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Universidade Federal de Goiás Instituto de Informática Ciência da Computação Redes de Sensores Sem Fio Redes de Computadores II Amanda Lira Mycke Richard Guntijo Renato Borges

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Universidade Federal de Goiás

Instituto de Informática

Ciência da Computação

Redes de Sensores Sem Fio

Redes de Computadores II

Amanda Lira

Mycke Richard Guntijo

Renato Borges

Sumário

1. Introdução

2. Características

3. Protocolos

4. Aplicações tecnológicas

5. Projetos em ambiente acadêmico industrial

6. Cenário

7. LAN, MAN, WAN

8. Conclusão

9. FAQ

10.Referências

1. Introdução

Nas últimas décadas (a partir dos anos 90), houve um grande avanço na área

de sensoriamento, incluindo o de materiais para esse propósito, micro chips e micro

processadores e também na comunicação sem fio. Isso facilitou o desenvolvimento

e, consequentemente, o grande uso de sensores ‘inteligentes’ (chips capazes de

processar sinais) que estão presentes desde em atividades simples e cotidianas da

sociedade, como em processos mais complexos no estudo das áreas químicas,

físicas e biológicas.

Redes de Sensores Sem Fio (RSSF’s) não podem ser caracterizadas como

redes de sensores tradicionais, redes de computadores ou até mesmo como redes

de comunicação pois possuem características bem marcantes. Uma delas é a

presença de grande quantidade de nodos (sensores) distribuídos; possuem também

configurações apropriadas para se auto adaptar em casos de falhas na comunicação

e na perda de nodos; requerem um alto grau de cooperação para a execução de

suas tarefas; etc. O grande desafio aqui é a modificação dos algoritmos de

distribuição tradicionais, que não funcionam em sua totalidade em uma rede como

essa.

RSSF’s podem ser tratadas como um tipo de rede móvel conhecida como ad-

hoc já que os elementos nela presentes trocam dados entre si através de enlaces

sem fio, mas, diferente de uma ad-hoc, podem executar uma tarefa colaborativa.

Cada nodo presente está equipado e configurado com algum tipo de sensor

específico (temperatura, umidade, infravermelho, etc.) e os mesmos estão

organizados em um tipo de cluster onde poderão detectar alguma informação do

ambiente, processá-la e decidir se essa informação obtida deve ser compartilhada

com os outros nodos ou não.

2. Características

Como já visto na seção anterior, RSSF’s possuem características bem

particulares devido as áreas onde esse tipo de tecnologia pode ser aplicada e, portanto

possuem problemas específicos que devem ser tratados.

2.1 Endereçamento dos nodos ou sensores

Em certas aplicações pode ser necessário que alguns sensores sejam

endereçados de forma única. Isso é feito quando se deseja saber a localização física

exata onde o dado foi coletado. Normalmente essa característica é utilizada em

sensores que são acoplados no corpo humano, ou em peças delicadas de sistemas

de grande porte, pois é interessante que se saiba onde o dado recebido foi coletado

e assim decidir que ação deve ser executada. Já em situações de registros em áreas

externas, isso não é tão determinístico.

2.2 Agregação dos dados

Uma RSSF’s pode ser capaz também de agregar os dados que serão coletados

pelo sistema. Essa característica ajuda a diminuir a quantidade de mensagens que

serão trocadas pelos sensores.

2.3 Mobilidade dos sensores

Essa característica define se os sensores poderão ou não modificar sua posição

em relação ao sistema de que eles estão coletando dados. Um exemplo da aplicação

dessa característica seria em sensores colocados na superfície do oceano para medir

níveis de poluição, acidez da água, temperatura, etc. Já no caso do monitoramento de

uma floresta (temperatura, umidade), eles são estáticos.

2.4 Restrição dos dados coletados

Define se os dados adquiridos devem ter um ‘tempo de vida’ limite, ou seja,

se existe uma restrição de tempo para a sua disseminação para uma entidade de

supervisão dos mesmos. Normalmente utilizado em sistemas com altas taxas de

atualização.

2.5 Limitação de energia disponível

Existem ambientes monitorados que estão localizados em áreas remotas e de

díficil acesso para manutenção. Por esse fato é importante considerar a utilização de

protocolos e algoritmos de bom desempenho mas que não consuma muita energia

(tempo de vida) do sensor. Existem vários elementos que constituem um modelo de

energia:

○ Bateria: será ela que irá armazenar a energia disponibilizada para o

sensor. Sua capacidade não é infinita.

○ Rádio: esse dispositivo fará o processo de transmissão e recepção do

sensor. O consumo de energia será maior na parte de transmissão dos

dados.

○ Processador: esse dipositivo irá processar os dados obtidos pelo sensor.

O consumo de energia dependerá de sua alta/baixa frequência.

○ Sensores: representa a energia dos dispositivos de sensoriamento.

2.6 Auto organização da rede

No caso de perda dos sensores presentes na RSSF, seja por destruição física

ou falta de energia, ou no caso dos mesmos ficarem incomunicáveis devido a

problemas no rádio de transmissão ou no próprio canal de comunicação, a rede deve

ser capaz de se reorganizar com o propósito de manter o sistema funcionando. Caso

seja inserido/ removido alguns sensores, a mesma deve ser capaz de se reconfigurar e

se adequar ao novo cenário do seu sistema. O mais recomendado é que essa

reconfiguração seja feita de forma automática e em períodos de tempo fixos, já que

pode haver dificuldade de manutenção (locais remotos).

2.7 Tarefas colaborativas

O grande propósito de uma RSSF é exatamente executar tarefas de forma

colaborativa, onde todos os sensores fornecem um conjunto de informações que, ao

final, serão sumarizadas ou ‘fundidos’ com os dados adquiridos através dos outros

sensores do sistema. O resultado disso é um melhor desempenho no processo da

obtenção e detecção de eventos.

2.8 Tolerância a falhas

Característica que determina a capacidade de sustentar as funcionalidades

padrões do sistema mesmo com a presença de alguma interrupção devido a falhas na

rede. Essa tolerância pode ser obtida através da replicação dos dados, mas isso requer

um consumo de energia extra, e, como dito anteriormente, energia é um fator crucial

principalmente em ambientes não-domésticos.

2.9 Escalabilidade

O sistema deve ser capaz de lidar com quantidades elevadas (e em constante

aumento) de sensores e utilizá-los com todo o seu potencial. Essa característica

também está relacionada com a densidade com que os sensores estão espalhados na

região . Essa densidade pode variar e os novos esquemas de transmissão devem

saber lidar com essas constantes mudanças e utilizá-la a seu favor.

2.10. Topologia da rede de sensores

A rede deve ser instalada visando um maior dinamismo no sistema de sensores,

já que eles devem funcionar sem intervenções. Essa instalação deve visar um baixo

custo, que não necessite de uma pré-organização dos nodos mas que, ao mesmo

tempo, sejam auto-organizáveis e tolerantes a falha.

2.11. Dinamicidade

Possibilita diversas formas para construção e manutenção de um caminho entre

o observador e o fenômeno descrito. Podem ser descritas como redes de sensores

estáticas ou móveis.

Nas redes estáticas não há movimento entre sensores, observador e o

fenômeno analisado. Eles se comunicam apenas com os nós de sua localidade e o

resumo das informações geradas são repassadas através de um nó ‘chefe’.

Já nas redes móveis, tanto os sensores, quanto os observadores e o local

analisado podem se movimentar. Quando isso acontece o ‘caminho’ entre eles pode

falhar, tornando necessário a construção de um novo caminho. Feito isso o sistema

pode voltar ao funcionamento normal até que uma nova movimentação aconteça.

3. Protocolos

Os protocolos são de extrema importância em Redes de Sensores Sem Fio,

protocolos bem implementados, assim como programas economizam espaço, poder de

computação e um ponto muito importante em RSSF, energia, pois sabe-se que ela é

ilimitada. Com protocolos bons pode-se aumentar a vida global da rede. A maioria dos

protocolos baseia-se em comunicação de curto alcance com múltiplos saltos [figura 1],

também possui um mecanismo de agregação a fim de reduzir a quantidade de dados a

ser transmitida, já que é nesse ponto onde se consome mais energia.

Figura 1. Rede Ad-Hoc com múltiplos saltos.

Como nas redes que normalmente se vê por aí, as RSSF também usam a pilha

de protocolos, que são, camada de aplicação, transporte, rede, enlace e física. Em

geral os procedimentos de otimizações não ficam atidos a essa separação de

camadas, o conhecimento em nível de aplicação deve ser aproveitado para ganho de

eficiência, de gastos computacionais e de energia.

Em comum, os protocolos usados em RSSF devem possuir algumas

características desejáveis, como não permitir o problema do terminal escondido,

confiabilidade, evitar colisão e congestionamento.

Dentre os protocolos de acesso ao meio (MAC) usados em redes sem fio, os

mais populares são: IEEE 802.11, Bluetooth e HomeRF (padrão proprietário para

comunicação de eletrodomésticos, semelhante ao 802.11 com acréscimo de tráfego de

voz) [figura 1].

Figura 2. Comparação entre os protocolos.

Um outro aspecto importante das RSSF é a auto-organização, a rede deve

adaptar-se as condições adversas. Alguns protocolos serão descritos a seguir.

S-MAC - Sensor-MAC. O S-MAC (Sensor-MAC) [Ye et al., 2002] é um protocolo

de controle de acesso ao meio baseado em alocacação dinâmica de canal, mas que

utiliza sincronização para coordenação dos modos de operação do rádio. É destinado

a redes com aplicações dirigidas a eventos, com coleta periódica de dados, insensíveis

à latência e com baixa taxa de envio de mensagens. A comunicação entre os nós

segue um fluxo broadcast ou um fluxo unicast para troca de mensagens. Considera os

requisitos de uma rede densa e homogênea para ser eficiente em energiae permitir a

autoconfiguração dos nós da rede. O protocolo S-MAC procura ser eficiente em energia

reduzindo o consumo dos principais eventos responsáveis pelo desperdício de energia.

SMACS – Self-Organizing Medium Access Control for Sensor Networks.

Esse protocolo é distribuído para busca de vizinhos, SMACS forma uma rede sem

a necessidade de um mestre escravo. A camada MAC usa TDMA, uma estrutura

podendo mudar de tempos em tempos. Os nós ao decorrer de um tempo estarão todos

conectados uns aos outros.

EAR - Eavesdrop-And-Register. Este protocolo permite comunicação entre nós

móveis e estáticos. O EAR usa broadcast para reconhecer seus nós vizinhos.

SAR – Sequential Assignment Routing. Esse algoritmo cria múltiplas árvores.

Neste caso, os nós podem escolher qual árvore deve ser usada na transmissão.

Periodicamente a redefinição dos caminhos se inicia, nesete momento deve ocorrer as

adaptações.

ASCENT – Adaptive Self-Configuring Sensor Network Topologies. Este

protocolo não é para roteamento ou disseminação de dados, ele apenas decide quais

nós participarão da infra-estrutura de roteamento.

4. Aplicações tecnológicas

Dado a grande variedade de sensores e suas diferentes características,

percebemos a sua abrangência de aplicação em diversos setores comerciais,

industriais e residenciais e variando nas mais diversas áreas:

● Controle - para prover mecanismos de controle, por exemplo em atividades

de inspeção numa linha de montagem de peças ou controlar o estado dos

equipamentos em uso.

● Ambiente - para monitorar váriaveis ambientais, como temperatura, umidade

do ar, etc. em locais como florestas, desertos, oceanos e vulcões, e também na

previsão de desastres ambientais.

● Tráfego - no monitoramento do tráfego de veículos em rodovias e vias urbanas.

● Segurança - para prover segurança em estabelecimentos comerciais,

estacionamentos, bancos, etc.

● Medicina - no monitoramento das condições físicas de pacientes.

● Militar - para monitorar o movimento de inimigos, explosões, a presença de

material perigoso, etc.

Apresentamos a seguir duas aplicações práticas de RSSF.

4.1 RSSF para detecção de falhas em sistemas elétricos

Numa rede elétrica de distribuição de energia, condutores não isolados são

instalados nos postes da calçada, determinados problemas que ocorram nestes

condutores podem colocar a população da região em risco, com alto potencial de

fatalidade [2].

As falhas podem resultar pela disputa do espaço com árvores o que gera curto-

circuito e possivelmente a queima dos transformadores. Também é possível ocorrer

falhas devido a ataques maliciosos na distribuição da rede elétrica. Todos esses

problemas geram uma série de prejuízos a população e a empresa responsável pela

distribuição da energia elétrica, por isso é necessário tomar atitudes preventivas e

corretivas quanto a estes acontecimentos, desta forma é possível aplicar RSSF’s para

detectar quando houver falta de fase ou roubo de cabos elétricos no sistema.

Um nó sensor é composto por quatro componentes básicos: unidade

de sensoriamento, unidade de energia, unidade de computação e unidade de

comunicação, ilustrados na figura 3.

Figura 3. Projeto de um nó sensor constituido de quatro unidade básicas: sensoriamento,

energia, computação e comunicação. Retirado de [2].

A unidade de sensoriamento possui dois sensores especificos, o sensor detector

de falta de fase e sensor detector de roubo de cabos elétricos. O primeiro foi

implementado para monitorar e detectar a ausência de diferença de potencial entre

fase e neutro em uma linha de transmissão energizada, enquanto o segundo utiliza

sensor de corrente de efeito Hall, Hal 805 que é um sensor de campo magnético

universal com uma saída linear baseada no efeito Hall [2][3].

Para indicar uma queda de energia apenas o sinal do sensor detector de falta de

fase é necessário, enquanto para detectar atos de vandalismo usa-se em conjunto os

sinais de falta de fase e roubo de cabos elétricos aplicados às entradas do

microcontrolador.

No sistema de distribuição de energia elétrica haverá nós em cada ponto de

distribuição, dessa forma a rede elétrica é dividida em sub-redes em que cada uma

possui um nó mestre para controlar um conjunto de nós escravos, a figura 4 ilustra

essa divisão.

Figura 4. Topologia da rede de sensores para o sistema de distribuição de energia elétrica. Retirado de

[2].

Este sistema pode se encontrar em dois estados: com ou sem fornecimento de

energia elétrica. Quando um estado é alterado é necessário que o nó escravo envie as

informações de monitoramento para o nó mestre, este por sua vez atualiza suas

informações daquele ponto permitindo obter um registro completo de todas as

informações para manutenções preventivas e corretivas, além de determinar onde

ocorreu a falha, podendo acionar a polícia se necessário.

A comunicação é feita via radiofrequência, porém a frequência deve ser

cuidadosamente escolhida pois os nós se encontram perto de um campo magnético

gerado pela rede elétrica o que pode causar interferências. Devido a distância entre os

nós escravos e mestre pode também ser necessário utilizar alguns pontos como

repetidores para intensificar o sinal e um protocolo de comunicação deve ser usado

para permitir a transmissão entre transmissor e destinatário.

Um protocolo para este sistema deve possibilitar a troca de informações entre

nós sensores escravos com nós sensores mestres. Um pacote enviado de um nó

sensor escravo para um mestre deve conter as seguintes informações: indicar qual sub-

rede pertence, qual é o ponto de distribuição monitorado, endereço de destino (o

endereço do nó sensor mestre), o número de hosts para chegar até o nó sensor mestre

e o bloco de monitoramento. Chamaremos este pacote de pacote de monitoramento.

O protocolo funciona da seguinte maneira: o escravo envia um pacote de

monitoramento para o mestre com as informações contidas no bloco de

monitoramento, então ele aguarda um intervalo de tempo para receber um pacote de

monitoramento de volta do mestre, significando que o pacote chegou corretamente ao

destino.

Além dos campos citados acima, o pacote de monitoramento também deve

possuir um campo de 1 byte indentificando o tipo de informação sendo enviada. A

tabela 1 mostra o tipo de informação e o seu valor correspondente.

Tabela 1. Número de bits por informação. Retirado de [2].

Tipo de Informação ID (Identificador)

Falta de fase 6

Roubo de cabo elétrico 7

Queda acidental de cabo elétrico 8

Falha no detector 9

O campo que informa o número de hosts para chegar ao destino funciona da

seguinte maneira: a cada host este campo é decrementado e quando este valor for

igual a 1, então o nó escravo sabe que o próximo nó sensor é o mestre. A figura 5

ilustra este procedimento.

Figura 5. Esquema de saltos com o contador de hosts até o mestre.

O nó sensor mestre quando recebe um pacote de monitoramento determina

as ações necessárias a tomar, como, por exemplo, acionar a polícia ou a empresa

responsável pela distribuição de energia do sistema monitorado. No final do dia, os

nós mestres comunicam entre sí para formar uma base de dados dos problemas que

ocorreram durante o dia, uma estação central conterá um banco de dados com todas

as informações que permite realizar um planejamento preventivo para evitar os tipos de

problemas mais comuns.

4.2 RSSF para aplicação de engenharia ambientalEm [4] verificamos a aplicação de RSSF’s com o objetivo de monitorar florestas

para tentar diminuir a destruição causada pelo homem, através de queimadas,

desmatamentos ou outros meios.

Os sensores são distribuidos uniformemente pela floresta e são programados

para supervisionar os níveis de temperatura e umidade do ambiente. Um aumento

excessivo de calor pode significar uma queimada, e um aumento ou diminuição na

umidade pode significar que a floresta está sendo desmatada, a falta de comunicação

com sensores também pode significar que eles estão sendo destruidos assim como a

floresta.

As simulações utilizaram 160 nós sensores posicionados em intervalos de 200

metros, cujas antenas apresentam potência suficiente para alcançar 250 metros. O

padrão IEEE 802.11 foi usado como protocolo de acesso ao meio e os algoritmos de

difusão, muito utilizados em RSSF’s, foram usados como protoloco de comunicação.

5. Projetos em ambiente acadêmico industrial

O projeto RoboSense [figura 6] investiga o problema da cooperação entre

agentes móveis tanto terrestre quanto aéreos e redes de sensores sem fio estáticas e

móveis [5]. Este problema propõe uma redução nas restrições determinísticas e

estáticas, normalmente impostas na abordagem clássica da literatura, pois em muitos

trabalhos tipicamente assume-se que os nós são estáticos e a comunicação ocorre de

maneira determinística. Ao permitir o deslocamento do nó sensor, várias complicações

surgem, como, por exemplo, o posicionamento espacial do nó e a própria medida do

deslocamento.

Figura 6. Projeto RoboSense. Retirado de [5].

O projeto Cambridge Mobile Urban Sensing (CamMobSens), é um projeto da

Universidade de Cambridge com o intuito de monitorar os níveis de poluição urbana [6].

Usa-se sensores, variando de sensores de mão carregados por pedestres, até

unidades maiores fixadas em postes de luz, para medir os níveis de poluição como

mostrado na figura 7.

Figura 7. Projeto CamMobSens, University of Cambridge. Retirado de [6].

Com o intuito de medir o impacto ambiental em áreas remotas, o projeto

PermaSense utiliza sensores em áreas perma-congeladas [7]. A idéia é entender o

processo que liga mudanças climáticas com o deslizamento de rochas em áreas

congeladas, figura 8.

Figura 8. Desenvolvimento do projeto PermaSense, novembro de 2006. Retirado de [7].

O MANA (Monitoring remote environments with Autonomous sensor Network-

based data Acquisition systems) é um projeto de pesquisa com o objetivo de melhorar

a aquisição de dados científicos em regiões polares [8]. O foco é desenvolver uma

nova geração de captura de dados adaptado para regiões extremas e largura de banda

limitada, que são características destes ambientes remotos, figura 9.

Figura 9. Projeto MANA, IT University of Copenhagen. Retiado de [9].

6. Cenário

A maioria dos algoritmos os quais vimos e estão implementados tratam da

disseminação dos dados coletados pelos nós sensores que são enviados a um

observador (sink). Contudo, aplicações e cenários diferentes exigem diferentes tipos de

algoritmos, com características diferentes. Entre vários cenários, podemos citar

cenários orientados a eventos, outros para comunicação intensa. Contudo a variação

de cenários é grande e imprevisível. Assim, projetistas, a partir de um cenário

específico podem construir um algoritmo ou definir qual é melhor para tal.

Supondo um cenários baseado em eventos, tem-se períodos curtos ou longos

onde não há transmissão ou pouca transmissão de dados ou eventos, já outros

momentos haverão uma grande incidência de eventos e muita transmissão de dados.

Nesses casos podem existir algoritmos melhores ou mais adequados, mas pode ser

inviável uma entidade externa agir dinamicamente nessa rede modificando seu

comportamento. O ideal seria a rede possuir capacidade de auto-organização perante

tais mudanças, ajustando seu comportamento sem interferência externa,

economizando recursos durante todo seu tempo de existência.

Há pesquisas e projetos em algoritmos híbridos, talvez sejam a solução dessa

imprevisão de fluxo de dados.

7. LAN, MAN, WAN

Temos várias categorias de redes, dentre elas, LAN (Local Area Network), MAN

(Metropolitan Area Network) e WAN (Wide Area Network). Como estamos tratando de

Redes de Sensores Sem Fio, abordaremos mais especificamente WLAN (Wireless

Local Area Network), WMAN (Wireless Metropolitan Network) e WWAN (Wireless Wide

Area Network), ilustrados nas figuras 10, 11 e 12, respectivamente.

WLAN ou Rede local sem fio, são redes mais comuns que permitem interligar

dispositivos em uma área geográfica limitada, podendo ser uma empresa, casa, praça,

ou seja, um alcance de até uma centena de metros.

Figura 10. Wireless Local Area Network.

WMAN ou Rede metropolitana sem fio, usa o padrão IEEE 802.16,

diferentemente da WLAN, atinge uma cobertura de vários quilômetros, trazendo acesso

a lugares que uma rede cabeada não seria fácil ou compensativo.

Figura 11. Wireless Metropolitan Area Network.

Por fim, a WWAN ou Rede de longa-distância sem fio, usada muito por

operadores de celulares criando uma rede de transmissão como CDMA, GSM e etc.

Figura 12. Wireless Wide Area Network.

A rede que mais se assemelha ao propósito das Redes de Sensores Sem Fio é

a WLAN, podendo ou não ter uma maior restrição de distância, seja pelo tipo de rede

sem fio ou por razões tecnicas, como energia e processamento.

8. Conclusão

As RSSFs são um conceito relativamente novo em redes de comunicação, este

trabalho procurou apresentar um pouco da ideia e mostrar algumas aplicações da área.

Percebemos que as RSSFs ainda tem muito a avançar, neste sentido mostramos

projetos acadêmicos, alguns já efetivamente implementados, que nós permitiram

visualizar um pouco da evolução esperada.

9. FAQ

1. Cite 3 características das RSSFs.

Agregação dos dados, limitação de energia disponível e auto-organização da

rede.

2. Explique o protocolo S-MAC.

O S-MAC (Sensor-MAC) [Ye et al., 2002] é um protocolo de controle de acesso

ao meio baseado em alocacação dinâmica de canal, mas que utiliza sincronização para

coordenação dos modos de operação do rádio. É destinado a redes com aplicações

dirigidas a eventos, com coleta periódica de dados, insensíveis à latência e com baixa

taxa de envio de mensagens.

10. Referências

[1] LOUREIRO, Antonio A. F.; NOGUEIRA, José Marcos S.; RUIZ, Linnyer Beatrys;

MINI, Raquel Aparecida de Freitas; NAKAMURA, Eduardo Freire; FIGUEIREDO,

Carlos Maurício Seródio. Redes de Sensores Sem Fio. Departamento de Ciência da

Computação, Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Belo Horizonte, Minas

Gerais.

http://homepages.dcc.ufmg.br/~loureiro/cm/docs/sbrc03.pdf

[2] FAÇANHA, Tiago dos Santos. Rede de Sensores Sem Fio: Uma Abordagem para Detecção de Falhas em Sistemas Elétricos. Centro Federal de Educação

Tecnológica do Ceará, Curso Superior de Tecnologia em Telemática. Fortaleza, Ceará.

Maio de 2007.

http://www2.eletronica.org/apostilas-e-ebooks/teses/rssf-uma-abordagem-para-

deteccao-e-falha-em-sistemas-eletricos/rssf_uma-abordagem-para-deteccao-de-falha-

em-sistemas-eletricos.pdf

[3] MICRONAS. HAL805 Programmable Linear Hall Effect Sensor. Edição Fev. 2,

2000.

http://www.ortodoxism.ro/datasheets/MicronasIntermetall/mXrtyrv.pdf

[4] SEIDEL, Cloves; FERREIRA, Fernando Macêdo; OLIVEIRA, Etienne César

Ribeiro de. Aplicação de Redes de Sensores Sem Fio (RSSFs) para Engenharia Ambiental. Unigranrio - Universidade do Grande Rio. Duque de Caxias, Rio de

Janeiro.

http://www.ic.uff.br/~eoliveira/Publicacoes/ICECE_07b.pdf

[5] RoboSense: Cooperação entre Robôs Móveis e Redes de Sensores Sem Fio.

Coordenador: Mario Fernando Montenegro Campos.

http://www.verlab.dcc.ufmg.br/projetos/

index#robosensecooperacao_entre_robos_moveis_e_redes_de_sensores_sem_fio

[6] Cambridge Mobile Urban Sensing - CamMobSens. Prof. Jean Bacon; Dr. Alastair

Beresford; Dr. Mark Calleja; Mark Hayes; Prof. Rod Jones; Prof. Peter Landshoff;

Dr. Iq Mead; Michael Simmons. Chemistry Department, Computing Laboratory and

Cambridge eScience Centre, University of Cambridge.

http://www.escience.cam.ac.uk/mobiledata/

[7] PermaSense project. Christian Tschudin; Stephan Gruber; Daniel Vonder Muhll;

Andreas Hasler; Igor Talzi. Universität Basel; Universität Zurich.

http://cn.cs.unibas.ch/projects/permasense/

[8] MANA - Monitoring remote environments with Autonomous sensor Network-based data Acquisition systems. Wei Hong; Bjørn Jonsson; Chris Cianci; Ole

Guldbransen; Luc Bouganim; Philippe Bonnet; Kirsten Christoffersen; Ari Jonsson;

Marcus Chang. IT University of Copenhagen; Fresh Water Biology lab from University

of Copenhagen; School of Computer Science from Reykjavik University; Arch Rock

Corp.; Dan-System Aps. Funded by the Danish Strategic Research Council (NABIIT

Program Commission).

http://www.itu.dk/mana

[9] BÜTTRICH, Sebastian. Introduction to Wireless Sensor Networks. Course

Lecture SPVC2010.

https://blog.itu.dk/SPVC-E2010/files/2010/11/introduction_to_wsn_-

_lecture_slides_spvc2010_l.pdf

[10] DUARTE, Otto Carlos Muniz. Protocolo Híbrido para Redes de Sensores Sem Fio. Grupo de Teleinformática e Automação.

http://www.gta.ufrj.br/seminarios/semin2004_1/rssf3

[11] RUIZ, Linnyer Beatrys; CORREIA, Luiz Henrique A.; VIEIRA, Luiz Filipe M.;

MACEDO, Daniel F.; NAKAMURA, Eduardo F.; FIGUEIREDO, Carlos M. S.; VIEIRA,

Marcos Augusto M.; BECHELANE, Eduardo Habib; CAMARA, Daniel; LOUREIRO,