reflexões sobre o método e desenvolvimento do conceito de pib
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IX ENCONTRO NACIONAL DA ECOECOOutubro de 2011Brasília - DF - Brasil
REFLEXÕES SOBRE O MÉTODO E DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE PIB VERDECOMO MEDIDA DE DESEMPENHO ECONÔMICO
Kallenya Thays Lima Limeira Oliveira (Universidade Federal da Bahia) - [email protected], Tecnóloga em Saneamento Ambiental, mestranda em Economia - UFBA
henrique tomé da costa mata (Universidade Federal da Bahia) - [email protected] Florestal, Doutor em Economia Aplicada, professor adjunto na Universidade Federal da Bahia -Departamento de Teoria Econômica.
Rafael Cardoso Cunha (Universidade Federal da Bahia) - [email protected], mestrando em Economia - UFBA
REFLEXÕES SOBRE O MÉTODO E DESENVOLVIMENTO DO
CONCEITO DE PIB VERDE COMO MEDIDA DE DESEMPENHO
ECONÔMICO
E) Crescimento e Meio Ambiente
RESUMO: A discussão sobre desenvolvimento sustentável vem
apresentando importantes avanços científicos em
múltiplas dimensões. A condição necessária fundamental para esta análise reside
na reavaliação do modelo de desenvolvimento econômico, que implica na
compreensão metodológica e no tipo de racionalidade adotada na sistematização
de medidas e indicadores do desenvolvimento. Um desses sistemas consiste
da elaboração do Sistema de Contas Nacionais (SCN), que sintetiza a
transformação dos insumos em bens e serviços finais destinados ao consumo, cujo
produto serve de medida de crescimento econômico. Porém, em razão dos
métodos adotados, não se dispõe de informações sobre os impactos ao meio
ambiente, intensidade de uso dos recursos naturais e danos humanos, que resultam
do SCN. Neste sentido, o presente artigo tem por finalidade analisar as restrições
básicas da contabilidade do SCN nas diferentes dimensões de impactos ambientais
e a partir da identificação dessas externalidades antes não observadas, discutir e
sugerir abordagens que levem em conta o meio ambiente. Este exercício permite
uma melhor compreensão do conceito do PIB Verde como um novo
agregado ambientalmente ajustado para medir o padrão de desenvolvimento
sustentável. Para atender ao objetivo proposto, o procedimento metodológico
consistirá da análise e revisão bibliográfica referente ao tema e relato analítico das
principais experiências já desenvolvidas em matéria da concepção do PIB Verde.
Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável, Contas Nacionais, PIB Verde.
ABSTRACT: The discussion on sustainable development has been presenting
important scientific advances in multiple dimensions. The fundamental necessary
condition for this analysis is the reassessment of the economic development
model, which involves understanding the methodology and the type of rationality
adopted in the systematization of measures and indicators of development. One of
these systems is the development of the System of National Accounts (SNA),
which summarizes the transformation of inputs into final goods and services for
consumption, whose product serves as a measure of economic growth. However,
due to the methods adopted, there is no information on the impacts to the
environment, intensity of use of natural resources and human damage that result
from the SCN. In this sense, this article has for purpose analyze the basic
restrictions for accounts of the SNA in the different dimensions of environmental
impacts and by identifying these externalities that are not observed, discuss and
suggest approaches that take into account environment. This exercise allows a
better understanding of the concept of Green GDP aggregate as a new
environmentally adjusted to measure the standard of sustainable development. To
reach the goal, the methodological procedure will consist of analysis and review
of the literature on the topic of the main analytical and reporting experience
already developed on the concept of Green GDP.
Key-words: Sustainable development, National Accounts, Green GDP.
1. INTRODUÇÃO
A discussão sobre desenvolvimento sustentável, embora não esteja imune
a sentimentalismos, tem tido avanços importantes no meio científico no que tange
aos aparatos para validar sua consolidação. No tocante ao Sistema de Contas
Nacionais, nosso foco no presente estudo, verifica-se o reconhecimento da
necessidade de incluir a degradação do capital natural e os impactos ambientais na
mensuração do PIB, espera-se com isso obter um indicador que realmente seja
capaz de mensurar o fluxo da riqueza auferido por um país ou localidade em
determinado período.
A contabilidade social reúne instrumentos de mensuração capazes de aferir
o movimento da economia de um país num determinado período de tempo, o que
em grande parte se deve à Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de John
Maynard Keynes, que contribuiu para estruturar os conceitos fundamentais da
contabilidade social, identificar as identidades no nível macro e a relação entre os
diferentes agregados, então, a partir dos esforços iniciais para fechar o sistema de
contas nacionais, a teoria macroeconômica e a contabilidade social
experimentaram desenvolvimentos conjuntos [1].
Portanto, o SCN serve à macroeconomia para que possa avaliar o
movimento da economia a partir de algumas de suas variáveis agregadas de
interesse, como por exemplo, o Produto Interno Bruto. Entretanto, a despeito da
validade das identidades macroeconômicas, o SCN apresenta falhas graves no que
tange à relação economia e meio ambiente, comprometendo sua validade no que
diz respeito à mensuração de riqueza e renda. Porém, a partir de discussões sobre
a verdadeira geração de renda e o consumo do capital natural têm surgido
propostas que visam corrigir as falhas na mensuração da renda e inserir o capital
natural na análise econômica e no SCN.
Neste artigo, realiza-se uma revisão sobre aspectos relacionados com a
fundamentação do SCN, a mensuração de sua principal forma de medida (o PIB),
as deficiências com que esta mensuração incorre em relação ao meio ambiente e o
desenvolvimento dos Sistemas de Contas Ambientais, que apontam para a
inclusão da exaustão e degradação ambiental nas estimativas econômicas. Esta
revisão prepara o debate sobre o conceito de PIB Verde – PIB ambientalmente
ajustado – favorecendo sua compreensão como forma mais coerente de
mensuração das riquezas nacionais.
2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: AVALIANDO A
RELEVÂNCIA DESTE PARADIGMA
O impacto do homem sobre o meio ambiente é inevitável e remonta desde
a pré-história, pois na medida em que passa a conhecer mais e, consequentemente,
dominar o ambiente em que vive, desenvolve o processo de degradação
ambiental. Os impactos de origem antrópica decorrem das atividades de produção
e consumo e geralmente estão relacionados a três fatores: à ocupação do espaço
físico, à extração de recursos naturais como fator de produção e às descargas
residuais poluentes [2]. Diante da inevitabilidade destes impactos é apresentado o
paradigma do desenvolvimento sustentável o qual está relacionado à minimização
dos impactos ambientais a partir do emprego de mecanismos de controle e
prevenção à poluição, e de métodos de eficientização do uso dos recursos naturais.
2.1 Crescimento x desenvolvimento
O Produto Interno Bruto (PIB), ao menos por definição, mede toda riqueza
gerada por uma economia em um período, assim, a elevação do valor do PIB é
interpretada como crescimento econômico. Contudo, tal crescimento não assegura
desenvolvimento. Desenvolvimento econômico é um conceito mais amplo que,
além do crescimento do produto interno está relacionado ao nível de desigualdade
e de bem-estar da população.
Na Ciência Econômica o PIB é tido como um indicador de desempenho
econômico. Associar crescimento do PIB com crescimento econômico tornou-se
algo habitual e por vezes inquestionável. As evidências que fazem questionar a
validade deste indicador serão discutidas mais adiante, para o momento é válido
refletir a importância dada ao PIB para a mensuração do crescimento de um país
ou localidade.
Diante do crescimento do PIB diz-se que a economia está aquecida, as
conseqüências diretas são o crescimento dos postos de trabalho com redução da
taxa de desemprego e elevação do poder de compra, por outro lado verifica-se
também a tendência de aumento da taxa de inflação. No final das contas o
crescimento do PIB é interpretado como algo positivo e altamente desejável,
principalmente pelos governantes. Os quais ganham a confiança da população e
elevam suas chances de reeleição se seu governo presenciar um período de PIB
em ascensão.
A depender do nível de controle de prevenção a poluição ou de impactos
ambientais exigido para sustentabilidade de uma atividade econômica, a real
contribuição para a riqueza nacional pode ser negativa. É o que se verifica quando
o crescimento do PIB se dá à custa de impactos ambientais irreversíveis. De
acordo com a segunda lei da termodinâmica, qualquer processo de transformação
é acompanhado da emissão de subprodutos residuais, principalmente da emissão
de energia calorífica, verificada nos processos de produção e consumo [2]. Nesse
sentido e a despeito da conclusão mais consensual, o decrescimento econômico
pode ser interpretado como uma meta sensata a ser perseguida diante da ameaça
de um crescimento antieconômico, resultante da exaustão dos recursos ambientais
na tentativa de manter uma atividade ineficiente.
Esta concepção é mais bem ilustrada com a teoria de desenvolvimento
decrescente defendida por Georgescu Roegani, segundo a qual a sociedade
precisará se desenvolver decrescendo, pois, devido à lei da entropia, um dia a
humanidade terá que pensar em estabilizar as atividades econômicas, já que não
haverá como evitar a dissipação dos materiais utilizados nos processos industriais.
Isso certamente exigiria um encolhimento da economia [3].
De fato o PIB tem sido um indicador relevante para os movimentos
macroeconômicos e seus reflexos no mercado de trabalho e emprego. No entanto,
para constatar que uma economia esteja em desenvolvimento, é preciso verificar
além de crescimento econômico o comportamento de alguns indicadores de bem-
estar e da distribuição da renda, com a finalidade de avaliar o perfil distributivo e
os benefícios sociais decorrentes desse crescimento. Daí a relevância do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pela ONU para averiguar o “status
quo” da sociedade, em relação à renda, saúde e educação, e do índice de Gini de
renda, utilizado para verificar a distribuição da renda pela população. O IDH
indica se a qualidade de vida das pessoas em determinada região está melhorando
de acordo com o crescimento do PIB ou se ocorre uma assimetria entre o
crescimento econômico e o desenvolvimento da sociedade como um todo.
2.2 Desenvolvimento sustentável
Em meio a uma série de acontecimentos que despertaram para o que
atualmente é denominado de „questão ambiental‟ delineou-se o conceito de
desenvolvimento sustentável. Neste termo o conceito surgiu em 1987, com o
Relatório Bruntland ou Nosso Futuro Comum, elaborado pela Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente sob coordenação da primeira-ministra norueguesa, Gro
Harlem Brundtland. Neste documento o desenvolvimento sustentável é definido
como o desenvolvimento que atende às necessidades presentes, sem comprometer
a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades, deste
modo, é apresentado como um desenvolvimento completo dotado de eficiência
econômica, equilíbrio ambiental e equidade social [4].
Antecedendo qualquer debate sobre desenvolvimento sustentável devem
estar claro as limitações da capacidade de resiliência do meio ambiente e do
sistema econômico, que, em última análise, o reivindica. O diagrama do sistema
econômico como um sistema fechado e circular é compartilhado por todos que se
iniciam no estudo da economia e é o que deu origem a economia enquanto campo
de estudo. O sistema é fechado pois não entra ou sai nada de novo e circular
porque pretende mostrar como circulam o dinheiro e os bens na economia [5].
Nenhuma alusão é feita aos resíduos ou subprodutos do processo produtivo que,
embora não seja o produto final, devem ser considerados por serem gerados na
sua produção [6]. No entanto, ao contrário do que é apresentado pela Ciência
Econômica desde os seus primórdios, o sistema macroeconômico não representa
totalidade, pelo contrário, está contido e limitado por um todo maior
insubordinado ao controle humano, o ecossistema.
Ao questionar sobre o que se pretende sustentar com o desenvolvimento
sustentável [7] apresenta duas respostas amplas que têm sido dadas. A primeira,
definição dominante, é de que a utilidade deva ser sustentada, de modo que seja
não declinante para as gerações futuras. E, em segundo lugar, que o transumo
físico deve ser não-declinante, a este se refere como o fluxo entrópico físico das
fontes de recursos da natureza através da economia e de volta aos sumidouros da
natureza, o qual defende ser o melhor conceito para definir sustentabilidade.
Em seus argumentos [7] traz duas contribuições especialmente importantes
para o debate sobre sustentabilidade. Ressalta que, ainda que a utilidade fosse algo
mensurável não é algo que possa ser deixado às gerações futuras como herança
com o agravante dado pela tendência em legar um transumo cada vez menor
argumentando ser suficiente dada a utilidade não-decrescente resultante de
previsíveis possibilidades de substituição, seja na função de produção ou de
utilidade. Rebate às eventuais críticas sobre a utilização do conceito de transumo
para os fundamentos da teoria econômica assegurando que seu uso não reduz a
economia à física, posto ser útil ao reconhecer a restrição das leis da física na
economia esclarecendo que sustentável não significa perpetuidade.
Além de o que se pretende sustentar é preciso esclarecer como pode ser
apresentada a sustentabilidade, no sentido de qual rigidez a abarcará, há dois
tipos: sustentabilidade forte e sustentabilidade fraca. Esta última é adotada pela
Economia Ambiental ao propor o investimento em tecnologia como forma de
compensação para mitigar o problema da escassez de recursos naturais para as
gerações futuras, dessa forma, ignora a incapacidade humana de produzir recursos
naturais indispensáveis ao equilíbrio e manutenção da vida super avaliando a
capacidade de substituição entre os insumos. Em oposição à Economia Ambiental,
a Economia Ecológica reconhece que o sistema econômico se encontra limitado
pelo ecossistema, posto haver uma quantidade finita de recursos naturais cujo uso
deve ser subordinado à capacidade de suporte do planeta, para que haja
sustentabilidade. Deste modo, somente haverá sustentabilidade com a
estabilização dos níveis de consumo de acordo com a capacidade de carga da
terra, esta concepção de sustentabilidade é tida como sustentabilidade forte [6].
Associar desenvolvimento sustentável com a concepção de
sustentabilidade forte o torna mais apropriado quando o que se pretende sustentar
é o transumo físico, e, consequentemente, é a concepção que realmente demonstra
algum compromisso com as gerações futuras. Sendo assim, a produção deve
ocorrer em um ritmo em que o fluxo de recursos naturais necessário para realizá-
la possa ser mantido constante. Nesse aspecto, relaciona-se com restringir o uso
dos recursos não-renováveis no presente, de modo a estendê-lo às gerações futuras
pelo período de tempo o mais prolongado quanto possível e, para tanto, realizar
uma maior utilização de recursos renováveis.
Ainda que sejam utilizadas tecnologias eficientes para economizar
recursos nos processos produtivos e sejam empregados mecanismos de controle
para mitigar os impactos ambientais, a idéia de um desenvolvimento decrescente
como defendido por Georgescu-Roegen deve ser considerada. Afinal, o
crescimento econômico da maneira como vem sendo mensurado pelo crescimento
do PIB não contabiliza a redução do capital natural ou os gastos evitados com o
uso de mecanismos de controle da poluição, por conseguinte, muitas vezes pode
propagar uma falsa idéia de crescimento econômico quando o que na verdade se
verifica é um crescimento antieconômico.
Entre as condições necessárias para o desenvolvimento sustentável está a
reavaliação da forma como o desenvolvimento econômico é compreendido e a
reelaboração do Sistema de Contas Nacionais (SCN) para que passe a representar
de forma fidedigna a relação entre crescimento econômico e o uso ou estágio de
degradação do meio ambiente. Dessa forma serão obtidos indicadores que
possam, de fato, serem considerados úteis à mensuração de crescimento
econômico e, sobretudo, de desenvolvimento sustentável.
3. A MENSURAÇÃO DA RIQUEZA PELO SISTEMA DE CONTAS
NACIONAIS
De modo semelhante a uma grande empresa, os resultados do movimento
econômico de um país durante um ano são apresentados pelas contas integrantes
do sistema de contas nacionais, tal sistema é adotado pela ONU e baseou-se em
diversas contribuições com destaque dado aos economistas Simon Kuznets e
Richard Stone, além do sueco Erik Lindahl [1]. Com o intuito de assegurar a
comparabilidade entre os agregados medidos por cada país a ONU divulga de
tempos e tempos um conjunto de recomendações para tornar seu formato mais
homogêneo.
A conta Produto Interno Bruto se destaca como a mais importante, no
entanto, quando a discussão é preparar as bases para o desenvolvimento
sustentável a conta de capital também requer especial atenção. Enquanto a conta
PIB está associada à mensuração do fluxo de renda a conta capital informa sobre a
riqueza do país, assim, há uma relação positiva e cronológica entre essas duas
contas.
3.1 Deficiências do ponto de vista ambiental
A fragilidade do Sistema de Contas Nacionais sob a perspectiva ambiental
é identificada na formação do Produto Interno Bruto, pelo não reconhecimento do
capital natural e no tratamento dúbio dos gastos defensivos e compensatórios.
Produto Interno Bruto
Toda articulação do sistema de contas nacionais faz referência ao que se
denomina de fronteira de produção, ou seja, o conjunto que abarca todas as
atividades econômicas capazes de gerar produto ou renda, cuja teorização não
engloba os bens e serviços ambientais. Como conseqüência da forma com que a
fronteira de produção é teorizada verifica-se que, sob as três óticas a partir das
quais o PIB pode ser calculado – produto, dispêndio e renda – não foi reservado
espaço para os bens e serviços ambientais.
O cálculo do PIB a partir da ótica da produção agrega os valores
efetivamente adicionados pelo processo de produção em cada unidade produtiva,
para tanto, soma os valores adicionados brutos pelos setores produtivos da
economia, acrescenta os impostos indiretos e deduz os subsídios. Mas os bens e
serviços ambientais não são produtos da ação humana, logo, não são
contabilizados. Por haver uma identidade entre produto, dispêndio e renda o
mesmo resultado para o PIB é obtido pela ótica da renda e pela ótica do consumo.
A definição de externalidade examinada na Microeconomia evidencia uma
das principais ineficiências do PIB. As externalidades constituem falhas do
mercado ao se mostrar incapaz de confinar os danos e benefícios de uma atividade
ao agente responsável por sua realização, de modo que seus custos não são
repassados a todos envolvidos. Logo, as externalidades podem ser positivas,
quando consistem em ação que não incorre em custos a todos que se beneficiam
dela, ou, o que é mais comum, podem ser negativas quando os custos gerados por
um agente econômico não são internalizados prejudicando outro agente ou mesmo
a sociedade. Consequentemente, estes custos não internalizados são refletidos em
preços de mercado distorcidos que se farão presentes na formação do Produto
Interno Bruto, o superestimando.
Em Pirenópolis, uma importante cidade turística do interior de Goiás, além
do centro histórico, as cachoeiras são os principais atrativos, no entanto, a
despeito do direito de uso comum dos bens naturais garantido aos cidadãos
brasileiros de usufruírem de sua beleza cênica, a entrada dos visitantes é
condicionada ao pagamento de taxas, aumentando o PIB. Tal cobrança é
justificada pelos serviços de manutenção do local prestados pela administradora
da área. No entanto, um caso mais extremo de redução do acesso a bens gratuitos
originou ao que se denomina de economia do pedágio, constituindo em uma
estranha forma de aumentar o PIB, o qual pode ser comumente exemplificado
pelos condomínios residenciais que dificultam o acesso ao lazer gratuito oferecido
pela natureza, como por exemplo, praias e cachoeiras transformando-os em
amenidades que agregam valor aos imóveis.
Capital natural
Muito além do capital produzido pelo homem como produto de seu
trabalho sobre os recursos naturais, definido por Karl Marx como „trabalho
morto‟, existe o capital natural, uma espécie de capital que ao contrário do capital
construído é desconstruído pelas atividades econômicas. No entanto, especial
cuidado deve ser dedicado ao uso deste termo a fim de não induzir à conclusão de
que o único valor da natureza é a possibilidade de ser explorada como recurso
produtivo.
Capital natural é todo aquele que possivelmente estaria em melhores
condições com a inexistência da espécie humana, além de garantir manutenção
das funções e serviços ambientais insubstituíveis engloba o estoque dos bens e
serviços ambientais utilizados nas atividades econômicas, ou seja, os recursos
naturais. Sendo assim, o capital natural é composto de recursos renováveis e não-
renováveis em tempo hábil para humanidade. Contudo, dada a estrutura atual do
SCN inevitavelmente o processo de apropriação e exploração do capital natural é
confundido com geração de renda.
A contabilidade trata a natureza como fonte inesgotável, logo, supõe,
implicitamente, que o desgaste dos recursos naturais será compensado com o
descobrimento de novas reservas. Dessa forma, a convenção contábil desconsidera
os custos de oportunidade dos recursos naturais e os limites impostos pelo meio
ambiente ao crescimento econômico, como conseqüência, o descobrimento de
novas reservas de recursos naturais não aumentam o PIB, mas seu processo de
exaustão sim.
Da mesma forma que o PIB enquanto fluxo de renda influencia o estoque
de capital, alterando-o positivamente, o valor do estoque de capital é reduzido ao
longo do tempo pelo efeito depreciação, o qual também é estendido ao capital
natural sob a forma de degradação e exaustão. Porém o capital natural não é
considerado no SCN, logo, verificam-se duas implicações diretas da sua ausência,
quais sejam, a desconsideração da ocorrência de passivos ambientais e da
depreciação do capital natural.
O crescimento da produção e do consumo pressionam o ambiente natural
por duas vias. Primeiramente pela retirada das matérias-primas necessárias à
atividade econômica e à subsistência humana e em contrapartida pela devolução
na forma de resíduos. Dessa forma, e tendo em vista a capacidade limitada de
resiliênciaii do ecossistema perante a acelerada degradação provocada pelas ações
humanas, a natureza exerce duas funções: fornecedora de matérias-primas e
receptora de resíduos. Segundo [8], tal notoriedade conduziu à retomada do debate
sobre as deficiências dos SCNs, do ponto de vista da interrelação entre a
economia e o ambiente natural.
A elevada preocupação na época da formulação dos primeiros modelos de
contas nacionais em garantir níveis de atividade próximos ao pleno emprego
através de mecanismos de política econômica de curto prazo é uma possível
explicação para o fato de a arquitetura adotada pelo SCN dar ênfase à
determinação do nível corrente de atividades sem apresentar soluções satisfatórias
para lidar com a provável exaustão ou contínua degradação dos recursos naturais
no longo prazo [9]. Deste modo, não foi reservado espaço para verificar a
capacidade da economia de manter o mesmo nível de transumo ou a perda de
qualidade de vida ocasionada pelas emissões de poluentes.
A questão dos gastos defensivos e compensatórios
Há situações no mínimo contraditórias em seus efeitos sobre o PIB. No
caso de catástrofes ambientais, como por exemplo, os derramamentos de petróleo
em mar aberto, ocorrem consideráveis danos ao ecossistema local, muitas vezes
irreparáveis, no entanto, o que se verifica é o aumento do PIB em decorrência dos
gastos na tentativa de despoluição e mitigação de impactos. Outro grande
equívoco é verificado na economia do petróleo ao considerar a exploração deste
recurso como produção, quanto o que na verdade se verifica é a redução de
recursos naturais não renováveis para as gerações futuras, ou seja, redução do
capital natural. Assim, observa-se que pelo SCN a exaustão dos recursos naturais
reflete-se no crescimento do PIB, por mais conflitante que isto possa parecer.
Essa contradição decorre do fato de os „males‟ associados à obtenção e
consumo dos bens não serem contabilizados como custos, ou ainda, serem
contabilizados como bens, produto e renda final, como se verifica com os gastos
dos consumidores e das administrações públicas dedicados a corrigir ou evitar os
gastos causados pela própria economia [10]. Dessa forma podemos entender
gastos defensivos como gastos incorridos para evitar ou mitigar externalidade
ambiental negativa. Todavia, o que se inclui ou não como gastos defensivos é
motivo de discussão.
O debate pode ser exemplificado com o caso da criação de uma nova pista
no aeroporto e consequente ampliação dos ruídos na vizinhança em que os
moradores dotados de recursos financeiros optam por insonorizar suas casas [10].
Se de um lado estes gastos podem ser vistos como aquisição de novos bens,
portanto, agregam valor ao PIB, por outro lado, podem ser subtraídos do PIB se
considerados gastos defensivos decorrentes de um esforço para manter o mesmo
nível de bem estar. Seguindo este raciocínio os gastos com alimentação tomados
como custos da restauração do corpo humano podem ser considerados defensivos,
porém, os autores ressaltam que a justificativa teórica do conceito é que
„defensivo‟ significa uma defesa contra os indesejados efeitos colaterais de outras
produções, não uma defesa contra os processos vitais normais.
3.2 Propostas disponíveis para sanar as deficiências ambientais do SCN
Conforme apresentado, a forma como tem sido estruturada as contas
nacionais realiza distorções absurdas em relação ao meio ambiente. A
conseqüência direta é que o cálculo do PIB e a movimentação da conta capital
ignoram aspectos que afetam a riqueza de um país. Um fator que contribui para
perpetuar estas falhas é a forma com que a ciência econômica é estudada a
décadas, de maneira a ignorar os limites biofísicos do sistema econômico, há um
descaso frente aos fatores ambientais desencadeando resultados distantes da
realidade. A inclusão do uso dos recursos ambientais ou estágio de degradação do
meio ambiente no Sistema de Contas Nacionais visa corrigir estas deformidades a
fim de obter um indicador mais verdadeiro para mensuração da riqueza. A seguir
são apresentadas as principais propostas discutidas na literatura para sanar as
deficiências ambientais do Sistema de Contas Nacionais.
Reajuste a partir da contabilização em termos físicos
As primeiras sugestões para o Sistema de Contabilidade ambiental se
basearam na questão das unidades físicas, e dada a diferença de unidades, sua
colaboração ao Sistema de Contas Nacionais pode ocorrer de modo complementar
e suplementar como ferramenta de gestão. Alguns países como Noruega, França e
Canadá estabelecem contas em termos físicos dos recursos e suas variações, como
por exemplo, estoque em metro cúbico de madeiras de distintas classes, e pelo
lado da contaminação se estabelecem contas de emissões de CO2, NOX, SO2, entre
outras [10].
Segundo [10] na França são elaborados três tipos de contas: dos elementos,
que estabelecem a situação final e inicial de determinados recursos valorados
mediante dados físicos ou mesmo informações qualitativas; das ecozonas, as quais
dividem o território em áreas estabelecendo para cada uma a situação inicial e
final dos usos do solo de acordo com o estado ambiental (se bom, médio ou mal) e
dos agentes que informam sobre o uso do patrimônio ambiental com finalidades
econômicas ou recreativas.
Exclusão do PIB dos custos com despesas defensivas
Esta proposta sugere que sejam excluídos da demanda final todos os custos
incorridos pela economia com a finalidade de atenuar a poluição ou degradação
decorrente de suas atividades. Tais gastos não refletem melhorias nas condições
de vida ou de produção da economia com o agravante de induzir a uma maior
atenção a gastar com manutenção e preservação dos recursos naturais em
detrimento do objetivo principal da não degradação irrestrita [9]. Dessa forma os
gastos para mitigar a degradação ambiental, que acabam por elevar o PIB no
cálculo convencional, são colocados na posição adequada, ou seja, são
contabilizados como custos de forma a reduzir a externalidade ambiental negativa
relacionada.
Retirar do PIB as despesas ambientais
Exclui-se do produto as despesas que deveriam ser realizadas para evitar a
degradação ou restaurar e substituir os elementos degradados do meio ambiente
no período em questão. Enquanto as despesas defensivas são gastos efetivos
voltados à perspectiva de reparação dos danos causados as despesas ambientais
caracterizam-se por gastos potenciais que revelam o montante a ser investido para
prevenir ou melhorar um ambiente da degradação sofrida. Não raro as despesas
ambientais são inferiores às despesas defensivas, como por exemplo, nos casos
em que não são realizadas despesas ambientais de ordem preventiva, como a não
instalação de mecanismos de prevenção à poluição em uma fábrica implicando em
despesas defensivas mais elevadas que se fosse realizado o investimento em
despesas ambientais.
Utilização da Conta Meio Ambiente
Nesta conta seriam lançados a débito os custos provenientes de
externalidades negativas impostas aos agentes econômicos e creditados os
benefícios que os agentes recebem do meio ambiente. A correção do PIB através
dessa conta satélite exige a aplicação de métodos que valorem os custos e
benefícios ambientais. A utilização da conta meio ambiente implica no
reconhecimento dos bens e serviços prestados pelo meio ambiente e viabiliza a
obtenção dos benefícios ou danos líquidos em determinado período.
4 PIB AMBIENTALMENTE AJUSTADO: PIB VERDE
O PIB Verde será o resultado dos ajustes ambientais propostos às contas
nacionais consistindo em um indicador mais próximo da verdadeira situação
econômica de um país. Duas formulações das contas ambientais apresentam maior
destaque e constituem a base metodológica para experiências práticas de
mensuração, são elas: o Sistema Integrado de Contas Econômicas e Ambientais
(SICEA) e a Matriz de Contas Nacionais Incluindo Contas Ambientais
(NAMEA), ambos são sistemas integrados que buscam uniformizar os
procedimentos necessários à obtenção de estatísticas ambientais integradas com
medidas convencionais de desempenho econômico [11].
NAMEA
A NAMEA é uma apresentação matricial das contas monetárias acrescida
da entrada de recursos naturais e insumos e saídas dos resíduos em termos físicos,
não contém premissas econômicas, sendo apenas descritiva. Dessa forma, o
sistema de produção é visto de modo mais amplo e real, de maneira que os fluxos
de emissões e outros impactos ambientais são associados às atividades
econômicas que os geraram. Como essas contas adicionais são medidas em
unidades físicas não é possível agregá-las às demais contas que são normalmente
expressas em unidades monetárias.
O trabalho que deu origem à NAMEA foi desenvolvido pelo órgão
estatístico oficial holandês, em 1993, sendo produzida desde então uma nova
compilação anualmente [11]. No caso da Holanda representou cada tema de
pressão ambiental por intermédio de um indicador, que em conjunto servem à
avaliação e ao acompanhamento de problemas ambientais considerados
prioritários, para tanto, considerou-se a depleção de petróleo, gás natural e
madeira, e cinco tipos de degradação ambiental, a saber: efeito estufa, depleção da
camada de ozônio, acidificação, eutroficação e o lixo [12]. Segue um esquema
simplificado de matriz de contas nacionais incluindo contas ambientais.
TABELA 1: Esquema simplificado de NAMEA
Consumo
intermediário
Consumo
final e
investimento
Exportações „substâncias‟ Temas
ambientais
Exaustão
de
reservas
naturais
Consumo
intermediário
valor
adicionado
importações
Contas nacionais convencionais
(unidades monetárias)
Emissão de
poluentes
causados
pela
produção de
bens e
serviços
ambientais
(unidades
físicas)
Contribuição
da produção
para o
agravamento
de temas
ambientais
(unidades
físicas)
Consumo
de gás e
petróleo
causado
pela
produção
de bens e
serviços
(unidades
físicas)
„Substâncias‟ Emissão de poluentes causados pelo uso
de bens e serviços (unidades físicas)
Temas
ambientais
Contribuição do uso de bens e serviços
para o agravamento de temas ambientais
(unidades físicas)
Exaustão de Consumo de gás e petróleo causado pelo
reservas
naturais
uso de bens e serviços (unidades físicas)
FONTE: YOUNG (2003).
Ao inserir informações econômicas e ambientais em uma matriz Leontief,
a NAMEA nos traz informações importantes para análises econômicas e
ambientais permitindo uma dupla abordagem, segundo [13], a quantificação das
pressões sobre o meio ambiente com origem nas atividades econômicas e a
identificação dos mecanismos que permitam reduzir essas pressões, num quadro
de crescimento econômico.
SICEA
A partir do Sistema Integrado de Contas Econômicas e Ambientais
(SICEA) – ou SEEA, sigla em inglês –, trabalho realizado pela ONU em 1993,
mas com raízes estruturais na NAMEA, e com o desenvolvimento da
nomenclatura desses estudos desenvolve-se também a caracterização contábil de
PIB Verde. De modo complementar ao NAMEA o SICEA avança ao apresentar,
conforme [11], indicadores de produto, renda e riqueza que contabilizam as perdas
resultantes da degradação ou exaustão dos recursos naturais, a partir da valoração
monetária desses recursos, ou seja, incorpora a variação monetária estimada dos
ativos não produzidos ao SCN. Portanto, a disponibilidade de estimativas dos
valores em termos monetários dos ativos e dos impactos ambientais é
imprescindível para realização do SICEA.
De um modo simplificado o SICEA pode ser entendido como uma
estrutura de contas satélites, conectadas ao corpo principal do SCN, cuja função é
expandir a capacidade analítica e os limites do SCN, sem alterar seus princípios
gerais [8]. Segue um esquema simplificado do Sistema Integrado de Contas
Econômicas e Ambientais, as contas ambientais são introduzidas como ativos
econômicos não produzidos (K0.Pe) e ativos ambientais não produzidos (K0.Pa) e
sofrem processos semelhantes aos das contas convencionais com algumas
diferenças sutis. Assim como há usos econômicos realiza-se o registro dos usos
ambientais sob a forma de investimento natural no período (Ipe). A depreciação do
capital produzido (Depre) dá lugar à depleção dos recursos naturais no período
(Dpl.Pe), ou seja, consumo das reservas naturais dos recursos em registro.
Registra, ainda, os custos de degradação (Dgr.Pa).
Tabela 2: Esquema simplificado de SICEA
SICEA
Atividades econômicas
Contas de fluxos Contas de ativos
Produção Resto do
Mundo
Consumo
final
Econômicos Ambientais
Produzidos Não-
produzidos
Não-
produzidos
Estoques de abertura K0.p0 K0.pe K0.pa
Oferta econômica P M
Usos econômicos Ci X C I
Depreciação Depr Depr
PIL Yn In
Usos ambientais I.pe
Depleção de
recursos exauríveis
Ci.depl -Dpl.pe
PIL ambientalmente
ajustado - 1
Yn1 I.Eco
Custos de
degradação
Ci.degr Dgr.pa
PIL ambientalmente
ajustado - 2
Yn2 I.Eco - Dgr.pa
Reavaliações Revpp Revpe Revpa
Estoques de
encerramento
K1.pp K1.pe K1.pa
FONTE: YOUNG (2003).
Sendo assim, um investimento ambientalmente ajustado é encontrado pela
soma dos ativos econômicos não-produzidos e ativos ambientais não-produzidos
reduzidas as respectivas depreciações, o qual é adicionado à equação do PIB
obtida pela soma do consumo, investimento e exportações reduzidas das
importações dando origem ao PIL ambientalmente ajustado 1, com a redução dos
custos de degradação obtêm-se o PIL ambientalmente ajustado 2. O PIB Verde é
obtido de modo ainda mais simples, basta realizar os mesmos cálculos com
exceção da dedução dos custos de depreciação e degradação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O calculo do PIB na estrutura atual limita-se a calcular o valor auferido
pelos proprietários dos fatores de produção em dado período de tempo
desconsiderando os bens e serviços ambientais e consistindo, conforme exposto,
tão somente um desfavor ao desenvolvimento sustentável. É imprescindível rever
a forma como o PIB vem sendo mensurado, já que em nada justifica a utilização
de uma medida de riqueza equívoca, principalmente dada a magnitude de sua
importância para o desenvolvimento.
Se o objetivo é alcançar o desenvolvimento sustentável é preciso
reconsiderar a riqueza, separando o que efetivamente contribui para o
desenvolvimento de um país do que se caracteriza por um empecilho à nação
impondo custos à sociedade. Será preciso contabilizar os males associados à
produção e consumo dos bens e serviços, mas como essa abordagem não é
processada na contabilidade empresarial, uma vez que nem poderia, pois muitas
atividades econômicas caracterizam-se exclusivamente pela redução de capital
natural. Cabe ao sistema de contabilidade nacional corrigir estas contas. Para
tanto, verifica-se na literatura propostas para alcançar este avanço, com destaque
para a subtração no PIB de gastos que deverão ser realizados na expectativa de
reparar os danos resultantes da utilização do meio ambiente, seja como fornecedor
de recursos naturais para as atividades humanas ou como receptor de resíduos.
Processos irreversíveis de degradação atuam frequentemente em parceria
com o crescimento das atividades econômicas, daí a importância em abordar o
PIB como PIB Verde, tornando-o mais próximo da realidade. No entanto, para
consolidar a aplicação do PIB Verde cada país precisa dispor de um banco de
dados com valores monetários dos recursos naturais de modo a viabilizar a
contabilidade da variação dos ativos não produzidos e, consequentemente, a
qualidade ambiental.
6 REFERÊNCIAS
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Social. 1. ed. São. Paulo: Saraiva, 2001.
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economia brasileira. Tese (Doutorado em Economia Aplicada), Universidade
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http://www.agencia.fapesp.br/materia/9413/especiais/termodinamica-da
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biogás de aterro sanitário para o desenvolvimento sócio-econômico.
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econômicas. Artigo. Instituto de Proteção da Amazônia – IPAM. 2008.
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o Brasil: estimativas preliminares. Texto para Discussão, IE/UFRJ, n. 448.
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e aplicação empírica no Brasil. In: MAY, P. H.; LUSTOSA, M. C.; VINHA, V.
da. Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003,
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12. CARVALHO, Paulo Gonzaga M. de; BARCELLOS, Frederico Cavadas.
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sociedade brasileira de economia ecológica. Mato Grosso. 2009.
13. SILVA, Graça Ponte da. Actividades Economicas e pressões Ambientais –
uma análise a partir das contas NAMEA. Ministério do Ambiente e do
ordenamento do território. Lisboa, Portugal. Documento de trabalho nª 5/2009.
i Matemático e economista romeno e um dos precursores da economia ecológica. Ficou
conhecido por aplicar à economia o conceito de entropia, emprestado da termodinâmica.
ii Capacidade de sofrer impacto e manter o equilíbrio.