redacÇÃo e administraÇÃo m carta aberta chávenas de … · 2020-02-11 · preço í$00...

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preço í$ 0 0 Quinta-feira, 12 de Maio de 1955 Ano I — N.° 11 F * 1 1 O Y ] I N C l [ A Proprietário, Administrador e Editor V. S. M O T T A P I N T O REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO -------------------------- - m O -RUA JOSÉ JOAQUIM MARQUES, 48 - A N T r J O ----------------------------------------------------— COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO - TIPOGRAFIA «GRAFEX» - MONTIJO DIRECTOR R U Y D E M E N D O N Ç A ( 'pt&kLemas iô ciais A protecção ao trabalhador pelo Dr. Orlando de Sousa Branca Na época conturbada que o mundo atravessa, mais preocupado com o material do que com o espiritual, em que os povos teimam em afirmar a sua presença mais através das realizações ma- teriais do que das criações do espírito, não podem os Estados demitir-se da obri - gação que lhes cabe de cui- darem da saúde do traba- lhador, unidade, e eixo à volta do qual gravita toda a riqueza das nações. Não há necessidade espe- cial de vincar o valor eco- nómico e social do homem são, elemento de trabalho e produção da mesma íorma que de paz e segurança política e social. Ao contrá- rio, nunca será de mais chamar a atenção para o valor dos meios de manter em pleno rendimento o ca- pital humano, riqueza ines- timável que tantas vezes em tão pouco se avalia. Trabalhador é, por defi- nição, todo aquele que de- senvolve uma actividade, um esforço produtivo. Tra- balho é um esforço penoso tendente à realização objec- tiva ou subjectiva de pro- dução material ou espiri- tual Não são definições de es- cola mas chãs expressões que abrem caminho à com- preensão de que onde esti- ver um homem desenvol- vendo uma actividade pro- dutiva aí está um trabalha- dor, venha o labor do corpo venha ele do espírito. Assim posto o problema, desaparece o conflito que o vulgo alimenta numa aná- lise muito simplista e su- perficial de meras aparên- cias em que mil vezes se lhe não revela o desgaste sofrido pelo complexo ma- quinismo huma-no, quer como r e s u l t a d o de uma actividade predominante- mente cerebral quer como consequência de uma acti- vidade predominantemente física, muscular, uma e ou- tra igualmente geradoras de (Continua na página 8) Sentinelas da (asa Lusitana Quem se debruçar so’>re o mapa de Portugal Histórico verá que ele se encontra ponteado de castelos, as grandes e intemeratas sentinelas ^"e, sempre atentas e vigilantes, ajudaram a fundar e a conservar o remo fundado por D. Afonso Henriques. Foram eles vítimas de assédios arrojados, onde os nossos avoengos, a golpe de alfange, escreveram com 0 seu sangue as páginas mais brilhantes da História Lusa. Cada uma das suas pedras constitui um capítulo da nossa História Pátria. O Castelo de enamacor, praça fronteiriça repovoada por I). Sancho 1, desempenhou Papéis importantíssimos na defesa da Páti ia nos tempos em que o Cres- |jente da moirama flutuava na Terra Lusa, e nas guerras da Restauração a Independência contra as hostes de D. João 1 de Castela e restauração ^hpma. CARTA ABERTA à Imprensa Regionalista Portuguesa cA nossa resposta Fomos dos últimos a che- gar, pois a nossa curta exis- tência, mede-se por onze números publicados. Seremos talvez dos pri- meiros a responder à «Carta aberta» que o Jornal de Sintra , pela brilhante pena do seu ilustre director o jor- nalista António Medina Jú- nior, endereça a toda a Imprensa Regionalista Portu- guesa. Já neste jornal se tem dito algo sobre o assunto. Volta- mos hoje a escrever, porque não queremos enfileirar ao lado daqueles que se «que- daram mudos e quedos ante tão clara e oportuna suges- tão». A união faz a força, diz a sabedoria popular, e com razão. Unidos os jornais que constituem a Imprensa Re- gional,, poderão mais facil- mente vencer as vicissitudes, as dificuldades, os entraves ou as incompreensões que dia a dia, hora a hora se nos deparam. Não temos projecção, nem Voz, nem saber, nem expe- riência, nem força, para constituirmos cabeça de tão oportuna quanto necessária realização, mas mesmo com os minguados recursos de que dispomos, estamos dis- postos a pugnar, a agitar, a colaborar na organização, a dar numa palavra, o melhor do nosso esforço e saber, para que se realize o II Con- gresso da Imprensa Regio- nalista Portuguesa — e que dessa magna reunião nasça definitivamente um Grémio, uma Associação ou qualquer outra forma orgânica, que una pelos mesmos laços, pelos mesmos interesses e pelos mesmos benefícios, os jornais pequenos (?) de Por- tugal. António Medina Júnior, no seu Jot nal de Sintra , e João Martinho de Freitas, em A Nossa Terra , Velhos (!) e prestigiosos jornalistas, incansáveis batalhadores pela causa da imprensa re- gional, valores positivos, que são uma garantia para a realização da obra que se pretende erguer, podem sem favor, pois méritos lhe so- bram para tal empresa, além de que lhes pertence a ideia, colocar-se à frente da orga- nização do Congresso. «A Província» e todos que neste jornal trabalham, dão- -lhe o seu incondicional apoio. Esta é a nossa resposta, dela fica a certeza, para os homens que tão desinteres- sadamente têm levantado o problema, que não caminham sozinhos. Pelo m e n o s têm a seu lado o entu- siasmo, o interesse, o amor pela causa, a mocidade e as colunas deste jornal à dis- posição para levar por diante tal empreendimento. Ruy de Mendonça Protestamos Chegam-nos neste mo- mento do Fundão, — Vila sim- pática— onde «A Província» conta um grande número de assinantes e amigos, notícias de que o nosso Redactor Nuno de Menezes foi Vítima de uma agressão em virtude de um artigo seu incerto no nosso jornal de 5 do corrente. Dada a hora tardia a que nos chegou a notícia e por- que não temos ainda elemen- tos completos sobre o insó- lito acontecimento, limitamo- -nos hoje a, com toda a energia protestar, contra tão mesquinho quanto soez pro- cedimento, lamentando que Nuno de Menezes, jornalista probo e competente que ao nosso jornal tem prestado relevantes serviços, tenha sido Vítima de bem cumprir o seu dever. «A Província» pretende servir o Fundão, como aliás todas as terras de Portugal. Nada justifica que uma crítica bem feita ou um re- paro justo, sejam defendidos a soco. Chávenas de café quase am argo por Ç)r. ^ jtuz JKalpique Mistério e confusão Conhecido o caso daquele homem que queimou as pes- tanas sobre os problemas do além e que, chegada a hora da morte, serenamente se diz: «Sempre a mim mesmo perguntei como se operaria a separação da alma e do corpo. Vou agora saber.* E talvez soubesse. Mas todos os moribundos levam consigo o segredo. Ignoramos e ignoraremos. Transposto o limite da Vida, tudo é mis- tério e confusão. Peso do tempo A’ primeira vista, o tempo parece-nos imponderável. Não é Verdade. Vamos vi- vendo — e ele vai pesando sobre nós, de tal maneira que, quando alcançamos a velhice, damos a impressão de carregar toneladas, tão ajoujados damos um passo à frente. E de carga em so- brecarga, o tempo acaba por nos esmagar. Óptica psicológica Se um olhar é um, as es- pécies são mil. Ao lado de olhos que comtemplam a paisagem como cães de loiça, outros existem que devoram essa mesma paisagem. A par dos olhos que perscrutam com esperança e fé, outros há que transpiram angústia, desânimo, cepticismo. E r.ão faltam aí olhares triunfantes e perfurantes, ao lado de olhares derrotados que su- plicam a esmola duma con- solação. Morté irremediável Queima-se uma casa — e no lugar dela outra se le- vanta. Inunda-se um campo — e é possível secá-lo. Perde- mos a nossa fortuna— e ainda ficamos com esperança de a restaurar. Esfiapa-se u’m fato — e outro se arranja. Para tudo se encontra um remédio. As boticas da vida têm remédio para todos os desarranjos das coisas do homem. Só para a morte re- médio não há. levantado, pó caído O pavimento do mundo é feito da sepultura dos mortos. É cemitério onde repousam todos os que passaram, onde (Continua na píglna 8)

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Page 1: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO m CARTA ABERTA Chávenas de … · 2020-02-11 · preço í$00 Quinta-feira, 12 de Maio de 1955 Ano I — N.° 11 F * 1 1 O Y ] I N C l [ A Proprietário,

preço í$ 0 0 Quinta-feira, 12 de Maio de 1955 Ano I — N.° 11

F * 1 1 O Y ] I N C l [ A

P r o p r i e t á r i o , A d m in is tr a d o r e Editor

V . S . M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO-------------------------- - m O

- R U A JOSÉ JOAQUIM MARQUES, 48 - A

N T r J O ----------------------------------------------------—

COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO - TIPOGRAFIA «GRAFEX» - MONTIJO

D I R E C T O R

R U Y D E M E N D O N Ç A

('pt&kLemas iô ciais

A p r o t e c ç ã o a o t r a b a l h a d o r

pelo D r . O r l a n d o d e S o u s a B r a n c a

Na época conturbada que o mundo atravessa, mais preocupado com o material do que com o espiritual, em que os povos teimam em afirmar a sua presença mais através das realizações ma­teriais do que das criações do espírito, não podem os Estados demitir-se da obri­gação que lhes cabe de cui­darem da saúde do traba­lhador, unidade, e eixo à volta do qual gravita toda a riqueza das nações.

Não há necessidade espe­cial de vincar o valor eco­nómico e social do homem são, elemento de trabalho e produção da mesma íorma que de paz e segurança política e social. Ao contrá­rio, nunca será de mais chamar a atenção para o valor dos meios de manter em pleno rendimento o ca ­pital humano, riqueza ines­timável que tantas vezes em tão pouco se avalia.

Trabalhador é, por defi­nição, todo aquele que de­senvolve uma actividade,

um esforço produtivo. Tra­balho é um esforço penoso tendente à realização objec­tiva ou subjectiva de pro­dução material ou espiri­tual

Não são definições de es­cola mas chãs expressões que abrem caminho à com­preensão de que onde esti­ver um homem desenvol­vendo uma actividade pro­dutiva aí está um trabalha­dor, venha o labor do corpo venha ele do espírito.

Assim posto o problema, desaparece o conflito que o vulgo alimenta numa aná­lise muito simplista e su­perficial de meras aparên­cias em que mil vezes se lhe não revela o desgaste sofrido pelo complexo ma- quinismo h uma - no , quer como r e s u l t a d o de uma a c t i v i d a d e predominante­mente cerebral quer como consequência de uma acti­vidade predominantemente física, muscular, uma e ou­tra igualmente geradoras de

(Continua na página 8)

Sentinelas da (asa Lusitana

Q u em se d e b r u ç a r s o ’>re o m a p a d e P o r tu g a l H is tó r ic o v e rá q u e e le se e n c o n tr a p o n te a d o d e c a s te lo s , a s g r a n d e s e in te m e r a ta s s e n tin e la s ^ "e , se m p re a te n ta s e v ig ila n te s , a ju d a r a m a fu n d a r e a c o n s e r v a r o rem o fu n d ad o p o r D . A fo n so H e n r iq u e s . F o r a m e le s v í t im a s d e a ssé d io s arro ja d o s, o n d e o s n o s s o s a v o e n g o s , a g o lp e d e a lfa n g e , e s c r e v e r a m co m 0 seu s a n g u e as p á g in a s m a is b r i lh a n t e s da H is tó r ia L u s a . C ad a u m a d as suas p e d ra s c o n s t i tu i u m c a p ítu lo d a n o s s a H is tó r ia P á tr ia . O C a s te lo de

e n a m a co r , p ra ç a f r o n t e i r iç a re p o v o a d a p o r I ) . S a n c h o 1, d e s e m p e n h o u Papéis im p o r ta n t ís s im o s n a d e fe sa d a P á t i ia n o s te m p o s e m q u e o C r e s - |jen te da m o ira m a f lu tu a v a n a T e r r a L u s a , e n a s g u e r r a s d a R e s ta u r a ç ã o

a In d e p e n d ê n c ia c o n t r a as h o s te s d e D . Jo ã o 1 d e C a s te la e re s ta u ra ç ã o hpma.

C A R T A A B E R T Aà Imprensa Regionalista Portuguesa

cA nossa respostaFomos dos últimos a che­

gar, pois a nossa curta exis­tência, mede-se por onze números publicados.

Seremos talvez dos pri­meiros a responder à «Carta aberta» que o Jornal de Sintra, pela brilhante pena do seu ilustre director o jor­nalista António Medina Jú­nior, e n d e r e ç a a toda a Imprensa Regionalista Portu­guesa.

Já neste jornal se tem dito algo sobre o assunto. Volta­mos hoje a escrever, porque não queremos enfileirar ao lado daqueles que se «que­daram mudos e quedos ante tão clara e oportuna suges­tão».

A união faz a força, diz a sabedoria popular, e com razão. Unidos os jornais que constituem a Imprensa Re­gional,, poderão mais facil­mente vencer as vicissitudes, as dificuldades, os entraves ou as incompreensões que dia a dia, hora a hora se nos deparam.

Não temos projecção, nem Voz, nem saber, nem expe­riência, nem forç a, para constituirmos cabeça de tão oportuna quanto necessária realização, mas mesmo com os minguados recursos de que dispomos, estamos dis­postos a pugnar, a agitar, a colaborar na organização, a dar numa palavra, o melhor do nosso esforço e saber, para que se realize o II Con­

gresso da Imprensa Regio­nalista Portuguesa — e que dessa magna reunião nasça definitivamente um Grémio, uma Associação ou qualquer outra forma orgânica, que una pelos me smos laços, pelos mesmos interesses e pelos mesmos benefícios, os jornais pequenos (?) de Por­tugal.

António Medina Júnior, no seu Jot nal de Sintra, e João Martinho de Frei tas , em A Nossa Terra, Velhos (!) e prestigiosos jornal i s tas , i nc an s á ve i s batalhadores pela causa da imprensa re­gional, valores positivos, que são uma garantia para a realização da obra que se pretende erguer, podem sem favor, pois méritos lhe so­bram para tal empresa, além de que lhes pertence a ideia, colocar-se à frente da orga­nização do Congresso.

«A Província» e todos que neste jornal trabalham, dão- -lhe o seu i ncondi c i onal apoio.

Esta é a nossa resposta, dela fica a certeza, para os homens que tão desinteres­sadamente têm levantado o problema, que não caminham s o z i n h o s . Pelo m e n o s têm a seu lado o entu­siasmo, o interesse, o amor pela causa, a mocidade e as colunas deste jornal à dis­posição para levar por diante tal empreendimento.

Ruy de Mendonça

P r o t e s t a m o sChegam-nos n e s t e mo­

mento do Fundão, — Vila sim­pática— onde «A Província» conta um grande número de assinantes e amigos, notícias de que o nosso Redactor Nuno de Menezes foi Vítima de uma agressão em virtude de um artigo seu incerto no nosso jornal de 5 do corrente.

Dada a hora tardia a que nos chegou a notícia e por­que não temos ainda elemen­tos completos sobre o insó­lito acontecimento, limitamo- -nos hoje a, com toda a

energia protestar, contra tão mesquinho quanto soez pro­cedimento, lamentando que Nuno de Menezes, jornalista probo e competente que ao nosso jornal tem prestado relevantes serviços, tenha sido Vítima de bem cumprir o seu dever.

«A Província» pretende servir o Fundão, como aliás todas as terras de Portugal.

Nada justifica que uma crítica bem feita ou um re­paro justo, sejam defendidos a soco.

C h á v e n a s d e c a f é q u a s e a m a r g o

p or Ç)r. jtuz JKalpique

M i s t é r i o e c o n f u s ã o

Conhecido o caso daquele homem que queimou as pes­tanas sobre os problemas do além e que, chegada a hora da morte, serenamente se diz: «Sempre a mim mesmo perguntei como se operaria a separação da alma e do corpo. Vou agora saber.*

E talvez soubesse. Mas todos os moribundos levam consigo o segredo. Ignoramos e ignoraremos. Transposto o limite da Vida, tudo é mis­tério e confusão.

P e s o d o t e m p o

A’ primeira vista, o tempo p a r e c e - n o s imponderável. Não é Verdade. Vamos vi­vendo — e ele vai pesando sobre nós, de tal maneira que, quando alcançamos a velhice, damos a impressão de carregar toneladas, tão ajoujados damos um passo à frente. E de carga em so­brecarga, o tempo acaba por nos esmagar.

Ó p t i c a p s i c o l ó g i c a

Se um olhar é um, as es­pécies são mil. Ao lado de olhos que comtemplam a paisagem como cães de loiça, outros existem que devoram essa mesma paisagem. A par dos olhos que perscrutam com esperança e fé, outros há que transpiram angústia, desânimo, cepticismo. E r.ão faltam aí olhares triunfantes e perfurantes, ao lado de olhares derrotados que su­plicam a esmola duma con­solação.

M o r t é i r r e m e d i á v e l

Queima-se uma casa — e no lugar dela outra se le­vanta. Inunda-se um campo — e é possível secá-lo. Perde­mos a nossa fortuna— e ainda ficamos com esperança de a restaurar. Esfiapa-se u’m fato — e outro se arranja.

Para tudo se encontra um remédio. As boticas da vida têm remédio para todos os desarranjos das coisas do homem. Só para a morte re­médio não há.

P ó l e v a n t a d o , p ó c a í d o

O pavimento do mundo é feito da sepultura dos mortos. É cemitério onde repousam todos os que passaram, onde

(Co ntinua na p íg ln a 8)

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Á PROVINCIA 12-5 955

M O N T I J O DIA A DIAAgendaprofissional

M é d ico s

D r. A n tó n io fe rre ira

da TrindadeRua Bulhão Pato, 42

Telef. 026131 — MONTIJO

cAfLitciatida e eomeiitatidô

D r. Álcides Raim undo

da CunhaM O N T I J O SARILHOS GRANDES

D r. A ve lin o Rocha BarbosaDas 15 às 20 h.

R. Almirante Reis, 68, 1.° Telef. 026245 — MONTIJO

D r. E d u a rd o GomesTelef. 026038 — MONTIJO

D r. fa u sto Eugênio Lopes

de N e ivaDas 10 às 13 h.

R. Almirante Reis, 68, 1.° Telef. 026256 - MONTIJO

D r. Jo ã o À ze v e d o CoutinhoTelef. 026075 - MONTIJO

D r. Jo ã o filip e B a ra taTelef. 026026 — MONTIJO

D r. Gonçalves GuerraCLINICA GERAL

Rua Bulhão Pato, 58 Telef. 026 153 - MONTIJO

Augusto Angelo de Sousa

P ra d oSolicitador Judicial Provisionário

Praça Sousa Prado Telef. 57 (P. P. C.)

O D E M I R A

fa r m á c ia s de Serviço

Da 12 a 18 da Maio

5.a-feira, 12 ■6.°-feira, 13 - Sábado, 14 ■ Domingo, 15 ■2.”-feira, 16 ■3.“- feira, 174.a-feira, 18

M o d e r n aD i o g oG e r a l d e sM o n t e p i oM o d e r n aD i o g oG e r a l d e s

Oda

Relatório eMunicipalCâmara

n o

Isto é MontijoH o r á r i o

Rádio Peninsular:2.as e 5.as-feiras, às 13,40 h.3.as-feiras, às 20 horas

Rádio Restauração:Todos os dias, às 10,30 horas

Rádio Clube Português:2.as-feiras, às 12,15 h (inte­grado no programa «Isto é Portugal».

(Continuação do número anterior)

M a t a d o u r oConsiderámos no relatório

anterior as obras das novas instalações em vias de con­clusão, porém, à medida que os trabalhos decorrem, vão surgindo novas idéias e as alterações e ampliações são consequência inevitável.

O mesmo se poderia dizer da aparelhagem respectiva, que estava prevista com sim­plicidade e economia, mas que agora, se Vai tornando c o m p le x a e consequente- mente mais cara.

Assim, foi instalada a apa­relhagem denominada Via Aérea, que permite o fácil e rápido transporte de reses abatidas e facilita igualmente a expedição para os talhos.

Adquiriu-se um atrelado rebocável pelo tractor, o qual vai ser dotado da respectiva caixa.

Lamentando pois a demora da entrada em funcionamento das novas instalações, não deixamos de reconhecer as vantagens conseguidas que, se muito melhoram os ser­viços, também beneficiam o público pois melhoram gran­demente as condições de higiene.S e r v i ç o s d e f i s c a l i z a ç ã o

Foi notável a baixa verifi­cada na despesa com estes serviços motivada por o sub- -chefe e guardas, que eram pagos pela Câmara, pas­sarem a receber pelo Co­mando Distrital.

O facto, nada afectou a regularidade dos serviços, que continuam a ser desem­penhados com oprumo e boa Vontade.

Dado o crescente incre­mento que estes serviços têm tomado, solicitámos mais unidades, o que permitiu a permanência de um sinaleiro no cruzamento da Rua José Joaquim Marques com a Rua João Pedro Iça, necessidade esta, que de há muito se fazia sentir, dada a grande aglomeração de veículos, es­p e c ia lm e n te na parte da tarde.

As instalações do Posto Policial são já deficientes para as necessidades dos serviços, o que nos levou a diligenciar a sua substituição por edifício próprio, em local mais conveniente.

Esta solução, se bem que onerosa, terá de ser encarada oportunamente, dada a ma­nifesta necessidade.

M e r c a d o s e f e i r a sFoi sensivelmente igual a

despesa efectuada com estes serviços.

dean o de 1 9 5 4

ContasMontijo

Dado o próximo fim do barracão que hoje serve de mercado, temos limitado ao mínimo as despesas de con­servação, mas receamos que esta medida possa ter efei­tos contraproducentes, pois o estado de ruína, quase iminente poderá obrigar a despesa grande.

Sobre o novo Mercado Central que poderemos di­zer-vos? Muitas páginas po­deríamos encher para vos falar das arrelias desanima- doras, das dificuldades de

toda a ordem, dos dias per­didos, das diligências falha­das e também, da grande alegria, da enorme satisfação que nos proporciona o seu crescimento constante, que acompanhamos diáriamente, não só por se cruzar no nosso caminho, mas também pelo grande interesse que nos merece.

Noutro local deste traba­lho voltarei a falar desta obra para não alongar dema­siado este capítulo.

(Continua no próximo número)

f ^ a z e t i U t a

Senhores T Senhores T Pasmai J Da incúria e abandono Do caos em que ele está.

Senhoresi Senhores I Gritai J Aquilo não tem dono E’ Parque ou não será ?

Senhores J Senhores T Escutai l Parece um mato bravo Onde ninguém habita.

Senhores I Senhores T Parai 1 Achai p ’ra mim um cravo, Qualquer f lo r bonita.

Senhores\ Senhores T Olhai I E’ pena confessar.E’ triste, doloroso.

Senhores I Senhores I Chorai 1 Mas mandem-no arran ja r E tornem-no formoso.

Zé de Montijo

PN EU S

M A B O RAgência oficial:

Viuva & Filhos d t Román Sanchez

Problemas da nossa terrac/linda ás ttaiupartes

Parece-nos ser de insistir com este magno problema, agora mais agitado, e por isso aqui voltamos, tratan- do-o com aquele carinho de que é merecedor, até o vermos realizado a nosso contento ou então, esgotados todos os r e c u r s o s , a b a n d o n á -lo sem qualquer esperança de atingirmos o objectivo em vista, f

Este problema de hoje, que também o é de ontem e de sempre e que visa a liga­ção da capital com o sul do país e muito especialmente com a margem sul do Tejo, tem preocupado não só as entidades resp o n sá v eis , e não responsáveis, como ainda e principalmente os interes­sados por mais humildes 1

Na verdade o Estado atra­vés dos seus organismos pró­prios, as Câmaras Munici­pais e as empresas concessio­nárias, algo tem jeito no sentido de conseguir, senão a solução ideal, pelo menos algumas melhorias, sem con­tudo atingirem a sua perfei­ção.

P or outro lado os interes­sados, que tantas vezes são os prejudicados, têm também os seus planos que nem por fa lta de bases técnicas dei­xariam, em sua opinião evi­dentemente, de resolver o pro­blema em definitivo.

Entt etanto o tempo decorre indiferente mas as regiões afectadas não perdem as esperanças, pois continuam a lutar pela satisfação dos seus interesses e até pelos direitos que o progresso da técnica já hoje proporciona aos povos, mas que por razões, di f ic ilm e n te justificáveis, teimam negar-lhes.

Almada e Montijo, têm como aspiração suprema a <t.sua ponte». O Barreiro,

Seixal e Alcochete lutam insistentemente por uma me­lhoria real de transportes, que embora alguns possuam consideram c o n tu d o defi­cientes.

A Moita do Ribatejo deses­pera por uma ligação directa à capital do Império. Em fim uma plêiada de insatisfeitos, cada qual com as suas razões aceitáveis e atendíveis.

Sabemos, embora sem ele­mentos con cretos, que as autoridades de cada um destes concelhos têm empregado os seus melhores esforços para obter a solução do seu pro­blema mas, segundo cremos, as dificuldades são comuns, pois as entidades que decidem ou por qualquer form a po­dem ter interferência, são em todos os casos, as mesmas, com os inconvenientes afins, dentre os quais a emperra- dora máquina burocrática!

No que respeita à nossa terra, e para não recuarmos muito no tempo, temos a assinalar algumas deligên­cias da Câmara Municipal, junto da Empresa Marítima de Transportes, que nada mais conseguiu que a nova carreira que sai de Montijo às io horas.

Posteriormente, e já no ano findo, por iniciativa par­ticular foi ainda elaborada uma convincente exposição do assunto, subscrita por muitas centenas de assinaturas onde se salientava a necessidade e possibilidade de mais carrei­ras e indicando até possíveis horários.

T a l documento, para me­lhor reconhecimento de vali­dade, fo i entregue na Câmara Municipal que numa das suas reuniões o apreciou de­vidamente; dada a impor­tância do assunto e mani­

festa oportunidade, deliberou dar-lhe todo o seu patrocínio, enviando-o à Administração Geral do Porto de Lisboa com o seu parecer favorável. Nada resultou, bem como outras diligências e esclare­cimentos que se seguiram, pois tudo esqueceu, visto dou­tra form a não podermos in­terpretar o silêncio daquele organismo.

No entanto, e entretanto a Casa do Ribatejo por inter­médio do seu ilustre Secre­tário Geral sr. Luís da Costa Santos, grande amigo da nossa te r r a , interessou-se dedisadamente pelo assunto, desenvolvendo uma acção no­tável junto das entidades o f iciais respectivas e da em­presa concessionária, mas não fo i mais fe liz pois não obteve quaisquer resultados prá­ticos.

Mas em virtude da trans­cendência da assunto a que andam ligados muitos facto­res, o problema fo i nova­mente levantado com inte­resse especial para o nosso concelho com a apresentação do projecto de ligação por ferry-boats entre Xabregas e Montiio.

Como hoje já nos alongá­mos roubando precioso es­paço ao jornal, voltaremos no próximo número a falar sobre o assunto, analisando-o, servindo-nos de elementos gentilmente colhidos na Câ­mara Municipal.

Contamos ainda, para agi­tar e desenvolver conveniente­mente os interesses de Mon­tijo, ouvir para *A Provin­cia» alguns dos elementos do núcleo regional do nosso concelho, trazendo assim os leitores ao corrente das de- marches efectuadas.

Repórter W

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12.5 955 y A PROVINCIA 3

NOTICIAS DA SEMANAEsclarecendoA 1 .° d e D e z e m b r o d i z d e s u a ju s t i ç a

cAçendaDoentes

— No passado dia 3, no Hospital de Jesus, foi submetido a melin­drosa intervenção cirúrgica, o nosso prezado amigo sr. João Es- teves de Oliveira, tendo o acto operatório decorrido satisfatòria- mente encontrando-se este nosso estimado assinante em franca con­valescença.

«A Província» deseja-lhe pronto restabelecimento para que volte breve ao convívio de sua família e amigos.

Casamento— Consorciou-se no passado do­

mingo 8, em Lisboa a nossa assi­nante sr.a D. Deolinda do Carmo Santos com o sr. José Augusto Roque.

Aos noivos apresenta «A Pro­víncia», os melhores votos de feli­cidade.

Aniversários— Dia 6 — A menina Maria Isa­

bel Carlota Beatriz, gentil filha, do nosso assinante senhor Domin­gos Beatriz.

— Dia 8 — O menino António Manuel Lourenço Gomes, filhinho do nosso prezado assinante senhor Alfredo Rodrigues Gomes.

— Dia 10 — A senhora D. Olívia Gaspar Canastreiro esposa do nosso assinante senhor Francisco Soares Canastreiro Junior.

— Dia 11 — 0 nosso amigo e assinante sr. António Joaquim Lo­pes Crespo.

— Dia 13 — 0 nosso prezado assinante senhor Onofre Marcelino Rodrigues.

A todos endereça «A Província» os seus melhores parabéns.

Visitas— Deu-nos o prazer da sua vi­

sita a esta Redacção o nosso dedi­cado assinante e conceituado comerciante em Canha sr. Roberto dos Santos Carvalheira.

Gratos pela deferência.

A proprietária do

S A L Ã O V E R D Eparticipa às suas excelen­

tíssimas clientes que reto­mou o serviço.

Vende-seHermes 2.000 completa­

mente n o v a . Informa-se nesta redacção.

Com o pedido de publicação recebemos a seguinte carta :

. . .Sr. Director:Ficamos bastante surpreendidos

ao lermos no vosso conceituado jornal de ontem o vosso Esclare­cendo.

Só a grande consideração que temos pela « Provincia», nos leva a dar uma explicação à vossa local.

Não percebemos a razão, que fosse tornado público um esclare­cimento do mal entendido entre esta Sociedade e o produtor-radio- fónico sr. Vilas Boas, se ninguém o pediu. Tanto assim, que nem a Colectividade precisa do sr. Vilas Boas, nem este senhor precisa de aquela.

Mas julgamos que tivesse sido conveniente, antes do vosso Escla­recendo, e após as explicações do sr. Vilas Boas, fosse ouvida esta Sociedade, para assim se julgar antes da publicação.

E’ certo que este senhor, tem de facto «auxiliado b a s t a n t e a propaganda e o prestigio da nossa terra». Mas perguntamos: A’ custa de quem?

Quando da transmissão da re­portagem da homenagem ao Sr. Presidente da Câmara e que não foi mencionada a presença da nossa Banda e nem foi ouvido o hino desta Sociedade, dando assim a impressão de que não estava presente, resolveu esta Direcção oficiar ao sr. Vilas Boas, no próprio dia, lamentando esse facto. Sabe­mos, que houve alguém, após a recepção do nosso ofício, que o aconselhou a pedir uma audiência imediata à Direcção desta Socie­dade, afim de verbalmente se des­fazer esse mal entendido. Não o fez. No entanto, foi dando explica­ções a tantos que nada tinham com os destinos desta Sociedade.

E’ certo que oito dias depois e por amabilidade da Comissão das Festas de S. Pedro, que dispensou o seu primeiro programa, inte­grado na rubrica «Isto è Portu­gal» foi feita a transmissão inte­gral da referida homenagem atra­vés do R. C. P.. Por isto, estamos muito gratos ao sr. Vilas Boas. Mas há o resto 1 A falta de consi­deração e de delicadesa para quem lhe abriu as portas de Montijo I E a propósito, perguntamos: — Que é feito da bobine ou bobines com a gravação do concerto de saxo­fones desta Sociedade? Está em poder de quem ? Porque não emi­tiu alguns números desse concerto a pedido de várias pessoas, que se lhe dirigiram por escrito ? Porque não deu uma explicação da não emissão desses pedidos? E mais não dizemos.

E ao terminar afirmamos: — Nem a Direcção, nem a Banda de Música, nem o Regente, desejam fazer parte do programa rádio-pu- blicitário *Isto è Montijo», en­quanto fôr orientado pelo sr. Vilas Boas. Mas esclarecemos: No desejo de não prejudicar a propaganda feita pela Comissão das Festas deS. Pedro através da rádio, já foi afirmado ao seu Presidente, nosso particular amigo sr. Humberto de Sousa, que a nossa Banda de Mú­sica está pronta a gravar, exclusi­vamente, para o seu programa, integrado na rubrica do R. C. P. «Isto è Montijo» por intermédio de outra pessoa, cujas despesas de deslocação serão suportadas por esta Sociedade, que não seja o sr. Vilas Boas.

Será falta de justiça ? Será falta de inteligência ? Os vossos lei­tores o dirão.

Sem mais, pedindo a V. Ex. a publicação desta.

Com a mais alta consideração, De V. Ex.a

Pela Direcção O Secretário,

a) Adriano Leão Leiria

N. R— «A Provincia» publi­cando esta carta, demonstra claramente a sua im parciali­dade no assunto. Somente para defin ir com clareza qual a in­tenção com que o esclareci­mento fo i feito, diremos que o mesmo nos fo i solicitado.

Portanto alguém nos pediu e não há motivo para a 1.° de Dezembro não perceber a ra ­zão porquetornámos público o mal entendido entie esta colec­tividade e o senhor Vilas Boas. De resto da própria noticia se deduzia que era o senhor Vilas Boas e não «A Província» quem pretendia esclarecer a opinião pública e a Direcção da Socie­dade.

Eis o motivo porque não fo­mos ouvir a Direcção da 1.° de Dezembro.

No entanto, a prestimosa colectividade montijense, sabe que o nosso jo rna l está à sua inteira disposição e que mesmo sem nos pedir,seríamos os p r i­meiros a voluntáriamente pu­blicar a sua carta.

O contrário, era de nossa parte, desia vez, fa lta de justiça e pouca inteligência.

«A Província»ASSINATURAS

Pagam ento ad ian tad oÍO números— 9$90 20 números — 20$00 52 números — 50S00 (um ano) Províncias Ultramarinas e Estran­geiro acresce o porte de correio

Padeiroque saiba bem todos os serviços e venda em bicicleta, com boas in­formações. Telefonar cabine n.° 1 a agente do Diário de Noticias — Canha do Ribatejo.

0 nossoNo objectivo e fins em

vista quaisquer que sejam os entraves, devem ser arre­dados, persistindo sempre a finalidade de ser prestável aos doentes.

A este propósito não que­remos recordar o que para trás de 1943 havia de assis­t ê n c i a h o s p i t a l a r , mas apraz-nos mostrar o que já Montijo possue, não para satisfação completa das suas justas aspirações, mas para ocorrer de momento aos serviços de urgência, onde avultam casos de relativo relevo que bem merecem 0 reconhecimento público.

Estamos de facto muito perto da capital, forte ma­nancial de socorros, mas nem sempre de momento se podem utilizar esses re­cursos e então o novo Hos­pital dentro das suas ainda fracas regalias, tem resol­vido acidentes cuja demora acarretaria s é r i o s emba­raços.

Os serviços hospitalares que requerem uma meti­culosidade assombrosa pela complexidade dos diversos derivantes, têm merecido o mais escrupuloso cuidado para uma solução que satis­faça todas as exigências e bem possam servir os doen­tes que a eles acorrem nas horas más da doença.

E a nossa terra com o que já tem pode ufanar-se e aguardar serenamente pelo auxílio oficial para comple­tar certas faltas, contando igualmente com o melhor acolhimento de sempre de toda a população e arre­dores.

Há já capacidade para quarenta camas e todos os serviços estão funcionando regularmente.

As comodidades para os doentes resultam e pelo movimento se mp re cres­cente reconhece-se que ainda e apesar de tudo bons ser­viços são prestados, frisan­do-se que as portas do Hos­pital se mantêm abertas de dia e de noite.

No ano que findou (1954) os seus registos apontam: Consultas efectuadas—3767

Socorros de urgência: Consultas no Banco — 1481 Intervenções — 55 Tratamentos — 6353 Injecções — 7795

HospitalRadiografias — 528 Agentes Físicos — 428 Análises — 1198 Partos — 30 Internamentos — 130 Dias de internamento— 1201

Por dever imperioso de humanidade cumpre a todos dispensar a tão bela obra todo o auxílio e não esque­cer os seus fins para que se desenvolvam os recursos existentes de modo a asse­gurar uma melhor reorga­nização e eficiência de pres­tação de serviços.

D e n t r o duma política assistencial que tem dotado o nosso país com uma série de hospitais, postos de so­corros, sanatórios, materni- dades, etc., para assegurar um nível de sanidade satis- fatório, tem Montijo em prol da saúde dos seus h a b i t a n t e s correspondido sempre com galhardia e continuará com a sua gene­rosidade para que aos doen­tes possa ser dispensada a melhor assistência possível.

Estão funcionando desde já os serviços de vacinação e consultas do Dispensário Anti-Tuberculoso, a que nos referiremos no próximo número.

EspectáculosC a r t a z d a S e m a n a

CINE POPULAR5.a-feira, 12: «A Espada e a Rosa»

e «Odios Eternos».Sábado, 14: «Londres à meia

noite» e «Tirano do Arizona». Domingo, 15: «Sangue e Arena». 2.a-feira, 16: «O Grande Amor

de Maria Grever».CINEMA 1.° DEZEMBRO

Sábado, 14: «Luva de Ferro» e «Viver Sonhando» (13 anos).

Domingo, 15: «O Inferno Abaixo de 0» com Allan Ladd (13 anos).

2.a-feira, 16: «Os 4 Cavaleiros de Oklahoma» e «Pecados da Hu­manidade» (18 anos).

4.a-feira, 18 : O super filme colo­rido «Máscaras de Cera» e comple­mentos (18 anos).

O L I V AAdquiriu excepcional relêvo na

história da indústria portuguesa e no desenvolvimento da economia nacional, quer sob o ponto de vista de reconhecimento efectivo de possibilidades técnicas, quer sob o de eficaz contributo para a melhoria de condições de vida do povo português, o aparecimento entre nós do fabrico em série de uma máquina de precisão a má­quina de costura OLIVA. Se mais não fosse, bastava o facto de à frente das grandes oficinas meta­lúrgicas Oliva, Instaladas emS. João da Madeira estar o Enge­nheiro José António Gil da Silva, montijense ilustre, nosso velho e querido amigo, para nesta terra termos uma simpatia muito espe­cial pela Oliva.

A Indústrias A. J. Oliveira, F.os & C.% Ltd.8, agradecemos as pu­blicações enviadas.

Apanhadeirade malhas—Precisa-se. Informa-se nesta redacção.

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À PROVINCIA 12-5-95$

Ql&çã& enada que se dt&fa&i

Reabilitaçãodo écido carbónico

Está ainda muito espa­lhada no público a idéia de que o gás carbónico é no­civo; acusam-no de ser a causa essencial de todos os acidentes originados pelo ar viciado ; a célebre Gruta do Cão, citada em tantos com­pêndios de química, é evo­cada a cada passo para de­monstrar que este gás é um veneno. E’ sabido que na gruta em questão, situada na Itália, o ácido carbónico, em consequência da sua densidade, forma uma espé­cie de capa gasosa que se eleva a pouco mais de um metro do so lo ; um homem poderá passear dentro da gruta sem inconveniente, mas um cão manifestará sem demora perturbações demonstrativas de asfixia. Todavia, se a capa fosse constituída por água, por exemplo, ou oxigénio puro, o animal não respiraria me­lhor. Só o ar é próprio para a respiração o que não si­gnifica que o ácido carbó­nico exerce sobre o orga­nismo uma especial influên­cia d e l e t é r i a , t a l como acontece com o óxido de carbono.

De resto a noção de «ve­neno» é muito relativa; a estriquinina é um veneno na dose de alguns centi­gramas, mas deixa de sê-lo ministrada em ,miligramas. A água não constitui ve­neno na dose de decilitros, mas se fôr tomada às de­zenas de litros torna-se nociva, etc.

Ora o ácido carbónico é indispensável à vida. O ar exterior deve contê-lo em certa proporção. O chamado «mal das montanhas» é de­vido, não à rarefacção do ar, mas sim à insuficiência de gás carbónico; este é o excitante do aparelho res­piratório e se existir em proporção insuficiente a res­p i r a ç ã o torna-se lenta e pára; se fôr demasiado abun­dante, a respiração acele- ra-se de modo excessivo. Esta propriedade fisiológica é hoje correntemente apli­cada no tratamento das sín­copes respiratórias provo­cadas pela asfixia ou por uma anestesia total. Não devemos pois surpreender- -nos com o facto de a equipa de sapadores bombeiros de Paris, especializada em so­corros a asfixiados, praticar

p o r D r . P a u l O h n e t

inalações de gás carbónico para estimular nos sinis­trados a respiração desfa- lecida. Muitos cirurgiões misturam no anestésico que empregam uma certa pro­porção de gás carbónico como prevenção contra qual­quer asfixia, prática que, além do mais, tem a van­tagem de impedir acidentes respiratórios que compli­cam, por vezes a anestesia total, nomeadamente a bron- co-pneumonia frequente nos indivíduos de idade avan­çada.

A mistura de ácido car­bónico, conhecida com o nome de carbogénio, é hoje muito empregada para o tratamento de todas as for­mas de asfixia, em especial a intoxicação pelo óxido de carbono, o gás de ilum i­nação (tóxico pela grande quantidade de óxido de car­bono que contém), o estran­gulamento, a electrocução, etc. O tratamento faz-se por meio de garrafas de carbo­génio comprimido, ligadas a uma máscara respiratória; a respiração artificial, com­binada com estas inalações, é de uma eficácia incompa­rável.

Mas ainda não é tudo. O gás carbónico emprega-se na medicina, em injecções subcutâneas especialmente exercendo por esta via a sua acção estimulante so­bre a respiração e que pode ser combinada, em certas afecções pulmonares agudas, com as injecçõe subcutâ. neas de oxigénio. Uma das últimas aplicações de maior interesse do gás carbónico, é o seu emprêgo, também em injecções, no tratamento de certas dores e, sobretudo, da angina de peito — os re­sultados nesta última enfer­midade, de tão difícíl trata­mento, são animadores.

Veriiicamos, assim, que o gás carbónico não merecer inspirar o receio e o terror.E, para terminar, acrescen­te-se que as bebidas gaso­sas, obundantemente con­sumidas no verão, estão saturadas de gás carbónico sob pressão e nunca fizeram mal a alguém.

De “Marianne” Paris

<J)ata boai Cf,otoq.ia{Lai.

Foto Montijense

c semana hiítõiiea

Coordenação defre i Agostinho de Penamacor

MAIO

Dia 12 — 1480 — Morreu no Convento do Carmo em Lisboa, D. Nuno Alvares Pereira.

Dia 12 — 1490 — Morreu a princesa Santa Joana.

Dia 13 — 1699 — Nasceu o Marquês de Pombal.

Dia 13 — 1767 — Nasceu D. João IV.

Dia 14 — 1889 — Morreu Eduardo Coelho, um dos fundadores do Diário de Notícias.

Dia 15 — 1766 — Nasceu em Montemor-o-Novo o poeta Curvo Semedo.

Dia 16 — 1811 — Vitória de Beresford sobre os fran­ceses em Albufeira.

Dia 17 — 1498 — Vasco da Gama avistou a índia, aonde aporta três dias depois.

Dia 18 — 1860 — Nasceu em Lisboa, Eduardo Schwal- bach.

Dia 18 — 1910 — Morreu o célebre médico e micrò- biologista alemão Robert Koch.

O DIABOPor ele ser torto como

um arrocho, é que Deus do Império o expulsou, preci- pitando-o nas profundezas do abismo.

Errante, sem eira nem beira, nas trevas a esvoaçar, tanto gemeu e chorou, que Deus ouvi-o, e foi então que, i n f i n i t a m e n t e misericor­dioso, a Terra criou, e ao Diabo a deu, para nela o Rebelde habitar.

O Rebelde é manhoso, astuto, velhaco; tem duas caras como o feijão frade e mama como a cobra. . .

Mestre de intrigas e ca­lúnias, ás de armadilhas e emboscadas, mesureiro ser­vil e traiçoeiro, o Diabo tudo corrompe e destrói.

Invejoso, soberbo, prepo­tente, o Rebelde transfor­mou o Mundo num inferno, e não há pior inferno que 0 Mundo!

A bombas de hidrogénio e atómicas que os sábios manipulam, e do Diabo são invenção, o que é isto senão inferno ? ! . . .

A música de tons epilép­ticos que ora se toca e se dança, em berratas e a des- nalgarem-se, o que é isto, senão inferno ? ! , . .

A mentira, a violência, os

NOITE DOS POBRESA noite cai lenta e triste, sobre 0 casario dos pobres.Há vento e fr io que corta, nessa rigidez do inverno.Lá dentro, em cada boca, há um inferno.Há misérias, murmiírios dum vento norte, lágrimas, que rolam p’las faces dos desprotegidos da sorte.

E a noite cai vagarosa, com seu manto de escuridão.Alm as que gritam piedade. . .Boquitas pedem pão. . .Cada casa é uma aguarela

já esbatida e sem cor, onde a vida desses pobres só tem beleza no A m or . . .

Porque a noite nunca passa sem que projecte a alegria. E em cada boca, em cada peito, há sempre um sonho.Um desejo na esperança

Lisboa, 1955 dum outro dia!

M I N D A P I R E S

meios fraudulentos de que o homem usa e abusa, em detrimento da moral e da Justiça, 0 que é isto, senão inferno ?! . . .

Gira o Mundo às avessas e mais de metade anda em labaredas. . .

O Diabo, como sabe que o céu lhe está vedado, pre­tende que a Terra se faça em estilhaços, em pó, em cinza, em nada!

Adeus Mundo. . , que nós, aqueles que v e r d a d e i r a ­mente amamos a Deus e ao próximo como a nós mesmos, que não tememos 0 Diabo e muitas vezes o temos ven. eido, cá vamos de unhas limpas e mãos ao alto, se­guindo a sua estrada a ca­minho do Céu — por Deus, com Deus, para Deus!

Fundão, Abril 1955Argos

U m a p r o m e s s a de D. Pedro I

Vagando o Mestrado de Aviz por morte de D. Fr. Martinho de Ave­lar, em 1836, Nuno Freire de An­drade foi até à Chamusca, onde estava El Rei. Acompanhava-o, com aspecto prazenteiro, o bastardo de D. Pedro I, face larga, cabelos pretos e olhos pequenos e vivos. O soberano, gargantão por exce­lência, mandara vir viandas, frutas e vinhos. Ao levar aos lábios o canjirão de prata, preveniram-no de que o Mestre da Ordem de Cristo acabara de chegar. Manifes­tou grande contentamento quando D. Nuno lhe apresentou I). João dizendo:

— Ei-lo, senhor, e por vossas mãos o armareis cavaleiro. Não sei se ora vos peça uma mercê, que só vossa bondade pode con­sentir. ..

— Falai, D. Nuno, dizei o que requereis com tanto afincamen- to.. . — replicou D. Pedro.

— Afanoso tem sido o meu lidar para que vosso filho se criasse com todos os afagamentos... Em seu propósito revejo meus desve­los, e pela estimação que lhe tomei vos rogo, senhor, lhe entregueis o Mestrado de Aviz para glória da Santa Ordem de S. Bento...

— O que me pedis está em meu pensar, mas, reparai D. Nuno, na pouca idade de meu fifho...

— Já em tudo razoei, como con­vém a tamanha empresa: bastam três anos andados para que o se­nhor Infante entre e professe no convento de Aviz... O comenda- dor-mor e cavaleiros o receberão por Mestre, mas antes tomará o hábito e se acostumará a exercitar as armas...

— Com aprazimento vos dou bom despacho: vosso pupilo será, pois, o sucessor do preclarissimo D. Fr. Martinho de Avelar, e, se o meu entendimento não erra, ele saberá ilustrar com seus feitos a venerável Ordem de S. Bento e Portugal.

A promessa cumpriu-se. Aos treze anos D. João foi feito Mestre da Ordem de Aviz.

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6 A PROVINCIA 12- 5-955

Torres-Vedras - Montijo(Conclusão da página anterior)

zer desse gigante, desse mártir e vitiam do sr. Macedo i*

Não há no nosso vocabulário po­bre de comentarista, adjectivos que o possam classificar pela excelente exibição, pelo estoicismo demons­trado, pela compostura tida em todo o encontro, embora muitas vezes carregado à margem das leis. Não, não possnimos e então limitar-nos-emos a um «Obrigado Albertino, como montijense e desportista !»

Obrigado em que envolvemos toda a equipa com um bravo pelo prazer que proporcionou à meia dúzia de adeptos que se pronti* ficou a ir assistir ao derruir duma obra, o que felizmente se não ve­rificou !

Agora falamos um pouco da equipa visitada. Voltou a desilu­dir-nos a equipa torrejana! E ve­rificámos que mais não adiantou após a primeira; vez que a vimos a quando do encontro efectuado nesta vila. Defesa oscilante e ata­que pouco concreto e muito ata bàlhoado. Custa-nos até acreditar, pelo que vimos as duas vezes, que esta equipa esteja prestes a enfi­leirar entre os maiores, quando é certo que algo temos visto de me­lhor ; mas os caprichos da bola tudo consentem, E’ certo que no passado domingo a equipa teve. o maior quinhão de domínio, mas é certo também que dada a diferença de classe muito mais era de pre­senciar!

Quanto à arbitragem-.,. melhor será nada mais adiantar ao que atrás fica dito ! 1!. ■ * s .

José Estêvão

R e v is ta d e s p o r t i v aUma produção de Fer­

nando de Sousa informa os horários dos seus prógrá- m as;

3.as feiras, ém Rádio Res­tauração--às 11,30— Toiros, Toureiros e Touradas.

5.as feiras, em Rádio R i­batejo— às 12,45 — Revista Desportiva.

Domingos, em Rádio. Ri­batejo— ás 10,30— Previsões Desportivas referentes ao Campeonato Nacional da 2.a Divisão.

DOMINGOSPelas 15,4.5 horas, o relato

directo e integral dom de­safio de futebol a contar para a fase final da 2.a divi­são. Ao microfone o conhe­cido atleta- olímpica, Matos Fernandes.

Revista Desportiva, uma produção de Fernando de Sousa ao Serviço do. D es­porto Nacional.

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R o s e n d o d a S i lv a S a m o r e n of a l a p a r a o j o r n a l « A P r o v í n c i a »

Foi a grande revelação da c a m p a n h a finda. Tudo quanto se puder dizer deste amador, será pouco, porque não' há palavras que possam traduzir a sua generosa de­dicação pelo pombo correio. Lamènta-se quando perde, mas não òdeia os que ga­nham.. A sua larga prática de columbofilia faz dele um excelente praticante. Como dirigente foi dos mais dedi­cados que passavam pela S. C.. de Montijo. Gostaría­mos de o ver integrado numa direcção cumpridora pois muito dele há a espe­rar ..Merece esta homenage.ni. Satidamo-lo, sendo nosso desejo que regresse ao lugar que por mérito próprio con­quistou.

— Rosendo, como vence­dor de Castelo de Branco, ‘«A Província» terá o maior interesse era ouvir algo so­bre a ,tua actividade colum­bófila.

— Em p r i m e i r o lugar, quero agradecer ao sema­nário «A Província», do qual sou assinante,- tudo q uanto desinteressadamente tem feito para o desenvol­vimento da. columbofilia no Montijo. Ao seu proprietá­rio e Director os meus agra­decimentos. Comecei como quase todos, com aves ofe­recidas, por vários amigos, mas se hoje a minha coló­nia gosa de reputação agra­deço-ao pequeno praticante da modalidade Diogo Men­donça TaVares, que me ofe­

receu do melhor do seupombal.

1 — Desde que concorresqua tos primeiros prémios tiraste ?

. Quatro, mas ainda não disse a última palavra.

Qnál foi o que te deu maior alegria ?

— Todos, não distingo, porque sempre é um pri­meiro.

— Rosendo, murmura-se que vais abandonar a có- lum bofilia?

— Não é verdade, abor- rècimentos, q ue já passaràm.

— Qual é o método que adoptas para concorrer?

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- - Ao natural. Já experi­mentei a semi viuvez, mas não deu resultado.

— Têm alimentação espe­cial os teus pombos ?

— Não. Lote vulgar.— Consta-nos que aplicas

drogas ?— Sim, quando vejo ne­

cessidade. E tenho colhido bons resultados.

— Quais os adversários que. mais admiras ?

— João Teodoro da Silva, e Diogo Mendonça Tavares.

— Para terminar, preten- des dizer mais alguma coisa?

— Sim, que todos os ama­dores enviem o maior nú­mero de aves aos concursos internacionais de Burgos e Miranda do Ebro, para que não se repitam os factos das campanhas anteriores.

E com estas sensatas pa­lavras terminou mais outra entrevista para «A Provín­cia*.

Eduardo dos Santos Baeta

Sociedade Columbófila de

Classificação da prova Régua a Montijo em 24

de A bril de 1955 Pombos inscritos, 225

Km. 292Victor M. M. Viegas, 1.°, 2.°, 4.°,

5.°, 9.°, 11.° e 18.°; Eduardo dos Santos Baeta, 3.° e 10.°; Diogo Mendonça Tavares, 6.", 8.°, 12.°/ 33.°; 37.°, 38.° e 40.°'; João Teodoro da Silva, 7.°, 17.u e 2í.°; Eduardo Sabino Terras, li.", 27.° e 28.°; Francisco Viegfas, lõ.° e 35.°; Jorge Sotano Lopes, l(i.°. 21.°' e 22.“; José Correia Leite, 18.”, 19.°, 23.°,. 26.°, 29.° e 32.°; António Fonseca Nunes, 20.” e 34-°; Orfanato de Montijo, 25.°.; José Constantino Borges, 30.° e 36.°; Cristiano José Moreira, 31.°; António Cuquego Firmino, 39.°.

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No pretérito dia 1 de Maio, realizou-se nesta Vila, um encontro de futebol, ami­gável, entre o Estrela A. C. do Montijo e o Sport Club Odemirense.

Saiu vencedor do prélio o clube local, por duas bolas a zero, tendo o encontro decorrido num ambiente de verdadeiro e n t u s i a s m o , tanto dentro como fora do rectângulo e, apesar da viri­lidade posta na «luta», por ambas as equipas, não temos a assinalar qualquer atitude menos digna, tanto da parte dos jogadores como do pú­blico.

Antes do início do encon­tro, o «capitão» do Estrela A. C., ofertou ao «colega» da equipa adversária, um vistoso galhardete, gentileza esta que o público aplaudiu calorosamente!

Entrou, depois, no rectân­gulo, a menina Maria Josè Leonardo Neves, para fazer entrega dum lindo ramo. de rosas, aos componentes do grupo do Montijo.

Coube a arbitragem ao sr. António Calapês, os grupos alinharam com a seguinte constituição:

Odemirense: Egídio, Amíl- car e Cristina; Prado, Lou­renço e E r m i d a ; Costa. «Zeca», Sebastião, A. A u ­gusto e Terezinha.

Estrela A. C . José Fer­reira (depoi Cepinha), Peres e Mesquita; Artur, Coelho eNeto; Rui Ferre ra,. Dimas, António Ferreira, Manuel e Viegas.

Aos 13 minutos da i .a parte, o Odemirense marcou o seu primeiro golo, por intermédio de A. Augus t o; o segundo, foi marcado aos 25 minutos da segunda parte, por Tereziahà.

A esse punhado de rapa­zes do Montijoe de Alcochete que, desinteressadamente, se prontificaram a vir a Odemira, para colaborar na campanha que se vem ia- zendo em prol do clube lo­cal,, nós agradecemos, since­ramente, fazendo votos para qué este intercâmbio des­

portivo contmui entre as duas Vilas!

Em continuação do pro­grama, efectuou-se, n u m salão gentilmente cedi do para o efeito, pelo sr. Leonel de Oliveira Campos, um animado baile, abrilhantado pela e x c e l e n t e orquestra «Ritmo Alcochetense», diri­gida pelo sr. José Ferreira e, ainda, o «Conjunto Baiâo», composto por elementos do Montijo.

Não queremos terminar, sem assinalar um facto que bastante sensibilizou a popu­lação de Odemira.

Na frente do auto-carro ' que transportou os jogadores e componentes da orquestra, vinha um dístico, com os seguintes dizeres: «Montijo, saúda Odemira»,

Esta atitude simples e modesta, foi para nós, Ode- mirenses, a maior satisfação que nos poderiam ter dado, pois é nos pequenos gestos que 0 Homem denota a gran­deza da Alm a ’

. . .E ass i m. . .« Odemira, saúda Montijo»

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12-5-955 Á PROVINCIAMM. minF—mun i-pi ...................

7

Breve

l i r e r á r i o de Lourenço Morgues

p o r A . R O S A D O

ii

IToje, L o u r e n ç o M a rq u e s é u m a cidade m o d e rn a , g r a c io s a , m u ito lim pa, g a r r id a n a s su a s v iv e n d a s e nos seu s ja r d in s , u fa n a d o s se u s prédios im p o n e n te s q u e a p o u co e pouco vão s u b s t i tu in d o , n a B a ix a , as v e lh a s c o n s t r u ç õ e s d e r é s - d o - -chão dos te m p o s p a ssa d o s .

Com o descrever a c id a d e d e Lourenço M a r q u e s ?

Nós su p o m o s r e la t iv a m e n te fá c il para um v ia ja n te o b s e r v a d o r f ix a r e d e scre v e r u m a c id a d e , a te n d o -s e às p rim eira s im p re s s õ e s . M as p a ra quem v iv e n e ssa c id a d e h á m u ito s anos tu do se to r n a v u lg a r e q u a se sem in te r e s s e , m u ito e m b o ra n e la tenha o rg u lh o e se d e m o r e a n a ­m orá-la n o s se u s a s p e c to s m a is d ignos d e a te n ç ã o . T o d a v ia , m u ito m ais do q u e as p a la v r a s d e s c o lo ­ridas do c r o n is ta , o d o c u m e n tá r io c in e m a to g rá fic o a to d o s m o s tr a rá os â n g u lo s m ais c u r io s o s d e u m a cidade co m p o u co m a is d e c i n ­quenta a n o s e q u e p e la su a â n s ia de p ro g re ss o m u ito em b r e v e se torn ará u m a c a p ita l fo r m o s a e digna de s e r m o s tr a d a a o s o lh o s sev eros do e s t r a n g e ir o — se n d o já , como é, u m a c id a d e q u e n o s h o n r a em c o m p a ra ç ã o co m o e s fo r ç o co lo n izad o r d as o u tr a s n a ç õ e s .

V e rd a d e ira m e n te , L o u r e n ç o M a r­ques n ão se p o d e c o n s id e r a r u m a cidade d e tip o c o lo n ia l . A o p a sso que as m e lh o r e s e m a is p r o g r e s ­sivas c id a d e s de A n g o la , do C o n g o B elga, do C o n g o F r a n c ê s e d e to d o s os te r r i tó r io s ao su l do E q u a d o r , co n se rv am o a s p e c to t íp ic o a f r i ­cano n a m o d o rr a d a su a v id a p a u ­sada, n a m a n e ira de v e s t i r d o s seu s h a b ita n tes , n o s c o s tu m e s e n o s h orários do fu n c io n a lis m o e do co m ércio , n a s p r ó p r ia s a s p ir a ç õ e s que s e s u b m e te m se m u m q u e i ­xu m e, q u a se , à s im p o s iç õ e s do clim a, a ca p ita l d e M o ç o m b iq u e a p resen ta c a r a c te r ís t ic a s c o m p le ­tam ente d ife re n te s .

B e la e g a r r id a , n o s se u s ja r d in s e nas su as v iv e n d a s , L o u r e n ç o M arques tem u m a a p re s e n ta ç ã o sem ig u a l. O tip o d e v id a . é p e r ­fe itam en te e u ro p e u , n a m a n e ira de vestir, n o s c o s tu m e s , n o s d e s e jo s de p ro g re sso in te le c tu a l , n a â n s ia de p ro g re d ir em c o m o d id a d e p a ra todos o s r e s id e n te s . H ig iè n ic a - m ente, n ão h á q u e m d u v id e , depois de te r v is to a c id a d e , s im b o ­lizando o h o m e m , c r io u o h á b ito de se b a r b e a r e m u d a r d e ro u p a d iàriam en te , fa z e n d o la r g o e m ­prego da á g u a p a ra m a is à v o n ta d e co n se rv a r a a p a r ê n c ia d e saú d e que é o seu a sp e c to p r e d o m in a n te .

H oje, q u e a c id a d e e n tr o u n u m ritm o de v id a a c e le r a d o , e co m la rg u íssim as a s p ira ç õ e s p a ra o fu turo, a c o n s tr u ç ã o c iv i l n ão p ára de d o tar L o u r e n ç o M a rq u e s de m ag n ífico s p ré d io s , to d o s e le s b a ­seados n u m a a r q u it e c tu r a m u ito sua, e m b o ra n e m s e m p r e p e r fe ita ­m en te a c o n s e lh á v e l p a ra a la t itu d e em q u e v iv e m o s se u s h a b it a n t e s . Na p a rte b a ix a da c id a d e , o t ip o de e d ifíc io a g o r a e m c o n s t r u ç ã o fix o u -se n o s s e te a n d a re s , d o ta d o s de todos os in d is p e n s á v e is b e n e f í ­cios da c iv i l iz a ç ã o . N a p a rte a lta , nos b a ir ro s da P o la n a , C a r r e ir a de r ir o , A lto M aé e M a lh a n g a le n e , ainda se u sa o c h a lé p a ra u m a só tam ília, m as c r io u -s e já a p r o p e n ­são da c o n s tr u ç ã o d o s p ré d io s d e ap artam en to s, c o m o u m a n e c e s s i ­dade de s a t is fa ç ã o p a ra ta n ta s fa ­m ílias q u e n ão p o d em d a r -s e ao luxo de te r u m a c a s a p r ó p r ia .

Às a v e n id a s e ru a s d e L o u r e n ç o "•arques são a m p la s , to d a s e la s bem asfa ltad as e lim p a s i r r e p r e e n ­s iv e lm e n te , c o m o a c e n t u á m o s atrás. N o rm a lm e n te são b o r d e ja ­das de á rv o re s de s o m b r a , c u jo [ipo tem p o r b a s e a a c á c ia , ou o Jacaran d á , as q u a is , n a p r im a v e r a , 3 u*n d o em f lo r , d ão u m a se n s a ç ã o d eliciosa de f r e s c u r a e de b e m estar, d e lic ia n d o a v is ta d o p a s- seante.

P ara u m a c id a d e d e c e r c a d e 3 5 Nul a lm a s , e u ro p e ia s , o m o v im e n to de au to m ó v e is é c o n s id e r á v e l , p o is ex istem a c tu a lm e n te m a is d e 13 m il carros.

(Continua na p ág ina 9)

^ptL&aiuik&s dô rDutút& de Setiihal

De Alcácer do Sal a Vila Nogueira de AzeitãoNuno Catarino Cardoso é

o autor dos estudos: «Pe­lourinhos doMinhoe Douro»; «Pelourinhos demolidos»; «Pelourinhos das Beiras»; «Pelourinhos do Alentejo e Algarve»; «Pelourinhos da Estremadura»; «Pelourinhos de Trás-os-Montes» e «Pe l o u r i n h o s do M i n h o e Douro *. E ’ Oficial da Ordem Militar de S. Tiago da Es­pada, premiado com a Me­dalha de Ouro na Exposição Internacional do Rio de Ja­neiro e sócio efectivo do Instituto P o r t u g u ê s de Arqueologia, H i s t ó r i a e Etnografia.

Há muito que me venho dedicando ao estudo dos Pelourinhos de P ortug al, tendo até hoje conseguido localizar a existência de 437 picotas, contando, evidente­mente com os demolidos, isto é, mais 102 que o «In­quérito» conforme o decreto n.° 23122 de 11 de Outubro de 1933.

Do sr. Dr. Luís Chaves, ilustre escritor, etnógrafo e autor de valiosos trabalhos, sobre pelourinhos, possuo uma carta, com data de 11/11/47, da qual transcrevo a seguinte passagem:

«... Além disso, do aspecto geral dos estudos publica­dos, interessou-me neles a notícia inédita do quadro de Quillard, com o mosteiro c i s t e r c i e n s e , e, especial­mente para mim, a fornia e a posição do pelourinho seiscentista de A l c o b a ç a trouxeram-me informação preciosa, — um achado!»

A seguir faço referência aos pelourinhos do Distrito de Setúbal que existiram e existem, pedindo desde já aos nossos leitores o favor de nos informarem acerca de fragmentos dispersos ou de pelourinhos que ainda estejam de pé, para assim corrigirmos o trabalho que se pretende levar a bom termo e que me parece de interesse nacional.

Alcácer do S a l— Distrito de Setúbal — Os fragmentos destepelourinhoencontram- -se em poder da Câmara Municipal, conforme nos diz o «Inventário determinado pelo decreto n.° 23122 de11 de Outubro de 1933».

Alhos Vedros— Concelho da Moita — A gravura do pelourinho foi publicada por mim, no extinto jornal «No­t í c i a s A g r í c o l a » , de 23/10/52, n.° 1026. Dele con­servo uma aguarela de 16 centímetros.

Sobressai; no alto, a Es­fera Armilar.

clpiemitaçu&«E’ com todo o interesse e prazer que tenho lido os seus

artigos sobre Pelourinhos, publicados no «Noticias Agricola». Ainda bem que a aumentar a Bibliografia sobre esta maté­ria , surgia alguém cheio de boa vontade e que não se tem poupado a esforços de toda a espécie para a causa que tem em vista e que, com denodo e inteligência, têm servido, a qual deve merecer o interesse das Câmaras do Pais e dos Eruditos. A Campanha que iniciou, tem todo o meu aplauso, como autor que sou de trabalhos no género. Oxalá seja com­preendida e a possa levar até ao fim , pois presta um bom serviço.-»

Confrade e admirador Lisboa, 11/2/S2 a) Nuno Catarino Cardoso

Alm ada— Teve esta loca­lidade um pelourinho, con­forme nos dizem documentos do passado. Os fragmentos encontram-se dispersos pela vida.

Alvalade — Concelho de S. Tiago de Cacém— Acerca deste pelourinho não temos, infelizmente, notícias, Seria até muito interessante que alguém de Alvalade nos comunicasse a descrição do da venusta picota.

P a lm e ia — D e c r e t o de 16/6/1910. Sobrepujado pelo escudo de Portugal da época de D. João IV (1645).

Base: quatro degraus he- xagonais.

Pedestal: baixo; um terço aprox. da coluna, também hexagonal com almofadas recolhidas.

Base da coluna; em tronco

de cone com dois aneis rebordantes nos extremos.

C olun a: toscana, alta. Capitel: trabalhado. Sé­

culo XVI/XVII. Nele assenta o escudo de Pòrtugal do tipo «francês moderno», com os 7 castelos e cinco quinas em relevo.

No cimo do bloco onde está gravado o escudo, re­mate em laço.

Ferros: Simples os hori­zontais e em 5 os que sus­tentam os primeiros.

Nota— num outro desenho que possuo, o pelourinho de Palmeia tem outra configu­ração. O capitel termina em cone sobre o qual assenta o escudo, com base redonda, coroa, ponta em pirâmide alta e no cimo cruz.

S. Tiago do Cacém — Dis­

trito de Setúbal-=^Foi man­dado construir pela Câmara, em 7 de Agosto de 1844, pela quantia de 76$8oo reis, em substituição de um outro que se ignora a data da sua construção e do qual não há vestígios.

Sesim bra — Fragmentos em poder da C. M. diz Silva Leal que o pelourinho de Sesimbra era formado por uma coluna simples, lisa, capitel de fantasia, sobre o qual assentava o coruchéu de pinha embolada, prova actual do nome primitivo do pelourinho.

Setúbal — Dec. 16/6/1910— Depois de I834, alguns vândalos julgaram ver nos pelourinhos um símbolo de opressão e despotismo. Como tal demoliram-no. A maior parte escapou à devastação e ainda se conservam restos (onde?).

Era uma coluna de már­more extraída das escava­ções de Cetóbriga, no tempo de D. Maria I (de «O O ci­dente» de 1897).

Vila Nogueira de Azeitão— Concelho de Setúbal — Deste pelourinho não pos­suímos qualquer informa­ção. Haverá quem nos dê elementos?

Luís Bonifácio

c aiL a d eA p ro cissão dos T e rce iro s — A p ro cissão de 1 9 5 4

A procissão dos Tercei­ros, em Benavente, é muito antiga e deve o seu maior esplendor quando a Ordem Terceira do S. Francisco estava florescente. Esteve durante muitos anos inter­rompida como sucedeu a quase todas as procissões que, com solenidade litúr- gica e cheias de fé, se efec­tuavam a n t i g a me n t e por todo este Portugal cristão. Mas há anos o ilustre ova- rense, dr. Agostinho de O li­veira que, em Benavente, foi (não sabendo se ainda é) Delegado do Ministério Pú­blico, descobriu armazena­dos em velhas e impróprias arrecadações, cabeças, mem­bros, vestes e adornos de i m a g e n s , desconjuntadas pelo terramoto de 1904, e às quais nenhuma impor­tância se ligava. Foi ele, na verdade, quem fez reviver a procissão dos Terceiros, nesta vila, depois de encon­trar, como verdadeiros auxi­liares, que o apoiaram, o reverendo pároco de Bena-

PeloP ro f. )osé M anuel Landeiro

vente, sr. Padre Albano Gomes e o sr. Dr. António Gabriel Ferreira Lourenço, Presidente do Município.

As imagens foram encon­tradas nos subterrâneos das igrejas do Calvário ou de Santiago, d e s t r u í d a pelo referido terramoto, e que, r e t i r a d a s dos escombros, foram guardadas na capela da Misericórdia.

O nosso Dr. Gabriel que, à causa do município de Benavente, tem dado 0 me­lhor do seu maior esforço, conseguiu fazer restaurar esta procissão, secundando assim os desejos do sr. Dr. Agostinho de Oliveira e as do pároco de Benavente.

Estes foram os «três gran­des» na restauração desta festividade, que se realizou em 20/3/1954. Os «três» fo­ram incansáveis, mas viram coroados do melhor êxito as suas canseiras.

No cortejo, acompanhado das bandas de música local, Salvaterra de Magos e Sa­mora Correia, das crianças das escolas, organismos re­ligiosos e que saiu da capela da Misericórdia, que serve de matriz desde 1909, encor- poraram-se os s e g u i n t e s andores: S. Salvador do M u n d o , m o s t r a n d o aS. Francisco o dinheiro com que foi vendido; do Sumo Pontífice S. P io V, mos­trando a S. Francisco a regra da O rdem ; da Rainha Santa Isabel, com bastão e coroa, ladeado pela Corpo­ração dos Bombeiros Volun­tários locais; de S. Luís, Rei de França; de 5 . <tLúcio e Santa Bona — os Bem Ca­sados ; de Santa Rosa de Viterbo; de Santa Marga­rida de Cartona; de Santo Ivo, patrono dos advogados, conduzidos pelos srs. Drs. António Gabriel Ferreira Lourenço, Pedro de Carva­lho, Faria Teixeira e A gos­tinho de Oliveira, e o do

(C a n lln u a na p ig ln a 9)

Page 8: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO m CARTA ABERTA Chávenas de … · 2020-02-11 · preço í$00 Quinta-feira, 12 de Maio de 1955 Ano I — N.° 11 F * 1 1 O Y ] I N C l [ A Proprietário,

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Á p r o t e c ç ã o a o t r a b a l h a d o r

pelo D r . O r l a n d o d e S o u s a B r a n c a

(Conclusão da l . a página)

fadiga, doença, desvaloriza­ção do ser humano e enve­lhecimento patológico.

E porque a delicada má­quina viva que é o homem é matéria e espírito indis­soluvelmente ligados no de­curso da sua curta peregri­nação terrena, não pode con­sentir-se que a sociedade se remeta a uma atitude exclusiva de cuidar duma esquecendo ou menospre­zando o outro ou vice-versa, sabido que a desagregação do corpo compromete a v i­talidade do espírito e a de­sagregação deste se reflecte na eficiência daquele.

«Mens sana in corpore sano» deve ser o conceito orientador de toda a obra de volorização do ser hu­mano. Nem mesmo a con­sideração dos génios — e há-os revelados no campo das actividades intelectuais como no das m ateriais— , nem mesmo a consideração dos génios, repete-se, que são excepções que se liber­taram do magistério regular da sociedade por solicitação das suas energias realiza­doras, devem oferecer mo­tivo de reserva à plena va­lidade deste conceito.

Se muitas vezes sucede que, no primeiro caso, os génios residem em corpos fisicamente anormais, frá­geis, doentes e, no segundo energias realizadoras habi­tam seres de espírito taca­nho, de inteligência abaixo da mediana, de mentalida- des infra-normais e, logica­mente, não há que subme­tê-los a um magistério de que estão libertos, nem por isso a sociedade deve dei- xá-los desamparados de um

ministério bem alto, o de propiciar-lhes os tónicos do corpo ou do espírito, con­soante o que se acuse defi­citário, e em dose tal que não r o m p a o equilíbrio, quase sempre instável, em que um e outro vivem e frutificam.

Trabalhador e patrãó são pedras do mesmo edifício tendo por argamassa comum o interesse e o bem-estar da comunidade. Devem l i ­gar-se em laços de estreita afinidade para que a sua obra resulte sólida e fe­cunda.

O trabalhador tem como obrigação imprescritível en­carar o trabalho como um dever e dar-se a ele com

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O patrão não pode igno­rar que lhe cabe a obriga­ção de oferecer ao trabalha­dor uma remuneração justa e um ambiente moral e ma­terialmente sadio em que o trabalho decorra sem riscos ou preocupações, um am­biente em que o trabalha­dor encontre condições de segurança física e tranqui­lidade de espírito, um am­biente em que, pela adop­ção de arranjos ou inova­ções técnicas e sanitárias convenientes, se diminua e eduque o esforço criando bem-estar e alegria de viver.

O patrão que assim olha o seu problema não investe em vão o seu capital porque os seus investimentos se reflectem n u m a maior e melhor produção, porque o trabalhador física e moral­mente são é segura garantia da sua eficiência.

Raros serãos os casos em que na pessoa do patrão se reunam os conhecimentos e os atributos necessários para a concepção e realiza­ção de uma obra perfeita. Na concepção como na rea­lização domina-o a visão do factor económico, muitas vezes lhe escapando o relevo de pormenores que, aparen­temente desprezíveis e, por­tanto, desprezados poderão

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C O N T R A Á C À S P A__________ i I I I _____

C h á v e n a s d e c a f é q u a s e a m a r g o

(C onclusão da primeira página)

irão descançar todos os que neste momento se extenuam, onde serão enterrados todos os que estão para nascer. Vivemos sobre sepulturas. Só uma grande distração nos inibe de pensar que somos agora pó levantado para dentro em pouco, ser­mos pó caído sobre pó que antes de nós caiu.

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Page 9: REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO m CARTA ABERTA Chávenas de … · 2020-02-11 · preço í$00 Quinta-feira, 12 de Maio de 1955 Ano I — N.° 11 F * 1 1 O Y ] I N C l [ A Proprietário,

12-5-955 A PROVINCIA 9

A vila de Benavente( C o n c l u s ã o d a p á g i n a s e i e )

C O N C U R S O0 Campeão de «A Provinda»

Classificação na 8.* etapa1.° — D. Maria da Conceição dos Santos — Montijo — 103 pontos2.° — Teófilo Martins Caiado — » — 55 *3.° — Manuel Militão de Carvalho — » — 42 »4.° — António Lucas Catita — * — 38 »5.° — Eduardo Santos Baeta — » — 34 *6.° — Afonso da Silva Campante — Tramagal — 20 »7° — Álvaro Serra — Montijo — 14 »8.° — Eugênio Vieira Branco — » — 15 »9.° — António Sampaio Martinho — Bombarral — 8 *

10.° — Francisco Piedade Martin» — Montijo — 5 »

r tic i J t c a d o, de Monte Alverne, com S. Fran­cisco ajoelhado aos pés de Cristo, recebendo os estig­mas.

Abriam a procissão: a cruz paroquial, a cruz dos Terceiros, as filiadas das associações católicas, com os seus e s t a n d a r t e s ; as crianças das escolas, acom­panhadas d o s respectivos professores, e os represen­tantes das colectividades, também com os seus estan­dartes. Sob o pálido, condu­zindo o Santo Lenho, ia o pároco de Santo Estêvão, Padre Américo J o a q u i m Dias Martins, indo às varas, os srs. António Eugênio de Almeida, Dr. Alfredo Betâ- mio de Almeida, Dr. Justino Mendes de Almeida, Luís de Almeida Lopes, Augusto António de Almeida Ferrei­ra, Manuel Luís Nogueira de Carvalho, Joaquim Fer­reira dos Santos Calado e Tomás Vieira da Cruz. As lanternas que rodeavam o pálio, eram conduzidas pe­los srs. Dr. João Augusto Fragoso L i ma , A n t ó n i o Eugênio Cortes Paim dos Anjos, José Pedro Soares Neto e Nuno Soares Neto.

A procissão teve demo­rada paragem no Largo do Chaveiro, onde se ergue a nova matriz de Benavente. Junto dela, o Rev. Cónego Francisco Maria da Silva pronunciou um eloquente e comovente sermão.

A procissão saiu, como já dissemos, da igreja da Misericórdia, às 16 horas e recolheu à mesma igreja às 19 horas. As ruas estavam atapetadas de flores e ver­duras, e as janelas orna­mentadas de r i q u í s s i m a s colchas.

«Projectou-se incorporar no novo templo os para­mentos e motivos de arte religiosa, não para uso cor­rente, mas como elementos de documentação religiosa. Figuram entre eles um ieli-

cário do antigo convento Jenicot e uma colecção de psaltérios e missais latinos, edições de Bruxelas, com magníficas g r a v u r a s em iluminura.»

Nesta vila há t a m b é m uma artística estante de coro de catalogação oficial, com magníficos rendilhados e figuras de S. Francisco, o que vem provar a grande projecção que a Ordem Ter­ceira de S. Francisco teve nesta vila.

Durante esta cerimónia, ouviu-se, pela primeira vez, o carrilhão eléctrico, cujo som é semelhante aos dos sinos de bronze. E’ um pequeno aparelho que faz vibrar 25 varas metálicas. A sua música pode ser ouvida num raio de 3 a 5 mil metros. O órgão pode tocar seis peças de música sacra. No teclado pode exe­cutar-se qualquer partitura. Um mi c r o - e l é c t r i c o , que amplia o som, serve tam­bém para dar alarme ou

L o u r e n ç oNa questão de hoteis está Lou­

renço Marques muito melhor ser­vida que a maioria das povoações com a sua envergadura: o Hotel Polana é considerado um óptimo hotel mesmo nos centros mais ci­vilizados, dotado de jardim próprio e de piscina, muito brevemente talvez de um casino e salão de exposições e música. Temos, além desse, os Hoteis Aviz e Cardoso, muito modernos e arejados, com magníficas instalações; o Girassol, um edifício circular, curioso e ori­ginal na sua arquitectura ; e ainda o Carlont, o Clube, uma infinidade de pousadas e pensões que em nada ficam a dever às melhores do continente.

A preocupação cultural, as ma­nifestações artísticas, são hoje vul­gares em Lourenço Marques. Con­ferências, exposições de artes plás­ticas, lições de música e canto, ar­tigos e livros de doutrina, crítica, literatura, são comuns por inter­médio das colectividades culturais, dos jornais diários,principalmente

transmitir qualquer notícia. O aparelho tem importantes inovações introduzidas pelo seu construtor, o sr. Manuel Cousinho, de Almada, cuja patente foi registada.

Para aperfeiçoar o carri lhão que é d e n o m i n a d o «Voz Campanil», foram pré- cisos oito anos, e é consti­tuído por duas oitavas cro­máticas. O c o n c e r t o de música s a c r a r e a l i z a d o neste dia, agradou plena­mente.

Mais se podia dizer desta procissão, mas já estamos a sair das normas do espaço.

* * *Para terminar, desculpe

o leitor este aparte:Bravo, G ab rie l! Continua

a obra da descoberta e re­novação do passado, em que sei, estarás empenha- díssimo. Mostra que és rati­nho, no verdadeiro signifi­cado do termo.

Benavente, a que te deste de alma e coração, e a pró­pria história, bendirão o teu nom e!

Aceita o abraço do velho amigo ex-corde

Josá Manual LandeiroMontijo — Maio florido de 1955

M a r q u e sdo «Notícias», e não podemos nem devemos esquecer a actividade extraordinária do Rádio Clube de Moçambique, cuja acção se es­tende não apenas aos limites da Província mas também a todo o continente africano, onde os seus programas são ouvidos e aprecia­dos, distinguidos entre todos os das estações suas congéneres.

No campo cinematográfico e tea­tral não poderemos deixar de pres­tar a mais sincera homenagem à Empresa dos Teatros Gil Vicente e Manuel Rodrigues, em cujas salas se exibem com notável ante­cedência os melhores filmes estran­geiros — salas que são das mais modernas e confortáveis de todo o império. Basta dizermos que 0 Teatro Manuel Rodrigues, há poucou anos inaugurado com a companhia teatral de que faziam parte Aura Abranches, Madalena Sotto, Alfredo Ruas, Luís Filipe, António Sacramento e outros mais, tem capacidade para mais de mil e quatrocentas pessoas, o seu palco

Chegou, Viu e convenceu. E ’ 0 que se poderá dizer do sr. Teófilo Martins Caiado.

De facto, numa «arran­cada», em que se passa do desconhecido a um plano de grande evidência agarrando a 2.a classificação do nosso Concurso, ficando ainda com um substancial avanço de 15 pontos sobre o 3.° classifi­cado, não se pode deixar de Vincar tal facécia.

Também outros concor­rentes subiram alguns pontos, e p a r e c e antever-se pro­ximamente grande reboliço na tabela das classificações.

E ’ enorme o i n t e r e s s e pel’«A Província», pois de toda a parte nos chegam pedidos de novos assinantes.

Arranjar novos assinantes para «A Província» é contri­buir para um jornal melhor e maior.

«A Província» não pre­tende arrecadar lucros, pre­tende sim é aumentar, ser grande, para servir bem.

Auxiliai «A Província» e será beneficiado com um bom jornal.

E agora até para a semana

tem espaço para nele actuarem companhias de ópera, e é dotado dos mais modernos aparelhos de som e luz. Além deste dois teatros, excelentes, Lourenço Marques or­gulha-se ainda de possuir outros dois mais: o Scala e o Varietá, ambos menores, mais antigos, mas mesmo assim dignos de uma ci­dade europeia.

A. Rosado(Continua)

Condições gerais do concurso

1.* — Todos os leitores ouleitoras podem concor­rer.

2.* — O concurso terá a du­ração de seis meses, com início em 5 de Março de 1955.

5 J. — O concorrente que du­rante o prazo do con­curso consiga obter o maior número de assi­nantes será proclamado O C a m p e ã o de «A P R O V I N C I A *.

4.° — Em todos os númerosdo nosso jornal e até fim do concurso, será indicada a classificação semanal dos primeiros dez concorrentes.

5.° — Ao concorrente procla­mado Campeão de «A P R O V I N C I A » s e r á entregue a quantia de MIL E SC U D O S.

6.° — Serão ainda contem­plados com p ré m io s que oportunamente ire­mos anunciando todos os concorrentes classi­ficados até ao 10.° lu­gar.

Aviso importante: Os pré­mios só serão entregues, depois de os assinantes pro­postos efectuarem o paga­mento das assinaturas do nosso jornal.

Maide hoje mesmo a u a primeira lista

( C o n t i n u a ç ã o d a p á g i n a s e te )

F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a »

O quarto de dormir de «Mister» Paul estava na Parte éste da casa, e o meu Primeiro pensamento foi de que sentindo-se indisposto havia chamado Dunstan.

Foi pois na direcção do quarto do meu hóspede que segui.

A porta estava entrea­berta.

Se bem que me parecesse pouco estranho, depois

de uns momentos de hesi­tação comecei a abri-la len­tamente.

.No quarto não e s t a v a ninguém, e a cama de «Mis­ter» Paul estava vazia.

Onde estaria o meu misterioso hóspede ? Quais

N . ° 9

os motivos que o levavam a abandonar o seu quarto a tal hora da noite?

Precisava de c o n h e c e r as razões de tão insólito procedimento.

C o n t i n u e i rápidamente pelo corredor.

Ao passar junto da porta do quarto de meu avô, parei.

Um calairio percorreu-me o corpo.

A porta estava aberta! . . .Sem hesitar entrei. Mas o

aposento estava vazio. Em frente do fogão encontra­va-se o maple onde Félix Swinburn havia sido encon­trada morto, no dizer do médico, com um ataque car­díaco.

Olhei as paredes cobertas de pinturas, os sombrios cor­tinados do leito, e as janelas através das quais se filtrava a claridade da lua, projec­tando um rectângulo lumi­noso no tapete.

Os meus olhos foram de repente desviados para um pequeno espelho suspenso na p ared e... era aquele que meu avô me pedia para guardar como recordação sua.

Estava resolvido a deixar o aposento, quando um im­pulso irresistível me obrigou a aproximar do espelho.

O meu rosto profunda­mente alterado reflectiu-se no vidro, e os meus próprios olhos me fixaram de tal ma­neira que pela segunda vez naquela noite um profundo estremecimento me percor­reu todo o corpo.

No painel superior escul­pida em madeira, uma car­ranca de tragédia, fazia um esgar odioso.

A vela tremia-me na mão

e instintivamente dei mais um passo em frente.

Mas não era já a minha fisionomia que eu olhava. Par cima do meu ombro, eu via uma forma vaga, que me fez voltar bruscamente soltando um grito.

Por detrás do painel de carvalho, na porta que se havia fechado com o vento, eu vi, e jamais o poderei esquecer, o corpo de «Mis­ter» Paul, com um grande punhal atravessando-lhe a garganta, suspenso e baloi­çando tràgicamente as botas enlameadas.

C A P I T U L O I I I

Em que «M ister» Irvin e começo a

d a r ra zã o ao seu c r ia d o ; e

recebe uma nova v is ita ..........................

Foram pr e c i s os alguns minutos para me recompor, findos os quais o meu pri­meiro impulso foi puxar o cordão da campainha, que pendia da cama. Arrepen­di-me porém, ao pensar no

tremendo susto que ia pre­gar ao velho Dunstan.

Rápidam ente, voltei a racicionar e recuperei acalma.

Saí do quarto, voltei ao corredor e desci a escada de serviço que conduzia directamente ao quarto de Dunstan.

Este, depois de repetidas vezes ter batido, abriu-me a porta, e apareceu -me extre- munhado, ao mesmo tempo que perguntava:

— Alguma desgraça «Mis­ter» ?.. .

Disse-lhe em poucas pala­vras o que se passava, e depois de o ter mandado vestir, ordenei-lbe que me acompanhasse.

Chegados de n o v o ao quarto, enquanto que a mu­lher de Dunstan, iluminava a cena, transportámos o corpo do infeliz «Mister» Paul para a cama que havia sido de meu avô.

(Continua)

Q âegcedo do espelhop o r

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A PROVINCIA 12-5-9Í5

C / É M G / A

Para rir!... C U R I O S I D A D E SEi Do México: A última sobre

pântanos é aquela do homem que estava submerso até ao pescoço num atoleiro e gritava para os que o acudiam: «Não, não se apressem por mim ! . . . Vocês têm de salvar o que me está a suster por de­baixo !...»■

ks De Praga : Diz-se no «under- ground» anti-comunista qiie o Se­cretariado do Partido Comunista engendrou um novo meio de con­quistar adeptos: cada comunista que recrutar dois novos membros terá sua mensalidade reduzida para metade; para cinco recrutas, a mensalidade é extinta. Para dez, obtém o mais ambicionado de todos os prémios — um certificado de que nunca fo i comunista.

Leia e medileA arquitectura é música petrifi­

cada. — Gòetlie.★ ★ *

A calúnia é um fogo devorador, que consome tudo em que toca, e qúe etiegrécé o que não pode con­sumir. — Massilou.

i ' * yi *Não realiza façanhas aquele que

pensa nos perigos. — Ruiz de Alarcon.

HesposfasUma pergunta simples. . .

Quando colocado à direita de um 4, fazendo assim 40.. . . e outra difícil

O facto passou-se no dia 1 de Outubro de 1938. Nasceu um dos rapazinhos às 23,30 horas; más, quando o relógio marcou meia noite, foi atrazado de 60 minutos, como estava estabelecido, e posto a marcar peia 2.a vez 23 horas, visto ser o dia em que se passava da hora de verão para a de inverno.

Quando então o relógio marcou (pela 2.a vez) 23,15 horas, nasceu o 2,° rapazinho.

E ássirii se explica corri o é mais velho o que nasceu às 23 h. e 30 m. do que aquele que nasceu às 23 h. e 15 m.

Hã na Europa um país onde se não pagam impostosHá um país na europa onde se

não pagam impostos. Liechtens- tein, com uma superfície de 104 quilómetros quadrados e 12.000 habitantes, dos quais 2.000 na capital, que é Vaduz. Não tem exército, e o corpo de polícia é constituído por 9 agentes e um cão. Não se recordam em Liect- tenstein conflitos políticos, ou so­ciais, e a única arma que ali existe é um canhão, que data do século XVII e não funciona. Quando o Estado não tem dinheiro emite selos de correio, famosos pelos desenhos e impressão, e os filate- listas chamam-lhe por isso o «Es­tado Estampilha».

O príncipe de Liechtenstein, Francisco José, está aparentado com familias reais de toda a Europa, e em 1989 alguns dos seus parentes refugiaram-se junto dele. Não cou­beram no castelo que o monarca habita e tiveram de ser repartidos por casas particulares.

O príncipe preside a um con­gresso formado por 15 parlamen­tares, e os funcionários do Estado são apenas 50, e têm pouco que fazer porque não há que cobrar impostos, e até a moeda é a que circula na Suiça vizinha e amiga.

Francisco José é casado com a princesa Georgina e tem 4 filhos, tendo o mais velho apenas 8 anos, e dedica a sua actividade à colec­ção de objectos de arte, que guarda lio castelo, tão pequeno que os quadros estão empilhados, e os tapetes enrolados. Os seus proble­mas são apenas de economia domés­tica, como o das excessivas e gran­diosas conferências telefónicas da princesa com os costureiros suiços, mas este problema desapareceu quando o príncipe proibiu mais conferências telefónicas. Há anos deu-se um crime em Liechtenstein onde não existem tribunais, e o problema foi resolvido com a re­messa do criminoso, «avis rara», aos juizes da Suíça mediante paga­mento de despesas judiciais.

Inimigos minúsculosO mundo dos insectos, o menos

conhecido dos ciclos animais, deve ser tido como coisa temível. Têm declarado alguns sábios que a luta suprema pela vida se trava, na rea­lidade, entre a humanidade e os insectos. E não se sabe quem a vencerá.

Nos trópicos existem umas ara­nhas que podem matar, sangrando, um pássaro, um animalsillho pe­queno ou mesmo uma criança re- cem-nascida. Certos insectos são venenosos; outros, como a mosca tsé-tsé provocam uma doença com a sua picada; ainda outros trans­portam os gérmens das epidemias. A este respeito, citaram-se núme­ros no Congresso Científico de Calcutá, avaliando-se que todos os anos, na índia, os insectos cau­sam a morte de 1.500.000 pessoas, e os estragos que a eles se devem podem calcular-se nuns 30 mil mi­lhões de francos.

Responda se é c a p a z ..,1) — O que significa o crescente

em brasões ou armas de algumas cidades e vilas de Portugal ?

2) — Qual a razão porque nas gravuras dos reis da IV Dinastia, os reis não aparecem com a coroa na cabfça, o que não sucede com os reis seus antecessores?

3) —• Qual a origem do rifão po­pular: «Fez-me dar água pela barba ?».

4) — Em muitas igrejas de Por­tugal existem como motivo orna­mental conchas ou víneiras. Qual o seu significado ?

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P A L A V R A S C R U Z A D A SHORIZONTAIS: 1 — Oceano ; Vencimento dum

soldado.2 — Casas onde sé fazem e arranjam objectos de lata. 3 — Pertences ; preposição. 4 Produtora alemã de filmes muito em voga antes da guerra; ditongo ("pl) debaixo de. 5 — Até não ; lavra. 6 — Agradecida; horizontalidade. 7 — Gracejar: pron. pessoal. 8 — Irrita ; prori. pessoal; casa. 9 — Prefixo dè negação ; éspaço por cima da terra. 10 — Alarias de novo. 11 — Traga vestido ; anel.

VERTICAIS: 1 — País da Europa. 2 — Golpear,3 — Pérfida ; quererá; pron. pessoal.4 — Preposição; deslocavas te. 5 — De maneira rosada. 7 — Ofere­cera de presente. 8 — Orgão do aparelho urinário ; contrair os musculos faciais. 9 — Duas vogais que não formam ditongo; peixe clúpeo; ditongo 10 — Parte da peça de fazenda onde está marcado o custo. 11 — Fora-se embora.

S o lução d o P rob lem a N.° 9

HORIZONTAIS: 1—Florbela; mu. 2 — Assimilai.4 — Imorais; Diu. 5 — Boneca; aram. 6 — Erebo; clame. 7 — Snra ; fragor. 8 — Iao ; animosa. 10 — Camponesa. 11 — Já ; aerologo.

VERTICAIS: 1 — Ribesia. 2 — Lá ; mòrna; cá. 3 — Os; onero. 4 — Rs; reba ; má. 5 — Bi; aço; pé. 6 — Em; ia; FN; or. 7 — Li; cri; no. 8 — Al; alam; el. 9 — Drago; so. 10 — Mi; iamos. 11 — Numerar.

Problema IV.0 iO

6 8 10 11

3

10

11

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José António M oedas

E’ o leitor, uma dessas pessoas que acreditam que a maior parte das descobertas no campo da medicina e cirurgia perten­cem aos nossos dias ?

Acredita que os antigos, eram uns ignorantes nesse campo? Então leia:

A operação Cesariana, que toda a gente diz, recebeu este nome de Júlio César, fo i realizada pela prim eira vez quatro, centos anos antes do nascimento do Imperador.

A esponja queimada, que contêm iodo, empregava-se para tratar a gota hà três m il e quatrocentos anos.

No principio da Era Cristã, Heròfilo, um médico de Alexan­dria, fazia conferências sobre o aparelho circulatório e o sistema nervoso. Foi ele quem deu os nomes que actualmente têm as muitas partes da anatomia humana e dos orgãos da visão.

Há mais de quutro m il anos, o Rei da Babilónia, Ilammurabi, estabeleceu a medicina social e fixou os ordenados dos médicos de acordo com a média de doentes.

Há três m il anos, os cirurgiões empregavam como anesté­sicos o vinho cosido com raiz de mandrágora e ópio.

Quatrocentos e cinquenta anos antes de Jesus Cristo, o médico grego Ilipócrates, atava as artérias durante as operações e cosia as feridas com uma agulha e fio.

Dois m il anos antes de Hipócrates nascer faziam-se opera­ções de grande cirurgia.

Alguns aspectos destas operações, que ainda se podem ver, foram gravados em pedra na cidade de Menfins (Egipto),

Uma tabuleta de pedra polida, que remonta à mais de três m il anos, tem escrita esta receita para um laxante : «Bagas de ricino ; mastiguem-se e engulam-se, a fim de expulsar tudo o que há no copo».

No ano 1.500 antes de Cristo, os cidadãos de Tebas queixa­vam-se de que não haviam bons médicos de clinica geral como dantes. Todos eram especialistas. «A prática da medicina está tão dividida entre eles», escreve Heròdoto, o historiador Grego, «que cada médico, não cura mais do que uma doença. Todo o pais está cheio de médicos; uns dos olhos, outros dos dentes, e outros do relativo ao ventre».

O antigo médico grego arranjava as fracturas e os entorses, fazia obturações, extracções, dentaduras postiças e colocava-as na boca dos pacientes.

O prim eiro hospital de aspecto moderno fo i construído em Roma, numa ilha do Rio Tiber, antes do governo de Júlio César. Estava desenhado sob um plano de pavilhões, análogo aos actuais, com uma sala de recepção, escritórios para os serviços administrativos, e anexo o que parece ser uma sala para o iso­lamento de doentes contagiosos.

Os honorários dcs médicos eram muito elevados há deza­nove séeulos. Em Roma, certo doutor chamado Quintus Sertinus cobrava dez m il dólares para curar um doente rico.

O primai.io sanatório esteve em Epidaurus, na antiga Grécia — os doentes faziam desportos na neve e tomavam banhos de sol e nas águas curativas.

Os antigos eram fanáticos pelos banhos de sol.O naturalista romano P lín io— o velho — que viveu no século I

da nossa Era, aconselhava na sua História Natural que «o sol è o melhor dos remédios qua podemos aplicar».

E os discípulos de Ilipócrates diziam a este respeito. *E’ a espádua, especialmente a parte que deve expor-se ao so l.. . , por­que os nervos... se encontram especialmente nesta região, e se estes nervos estão saudáveis, todo o corpo estará são.»

Sim, estas invenções e estes métodos modernos que utiliza­mos, esta brilhante civilização, de que tão orgulhosos nos senti­mos, ao fim e ao cabo, parece ser um pouco velha, não è verdade?

O noiió- númete e&peeiatA pouco mais de um mês

das grandes Festas Populares de S. Pedro, temos o prazer de anunciar que lançaremos nessa data o nosso primeiro número especial.

Trata-se de uma homena­gem e ao mesmo tempo uma oferta.

Uma homenagem à vila de Montijo, ao seu comércio, à sua indústria, aos seus valo­res associativos e individuais, à Comissão Organizadora das Festas, ao povo.

Uma oferta, aos nossos queridos assinantes, pois que sem alteração de preço (1 $00) receberão um exemplar de «A Província» com mais de 30 páginas, impresso a várias cores, recheado de boa e oportuna leitura, com cola­boração literária e gráfica especial, completa informa­ção e prolgram a das Fes­

tas Populares de S. Pedro.Queremos que seja uma

obra digna das Festas e à altura do prestígio que actual­mente têm.

S e m a n a l m e n t e i remos dando a çonhecer aos nossos leitores alguns .pormenores dessa edição especial de «A Província» pois reserva­mos para esse número gran­des surprezas e muitos pré­mios para os seus possui­dores.

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