reencarnação - uma questão de bom senso

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1 A TÍTULO DE INTRODUÇÃO Provada a existência da alma, restava provar, no mesmo espírito científico, a sua sobrevivência à morte do organismo material que anima durante a vida terrena. O Espiritismo triunfou das dificuldades inerentes à resolução do grave problema, estabelecendo, em primeiro lugar, as bases da comunicação dos mortos com os vivos, isto é, dos desencarnados com os encarnados e, em segundo lugar, identificando as comunicações assim obtidas num critério de certeza. As provas psicográficas, quer automáticas quer diretas, às vozes diretas e, finalmente, as notáveis materializações, além de muitos outros extraordinários fenômenos espíritas, provam, de uma forma concludente, que a morte é, em última análise, o prolongamento da vida nos mundos imponderáveis, sem nada perder da sua individualidade integral. Á vida e a morte são dois termos reversíveis o complementares

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A TÍTULO DE INTRODUÇÃOProvada a existência da alma, restava provar, no mesmo espírito científico, a sua sobrevivência à morte do organismo material que anima durante a vida terrena. O Espiritismo triunfou das dificuldades inerentes à resolução do grave problema, estabelecendo, em primeiro lugar, as bases da comunicação dos mortos com os vivos, isto é, dos desencarnados com os encarnados e, em segundo lugar, identificando as comunicações assim obtidas num critério de certeza. As provas psicográficas, quer automáticas quer diretas, às vozes diretas e, finalmente, as notáveis materializações, além de muitos outros extraordinários fenômenos espíritas, provam, de uma forma concludente, que a morte é, em última análise, o prolongamento da vida nos mundos imponderáveis, sem nada perder da sua individualidade integral.Á vida e a morte são dois termos reversíveis o complementares para cada ciclo evolutivo da alma humana através do reencarnacionismo. Toda evolução da vida, no seu duplo aspecto psíquico e morfológico, em que a Humanidade se debate na ânsia de uma perfectibilidade no seu mais alto significado mental o moral e nas suas aplicações sociais resume-se em dinamizar o potencial divino contido no Espírito através de uma série infinita de existências sucessivas, solidárias entre si, numa correlação justa e lógica de causas e efeitos, regida pela justiça imanente.O estudo da alma humana é, pois, fundamental para obter a compreensão do mistério da existência e da sua finalidade. É a este fecundo labor que os espíritas têm consagrado o melhor esforço, alargando os limites de sua observação, repetindo, em experiências sobre experiências, as modalidades do dinamopsiquismo humano, classificando as categorias da sua vasta e complexa fenomenologia supranormal, quer anímica, quer espírita, estabelecendo e sistematizando os princípios que determinam e orientam a evolução.A bibliografia consagrada ao Espiritismo é ricamente documentada por sábios de reconhecida competência e honorabilidade. Dezenas de homens ilustres nas Ciências, na Literatura e nas Artes estão hoje integrados no Espiritismo. Só a ignorância ou interesses inconfessáveis arregimentam os seus adversários.O experimentalismo espírita é acessível a todos que possuam os conhecimentos indispensáveis da sua mecânica transcendental e das suas altas finalidades moral e social. Nesta categoria de trabalhos supranormais - ainda que despida de sobrenaturalismo - a matéria prima das experiências é constituída por forças inteligentes e conscientes, polarizado no Bem e no Mal, por vezes superiormente espiritualizadas, gozando de uma liberdade de ação no tempo e no espaço que ultrapassa os limites a que estamos habituados pela Insuficiência dos nossos sentidos físicos. Não se manipulam substâncias inertes e passivas como nos laboratórios de física e de química. O esquecimento ou a ignorância desta condição primordial no experimentalismo espírita muito tem concorrido para os insucessos de experimentadores que pretendem desvendar os mistérios do Além destituídos das qualidades e dos conhecimentos indispensáveis, seja qual for o seu valor intelectual.Ao contrário dos antigos Santuários, onde as portas se encontram fechadas aos profanos e só reservados ao estudo esotérico de uma casta privilegiada, o Espiritismo, cônscio da alta missão que lhe compete na renovação espiritualista do pensamento contemporâneo, procura divulgar os princípios que o fundamentam consubstanciados em leis naturais, tomando por base a evolução espiritual, e, como corolário, a pluralidade das existências, regido o seu encadeamento pela Lei da Causalidade.Compreendido assim, o sentido profundo da vida num ritmo justo e equilibrado de causas e efeitos na sua ascese evolutiva, o Homem torna-se árbitro do seu destino, colhendo, em cada vida, o fruto que houver semeado nas suas vidas anteriores, conquistando, pelo esforço próprio, todo o seu desenvolvimento nos campos da moral e do intelecto, dinamizando os princ

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  • 1

    A TTULO DE INTRODUO

    Provada a existncia da alma, restava provar, no mesmo esprito

    cientfico, a sua sobrevivncia morte do organismo material que

    anima durante a vida terrena. O Espiritismo triunfou das dificuldades

    inerentes resoluo do grave problema, estabelecendo, em primeiro

    lugar, as bases da comunicao dos mortos com os vivos, isto , dos

    desencarnados com os encarnados e, em segundo lugar, identificando

    as comunicaes assim obtidas num critrio de certeza. As provas

    psicogrficas, quer automticas quer diretas, s vozes diretas e,

    finalmente, as notveis materializaes, alm de muitos outros

    extraordinrios fenmenos espritas, provam, de uma forma

    concludente, que a morte , em ltima anlise, o prolongamento da

    vida nos mundos imponderveis, sem nada perder da sua

    individualidade integral.

    vida e a morte so dois termos reversveis o complementares

  • 2

    para cada ciclo evolutivo da alma humana atravs do

    reencarnacionismo. Toda evoluo da vida, no seu duplo aspecto

    psquico e morfolgico, em que a Humanidade se debate na nsia de

    uma perfectibilidade no seu mais alto significado mental o moral e nas

    suas aplicaes sociais resume-se em dinamizar o potencial divino

    contido no Esprito atravs de uma srie infinita de existncias

    sucessivas, solidrias entre si, numa correlao justa e lgica de causas

    e efeitos, regida pela justia imanente.

    O estudo da alma humana , pois, fundamental para obter a

    compreenso do mistrio da existncia e da sua finalidade. a este

    fecundo labor que os espritas tm consagrado o melhor esforo,

    alargando os limites de sua observao, repetindo, em experincias

    sobre experincias, as modalidades do dinamopsiquismo humano,

    classificando as categorias da sua vasta e complexa fenomenologia

    supranormal, quer anmica, quer esprita, estabelecendo e

    sistematizando os princpios que determinam e orientam a evoluo.

    A bibliografia consagrada ao Espiritismo ricamente

    documentada por sbios de reconhecida competncia e honorabilidade.

    Dezenas de homens ilustres nas Cincias, na Literatura e nas Artes

    esto hoje integrados no Espiritismo. S a ignorncia ou interesses

    inconfessveis arregimentam os seus adversrios.

    O experimentalismo esprita acessvel a todos que possuam os

    conhecimentos indispensveis da sua mecnica transcendental e das

    suas altas finalidades moral e social. Nesta categoria de trabalhos

    supranormais - ainda que despida de sobrenaturalismo - a matria

    prima das experincias constituda por foras inteligentes e

    conscientes, polarizado no Bem e no Mal, por vezes superiormente

  • 3

    espiritualizadas, gozando de uma liberdade de ao no tempo e no

    espao que ultrapassa os limites a que estamos habituados pela

    Insuficincia dos nossos sentidos fsicos. No se manipulam

    substncias inertes e passivas como nos laboratrios de fsica e de

    qumica. O esquecimento ou a ignorncia desta condio primordial no

    experimentalismo esprita muito tem concorrido para os insucessos de

    experimentadores que pretendem desvendar os mistrios do Alm

    destitudos das qualidades e dos conhecimentos indispensveis, seja

    qual for o seu valor intelectual.

    Ao contrrio dos antigos Santurios, onde as portas se encontram

    fechadas aos profanos e s reservados ao estudo esotrico de uma casta

    privilegiada, o Espiritismo, cnscio da alta misso que lhe compete na

    renovao espiritualista do pensamento contemporneo, procura

    divulgar os princpios que o fundamentam consubstanciados em leis

    naturais, tomando por base a evoluo espiritual, e, como corolrio, a

    pluralidade das existncias, regido o seu encadeamento pela Lei da

    Causalidade.

    Compreendido assim, o sentido profundo da vida num ritmo

    justo e equilibrado de causas e efeitos na sua ascese evolutiva, o

    Homem torna-se rbitro do seu destino, colhendo, em cada vida, o fruto

    que houver semeado nas suas vidas anteriores, conquistando, pelo

    esforo prprio, todo o seu desenvolvimento nos campos da moral e

    do intelecto, dinamizando os princpios divinos potencializados no

    Esprito, libertando-se das algemas da predestinao, marcando a linha

    diretriz da sua evoluo gloriosa para a conquista da Eternidade e do

    Infinito.

  • 4

    Sumrio

    Antecedentes Histricos ............................................................................................................... 5

    O Drusmo - Etnografia ............................................................................................................. 6

    Os Druidas ................................................................................................................................. 7

    A Influncia Mgica da rvore ................................................................................................. 9

    A Tradio Atlante .................................................................................................................... 9

    Os Romanos ............................................................................................................................ 10

    O Panteo Romano .................................................................................................................. 12

    Palingenesia Entre Os Gregos ..................................................................................................... 13

    Zohar - O Ensino Secreto Dos Judeus ..................................................................................... 15

    A Era Crst ............................................................................................................................. 17

    Conversa Com Nicodemos ...................................................................................................... 18

    O Julgamento Das Aes Humanas ............................................................................................ 21

    Os Vrios Mundos Na Escala Evolutiva ................................................................................. 22

    As Pesquisas Do Dr, Ian Stevenson ............................................................................................ 25

    Sonhos Recorrentes, Dj Vu E Marcas De Nascena ............................................................... 29

    As Marcas Comeam A Sangrar ................................................................................................. 32

    A Nossa Experincia ................................................................................................................... 34

    Quanto Tempo Ficamos Mortos? ................................................................................................ 36

    A Regresso Hipntica ................................................................................................................ 37

    A Reencarnao e a Dactiloscopia .............................................................................................. 42

    Os Espritos e a Vida No Alm ................................................................................................... 44

    Sugesto de Leitura ..................................................................................................................... 47

  • 5

    Antecedentes Histricos

    A crena na Reencarnao1 antiqssima e bastante divulgada.

    Ela sempre constituiu o dogma bsico da maioria das religies

    primitivas. Louis Jacolliot em Manou - Moise - Mahomet afirma que o

    mito da transmigrao das almas , talvez, o primeiro sistema

    filosfico que se h produzido no mundo, sobre a imortalidade da alma

    e a origem do Homem: liga-se, intimamente, com aquele da encarnao

    da divindade, nas crenas hierticas da ndia antiga.

    provvel que a mais remota das crenas religiosas seja o

    Manarva Dharmasastra, mais conhecido como o Cdigo de Manu.

    Este cdigo j era citado no Riga Veda, h mais de 1.300a.C.. No livro

    XII, Manu - o legislador - refere-se nos seguintes termos ao destino

    das almas daqueles que morrem:

    Aps a morte, as almas dos homens que cometeram

    ms aes tomam um outro corpo, para a formao do qual

    concorrem os cinco elementos sutis, e que destinado a ser

    submetido s torturas das zonas inferiores. Quando as almas

    revestidas desse corpo sofrem as penas purificadoras,

    penetram nos elementos grosseiros, aos quais se unem para

    retomar novo corpo, voltar ao mundo e concluir sua

    evoluo.

    1 Reencarnao , precisamente, o retorno carne (ritorno nelle carne, na definio de Trespoli). Os lexicgrafos naturalmente no ignoram que, se o termo novo, a doutrina da reencarnao velha como o mundo. A sinonmia conhecida dos espiritualistas em geral e dos espritas em particular: palingenesia (como ensinou Jesus), samsra (entre os hindus), metensomatose (expresso de Orgenes).

  • 6

    O sebenita Manethon afirmava que a reencarnao era tambm

    dogma fundamental da religio egpcia. Eis o que revela o Papiro Anana

    (1.300 a.C.):

    O homem retorna vida vrias vezes, mas no se

    recorda de suas prvias existncias, exceto algumas vezes em

    um sonho, ou como um pensamento ligado a algum

    acontecimento de uma vida precedente. Ele no consegue

    precisar a data ou o lugar desse acontecimento, apenas nota

    serem-lhe algo familiar. No fim, todas essas vidas ser-lhe-o

    reveladas.

    H referncias histricas que mencionam idade ainda mais remota

    (3.000), acerca da palingenesia ente os egpcios. Eis o que se inseria em

    antiqussimo papiro:

    Antes de nascer, a criana j viveu; e a morte no

    o fim. vida um evento que passa como o dia solar que

    renasce.

    Dir-se-ia que o autor dessa ancestral sentena colheu conhecimentos

    a respeito da reencarnao, observando as recordaes de vidas passadas

    manifestadas por crianas. Este, por sinal, o mtodo bsico que foi

    utilizado, na modernidade, por H.N. Banerjee e Ian Stevenson.

    O Drusmo - Etnografia

    Os druidas no eram um povo politicamente organizado. Integravam

    a estrutura social dos celtas, habitantes da Glia que, na antiguidade,

    compreendia as regies entre o Reno, os Alpes, o Mediterrneo, os Pirineus

    e o Atlntico.

  • 7

    Os celtas foram os primeiros habitantes da Glia. Suas migraes se

    realizaram, sucessivamente, entre 1.200 e 150 anos antes do Cristo, a partir,

    pois, da Idade do Bronze. Os romanos chamaram esse povo de gauleses,

    que se confundiu, com o passar dos anos, com os autctones. Eram

    excelentes agricultores, inventores da primeira ceifadeira e do arado de

    soco de ferro e de tcnicas de fertilizao desconhecidas do mundo greco-

    romano.

    A histria poltica da Glia pr-romana agitada por uma srie de

    interminveis disputas. Essas divises favoreceram a conquista romana. A

    primeira interveno latina aconteceu em 154 a.C., a pedido de Masslia

    (Marselha), para expulsar as tribos lgures vizinhas. Mais tarde, aps

    marchas e contra-marchas (58-51 a.C.), Csar conquista a regio,

    destacando-se a batalha de Vercingetorix. A Glia foi dividida em trs

    provncias: Aquitnia, Cltica ou Lionesa e Blgica, dirigidas por trs

    legados e submetidas a um perfeito residente em Lyon2. No sculo VI, a

    Glia reconhecia a dominao dos francos.

    Os Druidas

    Jlio Csar foi o primeiro a observar o papel que os druidas

    desempenhavam no contexto da sociedade dos celtas. Escreveu o

    conquistador da Glia:

    Um lder nico com autoridade suprema dirige os

    druidas. Quando esse chefe morre, o sucessor aquele que

    se destaca entre os demais. Em caso de equivalncia de

    prestgio, disputam o cargo mediante votao pblica ou, at

    mesmo, pelo uso de armas.

    2 Cidade onde renasceria, sculos depois, Allan Kardec, ex-hierofante druida.

  • 8

    A casta sacerdotal celta se dividia em trs tipos:

    OS DRUIDAS propriamente ditos, a cpula da hierarquia. Eram

    encarregados da ordem metafsica do Saber. Eram os guardies das coisas

    sagradas, cumprindo as funes de magistrados e mestres.

    OS BARDOS, chamados filia na Irlanda, eram os poetas. Cantavam

    e recitavam, mas no escreviam. Acompanhavam os guerreiros em

    combate, animando-os com seus hinos de guerra. Os bardos irlandeses se

    dividiram numa multido de ramos especializados que iam desde o

    CRUITERE - executantes de melodias mgicas que faziam chorar, rir,

    dormir e, at, morrer - e at o DEOGBIRE, os encarregados de servir as

    bebidas alucingenas.

    Os adivinhos eram os VATES (gauleses) e os FAITH (irlandeses),

    encarregados da ordem fsica do Saber. Magos e Mdicos praticavam curas

    com plantas. s prticas adivinhatrias eram feitas por mulheres. Previam

    o futuro, acalmavam as tempestades, domavam os ventos e se

    transformavam em animais. Eram as DRUIDESAS,

    Os druidas viviam no seio de comunidades onde transmitiam a um

    nmero limitado de iniciados a Doutrina Secreta. Csar informa que esses

    iniciados aprendiam de memria um grande nmero de versos, em um ciclo

    de aprendizado que durava anos.

    Todo o ensinamento era transmitido por via oral, embora os druidas

    conhecessem a escrita - utilizavam o alfabeto grego e a escrita gmica,

    parecida com os caracteres germnicos. Esse conhecimento oral era

    transmitido de gerao a gerao, enriquecendo-se com experincias que

    iam sendo adquiridas.

  • 9

    A Influncia Mgica da rvore

    Os druidas admitiam a magia da rvore. Sobre a madeira do

    avelaneiro e da sorveira realizavam misteriosas operaes mgicas. No

    texto, rvore da famlia das taxceas, gravavam-se smbolos gmicos, A

    macieira era considerada a rvore da cincia. s mas simbolizavam, a

    imortalidade e a sabedoria. Entretanto, o carvalho assumia grande

    importncia entre os druidas. Nessa rvore de madeira de lei, nasciam os

    cogumelos sagrados (cogumelos agricos), que provocavam estados de

    alucinao comparveis queles experimentados pelos xams da Sibria.

    Os druidas acreditavam na unidade de Deus e nas vidas sucessivas.

    Em Guerra das Glias, Csar elucida:

    Uma crena que eles procuram sempre estabelecer

    a de que as almas no perecem e que, depois da morte,

    passam de um corpo para o outro.

    Os druidas ensinavam que h trs ciclos:

    1 O de Ceugant que pertence a Deus;

    2 O de Guynfid ou morada da felicidade;

    3o O de Abred, ou ciclo das viagens, em que se incluem a Terra e

    outros planetas.

    A Tradio Atlante

    De onde teriam vindo s idias e concepes to avanadas dos

    celtas? Afirma-se que seriam eles sobreviventes da Atlntida. Depois do

    cataclismo que se abateu sobre esse continente, um dos ramos da

    civilizao atlante teria ido para o Egito e interior da Lbia. Outros teriam

  • 10

    atingido as escarpadas costas atlnticas da Gr-Bretanha, Pequena

    Bretanha, Irlanda e Glia. Algumas histrias das tradies clticas referem-

    se a cidades tragadas por mares bravios, como a rememorar a longnqua

    catstrofe que se abateu sobre a Atlntida, embora os mistrios sobre as

    origens desse povo singular permaneam insondveis.

    Na Atlntida, tentava-se em vrias partes (Europa, Amrica do Norte

    e Austrlia), reativar o drusmo, difundido pela sria de quadrinhos:

    Asterix, de Gosciny e Uderzo.

    Os Romanos

    A religio de Roma teria decorrido de uma miscigenao de cultos

    autctones, indo-europeus, etruscos e gregos.

    Alguns, textos sagrados conseguiram chegar modernidade, como

    os fragmentos dos Cantos Arvais e dos Cantos Sbos, e os Orculos

    Sibilinos, de Tarqunio, destrudos por ocasio do incndio de Roma em 86

    a.C.

    Conhece-se, em verdade, a religio romana, pelo historiador Tito

    Lcio e pelo poeta Ovdio que comenta, em seu Fastos, o calendrio das

    festas religiosas.

    Os romanos acreditavam que os Espritos viviam a sua volta e que

    interferiam em suas vidas. Assim, cada homem possua seu Esprito

    familiar, seu gnio; cada mulher era portadora de um poder fecundante,

    chamado Janus. Existiam Espritos protetores do solo e da casa (os lares), e

    Espritos que protegiam a famlia (os penates). Segundo suas crenas,

    quando se abandonava uma casa, deixavam os lares para os novos

  • 11

    habitantes, levavam os penates, que protegeriam os membros da famlia,

    mas no os escravos.

    Os romanos criam na imortalidade da alma. Os mortos eram,

    primitivamente, sepultados sob o lar, que eles defendiam. Dirigiam-lhes

    oferendas, tomava-se refeies com eles no dia dos mortos. Aos mortos

    hostis, os lmures, eram oferecidas cerimnias de conciliao.

    Aos poucos, porm, os Espritos foram-se tornando deuses. Os

    romanos dirigiam-lhes oraes. Os mltiplos lares fundiram-se em uma s

    divindade: Vesta, adorada em um templo de forma arredondada por

    sacerdotisas virgens, por isso chamadas vestais que mantinham o fogo

    sagrado.

    Os indo-europeus introduziram o culto ao deus Jpiter, que forma

    uma trade com Marte e Quirino. Alis, essa trindade de deuses maiores

    encontrada nos contextos das grandes religies.

  • 12

    O Panteo Romano

    Com o passar do tempo, o Panteo romano vai acolhendo divindades

    estrangeiras, como a deusa Minerva, cultuada pelos etruscos; Diana, cujo

    santurio ficava perto do lago de Nemi; Fortuna, a deusa da sorte e dos

    orculos; Vnus, Demter e outros.

    Com a expanso do Imprio Romano a partir dos sculos IV e III

    a.C., inmeros escravos eram trazidos de vrios e longnquos pases e

    regies. Esses escravos possuam seus prprios cultos que, a despeito da

    resistncia dos conservadores exerceram fundamental influncia na

    estrutura religiosa da metrpole. Surgiram, ento os cultos Cibele e Atis,

    a Osris e Serpis, culto ao sol, culto de Mitra etc.

    Em meio, contudo, a esse universo mstico, destacam-se figuras

    como as de Horcio (64 - 8 a.C.) e Virglio (70 -19 a.C.) que no prestavam

    culto aos deuses criados pelos homens, mas a uma divindade que, mais

    tarde, iria ser revelada pelo Mestre de Nazar, Virglio, que era

    reencarnacionista, afirmou:

    Todas essas almas depois de haverem, durante

    milhares de anos, girado em torno dessa existncia, no Elsio

    ou no Trtaro, so chamados por Deus, em grandes

    enxames, para o rio Letes, afim de que, privadas da

    lembrana, revejam os lugares superiores e convexos, e

    comecem a querer voltar ao corpo.

  • 13

    Palingenesia Entre Os Gregos

    Conforme Ccero, notvel tribuno romano, Ferecides foi o primeiro

    filsofo grego a ensinar a imortalidade da alma. Pitgoras (580 - 496 a.C.),

    seu discpulo, afirmava recordar-se de vrias encarnaes passadas. Eis

    algumas, a ttulo de ilustrao e por ordem de antiguidade:

    Prostituta Fencia, esposa de um comerciante lojista na Ldia,

    agricultor na Trcia, Hermotimus, profeta que foi queimado vivo pelos seus

    rivais; Euphorbus, guerreiro troiano que lutou durante a guerra de Tria.

    Pitgoras, ao ver a couraa que havia servido a esse guerreiro, reconheceu-

    a de imediato.

    Scrates (469 - 399 a.C.), segundo Plato (427 - 347 a.C.), ensinava

    a imortalidade da alma e da reencarnao. No dilogo ente Scrates e

    Cebes, afirma- se a convico palingensica do mestre ateniense:

    Efetivamente, Cebes, retoma Scrates, nada mais

    verdadeiro, segundo creio, e ns nos enganamos em o

    reconhecer. certo que h um retorno vida, que os vivos

    nascem dos mortos, que a sorte das almas boas a melhor,

    aquelas das ms a pior. (Fedon)

    No livro X de a Repblica, b uma intrigante passagem sobre a

    reencarnao, descrita juntamente com um caso de experincia fora do

    corpo. Trata-se do episdio de Er, filho de Armnio, originrio da Panflia.

    Er foi dado por morto em uma batalha. Dez dias depois, quando eram

    colhidos os cadveres j em putrefao, o seu foi encontrado intacto.

    Levaram-no para casa para ser cremado, mas, quando se achava estendido

    sobre a pira, retornou vida. Aps recobrar os sentidos, contou o que viu

  • 14

    do lado de l. Er explicou detalhadamente a sua caminhada, juntamente

    com outros que haviam morrido at o lugar onde as almas dos mortos so

    julgadas por juzes divinos e, depois, selecionadas, seguindo as boas em

    direo s regies celestiais e as ms, s direes infernais. A ele, os juzes

    recomendaram que se mantivesse ali para observar tudo e relatar aos

    homens o que viesse a presenciar a seguir.

    Logo mais, Er assistiu chegada quele local das almas que j

    houveram passado anteriormente pelo cu e pelo inferno, e que retornavam

    para, mais tarde, seguirem novo destino. Segundo ele soube, as

    recompensas e as penas duravam em mdia o equivalente a mil anos

    terrestres. Alguns sofriam mais tempo, devido maior gravidade de suas

    faltas. Todas, porm, aps cumprirem o ciclo de seus sofrimentos e

    felicidades, reencarnavam. Diziam-lhe os maiorais:

    - Almas efmeras, vs ireis comear uma nova

    carreira e renascer em condio de mortais. No ser jamais

    um gnio que vos determinar a sorte; sereis vs mesmos que

    escolhereis o prprio destino.

    Quanto a Er, sua alma retornou ao corpo que se achava sobre a pira

    prestes a ser cremado. Despertou e logo relatou a parentes e amigos a sua

    extraordinria aventura, que o coloca corno pioneiro, testa das

    manifestaes de quase morte, to em voga em nosso tempo.

    Na Prsia, atual Ir, o Zoroastrismo (500 a.C.), cujo o livro sagrado

    o Zend Avesta, ensinava a reencarnao.

    Os celtas e teutes eram reencarnacionistas. Quando Csar os

    encontrou, a feitiaria ensinava na Inglaterra que havia reencarnao, isso

    antes do advento do Catolicismo.

  • 15

    Na Frana, osctaros (sculos 11 e 12 d.C.) adotavam a crena da

    reencarnao.

    Na frica, os bagongos e os bassongos, bem como outras tribos

    radicadas prximas do rio Congo, no s criam na reencarnao, como

    faziam referncias a marcas de nascena reencarnatrias (birth-marks).

    No Alasca, os ndios thingit, pesquisados por Dr. Ian Stevenson,

    autor da obra Children Who Remember Previous Lives, criam, firmemente,

    na reencarnao. O ilustre psiquiatra canadense recolheu, entre os thingit,

    36 casos sugestivos de reencarnao, entre os quais o de um menino que se

    dizia irmo-de sua me. Stevenson iniciou suas revolucionrias pesquisas

    com esses ndios, seguindo as pegadas do Dr. I.E. P. Veniaminov que

    realizou, nos idos de 1840, pioneiras investigaes palingensicas com os

    thingit, inseridas no seu livro Reports about the Islands of the Unalasca

    Districts.

    Zohar - O Ensino Secreto Dos Judeus

    O Zohar teria sido redigido por Simo Bem Jochal no scuio 13 d.C.,

    conquanto o contedo remonta as eras recuadas do tempo. Eis uma das suas

    surpreendentes revelaes;

    Na obra de Chammouna, o Velho, dado, com longo

    ensino, a prova de que a Terra gira sobre si mesma, em forma

    de um crculo esfrico. Alguns dos seus habitantes esto do

    lado de cima, enquanto outros esto do lado de baixo,

    mudando de posies, em virtude do movimento de rotao,

    sem que percam o equilbrio. Desta forma, um certo Pas,

    acha-se- claro, enquanto outro est em trevas e h pases

    onde a noite muito curta.

  • 16

    Em seguida, Bem Jochai afirma:

    Assim como antes da criao, todas as coisas deste

    mundo eram presentes ao pensamento divino, sob as formas

    que lhe so prprias, assim- todas as almas humanas, antes

    de descerem vida terrestre, existiam diante de Deus, sob a

    forma que guardam, e tudo o que aprendem na terra, elas j

    sabiam antes de a descer.

    Ambas proposies de Zohar dispensam comentrios, falam por si

    ss. Entretanto, conclumos, esta insero de trechos do ensino secreto dos

    judeus com esta passagem, denuncia a franca tendncia reencarnacionista

    do povo judeu, muito embora esse princpio divino seja to ferrenhamente

    combatido e negado pelos que, em nosso Pas, tentam pregar a palavra de

    Deus:

    Todas as almas passam pelas provas da

    transmigrao e os homens no sabem quais so, a esse

    respeito, a vista do Altssimo, no sabem como so julgados

    em todos os tempos e antes de virem a este mundo e quando

    o deixaro. Eles ignoram quantas transformaes e provas

    so obrigados a fazer, quantas almas vm a este mundo que

    no voltaro ao palcio do rei celeste. Todos esses mistrios

    tempo, enfim, de serem desvendados.

    Qual a doutrina que, com lgica e extrema facilidade, desvenda tais

    mistrios? O Espiritismo! Mas, por que razo investem contra o seu

    contedo, com tamanha violncia negando-o aos estertores? Ele nada mais

    faz do que tornar claro e, perfeitamente, compreensvel os ensinos crticos

    dos patriarcas e profetas de tempos remotos.

  • 17

    A Era Crst

    No Evangelho de Mateus, registram-se claras referncias sobre a

    reencarnao de Elias.

    13:13-19 porque todos os profetas o a lei profetizaram at Joo.

    13:14-19 e se quereis aceitar (isto), ele mesmo Elias que estava

    destinado a vir.

    No h dvidas de que Jesus confirma, com a sua incontestvel

    autoridade, que Joo Batista a reencarnao de Elias, conquanto sejam

    duas personalidades diferentes, a individualidade, isto , o Esprito o

    mesmo.

    Gregrio Magno entendeu perfeitamente o mecanismo apontado

    por Jesus, quando ao comentar a passagem em que Elias (Joo 1:21)

    escreveu:

    (...) em outra passagem, o Senhor, interrogado pelos

    discpulos sobre a vinda de Elias, respondeu: Elias j veio

    (Mateus 17:12) e, se quereis aceita-lo, Joo Elias (Mateus

    11:14). Joo interrogado diz o contrrio: eu no sou Elias...

    e que Joo era Elias pelo Esprito (individualidade) que o

    animava, mas no era Elias em pessoa (personalidade). O

    que o Senhor diz do Esprito de Elias, Joo o nega da

    pessoa.

    Afirma Carlos Torre Pastorinho, a propsito, em seu trabalho de

    exegese SABEDORIA DO EVANGELHO, que Jesus no precisava

    entrar em pormenores sobre a reencarnao, pois essa era uma crena

    aceita normalmente entre os israelitas dessa poca, sobretudo pelos

  • 18

    fariseus, s sendo recusada pelos saduceus3.

    Conversa Com Nicodemos

    O dilogo de Jesus com Nicodemos clebre. Ele se encontra,

    apenas, no Evangelho de Joo (3: 1-15). Nicodemos era doutor da Lei e

    chefe dos judeus, o que indica pertencer ao Sindrio. Procura Jesus

    noite, hora mais propcia para uma conversa particular, encoberta pelas

    sombras noturnas.

    Nicodemos d a Jesus o ttulo de Rabi, tratando-o como igual, e

    explica as razes por que o considera, tambm, doutor da Lei: as

    demonstraes de obra e palavras.

    Jesus fala em nascer de novo ou do alto. A palavra grega que designa

    estes termos pode ser traduzida nesses dois sentidos. Joo o emprega

    geralmente no segundo sentido. Os pais da igreja Catlica, Orgenes,

    Plotino, Clemente, preferem do Alto, enquanto Agostinho, Jernimo e

    Ambrsio, de novo. Um e outro sentido, porm, ajustam-se ao contexto.

    Jesus inicia o dilogo afirmando que ningum pode ver o Reino

    de Deus se no nascer de novo ou do Alto. Nicodemos indaga como pode

    algum velho nascer pela segunda vez, voltando ao ventre materno?

    Que o que carne nasce da carne e o que Esprito

    nasce do Esprito.

    E repete:

    3 Os saduceus formavam um partido principalmente poltico no Judasmo do sculo II a.C. at a queda de Jerusalm, predita por Jesus em 70 d.C.. Contava, entre os seus adeptos, os sacerdotes. O nome no vem diretamente do hebraico saddiq justo, como muita gente pensava, mas parece derivado de Sadoc que, sob o reinado de Salomo, ficou como chefe do sacerdcio jerosolimitano, depois da deposio de Eleazar.

  • 19

    necessrio nascer de novo.

    Depois acrescenta:

    O Esprito age onde quer.

    Entretanto, as tradues vulgares registram:

    O vento sopra onde quer.

    Mas a palavra PNEUMA repetida no original cinco vezes nos

    quatro versculos (5, 6, 7e8). Porque motivo traduzir quatro vezes por

    Esprito e uma vez por vento?

    Jesus admira-se que Nicodemos no o entenda. Assinala que, entre

    ambos, h uma distncia muito grande, pelo menos no contexto da

    sociedade de Israel. Nicodemos o doutor do templo, enquanto ele era

    filho de um obscuro carpinteiro, sem projeo, sem ttulos de nobreza. E

    observou que se falando de coisas materiais no foi entendido, como

    seria se falasse das espirituais?

    H, contudo, uma passagem do Evangelho de Joo, Captulo 8,

    que reflete a certeza de que a mensagem de Jesus , sobretudo,

    reencarnacionista. Os lderes dos judeus disseram:

    Agora sabemos que voc est dominada pelo

    demnio. At Abrao e os profetas- mais poderosos morreram,

    e voc ainda diz que lhe obedecer vai livrar um homem da morte!

    Quer dizer que voc maior do que o nosso pai Abrao que

    morreu? E maior do que os profetas, que morreram? Quem voc

    pensa que ?

    Ento Jesus respondeu:

  • 20

    Se eu estou apenas exaltando a mim mesmo, isto no

    tem valor. Porm o meu Pai - e vocs dizem que Ele o seu

    Deus - quem est dizendo estas coisas gloriosas a meu respeito.

    Mas vocs nem conhecem a Deus, Eu sim. Se eu falasse de outra

    maneira, seria um mentiroso to grande quanto vocs. Mas

    verdade - eu conheo o Pai, a quem obedeo sempre. ABRAO,

    PAI DE VOCS, QUANDO SOUBE QUE EU VINHA FICOU

    ALEGRE.

    E os lderes judaicos exclamam, questionando a colocao de

    Jesus:

    - Voc no tem nem cinqenta anos de idade - certo? E

    como viu Abrao?

    Ao que Jesus replicou:

    - A pura verdade que eu j existia antes de

    Abrao nascer.

    Revoltados com as palavras de Jesus, os lderes judaicos

    apanharam pedras para mat-lo. Jesus se ocultou deles e deixou o

    Templo.

    Esta passagem de suma importncia, pois define, claramente, o

    carter reencarnacionista do pensamento do Mestre de Nazar. Ele se

    refere a sua preexistncia, ao convvio com Abrao no Plano Espiritual,

    fato que demonstra, sociedade, a sobrevivncia da alma e a sua

    encarnao, mais de uma vez, na esfera corprea.

  • 21

    O Julgamento Das Aes Humanas

    Dentro do estudo da Lei de Causa e Efeito, h um captulo de

    fundamental importncia que merece especial registro, Referimo-nos ao

    julgamento das aes humanas, isto , ao julgamento daquilo que a

    Teologia rotulou de pecado. Pisamos em terreno puramente moral.

    Mas o que a moral? Ou melhor: que moral?

    Se afirmarmos que a moral uma conveno humana, mero

    preconceito criado pelos interesses do cl dominante, estaremos muito

    prximos da verdade. E tanto assim exato que a morai varia, muda de

    aspecto e de interpretao, de acordo com fatores geogrficos, tnicos,

    religiosos e sociais.

    O julgamento das aes humanas no pode admitir pesos e

    medidas diferentes. Por isso acreditamos que haja uma grande

    elasticidade em tal julgamento. No fora assim poucos seriam aqueles

    que conseguiriam reabilitar-se. o Esprito no julgado pelos erros que

    comete, mas, sim, pela responsabilidade consciente que teve nesses

    erros. E se dissermos que essa responsabilidade funo da maior ou

    menor conscincia do ser, estando, portanto, em proporo direta com

    todos os fatores que o circundam, teremos de chegar ao seguinte

    resultado: quanto mais esclarecido, mais responsvel o Esprito em suas

    aes.

    Tais conceitos so conceitos humanos, so frmulas que a justia

    nos sugere, que o senso tico nos aponta, como concluses lgicas

    tiradas do estudo da Lei de Causa e Efeito. Essa lei, portanto,

    profundamente moral - moral num sentido filosfico - visceralmente

    crist, pois que est contida, por inteiro, no pedestal do monumento que

  • 22

    o Cristo legou ao Homem: - no faas aos outros o que no desejas que

    te faam.

    Os Vrios Mundos Na Escala Evolutiva

    Os Espritos reveladores, justificando a diferena entre os vrios

    mundos e os seres que neles vivem, reportam-se escala evolutiva

    regulada pela reencarnao, apresentando o seguinte raciocnio:

    a. Deus cria permanentemente, jamais deixando de criar;

    b. As possibilidades de cada Esprito dependem de seu grau de

    perfeio;

    c. H diferentes ordens de Espritos, conforme o nvel de

    evoluo a que tenham alcanado;

    d. A experincia a que esto submetidos os Espritos atravs das

    reencarnaes sucessivas justificam essa evoluo;

    e. Aps muitas experincias e reencarnaes, os Espritos

    atingem o estado de perfeio;

    f. Tudo acontece nos mais diferentes mundos, igualmente

    submetidos a uma hierarquia espiritual;

    g. Passando de um mundo para o outro, o Esprito leva consigo

    as experincias adquiridas, nas anteriores.

    Prosseguindo em sua investigao, Allan Kardec pergunta aos

    Espritos reveladores, objetivamente, sem meios termos, se os seres que

    habitam os diferentes mundos tm corpos semelhantes aos nossos,

    obtendo esta resposta:

    fora de dvida que tm corpos, porque o Esprito

    precisa estar revestido de matria para atuar sobre a matria,

    Esse envoltrio, porm, mais ou menos material, conforme o

  • 23

    grau de pureza a que chegaram os Espritos. isso que assinala

    a diferena entre os mundos que temos de percorrer, porquanto

    muitas moradas h na casa de nosso Pai, sendo,

    consequentemente, de muitos graus essas moradas.

    Embora recebesse respostas to claras, Allan Kardec volta a

    indagar:

    E-nos possvel conhecer exatamente o estado fsico

    e moral dos diferentes mundos?

    E os Espritos reveladores disseram:

    Ns, Espritos, s podemos responder de acordo com o

    grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que no

    devemos revelar essas coisas a todos, porque nem todos esto

    em estado de compreend-las e semelhante revelao os

    perturbaria.

    Os estudos da EXOBIOLOGIA vm confirmar as concepes

    patingensicas dos Espritos tutelares da Codificao. O Dr. L. J. Carter,

    por exemplo, da Sociedade Interplanetria Britnica, em conferncia

    naquela organizao cientfica, fez esta sensacional revelao:

    Fala-se, em geral, na vida como ns a conhecemos.

    Mas, por que deveria haver somente esta espcie de vida?

    s descobertas mais recentes no excluem a vida nos

    outros mundos. Poder haver muitas centenas de milhares

    de formas de vida.

    Dr. Carter acrescenta a seguir que esse estudo, por ser atraente, vai

    sendo apreciado seriamente, com a criao de um novo ramo da cincia

  • 24

    para investigar os seres no Espao. Esse estudo chamado Exobiologia

    e vem sendo ministrado nas melhores universidades da Inglaterra, dos

    Estados Unidos e da ex-Unio Sovitica.

    A verdade que os homens de cincia, sempre predispostos a

    negar, comeam a crer nos mundos habitados, confirmando, destarte, o

    preceito evanglico de que na Casa do Pai h muitas moradas.

  • 25

    As Pesquisas Do Dr, Ian Stevenson

    Nascido em Montreal, Canad, a 31 de outubro de 1918, Ian

    Stevenson iniciou seus estudos superiores na Universidade de At,

    Andrew, Esccia, mas, depois, transferiu-se para Megill University, em

    Montreal, onde se especializou em doenas psicossomticas e, mais

    tarde, em Psiquiatria. Posteriormente, trabalhou na Universidade de

    Virgnia (EUA), ocupando a chefia da Seo de Psiquiatria, cargo que

    abandonou para dedicar-se s pesquisas dos fenmenos psquicos e da

    reencarnao. Ian Stevenson no aprovava os mtodos usados pelos

    psiquiatras da Universidade de Virgnia no tratamento das doenas

    mentais.

    Segundo a teoria clssica, as pessoas so produtos do material

    gentico herdado de seu pais, aliado s influncias sofridas durante os

    perodos pr e ps-natal. Essa teoria, porm, no explica as

    caractersticas que algumas pessoas apresentam, como as fobias, os dons

    artsticos inatos, a genialidade, as deformaes congnitas, as diferenas

    entre gmeos univitelinos, o fato de algumas crianas sentirem e dizerem

    que no so do sexo em que nasceram, etc.

    O Dr. Stevenson afasta-se da Seo de Psiquiatria da Universidade

    de Virginia, justificando-se:

    Comecei praticando a medicina psicossomtica

    tradicional; mas depois de estudar as alteraes dos nveis de

    conscincia sob a influncia de drogas e dos resultados da

    psicoterapia sobre as doenas mentais, senti profunda

    insatisfao diante das teorias contemporneas sobre a

    personalidade. A idia que as influncias prximas explicariam

    a formao da personalidade no satisfaziam. Ento, pensei

  • 26

    que, atravs da parapsicologia, poderia encontrar uma nova

    dimenso para compreender a personalidade. Li tudo que se

    escreveu a respeito e descobri o que intitulei de 'tipo

    reencarnadonista. J lera relatos sobre o assunto, e quatro

    pessoas pareciam lembrar- se de uma vida anterior.

    Inicialmente, o Dr. Stevenson voltou-se para a pesquisa sobre as

    fobias em geral. Numa entrevista a uma revista francesa, refere-se a uma

    menina que tinha fobia gua, receio no compartilhado pelos seus

    familiares; alm disso, no sofrer qualquer acidente que pudesse

    provocar um traumatismo, At que um dia a menina comeou a falar de

    uma vida anterior e contou que morrera afogada.

    Quando o entrevistador perguntou a Stevenson se ela no teria

    inventado a histria s para satisfazer o investigador, ele respondeu que

    a menina, naquela ocasio, tinha apenas dois anos. Ela ainda falou da

    vida de uma outra menina que, caminhando atravs de campos

    encharcados pelas chuvas, afogara-se antes que algum pudesse salv-

    las. Deu outros detalhes, como os nomes de seus familiares, amigos e os

    que conhecera na sua vida; tais detalhes foram pesquisados, e os dados

    correspondiam exatamente aos fatos que ela citara. Como ningum na

    sua famlia conhecia este caso, no se pode atribu-lo telepatia, hiptese

    defendida pelos pesquisadores de coisa nenhuma.

    Os pases onde Stevenson encontrou o maior nmero de casos

    foram justamente aqueles em que se acredita na reencarnao, de 1.623

    casos, 813 estavam localizados na sia, 226 na Birmnia e 208 na ndia,

    sendo que ele, tambm, colheu dados sobre 241 casos ocorridos na

    Europa, dos quais 38 eram na Frana.

  • 27

    Alguns casos narrados por Stevenson apresentam caractersticas

    curiosas, como por exemplo, o reencarnante escolher a localidade onde

    desejar renascer.

    Maria de Oliveiro, do Rio Grande do Sul, Brasil, contraiu,

    deliberadamente, tuberculose e morreu com a idade de 28 anos. Durante

    o pouco tempo de vida, teve dois casos amorosos mal sucedidos, antes

    de morrer, porm, fez um pacto com a amiga Isa Lorenz. Prometeu que

    nasceria como sua filha.

    Decorridos dez anos, Isa deu luz uma menina. Aos dez anos e

    meio, essa menina comeou a falar d fatos pormenorizados da vida da

    falecida Maria, om pelo menos 120 ocasies, ela deu provas do

    conhecer pessoas que tiveram relao com Maria, tecendo ainda,

    comentrios curiosos sobre sua vida.

    Emlia Lorenz, tambm brasileira, suicidou-se aos 19 anos,

    ingerindo cianureto, Era um Esprito inadaptado a sua condio de

    mulher. Tinha verdadeiro dio de pertencer ao sexo feminino e disse que

    um dia voltaria Terra como homem.

    Tempos depois, Emlia se comunicaria em uma sesso esprita,

    onde comunicou que gostaria de nascer novamente na mesma famlia,

    mas que, desta vez, viria em corpo de menino.

    Realmente, sua me, posteriormente, deu luz um menino que se

    chamou Paulo, mas que declarou, logo que pde se expressar por

    palavras, chamar-se Emlia. O que curioso que, embora Emlia

    odiasse sua condio de mulher, Paulo apresentou, desde criana,

    trejeitos femininos bem acentuados.

  • 28

    Tambm, neste caso, Stevenson apresenta quatro pginas inteiras

    de provas da identificao entre Paulo e Emlia.

  • 29

    Sonhos Recorrentes, Dj Vu E Marcas De Nascena

    O Instituto de Psicobiofsica de So Paulo (IBPP) investigou o

    caso de M.G que envolvia os sonhos recorrentes, o d j vu e as marcas

    de nascena. A prpria agente relata os fatos que evidenciam fortes

    lembranas de vidas passadas. Passamos-lhe a palavra:

    Eram aproximadamente 18h e 30m do dia 17 de

    dezembro de 1976 quando a conduo da firma onde trabalho

    transportava-nos de volta para casa. No preciso instante,

    percorramos a Avenida do Estado (margem do rio Tamandar)

    quando observei um imvel de construo antiga mas bem

    conservada, que me chamou a ateno pela luminosidade que se

    irradiava dos vitrais. H pouco tempo (desde 16 de outubro de

    1976) mudei de residncia, do Ipiranga para Mandaqui (Zona

    Norte), e, por essa razo, diariamente atravesso aquela avenida.

    Habitualmente, nada noto no ambiente externo, porque, durante

    as viagens, ocupo-me com leituras. Mas naquele dia ardiam os

    meus olhos, pela primeira vez desde a mudana, voltei com o

    livro fechado, contemplando a paisagem. Mas, de repente, vi um

    prdio que mais se assemelhava a um casaro. Senti, nos

    recessos do meu ser, um toque profundo, uma irresistvel

    atrao pelo local que se me apresentava to familiar, fato que

    me forou a inclinar a cabea para fora da conduo num

    mpeto de visualizar melhor, ao que no pratico normalmente.

    Instintivamente, imaginei: depois deste prdio, h trilhos de

    estao ferroviria. O nibus avanou um pouco e, para meu

    espanto, l estavam as linhas do trem. Meu corao se acelerou.

    Em segundos, mil pensamentos inundaram meu crebro e,

    incrvel, se desenhavam na memria s paisagens subseqentes

  • 30

    da Estrada de Ferro Santos Jundia.

    Engraado, ao deslumbrar-se com o prdio, no

    observei a existncia de uma placa indicando que se tratava da

    Estao do Pari. Eram como recordaes antigas, ocultas no

    inconsciente, trazidas memria no presente momento. Algo

    dizia que eu j havia estado ali antes. No entanto, s agora

    tomava conhecimento disso. O lugar estava bastante castigado

    pelo tempo. As cores escuras, os armazns, os trilhos

    desordenados e espalhados a considervel distncia, tudo me

    dizia respeito. Ali, no interior do nibus, revi cenas de pavor j

    sentidos antes de sonhos que recordo acorrido na minha

    infncia. Lembro-me de que sonhava constantemente com trens.

    Via-me mergulhada em noites sombrias numa luta

    desesperadora para atingir o outro lado. Em certos pontos, os

    ramais confundiam-se. Noutros, bifurcavam-se.

    Eu atravessava uma linha, outra se apresentava minha

    frente. Minha mente se perturbava. Via trens vindo de iodos os

    lados; em alta velocidade. Fugia deles para no ser atropelada,

    mas outros apareciam e o terror que sentia acordar

    sobressaltada. Eram horrveis pesadelos, e tornaram-se to

    perseguidores que acabei por rezar para no v-los mais; e, sem

    que percebesse, eles se foram. Minhas oraes de criana foram

    atendidas. Da em diante no mais pensei neles. Ficaram como

    vagas lembranas sem interesse nenhum.

    Mas a ocorrncia do dia 17 colocou num lugar de

    prioridade estes velhos sonhos, e estou convencida de que, se

    aquele lugar no o mesmo registrado nos meus sonhos, ; ao

  • 31

    menos, muito parecido, pois como poderia ter imaginado o que

    havia para l do muro sem ter passeado por l? Mas vamos para

    o outro lado do disco...

  • 32

    As Marcas Comeam A Sangrar

    Com referncia a esse caso, M.G, continua seu relato e as

    concluses a que chegou, associando-o a fatos de sua tenra infncia,

    quando, sua me, ao trocar-lhe as fraldas, verificou que suas pernas

    estavam todas retalhadas. Era como se algum tivesse passado uma faca

    em todas as dobras do seu corpo. s feridas sangravam. Estava ela,

    ento, com 20 dias de nascida. Os mdicos, por mais que a examinassem

    no conseguiram descobrir a causa daquela enfermidade. Aplicaram-lhe,

    entretanto, tantos medicamentos que os ferimentos sararam, deixando-a

    bem fisicamente, mas com cicatrizes no corpo.

    Com o conhecimento adquirido posteriormente, chegou a

    convico de que desencarnou esquartejada sob todas de um trem, e os

    estigmas provocados pelo dilaceramento de suas carnes vieram a se

    refletir em seu corpo na idade adulta. No h outra explicao mais

    racional que esta para uma doena sem causas materiais que os mdicos

    no conseguiram diagnostica. At hoje, comenta-se, na famlia, que ela

    foi salva por milagre. E qual seria a razo dos pesadelos que ela tinha em

    criana? Por que lhe parecia to familiar aquela velha estao de trem?

    O relato de M.G. foi publicado, na ntegra, na revista Planeta, nmero

    109, de outubro de 1981.

    William George era um pescador do Alasca que um dia, em

    conversa com o filhe preferido, disse que depois de morrer, voltaria

    ainda em tempo de ser seu filho, As provas seriam determinadas marcas

    de nascimento exatamente iguais as suas.

    Em 1949, William George morre, desaparecendo,

    misteriosamente, com seu barco no mar, enquanto pescava.

  • 33

    Em maio de 1950, sua nora deu luz um menino que possua,

    exatamente, as marcas como ele previra em vida. O mais interessante

    que a nora, durante o trabalho de parto teve um perodo de transe em que

    viu o sogro que lhe dizia estar ansioso para rever o filho.

    Aos 4 anos de idade, a criana, que recebera, tambm o nome de

    William George, comeou a revelar conhecimentos sobre fatos da vida

    do av, como pessoas, lugares, bem como desenvolver caractersticas

    pessoais, como jeito de andar, de falar.

    Certo dia, o menino ao entrar em casa e vendo a me a mexer numa

    caixa de jias, afirmou: Este relgio meu. E tomou o relgio em suas

    mos. Era um relgio de ouro que fora presenteado pelo velho William

    George sua me.

    Os pais do garoto que ficaram bastante surpresos, porque sabiam,

    com toda certeza, que ele jamais soubera da existncia daquela jia e,

    muito menos, de sua procedncia.

  • 34

    A Nossa Experincia

    Como o autor desta monografia aconteceu algo, realmente,

    inusitado que poderia sugerir um caso de reencarnao. claro que

    uma especulao, e o leitor acreditar se quiser,

    Estvamos, eu e a famlia, em viagem pela Europa, na primavera

    de 1998. Os roteiros dessas excurses incluem, infalivelmente, visitas s

    famosas igrejas catlicas espalhadas pela face dos diversos pases a

    serem percorridos.

    Comeamos pela Espanha. Os templos so magnficos e

    representam as tendncias estilsticas de pocas alternadas, A maioria

    ostenta um esplendor exuberante, eu no entrava nas igrejas; recusava-

    me terminantemente. Os familiares, com mquinas fotogrficas em

    punho, penetravam os interiores daqueles prdios sombrios; eu ficava

    porta. No havia, de minha parte, qualquer atitude sectria, porque

    professo a Doutrina Esprita. A rejeio vinha l de dentro dalma. Sentia

    que iria passar mal se entrasse em um daqueles templos monumentais.

    Resguardava-me quase que por instinto.

    Finalmente, em Paris, venci f cima ojeriza e entrei na Catedral de

    Notre Dame. Dir-se-ia, creiam-me prezados leitores, que retornara,

    abruptamente, a longnquo passado. No conseguia, por mais que

    tentasse, retornar realidade presente. Parece que fora transportado,

    compulsoriamente, no tempo em no espao, a outra dimenso. Vivi, por

    tempo indefinido, uma espcie de captulo de minha vida pregressa. O

    ambiente, ento, era outro. O templo estava profundamente iluminado.

    Cnticos suaves inebriavam os sentidos. Vrios sacerdotes postavam-se

    diante do altar-mor, de costas para o povo, oficiando uma missa fnebre.

    Que fazia eu ali? Onde exatamente me encontrava, na amplido do

  • 35

    histrico templo? O certo que registrava todos os movimentos dos que

    se encontravam em qualquer ponto da igreja. Sentia que no era um

    fenmeno de desdobramento.

    Aquele ambiente servira de estmulo aos registros mnemnicos

    palingensicos. Vivenciara, naqueles fugazes momentos, indelveis

    fragmentos de existncia transata. L estivera com certeza e participara

    daquela fnebre cerimnia, que me parecia ser no sculo XVII.

    Por mais que desse tratos bola, jamais consegui me situar no

    interior do templo. No sobe, finalmente, quem era eu ante aquela

    multido de padres e fiis, incluindo o prprio defunto. Voltei a mim,

    postado diante do altar vazio, com minha esposa chamando-me,

    insistentemente, pelo nome.

    experincia fora incrvel! Tentei encontrar uma resposta para o

    fenmeno. Os pesquisadores consultados no conseguiram decifrar o

    enigma; as teorias sobre juntos que tais suscitam uma srie -

    contraditrias opinies. O problema que se pretende explicar o

    supranormal excluindo-se o Esprito em sua condio de encarnado ou

    desencarnado. Criaram, ento, um amontoado de termos que no

    explicam. So, apenas, rtulos, e nada mais. Mas, o vivel para a maioria

    dos prprios pesquisadores a negao pura e simples, do fato, mesmo

    que as evidncias saltem aos olhos.

  • 36

    Quanto Tempo Ficamos Mortos?

    Aceita a tese reencarnacionista, surge uma crucial indagao:

    quanto tempo dura o perodo que vai da morte ao renascimento numa

    prxima vida?

    Os pesquisadores da reencarnao que se tm debruado sobre o

    assunto ainda no chegaram a concluses definitivas, embora disponham

    de dados surpreendentes.

    H, sem dvida, notvel interesse sobre o perodo de intermisso

    que ocorre aps o decesso do ser humano, ou seja, quanto tempo o

    esprito permanece na esfera impondervel antes de retomar Terra em

    novo corpo fsico.

    Sobre esta intrigante questo, o parapsiclogo Karl W. Goldstein,

    aps realizar longa pesquisa, publicou os seus resultados no jornal Folha

    Esprita, de So Paulo, edio de 1987.

    O Dr. K.W. Goldstein tratou da momentosa questo sob trs

    diferentes ngulos:

    1. Pelos dados conseguidos atravs de declaraes feitas por

    pacientes submetidos regresso hipntica;

    2. Por avaliao estatstica ao renascimento populacional do

    mundo;

    3. Atravs de pesquisas feitas por estudiosos da reencarnao.

  • 37

    A Regresso Hipntica

    Os dados relatados pelos pacientes que se submetem regresso

    so todos gravados e as sesses feitas seguidamente. Isso ocorreu num

    caso que se tornou famoso: o de Bridey Murphy, uma personagem

    irlandesa do sculo XIX, que reencarnou, no sculo XX, nos Estados

    Unidos, na pessoa da Sra. Simmons (pseudnimo adotado por Virginia

    Burns Tighe).

    A paciente foi submetida a seis sesses de regresso, durante as

    quais fez revelaes surpreendentes sobre sua vida pregressa na Irlanda,

    dados esses posteriormente comprovados. A histria foi narrada por M.

    Bernstein, em seu livro O Caso de Bridey Murphy, da Editora

    Pensamento4.

    O Dr. Goldstein, referindo-s obra de Bernstein, tenta

    demonstrar que possvel conseguir informaes relativas no apenas a

    vidas passadas na Terra como, tambm, sobre os perodos de

    4 O caso de Bridey Murphy foi objeto de apreciao por pare do Dr. Joseph Banks Rhine, incluindo-o em seu trabalho VOC VIVEU ANTES?

  • 38

    intermisso, ou seja, perodos entre a encarnao e outra, que Allan

    Kardec denominou de erraticidade. Em seguida, o Dr.Goldstein registra

    o caso do Sr Tobart Logg, investigado pela Dra. Helen Wambach. Esta

    pesquisa aponta para o fato de que Logg teve diversas vidas na Terra e

    um total de 3.765 anos de intermisso. Por sua vez, o tempo das

    intermisses mostrou variaes de zero a 1.200 anos, dando, assim, uma

    mdia de 269 anos entre cada vida terrena. Outro paciente, que preferiu

    ficar no anonimato, foi investigado por outro pesquisador - Dr. Arnall

    Bloxham. Este paciente, segundo este pesquisador, teve dez

    intermisses, perfazendo um total de 3.000 anos e mdia das

    intermisses 300 anos, das quais deve- se deduzir o tempo aproximado

    que o paciente viveu na Terra. Pelo que ele concluiu que se atinge, ento,

    uma mdia de 250 anos para cada intermisso.

    Em um terceiro caso, tambm pesquisado pelo Dr. Bloxham, a

    paciente sofreu trs intermisses, totalizando 1.459 anos e um tempo

    mdio de 243 anos entre suas vidas na Terra.

    Tomando em considerao o perodo mdio para cada um desses

    trs pacientes, chega-se ao seguinte resultado mdio: 269 + 250 + 243 =

    762: 3 = 254 anos para cada intermisso passada no Plano Espiritual.

    Os dados coligidos no-processo de regresso de memria

    revelaram que em tempos remotos, as vidas na Terra eram mais curtas,

    e o perodo de intermisso mais longo, observa, ento, o Dr. Goldstein:

    Este maior espaamento do perodo de intermisso teria

    sido vantajoso, pois permitiria melhor restabelecimento do

    perisprito. Naquelas recuadas eras, as mortes violentas eram

    mais comuns. Se a intermisso fosse muito curta, talvez

    ocorresse um maior nmero de defeitos fsicos congnitos.

  • 39

    Quanto s avaliaes estatsticas relacionadas ao crescimento

    populacional do mundo, o Dr. Goldstein afirma, apesar dos dados no

    serem precisos, sabe-se que, a partir do sculo XVI, houve um aumento

    populacional acelerado, provocado pela melhoria das condies de vida

    na Terra.

    De sua parte, o Esprito Emmanuel informou, atravs da

    mediunidade de Francisco Cndido Xavier, que, no Plano Espiritual,

    havia cerca de 20 milhes de Espritos. Com o aumento da populao

    humana, pois, o estoque de Espritos deveria comear a diminuir.

    Conforme o Dr. Goldstein, aplicando os coeficientes de

    desencarnados tabela de vida mdia dos encarnados, chegar-se-ia ao

    seguinte:

    Tempo provvel de intermisso em anos recentes:

    Ano Tempo provvel de Intermisso

    1952 600 anos

    1965 491 anos

    1975 409 anos

    1980 297 anos

    1987 238 anos

    Conclui o Dr. Goldstein que, tirando a mdia dos ltimos 35 anos,

    isto , de 1952 a 1987, teramos 600 + 491 + 409 + 297 + 238 = 2.035 :

    5 = 407 anos. Esta cifra superior a mdia 243 obtida no primeiro

    mtodo. No entanto, as intermisses dos ltimos se anos (poca da

    pesquisa), de 1980 a 1987, ou seja, 238 anos, aproximam-se bem da

    mdia geral obtida pelo primeiro mtodo e no longe dos dados

    conseguidos atravs das regresses hipnticas realizadas.

  • 40

    O Dr. Goldstein tambm investigou o tempo de intermisso,

    utilizando-se dos dados obtidos em trs fontes:

    a) Casos pesquisados pelo Dr. Ian Stevenson;

    b) Casos relatados pelo Dr. Karl Muller;

    c) Consulta nos arquivos do Instituto Brasileiro de Pesquisas

    Psicobiofsicas de So Paulo (IBPP).

    Dos casos do Dr. Ian Stevenson, Dr. Goldstein apresenta os

    seguintes dados: 26 casos apurados; tempo total das intermisses: 133

    anos; variao dos tempos de intermisso: 5 anos.

    Dos casos do Dr. Karl Muller - 13 casos apurados; tempo total das

    intermisses: 78 anos; variao dos tempos de intermisso: 0 a 20 anos;

    tempo mdio de cada intermisso: 6 anos.

    Dos casos do IBPP, So Paulo - 10 casos apurados; tempo total

    das intermisses: 82 anos; variao dos tempos de intermisso: 0 a 32

    anos; tempo mdio de cada intermisso: 8 anos.

    A mdia destes trs grupos seria calculada da seguinte forma:

    5+6+8 = 6,3 anos por intermisso. A variao total das intermisses

    seria, pois, de o a 32 anos.

    O Dr. Goldstein fez outras interessantes observaes. Afirma que

    as lembranas de vidas pregressas surgem, nas crianas,

    espontaneamente, mas so raras em adultos e, quase sempre se

    manifestam por meios de sonhos recorrentes, pelo dj vu, pela

    regresso hipntica etc.

    singularssimo notar que, nas crianas com memria de vidas

    passadas, h uma intermisso mdia de 6 anos, com variaes de 0 a 32

  • 41

    anos. Entretanto, nos adultos, os perodos de intermisso so bem mais

    extensos, mostrando que um tempo muito longo produz o esquecimento.

    A intermisso curta ajudaria a conservar a memria.

    Objetivando um estudo metodolgico da reencarnao, os

    pesquisadores dividiram os vrios tipos de recordaes observadas no

    decorrer de seus estudos, dispondo-os em seis classes distintas com suas

    respectivas subdivises:

    1. Crianas com recordaes de vidas prvias; cujas memrias

    desaparecem com a idade;

    2. Recordaes em adultos: recordaes iniciadas na infncia;

    sonhos recorrentes; vises; recordaes espontneas; o dj vu, isto , o

    reconhecimento de um lugar onde nunca se esteve antes; recordaes

    provocadas por doenas;

    3. Por informao: sonhos anunciadores; informaes obtidas de

    desencarnados; informaes conseguidas atravs da psicometria;

    informaes de prprio paciente, antes de morrer, promete fido voltar;

    4. Por caractersticas inatas: genialidades, defeitos congnitos

    (marca de nascena); aptides inatas;

    5. Investigao experimental ou acidental: casos de obsesso;

    hipnose com regresso de idade; ao de drogas; desdobramento astral;

    choques traumticos; estados pr-agnicos;

    6. Experincias msticas: meditao, xtase.

  • 42

    A Reencarnao e a Dactiloscopia

    Em 27 de maio de 1935, a Gazeta do Recife publicou uma

    reportagem impressionante, segundo a qual um esprita estudioso

    conseguiu obter duas impresses digitais idnticas.

    Sabe-se que princpio assente em dactiloscopia no existirem

    duas impresses papilares idnticas, princpio que, neste caso, no foi

    derrogado, visto no se tratar de impresses de duas pessoas vivas, mas

    duas pessoas que viveram em pocas diferentes.

    O colecionador de impresses digitais o Sr. Joo Apolinrio dos

    Santos, tcnico em dactiloscopia. De cada pessoa o Sr. Apolinrio levava

    a impresso do polegar direito, por ser desenho bsico e, quando

    possvel, registrava as dez impresses, dada a possibilidade de surgir

    algum a quem faltasse um dedo.

    Informa a Gazeta do Recife que, num dia da semana passada,

    tendo visitado um amigo - o Sr. Manoel do Nascimento - pediu-lhe

    consentimento para realizar pesquisas dactiloscpicas com seus filhos e

    netos. Entre as crianas, figurava o menino Jos Odon, conhecido, na

    famlia, por Pipiu. O Sr. Apolinrio comeou a confrontar as impresses

    das crianas com as de pessoas falecidas. Foi, ento, que descobriu

    perfeita igualdade entre os desenhos digitais do pequeno Pipiu e os de

    um velho amigo da famlia da criana - Redro Guedes de Oliveira, morto

    h cerca de dez anos, em idade avanada.

    quela extraordinria constatao evidenciava, a olhos vistos, um

    processo palingensico, levando-se em conta as relaes de sincera

    amizade entre o de cujos e a famlia Nascimento. Satisfeito com a

    importante descoberta, o Sr Apolinrio, no dia seguinte, foi at a

  • 43

    residncia do Sr. Miguel Nascimento comunicar-lhe o que ocorrera,

    deixando em poder da famlia duas fichas dactiloscpicas para que todos

    pudessem verificar a sua igualdade absoluta.

    Gazeta do Recife levou o caso ao conhecimento do instituto de

    identificao de Pernambuco, que designou o tcnico em dactiloscopia

    Estanislau Pereira de Souza, que emitiu, aps acurados exames, o

    seguinte parecer:

    No h dvidas. Estou diante de um fato indito. H

    anos que examino fichas, na crena de que uma igualdade

    jamais seria verificada. So perfeitamente iguais os dois

    desenhos, apesar da diferena dos tamanhos. Ambos se

    caracterizaram por um vertculo espiralode, com os mesmos

    dedos, que tambm se distanciam por igual nmero de linhas

    papilares. Alis, segundo a cincia, doze pontos bastariam para

    atestar a igualdade de suas impresses. No entanto, no caso

    vertente, todo os pontos so perfeitamente iguais.

    O jornal Mundo Esprita que ento se editava no Rio de Janeiro, referiu-

    se, largamente, a esse mais do que sugestivo caso de reencarnao, em seu

    nmero 164, de 17 de junho de 1935.

  • 44

    Os Espritos e a Vida No Alm

    Allan Kardec reservou o livro segundo de O Livro dos Espritos

    ao estudo e pesquisa de perquirio sobre o Mundo Esprita e os

    Espritos. Eis uma sntese das respostas dadas pelas entidades superiores

    ao Mestre Lyon:

    - Nos intervalos das reencarnaes as almas se tornam Espritos

    errantes dos mais variados graus;

    - Enquanto errantes, os Espritos progridem, analisam seus erros e

    preparam-se para a nova vida corprea;

    - A situao da vida do Esprito errante no Alm ser determinada

    por sua vida no Aqum. Passar a integrar a esfera de Espritos do

    mesmo nvel moral;

    - s colnias espritas so habitadas pelos Espritos errantes ente

    uma reencarnao e outra.

    obra Colnias Espirituais de Lcia Loureiro (Ed. Mnmio

    Tlio, So Paulo) , na atualidade, a mais completa obra sobre o

    momentoso assunto. Dela extramos, em sntese, os seguintes dados:

    Colnias Espirituais, tambm chamadas de Comunidades

    Espirituais, Cidades Espirituais, Mundos Transitrios, etc. so locais

    onde grupos de Espritos errantes se estabelecem transitoriamente,

    enquanto aguardam novas encarnaes. Esses locais, porm, no

    possuem uma rigidez geogrfica como acontece com as colnias dos

    vivos; esto, na verdade, mais ou menos prximos da Terra, segundo o

    grau de evoluo dos seus componentes. O que rege a formao das

  • 45

    Colnias Espirituais a Lei de Afinidade. Cada Esprito, aps a

    desencarnao, ir para uma esfera que se adapte a sua condio moral.

    Conforme as informaes que os espritos codificadores deram a

    Allan Kardec a respeito da erraticidade, no somente espritos inferiores

    nela permanecem. Espritos superiores tambm a se encontram em

    processo de estudos ou aguardando oportunidade de encarnao em

    outros mundos. Allan Kardec e os espritos trataram desse assunto nas

    questes 233 e 234 de o Livro dos Espritos - captulo VI.

    P. Os espritos j purificados vo aos mundos inferiores?

    R. Eles vo freqentemente para ajudar o seu progresso; sem isso

    esses mundos estariam entregues a si mesmos, sem guias para dirigi-los.

    P. Como ficou dito, existem mundos que servem aos espritos

    errantes como estaes e locais de repouso?

    R. Sim, h mundos particularmente destinados aos seres errantes

    e nos quais podem habitar temporariamente, espcie de acampamentos,

    de campos para se repousar de uma longa erraticidade, estado sempre

    um pouco penoso. So posies intermedirias entre outros mundos,

    graduados de acordo com a natureza dos espritos que podem alcan-

    los e neles gozam de um bem-estar maior ou menor.

    Sobre os agrupamentos de desencarnados no Plano Espiritual, a

    questo 278 de o Livro dos Espritos oferece os seguintes

    esclarecimentos:

    P. Os Espritos das diferentes ordens esto misturados?

  • 46

    R. Sim e no, quer dizer, eles se vem, mas se distinguem uns dos

    outros. Eles se evitam ou se aproximam, segundo a analogia ou a

    antipatia de seus sentimentos, como acontece ente ns. todo um mundo

    do qual o vosso o reflexo obscuro. Os espritos da mesma categoria

    renem-se sob a mesma espcie de afinidade e formam os grupos ou

    famlias de espritos unidos pela simpatia e pelo objetivo a que

    propuseram: Os bons, pelo desejo de fazerem o bem; os maus, pelo

    desejo de fazerem o mal, pela vergonha de suas faltas e pela necessidade

    de se encontrarem entre os que lhe assemelham.

    Finalizando estes arrazoados, conclumos que, efetivamente,

    admitir a reencarnao uma questo de bom senso!

  • 47

    Sugesto de Leitura

    Alm das obras citadas neste livro, algumas de difcil acesso,

    permitimo-nos recomendar aos leitores a bibliografia suplementar a

    seguir relacionada.

    Iniciemos com o livro Vida, Morte e Reencarnao, de autoria

    dos pesquisadores Paul Bodier, Charles Lancelin, Gustav Geley e

    Francesco Zingaropolli. A traduo do escritor Francisco Klors

    Werneck, editado pela ECO, Rio de Janeiro/RJ. Os autores supracitados

    dispensam comentrios mais aprofundados. So pesquisadores

    reconhecidos pela comunidade cientifica oficiai, pelas suas notveis

    contribuies em reas especiais da pesquisa laboratorial. No campo das

    investigaes psquicas eles se destacam em meio a tantos outros

    luminares desbravadores dos enigmas do Ser.

    A Memria e o Tempo um excelente trabalho do confrade

    Hermnio C. Miranda, respeitado pesquisador esprita. Neste livro, ele

    prope uma abordagem criativa aos mistrios e segredos da mente,

    destacando-se a tcnica da regresso de memria, oferecendo, assim,

    uma sensata reavaliao das extraordinrias experincias do Coronel

    Albert de Rochas. um lanamento da EDICEL, Braslia/DF.

    Reencarnao no Brasil da lavra do pesquisador Hernani

    Guimares Andrade, que vem desenvolvendo, ao longo dos anos,

    expressiva pesquisa no campo da reencarnao, especialmente no Brasil.

    Nesta obra, o autor relata oito casos sugestivos de reencarnao,

    constantes, atualmente, nos arquivos do Instituto Brasileiro de Pesquisas

    Psicobiofsicas, na cidade de So Paulo. A obra lanamento da Editora

    o CLARIM, de Mato/SP.

  • 48

    s Vidas Sucessivas, de Gabriel Delanne. Este trabalho foi

    apresentado e discutido no Congresso Espiritualista Internacional,

    realizado no ms de junho de 1898, em Londres, sendo editado, em 1904,

    por H. Garnier, Rio de Janeiro/RJ. Nesta obra do mestre francs, o

    princpio da reencarnao, analisado com rara propriedade por Kardec,

    notavelmente apreciado luz de criteriosas pesquisas.

    Reencarnao em Face da Biologia, de Carlos Toledo Rizzini,

    trabalho publicado na Revista Desobsesso, de Porto Alegre, dezembro

    de 1981. Neste trabalho o Prof. Rizzini apresenta, reflexo do leitor,

    uma srie de argumentos favorveis reencarnao, como os da

    variedade das provas, sua racionalidade, sua lgica, sua simplicidade e

    sua comprovao cientifica.

    A Reencarnao Baseada em Fatos, de Karl E. Muller, de

    Zurique, Sua. A traduo de Harry Meredig, com apresentao de

    Hernani G. Andrade. Partindo das indagaes - Existe mesmo

    reencarnao? e Quais os fatos que encerram a convico de ser

    verdadeira?, sustenta o autor que nenhum caso isolado ou mesmo um

    grupo de casos similares, mas somente um grande nmero de tais casos

    pode comprovar o renascimento, pois este o nico procedimento

    cientifico admissvel. Estudos posteriores demonstraram que tal postura

    do pesquisador era realmente o caminho certo para a admisso definitiva

    da reencarnao. um lanamento da ED1CEL.

    Comunicao e Reencarnao, do beletrista Alfredo Miguel,

    pernambucano que adotou a Bahia como sua ptria. A obra surgiu em

    funo de um curso de Parapsicologia ministrado pelo padre Quevedo.

    O prefcio do Prof. Jos Herculano Pires. No o primeiro livro escrito

    para refutar os absurdos de tresloucado clrigo. Antes, o Dr, Carlos

  • 49

    Imbassahy investiu, com a serenidade e perspiccia que lhe eram

    peculiares, contra o trabalho de Quevedo sob o ttulo A Face Oculta da

    Mente. Deve-se ressaltar que Alfredo Miguel dedicou grande parte de

    seus escritos a pangenesia. um lanamento da Federao Esprita do

    Paran, 1977.

    A Reencarnao em Foco, do Dr. Alberto de Souza Rocha, de

    Niteri/RJ. um lanamento da Casa Editora O CLARIM. O trabalho

    o resultado de demorados estudos empreendidos pelo autor ao longo dos

    anos. A abordagem sobre o momentoso assunto acessvel a tantos

    quantos se despojarem de seus preconceitos sobre a tese dos

    renascimentos, admitindo-a com uma questo de bom seno.

    Reencarnao, revista da Editora Planeta - 1a Edio, maro de

    1985. Apresenta uma srie de artigos sobre a reencarnao, com base em

    alentada bibliografia. A apresentao do trabalho de autoria do Editor

    Eduardo Araia.

    A Reencarnao Atravs dos Sculos, de autoria da

    pesquisadora Nair Lacerda. um lanamento da Editora Pensamento,

    So Paulo/SP. Nesta obra, compilada pela autora, oferece-se um amplo

    relato sobre o princpio da reencarnao atravs do tempo. Demonstra,

    Nair Lacerda, que os povos antigos perfilhavam idias realmente

    reencarnacionistas. Evidencia, tambm, a autora que grandes vultos da

    Histria da Humanidade criam na palingenesia. um livro de

    permanente consulta sobre a reencarnao.

    Em Busca de Vidas Passadas, das Edies Siciliano, ttulo

    original: Discovering Your Past, de autoria do Dr. Glenn Willistton, PhD

    em aconselhamento psicolgico, com o auxlio da escritora e redatora

    Judith Johnstone. O Dr. Willistton relata, neste livro, o resultado de seu

  • 50

    longo trabalho e vasta experincia com regresso a vidas passadas

    combinada com a teraputica e realizada atravs do hipnotismo. Sabe-se

    que a regresso a vidas passadas muito importante para todos aqueles

    que procuram conhecimento e assistncia ao longo do caminho para o

    despertar espiritual, conscientizando-se da realidade reencarnacionista,

    longe dos preceitos teolgicos. O Dr. Glenn Willistton o fundador do

    Conselho de Terapia Alternativa nos Estados Unidos e pioneiro no

    desenvolvimento da terapia de regresso.

    Born Again & Again, da Editora Record. de autoria de John

    Van uken que, durante doze anos, integrou a equipe do mdium

    americano Edgar Cayce. Neste livro, ele rene uma srie de conceitos

    relativos reencarnao, demonstrando como ela ocorre, explicando, at

    certo ponto, os mecanismos da lei de causa e efeito.

    A Viagem de uma Alma, da Editora Pensamento, de autoria de

    Peter Richelieu. Neste livro, a ordem natural do mundo explicada

    racionalmente, sendo que a evoluo interpretada no como um fato

    apenas biolgico, mas, sobretudo espiritual. Richelieu revela, segundo

    os cnones ocultistas, qual o lugar do Homem na Natureza, e comenta

    sobre a reencarnao, lei de causa e efeito, livre arbtrio e sobrevivncia

    da alma.

    J Vivemos Antes, Editora Europa - Amrica, de autoria da

    psicloga americana Edith Fiore. Utilizando o mtodo da regresso de

    memria, Edith Fiore chegou concluso de que muitas das fobias e dos

    problemas com que atualmente se debate o Homem tiveram sua origem

    em experincias traumticas vividas em encarnaes passadas. autora

    descreve o processo regressivo de vrios de seus pacientes, explicando,

    passo a passo, quais as corretas atitudes teraputicas a serem adotadas

  • 51

    em diferentes casos. Essa abordagem singularmente peculiar (j revelada

    pelo Espiritismo) da psicoterapia tem feito escola nos Estados Unidos,

    na Europa e, de modo particular, no Brasil, e implica uma grande

    transformao da viso da vida e do destino humanos.

    Reflexes da Vida Depois da Vida, Editora Nrdica, de autoria do

    Dr. Raymond M00dy Jr. Desde que publicou o bestseller Vida depois da

    Vida, o Dr, M00dy aprofundou suas pesquisas sobre as experincias de

    quase mote e sobre os redivivos (pessoas que tiveram morte clnica e

    retornaram a vida). Ele continuou a entrevistar pessoas que passaram por

    tais experincias, chegando concluso - amplificada neste segundo

    livro - de que existem provas incontestveis da sobrevivncia do Esprito

    aps a morte.

    Vida Pretrita e Futura, Editora Nrdica, de autoria do Dr. H.

    N. Barnejee. Por longos anos o Dr. Barnejee pesquisou a reencarnao,

    tendo registrado mais de mil casos em vrias partes do mundo, incluindo

    o Brasil. Nesta obra, ele reuniu seus estudos mais dramticos e

    documentados. Barnejee, junto a Ian Stevenson, autor de Vinte Casos

    Sugestivos de Reencarnao considerado uma das maiores autoridades

    mundiais no campo das pesquisas palingensicas.

    Palingnese a Grande Lei, Editora Spirita Eldona Societo F. V.

    Lorenz, de autoria do mdico psiquiatra Jorge Andra dos Santos. Nesta

    obra, o autor revela, em estudo sinttico, os mecanismos da

    reencarnao. Conduzindo o seu pensamento de forma bastante objetiva,

    leva o leitor interessado pelos caminhos fascinantes das vidas sucessivas,

    sem perder de vista o seu carter eminentemente cientfico.

    Reencarnao, Sonho ou Realidade?, Edies Paulinas, de

    autoria de Edmond Robiard, religioso francs que tenta demonstrar que

  • 52

    a reencarnao no uma verdade cientfica, mas uma crena humana.

    A sua concepo da palingenesis a mais absurda possvel, admitindo

    que a alma humana deixa o corpo que ela habitava e passa para um

    outro corpo que pode ser, conforme o caso, - que caso? - um corpo

    vegetal (gro de trigo), animal (macaco, porco, etc.), humano (rico ou

    pobre) ou mesmo um corpo celeste (extraterrestre). A leitura serve para

    se avaliar os disparates e absurdos dos que procuram tratar de assuntos

    to complexos como a reencarnao, imbudos de ferrenho preconceito

    religioso.

    A Reencarnao Desvendada, Editora Centro Lusitano de

    Unificao Cultural, de autoria de Heraldo da Luz. Neste livro, o autor

    da reencarnao e evoluo; carma e reencarnao; as religies e a

    reencarnao. Em seguida, Heraldo da Luz traa substanciais perfis

    palingensicos de notveis figuras histricas, destacando-se

    Anaxgoras, fundador da primeira escola filosfica ateniense;

    Empdocles, cujas concepes da vida e do mundo, colocam-no entre os

    filsofos espirituais da Grcia clssica; Herdoto, a quem se deve a

    formulao de um novo conceito de Histria, contrariando o pensamento

    at ento dominante. Com efeito, at o pesquisador Helicarnaso, a

    Histria obedecia as caractersticas eminentemente teocrticas e

    mitolgicas. Era teocrtica, porque as aes dos homens se

    consideravam divinas (dirigidas por Deus) sendo o homem um mero

    instrumento dessa vontade. Era mitolgica, pois nela se narravam fatos

    praticados por Deuses (no intervindo o homem) num passado remoto e

    impreciso. Finalmente, Heraldo da Luz aponta uma srie de

    personalidades mundiais que admitiam a reencarnao, por exemplo:

    Aldous Huxley, Alexandre Dumas (pai), Honor de Balzac, Benjamin

    Franklin, Bernard Shaw, Cicero, Fernando Pessoa, Camille Flamarion,

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    Gustave Flaubert, Flavius Josephus, Ghandi, George Sand, Giordano

    Bruno, W. Goethe,r Henry Ford, Jung, Kant, Lamartine, Maeterlink.

    Paracelso, Pitgoras, Plato, Richard Bach, Romain Roland, Saint

    Exupry, Salvador Dali, Schiller, Schopenhauer, Sneca, Scrates,

    Tagore, Thomas Edison, Tolstoi, Victor Hugo, William James.

    Reencarnao - A Descoberta de Vidas Passadas, Edies

    Maltese, de autoria de Manuela Pombas, jornalista e escritora, nascida

    em Milo, Itlia. Nesta obra, a autora, utilizando-se de um estilo simples

    e direto, leva-nos a conhecer tudo o que foi dito e pensado sobre

    reencarnao ao longo dos sculos, no Oriente e Ocidente. Estabelece

    distino entre lembranas das vidas passadas e os fenmenos

    medinicos, dos poderes extra-sensoriais das fantasias, alm de relatar

    casos surpreendentes de reencarnao. mais um trabalho sobre um

    tema levantado, no mundo Ocidental, por Allan Kardec, pioneiro, sem

    dvida, neste particular.

    Resumo da Doutrina Esprita, Editora LAKE, de autoria do Dr.

    Gustave Geley. Neste livro, o ex-Diretor do Instituto de Metapsquica de

    Paris reserva um capitulo ao estudo da reencarnao, em que se

    sobressaem os seus pontos de vista sobre A Moral Palingensica, que

    se baseia na clebre frmula da justia imanente. Se no decurso da sua

    evoluo, na srie das suas vidas sucessivas, o ser o produto de suas

    prprias aes e reaes, segue-se que sua inteligncia, o seu carter, as

    suas faculdades, os seus bons e maus impulsos so obras suas e cujas

    conseqncias ter que assumir infalivelmente. Todos os seus atos,

    trabalhos, esforos, angstias, alegrias e sofrimentos, erros e culpas tm

    repercusso fatal e reao inevitvel, numa ou noutra de suas existncias.

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    Recordando Vidas Passadas, editora Pensamento, de autoria da

    Dra. Helen Wambach, o relato documentado da investigao que levou

    a cabo a partir das experincias pessoais que vivenciou. No livro, h

    registro de mais de mil casos de recordaes de vidas passadas, nos

    quais, sob hipnose, homens e mulheres relataram as experincias

    adquiridas em outras vidas. Os dados colhidos pela autora apiam-se

    sem um nmero significativo de revelaes de existncias transatas e na

    resposta s questes sobre sexo, aparncia, vesturio, ambiente,

    alimentao, tipo de moeda usada, e o que sentiram tais pacientes no

    instante em que o Esprito, hora da morte, abandonou-lhe o corpo.

    Causou espcie, por exemplo, o fato de a diviso dos sexos (49,4% de

    mulheres e 50,6% de homens) e as distribuies das densidades

    populacionais ente os anos de 2.000 a.C e o sculo XX coincidirem com

    os argumentos da Biologia e com os dados estatsticos atualmente

    aceitos.

    A Tese das Vidas Mltiplas, Editora LAKE, de autoria de

    Alfredo Miguel. O livro rene uma srie de artigos publicados pelo

    jornal Dirio da Bahia, editado em Salvador. Posteriormente, esses

    trabalhos seriam publicados na revista Estudos Psquicos, de Lisboa,

    poca (1959) dirigida pelo jornalista e pesquisador lusitano Isidoro

    Duarte dos Santos, que, por sinal, prefaciou a obra. Alfredo Miguel,

    sempre com aquele estilo conciso, direto, aborda a tese filosfica e

    cientifica das vidas mltiplas, considerando que dela, em todos os

    tempos, ocuparam-se notveis pensadores, sem contudo dizerem a

    ltima palavra. Ele tambm no pretendeu esgotar o assunto to

    complexo; entretanto, acalentou a pretenso, justa pretenso, de levar,

    conforme conselho de Montesquier, o leitor a pensar a respeito da

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    reencarnao, instrumento maior da Justia Divina para soluo dos

    graves problemas do Ser.

    A Psiquiatria em Face da Reencarnao, Edies FEESP, de

    autoria do Dr. Incio Ferreira. O livro aborda questes realmente

    relevantes, relacionadas com a convivncia na sociedade e na famlia.

    Enfim, as tragdias surdas que acontecem entre marido e mulher, pais e

    filhos, cujos efeitos se fazem sentir no prprio equilbrio social. Todos

    esses aspectos so analisados, pelo autor, Luz da Psiquiatria e

    reencarnao.

    Muitas Moradas, Editora Pensamento, de autoria da pesquisadora

    norte-americana Gina Cerminara. O livro contm estudos sobre a

    reencarnao, partindo do acervo sobre o assunto deixado pelo profeta

    adormecido, o clebre Edgard Cayce, a partir disso, Gina Cerminara

    apresenta as suas prprias concluses, demonstrando que a idia da

    reencarnao j era bem conhecida e defendida nas culturas ocidentais

    antigas e modernas, com o caso do Cristianismo.

    Os Ciclos da Reencarnao, Editora Pensamento, de autoria de

    Mona Ralfe, mdica e psicloga, de origem irlandesa. Ela adquiriu

    conhecimento nos campos das pesquisas palingensicas, antes de

    desenvolver seus dotes psquico-espirituais. O livro encerra uma srie de

    prelees medincas, versando sobre primordiais aspectos ligados

    reencarnao.

    Minhas Vidas, Editora Record, de autoria de Shirley Maclaine.

    Este o terceiro livro da consagrada atriz norte-americana, detentora do

    Oscar de 1994. s bases para os livros anteriores foram experincias em

    Holywood e suas viagens pela frica, enquanto esta obra mais de que

    um tpico livro de memrias de uma celebridade. a histria

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    profundamente pessoal de uma mulher determinada a conhecer a si

    mesma. Sua independncia de esprito, coragem e honestidade se

    confundem e se identificam para criar um dirio de descobertas que

    comovem e fascinam. Diria ela mesma sobre sua obra: Este livro relata

    a minha experincia de entrar em contato comigo mesma, quando tinha

    quarenta e poucos anos. Versa sobre a ligao sobre mente, corpo e Esprito...

    Portanto, este livro conta a busca de mim mesma; uma busca que me levou por

    uma longa jornada. Embora Minha Vidas se constitua em um notvel

    relato das vivncias da atriz, o seu primeiro trabalho Dont Fall off The

    Mountain continua sendo a grande porta por onde ela penetrou em busca

    de suas vidas passadas.

    O Tempo uma iluso, Editora Siciliano, de autoria de Chis

    Griscon, que se constituiu em uma das mais significativas figuras do

    movimento New Age que, nos Estados Unidos, conta com milhares de

    adeptos. Mdica e orientadora psicolgica, ficou famosa depois que

    Shirley Maclaine revelou, em seus livros, que devia, a Chris, boa parte

    de seu aprendizado e das experincias psquicas que vivenciou e que

    foram determinantes no seu processo de abertura a outras realidades da

    vida e do mundo. Neste livro, Chris Griscon expe as bases do seu

    pensamento e da sua tcnica para colocar as pessoas em contato com o

    seu mundo interior feito de recordaes de vidas passadas.