Reflexes entre o enfoque cincia-tecnologia-sociedade e as prticas dos professores de cincias

Elaine Moreira Alves Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ elainemalves@yahoo.com.br Simone Romito Moreira Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ simoneromito@yahoo.com.br Monalise Pinto da Cruz Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ

ise_rj@yahoo.com.br Jorge Cardoso Messeder Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Rio de Janeiro - IFRJ

jorge.messeder@gmail.com

Resumo

O presente trabalho enfoca as prticas atuais e a formao dos professores de Cincias e propem uma reflexo acerca da mudana das mesmas, visando melhoria do ensino. Para isso tomou-se como base a incluso do enfoque Cincia-Tecnologia-Sociedade (CTS) no contexto educacional, buscando um ensino mais reflexivo,

contextualizado e voltado para a formao de cidados mais crticos e agentes de transformao do mundo em que vivem.

Palavras-chave: Ensino de Cincias; CTS; Formao de Professores

Reflections about a science-technology -society approach and the practices of science teachers Abstract This study focuses on current practices and scienc e teachers training. It proposes to reflect changes directed to education improvememtf. In order to attain this objective the inclusion of a Science, Technology Society (CTS) approach is considered within the educational environment, seeking a reflective education, contextualized and focused on the development of citizens as critical agents of change for the world they inhabit.

Keywords: Science education; STS; Teacher training

Introduo

O planejamento educacional brasileiro, atravs dos currculos escolares, tem sido modificado nas ltimas dcadas com o objetivo de que o aluno seja concebido como um ser responsvel pela construo dos seus prprios conhecimentos, para que possa estabelecer relaes com o mundo ao seu redor. Contudo, os professores permanecem utilizando prticas pedaggicas que colocam o aluno como receptor passivo dos conhecimentos (BAPTISTA, 2003).

Um tema recorrente do debate social brasileiro no sculo que findou , certamente, segundo Weber (2003), o da educao, seus problemas e

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perspectivas. Com o aprofundamento desse debate e pela luta em favor da democracia, ganha destaque o professorado da educao bsica que, como aponta Weber (2003), passou a ser reconhecido como um dos principais agentes de mudana, seja da qualidade do ensino, seja da democratizao da prpria sociedade brasileira.

As dificuldades encontradas na realizao da prtica docente esto, segundo Echeverra & Soares (2007, p. 172), num contexto socioeconmico e cultural que no favorece as mudanas: baixos salrios; inexistncia de tempos e espaos escolares que promovam momentos de interao, visto que em muitas escolas sequer existe uma sala qual os professores possam se reunir, e quando existe no se encontram porque vivem correndo de uma escola para outra no exerccio de duplas ou triplas jornadas de trabalho, que demandam tempo e provocam cansao e estresse, prejudiciais ao desenvolvimento de uma atividade didtica satisfatria.

Somando-se a isso, encontra-se a questo da formao inicial do professor, que precisa ser repensada e reformulada, pois trata o aluno como um ser passivo e receptor de conhecimentos e que, na prtica, cobra-se dele criatividade e capacidade de interveno nas situaes cotidianas. A ruptura com esse ensino descontextualizado torna-se extremamente conflituoso, pois o professor sente-se injustiado pela forma como lhe cobrado aquilo que no lhe foi oferecido (ECHEVERRA & SOARES, 2007, P. 181).

necessrio um olhar reflexivo acerca da formao do professor. Sobre esta formao, pode-se considerar que existe em nvel mundial um modelo denominado aplicacionista. Tal modelo estrutura os cursos de modo que os alunos nos primeiros anos assistam aulas baseadas em disciplinas constitudas de conhecimentos proposicionais; posteriormente ou simultaneamente as aulas, os alunos estagiam para aplicar os conhecimentos adquiridos. O modelo aplicacionista traz

problemas como a fragmentao das disciplinas, alm de impactos acerca dos sentimentos, crenas e pensamentos dos futuros professores. Estas constataes, apenas so reforadas aps a formao deste professor, por meio da socializao da sua funo e pelos seus pares mais experientes (TARDIF, 2000).

Diante deste quadro torna-se necessria uma abordagem que, segundo Fontes & Cardoso (2006), permita a reconstruo do conceito reducionista de cincia proporcionando uma viso mais real da prpria Cincia, assim como sua contextualizao em relao aos demais saberes. Com base nisso, Baptista (2003) afirma que as transformaes necessrias sero efetivadas a partir do momento que o professor ampliar a conscincia sobre sua prpria prtica, atravs de conhecimentos tericos e crticos sobre sua realidade. Sendo assim, importante que o professor de Cincias vivencie momentos de reflexo sobre seu ensino, transformando a postura pedaggica numa prtica investigativa, abolindo a postura de repetidor de conhecimentos.

com base nas premissas expostas acima que o presente trabalho visa estabelecer uma reflexo a respeito da atual prtica dos professores de Cincias, assim como a necessidade da mudana dessa postura para a melhoria do ensino, tendo como base um novo enfoque dentro do contexto Cincia-Tecnologia-Sociedade.

Atrelada a necessidade do professor refletir acerca da sua prtica a fim de modific-la existem as perspectivas dos Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e do Plano Nacional de Educao (BRASIL, 2000) que propem que o Ensino de Cincias se estruture em uma abordagem contextualizada e significativa (a partir da prpria vivncia dos alunos) dos contedos atravs de crticas, questionamentos, reflexes e pesquisas (CONSTANTINO et al., 2003). A partir da tem-se como grande desafio a conquista dos profissionais da educao para que eles se incorporem execuo das novas polticas. Porm, um dos

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problemas, segundo Echeverra & Soares (2007, p. 177), entre tantos outros j apontados, que os professores, na sua maioria, no refletiram sobre essas mudanas, que foram impostas sem que eles tivessem condies de aplic-la. Eles simplesmente concordam com as mudanas e acabam ferindo suas identidades, suas concepes e filosofias de trabalho, repetindo jarges oficiais de que o mundo mudou, ento a escola tem que mudar, como se a escola no estivesse inserida neste mundo.

Vasconcelos & Souto (2003) preconizam a importncia de situaes que auxiliem o cognitivismo do aluno atravs da compreenso de conceitos e fatos de forma gradativa.

Para que as mudanas propostas anteriormente possam ser efetivas no contexto escolar, torna-se relevante construo do conhecimento tendo por base o carter reflexivo e a participao dos alunos e dos professores nas discusses e tomada de deciso. Estas mudanas so favorecidas, dentre outras, por um ensino com abordagem CTS.

O enfoque Cincia-Tecnologia-Sociedade

O movimento CTS teve seu incio em meados da do sculo XX, nos pases capitalistas. Ele foi alavancado pelo sentimento crescente de que o desenvolvimento cientfico, tecnolgico e econmico no estava conduzindo benefcios sociais. Deste modo, aps o otimismo inicial promovido pelo avano cientfico e tecnolgico, entre 1960-1970, a degradao ambiental, e o seu desenvolvimento vinculado guerra, fizeram com que a Cincia e Tecnologia (CT) fossem observadas de modo crtico. Associado ao quadro anteriormente descrito, a publicao das obras A Estrutura das Revolues Cientficas e Silent Spring em 1962, alimentaram as discusses sobre as interaes entre Cincia-Tecnologia-Sociedade; e CT passaram a ser objeto de debate

poltico. Em meio a esse contexto emerge o movimento Cincia-Tecnologia-Sociedade. E, este ltimo, teve como um dos desdobramentos uma proposta educacional mais crtica e contextualizada do ensino de cincias denominada CTS (AULER, 2002).

A abordagem CTS corresponde a uma rea de estudos que se baseia nas relaes, conseqncias e respostas sociais existentes entre a cincia e a tecnologia. Por ter caracterstica transdisciplinar, os estudos CTS integram diversos saberes das reas de conhecimentos acadmicos tradicionais como a filosofia, a histria da cincia e da tecnologia e a sociologia. Os estudos CTS buscam a reflexo sobre os fenmenos sociais e as condies da existncia humana sob a perspectiva da cincia e da tecnologia. (ANELE, 2007; VON LINSINGEN, 2007; BAZZO, 2002).

Os estudos e programas CTS seguem trs grandes direes/premissas: (i) no campo da pesquisa, como alternativa reflexo acadmica tradicional sobre a cincia e a tecnologia, promovendo uma nova viso socialmente contextualizada da atividade cientfica; (ii) no campo das polticas pblicas, defendendo a regulao social da cincia e da tecnologia, promovendo a criao de mecanismos democrticos; facilitando os processos de tomada de deciso sobre questes de polticas cientfico-tecnolgicas; e, (iii) no campo da educao, promovendo a introduo de programas e disciplinas CTS no ensino mdio e universitrio, referidos nova imagem da cincia e da tecnologia, que j se estende por diversos pases, da Europa, da Amrica Latina e dos EUA (Bazzo et al. 2003).

No que se refere ao campo da educao, o enfoque CTS visa promover uma aprendizagem que permita aos alunos se posicionarem de maneira crtica frente a situaes problemticas e ao professor proporcionar essa construo de conhecimentos voltados para o desenvolvimento de um pensamento cientfico. No basta ao professor

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ter um compromisso social, detectar as deficincias de seu ensino, as necessidades de seus alunos. necessrio buscar a integrao dos conhecimentos tericos com a ao prtica, explicitando os saberes tcitos que a embasam, num contnuo processo de ao-reflexo que precisa ser vivenciado e compartilhado com outros colegas (MALDANER, 2000).

Seguindo suas premissas, a perspectiva CTS proporciona a construo de uma cidadania cultural, crtica e ativa (SANTOS, 2005). Corroborando a relevncia da perspectiva CTS, os PCN esclarecem acerca do eixo temtico Tecnologia e Sociedade (BRASIL, 1998, p.48):

Este eixo temtico tem como contedos as transformaes dos materiais e dos ciclos naturais em produtos necessrios vida e organizao da sociedade humana. [...] Comporta tambm o enfoque das relaes entre Cincia, Tecnologia e Sociedade, no presente e no passado, no Brasil e no mundo, em vrios contextos culturais, considerando-se as alteraes que o acesso e o uso da tecnologia promovem no meio social e na realidade econmica. As questes ticas, valores e atitudes compreendidas nessas relaes so contedos fundamentais a investigar nos temas que se desenvolvem em sala de aula. A origem e o destino social dos recursos tecnolgicos, o uso diferenciado nas diferentes camadas da populao, as conseqncias para a sade pessoal e ambiental e as vantagens sociais do emprego de determinadas tecnologias tambm so contedos de Tecnologia e Sociedade.

As consideraes apresentadas nos PCN que discorrem acerca da importncia do enfoque CTS so corroboradas por Auler (2007), Von Linsingen (2007) e Santos (2005). Os referidos autores esclarecem que a abordagem CTS leva em conta os contextos nos quais os problemas so gerados, d voz aos cidados, valoriza o conhecimento

prvio popular acerca das questes ambientais e reduz a distncia e/ou fosso existente entre os cidados e a cincia, promovendo a colaborao entre cincia, tecnologia e flexibilidade social. A partir da tica desta nova cincia, os cidados se apropriam dos assuntos referentes cincia e a tecnologia como elemento da cultura contempornea emitindo assim opinies relevantes ao prprio contexto socioambiental.

A prtica docente e o enfoque CTS

Muito se fala da contextualizao no ensino de cincias. Para muitos professores o princpio dessa contextualizao est apenas na abordagem de situaes do cotidiano, descrevendo nominalmente esses fenmenos com a linguagem cientfica. Porm, dessa maneira, a abordagem se torna empobrecida e no explora as dimenses sociais nas quais esses fenmenos esto inseridos (SANTOS, 2007).

A verso final dos Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) prope a contextualizao como meio de motivar o aluno e dar significado ao que ensinado em sala de aula. A contextualizao do conhecimento tornou-se um dos principais conceitos dos PCN.

Ainda segundo Santos (2007) a contextualizao pode ser vista, com os seguintes objetivos:

... 1) desenvolver atitudes e valores em uma perspectiva humanstica diante das questes sociais relativas cincia e tecnologia; 2) auxiliar a aprendizagem de conceitos cientficos e de aspectos relativos natureza da cincia; e 3) encorajar os alunos a relacionar suas experincias escolares em cincias com problemas cotidianos...

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Os professores, a partir de uma perspectiva da cincia e tecnologia, devem utilizar-se de problemas atuais de mbito social, tico e poltico, para dar oportunidade aos seus alunos de refletirem, formularem opinies, apresentarem solues e tomarem decises sobre os acontecimentos do mundo em que vivem. Com isso, proporciona-se ao aluno responder criticamente a notcias sobre questes cientfico-tecnolgicas e compreender a contribuio da cincia e tecnologia para a criao/resoluo de problemas sociais, de forma racional e informada (MAGALHES & TENREIRO-VIEIRA, 2006). Atravs dessa prtica o aluno, se sentir um cidado integrante e responsvel pela sociedade, podendo participar ativamente de suas discusses e de suas decises, pois encontra-se racionalmente reflexivo e participativo de todos os processos sociais. A relao de educao e cidadania tambm pode ser encontrada nos documentos oficiais. A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (1996), em seu artigo 22, estabelece como finalidade para educao bsica, a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania. Os Parmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), principal referncia curricular para o ensino bsico no territrio brasileiro tambm incorporam essa tendncia. No contexto da proposta dos PCN, BRASIL (1997, p. 45) se concebe a educao escolar como:

uma prtica que tem a possibilidade de criar condies para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades e aprendam os contedos necessrios para construir instrumentos de compreenso da realidade e de participao em relaes sociais, polticas e culturais diversificadas e cada vez mais amplas, condies estas fundamentais para o exerccio da cidadania

na construo de uma sociedade democrtica e no excludente.

A abordagem CTS e sua relao com os professores foram investigadas por autores como Auler (2002) e Trivelato (2000). Os referidos estudos verificaram que os professores, ao utilizarem temas que evidenciem as relaes CTS no tem a expectativa de envolver os alunos em discusses e avaliaes de diferentes pontos de vista. Isto ocorre, pois os professores sentem-se presos a estruturas curriculares tradicionais: materiais didticos, exames externos, expectativa de pais e alunos, orientaes institucionais (TRIVELATO, 2000). Essas dificuldades so referidas por Watts et al. (1997), que apontam a necessidade de novas iniciativas, no processo de formao de professores, considerando que esses encontram dificuldades em fazer aproximaes entre assuntos sociais e ensino de cincias.

Neste sentido, Santos & Mortimer (2000) consideram ineficaz a insero de temas sociais no currculo sem uma significativa mudana na prtica e nas concepes pedaggicas. Esses mesmos autores acreditam que no basta a incluso de temas sociais nos livros didticos. imperativo contextualizar a atual situao educacional brasileira, contemplando as condies de trabalho e da formao do professor, para que os contedos cientficos participem da formao da cidadania.

Consideraes finais

Em diversos artigos da LDB notam-se o incentivo a abordagem CTS. No art. 22 da LDB A educao bsica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formao comum indispensvel para o exerccio da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. No art. 27. Os

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contedos curriculares da educao bsica observaro: I - a difuso de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidados, de respeito ao bem comum e ordem democrtica; (...) III - orientao para o trabalho; J o art. 32. enfoca que:

(...) II - a compreenso do ambiente natural e social, do sistema poltico, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisio de conhecimentos e habilidades e a formao de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vnculos de famlia, dos laos de solidariedade humana e de tolerncia recproca em que se assenta a vida social."

No art. 35. O ensino mdio, ter como finalidades:

(...) II - a preparao bsica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condies de ocupao ou aperfeioamento posteriores; III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formao tica e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crtico; IV - a compreenso dos fundamentos cientfico-tecnolgicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prtica, no ensino de cada disciplina.

No art. 36. O currculo do ensino mdio observar tambm:

I - destacar a educao tecnolgica bsica, a compreenso do significado da cincia, das letras e das artes; o processo histrico de transformao da sociedade e da cultura; a lngua portuguesa como instrumento de comunicao, acesso ao conhecimento e exerccio da cidadania; II - adotar metodologias de ensino e de avaliao que estimulem a iniciativa dos estudantes;

Diante destes artigos da LDB percebe-se que o enfoque CTS est presente em vrios objetivos descritos na mesma. Segundo Pinheiro, Silveira & Bazzo, (2007) o carter transdisciplinar destacado na proposta da LDB configura-se no enfoque CTS, o qual enfatiza a quebra de fronteiras rgidas e excludentes entre os saberes.

Os professores que modificarem suas percepes, sobre a cultura cientfica, estaro mais preparados para proporcionar aos seus educandos uma aprendizagem cientfica mais efetiva sob o ponto de vista pedaggico e social, uma vez que suas prticas tornam-se mais eficientes e motivadoras.

Para Santos (2007) muitas vezes o ensino de cincias recebe uma abordagem descontextualizada da sociedade em que o aluno vive e sendo apresentada aos mesmos de forma dogmtica. Com isso, o aluno no consegue relacionar o que estuda em cincias com o seu cotidiano, o que o leva a acreditar que aprender cincias simplesmente memorizar nomes complexos. A quebra na descontextualizao entre a Cincia e os demais saberes prope tornar os professores mais atentos e conscientes acerca da importncia da articulao entre todos os saberes cientficos trazendo reflexos positivos nas prticas pedaggicas docentes.

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Acredita-se que a introduo do enfoque CTS poder favorecer um processo de ensino-aprendizagem que fornea ao aluno espao para reflexo sobre Cincia, tecnologia e sua implicao na sociedade, promovendo a sua formao crtica e transformadora para que possa atuar na sociedade. Assim como a necessidade de uma formao inicial e continuada mais abrangente, para que os professores, como aponta Echeverra & Soares (2007, p. 180), por no terem participado das discusses e elaborao do projeto de mudanas curriculares; por desconfiarem das verdadeiras intenes polticas; por terem condies muitas vezes precrias de trabalho; por terem jornadas duplas e triplas; por se sentirem ss e muitas vezes sem o apoio necessrio para a construo de uma nova prtica pedaggica possam ir ao encontro da complexidade das situaes escolares e, efetivamente, provocar as mudanas necessrias na prtica escolar.

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Sobre os autores

Elaine Moreira Alves graduada em Cincias Biolgicas pela UniverCidade, Especializao em Ensino de Cincias pela UFRJ e Licenciatura em Cincias Biolgicas pela Universidade Cndido Mendes. Sou professora de cincias da Educao Bsica atuante na rede privada de ensino. Atualmente trabalho com estratgias para o ensino de Cincias.

Simone Romito Moreira graduada em Cincias Biolgicas (Universidade Castelo Branco), ps-graduada em Educao Ambiental (Universidade Gama Filho) mestranda em Ensino de Cincias (Instituto de Educao, Cincia e Tecnologia), professora das redes pblicas estadual e municipal do Rio de Janeiro. Interesses de pesquisa: a prtica da Educao Ambiental no ensino fundamental.

Monalise Pinto da Cruz oossui bacharelado (2005) e licenciatura (2007) em Cincias Biolgicas pelo Centro Universitrio da Cidade. Possui Especializao em Geologia do Quaternrio pelo Museu Nacional/UFRJ. Atualmente, cursa Mestrado Profissional em Ensino de Cincias, pelo Centro Federal de Educao Tecnolgica de Qumica

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(CEFET/Qumica/Nilpolis-RJ) e atua como docente da rede SENAC Rio.

Jorge Cardoso Messeder graduado em Qumica Industrial pela Universidade Federal Fluminense (1990), mestrado em Cincias (Qumica Orgnica) pelo Instituto Militar de Engenharia (1994) e doutorado em Cincias (Qumica Orgnica) pelo Instituto Militar de Engenharia (1999). Tem experincia na rea de Qumica Orgnica, com nfase em Sntese Orgnica, atuando principalmente nos seguintes temas: sntese de frmacos e quimioprofilaxia da Doena de Chagas. Atualmente professor Adjunto do Instituto Federal do Rio de Janeiro (Campus Nilpolis/RJ).

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