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ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

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COMISSÃO DE REPRESENTAÇÃO EXTERNA COM O

OBJETIVO DE DISCUTIR, AVALIAR E OPINAR SOBRE A

REFORMA ADMINISTRATIVA

DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

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REFORMA ADMINISTRATIVA DO ESTADODO RIO GRANDE DO SUL

Este documento enfeixa as conclusões extraídas das diversas atividadespromovidas pela Comissão de Representação Externa da ReformaAdministrativa do Estado do Rio Grande do Sul, bem como de estudoelaborado por consultoria jurídica nas áreas de Direito Público e deAdministração Pública, as quais mereceram apresentação em reunião doCODES - Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social.Com efeito, o CODES tem sido o destinatário de outros estudos objetivandoà discussão com a sociedade deste importante tema, aos quais buscamosagregar o presente trabalho parlamentar, já que toda e qualquer modificaçãona estrutura organizacional do estado é, ao fim e ao cabo, ato exclusivo doPoder Executivo.

De início, um diagnóstico levantado pela Comissão escancara a situaçãocaótica que se vislumbra nas finanças públicas do Estado, no seu sistemaorganizacional e no próprio funcionamento dos órgãos da administraçãopública, situação que decorre, na maioria das vezes, de variáveisintegrantes da esfera de controle do gestor público. Práticas modernas eeficazes de gerenciamento, aplicadas no setor privado com sucesso, comoa otimização no aproveitamento dos recursos humanos e financeiros,saltam como as primeiras providências a serem adotadas pela administraçãopública. A procrastinação e a centralização das decisões administrativas,aliadas à interminável burocracia da máquina pública, são exemplos depráticas passíveis de imprescindíveis mudanças, independentemente devariáveis exógenas.

Cabe ao administrador delegar responsabilidades (no que tange aos atosdecisórios de matéria gerencial), fiscalizando o correto e efetivoadimplemento das atividades de competência da administração, semcontudo, desrespeitar o princípio da responsabilidade social no exercíciodas funções públicas. Para tanto, duas secretarias de estado – Planejamentoe Administração Pública – devem ser consideradas em destaque nessacomplexa engrenagem administrativa estadual.

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Essa valorização não se limita à retórica quanto às "importantes funções"dessas secretarias ou na sua inserção burocrática no organograma doEstado. O desprestígio desses órgãos é cristalinamente notado frente àdotação orçamentária destinada a essas duas pastas. São necessáriosprogramas de qualificação e avaliação dos servidores, bem como da eficáciana prestação do serviço público.

Iminente mostra-se, também, a adoção de medidas preventivas objetivandoelidir as milhares de ações que tramitam no Poder Judiciário, nas quaisfigura o estado no pólo passivo. Como conseqüência, por falta de controledeste interminável número de ações, é criado um rombo nas contas doEstado, muitas vezes desconsiderado nos cálculos dos passivos estatais,pois considera-se, na maioria dos casos, passivo de origem judicial apenasos valores em que foi configurado o trânsito em julgado, sem haver,contudo, uma estimativa dos valores referentes às ações em curso, queserão, mais cedo ou mais tarde, cobrados do erário.

No que tange ao patrimônio, o Estado sequer consegue manter um controleefetivo. O descontrole também é visível na cobrança das metas planejadas enão alcançadas na implementação e execução dos programas de governo. Aexagerada fragmentação de órgãos da administração e das funçõesexercidas por esses órgãos, além de burocratizar qualquer procedimentoadministrativo, fragiliza o controle e a qualidade na prestação das atividadespor eles desenvolvidas.

O gestor público deve obrigatoriamente ter a visão da floresta e não daárvore isoladamente. Foi-se o tempo em que era possível ver o Estado empartes isoladas, quando a elaboração das políticas públicas por secretarias"fortes" predominava sobre os interesses das demais.

Certamente, uma visão ampliada evitaria, além da sobreposição deprogramas e atividades, as gritantes distorções na política de pessoal, onde amaior parte do quadro funcional é mal remunerada em favorecimento dealguns setores que percebem altas remunerações. Observa-se uma políticasalarial que, embora utilize praticamente a totalidade das receitas estaduais,acaba sendo discriminatória e desestimulante para grande parte dosservidores, o que repercute no serviço prestado.

É inegável que este quadro foi consolidado ao longo dos anos, não sendoobjetivo da Comissão questionar governos ou apontar culpados.

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A complexidade da estrutura organizacional do Estado é visível naAdministração Direta - constituída por 18 Secretarias de Estado,Procuradoria-Geral, Casa Civil, Casa Militar e Defensoria Pública (*) - comtodos os seus departamentos, conselhos deliberativos, consultivos,normativos, num total de 35 (*), seus fundos - num total de 18 (*) - etambém na administração indireta com suas autarquias (7)(*), fundaçõesde direito público e fundações de direito privado (20)(*) e as empresas deeconomia mista (16)(*) - (*) relação em anexo.

Nesse contexto, ou seja, na forma em que está disposta a organização dessesentes, além da dificuldade no controle e gerenciamento da máquina estatal,sucedem-se enormes problemas na defesa jurídica do Estado, especialmentena Justiça do Trabalho. Por essa razão, resta desconhecido o quantoexatamente é devido pelo Estado, destacando, igualmente, nesse ínterim, odescontrole e o inadimplemento no pagamento dos precatórios, que, cadavez mais, mostram-se impagáveis.

Faz-se necessária a imediata adoção de um padrão de gestão pública queseja socialmente justo e adequado aos anseios da sociedade, com a busca e arealização eficaz de resultados concretos. Tal seria possível através de umpacto que envolvesse Governo, servidores e beneficiários do serviçopúblico, ou seja, aqueles que pagam seus tributos e esperam do Estado odevido cumprimento das suas funções básicas.

a n e x o1. Assuntos Internacionais (**)2. Secretaria da Educação (**)3. Secretaria da Administração e dos Recursos Humanos4. Secretaria da Saúde (**)5. Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social (**)6. Secretaria dos Transportes12 Secretaria de Minas, Energia e Comunicação (*)7. Secretaria da Cultura (*)8. Secretaria da Coordenação e Planejamento (**)9. Secretaria da Ciência e Tecnologia (*)10. Secretaria do Turismo, Esporte e Lazer (*)11. Secretaria do Meio Ambiente (*)12. Secretaria Especial da Habitação e Desenvolvimento Urbano (*)13. Secretaria Especial da Reforma Agrária e Cooperativismo (*)14. Chefia da Casa Civil

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21.Chefia da Casa Militar22.Defensoria Pública do Estado

Levantamento das Fundações:

1. Fundação Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (*)2. Fundação Teatro São Pedro (*)3. Fundação Cultural Piratini - TVE (*)4. Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (*)5. Fundação Escola Técnica Liberato Salzano (*)6. Fundação de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (*)7. Fundação Universidade Estadual do Rio Grande do Sul - UERGS (*)8. Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (**)9. Fundação de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul- (**)10. Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (**)11. Fundação de Ciência e Tecnologia - CIENTEC (**)12. Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (***)13. Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM (***)14. Fundação de Atendimento Sócio-Educativo do RGS - FASE (****)15. Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social - FGTAS (****)16. Fundação de Atendimento aos Deficientes e Superdotados - (****)17. Fundação de Economia e Estatística - FEE (*****)18. Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (*****)19.Fundação Para o Desenvolvimento de Recursos Humanos - (*****)20.Fundação de Artic. e Desenv. de Polít. Públicas Para PPD e PPAH (*****)

(*) área de educação e cultura (7)(**) área de pesquisa (4)(***) área ambiental (2)(****) área social (3)(*****) área de desenvolvimento (4)

Cabe ressaltar que existem outras instituições públicas - da administraçãodireta e indireta - que também executam atividades semelhantes àquelasdesenvolvidas por algumas fundações.

a n e x oLevantamento das autarquias:

1. Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (*)

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2. Departamento Estadual de Trânsito3. Superintendência do Porto de Rio Grande (*)4. Superintendência de Portos e Hidrovias (*)5. Instituto Rio-grandense do Arroz6. Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul7. Agência Estadual de Serviços Públicos Delegados

Empresas de economia mista:Setor Produtivo:

1. Banrisul Armazéns Gerais S/A (*)2. Banrisul Serviços3. Companhia Estadual de Silos e Armazéns S/A (*)4. Centrais de Abastecimento do Rio Ggrande do Sul - CEASA (*)5. Companhia Administradora da Zona de Processamento de Exportação de

Rio Grande - ZOPERG6. Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE (**)7. Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (**)8. Companhia Rio-grandense de Mineração (**)9. Companhia Rio-grandense de Saneamento - CORSAN10. Companhia Rio-grandense de Artes Gráficas - CORAG11. Companhia de Processamento de Dados - PROCERGS12. Companhia de Indústrias Eletro-químicas - CIEL

(*) atuam na área de armazéns.(**) atuam na área energética.

Setor financeiro:1. Banco do Estado do RS S/A - Banrisul (*)2. Banrisul S/A - Arrendamento Mercantil3. Banrisul S/A - Corretora de Valores Mobiliários e Câmbio4. Caixa Estadual S/A - Agência de Fomento (*)

a n e x oAdministração Direta :15. Procuradoria-Geral do Estado16. Secretaria de Estado da Justiça e da Segurança17. Secretaria de Estado da Fazenda18. Secretaria de Estado das Obras Públicas e Saneamento (*)19. Secretaria da Agricultura e Abastecimento (**)

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1. Secretaria de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais - SEDAE

fundos estaduais:

setor de saúde e meio ambiente:1. Fundo Estadual da Saúde2. Fundo Estadual do Meio Ambiente3. Fundo Estadual de Recursos Hídricos

setor de educação e cultura:4. Fundo Rotativo do Sistema Estadual de Financiamento do Ensino Superior

Comunitário5. Fundo de Apoio à Cultura6. Fundo Estadual de Fomento à Cultura

setor de previdência:7. Fundo Eestadual de Previdência8. Fundo de Assistência à Saúde

setor de segurança e assistência social:9. Fundo Estadual de Assistência Social10. Fundo Estadual da Criança e do Adolescente11. FESP - Fundo Estadual de Segurança Pública12. Fundo Estadual de Defesa do Consumidor

setor de desenvolvimento:13. Fundo de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais14. FUNDOPEM15. Fundo Estadual de Sanidade Animal16. Fundo de Apoio à Vitivinicultura17. Fundo de Apoio ao Setor Primário18. Fundo de Apoio ao Cooperativismo

total: 18 fundos.

Conselhos estaduais:1. Coordenação das Ações do Estado Com Vistas ao Mercosul - consultivo2. Desenvolvimento Econômico - consultivo3. Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária - consultivo4. Direitos da Mulher - consultivo

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5. Justiça e Segurança - consultivo6. Parque Estadual Delta do Jacuí - consultivo7. Memorial do Rio Grande do Sul - consultivo8. Política Energética - consultivo9. Políticas Públicas de Juventude - consultivo10. Política Social - consultivo11. Regional de Desportos - consultivo12. Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - consultivo13. Uso Racional de Energia - consultivo14. Alimentação Escolar - deliberativo15. Aglomeração Urbana de Pelotas - deliberativo16. Assistência Social - deliberativo17. Competitividade - deliberativo18. Desenvolvimento Econômico e Social - deliberativo19. Fundação Cultural Piratini - deliberativo20. Recursos Hídricos - deliberativo21. Saúde - deliberativo22. Turismo - deliberativo23. Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e

Desenvolvimento do Ensino Fundamental e Valorização do Magistério -fiscalizador

24. Trânsito - normativo25. Administração do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos

Pequenos Estabelecimentos Rurais - deliberativo e normativo26. Direitos da Criança e do Adolescente - deliberativo e normativo27. Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra- deliberativo e

normativo28. Cultura - consultivo, deliberativo e normativo29. Educação - consultivo, deliberativo e normativo30. Entorpecentes - consultivo, deliberativo e normativo31. Idoso - normativo, deliberativo e consultivo32. Índio - consultivo, deliberativo e normativo33. Defesa da Cidadania e da Pessoa Humana -34. Penitenciário -35. Regional de Desenvolvimento -

Observação: além dos conselhos acima arrolados, há que salientar-se aexistência, em todas as empresas de economia mista (CEEE, CORSAN,BANRISUL, etc...), por força de lei, dos conselhos de administração e fiscalem cada uma destas instituições, inclusive, em muitos casos com o pagamento

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- permitido por lei - de jetom aos seus membros. Também as fundações (20)possuem seus conselhos de administração e fiscal (ou de curadores).A Emater/Ascar possui o seu conselho técnico administrativo, presidido peloSecretário de Agricultura.

Há que se ressaltar que quaisquer mudanças realizadas na estruturaorganizacional do Estado, jamais atentará contra princípios consagradosconstitucionalmente - incluindo os direitos adquiridos dos servidores públicos.

Por outra parte, considerando-se que o Estado não se limita ao PoderExecutivo, é imprescindível a adoção das medidas ora sugeridas, que visamnão apenas a contenção de gastos, mas também de agilização e melhoria doserviço público como um todo, também no Poder Legislativo e no PoderJudiciário.

Conclusão:

A) medidas sugeridas para redução de gastos do erário:1. sustar a realização de concursos públicos até que o Estado possua o diagnóstico quantitativo e qualitativo do seu corpo funcional e da sua estrutura organizacional; 2. implementação de um moderno sistema de avaliação funcional ;2. avaliação dos custos com as empresas terceirizadas;3. avaliação da política estadual para concessão e aproveitamento de estagiários;5. redução no número de cargos de confiança em toda a administração dos trêsPoderes (Executivo, Legislativo e Judiciário).

B) Este estudo aponta para a avaliação e a qualificação do quadro funcionaldo Estado e da otimização dos recursos financeiros e humanos, que seriamagregados num número menor de instituições, buscando maior agilidade eautonomia administrativa e financeira, apresentando, como conseqüência, ummelhor e menos oneroso serviço público prestado à população.

Estas sugestões se acham formalizadas por meio do Ante-Projeto de Lei emanexo.

Consideramos a proposta como de alto interesse para ser discutida com toda asociedade, posto que levou em consideração os 20 órgãos integrantes da

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administração direta, as 20 fundações, as 7 autarquias, as 16 empresas deeconomia mista, os 35 conselhos estaduais, e os 18 fundos estaduais.

Palácio Farroupilha, 05 de abril de 2006.

Deputado GIOVANI CHERINIPresidente da Comissão