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Página 1 Reforço de Aterro com Geogrelhas Reinforcement With Geogrids Embankment Nome dos autores: Jaime da Silva Duran; Mateus Perin Paulo César Belesso Ferretti. Instituição: Maccaferri do Brasil LTDA – Av. José Benassi, 2.601 - CEP 13201-970, Jundiaí – SP / Tel.: 55 11 4525-5000 Fax: 55 11 4599-4275; E-mail: [email protected]; Local da obra: Rodovia Adhemar Pereira de Barros, SP 342 - km 227+100, São João da Boa Vista, SP - Brasil Duração: Novembro de 2011 – Janeiro de 2012. Resumo Este documento apresenta uma alternativa executada com utilização de geogrelhas para reforço de solo, possibilitando a criação de um aterro de até sete metros de altura, para diminuir a extensão de um viaduto que seria construído para eliminar o cruzamento em nível entre a rodovia e a avenida da cidade. Serão abordados neste documento a seção adotada em projeto, os geossintéticos utilizados e o método executivo. Abstract This document presents an alternative executed with geogrids to reinforce the soil and enabling the creation of an embankment of seven meters high, reducing the extension of an overpass which would be built to eliminate the intersection of a highway and an avenue of the city at the same level. It will be discussed in this document, the adopted section in project, the geosynthetics and the executive method that were used. 1. INTRODUÇÃO A cidade de São João de Boa Vista é atravessada pela rodovia SP 342, e com o constante crescimento do tráfego da rodovia e das avenidas da cidade e a duplicação da rodovia, tornou-se inviável o cruzamento destas no mesmo nível. Para resolver este problema em uma dessas avenidas, seria necessário um viaduto de 95,00 metros de extensão com 7,00 metros de altura, porém a qualidade solo de fundação local, não permitia um aterro dessa altura no encontro com o viaduto, podendo ocorrer recalques e até uma ruptura deste aterro. A primeira solução encontrada foi o prolongamento da extensão do viaduto para 200,00 metros de extensão, dessa forma os aterros não passariam de 3,00 metros de altura permitindo que o aterro apoiasse sobre solos de melhores características. Porém, esta solução elevaria muito o custo da obra a ponto de inviabilizá-la. A solução que veio atender tanto no quesito técnico como economico, foi a de manter o viaduto com 95,00 metros de extensão, porém reforçando a área do aterro com geogrelhas que reduziria e controlaria os recalques, evitando sua ruptura.

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Reforço de Aterro com Geogrelhas

Reinforcement With Geogrids Embankment � Nome dos autores: Jaime da Silva Duran;

Mateus Perin Paulo César Belesso Ferretti.

� Instituição: Maccaferri do Brasil LTDA – Av. José Benassi, 2.601 - CEP 13201-970, Jundiaí – SP / Tel.: 55 11 4525-5000 Fax: 55 11 4599-4275;

� E-mail: [email protected]; � Local da obra: Rodovia Adhemar Pereira de Barros, SP 342 - km 227+100, São João da

Boa Vista, SP - Brasil � Duração: Novembro de 2011 – Janeiro de 2012. Resumo

Este documento apresenta uma alternativa executada com utilização de geogrelhas para reforço de solo, possibilitando a criação de um aterro de até sete metros de altura, para diminuir a extensão de um viaduto que seria construído para eliminar o cruzamento em nível entre a rodovia e a avenida da cidade. Serão abordados neste documento a seção adotada em projeto, os geossintéticos utilizados e o método executivo. Abstract

This document presents an alternative executed with geogrids to reinforce the soil and enabling the creation of an embankment of seven meters high, reducing the extension of an overpass which would be built to eliminate the intersection of a highway and an avenue of the city at the same level. It will be discussed in this document, the adopted section in project, the geosynthetics and the executive method that were used. 1. INTRODUÇÃO

A cidade de São João de Boa Vista é atravessada pela rodovia SP 342, e com o constante crescimento do tráfego da rodovia e das avenidas da cidade e a duplicação da rodovia, tornou-se inviável o cruzamento destas no mesmo nível.

Para resolver este problema em uma dessas avenidas, seria necessário um viaduto de 95,00 metros de extensão com 7,00 metros de altura, porém a qualidade solo de fundação local, não permitia um aterro dessa altura no encontro com o viaduto, podendo ocorrer recalques e até uma ruptura deste aterro.

A primeira solução encontrada foi o prolongamento da extensão do viaduto para 200,00 metros de extensão, dessa forma os aterros não passariam de 3,00 metros de altura permitindo que o aterro apoiasse sobre solos de melhores características. Porém, esta solução elevaria muito o custo da obra a ponto de inviabilizá-la.

A solução que veio atender tanto no quesito técnico como economico, foi a de manter o viaduto com 95,00 metros de extensão, porém reforçando a área do aterro com geogrelhas que reduziria e controlaria os recalques, evitando sua ruptura.

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� Proprietário: Renovias Concessionárias S.A.; � Projetista: LPC – Latina Projetos Civis; � Construtora: Construtora Estrutural Ltda.; � Fornecedor: Maccaferri do Brasil Ltda.; � Quantidade Materiais: 11.500,00m² de Geogrelhas MacGrid®; � Altura máxima do Aterro: 7,00 m; � Área reforçada: 2.400,00 m²; � Período de Execução: 90 dias.

Segundo o Folheto de classificação do IGS e ABNT NBR ISSO 10318:2013, são citados os produtos Maccaferri, utilizados nesta obra: Geogrelhas MacGrid® WG400 e WG500; 2. DESCRIÇÃO

Foram calculadas diferentes soluções para cada trecho do aterro de encontro com o viaduto,

sendo mais reforçado à medida que o aterro se torna mais alto e a tensão na base aumenta. Dimensionou-se geogrelhas monoaxiais, dispostas transversalmente e longitudinalmente na rodovia, ou seja em camadas perpendiculares entre si com 25 metros de extensão a partir do pé do talude abaixo da ponte. Nos trechos onde há sobreposição das geogrelhas longitudinais e transversais, ao invés de trabalhar com geogrelhas biaxais, optou-se por trabalhar com geogrelhas monoaxiais em duas camadas, processo esse que garante não haver emendas no sentido de trabalho da da geogrelha, o que garante maior economia e rapidez na obra.

Figura 1 – Seção tipo e detalhes de ancoragem das geogrelhas.

3. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO

A aplicação das camadas de geogrelhas foi executada após a compactação da primeira camada de solo.

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Figura 2 – Planta indicando os diferentes trechos de aplicação das geogrelhas.

Nos trechos T-01 e T-04 havia apenas uma camada de geogrelha de 500kN/m transversal ao

eixo da rodovia, onde aplicou-a observando o sentido da geogrelha e deixando uma sobra de 4,25m para cada lado para realizar o envelopamento de ancoragem.

Nos trechos T-02 e T-03 havia uma camada de geogrelha de 400kN/m e uma de geogrelha de 500kN/m no sentido longitudinal e uma camada de geogrelha de 400kN/m e uma de geogrelha de 500kN/m no sentido transversal, totalizando quatro camadas de geogrelhas. É importante salientar que, quando há mais de uma camada de geogrelha no mesmo sentido de aplicação, é necessário um recobrimento de 25 centímetros de solo entre as camadas, pois há uma redução do atrito entre as geogrelhas devido às tiras da geogrelha ficarem exatamente uma sobre a outra. Não há essa necessidade quando os panos são perpendiculares entre si, pois as geogrelhas formam um novo formato de malha. Dessa forma executou-se uma camada de geogrelha de 500kN/m na longitudinal e outra geogrelha de 500kN/m na transversal, uma camada de 25 centímetros de solo e acima do solo compactado uma camada de geogrelha de 400kN/m na longitudinal e outra geogrelha de 400kN/m na transversal, sempre deixando sobrar 4,25m nos pés de talude para realizar o envelopamento de ancoragem.

Ao aplicar a geogrelha deve-se observar seu correto posicionamento e sentido, sempre seguindo as orientações do projeto. A camada de solo de base deve estar limpa com ausência de torrões ou buracos para que a geogrelha fique bem esticada, sem dobras, e garantindo suas sobreposições construtivas.

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Figura 3 – Foto da instalação da camada longitudinal da geogrelha.

Deve-se deixar o comprimento necessário para o envelopamento indicado no projeto, e a fim de evitar fugar de solo pela malha da geogrelha, recomenda-se o uso de geotêxtil não tecido na face interna do aterro, conforme ilustração abaixo.

. Figura 4 – Foto da instalação da camada transversal da geogrelha e instalação do geotêxtil não tecido.

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Ao lançar o aterro sobre a geogrelha, é necessário um cuidado para que não haja transito de máquinas e

equipamentos diretamente sobre a geogrelha. Desta forma é sempre indicado a execução de uma camada de aterro

para trafego sobre a camada de geogrelha, conforme ilustração abaixo.

Figura 5 – Foto da compactação do solo acima das geogrelhas.

Figura 6 – Foto do aterro reforçado com o viaduto e aterro concluídos.

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Com as geogrelhas aplicadas, o aterro segue seu processo executivo normalmente, compactando em camadas com espessura máxima acabada de 25 cm, até atingir o grau de compactação mínimo de 98% do Proctor Normal. 4. CONCLUSÃO

A utilização das geogrelhas proporcionou a economia necessária para viabilização da obra e

atendeu em todos os requisitos técnicos de projeto, além de garantirem a estabilidade geotécnica dos taludes. Além disso, a utilização de geogrelhas monoaxiais permitiu ganho de produtividade pela não necessidade de costuras com fios especiais e pela garantia de homogeneidade das resistências em ambos os sentidos (longitudinal e transversal).

Para o cliente final a alternativa em geossintético foi fundamental para o sucesso da obra final mostrando que alternativas como esta trazem cada vez mais vantagens técnicas, econômicas e executivas.