição e vida . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Lixo domiciliar e industrial: grande desafio regional . . . . . . 90 Água: grande dilema regional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Sistema Cantareira e as águas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96Parcerias e gestão estratégica, construindo um pacto para a RMC . . 99 Um pacto pela RMC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

Índice

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Apresentação

E

Iêda Maria de Oliveira LimaDiretora executiva da Agemcamp

ste livro é um registro histórico da criação da Região Metropolitana de Campinas - RMC - e formação do Sistema de Gestão

Metropolitana, além dos passos que estão sendo dados em direção ao futuro, rumo a um modelo de desenvolvimento sustentável na região, passos esses que têm sido acompanhados e divulgados pelos meios de comunicação locais .

Sua elaboração foi motivada pela intenção de reunir as informações mais relevantes sobre o processo de concepção, criação, primeiros passos e o caminhar para a maturidade da Região Metropolitana de Campinas e de como a imprensa registrou essa caminhada .

Como você, caro leitor, irá constatar, no decorrer da leitura desta obra, muito se discutiu, diagnósticos importantes foram feitos e até grandes decisões foram tomadas pelas instâncias e líderes da Região, que contribuíram para formar a consciência e criar a institucionalidade e as condições político-administrativas necessárias para enfrentar os grandes desafios para a RMC.

O fortalecimento das condições de gestão metropolitana, por meio do planejamento

participativo e da gestão compartilhada, envolvendo as instituições públicas municipais, estaduais e entidades representativas da iniciativa privada e do terceiro setor, é que possibilitarão às tantas idéias geradas nesses oito anos de vida da Região Metropolitana de Campinas e cinco de Agência Metropolitana de Campinas, que criem vida e se transformem em melhorias efetivas para a região .

Resgatar essa história dos poucos mais de oito anos encurtará esse caminho e aumentará a eficiência das nossas ações .

Como pode ser constatado nas informações apresentadas neste livro, a RMC reúne plenas condições para uma melhoria substancial na qualidade de vida de sua população, desde que ocorra equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e humano, respeitando-se os limites dos recursos naturais disponíveis .

Para isso, é fundamental o amplo conhecimento e, sobretudo, o fortalecimento do Sistema de Gestão Metropolitana, criado pelo governo estadual .

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Integram o Sistema de Gestão Metropolitana o Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas, as Câmaras Temáticas, órgãos técnicos de apoio ao funcionamento do Conselho, o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas - Fundocamp, que deve destinar recursos para o financiamento de programas e projetos de interesse comum na RMC, e a Agência Metropolitana de Campinas - Agemcamp, que tem a missão legal de organizar, planejar e executar ações de interesse dos 19 municípios que compõem a RMC .

Em sintonia com essa missão, a Agemcamp propôs, e o Conselho de Desenvolvimento aprovou, um conjunto de 14 projetos prioritários para a RMC . São projetos que apontam para o fortalecimento do Sistema de Gestão Metropolitana e, em especial, para o apoio ao crescimento econômico e à gestão unificada de serviços públicos de interesse comum dos municípios de Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo, que compõem a RMC .

O funcionamento do Sistema de Gestão Metropolitana, implantado entre os anos 2000 e 2003, pode fazer com que a RMC se torne referência nacional e internacional de gestão conjunta de problemas de caráter metropolitano e, consequentemente, abrindo caminho para a vida das futuras gerações, com sustentabilidade .

Mas, isto só será possível com a construção de um Pacto pela RMC, com a participação do Sistema de Gestão Metropolitana, em parceria com as demais instituições e setores que têm contribuído de forma decisiva para o alto dinamismo econômico e social na região . Um desses notáveis parceiros é certamente a imprensa regional, que tem prestado relevantes serviços para a formação da cultura e da cidadania metropolitanas .

Com efeito, o processo de constituição da RMC e os seus primeiros anos de funcionamento sempre foram acompanhados de perto pela imprensa regional . Além dos jornais e revistas, a mídia eletrônica sempre esteve com suas atenções voltadas para os esforços de articulação, integração, organização e planejamento do espaço metropolitano de Campinas .

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“Quanto maior a importância de uma notícia, mais destaque ela ganha na imprensa. É um conceito mundial de jornalismo e não poderia ser diferente na Rede Anhanguera de Comunicação, empresa geradora de conteúdo para seis jornais impressos, uma revista e um portal da internet. Dentro dessa linha de comportamento, é absolutamente natural a extensa cobertura que os veículos da RAC dedicam aos assuntos relevantes da Região Metropolitana de Campinas, o território mais desenvolvido do Interior paulista, que, por sua vez, é a segunda região mais rica do Estado mais rico do País, atrás apenas da Grande São Paulo.

A RAC costuma trabalhar com base em indicadores do momento, para compor seu noticiário do dia-a-dia, e

esses mesmos indicadores servem de balizamento para projeções futuras, de forma a antecipar ações que possam proporcionar direcionamento correto de esforços da comunidade no sentido de alavancar não apenas a riqueza material, mas também os índices de desenvolvimento humano de toda a região.

Os estudos para ampliação de Viracopos e o andamento do projeto de instalação do trem rápido que vai unir a RMC ao Rio de Janeiro, apenas como exemplos, ganham destaque cotidiano em nossa cobertura jornalística – em especial do jornal Correio Popular – porque representam um grande avanço em direção ao futuro e devem consolidar a RMC como um extraordinário pólo desenvolvimentista. Mas, ao mesmo tempo,

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” Nelson Homem de MelloDiretor Editorial da

Rede Anhanguera de Comunicação

dedicamos igual atenção à pureza de nossos mananciais, à melhoria constante da Saúde pública, ao combate permanente à criminalidade e todos os demais itens que conferem qualidade de vida aos cidadãos.

Com os olhos no futuro, a RAC se arrisca a prever que, a médio e longo prazo, a RMC pode reverter a classificação que a confina a um segundo posto na ordem de importância estabelecida por análises puramente materiais. A julgar pela quantidade de paulistanos que optam por trocar a capital do Estado por uma de nossas cidades em busca de melhores condições de vida, como já fartamente noticiamos, a Região Metropolitana de Campinas será em breve o pedaço de Brasil mais próximo do que se pode chamar de Primeiro Mundo.

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Via Anhanguera: eixo histórico de desenvolvimento

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CAPÍTULO 1

RMC: HISTÓRIA APONTANDO PARA O FUTURO

nhanguera é um nome muito importante para a história e a configuração atual da Região Metropolitana de Campinas (RMC) .

Anhanguera é como era conhecido Bartolomeu Bueno da Silva, o bandeirante que, a mando do governador de São Paulo, abriu o Caminho de Goiás, estrada de terra a partir de São Paulo em direção ao interior do país, para facilitar o acesso às minas de ouro que tinham sido descobertas em Goiás .

Ao longo do Caminho de Goiás foram aparecendo os pousos de tropeiros, locais de descanso dos viajantes que, no lombo de cavalos e mulas, se aventuravam para o interior desconhecido . Depois de sair de São Paulo e passar por Jundiaí, os tropeiros encontravam três desses pousos, a partir dos quais foi montado o núcleo urbano de Campinas, fundada a 14 de julho de 1774, como Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso . Era o ponto de partida para a ocupação da região, que hoje é uma área metropolitana .

Anhanguera é também nome com o qual foi denominada a primeira grande rodovia de importância para a RMC, partindo de São Paulo em direção a Goiás, e passando por Campinas . A estrada São Paulo-Campinas, nome original da rodovia, teve seu primeiro trecho inaugurado em 1921, depois de cinco anos de obras, que contaram inicialmente com mão-de-obra de 84 pessoas com sentenças judiciais . Ainda na década de 1920, começaram as obras da rodovia entre São Paulo e Ribeirão Preto, passando por Campinas; mas somente em 1940 teve início a rodovia Anhanguera, com a primeira pista pavimentada, inaugurada em 1948 . A segunda pista veio em 1953 . A Anhanguera foi fundamental para a instalação, na região de Campinas, a partir da década de 1950, de importantes unidades industriais de capital multinacional, como a Bosch em Campinas, a 3M e IBM em Sumaré . 1

Também foi a Anhanguera a principal rota dos milhares de brasileiros, vindos de vários estados, que se instalaram na hoje Região Metropolitana de Campinas, para construir ou reconstruir seus projetos de vida .

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1 IBM está hoje no território de Hortolândia, após a criação do novo município em 1991 .

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Diferenciais da RMC

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RMC: pequeno gigante econômico, rumo à sustentabilidade

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01. Americana02 . Artur Nogueira03 . Campinas04. Cosmópolis05. Engenheiro Coelho06. Holambra07 . Hortolândia08 . Indaiatuba09. Itatiba10. Jaguariúna11. Monte Mor12. Nova Odessa13 . Paulínia14 . Pedreira15. Santa Bárbara D’Oeste16. Santo Antônio de Posse17. Sumaré18. Valinhos19. Vinhedo

esse sentido, a Anhanguera é um símbolo da importante estrutura logística existente na RMC, um dos principais fatores que a

colocam em destaque no cenário econômico do Brasil . Complementam essa estrutura logística rodovias igualmente importantes para o desenvolvimento regional de São Paulo e do Brasil como a Bandeirantes, a D . Pedro I e a Santos Dumont . Sem falar no Aeroporto Internacional de Viracopos, um dos principais portais de importação e exportação do país .

Ao lado da estrutura logística sofisticada, a RMC sedia um dos principais pólos científicos e tecnológicos do Brasil, outro fator de competitividade importante, sobretudo, no contexto da Sociedade do Conhecimento,

em que a informação e a comunicação são cada vez mais cruciais para a economia .

A passagem por Campinas, de personagens como Hércules Florence (para muitos o “pai da fotografia”, por suas experiências inéditas na cidade em 1832), padre Lendell de Moura (para vários autores, pioneiro em experiências com transmissões de rádio, e que atuou na Paróquia do Carmo, em Campinas, no final do século XIX) e Alberto Santos Dumont (que estudou no Colégio Culto à Ciência na mesma época), foi sinal da vocação histórica da região para a ciência e tecnologia .

Estão situados na RMC os campus da Universidade Estadual de Campinas - Unicamp, da Pontifícia

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Unicamp: signo da inteligência reunida na RMC

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Universidade Católica de Campinas - PUC/Campinas, da Universidade Paulista - Unip, da Universidade da São Francisco - USF, da Faculdades de Campinas - Facamp, da Faculdades Integradas Metropolitanas de Campinas - Metrocamp, entre outras importantes instituições universitárias . Para se ter uma idéia da relevância da RMC, em termos de ciência e tecnologia no Brasil, sozinha, a Unicamp foi a universidade que mais obteve registros de pedidos de patentes no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) na década de 1990: 125, do total de 355 pedidos de patentes feitos por instituições universitárias brasileiras . Em seguida vieram a Universidade de São Paulo (USP), com 76 depósitos; Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 39; Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 31; e Universidade Estadual

Paulista (Unesp), 13 pedidos; de acordo com a Agência de Inovação da Unicamp (Inova), que planeja ampliar ainda mais a produção da Universidade nessa área .

Estão igualmente presentes na RMC centros de pesquisa como o Laboratório Nacional de Luz Síncroton (único do gênero no Hemisfério Sul), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, Instituto de Biologia, - IB/Unicamp, Coordenadoria de Assistência Técnica e Integral da Secretaria de Agricultura - Cati, Centro de Pesquisas e Desenvolvimento - CPqD, Centro de Pesquisas Renato Archer – CenPRA, Instituto de Zootecnia – IZ/APTA e Instituto Agronômico de Campinas - IAC (a primeira instituição de pesquisa da região, instalada em 1887) .

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O papel da RMC no ensino e pesquisa de alta tecnologia foi reforçado com a inauguração de novas instituições, em março de 2008: a nova sede da Embrapa Monitoramento por Satélite e o Centro de Nanociência e Nanotecnologia César Lattes, na área do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS) .

“O Brasil ganha hoje um centro de estudos avançados de materiais, com uma infra-estrutura tecnológica de última geração para pesquisa de nanociência e nanotecnologia. Numa área em que tudo se mede numa escala de um milhão de vezes menor que um milímetro, o Centro de Nanociência e Nanotecnologia César Lattes vai atuar na exploração de propriedades de partículas em escala atômica e

trabalhar na construção de estruturas complexas, átomo por átomo”, escreveu Maria Teresa Costa . (“Presidente inaugura centros de pesquisa de ponta na RMC”, CP, 4/3/2008)

A RMC é também o endereço de empreendimentos como o Techno Park, um importante condomínio de empresas de alta tecnologia do interior de São Paulo, que abriga empresas de biotecnologia e tecnoinformação, entre outras áreas . Também está localizado na Região o Parque Tecnológico vinculado à Companhia do Pólo de Alta Tecnologia de Campinas – Ciatec (Parque II do Ciatec), em área localizada próximo às universidades, que incopora em sua região um condomínio de empresas de alta tecnologia e já

Refinaria de Paulínia da Petrobras: pólo energético

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Laboratório de Luz Síncroton

abriga importantes instituições de pesquisa, entre elas o Laboratório Nacional de Luz Síncroton e a Fundação CPqD .

Todos esses centros de ensino e pesquisa são responsáveis pelo perfil de alta tecnologia que caracteriza a RMC, onde, não por acaso, estão situadas empresas como IBM, Dell, Motorola, Compaq e dezenas de empreendimentos especializados em desenvolvimento de software .

Outro diferencial competitivo da RMC é também seu papel estratégico no setor energético . O pólo petroquímico de Paulínia é um dos pontos fortes da economia regional, destacando-se nele a Refinaria de

Paulínia, da Petrobras, a maior do Brasil e uma das maiores da América Latina .

A RMC é igualmente uma região com importantes empreendimentos associados ao etanol, o combustível que coloca o Brasil na trilha das fontes energéticas sustentáveis, essenciais para se enfrentar o desafio do aquecimento global e está a menos de meia hora de Piracicaba, uma das principais referências nacionais e internacionais do setor, pela presença de empresas como a Dedini Açúcar e Etanol – Codistil, maior fabricante de destilarias do mundo, e Cosan S/A Indústria e Comércio . Estão ainda na RMC as sedes da CPFL Energia e da Elektro, duas das principais distribuidoras de energia elétrica do Brasil .

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RMC é, ao final da primeira década do século 21, uma das regiões que mais recebem investimentos internos e

externos no Brasil . E tenderá a atrair ainda mais, quando, entre outros empreendimentos previstos, o Aeroporto Internacional de Viracopos estiver ampliado e concluído .

A Pesquisa de Investimentos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), realizada pela Fundação Seade, indicou que entre 2000 e 2005 foram anunciados 18 bilhões de dólares em investimentos nos 19 municípios da RMC . Paulínia, sede do mais importante pólo petroquímico do Brasil;

e Campinas, que tem uma diversificada rede de indústria, comércio e serviços, lideraram a captação de investimentos, com US$ 5,9 e US$ 4,8 bilhões, respectivamente .

Em terceiro lugar ficou Americana, sede do mais importante pólo têxtil da América Latina, e em quarto lugar Sumaré, que atraiu US$ 1,5 bilhão em investimentos .

A pesquisa mostrou que US$ 3,9 bilhões dos investimentos anunciados eram relacionados a empresas do Tratado Norte-Americano de Livre Comércio - NAFTA, o mercado comum entre Estados

Força econômica da RMC, pequeno gigante econômico

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Agricultura ainda mantém a força na RMC

Unidos, Canadá e México . Em segundo lugar apareceu a União Européia, com US$ 3,2 bilhões . O Japão, por sua vez, foi responsável por US$ 1 bilhão, a China por US$ 145 milhões, o Chile por US$ 83 milhões, Coréia por US$ 70 milhões e Cingapura por US$ 30 milhões .

Os números mostram que, praticamente, a metade dos US$ 18 bilhões em investimentos anunciados para a RMC, entre 2000 e 2005, foi de origem internacional, o que ratifica a importância estratégica do Aeroporto de Viracopos para a economia regional .

O alto volume de investimentos anunciados em apenas seis anos certifica o status da RMC como um

pequeno gigante econômico . Com seus 3 .673 km² e mais de 2,7 milhões de habitantes em 2008, a RMC representa 0,04% do território brasileiro e 1,48% do território paulista, mas concentra 9,4% do Produto Interno Bruto (PIB) de São Paulo, segundo dados da Fundação Seade, equivalendo praticamente à soma das Regiões Administrativas (RA´s) de São José dos Campos (6,3% do PIB estadual) e Santos (3,8%) .

O PIB da RMC em 2003 foi de R$ 44,9 bilhões, em comparação com os R$ 494 bilhões do Estado de São Paulo e, em termos regionais, situado atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), com seus R$ 244 bilhões (49% do PIB estadual) .

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Mas, a Região Metropolitana de Campinas apresenta de longe o mais elevado PIB per capita de São Paulo e, portanto, um dos maiores do Brasil, com R$ 18 .153, em 2003, contra os R$ 15 .129 da Região Administrativa (RA) de Campinas, R$ 14 .742 da RA de São José dos Campos e R$ 13 .137 da RMSP . Em 2007 o PIB per capita da RMC já ultrapassou os R$ 20 .000 .

Os cinco municípios com maior PIB da RMC, em 2003, foram Campinas (28,93%), Paulínia (22,17%), Americana (6,86%), Jaguariúna (6,42%) e Sumaré (6,41%) . Em Campinas, líder regional, o setor de serviços correspondeu a 39,39% do PIB regional nesse segmento em 2003, contra 20,71% do setor industrial . Em Paulínia, a situação era outra, com 27% do setor industrial regional, enquanto o município tinha 20,75% do setor de serviços .

Apesar do evidente peso dos setores industrial e de serviços na RMC, o setor agrícola continua importante, principalmente para alguns municípios . Os municípios com maior participação no valor adicionado regional da agricultura são Engenheiro Coelho (12,04%) e Artur Nogueira (9,43%), com sua importância na plantação de laranja e cana-de-açúcar, Valinhos (9,13%) com a cana e as frutas, principalmente figo; Campinas (9,07%), com vários produtos, inclusive frutas e Holambra (8,22%), com suas flores.

De longe, a principal produção agrícola da região é a de cana-de-açúcar (34% do valor da produção regional), laranja (19,5%), tomate (8,3%) e uva (6,9%) . A cana-de-açúcar está presente em praticamente toda a RMC, com destaque para Santa Bárbara D’Oeste, Cosmópolis e Valinhos, que

respondem por 45% da produção regional . A laranja está concentrada basicamente em Engenheiro Coelho e Artur Nogueira, responsáveis por, respectivamente, 27,8% e 24,7% da produção regional . Por sua vez, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor respondem por 57% da produção de tomate. O figo produzido na RMC representa 88% da produção estadual . A goiaba representa 42% da produção paulista .

Todos esses números e ingredientes mostram o dinamismo e a pujança econômica da RMC, que está em total sintonia com as tendências da globalização, liderada pela rede de metrópoles e tendo a economia do conhecimento como fio condutor. As projeções são de crescimento econômico ainda maior da região nos próximos anos, justamente por seus diferenciais competitivos, como a estrutura logística, o pólo científico e tecnológico e a base energética.

Vários estudos comprovam o imenso potencial econômico da RMC em função de suas vantagens comparativas . Caso do estudo “Campinas: Vocações Regionais”, preparado pela Unicamp, em parceria com a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) .

“O trabalho mostrou quais são os setores-chave para investimentos e promoção no comércio exterior: telecomunicações e informática, fármacos, indústria automotiva (autopeças), fruticultura e flores e agricultura orgânica”, assinalou a repórter Adriana Leite (“RMC é muito mais que um pólo tecnológico”, CP, 4/6/2004). A reportagem acentua que a RMC “é um celeiro de empresas de base tecnológica. Mas oferece também oportunidades de negócios em setores como serviços especializados, atividades de suporte à indústria, áreas sociais e hotelaria e alimentação”.

Pólo têxtil simboliza potencial econômico da região

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Outra análise na mesma linha foi promovida pelo Instituto de Estudos Metropolitanos (Ieme), com base em dados de 75 cidades que respondem por mais de 70% do PIB paulista . A partir desse levantamento, o Instituto formulou o Índice de Desenvolvimento Econômico Equilibrado (IDEE) dos municípios . E, pelos seus critérios, a RMC tem quatro dos dez municípios mais ricos e consistentes de São Paulo: Paulínia, Vinhedo, Campinas e Valinhos .

O estudo foi comentado em editorial pelo Correio Popular:

“A RMC, que em outras avaliações tem-se destacado como principal pólo econômico do interior do País, dada a incomum qualificação tecnológico-industrial e em termos de institutos de ensino e pesquisa, agora ratifica sua posição de destaque, quanto à riqueza” (“Consistência da RMC para os investimentos”, CP, 30/7/2004).

O status regional no cenário das exportações tem sido igualmente destacado pela imprensa .

“No conjunto de 19 municípios que formam a RMC, as exportações somaram US$ 3,099 bilhões (em 2004). O crescimento frente a 2003 foi de 24,18%, quando o saldo das exportações alcançou US$ 2,496 bilhões. As cidades da RMC juntas responderam por 9% das vendas das empresas paulistas ao Exterior em 2004”, informou a repórter Adriana Leite, citando dados de estudo da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior sobre os municípios exportadores . (“RMC responde por 9% das exportações do Estado de São Paulo”, CP, 23/4/2005).

O perfil de alta tecnologia presente na RMC é sempre reiterado pela mídia . “Os setores de Telecomunicação e Tecnologia da Informação (TI), juntos, respondem hoje por 40% do PIB e empregam cerca de 16,7 mil pessoas na RMC. A força desses segmentos industriais na região – fomentado ao longo das duas últimas décadas pela mão-de-obra qualificada, centros de pesquisas de excelência e instituições de ensino de ponta – foi comprovada com uma pesquisa realizada pelo International Data Group (IDG) Brasil com o estudo ´100 Maiores Telecomunicações 2005`.

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Em dez das 28 categorias divididas no estudo aparecem empresas da região que nasceram ou mantém vínculos de pesquisa na região e oito figuram no levantamento como destaques em suas categorias”, notou o jornalista Marcelo de Oliveira (“RMC é ilha de excelência em telecomunicação e TI”, CP, 11/10/2005).

Os esforços regionais para superar situações críticas, como no caso do setor têxtil, são também acompanhados de perto . “Os prefeitos da RMC começaram ontem a articular uma série de ações

em defesa do Pólo Tecnológico da Indústria Têxtil e de Confecções, ameaçado de sofrer grave crise com a entrada de produtos chineses no mercado brasileiro. O pólo é formado por Americana, Santa Bárbara d´Oeste, Nova Odessa, Sumaré e Hortolândia. A cadeia têxtil, com tecelagem, tinturaria, estamparia, fiação e confecção emprega 35 mil pessoas, e é responsável por 85% da produção nacional de tecidos planos de fibras artificiais e sintéticas”, escreveu Maria Teresa Costa (“RMC articula defesa do setor têxtil”, CP, 23/11/2005).

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Apesar dos desafios impostos pela concorrência asiática, o pólo têxtil da RMC continua muito forte, como a imprensa tem registrado . “A importância da cadeia produtiva do algodão, que tem a Região Metropolitana de Campinas (RMC) como principal cliente, foi discutida na 14ª edição do Clube da Fibra, evento realizado pela primeira vez em Campinas. Mais de 20% de toda a produção nacional é destinada para o Estado de São Paulo, que tem como pólo consumidor da fibra as cidades de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste, Sumaré e Hortolândia, municípios que formam o pólo têxtil estadual”, escreveu Vilma Gasques, complementando: “Do total de algodão produzido no Brasil neste ano — 1,4 milhão de toneladas de plumas —, 300 mil toneladas são destinados para o consumo do pólo paulista. Outras 600 mil toneladas vão para o mercado externo. Esses dois consumidores representam 40% de tudo que é produzido no País. Os números, por enquanto são estimados. Somente o consumo no Estado de São Paulo, principal cliente, e o que é exportado são separados. Os outros números são feitos por região, cujo consumo é menor”, diz o presidente da Associação Paulista dos Produtores de Algodão, Ronaldo Spirlandelli de Oliveira (“RMC é o principal destino da produção de algodão do País”, CP, 20/8/2008).

Tendência importante, detectada pela imprensa, é a da RMC tornar-se centro de excelência em pesquisas e produção de etanol, no contexto de busca de alternativas para se enfrentar o desafio do aquecimento global . “Sem muito alarde, um dos mais badalados investidores do mercado internacional esteve no último mês de abril em Campinas. A convite da rede de TV NBC, uma das gigantes do setor das comunicações nos Estados Unidos, o indiano Vinod Khosla visitou duas empresas que são símbolos da vocação científica e tecnológica da RMC. São a Alellyx e a Cana Vialis, empresas ligadas ao Grupo Votorantim

e que são consideradas, hoje, grandes expoentes na pesquisa de novas variedades de cana-de-açúcar”, registrou matéria do Correio Popular em caderno especial, redigido por José Pedro Martins (“RMC caminha para ser pólo de etanol”, CP, 26/7/2006).

Todos esses dados são praticamente reafirmados por estudo do IBGE que ratifica a sólida posição da RMC no cenário da produção econômica nacional . “A produção de riquezas na RMC cresceu quase três vezes acima da média brasileira entre 2001 e 2004, segundo o IBGE, que divulgou ontem o PIB dos Municípios brasileiros. No período, o crescimento real do Brasil, descontada a inflação de 35,73%, foi de 8,5% e o da região foi de 21,7%”, informou Maria Teresa Costa (“PIB da RMC cresce três vezes mais que o do País”, CP, 14/12/2006).

A tendência permaneceria . “O crescimento do conjunto das riquezas geradas na RMC superou a média nacional em 2007. Estimativa do departamento de Economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), com base em indicadores como o consumo de energia elétrica e as expansões dos setores econômicos, aponta que o PIB da região teve um incremento de 6,2% no ano passado frente a 2006. Na última semana, o IBGE divulgou que o índice nacional foi de 5,4%. O PIB regional teria fechado 2007 em R$ 74,1 bilhões”, escreveu Adriana Leite (“RMC cresce mais que a média do País”, CP, 14/3/2008).

Os potenciais da RMC são evidentes . Com organização e planejamento adequados, a região tende a se colocar em posição cada vez mais competitiva no cenário mundial . A constituição do Sistema de Gestão Metropolitana (SGM), a partir da criação oficial da RMC em 2000, aponta justamente para um futuro planejado e cada vez mais organizado em diversas áreas .

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A condição da RMC em ser um pólo de logística é um de seus principais diferenciais, uma de suas vantagens comparativas em relação a outras regiões metropolitanas brasileiras .

Alguns dos grandes projetos de infra-estrutura em desenvolvimento no Brasil, no início do século 21, têm relação direta com a RMC, e terão impacto no fortalecimento ainda maior de sua posição estratégica no cenário econômico nacional e internacional . Este é o caso, dentre outros, dos seguintes projetos:

Rodoanel na Grande São Paulo• – Terá 170 km de extensão quando for concluído, e ligará as principais rodovias de São Paulo e do Brasil, inclusive aquelas situadas entre a RMSP e a RMC . No dia 11 de outubro de 2002 foi inaugurado o primeiro trecho do Rodoanel, o Trecho Oeste, ligando as rodovias Bandeirantes, Anhanguera, Castelo Branco, Raposo Tavares e Regis Bittencourt . . O transporte rodoviário de produtos da RMC para o Porto de Santos, será muito facilitado quando o Rodoanel estiver concluído .

• Concessões de Rodovias da Região - As concessões do Corredor D . Pedro I e do Corredor Marechal Rondon Leste, promovidas pelo governo José Serra, são fortes instrumentos de alavancagem da economia da região e do interior paulista . Somente para esses dois corredores estão previstos investimentos no valor de R$ 2,41 bilhões e R$ 1,61 bilhão . No Corredor D . Pedro I, constituído pelas rodovias SP-065 (a própria D . Pedro), dentre outras, destaca-se o prolongamento da SP-083 – Anel Sul de Campinas e Via Perimetral de Itatiba, além dos acessos da D . Pedro a Valinhos e Barão Geraldo .

Já no • Corredor Marechal Rondon Leste, que beneficiou, dentre outras, rodovias de municípios próximos à RMC, foram contemplados os municípios de Campinas, Sumaré, Hortolândia e Monte Mor, pela inclusão do projeto de duplicação da SP-101 e os acessos da SP-101 a Hortolândia e Monte Mor . Entre as obras, está também o prolongamento do Anel Viário de Campinas, entre a rodovia Anhanguera e o aeroporto de Viracopos, orçada em R$ 161 milhões .

• Ferroanel – Outra obra que terá grande impacto na RMC, se realmente concretizada . O Ferroanel tem como objetivo fazer a conexão da malha ferroviária paulista, que ainda apresenta gargalos, apesar de ser a maior do Brasil, e uma das maiores da América Latina . O Ferroanel terá 150 km, ligando as principais linhas ferroviárias em torno da RMSP, com impacto na RMC .

Corredor de Exportação Campinas• - Litoral Norte – O propósito do governo de São Paulo é ligar Campinas, sobretudo após a ampliação do Aeroporto de Viracopos, ao porto de São Sebastião, por meio da rodovia D . Pedro I, que acompanha aproximadamente o trajeto do rio Atibaia .

• Trem de Alta Velocidade (TAV, conhecido como trem-bala) entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro – O governo federal acelerou os estudos para implantação do TAV, partindo provavelmente das proximidades de Viracopos, consolidando ainda mais o sistema de logística da RMC . Porém, embora previsto no PAC, esse projeto ainda não tem o seu estudo de viabilidade concluído .

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““A vocação para o crescimento regional é secular e vem dos tempos do café. Desde então, a expansão é inerente a toda a cadeia econômica. Nos últimos 30 anos, a industrialização e a interiorização promoveram a estruturação e a modernização com a chegada da tecnologia de ponta, das universidades, das multinacionais e do Aeroporto Internacional de Viracopos, que exerce extrema importância neste contexto, assim como as estradas - consideradas de 1º mundo.

Mas não é só de riquezas que vive a RMC. Há problemas estruturais que chegaram junto com o crescimento, como a questão da água (que ameaça o abastecimento devido à qualidade e à quantidade),

da saúde pública (que se concentra na metrópole), da habitação, da empregabilidade (com falta de mão-de-obra especializada) e da renda (que é achatada a cada ano). O forte déficit da balança comercial também deixa em alerta os setores produtivos, que convivem com uma crescente importação e uma exportação em queda.

Assim como os bons ventos da economia são compartilhados hoje por todos os segmentos, as dificuldades comuns às grandes concentrações metropolitanas também fazem parte das pautas das mais diversas empresas da região, como as montadoras de carros, as refinarias de petróleo,os produtores de flores e de frutas, os fabricantes de eletroeletrônicos, as

• Ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos – Entre 1995 e 2002, a Infraero investiu R$ 87 milhões na modernização e readequação de Viracopos . Entre 2003 e 2007 foram investidos outros R$ 201 milhões . O Plano Diretor de Viracopos prevê que, nos próximos 15 a 20 anos, a capacidade do aeroporto seja ampliada para o atendimento anual de 55 milhões de passageiros e 470 mil operações de pouso e decolagem . Para tanto, estão previstos investimentos do governo federal, via Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, no valor de R$ 156 milhões para a construção da segunda pista de pouso, da pista de táxi e novo terminal de passageiros . Em 2008, o governo Lula anunciou a intenção de privatizar a gestão de Viracopos .

Modernização do Porto de Santos• – apontando para uma possibilidade de ampliação crescente do volume de cargas, essa modernização é

fundamental para o escoamento de mercadorias produzidas na RMC e interior paulista e destinadas à exportação .

• ModernizaçãoeConversãodaRefinariadePaulínia - no que se refere à infra-estrutura energética, o PAC contempla R$ 81,9 milhões para obras de uma usina termelétrica e de biomassa e R$ 4,2 bilhões para modernização e conversão da refinaria de Paulínia, da Petrobras. Também nesse setor estão previstos recursos do PAC para os gasodutos Campinas-Rio e Paulínia-Jacutinga, no valor de R$ 280 milhões .

O interesse da imprensa por projetos como a ampliação de Viracopos e o TAV é cada vez maior, pelo seu potencial de alavancar empreendimentos na região . “O potencial imobiliário das áreas próximas às duas futuras estações do trem de alta velocidade (TAV) em Campinas é de R$ 20,8 bilhões, de acordo com um estudo elaborado pelo escritório do arquiteto

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” Adriana MenezesTrabalhou na editoria de Economia do

Correio Popular e é atual repórter da

revista “Metrópole”, do mesmo jornal

e urbanista Jaime Lerner e divulgado ontem a empresários”, informou Maria Teresa Costa, que acrescentou: “Com esse levantamento, a Prefeitura está indicando aos futuros construtores e operadores do TAV os locais onde poderão investir e qual o Valor Geral de Venda (VGV) dessas áreas. A exploração do entorno das estações é uma das condições que os consórcios têm imposto para disputar a concessão de exploração, porque essas áreas irão gerar receitas extras ao empreendimento e possibilitar a oferta de tarifa mais barata aos passageiros. As estações de Campinas estão previstas para o Aeroporto Internacional de Viracopos e para o pátio ferroviário central, ao lado da rodoviária. O estudo separa 23,6 milhões de metros quadrados e Lerner sugere dois pontos de investimento — Pólo Aeroporto e Pólo Centro”. (“Potencial imobiliário do trem rápido é de R$ 20,8 bi”, CP, 21/10/2008).

Os indicadores de desenvolvimento social da RMC acompanham o crescimento econômico da região . O

PIB per capita de 2005 é de R$ 22 mil, uma posição de destaque, quando comparada aos valores obtidos no Estado de São Paulo e no Brasil, cerca de R$ 18 e R$ 12 mil reais respectivamente .

Os municípios da Região Metropolitana de Campinas apresentam IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano - posição em 2000) entre os mais altos do Estado e do país, variando entre 0,857 (Vinhedo) e 0,783 (Monte Mor) .

Dados mais recentes, de uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que levam em consideração variáveis como Emprego e Renda, Educação e Saúde, assinalam índices de desenvolvimento municipal de 0,852 como a média para a Região Metropolitana de Campinas em 2005 . Na lista das 100 melhores cidades do país, de acordo com o IDM Firjan/2008, 12 estão na Região Metropolitana de Campinas, com destaque para Indaiatuba (1ª posição) e Jaguariúna (3º lugar) .

empresas de logística, de tecnologia da informação e de telecomunicações e os empreendimentos na área de serviços.

Os desafios dependem de uma administração que saiba articular uma política suprapartidária, com ações integradas, que estão a cargo da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp), criada como autarquia pela Lei Complementar Estadual no 946 de setembro de 2003. O potencial econômico da RMC, portanto, faz dela uma região promissora, mas também a torna frágil por estar condicionada a uma articulação de sucesso entre todos os envolvidos, dos setores públicos e privados à população”.

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CAPÍTULO 2

UMA METRÓPOLE DE OITO ANOSOS PRIMEIROS PASSOS E ESTRUTURA

Uma nova realidade política e institucional emergiu, quando foi criada oficialmente a RMC . E desde o início, o Sistema de

Gestão Metropolitana passou a ser considerado como fundamental para planejar, propor e coordenar a execução de ações relacionadas ao futuro da RMC, com vistas a que o seu vigor econômico fosse conjugado a um modelo de desenvolvimento sustentável, com qualidade de vida para os cidadãos metropolitanos e respeito aos recursos naturais da região, muitos deles já em situação de vulnerabilidade, como é o caso dos recursos hídricos .

A criação oficial da RMC, com a Lei Complementar 870, de 19 de junho de 2000, foi, na prática, apenas o reconhecimento de uma situação metropolitana já de

fato existente e que se caracterizava pela conurbação entre municípios limítrofes e a utilização integrada de serviços públicos, exigindo um planejamento intermunicipal para que os mesmos fossem prestados de forma adequada .

Na década de 1970 foram apresentados ao Congresso Nacional projetos criando a Região Metropolitana de Campinas, pelos então deputados federais Carlos Nelson Bueno, de Mogi Mirim, e Francisco Amaral, ex-prefeito de Campinas, ambos do MDB . Contudo, os prefeitos da região mostraram-se reticentes em apoiar a iniciativa, por temer a perda da autonomia de seus respectivos municípios, durante o auge do regime militar .

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Covas sanciona projeto da Grande Campinas

Ogovernador Má-rio Covas (PSDB)sancionou ontem,em cerimônia no

Palácio dos Bandeirantes,a lei que cria a Região Me-tropolitana de Campinas(RMC). Na avaliação deCovas e do secretário es-tadual de Planejamento,André Franco MontoroFilho, a data de ontemmarca “a transformaçãogeoeconômica de uma re-gião que sai do papel paraexistir de fato. Mas, parao deputado Renato Si-mões, a RMC está “entran-do no papel agora e seusfrutos só serão conheci-dos em 2002, provavel-mente”.

A transformação àqual o governo estadual serefere é a maior eficiên-cia na alocação de recur-sos, que deverão ser tra-tados em conjunto pelos19 municí-pios que es-tão dentro daRMC (vejaquadro nestap á g i n a ) .“Campinasrepresentahoje a regiãoque maiscresce no Estado de SãoPaulo. Com este progres-so, crescem também osproblemas de gerencia-mento, que transcendemos limites de cada muni-cípio”, explicou MontoroFilho.

Juntos, os 19 municí-pios estarão agregandomais de 2,2 milhões de ha-bitantes, o que represen-ta 6,27% da população doEstado. Seu produto inter-no bruto, pelos dados ofi-ciais, é de R$ 17,2 bilhões,10,26% do total do Estado,em um espaço territorialque envolve 3,6 mil quilô-metros quadrados.

“Entre as possíveismelhorias desta região es-tão a maximização de re-cursos e a atração de in-vestimentos privados, be-neficiando a populaçãocom mais oportunidadesde emprego”, disse Covas.

“A nossa região cres-ce hoje praticamente 10%ao ano, é a região que maiscresce no Estado. Nadamais justo do que traba-lharmos, a partir de ago-ra, em conjunto, dentrodesta nova Região Admi-

nistrativa”, comemorou oprefeito de Hortolândia,Jair Padovani (PSDB), quecompareceu ontem à sole-nidade do Palácio dosBandeirantes.

Apesar da comemora-ção do governo estadual,que contou com a presen-ça de deputados estaduaise federais da região, Si-mões, que não compare-ceu à solenidade, alfine-tou: “Fizeram um estarda-lhaço até para poder aba-far o período de quatroanos em que o governo doestado ficou segurando aapreciação da propostapela Assembléia, sem quenós (deputados) soubésse-mos sequer o número demunicípios que estavamintegrando a RMC”.

A expectativa do depu-tado petista é de que aRMC seja implantada noano que vem. “É pratica-mente impossível conce-ber a idéia de que os con-

selhos daRMC sejamconstituídoseste ano, àsvésperas daseleições mu-nicipais. Seisso ocorrer,certamenteterá de sermodificado

em 1º de janeiro, quandoos novos prefeitos toma-rão posse”, explica o de-putado.

Na prática, segundoSimões, o governo esta-dual terá de entrar em en-tendimento com as prefei-turas dos 19 municípios,para então constituir oConselho de Desenvolvi-mento da RMC, que temcaráter deliberativo eserá composto em 50% porrepresentantes dos Exe-cutivos Municipais e em50% pelo Executivo esta-dual.

Além disso, ainda é ne-cessário que o governo doestado regulamente o fun-cionamento do conselhoconsultivo da RMC. Esteconselho terá a participa-ção dos legislativos muni-cipais, estadual e federal,bem como da sociedade ci-vil, que poderá abrir fó-runs de discussões perma-nentes sobre questões co-muns aos municípios inte-grados, fiscalizar as açõesdo Conselho de Desenvol-vimento Metropolitano,além de elaborar propos-tas para a RMC.

Propostasofreu várias

alteraçõesA criação da Região Me-

tropolitana de Campinas(RMC) é reivindicada há cer-ca de 20 anos pelos prefeitosda chamada Região Admi-nistrativa de Campinas, quecongrega 22 municípios. Osdeputados estaduais CéliaLeão (PSDB), Renato Simões(PT) e Vanderlei Macris(PSDB) chegaram a apresen-tar projetos de lei para a cria-ção da nova metrópole, masretiraram suas propostaspara que o governador Má-rio Covas (PSDB) apresentas-se o projeto definitivo, quesó foi conhecido e aprovadoeste ano.

Nos mesmos moldes doprojeto que criou a RegiãoMetropolitana da BaixadaSantista, que contempla novemunicípios, o projeto elabo-rado pelo governo estadualsobre a RMC, sofreu altera-ções de algumas emendaspropostas pelos deputados efoi reduzida para 19 municí-pios. Simões, com apoio detoda a bancada petista da As-sembléia, temia que a gestãodo Fundo de Desenvolvimen-to Metropolitano da RMC fi-casse, como na Baixada San-tista, sob a tutela da Secre-taria de Transportes Metro-politanos.

Assim, a RMC terá doisconselhos, um deliberativoe outro consultivo, que nãoestão vinculados à pasta deTransportes Metropolitanos,assegurando um perfil maisdemocrático de gestão dosrecursos. Segundo Simões, aquestão do polêmico geren-ciamento do Parque Ecoló-gico Monsenhor Emílio JoséSalim, que está em territóriocampineiro e que se encon-tra em estado de abandono,poderá virar assunto metro-politano, já que a RMC temautonomia para discutirquestões ambientais. (AM)

Covas: “Entre as melhorias estão a maximização de recursos e a atração de investimentos privados, que irá gerar mais emprego”

MARCOS RIBOLLI

Outra iniciativa que apontava para uma ação regional integrada foi a criação, em 1971, pela Prefeitura de Campinas, da Fundação para o Desenvolvimento da Região de Campinas (Funderc) . Inicialmente uma fundação de direito público, a instituição depois se transformou numa organização de direito privado, que chegou a envolver 27 municípios que estabeleceram convênio com Campinas . A Funderc foi extinta em 1977 .

As portas para a organização de novas regiões metropolitanas foram abertas com a Nova Constituição Federal, de 1988, que delegou poder aos estados para legislar sobre organização territorial . Desde então, deflagrou-se, na RMC, um complexo processo, envolvendo vários atores e sempre com acompanhamento da imprensa, até a criação da Região Metropolitana de Campinas .

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A caminhada até a RMC

No dia 25 de junho de 1993, vereadores de 22 municípios da região de Campinas constituíram o Fórum Legislativo

Regional . O objetivo do Fórum, segundo seus idealizadores, era “antecipar e acelerar o processo de metropolização da região”, informou o repórter José Pedro Martins (“Fórum regional debaterá processo de metropolização”, CP, 26/6/93) . Foi um dos antecedentes do amplo debate regional sobre a metropolização .

Na época, a atenção regional voltou-se, sobretudo, para o processo envolvendo a discussão de lei específica, com as diretrizes gerais para a criação de regiões metropolitanas no estado de São Paulo . Projeto do governo estadual nesse sentido entrou na pauta de votações da Assembléia Legislativa dia 1º de junho de 1994, informou José Pedro Martins (“Assembléia vota criação de regiões metropolitanas”, CP, 2/6/94).

A necessidade de regulamentação do processo de criação de novas regiões metropolitanas era uma decorrência da promulgação da nova Constituição de São Paulo, de 1989, que já apontava no Artigo 153, a possibilidade de estruturação, para efeito de planejamento, de três modalidades de agrupamentos urbanos em território paulista: região metropolitana, aglomeração urbana e microrregião .

No caso do estado de São Paulo, a partir dessa abertura constitucional, dois movimentos, que acabaram convergindo, foram deflagrados. O primeiro, partindo do governo estadual, que iniciou estudos visando a estruturação de novos agrupamentos urbanos . E o segundo, de iniciativa de lideranças regionais, sobretudo de deputados estaduais, que passaram a formular e a apresentar projetos criando regiões metropolitanas e outras modalidades de agrupamentos urbanos, mesmo diante da exigência constitucional de que novas metrópoles apenas poderiam ser criadas a partir de projeto do Executivo .

Apesar de apresentarem, portanto, vício de iniciativa, foram registrados no período – primeira metade da década de 1990 – nada menos que 54 projetos de lei de deputados estaduais, relacionados a agrupamentos urbanos .

Nesse mesmo cenário, o governo estadual apresentou então a proposta de regulamentação da criação de regiões metropolitanas . Como o repórter do Correio Popular acentuou, durante o processo de discussão do projeto em três Comissões – de Constituição e Justiça, Assuntos Municipais e Assuntos Metropolitanos – foram acrescentadas “emendas de diversos deputados, incluindo as preocupações de prefeitos e lideranças das diversas regiões metropolitanas que serão criadas, como as de Campinas, Baixada Santista e São José do Rio Preto”.

Após amplo debate, o projeto governamental foi finalmente aprovado, a 22 de junho de 1994, por 44 votos a nove, de acordo com o repórter Paulo Rogério Gilani (“Metropolização de Campinas é aprovada pela Assembléia”, CP 23/6/94, matéria com título que de fato não representava o que tinha sido aprovado pelo Legislativo estadual na oportunidade).

A Lei Complementar estadual nº 760, com as diretrizes gerais para criação de regiões metropolitanas no Estado de São Paulo, foi sancionada pelo governador Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB) a 1º de agosto de 1994 . Pela LC 760, poderia ser considerado região metropolitana “o agrupamento de municípios limítrofes, com destacada expressão nacional, a exigir planejamento integrado e ação conjunta com união permanente de esforço para a execução das funções públicas de interesse comum, dos entes públicos nela atuantes, que apresente, cumulativamente, as seguintes características: I – elevada densidade demográfica; II – significativa conurbação; III – funções urbanas e regionais com alto grau de diversidade; e IV – especialização e integração socioeconômica”.

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Eram características típicas do cenário da região de Campinas, conurbada, densa em termos demográficos e que crescia em termos populacionais a médias superiores à região metropolitana de São Paulo, como já foi indicado no início deste capítulo . E, de fato, a entrada em vigor da LC 760 gerou enorme expectativa na região de Campinas, no sentido de que a oficialização da metropolização seria questão de dias.

“95 é o ano da metrópole”, indicava a 4 de setembro de 1994 reportagem principal do Caderno Metropolitano, que havia sido criado pelo Correio Popular, justamente refletindo o clima positivo que existia na região . De acordo com a reportagem, o jornal acreditava que, “passadas as eleições (legislativas e para governos e presidência da República), esse será o tema principal de prefeitos, urbanistas e empresários de uma área com capacidade para integrar o Primeiro Mundo, se fosse um país”.

O jornal incluía na reportagem um possível mapa da futura RMC, que seria composta por 18 municípios, todos que efetivamente depois integrariam a Região Metropolitana de Campinas, à exceção de Itatiba, que veio integrar efetivamente a RMC .

Na prática, entretanto, o debate se estenderia durante longos anos . E a primeira Região Metropolitana criada em São Paulo, após as mudanças constitucionais, foi a da Baixada Santista, em julho de 1996, e não a de Campinas, apesar da iniciativa legal que já estava em curso .

Como aconteceria com a RMC anos depois, a Região Metropolitana da Baixada Santista foi criada após dois procedimentos básicos: um estudo amplo, formulado no âmbito da Assessoria Técnica de Planejamento da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, e o Termo de Adesão à nova região metropolitana, assinado por todos os municípios que integrariam essa região .

A Região Metropolitana da Baixada Santista acabou sendo a primeira criada por uma convergência de fatores . Um deles, o menor número

de municípios – eram nove: Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande, Mongaguá, Santos e São Vicente, somando uma área de 2 .373 km², correspondendo a menos de 1% do território paulista. A configuração geográfica também facilitou: os componentes da região estão situados em uma estreita faixa de terra, limitada de um lado pelo mar e do outro pela Serra do Mar .

Componentes políticos também facilitaram . Pelo menor número de municípios, os entendimentos entre os prefeitos foram facilitados . A Prefeitura de Santos, município com maior população, já tinha uma Secretaria de Assuntos Metropolitanos . E o projeto de criação da Região Metropolitana da Baixada Santista foi então apresentado à Assembléia, pelo governador Mário Covas, que era santista, e finalmente aprovado, pela Lei Complementar estadual nº 815, de 30 de julho de 1996 . Desde então, foram intensificados os entendimentos que resultariam na criação da Região Metropolitana de Campinas, a segunda a ser criada após as novas determinações constitucionais .

Como aconteceu na Baixada Santista, evoluíram em paralelo os movimentos políticos e aqueles que ocorreram na esfera técnica . Ainda em 1995, os deputados estaduais Renato Simões e José Pivatto, do PT, e Célia Leão e Vanderlei Macris, do PSDB, apresentaram projetos à Assembléia Legislativa de São Paulo, criando a RMC . Como forma de acelerar o processo de criação da RMC, foi instituído, no final de 1997, um Fórum Metropolitano, liderado pela Prefeitura de Campinas .

O Fórum acabaria obtendo o consenso, entre os deputados e prefeitos da região, de que o projeto criando a RMC deveria ser apresentado pelo governador do Estado, Mário Covas, inclusive porque esta era a determinação constitucional . E foi uma exigência do próprio governador de que o governo do estado encaminharia o projeto se houvesse a adesão de todos os municípios e lideranças regionais .

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A costura política, pelo maior número de municípios envolvidos e pela própria configuração geográfica regional, naturalmente apresentou variáveis distintas daquelas da Baixada Santista . Nesse sentido, tornou-se fundamental a influência dos estudos técnicos, novamente conduzidos pela Assessoria Técnica de Planejamento da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, sob a coordenação do economista Maurício Hoffmann .

Para a formulação do parecer da Assessoria Técnica, foram utilizados estudos de vários órgãos, envolvendo aspectos demográficos, econômicos e sociais, como Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e instituições universitárias como Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) .

Um estudo crucial no processo foi o de fluxos funcionais, entre as cidades da região, que analisa a relação do cidadão metropolitano com os serviços públicos . O estudo, segundo Maurício Hoffmann, foi essencial para a definição do recorte metropolitano, pois indicou a real influência – e portanto a ligação funcional – entre um município e outro, na RMC .

O desenho metropolitano foi definido, e finalmente o projeto criando a RMC foi apresentado à Assembléia pelo governador Mário Covas . Ingrediente relevante nesse contexto foi o fato de que o presidente da Assembléia Legislativa era o deputado estadual Vanderlei Macris, do mesmo partido do governador, e com sua base em Americana . Sua marcante atuação regional foi determinante para os alinhamentos políticos necessários à formatação de um projeto que tivesse o consenso regional, como o governador Covas havia solicitado . Em termos técnicos e políticos, portanto, estava, enfim, pavimentado o caminho para a criação da Região Metropolitana de Campinas .

”Ricardo AlécioJornalista e editor

do jornal Correio Popular

“A Região Metropolitana de Campinas foi criada legalmente em 2000, mas o fenômeno da conurbação das cidades que integram a RMC é muito anterior à lei. E é um processo sem volta: as cidades cada vez mais estreitam suas divisas e as populações cada vez mais se integram. O que obriga prefeitos e demais agentes públicos a discutirem propostas conjuntas para problemas que afetam os 19 municípios, dentro do espírito “a união faz a força”. Essa é a razão da existência da RMC.

O papel da imprensa é contribuir com esse processo de regionalização, divulgando as ações locais e regionais e ampliando a discussão das questões importantes ao coletivo de cidades. Esse foi o objetivo da Revista RMC - da qual fui editor -, a primeira publicada com a proposta exclusiva de atender à então recém-criada Região Metropolitana de Campinas. A publicação foi muito bem recebida nas cidades e festejada pelos prefeitos. Infelizmente, por questões administrativas, o veículo de comunicação não prosperou, mas abriu caminho para um debate mais amplo sobre a necessidade de uma verdadeira cobertura jornalística regional”.

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a região de Campinas, a grande expectativa no início do ano 2000 era pela oficialização, de uma vez por todas, da

condição de nova metrópole brasileira, como resultado de uma trajetória de debates de estudos de pelo menos uma década .

Com essa atmosfera, seria realizada dia 28 de fevereiro de 2000, no Instituto Agronômico de Campinas, uma audiência pública sobre o projeto de lei complementar, de autoria do Executivo estadual, criando a RMC, que tinha sido apresentado à Assembléia Legislativa e tramitava em caráter de urgência desde o início do ano . O projeto já havia recebido 42 emendas até a realização da audiência pública .

“O projeto do governo do Estado, que tem semelhanças com aquele que criou a Região Metropolitana de Santos, em 1996, prevê a criação de uma entidade autárquica responsável pela gestão da região, com um Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, vinculados à Secretaria de Transportes Metropolitanos”, observava Léia Rabelo em reportagem que antecipava a audiência pública no IAC (“Região Metropolitana muda vida do cidadão”, CP, 27/2/2000).

Finalmente, a 24 de maio de 2000, a Assembléia Legislativa aprovou o projeto do governo estadual, criando a RMC . No dia 19 de junho foi sancionada, pelo governador Covas, a Lei Complementar Estadual 870, criando a RMC, nestes termos, segundo o artigo 1º:

Ano 2000, novo milênioe nova metrópole

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Governador Covassanciona lei

criando a RMC:sonho antigo

é realidade

“Fica criada a Região Metropolitana de Campinas, como unidade regional do Estado de São Paulo, constituída pelo agrupamento dos seguintes Municípios: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo”.

A Lei Complementar 870 também estipulava a criação do Conselho de Desenvolvimento da RMC, do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas e de uma autarquia, que teria, entre outras atribuições, a de “elaborar planos, programas e projetos de interesse comum

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e estratégico, estabelecendo objetivos e metas, bem como fiscalizar e avaliar sua execução” (Artigo 20, III).

Na cerimônia em que sancionou a lei criando a RMC, o governador Covas e o secretário estadual de Planejamento, André Franco Montoro, acentuaram que a data marcava “a transformação geoeconômica de uma região que sai do papel para existir de fato”, sublinhou a repórter Angélica Muller (“Covas sanciona projeto da Grande Campinas”, CP, 20/6/2000)

“Entre as possíveis melhorias desta região estão a

maximização de recursos e a atração de investimentos privados beneficiando a população com mais

oportunidades de emprego”, afirmou o governador Covas na ocasião, antecipando uma realidade que efetivamente seria concretizada com um expressivo fluxo de investimentos para a nova RMC.

“O antigo sonho tinha se tornado realidade. A criação oficial da RMC imediatamente despertou a euforia regional, constatada, por exemplo, em reunião na Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), a 2 de junho de 2000, com a participação de representantes de 15 associações comerciais da região”, notou o repórter Paulo Emirandetti Jr. (“Metropolização deve incentivar comércio”, CP, 28/6/2000).

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as, os próximos passos ainda demorariam . Aconteceu apenas a 11 de outubro de 2001 a instalação do Conselho de

Desenvolvimento Metropolitano da RMC (criado pelo Decreto 46 .057), em cerimônia no Instituto Agronômico de Campinas – IAC . A escolha desse local foi significativa, considerando-se a vocação científica e tecnológica da região e pelo fato do IAC ter inaugurado essa vocação em termos institucionais .

A reunião foi presidida pelo secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando

A estrutura da RMC começa a funcionar

Ribeiro Fernandes, que representava o governador Geraldo Alckmin . O secretário Jurandir Fernandes teve papel relevante na etapa de instalação da RMC, pois originalmente, pela legislação, a estrutura do Sistema de Gestão Metropolitano, notadamente a Agemcamp e o Fundocamp, estavam vinculados à sua pasta . Além da instalação do Conselho de Desenvolvimento, foi apresentada pela Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa) a Base Cartográfica Planimétrica, uma das ferramentas importantes para facilitar o planejamento da RMC .

M

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Instituto Agronômico de Campinas: ponto de partida para o pólo científico e tecnológico

A partir da instalação do Conselho de Desenvolvimento da RMC, estava inaugurada, na prática, a instalação oficial da estrutura político-administrativa da Região Metropolitana de Campinas . Estrutura, de acordo com a lei, destinada a favorecer a organização, a integração e o planejamento regional, viabilizando ações conjuntas entre os municípios integrantes da RMC e o Estado, nas áreas de interesse comum, como as de transportes, educação, saúde, saneamento e habitação, entre outras . Essas ações contaram com o apoio da Secretaria Executiva do Conselho, que foi exercida no período entre a

instalação do Conselho e setembro de 2007, pelo técnico Peter Waker e seu suplente José Constantino .

Após a instalação do Conselho de Desenvolvimento, os outros passos para a implantação e operação do Sistema de Gestão Metropolitana da RMC foram a criação da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) e regulamentação do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas (Fundocamp) .

A Agemcamp foi criada pela Lei Complementar estadual nº 946, em setembro de 2003, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução das funções públicas de interesse comum na Região Metropolitana de Campinas . A Lei foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin a 18 de setembro de 2003, em Campinas, em fórum no The Royal Palm Plaza Hotel e publicada no Diário Oficial do Estado em 23 de setembro, dia em que se comemora o aniversário da Agemcamp .

A reunião no The Royal aconteceu dentro da audiência pública do Plano Plurianual (PPA) do Estado de São Paulo, e motivou um editorial do Correio Popular na edição de 19 de setembro de 2003, com o título “A precoce maturidade da RMC”.

A criação da Agemcamp foi destaque no Correio

Popular . “A criação da Agemcamp estabelece condições para que o governador crie o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, o braço financeiro da Agemcamp que captará recursos do Estado, Municípios e outros órgãos financiadores para bancar projetos de interesse comum dos 19 municípios que integram a Grande Campinas” (CP, 25/9/2003). Porém, o Fundocamp foi efetivamente regulamentado pelo Decreto nº 50 .553, de 20 de fevereiro de 2006 .

O Correio também destacou, em seu editorial, “As impressões que os secretários de Estado Andrea Calabi (do Planejamento) e José Goldemberg (do Meio Ambiente) colheram a respeito da postura dos prefeitos da Região Metropolitana de Campinas permitem algumas conclusões bastante claras, a mais relevante das quais nos autoriza a considerar como praticamente consolidada a RMC”.

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A revista RMC

o ano de 2001, quando foi efetivamente instalado o Conselho de Desenvolvimento

da RMC, nasceu uma publicação nitidamente associada ao clima que favorecia a emergência de uma cultura metropolitana . Foi a “Revista RMC – Região Metropolitana de Campinas”, cujo primeiro número foi lançado em maio daquele ano . A Revista RMC era publicada pela JC Bernardi Comunicação e tinha o jornalista Ricardo Alécio como responsável e editor geral .

Em seu primeiro número, a publicação apresentou um perfil dos 19 municípios da RMC e incluiu reportagens discutindo alguns dos principais desafios da região, que deveriam ser enfrentados de forma conjunta, de fato com um olhar metropolitano, como a escassez de recursos hídricos e o drama dos resíduos sólidos . A Revista RMC também oferecia um roteiro cultural da região . Foi, portanto, iniciativa motivada pela clara evolução de uma cidadania metropolitana, e que deu sua contribuição para o fortalecimento do processo do qual depende a sustentabilidade regional .

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Governador Alckmin sanciona lei criando a

Agemcamp

O jornal justificou a impressão nestes termos: “Os citados secretários, no primeiro dia das audiências concedidas pela cúpula do governo estadual em sua passagem prolongada por nossa cidade, notaram que a RMC revelou, pela conduta de seus líderes políticos, uma organicidade não observada nas oito regiões visitadas anteriormente. Não foram abordados com pedidos de verbas, mas com a cobrança articulada de etapas de um processo planejado em andamento”.

E complementou: “Esse comportamento objetivo e maduro denota a maturidade precoce

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RMC na “Folha Campinas”e “Gazeta Mercantil”

processo de estruturação e evolução da RMC foi refletido em dois cadernos regionais

mantidos por dois importantes jornais brasileiros, a Folha de São Paulo e Gazeta Mercantil .

O caderno “Folha Campinas”, que circulava com a edição da “Folha” na cidade, publicou várias reportagens tendo o olhar metropolitano como pano de fundo . Caso da matéria “12 cidades da RMC ainda ignoram Fome Zero”, de Kleber Tomaz (FSP, 29/12/2003).

“Quase um ano após o lançamento oficial do Fome Zero – principal bandeira social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva -, somente 7 das 19 cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) estão habilitadas a receber recursos do programa federal”, afirmava a reportagem.

O jornal observava que, “Para ter direito ao auxílio da União, as cidades devem ter o Consea (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional), ´pré-condição para receber recursos`, segundo o ministro extraordinário da Segurança Alimentar, José Graziano da Silva”. E informava que, além de Campinas, “somente Americana, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Santa Bárbara d´Oeste e Sumaré possuem o Conselho já instalado”.

A Gazeta Mercantil, por sua vez, manteve durante muito tempo um caderno regional sediado em Campinas . Caderno que sempre publicou matérias e artigos apontando para uma visão regional, no caso, sobretudo da dinâmica econômica .

O

da própria RMC, de recente formação. Não se trata, na verdade, de um milagre. A consciência metropolitana que exprime e possibilita essa atitude mais orgânica foi forjada ao longo das reuniões e discussões realizadas para a elaboração do Plano Plurianual (PPA) que orientará o governo pelos próximos quatro anos (...).” Com esse editorial, o jornal detectava, então, uma postura dos líderes dos municípios da RMC, no sentido de cada vez mais procurarem atuar em bloco, visando os interesses da região, e não apenas dos respectivos municípios .

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Sistema de Gestão Metropolitana é formado por um conjunto de órgãos públicos voltados justamente para

garantir a organização, o planejamento e a realização de ações de interesse de todos os municípios e do estado, nas áreas de saúde, habitação, transporte, educação, meio ambiente e outras funções públicas de interesse comum dos municípios . Compõem esse sistema, o Conselho de Desenvolvimento da RMC, as Câmaras Temáticas, o Conselho Consultivo, o Fundo de Desenvolvimento Metropolitano e a Agência Metropolitana de Campinas .

Conselho de Desenvolvimento Metropolitano – A Lei Complementar estadual nº 870, ao criar a Região Metropolitana também criou o Conselho, integrado por representantes e suplentes dos 19 municípios, além de número igual de representantes do governo estadual . Os representantes titulares dos municípios são os prefeitos, que eventualmente são substituídos por seus suplentes . Os representantes do Estado são altos funcionários de secretarias e órgãos estaduais .

Cabe ao Conselho discutir e definir as políticas e ações de caráter metropolitano, e debater e deliberar sobre os programas, projetos e ações destinados a resolver os problemas regionais, dentre outras atribuições, após parecer das Câmaras Temáticas .

O Conselho de Desenvolvimento tem caráter deliberativo e normativo, e conta com os cargos de presidente, vice e secretário-executivo, eleitos pelos seus pares anualmente, na primeira reunião do ano .

O Conselho de Desenvolvimento tem reuniões mensais, sediadas em algum dos 19 municípios . A pauta dos encontros é preparada em conjunto entre a presidência e a Agemcamp .

Câmaras Temáticas – Importantes alicerces do Sistema de Gestão Metropolitana são as Câmaras Temáticas, constituídas por representantes dos municípios e governo estadual . São organismos setoriais criados pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC, formados por técnicos dos municípios e do governo estadual nas respectivas áreas . Cada Câmara Temática deve elaborar pareceres, manifestações ou estudos sobre os assuntos de interesse regional , que servirão de subsídios para a tomada de decisão política por parte do Conselho de Desenvolvimento . Nesse período de oito anos, foram criadas pelo Conselho de Desenvolvimento as Câmaras de Segurança Pública, Habitação, Meio Ambiente, Planejamento e Uso do Solo, Transportes e Sistema Viário, Desenvolvimento Econômico, Saneamento, Atendimento Social, Educação, Saúde, Agricultura e Cultura .

Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de

Campinas (Fundocamp) – Outro componente do Sistema de Gestão Metropolitana, regulamentado pelo Decreto nº 50 .553 de 20 de Fevereiro de 2006, e com o objetivo de fornecer suporte financeiro a projetos, programas e obras de interesse regional e ao planejamento integrado das ações discutidas e deliberadas pelo Conselho . Cada município colabora com o Fundo, na proporção de sua população e arrecadação do ICMS . O governo estadual também contribui com o Fundo, com um montante definido no orçamento anual do Estado . A legislação também permite a busca de outras fontes de recursos para financiar as ações de interesse metropolitano, como da União, de organismos nacionais e internacionais de fomento e doações . A aplicação dos recursos do Fundocamp é supervisionada por um Conselho de Orientação, composto por seis membros, sob a presidência de um deles, eleito por seus pares, sendo:

Como funciona o Sistemade Gestão Metropolitana na RMC

O

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Conselho de Desenvolvimento

da RMC

Câmaras Temáticas

Conselho de Orientação

FUNDOCAMP

Diretoria Executiva

Diretoria Técnica

Grupo de Documentação

Técnica e Informática

Grupo de Planejamento

Grupo de Gestão

Centro de Recursos Humanos

Centro de Contabilidade

e Finanças

Centro Administrativo

Diretoria Administrativa

Ouvidoria

Assistência Técnica

Procuradoria Jurídica

FUNDOCAMP

Estrutura definida na Lei Complementar nº 946 de 23/09/2003

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CAMPINAS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2005 EDITORA: DANIELAPRANDI - [email protected]

Telefonia B

ECONOMIARMC responde por 9%das exportações doEstado de São Paulo

COMÉRCIO EXTERIOR

INCLUI

ADRIANALEITEDa Agência Anhangüera

[email protected]

Amenina dos olhos de boaparte do empresariadobrasileiro hoje é o comér-cio exterior. E, em 2004,

as vendas para o mercado interna-cional engordaram o faturamentode muitas empresas da região deCampinas. No conjunto de 19 muni-cípios que formam a Região Metro-politana de Campinas (RMC), asexportações somaram US$ 3,099bilhões. O crescimento frente a 2003foi de 24,18%, quando o saldo dasexportações alcançou US$ 2,496bilhões.

As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

LEIA MAIS NA PÁGINA B-2

Terminal de cargas no Aeroporto de Viracopos: mercado internacional é cada vez mais atraente

Vendas ao mercado internacional das empresas instaladas na região de Campinas somaram mais de US$ 3 bilhões em 2004

Crescimentofoi de

24,18% em relação

a 2003

ELCIOALVES/7JUL2004/AAN

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O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

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Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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Vendas ao mercado internacional das empresas instaladas na região de Campinas somaram mais de US$ 3 bilhões em 2004

Crescimentofoi de

24,18% em relação

a 2003

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As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

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O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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Vendas ao mercado internacional das empresas instaladas na região de Campinas somaram mais de US$ 3 bilhões em 2004

Crescimentofoi de

24,18% em relação

a 2003

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as vendas para o mercado interna-cional engordaram o faturamentode muitas empresas da região deCampinas. No conjunto de 19 muni-cípios que formam a Região Metro-politana de Campinas (RMC), asexportações somaram US$ 3,099bilhões. O crescimento frente a 2003foi de 24,18%, quando o saldo dasexportações alcançou US$ 2,496bilhões.

As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

LEIA MAIS NA PÁGINA B-2

Terminal de cargas no Aeroporto de Viracopos: mercado internacional é cada vez mais atraente

Vendas ao mercado internacional das empresas instaladas na região de Campinas somaram mais de US$ 3 bilhões em 2004

Crescimentofoi de

24,18% em relação

a 2003

ELCIOALVES/7JUL2004/AAN

CAMPINAS, DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2005 EDITORA: DANIELAPRANDI - [email protected]

Telefonia B

ECONOMIARMC responde por 9%das exportações doEstado de São Paulo

COMÉRCIO EXTERIOR

INCLUI

ADRIANALEITEDa Agência Anhangüera

[email protected]

Amenina dos olhos de boaparte do empresariadobrasileiro hoje é o comér-cio exterior. E, em 2004,

as vendas para o mercado interna-cional engordaram o faturamentode muitas empresas da região deCampinas. No conjunto de 19 muni-cípios que formam a Região Metro-politana de Campinas (RMC), asexportações somaram US$ 3,099bilhões. O crescimento frente a 2003foi de 24,18%, quando o saldo dasexportações alcançou US$ 2,496bilhões.

As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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Crescimentofoi de

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as vendas para o mercado interna-cional engordaram o faturamentode muitas empresas da região deCampinas. No conjunto de 19 muni-cípios que formam a Região Metro-politana de Campinas (RMC), asexportações somaram US$ 3,099bilhões. O crescimento frente a 2003foi de 24,18%, quando o saldo dasexportações alcançou US$ 2,496bilhões.

As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

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com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

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Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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as vendas para o mercado interna-cional engordaram o faturamentode muitas empresas da região deCampinas. No conjunto de 19 muni-cípios que formam a Região Metro-politana de Campinas (RMC), asexportações somaram US$ 3,099bilhões. O crescimento frente a 2003foi de 24,18%, quando o saldo dasexportações alcançou US$ 2,496bilhões.

As cidades da RMC juntas res-ponderam por9% das vendasdas empresaspaulistas aoExterior em2004. A partici-pação no totalnacional foi de3,21%. O levan-tamento dodesempenhodas exportações fez parte de umestudo da Secretaria de ComércioExterior (Secex) do Ministério doDesenvolvimento, Indústria eComércio Exterior sobre os muni-cípios exportadores. A base dedados foi o domicílio fiscal. Isso sig-nifica que o número foi coletadoonde a indústria tem sua sedeadministrativa ou emitiu o certi-ficado de origem do produto.

Os carros-chefes que puxaramas exportações da RMC foram ossetores de metalurgia e autopeças,segundo dados do Centro dasIndústrias do Estado de São Paulo(Ciesp) sobre a balança comercialdas empresas exportadoras daregião. Outros segmentos impor-tantes foram telecomunicações,químico, informática, papel e celu-lose e eletroeletrônicos.

O presidente da Agência dePromoção de Exportações do Bra-sil (Apex), Juan Quirós, destacaque a RMC vem atraindo impor-tantes investimentos nos últimosanos. Ele afirma que o estudo voca-cional regional de Campinas, ela-borado pela Universidade Estadualde Campinas (Unicamp), apontouos segmentos que devem crescernos próximos anos na RMC. “Asexportações da região aumenta-ram em um ritmo próximo à médiado Estado de São Paulo e um pou-co abaixo da média nacional”, diz.

O diretor-titular do Centrodas Indústrias do Estado de SãoPaulo (Ciesp), Luiz Alberto SoaresSouza, diz que o balanço da enti-dade mostrou um desempenhomelhor das exportações na RMC.O crescimento foi de 42% em rela-ção a 2003. A formatação da pes-quisa da Secex que, se baseou nodomicílio fiscal, provocou diferen-ças na análise.

DESEMPENHOA pauta variada de produtos

com potencial para exportaçãofavorece a elevação das vendas paraclientes internacionais nos muni-cípios da RMC. O ranking da regiãomostrou que Campinas ficou como primeiro posto nas vendas parao Exterior, com US$ 841,039milhões. O município vizinho deJaguariúna exportou US$ 608,215milhões e as empresas de Sumarécomercializaram US$ 283,785milhões para o mercado interna-cional em 2004.

Artur Nogueira foi a cidadeque teve a maior variação percen-tual entre um ano e o outro. Asexportações no município salta-ram de US$ 20 mil para US$ 78 mil,ou seja, subiram 291,27%. Vinhe-do veio em seguida com um aumen-to de 147,43%. As vendas para omercado internacional resultaramem US$ 128,500 milhões contra osUS$ 51,935 milhões do ano anterior.

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quatro integrantes do Conselho de i . Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas, eleitos em escrutínio secreto, por período de 12 meses, permitida a recondução;

dois diretores da Agência Metropolitana de ii . Campinas - Agemcamp, indicados por período de 12 meses, permitida a recondução .

Agência Metropolitana de Campinas

(Agemcamp) – A Agência Metropolitana de Campinas é uma autarquia estadual, criada com a missão de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações de interesse metropolitano . Para isto, a Agemcamp conta com orçamento próprio e com os recursos do Fundocamp, que está a ela vinculado . O Conselho de Desenvolvimento da RMC é o Conselho Deliberativo e Normativo da Agemcamp . Entre as principais atribuições da Agemcamp, estão a fiscalização da execução das leis que dispõem sobre

regiões metropolitanas e aplicação das respectivas sanções; estabelecer metas, planos, programas e projetos de interesse comum, bem como fiscalizar e avaliar sua execução; manutenção de estruturas técnicas e administrativas de dimensões adequadas, dando prioridade à execução descentralizada de obras e serviços que será atribuída a órgãos e entidades públicas ou privadas, capacitadas para tanto, e observada a legislação aplicável . Para a consecução de suas finalidades a Agemcamp poderá celebrar contratos e convênios com órgãos, entidades da Administração direta e indireta, nacionais ou estrangeiras .

Em síntese, com a operacionalização do Conselho de Desenvolvimento, entrada em funcionamento das Câmaras Temáticas e da Agemcamp, regulamentação e definição do Agente Financeiro do Fundocamp, foi concluído o processo de institucionalização do Sistema de Gestão Metropolitana da RMC .

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Sede da Agemcamp

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or reunir os prefeitos dos 19 municípios, que são naturalmente as principais lideranças regionais com maior

contato direto com a população, o Conselho de Desenvolvimento da RMC passou a ser acompanhado com especial interesse pela mídia e pela sociedade regional em geral . O Conselho tornou-se, então, o órgão do Sistema de Gestão Metropolitana com maior visibilidade, embora o funcionamento adequado desse Sistema apenas possa acontecer com todos os seus componentes atuando de forma sólida, sustentável e com apoio político .

O primeiro presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, no ano de 2002, foi o então prefeito de Vinhedo, Milton Serafim, do PSDB.

Serafim foi eleito presidente do Conselho na primeira reunião do órgão, dia 5 de novembro de 2001, também no anfiteatro do Instituto Agronômico de Campinas . Enquanto a autarquia (Agência Metropolitana) não fosse criada, a Emplasa foi indicada pelo Conselho, por unanimidade, para exercer a função de secretaria-executiva das reuniões . Durante várias reuniões, o representante da Emplasa, indicado para exercer a secretaria, foi Peter Berkely Bardram Walker .

Na gestão de Serafim foram dados os primeiros passos do processo de implantação da estrutura da RMC, sobretudo, no caso da operacionalização do funcionamento do Conselho de Desenvolvimento, tendo sido discutido e aprovado o Regimento Interno .

Oito anos de RMC

Cadernos Especiais sobre a RMC

m 2003, o Correio Popular publicou dois cadernos “RMC – Desafios e realizações” . Foram publicações dedicadas a realizar

um balanço do processo de estruturação da RMC e a apontar os principais desafios que mereciam o planejamento integrado e permanente .

A 25 de setembro, o caderno acentuou a inclusão, pela primeira vez no Plano Plurianual (PPA) de São Paulo, de programas e projetos que resultaram de reivindicações conjuntas dos municípios componentes

da RMC, nas áreas críticas de saúde, educação, ciência e tecnologia, segurança pública, saneamento e meio ambiente e transportes, entre outras .

O caderno de 27 de novembro apontou, por sua vez, a união regional em defesa da ampliação do Aeroporto de Viracopos . “RMC quer decolar Super-Viracopos”, afirmava a reportagem principal do caderno. As duas publicações, editadas com apoio do Conselho de Desenvolvimento da RMC, tiveram edição de Ronaldo Faria e reportagem e textos de José Pedro Martins .

E

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A

CAMPINAS,QUINTA-FEIRA, 25 DE SETEMBRO DE 2003

RMCDD EE SS AA FF II OO SS EE RR EE AA LL II ZZ AA ÇÇ ÕÕ EE SS

Região Metropolitana de Campinas(RMC), com 19 Municípios, nasceu ofi-cialmente com a Lei Complementar 870,de 19 de junho de 2000. A partir daquelaLei e dessa data, criou-se nova realidadepolítica, econômica e social na região.Fruto da mobilização de anos, a RMC tor-nou-se uma das esperanças para quesejam resolvidos os múltiplos desafios

que vêm atormen-tando a vida dosmais de 2,4milhões de mora-dores da região.

Maior novida-de da RMC é quealguns dos princi-pais assuntos queinteressam aosmoradores dos 19Municípios, nasáreas de Saúde,Educação, Habita-ção, Saneamento

Básico e Segurança Pública, passaram aser discutidos e encarados com visãoregional. A idéia é que os enormes pro-blemas existentes nessas áreas, como umdéficit habitacional de mais de 200 milmoradias e a escalada da violência, ape-nas serão resolvidos com ações integra-das entre Prefeituras e demais órgãos

públicos, empresas e organizações sociaisde todos os 19 Municípios, não se esque-cendo a imprescindível parceria dosgovernos estadual e federal.

No fundo trata-se da formação de umacidadania regional. O morador de Cam-pinas, Sumaré e Valinhos não é um cida-dão apenas de seu Município. Ele é cida-dão metropolitano, com direitos e deve-res relacionados aos moradores de todosos 19 Municípios da RMC.

A região vem produzindo, ao longode sua história e principalmente nas últi-mas décadas, fatos contraditórios. Deum lado a espiral de violência, tendocomo clímax o assassinato do prefeitoAntônio da Costa Santos (PT) a 10 desetembro de 2001. A região também sofrecom a persistência de bolsões de misé-ria (são 382 mil habitantes em pobrezaextrema, segundo dados da FundaçãoSeade, divulgados a 18 de setembro),além de ser afetada por modalidades dedegradação da qualidade de vida comocontaminação ambiental e baixos índi-ces de tratamento de esgotos urbanos,uma das principais causas da poluiçãodos rios.

Por outro lado, a região brilha nocenário nacional e internacional peloparque universitário e tecnológico, a redede ação social e capacidade de atrair

investimentos. Do final da década de 1990até 2005 a RMC vai receber US$ 8 bilhõesde investimentos, 15% das intenções deinvestimento em São Paulo.

O perfil paradoxal da região de Cam-pinas, que conjuga miséria e riqueza, bar-bárie e inteligência, tem explicações. Nasdécadas de 1960 e 1970 a região adquiriuformato metropolitano, com a conurba-ção (ligação de áreas urbanas de mais deuma cidade) de vários municípios, masisto aconteceu de modo desordenado, sempreocupação com o planejamento.

Nas décadas de 1970/80, enquanto apopulação brasileira crescia a uma médiade 2,48% ao ano, a população na RMCcresceu em 6,49% ao ano. O destaqueficou com Sumaré, que cresceu a umamédia impressionante de 13% ao ano –só perdeu no Brasil para os 17,5% ao anode Marabá, no Pará.

Nas décadas de 1980/90, a populaçãocresceu 1,93% ao ano no Brasil e em 3,51%ao ano na RMC. A desproporção foi ain-da maior em termos da população fave-lada. Somente em Campinas, a populaçãofavelada cresceu a uma taxa de 5,25% noperíodo 1980-91, contra o crescimento dapopulação em geral na cidade de 2,24%ao ano. No período 1991-1996, a populaçãofavelada cresceu em 6,78% ao ano emCampinas, contra o crescimento geral da

população local de 1,39% ao ano.Neste panorama a oficialização da

RMC, com a Lei Complementar 870, reno-vou as expectativas de que as distânciassociais e econômicas sejam ao menos ate-nuadas, por ações como o planejamentodo uso do território.

O governo estadual tem sinalizadoque o planejamento é uma de suas prio-ridades para a RMC. No dia 11 de outu-bro de 2001, durante instalação do Con-selho de Desenvolvimento Metropolita-no, foi apresentado o primeiro estudosobre a RMC, um conjunto de mapas elevantamentos aerofotogramétricos, fun-damentais para o planejamento do usodo território.

O planejamento estratégico é vitalpara a região. Fatores como o prolonga-mento da Bandeirantes criaram novoseixos de crescimento. E como ocorreuantes com Campinas, outros Municípiosestão agora recebendo fluxos migrató-rios. Casos de Hortolândia e ArturNogueira, que cresceram a médias de 7%e 6,19% ao ano entre 1996 e 2000. Ao con-trário da pulverização dos conflitossociais entre Municípios, o que se espe-ra da RMC é que a região encontre a fór-mula para ligar esplendor econômico/tec-nológico com justiça social e culto à vidacomo o maior dos valores.

A experiência de regiões metropolita-nas não é sinônimo de sucesso no Brasil. Asprimeiras – de São Paulo, Rio de Janeiro,Belo Horizonte e outras – foram criadas noperíodo ditatorial, na década de 1970, quan-do a decisão cabia ao Congresso Nacional. Aausência de mecanismos de planejamento eoutros motivos políticos, sociais e econômi-cos contribuíram para que nenhuma RMcriada no período evitasse o caos urbano.

Diante desse histórico, por que a RegiãoMetropolitana de Campinas (RMC) poderiaser diferente? Um dos primeiros passos parao sucesso da RMC, na opinião de especia-listas, é a criação da consciência metropo-litana, o que implica na necessidade de osprefeitos – e demais lideranças políticas –dos 19 Municípios não pensarem somenteem suas perspectivas locais, e sob o prismapartidário. As últimas ações do Conselhode Desenvolvimento Metropolitano mos-tram que a atuação integrada e apartidáriados prefeitos está se consolidando. “Os pre-feitos estão visando o bem comum”, diz oprefeito de Indaiatuba e presidente do Con-selho de Desenvolvimento Metropolitano,Reinaldo Nogueira (PDT).

Outra exigência é a necessidade de meca-nismos concretos e permanentes de plane-jamento, de modo a que eventuais mudançasde siglas partidárias no âmbito das Prefei-turas e dos governos estadual e federal não

prejudiquem a continuidade de iniciativasque estejam dando certo. Exemplo é o deCuritiba, em razão do Instituto de Pesquisae Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC),de 1965. Com corpo de funcionários essen-cialmente técnicos, impermeável às oscila-ções político-partidárias, o IPPUC garanteplanejamento permanente, e é fonte de idéiasinovadoras na capital do Paraná.

Na RMC, a estruturação da Agência deDesenvolvimento Metropolitano (Agen-camp), sancionada em Campinas dia 18 pelogovernador Geraldo Alckmin, é apontadacomo garantia de continuidade de planeja-mento e obras, sem interrupções por moti-vos partidários. “A Agencamp não pode serpartidária”, defende Reinaldo Nogueira.

O secretário estadual de Economia e Pla-nejamento, Andrea Calabi, nota que o apoioao bom funcionamento de regiões metropo-litanas é um dos instrumentos estratégicosdo atual governo paulista. A diminuição derecursos financeiros para a realização deobras exige, segundo Calabi, ação articula-da e integrada entre governo e municípios,evitando-se o desperdício e a duplicação naaplicação das verbas. Ele observa que a RMCestá integrada à Região MetropolitanaExpandida, que envolve a Baixada Santista,Grande São Paulo e pólos de Sorocaba e SãoJosé dos Campos, região macro que reúne70% da população e do PIB de São Paulo.

A Região Metropolitana de Campinas (RMC), dirigida pelo prefeito Reinaldo Nogueira, é composta por 19 municípios, reúne mais de 2,4 milhões de habitantes e tem em Campinas sua maior cidade

RMC é sinônimo de uma nova realidade política e social

OS MUNICÍPIOS QUE

COMPÕEM A REGIÃO

METROPOLITANA DE

CAMPINAS VIVEM

DIAS DE CONTRADIÇÃO

ENTRE CARÊNCIAS SOCIAIS

E DESENVOLVIMENTO

Nem todas regiões metropolitanassão um símbolo de sucesso

COMO FUNCIONA A RMCMunicípios integrantes da RMC - Americana, Artur Noguei-

ra, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra, Hor-tolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odes-sa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara D´Oeste, Santo Antônio dePosse, Sumaré, Valinhos e Vinhedo

Conselho de Desenvolvimento Metropolitano – Integra-do por representantes e suplentes dos 19 Municípios, além de12 representantes do Estado. Os representantes titulares dosMunicípios são majoritariamente prefeitos. Os do Estado, altosfuncionários de secretarias e órgãos estaduais. Cabe ao Con-selho discutir e definir as políticas e ações de caráter metro-politano, após parecer das Câmaras Temáticas e debate noConselho Consultivo. Por exemplo, a Câmara de Habitação e Con-selho Consultivo debatem propostas para política habitacionalna região, e caberá ao Conselho de Desenvolvimento discutirnovamente as propostas e decidir quais devem ser seguidas.O Conselho de Desenvolvimento tem presidente, vice e secre-tário-executivo.

Conselho Consultivo – Órgão de consulta, sem poder devoto, formado por representantes de mais de 60 organizaçõessociais e Legislativos Municipais.

Agência de Desenvolvimento Metropolitano (Agencamp)– Órgão técnico, com formato de autarquia, para executar polí-ticas e ações definidas pelo Conselho de Desenvolvimento. Terádiretor-superintendente, diretor técnico e diretor administrativo.

Câmaras Temáticas – Órgãos constituídos por técnicose representantes de vários setores sociais, com o objetivo dediscutir temas específicos. Seus pareceres serão examinadospelo Conselho de Desenvolvimento. Funcionam Câmaras sobretemas de interesse comum da RMC, como segurança, transpor-te e sistema viário regional, habitação, saneamento básico, desen-volvimento econômico e atendimento social. Cada Câmara temcoordenador e relator. Podem ser criadas Câmaras TemáticasEspeciais, para programas ou ações específicas.

Fundo Metropolitano – Fundo com recursos financeirosa serem investidos em projetos e obras de interesse metropoli-tano. O Fundo terá recursos destinados pelos Municípios e gover-no estadual, e eventualmente do governo federal, além de outrasfontes. Seu formato ainda não foi definido. Será o próximo passopara a institucionalização definitiva da RMC.

HISTÓRIA DA RMCDécadas 1970/80

Regiões Metropolitanas criadas pelo Congresso Nacio-nal.

1988 Nova Constituição confere às Assembléias Estaduaispoder para criar Regiões Metropolitanas.

1995Lei Complementar 760 estabelece diretrizes gerais paracriação de Regiões Metropolitanas em São Paulo.

1995Deputados estaduais Renato Simões e José Pivatto(PT), Vanderlei Macris e Célia Leão (PSDB) apresen-tam primeiros projetos criando a RMC.

Julho de 1996Primeira Região Metropolitana criada em São Paulo,após mudanças constitucionais, foi a da Baixada San-tista.

24 de maio de 2000Assembléia aprova projeto do governo estadual, crian-do a RMC.

19 de junho de 2000Sancionada a Lei Complementar 870, criando a RMC.

11 de outubro de 2001Instalação do Conselho de Desenvolvimento Metropo-litano (criado pelo Decreto 46.057), em cerimônia noInstituto Agronômico de Campinas.

2003Aprovação pela Assembléia Legislativa do Projeto deLei Complementar 43, criando a Agência de Desenvol-vimento da Região Metropolitana de Campinas (Agen-camp). Projeto sancionado pelo governador GeraldoAlckmin a 18 de setembro de 2003 em Campinas, emfórum no The Royal Palm Plaza.

Região Metropolitana de Campinas

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No mandato do segundo presidente, em 2003, o então prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, eleito pelo PDT, houve expressiva presença de secretários estaduais nas reuniões do Conselho de Desenvolvimento . Também foi registrada, pela primeira vez, a inclusão de propostas da RMC no Plano Plurianual do governo estadual, sempre considerando a dimensão do planejamento regional .

No terceiro ano o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano teve na presidência o prefeito de Sumaré, Dirceu Dalben, eleito na 24ª reunião do Conselho, a 18 de novembro de 2003, na Rhodia, em Paulínia. O mandato se estenderia até o final de 2004.

Foram promovidos em 2004 encontros com agentes financeiros. Na 28ª Reunião Ordinária do Conselho de Desenvolvimento, dia 17 de fevereiro, em Jaguariúna, representante da Caixa Econômica Federal apresentou o tema “Financiamento ao Setor Público – Alternativas para Investimentos” . Os prefeitos e outros representantes dos municípios receberam informações sobre alternativas de financiamento, por parte da Caixa, por exemplo na área de saneamento básico . O mesmo foi feito por representante do Unibanco, na 32ª Reunião Ordinária, dia 15 de junho, em Nova Odessa, no Sport Club Lítero de Nova Odessa .

Outro passo institucional fundamental, dado em 2004, foi o início de estruturação da Agência Metropolitana de Campinas (Agemcamp) .

O gesto que iniciou o processo de estruturação da Agemcamp foi a nomeação de seus primeiros diretores, pelo governador Geraldo Alckmin . A apresentação pública dos diretores ocorreu durante a 34ª reunião do Conselho, dia 17 de agosto, no auditório da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), em Campinas, com a presença do secretário estadual de Planejamento, Andréa Calabi . Foram nomeados, pelo governador, os diretores executivo (Luiz Augusto

Baggio), administrativo (Rubens Mandetta) e técnico (Marcos Cardoso dos Santos) . O diretor técnico Marcos Cardoso dos Santos lembra como, na ausência de estrutura inicial, os primeiros integrantes da Agemcamp se esforçaram para assegurar serviços mínimos, apontando para a necessidade de crescimento da Agência, visando o cumprimento de sua missão legal .

Vários temas de relevante interesse social para a RMC foram discutidos em 2004, nas Câmaras Temáticas e no próprio Conselho de Desenvolvimento Metropolitano . Uma das questões importantes foi aquela relacionada ao congelamento parcial de atendimentos no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Unicamp . O tema foi discutido na 26ª Reunião Ordinária do Conselho, ainda a 16 de dezembro de 2003, na Estância Árvore da Vida, em Sumaré . Entre final de 2003 e ao longo de 2004, alguns dos temas discutidos no Conselho de Desenvolvimento da RMC – e também nas várias Câmaras Temáticas foram: Câmara Temática de Saúde, o assunto foi equacionado, com a retomada do atendimento à população, garantindo-se aos municípios um tempo adequado, para que eles assumissem os serviços .

Outra questão de grande relevância foram os primeiros passos dados para a constituição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano, essencial para assegurar a execução de projetos de alcance regional, foram dados na 28ª reunião do Conselho de Desenvolvimento, no dia 17 de fevereiro de 2004, em Jaguariúna, no Hotel Jaguary .

Na reunião, o prefeito de Jaguariúna, Tarcísio Chiavegatto, apresentou as conclusões de um estudo que coordenou, como relator da Câmara Temática de Desenvolvimento Econômico . O estudo teve como objetivo indicar a base de cálculo para o índice de participação de cada um dos 19 municípios na composição do Fundo de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas – Fundocamp .

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CAMPINAS, QUINTA-FEIRA, 27 DE NOVEMBRO DE 2003

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criação de câmara temática ou grupo deestudos para ampliar a discussão sobreo projeto de duplicação do AeroportoInternacional de Viracopos. A idéia serádefendida pelo novo presidente do Con-selho de Desenvolvimento da RegiãoMetropolitana de Campinas (RMC) e pre-feito de Sumaré, Dirceu Dalben (PPS).

O prefeito de Sumaré foi eleito presi-dente por aclama-ção em reunião noúltimo dia 18, ter-ça-feira, em Paulí-nia. O prefeito deJaguariúna, Tarcí-sio Chiavegato(PTB), foi eleitovice-presidente aolado de Dalben.

Dirceu Dalbenentende que aampliação de Vira-copos pode trazerbenefícios para

toda a RMC, na linha de um desenvolvi-mento sustentável, que promova o cres-cimento econômico, a justiça social e o

respeito ao meio ambiente. Por isso onovo presidente da RMC defende que oconjunto da região deve se envolver nosdebates sobre o Super-Viracopos, ao ladoda Prefeitura de Campinas, Infraero (aempresa federal que administra o aero-porto) e demais órgãos e instituições quejá participam das discussões.

O presidente da RMC afirma apoiaramplo e detalhado estudo de impactosócio-econômico e ambiental do projetodo Super-Viracopos. “O projeto de amplia-ção trará conseqüências econômicas posi-tivas, em termos do movimento de car-gas de exportação e importação, e tam-bém de movimento de passageiros, embeneficio do setor de serviços, nas áreashoteleira e de turismo de negócios, porexemplo. Mas também é importante dis-cutir a infra-estrutura da região, paraque os problemas existentes não se agra-vem e para que o projeto representeganhos inclusive para a malha viária”,diz Dalben.

A idéia, segundo o presidente daRMC, é agregar o projeto de ampliação deViracopos no necessário processo de pla-

nejamento do crescimento da RegiãoMetropolitana. A tese do planejamentoregional permanente, visando o desen-volvimento sustentável, será reiteradaem seu mandato à frente do Conselho deDesenvolvimento Metropolitano, até ofinal de 2004.

Neste período, segundo Dalben, serãodados os próximos passos para a estrutu-ração da RMC. A Região Metropolitanade Campinas, formada por 19 Municípios,com uma população total de mais de 2,4milhões de pessoas, foi criada pela LeiComplementar 870, de 19 de junho de 2000.Criado pela Lei, o Conselho de Desenvol-vimento Metropolitano, formado porrepresentantes dos 19 Municípios e dogoverno estadual, foi instalado a 11 deoutubro de 2001.

Os dois primeiros presidentes do Con-selho foram os prefeitos de Vinhedo, Mil-ton Serafim (PSDB), e de Indaiatuba, Rei-naldo Nogueira (PDT). Nos dois primei-ros anos foi instalado o Conselho Consul-tivo e criada a Agência de Desenvolvi-mento da Região Metropolitana de Cam-pinas (Agencamp).

Em seu mandato, Dirceu Dalbensalienta que a Agencamp deve ser estru-turada, como órgão executivo e técnico,para viabilizar as políticas e os projetosde alcance regional. O presidente daRMC também acredita ser fundamen-tal que a Agencamp seja montada comperfil técnico, voltada e orientada parabeneficiar a toda região, sendo imune apressões e interesses de ordem político-partidária.

Outro desafio a ser enfrentado em2004, diz Dalben, será a constituição doFundo de Desenvolvimento Metropolita-no. O prefeito de Sumaré lembra que fal-ta a definição sobre como será a contri-buição de cada Município para o fundo,se pelo tamanho de sua população ou pelovolume de arrecadação.

“É importante lembrar que, paracada real que a região colocar no Fundo,o governo estadual colocará outro real.Esses recursos vão viabilizar obrasimportantes de dimensão regional”, notao presidente, para quem a região tambémdeve se preparar para obter recursos fede-rais e de outras fontes.

Para ajudar a viabilizar as obras de ampliação de Viracopos, o novo presidente da RMC, Dirceu Dalben (destaque), vai criar uma câmara temática ou grupo de estudos de âmbito regional

RMC quer decolar Super-Viracopos

O NOVO PRESIDENTE

DO CONSELHO DE

DESENVOLVIMENTO DA

RMC, DIRCEU DALBEN,FOI ELEITO POR

ACLAMAÇÃO GERAL

NO ÚLTIMO DIA 18

VEJA COMO FUNCIONA A RMC� Municípios formadores da RMC - Americana, ArturNogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho,Holambra, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariú-na, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, San-ta Bárbara D’Oeste, Santo Antônio de Posse, Suma-ré, Valinhos e Vinhedo � Conselho de Desenvolvimento Metropolitano – Inte-grado por representantes e suplentes dos 19 Municí-pios (principalmente prefeitos), além de 12 represen-tantes do Estado. Discute e delibera políticas e açõesregionais, após parecer das Câmaras Temáticas edebate no Conselho Consultivo. � Conselho Consultivo – Órgão de consulta, sem poderde voto, formado por representantes de organizaçõessociais e Legislativos Municipais da região.�Agência de Desenvolvimento Metropolitano (Agen-camp) – Órgão técnico voltado para executar políticase ações definidas pelo Conselho de Desenvolvimento.Terá diretor-superintendente, diretor técnico e diretoradministrativo. � Câmaras Temáticas – Constituídas por técnicos erepresentantes de vários setores sociais, debatemtemas específicos, a serem examinados pelo Conse-lho de Desenvolvimento. Funcionam ou devem funcio-nar Câmaras sobre temas de interesse comum daRMC, como segurança, transporte e sistema viárioregional, habitação, saneamento básico e atendimen-to social.� Fundo Metropolitano – Fundo com recursos finan-ceiros a serem investidos em projetos e obras de inte-resse metropolitano. O Fundo terá recursos destina-dos pelos Municípios e governo estadual, e eventual-mente do governo federal, além de outras fontes. Seuformato ainda não foi definido.

Região Metropolitana de Campinas

INFORME PUBLICITÁRIO

A instalação de eficiente sistemade segurança pública; a busca per-manente de alternativas para o desen-volvimento econômico, visando ageração de renda e emprego; e a supe-ração do enorme desafio representa-do pela escassez e poluição dos recur-sos hídricos. Estes são alguns dosdesafios nos próximos anos para aRMC, na opinião de especialistas erepresentantes dos Municípios egoverno estadual.

Superar a violência - Entre 1997e 2000 foram registradas mais de 400mil ocorrências contra a pessoa e/oupatrimônio na RMC, segundo a Secre-taria de Segurança Pública de SãoPaulo e Fundação Seade. Nos últimosanos os índices também foram altos.O Plano Plurianual prevê a criação deGabinete Integrado de SegurançaMetropolitana, a exemplo do que jáexiste em Campinas e que reúnetodas as áreas que lidam com a segu-rança pública.

Criação de renda e emprego –A RMC, que tem Produto InternoBruto (PIB) superior a US$ 25 bilhõesanuais, tem mais de 200 mil desem-pregados e sub-empregados. Uma dassaídas apontadas para a melhoria de

geração de renda e a criação deempregos é a maior aproximaçãoentre empresas e centros de ciênciae tecnologia, reforçando o potencialda RMC para esse segmento. Somen-te a Unicamp já foi responsável pelacriação de mais de 90 empresas nosúltimos anos, com destaque para asáreas de alta tecnologia.

Enfrentar os “clusters” depobreza – Um estudo da FundaçãoSeade, sobre os Clusters (agrupamen-tos) de pobreza na RMC, mostrou aexistência de 382 mil habitantes empobreza extrema em uma região quetem um PIB per capita de US$ 10 mil,o maior em termos regionais do Bra-sil. Por isso a secretária estadual deAssistência e DesenvolvimentoSocial, Maria Helena Guimarães deCastro, defende uma rede de prote-ção social integrada na região, visan-do o desenvolvimento humano inte-gral. O programa da Rede Social SãoPaulo, que prevê a articulação entreo governo estadual, os municípios eentidades da sociedade civil, consi-dera a RMC como uma das áreasprioritárias para receber ações deenfrentamento da pobreza de famí-lias vulneráveis.

Recuperação e proteção daágua – Recuperar e proteger os poluí-dos e escassos recursos hídricos, pelotratamento dos esgotos domésticos eoutras medidas, é considerado umdos grandes desafios ambientais naRMC. O presidente Dirceu Dalbenlembra que a falta de água já é gran-de obstáculo à melhoria da qualida-de de vida e desenvolvimento regio-nal. Uma das propostas em discussãoé a gestão compartilhada do SistemaCantareira, hoje administrado pelaSabesp, a empresa estadual de sanea-mento e abastecimento de água. OCantareira é formado por represaspróximas às nascentes dos maioresrios da região, o Atibaia e o Jaguari.Do Cantareira são exportados 31 millitros por segundo de água para abas-tecer metade dos moradores da Gran-de São Paulo. Após a entrada em ope-ração do Cantareira, que completa 30anos em 2004, a região das bacias dosrios Piracicaba, Capivari e Jundiaí,onde está a RMC, passou a sofrer commaiores déficits no suprimento deágua. Nessa região são consumidospouco mais de 40 mil litros por segun-do de água, para abastecimento públi-co, setor industrial e irrigação.

Violência, emprego, geração de renda e água limpa são os desafios da RMC

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O índice sugerido pelo prefeito Chiavegatto considerou a proporção da arrecadação de ICMS em cada município, comparando-o com a respectiva população . Além dessa forma de indicar a proporção de cada município na composição do Fundo, o estudo coordenado por Chiavegatto considerou seis opções de montagem do índice de destinação financeira, com base na arrecadação do ICMS . O estudo considerou as opções de destinação de 0,2%, 0,1%, 0,08%, 0,06%, 0,04% e 0,02% do ICMS regional, dividido pela proporção encontrada para cada município a partir da relação entre população e ICMS . A proporção aprovada foi de 0,1%

A proposta do prefeito de Jaguariúna foi aprovada na reunião seguinte, a de número 29, dia 16 de março de 2004, em Sumaré . O assunto passou então para as mãos dos prefeitos dos 19 municípios, para que pudessem encaminhar os projetos de lei às respectivas Câmaras Municipais, oficializando a adesão ao Fundo de Desenvolvimento Metropolitano .

O Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb (31ª Reunião do Conselho, 18 de maio,

Monte Mor); Fórum Regional de Cultura, preparativo ao Fórum Mundial de Cultura de Barcelona, Espanha (32ª Reunião Ordinária, dia 15 de junho, em Nova Odessa); a destinação de recursos do estado para leitos de UTI na região (33ª Reunião, dia 20 de julho, no Esporte Clube Barbarense, em Santa Bárbara D’Oeste); e a apresentação da União das Associações dos Engenheiros e Arquitetos da RMC (35ª Reunião, dia 21 de setembro, na Rhodia, em Paulínia) – estes foram alguns dos temas discutidos no Conselho de Desenvolvimento da RMC – e também nas várias Câmaras Temáticas . Os direitos humanos também estiveram na agenda regional em 2004 . No dia 7 de maio, foi realizada no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas a 1ª Conferência Regional de Direitos Humanos, “com o objetivo de debater propostas para a elaboração do Sistema Nacional de Direitos Humanos”, como informou a repórter CarlotaCafiero (“Carências da RMC são debatidas em reunião”, CP, 8/5/2004).

Outra decisão do Conselho de Desenvolvimento da RMC, por proposta do seu então presidente, Dirceu Dalben, foi a aprovação, a 16 de março de 2004, na

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Muito mais queuma revista

m 2004 nasceu outra publicação que tinha vocação para a visão metropolitana .

Foi a revista Muito+, que tinha como lema “Muito mais informação da Região Metropolitana de Campinas” . Dirigida por José Aparecido Miguel, revista mensal publicada pela Editora MM Comunicação Integrada Ltda . – Campinas .

Em suas 17 edições, a revista publicou vasto e rico material sobre a RMC, nas áreas política, econômica, ambiental, cultural e esportiva, entre outras . Caso da série de reportagens assinadas pela jornalista Marlene Simarelli, sobre a situação crítica dos recursos hídricos, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, onde está situada a RMC . A Revista Muito+ foi outra referência importante para a formação da cultura e da cidadania metropolitanas .

E29ª Reunião Ordinária, na empresa 3M, em Sumaré, a proposta de criação da Agenda 21 Regional da RMC . Seria a primeira região metropolitana no Brasil a iniciar um processo de discussão da Agenda 21 .

No I Congresso de Meio Ambiente de Paulínia e da RMC, em junho em 2004, foi aprovada a Carta de Paulínia pela Agenda 21 da RMC . Na Carta, a região se comprometia a implantar a Agenda 21, inicialmente pelos 19 Municípios, evoluindo posteriormente para a Agenda 21 da RMC . Foram realizados três painéis da Agenda 21 na RMC, em Paulínia, Sumaré e Campinas, para estimular processos locais de definição de Agenda 21 nos municípios da região .

No dia 29 de junho de 2006, no Auditório Arlete Afonso, do Instituto Adventista de São Paulo (IASP), em Hortolândia, foi realizado durante todo o dia o IV Fórum da Agenda 21 da RMC, fruto do processo iniciado em 2004 . E, de fato, após o impulso dado pelo Conselho de Desenvolvimento, vários municípios da RMC iniciaram seus processos de Agenda 21 Local .

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Quatro últimos anos

Em 2005, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos, do PDT, foi o presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, e

durante sua gestão foi dado destaque importante nas áreas de educação e cultura .

Um dos temas debatidos no ano pelo Conselho foi a situação dos adolescentes em conflito com a lei. “O presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, Hélio de Oliveira Santos, informou ontem que a região não irá aceitar a instalação de unidades da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem) sem saber qual o programa de atendimento aos jovens que será adotado”, revelou a repórter Maria Teresa Costa (“Cúpula da RMC rejeita projeto de novas unidades da Febem”, CP, 22/3/2005).

O Conselho de Desenvolvimento dedicou-se a outros temas de relevante interesse regional nesse ano . “A questão das queimadas de palha de cana-de-açúcar será incluída na pauta de discussões da próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Quem garante é o prefeito de Jaguariúna e vice-presidente do Conselho e do Consórcio das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, Tarcísio Cleto Chiavegatto, que esteve reunido ontem à tarde com o secretário de Meio Ambiente de Americana, Victor Chinaglia, e o diretor da Unidade de Parques e Jardins, Rovílio Dutra”, revelou o Diário de Santa Bárbara D´Oeste (“RMC: queimadas serão discutidas no Conselho”, DSB, de 30/9/05).

A manutenção, no orçamento estadual de 2006, de recursos para o custeio integral do transporte de alunos das escolas estaduais foi reivindicada pelos secretários de Educação da região, na audiência pública da Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa, realizada em 17 de outubro de 2005, em Campinas .

A 25 de novembro, também em Campinas, foi realizada Audiência pública da comissão especial do Congresso Nacional, que analisou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC), criando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) . Os municípios da RMC defenderam a ampliação da abragência do Fundeb para as creches .

No dia 6 de dezembro de 2006 foi realizado, no The Royal Palm Plaza Hotel, o 1º Fórum Metropolitano da RMC . “O Fórum é responsável pelos problemas macro da região, problemas esses que envolvam todos os municípios. Todas

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Estação Cultural em Santa Bárbara d´Oeste: região valoriza cultura e identidade

as ações visam o desenvolvimento sustentável da região e a resolução de problemas nas áreas de saneamento básico, moradia popular, saúde pública e outros”, disse o prefeito de Campinas e presidente do Conselho da RMC na época, Hélio de Oliveira Santos. A ampliação de Viracopos foi um dos destaques do 1º Fórum Metropolitano da RMC .

Em 2006, o prefeito de Santa Bárbara D’Oeste, José Maria Araújo, assumiu a presidência do Conselho da RMC . A segurança pública tomou grande parte das preocupações da RMC em 2006, em razão dos ataques de organizações criminosas em maio e julho .

Entre 28 a 31 de março daquele ano, a Agência Metropolitana de Campinas – Agemcamp participou do 1º Fórum Nacional das Regiões Metropolitanas, na cidade de Santos . O Fórum debateu temas como o Rumo ao Estatuto da Metrópole (Projeto de Lei 3 .460/04, do deputado Walter Feldman PSDB-SP, indicando nova configuração institucional para as metrópoles brasileiras); a Legislação e Mecanismos de Auto-financiamento das Regiões Metropolitanas; as Políticas de Desenvolvimento Regional nas áreas elencadas como de interesse comum e o Financiamento do Desenvolvimento Regional nos âmbitos federal, estadual e municipal .

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No dia 19 de junho, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, apresentou o projeto do Trem Expresso Bandeirante a empresários da RMC . O projeto previa a ligação rápida entre Campinas e São Paulo, com possibilidade de atender o Aeroporto de Viracopos .

O evento foi organizado pela Associação dos Executivos da Região de Campinas (Acre), em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) - Campinas .

No dia 18 de julho, em reunião em Indaiatuba, o Conselho de Desenvolvimento aprovou proposta do presidente, José Maria Araújo, no sentido de que fosse preferencialmente atendidas as demandas dos municípios adimplentes, ou seja, que efetivamente contribuem em dia com o Fundocamp .

Em agosto foi realizado o 1º Fórum Internacional da Educação, com a presença de 700 educadores e apoio do Conselho da RMC, em Indaiatuba . “O presidente da Câmara Temática de Educação, Herb Carlini, destacou a importância do fórum que, pela primeira vez na região, reúne tantos educadores para discutir assuntos que ainda ´angustiam` os municípios, entre eles a questão do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), que está tramitando no Congresso e deverá substituir o atual Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef)”, informou Lígia Morelli (“Educadores debatem rumos do ensino”, CP, 7/8/2006).

No mesmo mês, foi realizada a terceira edição do Fórum Cultural da RMC, em Paulínia, iniciativa do Conselho de Desenvolvimento e Câmara Temática de Cultura da RMC e Secretaria da Cultura de Paulínia .

A questão cultural gera preocupação na RMC, como a mídia tem assinalado . “Dez cidades da RMC não têm museus, não há cinemas em sete delas, teatros ou salas de espetáculos são inexistentes em seis municípios, shopping centers não integram a rotina de nove cidades e há, ainda, cinco municípios sem Ensino Superior. Esses dados são da Pesquisa de Informações Básicas Municipais 2005, realizada por meio de um questionário distribuído a todas as 5.561 Prefeituras brasileiras”, anotou Maria Teresa Costa (“IBGE revela as cidades ´sem-cultura` da RMC”, CP, 3/12/2006).

Durante o período de 2006 foi realizada uma das reuniões do Conselho de Desenvolvimento com maior presença de deputados . “A 61ª reunião do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas

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Fórum de Inovação e Sustentabilidade na RMC, coordenado por ILTC: pensando o novo na região

Da esquerda para a direita: Henrique Peñalosa, ex prefeito de Bogotá - Colômbia; José Onério, prefeito de Indaiatuba e Presidente Licenciado do Conselho de Desenvolvimento da RMC; Natal Martins, Presidente do Ciesp Campinas; Iêda Maria de Oliveira Lima, diretora executiva da Agemcamp; e José Tadeu Jorge, reitor da Unicamp

– RMC foi sediada ontem nos barracões da antiga Usina Santa Bárbara. O encontro contou com a presença de dez deputados, prefeitos e representantes dos municípios integrantes da região. Os parlamentares eleitos, presentes no encontro, renovaram seus compromissos de campanha com a RMC. Na reunião o apoio dos deputados para fortalecer o desenvolvimento da região foi o assunto mais discutido pelos presentes. Isso porque a RMC é uma das que mais elegeu deputados para a Assembléia Legislativa e a Câmara dos Deputados: oito estaduais e quatro federais. Com isso, o seu potencial político é grande para resolver as demandas da região. Para isso, é necessária uma articulação suprapartidária unindo as forças. Assim, o encontro foi o início de uma discussão sobre o assunto e mobilização dos parlamentares para prestarem maior atenção à RMC”, informou o Diário

de Santa Bárbara D´Oeste (“Deputados renovam compromissos de trabalho com RMC”, DSB, 22/11/2006).

Em 2007 foram registrados vários sinais do fortalecimento da visão intermunicipal e suprapartidária na RMC . “Prefeitos da RMC fazem hoje uma operação de choque em Brasília para conseguir recursos para projetos nas áreas de saneamento, habitação e saúde. Com os prefeitos irão também alguns secretários de Estado, para tentar aprovar projetos de interesse da RMC. Pelos cálculos do presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, o prefeito de Hortolândia Ângelo Perugini (PT), as demandas coletivas e de prefeituras ultrapassam R$ 500 milhões”, informou Maria Teresa Costa (“Prefeitos da RMC pedem R$ 500 milhões à União”, CP, 18/4/2007).

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O esforço conjunto parece ter surtido efeito . “A RMC está recebendo repasses de R$ 410,7 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para execução de obras de saneamento em 14 dos municípios da região. Incluindo contrapartidas do Estado e dos municípios, que somam R$ 88,9 milhões, os investimentos nessas cidades chegam a R$ 499,8 milhões até 2010”, escreveu Maria Teresa Costa (“Investimentos do PAC na RMC chegam a R$ 500 mi”, CP, 1/1/2007).

Na mesma linha, houve em 2007 um esforço conjunto dos parlamentares da RMC em benefício do Aeroporto Internacional de Viracopos . “A bancada de deputados federais da RMC corre atrás para emplacar emendas para viabilizar a ampliação do Aeroporto Internacional de Viracopos de Campinas no Plano Plurianual (PPA) do governo federal no período de 2008-2011. A desapropriação do aeródromo chegou a correr risco em razão de a União não ter previsto verba no PPA, um quesito obrigatório para que o governo federal possa destinar recursos orçamentários para esse fim”, escreveu Maria Teresa Costa, completando: “A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) reconheceu a falha apontada pelo deputado Vanderlei Macris (PSDB), de Americana, que conseguiu aprovar ontem R$ 23 milhões dos R$ 157 milhões que havia proposto ao relator, o deputado federal Cláudio Antônio Vignatti (PT-SC). Além disso, o deputado Guilherme Campos Júnior (DEM), de Campinas, propôs também R$ 3 bilhões para a ampliação e construção da segunda e terceira pistas do Aeroporto” (“Viracopos: RMC pressiona por verba”, CP, 30/11/2007).

Acontecimento importante em 2007 foi a edição do Decreto Estadual nº 51 .460, de 1º de janeiro, transferindo a vinculação da Agemcamp e do Fundocamp da Secretaria dos Transportes Metropolitanos para a Secretaria de Economia e Planejamento .

Entre os dias 16 e 17 de outubro de 2007, com

apoio do Conselho de Desenvolvimento, foi realizado em Indaiatuba o I Seminário RMC do Meio Ambiente

2007, com o tema geral Responsabilidade pela Vida . No encerramento, foi aprovada a Carta de Indaiatuba . “O aspecto mais relevante desse seminário foi a tendência da necessária indicação de metas ambientais a serem perseguidas na região, nas várias áreas em discussão”, comentou José Pedro Martins (“RMC sustentável”, coluna no CP, 8/10/2007).

Vários jornais noticiaram o evento . “Os 19 prefeitos da RMC (Região Metropolitana de Campinas) firmaram nesta quarta-feira, durante o encerramento do 1º Seminário de Meio Ambiente da RMC, em Indaiatuba, dez metas e compromissos para sustentabilidade ambiental da região. As ações, voltadas à preservação da diversidade biológica, proteção das águas, direito ao ar limpo, direito à moradia em condições dignas de saneamento, educação e comunicação para a sustentabilidade devem ser executadas no prazo de dez anos. Os prefeitos agora querem definir a participação dos governos estadual e federal no cumprimento das ações”, informou Venceslau Borlina Filho, de O Liberal, de Americana .(“Prefeitos da RMC firmam acordo ambiental”, OL, 18/10/2007).

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Joan Clos i Matheu, Deputado por Barcelona nas “Cortes Generales”, ex prefeito de Barcelona - Espanha, e ex Ministro de Indústria, Turismo e Comércio

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Ainda em 2007, a imprensa registrou o pedido de novos municípios para integrarem a RMC . “Amparo, Morungaba e Jarinu querem integrar a RMC para se beneficiarem dos projetos regionais de desenvolvimento. Os governos dos três municípios acreditam que, em conjunto, terão mais força para obter recursos. Isolados, dizem, é muito mais difícil conseguir verbas. O prefeito de Amparo, Cesar Pagan (PT); o de Jarinu, Vanderlei Gerez (PSDB); e o de Morungaba, Luvaldo André Flaibam (PTB), encaminharam o pedido de inclusão ao Conselho de Desenvolvimento da RMC”, anotou Maria Teresa Costa (“Três municípios lutam para integrar a RMC”, CP, 9/12/2007).

Em setembro de 2007, por determinação da Secretaria de Economia e Planejamento, assumiram novos titulares das Diretorias Executiva, Técnica e Administrativa da Agemcamp, respectivamente, Iêda Maria de Oliveira Lima, Áurea Maria Queiroz Davanzo e Luiz Ernani Perlatti Filho . E, desde a posse, a nova direção, com o apoio incondicional do Coordenador de Desenvolvimento Regional da SEP, Marcelo Sacenco, e da Chefe do Escritório Regional da SEP, em Campinas, Ester Viana, se empenhou em fortalecer os órgãos do Sistema de Gestão Metropolitana da RMC, além de adotar várias iniciativas ligadas à função de planejamento da autarquia .

Em novembro de 2007, foi assinado o contrato entre a Agemcamp e a Nossa Caixa, para que esta assumisse a função de Agente Financeiro do Fundo . A Agemcamp estava finalmente criando as condições para operação efetiva do Fundocamp e começou um trabalho de orientação dos municípios para que eles pudessem depositar as suas respectivas parcelas .

A 4 de junho de 2008, a Agemcamp lançou o Portal de Investimentos – Invista na RMC . Desenvolvido pela Fundação Seade, nas versões em português e inglês, esse Portal fornece ao empresário interessado em investir na Região, desde indicadores sócio-

econômicos sobre os 19 municípios da RMC, acesso às Universidades e Centros de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico, informações sobre a infra-estrutura de transportes e logística disponível na Região, os incentivos legais e tributários criados por cada uma das prefeituras, dentre outros dados de relevante interesse ao investidor .

Um passo à frente no processo de planejamento estratégico para a RMC foi dado com a formulação e aprovação, pelo Conselho de Desenvolvimento, em dezembro de 2007, a proposta da Agemcamp do seu Plano de Ação para o período 2008-2011 . Essa proposta teve como base os temas de interesse que já estavam sendo discutidos nas Câmaras Temáticas; porém, que necessitavam tomar a forma de projetos, para que se pudesse dar início à aplicação dos recursos do Fundocamp .

A aprovação dessa proposta da Agemcamp, pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC, foi registrada pela imprensa . “A prioridade é a implantação do Sistema de Informação Geográfica (SIG) em âmbito regional. O SIG é uma base de dados computacional e importante ferramenta de suporte ao planejamento e controle urbano e fiscal e permite aos prefeitos a organização de informação cartográfica de diferentes fontes. O sistema, entendem os prefeitos, é um componente obrigatório a todos os demais projetos que a RMC pretende desenvolver”, informou Maria Teresa Costa (“RMC define 14 projetos prioritários até 2001”, CP, 19/12/2007).

De fato, a implantação do SIG foi apontada como o mais importante projeto do Plano de Ação da Agemcamp 2008-2011, uma vez que sua estruturação é essencial para a elaboração de planos e gestão do seus respectivos projetos, de forma integrada entre os municípios . Um software para a implantação do SIG já foi adquirido pela Agemcamp (com recursos do Fundocamp) e será cedido, em comodato, para as prefeituras, em 2009 . As equipes das

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Prioridades da Região Metropolitana de Campinas – 2008/2011*

Projeto Nível de Prioridade

Sistema de Informação Geográfica (SIG) 0

Sistema Integrado de Organização da Rede de Atenção à Saúde da RMC 1

Sistema Integrado de Segurança Pública 2

Corredor Estrutural Rodoviário Metropolitano (32,7km) 2

Programa de Redução dos Acidentes com Vítimas 2

Ampliação do Aeroporto de Viracopos 2

Projeto Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos 3

Programa Regional de Saneamento 3

Programa Metropolitano de Habitação 3

Proteção, Conservação, Recuperação e Controle de Recursos Hídricos das Bacias Hidrográfica do PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) 4

Reflorestamento de Matas Ciliares e Áreas Degradadas 5

Censo Cultural da RMC 6

Marketing da Região Metropolitana de Campinas 7

Programa de Qualificação Profissional Técnica e Tecnológica 8

* Aprovadas pelo CD/RMC, em 22/12/2007.

Prefeituras Municipais já estão sendo familiarizadas com o SIG metropolitano, com a implantação, durante o ano de 2007, do projeto piloto do SIG, que trata das informações georreferenciadas sobre transporte urbano .

Outros oito projetos com nível de prioridades 1 a 3, foram incorporados no Plano de Ação Anual 2008 da Agemcamp e estão sendo detalhados pelas Câmaras Temáticas, devidamente autorizados pelo Conselho . A

Câmara Temática de Saúde, composta pelos secretários de Saúde dos municípios e pelo representante do governo do estado, Diretor da DSR 7, Dr . José Carlos, foi a primeira a submeter os resultados desse trabalho, expresso no Plano Metropolitano de Saúde . Esse trabalho da Câmara teve assessoria técnica do Programa de Estudos em Sistemas Regionais de Saúde (PESS/NEPP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que foi contratada pela Agemcamp, com recursos próprios, para tal fim.

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Outros planos metropolitanos ou programas (segurança pública, habitação, resíduos sólidos, saneamento e redução de acidentes com vítimas) estão sendo também detalhados pelas respectivas Câmaras Temáticas, com o apoio de técnicos especialistas da Emplasa, contratada pela Agemcamp com recursos do Fundocamp .

Para a elaboração do plano de implantação do Sistema de Informação Geográfica, a Agemcamp promoveu a criação de um grupo Inter-Câmaras, composto pelos coordenadores das Câmaras Temáticas, pois este é um projeto que tem usuários em todos as áreas de interesse comum . Este grupo é responsável pela validação do plano que está sendo elaborado por especialistas da Emplasa e técnicos da Agemcamp .

Os 14 projetos prioritários que compõem o Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011, e aprovados pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC são os seguintes, com as respectivas indicações de prioridade:

Depois de oito anos de estruturação e organização do Sistema de Gestão Metropolitana, , já existe, portanto, um horizonte: um conjunto de projetos, envolvendo planos regionais nas respectivas áreas, visando um futuro de ações integradas na RMC . Sob a coordenação da Agemcamp, esses projetos apontam para um modelo de desenvolvimento regional sustentável, pois consideram os eixos econômico, social e ambiental .

Em paralelo, foram promovidos nesse ano de 2008

vários eventos importantes para a consolidação da visão metropolitana. Em abril, o desafio de erradicar o trabalho infantil esteve em foco . “Segundo estimativas globais da Organização Internacional do Trabalho - OIT, 165 milhões de crianças, de cinco a 14 anos de idade, são vítimas do trabalho infantil. Muitos dos quais

trabalham longas horas e em condições perigosas. No próximo dia 12 de junho, é o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil.

Na Região Metropolitana de Campinas – RMC, o assunto foi discutido no final de abril, no I Seminário sobre Trabalho Infantil. Profissionais da área da infância e juventude discutiram a situação da criança e do adolescente em relação ao trabalho infantil, a mendicância e a exploração sexual e comercial nas ruas dos municípios da RMC.

O resultado do trabalho foi a apresentação e deliberação, pela plenária, de uma carta compromisso para a instituição de um comitê intermunicipal, cuja diretriz é assegurar a intersetorialidade, no âmbito municipal, entre as políticas sociais”, informou o Diário de Santa Bárbara D´Oeste (“RMC discute trabalho infantil”, DSB, 11/05/2008).

Outro importante evento ocorrido em 2008 na RMC foi o Fórum Inovação e Sustentabilidade na RMC 2008, iniciativa da Petrobras/Replan, com organização do Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência (ILTC) . Realizado dias 17 e 18 de junho, no The Royal Palm Plaza Hotel, o evento reuniu formadores de opinião e atores sociais importantes do Brasil e do exterior, como foi o caso dos ex-prefeitos de Barcelona e Bogotá, para debater temas como Inovação na Gestão Pública e Privada para o Desenvolvimento Sustentável com Excelência em Educação, Mitigação para as Mudanças Climáticas, Reflexos da Inovação Tecnológica na Sustentabilidade Econômica da RMC . A diretora executiva da Agemcamp, Iêda Lima, participou do Painel Inovação e Tecnologia Social para o Desenvolvimento Sustentável, ao lado do presidente do Conselho de Desenvolvimento, prefeito José Onério e do diretor titular do Ciesp/Campinas, Natal Martins, que debateram as idéias apresentadas pelo ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, sob a coordenação do Reitor da Unicamp, Professor José Tadeu Jorge .

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Iêda Lima disse que “apesar da RMC concentrar a elite em Ciência e Tecnologia, ainda padece de:

desequilíbrios no mercado de recursos humanos i. qualificados para a indústria que está crescendo;consciência restrita sobre os impactos ambientais ii. e a responsabilidade individual e coletiva;falta de médicos na atenção básica à saúde e iii. sobrecarga de hospitais especializados;mortes e feridos graves em acidentes de iv. trânsito – fator humano em distintas dimensões (comportamento do motorista, engenharia viária, fiscalização);desperdício de energia e aquecimento global v. em virtude dos congestionamentos – cultura do transporte individual/coletivo. E finalizou dizendo que “para reduzir esse desequilíbrio depende-se, em grande parte, do funcionamento efetivo da estrutura de gestão compartilhada metropolitana, criada entre os anos de 2000 e 2003 pelo governo do estado e de parceiras com a iniciativa privada”.

A imprensa regional acompanhou os debates e divulgou: “O secretário de Planejamento e Meio Ambiente da Prefeitura, André Barduchi, e a secretária da Promoção e Assistência Social, Claudinéia Vendemiatti Serafim, participaram nesta terça-feira, dia 17, em Campinas, do Fórum 2008 – Inovação e Sustentabilidade na RMC – Um compromisso pelo desenvolvimento integrado. O objetivo foi contribuir no processo de transformação da sociedade regional, apresentando formas inovadoras para que as empresas, setor público e comunidade possam atuar como protagonistas na construção do desenvolvimento sustentável e integrado da Região Metropolitana de Campinas” (“Secretários participam de evento sobre sustentabilidade em Campinas”, JV, 19/6/2008).

Igualmente pensando no futuro da região, a Agemcamp e a Fundação Fórum Campinas promoveram, no dia 1º de outubro de 2008,

o seminário “Perspectivas e Desafios ao Desenvolvimento na Região Metropolitana de Campinas”. O seminário, que fez parte do projeto de comemoração dos cinco anos da Agemcamp, completados em 23 de setembro de 2008, teve por objetivo discutir e identificar fatores de competitividade e estrutura de oportunidades da Região Metropolitana de Campinas . Os temas debatidos foram: Educação e qualificação de mão-de-obra; Sistema Regional de Inovação; Conectividade interna e externa (infra-estrutura de logística e comunicação); Qualidade de vida e meio ambiente . A Fundação Fórum Campinas reúne os principais centros de ensino e pesquisa da RMC . Assim, a academia continua auxiliando, com seus múltiplos recursos, na formação de uma sólida massa crítica sobre as características e perspectivas da Região Metropolitana de Campinas . A parceria dessa Fundação com a Agemcamp, fortalecida pelo reforço técnico que recebeu com a indicação de competentes profissionais liderados pela Urbanista Áurea Davanzo, promete frutos de excelente qualidade .

No dia 7 de novembro de 2008 a Agemcamp promoveu o segundo seminário comemorativo do seu quinto aniversário, em Indaiatuba, município sede do então presidente do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, José Onério da Silva . Nele foram apresentadas pela diretora técnica da Agemcamp, Áurea Davanzo, as principais conclusões do seminário anterior, devidamente registradas pelos especialistas que cumpriram a missão de relatores .

Nesse contexto das Perspectivas e Desafios ao Desenvolvimento na Região Metropolitana de Campinas, foram apresentadas experiências internacionais de construção de Pactos Regionais, para fundamentar a proposta da Agemcamp, que seria lançada ao final do seminário, pela diretora executiva da Agemcamp, Iêda Lima, do PACTO PELA RMC .

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ma novidade registrada em 2005 no processo metropolitano foi a criação do Parlamento Metropolitano (como

ficou conhecida a Associação dos Presidentes das 19 Câmaras Municipais da RMC) . O primeiro passo foi dado com reunião a 17 de março de 2005, convocada pelo presidente da Câmara Municipal de Campinas, Dário Saadi . Além dos presidentes das câmaras de 10 dos 19 municípios da RMC, a reunião teve a presença dos juízes José Henrique Rodrigues Torres e Valdecir Santos, e do diretor-executivo da Agemcamp, Luiz Augusto Baggio .

O primeiro presidente do Parlamento Metropolitano, foi Maurício Baroni, presidente da Câmara Municipal de Indaiatuba, eleito a 6 de abril de 2005 .

No dia 20 de maio, o Parlamento Metropolitano discutiu, em Campinas, o apoio à Campanha Regional pelo Desarmamento . No dia 2 de setembro de 2005, em reunião em Santa Bárbara D’Oeste, o Parlamento Metropolitano da RMC anunciou o Programa de Formação Legislativa, que seria realizado em parceria com o Programa Interlegis do Senado Federal, e destinado à qualificação de assessorias parlamentares.

Em função do Dia Nacional do Doador de Órgãos, a 27 de setembro, o Parlamento Metropolitano da RMC promoveu uma campanha pela conscientização da importância de incremento da doação de órgãos .

No dia 3 de março de 2006 o presidente da Câmara Municipal de Campinas, Dário Saadi, foi escolhido segundo presidente do Parlamento Metropolitano . Uma das ênfases do mandato de Saadi foi um olhar mais acentuado para a situação ambiental da RMC, em seus múltiplos aspectos . A primeira reunião sob presidência de Saadi aconteceu a 24 de março, quando ele apresentou a proposta do Índice de Desempenho Ambiental (IDA) .

Parlamento Metropolitano

UEm 2008 a imprensa divulgou por uma comissão

de vereadores de Campinas . “Os municípios de Jaguariúna, Indaiatuba e Campinas são os três primeiros colocados, nessa ordem, no ranking do IDA da Região Metropolitana de Campinas (RMC). Relatório inédito coordenado por uma comissão de três vereadores da Câmara de Campinas, com a participação de técnicos, traz o diagnóstico ambiental das 19 cidades que integram a RMC. O objetivo do trabalho é medir o nível de preocupação que os municípios têm com as questões ambientais e servir de instrumento para o estabelecimento de políticas públicas em favor da preservação do meio ambiente”, escreveu Ângela Kuhlmann, completando: “Com notas de 0 a 10 em cada item, a primeira colocada Jaguariúna recebeu 6,87, seguida por Indaiatuba, com 6,25, e Campinas, com 5,47. As três cidades da RMC pior avaliadas são Cosmópolis (14º), Pedreira (13º) e Monte Mor (12º). As demais, algumas delas empatadas, receberam notas que ficam entre 5,06 (Valinhos, Vinhedo e Holambra) e 4,02 (Paulínia)” (“Jaguariúna lidera ranking ambiental”, CP, 15/4/2008).

O estudo repercutiu na região . “Entre os 19 municípios da RMC (Região Metropolitana de Campinas), Americana ficou em 13º no ranking ambiental. O diagnóstico da região consta do IDA (Índice de Desenvolvimento Ambiental), elaborado pela Comissão Especial de Estudos da Câmara de Campinas, com a participação de técnicos. Após a divulgação do resultado, o secretário de Meio Ambiente de Americana, Victor Chinaglia Junior, disse estranhar a colocação de seu município no ranking”, informou Leslie Silveira (“Americana fica em 13º lugar em ranking ambiental”, OL, 15/4/2008).

Os presidentes do Parlamento Metropolitano da RMC, no período 2007-2008, foram os presidentes das Câmaras Municipais de Hortolândia, George Julien Burlandy, e de Nova Odessa, Áureo Nascimento Leite .

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Livros sobre RMC: reflexão sobrerumos da metropolização

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A academia pensa a RMC

ede de um dos principais pólos científicos e tecnológicos do Brasil, é natural que a RMC seja uma preocupação constante

de vários pesquisadores e núcleos das instituições universitárias situadas na região .

Importantes livros já foram publicados, sendo resultado de reflexões de pesquisadores de vários núcleos de estudos . O “Livro Verde – Desafios para a Gestão da Região Metropolitana de Campinas” foi publicado em 2002, pelo Instituto de Economia da Unicamp, com artigos de pesquisadores do Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional (Nesur) e organização de Rinaldo Barcia Fonseca, Aurea Davanzo e Rovena M . C . Negreiros .

No artigo “A população em movimento”, Rosana Baeninger salienta que, “apesar de ter havido uma diminuição da participação do componente migratório no crescimento absoluto da população metropolitana, a migração continua a ser um fenômeno importante na dinâmica demográfica regional, predominando a migração intrametropolitana, com o município de Campinas deixando de ser o destino metropolitano primaz” .

Já no artigo “Recursos Hídricos e Saneamento”, Armando Gallo Yahn e Adriana Isenburgh Giacomini analisam a situação das águas, a necessidade de aprimorar e ampliar o tratamento de esgotos e advertem para a vulnerabilidade da região às inundações, em função da inadequação dos sistemas de drenagem urbana nas cidades .

Por sua vez, Barjas Negri destaca, em “Regionalização e assistência à saúde”, que a regionalização é elemento fundamental para o planejamento e gestão das políticas de saúde em âmbito metropolitano .

Os “Desafios da gestão metropolitana” são analisados por Aurea Davanzo e Rovena Negreiros . As autoras insistem na necessidade de um planejamento estratégico para a região, evitando-se a pulverização e segmentação em áreas setoriais . “O entendimento que prevalece no debate sobre gestão metropolitana é o de que a construção do consenso deve se dar em torno da definição de um projeto estratégico de intervenção, que possa orientar as ações pública e privada, em relação às aglomerações metropolitanas”, defendem as autoras .

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Também em 2002 foram publicados os dois volumes de A Região Metropolitana de Campinas – Urbanização, economia, finanças e meio ambiente, da Editora da Unicamp, organizados por Wilson Cano e Carlos Brandão. Os volumes apresentam o perfil econômico e social dos 19 municípios da RMC . Os organizadores acentuam que a RMC tem pela frente amplos desafios, mas também a oportunidade de implantar um modelo de gestão diferente daquele aplicado nas regiões metropolitanas criadas pelo regime militar . “A tarefa de desenhar o arranjo institucional da gestão metropolitana representa oportunidade exemplar de aprender com os erros

do modelo autoritário e inaugurar outro, adequado às singularidades da RMC, baseado em parâmetros participativos e inclusivos e voltados não apenas para a eficiência produtiva, por meio de provimento de infra-estruturas econômicas regionais”.

Sob organização de José Marcos Pinto da Cunha, foi publicado em 2006, pelo Núcleo de Estudos da População (Nepo), da Unicamp, o livro Novas metrópoles paulistas – População, vulnerabilidade e segregação. Vários pesquisadores analisam múltiplos aspectos das novas metrópoles paulistas, as da Baixada Santista e a de Campinas . Segregação

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esses cinco anos de existência da Agência Metropolitana de Campinas foram promovidos estudos importantes para

conhecer melhor a realidade da Região e subsidiar as decisões do Conselho e da Diretoria Executiva da Agência . Em parceria com a Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa), por exemplo, a Agemcamp elaborou publicações como Evolução da estrutura urbana da RMC, Padrões urbanísticos da

A Agemcamp produzindo conhecimento

RMC, Sumário de dados da RMC e Por dentro da RMC. Com a Fundação Seade a Agemcamp produziu estudos como os Investimentos anunciados na RMC no período 1997-2005 e Estrutura econômica da RMC . A parceria com a Seade também tem sido fundamental para a produção do site da Agemcamp (www .agemcamp .sp .gov .br), que permite o acesso a diversos dados sobre os 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas .

e acúmulo de carências: localização da pobreza e condições educacionais na Região Metropolitana de Campinas é assinado por José Marcos Pinto da Cunha e Maren Andrea Jiménez, que analisam a dinâmica e concentração da pobreza em áreas da RMC, a partir da aplicação de várias formas de medir a segregação . Importante subsídio para combate à pobreza em uma das regiões mais ricas do Brasil .

Em A gestão das regiões metropolitanas do interior paulista: Região Metropolitana de Campinas e Região Metropolitana da Baixada Santista, as autoras, Aurea Davanzo e Rovena Negreiros, comparam os processos de estruturação das duas regiões . Entre outras conclusões, assinalam que, na Baixada Santista, o recorte geográfico observado para a criação da região metropolitana “facilitou a articulação política entre os atores”. Por outro lado, na RMC, “a fragilidade da definição do recorte geográfico implicou numa dificuldade de articulação política entre atores na definição da pauta metropolitana”.

Outro livro nesta linha é A metrópole e o futuro – Refletindo sobre Campinas, organizado

por Maria Adélia de Souza e publicado em 2008 por Edições Territorial. O livro reúne reflexões de vários autores, relacionadas com a realização do I Encontro Internacional da Extensão e da Pesquisa, e é promovido com apoio da Pró-Reitoria de Extensão da PUC-Campinas .

Fora do ambiente da academia, também têm sido produzidos alguns livros sobre a RMC, como registra a imprensa . “Garantir água de qualidade para uma população atual de 2,5 milhões de habitantes e em constante crescimento, assegurar a destinação adequada de resíduos urbanos e promover a recomposição da vegetação, principalmente das matas ciliares. Esses são alguns dos desafios da RMC, relatados no livro Rede RMC pela Vida e a Paz – Parlamento Metropolitano, e Olhar Socioambiental da Região de Campinas, do jornalista e escritor José Pedro Martins”, registrou Raquel Lima (“Livro aponta desafios ambientais da RMC”, CP, 17/6/2006) . Do mesmo autor, foi publicado em 1998 o livro Campinas Ano 2000 – Metrópole, Globalização e Terceiro Setor, em que comenta os passos que já tinham sido dados para a estruturação da Região Metropolitana de Campinas .

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Foto: Sebastião Barbosa

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CAPÍTULO 3

DESAFIOS DA REGIÃOMETROPOLITANA DE CAMPINAS

Aos oito anos, completados em junho de 2008, a RMC já tem um Sistema de Gestão Metropolitano implantado e caminhando

para a maturidade . Os passos mais importantes para sua consolidação institucional já foram dados .

A RMC tem agora, diante de si, desafios muito claros . O primeiro é sedimentar uma cultura de planejamento, para considerar o futuro regional nos três eixos estratégicos: econômico, humano e ambiental . Planejar nesses três eixos é perseguir o desenvolvimento sustentável, para que a região seja boa para se viver, tanto para as atuais quanto para as futuras gerações, respeitando-se os recursos naturais .

Outro desafio é melhorar os indicadores sociais, repercutindo na melhoria, por exemplo, dos Índices

de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) . Para melhorar a sua posição no IDHM, o conjunto dos 19 municípios da RMC devem enfrentar o dilema de melhorar o seu desempenho na distribuição da renda produzida, assim como seus indicadores de escolaridade e saúde integral .

Os desafios sociais são, portanto, muito importantes para que o dinamismo econômico da RMC seja refletido, na melhor qualidade de vida da população .

As possibilidades que a RMC tem de incrementar a qualidade de vida de seus moradores foi dado com a divulgação no início de agosto de 2008 no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro .

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Nove dos 19 municípios da RMC estão entre os 40 com maior Índice de Desenvolvimento Municipal, entre os mais de cinco mil municípios brasileiros . A Firjan considerou as variáveis de emprego e renda, educação e saúde . E, 12 dos municípios da RMC estão entre os 100 com maior Índice de Desenvolvimento Municipal . São eles: Indaiatuba (1º no ranking nacional), Jaguariúna (3º), Americana (14º ), Hortolândia (15º), Valinhos (20º), Vinhedo (23º), Nova Odessa (26º), Paulínia (38º) e Campinas (39º) .

A boa posição dos municípios da RMC em termos dos indicadores de qualidade de vida é ratificada por outros índices, como é o caso do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), da Fundação Seade .

A destacada posição da RMC, em termos de alguns indicadores sociais, apesar da gama de desafios ainda a serem enfrentados, já havia sido indicada no Atlas da Exclusão Social do Brasil, resultado de trabalho coordenado pelos pesquisadores Marcio Pochmann e Ricardo Amorim, a partir dos dados do Censo 2000 do IBGE .

“No ranking dos 100 municípios com menor grau de exclusão social, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) emplaca nove dos 19 municípios que engloba”, informou Zezé de Lima (“RMC tem nove cidades entre as 100 melhores”, CP, 23/01/2003). A repórter completou: “Entre as nove cidades, a mais bem colocada, na 7ª posição, é Holambra, seguida de

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Indaiatuba: crescimento planejado favorece sustentabilidade

Vinhedo, na 10ª colocação; Valinhos, na 19ª; Campinas, na 21ª; e, na sequência, Americana, na 23ª colocação, seguida de Paulínia, na 28ª posição; Jaguariúna, na 34ª; Itatiba, na 60ª colocação”.

Por outro lado, a imprensa também sempre registrou alertas para os desafios que permanecem. “O dado é dramático: 4,2% das famílias da Região Metropolitana de Campinas (RMC) vivem abaixo da linha da miséria, segundo o estudo Indicadores Sociais Municipais – Uma Análise dos Resultados da Amostra do Censo 2000, que o IBGE está divulgando. São 110,8 mil pessoas indigentes, que têm menos de um dólar por dia para comer, beber, vestir, morar, enfim, viver. Há ainda 623 mil pessoas pobres (23,6% das

famílias), vivendo com renda menor que um salário mínimo na RMC”, informou Maria Teresa Costa (“Mais de 110 mil pessoas vivem na miséria na RMC”, CP, 22/1/2005). Ainda segundo a reportagem, (na época) “a cidade com maior concentração de miseráveis na RMC é Cosmópolis, onde 8,8% das famílias têm renda mensal per capita menor que um quarto de salário mínimo”. E a reportagem acentuava que, “para o presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC e prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), o nível de miséria da população só pode ser resolvido com ações que interfiram na macroeconomia e que leve à distribuição de renda”.

Esses desafios poderão ser enfrentados de maneira mais eficaz se as prefeituras da RMC atuarem de forma integrada, tendo como instrumentos os planos que estão sendo elaborados pelas Câmaras Temáticas do Conselho, com o apoio técnico e administrativo da Agemcamp, o aporte regular de recursos no Fundocamp e a entrada em operação do SIG Metropolitano . Em uma região composta por 19 municípios cujas fronteiras legais foram superadas pela conurbação urbana e interdependência de funções públicas, não há como resolver isoladamente problemas de saúde, habitação, segurança, lixo, trânsito etc .

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Demografia: dinâmicas típicas da RMC

O crescimento populacional de alguns

municípios da RMC não passa desapercebido pela imprensa regional .

“Desde 1996, quando a população de Vinhedo era de 38.625 habitantes, o município apresentou um crescimento populacional de 61,14% em comparação com a última estimativa do IBGE, divulgada este ano. Na RMC, o crescimento das 19 cidades juntas nos últimos 12 anos foi de 30,47%, passando de 2.094.596 pessoas em 1996 para 2.732.743 em 2008”, informou o Jornal de Vinhedo . “Com o novo Plano Diretor Participativo de Vinhedo, uma lei municipal elaborada em 2006 com a participação de toda a sociedade, está sendo planejado o crescimento do município de

forma ordenada para continuar proporcionando qualidade de vida à população”, completou o jornal (“População de Vinhedo cresce duas vezes mais que a RMC”, JV, 8/9/2008).

O tamanho da população favelada da região também foi destaque na imprensa: “Utilizando o Censo Demográfico de 2000 do IBGE, o Nesur (Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional da Unicamp) aponta a existência de 140,9 mil pessoas morando em favelas ou ocupações em Campinas, Cosmópolis, Hortolândia, Santa Bárbara D´Oeste e Sumaré”, informou Maria Teresa Costa (“RMC tem 6% da população vivendo em favelas”, CP, 23/03/2003).

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Outra reportagem, também de Maria Teresa Costa, noticiou pesquisa do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp . “A população da região de Campinas está em movimento: 71 mil pessoas, segundo o último Censo, mudaram pelo menos uma vez de cidade dentro da região, de 1995 a 2000. Entre elas, 28,8 mil deixaram Campinas para viver, especialmente, em Sumaré e Hortolândia. É o maior êxodo de pessoas de Campinas para municípios vizinhos, desde a década de 70, quando em média 3,5 mil pessoas por ano deixavam Campinas. Nos anos 80, a migração na região foi de 4,8 mil pessoas por ano e, nos anos 90, a média subiu para 5,7 mil pessoas”, informou a repórter (“Êxodo para a região faz Campinas esvaziar”, CP, 25/2/2004).

A jornalista divulgou, ainda, a tendência de mudança no perfil etário da população: “O processo de envelhecimento da população residente na RMC está se consolidando nesses primeiros anos do século 21, segundo a projeção da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), divulgada essa semana. O que chama atenção é a redução no número de jovens: houve uma queda de 0,26% entre os menores de 15 anos nos últimos cinco anos. Eles eram 596.189 na RMC em 2000 e hoje são 594.606. Em contrapartida, o contingente com idade acima de 75 anos teve um aumento de 21,8% entre 2000 e 2005, se configurando como o quarto maior crescimento regional, saindo de 47.264 pessoas para as 57.608 atuais” (“População da RMC envelhece, conclui Seade”, CP, 18/5/2005).

Hortolândia recebeu muitos investimentos recentes em alta tecnologia

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MARIATERESACOSTA

Da Agência Anhangü[email protected]

Odado é dramático: 4,2%das famílias da RegiãoMetropolitana de Cam-pinas (RMC) vivem

abaixo da linha da miséria,segundo o estudo IndicadoresSociais Municipais - Uma Análi-se dos Resultados da Amostra doCenso 2000 que o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística(IBGE) está divulgando. São 110,8mil pessoas indigentes, que têmmenos de um dólar por dia paracomer, beber, vestir, morar, enfim,viver. Há ainda 623 mil pessoaspobres (23,6% das famílias),vivendo com renda menor queum salário mínimo na RMC.

A cidade com maior concen-tração de miseráveis na RMC éCosmópolis, onde 8,8% das famí-lias têm renda mensal per capi-ta menor que um quarto de salá-rio mínimo.

Em 4,5% das residências emCampinas existem pessoas sobre-vivendo na indigência. No total,conforme o IBGE, são 12,7 milfamílias fazendo malabarismosdiários para conseguir que cadapessoa da casa tenha suas neces-sidades básicas supridas commenos de R$ 2,70 por dia.

Em Monte Mor, a indigênciaestá presente em 7,7% das casasdo município e, em Sumaré, elaatinge 6,4%. Holambra é a cida-de da RMC que tem a menor taxa(0,9%) de miseráveis.

A miséria regional acabasendo um paradoxo em uma áreaque é pólo tecnológico e que é res-ponsável por 6% do ProdutoInterno Bruto (PIB) nacional. Odrama da indigência na RMC, noentanto, dificilmente terá solu-ção regional, porque os mecanis-mos necessários ao combate àindigência não estão nas mãosdos prefeitos, diz a diretora daDivisão Regional de Assistênciae Desenvolvimento Social, Lau-ra Contador.

PALIATIVOS

Os programas sociais devemexistir, como por exemplo, medi-das de combate à fome, mas elessão paliativos e pontuais, avaliaa especialista. Mesmo o Progra-ma Renda Mínima é um paliati-vo, afirma. “Miséria se combatecom crescimento econômico, comemprego, com educação”, diz.

Para o presiden-te do Conselho deDesenvolvimento daRMC e prefeito deCampinas, Hélio deOliveira Santos(PDT), o nível demiséria da popula-ção só pode ser resol-vido com ações queinterfiram na macroeconomia eque leve à distribuição de renda.

“É inadmissível que umaregião que tem renda média percapita que é o dobro da média doEstado e o triplo do Brasil possaconviver com tanta gente rece-bendo apenas um quarto de salá-rio mínimo. Isso mostra como háconcentração de renda regional”,afirma. Para essas pessoas, osprefeitos podem adotar medidas

CAMPINAS, DOMINGO, 23 DE JANEIRO DE 2005 9CIDADES

Mais de 110 mil pessoas vivem na miséria na RMCAnálise dos dados do censo de 2000 do IBGE aponta que 4% das famílias têm de sobreviver com menos de R$ 3,00 por dia

NA CORDA BAMBA

Graziela Ferreira de Sousa,de 24 anos, é mãe de Yago, de 1 anoe sete meses, e de Yadhira, de 7anos. Recebe do Programa Ren-da Mínima R$ 105,00 por mês. É oúnico dinheiro que entra em suacasa, já que está desempregada.Daquele valor, utiliza R$ 100,00por mês para pagar a prestaçãodo barraco que comprou, no Jar-dim Paraíso de Viracopos, localonde o paraíso é só um nome semqualquer significado. Restam R$5,00. É aí que começa o malaba-rismo diário de Graziela.

“Todo dia bate o desespero.Não passamos fome graças à Casada Sopa (entidade que atua e temsede no bairro). Pego leite para ascrianças lá, mas é só uma vez pormês Vestimos o que ganhamos e oresto vamos vivendo como Deusquer”, consola-se diante da vida depoucas perspectivas.

A poucos metros de sua casaestá Cristiane Paiva, de 17 anos, quemora com o marido em uma casade madeira de um único cômodo,onde sala, cozinha e quarto se fun-dem como um loft forçado. O sonhossão muitos: uma casa de alvenaria

com um jardim na frente e quintalnos fundos, um quarto para ela e omarido e outros para os filhos queainda irão chegar. Emprego paraviver com dignidade.

O casal, desempregado, vivede bicos aqui e ali. Ele vai atrás dequalquer coisa que possa ser reci-clada. Ela faz algumas faxinas paraas “irmãs” da igreja que freqüen-ta, a Assembléia de Deus. Ultima-mente, tem cozinhado com lenhaporque não há dinheiro para gás.Na última chuva, a casa foi inva-dida pela água fétida que subiu doCórrego Paraíso. “É difícil sonharcom o futuro, mas eu faço isso tododia. Sonhar é de graça”, diz.

Também no mesmo bairroestá Oleriana Maria do Nascimen-to, que nem sai de casa porque nãotem dinheiro para pagar a passa-gem do ônibus. O marido, que sofrede epilepsia, precisa de atençãoconstante. A renda vem da sucata,no máximo R$ 3,00 por dia, quan-do consegue trabalhar. “Só não pas-samos fome, porque a gente tem acomida da Casa da Sopa. Se issoacabar, vai ser um desespero”, afir-ma. (MTC/AAN)

BENEDITAAPARECIDAFRANCODECAMARGO

A quantidade de pessoasvivendo na miséria seria menor sehouvesse mais solidariedade, espe-cialmente daqueles que mais têmpara dar. A ajuda tem vindo, namaioria das vezes, daqueles quepouco têm. Miséria se resolve comgeração de emprego, com educação,com saúde, com moradia e com pro-gramas sociais que propiciem dig-nidade àqueles que mais necessi-tam. Acabar com a miséria é umatarefa de todos: dos cidadãos e dogoverno. Os cidadãos têm feito asua parte na medida do possível,mas sempre é possível fazer mais.Do governo, ainda estamos espe-rando as políticas sociais necessá-rias. O povo pobre precisa de mora-dia digna, de pelo menos três refei-ções ao dia e de emprego.

Benedita Aparecida Franco deCamargo é presidente da Casa daSopa

paliativas de combate à fome e àdesnutrição, acredita Hélio.

Há, entretanto, uma parcelade pobres que recebe entre meioe um salário mínimo por mês eque poderia se beneficiar compolíticas municipais que estimu-lem a geração de empregos, deacordo com o prefeito. “É possí-vel criar redes de trabalho, de

geração de empre-gos nos diversosnichos de prosperi-dade da região,como o pólo petro-químico de Paulí-nia, de tecnologiade Campinas, o têx-til de Americana,por meio de pro-

gramas de formação, de incenti-vos, enfim”, afirma Hélio.

Mas, para a população quevive na indigência em Campi-nas, Hélio planeja implantaruma rede de proteção pessoal,com um cadastro único, parapermitir que um maior númerode pessoas do município possaser atendido nos diversos pro-gramas federais, estaduais emunicipais.

Cosmópolis éa cidade com omaior númerode indigentes

na região

‘Sonho com o futuro todo dia’

Moradora do Jardim Paraíso de Viracopos atendida pela Casa da Sopa: paraíso só no nome Oleriana Nascimento: sem dinheiro nem para pagar o ônibus

Cristiane Paiva na casa de um cômodo que divide com o marido: bicos Graziela com os filhos Yago e Yadhira: Renda Mínima garante o sustento da família

FOTOSNERIVELTONARAÚJO/AAN

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Sumaré: uma das cidades que mais cresceram no Brasil na década de 70 é um motor regional

Um dos projetos prioritários do Plano de Ação da Agemcamp para o período 2008-2011, tem relação direta com a melhor capacitação da região para enfrentar os desafios representados pelas dinâmicas demográficas e sociais em curso na RMC. Trata-se do Sistema de Informação Geográfica (SIG), tendo um SIG Metropolitano de Transportes como projeto-piloto . A Agemcamp já assinou Acordos de Cooperação Técnica, com todas as prefeituras da região, e encontra-se agora em fase de viabilizar a aquisição da licença para utilização de software a ser implantado nas 19 prefeituras . A seguir, será iniciado um programa

de treinamento dos técnicos que irão operar o SIG Metropolitano nas respectivas prefeituras .

Além da implantação do SIG, já está em fase de preparação a atualização da base cartográfica da região. O SIG e base cartográfica são ferramentas essenciais para o processo de organização, planejamento e ações integradas metropolitanas, visando a melhoria das condições de vida na RMC, de modo que ocorra um desenvolvimento social e econômico equilibrado. Outros desafios de ordem social e econômica na região são os seguintes:

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Transportese o pólo de logística

Corredor Metropolitano Noroeste: novo eixo de desenvolvimento regional

condição de pólo de logistica da RMC é um de seus principais diferenciais, uma de suas vantagens comparativas em

relação a outras regiões metropolitanas brasileiras . Condição ainda mais privilegiada, considerando sua inserção no Complexo Metropolitano Expandido2, que tende a ser, na segunda década do século 21, a maior macrometrópole no planeta .

É natural, portanto, que a área de trânsito e transporte seja especialmente sensível e tenha atraído muitas atenções desde o início do funcionamento da RMC, uma região que cresce em termos populacionais e econômicos em ritmo superior ao de outras regiões metropolitanas brasileiras . Planejar a área de trânsito e transporte constitui, portanto, desafio relevante para o futuro da RMC .

Não por acaso, uma das primeiras ações concretas, relacionadas ao planejamento da RMC, após a sua oficialização, foi um elenco de projetos vinculados à Secretaria de Transportes Metropolitanos, apresentados em 2002. Um deles, financiado a fundo perdido pelo governo espanhol, no valor de US$ 600 mil, foi a elaboração de estudos e projetos para a implantação do Corredor Metropolitano (de ônibus) e do Trem Expresso Intermetropolitano, entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro .

2O Complexo Metropolitano Expandido abrange a RMSP, RMC, RM Baixada Santista e as aglomerações urbanas de Sorocaba e São José dos Campos .

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O anúncio oficial de instalação do Corredor Metropolitano foi feito em 2003 . “O governo do Estado anunciou ontem que irá investir R$ 80 milhões para realizar obras nos 37 quilômetros que interligam as cidades de Campinas, Hortolândia, Sumaré, Nova Odessa e Americana e formam o Corredor Metropolitano Noroeste”, informaram Rose Guglielminetti e Zezé de Lima (“Corredor Metropolitano custará R$ 80 milhões”, CP, 7/8/2003).

E, de fato, o Corredor Metropolitano, cujo primeiro trecho foi inaugurado em 2008 constitui a primeira grande obra do governo do estado realizada na região, com uma dimensão metropolitana . A implantação completa do Corredor Estrutural Rodoviário Metropolitano, em seus 32,7 km previstos, é um dos 14 projetos prioritários para 2008-2011, elencados no Plano de Ação Plurianual da Agemcamp . E, foi considerado importante como forma de “priorizar o transporte coletivo na RMC, estabelecendo ligação viária metropolitana entre os municípios que concentram cerca de 75% da demanda intermunicipal da região, além de promover a reestruturação do sistema de transporte coletivo regional, possibilitando a criação de novo eixo de desenvolvimento econômico, indução de novas possibilidades de uso e ocupação do solo e requalificação da paisagem urbana, com redução de 6,5 toneladas de CO2/ano na emissão de poluentes” .

Também foi promovida pelo governo do estado a instalação na região de escritório da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) .

Após completar oito anos em 2008, entre os desafios no setor de trânsito e transporte da RMC, estão justamente os vinculados aos projetos de instalação do trem rápido entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro e de ampliação do aeroporto Internacional de Viracopos . Existe a perspectiva de que os dois projetos sejam conjugados, com o ponto de partida do trajeto do trem rápido sendo instalado nas proximidades

de Viracopos, consolidando a posição do Aeroporto em termos de movimento de cargas e também de passageiros . Quais os impactos da ampliação de Viracopos no pólo de logística e em toda dinâmica regional? É uma pergunta essencial a ser respondida no cenário do planejamento da RMC dos próximos anos .

Os impactos desses projetos e das concessões das rodovias que compõem os corredores D . Pedro I e Marechal Rondon Leste, incluindo-se neste a SP-101 (“Jornalista Francisco Aguirra Proença, mais conhecida como Campinas-Monte Mor), das novas rodoviárias de Campinas (para ônibus urbanos e metropolitanos) e de novas alças de acesso são outros desafios no setor para os próximos anos .

Os esforços da região pela melhoria do transporte coletivo são registrados pela imprensa . “Os prefeitos das 19 cidades da RMC (Região Metropolitana de Campinas) se reuniram nesta terça-feira, em Sumaré, para discutir a implantação de um trem de passageiros na região. A proposta é reativar o sistema, que foi abandonado em 1996, para alavancar a geração de renda e emprego nas cidades”, informou Jaciara Romero / Rádio Você (18/9/2007).

Um aspecto essencial quando se discute trânsito e transporte em uma região densamente povoada, e recortada de rodovias como a RMC, é o da prevenção de acidentes . E, um Programa de Redução dos Acidentes com Vítimas é outro dos 14 projetos prioritários, propostos pela Agemcamp para 2008-2011 .

Programa voltado para a defesa da vida, na medida em que objetiva a redução das mortes e número de feridos, em decorrência dos acidentes de trânsito nas rodovias de ligação regional e inter-regional, bem como nas vias urbanas de municípios da região, ele está sendo detalhado pela Câmara Técnica de Trânsito, criada pelo Conselho de Desenvolvimento em 2008 para tal fim.

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CAMPINAS, QUARTA-FEIRA, 18 DE DEZEMBRO DE 2002CIDADES

� HABITAÇÃO

RMC tem demanda de 103 mil moradiasLEVANTAMENTO APRESENTADO EM REUNIÃO DO CONSELHO DE DESENVOLVIMENTO REVELA EXISTÊNCIA DE 138 MIL LOTES PARA CONSTRUÇÕES

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ESCOLA DIVULGA RESULTADODE RECURSO DE MATRÍCULAS

Os pais ou responsáveisde alunos que ingressão na 1ªsérie do ensino fundamental(antigo 1º grau) que entraramcom recurso devem procurarentre hoje e amanhã a unida-de escolar mais próxima desua casa para saber se o seupedido foi ou não aceito.“Entre 10% e 15% dos alunossolicitaram mudança de esco-la por meio do recurso”, dissea coordenadora do EnsinoFundamental e Supletivo,Eliana Regina Cascaldi, daSecretaria Municipal de Edu-cação. Este universo represen-ta entre 1,2 mil e 1,8 mil recur-sos. “Deste total, 80% dosrecursos foram aceitos, sendoque a maioria deles se referiaà mudança de endereço”,explicou.

A listagem sobre o resul-tado dos recursos estará dispo-nível nas escolas estaduais emunicipais por volta das 14hde hoje. “Existem alunos quenão tiveram a sua matrículaefetuada, mas houve recurso.Em caso de o pedido de mudan-ça de escola não ter sido acei-to, o pai deve matricular o seufilho na escola onde existe avaga destinada para ele”, afir-mou Eliana.

Entre 6 e 17 de janeiro de2003, o pai poderá tentar nova-mente mudar o seu filho deescola. Isso porque, nesta fase,as secretarias de Educação deCampinas e do Estado abrirãoa possibilidade de transferên-

cia para os casos em que o alu-no tenha mudado de bairro oude cidade, ou que deseje umaoutra escola. Neste período,também poderão ser feitas astransferências nas séries de 2ªa 8ª do ensino fundamental. Adivulgação dos resultados seráno dia 23 e a matrícula, no dia27 do mesmo mês.

Eliana Regina explicouque as secretarias de Educaçãodo Estado e do Municípioderam prioridade, no caso da1ª série do ensino fundamen-tal, para os 11.882 cadastradosem outubro deste ano, sendo amaioria deles estudantes dasturmas da educação infantilda rede municipal e de crian-ças que estavam fora da esco-la. Com este cadastramento, assecretarias alocaram os estu-dantes pelas escolas, tomandopor base a proximidade com asua moradia.

Eliana lembrou ainda quena próxima sexta-feira termi-na o prazo para realização dematrículas dos alunos queingressam no primeiro semes-tre na suplência II, o chamadosupletivo de 5ª a 8ª séries. Asmatrículas para as turmas de2ª a 8ª séries do ensino funda-mental dos alunos cadastra-dos fora da escola tambémacontecem até este período. Ocalendário do ano letivo de2003 está sendo elaborado. Asaulas estão previstas para ini-ciar em fevereiro. (Da Agên-cia Anhangüera)

Educação

Com o objetivo de orientarpessoas físicas e jurídicas sobrea destinação de parte do Impos-to de Renda (IR) para criançase adolescentes de Campinas, aAssociação Promocional Ora-ção e Trabalho (Apot), irá fir-mar hoje parceria com o Ban-co do Brasil. A reunião entre asduas instituições será às 17h.Cada uma das 14 agênciasenvolvidas na parceria deverálevar alguns clientes, que rece-berão orientação sobre a desti-nação de parte do IR para o

Fundo Municipal para a Defe-sa dos Direitos da Criança e doAdolescente (FMDDCA). Pes-soas físicas podem destinar 6%do IR e jurídicas, 1%, sendo quemetade do valor vai para o fun-do e o restante fica a critério docontribuinte. Além da Apot,outras 165 entidades de Cam-pinas podem ser beneficiadas.Quem quiser contribuir develigar para 3256-0616 ou 3256-1848 falar com Magda, ou peloe-mail [email protected].(Da Agência Anhangüera)

ASSOCIAÇÃO FIRMA PARCERIAPARA ORIENTAR SOBRE DOAÇÕES

IR

Os grupos de idosos queutilizam o Centro de SaúdeSanta Lúcia, na região Sudoes-te de Campinas, resolveramantecipar o Revéillon com umaedição especial do Bailão daFeliz Idade. A festa dançante,realizada ontem, no salão daIgreja Nossa Senhora da Liber-

tação, teve a participação doreverendo Oscar Ihms de Faria,presidente do Conselho Muni-cipal do Idoso, e de representan-tes do Conselho Local de Saú-de. O Bailão da Feliz Idadeocorre às tardes, todas as ter-ças-feira. (Da AgênciaAnhangüera)

GRUPO DE IDOSOS ANTECIPAFESTA DE ANO NOVO COM BAILE

Comemoração

Mais um espaço de lazerfoi inaugurado ontem pela Pre-feitura de Campinas. Trata-sedo Centro de Convivência eCooperação Tear das Artes,localizado na região Sudoes-te. No espaço as pessoas pode-rão participar de oficinas demúsica, culinária, dança, pin-tura, artesanatos em geral,rádio e informática, entreoutras. O Centro possui aindabrinquedoteca e biblioteca. Ainauguração ontem foi marca-da por uma série de atividadesdurante todo o dia, como vivên-cias, oficinas, apresentações deteatro, dança, marionete e gru-po vocais, e abertura oficial às17h com a presença da Prefei-ta Izalene Tiene (PT). O even-to teve também exposição dequadros do artista Paulo Gon-çalves, lançamento do livro dopoeta José Cipriano e venda deprodutos das oficinas que já

estão em funcionamento nolocal. O Centro de Convivênciaé uma reivindicação antiga dapopulação da região Sudoeste- estimada em 250 mil pessoas- e sua viabilização é resulta-do de uma parceria entre asSecretarias de Saúde, de Cultu-ra, Educação e AssistênciaSocial e comunidade. Para areforma do espaço que abrigao Tear das Artes, a Prefeituracontou com o apoio da Associa-ção dos Lojistas do ShoppingIguatemi. A única condiçãopara participar do Tear dasArtes é que a pessoa possa cola-borar de alguma forma comas atividades, já que todos ostrabalhos são voluntários. Oespaço fica na Rua BeneditoRoberto Barbosa, 11, na esqui-na com a Avenida Ruy Rodri-gues, no Parque Universitário(telefone 3266-8006). (Da Agên-cia Anhangüera)

CENTRO TEAR DAS ARTES VAIPROMOVER OFICINAS CULTURAIS

Inauguração

ZEZÉDELIMA

Da Agência Anhangü[email protected]

ARegião Metropoli-tana de Campinas(RMC) tem umademanda habita-

cional de 103 mil moradias epossui 138 mil lotes ondepodem ser erguidas constru-ções. Os números foram apre-sentados ontem, durante a15ª reunião ordinária do Con-selho de Desenvolvimentopelo coordenador da Câma-ra Temática de Habitação, osecretário municipal deHabitação de Sumaré, Rober-to Venzel.

Venzel fez um levanta-mento das condições habita-cionais da RMC. O trabalhocontabilizou todas as infor-mações cadastradas pelassecretarias de Habitação dosmunicípios, dentre elas umapesquisa para saber junto àpopulação todos os interes-sados em adquirir uma casa.Dos 19 municípios, apenastrês – EngenheiroCoelho, SantoAntonio de Possee Monte Mor – nãorepassaram seusdados, que incluí-ram outras infor-mações como onúmero de habi-tantes na zona urbana e zonarural e o número total dehabitantes do Município

Ao número de famíliasinteressadas em adquiririmóveis residencial popularpróprio, seja por morar dealuguel ou em casa de tercei-ros, os pesquisadores deramo nome de “demanda habita-cional”, que chega a 103 milmoradias, segundo a pesqui-sa.

Esse número contemplao déficit habitacional dosmunicípios, quando são leva-

das em conta moradias quedevem ser construídas paraatender pessoas que não têm

domicílio, sejapor morarem emmais de umafamília em ummesmo imóvel ouem sub-habita-ções como barra-cos, cortiços,áreas de risco eproteção ambien-

tal e moradias que não têmsolidez indispensável desegurança, conforme defini-ção do questionário preen-chido pelos prefeitos.

DÉFICIT

O déficit habitacionalnão foi divulgado. SegundoPeter Walker, secretário exe-cutivo do Conselho, para che-gar a esse número, a Câma-ra depende de dados especí-ficos, que ficaram para serentregues até a segunda

semana de janeiro, referen-tes a todas as áreas de risco,cortiços e favelas.

Apesar de incompleto, orelatório da Câmara de Habi-tação já levantou propostaspara atender à demandahabitacional da RMC. Todasserão elencadas em um rela-tório final, segundo o presi-dente do Conselho, ReinaldoNogueira (PDT), prefeito deIndaiatuba.

Entre elas, existe a inten-ção de discutir o relatóriofinal com órgãos competen-tes para viabilizar a constru-ções das unidades. Entre osórgãos a ser procuradosestão a Companhia de Desen-volvimento HabitacionalUrbano (CDHU), ligada aoGoverno do Estado; a CaixaEconômica Federal e o Ban-co Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social(BNDES), instituições dogoverno federal voltadas ao

fomento de linhas de finan-ciamento de políticas sociais.

Proporcionalmente aonúmero de habitantes, Suma-ré é a cidade que tem a maiordemanda habitacional. Pre-cisa de 20 mil moradias paraatender à sua população decerca de 200 mil habitantes,o que representa 10% dosmoradores da cidade.

Campinas, apesar de apa-recer com o maior númerode moradias demandadas –30 mil unidades –, proporcio-nalmente à sua populaçãoapresenta uma boa correla-ção, com 0,003% de seus habi-tantes interessados em teruma casa própria.

O relatório final e seusencaminhamentos devem serapresentados na próximareunião ordinária do Conse-lho da RMC; marcada para odia 21 de janeiro, às 9h, emSanta Barbara d’Oeste. Olocal ainda será definido.

Das 19cidades,três não

participaramda pesquisa

Reinaldo Nogueira (PDT), prefeito de Indaiatuba: fomento para políticas habitacionais

HUMBERTODECASTRO/AAN

MUNICÍPIO DEMANDA HABITACIONAL POPULAÇÃOAmericana 7000 182.084Artur Nogueira 3000 33.124Campinas 30.000 969.396Holambra 300 7.211Hortolândia 3.831 152.523Indaiatuba 2.980 147.050Jaguariúna 2.924 29.597Paulínia 9.100 51.326Pedreira 904 35.219Sumaré 20.000 196.723Vinhedo 3.100 47.215Valinhos 5.000 82.973Itatiba 3.000 81.197Cosmópolis 3000 44.355Santa Bárbara 7.000 170.078Nova Odessa 1800 42.071Monte Mor Não informou 37.340Engenheiro Coelho Não informou 10.033Santo Antonio Posse Não informou 18.124*A população tem por base o Censo 2000 do IBGE

LAR DOCE LAR

Fonte: Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas

O presidente do Conselhode Desenvolvimento da RegiãoMetropolitana de Campinas(RMC), Reinaldo Nogueira(PDT), prefeito de Indaiatuba,disse ontem que particular-mente considera os perueirosum “problema”, mas, se for pro-curado, tentará intermediaruma negociação da categoriacom o governo do Estado, embusca de um acordo quanto aoprojeto de regulamentação dotransporte alternativo inter-municipal na região.

Nogueira respondeu a umchamado que os perueiros pre-tendem fazer a ele e a todos osdeputados para que consigamalterações no projeto já publi-cado em Diário Oficial do Esta-do (DOM). Dois pontos desa-gradam a categoria: um é queeles sejam contratados porempresas constituídas parapoderem operar; o outro é adefinição do número de peruasque serão autorizadas a operar.Hoje, segundo o Sindicato dosTransportes Autônomos (STA),são 372, atuando de forma clan-destina.

O presidente do Conselhodisse que, assim como Vali-

nhos, também não quer peruei-ros operando em sua cidade,nem mesmo em uma integra-ção com o transporte intermu-nicipal. De acordo com ele, assuas críticas ao sistema alter-nativo são basicamente três:eles não oferecem segurançaaos usuários, pecam na orga-nização e também representamuma perda de receitas, já quenão existe um mecanismoseguro de controle de arreca-dação. “Muito diferente dasempresas, onde temos como fis-calizar o ISS (Imposto SobreServiços de QualquerNatureza), por exemplo”, citou.

Em Indaiatuba, o transpor-te coletivo é operado por umaúnica empresa, segundoNogueira, que oferece, inclusi-ve um transporte diferenciado.A tarifa cobrada é de R$ 1,20,sendo que vem sendo pleitea-do um aumento, que Nogueirapreferiu não divulgar. “Não sig-nifica que vamos dar o que elesestão pedindo, apesar de reco-nhecer que houve uma subidade preços”, pontuou. “Mas otransporte lá é muito bom, comar condicionado nos ônibus”.(ZL/AAN)

O Conselho de Desenvolvi-mento da Região Metropolita-na de Campinas (RMC) apro-vou ontem a criação da Câma-ra Temática Especial dos Pedá-gios, proposta pelo presidentedo conselho, o prefeito deIndaiatuba, Reinaldo Noguei-ra (PDT), para tentar umaredução de tarifas pagas emsete pedágios instalados naregião. As inscrições para osmembros que comporão aCâmara estarão abertas até opróximo dia 6 para que osnomes sejam homologados jáno dia 7, em reunião marcadapor Nogueira, na sede da RMC,em Campinas.

O presidente do Conselhodisse ontem que já considerauma vitória ter conseguido ocomprometimento da Agência

Reguladora do Transporte noEstado de São Paulo (Artesp)de enviar um representantepara integrar a Câmara.

Segundo Peter Walker,secretário-executivo do Con-selho, o representante daagência deve abrir a “caixapreta” que os prefeitos consi-deram ser o contrato do Esta-do com as três concessioná-rias – AutoBAn, Rodovia dasColinas e Renovias – adminis-tradoras das estradas que cor-tam a RMC. Walker disse queos esclarecimentos da Artespse darão tanto na fórmula decomposição dos preços dastarifas como na localizaçãodas praças de pedágio, sete aotodo, das quais a de NovaOdessa, municipal.(ZL/AAN)

Pedágios serão tema de estudo

Um ‘problema’ a ser resolvido Lotação de cadeias é alvo de protesto O prefeito de Cosmópo-

lis, José Pivatto (PT), radi-calizou ontem e prometeuabrir as portas da cadeiapública de sua cidade e colo-car na rua os 38 presos quesuperlotavam ontem as duascelas, uma com 15 metrosquadrados e outra com 4,5metros quadrados. A amea-ça de Pivatto, em tom dedesabafo, foi feita durante a15ª Reunião Ordinária doConselho de Desenvolvi-mento da Região Metropoli-tana de Campinas (RMC),realizada em Holambra.

O prefeito disse que aameaça era um chamadoaos prefeitos dos outrosmunicípios da RMC paraajudá-lo na reivindicação deprovidências que fará aosecretário de Estado deSegurança Pública, Saulo deCastro Abreu Filho. Do con-trário, Pivatto disse quetodos sofrerão as conse-qüências quando a Prefeitu-ra de Cosmópolis decidirtirar por completo o apoioque tem dado aos dirigentes

da cadeia, como a cessão deseis homens da GuardaMunicipal (GM). Sem essesuporte, a cadeia “explode”,de acordo com ele e os cer-ca de 50 homens da GMseriam colocados em filaindiana “formando um cor-redor polonês para indicaro caminho das cidades devocês aos fugitivos”, dissePivatto.

Em tom de brincadeira,Pivatto agradeceu ao prefei-to de Monte Mor, NabihAssis, por ter exportado par-te dos seus presos. Assis des-culpou-se com Pivatto e tam-bém com o representante deValinhos, dizendo que nãosabia que a cidade seria odestino que tomariam as 41presas que até final denovembro estavam em suacidade, também superlotan-do a cadeia dimensionadapara 12 pessoas. Ontem, jáocupavam as celas da cadeiapública de Monte Mor outras28. Por experiência própriaAssis disse que se solidari-zava com Pivatto. (ZL/AAN)

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Habitação para o desenvolvimento integral

Amelhoria das condições habitacionais na RMC, essencial para a conquista do desenvolvimento humano integral e de

forma sustentável, é preocupação de primeira hora na região . A visão é a de que a habitação adequada é plataforma para a conquista e consolidação de outros direitos básicos de cidadania .

Uma demanda habitacional de 103 mil moradias, no conjunto dos 19 municípios, foi detectada em um dos primeiros levantamentos promovidos por uma Câmara Temática de Habitação . Os números foram apresentados na 15ª reunião ordinária do Conselho de Desenvolvimento, dia 17 de dezembro de 2002, como informou a repórter Zezé de Lima (“RMC tem demanda de 103 mil moradias”, CP, 18/12/2002).

O tema continuou a ser discutido nos anos seguintes, no Conselho de Desenvolvimento, Câmara Temática de Habitação e eventos, como foi o caso

do 1º Seminário de Habitação da RMC, realizado em 2003 . No 2º Seminário de Habitação da Região Metropolitana de Campinas, realizado a 24 de abril de 2004, foi aprovado o Manifesto de Habitação da RMC, depois aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento Metropolitano .

O Manifesto é claro em afirmar que “a questão habitacional é uma das prioridades da RMC, por estar entre as ‘funções públicas de interesse comum’. Solucionar problemas habitacionais, seja através da proposição de melhorias das unidades existentes, seja através de programas de incremento da produção de habitação social, além de dignificar seus moradores, faz mover a economia regional, com a geração de empregos diretos e indiretos e renda”.

Entre as medidas propostas, e indicadas no Manifesto, estão as seguintes: a implantação de uma política integrada de habitação e desenvolvimento

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Política habitacional integrada é um dos desafios na RMC

urbano na RMC; criação de uma Agenda de Habitação e Desenvolvimento Urbano Local e a criação de um Centro Técnico Multidisciplinar e aplicação dos instrumentos do Estatuto da Cidade, especialmente em relação à criação de estoques de áreas urbanas para construção de Unidades Habitacionais – Zonas de Interesse Social . Após o Seminário, a RMC passou a discutir, em 2005, a provável criação de um Grapohab Regional, para agilizar os processos relacionados a empreendimentos habitacionais .

O tema continuou na agenda da RMC e, naturalmente, da imprensa regional, porque os desafios relacionados à questão habitacional permanecem . “Apesar de um déficit habitacional baixo, Americana esconde seus problemas de moradia em bairros considerados de classe média, com aglomerados de famílias que moram em uma única casa. Essa foi uma das conclusões do 1º Seminário Metropolitano para a Troca de Experiências na

Área de Habitação, ocorrido ontem na cidade e promovido pela Câmara Temática de Habitação da RMC”, informou o jornal O Liberal “RMC troca experiências na área de habitação”, OL, 2/6/2005. “Ao todo, quatro cidades – Americana, Campinas, Hortolândia e Indaiatuba – expuseram seus trabalhos na tentativa de conter seus problemas habitacionais”, complementou o jornal .

Um Programa Regional de Habitação é um dos 14 projetos prioritários do Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 . Esse programa já vem sendo detalhado na Câmara Temática de Habitação, com apoio técnico da Emplasa . O projeto visa “definir e implementar um programa regional de habitação, tendo como etapa inicial a elaboração do Plano Metropolitano de Habitação, e também apoiar a elaboração de Planos Municipais e a implantação de cadastro único da demanda regional”.

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Educação e sociedade do conhecimento

om sua vocação científica e tecnológica, e constituindo-se como um pólo importante nesse segmento, a RMC pode

participar de forma adequada, e se beneficiar, da chamada “sociedade do conhecimento” . Informática, telecomunicações, química fina, biotecnologia e energias renováveis são áreas que tendem a evoluir no século 21, em razão da busca de um modelo de desenvolvimento sustentável .

O número de matrículas no ensino superior, em 2003, mostra o potencial da RMC na qualificação de mão-de-obra para esses segmentos sensíveis . Naquele ano, foi registrado o número de um milhão de matriculas no ensino superior no estado de São Paulo, sendo quase 900 mil na rede privada . Com 550 mil matrículas, a Região Metropolitana de São Paulo foi a que se apresentou com maior peso .

Em segundo lugar no cenário estadual, está a RMC, com 76 .744 matrículas no ensino superior, 64 mil delas na rede privada . O maior número de matrículas na RMC ocorreu nas áreas de Ciências Sociais, Negócios e Direito (35 mil matrículas), seguindo-se as áreas de Engenharia, Construção e Produção (12 mil) e Ciências, Matemática e Computação (oito mil) .

São números expressivos, que comprovam o potencial educacional da RMC, em sintonia com seu papel de pólo de alta tecnologia e sua vocação científica e tecnológica . Mas, também, são números que mostram um enorme potencial de crescimento no ensino superior, fundamental para a inserção qualificada da região na Sociedade do Conhecimento .

A RMC demanda, igualmente, maior incremento do ensino profissional, em benefício de uma juventude ávida em se qualificar para o mercado do trabalho, construir

Cuma família e contribuir para o desenvolvimento da região e do país. A ampliação e qualificação de unidades do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) e das Fatecs – Faculdades de Tecnologia de São Paulo -, é muito importante nesse sentido para a RMC .

Municípios da região estão buscando acelerar suas alternativas nesse sentido . Em Jaguariúna foi instalado o Centro Público de Ensino Profissionalizante (Cepep), com várias opções de formação profissional. Em Campinas, foi instalado o Centro de Educação Profissional de Campinas (Ceprocamp) “Antônio da Costa Santos” . Tem esse nome em homenagem ao ex-prefeito de Campinas, Antônio da Costa Santos, o Toninho, que muito se empenhou para instalar cursos profissionalizantes, na área recuperada do patrimônio ferroviário da cidade . A capacidade do Ceprocamp é de atender 15 mil jovens por ano, com cursos em várias áreas .

A melhoria da qualidade no ensino fundamental é outro desafio importante na região, apesar de indicadores positivos já registrados, como aqueles obtidos por ocasião da primeira Prova Brasil do MEC . “O desempenho de cerca de 18,6 mil estudantes da 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental, de escolas públicas, de 14 das 19 cidades da RMC, nas disciplinas de língua portuguesa (com foco em leitura) e de matemática (com foco em solução de problemas), supera a média registrada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), do Ministério da Educação (MEC), no estado e no país. É o que aponta a primeira edição da Prova Brasil, que avaliou cerca de 33 milhões de estudantes brasileiros, distribuídos em cerca de 160 mil turmas de 41 mil escolas urbanas, em 5.298 municípios do Brasil. Cinco cidades da RMC – Campinas, Americana, Indaiatuba, Santo Antônio de Posse e Vinhedo – optaram por não participar do exame, por já terem avaliação

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própria ou feita por outras instituições”, revelou Nice Bulhões (“Notas de alunos da RMC superam média do País”, CP, 6/7/2006).

A formulação e implantação de um Programa de Qualificação Profissional Técnica e Tecnológica é um dos 14 projetos prioritários do Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 . Esse programa será detalhado, em 2009, pela Câmara

Temática de Educação, com o suporte de consultoria especializada . Esse projeto visa consolidar o status educacional, de ciência e tecnologia na região, sendo também voltado para melhorar a qualidade da educação, sobretudo no ensino fundamental e médio . Outro desses 14 projetos é o Censo Cultural da RMC, para identificar os equipamentos e serviços culturais na região, cujo detalhamento se encontra em elaboração na Câmara Temática de Cultura .

Escola do Senai, exemplo de capacitação tecnológica na região

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Saúde: desafio pela qualidade

Integração no setor de saúde é outro desafio regional

ferecer um sistema de saúde amplo e de qualidade é um desafio permanente para o setor público, e essa realidade

é naturalmente presente também na RMC . A estruturação da RMC emergiu, neste cenário, como uma esperança para a organização e aprimoramento desse segmento, com grande relevo na percepção da população, da sociedade em geral e da mídia em particular .

O novo presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC, em 2008, o prefeito de Indaiatuba, José Onério (PDT), acentuou, logo após a

sua posse, que a saúde é tema prioritário na região, e apontou hospitais regionais como uma possível saída . “Sem uma regionalização e hierarquização do serviço de saúde tem sobrado para Campinas e, especialmente, para a Unicamp dar conta de toda a região”, comentou o prefeito, em entrevista a Maria Teresa Costa (“Novo presidente da RMC defende hospital regional”, CP, 9/2/2008).

“A RMC está devendo para a saúde de seus moradores. Apesar de deter excelentes indicadores econômicos e até mesmo de qualidade de vida, as prefeituras da RMC estão gastando pouco numa das

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áreas mais importantes: esse ano, as cidades vão gastar R$ 303,77 por habitante – menos que um salário mínimo, fixado em R$ 350. Em relação ao ano passado há um crescimento nos gastos de 4,1%, mas ainda assim a região deverá dispor menos que a média de recursos públicos prevista para o Brasil em 2006 (R$ 363,88 por habitante ao ano)”, escreveu Maria Teresa Costa . “A região vai gastar esse ano 20%, em média, dos orçamentos municipais em custeio e investimento na área da saúde, valor que está acima do mínimo determinado pela Constituição. Mas com tantas carências nesse setor e uma população cada vez mais dependente do sistema público, os recursos ainda são poucos”, completou a repórter (“RMC gasta pouco e mal com Saúde”, CP, 6/5/2006).

A necessidade de uma visão regional para

equacionar os desafios relacionados à saúde está se fortalecendo na região, como a imprensa tem registrado . “Sete municípios da RMC uniram esforços na luta contra a dengue por meio de um plano desenvolvido em conjunto por Campinas, Sumaré, Hortolândia, Americana, Paulínia, Nova Odessa e Santa Bárbara d´Oeste, com apoio da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) e do Ministério da Saúde”, destacou Daniela Nucci (“Luta para acabar com a dengue mobiliza RMC”, CP, 24/11/2007)

E, de fato, a elaboração de um Plano Metropolitano de Saúde foi a primeira grande ação integrada na RMC, como parte dos projetos prioritários previstos no Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 .

O Plano Metropolitano de Saúde foi apresentado e aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC dia 18 de setembro de 2008 . Foi o primeiro Plano Metropolitano setorial aprovado, entre os projetos prioritários que estão sendo detalhados pelas Câmaras Temáticas, com o apoio técnico e administrativo da Agemcamp, como informou a imprensa regional . “Os prefeitos da Região

Metropolitana de Campinas (RMC) aprovaram ontem, em Cosmópolis, um Plano Metropolitano de Saúde, com a expectativa de encontrar soluções para a falta de médicos nos centros de saúde e hospitais e tentar resolver o estrangulamento nos atendimentos de urgência e emergência. O plano propõe a qualificação dos profissionais e da rede e vários mecanismos para dar conta da falta de profissionais, como a implantação de um banco metropolitano de médicos para atender aos municípios, construção de 39 unidades básicas, informatização, entre outros. No total são 47 projetos para tirar a saúde do caos em que se encontra”, informou Maria Teresa Costa . (“RMC estuda criar banco de médicos”, CP, 19/9/2008). A repórter informa ainda que “O plano surgiu como resultado de um diagnóstico realizado na rede de saúde da região no ano passado, que apontou, por exemplo, que foram realizadas 144 mil consultas a menos do que deveria nos centros de saúde e 700 mil consultas a mais nos ambulatórios de especialidades além da necessidade, o que sobrecarregou os pronto-socorros com um excesso de consultas de urgência e emergência, que ultrapassaram a casa de dois milhões de atendimento”.

E complementa: “O Plano Metropolitano de Saúde se propõe a reorganizar a atenção especializada (ambulatorial e hospitalar), de média e alta complexidade na RMC, tendo como referência a implantação das seguintes linhas de cuidado: hipertensão, diabetes, idoso, câncer de mama, câncer de colo, pré-natal, atenção ao parto, atendimento neonatal, violência e acidentes e, também, a reorganização da rede hospitalar da RMC, vocacionando unidades e estabelecendo novos modelos de relacionamento com o SUS. Temos que definir quem faz o quê”, resume o coordenador do Programa de Estudos em Sistemas Regionais de Saúde (PESS), Paulo Rodrigues da Silva, contratado pela Agemcamp para dar o suporte técnico especializado à Câmara Temática, composta pelos secretários de Saúde dos municípios e pelo diretor da DSR 7, do governo do estado .

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Segurança pública: drama e propostas

elo alto grau de preocupação motivado pelo tema na sociedade em geral, a segurança pública sempre mereceu

um enfoque especial no processo de estruturação da RMC, com particular ressonância nos meios de comunicação . Várias propostas a respeito, muitas delas debatidas e aprovadas no Conselho de Desenvolvimento da RMC, mereceram destaque na imprensa regional .

“RMC articula parceria entre as Guardas”, informou Zezé de Lima, no Correio Popular de 12 de março de 2004 . “A Câmara Temática de Segurança Pública da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aprovou ontem a proposta de criação de um consórcio, entre os 19 municípios, que permita a ação conjunta de suas Guardas Municipais. A proposta, amparada por estudo jurídico, foi apresentada pelo prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira (PDT)”.

Os índices de violência na região são regularmente apontados pela mídia regional, não faltando espaço para controvérsias relacionadas aos dados estatísticos, apontando para a necessidade de sistematização a respeito . “A cidade de Monte Mor fechou 2005 como a mais violenta da RMC, registrando 21 homicídios dolosos, para uma população de cerca de 44 mil habitantes, e liderando o ranking de violência elaborado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública. Pelas projeções da pasta, a taxa de homicídios no município chegaria a 47,51 para cada 100 mil habitantes. A estatística fez com que Monte Mor superasse a cidade de Sumaré, a primeira da lista em 2004, que no ano passado computou queda de 48,5% nos assassinatos, e passou de um índice 45,89 para 23,08 desse tipo de crime a cada 100 mil habitantes”, escreveu Eduardo Caruso (“Monte Mor lidera violência na RMC”, CP, 1/2/2006).

Já em outubro de 2006, em matéria assinada por Patrícia Azevedo, foi divulgada a seguinte informação: “Hortolândia está na frente de São Paulo e Rio de Janeiro no ranking das cidades mais violentas do País. O levantamento, divulgado pelo Ministério da Justiça, mostrou que, proporcionalmente, foram assassinadas mais pessoas em Hortolândia do que em qualquer outro município de São Paulo. A cidade ocupou, em 2005, a 54ª posição no ranking, enquanto Rio de Janeiro, que ocupa posição de destaque nas manchetes policiais, ficou em 60º lugar. Já São Paulo aparece na 106ª posição. A cidade da RMC é a primeira de São Paulo a figurar no ranking liderado por Foz de Iguaçu (PR), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Marabá (PA), respectivamente” (“Hortolândia lidera violência em SP”, CP, 27/10/2006).

O avanço do uso de câmeras eletrônicas como recurso auxiliar na gestão da segurança pública na RMC foi detectado em 2007 . “As câmeras de segurança, para combater a criminalidade, vieram para ficar e, no ano que começa amanhã, Campinas passará das atuais 136 câmeras, em 40 pontos do município, para 333, monitorando 120 trechos. E, esse prazo será até abril. Hoje, o ‘Big Brother’ da RMC conta com 279 equipamentos em oito das 19 cidades”, apontaram Daniela do Canto e Eduardo Caruso (“‘Big Brother’ cresce em Campinas”, CP, 30/12/2007).

A estruturação de um Sistema Integrado de Segurança Pública é, com efeito, um dos 14 projetos prioritários do Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para 2008-2011, aprovado pelo Conselho de Desenvolvimento . O Sistema visa “fortalecer as instituições de segurança pública e defesa civil para adotarem ações preventivas e emergenciais”. O Sistema está sendo objeto de elaboração pela Câmara Temática de Segurança Pública, com o apoio de consultoria especializada contratada pela Agemcamp, com recursos do Fundocamp .

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“Durante muito tempo os prefeitos de uma região agiam em função somente dos limites dos respectivos municípios. Uma visão regional dos problemas era uma exceção entre os chefes de executivos. Esta postura foi se modificando nos últimos anos e uma das causas é a importância cada vez maior do debate sobre o futuro da água, esse recurso natural fundamental para a vida de todos.

Na região de Campinas, de modo especial, os prefeitos - e demais lideranças locais - foram se conscientizando de que a solução para a grave situação dos rios e demais recursos hídricos depende de uma articulação regional. Não adianta um prefeito investir no tratamento de esgoto de sua cidade, se os municípios “rio acima” ou “rio abaixo” não fizerem o mesmo.

Esta postura integrada, em nossa região, é fruto, entre outros fatores, da firme atuação do Consórcio Intermunicipal da Bacia dos Rios Piracicaba e Capivari, fundado em 1988. A experiência do Consórcio, e de tantas outras iniciativas semelhantes em outras regiões, será muito útil neste momento em que é discutida a montagem da Região Metropolitana de Campinas (RMC).

Com a Região Metropolitana realmente funcionando, e este é o desejo de todos, a solução para muitos problemas hoje comuns aos municípios de fato dependerá de uma atuação intermunicipal. Um dos desafios para a busca de uma saída coletiva é, sem dúvida, o da destinação do lixo urbano, hoje um dos maiores problemas ambientais e sociais da região de Sumaré-Campinas”.

“”José Pedro Martins

A HORA DAS SOLUÇÕES REGIONAIS

Meio ambiente: múltiplos desafios

estruturação da RMC motivou expectativa positiva no sentido de planejamento regional, visando

equacionar os desafios ambientais que são muitos e em várias áreas . O artigo abaixo, publicado em

2002, no site Via Biosfera, com link no portal Cosmo, da Rede Anhanguera de Comunicação, resumia algumas das expectativas regionais nessa linha, particularmente em termos de desafios ambientais .

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Vegetação: sinalde destruição e vida

pesar da antiga advertência de pesquisadores, como aquelas do Instituto Agronômico de Campinas, a RMC foi palco

de um dos maiores crimes ambientais já ocorrido no Brasil, com a destruição da Mata Atlântica, que originalmente cobria um milhão de km², ou quase 15% do território brasileiro . Depois de 500 anos de devastação, a Mata Atlântica foi reduzida a menos de 10% de sua área original . A área hoje ocupada pela RMC está localizada na chamada área de Domínio Atlântico, ligada originalmente à Mata Atlântica .

Duzentos e trinta e dois anos depois da fundação da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição das Campinas do Mato Grosso, a 14 de julho de 1774, a RMC tem pouco mais de 3% de vegetação nativa preservada, o que significa que a destruição da Mata Atlântica foi muito maior na região do que em qualquer outra região do país . A situação é especialmente crítica em alguns municípios, como é o caso de Hortolândia, Sumaré e Santa Bárbara D’Oeste, que hoje praticamente não contam mais com vegetação nativa remanescente .

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Mata de Santa Genebra, maior mata nativa preservada em

Campinas: vida que pulsa

A imprensa regional tem dado especial destaque ao tema: “A Região Metropolitana de Campinas (RMC) conseguiu promover uma devastação tão intensa em sua vegetação que, do total de 387,3 mil hectares de Mata Atlântica, que recobriam o território regional antes do processo de urbanização, restaram apenas 12,5 mil hectares de vegetação nativa. Ou seja, apenas 3,41%. O diagnóstico está no Atlas dos Municípios da Mata Atlântica, que está sendo divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe)”,

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informou Maria Teresa Costa (“RMC tem apenas 3,41% de Mata Atlântica”, CP, 29/5/2004).

Mesmo diante desse quadro, o processo de devastação continuou . “A Região Metropolitana de Campinas (RMC) perdeu, em cinco anos, 28% de Mata Atlântica, o equivalente a 538 praças Arautos da Paz, ou 3.287 campos de futebol do tamanho do Maracanã, segundo o Atlas dos Remanescentes Florestais, elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica, em parceria com o Instituto Nacional de

Pesquisas Espaciais (Inpe). Dos 12,5 mil hectares da vegetação natural existentes em 2000, restaram apenas 8,9 mil em 2005”, informou o Correio Popular . (“Mata Atlântica sofre devastação na RMC”, CP, 30/05/2008).

Alternativas de recuperação vêm sendo registradas, como é o caso do plantio de milhares de mudas pelo Consórcio Intermunicipal das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que foi efetuado em alguns municípios da região .

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Matão de Cosmópolis, outra área de vegetação significativa na RMC

Outras ações estão no horizonte . “As margens dos rios e afluentes que cortam a Região Metropolitana de Campinas (RMC) vão ser reflorestadas com as mudas de árvores nativas da Mata Atlântica produzidas na Fazenda das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, onde foi inaugurado o Viveiro Comunitário SOS Mata Atlântica - Campinas/Centro Jaguatibaia de Educação Ambiental e Restauração Florestal.

O viveiro tem capacidade para produzir 200 mil mudas por ano de árvores nativas da Mata Atlântica e foi construído dentro do programa Florestas do Futuro, da Fundação SOS Mata Atlântica. O viveiro será administrado por técnicos da Associação Ambiental Jaguatibaia, e mantido com verbas da Química Amparo”, informou o Correio Popular (“Rios da região terão margens reflorestadas”, CP, 22/07/2008)

Outra forma de recuperar e proteger a vegetação na RMC é reforçar e ampliar o Sistema Regional de Unidades de Conservação . Vários municípios da região têm Unidades de Conservação, como o Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Sallim (Campinas), Estação Ecológica de Valinhos, Área de Relevante Interesse Ecológico de Cosmópolis e a APA-Piracicaba-Juqueri-Mirim, envolvendo municípios de Campinas, Holambra, Jaguariúna, Pedreira e Santo Antônio de Posse .

A implantação de um amplo Programa de Reflorestamento de Matas Ciliares e Áreas Degradadas na RMC é outro dos 14 projetos prioritários previstos no Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 . O projeto recebeu o nível de prioridade 5, devendo ser detalhado pela Câmara Temática de Saneamento e Meio Ambiente a partir de 2009 .

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Itatiba tem um dos maiores índices de mata nativa preservada na região

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struturar um sistema regional de gestão de resíduos, domésticos e industrial, é um dos maiores desafios ambientais

para a RMC no século 21 . Não existem mais áreas disponíveis para novos aterros sanitários, para que ocorra a destinação correta de lixo domiciliar . Vários municípios da RMC dispõem seus resíduos domiciliares em outro município, principalmente em Paulínia, onde existe um aterro privado licenciado . Sem novas áreas disponíveis, é fundamental a ampliação da coleta seletiva, a reciclagem e o tratamento adequado dos resíduos, com o menor impacto ambiental possível . Atualmente, das 1,5 mil toneladas diárias de lixo doméstico produzidas na RMC, menos de 10% são direcionadas para coleta seletiva .

A imprensa regional tem manifestado uma grande

preocupação com a situação dos resíduos sólidos domiciliares . “Apenas metade da RMC cuida de seu lixo” foi o título de reportagem no Correio Popular, de 13 de abril de 2003, do repórter Fábio Gallacci, que publicou uma série de matérias sobre o tema .

As propostas para equacionar o desafio são igualmente registradas pela imprensa . “A utilização

de um aterro regional, ambientalmente correto, é a saída que os prefeitos começam a analisar na Câmara Temática Especial do Lixo, cuja instalação foi aprovada na terça-feira, na reunião do Conselho de Desenvolvimento da RMC”, informou Maria Teresa Costa (“Conselho da RMC propõe aterro único em Paulínia”, CP, 17/2/2005).

Já em 2007 foi levantada outra proposta para a situação . “Seis cidades da RMC assinaram ontem um protocolo manifestando intenção de integrar um consórcio intermunicipal para destinação final do lixo. A proposta das prefeituras é constituir parceria com uma empresa que implante uma usina de Processamento e Transformação do Lixo, em substituição aos aterros sanitários. Americana, Santa Bárbara d´Oeste, Nova Odessa, Monte Mor, Sumaré e Hortolândia, que assinaram o protocolo, encaminharão às respectivas Câmaras Municipais pedidos de autorização legislativa para poderem atuar em conjunto em relação aos resíduos sólidos”, registrou Maria Teresa Costa (“Cidades da RMC se unem para criar usina de lixo”, CP, 3/5/2007).

O assunto repercute na região . “A RMC (Região Metropolitana de Campinas) poderá abrigar pelo

Lixo domiciliar e industrial:grande desafio regional

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menos três usinas de processamento de lixo urbano, capazes de transformar os resíduos coletados em energia e outras fontes de recursos, como crédito de carbono. Dentre as unidades, uma atenderia às demandas de Americana, Nova Odessa e Santa Bárbara d´Oeste, e a outra aos municípios de Sumaré, Hortolândia e Monte Mor. A terceira seria viabilizada pelos outros 13 municípios por meio de um protocolo de intenções a ser assinado entre todas as cidades no dia 2 de maio, na Câmara de Americana. O documento teria como objetivo credenciar os municípios a instituir legislações para criação de um consórcio intermunicipal para destinação do lixo”, escreveu Venceslau Borlina Filho . (“RMC planeja 3 usinas para transformar lixo em energia”, OL, 18/4/2007”)

Um sistema regional para destinação de resíduos industriais é igualmente fundamental . Na área de resíduos industriais vêm se ampliando consideravelmente na região os processos de reuso e reciclagem, assim como a adoção de medidas para a redução da produção de resíduos . Com a tecnologia da análise do ciclo de vida do produto, verifica-se a aplicação de tecnologias ao longo de toda a cadeia produtiva para a redução de resíduos,

ou, eventualmente, para o seu reuso ou reciclagem, visando a economia de matéria-prima (recursos naturais) como água e energia . É uma medida que integra o cenário da responsabilidade social corporativa, que avança de forma expressiva, como mais um elemento potencializador de um modelo de desenvolvimento sustentável na RMC .

Um Projeto Integrado de Gestão de Resíduos Sólidos é mais um dos 14 projetos prioritários que compõem o Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 . Este projeto está sendo concebido pela Câmara Temática de Saneamento e Meio Ambiente, resultante da fusão das câmaras que funcionavam originalmente de modo separado, e levará em consideração a vontade dos prefeitos de se organizarem em consórcio para a gestão dos seus resíduos, além de um estudo de pré-viabilidade sobre a implantação de Unidades de Tratamento Térmico de Resíduos, que a Agemcamp já encomendou à Empresa Metropolitana de Água e Energia de São Paulo, vinculada à Secretaria de Saneamento e Energia . Essa UTTRs são alternativas tecnológicas que transformam o lixo em vapor e energia elétrica, e que já estão em uso em paises europeus .

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Rio Atibaia,generosidade e

força da natureza

utro grande desafio da RMC, em termos ambientais, é a preservação da quantidade e qualidade da água . A população em

constante crescimento necessita de mais água, assim como várias atividades produtivas. O desafio é conseguir água de qualidade para a população em crescimento, e para manter o desenvolvimento econômico, até meados do século 21 .

A RMC está localizada na região das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, conhecida como Bacia do PCJ . Os rios do PCJ estão entre aqueles de pior qualidade de águas no estado de São Paulo, segundo o Relatório de Qualidade das Águas Interiores do Estado de São Paulo de 2007, da Cetesb .

Entre as causas da má qualidade da água na região estão fatores como: (a) poluição excessiva, provocada pelo não-tratamento dos esgotos urbanos e também por fontes industriais e agrícolas; (b) redução progressiva das matas ciliares nas últimas décadas, diminuindo a proteção das margens dos rios e de nascentes; e (c) redução do volume de águas nos rios e reservatórios, por vários fatores, inclusive as mudanças climáticas globais .

Um claro indicador da poluição derivada do não-tratamento de esgotos urbanos é a proliferação de algas nos corpos hídricos da região. No final da década de 1980, menos de 5% dos esgotos

domésticos recebiam algum tipo de tratamento na área do PCJ . Com a nova legislação de recursos hídricos, paulista e brasileira, e após a criação do Consórcio Intermunicipal do PCJ, em 1989, e do Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ), em 1993, se fortaleceu a mobilização regional, pela despoluição e proteção dos rios, sobretudo em termos do tratamento dos esgotos domésticos .

Com isso, avançou a busca de recursos financeiros para ampliar o tratamento de esgotos domésticos, que chega a cerca de 40% no início do século 21 . Resta, portanto, um longo caminho para se atingir índices de tratamento integral dos esgotos na região . Uma nova esperança apareceu com o início da cobrança pelo uso da água e com o funcionamento da Agência do PCJ, em 2005 .

Alguns municípios avançaram em seus processos de tratamentos de esgoto doméstico . Um grande salto foi dado com o significativo avanço no saneamento em Campinas, pelos esforços da Sanasa e Prefeitura, com apoio da Agência Nacional de Águas (ANA) e da Caixa Econômica Federal, e em especial após a conclusão da Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) do Anhumas, a maior do interior paulista . Com a ETE do Anhumas, o índice de tratamento de esgotos na RMC superou os 60%, principal índice nas bacias do PCJ, como destacou a imprensa regional .

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Água, grande dilema regional

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Foto: Edivaldo S. Alves

“Levantamento do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CI-PCJ) aponta que a RMC vai triplicar, até o final do ano, a quantidade de esgoto tratado nos 19 municípios da região. Até abril, a região tratava 18,5% do esgoto produzido. Em dezembro, com a entrega das estações que estão em construção, a taxa será elevada para 62,4%”, informou Maria Teresa Costa (“RMC eleva para 62,4% o esgoto tratado”, CP, 21/8/2004). Na realidade, a ETE Anhumas, em Campinas, seria concluída em 2005, elevando o índice de tratamento de esgotos no município para mais de 60%, com impacto no índice regional . Com as novas ETEs em

construção e planejamento, Campinas deve chegar a 95% do esgoto tratado em 2010, elevando ainda mais o índice na RMC e bacias PCJ .

Mas, o atendimento por rede de esgotos ainda não foi generalizado na RMC . “Na região, uma em cada cinco residências ainda não está ligada à rede de coleta e afastamento de esgoto, o que mostra o extremo contraste entre o perfil econômico de uma das mais importantes regiões do País e seu perfil em saneamento. Para 17% da população, ou 458.485 pessoas, a RMC ainda vive sua era colonial, utilizando fossas, valas ou rios e lagoas para escoar o esgoto doméstico”, alerta

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ETE de Anhumas, maior estação de tratamento de esgotos do interior: região prepara a sustentabilidade

Maria Teresa Costa (“RMC tem 458 mil sem rede de esgoto”, CP, 28/12/2006).

Os investimentos anunciados pela Sabesp foram informados pela imprensa . “Dos R$ 378 milhões de investimentos previstos (pela Sabesp) para a bacia (dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) até 2012, R$ 118,9 milhões devem ser investidos em melhoras nos sistemas de produção e distribuição de água e para sistemas de coleta e tratamento dos efluentes em quatro cidades da RMC: Itatiba, Monte Mor, Hortolândia e Paulínia”, escreveu Maria Teresa Costa (“Sabesp investirá R$ 378 mil na região”, CP, 10/6/2007).

Um Programa Regional de Saneamento é outro dos 14 projetos prioritários que compõem o Plano de Ação Plurianual da Agemcamp, para o período 2008-2011 . Este programa e o Programa de Reflorestamento de Matas Ciliares e Áreas Degradadas impactarão positivamente na qualidade das águas na região . A Agemcamp, em parceria com o Consórcio PCJ e o Comitê das Bacias Hidrográficas do PCJ, irão apoiar a Câmara Temática de Saneamento e Meio Ambiente com estes e os demais desafios de melhoria das condições de saúde da população da região e da preservação do meio ambiente .

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Sistema Cantareira e as águas

ma nova perspectiva para a questão hídrica foi aberta por ocasião da renovação da outorga do Sistema Cantareira . No conjunto,

os 64 municípios do PCJ, com uma população de quase 5 milhões de habitantes, consomem mais de 40 m3, ou 40 mil litros de água por segundo . São mais de 15 mil litros por segundo, apenas para abastecimento público . E, a estimativa é a de que, até 2020, serão necessários 21 mil litros de água por segundo, apenas para abastecimento público no PCJ. Portanto, um desafio importante é consolidar uma cultura de uso racional da água na região .

Um tema que mobilizou o Conselho de Desenvolvimento da RMC – e especialmente sua presidência – em 2004, foi a nova outorga do Sistema Cantareira . O Sistema Cantareira é responsável pela exportação de 31 mil litros de água por segundo da bacia do rio Piracicaba para abastecer metade da Grande São Paulo, ou nove milhões de moradores . Trata-se de um volume pouco abaixo dos 40 mil litros por segundo, consumidos no abastecimento público, e setores industrial e agrícola, nos 64 municípios da região do PCJ .

A outorga, ou seja, a autorização para que a Sabesp – Companhia de Saneamento Básico de São Paulo – retirasse água da bacia do Piracicaba, para distribuição na Grande São Paulo, durava já 30 anos, e deveria expirar no início de agosto de 2004 . Com isso, a renovação da outorga concentrou atenções e gerou mobilização regional no primeiro semestre de 2004 .

O tema foi discutido pelo Conselho de Desenvolvimento da RMC, sobretudo na 33ª Reunião Ordinária, em Santa Bárbara D’Oeste, a 20 de julho de 2004, poucos dias antes do prazo fatal para expirar a outorga antiga e de ocorrer a decisão sobre sua renovação .

Como contribuição, o Conselho apoiou a realização do Seminário Água, Vida e Sustentabilidade, no auditório do Instituto Agronômico de Campinas . O Seminário foi promovido, em conjunto, pelo Conselho e pela Fundação Fórum Campinas, que reúne os principais centros de

pesquisa da região. Ao final do Seminário foi aprovada a Carta pela Sustentabilidade das águas, em que os centros de pesquisa e o Conselho da RMC reiteravam o apoio à Gestão Compartilhada .

E a nova outorga saiu, conforme decisão do Comitê das Bacias Hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (CBH-PCJ), em reunião dia 5 de agosto de 2004, no Salão Vermelho da Prefeitura de Campinas, com representantes do governo estadual e da Sabesp .

A nova outorga terá duração de dez anos, sendo esse o tempo que as duas regiões afetadas pelo Cantareira – a das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí e, sobretudo, a Grande São Paulo – terão para buscar fontes alternativas de abastecimento .

Nos termos da nova outorga também são indicadas contrapartidas para a Sabesp, como a definição, em conjunto com os municípios da região do PCJ, de calendário e plano de tratamento dos esgotos urbanos e de adoção de medidas para reduzir o consumo e controlar as perdas .

O resultado das negociações foi naturalmente registrado pela imprensa . “A aprovação da nova outorga, ratificada ontem, foi avaliada como uma vitória sem precedentes pelos representantes dos 62 municípios do interior abastecidos pelas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. Mobilizado há mais de dez anos pela redução do poder da Sabesp sobre o Sistema Cantareira, o Comitê PCJ, entidade que agrega prefeitos e autoridades políticas da região, vai poder gerenciar em conjunto com a ANA e com o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) o manejo dos recursos hídricos disponíveis no sistema”, destacou o repórter Diego Zanchetta (“Novo Cantareira exclui Sabesp de controle”, CP, 6/8/2004).

Um dos 14 projetos prioritários constantes no Plano Estratégico da Agemcamp, para anos 2008-2011 na RMC, é justamente o de Proteção, Conservação, Recuperação e Controle de Recursos Hídricos das Bacias do PCJ (Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) . Projeto a fortalecer a preservação das águas na região, pelo bem das gerações futuras e, portanto, da sustentabilidade regional .

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CAMPINAS, DOMINGO, 22 DE AGOSTO DE 2004

CIDADESCultura popular

Companhia de Reis e exposiçãosobre Monteiro Lobato resgatamas tradições folclóricasPágina 9

Comunidades virtuais

Febre na internet, o Orkut já começaa enfrentar a concorrência de outros

programas, inclusive brasileirosPágina 11

MEIO AMBIENTE

Índice representa o triplo do volume atual nos 19 municípios da região e será atingido até o final do ano, de acordo com o Consórcio das Bacias

RMC eleva para 62,4% o esgoto tratado

EDITORA: ADRIANAVILLAR - adriana@cpopular .com.br

MARIATERESA COSTADa Agência Anhangüera

[email protected]

Levantamento do Consór-cio Intermunicipal dasBacias dos Rios Piracica-ba, Capivari e Jundiaí (CI-

PCJ) aponta que a Região Metro-politana de Campinas (RMC) vaitriplicar, até o final do ano, a quan-tidade de esgoto tratado nos 19municípios da região. Até abril,a região tratava 18,5% do esgotoproduzido. Em dezembro, com aentrega das estações que estão emconstrução, a taxa será elevadapara 62,4%.

É um ganho significativo noesforço para melhorar a qualida-de da água dos rios que abastecema região. O esgoto doméstico é con-siderado o principal agente polui-dor das águas dos rios Atibaia,Capivari, Jaguari e Camanducaia.O consórcio lembraque, apesar de con-centrar maior cargapoluidora, o esgotoindustrial das baciasPCJ é tratado, emsua maior parte. Atédezembro, a perspec-tiva é que o esgotoproduzido por 1,4milhão de pessoas que vivem nasáreas urbanas da RMC esteja sen-do tratado.

A maior contribuição ao pro-cesso de despoluição das águasque está em curso virá de Campi-nas, que assumiu o compromissocom o Ministério Público de tratar,até o final do ano, 70% de seu esgo-to. A Estação Anhumas, que estáem construção, e mais uma sériede outras pequenas estações emvias de início de obras, pratica-mente duplicarão a quantidadetratada hoje, que é de 36%.

“O impacto da retirada doesgoto de Campinas das águas dosrios que cortam a cidade é imen-so na Bacia do Piracicaba”,comenta o presidente da Socieda-de de Abastecimento de Água eSaneamento (Sanasa), RicardoSchumann. As cidades que estãodepois de Campinas são as bene-ficiadas, mas as águas ainda con-tinuarão poluídas por conta da

carga de esgoto despejada por cida-des situadas antes de Campinas,como Bragança Paulista, que ain-da não trata seu esgoto, afirmaSchumann.

Pelo menos cinco cidadesatingirão a meta de tratar todo oesgoto produzido, conforme olevantamento do Consórcio Inter-municipal da Bacia do PCJ:Holambra, Indaiatuba, Jaguariú-na, Valinhos e Vinhedo, quesomam 298,4 mil habitantes. Mas,na outra ponta, há quatro cidadesque, em dezembro, ainda conti-nuarão jogando a totalidade doesgoto produzido nos rios, semqualquer tratamento: Sumaré,Paulínia, Santo Antonio de Pos-se e Monte Mor. Em Sumaré, porexemplo, estão em construçãoduas estações, mas que só deve-rão ficar prontas no próximo ano.A cidade assumiu o compromis-so de tratar todo o esgoto produ-

zido até 2010.Na área do Con-

sórcio, com 38 muni-cípios, 55% do esgo-to estará sendo tra-tado até o final doano. É um ganho sig-nificativo, mas have-rá necessidade ain-da de esforço concen-

trado nas cidades para eliminar acarga de esgoto in natura que dia-riamente vai para os rios que cor-tam a região. Os municípios ondea Companhia de SaneamentoBásico do Estado de São Paulo(Sabesp) é a responsável pelos cui-dados com a água e esgoto prati-camente não tem tratamento paraos dejetos. É o caso, por exemplo,de Monte Mor.

“Monte Mor tinha um gran-de déficit de abastecimento deágua, como aconteceu tambémcom Paulínia e Hortolândia. ASabesp priorizou o abastecimen-to de água, que tem maior impac-to em saúde. Fornecer água tra-tada é prioridade. Depois tratou detirar o esgoto do pé das pessoas,implantando rede de coleta. Ago-ra, é a vez de construir estações detratamento”, diz o coordenadorde Recursos Hídricos da Secreta-ria de Estado de Recursos Hídri-cos, Rui Brasil Assis.

O avanço que a região vemregistrando no cuidado com seusrecursos hídricos é resultado devontade política, mas principal-mente da ação de um promotorpúblico que, em 1996, arregaçouas mangas e decidiu agir para obri-gar os municípios poluidores daBacia do Piracicaba a trataremseus esgotos. “Foi um conjunto deforças que se uniram para cuidarda região e garantir a qualidadeda água, um bem finito e que preo-cupa na nossa bacia”, diz o pro-motor do Meio Ambiente de Ame-ricana, Oriel Rocha Queiroz.

Em 1996, ele entrou com açõescontra nove cidades da região e,no curso delas, vários acordosforam firmados e que estão sendo

cumpridos. O promotor acompa-nha de perto as obras prometidas,cobra prazos e o resultado é que,até o final do ano, a carga polui-dora que cai na Bacia do Piraci-caba será bem menor que a atual.

Os acordos, segundo ele, estãosendo cumpridos. Atibaia inaugu-rou a primeira estação do municí-pio há um mês e deve iniciar aconstrução da segunda estaçãoainda esse ano. Vinhedo já tem asua estação de tratamento de esgo-to operando. Valinhos inaugurousua estação e, com isso, o RibeirãoPinheiro será totalmente despo-luído. “Com o funcionamento dasestações de Valinhos e de Vinhe-do, e mais a estação Samambaia,de Campinas, a bacia hidrográfi-

ca do Ribeirão Pinheiro será a pri-meira ficar despoluída na região”,comenta.

O promotor elenca que, Pau-línia, que não tem nenhum trata-mento de esgoto doméstico implan-tado, vai colocar em operação aestação em 2007. A licitação paraa obra será publicada dia 23. NovaOdessa se comprometeu a tratarparcela significativa de seu esgo-to até o final de 2005 e Sumaré ini-ciou a construção da estação, como compromisso de tratar todo oefluente doméstico até 2010. EmHortolândia, a estação está sendoconstruída e Americana e SantaBárbara d’Oeste estão cumprindoos Termos de Ajuste de Conduta(TAC) firmados.

Campinas também foi acio-nada pela Promotoria e se com-prometeu a tratar 70% do esgotoaté o final desse ano, sob pena demulta diária de R$ 3 mil. “A cida-de está cumprindo o acordo”, afir-mou o promotor.

Um grande avanço recente-mente conseguido na região, lem-bra o promotor, foi o esforço doComitê de Bacias e do ConsórcioPCJ em conseguir o compromis-so da Companhia de Saneamen-to Básico do Estado de São Pau-lo (Sabesp) de estabelecer metasde tratamento de esgotos nosmunicípios onde atua. Esse com-promisso foi firmado na renova-ção da outorga do Sistema Can-tareira. (MTC/AAN)

Campinas emprestou dinhei-ro para Valinhos construir suaestação de tratamento de esgotoe desde o último dia 14, as águasda bacia hidrográfica do Ribei-rão Pinheiro estão mais limpas,beneficiando um conjunto decidades da região. Esta será a pri-meira bacia despoluída da RegiãoMetropolitana de Campinas(RMC), a partir da operação ple-na da estação, prevista para ospróximos três meses.

Para o tratamento total doesgoto despejado nas águas des-sa bacia, houve um esforço con-centrado de algumas cidades.Vinhedo passou a tratar, desde2002, os efluentes por meio daEstação de Tratamento de Esgo-to (ETE) Pinheirinho; Campinasdeixou de jogar o esgoto in natu-ra desde 2001 quando inauguroua ETE Samambaia. Isso garantiumaior segurança em relação àqualidade do Rio Atibaia na cap-tação da Sanasa (o RibeirãoPinheiro deságua a poucosmetros do ponto de captação).

Para atingir esse propósito,Campinas emprestou a ValinhosR$ 5,4 milhões para que as obrasda ETE Capuava pudessem serconcluídas. No total, houve uminvestimento de R$ 11 milhõesnessa estação. O acordo entreduas cidades para despoluir aságuas de uma bacia foi inéditono País.

Com a entrada em operaçãoda ETE Capuava, 32 milhões delitros de esgoto in natura deixa-ram de ser despejados no Ribei-rão Pinheiro por dia. (MTC/AAN)

Promotoria de Americana teve papel fundamental

NERIVEL TONARAÚJO /AAN

Campinas é acidade que mais

vai contribuirpara diminuir

poluição de rios

Acordo inéditovai despoluir oRibeirão Pinheiro

O promotor do Meio Ambiente Oriel Rocha Queiroz: acordos

Obras da ETE Anhumas, com inauguração prevista para dezembro e que vai tratar 27% do volume total de esgoto de Campinas

LIMPANDO OS RIOS

Americana 181.650 132.605 154.403Artur Nogueira 30.437 9.131 21.306Campinas 951.824 133.255 666.277Cosmópolis 42.511 5.101 5.101Holambra 3.958 3.760 3.760Hortolândia 151.669 4.550 106.168Indaiatuba 144.528 11.562 144.528Itatiba 65.602 – 61.666Jaguariúna 25.669 – 25.669Monte Mor 33.980 – –Nova Odessa 41.106 2.877 2.877Paulínia 50.677 – –Pedreira 34.155 683 683Sta Bárbara d’Oeste 167.574 83.787 93.841Sto. Antonio de Posse 14.673 – –Sumaré 193.266 – –Valinhos 78.319 – 78.319Vinhedo 46.063 32.244 46.063Total 2.257.661 419.555 1.410.661% 100 18,5 62,4

Cidade Populaçãourbana

em 2000

População com esgoto tratado

em abril de 2004

População com esgoto tratado emdezembro de 2004

Fonte: Consórcio Intermunicipal da Bacia do PCJ

TRATAMENTO EM CAMPINASAté o ano 2000, Campinas tratava 6% do esgoto, em pequenas estações

Até dezembro de 2004, a previsão é tratar cerca de 70%

Fonte: Sanasa

Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs)SamambaiaInauguração - 2001Capacidade de tratamento - 150 litros por segundoPopulação atendida - 60 milParticipação no tratamento total - 4%Custo da obra - R$ 6 milhões

Vó PurezaInauguração - março de 2004Capacidade de tratamento - 85 litros por segundoPopulação atendida - 30 mil Participação no tratamento total - 4%Custo da obra - R$ 4,8 milhões

PiçarrãoInauguração - julho de 2004Capacidade de tratamento - 556 litros por segundoPopulação atendida - 200 mil Participação no tratamento total - 23% Custo da obra - R$ 53 milhões

Boa VistaInauguração - obra ainda não iniciadaCapacidade de tratamento - 221 litros por segundoPopulação atendida - 37 milParticipação no tratamento total - 4%Custo da obra - R$ 8 milhões

Sousas-Joaquim EgídioInauguração - obra ainda não iniciadaCapacidade de tratamento - 85 litros por segundoPopulação atendida - 12 milParticipação no tratamento total - 1,21%Custo da obra - R$ 6,5 milhões

Barão GeraldoInauguração -obra ainda não iniciadaCapacidade de tratamento - 200 litros por segundoPopulação atendida - 50 milParticipação no tratamento total - 5%Custo da obra - R$ 10 milhões

San MartinInauguração - obra ainda não iniciadaCapacidade de tratamento - 35 litros por segundoPopulação atendida - 20 milParticipação no tratamento total - 2%Custo da obra - R$ 1,2 milhão

AnhumasInauguração - prevista para dezembroCapacidade de tratamento - 1,2 mil litros por segundoPopulação atendida - 250 milParticipação no tratamento total - 27%Custo da obra - R$ 60,8 milhões

AUGUSTODEPAIVA/14 JAN2003/AAN

ETE SAMAMBAIA

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CAPÍTULO 4

PARCERIAS E GESTÃO ESTRATÉGICA CONSTRUINDO UM PACTO PARA A RMC

s 14 projetos prioritários que compõem o Plano Estratégico da Agemcamp, para o período 2008-2011, ratificados pelo

Conselho de Desenvolvimento em dezembro de 2007, compõem um roteiro para a RMC equacionar vários de seus desafios, nas áreas social, econômica e ambiental . São ações que apontam em seu conjunto para um futuro de desenvolvimento sustentável na região . Para que este objetivo seja alcançado, o Sistema de Gestão Metropolitana deve ser potencializado, o que depende de fatores como a sua maior visibilidade e o consequente apoio político, da sociedade regional, garantia de fluxo de recursos econômicos, tanto no âmbito do Fundocamp quanto de outras fontes, o que será essencial para financiar os programas e projetos integrados e de alcance metropolitano .

Não por acaso, um dos projetos prioritários é a estruturação de um Programa de Marketing da RMC . Iniciativa voltada para consolidar o Sistema de Gestão Metropolitana na sociedade regional, e também para auxiliar na divulgação externa da RMC, como atrativa para negócios marcados pela perspectiva da responsabilidade social e sustentabilidade .

Visando fortalecer o Sistema de Gestão Metropolitana, ao longo de 2008, a Agemcamp também se dedicou à formulação do seu planejamento estratégico, com o objetivo de complementar sua estrutura e capacitar-se para cumprir, de forma plena, sua missão de implantar mecanismos e meios de gestão metropolitana, compatíveis com a complexidade socioeconômica da RMC e com os objetivos e metas do desenvolvimento metropolitano .

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O planejamento, formulado com assessoria técnica da Fundação do Desenvolvimento Administrativo (Fundap), resultou na elaboração do Mapa Estratégico da Agemcamp . O Mapa contém metas e objetivos em quatro perspectivas com as quais a Agência lida: Sociedade, Financeira, Processos Internos e Aprendizagem e Crescimento . Foram elaborados indicadores para medir a eficácia das ações da Agemcamp, em cada uma dessas quatro perspectivas:

Objetivos da Perspectiva Sociedadea. Contribuir para a solução de problemas • de caráter metropolitano para melhorar a qualidade de vida da população e potencializar o perfil econômico da RMC.Melhorar a inserção e a visibilidade da • estrutura de gestão metropolitana .

Objetivos da Perspectiva Financeirab. Assegurar a captação regular de recursos • financeiros para desenvolvimento das funções de interesse comum da RMC .Aperfeiçoar o controle de custos operacionais • e de projetos e a aplicação dos recursos financeiros.

Objetivos da Perspectiva Processos Internosc. Fortalecer a articulação e integração de planos • e ações para a gestão metropolitana . Aprofundar as relações de cooperação e a • comunicação entre a Agemcamp e agentes

públicos e privados .Otimizar os processos operacionais . •

Objetivos da Perspectiva Aprendizado d. e Conhecimento

Melhorar a qualidade da relação dos • funcionários com o público, a imprensa e com os parceiros .Promover a gestão de pessoas e o uso intensivo • de tecnologias para melhoria da qualidade e aumento da produtividade individual e coletiva .

Em síntese, o roteiro está traçado . A RMC tem um conjunto de 14 projetos prioritários cuja execução, a médio e longo prazos, com recursos do Fundocamp e outras fontes, poderá resultar em sensível melhora da qualidade de vida e do potencial econômico da região, ao lado da preservação dos recursos naturais . E, para que esses projetos sejam implementados efetivamente com uma visão regional, integrada, a Agemcamp também tem o seu próprio planejamento interno, incluindo a criação de um Quadro de Pessoal Efetivo, para fortalecer sua posição no Sistema de Gestão Metropolitana .

Esse conjunto de iniciativas aponta para alternativas de resposta ao elenco de desafios na RMC . Mas, tudo dependerá, obviamente, do pleno funcionamento do Sistema de Gestão Metropolitano, regido, acima de tudo, pela consolidação de uma ativa e qualificada cidadania metropolitana.

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oi lançada ontem, em Indaiatuba, a proposta de um pacto para que os setores público e privado sejam parceiros na construção de um futuro sólido e sustentável para a RMC (Região Metropolitana de Campinas),

durante o seminário “Rumo ao Pacto pela RMC”, promovido pela Agemcamp (Agência Metropolitana de Campinas) . A idéia é criar políticas e estratégias de fomento e consolidação da competitidade para transformar a RMC como região do conhecimento .

A diretora executiva da Agemcamp, Iêda Maria de Oliveira Lima, disse que construir um pacto significa firmar um compromisso com o desenvolvimento regional e criar uma agenda de atuação conjunta que resulte em melhor qualidade de vida da população . Há programas integrados nas áreas de Saúde, Habitação, Trânsito, Segurança, Resíduos Sólidos, Saneamento e Transportes .

O presidente do Conselho de Desenvolvimento da RMC e prefeito de Indaiatuba, José Onério da Silva (PDT), elogiou a idéia e disse que o entrosamento entre a iniciativa privada e o setor público, se faz necessário para agregar todos os valores tecnológicos e científicos em benefício da Região.

A RMC é um das metrópoles mais importantes do País do ponto de vista econômico, principal pólo tecnológico de São Paulo e do Brasil e sede de importantes instituições de ensino e pesquisa do País .

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Lançado pacto para desenvolvimento da RMCem evento em Indaiatuba

Todo Dia 08/11/2008

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Um pacto pela RMC

ara que o Sistema de Gestão Metropolitana opere de forma satisfatória, a Agemcamp considera essenciais as

parcerias com múltiplos atores que integram a cena metropolitana, na RMC .

Com o advento da chamada sociedade da informação, o desenvolvimento econômico e humano dos países tornou-se extremamente dependente do uso intensivo de novas tecnologias e conhecimentos, para obter vantagens competitivas no mercado globalizado .

Além de exigir mudanças significativas nos setores produtivos, com inovações constantes de produtos e processos, a sociedade do conhecimento impõe que as políticas públicas viabilizem o equilíbrio entre esse novo perfil de desenvolvimento econômico e o desenvolvimento humano .

A oferta de capital humano capaz de acompanhar a evolução científica, técnica e tecnológica e a valorização das pessoas como razão de ser do desenvolvimento econômico e tudo que ele implica em termos de uso do espaço territorial é o que definirá a sustentabilidade desse desenvolvimento.

São as cidades e regiões, apoiadas em um sistema de governança adequado, que podem liderar esses processos e atuar como motores dessa nova etapa de desenvolvimento, que tem as pessoas e o espaço que elas ocupam como o eixo das ações públicas e privadas .

Nesse sentido, a Agemcamp propôs a construção de um Pacto Regional, cujo objetivo é firmar o compromisso das instituições públicas e privadas interessadas em construir uma Agenda Comum de atuação com estratégias, objetivos e metas voltados para fomentar e consolidar a competitividade econômica e o desenvolvimento humano sustentáveis na RMC e identificá-la como REGIÃO DO CONHECIMENTO .

O quinto aniversário da Agência Metropolitana de Campinas – Agemcamp, que aconteceu no dia 7 de novembro de 2008, foi comemorado com a assinatura de um Termo de Adesão ao Pacto pela RMC por importantes entidades representativas do setor público e do setor privado da Região . Com esse Pacto pretende-se também dar organicidade às ações de interesse comum e maximizar o uso dos recursos disponíveis nas instituições públicas e privadas .

Os compromissos dos signatários do Pacto Regional são:

implementar programas e desenvolver ações a . convergentes com as políticas públicas de desenvolvimento sustentável regional e urbano;viabilizar recursos materiais e humanos b . disponíveis para a concretização das metas definidas na Agenda Comum;colaborar para a consolidação da identidade c . da Região Metropolitana de Campinas como REGIÃO DO CONHECIMENTO; e

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criar mecanismos de gestão do Pacto pela d . RMC, preservando a autonomia e os interesses maiores dos signatários e não permitindo que as diferenças político-partidárias e filosóficas venham por em risco o interesse maior de fomentar e consolidar a competitividade econômica e o desenvolvimento humano sustentável na região .

O Pacto pela RMC contará com um Comitê de Coordenação, composto por uma Presidência, que será exercida pela Fundação Fórum Campinas, uma Secretaria Executiva, a qual será abrigada pela Agência Metropolitana de Campinas, e seus Membros .

Dentre os primeiros signatários estão a Fundação Fórum Campinas, o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano de Campinas, a Agencia Metropolitana de Campinas, as secretarias de estado de Gestão Pública e de Economia e Planejamento, a Associação Comercial e Industrial de Campinas – Acic . A Federação das Indústrias de São Paulo – Fiesp, o Centro Industrial do Estado de São Paulo – Ciesp/Campinas, o Instituto de Lógica, Filosofia e Teoria da Ciência – ILTC, o Aeroporto Internacional de Viracopos, a Fundação Instituto Tecnológico de Logístico – Fitel, a Câmara Americana de Comércio – Ancham – e o Campinas e Região Convention & Visitors Bureau .

Essa sinergia entre o Sistema de Gestão Metropolitana e demais instituições que já se destacam no contexto nacional e que têm contribuído

para que a Região Metropolitana de Campinas seja uma das mais dinâmicas e promissoras no Brasil irá contribuir para um futuro cada vez melhor para a Região, diz a diretora executiva da Agemcamp, Iêda Maria de Oliveira Lima .

Algumas medidas já foram tomadas pela Agemcamp para viabilizar o Pacto pela RMC . Além dos 14 projetos prioritários, cuja implementação depende de uma atuação compartilhada entre os atores regionais, em suas respectivas áreas, a Agemcamp lançou, por exemplo, o Portal de Investimentos na RMC, em 4 de junho de 2008, em parceria com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp - Campinas) . Um Portal, aberto no site da Agemcamp na Internet (www .agemcamp .sp .gov .br), com informações para facilitar as decisões dos investidores que já atuam ou projetam iniciar negócios na RMC .

Considera-se, em resumo, que o funcionamento da estrutura metropolitana, alicerçada no Sistema de Gestão Metropolitana, e em sinergia com outros agentes do desenvolvimento regional, pode tornar-se uma referência nacional e internacional na gestão conjunta dos desafios de caráter metropolitano, com sustentabilidade, abrindo caminho para a melhoria das condições de vida das futuras gerações .

Este é o grande desafio que a RMC se coloca neste início do século 21, como forma de resposta aos requisitos do mundo globalizado e da sociedade do conhecimento .

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1. Regiões metropolitanas - Desenvolvimento regional 304.881612. Desenvolvimento sustentável - sustentabilidade 333.73. Políticas ambientais - meio ambiente 301.314. Políticas públicas 338.9 5. Serviços públicos 350.156. Educação 3707. Tecnologia 600

Índices para catálogo sistemático:

R 263 Região Metropolitana de Campinas – Do nascimento à maturidade / Agemcamp (Org.). -- Campinas: Agência Metropolitana de Campinas, 2008. 104p, ilus.

1. Regiões metropolitanas - Desenvolvimento regional. 2. Desenvolvimento sustentável – Sustentabilidade. 3. Políticas ambientais - Meio ambiente. 4. Políticas públicas - Gestão Metropolitana. 5. Serviços Públicos. 6. Educação. 7. Tecnologia. I. Agemcamp - Agência Metropolitana de Campinas

CDD - 304.88161 - 333.7 - 301.31 - 338.9 - 350.15 - 370 - 600

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)