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Page 1: Redalyc.FÁRMACOS VASOATIVOS EMPREGADOS EM EQUINOS … · equinos, porém, a reposição volêmica imp lica na administração de grandes volumes de ... síndrome cólica, ou seja,

Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas,

Agrárias e da Saúde

ISSN: 1415-6938

[email protected]

Universidade Anhanguera

Brasil

Kazue Ida, Keila; Trentinaro Ibiapina, Bruna; Magalhães Ambrósio, Aline

FÁRMACOS VASOATIVOS EMPREGADOS EM EQUINOS DURANTE A ANESTESIA INALATÓRIA:

REVISÃO DE LITERATURA

Ensaios e Ciência: Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde, vol. 14, núm. 1, 2010, pp. 209-223

Universidade Anhanguera

Campo Grande, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=26018705016

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Ensaios e Ciência Ciências Biológicas, Agrárias e da Saúde Vol. 14, Nº. 1, Ano 2010

Keila Kazue Ida Faculdade Anhanguera de Campinas unidade 3 [email protected]

Bruna Trentinaro Ibiapina Universidade de São Paulo - FMVZ/USP [email protected]

Aline Magalhães Ambrósio Universidade de São Paulo - FMVZ/USP [email protected]

FÁRMACOS VASOATIVOS EMPREGADOS EM EQUINOS DURANTE A ANESTESIA INALATÓRIA: REVISÃO DE LITERATURA

RESUMO

A anestesia inalatória é frequentemente empregada em equinos e é considerada uma anestesia geral segura para realização de cirurgias de longa duração em pacientes com estado de saúde crítico. Entretanto, um dos principais efeitos colaterais observados durante a anestesia inalatória nesta espécie é a depressão cardiovascular sendo, portanto, imprescindível o fornecimento de condições favoráveis ao adequado funcionamento do sistema circulatório. Neste contexto, os fármacos vasoativos são ferramentas essenciais para se otimizar a perfusão tecidual, pois atuam por meio de efeitos cronotrópicos e inotrópicos positivos e de aumento da resistência vascular sistêmica e periférica. O objetivo desta revisão foi o de reunir informações relevantes para o emprego adequado dos fármacos vasoativos em equinos durante a anestesia inalatória.

Palavras-Chave: cavalo; halogenado; hipotensão; drogas vasoativas.

ABSTRACT

Inhalation anesthesia is commonly used in horses and is considered a safe general anesthesia to perform long duration surgeries in critical care patients. However, cardiovascular depression is one of the main effects observed during general anesthesia in this species and it is essential to provide beneficial conditions for the proper functioning of the circulatory system. In this context, vasoactive drugs are essential tools to optimize tissue perfusion as they have positive inotropic and chronotropic effects and increase systemic and peripheral vascular resistance. The purpose of this review was to gather relevant information to the best use of vasoactive drugs in horses during inhalation anesthesia.

Keywords: horse; halogenate; hypotension, vasoactive drugs.

Anhanguera Educacional Ltda. Correspondência/Contato

Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo CEP 13.278-181 [email protected]

Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

Revisão de Literatura Recebido em: 28/12/2010 Avaliado em: 23/04/2011

Publicação: 27 de maio de 2011

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1. INTRODUÇÃO

A anestesia inalatória é frequentemente empregada na espécie equina por atender

requisitos de inconsciência, relaxamento muscular e analgesia, necessários para obtenção

de anestesia cirúrgica. Entretanto, esta qualidade anestésica ocorre às custas de depressão

da maioria dos sistemas orgânicos, sendo cerca de 0,9% a taxa de mortalidade de equinos

submetidos a cirurgias não relacionadas à síndrome cólica, valor este superior ao

encontrado para outras espécies. A depressão cardiovascular é apontada como a maior

causa de morte perianestésica de equinos sendo, portanto, imprescindível o fornecimento

de condições favoráveis ao funcionamento deste sistema durante a anestesia (JOHNSTON

et al., 2002; CORNICK-SEAHORN, 2004; BIDWELL et al., 2007; WAGNER, 2009).

Durante o período anestésico é essencial a manutenção da pressão arterial média

(PAM) em torno de 65-75 mmHg e, independente da causa, a hipotensão arterial (PAM

<60 mmHg) deve ser revertida por comprometer a perfusão tecidual, podendo resultar

em miopatia pós-operatória, íleo paralítico e insuficiência renal (FANTONI et al., 2002;

DOHERTY; MUIR, 2006; MUIR, 2009).

As estratégias terapêuticas para se reverter a hipotensão incluem a adequação do

plano anestésico, aumento da taxa de infusão de fluidos intravenosos e uso de fármacos

vasoativos (DUKE et al., 2006; VRIES et al., 2008; WAGNER, 2009). Em espécies de

pequeno porte, há possibilidade de se administrar o volume de reposição, primeiramente,

e caso esta manobra não seja efetiva, dá-se início ao uso dos fármacos vasoativos. Em

equinos, porém, a reposição volêmica implica na administração de grandes volumes de

fluidos intravenosos, cuja meta volêmica geralmente não é alcançada em tempo hábil para

se evitar as complicações da hipotensão. Por estas razões, o emprego de fármacos

vasoativos tem papel primordial nesta espécie, permitindo otimizar a função

cardiovascular por meio de pequenas doses, resposta dose-dependente e efeito rápido e

curto, resultando em efeitos vasculares periféricos, pulmonares e cardíacos (CORLEY,

2003; DOHERTY; MUIR, 2006; WAGNER, 2009).

Os principais agentes vasoativos são fármacos inotrópicos e vasopressores, que

de forma geral aumentam a força de contração cardíaca e o tônus da musculatura lisa

vascular, respectivamente. Os efeitos rápidos e potentes destes agentes podem determinar

mudanças drásticas nos parâmetros vitais, resultando em efeitos colaterais indesejáveis e

deletérios quando de seu uso inadequado (CORLEY, 2003; CORLEY, 2004; WAGNER,

2009).

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O conhecimento das principais propriedades dos agentes vasoativos e suas

respectivas indicações durante a anestesia inalatória da espécie equina possibilita o

emprego adequado destas substâncias, o reconhecimento imediato de efeitos indesejáveis

e suspensão do uso quando pertinente. Com este intuito, a presente revisão reuniu

informações práticas sobre os principais fármacos vasoativos utilizados na terapia da

hipotensão na referida espécie.

2. EFEITOS CARDIOVASCULARES DA ANESTESIA INALATÓRIA EM EQUINOS

Atualmente, não existe um anestésico geral que promova uma anestesia perfeitamente

equilibrada e sem efeitos adversos. Sendo assim, os anestésicos inalatórios atendem

requisitos para obtenção de anestesia cirúrgica, mas também deprimem de forma

significativa e dose-dependente as funções orgânicas, principalmente o sistema

cardiovascular (YAMANAKA et al., 2001; FANTONI et al., 2002; RAISIS, 2005; DRIESSEN

et al., 2006; BLISSITT et al., 2008).

O isofluorano e sevofluorano deprimem a função cardiovascular principalmente

por queda da resistência vascular sistêmica (RVS), enquanto o halotano o faz

predominantemente pela diminuição da força de contração do miocárdio, reduzindo o

débito cardíaco (DC). O resultado desta depressão cardiovascular é a diminuição da

pressão arterial (PA) e hipoperfusão tecidual, uma vez que a PA é determinada pela RVS

e pelo DC (PA = RVS x DC). Os mecanismos celulares responsáveis por estes efeitos têm

sido atribuídos a alterações na regulação das concentrações de cálcio (Ca) intracelular da

musculatura lisa vascular e cardíaca (YAMANAKA et al., 2001; GROSENBAUGH e

MATTHEWS, 2003; CORNICK-SEAHORN, 2004; DRIESSEN et al., 2006; BLISSITT et al.,

2008; SCHAUVLIEGE et al., 2009).

Alterações frequentemente encontradas durante a anestesia de equinos com

síndrome cólica, ou seja, endotoxemia, septicemia, lesão de reperfusão e hipercapnia

somam-se à depressão cardiovascular promovida pelos anestésicos inalatórios,

contribuindo significativamente para o estabelecimento de um quadro hipotensivo de

difícil reversão e que requer o uso de fármacos vasoativos (GROSENBAUGH e

MATTHEWS, 2003; CORLEY, 2004; WAGNER, 2009).

A perfusão tecidual inadequada (PAM < 60 mmHg) compromete a distribuição

de oxigênio e nutrientes aos tecidos e a remoção de dióxido de carbono e resíduos do

metabolismo tecidual. Além disso, em estado hipotensivo o organismo ativa mecanismos

de defesa que desviam o fluxo sanguíneo para o cérebro e coração. Assim, massas

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musculares, alças intestinais e rins poderão sofrer hipoperfusão e isquemia, resultando em

miopatia pós-operatória, íleo paralítico e insuficiência renal (CORLEY, 2004; RAISIS, 2005;

DUKE et al., 2006; WAGNER, 2009).

A ação adrenérgica dos fármacos vasoativos, ao promover aumento do tônus

vascular e da contratilidade miocárdica, favorece a perfusão tecidual, tendo importante

aplicação em situações de hipotensão circulatória, tal como a que ocorre em equinos

durante a anestesia inalatória (CORLEY, 2004; RAISIS, 2005; WAGNER, 2009).

3. MECANISMO DE AÇÃO DOS FÁRMACOS VASOATIVOS

O conhecimento do mecanismo de ação dos fármacos vasoativos permite guiar

adequadamente a terapia para cada caso hipotensivo. Os agentes vasoativos utilizados em

equinos durante a anestesia inalatória podem ter ação inotrópica positiva e/ou

vasopressora, as quais influenciam os parâmetros que regulam o DC, ou seja, o volume

sistólico (VS) e a frequência cardíaca (FC), dado que DC = VS x FC. O VS é o resultado da

interação entre as pressões e os volumes de enchimento ventricular (pré-carga), a

contratilidade do miocárdio e a resistência ao esvaziamento ventricular (pós-carga)

(ADAMS, 2003; BOWEN et al., 2004; CORLEY, 2004).

Os inotrópicos positivos são capazes de aumentar o DC e consequentemente a

PA ao aumentarem a força de contração miocárdica. Já os fármacos vasopressores

promovem aumento da RVS por vasoconstrição arteriolar e contribuem para o aumento

do gradiente de pressão entre arteríolas e vênulas favorecendo a perfusão sanguínea no

leito tecidual (TÁRRAGA, 2002; VITAL, 2002; BOWEN et al., 2004; CORLEY, 2004).

4. FÁRMACOS VASOATIVOS

No tratamento da hipotensão causada pela anestesia inalatória, a administração destes

agentes é realizada pela via intravenosa (IV), em bolus e/ou infusão contínua com o uso

de bomba de infusão. A administração deve ser titulada de acordo com seus efeitos, uma

vez que atuam por meio de resposta dose-dependente e efeito rápido e curto. Os

principais fármacos vasoativos utilizados na terapia da hipotensão são as aminas

simpatomiméticas ou agonistas adrenérgicos, que facilitam ou mimetizam a ativação do

sistema nervoso autônomo simpático. Seus efeitos resultam da interação com receptores

adrenérgicos alfa, beta ou dopaminérgicos (ação direta) ou da liberação de norepinefrina

(NE), da ação secundária em receptores adrenérgicos e da inibição da recaptação de NE

(ação indireta). Estes fármacos são representados pelas catecolaminas e não-catecolaminas

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de acordo com a presença ou não do núcleo catecol na sua estrutura química (VITAL,

2002; ADAMS, 2003; CORLEY, 2004).

As propriedades de diferentes aminas simpatomiméticas dependem de sua

afinidade por receptores adrenérgicos e da distribuição destes receptores no organismo. A

densidade destes receptores na superfície celular é dinâmica, podendo ser modulada por

um grande número de condições, tais como choque circulatório, insuficiência cardíaca

congestiva, asma e desnutrição grave. Nestas situações, o uso prolongado de

simpatomiméticos pode resultar em dessensibilização de receptores por diminuição do

número de receptores na superfície celular. Em outras situações, tal como o estresse, há

aumento da liberação endógena de catecolaminas, que ocupam os receptores, diminuindo

os que estão disponíveis para interação com fármacos de administração endógena (SAYK

et al., 2008; BYLUND, 2007).

4.1. Epinefrina

A epinefrina ou adrenalina é o protótipo dos simpatomiméticos de ação direta, pois é

agonista de todos os subtipos de receptores adrenérgicos alfa e beta descritos até o

momento. Seu efeito predominante depende da proporção de receptores presentes no

órgão-alvo, podendo apresentar efeitos inotrópico e cronotrópico positivos por ativar

receptores beta-1 em células do miocárdio e do nódulo sinoatrial, respectivamente. O

estímulo de receptores alfa produz constrição de vasos sanguíneos da pele, mucosas e

rins, aumentando a PA enquanto dilata vasos da musculatura esquelética (VITAL, 2002;

ADAMS, 2003; CORLEY, 2004; MINNECI et al., 2004; LOBO et al., 2006).

A potente vasoconstrição causada por este agente pode ocasionar isquemia

esplâncnica, além de arritmias e fibrilação cardíaca devido a sua ação cronotrópica

positiva. Assim, a epinefrina deve ser usada com cautela e tem indicações bastante

restritas, sendo o fármaco de primeira opção na ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Não

é o fármaco de primeira escolha para reversão da hipotensão ocasionada pelos anestésicos

inalatórios e sim em situações de choque refratários ao uso de NE e dopamina (DP)

(Tabela 1) (VITAL, 2002; BOWEN et al., 2004; MINNECI et al., 2004; LOBO et al., 2006;

DELLINGER et al., 2008; MATTHEWS; HARTSFIELD, 2004).

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Tabela 1. Taxa de infusão, receptores de atuação e efeitos de fármacos vasoativos sobre o débito cardíaco (DC), resistência vascular sistêmica (RVS) e pressão arterial (PA) em equinos com hipotensão.

Agentes vasoativos Taxa de infusão β1 β2 α1 DC RVS PA

Inotrópicos Positivos

Epinefrina 0,05 - 0,2 μg/kg/min +++ ++ +++ ↑ ↓↑ ↑↓

Dobutamina 1 – 5 μg/kg/min +++ + 0 a + ↑ ↓ ↑↓

Dopamina 2 – 10 μg/kg/min +++ 0 a + + a +++ ↑ ↓↑ ↑↔

Inibidores da PDE ↑ ↓ ↑↓

Ação Mista

Norepinefrina 0,1 - 0,75 μg/kg/min ++ 0 +++ ↓↔ ↑ ↑

Efedrina 0,02 μg/kg/min (solução a 20%) ++ 0 a + + ↑ ↑↓ ↑

Vasopressores

Fenilefrina 2 μg/kg/min (solução 0,002%) 0 0 +++ ↓ ↑ ↑

Vasopressina 0,1 – 0,2 μg/kg/min 0 0 +++ ↓ ↑ ↑

4.2. Norepinefrina

A norepinefrina (NE) ou noradrenalina mimetiza a ativação simpática e tem atividade

agonista em adrenorreceptores alfa e beta-1, exercendo pequena ação em receptores beta-

2. Sua ação primária é a constrição de leitos vasculares aumentando a RVS, o que diminui

o fluxo sanguíneo nos rins, cérebro, fígado e geralmente na musculatura esquelética, em

oposição à dilatação de vasos coronarianos. A NE não prejudica a perfusão renal caso a

volemia esteja adequada, mas deve-se evitar seu uso no choque hemorrágico ou

hipovolêmico e o débito urinário deve ser monitorado durante sua infusão. Pode haver

diminuição reflexa da FC e o DC pode ser elevado em 10 a 20% devido ao aumento da

força de contração miocárdica pela ação em receptores beta. Os efeitos adversos são

semelhantes aos da epinefrina, mas menos pronunciados e menos frequentes (VITAL,

2002; ADAMS, 2003; BOWEN et al., 2004; MINNECI et al., 2004; HOLLIS et al, 2006;

LOBO et al., 2006).

Em potros neonatos com hipotensão provocada pelo uso de isofluorano, segundo

Valverde et al. (2006), a NE pode ser utilizada (0,3 a 1,0 μg/kg/min) para aumento do

índice cardíaco (IC), da RVS e da PA, que são acompanhados pela manutenção adequada

da circulação esplâncnica.

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A NE é o agente vasopressor de primeira escolha no tratamento da hipotensão

promovida pelo choque séptico (DELLINGER, 2008; LOBO, 2006; WOOLSEY e

COOPERSMITH, 2006). É indicada durante a anestesia inalatória de equinos com

síndrome cólica, em casos de hipotensão secundária à anestesia geral e septicemia. Nestes

casos, recomenda-se a taxa de 0,1 a 0,75 μg/kg/min de NE em associação a inotrópicos

(BOWEN et al., 2004).

4.3. Dopamina

É um neurotransmissor endógeno e precursor da NE e epinefrina, presente em neurônios

simpáticos e na adrenal. Atua por meio da liberação de NE de terminais nervosos

simpáticos e estimulação direta de alfa-1, beta-1, beta-2 e receptores dopaminérgicos (DA).

Isto resulta em um fármaco com perfil complexo, onde diferentes efeitos (inotrópico, va-

sopressor, vasodilatador renal e diurético) predominam em diferentes taxas de infusão,

devendo ser necessariamente titulada (VITAL, 2002; CORLEY, 2004).

A DP pode ser utilizada em pacientes com disfunção miocárdica e vasodilatação

com grau de hipotensão moderado. Na espécie equina, a taxa de infusão deve ser de 2 a 5

μg/kg/min quando se objetiva alcançar seu efeito inotrópico positivo, assim como se o

intuito é o alcance de seu efeito vasopressor, deve-se administrá-la na taxa de 5 a 10

μg/kg/min (Tabela 1). Pode ser utilizada na hipotensão promovida pela anestesia

inalatória e é indicada como agente vasopressor em casos de choque séptico, porém pode

causar taquicardia e arritmia (CORLEY, 2004; BOWEN et al., 2004; RAISIS, 2005;

BEDENICE, 2007).

Em relação ao efeito da DP na perfusão muscular, ocorre aumento quando

administrada na taxa de 10 μg/kg/min, sendo que taxas de infusão de 2,5 a 5 μg/kg/min

não apresentaram este efeito em equinos sob anestesia inalatória (RAISIS, 2005). Outro

efeito polêmico seria seu uso como diurético em doses abaixo de 2,5 μg/kg/min por

atuação em receptores DA, porém os diuréticos de alça são mais potentes e seguros

quando se deseja este efeito. A DP isolada e em dose baixa não é recomendada como

terapia para melhorar o fluxo sanguíneo renal, pois neste caso não há evidência de

redução na incidência de insuficiência renal aguda, na necessidade de diálise ou na

mortalidade (LOBO et al., 2006; DELLINGER et al., 2008).

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4.4. Dobutamina

A dobutamina (DOB), um análogo sintético da DP, tem efeito agonista beta-1 adrenérgico

com afinidade fraca por receptores alfa e beta-2. Seu efeito inotrópico positivo é o mais

amplamente explorado no tratamento de hipotensão observada durante anestesia

inalatória em equinos, principalmente quando do uso de halotano. A explicação está no

fato de que este agente inalatório promove diminuição da PA principalmente por

diminuição da contratilidade do miocárdio e consequentemente do DC, enquanto o

isofluorano o faz principalmente por diminuição da RVS (STEFFEY; HOWLAND, 1980;

RAISIS, 2005; BLISSIT et al., 2008).

A taxa de infusão é de 1-5 μg/kg/min em equinos adultos e de 1-10 μg/kg/min

em potros (Tabela 1). Deve-se iniciar com uma taxa de infusão baixa, aumentando-se

apenas se necessário e concentrações adequadas são atingidas após cerca de 10 minutos

de infusão contínua. As arritmias cardíacas são os efeitos adversos mais comuns, mas

geralmente são resolvidos se a infusão for desacelerada (VITAL, 2002; BOWEN et al.,

2004; CORLEY, 2004; RAISIS, 2005; HOLLIS et al., 2006; VALVERDE et al., 2006;

BEDENICE, 2007; CRAIG et al., 2007). É o agente inotrópico de primeira escolha associado

à NE no choque séptico (LOBO et al., 2006; WOOLSEY; COOPERSMITH, 2006;

DELLINGER et al., 2008).

4.5. Efedrina

A efedrina é um agonista simpatomimético não-catecolaminérgico de ação indireta que

estimula a liberação de NE por neurônios simpáticos, podendo também bloquear a

recaptação de NE e atuar diretamente em receptores alfa e beta (LEE et al., 2002; VITAL,

2002; RAISIS, 2005; WAGNER, 2009). Segundo Grandy et. al (1989), o resultado destas

interações é o aumento do DC e da PA após administração de 0,06 mg/kg de efedrina IV

em equinos com hipotensão promovida pela anestesia inalatória com halotano. Em

equinos hígidos com hipotensão causada pela anestesia inalatória com isofluorano é

efetiva em restabelecer a PA sem prejuízo da RVS e IC, por meio de infusão contínua IV

de 0,02 mg/kg/min de uma solução a 20% (Tabela 1) (MARCHIONI, 2003). Lee et al.

(2002) observaram que a administração de 0,1 - 0,2 mg/kg em pôneis aumenta o DC, a PA

e a perfusão muscular.

Este fármaco tem baixo custo e efeito prolongado após administração em bolus. É

o fármaco de escolha na terapia vasopressora em estados hipotensivos causados por

anestesia peridural, tal como nas cesareanas. Nestes casos, também restaura o fluxo

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sanguíneo uterino, melhorando a oxigenação fetal (STRÜMPER et al., 2005; ERKINARO et

al., 2007).

4.6. Fenilefrina

É um agente não-catecolaminérgico sintético com ação agonista seletiva de receptores

alfa-1 adrenérgicos, o que resulta em elevação da PA às custas de aumento da RVS,

podendo haver diminuição do DC e da perfusão pulmonar, esplâncnica e muscular em

equinos anestesiados (VITAL, 2002; BOWEN et al., 2004; CORLEY, 2004; RAISIS, 2005;

BEDENICE, 2007).

Assim como a NE, é recomendada para melhorar a pressão de perfusão cerebral

por meio de aumento da PA sistêmica (LOBO et al., 2006). É o agente vasopressor de

segunda escolha no choque séptico refratário ao uso de outras catecolaminas, devendo ser

associado a um agente inotrópico, ou na hipotensão associada ao choque anafilático

(DELLINGER et al., 2008).

Na espécie equina é indicada a taxa de infusão de 0,1 a 0,2 μg/kg/min e

recomenda-se não exceder a dose de 0,01 mg/kg (BOWEN et al., 2004). Entretanto, a taxa

de infusão de 2 μg/kg/min de uma solução de fenilefrina 0,002% é capaz de reestabelecer

a PA sem prejuízo de outras variáveis hemodinâmicas em equinos hígidos com

hipotensão causada pela anestesia com isofluorano (Tabela 1) (MARCHIONI, 2003). Em

pôneis anestesiados com halotano, a infusão de 0,5 a 2 μg/kg/min não altera a perfusão

muscular, aumenta de forma dose-dependente a PA, mas diminui o DC (RAISIS, 2005).

A tabela 1 resume as principais características dos fármacos vasoativos, como a

taxa de infusão, os receptores de atuação e a intensidade de seus efeitos cardiovasculares

em equinos com hipotensão promovida pela anestesia inalatória.

5. PERSPECTIVAS FUTURAS

Alguns fármacos utilizados em humanos ainda não tiveram seus efeitos completamente

elucidados e suas doses determinadas na espécie equina, mas seu uso na terapia

hipotensora tem papel promissor. São eles os inibidores da PDE III, vasopressina e

terlipressina.

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5.1. Inibidores da fosfodiesterase III

Os inibidores da PDE III são agentes não-catecolaminérgicos com propriedades

inotrópicas positivas e vasodilatadoras. A inibição da enzima PDE III resulta em aumento

no estoque de Ca em miócitos cardíacos durante a diástole e maior facilidade de liberação

do mesmo durante a sístole subsequente. Assim, aumentam a força de contração do

miocárdio por um mecanismo em que não há participação de receptores adrenérgicos,

podendo ser úteis como agentes inotrópicos adjuvantes em casos de depressão

cardiovascular refratária às catecolaminas. Além disso, também melhoram a propriedade

de lusitropia do músculo cardíaco, ou seja, sua capacidade de relaxamento. O aumento do

Ca intracelular pode, entretanto, predispor a arritmias cardíacas e os inibidores da PDE III

também não são indicados no choque séptico, em que podem agravar a hipotensão. Na

espécie equina foram descritos apenas os efeitos da milrinona e enoximona (MUIR, 1995;

TOBATA et al., 2004; LOBO et al., 2006; SCHAUVLIEGE et al., 2007; SCHAUVLIEGE et

al., 2009).

Em equinos anestesiados com halotano, a milrinona em bolus (0,2 μg/kg)

seguida de infusão contínua (2,5-10 μg/kg/min) aumenta de forma dose-dependente a

FC, PAM e DC e seus efeitos persistem por cerca de 30 minutos após o término da infusão

(MUIR, 1995).

Em pôneis anestesiados com isofluorano, a enoximona (0,5 mg/kg IV) aumenta a

FC, DC e VS sem produzir alterações significativas na PA, apesar de melhorar a oferta de

oxigênio. A associação de 0,5 mg/kg de enoximona IV e infusão de 0,5 μg/kg/min de

DOB produz efeitos cardiovasculares aditivos e melhora as trocas gasosas pulmonares em

pôneis anestesiados com isofluorano (SCHAUVLIEGE et al., 2007; SCHAUVLIEGE et al.,

2008).

5.2. Vasopressina

A arginina-vasopressina ou hormônio antidiurético (ADH) endógeno é produzido e

secretado pela neurohipófise em resposta ao aumento da osmolaridade plasmática ou à

diminuição da volemia detectados por receptores hipotalâmicos e barorreceptores

carotídeos, respectivamente. Seus principais efeitos fisiológicos são vasoconstrição

sistêmica por ligação a receptores V1 na musculatura lisa vascular e regulação osmótica

por aumento da reabsorção hídrica nos ductos coletores por ligação a receptores V2 na

porção medular do rim (CORLEY, 2004; PABLO, 2006).

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O uso da vasopressina exógena é indicado em estados de hipotensão refratários à

fluidoterapia e à administração de catecolaminas, tais como choque séptico e RCP, pelo

fato deste agente não atuar em receptores adrenérgicos e sim em receptores específicos

próprios. Em pacientes hígidos normotensos pouco influencia a PA, mas seu efeito

vasopressor é cerca de cinco vezes mais potente em estados de hipotensão (CORLEY,

2004; PABLO, 2006; HILTEBRAND et al., 2007; YOO et al., 2007).

Na fase tardia do choque séptico os níveis de vasopressina encontram-se baixos e

pode haver dessensibilização de receptores adrenérgicos. Nestes casos, a vasopressina é

indicada como agente vasopressor adjunto à NE (DELLINGER et al., 2008). Corley (2004)

sugeriu a taxa de infusão inicial de 0,25-0,5 mU/kg/min em potros neonatos com

hipotensão por septicemia.

Na RCP, segundo Wenzel et al. (2000) e Stadlbauer et al. (2003), a vasopressina

promove melhor recuperação neurológica do que a epinefrina, pois causa vasoconstrição

de arteríolas periféricas desviando sangue para coração e cérebro, aumentando o fluxo

sanguíneo e oxigenação cerebral. Além disso, não promove os efeitos indesejáveis da

epinefrina, ou seja, não aumenta a FC e o consumo de oxigênio pelo miocárdio. Por estas

razões, a “European Resuscitation Council Guidelines for Resuscitation 2005” e o

“American Heart Association Guidelines 2005” têm reconhecido o uso da vasopressina

como um vasoconstritor substituto à primeira ou à segunda administração de epinefrina

na RCP (AHA GUIDELINES, 2005; NOLAN et al., 2005).

Em potros neonatos com hipotensão secundária ao uso de isofluorano, a

vasopressina (0,3 e 1,0 mU/kg/min) não foi capaz de restaurar a função cardiovascular e

manter adequada a função esplâncnica, sendo a associação de NE e DOB mais indicada

nesses casos (VALVERDE et al., 2006; BEDENICE, 2007).

5.3. Terlipressina

É o análogo sintético da vasopressina com maior seletividade para receptores V1a, que

possui efeito vasoativo mais longo e potente, além de menor frequência de efeitos

colaterais cardiovasculares (ERTMER et al., 2005). É utilizada em pacientes com choque

hemorrágico, pois determina desvio do fluxo sanguíneo da circulação esplâncnica em

direção ao coração, pulmões e cérebro, resultando em redução significativa de

sangramentos (FELIX, 2006; BALDASSO et al., 2007). No tratamento de hipotensão

arterial associada à sepse, segundo Morelli et al (2009), o uso da terlipressina é mais

vantajoso que a vasopressina em relação à estabilização hemodinâmica, requerimento de

norepinefrina e lesões hepáticas farmacológicas. Atualmente, não há estudos específicos

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publicados sobre o uso da terlipressina em equinos, sendo um fármaco de elevado custo e

uso restrito na veterinária.

6. CONCLUSÃO

De forma geral, as estratégias terapêuticas instituídas inicialmente podem resultar em

efeitos distintos e a resposta individual à infusão de fármacos vasoativos deve ser sempre

monitorada. Desta forma, alterações indesejáveis podem ser precocemente reconhecidas e

tratadas, assim como mudanças na terapia hipotensora instituídas. No tratamento da

hipotensão arterial em equinos durante a anestesia inalatória, indica-se a infusão de

dobutamina como vasoativo de primeira escolha quando do uso de halotano e a efedrina

quando do uso de isofluorano. Em anestesias de equinos septicêmicos, a adição de

agentes vasoativos como a norepinefrina ou fenilefrina é indicada para restauração da PA.

Em casos de RCP, a adrenalina em bolus é a indicada como fármaco de primeira escolha.

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Keila Kazue Ida

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Estadual de Londrina (2006). Programa de Residência em Clínica de Equinos e Cirurgia de Grandes Animais pela USP (2007). Especialização em Anestesiologia Veterinária pelo Instituto Brasileiro de Veterinária e Faculdade de Jaguariúna (2010). Mestre em Ciências pela USP (2010). Professora de Anestesiologia Veterinária da Faculdade Anhanguera de Campinas – unidade 3.

Bruna Trentinaro Ibiapina

Graduada em Medicina Veterinária pela USP (2007). Programa de Residência em Clínica de Equinos e Cirurgia de Grandes Animais pela USP (2008).

Aline Magalhães Ambrósio

Graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Paulista (1998). Mestrado em Clínica Cirúrgica Veterinária pela USP (2000). Doutorado em Clínica Cirúrgica Veterinária pela USP (2005). Docente do Departamento de Cirurgia da FMVZ - USP (2006).