reformador setembro/2003 (revista espírita)

42

Upload: marismf

Post on 21-Jul-2015

29 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

NÃO MATARÁS! Nem teu próximo nem a ti mesmo

TRANSCRIPT

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 3

EDITORIALRevista de Espiritismo Cristo Ano 121 / Setembro, 2003 / No 2.094

4 17 21 22 34

No matars!

ENTREVISTA: VANDERLEI MARQUESMovimento Esprita nos Estados Unidos

ESFLORANDO O EVANGELHOContempla mais longe Emmanuel

FEB/CFN COMISSES REGIONAISReunio da Comisso Regional Centro

A FEB E O ESPERANTOFundada em 21 de janeiro de 1883 Fundador: Augusto Elias da Silva ISSN 1413-1749 Propriedade e orientao da Federao Esprita Brasileira Direo e Redao Av. L-2 Norte Q. 603 Conj. F (SGAN) 70830-030 Braslia (DF) Tel.: (61) 321-1767; Fax: (61) 322-0523

Espiritismo na Turquia via Esperanto Affonso Soares

PGINAS DA REVUE SPIRITEIndependncia sonamblica Allan Kardec

36 425 8 10 11 12 13 14 19 20 24 25 25 26 28 29 30 32 35 37 38

SEARA ESPRITARetificaes necessrias Juvanir Borges de Souza Refletindo sobre o suicdio Roosevelt Pinto Sampaio Um caso de suicdio por obsesso Severino Barbosa Aos Colaboradores de Reformador Sem choques Richard Simonetti Lio do cotidiano Iaponan A. da Silva A matria escura do Universo e as constantes fundamentais Suely Caldas Schubert Deus te v Maria Dolores Suicdio moral Joanna de ngelis Brasil Olavo Bilac Conferncia de Divaldo na FEB (Rio-RJ) Convite de Urgncia Bezerra de Menezes Enfermo, ame-se Adsio Alves Machado Ante-sala da Regenerao Julio Cesar de S Roriz Nascer de novo Inaldo Lacerda Lima Encontro avalia 20 anos do ESDE Devotamento e abnegao Lucy Dias Ramos Livros e Livros Espritas Dulcdio Dibo Mdiuns sonamblicos Allan Kardec O Espiritismo em seu trplice aspecto: cientfico, filosfico e religioso (Parte II) Silvio Seno Chibeni

Home page: http://www.febnet.org.br E-mail: [email protected] [email protected] o Brasil Assinatura anual Nmero avulso Para o Exterior Assinatura anual Simples Area R$ 30,00 R$ 4,00 US$ 35,00 US$ 45,00

Diretor Nestor Joo Masotti; Diretor-Substituto e Editor Altivo Ferreira; Redatores Antonio Cesar Perri de Carvalho, Evandro Noleto Bezerra e Lauro de Oliveira So Thiago; Secretrio Iaponan Albuquerque da Silva; Gerente Amaury Alves da Silva; REFORMADOR: Registro de Publicao no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polcia Federal do Ministrio da Justia), CNPJ 33.644.857/0002-84 I. E. 81.600.503. Departamento Editorial e Grfico Rua Souza Valente, 17 20941-040 Rio de Janeiro (RJ) Brasil Tel.: (21) 2589-6020; Fax: (21) 2589-6838 Capa: Rebouas & Associados

Tema da Capa: NO MATARS! fundamentado no Declogo (5o Mandamento), em Jesus (Sermo da Montanha) e na Doutrina Esprita.

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 4

EditorialNo matars!

D

iante da constncia com que a morte apresentada nos veculos de comunicao de massa, na maioria das vezes de forma violenta, como guerras, assassinatos e suicdios, o ser humano vem-se acostumando com a rotina e passa, gradativamente, a considerar normal o fato de se pretender eliminar a vida de seu semelhante ou mesmo a sua, por qualquer motivo. Puro engano. A viso materialista da vida leva a essa postura, mas no representa a realidade. Ao destruir o corpo fsico, acredita-se que o Ser eliminado. Na verdade o Ser, mesmo, no se destri: Esprito imortal, indestrutvel. E toda violncia contra a vida retorna sempre de forma dolorosa quele que a praticou: seja atravs de perseguies obsessivas das vtimas, nos casos de assassinatos; seja atravs de profundos sofrimentos auto-aplicados, nos casos de suicdio; seja pelos dramas de conscincia decorrentes do desrespeito Lei de Deus. No sem razo que a Providncia Divina, h quatro mil anos, atravs dos Dez Mandamentos, vem alertando o homem de forma inquestionvel: No matars! Os sbios da Antiguidade j observavam quanto necessidade de o homem conhecer-se a si mesmo. E a cincia humana, hoje, j vem constatando que o homem um Esprito imortal que viveu inmeras reencarnaes. Tentar destruir o prximo ou a si mesmo um erro de graves conseqncias, que retarda por sculos o progresso humano, retardando, conseqentemente, o recebimento dos benefcios que ele a todos traz. Assim, a nica alternativa sensata que nos resta, em qualquer situao mais dolorosa com que a vida se nos apresenta, aceitar os desafios de trabalhar no prprio aperfeioamento, procurando desenvolver as virtudes ainda incipientes que existem em ns e conquistar os conhecimentos que ainda no adquirimos. Numa poca em que a violncia promovida pela invigilncia, todos buscam paz. A paz, porm, no se encontra pronta, nos ensina Jesus; necessrio constru-la no nosso dia-a-dia, vivenciando os ensinos do Evangelho. Divulgar, pois, a Doutrina Esprita, esclarecedora do que somos, de onde viemos, para onde vamos e quanto nos cabe fazer para bem atender ao objetivo da existncia terrena, a caridade maior que devemos praticar, pois liberta o ser humano de muitos enganos comprometedores da sua existncia, mostrando a vida como manifestao do amor de Deus, que no delegou a ningum o direito de elimin-la. Construamos a Paz, preservando a Vida e promovendo o Bem!Reformador/Setembro 2003

4

322

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 5

Retificaes necessriasJuvanir Borges de Souza

homem, habitante deste orbe de expiaes e provas, limitado em seus conhecimentos de tantas e tantas coisas do mundo que o rodeia, desconhecendo a si mesmo, tem, entretanto, a intuio de que um Ser Supremo em Amor, Poder e Sabedoria no s seu Criador, mas a Causa de tudo quanto existe. Ser espiritual que , a intuio do Infinito jamais lhe foi cerceada, apesar de sua ignorncia. Da as crenas, desde os tempos primitivos, em deuses de variadas denominaes, em foras superiores no definidas. Surgiram posteriormente as religies, com seus cultos e justificaes, eivados de supersties e erros, mas sempre em busca de explicaes a respeito do fenmeno da vida e da Criao. Em toda a trajetria do homem na Terra, jamais faltou a assistncia de seu Guia e Governador, o Cristo de Deus, o Verbo do princpio, acompanhando o lento progresso da Humanidade com infinita pacincia e amor. Hoje sabemos que o acompanhamento do progresso dos habiReformador/Setembro 2003

O

tantes deste planeta pelo Cristo decorre de determinao de Deus, nosso Pai e Criador. Ele o Guia da Humanidade. Graas Revelao Esprita, a ltima das grandes intervenes do Plano Espiritual Superior em favor da Humanidade, aclararam-se vrias passagens evanglicas malcompreendidas, que deram origem a confuses e distores no seio das denominadas igrejas crists. Assim, tornou-se claro que o Criador, o Deus de nossos coraes, o Poder Infinito, criador dos Universos Espirituais e materiais. Indefinvel para ns, seres finitos em evoluo, preferiram os Espritos Reveladores oferecer-nos uma idia genrica sobre a grandeza e o poder ilimitado de Deus, a Inteligncia Suprema, causa primria de todas as coisas. Alertaram-nos, ainda, que h coisas que esto acima da inteligncia do homem mais inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita s vossas idias e sensaes, no tem meios de exprimir. (Questo 13 de O Livro dos Espritos.) Por isso, por enquanto nos basta conhecer alguns dos atributos do Criador Supremo, que eterno, infinito, imutvel, imaterial, nico, onipotente, soberanamente justo e bom. (Idem.) Essas idias, que nos foram transmitidas pelos Espritos Revela-

dores, permitem-nos retificar uma srie de conceitos enganosos constantes das Escrituras do Novo e do Velho Testamentos, como tambm dos textos de livros de outras religies orientais. Ao mesmo tempo, o ensino claro dos Espritos repele o pantesmo, em todas as suas formas, mostrando-nos, pela razo, que o Criador e as criaturas no se confundem, j que as criaturas jamais podero transformar-se no prprio Deus. O Livro dos Espritos, ao tratar das causas primrias e de Deus, em seu primeiro captulo, clarifica uma srie de idias de suma importncia para que o homem possa entender a si mesmo, a Natureza, os ensinos de Jesus, constantes dos Evangelhos, e muitos dos ensinos ministrados pelas diversas religies do mundo. A Religio dos Espritos, vindo ao mundo sculos e milnios aps a formulao e instituio das diversas denominaes religiosas, encontra uma Humanidade que j havia progredido muito em termos de conhecimentos cientficos. Depois das teorias comprovadas de Nicolau Coprnico e de Galileu Galilei, a Terra deixou de ser tomada como o centro do Universo, em torno da qual giravam o Sol e os outros corpos celestes. Sua forma no era plana, como se pensava, mas esfrica, como a dos demais astros da abbada celeste visvel. >323 5

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 6

> A Terra passou a ser encarada no mais como o nico mundo onde a vida se manifesta. Era preciso considerar-se os bilhes de estrelas, planetas, satlites e outros corpos celestes, componentes de milhes de galxias espalhadas pelo infinito do Universo. Essa nova concepo csmica, a partir do sculo XVII, aliada ao desenvolvimento das cincias nos sculos seguintes, preparou a Humanidade para que pudesse evoluir consideravelmente no campo do conhecimento e tambm no campo moral-espiritual. Podemos compreender, assim, a razo por que somente em meados do sculo XVIII o Governador Espiritual deste orbe enviou o outro Consolador prometido quando de sua passagem pela Terra. que, sem uma base de conhecimentos mnimos, a respeito de si mesmo, como Esprito imortal, e do mundo em que vive, dentro do Universo infinito, e, de outro lado, cerceado em sua liberdade por sculos de milnios, o homem no tinha condies de tomar conhecimento, de forma satisfatria, de verdades e realidades novas para ele, embora essas verdades j tivessem sido referidas antes, de forma velada, tanto pelo prprio Cristo quanto por seus emissrios. Quando chega ao mundo a Terceira Revelao, a Doutrina dos Espritos, o Cristo de volta, cumprindo sua promessa de enviar outro Consolador, revelando novas realidades e retificando o que fora mal-entendido. Como simples ilustrao dessas assertivas, vemos, no Velho Testamento, que Deus apresentado ao povo hebreu sob aspectos contra6 324

ditrios. Ora o pai bondoso e misericordioso, para, em seguida, mostrar-se impiedoso para com os filhos culpados. De outras vezes referido ao nvel das paixes humanas, implacvel, vingativo, exclusivo da raa hebraica, devendo ser temido em vez de ser amado, como nos ensinos do Cristo. A Doutrina Esprita v o Velho Testamento como o livro sagrado do povo hebreu, contendo verdades reveladas, como os Dez Mandamentos, ao lado de regras humanas para a poca e narrativas por vezes contraditrias. Ora, as Revelaes se ajustam s pocas e aos estgios de vivncia, seja de um povo, de uma civilizao, ou de considervel parcela da Humanidade. Por isso as Revelaes so sucessivas. J no Novo Testamento, os Evangelhos contm os ensinos do Cristo para todos os homens, de quaisquer nacionalidades ou de quaisquer pocas, j que so verdades eternas, desde que entendidas em esprito, escoimadas das interpretaes e adies humanas. O ltimo estgio das revelaes, a Revelao dos Espritos, aclara todas as anteriores, considera o estgio atual das cincias e a capacidade de entendimento de considervel parte da Humanidade, sem fechar as portas ao progresso e evoluo, comportando, portanto, novos conhecimentos, como j tem ocorrido.

...Captulo especial na busca permanente da verdade e de novos conhecimentos o que se refere s in-

terpretaes dos textos considerados sagrados, ou bsicos, nas diversas escrituras das religies. Precisamos considerar que a linguagem humana, falada ou escrita, nem sempre precisa, exata, para expressar idias e pensamentos. As idias originais so, muitas vezes, entendidas de forma diferente, quando no mutiladas na sua significao real. Consideremos, ento, certos textos, ou expresses verbais, para traduzir determinada idia que originalmente est correta. Entretanto, essa mesma idia, ao ser retransmitida por outrem, pode sofrer alterao em seu significado original, com grave prejuzo interpretativo. Um exemplo tirado dos Evangelhos de Jesus nos mostrar a gravidade do problema, com conseqncias importantssimas na construo das doutrinas crists. Disse Jesus certa vez, referindo-se a Si e a Deus: Eu e meu Pai somos um; Ele est em mim e eu estou nEle. Noutra ocasio assim se expressou: Eu e meu Pai somos uno. A idia manifestada por Jesus era a de que Ele cumpria a vontade de seu Pai, unidos na mesma vontade expressa nas leis divinas, eternas. Entretanto, no foi esse o entendimento dos homens que interpretaram os Evangelhos, formulando os telogos a doutrina catlica e protestante a respeito de Deus e do Cristo, considerados numa mesma pessoa: Deus-pai, Deus-filho e mais o Esprito Santo, numa trindade que no tem fundamento no esprito e na verdade dos Evangelhos.Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 7

E essa interpretao firmou-se no tempo, vindo at nossos dias, apesar de Jesus ter ensinado, em diversas ocasies, que Ele era o Filho de Deus, o Messias esperado por mais de setecentos anos, nas referncias dos profetas de Israel. Esse lastimvel engano interpretativo transmitiu-se a milhes de indivduos, pelos sculos sucessivos, com suas naturais conseqncias. Somente a Doutrina dos Espritos viria retificar o desvio, recolocando a verdade dos ensinos do Mestre, o Filho de Deus, o Governador Espiritual deste mundo, nosso Irmo Maior, nosso Guia. Outro escolho terrvel que ocorre na transmisso das idias, dos ensinos e dos conhecimentos em geral, acontece nas tradues de uma lngua para outra. Cada lngua humana tem sua gnese, suas expresses peculiares, sua maior ou menor riqueza de vocbulos etc. Ocorre muitas vezes, nas tradues de uma lngua para outra, a falta de cuidado ou a falta de conhecimento do tradutor para expressar a idia exata que se encontra no original. A literalidade nas tradues leva geralmente modificao do original, especialmente quando se quer transpor idias expostas numa lngua pobre para outra mais rica em vocabulrio e sinnimos. Modernamente, tem-se verificado, quantos prejuzos, para os originais, ocorreram nas tradues, levando-se para a nova lngua idias que no constavam dos textos traduzidos. No que concerne s tradues da Bblia, textos do Velho Testamento em seu original hebraico foReformador/Setembro 2003

ram distorcidos desde as tradues para as lnguas grega e latina, conforme assinala o professor Severino Celestino da Silva em sua notvel obra Analisando as Tradues Bblicas. Assinala ainda esse autor, profundo conhecedor do hebraico, a falta de fidelidade encontrada nos textos traduzidos para a nossa lngua, comparando essa constatao sua com o que escrevera So Jernimo, em carta ao papa Dmaso, a respeito da traduo da Bblia do grego para o latim, traduo que constitui a Vulgata. Eis um trecho dessa carta de So Jernimo, que comprova ter havido acrscimo, substituies e corrigendas nos originais traduzidos: Qual, de fato, o sbio e mesmo o ignorante que, desde que tiver nas mos um exemplar (novo), depois de o haver percorrido apenas uma vez, vendo que se acha em desacordo com o que est habituado a ler, no se ponha imediatamente a clamar que eu sou um sacrlego, um falsrio, porque terei tido a audcia de acrescentar, substituir, corrigir alguma coisa nos antigos livros? (Assinalei a parte final.) A est uma confisso clara do tradutor da Vulgata, mostrando que seu autor alterou, por diversas formas, os textos originais traduzidos, naturalmente para adaptar a traduo aos interesses e s concepes da Igreja a que pertencia. Compulsando tradues da Bblia para a lngua portuguesa podemos verificar, em algumas delas, a referncia ao Espiritismo como prtica condenada pela Bblia.

Essa referncia, repetida por pastores e seguidores de igrejas denominadas crists e evanglicas, fruto de m-f ou ignorncia, uma vez que o Espiritismo, doutrina surgida em 1857, com sua obra bsica, O Livro dos Espritos, no poderia ser condenado em escritos bblicos que datam de mais de 3.000 anos. Na lenta ascenso do Esprito em busca de conhecimentos e de moralidade, reencarna ele muitas vezes na crosta terrestre. O caminho que conduz felicidade difcil, cheio de obstculos que precisam ser vencidos pelo homem, em vidas sucessivas. No curso desse caminho cometemos erros, repetimos faltas que nos trazem experincias e sofrimentos. Cumpre-nos evitar os erros e suas conseqncias fatais, procurando acertar nossos passos no sentido correto. Para isso o Cristo de Deus assiste aos seus tutelados deste orbe, desde sempre, ensinando-lhes o caminho e a verdade para a vida. Cada qual, no curso da vida que no cessa, conta com seu prprio esforo, suas experincias, a intuio da verdade, a inteligncia e a razo. O Espiritismo, o Consolador, a ltima das revelaes, continua e atualiza as anteriores. Auxilia-nos a retificar o que foi malcompreendido, ou adulterado, despertando em ns os poderes recnditos que possumos. a busca da verdade, das idias superiores, das leis divinas, que nos cumpre assimilar, em demanda da felicidade.

325

7

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 8

Refletindo sobre o suicdioO suicdio um crime aos olhos de Deus (...)1. O suicida um Esprito criminoso, falido nos compromissos que tinha para com as Leis sbias, justas e imutveis estabelecidas pelo Criador, e que se v obrigado a repetir a experincia na Terra, tomando corpo novo, uma vez que destruiu aquele que a Lei lhe confiara para instrumento de auxlio na conquista do prprio aperfeioamento (...). O Esprito de um suicida voltar a novo corpo terreno em condies muito penosas de sofrimento, agravadas pelas resultantes do grande desequilbrio que o desesperado gesto provocou no seu corpo astral, isto , no perisprito.2 que se abrevia a vida gastronomia, alcoolismo, txicos, etc. Normalmente aquele que busca o suicdio o necessitado de livrar-se de algo atormentador. Difcil de fazer uma anlise do que o provoca. Dentre as provveis causas podemos citar: razo econmica, culpa, remorsos, doenas incurveis, doenas mentais, depresso, etc. O suicdio, na maioria das vezes, traduz perfeitamente o apelo mrbido ao prximo. Em determinadas ocasies a culpa do suicdio encontra-se na razo direta das desigualdades sociais. H um estudo sociolgico de mile Durkheim intitulado O Suicdio 3 em que o autor desenvolve o tema e em que ele categoriza o suicdio em trs tipos: o egosta, o altrusta e o anmico. Suicdio egosta aquele que resultaria de uma individuao excessiva nas sociedades onde a moral se esfora para manter no indivduo a idia de seu grande valor, fazendo com que sua personalidade se sobreponha coletiva. Acompanha o processo outro constituinte que a vaidade, na linguagem da moda, sem a inflao da personalidade. O egosmo tema fundamental nas obras bsicas da Doutrina Esprita. Emmanuel, no cap. XI de O Evangelho segundo o Espiritismo afirma que o egosmo a chaga da Humanidade. O Instrutor nos diz que o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem dirigir

Roosevelt Pinto Sampaio

a fantasia do suicdio, pensa o praticante que morrer seria uma maneira de livrar-se do medo de ficar louco, no estado de desestruturao e de aniquilamento em que se encontra. morrer para livrar-se de uma situao insustentvel. Pensa que ir para um mundo paradisaco onde no h mais necessidades e, ainda, que nesse mundo encontrar pessoas queridas. possvel que encontremos, tambm, o suicdio inconsciente que advm do desregramento com8 326

N

suas armas, suas foras e sua coragem. Coragem porque preciso mais coragem para venc-lo em si mesmo do que para vencer nos outros. Conclama que cada um coloque todo o seu cuidado para combat-lo em si, porque esse monstro devorador de todas as inteligncias, esse filho do orgulho, como nos diz, o maior obstculo para que os homens alcancem a felicidade, a negao da caridade. Kardec apresenta diversas reflexes de como destru-lo, j que ele representa o maior obstculo ao progresso moral do indivduo e, conseqentemente, da sociedade. Relaciona o egosmo perda de pessoas amadas, vida de isolamento, s desigualdades sociais, ingratides, ao problema da fome e aos laos de famlia.4 Suicdio altrusta aquele praticado nos meios onde o indivduo deve abrir mo de sua personalidade e fazer prevalecer o esprito de abnegao e entrega a causas coletivas. Por exemplo, o esprito militar que exige que o indivduo esteja desinteressado de si mesmo em funo da causa patritica. Nesse particular, na questo 951 de O Livro dos Espritos Kardec comenta que todo sacrifcio feito custa da prpria felicidade um ato soberanamente meritrio aos olhos de Deus, porque a prtica da caridade.5 Sendo a vida o maior bem terrestre, aquele que a ela renuncia para benefcio de seus semelhantes no comete um atentado: ele faz umReformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 9

sacrifcio. Mas antes de o cumprir, deve refletir se sua vida no pode ser mais til que a morte. O terceiro tipo de suicdio o anmico, que vem de ocorrer nos meios onde o progresso que tem de ser rpido, levando ambies e alimentando desejos. O dever de progredir tira do homem a capacidade de viver dentro de situaes limitadas, tira-lhe a capacidade de resignao e, por conseqncia, surge o aumento dos descontentes, dos irrequietos. Nesse particular a Doutrina Esprita no poderia se omitir e o apresenta em diversas de suas obras. Podemos dizer com Almerindo Martins de Castro: O suicdio o comeo do maior tormento que a criatura humana possa sofrer, porque continua viva (apesar de morto o corpo) e sem receber socorro, nem ter alvio do seu padecer, pois esse alvio s a seu tempo ter lugar.6 O perfil daqueles que tentam o suicdio normalmente: homens com mais de 55 anos, moradores de grandes cidades, agnsticos e socialmente isolados, fisicamente doentes, com antecedentes psiquitricos e/ou alcolatra moderado; mulheres jovens de boa sade corporal, em situao de conflito evidente com o grupo familiar ou social mais imediato; idosos, em nmero bem menor, quase sempre ligados a doenas degenerativas ou incurveis ou a psicoses depressivas. Preocupa-nos, tambm, e muito, o caso dos adolescentes, quando as estatsticas mostram que no Brasil 15.000 adolescentes se suicidam a cada ano. Em grandes centros como o Rio de Janeiro e Campinas a proporo chega a 10 por 10.000 habitantes e entre jovens de 15 a 24 anos, tentativas deReformador/Setembro 2003

suicdio chegam a 300 por 100 mil habitantes. O Rio de Janeiro, com 100 mortes de adolescentes por suicdio, tem neste feito a terceira causa de morte, somente sendo suplantada por acidentes de trnsito e, nos dias de hoje, homicdios, oriundos da crescente onda de violncia que se abate sobre o Estado. Em pesquisa de por que os adolescentes se lanam ao suicdio, verificou-se como principais causas a separao dos pais, o alcoolismo e o envolvimento com a polcia. A religio, a moral e todas as filosofias condenam o suicdio como contrrio s leis da Natureza. No se tem o direito de abreviar voluntariamente a vida porque no somos livres para pr fim ao que possa ser nossos sofrimentos. Ao Espiritismo reservado demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicdio uma falta por constituir infrao da Lei Natural. A Doutrina Esprita, com suas razes filosficas e ticas, e atravs dos imortais, vem de h muito chamando ateno construo das virtudes pelos homens, em relao com o bom senso, o raciocnio lgico, ao lado das atividades desenvolvidas no bem em qualquer setor da vida, colocando-se assim defeso ao suicdio. preciso que se mude, tambm, a viso deformada sobre o suicida no que diz respeito ao tratamento que os profissionais de sade lhe prestam. comum ouvir-se dizer que mdicos e enfermeiros vem com muito preconceito o suicdio, tratando os pacientes com agressividade e com adjetivos pejorativos, esquecendo-se de que esto lidando com pessoas muito doentes!

Finalizando, gostaramos de referenciar o trabalho que vm prestando a Sociedade Beneficente Viglia da Amizade e o Centro de Valorizao da Vida, que, funcionando 24 horas com servio e atendimento telefnico, atendem queles que se encontram em desespero ou desorientao, procurando apoi-los, esclarec-los com muito amor, evitando a consumao de ato to infeliz. Para facilitar queles que precisam desse servio, informamos que o CVV, que tem 46 postos espalhados por todo Brasil, possui sete centrais, a saber: So Paulo Capital ( 11-2324-1110), Sudoeste Paulista (19- 460-4111), ABC-Litoral (11-4972-4111), Vitria (integrado ao Rio 27-223-4111), Ribeiro Preto (16-236-4111), Sul (Florianpolis 48-222-4111), cobrindo tambm o Rio Grande do Sul, Paran e Santa Catarina; Belo Horizonte (31-347-1495), Centro-Oeste (Braslia) (61-3264-1111), Nordeste (71-3222-4111) e o Rio, com 4 postos: (21) 2233-9191; 2236-0536; 2208-9898 e 2613-4141.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:1 KARDEC, Allan. O Cu e o Inferno. Trad. Manuel Quinto. 13. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1994, Parte II, cap. IV, p. 304. 2

PEREIRA, Yvonne. Memrias de um Suicida. 16. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1991, Parte II, cap. 5, p. 132.

3 DURKHEIM, mile. mile Durkheim. So Paulo, Editora tica, 1979. 4

KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Guillon Ribeiro. 101. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1989. ______. O Livro dos Espritos. Trad. Guillon Ribeiro. 75. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1994.

5

6

CASTRO, Almerindo Martins de. O Martrio dos Suicidas. 10. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1989, p. 209.327 9

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 10

Um caso de suicdio por obsesso

Severino Barbosa

T

odas as religies crists ensinam que os maus Espritos podem exercer influncia malfica sobre os homens. Com base nessa premissa, pode um Esprito perseguidor induzir sua vtima prtica do suicdio? Claro que sim. O fato tem ocorrido com freqncia. Todavia, a vtima obsidiada, no uso e gozo do seu livre-arbtrio, pode, querendo, com o imprio da sua fora de vontade, resistir tentao e tornar-se vitoriosa. Porm, caso venha o obsidiado a ceder s sugestes do inimigo invisvel, e se suicidar, certamente consentiu. Inevitavelmente responder pela fraqueza perante as leis divinas, muito embora se leve em considerao, como fator atenuante, o aspecto obsessivo. interessante lembrar, tambm, que os maus Espritos, quando encontram em suas vtimas poderosas foras psquicas para rejeit-los, no lhes aceitando as ms sugestes, delas se afastam. Entretanto, retornam vez ou outra para conferir se suas presas continuam firmes em seus propsitos. E se no retorno perceberem que elas vacilam, o assdio ser dobrado. As conseqncias podero ser imprevisveis.10 328

bom que se saiba, guisa de esclarecimento doutrinrio, que o Esprito obsessor no o demnio como ensinam as religies dogmticas. Ele uma criatura humana invisvel. um homem (ou uma mulher) que viveu aqui na Terra e que foi injustiado, desencarnou com dio e desejo de represlia. Depois da morte, como Esprito livre, persegue do Alm aqueles que lhe fizeram o mal. Como o Esprito vingativo, esse acerto de contas chamado obsesso pelo Espiritismo. Assediando sua vtima, o obsessor pode lev-la no apenas ao suicdio, convencendo-a a isso, mas tambm aos crimes e aos vcios em geral. O livro O Cu e o Inferno, do mestre Allan Kardec, um vasto celeiro de casos dessa natureza. Com as nossas prprias palavras, levamos ao conhecimento do leitor um caso citado naquele livro, que bem caracteriza suicdio por malfica influncia espiritual. Conta-nos Kardec que o Sr. Antonio Bell era funcionrio de um Banco do Canad. Homem pacato e respeitado chefe de famlia. Para surpresa dos seus conhecidos e familiares, de repente ele comeou a variar, embora vez ou outra apresentasse perodos de lucidez. Em seus momentos de aparente fantasia psico-

lgica, imaginava haver comprado substncia venenosa em uma farmcia para envenenar algum, de quem no se lembrava precisamente. Vtima de alucinaes terrveis, o mal progredia desenfreadamente. Passava noites em claro. Tornou-se, assim, um elemento de perturbao e inquietao para toda a famlia, agravando-se ainda mais o problema, especialmente no perodo das quatro horas da tarde s nove horas da manh, quando ele se dirigia ao Banco a fim de cuidar dos seus afazeres profissionais, sem cometer a menor irregularidade. Exatamente nesse perodo de plena lucidez intelectual, costumava dizer sentir-se influenciado por um ser espiritual (seu guia) que o ajudava a realizar o trabalho sem erros. Porm, logo que retornava ao seu lar, as alucinaes voltavam a assedi-lo, implacavelmente. E perfeitamente consciente do mal de que estava acometido, embora no soubesse explicar a causa, exclamava desequilibrado: No; no; quereis iludir-me... lembro-me... verdade. Nesse lamentvel estado de esprito, o Sr. Antonio Bell enforcou-se em 28 de fevereiro de 1865. Evocado em sesso medinica a 17 de abril do mesmo ano, na Sociedade Esprita de Paris, presidida por Allan Kardec, confessou que em sua existncia passada amou terReformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 11

namente uma bela jovem e por ela foi correspondido. Entretanto, sendo pobre, foi rejeitado pela famlia dela, que era afortunada. Por esse motivo, teve ele o desprazer de v-la casar-se com um jovem de famlia rica e poderosa. E assim, desvairado de dor e embora no ntimo fosse contra qualquer ato de violncia, no dominou os impulsos do cime doentio. Envenenou seu rival na vspera do casamento, saciando o seu desejo de vingana. O Esprito comunicante, em sua comovente confisso, acrescentou que ao desencarnar muitos anos depois do fato, como castigo de sua falta, foi atormentado no mundo dos Espritos pela presena constante de sua vtima, como em geral ocorre nos casos de homicdio. Confessou que, assediado pelo remorso, arrependeu-se e fez preces em favor do Esprito que havia envenenado. Algum tempo depois, reencarnou. Porm, em sua nova existncia, vez ou outra era assediado pela intuio da culpa do crime de outrora. Eram as reminiscncias do seu passado culposo. Esse forte sentimento de culpa foi o bastante para que um Esprito obsessor, que era exatamente o pai da sua antiga vtima, que no o havia perdoado, se aproveitasse da situao e o levasse a constantes crises de alucinaes, culminando com o suicdio por enforcamento. Como vemos, o Esprito vingador conseguiu o seu objetivo. O Sr. Antonio Bell, ao mesmo tempo, foi perseguido pelo remorso do crime que cometeu em sua existncia anterior e pelo assdio do obsessor, genitor do jovem envenenado. Portanto, seu caso foi de suicdio por obsesso.Reformador/Setembro 2003

Aos Colaboradores de ReformadorCom o objetivo de facilitar o trabalho dos colaboradores de Reformador e dos servios da sua Redao, tendo em vista a nova diagramao da Revista, solicitamos aos articulistas o obsquio de atenderem, na medida do possvel, s seguintes observaes: 1. Aos artigos devero acompanhar, alm do nome do autor, seu endereo completo, telefone, fax e, se for o caso, o e-mail, o que facilitar os contatos da Redao com o autor. 2. Artigos formatados em processador de texto (justificados*) As matrias devero ter, de preferncia, at 58 linhas 3.119 caracteres (1 pgina da Revista) , ou at 174 linhas 9.357 caracteres (3 pginas), podendo conter ilustraes (fotos, etc.), que se relacionem com o assunto e tenham boa qualidade para impresso em cores. 2.1 No caso de assuntos especiais (pesquisas, trabalhos apresentados em congressos e outros), o limite acima no precisa ser observado. Todavia, nos textos superiores a 4 (quatro) pginas, pedimos que o artigo seja desdobrado em partes (exemplo: I, II, etc.), acompanhadas de Referncias bibliogrficas; 2.2 recomendvel a utilizao da fonte Times, tamanho 12, papel formato A4, em uma coluna, preferencialmente em Word e observando-se a rgua-padro (15cm). 3. Textos datilografados: Com os mesmos limites de linhas e as ilustraes a que se refere o item 2. 4. Referncias bibliogrficas: Quando a citao de uma obra feita pela primeira vez, a sua referncia deve ser completa. Exemplo: PEREIRA, Yvonne A. Luz do Consolador. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1997, p. 9-10. 5. Os trabalhos podero ser enviados por via postal: a) em folhas datilografadas ou impressas; b) atravs de disquete; Endereo: Federao Esprita Brasileira Revista Reformador Rua Souza Valente, 17 So Cristvo 20941-040 Rio de Janeiro (RJ). c) ou via e-mail para: [email protected] 6. Nas citaes usadas nos artigos devero constar: Autor, obra, captulo e pgina.*Margens esquerda e direita, e recuos nos pargrafos.

329

11

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 12

Sem choques uma caracterstica marcante na personalidade humana o acomodamento. Com raras excees, mais cedo ou mais tarde, as pessoas renunciam iniciativa. Exemplo tpico o aposentado. aquele cidado que trabalhou durante dcadas. Lutou, enfrentou problemas, persistiu, habilitou-se estabilidade financeira e conclui que tempo de descansar. Reduzindo suas atividades ao mnimo, entrega-se ao dulce fare niente, adotando a postura de papo pro ar. Esse comportamento equivale a um marcapasso evolutivo. Aprendemos com a Doutrina Esprita que o Esprito no retrograda, mas, freqentemente, estaciona. Se passam as horas, os dias, os anos, sem que nos envolvamos com o empenho de aprender, o esforo da renovao, o exerccio da solidariedade, o cultivo do ideal, a Vida roda em falso. No samos do lugar.

Richard Simonetti

H

tre o certo e o errado, o virtuoso e o vicioso, o bem e o mal, a verdade e a mentira Entram em cena, no palco das convices negligenciadas, o adultrio, o palavreado chulo, a mentira, o vcio, a agressividade, a maledicncia, a disposio em tirar vantagem, a corrupo Bem sei que no est muito correto, mas ningum de ferro!

...Quando essa dupla sinistra toma conta, s a morte d jeito. A perda do corpo fsico impe drstica reviso existencial. Envolve angstias e perplexidades que marcam os descuidados das aquisies espirituais a que se referia Jesus, ao proclamar (Mateus, 6:19): No ajunteis tesouros na terra, onde a traa e a ferrugem destroem e onde os ladres arrombam e roubam. Deixar a Terra sem os tesouros espirituais candidatura certa a tormentos no Alm.

como o indigente que se habitua a viver miseravelmente, contentando-se com migalhas. E no Alm h uma agravante: ningum morre de fome ou frio, o que favorece a indolncia. O jeito um novo choque: a reencarnao. O retorno s lides humanas concede-lhe a bno do recomeo, sem a lembrana do passado, a fim de que supere o amornamento. Por outro lado, impe-lhe o benfico desafio de sustentar o novo corpo, sob inspirao do instinto de conservao, que a nsia de viver. Ser preciso exercitar o trabalho, contrariando o acomodamento. Ser mais um dos incontveis choques, que se sucedero, envolvendo o nascer e o morrer, o renascer e o remorrer, para vencer a dupla terrvel, incrivelmente resistente.

...Melhor seria se pudssemos acelerar esse processo. Crescer a partir de nosso prprio esforo, sem a necessidade de to drsticos estmulos. No difcil. Basta que, aqui ou no Alm, no percamos o el. Que estejamos dispostos a cultivar a companhia de outra dupla, esta dinmica, libertadora, indicada pelo Esprito de Verdade, em O Evangelho segundo o Espiritismo: O amor e a instruo. Amar , fundamentalmente,Reformador/Setembro 2003

...Bem, leitor amigo, com o passar do tempo, funciona a capacidade de adaptao do Esprito. Ainda que segregado em regies purgatoriais, compatveis com seus demritos e comprometimentos, tende a ocorrer novo acomodamento.

...Pior que o acomodamento: o amornamento. quando o indivduo se permite uma coexistncia pacfica en12 330

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 13

querer o bem de algum. Por isso, quem ama de verdade est sempre empenhado em fazer algo por seu amado, como ocorre com as mes em relao aos filhos. E sempre haver gente para ser beneficiada, se cultivarmos amor pela Humanidade.

Instruir-se penetrar no mundo do conhecimento, alargando horizontes. Quem se empenha nesse sentido v melhor, equaciona com propriedade seus problemas, supera suas dificuldades, principalmente quando cogita dos porqus da Vida, atento aos valores espirituais.

Se persistirmos, caminharemos mais depressa, habilitando-nos a viver em planos mais altos do Infinito. Sem acomodamentos ou amornamentos. E, suprema felicidade: Sem choques.

Lio do cotidianoIaponan A. da Silva

Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes sobre a Terra, ser ligado no Cu: e tudo o que desligardes sobre a Terra, ser desligado no Cu.(Mateus, 18:18.)

C

aminhvamos naturalmente pela rua, num desses belos dias no Rio de Janeiro, cidade que nos concede de dia um sol escaldante e, noite, um belo teto de estrelas, quando deparamos com um anncio de cinema, ferico e retumbante, com os dizeres intitulativos de mais um filme: As Ligaes Perigosas. Seguimos nosso caminho e pusemo-nos a meditar sobre aquele ttulo traduzido da pelcula francesa Les Liaisons Dangereuses , pois nosso hbito comparar os acontecimentos materiais com a realidade espiritual, e, atravs desses confrontos, tirarmos lies e ilaes proveitosas para o nosso pobre esprito.

Assim que chegamos ao lar, fomos at a nossa modesta biblioteca e consultamos o dicionrio. L estava: Ligao ato ou efeito de ligar; juno; unio; relao; nexo; vnculo; amizade. Passamos ento a fazer a seguinte anlise de nossas necessidades espirituais a partir das palavras que definiam o vocbulo ligao. Como seres gregrios, andamos associados, ou seja, ligados a algo ou algum. Estaremos certos na escolha da companhia ou do ideal? Com que pessoas, grupos, associaes ou ideais fazemos juno? Dessa unio, quais os frutos? Lembremo-nos da parbola evanglica de que m rvore no d bons frutos. Quais as relaes que mantemos em nossas vidas? So daquelas que nos asfixiam e prendem ao solo ou daquelas que nos estimulam o ideal e enobrecem a vida? Nessa relao que nos liga aos outros haver nexo de boa inteno? Estaremos entendendo as clarinadas de luz que despontam dos enuncia-

dos espritas ou estaremos vivendo sem nexo? At onde nossa vinculao ao Evangelho, s verdades eternas, aos compromissos assumidos?... Para ns, espritas, vincularmo-nos ao movimento de redeno espiritual no mero formalismo tico. algo mais, que nos pede trabalho, suor, lgrimas. Estaremos sendo dignos da Amizade do Cristo? Amizade que nos honra, fortalece e dignifica? Ou estaremos buscando a amizade das transitoriedades terrenas e das temporalidades humanas? Lembremo-nos, prezados irmos em Cristo, da necessidade urgente e inadivel de nos desvencilharmos de vez das ligaes perigosas, dos elos que ainda nos ligam aos erros seculares que vm amargurando nossas existncias. Liguemo-nos, sim, e de uma vez por todas, aos Planos Superiores da Vida, atravs de trabalho redentor, cientes de que, se cumprirmos retamente os nossos deveres, ligando nossas vidas Seara Esprita na Terra, por certo estaremos ligando nossa destinao destinao daqueles que trabalham em prol da Humanidade nos Cus.331 13

Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 14

A matria escura do Universo e as constantes fundamentaisSuely Caldas Schubert

Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais ser ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitar.

I

Allan Kardec (A Gnese, cap. I, it. 55.)

nforma o matemtico, astrofsico e doutor em cosmologia Stephen Hawking1, o mais famoso fsico terico da atualidade, no seu livro O Universo numa casca de noz, que o telescpio espacial Hubble que opera em rbita a 300 quilmetros da Terra tem possibilitado sondar mais profundamente o espao, mostrando bilhes e bilhes de galxias de variadas formas e tamanhos. Cada galxia possui incontveis bilhes de estrelas, muitas com planetas sua volta (s a Via-Lctea tem 100 bilhes de estrelas). Buracos negros misteriosos, cuja fora gravitacional devora at a luz, corpos celestes situados a distncias colossais, nuvens de gases, asterides flutuando pelo espao, mas o que vemos, segundo os fsicos e cosmologistas, s uma pequena amostra do cosmo, cerca de 5%. O que tambm importante ressaltar so as informaes de que a imensido csmica preenchida14 332

fundamentalmente pela chamada matria escura, e, segundo assinala a revista Super interessante (outubro de 2002), esta uma espcie de fluido invisvel que se esparrama pelo espao. Nesse campo da cosmologia tm sido feitas importantes descobertas e crescente o interesse das pessoas sobre o tema, tanto que o livro mencionado tem tido notvel repercusso, a exemplo de um outro livro de Hawking, Uma breve histria do tempo, que permaneceu na lista de best sellers do London Sunday Times por mais de quatro anos. importante acompanharmos o avano da Cincia em todos os ramos do conhecimento, pois a Doutrina Esprita tendo um carter progressivo est aberta s novas descobertas, desde que estejam plenamente comprovadas. Allan Kardec, com sua notvel viso do futuro, ressalta em A Gnese, cap. I, item 55: [A Doutrina Esprita,] (...) apoiando-se em fatos, tem que ser, e no pode deixar de ser, essencialmente progressiva, como todas as cincias de observao. Pela sua substncia, alia-se Cincia que, sendo a exposio das leis da Natureza, com relao a certa ordem de fatos, no pode ser contrria s leis de Deus, autor daquelas leis. As descobertas que a Cincia realiza, lon-

ge de o rebaixarem, glorificam a Deus; unicamente destroem o que os homens edificaram sobre as falsas idias que formaram de Deus. (Grifo no original.) Vejamos, por exemplo, algumas das informaes relativas cosmologia, especificamente sobre a matria escura, pinadas do livro O Universo numa casca de noz. Indcios de matria escura Diversas observaes cosmolgicas indicam fortemente que deve haver muito mais matria em nossa e em outras galxias do que vemos. A mais convincente dessas observaes o fato de as estrelas nas margens das galxias espirais, como a nossa prpria Via-Lctea, orbitarem rpido demais para serem contidas em suas rbitas apenas pela atrao gravitacional de todas as estrelas que observamos. Sabemos, desde a dcada de 70, que h uma discrepncia entre as velocidades rotacionais das estrelas observadas nas regies externas das galxias espirais e as velocidades orbitais que se esperariam, segundo as leis de Newton, da distribuio das estrelas visveis na galxia. Essa discrepncia indica que deveria haver muito mais matria nas partes externas das galxias espirais.Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 15

A natureza da matria escura Os cosmologistas acreditam atualmente que, enquanto as regies centrais de galxias espirais consistem em grande parte em estrelas comuns, suas margens so dominadas por matria escura que no podemos ver diretamente. Mas um dos problemas fundamentais agora descobrir a natureza da forma dominante de matria escura nessas regies externas das galxias. Antes da dcada de 80, geralmente se supunha que essa matria escura fosse matria comum, composta de prtons, nutrons e eltrons, em alguma forma difcil de ser detectada: talvez nuvens de gs como estrelas ans brancas ou estrelas de nutrons, ou mesmo buracos negros. Entretanto, estudos recentes sobre a formao das galxias levaram os cosmologistas a acreditarem que uma frao significativa da matria escura deve ter forma diferente da matria comum. Talvez ela surja das massas de partculas elementares muito leves, como xions ou neutrinos.2

-nos da questo nmero 36 de O Livro dos Espritos, que transcrevemos a seguir: O Codificador pergunta aos Espritos Superiores: O vcuo [ou vazio, em outras tradues] absoluto existe em alguma parte no Espao universal? No, no h o vcuo. O que te parece vazio est ocupado por matria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos. Sabemos que Deus, esprito e matria constituem a trindade universal, o princpio de tudo o que

isto esto as leis e as foras e tal a perfeio e a harmonia que imperam em todo o cosmo que no pode haver outra concluso seno a de que somente poderiam ser resultantes de uma Inteligncia Suprema, o Criador de todas as coisas e seres. A no ser assim, o Universo seria resultado de uma srie incalculvel de coincidncias, hiptese muito mais absurda e improvvel.

...Em 1983 houve interessante simpsio promovido pela Royal Society, no qual foram enfocadas as constantes fundamentais. Isto quer dizer que existem no Universo determinados valores fixos que medem a grandeza de certas propriedades fixas da matria, tais como, a constante gravitacional universal, a massa do eltron em repouso, a massa do prton em repouso, e muitas outras o que nos informa o ilustre cientista e escritor esprita Hernani Guimares Andrade. Segundo este, a existncia dessas constantes fsicas conduz a impressionantes coincidncias em certos fenmenos naturais. Tais coincidncias, interpretadas luz de algumas proposies da chamada Nova Fsica, sugerem, conforme afirma M. Talbot (1988), que o Universo foi planejado com o objetivo de criar seres capazes de ob> serv-lo e compreend-lo.3333 15

...Quando lemos em livros ou em reportagens de jornais ou revistas atuais a informao de que os cosmologistas no conseguem decifrar o enigma da matria escura do Universo, de imediato recordamoReformador/Setembro 2003

existe, juntamente com o fluido csmico universal, conforme esclarece O Livro dos Espritos. (Q. 27.) Em A Gnese encontramos explicaes mais detalhadas acerca da matria csmica primitiva e que a divisa do braso do Universo unidade-variedade. o caso de perguntarmos: essa matria escura no seria a matria csmica universal? Pelas afirmativas do mais famoso astrofsico da atualidade, no h ainda uma explicao plausvel sobre o que seria essa matria escura e vrias tm sido as teorias para explic-la. Regendo tudo

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 16

Mencionamos a seguir trs exemplos das coincidncias citadas pelo Dr. Hernani: Primeiro Sabe-se que a vida de uma estrela resulta do equilbrio mantido constantemente entre as foras da gravidade e as do eletromagnetismo. As primeiras tendem a levar a estrela a um colapso gravitacional. Estas so contrabalanadas pelas foras do eletromagnetismo, que impedem a estrela de entrar em colapso. Esse equilbrio entre as duas foras de tal forma preciso, que inadmissvel supor seja uma coincidncia. Segundo Se no momento da formao do Universo, a fora da gravitao houvesse variado de uma grandeza to pequena como uma parte em 10 dozilhes, este delicadssimo equilbrio seria rompido e o Sol e as demais estrelas jamais se teriam formado. Terceiro Foi demonstrado que o oxignio e o carbono so produzidos no interior das estrelas em quantidades rigorosamente iguais. Estes elementos so absolutamente imprescindveis vida na Terra. Se um ou outro desses elementos houvesse predominado ligeiramente no Universo, a vida no teria sido possvel em nosso planeta e em outros orbes com biosfera semelhante nossa. (Dados extrados do livro Morte: Uma luz no fim do tnel.)3 Tudo no Universo expressa uma Inteligncia Suprema, como causa primria de todas as coisas. Entretanto, a Cincia, atravs de seus cones mais famosos, como o prprio Stephen Hawking, continua negando essa realidade, para a qual um dia despertaro. Herculano Pires, no seu exce16 334

>

lente livro O Esprito e o Tempo, referindo-se ao materialismo e negao de certas verdades, afirma: Vemos, assim, que as supersties dos selvagens, as suas prticas mgicas, no eram nem podiam ser de natureza abstrata, imaginria. Decorriam, como tudo na vida primitiva, de realidades positivas e de fatos concretos, conhecidos naturalmente dos selvagens, como sempre foram e so conhecidos dos homens civilizados, em todas as pocas e em todas as latitudes da terra. Somente nos momentos de grande refinamento intelectual, quando os homens constroem o seu mundo prprio, de abstraes mentais, e se encastelam nas suas tentativas de explicao racional das coisas, que essas realidades passam a ser negadas, por uma reduzida elite. O materialismo , portanto, uma espcie de flor de estufa, artificial, cultivada em compartimentos de vidro, que isolam a mente da realidade complexa da natureza.4 Quando os cientistas que hoje negam a existncia de Deus, da imortalidade da alma, das vidas sucessivas, da comunicabilidade dos Espritos e de todas as questes atinentes espiritualidade do ser humano descobrirem essa realidade tero dado um passo muito mais importante do que aquele que foi dado no solo lunar. Ser um passo para a conquista do reino dos cus, que no necessita do telescpio mais potente do mundo e, sim, um olhar para dentro de si mesmos, de onde descobriro a lei divina insculpida na prpria conscincia. Deixamos com Lon Denis as belas palavras finais: Se a Terra evolucionasse com estrondo; se o mecanismo do mun-

do se regulasse com fracasso, os homens, aterrorizados, curvar-se-iam e creriam. Mas, no! A obra formidvel se executa sem esforo. Globos e sis flutuam no Infinito, to livres quanto plumas sob a brisa. Avante, sempre avante! O rondar das esferas se efetua guiado por uma potncia invisvel. (...) Tudo quanto na Natureza e na Humanidade canta e celebra o amor, a beleza, a perfeio, tudo que vive e respira mensagem de Deus. As foras grandiosas que animam o Universo proclamam a realidade da Inteligncia divina; ao lado delas, a majestade de Deus se manifesta na Histria, pela ao das grandes Almas que, semelhantes a vagas imensas, trazem s plagas terrestres todas as potncias da obra de sabedoria e de amor. E Deus est, assim, em cada um de ns, no templo vivo da conscincia. aquele o lugar sagrado, o santurio em que se encontra a divina centelha. (Grifei.)5REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS:1

HAWKING, Stephen nascido em 1942 em Oxford, Inglaterra matemtico, astrofsico e doutor em cosmologia pela Universidade de Cambridge, onde ocupa a cadeira de Newton como professor lucasiano de matemtica. considerado o mais brilhante fsico terico desde Albert Einstein.

HAWKING, Stephen O Universo numa casca de noz. Trad. Ivo Korytowski Editora Mandarim 2002. ANDRADE, Hernani G. Uma luz no fim do tnel FE Ed. So Paulo, 1999.4 3

2

PIRES, Herculano O Esprito e o Tempo Ed. Pensamento So Paulo 1964. I Parte, cap. I, item 2, p. 20.

5

DENIS, Lon. O Grande Enigma. 11.ed. Rio de Janeiro: FEB, 1999, 1a Parte, p. 27, 29 e 30.Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 17

ENTREVISTA: VANDERLEI MARQUES

Movimento Esprita nos Estados UnidosO desenvolvimento do Movimento Esprita nos Estados Unidos da Amrica relatado por Vanderlei Marques, Presidente do Conselho Esprita dos Estados Unidos, em entrevista para a Redao P. Voc j era esprita antes de se radicar nos Estados Unidos? Vanderlei Sim. Nasci num lar esprita, em Soledade, no Estado do Rio Grande do Sul, onde, na poca, havia uma recm-fundada casa esprita: o Centro Esprita Luz e Caridade, freqentado pelos meus pais e demais parentes. P. Como surgiu o Centro Esprita que dirige? Vanderlei A Allan Kardec Spiritist Society of Maryland Inc., situada em Rockville, Estado de Maryland, na regio metropolitana de Washington D.C., teve sua origem nas reunies semanais de trs casais de brasileiros que, em meados de 1985, deram incio a um estudo conjunto das obras bsicas. Tratava-se de dois coronis do Exrcito brasileiro servindo em Washington D.C., Walter Bittencourt e Alfredo Arajo, alm do Representante do Banco do Brasil, na poca, Antnio Bomfim, e respectivas esposas. Com o tempo, novos integrantes juntaram-se a eles, ns inclusive, e, simultaneamente ao crescimento do grupo e ao incentivo de parte de oradores e orientadores como Divaldo Franco e Raul Teixeira, deu-se incio a um processo de incorporao da instituio nascente sob a forma de sociedade caritativa de acordo com leis estaduais e federais, aps, naturalmenReformador/Setembro 2003

te, a preparao e aprovao do Estatuto e constituio de uma Diretoria e de um Conselho Fiscal.

Vanderlei Marques

P. O Movimento Esprita tem-se desenvolvido nos Estados Unidos? Vanderlei Sim, sem dvida, em particular aps a criao do United States Spiritist Council (USSC), em portugus, Conselho Esprita dos Estados Unidos e que, desde sua filiao ao Conselho Esprita Internacional (CEI), representa o Movimento Esprita deste pas. Sob sua direo um Congresso Esprita Internacional ocorreu em Miami, Flrida, em 2000; minicongressos tm sido levados a cabo em cidades vrias como Nova York e Boston, com a perspectiva de serem realizados em outras capitais; seminrios tm sido promovidos

em Washington D.C., Miami, Nova York, Boston, Los Angeles e So Francisco, sobre temas como: Preparao de Trabalhadores do Centro Esprita, Preparao de Expositores da Doutrina Esprita, Preparao de Instrutores do Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita e Preparao de Evangelizadores Espritas da Infncia e da Juventude, entre outros. Afora isso, o Conselho promove a seleo de oradores e roteiros pelo Pas de acordo com a preferncia da maioria das instituies beneficirias, filiadas ou no ao Conselho. Muito importante tambm o incentivo s entidades espritas nos Estados Unidos para que se incorporem e se associem ao Conselho, uma vez que somente unidos seremos vitoriosos na unificao do Movimento Esprita. Promover a unio dos Centros Espritas e a unificao do Movimento so os objetivos maiores do Conselho. P. Os Centros Espritas se localizam em todas as regies dos EUA? Quantos so? Vanderlei Infelizmente, a resposta primeira pergunta negativa, uma vez que no h instituies espritas em todas as regies dos Estados Unidos. Com relao segunda pergunta, diramos que existem, aproximadamente, 70 instituies espritas em todo o pas, das335 17

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 18

quais somente 17 so centros ou sociedades incorporados, legalizados, com personalidade jurdica, por outras palavras. P. Como aconteceu a fundao do Conselho Esprita dos Estados Unidos? Vanderlei Durante o Encontro Esprita de Miami, em 1994, chamou-nos a ateno a atuao de Nestor Joo Masotti, Altivo Ferreira e Benjamin Rodriguez Barrera, numa reunio do recm-criado Conselho Esprita Internacional, com a participao de representantes de vrios pases e que se realizavam simultaneamente as conferncias e palestras do mencionado Encontro de 1994. Naquela sala entramos, por acaso, julgando tratar-se de mais uma atividade, conferncia ou seminrio do Encontro. Ao final da Reunio aproximamo-nos dos trs companheiros e os convidamos para virem at Washington D.C., manifestando-lhes nosso antigo desejo de fundao de uma entidade representativa do Movimento Esprita dos Estados Unidos. De 1994 a 1996 recebemos vrias visitas em Washington, em particular de Nestor Masotti e Benjamin Rodriguez, ento Presidente da Federao Esprita da Flrida. De nossa parte, igualmente, visitamos a Federao Esprita da Flrida e estivemos na sede do CEI, em Braslia, em duas oportunidades. Ao saber de nosso intento recebemos, igualmente, um grande incentivo de Raul Teixeira em face das dificuldades com que nos deparvamos naquele incio de processo. Em novembro de 1996 tivemos uma primeira reunio em Washington D.C., com dirigentes de instituies espritas norte-americanas, onde se decidiu criar uma Comisso18 336

Provisria integrada por trs brasileiros e trs hispnicos para levantamento das instituies existentes no Pas e a preparao de um anteprojeto de Estatuto para a entidade que se tencionava criar. Acordou-se, tambm, encontrarmo-nos novamente no ano seguinte, aps a concluso da reviso e anlise do Estatuto. Efetivamente, em 15 de novembro de 1997, dirigentes de instituies espritas norte-americanas encontraram-se pela segunda vez em Washington D.C. e aps discusso e aprovao do Estatuto em Assemblia Geral, fundou-se oficialmente o United States Spiritist Council. P. Desde quando o USSC est participando do Conselho Esprita Internacional? Vanderlei O United States Spiritist Council tornou-se membro do CEI em 9 de outubro de 1999 por ocasio da 6a Reunio

O Conselho Esprita dos Estados Unidos tem uma grande misso pela frente: a de ampliar a disseminao da Doutrina atravs de obras espritas em lngua inglesa

Ordinria do CEI, em Montevidu, Uruguai. P. O fato de circularem nos EUA muitos livros sobre fenmenos, principalmente, de sensaes de desdobramento, isso predispe ao interesse pelo Espiritismo? Vanderlei At certa medida, cremos que sim a partir do momento em que a referncia a tais fenmenos e sensaes de desdobramento mantm acesa a chama da possibilidade de comunicao com o mundo dos Espritos. A literatura americana vasta sobre fenmenos espritas que, alis, sabemos no serem propriedade de Centros Espritas. O que falta, evidentemente, ao autor norte-americano, o entendimento e a explicao dos fenmenos luz do Espiritismo, como tambm a noo da responsabilidade medinica do dar de graa o que de graa recebemos. Livros como o do psiquiatra americano Bryan Weiss, tambm conhecido no Brasil, propagam hoje em dia a idia da reencarnao e a possibilidade de comunicao com Espritos. E como Weiss, h vrios outros autores de obras similares abrangendo os mais variados fenmenos espritas. Alm disto, outros estudos, como o relativo eficcia da prece e do passe, por exemplo, esto merecendo, atualmente, sria ateno nos meios cientficos. Neste sentido, o Conselho Esprita dos Estados Unidos tem uma grande misso pela frente: a de ampliar a disseminao da Doutrina atravs de obras espritas em lngua inglesa. P. Qual o planejamento do Conselho Esprita dos Estados Unidos para etapas de curto e mdio prazo? Vanderlei Alm de darmos continuidade s atividades queReformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 19

mencionamos anteriormente, a de assistir, de forma mais efetiva, reviso de obras espritas vertidas para o ingls em pleno entendimento e acordo com as partes envolvidas: tradutores e detentores de direitos autorais. Deveremos, igualmente, continuar desenvolvendo o website do Conselho Esprita dos Estados Unidos para que se torne um veculo realmente til ao fortalecimento da unificao do Movimento e a disseminao da Doutrina, afora

veicular outras informaes e recomendaes que interessam de perto s entidades espritas e aos espritas em geral. Alm disso, nossa campanha maior de unio das Casas Espritas e de unificao do Movimento Esprita, objetivos primeiros do Conselho, da mesma forma, continuar sendo nosso alvo permanente. P. Teria uma mensagem aos espritas do Brasil? Vanderlei Sim, em nome do

Conselho Esprita dos Estados Unidos, agradecimentos aos oradores e conferencistas espritas brasileiros que tm visitado este pas trazendo suas palestras esclarecedoras e solidariedade para com todos os espritas do Brasil nessa busca conjunta de divulgao da obra de Kardec e das mensagens dos Espritos superiores, objetivando-se, entre outros fins, que a paz e a fraternidade se instaurem aqui, no Brasil e no mundo inteiro.

Deus te vDeus te v, alma querida, Quando te pes na trilha escura, Para ajudar aos filhos da amargura Que tanta vez se vo Como sombras errantes no caminho Chagas pensantes ao relento , Entre as nuvens do P e as pancadas do Vento, Com saudades do Po... Deus te v a mensagem de bondade Com que suprimes ou reduzes As provaes, as lgrimas e as cruzes Dos que vagam na rua sem ningum, E te agradece as posses que desprendes, No auxlio ao companheiro em desamparo, Seja um tesouro inesperado e raro, Seja um simples vintm!... Deus te v quando estendes brao amigo Aos que carregam lenhos de tristeza, Doando-lhes o afeto, o abrigo, a mesa, O remdio, a camisa, o cobertor... E, por altos recursos sem que o saibas, Manda que a Lei te aumente os dons divinos, Em mais belos destinos, Para a glria do amor.Reformador/Setembro 2003

Deus te v na palavra com que ensinas A senda clara e boa Da verdade que alenta e que abenoa Sem perturbar e sem ferir... E determina aos homens que teu verbo Seja apoiado, aceito E ouvido com respeito, Na construo excelsa do porvir. Deus te v quando acolhes sem revide O golpe da pedrada que te insulta, O braseiro da ofensa, a dor oculta Em ferida mortal... E te louva o perdo espontneo e sincero Com que ajudas o Cu no trabalho fecundo De extinguir sem alarde, entre as sombras do [mundo, A presena do mal!... Deus te v, atravs da caridade!... Mas no s isso... Em paz calada e santa, Pede algum que te siga e te garanta Na jornada de luz!... E, por isso, onde ests, rujam trevas em torno, Sofras humilhao, injria, cativeiro, Tens contigo um sublime companheiro: Nosso Amado Jesus!...Maria Dolores Fonte: XAVIER, Francisco Cndido. Poetas Redivivos. 3. ed., Rio de Janeiro: FEB, 1994, cap. 113, p. 161-162.337 19

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 20

Suicdio moral

V

rios so os mecanismos que desencadeiam o autocdio. Multiplicam-se desde aqueles de natureza moral aos terrveis sofrimentos que defluem de enfermidades degenerativas e dolorosas, passando pelos dramas existenciais e torpezas do comportamento, aflies econmicas e sociais... Dentre outros, os transtornos psicolgicos em forma de depresso respondem por altas cifras de desencarnaes pelo suicdio. H, no entanto, uma forma insidiosa e traioeira de autodestruio, de referncia ao corpo somtico, que no passa de instrumento indireto para atingir o mesmo fim. Esse cruel adversrio da vida o cultivo de idias mrbidas e perturbadoras, que se instalam como pessimismo ou culpa, desestruturando o ser nos seus objetivos elevados. Inicialmente surgem como pensamentos infelizes que prosseguem, fixando-se e alienando o indivduo que foge ao convvio saudvel com outras pessoas, transformando-se em conflitos destrutivos que terminam de maneira penosa, injustificvel.

...A vida fsica oportunidade sublime para o crescimento ntimo e a auto-iluminao, que no pode ser exposta a esses fatores de desagregao e perda.20 338

Da mesma forma, o hbito doentio de entregar-se aos vcios, sejam quais forem, desde aqueles que criam dependncia qumica ou os que se fazem compromissos morais devastadores, culminando no esfacelamento das foras com o conseqente fenmeno da desencarnao. O corpo instrumento da Vida com finalidades especficas, que deve ser preservado a qualquer preo. A partir dos hbitos saudveis de higiene at aos do trabalho dignificante em favor da sua manuteno, a fim de mant-lo em equilbrio conforme os costumes da sociedade, apresenta-se a necessidade de oferecer-lhe auxlio para os equipamentos que o constituem, atravs dos contributos morais que melhormente o preservam. Sem as disciplinas hbeis, que conservam as funes de que se constitui, facilmente degenera e sucumbe. Sob condicionamentos infelizes e sujeio de drogas desgastantes ou vapores mentais txicos, a sua maquinaria desajusta-se e interrompe a marcha. Certamente aquele que assim procede, por negligncia ou indiferena, est contribuindo para a prpria desencarnao, sub-repticiamente desejando-a. menos responsvel aquele que, mediante gesto intempestivo e alucinado, atira-se no abismo do suicdio covarde, do que o indivduo que dispe de tempo para a reflexo e a mudana de comportamento, no obstante prosseguindo

no programa de desrespeito vida conforme se entrega.

...Nada justifica o ato insano do autocdio. A noite tempestuosa de hoje sempre cede lugar ao dia claro e risonho de amanh. Dor instrumento de reflexo e anlise de como se est vivendo, enquanto que os acidentes e incidentes sociais e morais so chamados de ateno de que dispe a Vida para o auto-aprimoramento do ser. Tem pacincia, pois, em qualquer situao em que te encontres, e aguarda a Divina Providncia. Coisa alguma acontece fora das Leis Csmicas e das necessidades de evoluo. No poucas vezes, quando algo negativo ou perturbador, em forma de desar ou enfermidade, chega-te, afligindo-te, e a Vida chamando-te reflexo em torno daquilo que necessita ser corrigido e deves averigu-lo para logo o fazer. Preserva o teu corpo, preparando-o para servir-te de domiclio pelo perodo mais largo possvel, a fim de que, ao desencarnares, no te ds conta de que te encontras entre aqueles que chegaram Ptria espiritual antes da hora, pelo nefando instrumento do suicdio indireto.Joanna de ngelis (Pgina psicografada pelo mdium Divaldo P. Franco, na noite de 26 de junho de 2002, na reunio do Centro Esprita Caminho da Redeno, em Salvador, Bahia.)Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 21

ESFLORANDO O EVANGELHO

Emmanuel

Contempla mais longePorque com a mesma medida com que medirdes tambm vos mediro. Jesus. (Lucas, 6:38.)Para o esquim, o cu um continente de gelo, sustentado a focas. Para o selvagem da floresta, no h outro paraso, alm da caa abundante. Para o homem de religio sectria, a glria de alm-tmulo pertence exclusivamente a ele e aos que se lhe afeioam. Para o sbio, este mundo e os crculos celestiais que o rodeiam so pequeninos departamentos do Universo. Transfere a observao para o teu campo de experincia diria e no olvides que as situaes externas sero retratadas em teu plano interior, segundo o material de reflexo que acolhes na conscincia. Se perseverares na clera, todas as foras em torno te parecero iradas. Se preferes a tristeza, anotars o desalento, em cada trecho do caminho. Se duvidas de ti prprio, ningum confia em teu esforo. Se te habituaste s perturbaes e aos atritos, dificilmente sabers viver em paz contigo mesmo. Respirars na zona superior ou inferior, torturada ou tranqila, em que colocas a prpria mente. E, dentro da organizao na qual te comprazes, vivers com os gnios que invocas. Se te detns no repouso, poders adquiri-lo em todos os tons e matizes, e, se te fixares no trabalho, encontrars mil recursos diferentes de servir. Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga ser sempre em tua apreciao aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que aplicares Natureza, obra viva de Deus, a Natureza igualmente te medir.Fonte: XAVIER, Francisco Cndido. Po Nosso, 21. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2001, captulo 72, p. 155-156.

Reformador/Setembro 2003

339

21

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 22

FEB/CFN COMISSES REGIONAIS

Reunio da Comisso Regional CentroA Reunio Ordinria de 2003 da Comisso Regional Centro do Conselho Federativo Nacional da FEB realizou-se em Goinia (GO), no perodo de 4 a 6 de julho, com 68 participantes de todas as Federativas da Regio: Federao Esprita do Distrito Federal (9 integrantes), Federao Esprita do Estado do Esprito Santo (9), Federao Esprita do Estado de Gois (11), Federao Esprita do Estado de Mato Grosso (11), Federao Esprita de Mato Grosso do Sul (9), Unio Esprita Mineira (10) e Federao Esprita do Estado do Tocantins (9). A delegao da FEB compareceu com o Presidente e mais 13 integrantes. Total de participantes: 82. Reunio Geral A Reunio Geral teve incio na noite de sexta-feira (dia 4), com prece e palavras de saudao aos visitantes pelo Presidente da Federativa anfitri, Weimar Muniz de Oliveira. O Coordenador da Reunio passou a palavra ao Presidente da FEB, Nestor Joo Masotti, e Vice-Presidente Ceclia Rocha, para transmitirem suas mensagens aos companheiros das Federativas da22 340

Sesso Plenria: Dirigentes da FEB e das Federativas. Em p, Honrio de Abreu (UEM)

Regio Centro; em seguida, prestou informaes sobre a Pauta dos trabalhos, fez a apresentao dos componentes da delegao da FEB e convidou os Dirigentes a apresentarem os companheiros de suas Federativas. A Reunio Geral foi interrompida, instalando-se, nas respectivas salas, as reunies setoriais dos Dirigentes e das seis reas especficas: da Atividade Medinica, da Comunicao Social Esprita, do Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita, da Infncia e Juventude, do Servio de Assistncia e Promoo Social Esprita e do Atendimento Espiritual no Centro Esprita. Reunio dos Dirigentes Essa reunio contou com os seguintes participantes: pela FEB

Nestor Joo Masotti (Presidente), Altivo Ferreira (Coordenador), Umberto Ferreira (Secretrio) e Antonio Cesar Perri de Carvalho (Assessor); pelas Federativas, os seguintes Dirigentes (alm de alguns assessores): Distrito Federal Csar de Jesus Moutinho (FEDF); Esprito Santo Dalva Silva Souza (FEEES); Gois Weimar Muniz de Oliveira (FEEGO); Mato Grosso Lacordaire Abraho Faiad (FEEMT); Mato Grosso do Sul Maria Tlia Bertoni (FEMS); Minas Gerais Honrio Onofre de Abreu (UEM); Tocantins Leila Ramos (FEETO). Proferida a prece de abertura, foi apresentado o projeto Capacitao Administrativa dos Dirigentes Espritas pelo seu coordenador, Antonio Cesar Perri de Carvalho, definindo-se trs plos sub-regionais,Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 23

onde ser ministrado o curso Capacitao Administrativa para a Gesto de Casas Espritas destinado formao de multiplicadores , nos seguintes locais e datas: Plo Esprito Santo/Minas Gerais (Vitria, 15-16 de novembro/03); Plo Mato Grosso/Mato Grosso do Sul (Cuiab, 22-23 de novembro/03); e Plo Distrito Federal/ /Gois/Tocantins (Goinia, 6-7 de dezembro/03). O assunto da reunio Como preparar o Centro Esprita para o atendimento ao pblico a fim de orientar a Famlia e integr-la nas suas atividades foi debatido e aprofundado pelos Dirigentes, que expuseram as atividades e projetos desenvolvidos, assim como as experincias colhidas, em sua ao junto s Instituies Espritas para o apoio famlia. Foi designado um Grupo de Trabalho para elaborar projeto com o objetivo de fortalecer a campanha sobre a vida em famlia, para implementao pelas Federativas estaduais. Os Dirigentes informaram a quantidade de Centros Espritas existentes e respectiva filiao s Federativas, como segue:

Participantes da Reunio da C. R. Centro

Distrito Federal 110 Centros Espritas e 84 filiados FEDF; Esprito Santo cerca de 120 CEs e 96 filiados FEEES; Gois cerca de 600 CEs e 447 filiados FEEGO; Mato Grosso 112 CEs e 66 filiados FEEMT; Mato Grosso do Sul 160 CEs e 98 adesos FEMS; Minas Gerais cerca de 1.500 CEs e 1.240 filiados UEM; e Tocantins cerca de 38 CEs e 35 adesos FEETO. O Presidente da FEB fez uma abordagem sobre a editorao do livro esprita pela FEB, sua apresentao em visual, dimenso e diagramao mais modernos, e a participao com um stand na Bienal Internacional do Livro, quando houve o lanamento da Coleo A Vida no Mundo Espiritual, que rene 13 livros do Esprito Andr

Luiz, psicografados por Francisco Cndido Xavier; reportou-se s providncias que devem tomar as Casas Espritas para reforma de seus Estatutos, em face das exigncias do novo Cdigo Civil, conforme orientaes da Assessoria Jurdica da FEB [publicadas em Reformador de agosto, p. 18-20]; referiu-se homenagem prestada pela Cmara Federal a Francisco Cndido Xavier, em 26 de junho passado; deu informao sobre o projeto Portal da FEB na Internet e acerca do Congresso Esprita Mundial de 2004. A prxima reunio ser realizada em Campo Grande (MS), no perodo de 25 a 27 de junho de 2004, com abordagem do assunto: Como preparar o Centro Esprita para atender famlia e integr-la nas suas atividades (avaliao da implementao do projeto correspondente). Sesso Plenria Na manh de domingo (dia 6) ocorreu a Sesso Plenria, com o reincio da Reunio Geral, sendo apresentados os relatos das atividades das reunies setoriais, abaixo resumidos: rea da Atividade Medini341 23

Sesso Plenria (esq./dir.): Secretrio da CRC e coordenadores das reas especficasReformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 24

ca, coordenada por Marta Antunes de Oliveira Moura, com o apoio de Edna Maria Fabro. Assunto da reunio: Apresentao de atividades experienciais bem-sucedidas na rea medinica. Assunto para a prxima reunio: Dilogo com os Espritos. rea da Comunicao Social Esprita, coordenada por Merhy Seba. Assunto da reunio: O Livro Esprita: a) Marketing do Livro Esprita; b) Responsabilidade social e doutrinria do Autor; c) Repercusso no leitor. Assunto para a prxima reunio: Kardec e a Comunicao Social Esprita: 1. Como entender a CSE na viso de Kardec; 2. Difuso, divulgao e proselitismo; 3. O trabalhador esprita como mdia. Assuntos gerais: Apreciao das pesquisas sobre o livro esprita pelas Federativas. rea do Estudo Sistematizado da Doutrina Esprita, supervisionada pela Vice-Presidente Ceclia Rocha e coordenada por Elzio Antnio Cornlio, com o apoio de Tossie Yamashita. Assuntos da reunio: 1. Curso de formao e de aperfeioamento para monitores do ESDE; 2. Censo 2003. Assuntos para a prxima reunio: 1. Curso de Formao de Monitores (Oficina a ser realizada pelas Federativas da Regio); 2. Censo 2004. rea da Infncia e Juventude, coordenada por Rute Vieira Ribeiro, com o apoio de Miriam Lcia Dusi. Assunto da reunio: Juventude Esprita: Resultado dos projetos apresentados na Comisso Regional Centro de 2002. Assunto para a prxima reunio: Acompanhamento da execuo dos Projetos elaborados no IV Encontro Nacional de Diretores de DIJ.24 342

rea do Servio de Assistncia e Promoo Social Esprita, coordenada por Jos Carlos da Silva Silveira. Assunto da reunio: Elaborao pelas Federativas de uma proposta para o estudo do Manual de Apoio do SAPSE. Assuntos para a prxima reunio: 1. As Polticas Pblicas e a Assistncia e Promoo Social Esprita; 2. Sugestes de modelos de curso para elaborao de Projetos Sociais; 3. Experincias de projetos sociais em sistemas de rede e parcerias. rea do Atendimento Espiritual no Centro Esprita, sob a coordenao conjunta de Maria Euny Herrera Masotti e Umberto Ferreira. Assuntos da reunio: Anlise da Reunio de Assistncia Espiritual item IV de Orientao ao Centro Esprita; 2. Anlise do Culto do Evangelho no Lar item XI

de Orientao ao Centro Esprita. Tratou-se, tambm, do exame da abrangncia da rea de Atendimento Espiritual. Assunto para a prxima reunio: Implantao do Atendimento Espiritual. Reunio dos Dirigentes: O Secretrio da Comisso fez uma sntese dos assuntos tratados pelos Dirigentes das Federativas. Ao final dos trabalhos, o Coordenador concedeu a palavra aos Dirigentes para suas consideraes finais e despedidas, sendo ressaltado o clima de fraternidade que a todos envolveu naqueles dias, assim como os excelentes resultados da Reunio. O Presidente da FEB falou em nome da sua delegao, encerrando-se o evento com a prece proferida pela Presidente da FEMS, anfitri da prxima reunio, em 2004.

BrasilDesde o Nilo famoso, aberto ao sol da graa, Da virtude ateniense grandeza espartana, O anjo triste da paz chora e se desengana, Em vo plantando o amor que o dio despedaa, Tribos, tronos, naes... tudo se esfuma e passa. Mas o torvo drago da guerra soberana Ruge, fere, destri e se alteia e se ufana, Disputando o poder e denegrindo a raa. Eis, porm, que o Senhor, na Amrica nascente, Acende nova luz em novo continente Para a restaurao do homem exausto e velho. E aparece o Brasil que, valoroso, avana, Encerrando consigo, em lureas de esperana, O Corao do Mundo e a Ptria do Evangelho.Olavo BilacFonte: XAVIER, Francisco Cndido. Parnaso de Alm-Tmulo, 16. ed., Rio de Janeiro: FEB, 2002, p. 412. Edio Comemorativa dos 70 anos.

Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 25

Conferncia de Divaldo na FEB (Rio-RJ)A Federao Esprita Brasileira realizou em sua Sede Seccional do Rio de Janeiro (Avenida Passos, 30), s 20 horas do dia 5 de agosto passado, uma conferncia pblica do tribuno esprita Divaldo Pereira Franco, com a presena de Diretores e membros do Conselho Superior, de centenas de convidados e assistentes em geral. O evento foi dirigido pelo Presidente da FEB, Formao da Mesa: Divaldo P. Franco, Nestor Masotti e Juvanir Borges de Souza Nestor Joo Masotti, estando presente o ex-Presidente Juvanir Borges de Souza que fez a prece de abertura e teceu consideraes histricas sobre a Federao Esprita Brasileira, a Recebendo os Filhos do Calvrio partir da inaugurao da sede da Avenida Passos, em 10 de dezembro de 1911, lem- como irmos; distendendo a combrando que se estava, agora, com a presena de Divaldo, reinaugurando o salo de paixo e a caridade em Seu nome conferncia, recentemente reformado. A conferncia de Divaldo enfocou, de forma co- para que fiquemos como cartas-vimovente, a personalidade de Jesus e foi encerrada com a seguinte mensagem do Dr. vas assinalando a nossa passagem na Bezerra de Menezes, recebida por via psicofnica: Terra.

E, de imediato, jugulados ao cncer das paixes, mudamos de atitude. Que temos feito de Jesus, meus ... chegado pois, o momento, espritas, de reflexionarmos em filhos? torno das nossas responsabilidades. Utilizamo-nos da Sua presena O tempo urge. No mais ama- de Cordeiro de Deus para nos ernh. agora. Agora soa a hora da guermos a posies efmeras e enganosas, longe do servio de consnossa libertao. Por muito tempo caminhamos truo do mundo ntimo. por estradas difceis, perdemo-nos Usamos o Seu nome para esem caminhos acidentados pelas nos- cravizar e levar ao exlio muitas visas paixes, tombamos irremediavel- das, destruir ideais. Apesar disso, mente nos abismos do egosmo, e no conseguimos retir-lO de nosdeixamos Jesus margem... so corao. Quem encontra Jesus, no Comprometemo-nos servir, abraados aos ideais de solidariedade. mais o mesmo. Impregnado pela suave misericrdia e, de amor banhado, altera-se completamente... No basta pois conhecer Jesus. necessrio entregar-Lhe a vida, para que Aspecto parcial do pblico presente conferncia de Divaldo Ele a conduza.

Convite de Urgncia

No posterguemos mais a oportunidade de servir. Este o nosso momento de iluminao.

...Voltai aos vossos lares tocados por Jesus. Dai notcia da Sua presena em vosso corao a todos, pela cordura, pela humildade, pela misericrdia. ...E, se vos perseguirem, se vos maltratarem, se vos odiarem, perdoai, porque eles no sabem ainda o que fazem. Sede vs aqueles que tm a honra de amar, e de amar at sofrer. Que Ele nos abenoe, meus filhos, so os votos do servidor humlimo e paternal de sempre,Bezerra (Mensagem psicofnica recebida pelo mdium Divaldo P. Franco, na noite de 5 de agosto de 2003, ao trmino da conferncia de reinaugurao do salo nobre da Federao Esprita Brasileira, na Avenida Passos, 30, Rio de Janeiro.)343 25

Reformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 26

Enfermo, ame-seo h ser humano que demonstre a mnima simpatia pelas enfermidades dessa ou daquela etiologia. Ser que algum diria: Como sou feliz porque estou com um cncer!? Digamos, sim, tenho um cncer, mas o cncer no me tem. Todos queremos, com avidez, sade, e esta palavra acha-se sempre presente quando, principalmente nos finais de ano, pergunta-se: O que voc deseja para o ano novo? E a pessoa indagada responde: Sade, paz, amor e... dinheiro, invariavelmente. mais do que justo desejar-se um corpo fsico isento de enfermidades, mas devemos atentar para as Vozes do Alm que tambm revestiram inmeros corpos fsicos, e que por esta razo tm uma palavra sbia a respeito de sade e doenas. Quem reencarna num mundo com as caractersticas do nosso, porque est doente, um enfermo espiritual, segundo palavras de nossos Mentores. Isto sempre lembramos quando oportuno. Caso no estivesse, iria habitar outro mundo mais pacificado, mais feliz. Dizem ainda as Vozes do Alto que a vida terrena se constitui em oportunidade de soerguimento dos Espritos moralmente cados. Somos Espri26 344

Adsio Alves Machado

N

tos que necessitamos muito de sade espiritual, e no do corpo que usamos temporariamente. Este vai retratando um estado patolgico do Esprito que o enverga. Mais do que importante o combate s molstias do corpo; no entanto, no possvel nulificar os efeitos (as doenas fsicas) sem recorrer eliminao das suas causas alojadas no comportamento intelecto-moral do Esprito. Usar remdios humanos mais do que lgico, sadia atitude, mas vamos comear o processo de aproximao s lies do Mdico das Almas Jesus , se queremos desfrutar da verdadeira sade. O Mestre, ao dizer vai e no peques mais para que no te acontea algo pior, convidava os curados a se dedicarem, daquele momento em diante, ao processo de iluminao da alma imperecvel, nico meio de o Esprito usufruir a sade verdadeira, no mais aquela de pequena durao, quando s o corpo sarava, mas a alma permanecia enferma. Necessrio, de uma vez por todas, conscientizarmo-nos do seguinte: no somos este agrupamento de clulas orgnicas que ficam a servio da alma. Somos Espritos imortais, e esses nossos microorganismos so infectados, muitas vezes, de forma mortal, quando os viciamos ou aviltamos ao atendermos aos impulsos da animalidade, aos abusos e excessos de toda ordem. Respondamos, cada um de ns, a

estas indagaes: De que adianta conhecer se no vivemos segundo o que sabemos? e no ser, tal procedimento, uma forma de negar o que aprendemos? Os estados patolgicos so a resultante das nossas vibraes mais ntimas. Cabe-nos, nesse instante, lembrar a necessidade de no darmos s doenas um tratamento ou uma qualificao de pavor, e v-las sob a tica do desequilbrio emocional. Cada doena possui uma linguagem prpria e uma mensagem especial. Namore a doena e voc se casar com ela, lemos certa feita. Sfilis, indigesto, lcera, leucemia, cncer, aids e at um simples resfriado falam alma, contam-lhe toda uma histria, dizem-lhe o porqu de haverem surgido, quais as suas origens, e quanto tempo estaro nela, caso no mude a viso da vida e no se decida por uma mudana comportamental compatvel com a transformao processada. Por que razo alguns aderem ao tabagismo, ao alcoolismo, sensualidade desregrada, glutonaria e ao uso de drogas estupefacientes e alucingenas? Por ignorncia, pode-se responder, mas ns acrescentamos: tambm por falta de vontade. H pessoas que, mesmo sabendo da existncia do perisprito, que ele ser o molde do seu prximo corpo carnal, e que o tabaco, o lcool, o alimento em excesso e a droga desestruturam regies energticas desse seu campo vibratorialReformador/Setembro 2003

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 27

onde o Esprito ter de agregar suas clulas orgnicas na formao de um novo corpo na reencarnao que se seguir, no param com os vcios, continuam tabagistas, alcolatras, glutes e adictos. Tudo isto se chama apego, apego que vcio, vcio que priso. O que podero aguardar tais criaturas? Vero pessoas jovens surgirem com sintomas de leucemia, cncer e uma srie de enfermidades em seus corpos fsicos, incluindo-se entre elas os transtornos mentais. triste, muito triste! o que podem aguardar, nas prximas reencarnaes, todos os portadores de desequilbrios de comportamento. Ou no? Temos que ter em mente o equilbrio, que o resultado da sobriedade. nele, equilbrio, que a vida se estrutura sadiamente em todos os seus setores de atividades. O corpo fsico possui defesas interiores que so verdadeiras fortalezas contra a invaso de vrus, vibries de ordem psquica. Porm, h limites preestabelecidos por Deus. O nosso sistema imunolgico resiste at um determinado ponto para, somente depois, enviar o aviso, atravs da dor, de que est vencido, de que resistiu at onde pde. Os irracionais deveriam servir de exemplo para os humanos ditos racionais, quando somente se alimentam do necessrio, impulsionados pelo instinto de sobrevivncia. Buscam o sol como buscam a chuva, as reas secas como as midas, os locais fechados como os campos abertos. Esto no limite do equilbrio. Por que os homens no fazem o mesmo, sendo seres dotados de inteligncia?Reformador/Setembro 2003

O homem, pela sua invigilncia, indisciplina e falta de vontade, desordena o fgado, estraga os rgos respiratrios, maltrata o estmago quase que deliberadamente. Vamos percebendo que tais doenas-avisos ( expresso do Esprito Emmanuel ) so frutos de origem moral. Sem prevalecerem as advertncias, surgem hepatites, asma, cardiopatias, congestes, reumatismos, enxaquecas...

Aprendemos que as molstias so escoadouros das imperfeies morais que a alma carregaO homem no se conforma e nem quer submeter-se aos Desgnios do Pai Criador, exatamente o que encontramos em O Livro dos Espritos, pergunta 712: Com que fim ps Deus atrativos no gozo dos bens materiais? Resposta: Para instigar o homem ao cumprimento da sua misso e para experiment-lo por meio da tentao. E Allan Kardec insistiu: Qual o objetivo dessa tentao?, tendo obtido como resposta: Desenvolver-lhe a razo, que deve preserv-lo dos excessos. Nota-se, claramente, o processo educativo divino ao qual nos encontramos submetidos, mais ainda quando estudamos Espiritismo.

Compete-nos, pois, ser bons e aplicados alunos. Aprendemos que as molstias so escoadouros das imperfeies morais que a alma carrega. Aproveitemos a oportunidade desta reencarnao e usemo-las na busca da sade plena. Acidentes imprevistos e aleijes fazem parte dos resgates justos dentro das tabelas expiatrias. A molstia hereditria, que no est intrinsecamente na complexidade gentica do ser humano, bom lembrarmos na oportunidade, ser sempre um convite luta regeneradora do Esprito. A dor e a enfermidade, em essncia, so mensagens amigas convidando-nos s meditaes imprescindveis, se realmente desejamos a verdadeira sade a da alma. Tratemo-nos espiritualmente para termos corpos fsicos sadios, em condies de uso proveitoso. Jesus nunca adoeceu, no obstante tenha estado na cruz, no por Sua culpa, mas compadecido pela dor que adviria aos homens imbecilizados pela ignorncia religiosa e pela ambio desmedida do poder temporal. Obedeamos a Deus, socorramo-nos em Jesus, apelemos aos Guias Espirituais sem exigir milagres salvacionistas, porque continuamos aqueles que no sabem o que fazem. Teremos acrscimos de Misericrdia Divina quando a merecermos, antes no. Cumpramos nossos deveres com a mente racional, comandando os pensamentos, porque ela que avalia as conseqncias dos nossos abusos morais, e no com a emocional, que nos leva ao arrependimento, invariavelmente.345 27

Reformador Setembro 2003.qxd

04/09/03

08:14

Page 28

Ante-sala da RegeneraoJulio Cesar de S Roriz

"A caridade, porm, desconhece latitudes e no distingue a cor dos homens. Quando, por toda parte, a lei de Deus servir de base lei humana, os povos praticaro entre si a caridade, como os indivduos. Ento, vivero felizes e em paz, porque nenhum cuidar de causar dano ao seu vizinho, nem de viver a expensas dele." (Questo 789 de O Livro dos Espritos.) ma casa erguida s ganha sentido a partir de sua finalidade, porque esta define a razo de ser daquela existir no mundo. Vale o mesmo para o mundo, enquanto casa dos Espritos encarnados, porque so estes que lhe do sentido. Se o mundo de expiaes e provas porque os homens que o habitam ainda no se constituram homens e mulheres de bem. (Ver questo 1019, O Livro dos Espritos.) Guardadas as devidas propores, dependendo do modo de ser dos espritas, pode haver uma condio de ensaio do ambiente de regenerao na casa esprita, antecipando-se, assim, ao que vai ocorrer com o mundo. Para que isso ocorra de fato, ns, os espritas que lhe somos atuantes, teremos que habit-la agindo sempre como verdadeiros espritas, conforme preceitua O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, itens 3 e 4.28 346

U

Isto posto, podemos concluir que aos espritas cabe dar sentido casa esprita na qual trabalham voluntariamente, auxiliando, de modo direto ou indireto, a sociedade humana que por ela passa todos os dias. (Ver questes 793 e 842, O Livro dos Espritos.) No agindo assim, a casa esprita deixaria um espao vazio nas possibilidades de progresso do bem na face da Terra, e foi isso exatamente o que Allan Kardec alertou no livro A Gnese (cap. III, item 8), onde chamou de mal a ausncia do bem, naquele que pode faz-lo. Torna-se, portanto, necessrio um exame de conscincia: quando e como, enquanto diretores ou dirigentes de casa esprita, deixamos este perigoso espao vazio ocorrer? Enumeramos alguns itens que podem ser identificados em nossas condutas, embora o leitor atento tambm possa, sem alardes, realar outros itens que considere importantes de serem combatidos: Quando deixamos a preguia ou a falta de nimo nos invadir no momento em que temos que estar frente da tarefa doutrinria a ns confiada. (Ver questo 192-a, O Livro dos Espritos.) Quando fazemos vista grossa quanto aos desvios doutrinrios, incentivados por pessoas ou entidades pseudo-sbias que se intrometem nas tarefas indevidamente.

Quando perdemos a noo de justia e de amor, do bom humor ou da boa vontade e, por nada, abrimos mo dos mnimos cdigos de urbanidade no trato com os semelhantes, assistidos ou no. (Ver questes 812-a, 828, 828-a, O Livro dos Espritos.) Quando nos deixamos levar pela teocracia medinica que imobiliza as iniciativas dos tarefeiros do bem encarnados, submetendo-os forosamente aos ditames oriundos das entidades desencarnadas que se envolvem no processo decisrio de tudo, dentro da casa esprita. (Ver questo 532, O Livro dos Espritos.) Quando no combatemos com o dilogo franco e cordial o disse-que-disse e a formao de subgrupos antagnicos, desde o seu nascedouro, entregando as aes doutrinrias da casa a verdadeiros miniguetos que, nem de longe, se assemelham aos esperados irmos queridos que se envolvem na prtica do bem geral com humildade e amor. (Ver questes 303-a, 980, O Livro dos Espritos.) Quando ocupamos indevidamente o espao da divulgao doutri