redes de fibra óptica: conexões locais em dimensões ... · uma definição tecnológica e...

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Recife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011 _______________________________________________________________________________ 1 Redes de fibra óptica: Conexões locais em dimensões globais no Brasil 1 Danilo Bertoloto 2 Yuji Gushiken 3 Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT/Cuiabá) Resumo Este artigo, de caráter descritivo e em nível exploratório, busca aproximar-se de uma definição tecnológica e produzir um mapa das redes de fibra óptica existentes no Brasil em sua conexão com o sistema global. Metodicamente, o artigo se realiza com base em pesquisa bibliográfica e dados de fontes secundárias de informação (periódicos jornalísticos e sites de empresas e organizações). No plano teórico-metodológico, investe na interface entre comunicação e economia política, atentando para as relações entre economia global, políticas públicas nacionais e demandas socioeconômicas da sociedade civil no que se refere à infra-estrutura de telecomunicações e as implicações que esta relação impõe ao futuro das práticas midiáticas. Palavras-Chave: Comunicação; tecnologia; fibra óptica; backbone; RPN. Introdução Neste artigo, buscamos apreender o conceito tecnológico e a constituição estrutural da rede de fibra óptica em território brasileiro, a partir dos principais nós e backbones que conectam as diversas regiões do país entre si e o país à rede de fibra óptica pelo mundo. Uma das necessidades hoje, na pesquisa em comunicação, torna-se compreender o desenvolvimento tecnológico no plano político e econômico. A partir desta relação, analisar com mais perspicácia os enfrentamentos que emergem das constantes mutações tecnológicas e as conseqüentes transformações nas práticas midiáticas. 1 Artigo apresentado no GP de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (DT 8 Estudos Interdisciplinares) do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado de 02 a 06 de setembro de 2011 na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife, Pernambuco, Brasil. Artigo desenvolvido no âmbito do projeto “Modernização tecnológica e midiática: Imagens da cidade e mediações do cosmopolitismo” (Propeq/UFMT/Cuiabá). 2 Webdesigner, diretor de criação e aluno do Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT). E-mail: [email protected]. 3 Professor do Departamento de Comunicação e do Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT). Líder do Núcleo de Estudos do Contemporâneo (NEC-UFMT) e orientador do trabalho. E-mail: [email protected].

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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Recife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011 _______________________________________________________________________________

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Redes de fibra óptica: Conexões locais em dimensões globais no Brasil1

Danilo Bertoloto2 Yuji Gushiken3

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT/Cuiabá)

Resumo

Este artigo, de caráter descritivo e em nível exploratório, busca aproximar-se de

uma definição tecnológica e produzir um mapa das redes de fibra óptica existentes no

Brasil em sua conexão com o sistema global. Metodicamente, o artigo se realiza com

base em pesquisa bibliográfica e dados de fontes secundárias de informação (periódicos

jornalísticos e sites de empresas e organizações). No plano teórico-metodológico,

investe na interface entre comunicação e economia política, atentando para as relações

entre economia global, políticas públicas nacionais e demandas socioeconômicas da

sociedade civil no que se refere à infra-estrutura de telecomunicações e as implicações

que esta relação impõe ao futuro das práticas midiáticas.

Palavras-Chave: Comunicação; tecnologia; fibra óptica; backbone; RPN.

Introdução

Neste artigo, buscamos apreender o conceito tecnológico e a constituição

estrutural da rede de fibra óptica em território brasileiro, a partir dos principais nós e

backbones que conectam as diversas regiões do país entre si e o país à rede de fibra

óptica pelo mundo. Uma das necessidades hoje, na pesquisa em comunicação, torna-se

compreender o desenvolvimento tecnológico no plano político e econômico. A partir

desta relação, analisar com mais perspicácia os enfrentamentos que emergem das

constantes mutações tecnológicas e as conseqüentes transformações nas práticas

midiáticas.

1 Artigo apresentado no GP de Economia Política da Informação, Comunicação e Cultura (DT 8 Estudos Interdisciplinares) do XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado de 02 a 06 de setembro de 2011 na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), em Recife, Pernambuco, Brasil. Artigo desenvolvido no âmbito do projeto “Modernização tecnológica e midiática: Imagens da cidade e mediações do cosmopolitismo” (Propeq/UFMT/Cuiabá). 2 Webdesigner, diretor de criação e aluno do Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT). E-mail: [email protected]. 3 Professor do Departamento de Comunicação e do Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea da Universidade Federal de Mato Grosso (ECCO-UFMT). Líder do Núcleo de Estudos do Contemporâneo (NEC-UFMT) e orientador do trabalho. E-mail: [email protected].

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Com base em referências bibliográficas e fontes secundárias, buscou-se

identificar os mapas da fibra óptica no Brasil e suas ligações interiores e com os

principais backbones globais. A economia política das telecomunicações

necessariamente é uma área de atrito entre interesses do capital internacional na

formação de mercados sempre renovados, as políticas públicas no esforço de inserção

nacional no desenvolvimento de infra-estrutura e as demandas nem sempre muito claras

da sociedade civil diante das transformações tecnológicas.

Os dados sobre infra-estrutura de fibra óptica nem sempre são legíveis e as

fontes, nem sempre oficiais. A partir do jogo de forças em que se constitui a rede de

fibras ópticas no mundo, torna-se necessário compreender o atravessamento dessa

tecnologia fundamental no desenvolvimento das mídias e nas práticas midiáticas do

futuro.

A partir do mapa global, embora descrito de modo ilustrativo através de dados

de consultorias privadas, torna-se possível fazer uma aproximação com o mapa

nacional, e assim perceber os níveis de conexão de infra-estrutura entre o Brasil e o

mundo. Tendo esta dimensão nacional mais clara, até o ponto em que se pode ter uma

imagem dos níveis de conexão do país com o mundo, tornou-se viável anotar a

ramificação da rede de fibra óptica também pelos interiores do país.

Num processo de descrição que passa do global ao nacional, o interesse da

presente pesquisa foi descrever também a continuação da rede de fibra óptica até a

cidade de Cuiabá, capital de Mato Grosso, para se tecer de modo mais claro ainda as

relações entre modernização tecnológica, políticas nacionais de ciência & tecnologia e

capitalismo global na definição da infra-estrutura de telecomunicações.

Entre a política pública nacional e o enquadramento regional no mercado global,

a rede de fibra óptica, ao ser desenhada num mapa nem sempre visível, tende a indicar o

avanço do capitalismo pelas mais diversas regiões do planeta. Neste sentido, nota-se a

inserção da região oeste do Brasil como mercado consumidor, simultaneamente regional

e global. Do ponto de vista da economia política, a rede de fibra óptica, somada à rede

geral de infra-estrutura de internet, é simultaneamente condição política e resposta

econômica ao desenvolvimento.

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Fibra óptica: o que é

Fibras ópticas são fios longos e finos de vidro muito puro, com o diâmetro

aproximado de um fio de cabelo humano, dispostas em feixes chamados cabos ópticos e

usadas para transmitir sinais de luz ao longo de grandes distâncias. (WIRTH, 2002)

Figura 1 – Cabo de Fibra Óptico. Fonte: How Stuff Works (2001)

Partes de uma única fibra óptica

Uma fibra óptica possui as seguintes partes:

• Núcleo - minúsculo centro de vidro da fibra, no qual a luz viaja;

• Interface - material óptico externo que circunda o núcleo e reflete a luz de

volta para o mesmo;

• Capa protetora - revestimento plástico que protege a fibra de danos e

umidade.

Centenas ou milhares dessas fibras ópticas são dispostas em feixes nos cabos

ópticos, que são protegidos pela cobertura externa do cabo, chamada jaqueta.

As fibras ópticas são fabricadas em dois tipos:

• Fibras monomodo

• Fibras multimodo

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As fibras monomodo possuem núcleos pequenos (cerca de nove micrometros, ou

seja, nove milésimos de milímetro de diâmetro) e transmitem luz laser infravermelha

(comprimento de onda de 1.300 a 1.550 nanômetros).

As fibras multimodo possuem núcleos maiores (cerca de 62,5 milésimos de

milímetro de diâmetro) e transmitem luz infravermelha (comprimento de onda = 850 a

1.300 nm) proveniente de diodos emissores de luz (LEDs). 4

Algumas fibras ópticas podem ser feitas de plástico, possuem um núcleo grande

(1 mm de diâmetro) e transmitem luz vermelha visível (comprimento de onda = 650

nm) proveniente de LEDs.

Como funciona a fibra óptica

A luz que os cabos óticos transmitem é gerada normalmente por um diodo

emissor de luz (LED, em inglês) ou por um tubo de raios laser. Controlando-se a

emissão da luz, é possível criar códigos digitais para transmitir informações. Assim, a

linguagem binária, como a dos computadores, composta dos algarismos (dígitos) zero e

um, é substituída pelo código luz/ausência de luz. Informatizada dessa forma, uma fibra

ótica é capaz de transmitir até 20 mil conversas telefônicas simultâneas, quarenta vezes

mais do que um fio de cobre.

Com capacidade de transmissão até um milhão de vezes maior do que o cabo

metálico, a fibra ótica tornou hoje a base tecnológica das relações de comunicação no

mundo. Praticamente não há diferença entre a velocidade de transmissão em um cabo

metálico e a fibra. O que muda é a capacidade de transmissão. A fibra pode transportar

um número muito maior de bits por segundo do que o cabo. Além da enorme

capacidade de transmissão, a fibra tem outras vantagens na comparação com o cabo

metálico, como a alta estabilidade, baixa perda na transmissão e grande resistência.

Além disso, como não conduzem eletricidade, ficariam imunes a interferências elétricas

exteriores5.

A produção da fibra ótica se inicia com a transformação da sílica, retirada de

rochas de quartzo, em varetas ocas de sílica pura. Um tubo de sílica de 12 milímetros de

diâmetro e 1 metro de comprimento produz até dois mil metros de fio com 125 micra

(1/8 de milímetro) de diâmetro, pouco mais espesso que um fio de cabelo.

4 http://informatica.hsw.uol.com.br/fibras-opticas1.htm. Acesso em 09/08/2010 5 http://super.abril.com.br/tecnologia/fibra-otica-439075.shtml. Acesso em 08/07/2010

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Fibra óptica: História de uma tecnologia

O primeiro sistema ótico de comunicação surgiu há mais de dois séculos, quando

o engenheiro francês Claude Chappe inventou, em 1790, o telégrafo ótico - que foi

substituído pelo telégrafo elétrico em meados do século XIX. Alexander Graham Bell

patenteou um sistema ótico de telefonia, que chamou de Photophone, em 1880.

Entretanto, o telefone, sua invenção anterior, provou ser mais prática na época.

A década de 1960 foi assinalada por transmissões de sinais luminosos por fibras.

Essa tecnologia era forte candidata a substituir, gradativamente, os sistemas baseados

em fios de cobre nos sistemas de telefonia, o que certamente impulsionaria o campo de

pesquisa e desenvolvimento. Entretanto duas barreiras se puseram na frente do avanço

da tecnologia em comunicação por fibra óptica: as grandes perdas de luz durante a

transmissão e o excessivo calor que os lasers geravam. 6

Neste mesmo período, como registra o Jornal da Unicamp, o professor Zeferino

Vaz instituía, mais precisamente no ano de 1966, a Universidade Estadual de Campinas

(Unicamp), e diversos pesquisadores buscavam soluções para os empecilhos do uso da

fibra óptica. Tais recursos foram encontrados apenas na década de 1970, quando a

empresa americana Corning desenvolveu a primeira fibra óptica com pouquíssima perda

de sinal luminoso. Já nos laboratórios Bell, da AT&T, foi construído um tipo de laser

que operava em temperatura ambiente.

Três cientistas brasileiros que acompanhavam as descobertas nos EUA –

Rogério Cerqueira Leite, Sérgio Porto e José Ripper Filho – retornaram ao Brasil, mais

precisamente Unicamp, para estabelecer o campo de pesquisa na área.7 Ainda segundo o

Jornal da Unicamp, a instituição teve o primeiro instituto a desenvolver e a produzir

fibra ótica no início dos anos 1970. E, conforme relata a imprensa brasileira, a

tecnologia desenvolvida foi transferida para a Telebrás, que no início dos anos 1980 a

repassou para empresas começarem a produzir a fibra em escala comercial.8

Foi através do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações

(CPqD) que a concessão da tecnologia para a indústria nacional aconteceu. A primeira

planta piloto para a fabricação da fibra óptica no Brasil foi montada no centro de

pesquisa e desenvolvimento da Telebrás. 6 http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2007/ju359pag6-7.html Acesso em 29/09/2010 7 http://www.redetec.org.br/inventabrasil/ripper.htm Acesso em 23/06/2010 8 http://www.terra.com.br/reporterterra/fibra/materia1.htm Acesso em 02/04/2010

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A ABC X-TAL, empresa sediada em Campinas, formalizou contrato de US$ 6

milhões para a produção de dois mil quilômetros de fibra óptica. Após ter contratado

parte da equipe da Unicamp, entregou em agosto de 1984 o primeiro lote de 500

quilômetros. No mesmo ano entrava em funcionamento o primeiro sistema não-

experimental de comunicações ópticas produzido integralmente no Brasil, ligando duas

estações telefônicas de Uberlândia. Já em 1985, a antiga Telesp constuiu o primeiro

backbone de fibra óptica com a extensão de 1,4 quilometro na capital paulista, dando

inicio à exploração da tecnologia.

Fibra Óptica no Mundo

Vivemos em um mundo de fluxos globais, tanto de riquezas como poder e

principalmente informação e isso fundamenta uma economia informacional. Segundo

Castells, “uma nova economia surgiu em escala global no ultimo quartel do século XX.

Chamo-a de informacional, global e em rede para identificar suas características

fundamentais e diferenciadas e enfatizar sua interligação” (CASTELLS, 1999)

Esta nova economia é baseada em conexões, pois não há fluxo sem conexões. E

a fibra óptica entra nesse contexto como uma solução tecnológica contemporânea

ligando os continentes e fazendo circular o sangue do capitalismo pós-moderno. A

necessidade de estar conectado levou ao desenvolvimento de tecnologia de

comunicação e a fibra óptica é resultante deste processo.

Estima-se que atualmente a extensão de cabos de fibra óptica em uso no planeta

seja de 300 milhões a 400 milhões de quilômetros. De modo comparativo, essa extensão

seria ao menos cem vezes maior que a circunferência de 39.400 km do globo terrestre,

conforme dados da agência TeleGeography9, empresa especializada em pesquisa de

mercado, consultoria em assuntos referentes a telecomunicações, atuando desde 1969

como uma das maiores provedoras de dados referente a Internet e seus usos, sediada em

Washington-DC, EUA.

Um recente levantamento feito pela mesma agencia identificou as ligações dos

continentes feitas por fibra óptica através dos oceanos, conforme Figura1.

9 http://www.telegeography.com/

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Figura 1: cabos submarinos de fibra óptica 10. Fonte: TeleGeography’s. O mapa (Figura 1) mostra que o sistema global de cabos oceânicos de fibra

óptica tem uma concentração na região nordeste dos EUA, onde se localiza a cidade de

Nova York, com destino à Europa, e com pontos de conexão principalmente na França e

no Reino Unido. Outro conjunto visível de cabos é encontrado ao longo da costa Oeste

americana, ligando a Califórnia com backbones (tronco principal das redes de fibra

óptica) em diversos pontos da extrema Ásia, como Japão, Sudeste da China e ilhas do

Pacífico.

O Brasil possui suas principais conexões de fibra óptica com a Argentina e, para

acessar dados de servidores na Europa ou dos EUA, os cabos que partem do Brasil

quase todos passam pelo Caribe. Há uma única rede ligando o Brasil à África: trata-se

de um conjunto de cabos que sai da região do Rio Grande do Norte até as ilhas de Cabo

Verde e, de lá, até o Senegal e do Senegal para Portugal. 11

Em outro mapa da TeleGeography, assessoria com sede em Washington-DC e

especializada em dados sobre internet, divulga-se detalha o tráfego global de

informações e seus maiores troncos.

10 http://www.telegeography.com/telecom-resources/map-gallery/submarine-cable-map-2010/index.html Acesso em 08/05/2010 11 http://info.abril.com.br/aberto/infonews/102008/08102008-9.shl. Acesso em 03/05/2010

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Figura 2 – Mapa Global de Tráfego de Informações.12 Fonte: TeleGeography

A Figura 2 mostra como os EUA centralizam a distribuição de informação para

o mundo. Segundo Castells, esse domínio sobre o volume de informações acontece

porque a “capacidade de largura de banda é muito maior que o resto do mundo”

(CASTELLS, 2003). Oitenta por cento das rotas de infovias internacionais passam

necessariamente pelos backbones norte americanos.

Fibra óptica no Brasil

No Brasil, o principal nó das rotas internacionais do tráfego da informação é

Brasília, que liga o extremo oriente asiático às rotas da Europa e o Brasil ao tronco

central americano. O Brasil atualmente dispõe de um backbone com mais de 21 mil

quilômetros de extensão, sendo 16 mil quilômetros deles de propriedade da falida

Eletronet, empresa que decretou falência há anos.

Por conta da falência, a rede foi embargada pela Justiça e permanece inutilizada

até hoje, pois está arrolado num processo judicial que envolve a Eletronet e grandes

empresas de infra-estrutura, como a Alcatel-Lucent. Mas, no começo de 2010, a Justiça

12 http://www.telegeography.com/telecom-resources/map-gallery/global-traffic-map-2010/index.html Acesso em 03/04/2010

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havia autorizado o Governo Federal a utilizar esses 16 mil quilômetros de fibra ótica

para serviços de banda larga e inclusão digital.13

O backbone de fibra óptica da Eletronet conecta a maior parte das capitais

brasileiras, ligando extremos, como Fortaleza e Porto Alegre, e cobre as regiões

Nordeste, Sul e Sudeste, além dos Estados de Tocantins e Goiás. Ver figura 03.

Figura 03, Backbone de fibra óptica da Eletronet.14

Existem no Brasil outras redes de backbone:

a) Redes para educação, pesquisa e desenvolvimento, constituída por 9

backbones, situados em São Paulo (rede ANSP), Bahia, Santa Catarina, Minas Gerais,

Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Há

também um backbone de alcance nacional da RNP (Rede Nacional de Pesquisas);

b) Redes governamentais;

c) Redes comerciais. A maior estrutura de backbone dessa classe é a da

Embratel/MCI.

13 http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/brasil-tem-16-mil-km-de-fibra-optica-ociosos-24112009-45.shl. Acesso em 12/10/2010 14 http://www.eletronet.com/

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Outro projeto para ampliação da internet no Brasil é a conexão com o Projeto

Internet 2, dos EUA. Trata-se de um projeto norte-americano de incremento da

agilidade do tráfego de informações pela rede, inicialmente visando a comunidade

acadêmica e de pesquisa. O projeto envolve um consórcio de 180 universidades dos

EUA denominado Ucaid (University Corporation for Advanced Internet Development),

agências de governo e indústrias. Mais tarde, a nova tecnologia deverá ser transferida

também para a área comercial.

No Brasil, o backbone da RNP2 interliga hoje todos os estados da federação,

como mostra o mapa na figura 05.

Figura 05, Backbone RNP2.15 Fonte: Rede RNP2 (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa)

A participação do Brasil no projeto Internet 2 foi formalizada em março de

2000, com a assinatura do “Memorandum of Understanding” entre a RNP e a Ucaid

(University Corporation for Advanced Internet Development). Porém, para que essa

nova tecnologia funcionasse, foi necessário não só conectar as redes nacionais à Internet

2 norte-americana, mas também implementar no Brasil as novas tecnologias.

Por isso, foi montado um novo backbone de alto desempenho, chamado RNP2,

voltado para instituições de pesquisa. Duas outras conexões internacionais de alto

desempenho foram desenvolvidas. Uma de 45 Mbps entre o Rio de Janeiro e a Flórida,

15 http://www.rnp.br/backbone/index.php. Acesso em 23/06/2010 as 22:35

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oferecida gratuitamente pela Global Crossing, empresa de telecomunicações presente

em 27 paises16, apenas para redes acadêmicas.

Existem outras redes de fibra óptica que interligam o interior do país como a

rede de Fibras no Sistema Elétrico da Eletronorte17, ver figura 04.

Figura 04: Backbone da Eletronorte. Fonte: SEATI MA – Secretaria adjunta de tecnologia da

informação e integração do Estado do Maranhão.

Essa rede é usada para a transmissão de dados da proprietária Eletronorte.

Através deste backbone, a empresa controla os fluxos de dados de todos os estados

ligados a ela. A rede de fibra óptica da Eletronorte é usada também por outras empresas,

principalmente de telecomunicações, que alocam uma determinada largura de banda

para trafegar seus dados, como é o caso da BrtOi.18

Fibra óptica em Mato Grosso

O backbone da Eletronorte entra em Mato Grosso por um link de Brasília e

atravessa o estado, como mostra a figura 4, acima. A ligação ente o estado de Mato

Grosso e o Estado de Rondônia é feita, segundo o mapa, por uma rede particular da

empresa Oi Telefônica.

16 http://www.globalcrossing.com/LATAM/pr/Default.aspx. Acesso em 24/08/2010 17 http://www.seati.ma.gov.br/dados/apresentacao_SEATI_2010.pdf. Acesso em 20/05/2011 18Disponível em: http://www.oi.com.br. Acesso em: 25/09/2010

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A rede de fibra óptica chega a Cuiabá, e posteriormente se espalha pelo estado

de Mato Grosso, passando por cidades como Nobres, Nova Mutum, Sorriso e Sinop,

abrangendo também a cidade de Rondonópolis. Esse link entre Brasília a Cuiabá se

estabelece em uma velocidade de 155 megabits.

Confirmando o que mostra a figura 04, o mapa abaixo apresenta toda a rede de

telecomunicações da empresa Oi Brasil Telecom. Mostra-se, neste mapa, as redes via

rádio, cabo óptico, satélite e outras tecnologias de rede que a compõe. Os troncos de

fibra óptica, por sua vez, confirmam o que este trabalho vem buscando mostrar: que

toda a rota do backbone de fibra óptica instalada em Mato Grosso parte do nó de

Brasilia, que se ramifica até a capital Cuiabá.

Cabe enfatizar que há dois tipos de redes de fibra ópticas presentes em Mato

Grosso: as redes aéreas e as redes de cabos enterrados. Um exemplo de ligação por rede

aérea é a conexão entre os municípios de Campo Verde e Primavera do Leste,

interligadas por uma rede de fibra óptica com cabos lançado em postes. Na conexão

entre os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, os cabos da rede de fibra

óptica foram enterrados.

É importante salientar também como o backbone de fibra óptica da empresa

Embratel, representado pela linha amarela, tem o mesmo ponto de partida que a rede da

empresa Oi Brasil Telecom, o backbone de Brasília, e acompanha a rede da Oi Brasil

Telecom cortando o estado de Mato Grosso, tendo como seu destino o estado de

Rondônia, mais a oeste.

Cabe aqui fazer algumas observações com relação às outras tecnologias de rede

utilizadas para conectar o interior de Mato Grosso. Por exemplo, as ligações de todo o

Vale do Xingu são estabelecidas por uma longa rede de tecnologia a rádio SDH

(Synchronous Digital Hierarchy), marcado em traço azul, capaz de transmitir a uma

velocidade de 40 Gbps e podendo interagir com outras tecnologias como as redes

ópticas. Para cidades que se localizam nos extremos do território, como é o caso de

Rondolândia e Santa Cruz do Xingu, no extremo norte do estado, a conexão é

estabelecida via satélite (STFC), de propriedade da empresa Oi Brasil Telecom.

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Figura 05 – Redes de telecomunicações da empresa OI Brasil Telecom. Fonte: OI Brasil

Telecom

Rede de Fibra Óptica em Cuiabá

Cuiabá, pela maior demanda socioeconômica, é a grande centralizadora do nó do

backbone de fibra óptica em Mato Grosso, visto que todas as operadoras privadas fazem

da capital ponto de partida para outras regiões no estado.

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A RNP2 em Cuiabá é gerenciada pela Universidade Federal de Mato Grosso

(UFMT), e é distribuída por outros nove pontos, conforme a figura 08.

Figura 08: backbone de fibra óptica em Cuiabá19. Fonte: Rede Comep, (Redes Comunitárias de

Educação e Pesquisa)

Essa rede de fibra óptica em Cuiabá tem um total de 26.390 quilômetros, com

uma velocidade de conexão de 155 megabits por segundo.

O backbone é interligado a Brasília, como dito acima, e chega a Cuiabá pela

UFMT e segue depois para a Cemat (Centrais Elétricas de Mato Grosso), IF-MT

(Instituto Federal de Mato Grosso, campus 1), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais), Secitec (Secretaria de Ciência e Tecnologia de Estado do Mato Grosso),

HUJM (Hospital Universitário Júlio Müller), Inmetro/Imeq-MT (Instituto de

Metrologia e Qualidade de Mato Grosso).

Diante disso, observa-se que a estrutura de cabeamento do backbone brasileiro

ainda está em pleno processo de expansão. Os quilômetros de fibra óptica instalados no

país derivam de uma história acadêmica, onde o processo inicial de pesquisa e

desenvolvimento se deu na Unicamp e posteriormente em empresas privadas.

É importante salientar também a importância do projeto RNP que presente em

todos os estados, propôs ser a conexão base entre o Brasil com o mundo. Seus pontos de 19 http://www.redecomep.rnp.br/?consorcio=16

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presença, como em Cuiabá através da Rede Ipê, vem implementando avanços na

infraestrutura de comunicação óptica na cidade há mais de duas décadas.

As operadoras de telecomunicações, por sua vez, traçam seus planos de

expansão tentando atingir o máximo de localidades possível, mesmo que as tecnologias

ópticas em alguns casos não sejam utilizadas, tentando satisfazer as exigências do

governo em expandir a infraestrutura de telecomunicações do país, como é o caso da

operadora Oi Brasil Telecom e Embratel.

Especificamente no caso de Mato Grosso o backbone da Oi Brasil Telecom é de

extrema importância para a conexão das cidades do interior do estado tanto com a

capital Cuiabá e também com o planeta. Interagem neste contexto também as redes da

Embratel e Eletronorte, aparentemente como redes de fluxo secundárias no estado, se

considerada a dinâmica das conexões, embora os dados não sejam muito claros nesse

sentido e demande futuras investigações.

Conclusões

A realidade da estrutura de fibra óptica no Brasil, tendo Cuiabá e Mato Grosso

como lugares geográficos de onde se faz a observação e análise dos dados colhidos,

deve considerar necessariamente as condições do capitalismo global em suas relações,

invariavelmente tensas, com as políticas nacionais de desenvolvimento e as demandas

socioeconômicas e políticas da sociedade civil.

Nota-se, no caso de Cuiabá e Mato Grosso, a realidade mais próxima e

fornecedora dos dados empíricos da pesquisa em sua fase exploratória, que a infra-

estrutura de cabos de fibra óptica passa necessariamente tanto pela efetivação de

políticas públicas nacionais quanto pela criação de um mercado regional em sua

dimensão hoje global dos investimentos internacionais.

O interior de Mato Grosso, em sua economia ainda bastante focada na pecuária e

na agricultura, tem a capital Cuiabá movida a comércio e serviços. Do ponto de vista da

economia informacional, torna-se premente que a infra-estrutura de fibra óptica se

constitua como condição de desenvolvimento, na medida em que atividades nos mais

diversos campos profissionais passam a depender da capacidade de fluxo de

informações e transmissões de dados.

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