redução de sódio celulite em frangos

68
Redução de sódio Como ficam os alimentos à base de carne de frango? Celulite em frangos Como evitar a lesão que traz perdas de US$ 10 milhões ao ano nº 59 - ano VI março/2012 NESTA EDIÇÃO Sexto volume da Revista do Ovo

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Redução de sódioComo ficam os alimentos à base de carne de frango?

Celulite em frangos Como evitar a lesão que traz perdas

de US$ 10 milhões ao ano

nº 59 - ano VImarço/2012

NESTA EDIÇÃOSexto volume daRevista do Ovo

Page 2: Redução de sódio Celulite em frangos

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Page 3: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 3

Sumário

Ponto final

Integridade intestinal: O papel do médico veterinário na quebra de paradigmas

JOÃO BATISTA LANCINI

66

Eventos

Painel do Leitor

06

08

Notícias CurtasWPC 2012: Segunda fase deinscrições 10

Estatísticas e Preços

Produção e mercado resumoProdução de pintos de corteProdução de carne de frangoExportação de carne de frangoDisponibilidade interna de carne de frangoAlojamento de pintainhas comerciais de posturaDesempenho do frango vivo no mês de fevereiroDesempenho do ovo no mês de fevereiroMatérias-primas

54555657

58

59

60

6162

AviGuiaAdisseo moderniza laboratório

52

50AssociaçõesABA: Curso tem sucesso de público

Produção

Portfólio AviGuia 64Saúde Animal

Processamento

Apanha bem feitaPega das aves pode significar resultados positivos ou negativos para o bem-estar animal e para a lucratividade do negócio

26

44

Celulite em frangos Uma lesão cutânea que custa à indústria avícola brasileira cerca de US$ 10 milhões ao ano

Redução de Sódio Como ficam os alimentos à base de carne de frango?

36

Page 4: Redução de sódio Celulite em frangos

eDITORIAL

Inovações para garantir a qualidade da carcaça

Agradecimentos

Nesta edição da Revista do AviSite um

assunto específico está em destaque: a

condenação de carcaças. Em termos mais

precisos, falamos sobre os cerca de US$

10 milhões ao ano de prejuízo para a in-

dústria brasileira devido à ocorrência de

celulite aviária. E dos 20% de aves que

apresentam qualidade inferior no momen-

to do abate devido ao manejo da pega e

carregamento para a última etapa da pro-

dução avícola. Esses números alarmantes

chamaram a nossa atenção. E dessa for-

ma, achamos pertinente discutirmos esses

temas nessa edição que circula no XIII

Simpósio Brasil Sul de Avicultura – evento

que ocorre em Chapecó, SC, de 17 a 19 de

abril, no qual somos a publicação oficial.

A reportagem da página 26 apresenta

as formas corretas para realizar a apanha.

Etapa determinante do ponto de vista da

qualidade da carne, a pega das aves pode

significar resultados positivos ou negati-

vos para o bem-estar animal e para a lu-

cratividade do negócio. Ao conversar com

pesquisadores e técnicos, levantamos

cada ponto crítico do processo. Com a ex-

periência dos profissionais de campo, des-

crevemos quais são as melhores técnicas

para realizar a pega e evitar a condenação

da carcaça. E fomos além: cutucamos em

busca de inovações sobre o assunto. Des-

cobrimos a técnica da sacola, aplicada em

uma granja na região de Fortaleza, CE, e

analisada por Marília Lessa de Vasconcelos

Queiroz, da Universidade Federal do Cea-

rá. Confira os resultados. Além disso, des-

cobrimos o Neambe, Núcleo de Estudos

em Ambiência Agrícola e Bem-estar Ani-

mal, recém criado pelo professor da Uni-

versidade do Ceará (UFC), José Antônio

Barbosa Filho.

Sobre a Celulite aviária, o leitor pode

obter mais informações a partir da página

44. Essa lesão cutânea é considerada mul-

tifatorial, ou, trocando em miúdos, diver-

sos fatores podem ocasioná-la. Ao conver-

sar com profissionais, descobrimos quais

são os motivos que desencadeiam a doen-

ça e como evitá-los, um a um. E durante

essa coleta de informações, felizmente,

constatamos que pesquisadores do Labo-

ratório de Saúde das Aves do IPVDF estão

finalizando as etapas para o desenvolvi-

mento da primeira vacina contra a enfer-

midade.

Desejamos a todos uma boa leitura!

Estamos gratos aos seguintes profissionais que contribuíram com essa edição: José Antonio Delfino Barbosa Filho, Charlí Ludtke, Alsir Livi, Benito Guimarães de Brito, Valdir Bortoluzzi, Alex R. Maldona-do, João Batista Lancini, Eunice Ya-mada, Ariel Antonio Mendes, Pau-lo Guarnieri, Fábio G. Nunes e Abia (Associação Brasileira das Indús-trias de Alimentação).

4 Avicultura | Produção Animal

PublisherPaulo [email protected]

Redação Andrea Quevedo (MTB 27.007) Érica Barros (MTB 49.030) Mariana Almeida (MTB 62.855) [email protected]

Comercial Daniel Cannos Fernanda Bronzeado [email protected]

Diagramação e arteMundo Agro e WL [email protected]

InternetJessica Sousa Rafael Ribeiro [email protected]

Administrativo e financeiroCaroline Esmi [email protected]

Circulação e assinaturaLetícia Oliveira(19) [email protected]

Fale com a redaçã[email protected]: (19) 3241 9292

expeDIenTeProdução Animal - AviculturaISSN 1983-0017

Mundo Agro Editora Ltda.Rua Erasmo Braga, 115313070-147 - Campinas, SP

Método da sacola empregado por granja no Ceará

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MLV

Page 5: Redução de sódio Celulite em frangos
Page 6: Redução de sódio Celulite em frangos

Eventos

6 Produção Animal | Avicultura6 Produção Animal | Avicultura

Junho

25 a 28 de junhoSIAL Brazil Local: Expo Center Norte, São Paulo, SPRealização: BTS InformaContato: (11) 3598-7800Informações: www.sialbrazil.com

Julho

13 a 15 de julho53ª Festa do Ovo de BastosLocal: Recinto de Exposições Kisuke Watanabe, Bastos, SPRealização: Sindicato Rural e Prefeitura de BastosContato: (14) 3478-9800Informações: www.bastos.sp.gov.br

Agosto

5 a 9 de agosto XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012) Local: Centro de Convenções de Salvador, Salvador, BA Realização: FACTA Contato: (19) 3243-6565E-mail: [email protected],br Informações: www.wpc2012.com.brE-mail: [email protected]

Setembro

12 a 14 de setembro IX Curso de Atualização em Avicultura para Postura ComercialLocal: Centro de Convenções da Unesp/FCAV, Jaboticabal, SP Realização: Fundação de Apoio a Pesquisa, Ensino e Extensão (Funep)Contato: (16) 3209-1300Informações: www.funep.org.br/mostrar_evento.php?idevento=259E-mail: [email protected]

Novembro

21 a 23 de novembro AVISULAT 2012 - III Congresso Sul Brasileiro de Avicultura, Suinocultura e Laticínios e Feira de Equipamentos Serviços e TecnologiaLocal: Centro de Exposições Fundaparque, Bento Gonçalves, RSRealização: Asgav, Sips e SindilatContato: (51) 3228-8844Informações: www.avisulat.com.brE-mail: [email protected]

2012 Março

14 a 15 de março2° Workshop sobre Assuntos Regulatórios: Evoluções e Comércio ExteriorLocal: IAC - Instituto Agronômico de Campinas, SP Realização: CBNAContato: (19) 3232 7518 Informações: www.cbna.com.brE-mail: [email protected]

20 a 22 de marçoX Congresso de Produção e Comercialização de OvosLocal: Ribeirão Preto, SPRealização: Associação Paulista de Avicultura (APA)Contato: (11) 3832-1422Informações: www.congressodeovos.com.br

22 a 23 de marçoII Simpósio em Produção Animal e Recursos Hídricos (SPARH)Descrição: Uso sustentável da água nos sistemas de produ-ção pecuáriaLocal: São Carlos, SPRealização: Embrapa Pecuária SudesteInformações: www.cppse.embrapa.br/II-simposio-em-producao-animal-recursos-hidricos-IISPARH

28 a 30 de marçoI Simpósio de Avicultura do Nordeste Local: João Pessoa, PB Realização: Universidade Federal da Paraíba Contato: (83) 3362-2300Informações: www.getaufpb.orgE-mail: [email protected]

Abril

17 a 19 de abrilXIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura e IV Poultry Fair Local: Centro de Eventos Plínio Arlindo de Nês, Chapecó, SC,Realização: Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet)Informações: www.nucleovet.com.br/SBSAE-mail: [email protected]

Page 7: Redução de sódio Celulite em frangos

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Page 8: Redução de sódio Celulite em frangos

8 Produção Animal | Avicultura

Painel do Leitor

Gostaria de parabenizar o colega Paulo César Martins pela lucidez do texto e pelos importantes esclarecimentos relativos ao tema. Entretanto, no tocante às fragilidades da rede laboratorial, julgo oportuno tornar público os importantes avanços obtidos pela equipe técni-ca da Unidade de Sanidade Aviária do Lanagro--SP (laboratório oficial do MAPA e de referência nacional para a doença de Newcastle e Influen-za Aviária, localizado em Campinas, SP) nos últimos anos, especialmente a partir da assina-tura de um Termo de Cooperação Técnica, em outubro de 2008, com o National Veterinary

Services Laboratory (NVSL), laboratório de referência para a OIE, localizado nos EUA. Tal cooperação, patrocinada pela própria OIE, permitiu o intercâmbio de informações técnicas, a harmo-nização de metodologias para diagnóstico e a produção de imunorreagentes, a capacitação de servidores, a troca de insu-mos e materiais de referência, entre outras ações que permiti-ram ao Lanagro-SP avançar de modo significativo rumo à meta de se tornar laboratório de referência da OIE para o diagnóstico da doença de Newcastle e IA.

Paralelamente ao desenvolvimento deste projeto, em feve-reiro de 2011 teve início a obra para construção de um novo laboratório para atendimento à Unidade de Sanidade Aviária, que contará com um moderno laboratório de biossegurança NB3. O MAPA também está investindo na ampliação da capaci-dade laboratorial para o diagnóstico da doença de Newcastle e IA, através do credenciamento de laboratórios públicos para o diagnóstico sorológico (atualmente já são cinco laboratórios cre-denciados no país) e na estruturação de outros Lanagros para o diagnóstico molecular destas enfermidades, como o Lanagro--RS e Lanagro-PE. Claro que ainda há muito o que fazer para mitigar as fragilidades da rede laboratorial, mas é importante ressaltar os importantes avanços que têm sido alavancados pelos investimentos públicos.

André de Oliveira Mendonça (Coordenador do Lanagro-SP), Campinas, SP

Impacto econômico da Influenza Aviária no setor avícolaNão é possível eliminar o risco de um surto de IA na América Latina, mas a indústria avícola e as autorida-des têm a obrigação de monitorar estes riscos. Por exemplo, melhorando os laboratórios de diagnóstico. As palavras são de Paulo César Martins em artigo pu-blicado na Revista do AviSite.

Em um especial sobre saúde avícola, a Revista do AviSite publicou um artigo sobre falhas vacinais e outro sobre os perigos da IA para a avicultura da América Latina sob o ponto de vista dos prejuízos econômicos, além de um texto com os resultados alcan-çados por um grupo de pesquisa do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

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Falhas vacinaisUma abordagem sobre os pontos críticos da vacinaçãoe porque há falhas

Impacto econômicoda Influenza AviáriaA avicultura da América Latina está preparada para administrar um eventual surto da doença?

Falhas vacinais - parte IIAs medidas para garantir a correta imunização das aves de postura

Nutrição de poedeiras velhasOs aspectos que envolvem a produtividade e a qualidade do ovo

nº 58 - ano VIfevereiro/2012

Participe e envie seu comentário para

[email protected]

Conversamos com o pesquisador Arthur Gruber, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (USP), sobre a publicação do artigo que descreve o transcriptoma de três das espé-cies de Eimeria.

Em nome do nosso grupo de pesquisa, gostaríamos de parabenizá-los pela qualidade da matéria, bem como de agradecê-los pelo importante apoio e divulgação que vocês deram ao nosso trabalho.

Arthur Gruber, São Paulo, SP

Com auxílio da bioinformática, grupo da USP gera catálogo de genes de espécies de Eimeria

O consultor João Batista Lancini assume a presi-dência do Nucleovet. (Leia o ponto final desta edição com João Batista na página 66).

Para nós veterinários é uma satisfação ter o João assumindo este importante posto, desejo tudo de bom e sucesso nesta nova empreitada.

Fabrício Delgado, Videira, SC

João Batista Lancini é eleito presidente do Nucleovet

Page 9: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 9

Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br Leia as últimas notícias do setor em www.avisite.com.br

As cinco mais lidas no AviSite em fevereiro

Dados do MAPA apontam que o abate de aves sob a supervisão do Serviço de Inspeção Federal (SIF)

aumentou 6,5% em 2011, totalizando pouco mais de 5,1 milhões de cabeças.

Os dados divulgados mostram que 16 Unidades Federativas tiveram aves abatidas sob SIF no ano que passou. Isso quer dizer que nos restantes 11 estados os abates não são “sifados” ou, mesmo, que não dis-põem de qualquer tipo de inspeção sanitária.

Os 10 principais importadores do frango brasileiro em janeiro de 2012

1

Nas mais recentes projeções do USDA, o ano de 2012 será encerrado com um estoque mundial

de milho da ordem de 125,4 milhões de toneladas, 75% das quais estarão nas mãos de apenas quatro grandes produtores. Ou, pela ordem, China (46% do estoque final total), EUA (16%), Brasil (8%) e União Europeia (5%). Leia mais na página 18.

Quatro grandes produtores detêm 75% dos estoques finais de milho

5

3

De acordo com o diário de negócios

sul-africano Business Day, ao mesmo tempo em que a indústria avícola local reclama do governo proteção con-tra o presumível dum-ping do frango brasilei-ro, o órgão federal que regula e fiscaliza a concorrência está concluindo investigações de conduta anticompetitiva por parte de alguns integrantes dessa mesma indústria. Leia mais na página 22.

Governo sul-africano investiga empresas que reclamaram do frango brasileiro

2

Exceto pela presença do Egito, o quadro dos 10 principais importadores da carne de frango brasi-

leira no primeiro mês de 2012 é praticamente o mes-mo do fechamento de 2011. Ou seja: a única diferen-ça é que lá, no atual lugar do Egito (então colocado na 13ª posição), estava o Kuwait. Vale notar que o Japão – principal gerador da receita cambial de 2011 e o segundo maior importador do Brasil em volume – iniciou o ano colocado na quinta posição.

A partir dos resultados divulgados pela SECEX/MDIC, a carne de frango in natura exportada

pelo Brasil no primeiro mês de 2012 registrou seu menor preço médio dos últimos 15 meses, retor-nando a patamares que não eram observados des-de novembro de 2010.

Pois essa pode não ser uma ocorrência isolada, tendendo a se repetir daqui para frente, como suge-re o gráfico abaixo. Ou seja: após uma recuperação iniciada em 2010, mas sem que tenham atingido os níveis alcançados no final de 2008, desde setembro de 2011 os preços pagos pelo Japão vêm apresen-tando claro retrocesso.

Ciclo de escalada de preços do frango no mercado internacional acabou?

Abate de aves sob SIF aumentou 6,5% em 2011, aponta MAPA 4

Page 10: Redução de sódio Celulite em frangos

10 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Segunda fase de inscrições WPC 2012

Falta pouco mais de um mês para o encerramento da segunda fase de

inscrições do XXIV Congresso Mundial de Avicultura (WPC 2012). Esta etapa teve início em dezembro do ano pas-sado e vai até o dia 31 de março. Os congressistas que fizerem seu cadas-tro neste período ainda terão descon-tos e pagarão valores inferiores aos que serão cobrados durante o evento que acontece entre os dias 5 e 9 de agosto no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador. O Diretor Executivo da FACTA, Luiz Sesti, orien-ta que os interessados em participar do WPC 2012 fiquem atentos aos prazos e adiantem-se para efetuar se cadastramento. “Não queremos que ninguém fique de fora de um evento tão importante como este, sobretudo os brasileiros, que estão tendo o privi-légio de receber o mundial novamente

em seu país depois de 34 anos”, co-menta Sesti. Estudantes, pesquisado-res, cientistas e empresários do ramo da avicultura de modo geral devem se inscrever exclusivamente pelo site www.wpc2012.com . Os valores e outros detalhes do evento podem ser

consultados online. O WPC 2012 tem organização do ramo brasileiro da WPSA (World Poultry Science Association), com co-organização da FACTA (Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas) e da UBABEF (União Brasileira de Avicultura).

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Page 11: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 11

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Avisulat 2012 investe em inovações e ampliação de negócios

Terceira edição

O coordenador geral do III Congresso Sul Brasileiro de

Avicultura, Suinocultura e Laticínios, Eduardo Santos, reforça a importância do evento para o fortalecimento das cadeias produtivas e para a recupera-ção total da posição do RS no agrone-gócio brasileiro: “Será um grande desafio coordenar mais uma vez este evento. O objetivo é oportunizar o desenvolvimento através da união de lideranças e de produtores dos seto-res”, destaca. O evento, promovido pela Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips) e Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do RS (Sindilat), será realizado de 21 a 23 de novembro no Centro de Exposições Fundaparque,

em Bento Gonçalves, na serra gaúcha.

A estrutura do Avisulat 2012 está sendo projetada para atender de 10 a 15 mil visitantes em uma área de 13.500 m² e trará inovações que pro-metem tornar a feira ainda mais dinâmica, integrada e inte-rativa. Uma das grandes novidades é a inserção da Rodada de Negócios, que vai incentivar a formação de parcerias. “Vamos fortalecer a geração de acor-dos através da Rodada de Negócios, da qual todas as categorias presentes na feira poderão participar. Ao final da feira faremos a divulgação dos valores alcançados”, pondera Eduardo Santos. Para 2012 estão previstos ainda uma

Arena de Negócios - para a realização de workshops pelos patrocinadores-, um espaço para lançamentos científi-cos e literários, uma Rádio-feira (para comunicação entre expositores, patro-cinadores e público) e um Estúdio de transmissões ao vivo de programas jornalísticos específicos do setor agrícola.

Mais informações: www.avisulat.com.br.

Page 12: Redução de sódio Celulite em frangos

12 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Francisco Jardim deixa a SDATroca de chefia

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

(Mapa) informou que o secretário de Defesa Agropecuária, Francisco Sérgio Ferreira Jardim, foi nomeado para exercer o cargo de Assessor Especial do ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, ficando exone-rado da função de secretário de Defesa Agropecuária.

No seu lugar assume interinamen-te o atual diretor de Programas da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA), Ênio Antônio Marques Pereira, que também era secretário-substitu-to na SDA. Ele já ocupou a função de secretário de Defesa Agropecuária em duas ocasiões: de 1992 a 1993 e de 1995 a 1999.

Jardim é médico veterinário e tem 38 anos de serviços prestados ao Mapa. Desde 2010 atuava como secretário de Defesa Agropecuária.

Em duas oportunidades também exerceu a chefia do Serviço de Inspeção Federal (SIF) no Estado de São Paulo, além de ter presidido o

Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Jardim diz que a decisão já estava tomada. “A decisão veio do ministro e vamos continuar trabalhando jun-tos, da forma como fazíamos”, disse.

Francisco Jardim agora é Assessor

Especial do ministro da Agricultura

Cré

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Debate sobre salmonelas XIII SBSA

O XIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura que será realizado de

17 a 19 de abril no Centro de Cultura e Eventos de Chapecó, SC, reúne este ano um time de especialistas renoma-dos internacionalmente para debater a qualidade dos ingredientes e a impor-tância da infraestrutura das fábricas de rações sobre o custo da produção avícola. No painel sobre sanidade serão apresentados os últimos avanços em qualidade intestinal e sua impor-tância nos resultados produtivos e no controle de enfermidades das aves.

O evento ainda vai debater o futu-

ro da produção animal com o uso da nanotecnologia, uma atualização que coloca os técnicos da Região Sul em contato com as mudanças e evoluções da avicultura mundial. “Este ano nos-sa programação vai abordar ainda o bem-estar das aves através de novas tecnologias em controle de ambientes e a utilização de novas ferramentas para o controle das principais enfermi-dades avícolas, com a presença de palestrantes brasileiros de renome internacional e, também, de pesquisa-dores internacionais. Vamos reforçar a qualidade profissional dos técnicos

brasileiros”, destaca João Batista Lancini, Presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas.

A novidade desta décima terceira edição é a programação técnica, que se inicia na tarde da terça feira dia 17 de abril com palestras e um amplo debate sobre salmonelas, com a parti-cipação de profissionais e consultores de empresas produtoras, técnicos brasileiros de renome internacional e pesquisadores das principais universi-dades brasileiras. Paralelo à programa-ção técnica será realizada a IV Poutry Fair, uma feira de negócios e serviços que deve reunir os principais players da cadeia avícola em Chapecó durante três dias. Para este ano estão previstos lançamentos mundiais e novidades que prometem revolucionar a avicultu-ra comercial.

Mais informações: www.nucleo-vet.com.br/SBSA.

Jardim é médico veterinário e tem

38 anos de serviços prestados ao Mapa. Desde 2010 atuava como secretário de

Defesa Agropecuária

Page 13: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 13

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Uma revolucionáriatecnologia

está chegando.

Aguarde.

A inovação da efervescência

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012 19:09:51

Page 14: Redução de sódio Celulite em frangos

14 Produção Animal | Avicultura

Notícias

MAPA licencia seis antígenos Para diagnóstico aviário

O Diário Oficial da União de 6 de feverei-ro publicou em Licenciamento de

Produtos Veterinários a aprovação, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de seis antígenos (descritos no quadro abaixo), produzidos internamente pelo Laudo Laboratório Avícola (Uberlândia, MG). Como a produção e a disponibilidade interna de produtos voltados para o diag-nóstico de doenças em aves para a avicultura têm sido, há tempos, problemática, o signifi-cado desta aprovação vai além. A questão é fundamental para a avaliação do status sanitário do plantel avícola: como chegar a um diagnóstico se não há antígenos para realizá-lo?

A aprovação é importante para o setor avícola, que se queixava do desabastecimen-to de parte desses produtos, essenciais para

Laudo Laboratório: três anos de

investimento e duas novas

instalações

Insumos liberados pelo MAPA para comercialização

• Antígeno MS INATA - Antígeno Colorido para Agluti-nação Rápida de Mycoplasma Synoviae;

• Antígeno MG INATA - Antígeno Colorido para Agluti-nação Rápida de Mycoplasma Gallisepticum;

• Antígeno PUL INATA - Antígeno Colorido para Agluti-nação Rápida de Salmonella Pullorum;

• Antígeno PUL Lento INATA - Antígeno para Soroaglu-tinação Lenta de Salmonella Pullorum;

• HI MS INATA - Antígeno para Teste de Inibição da Hemaglutinação de Mycoplasma Synoviae;

• HI MG INATA - Antígeno para Teste de Inibição da Hemaglutinação de Mycoplasma Gallisepticum.

o diagnóstico de doenças avícolas, desde que um dos principais fornecedores do mercado brasileiro suspendeu as importações de antígenos.

Para Edison Rossi, sócio proprietário do Laudo Laboratório, a falta de antígenos no merca-do deve-se, entre outros fatores, a um processo de produção caracterizado como “artesanal” e que, por isso, não se encaixa na rotina de grandes empresas.

Cita a propósito, que o Laudo – em sua essência, um laborató-rio de diagnóstico – já vinha produzindo seus próprios antígenos. O “know-how” acumulado a partir daí levou a empresa a decidir--se por produzi-los comercialmente. Mas, para isso, foram neces-sários três anos de investimento, período no qual o Laudo cons-truiu e equipou duas novas instalações (área total de 1.000 m²), que atendem às exigências para produção e armazenagem desse tipo de insumo e que podem servir também para produção de vacinas.

Rossi também explica que os três primeiros produtos descritos no quadro são utilizados como testes de triagem, enquanto os demais têm por finalidade confirmar ou não as reações encontra-das nos testes de triagem. Já os três últimos também são novidade no mercado, uma vez que serão comercializados pela primeira vez.

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Produção Animal | Avicultura 15

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Os grandes importadores da próxima década

Carne avícola

Se, atualmente, adquirem no mer-cado externo volume anual quase

similar de carne de aves, Arábia Saudita, União Europeia (27 países) e Japão tendem a apresentar, no início da próxima década, comportamentos bem diferentes. Pois enquanto a Arábia Saudita pode aumentar suas importações em mais de 25%, a União Europeia tende a uma expan-são inferior a 10%, enquanto as com-pras externas do Japão podem sofrer um crescimento real negativo e que, em relação ao previsto para o corren-te exercício, pode se expandir não mais do que meio por cento.

Essas previsões, recém-divulga-das, são do Departamento de Agricultura dos EUA e sugerem que os países do Oriente Médio permane-cerão como o grande mercado impor-tador de carnes avícolas.

CARNE DE AVES*Principais países e blocos importadores - Tendência de evolução entre

2012 e 2021 - MIL TONELADAS

PAÍS OU BLOCO IMPORTADOR 2012 2021VARIAÇÃO

ABSOLUTA RELATIVA

Oriente Médio1 1.316 1.803 487 37,0%

Arábia Saudita 880 1.106 226 25,7%

México 789 1.008 219 27,8%

UE-27 800 875 75 9,4%

Japão 805 809 4 0,5%

África Subsaariana2 490 696 206 42,0%

ECOWAS3 280 548 268 95,7%

China 295 407 112 38,0%

Hong Kong 300 404 104 34,7%

América Central e Caribe 286 355 69 24,1%

Rússia 374 114 -260 -69,5%

Fonte dos dados básicos: USDA / Elaboração e análises: AVISITE* Carnes de frango e peru, exclusivamente. 1) Oriente Médio: exclusive Arábia Saudita; 2) África

subsaariana: exceto países integrantes da ECOWAS; 3) ECOWAS: sigla, em inglês, de Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, integrada por Benin, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Niger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.

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16 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Menos que o esperado Importação/Rússia

Embora em 2011 tenha firmado compromisso de importar neste

ano, sob o sistema de quotas, cerca de 364 mil toneladas de carnes avícolas, o governo da Rússia iniciou 2012 baixan-do resolução que fixa em 330 mil tone-ladas as importações do gênero.

Três quartos dessa quota ou 250 mil toneladas estão representadas pelo frango inteiro ou em cortes. E a novida-de, aqui, é que não há distribuição das quotas entre países. Mas como o gran-de fornecedor russo desse tipo de pro-duto são os EUA (“leg-quarters”), pre-valece na prática a mesma divisão adotada durante toda uma década, os EUA beneficiados com cerca de 75% da quota total.

Outros 21% da quota de 330 mil toneladas estabelecida para 2012 estão

representados pela carne de frango desossada, segmento onde o produto brasileiro vem tendo participação mais significativa. Mas, ao contrário do pro-cedimento aplicado à quota principal, aqui o governo russo especificou quem será o principal fornecedor. E a União Europeia foi a grande beneficiada, com 56 mil toneladas, restando 14 mil tone-ladas para outros fornecedores. É a parte que resta ao Brasil disputar.

Em 2012, produção russa de carne de frango terá expansão moderada

Após mais de dez anos registrando expansões anuais sempre superiores a dois dígitos na produção de carne de frango, em 2012 a avicultura russa deve apresentar um crescimento relativamen-te moderado.

Na mais recente previsão do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a Rússia deve produzir neste ano cerca de 2,7 milhões de toneladas de carne de frango, perto de 5% a mais que o produzido em 2011 – 2,575 milhões de toneladas que, por sua vez, corresponderam a um au-mento de 11,5% sobre o ano anterior, 2010.

As importações, que em 2011 sofreram redução de 21%, voltam a sofrer ligeiro acréscimo. Mas em fun-ção, sobretudo, da entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC), procedimento que obriga os russos a receberem volume ilimitado de carne de frango de Belarus (Bielorrússia), com quem mantêm acordo econômico bilateral.

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Produção Animal | Avicultura 17

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18 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Quatro grandes produtores detêm 75% dos estoques finais

Milho em 2012

Nas mais recentes projeções do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), o ano de 2012 será encerrado com um esto-

que mundial de milho da ordem de 125,4 milhões de toneladas, 75% das quais estarão nas mãos de apenas quatro grandes produ-tores. Ou, pela ordem, China (46% do estoque final total), EUA (16%), Brasil (8%) e União Europeia (5%).

Contrapostas aos números de dez anos atrás levantados pelo mesmo USDA, essas projeções indicam que o estoque final atual irá apresentar uma redução de 3,4% , extremamente significativa na medida em que o consumo mundial aumentou mais de 30% nesse espaço de tempo.

A queda, porém, não atingiu homogeneamente os quatro grandes produtores. A maior redução, por exemplo, deve ocorrer nos EUA, cujos estoques finais de 2012 poderão ser 50% menores que os de 2002. Na China, maior produtor, mas também maior consumidor mundial, embora o índice de redução do estoque final seja menor (-8,5%) é, igualmente, expressivo. E, na União Europeia, o resultado é um ligeiro aumento, devido muito mais à ampliação do bloco (27 países em 2012 contra apenas 15 em 2002), do que a um aumento de produção capaz de gerar estoque final maior. Nesse cenário, a única grande exceção é o Brasil.

Estimado em pouco mais de 10 milhões de toneladas, o esto-que final brasileiro previsto para 2012 poderá ser 900% maior que o de dez anos atrás.

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Produção Animal | Avicultura 19

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USDA: produção avícola brasileira cresce 2,38% ao ano

Até 2021

Em trabalho no qual avalia o desempenho recente e as tendên-cias da avicultura de corte na América do Sul, o Departamento

de Agricultura dos EUA (USDA) estima que em 2021 estarão sendo produzidas no continente mais de 20 milhões de toneladas das carnes de frango e de peru (frango: cerca de 97% do total), volu-me 28% maior que o estimado para 2010 (15,781 milhões de toneladas).

Nesse total, a participação brasileira será de pouco mais de 76%, o que corresponde a um aumento de 0,76 ponto percentual sobre o índice de participação de 2010. A participação da Argentina também aumentará aproximadamente nos mesmos níveis (cerca de 1 ponto percentual). Mas enquanto esse índice se traduz por um aumento acumulado de 41,7% na produção da Argentina (de 2010 para 2021), na produção do Brasil representa aumento de 29,6%.

Isso, em outras palavras, significa expansão média de 3,22% ao ano para a produção argentina e de não mais que 2,38% ao ano para a produção brasileira.

Coincidentemente ou não, é (ainda que aproximadamente) o mesmo nível apontado pelo Presidente da UBABEF, Francisco Turra, para 2012: “em função da crise internacional, um crescimento mo-derado, em torno de 2%, tanto na produção como na exportação”.

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20 Produção Animal | Avicultura

Notícias / Empresas

Pesquisas sobre o H5N1 mutante permanecem secretas

Por enquanto...

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou dia 17 de feverei-

ro que, após reunião em Roma, espe-cialistas de alto nível e técnicos de órgãos de segurança dos EUA chega-

ram a um consenso quanto à divulga-ção dos resultados de pesquisas que conduziram à mutação do H5N1 e à produção de um vírus pandêmico alta-mente mortal: por ora os resultados permanecerão secretos, somente sen-do publicados depois que equipe espe-cializada realize profunda avaliação dos riscos da divulgação.

A reunião foi convocada pela OMS no intuito de equacionar impasse surgi-do depois que o Conselho de Biossegurança dos EUA (NSABB, na sigla em inglês) manifestou a intenção de censurar dois trabalhos de pesquisa sobre o H5N1 antes que fossem divul-gados nos meios científicos.

Nesses trabalhos, atuando isolada-mente, pesquisadores da Holanda e dos EUA conseguiram chegar, a partir de poucas mutações, a um vírus H5N1 de características pandêmicas, capaz de causar alta mortalidade no homem.

Como teme que o achado se transfor-me em arma terrorista, o NSABB pro-pôs a censura prévia, procedimento que causou celeuma nos meios científi-cos, para quem a Ciência não pode ser submetida a qualquer tipo de censura.

A conclusão principal da reunião foi a de que, “no interesse da saúde públi-ca, os trabalhos completos devem ser publicados, mas em alguma data futu-ra”, isto é, depois de aprofundada avaliação dos riscos neles contidos.

De toda forma, prevalece em boa parte dos técnicos participantes do encontro a percepção de que achado do gênero jamais será utilizado no bioterrorismo. Porque, em especial, é impossível prever aonde pode levar a mutação de um vírus da gripe [aviária ou humana]. Ou seja: como “o feitiço pode virar contra o feiticeiro”, o melhor é não mexer com esse tipo de terroris-mo, apesar do seu alto potencial.

Demorou, mas Influenza Aviária chegou à Austrália

Pela primeira vez

Desde que, há pouco mais de nove anos, começaram a ser registra-

dos os primeiros casos do atual surto de Influenza Aviária do tipo H5N1, a Austrália, país próximo dos grandes focos da doença no sudeste asiático, conseguiu permanecer livre do vírus.

Naturalmente, o grande determi-nante da manutenção desse status sanitário foi a prevenção, levada às últimas consequências pelas autorida-des de saúde animal e pela avicultura australiana. Mas não se pode descar-tar também o fator sorte, pois a Austrália está a menos de 5 mil quilô-metros de distância da Indonésia, provavelmente o país mais afetado e com o maior número de casos huma-nos da H5N1. E, como se sabe, os

vírus e suas principais portadoras, as aves migratórias, não respeitam fronteiras.

Não respeitaram, mesmo, como se deduz de notificação transmitida no final de janeiro pelo órgão responsável do Ministério da Agricultura da Austrália à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). De acordo com a notificação, pela primeira vez na histó-ria do país, foi detectado um foco de Influenza Aviária do tipo H5 em terri-tório australiano.

O problema atingiu uma granja de engorda de patos localizada na área de Melbourne, capital do estado de Vitoria, sudeste continental do país. Envolve plantel em torno de 25 mil aves, todas imediatamente sacrifica-

das. A tipificação do vírus causador responsável pelo foco ainda não foi totalmente concluída, mas já se des-cartou a hipótese de vir a ser um H5N1. Daí o foco ter sido caracteriza-do como de baixa patogenicidade.

Detalhe: esta é uma das raras vezes em que um vírus do tipo H5 da Influenza Aviária é detectado bem abaixo da linha do Equador. A Austrália, é oportuno recordar, está localizada no Hemisfério Sul e é corta-da pelo Trópico de Capricórnio, o mesmo que, no Brasil, passa pelos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.

Vem daí uma indagação: como andam nossos programas de prevenção?

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22 Produção Animal | Avicultura

Notícias

Governo sul-africano investiga empresas Reclamaram do frango brasileiro

De acordo com o diário de negó-cios sul-africano Business Day,

ao mesmo tempo em que a indústria avícola local reclama do governo proteção contra o presumível dum-ping do frango brasileiro, o órgão federal que regula e fiscaliza a con-corrência está concluindo investiga-ções de conduta anticompetitiva por parte de alguns integrantes dessa mesma indústria.

Conforme o jornal , a International Trade Administration Commission (ITAC, o “CADE” sul--africano) anunciou em 13 de feverei-ro, que para proteger a avicultura

sul-africana havia imposto taxas adicionais (literalmente: aplicado direitos antidumping) sobre os pro-dutores de frango brasileiros – “ape-sar de suas conclusões sobre as quei-xas de dumping não estarem concluídas”.

Já no dia 14, o Business Day obte-ve a informação de que a ITAC tam-bém investigava denúncias de que as mesmas empresas que se queixaram do dumping desenvolviam atividades contrárias à livre concorrência, como a divisão de mercados entre si, fixa-ção de preços em comum e compar-tilhamento de informações. O pro-

cesso está em fase de conclusão, sendo fortes os indícios de que a avicultura sul-africana vem manipu-lando economicamente a atividade.

Entrevistado pelo jornal, Keith Weeks, Diretor da ITAC, observou que se existe concorrência por parte do produto importado há, igualmen-te, falta de concorrência local. “Parece que a aversão à concorrência está profundamente enraizada no setor agrícola”, afirmou. “A denúncia da associação avícola local contra os exportadores brasileiros é outro indi-cativo da aversão do setor à concor-rência” – diz o Business Day.

Órgão federal impôs taxas adicionais sobre os produtores de frango brasileiros

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Page 23: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 23

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Incubação Circadiana é novidade da Pas Reform Conceito faz parte da nova geração de máquinas SmartPro™

Na Pas Reform, pesquisa e desenvolvimento não são trabalhos eventuais, mas sim um processo permanente na busca de maior eficiência nos sistemas de incubação que produz. Neste sentido, a SmartPro™ representa a mais recente tecnologia de incubação de estágio único modular, uma solução que permite a Incubação Cicardiana® (Cicardian Incubation™), um protocolo que inclui estímulos periódicos ao aumentar a temperatura durante certos períodos sensitivos do desenvolvimento embrionário.

Na atualidade, o gerenciamento de um incubatório moderno tem por objetivo produzir um grande número de pintos de um dia uniformes e robustos. Robustez é um critério de saúde originário da fase de vida embrionária do frango - relacionado diretamente com o desempenho e a resistência dos pintos sob diferentes condições de exploração e manejo.

Pesquisas detalhadas evidenciam que a robustez pode ser alcançada através do estímulo do embrião com um agente desencadeador específico, ou seja, a estimulação por calor ou frio durante os períodos críticos do processo de incubação. Para suportar a utilização da Incubação Circadiana®, a incubadora deve oferecer um controle climático preciso. Para obter uma distribuição verdadeiramente homogênea da temperatura, o desafio é promover a troca de energia, CO₂/O₂ e umidade sem afetar a uniformidade da temperatura em torno e, consequentemente, dos ovos/embriões.

Para atender a essa exigência, o mais recente avanço da Pas Reform em incubação de estágio único combina: (1) O projeto modular da incubadora; (2) um novo princípio de Vórtice® (Vortex™) baseado em fluxo de ar e (3) Feedback Metabólico Adaptativo®.

Saiba mais sobre a Pas Reform e seus produtos em www.pasreform.com ou entre em contato através do e-mail [email protected] e do telefone (19) 3524-3681

Tecnologia de incubação de estágio único que permite a

Incubação Circadiana

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24 Produção Animal | Avicultura

Notícias / Empresas

GTFoods inaugura nova fábrica de ração No PR

O GTFoods inaugurou, em Indianópolis, no nor-te do Paraná, a quarta e maior fábrica de

ração peletizada para frangos com capacidade de produção, em uma primeira etapa, de 70 tone-ladas por hora. A capacidade plena desta unidade deve ser atingida em 2013, gerando 105 toneladas de ração por hora, produzindo alimentação para mais de 450 mil frangos por dia.

“Trata-se de um marco da produção de ração de qualidade para frangos no Brasil. É um passo importante para que o Grupo GTFoods atinja o objetivo de abater 600 mil frangos por dia nos próximos anos, sempre conferindo total segurança no processo produtivo”, ressalta o gerente agroin-dustrial, Ildeu Canalli.

O GTFoods iniciou a administração de ativos do Frangos Canção em 2012, mas a empresa avícola surgiu em 1992, na região de Maringá. Para pro-mover o negócio, aos poucos a organização buscou ampliar a sua área de atuação, optando pela cria-ção de frangos de maneira integrada. Atualmente, o GTFoods abate 400 mil aves por dia e administra os ativos Frangos Canção, Gold Frango, Mister Frango e Bellaves.

Fábrica de ração em Indianapólis, PR

Ainda no vermelho

Pilgrim’s Pride

A Pilgrim’s Pride voltou a amargar prejuízo no quarto trimestre de

2011. A empresa, controlada pela brasilei-ra JBS, atribuiu as perdas à escalada dos custos com ração e ao excesso de oferta de carne de frango no mercado. As notí-cias partem do Valor Econômico.

A segunda maior processadora de aves do mundo obteve uma perda líquida de US$ 85,4 milhões ou US$ 0,40 por ação no trimestre encerrado em 25 de dezembro, ante um lucro de US$ 41,8 milhões ou US$ 0,20 por ação em igual período de 2010, informou a empresa em balanço. Este foi o quarto prejuízo trimes-tral seguido da companhia.

R$ 3,8 bilhões em 2011Coopercentral Aurora

Forte presença no mercado interno (onde obtém 84,5% de suas recei-

tas) e um incremento de 24% na recei-ta operacional bruta (que atingiu 3,8 bilhões de reais) são os destaques do desempenho da Coopercentral Aurora em 2011. O resultado líquido positivo (sobras, no jargão do cooperativismo) foi de 138,9 milhões de reais, ou 3,95% da receita líquida.

Ao expor esses resultados, os dire-tores Mário Lanznaster (presidente), Neivor Canton (vice-presidente) e Marcos Antônio Zordan (diretor de

agropecuária) enfatizaram que para atingir esses números foram implemen-tadas ações, como a reestruturação de áreas de atuação do mercado e o for-talecimento de políticas comerciais.

Convergiram para esses esforços o rigoroso controle do planejamento comercial, alinhado ao processo de atendimento logístico operacional eficaz e uma produção de qualidade, referenciada em 76 lançamentos e no mix com mais de 800 produtos alimen-tícios como cortes de frango e hambúrgueres.

Mário Lanznaster apresenta resultados durante coletiva

Perda líquida foi de US$ 85,4 milhões

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Produção Animal | Avicultura 25

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Marfrig conclui venda de ativo logístico

Keystone Foods LLC

O grupo Marfrig anunciou o térmi-no do processo de venda das

operações logísticas da Keystone Foods LLC, nos Estados Unidos, à Martin-Brower. O preço de venda dos

ativos e negócios foi confirmado em US$ 400 milhões. “A venda desses ativos de logística permitirá ao Grupo Marfrig focar estrategicamente em seu negócio principal, que é o desen-volvimento, a produção e a comercia-lização de alimentos industrializados à base de carne de aves, bovina, suína, ovina e de peixes, em escala global”, disse a empresa, em comunicado.

Parceria na China

BRF

A BRF dá mais um passo em dire-ção à globalização. Dessa vez, a

empresa anunciou em meados de fevereiro uma joint venture com a empresa chinesa Dah Chong Hong Limited – DCH. O acordo permitirá que a companhia brasileira distribua produtos no mercado chinês, além de processar carnes em unidades locais. Outra vantagem é desenvol-ver a marca Sadia e atuar nos canais de varejo e food service na China continental, Hong Kong e Macau.

Em nota à imprensa, a BRF afirma

que a expectativa é que o negócio represente, no primeiro ano, volu-mes acima de 140 mil toneladas e receitas de aproximadamente US$ 450 milhões, com investimentos em capital de giro. A joint venture con-templa a participação de 50% da BRF e 50% da DCH, com abrangên-cia em produtos in natura e proces-sados; foco na geração de capacida-de e aoperação do mercado local, incluindo vendas, importação, supri-mentos de produtos, customer clea-rance e trade marketing.

Carne de frango produzida pela norte-americana Zacky Farms e distribuída em Hong Kong pela DCH

Empresa quer foco na produção e co-

mércio de alimentos industrializados à

base de carne

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26 Produção Animal | Avicultura

Manejo

26 Produção Animal | Avicultura

Etapa crucial do ponto de

vista da qualidade da

carne, pega das aves pode

significar resultados

positivos ou negativos para

o bem-estar animal e para

a lucratividade do negócio

Apanha feita bem

É assim que deve ser Na apanha pelo dorso são contidas as asas junto ao corpo

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Produção Animal | Avicultura 27

Quando não executada de

forma correta, operação de

pega pode resultar em

danos à carcaça

Apanha

Pelo menos 20%. Esse é a porcentagem de aves que apresentam qualidade in-

ferior de carcaça devido ao ma-nejo da pega e ao carregamento para o abate. O número foi le-vantado a partir de estudos con-duzidos pelo pesquisador José Antonio Delfino Barbosa Filho, professor da Universidade Fede-ral do Ceará (UFC) e criador do Neambe (leia mais no box da pági-na 32). José Antonio ressalta que isso pode significar um enorme prejuízo para os produtores e empresas avícolas. “Principal-mente se consideramos que estas informações não são conhecidas por parte dos produtores”. Daí a importância de conhecer os fato-res que contribuem para uma apanha bem feita e garantem a qualidade da carcaça.

A atividade de pega ou apa-nha faz parte das primeiras ope-rações da etapa conhecida como pré-abate. É uma etapa crucial do ponto de vista de qualidade da carne, uma vez que se esta operação não for executada de forma correta poderá resultar em danos à carcaça, ocasionados por traumas ou quebra de ossos. Há

ainda o ponto de vista do bem--estar animal: esta mudança abrupta de manejo resulta em uma grande quantidade de es-tresse devido à reatividade das aves perante as ações envolvidas nestes processos, o que causa problemas de bem-estar, perdas no valor da carcaça e até mesmo morte. E, além disso, é também uma atividade estressante para os trabalhadores responsáveis pela apanha dos animas.

Na verdade, o bem-estar não deve ser pensado de forma isola-da, já que ele tem um impacto direto na qualidade do produto final. Como afirma a médica ve-terinária Charlí Ludtke, Gerente de Animais de Produção da So-ciedade Mundial de Proteção Animal (WSPA Brasil), “uma apanha inadequada, sem preo-cupação com o bem-estar ani-mal, pode ocasionar perdas por hematomas, contusões, fraturas, aumento da mortalidade e defei-tos na qualidade da carne, como o aparecimento da carne PSE (Pálida, Flácida e Exsudativa) e DFD (Escura, Firme e Seca)”.

Alsir Livi, Encarregado do Setor de Logística de Aves da

feita Assim não Pega pelos pés causa hematomas e fraturas, prejudicando a carcaça

Treinamento da equipe é um dos fatores que mais contribuem para o sucesso da operação de pega

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28 Produção Animal | Avicultura

Manejo

Coasul, uma cooperativa agroin-dustrial localizada no Sudoeste paranaense, acrescenta que os produtores devem ser bem escla-recidos sobre os malefícios da apanha mal feita. “É preciso um alinhamento entre agroindústria e integrado. Aliás, algumas em-presas têm critérios de desconto por qualidade do frango e o paga-mento incide em cima do peso e número de aves entregues, por isso do alinhamento com produtores”.

O pesquisador José Antonio, da UFC, afirma: “É de extrema importância a consciência de que, se a operação de pega for mal sucedida, todos os cuidados dispensados nas fases anteriores da criação das aves serão comple-tamente perdidos”. Charlí con-corda: “A apanha é considerada uma das etapas mais importantes do processo, pois é o término da criação e o início do pré-abate. É a fase de maior interação com o ser humano e a habilidade em

desenvolver essa função será defi-nitiva para a obtenção dos resul-tados positivos ou negativos para o bem-estar animal e para a lu-cratividade do negócio”.

Existem dois tipos de pega que podem ser utilizados para a captura das aves: a mecânica e a manual. No Brasil, a grande maioria das empresas realiza a operação de captura do frango de corte de forma manual, já que a mecanização da pega ainda é an-tieconômica, devido aos elevados investimentos necessários em equipamentos apropriados e adaptação dos galpões. Entre os tipos de pega manual, os métodos mais conhecidos são a apanha pelas pernas (ou pés), pelas asas, pelo dorso e pelo pescoço.

O pesquisador da UFC diz que por muito tempo a principal for-ma manual de se realizar a pega das aves era pelas pernas, pois este tipo de pega possibilitava grande rapidez na execução do serviço. Conforme demonstrado por diversos pesquisadores, a pega das aves pelas pernas causa hematomas e fraturas, prejudi-cando a carcaça e, por este fato, este método entrou praticamente em desuso, sendo utilizado ainda apenas em algumas poucas regi-ões do Brasil, onde é feita a co-mercialização do frango vivo. Recentemente, uma monografia foi publicada na Universidade Federal do Nordeste estudando uma forma diferente para a apa-nha de aves: o método da sacola (leia mais no box da página 30).

Para a médica veterinária Charlí Ludtke, atualmente, nas agroindústrias que já implanta-ram o programa de bem-estar animal, a pega é realizada pelo dorso. “Algumas práticas são inadmissíveis sob o ponto de vis-ta do bem-estar animal e ainda comprometem consideravelmen-

É importante também manter uma densidade

adequada nas caixas

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Captura é um ponto significativo de depreciação de carcaças e a causa mais provável para esses danos é o manejo inadequado

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Produção Animal | Avicultura 29

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30 Produção Animal | Avicultura

Manejo

Método da sacola Bolsa utilizada para pega

Em sua monografia (“Captura de frangos de corte na região de Fortaleza, CE”) para obtenção do título de enge-nheiro agrônomo na UFC, Marília Lessa de Vasconcelos Queiroz realizou um estudo para determinar quais os pon-tos críticos em relação ao animal e à operação pré abate propriamente dita, explorando todo o processo de captura até o carregamento e embarque no caminhão para o transporte. Durante a pega dos frangos as variáveis am-bientais (temperatura e umidade relativa do ar) foram constantemente monitoradas por data loggers instalados na parte interna e externa do galpão. Também foi monito-rada a temperatura retal, que é um indicativo direto do estresse sofrido pelos animais durante a operação de pega.

A pesquisadora também analisou o método da sacola ou bolsa, adotado por uma granja da região de Fortaleza para pega das aves. Chegou à conclusão de que é um mé-todo válido e possível de ser adotado, pois ajuda na redu-ção de traumas físicos nas aves ao evitar que as mesmas se

debatam durante a operação. Porém, é preciso lembrar que as aves não devem permanecer por muito tempo dentro das sacolas, já que existe o risco de morte por asfi-xia. O método da sacola funciona da seguinte forma: A equipe responsável pela pega é composta por dez pessoas, duas responsáveis por fazer a pega das aves pelo dorso e oito para recolher as aves nas sacolas e colocá-las nas caixas de transporte. É feito um círculo de captura. As aves são pegas de duas em duas, pelos dois apanhadores que ficam dentro do círculo e vão sendo colocadas nas sacolas. As bolsas são confeccionadas na cor amarela com altura de 50 cm, largura de 30 cm e abertura na parte superior com no máximo 60 cm.

Entre outros resultados, a autora comprovou que a temperatura retal das aves sofre alteração quando os ani-mais são submetidos à atividade da pega.

Consulte a íntegra desta pesquisa em www.avisite.com.br/cet.

Manuseio das aves

Aves dentro da sacola

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Page 31: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 31

te a qualidade do produto final como, por exemplo, a apanha por apenas uma das patas, pelas asas e pelo pescoço”, descreve. “A ma-neira recomendada é através da apanha pelo dorso, na qual são contidas as asas junto ao corpo, evitando o bater de asas e man-tendo a postura normal, sem in-vertê-las. Este método pode redu-zir as perdas por mortalidade e perdas na qualidade do produto final. Além da apanha, é impor-tante manter uma densidade adequada nas caixas (que tenha pelo menos espaço suficiente para que todas as aves deitem ao mesmo tempo), realizar o carre-gamento de forma tranquila, sem bater as caixas, sem negligenciar o fechamento e com colaborado-res treinados”.

Apanha bem feita e adequada

Outro ponto importante é o treinamento da equipe. Para o pesquisador José Antônio, este é um dos fatores que mais contri-buem para o sucesso da operação de pega. “Considero o treina-mento do pessoal encarregado da

pega um ponto chave no tocante à diminuição do estresse e, con-sequentemente, dos danos e per-das nas carcaças. Trabalhadores bem treinados conseguirão exe-cutar uma pega mais tranquila, rápida e eficiente”, diz.

A gerente da WSPA faz coro: “É necessário ter uma equipe treinada com conhecimento em comportamento, bem-estar ani-mal e os efeitos ocasionados no produto final quando as práticas de manejo são incorretas. Conhe-cendo o comportamento das aves fica mais fácil manejá-las. Os co-laboradores precisam ter conhe-cimento de manejo racional e ter capacidade para identificar uma ave doente, com problemas loco-motores, ferida, agonizando e o que deve ser feito nesses casos. No Brasil, já existem empresas especializadas em realizar a apa-nha adotando o programa de bem-estar animal, com profissio-nais capacitados e qualificados para realizar o manejo da melhor forma. Esses profissionais passam por treinamentos específicos que envolvem todas as fases da apa-nha, suas consequências no bem-

Fatores que contribuem para

o sucesso da pega estão

relacionados com o bom

treinamento da mão de obra e

com o bem-estar

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32 Produção Animal | Avicultura

Manejo

-estar animal e dos próprios cola-boradores e, ainda, sua influência na qualidade da carne”.

Na Coasul, segundo informa Alsir Livi, existe um treinamento voltado para a operação de apa-nha. Este curso, sob responsabili-dade do setor de Fomento Agro-pecuário, é feito com indicadores, com fotos de situações onde po-dem ocorrer danos às aves. São treinamentos feitos em sala de aula e a campo, no próprio local do carregamento. A apanha é um processo que precisa ser continu-amente acompanhado.

Além do treinamento adequa-do, diz Charlí, é preciso ter um bom planejamento em relação à logística de abate, para se deter-minar o horário correto de retira-da da ração, o tamanho e o peso do lote a ser apanhado, a quanti-dade de aves por gaiola conforme o peso médio, o número de cola-boradores necessários para o ma-nejo, o período do dia e o mo-mento da retirada dos bebedouros. É necessário haver equipamentos de proteção indi-vidual (EPI s) adequados para os colaboradores e material de tra-balho em boas condições de uso e manutenção periódica. E não es-quecer de realizar a reposição das gaiolas que apresentam pontas ou problemas que possam ferir as aves.

José Delfino sugere que o pla-nejamento da pega leve em consi-deração os valores de temperatura e umidade relativa do ar no inte-rior dos galpões no momento da operação, já que estudos mostram maiores perdas nos períodos mais quentes do dia. “O turno da tarde pode ser considerado como o menos indicado para a realização desta etapa das operações pré--abate, sendo provavelmente o mais propenso à ocorrência de perdas”.

Ele lembra ainda que a estru-tura e os aspectos ligados à cons-trução do galpão também podem afetar a boa condução da opera-ção de pega das aves. Por exem-plo, o aumento nas dimensões das portas de acesso ao galpão para possibilitar um melhor fluxo de entrada e saída das caixas de transporte e favorecer a agilidade no manuseio das aves. Além dis-so, galpões com pé direito maior possibilitam uma melhor renova-ção de ar e a entrada de maquiná-rio quando necessário.

O Encarregado do Setor de Logística de Aves da Coasul, Alsir Livi, sugere que a ventilação e a temperatura sejam controladas durante o carregamento para evitar mortalidade e estresse do lote. “Na região Sul, existem muitos modelos de galpões onde o controle da temperatura do aviário é dificultado, mas o ideal é que o galpão seja bem vedado para facilitar a climatização”.

Ponto mais crítico durante a

pega é a interação

entre as equipes de apanha e pendura, que lidam

diretamentecom as

aves vivas

Grupo de estudos em ambiência e bem-estar é criado no Nordeste

Desde 2005 atuando na área de pesqui-sas envolvendo o pré-abate de frangos corte, no Núcleo de Pesquisas em Ambiência (Nu-pea/ Esalq/ USP), o pesquisador José Antonio Delfino Barbosa Filho sempre teve vontade de coordenar um grupo de pesquisas. Quan-do se transferiu para Fortaleza, em 2009, para atuar como professor adjunto na Uni-versidade Federal do Ceará (UFC) e coorde-nar a área de Ambiência Agrícola da institui-ção, juntou o desejo antigo com a oportunidade de realizá-lo justamente em uma das regiões para onde a avicultura tende a se expandir, o Nordeste brasileiro. E assim surgiu o Neambe - Núcleo de Estudos em Ambiência Agrícola e Bem-estar Animal, no final de 2011.

Ele conta que o grupo de estudos nasceu a partir da carência de informações relativas aos impactos do clima na produção animal e vegetal na Região Nordeste, sendo um nú-cleo de estudos direcionado a detectar, sob o ponto de vista ambiental, os principais pon-tos críticos, bem como as principais fontes de perdas durante todas as etapas da produção animal e vegetal. O Neambe está sediado no Departamento de Engenharia Agrícola da UFC e já conta com mais de 10 pesquisado-res atuantes nas áreas das Ciências Agrárias. O grupo é multidisciplinar e composto por pesquisadores de diversas regiões do país e a aplicação dos resultados poderá ser feita tanto no âmbito nacional quanto internacio-nal. Mais informações: www.neambe.ufc.br.

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Produção Animal | Avicultura 33

Imagem do curso Steps, promovido pela WSPA

Pontos críticosO processo de apanha e a eta-

pa de pré-abate têm alguns pon-tos mais delicados. Para o pesqui-sador José Antonio, há ainda uma grande lacuna entre o que se recomenda e o que é verdadeira-mente aplicado no dia a dia das empresas integradoras. “É preciso que haja uma abertura maior das grandes empresas e abatedouros do nosso País para que se consiga instalar experimentos que pos-sam medir efetivamente o que ocorre na realidade. Temos mui-tos pontos críticos a serem levan-tados e a partir do momento em que forem sendo descobertas so-luções para os problemas todo o setor de produção avícola será beneficiado com isso”.

De toda forma, Charlí Ludtke lembra que as “empresas no Bra-sil estão começando a se adaptar e entendendo que a implantação do programa de bem-estar ani-mal minimiza riscos de perdas econômicas e garante um produ-to de melhor qualidade, além de ser uma das principais exigências nas legislações nacionais e inter-nacionais. Com isso, muitas equipes de apanha estão sendo treinadas e capacitadas para rea-lizar o manejo de forma correta”.

Ela enfatiza que o ponto mais crítico durante a pega é a intera-ção entre as equipes de apanha e pendura, que lidam diretamente com as aves vivas. Para ela, é nesse momento que ocorrem os maiores problemas. “Muitas ve-zes, a falta de capacitação, as condições inadequadas de traba-lho, a carga horária excessiva e a ausência de equipamentos de se-gurança induzem a um serviço de baixa qualidade. Uma apanha incorreta resulta em sofrimento aos animais e o mesmo ocorre na pendura no frigorífico”.

Já para Alsir Livi, o principal

ponto crítico no processo de apanha é a formação de boxes, que evitam que as aves se amon-toem e sofram arranhaduras. Ele completa: Também é importante atentar para a checagem das condições da instalação, como ponto de energia adequado, ca-nos para carregamentos em qua-lidade e quantidade, orientações de corte da alimentação e a higie-nização de equipamentos.

Para finalizar, José Antônio destaca que é importante que mais estudos, pesquisas e treina-mentos sejam direcionados ao seguimento de pré-abate dos animais, levando-se em conside-ração os princípios do bem-estar animal, o treinamento dos envol-vidos e a redução de perdas. “É preciso divulgar informações de modo que não se atinja somente os técnicos e as grandes empre-sas, mas também os produtores, que de certa forma são os verda-deiros fiscais de todo esse proces-so nas fazendas”. De toda forma, a equipe do professor José Anto-

nio Delfino Barbosa Filho está correndo atrás dessa necessidade.

Cursos e treinamentos

O curso de Abate Humanitá-rio – Steps, promovido pela WSPA, contempla a fase de apa-nha e explica na teoria, com ví-deos e imagens, qual a melhor forma de realizar esse manejo. Informações sobre o Steps: www.wspabrasil.org.

Em junho de 2008, a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) lançou dois protocolos voltados para o bem-estar animal: um para aves de postura e outro para frangos e perus. O material apre-senta diretrizes completas e atu-ais sobre o bem-estar das aves, visto basearem-se em protocolos internacionais, inclusive euro-peus, onde as exigências de bem--estar animal são mais rígidas. Pode ser consultado no AviSite, através do link www.avisite.com.br/legislacao.

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Manejo

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36 Produção Animal | Avicultura

Processamento

Menos sódio, mais saúde

Vários alimentos processados no Brasil terão que diminuir a quantidade de sódio em sua composição, num primeiro momento, até 2014. Como ficam os alimentos à base de carne de frango com esta determinação?

Redução do teor de sódio nos alimentos processados já começou e a indústria avícola brasileira já está trabalhando para isso

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Produção Animal | Avicultura 37

Menos sódio, mais saúde

O Ministério da Saúde de-terminou a redução de sódio, até o ano de 2020,

em vários alimentos processados, com o objetivo de promover o controle das doenças crônicas não-transmissíveis, em especial a hipertensão arterial sistêmica, e de contribuir para uma alimenta-ção mais saudável à população brasileira. O consumo máximo de sódio recomendado pela Organi-zação Mundial da Saúde (OMS) é de 2g por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal. No entanto, sabe-se que o brasileiro consome hoje mais que o dobro desta quan-tidade, cerca de 12g diárias de sal. Dessa forma, por meio de um acordo, o Ministério da Saúde e a OMS estabeleceram uma meta de redução de consumo de sódio no Brasil para 5g ao dia até o ano de 2014. Estima-se que isso significa-ria queda de 6% a 14% na morta-lidade por derrame e de 4% a 9% na mortalidade por enfarte. Todos os anos, 315 mil brasileiros mor-rem em decorrência de doenças cardiovasculares, que têm a hiper-tensão como um dos principais fatores de risco.

Num primeiro momento, pro-dutos mais populares como pães, massas, salgadinhos, bolos e bis-coitos lideram a lista dos alimen-tos que terão o seu teor de sódio reduzido. A Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia) garante que até o final de 2012 serão 1.050 toneladas de só-dio a menos nas prateleiras. Isso significa que os produtos terão 18,85% menos sódio. Já até o final de 2014 serão 1.634 toneladas a menos – redução de 29,33% nos produtos. Segundo a entidade, a indústria tem se esforçado para buscar alternativas para o sódio. “A indústria já está reduzindo tudo o que era possível sem ainda ter um substituto”, afirma Ed-

mundo Klotz, presidente da Abia. E é o que garante o Instituto Brasi-leiro de Defesa do Consumidor (Idec): “A maioria dos produtos que está no mercado já atende às metas fixadas na primeira fase do acordo”.

Recentemente, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) anunciou que vai reduzir a quantidade de sal no pão francês para 1,8%. A ação envolve a produção de 490 padarias pró-prias, o que significa uma produ-ção mensal de cerca de 44 milhões unidades de pão francês em todo o País. Mas essa redução nas for-mulações e receitas dos produtos não é tão simples assim. Sabe-se que o sal, além de melhorar o sa-bor, tem outras finalidades na composição dos alimentos indus-trializados. “Ele é um importante conservante e um elo de ligação entre outros ingredientes”, desta-cam os especialistas. Assim, o exemplo do Grupo Pão de Açúcar não partiu da noite para o dia. De acordo com divulgações do pró-prio Grupo, vários testes pilotos foram realizados em algumas lojas para avaliar os impactos da redu-

O consumo máximo de sódio recomendado pela OMS é de 2g por pessoa ao dia, o que equivale a 5g de sal

Produtos à base de carne de frango empanados ou

marinados são os principais alvos do novo

acordo de redução

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38 Produção Animal | Avicultura

Processamento

ção da quantidade de sal na opera-ção, na qualidade do produto e na aceitação dos clientes. Segundo a empresa, a preocupação com esta mudança exigiu que fossem exaus-tivamente testados vários aspectos das receitas para garantir a sua efi-cácia tanto no que diz respeito aos fatores relacionados à saúde e qua-lidade de vida quanto da preserva-ção do sabor dos produtos.

Produtos de frangoEm meio a toda essa discussão

sobre a redução do teor de sódio nos alimentos industrializados, como ficam os produtos processa-dos à base de carne de frango? De acordo com o consultor em pro-cessamento de carnes, Fábio G. Nunes, o sal (cloreto de sódio) cumpre com muitas funções nos produtos cárneos processados, dando uma significativa contri-buição às características de sabor e inocuidade. “Devido às suas múltiplas funções nas carnes pro-cessadas, não é possível remover o sal completamente das formula-ções dos produtos”, alerta. “Os atuais níveis de sódio, principal-

mente nos Estados Unidos, já es-tão próximos aos limites senso-riais e de qualidade. Reduzi-lo ainda mais, poderia ter efeitos negativos para a aceitação por parte dos consumidores”. Porém, Nunes concorda que é preciso fa-zer algum tipo de adaptação e melhoria nas formulações dos produtos cárneos brasileiros em relação à quantidade do sódio. “Com certeza, já é hora de pensar em se adptar a esta nova legisla-ção, evitando a pressão de tempo de deixar para executar as exigên-cias na última hora. Sobretudo, pelo fato de a medida afetar um aspecto tão importante quanto o sabor dos produtos”, avalia. No entanto, o consultor faz um prog-nóstico de que esta adaptação ainda deve demorar para aconte-cer na indústria avícola, especifi-camente. “Eu acredito que vai le-var um tempinho ainda, pois conseguir manter o sabor de pro-dutos já tradicionais no mercado, através do uso de ingredientes substitutos requer tempo, pela

Filé de frango de 85g, sem pele, grelhado contém apenas

86mg de sódio

A carne de frango é a mais recomendada para quem busca por uma dieta mais saudável: com baixos teores de sódio e de gordura e altíssimo valor protéico

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Produção Animal | Avicultura 39

Redução de sódio nos alimentos

processados tem como objetivo

diminuir os riscos de

doenças cardiovasculares

nos consumidores

e oferecer produtos mais

saudáveis

pesquisa e avaliações que devem ser realizadas”, prevê. Ele ainda arrisca que a transição da redução do sódio não será uma regra geral. Será de acordo com cada empresa, mas sempre lançando mão dos recursos tecnológicos disponíveis no mercado para manter as pro-priedades organolépticas nos pro-dutos com o sódio reduzido. “O consumo de sódio consciente pelo cidadão é um benefício que deve vir não por decreto, mas por edu-cação e informação, por meio de um processo de longo prazo e de um projeto bem elaborado de saúde pública”, opina Nunes. “Se a intenção, como neste caso, é melhorar a saúde vascular dos brasileiros, a redução do teor de sódio nos alimentos é apenas uma gota no oceano”.

No entanto, as agroindústrias avícolas estão bem atentas a este acordo técnico entre o Ministério da Saúde brasileiro e a OMS para a redução do sódio nos alimentos processados. Inclusive, muitas de-las já estão desenvolvendo pesqui-sas para chegar a uma nova com-posição ideal, com o nível de sódio reduzido, e sem comprome-ter o sabor e a consistência de seus

produtos. É o caso da Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Chapecó, SC. “Esta redução é possível para a grande maioria dos produtos cárneos. Porém, o sal tem um papel-chave para propor-cionar a textura desejada de um produto cárneo processado, pois o nível de sal influencia diretamen-te na solubilidade das proteínas miofibrilares da carne”, explica Rodicler C. Bortoluzzi, gerente de P&D e Qualidade da Aurora. “A sua redução implica na diminui-ção da capacidade de ligar água, na desestabilização de emulsões cárneas e na conservação dos produtos”. Segundo ela, a agroin-dústria avícola já vem buscando alternativas para substituir os teo-res de sódio nos alimentos proces-sados como os empanados, por exemplo. E que vários outros in-gredientes estão sendo testados. “Esses testes incluem o cloreto de potássio, alguns realçadores de sabor e aromas naturais entre ou-tros”, revela. “Este é um processo gradativo tanto para as empresas como para os consumidores. Ain-da de acordo com a gerente, a re-dução do teor de sal dos alimentos sem ocasionar mudanças na acei-

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40 Produção Animal | Avicultura

Processamento

Conforme o Ministério da Saúde, os alimentos processados incluídos na primeira e segunda fases do acordo

brasileiro de redução de sódio devem se adequar às seguintes especificações:

Redução de sódio

tação do consumidor está sendo o maior desafio para a indústria de alimentos.

A C.Vale Cooperativa Agroin-dustrial, de Palotina, PR, também já vem pesquisando alternativas e receitas com menos sódio para adequar as suas linhas de produ-tos avícolas para o varejo. “Esta-mos realizando estudos e testes internos para reduzirmos a quan-tidade de sódio em, pelo menos, 50% nos nossos produtos de fran-go para o varejo, que incluem os empanados e os marinados”, co-menta Vilmar Mezzaroba, gerente de Industrializados da C.Vale. “Nossa meta é reduzir de 900mg de sódio para 450mg até o final deste ano”. Mezzaroba explica que esta solicitação do governo brasi-leiro para reduzir os níveis de só-dio nos alimentos processados impulsionou a C.Vale a investir mais nas pesquisas com ingre-dientes alternativos e na formula-ção de produtos dentro dos pa-drões agora especificados. “A C.Vale é uma agroindústria avícola que participa de licitações públi-cas para o fornecimento de ali-mentos para a merenda escolar em nossa região”, explica o geren-te. “Para isso, a quantidade de só-dio nesses alimentos não pode ul-trapassar o limite de 600mg. Então, essa nova determinação do governo só veio antecipar um processo que a C.Vale já vinha desenvolvendo”. Segundo Mezza-roba, a C.Vale vem fazendo testes e substituições ao sódio com con-dimentos selecionados para a for-mulação de empanados e marina-dos de frango.

Paulo Guarnieri, gerente de Desenvolvimento da BRF, tam-bém afirma que a empresa está se adequando para a redução do só-dio em seus processados de fran-go. “A redução, neste caso, varia muito de produto para produto.

Pão francês Teor atual: 648mg/100gMeta: 586mg/ 100gRedução: 2,5% ao ano até 2014

Batata palha ou frita

Teor atual: 720mg/100gMeta: 529mg/ 100gRedução: 5% ao ano até 2016

Salgadinhos de milho

Teor atual: 1.288mg/100gMeta: 747mg/ 100gRedução: 8,5% ao ano até 2016

Bolos prontos Teor atual: 463mg/100gMeta: Entre 204mg/100g e 332mg/100g (varia conforme o tipo de bolo)Redução: De 7,5% a 8% ao ano até 2014

Misturas para bolo

Teor atual: 568mg/100gMeta: 334mg/100g (aerados) e 250mg/100g (cremosos)Redução: De 8% a 8,5% ao ano até 2016

Biscoitos Teor atual:1.220mg/100g (salgados)490mg/100g (doces)600mg/100g (doces recheados)Meta: 699mg/100g (salgados)359mg/100g (doces)265mg/100g (doces recheados)Redução: 7,5% a 19,5% ao ano até 2014

Maionese Teor atual: 1.567mg/100gMeta: 1.052mg/100gRedução: 9,5% ao ano até 2014

Processados de frango

Estes produtos ainda não foram incluídos na primeira e nem na segunda fases do acordo. Oficialmente, ainda não foram especificados os novos índices de sódio para os processados de frangos. A indústria ainda segue a recomendação antiga do Ministério da Saúde, por meio da Anvisa. De toda forma, os produtos industrializados de frango já estão tendo o seu teor de sódio reduzido por meio de iniciativas e antecipações das agroindústrias.

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Processamento

Mas estamos nos adequando para chegarmos a uma formulação de qualidade tanto para os produtos do mercado interno como para os produtos do mercado externo”.

Polêmica nos EUANo início de fevereiro deste

ano, o informativo Vital Signs, editado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC), ór-gão ligado ao governo americano e sediado em Atlanta, no Estado da Geórgia, trouxe um artigo no qual lista a carne de frango como uma das maiores fontes de sódio para a dieta humana, junto a ou-tros alimentos como a pizza, o pão, sopas instantâneas e biscoi-tos. “A carne de frango possui uma vasta categoria de produtos e a própria carne, in natura, natu-

ralmente é baixíssima em sódio”, rebate Ashley Peterson, vice-presi-dente de Ciência e Tecnologia do Nacional Chicken Council (NCC). “Classificar a carne de frango, de forma generalizada, como um dos top alimentos em teor de sódio é cientificamente infundado, além de passar uma imagem incorreta e equivocada sobre a qualidade da carne de frango para o consumi-dor”. A dirigente e especialista do NCC se disse indignada com tal publicação e acrescentou que a preocupação dela e de todos os envolvidos com a cadeia avícola é com a percepção do consumidor sobre tal informação. “Após ler o artigo que destaca a carne de fran-go como um alimento de alto teor de sódio - o que simplesmente não é verdade -, ficamos preocupados com a impressão que esse consu-midor terá, a partir de então, com a carne de frango”, comenta.

De acordo com o guia nutri-cional do Departamento de Agri-cultura americano, 85g de filé de frango, sem pele, grelhado contém apenas 86mg de sódio. “Obvia-mente, que se for um produto avícola empanado ou marinado, a quantidade de sódio será maior e esta informação vem descrita no rótulo de cada produto”, argu-menta Peterson. “O sódio é inclu-ído nos alimentos processados por vários motivos: para aumentar o sabor, preservar o produto e au-mentar a sua segurança”. A vice- presidente do NCC ainda ressalta que é lamentável a hipótese de artigos como este, divulgado pelo Vital Signs, de afastar o consumi-dor de uma fonte de proteína tão saudável como a carne de frango. “A carne de frango é muito indica-da para pessoas com dietas restri-tas ou que buscam por alimentos com baixos teores de sódio, pois contém altas concentrações de proteína e baixíssima gordura”.

Redução do teor de sal sem ocasionar mudanças na aceitação do consumidor está sendo o maior desafio para indústria

Ingredientes alternativos como cloreto de potássio e outros

condimentos estão sendo testados para substituir o sódio na

formulação dos processados de frango, sem comprometer o sabor

e a qualidade dos produtos

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Saúde Avícola

No momento em que o Brasil se consolida como o maior exportador mun-

dial de carne de frango e terceiro maior produtor, as exigências do mercado para a disponibilidade e a qualidade desta carne aumen-tam a cada dia. Muitas vezes, para a indústria atender a demanda deste crescente mercado é neces-sário um demasiado aumento das aves na produção. E isto, geral-mente, pode resultar em excesso de densidade nos aviários (núme-ro de aves por metro quadrado) e maior incidência de problemas sanitários. Alguns destes proble-mas sanitários, se não condenar a

Celulite em frangos

Uma lesão cutânea que custa à indústria avícola brasileira cerca de US$ 10 milhões ao ano por conta da condenação total das carcaças. Saiba mais sobre este problema, como ele ocorre e o que é preciso fazer para evitá-lo

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Produção Animal | Avicultura 45

Celulite em frangos

ave ainda na produção, condena sua carne lá na frente, no abate-douro. É o caso da celulite.

A celulite em frangos é uma forma de dermatite, apresentada como uma inflamação purulenta, aguda e difusa, que afeta os teci-dos subcutâneos da ave. “Algumas vezes, a celulite atinge o tecido muscular, sendo frequentemente associada com a formação de abs-cessos nas aves”, explica Benito Guimarães de Brito, pesquisador do Instituto de Pesquisas Veteri-nárias Desidério Finamor (IPVDF), da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul (Fepagro/RS). “Os abscessos

são comumente chamados de ‘placas’ e são resultados da defesa do organismo contra bactérias em áreas que não têm grande irriga-ção sanguínea como o tecido sub-cutâneo”. O pesquisador ainda descreve que a celulite nas aves causa a descoloração e o espessa-mento da pele, por isso também é conhecida como processo infla-matório, dermatite necrótica e ou waffle skin.

De acordo com estimativas do IPVDF, a indústria avícola, de uma forma geral, tem grandes prejuí-zos decorrentes da condenação de aves por lesões cutâneas. “Somen-te nos Estados Unidos, estima-se

uma perda anual superior a US$ 80 milhões pela condenação de aves com dermatites, da qual a celulite está inserida”, revela de Brito. “No Canadá, a celulite aviá-ria é vista como responsável pela condenação de 1,2% dos frangos de corte abatidos”. Já no Brasil, o pesquisador calcula que a celulite seja responsável por 0,14% das condenações de carcaças de fran-gos. “Estima-se uma perda anual superior a US$ 10 milhões pela condenação total de aves com ce-lulite no Brasil. Se considerarmos os custos com condenações par-ciais e outros prejuízos indiretos decorrentes das condenações po-

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Saúde Avícola

demos ultrapassar a soma de US$ 40 milhões de perdas anuais da indústria avícola brasileira decor-rentes desta patologia”, quantifica o especialista. As lesões de celulite podem condenar total ou parcial-mente as carcaças dos frangos, conforme a extensão da lesão. A condenação da carcaça, no Brasil, é exercida por meio do SIF, do Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (Portaria 210, de 10 de novembro de 1998).

E o que causa a celulite em frangos?

A celulite aviária é considerada uma doença multifatorial. A inte-gridade da pele é um fator impor-tante no desencadeamento da ce-lulite aviária. “Existe a necessidade de ocorrer lesões traumáticas ou abrasivas, que promovam uma so-lução de continuidade na pele, e que a partir desta lesão, ocorra a penetração do micro-organismo e posterior colonização do tecido subcutâneo”, esclarece de Brito. “Por isso, práticas de manejo que agridam os animais e favoreçam a ocorrência de lesões cutâneas são importantes fatores de risco para a ocorrência de celulite”. De acordo com o pesquisador, a estação do ano, principalmente quando ocor- rem altas temperaturas, é um fator que deprime o consumo de ali-mento das aves e causa estresse calórico. “Consequentemente, ocor- re um menor desenvolvimento das aves e a cobertura de penas é feita de forma mais lenta, permi-tindo uma maior incidência de arranhões”. Fatores nutricionais também são apontados como pre-disponentes ao mau empenamen-to. “Dentre eles, podemos citar o baixo nível de proteína total e de-ficiência de aminoácidos específi-cos, tais como metionina, cistina, arginina, isoleucina, leucina, vali-na, lisina, treonina e triptofano”, diz. Alguns minerais e vitaminas

têm sido indicados por nutricio-nistas como fatores a serem ava-liados nos problemas de empena-mento em frango de corte como o zinco, o manganês, o selênio, o cobre e o molibidênio, as vitami-nas A e E, a niacina e a colina. “O sexo dos animais é outro fator predisponente importante, os machos têm o empenamento mais retardado que as fêmeas, por isso, apresentam uma maior incidência de lesões de pele”, explica de Brito. Além disso, a alta densidade utili-zada nas criações de aves contri-bui para uma maior competição por comedouros, bebedouros e área, o que favorece à ocorrência de arranhões. “Observações de campo permitem constatar que o problema se manifesta principal-mente em lotes de machos criados com alta densidade e durante pe-ríodos com temperaturas eleva-das”, sintetiza. Outro fator para o controle da celulite diz respeito à imunidade dos animais. “Aves que tenham imunodepressões causa-das pelo vírus de Gumboro, Ane-mia, Marek, micotoxinas e outros têm maior predisposição à ocor-rência de celulite”.

Valdir Bortoluzzi, médico ve-terinário do Frigorífico de Aves da Cooperativa Agroindustrial Cascavel (Coopavel), de Casca-vel/PR, também alerta para o controle da qualidade da cama nos aviários como forma de dimi-nuir os riscos de incidência da celulite. “A cama pode servir como meio de cultura para as bactérias causadoras da enfermi-dade. A umidade excessiva está relacionada com o aumento de celulites devido à aceleração no desenvolvimento das lesões na pele das aves”, argumenta. “As si-tuações são mais graves com altas densidades, quando as excretas permanecem aderidas à superfí-cie das aves, elevando o tempo de

Celulite aviária

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Lesão com aspecto purulento (celulite)

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Umidade excessiva está relacionada com o aumento de celulites devido à aceleração no desenvolvimento das lesões na pele das aves

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Saúde Avícola

contato e as chances de contami-nação das áreas de pele rompi-das”. Segundo Bortoluzzi, muitas bactérias têm sido associadas à produção do quadro de celulite, mas a E. coli permanece sendo a mais comum. “As cepas isoladas possuem poucos atributos reque-ridos para causar doenças em hu-manos, não representando maior perigo do que aquelas isoladas a partir de aves sadias. Vale reforçar que o processo de inspeção con-dena a carcaça total ou parcial-

mente, evitando assim que haja consumo de carcaças com celuli-te”, ressalta.

“O consumo da carne de fran-go acometida com a celulite não oferece risco à saúde humana, o aspecto visual desta carne é que não é muito agradável”, informa Alex R. Maldonado, médico veteri-nário e supervisor de Avicultura da Coopercentral Aurora (Aurora Ali-mentos), de Chapecó/SC. “Dessa forma, o trabalho de inspeção de um profissional veterinário treina-do/habilitado se faz fundamental para garantir a qualidade e a apre-sentação das carnes sem apresentar qualquer prejuízo econômico ou risco para a saúde humana”.

PesquisasUm estudo recente da Embra-

pa Suínos e Aves, sediada em Concórdia/SC e coordenado pela pesquisadora Fátima Jaenisch, re-lacionou vários fatores de riscos associados com a patologia em criações brasileiras como o tipo de piso usado nos aviários, higieniza-ção nos aviários, sexo das aves alojadas, número de lotes criados sobre a mesma cama, distância entre incubatório e aviário, quali-dade da cama nas primeiras sema-nas de idade dos frangos, tempo de permanência das aves no aviá-rio e localização dos silos de ração.

O estudo contou com a colabora-ção dos pesquisadores do IPVDF, da Fepagro/RS. (Mais informações sobre esta pesquisa podem ser so-licitadas pelo e-mail [email protected]).

Outra ferramenta que está em desenvolvimento e poderá ser uti-lizada no controle da celulite dos frangos está sendo desenvolvida pelo Laboratório de Saúde das Aves do IPVDF. Os pesquisadores Benito Guimarães de Brito e Kelly Cristina Tagliari de Brito, há seis anos realizam experimentos para o controle da celulite aviária e agora estão finalizando as etapas do desenvolvimento da primeira vacina contra a enfermidade. “A vacina foi desenvolvida a partir da seleção de cepas virulentas de E. coli de diferentes patotipos. Foram selecionadas amostras de E.coli portadoras de genes de virulência relacionados com a patologia. A vacina experimental foi testada na dose de 1 ml por ave. Os resul-tados são promissores, pois as aves que receberam a vacina foram ca-pazes de resistir ao desafio com cepas de E.coli patogênicas em re-lação ao grupo testemunha”, reve-la Benito de Brito. Agora, os pes-quisadores pretendem transferir a tecnologia da vacina para uma empresa que possa fabricar o medicamento.

Carcaça acometida pela celulite e condenada

Crédito: Benito Guimarães de Brito

Aparência repugnante da carcaça de frango com celulite severa

Celulite: pele mais espessa, coloração alterada e presença de placa fibrinosa

Crédito: Benito Guimarães de Brito Crédito: Valdir Bortoluzzi, Coopavel

Geralmente, as infecções ocorrem quando as aves, muitas vezes já com lesões na pele, entram em contato com suas próprias fezes, que carregam uma quantidade de bactérias (E. coli) capaz de comprometer todo o processo de produção e de limpeza do aviário. Nestes casos, segundo os especialistas, o trabalho a ser realizado é diminuir a densidade no galpão, aumentar o intervalo entre lotes, fazer uma boa desinfecção e um rígido controle de qualidade da cama das aves.

Como evitar acelulite aviária?

Page 49: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 49

Page 50: Redução de sódio Celulite em frangos

50 Produção Animal | Avicultura

Associações

Curso tem sucesso de público Bahia

Com a presença de 40 profissionais da área avícola, o Curso de Controle de Doenças

Respiratórias em Aves, promovido pela Associa-ção Baiana de Avicultura (ABA), teve todas as inscrições preenchidas. Realizado em Conceição da Feira, capital do pólo avícola baiano, o even-to contou com as palestras de Paulo Lourenço, da Universidade Federal de Uberlândia, Robson Bahia, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), e João Elias, da empresa Formilvet. O coordenador do evento, Guilherme Vieira, enfatizou o debate realizado no final das pales-tras como o ponto alto do curso. Na ocasião,

A Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) infor-

ma que foi publicada portaria interministerial que autoriza leilões PEP de trigo para avicul-tores e suinocultores do Rio Grande do Sul. O pleito estava em análise pelo governo fede-ral desde novembro do ano passado. Os representantes da entidade pressionaram o Mi-nistro para acelerar os leilões e o secretário de Política Agríco-

la, Caio Rocha, foi um dos res-ponsáveis na efetivação da portaria.

“Com este instrumento, cer-tamente, a pressão dos pre-

ços dos grãos tende a recuar no Estado. Outra expectativa dos setores é que deverá ocorrer em março os leilões de milho para o RS também com subven-ção de fretes”, atesta José Edu-ardo dos Santos, diretor execu-tivo da ASGAV.

Prof. Guilherme Vieira (ABA) e Prof. Paulo Lourenço (UFU) na sede da ABA

Portaria autoriza leilões PEP para trigo Rio Grande do Sul

Secretaria estrutura abate avícolaNum esforço conjunto para

legalizar os três mil pequenos abatedouros de aves existentes em toda a Bahia, a Secretaria da Agri-cultura e as associações de peque-nos abatedouros pretendem atuar juntos. O plano é dar as mãos e elaborar uma cartilha para os mu-nicípios que não têm implantado os Serviços de Inspeção Municipais (SIM), fomentando a legalização do procedimento nos 417 municí-pios baianos. O assunto foi debati-

do pelo secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, em Muritiba, com os repre-sentantes desta cadeia, durante a primeira reunião da Câmara Seto-rial de Aves e Suínos de 2012.

Os proprietários de abatedou-ros, representados pelas associa-ções Baiana dos Pequenos Abate-douros de Aves (Abapa) e Baiana de Avicultura (ABA), sinalizaram que a implantação desse instru-mento legal facilitaria a vida da

maioria dos abatedouros de menor porte, com capacidade de abater 300 a mil animais/dia. “O grande gargalo é a dificuldade que as pequenas cidades encontram na contratação de veterinários ou equipes de inspeção. O objetivo é pulverizar esse material em todo território baiano, incentivando a implantação do SIM. Dessa forma pretendemos descentralizar a ins-peção federal (SIF) e estadual (SIE)”, argumenta o secretário.

Com a entrada do trigo na jogada, o preço dos grãos tende a recuar

foram discutidas ações preventivas contra doenças respiratórias. “As intervenções dos professores Paulo Lourenço e João Elias foram alta-mente pertinentes quando enfatiza-ram que a simples aplicação de vacinas e o uso correto e consciente de antibióticos não serão medidas suficientes para combater as doen-ças respiratórias. É preciso também intensificar de forma sistemática nas granjas as ações de biosseguridade”, acrescenta Vieira.

Page 51: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 51Produção Animal | Avicultura 51

AVES produz cartilha com receitas

Espírito Santo

Dentre as várias ações desenvolvi-das pela Associação de Avicultu-

ra do Espiríto Santo (AVES), o 1° Con-curso Acadêmico de Aves & Ovos merece destaque. Realizado no se-gundo semestre de 2011, o evento,

assim como os outros promovidos pela instituição, teve como objetivo mostrar ao consumidor final a versati-lidade dos produtos da cadeia avícola.

O concurso recebeu inscrições de várias receitas à base de ovos e frango elaboradas levando em conta fatores como saudabilidade, popula-ridade e praticidade.

“Fomos surpreendidos por uma criatividade sem igual por parte dos inscritos e pudemos verificar que além dos critérios estabelecidos, muitas receitas foram preparadas levando em consideração a cultura capixaba e buscando ainda a adap-tação em vários outros pratos tradi-cionais e normalmente preparados a partir de outros produtos”, afirma Nélio Hand, secretário executivo da AVES.

Com o resultado do concurso foram selecionadas as 20 melhores receitas (10 a base de ovos e 10 à base de carne de frango) que com-põe uma cartilha que será utilizada em eventos com o intuito de mos-trar todo o potencial dos produtos avícolas.

A ASGAV espera que o governo do RS volte a conceder o crédito

presumido de ICMS de 4%, que vigorou entre setembro de 2010 e o final do ano passado. Segundo o presidente da entidade, Nestor Frei-berger, a experiência feita em janeiro com o crédito de 2% se mostrou negativa e as empresas gaúchas começaram a perder espaço no mer-cado interno. Freiberger destacou que a avaliação de desempenho dos últimos anos mostra uma ligeira retomada nas vendas ao mercado interno local - atrelada ao suporte dado pelo crédito presumido de 4%. “Mas com o corte de 50%, continu-

aremos perdendo espaço no merca-do do Rio Grande do Sul. Não temos competitividade na porta das nossas empresas. Não concordamos com a guerra fiscal, mas ou você entra no jogo, ou está fora dele. A avicultura está na UTI e queremos sair dela vivos”, afirmou.

O dirigente ressaltou que o setor espera igualdade de condições para competir no mercado gaúcho e que isso pode ser feito tanto com a isen-ção ou redução dos impostos locais, quanto com a compensação das isenções de outros estados, através da tributação dos produtos que vêm de fora.

Crédito presumido Rio Grande do Sul

Cartilha traz 10 receitas práticas e criativas de frango e 10 receitas de ovos

Page 52: Redução de sódio Celulite em frangos

52 Produção Animal | Avicultura

AviGuia: produtos, serviços e empresas

Na França

Um ano e meio após a inaugura-ção da nova fábrica em Criciúma,

SC, a Plasson do Brasil receberá novos investimentos. Nos próximos meses, a empresa vai investir cerca R$ 7 milhões para ampliar a unidade fabril em 3,2 mil metros quadrados e adquirir novas máquinas e ferramentas para injeção de plástico e produção metalmecânica. “Os investimentos são necessários para atender a demanda atual de equipamentos e projetos já negociados para este ano, projetando crescimento superior a 30%, além de novos equi-pamentos que estão sendo incorpora-dos à linha da empresa”, explica o dire-tor da Plasson do Brasil, Franke Hobold. Saiba mais em: www.plasson.com.br.

Mais R$ 7 milhões

Plasson do Brasil

Adisseo moderniza laboratórioDepois de um ano em obras, e

um investimento de €2 milhões, o Laboratório Carat da Adisseo, loca-lizado na França, agora conta com tecnologia de ponta para atender altos padrões de excelência e qualida-de em análises. A instalação ocupa uma área de 1.800 m2 e possui 25 centros de análise físico-química. O foco está na rastreabilidade,

qualidade e velocidade de resposta. Estes investimentos desempenham um papel fundamental no Sistema de Certificação Microvit® (MCS) – forma sistemática de garantir a qualidade das vitaminas Microvit® da Adisseo, onde quer que elas sejam produzidas – e contribuem para fortalecê-lo ainda mais. Saiba mais em: www.adisseo.com.

CARAT: investimento de €2 milhões para

modernizar as instalações

Ari Fisher deixa a diretoria da Alltech Brasil depois de seis

anos liderando a subsidiária brasi-leira. O profissional assume a coor-denação do Projeto Alltech de Nutrição Programada, desenvolvi-do para garantir melhor rendimen-to dos animais demandando me-nor custo e gerando maior impacto ambiental, que iniciou no mês de janeiro na América Latina. Clodys Menacho agora é o novo nome à frente da empresa. O exe-cutivo está na Alltech há mais de 15 anos e foi responsável pela abertura dos escritórios da Alltech na Bolívia, El Salvador e Guatema-la. Desde 2007 era responsável pela América Central. Clodys afir-ma que seu objetivo é manter sempre o compromisso de traba-

lho que caracteriza a Alltech em todos os mercados em que partici-pa. “O meu desafio é manter a taxa de crescimento da Alltech em 20% ao ano, gerando soluções inovadoras aos nossos clientes”, comenta. O processo de transição da diretoria acontece de janeiro a abril. Para saber mais acesse: www.alltech.com/pt.

Nova diretoria

Alltech do Brasil

MENACHO agora é o novo nome à frente da Alltech

A filial nacional da Vetanco projeta para 2012 ainda mais investimen-

tos em pesquisas e desenvolvimento de novos produtos, fortalecendo suas parcerias com Universidades nacionais e Centros de Pesquisa de referência

internacionais e colocando no mercado produtos diferenciados. Para Tiago Urbano, coordenador da linha de aditi-vos da Vetanco do Brasil, essa é uma das principais estratégias para oferecer à indústria avícola produtos de ponta e

com alto valor tecnológico. Para esse ano, a Vetanco do Brasil trará para o mercado nacional um produto que promete inovar o segmento de nutri-ção perinatal para pintos de um dia. Saiba mais em: www.vetanco.com.br.

Em busca de novas tecnologiasVetanco do Brasil

Page 53: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 53

Leia as últimas notícias sobre as empresas do setor em www.avisite.com.br

A assessoria técnica do Laboratório Biovet acaba de

indicar o médico veterinário Mauro Galetti Prata como novo responsá-vel pelo atendimento técnico avícola na região Centro-Sudeste do Brasil, abrangendo SP, norte do PR, GO e DF. “Meu objetivo é estar próximo

dos avicultores dessas regiões, oferecendo soluções em termos de serviços e produtos, coleta de mate-riais para análises clínicas e treina-mento das equipes das empresas parceiras, sempre que necessário”, explica o novo assessor técnico. Saiba mais em: www.biovet.com.br

Biovet reforça assessoria técnica

Centro-sudeste

A Merial premiou 133 vacinado-res de oito incubatórios do

Pará, Ceará, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Esta foi a 12ª edição da campanha “Eu Que Vacino”, ação exclusiva da empresa para seus clientes de vaci-nas contra Marek e Gumboro – en-volvidos na Operação Multi-Imune, que utilizam o método de vacinação

subcutânea ou “in ovo”. Os vence-dores receberam das mãos dos coordenadores de território da Merial um aparelho de MP4. A campanha ofereceu durante o ano de 2011 outros brindes para os participantes, além do concurso da frase tema para 2012. Mais infor-mações em: www.merial.com.br. Confira ao lado os vencedores:

Merial premia vacinadores

Campanha ‘Eu que Vacino’

“Um dos nossos grandes dife-renciais é a forte interação

com o campo, no apoio eficaz dado ao produtor” diz Aldo Barbugli, gerente nacional de vendas da Poli-Nutri. Para isso, a empresa pretende aumentar em mais 30%

sua equipe de vendas, hoje formada por mais de 70 representantes em todo Brasil. Os investimentos abran-gem também o programa de trainees que tem como objetivo capacitar novos veterinários, zoo-tecnistas e agrônomos na prestação

de serviços técnicos aos produtores de carne, ovos e leite, oferecendo atendimento diferenciado e de qualidade, garantindo assim uma nutrição de resultados zootécnicos e econômicos. Saiba mais em: www.polinutri.com.br.

Capital Humano

Poli-Nutri

Incubatórios de Frango de Corte

Cialne 1 (Fortaleza, CE); José Flávio Neto (Mococa, SP);

Avivar (São Sebastião D’Oeste, MG);Globoaves (Cuiabá, MT);

Makaru (Ananindeua, PA);Fricock (Rio Claro, SP).

Incubatório de Matriz e Postura

Hy-Line (Nova Granada, SP)

Incubatório de Vacinação “in ovo”

Averama (Nova Olímpia, PR)

A 23° Convenção de Vendas da Poli-Nutri reuniu no final de dezembro, em SP, cerca de 120 pessoas entre representantes, técnicos, gerentes, diretores e outros colaboradores

PRATA assume região

Centro-Sudeste

Page 54: Redução de sódio Celulite em frangos

54 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e PreçosEstatísticas e Preços

Produção de pintos de corteNOVEMBRO/2011544,747 milhões | 6,49%

Produção de carne de frangoJANEIRO/2012 1.156.403 mil toneladas | 6,26%

Exportação de carne de frango JANEIRO/2012 328.877 toneladas | 11,33%

Oferta interna de carne de frango JANEIRO/2012827.526 toneladas | 4,37%

Alojamento de pintainhas de postura JANEIRO/20126,641 milhões | 0,42%

Desempenho do frango vivoFEVEREIRO/2012R$ 1,60 | -20,31%

Desempenho do ovoFEVEREIRO/2012R$ 44,71/cxa | 0,94%

MilhoFEVEREIRO/2012R$ 29,08/saca | -9,52%

Farelo de SojaFEVEREIRO/2012R$ 689,00/ton | -4,17%

Produção e mercadoem resumo

Frango vivo experimenta recuperação em

fevereiro; ovo aproveita a quaresma e recompõe

mercado

No mês passado, alardeamos nesta mesma página que a produção de

pintos de corte havia alcançado um recor-de no mês de outubro de 2011. Agora, podemos dizer que este recorde foi efê-mero, ou de curta duração. Pois se em ou-tubro foram produzidos mais de 539 mi-lhões de pintos de corte, em novembro esse número foi de quase 545 milhões. Em outubro ou novembro, essas cifras fo-ram responsáveis pelo fraco desempenho obtido pelo frango vivo no bimestre inicial de 2012 (média de apenas R$1,59/kg).

De toda forma, o frango vivo comer-cializado no interior de São Paulo experi-mentou valorização de 20% em feverei-ro, mês que deve ficar marcado como de início de recuperação dos preços do pro-duto. Porém, ainda não se chegou a um valor que remunere o produtor. E como isso afeta a capacidade de investimento na produção, pode-se continuar contan-do com uma menor oferta em março e abril, o que deve permitir a continuidade da atual recuperação de preços.

Já o ovo vem apresentando um de-sempenho mais equilibrado que o do frango vivo.

O panorama é favorável à atividade, pois, ao entrar no período de Quaresma, o ovo tende, quase naturalmente, a expe-rimentar forte valorização. Foi isso que ocorreu, por exemplo, na Quaresma do ano passado, quando o produto obteve as melhores cotações.

À primeira vista, não será difícil alcan-çar as cotações de março do ano passado (R$49,08/caixa na média), pois o preço “de partida” deste mês já está bem pró-ximo daquele valor (R$47,00/caixa).

Todas as porcentagens são variações anuais

Page 55: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 55

Produção de pintos de corteEm novembro de 2011 mais um recorde na produção brasileira; e números que explicam posterior comportamento do mercado de frangos

Evolução mEnsal MILHÕES DE CABEÇAS

MÊS 2009/10 2010/11 VAR. %

Dezembro 493,895 517,827 4,85%

Janeiro 472,898 499,350 5,59%

Fevereiro 448,957 473,309 5,42%

Março 510,371 526,847 3,23%

Abril 497,581 513,028 3,10%

Maio 500,989 536,043 7,00%

Junho 500,788 514,100 2,66%

Julho 512,451 501,880 -2,06%

Agosto 514,822 530,405 3,03%

Setembro 496,915 515,772 3,79%

Outubro 513,130 539,183 5,08%

Novembro 511,532 544,747 6,49%

Em 11 meses 5.480,433 5.694,663 3,91%

Em 12 meses 5.974,328 6.212,490 3,99%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Novos dados divulgados pela APINCO mostram que foi efê-

mero o recorde na produção de pintos de corte registrado em outubro de 2011. Porque ele foi superado apenas 30 dias depois, em novembro – mês em que, normalmente, há desacelera-ção no volume produzido. Porque – quem é que não sabe? – parte da produção do mês transforma-se em carne após o pico de consumo das Festas, quando o consumo sofre pro-funda recessão.

Desta vez, porém, ocorreu o con-trário na produção, o que, sem dúvida, ajuda a explicar os maus momentos vividos pela avicultura de corte a partir da segunda quinzena de dezembro passado: foi quando começaram a chegar ao mercado, como frangos, os pintos de corte alojados no decorrer de novembro.

Conforme a APINCO, em novem-bro de 2011 foram produzidos no País 544,7 milhões de pintos de corte, volume 6,5% superior ao registrado um ano antes e 1% maior que o recorde (superado) do mês anterior.

Neste último caso, porém, se o incremento mensal foi pouco significa-tivo em termos nominais, em valores reais ganhou forte dimensão. Pois a variação em relação a outubro de 2011 foi superior a 4%, equivalendo a mais de 560 milhões de cabeças. Isto, para uma média real mensal de 507,7 milhões de cabeças no primeiro semestre; e de menos de 505 milhões de cabeças no trimestre julho/setem-bro de 2011. Precisa explicar mais?

Com o último resultado, a produção acumulada em 2011 voltou a apresentar maior expansão, fechando os 11 primei-ros meses de 2011 com um incremento novamente próximo de 4%.

E como, nos 12 meses encerrados em novembro de 2011, o volume pro-duzido também registrava expansão ao redor dos 4%, esse deve ter sido o índice de incremento registrado no ano.

2010Nov

528,

583

528,

583

Dez

517,

827

517,

827

Jan

499,

350

Fev

524,

021

524,

021

Mar

526,

847

526,

847

Abr

530,

129

Ago

530,

405

530,

405

Set

532,

964

532,

964

Out

539,

183

Nov

562,

905

530,

129

Mai

536,

043

536,

043

Jun

531,

237

530,

405

530,

405

531,

237

Jul

501,

880

2011

Produção real Volume nominal mensalajustado para mês de 31 diasMilhões de Cabeças

Page 56: Redução de sódio Celulite em frangos

56 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Produção de carne de frangosetor iniciou 2012 registrando o maior

volume de todos os tempos

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Fevereiro 870,352 950,589 9,22%

Março 966,853 1.048,702 8,47%

Abril 1.026,166 1.078,983 5,15%

Maio 1.072,142 1.121,019 4,56%

Junho 1.041,178 1.089,220 4,61%

Julho 1.067,354 1.094,724 2,56%

Agosto 1.056,971 1.032,743 -2,29%

Setembro 997,524 1.048,767 5,14%

Outubro 1.070,510 1.104,318 3,16%

Novembro 1.030,498 1.067,411 3,58%

Dezembro 1.112,104 1.138,387 2,36%

Janeiro 1.088,307 1.156,403 6,26%

Em 12meses 12.399,959 12.931,266 4,28%

Fonte dos dados básicos: APINCO – Elaboração e análises: AVISITE

Os números da produção de pintos de corte de novembro de 2011,

apresentados na página anterior, já ante-cipavam que o volume de carne de frango dela decorrente seria bastante elevado. As estimativas da APINCO relativas à pro-dução de carne de frango de janeiro de 2012 apenas confirmam o que era anun-ciado: pouco mais de 1,156 milhões de toneladas.

O volume registrado, além de ficar 6,26% acima daquele produzido em janeiro do ano passado, também superou a produção do mês anterior, dezembro. O resultado é que o novo exercício foi aberto com o maior volume mensal de carne de frango de todos os tempos.

Obviamente, os resultados de apenas um mês do ano são insuficientes para a projeção de qualquer tendência. Mesmo assim, não custa especular, com base no comportamento habitual do setor.

O que todos sabem, neste caso, é que, sendo janeiro período de fraca movi-mentação de mercado, o volume de carne de frango do mês é, habitualmente, um dos menores do ano. Retrospectiva abrangendo os últimos sete anos con-firma isso e demonstra que, em média, a produção de janeiro de cada exercício corresponde a cerca de 8% da produção anual.

Pois bem: aplique-se esse índice à produção de janeiro e se terá, para 2012, um volume mais de 10% superior ao de 2011, algo próximo dos 14,5 milhões de toneladas. E nas condições econômicas atuais há espaço para um crescimento máximo de 3% no ano.

Claro, o setor não vai chegar àquilo, mesmo porque, ao “bater no bolso”, a crise do primeiro bimestre do ano vem ocasionando a compulsória redução da produção. Mas como esta redução tende a propiciar momentos de mercado excep-cionais que podem estimular o setor pro-dutivo, a lição não pode ser esquecida: a expansão do mercado será naturalmente modesta; e é sob esse prisma que o setor precisa operar em 2012.

2012Jan

1.11

9,1

Jan

1.05

3,2

1.05

3,2

Fev

1.01

8,5

1.01

8,5

Mar

1.01

4,9

Abr

1.07

9,0

1.07

9,0

Mai

1.08

4,9

1.08

4,9

Jun

1.08

9,2

1.08

9,2

Jul

1.05

9,4

1.05

9,4

Ago

999,

499

9,4

Set

1.04

8,8

1.04

8,8

Out

1.06

8,7

1.06

8,7

Nov

1.06

7,4 1.

119,

11.

119,

1

1.06

7,4

Dez

1.10

1,7

2011

Produção real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasJaneiro de 2011 a Janeiro de 2012

Mil toneladas

Page 57: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 57

De acordo com os dados da SECEX/MDIC, no primeiro mês de 2012

as exportações brasileiras de carne de frango somaram 328.877 toneladas, alcançando um volume que, embora 6% inferior ao do mês anterior (350.252 toneladas em dezembro), foi 11% maior que o registrado no mesmo mês de 2011 (295.399 toneladas em janeiro do ano passado). Esse foi o melhor de todos os janeiros.

Exatamente pela baixa movimen-tação do mercado internacional no período (e o Inverno no Hemisfério Norte é fator agravante) é normal registrar-se em janeiro um dos meno-res volumes do ano. Nos últimos cinco anos, por exemplo, o total embar-cado no mês representou, no máximo, 7% do total anual. E esse índice, apli-cado ao desempenho do primeiro mês de 2012, sugere aumento signifi-cativo do volume exportado. Mas quem atua no setor alerta: “devagar com o andor”. Este último janeiro pode ter sido uma exceção.

Porém, independentemente do que vem por aí, não se pode deixar de mencionar que, anualizadas, as expor-tações brasileiras de carne de frango se encontram cada vez mais próximas dos 4 milhões de toneladas. Anteriormente a janeiro de 2012, o mais próximo que se chegou disso foi em junho de 2011, ocasião em que o volume acumulado em 12 meses somou 3,943 milhões de toneladas. Mas como, no segundo semestre, os embarques estagnaram em relação a idêntico período anterior, os volumes acumulados em 12 meses retrocederam. E mesmo o total de 2011 tendo voltado a repetir os 3,943 milhões de toneladas, o número efetivo ficou ligeiramente aquém do alcan-çado em junho, que permanecia como recorde – quebrado agora em janeiro, quando o total exportado em 12 meses somou 3,976 milhões de toneladas. Ou seja: a superação dos 4 milhões de toneladas parece estar próxima.

Exportação de carne de frangonovo ano é aberto com incremento de 11% e embarques registram o melhor de todos os janeiros

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Fevereiro 282,471 296,585 5,00%

Março 331,941 341,055 2,75%

Abril 309,942 325,263 4,94%

Maio 322,151 338,523 5,08%

Junho 325,272 331,321 1,86%

Julho 360,526 310,874 -13,77%

Agosto 347,921 354,337 1,84%

Setembro 337,637 304,591 -9,79%

Outubro 333,406 335,733 0,70%

Novembro 319,802 358,704 12,16%

Dezembro 315,316 350,252 11,08%

Janeiro 295,398 328,877 11,33%

Em 12 meses 3.881,783 3.976,115 2,43%

Fonte dos dados básicos: SECEX/MDIC / Elaboração e análises: AVISITE

Acumulado em 12 mesesMil Toneladas

2012Jan

3.97

6

3.88

2

Jan

3.88

2

3.89

6

Fev

3.89

6

3.90

5

Mar

3.90

5

3.92

0

Abr

3.92

0

Mai

3.93

73.

937

3.94

3

Jun

3.94

3

Jul

3.89

33.

893

3.90

0

Ago

3.90

0

Set

3.86

63.

866

3.86

9

Out

3.86

9

3.90

8

Nov

3.97

6

3.90

8

Dez

3.94

3

2011

Page 58: Redução de sódio Celulite em frangos

58 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

oferta interna de carne de frangoEm janeiro, uma disponibilidade interna equivalente

a mais de 50kg per capita!

Muitos irão estranhar, mas é preciso ressaltar: em janeiro de 2012, a

avicultura brasileira cumpriu primorosa-mente sua função social, pois disponibi-lizou a baixo custo, para cada um dos cerca de 195 milhões de brasileiros, quantidade de carne de frango que, anualizada, correspondeu a um con-sumo superior a 50 kg per capita, volume inédito no setor. Aliás, poderia ter sido mais, mas as exportações de carne de frango tiveram desempenho excepcional para o mês e, com isso, a disponibilidade interna ficou ligeira-mente aquém do que seria normal.

Gracejos à parte, a realidade é que, ao manter sua produção elevada e igno-rar que a cada novo início de ano o con-sumo recua substancialmente em rela-ção ao final do exercício anterior, a avicultura de corte extrapolou. Sem cumprir integralmente a função social que supostamente pretendia, pois enquanto ao nível do produtor (ave viva) e do atacado (ave abatida) o preço do frango recuou 25% e 16%, respectiva-mente, para o consumidor final a redu-ção foi inferior a 10%.

Os números da oferta interna de janeiro de 2012: descontada da produ-ção total de 1.156.403 toneladas (APINCO) a exportação de 328.877 toneladas (SECEX/MDIC), permanece-ram no mercado interno no primeiro mês do ano cerca de 827.526 toneladas de carne de frango, volume 5% e 4,37% superior aos registrados, respectiva-mente, em dezembro e janeiro de 2011.

O volume registrado representou novo recorde na oferta interna e, natu-ralmente, somou-se aos estoques de passagem do final de 2011. Foi o que levou os preços do frango a se torna-rem onerosos, forçando o setor a uma redução cujos efeitos serão percebidos no mercado no decorrer de março. O possível efeito dessa redução é que, pela primeira vez em 2012, o preço recebido pelo frango poderá remunerar seu produtor.

Evolução mEnsalMIL TONELADAS

MÊS 2010/11 2011/12 VAR. %

Fevereiro 587,882 654,004 11,25%

Março 634,912 707,647 11,46%

Abril 716,224 753,720 5,24%

Maio 749,991 782,496 4,33%

Junho 715,906 757,899 5,87%

Julho 706,828 783,850 10,90%

Agosto 709,050 678,406 -4,32%

Setembro 659,887 744,176 12,77%

Outubro 737,104 768,585 4,27%

Novembro 710,696 708,707 -0,28%

Dezembro 796,786 788,135 -1,09%

Janeiro 792,908 827,526 4,37%

Em 12 meses 8.518,174 8.955,151 5,13%

Fonte dos dados básicos: APINCO e SECEX/MDIC / Elaboração e análises: AVISITE

2012Jan

800,

8

767,

376

7,3

700,

770

0,7

684,

868

4,8 75

3,7

753,

7

757,

375

7,3

757,

975

7,9

758,

6

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago

656,

5

Set Out Nov

744,

174

4,1

744,

1

743,

7

708,

7

Dez

800,

880

0,8

762,

7

2011

Oferta real Volume nominal mensalajustado para mês de 30 diasMil toneladas

Page 59: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 59

De acordo com dados divulgados pela UBABEF, em janeiro de 2012 o aloja-

mento brasileiro de pintainhas de postura ficou em 6,641 milhões de cabeças. Do total alojado, pouco mais de três quartos (75,68%) corresponderam a aves de linha-gens produtoras de ovos brancos.

Na prática, o alojamento de pintai-nhas de postura mantém-se absoluta-mente estável, sem alterações significati-vas. Pois o volume do primeiro mês de 2012 ficou apenas 2% acima daquele re-gistrado no fechamento de 2011 (6,507 milhões de cabeças em dezembro/11) e menos de meio por cento acima do alcan-çado um ano atrás (6,613 milhões de ca-beças em janeiro/11).

A mesma estabilidade se repete no volume acumulado nos últimos 12 meses. Entre fevereiro de 2011 e janeiro de 2012 foram alojadas internamente 79,578 mi-lhões de pintainhas de postura, volume apenas 0,58% superior ao registrado em idêntico período anterior.

alojamento de pintainhas de posturana prática, alojamento absolutamente estável

Evolução mEnsal(OVOS BRANCOS E VERMELHOS) - MILHÕES DE CABEÇAS

PINTAINHAS COMERCIAIS DE POSTURA % OVO BRANCO

MÊS 2010/11 2011/12 VAR.% 2010/11 2011/12

Fevereiro 5,502 5,586 1,53% 73,30% 75,18%

Março 6,162 6,554 6,36% 78,60% 73,14%

Abril 6,448 7,134 10,64% 78,69% 72,99%

Maio 6,551 6,474 -1,17% 76,99% 73,28%

Junho 7,156 6,587 -7,96% 78,25% 76,27%

Julho 7,241 6,716 -7,25% 77,20% 76,55%

Agosto 7,193 7,115 -1,07% 76,09% 73,23%

Setembro 6,818 6,935 1,72% 77,35% 75,96%

Outubro 6,595 6,622 0,42% 75,47% 75,52%

Novembro 6,708 6,707 -0,01% 75,07% 74,38%

Dezembro 6,131 6,507 6,12% 72,19% 75,02%

Janeiro 6,613 6,641 0,42% 75,28% 75,68%

Em 12 meses 79,117 79,578 0,58% 76,27% 74,75%

Fonte dos dados básicos: UBABEF – Elaboração e análises: AVISITE

2012Jan

79,5

78

79,1

17

Jan

79,5

78

79,5

49

Dez

79,1

17

79,2

01

Fev

79,5

93

Mar Abr

80,2

79

Mai

80,2

02

Jun

79,6

32

Jul

79,1

07

Set

79,1

47

Out

79,1

75

79,5

49

Nov

79,1

74

79,1

47

Ago

79,0

30

2011

Acumulado em 12 MesesMilhões de cabeças

Page 60: Redução de sódio Celulite em frangos

60 Produção Animal | Avicultura

Estatísticas e Preços

Média mensal e variaçãoanual e mensal em treze meses

MÊS. MÉDIA R$/KG

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

FEV/11 2,01 23,34% 2,78%

MAR 2,03 33,48% 0,92%

ABR 1,79 26,77% -11,90%

MAI 1,60 14,56% -10,27%

JUN 1,62 19,70% 0,76%

JUL 1,77 12,69% 9,41%

AGO 2,08 28,49% 17,65%

SET 1,97 1,87% -5,55%

OUT 1,98 7,73% 0,71%

NOV 2,07 12,18% 4,69%

DEZ 2,11 1,47% 1,57%

JAN/12 1,58 -19,38% -25,11%

FEV 1,60 -20,31% 1,60%

Desempenho do frango vivo em fevereiro de 2012

Recuperação de preços no mês foi expressiva, mas insuficiente para repor perdas

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE / Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

FRANGO VIVOEvolução de preços na granja, interior paulista – R$/KG

Média anual em uma década2003 a 2012*

*2012: 01/Jan a 29/Fev

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2003 a 2012*

R$ 1,45R$ 1,45

R$ 1,49R$ 1,49

2005

2006

2007

2008

*2012: 01/Jan a 29/Fev*2012: 01/Jan a 29/Fev

R$ 1,35

R$ 1,16

R$ 1,55

R$ 1,63

R$ 1,63

R$ 1,92

R$ 1,65

R$ 1,59

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Preço relativo no ano em comparação à média mensal de 10 anosPreço em Dezembro do ano anterior = 100

Média 2002/11

2012

100%

91%

88% 90% 95

% 99% 10

5% 109% 110%

107% 10

8%

97%

75%

76%

Depois de perder quase um quarto de seu preço no primei-ro mês do ano (ou perto de 35% nos pouco mais de 30

dias decorridos entre 21 de dezembro/11 e 23 de janeiro/12), o frango vivo comercializado no interior de São Paulo experimentou valorização de 20% em fevereiro, mês que deve ficar marcado

como de início de recuperação dos preços do produto. Porém, a despeito da forte retomada, ainda não se chegou a

um valor que remunere o produtor. É verdade que no último dia do mês, 29, a cotação do produto subiu para R$1,75/kg, ficando muito próxima do custo (estimado na ocasião entre R$1,75/kg e R$1,85/kg,

conforme o grau de eficiência do produtor). Mas a média alcançada

nos 29 dias de fevereiro, de não mais que R$1,60/kg, esteve longe de proporcionar o retorno que o produtor busca e necessita. E como isso afeta a capacidade de investi-mento na produção, pode-se continuar contando com uma menor oferta em mar-ço e abril.

Isso deve permitir a continuidade da atual recuperação de preços, mas deve também intensificar o número de altas do novo mês, superando-se as seis altas regis-tradas no decorrer de fevereiro. A menos, claro, que os ajustes obtidos fujam ao pa-drão do setor – aumentos, quase invariavel-mente, de cinco centavos cada.

Isso é imprescindível. Porque, pelo se-gundo mês consecutivo, o produtor rece-beu remuneração inferior à de idêntico pe-ríodo do ano passado. Em janeiro, o recuo foi de 19,38% e em fevereiro subiu para mais de 20%

Dessa forma, ainda que tenha supera-do ligeiramente (+1,60%) a média do mês anterior, o valor médio alcançado em feve-reiro correspondeu à segunda pior remune-ração obtida pelo produtor de frangos nos últimos 19 meses.

Como corolário desse fraco desempe-nho, a média do bimestre inicial de 2012, de apenas R$1,59/kg, se encontra 17% aquém da registrada em 2011 e corresponde, em valores reais, a menos do que se recebia em 2007. Quer dizer: tem-se, hoje, o pior resul-tado dos últimos seis exercícios.

Page 61: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 61

Em mais da metade de fevereiro o ovo permaneceu com preços absolutamen-

te estabilizados. Mas isso não significou fra-queza de mercado, pois, por exemplo, a estabilidade se manteve mesmo em mo-mentos habitualmente problemáticos para a comercialização – caso típico do período de Carnaval, quando os negócios ficam pra-ticamente paralisados.

Melhor que isso, porém, é que a estabi-lização de preços registrada se deu em um patamar significativamente mais avançado que o observado no mês anterior. Assim, já na primeira quinzena do mês, além dos re-sultados de janeiro ficarem para trás, alcan-çou-se e se manteve a mesma cotação re-gistrada no período mais ativo das últimas Festas.

Dependendo do grau de eficiência do produtor, é possível que o valor ora recebido ainda não propicie remuneração adequada. Mesmo assim, o panorama continua sendo extremamente favorável à atividade, pois, ao entrar no período de Quaresma, o ovo tende, quase naturalmente, a experimentar forte valorização. Foi isso que ocorreu, por exemplo, na Quaresma do ano passado, quando o produto obteve as melhores cota-ções.

À primeira vista, não será difícil alcançar as cotações de março do ano passado (R$49,08/caixa na média), pois o preço “de partida” deste mês já está bem próximo da-quele valor (R$47,00/caixa). Fica apenas a

Média mensal e variaçãoanual e mensal em treze meses

MÊS\ANO.

MÉDIA R$/CXA

VARIAÇÃO % ANUAL MENSAL

FEV/11 44,29 11,65% 19,45%

MAR 49,08 19,82% 10,80%

ABR 52,88 40,07% 7,74%

MAI 43,08 10,11% -18,53

JUN 48,08 16,81% 11,61%

JUL 47,00 24,04% -2,25%

AGO 46,04 23,92% -2,05%

SET 41,52 11,97% -9,81%

OUT 40,72 10,83% -1,93%

NOV 40,17 9,06% -1,36%

DEZ 45,11 16,39% 12,31%

JAN/12 38,35 3,41% -15,00%

FEV 44,71 0,94% 16,59%

Desempenho do ovo em fevereiro de 2012

Recomposição do mercado sinaliza resultados ainda melhores no decorrer de março

Fonte dos dados básicos: JOX - Elaboração e análises: AVISITE / Obs.: valores finais arredondados, daí eventuais diferenças nos percentuais

OVO BRANCO EXTRAEvolução de preços no atacado paulistano - R$/CAIXA DE 30

DÚZIAS

Média anual em uma década2003 a 2012*

*2012: 01/Jan a 29/Fev

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2003 a 2012*

R$ 39,67R$ 39,67

R$ 34,47R$ 34,47

*2012: 01/Jan a 29/Fev*2012: 01/Jan a 29/Fev

R$ 33,48

R$ 27,48

R$ 39,42

R$ 43,62

R$ 38,63

R$ 44,61

R$ 37,93

R$ 41,40

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Preço relativo no ano em comparação à média mensal de 10 anosPreço em Dezembro do ano anterior = 100

Média 2002/11

2012

110% 114%

104%

103% 11

1%

106%

104%

96%

95% 98

%

110%

88%

85%

99%

dúvida se, além disso, o produto vai conseguir alcançar também os valores de abril de 2011, mês que abrangeu boa parte da Quaresma passada e garantiu ao ovo a melhor média nominal de preços de todos os tempos.

Independentemente, porém, de como se comportem os preços neste mês, a realidade é que o ovo vem apresentando um desempe-nho mais equilibrado que o do frango vivo. Assim, ainda que em feve-reiro o resultado alcançado tenha ficado aquém da média registrada em uma década, sua situação é mais cômoda que a do frango (gráfico infe-rior na página anterior) cuja cotação correspondeu a pouco mais de três quartos (76%) da média de dezembro passado.

Page 62: Redução de sódio Celulite em frangos

Estatísticas e Preços

Matérias-PrimasDepois de alta em janeiro, milho registra queda

Preço do farelo de soja tem novo reajuste

Fonte das informações: www.jox.com.br

O farelo de soja (FOB, interior de SP) tem novo au-mento em seu preço, sendo comercializado em

fevereiro de 2012 ao preço médio de R$689/ tonelada, valor 1,47% maior que o de janeiro passado – R$679/t. Na comparação com fevereiro de 2011 – quando o preço médio era de R$719/t – a cotação atual registra queda de 4,17%.

Valores de troca – Farelo/Frango vivoCom o aumento do frango vivo e a valorização do

farelo de soja, em fevereiro de 2012, foram necessá-rios 430,6kg de frango vivo para adquirir uma tonela-da do insumo, significando piora de 0,2% no poder de compra em relação a janeiro de 2012, quando foram necessários 429,7kg de frango vivo para obter uma to-nelada do produto.

Valores de troca – Farelo/OvoDe acordo com os preços médios dos produtos, em

fevereiro de 2012 foram necessárias aproximadamente 17,8 caixas de ovos (valor na granja, interior paulista) para adquirir uma tonelada de farelo de soja. O poder de compra do avicultor de postura em relação ao fare-lo aumentou na comparação com janeiro de 2012: me-lhora de 17,92% já que em janeiro 20,99 caixas de ovos adquiriam uma tonelada de farelo. Em relação a fevereiro de 2011, a melhora no poder de compra é de 6,89%, pois naquele período a tonelada de farelo de soja custou, em média, 19,0 caixas de ovos.

O preço do milho registrou queda em fevereiro de 2012. O preço médio do insumo da saca de 60 kg, interior de SP,

fechou o mês cotado a R$ 29,08 – valor 7, 54% menor que a média de R$ 31,45 obtida pelo produto em janeiro de 2012. Desde julho de 2010, a disparidade de preço do milho em re-lação ao mesmo mês do ano anterior não apresentava valores negativos.

O valor atual é 9,52% menor, já que a média de fevereiro de 2011 foi de R$32,14/saca.

Valores de troca – Milho/Frango vivoO frango vivo (interior de SP) fechou janeiro a R$1,60/kg

– média 1,60% maior que a de janeiro de 2012. A pequena valorização do produto aumentou o poder de compra do avi-cultor: foram necessários 302,9kg de frango vivo para se obter uma tonelada do insumo, considerando-se a média mensal de ambos os produtos em fevereiro. Este valor representa au-mento do poder de compra de 9,52% em relação ao mês anterior, pois em janeiro a tonelada do milho “custou” 331,7 kg de frango vivo.

Valores de troca – Milho/OvoO preço do ovo, na granja (interior paulista, caixa com 30

dúzias), encerrou fevereiro cotado à média de R$ 38,71, au-mento de 19,65% sobre o mês anterior. Com essa valorização o poder de compra aumentou. Em fevereiro foram necessárias 12,5 caixas de ovos para adquirir uma tonelada do cereal. Em janeiro foram necessárias 16,2 caixas/t, uma melhora signifi-cativa de 29,41 % na capacidade de compra do produtor.

62 Produção Animal | Avicultura

Page 63: Redução de sódio Celulite em frangos

Produção Animal | Avicultura 63

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Page 65: Redução de sódio Celulite em frangos

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Rua Justino Tavares de Toledo, 401 - Bairro do Salto – Socorro/SPTel: (19) 3855.3242 - CEP: 13.960-000E-mail: [email protected]

Saiba mais em www.vencomatic.com.br

Vencomatic e Prinzen são empresas globais que fornecem soluções inovadoras em equipamen-tos para avicultura. Com vasto conhecimento e ampla experiência, nossos equipamentos são desenvolvidos para proporcionar resultados de alta performance na produção, coleta automá-tica e movimentação de ovos férteis.

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ipam

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Grando NestO Grando Nest é um ninho automático com capacida-

de de suportar uma alta densidade de aves e com piso móvel que expulsa as aves após o período de postura. Isso evita que as aves entrem em estado de choca, bem como mantém o ninho limpo, assegurando ovos de excelente qualidade. A esteira de coleta de ovos é perfurada e está situada ao centro do ninho.

Estr. Munic. Rinópolis/Piacatu, km 02 – Rinópolis/SP – CEP: 17740-000Tel: (18) 3583-1116E-mail: [email protected]

Saiba mais em www.yamasa.com.br

Desde 1965, a Yamasa produz com excelência e alta tecnologia equipamentos para a avicultu-ra industrial. A empresa surgiu com a missão de suprir as necessidades de automação de gran-jas de pequeno, médio e grande porte. Os equipamentos produzidos pela Yamasa garan-tem agilidade, qualidade e alta produtividade.

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ipam

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Classificadora de OvosA Yamasa desenvolveu a Classificadora

de Ovos com capacidade de 72.000 a 180.000 ovos/hora para que o avicultor aumente a capacidade de processamento e reduza a mão de obra. A classificação é feita de forma suave e linear. O equipamen-to se adapta a necessidade do cliente.

Rua Raimundo Zanella, 490D – CEP: 89813-824 - Chapecó/SC Tel: (49) 3329.7099E-mail: [email protected]

Saiba mais em www.vetanco.com.br

FloraMax-B11 O probiótico FloraMax-B11 foi

desenvolvido pela Universidade de Arkansas e é composto por 11 cepas de Lactobacillus que apresentam ação contra bactérias patogênicas presentes no intestino, tornando possível o controle desses microorganismos prejudiciais a sanidade e desempenho das aves.

A Vetanco é um laboratório multinacional dedicado a produção de especialidades para a sanidade e o melhoramento da produção animal. A empresa já

passou com êxito por auditorias de diversos clientes internacionais e universidades de renome, como a Universidade de Arkansas. Esse comprometimento com a qualidade lhe conferiu o certificado de Boas Práticas de Fabricação de Produtos Veterinários.

Saiba mais em www.quimtia.com

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R. Maria Dalprá Berlesi, 229 – CEP 83412.055 - Colombo/PRTel.: 41 2169 3100 E-mail: [email protected]

A Nuvital atua há mais 36 anos no ramo de nutrição animal e durante este tempo ficou reconhecida como uma referência em ho-nestidade e segurança no setor. Em Julho de 2011 passou a fazer parte da QUIMTIA, empresa multinacional dedicada a fabrica-ção e venda de produtos de nutrição e saúde animal.

NUVIHIDRATE EletrólitosVerão, calor…hidratação é essencial

NUVIHIDRATE é uma composição de eletróli-tos que propicia uma rápida hidratação em aves.

Composto por sódio, potássio, cloro e dex-trose deve ser usado em momentos que as aves necessitem de hidratação. Ex: Alojamento, trans-ferências, vacinações e stress calórico.

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Ponto Final

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Integridade intestinal: O papel do médico veterinário na quebra de paradigmas

João Batista Lancini é médico veterinário com 30 anos de experiência no setor avícola. Atualmente é consultor na Lavenco Consultoria e Representações e presidente do Núcleo Oeste de Médicos Veterinários (Nucleovet)

A indústria avícola brasileira é, senão a me-lhor, uma das melhores do mundo. A produ-ção avícola comercial só viabilizou-se quan-do foi possível controlar enfermidades como a coccidiose. A busca pela plena integridade intestinal é considerada fundamental para a expressão máxima do potencial genético, através da utilização dos nutrientes consumi-dos nos alimentos.

Também sabemos que o custo de produ-ção tem uma forte dependência da integrida-de intestinal. Mesmo vivendo na época dos iPads, iPhones, Androids, etc., ainda se co-nhece muito pouco deste “planeta” chamado intestino, no qual convivem cerca de 640 es-pécies de bactérias e outros organismos, pa-tógenos ou não, dos quais pouco sabemos ou conhecemos.

Paradoxalmente, devido a inúmeros fato-res, muitas decisões de campo ainda são to-madas empiricamente, baseadas na utiliza-ção de escores macroscópicos, não inválidos é claro, mas questionáveis frente a sua subje-tividade. Por exemplo, já temos trabalhos brasileiros mostrando correlações entre esco-res macroscópicos e microscópicos de cocci-diose. O que nos falta é estabelecer novos pa-drões de avaliação. A tomada de decisão, frente a um desafio entérico, ainda baseia-se na utilização de padrões estabelecidos há quatro ou cinco décadas. As avaliações de campo continuam muito dependentes de critérios subjetivos, da experiência de cada profissional e de uma série de variáveis que podem influenciar nos resultados produti-vos.

Se para doenças entéricas, como a cocci-diose, que determinam sinais clínicos carac-terísticos, já encontramos dificuldades em avaliar o impacto nos resultados produtivos, preocupam ainda mais as formas sub-clíni-cas das enterites, como por exemplo, as clos-

tridioses ou a disbacteriose, cujos diagnósticos passam, muitas vezes, despercebidos pelo profissional de campo, levando a perdas relevan-tes para a indústria e, muitas vezes, comprometendo a qualidade do produto final. Para evitarmos isto, cada vez mais necessitamos da

educação continuada dos profissionais que chegam todo dia ao mercado de trabalho.

Em 2011, completou-se 250 anos da cria-ção da primeira escola de medicina veteriná-ria, pelo médico e cientista Claude Bourgelat. Apesar de todo este tempo, preciso concordar com a manifestação do veterinário Jean--François Chary, quando afirmou que, embo-ra o Brasil seja respeitado mundialmente por sua capacidade de produção agropecuária, o fato de termos mais de 140 escolas de veteri-nária no país gera certa inquietude quanto à capacidade da maioria delas conseguir uma formação suficiente e de qualidade. O que temos visto são muitos profissionais chegan-do ao mercado com conhecimentos básicos muito aquém dos necessários para poder to-mar decisões técnicas que, muitas vezes, en-volvem milhões de reais para a agroindústria e o sucesso ou fracasso de um pequeno pro-dutor rural.

Frequentemente fica para a indústria o ônus de educar e preparar. Em primeiro lu-gar, é importante formar uma base de conhe-cimentos para os diagnósticos mais simples. Também, é nossa responsabilidade ousar na quebra de paradigmas, através da avaliação e a implementação de novas técnicas já dispo-níveis no mundo, como PCRs, TRFLp, redes neurais, nanotecnologia e outras

Estas ferramentas permitirão a criação, junto com as entidades de pesquisa, de mo-delos que possibilitem a tomada de decisões responsáveis, com base em dados mensurá-veis e que possam efetivamente contribuir para a manutenção da integridade intestinal das aves, otimizando custos e preservando o uso de medicações. Isto, em minha opinião, elevará o Brasil ao seu merecido posto, dando exemplos de inovação e de criatividade e pro-porcionando resultados econômicos para nossa agroindústria.

Neste momento, em que já ultrapas-samos a primeira década do século 21, muitos paradigmas estabeleci-

dos no século passado continuam direcio-nando a tomada de decisões em alguns segmentos da avicultura industrial.

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Produção Animal | Avicultura 67

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Ponto Final