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Desenvolv. Meio Ambiente, v. 35, p. 335-347, dez. 2015. 335 Vol. 35, dezembro 2015, DOI: 10.5380/dma.v35i0.41514 DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE Recursos da geodiversidade de São Thomé das Letras – MG e seu uso para mineração e geoconservação: perspectivas para a reconversão desse território mineiro São Thomé das Letras – MG Geodiversity Resources and its Use for Mining and Geoconservation: Territory Reconversion Camila LOPES 1* , Úrsula RUCHKYS 1 1 Instituto de Geociências, Departamento de Cartografia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil. * E-mail de contato: [email protected] Artigo recebido em 28 de abril de 2015, versão final aceita em 4 de dezembro de 2015. RESUMO: Territórios mineradores convivem com conflitos de interesse envolvendo a conservação do patrimônio e a exploração mineral. A perspectiva de usos alternativos para essas áreas vem sendo frequentemente mencionada no contexto do desenvolvimento regional, sendo denominada de reconversão. Este artigo tem como objetivo propor cenários territoriais que priorizem a integração da atividade minerária, com foco naquelas paralisadas, abandonadas ou em processo de fechamento, com medidas de conservação do patrimônio geológico e mineiro do município de São Thomé das Letras, Minas Gerais. O método empregado envolveu a modelagem dinâmica espacial vinculada às geotecnologias e análise multicritério para construção de um cenário integrado, con- siderando tanto o uso para extração mineral como para geoconservação. Espera-se que este resultado possa subsidiar o ordenamento territorial do município e auxiliar na reconversão desse território ao apontar seus valores histórico, turístico, didático e educativo ligados à geodiversidade e às minas abandonadas, paralisadas ou em processo de fechamento que integram a história da mineração na região. Palavras-chave: modelagem de cenários; geotecnologias; geoconservação; reconversão de territórios. ABSTRACT: Mining territories live with interest conflict involving heritage conservation and mineral exploration. The pros- pect of alternative uses for these areas has frequently been mentioned in the context of regional development, and called for the conversion. This article aims at proposing territorial scenarios that focus on the integration of mining activity, focusing on those paralyzed, abandoned or closing processes, with conservation measures of geological and mining heritage of São Thomé das Letras, Minas Gerais. The method involved spatial dynamic modelling linked to geotechnology and Multicriteria Analysis for building an integrated scenario considering both the use for mining and for geoconservation. It is expected that this result may support the territorial planning of the municipality and assist in the conversion of that territory by pointing out its historical, tourist, didactic and educational values linked to geodiversity and abandoned mines, paralyzed or closing processes that integrate the history of mining in the region. Keywords: scenario modelling; geotechnology; geoconservation; territories conversion.

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Desenvolv. Meio Ambiente, v. 35, p. 335-347, dez. 2015. 335

Vol. 35, dezembro 2015, DOI: 10.5380/dma.v35i0.41514

DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE

Recursos da geodiversidade de São Thomé das Letras – MG e seu uso para mineração e geoconservação: perspectivas

para a reconversão desse território mineiro

São Thomé das Letras – MG Geodiversity Resources and its Use for Mining and Geoconservation: Territory Reconversion

Camila LOPES1*, Úrsula RUCHKYS1

1 Instituto de Geociências, Departamento de Cartografia, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil.* E-mail de contato: [email protected]

Artigo recebido em 28 de abril de 2015, versão final aceita em 4 de dezembro de 2015.

RESUMO: Territórios mineradores convivem com conflitos de interesse envolvendo a conservação do patrimônio e a exploração mineral. A perspectiva de usos alternativos para essas áreas vem sendo frequentemente mencionada no contexto do desenvolvimento regional, sendo denominada de reconversão. Este artigo tem como objetivo propor cenários territoriais que priorizem a integração da atividade minerária, com foco naquelas paralisadas, abandonadas ou em processo de fechamento, com medidas de conservação do patrimônio geológico e mineiro do município de São Thomé das Letras, Minas Gerais. O método empregado envolveu a modelagem dinâmica espacial vinculada às geotecnologias e análise multicritério para construção de um cenário integrado, con-siderando tanto o uso para extração mineral como para geoconservação. Espera-se que este resultado possa subsidiar o ordenamento territorial do município e auxiliar na reconversão desse território ao apontar seus valores histórico, turístico, didático e educativo ligados à geodiversidade e às minas abandonadas, paralisadas ou em processo de fechamento que integram a história da mineração na região.

Palavras-chave: modelagem de cenários; geotecnologias; geoconservação; reconversão de territórios.

ABSTRACT: Mining territories live with interest conflict involving heritage conservation and mineral exploration. The pros-pect of alternative uses for these areas has frequently been mentioned in the context of regional development, and called for the conversion. This article aims at proposing territorial scenarios that focus on the integration of mining activity, focusing on those paralyzed, abandoned or closing processes, with conservation measures of geological and mining heritage of São Thomé das Letras, Minas Gerais. The method involved spatial dynamic modelling linked to geotechnology and Multicriteria Analysis for building an integrated scenario considering both the use for mining and for geoconservation. It is expected that this result may support the territorial planning of the municipality and assist in the conversion of that territory by pointing out its historical, tourist, didactic and educational values linked to geodiversity and abandoned mines, paralyzed or closing processes that integrate the history of mining in the region.

Keywords: scenario modelling; geotechnology; geoconservation; territories conversion.

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1. Introdução

Assim como a biodiversidade corresponde à diversidade da natureza viva, mais recentemente, a partir da década de 1990, começou a se utilizar o termo geodiversidade para designar a variedade de estruturas (sedimentares, tectônicas, geomorfológicas e petrológi-cas) e materiais geológicos (minerais, rochas, fósseis e solos) que constituem o substrato físico natural de uma região e que suportam a biodiversidade.

Em 2001, Nieto amplia a definição do termo, in-cluindo o aspecto humano:

A geodiversidade consiste no número e variedade de estruturas (sedimentares, tectônicas, geomorfológicas, hidrogeológicas e petrológicas) e de materiais geológi-cos (minerais, rochas, fósseis e solos), que constituem o substrato físico e natural de uma região, sobre o qual se assenta a atividade orgânica, incluindo-se a antrópica (Nieto, 2001, p. 7).

A geodiversidade pode apresentar diferentes valores, conforme elencado por Gray (2004): valor intrínseco ou de existência, valores culturais (influência sobre folclore, arquitetura, história e religião), estéticos (oportunidade de lazer, contemplação, inspiração para a arte), econômicos (recursos minerais e energéticos), funcionais (sobretudo como substrato para os ecossis-temas), científicos e educacionais.

Tantos valores associados à geodiversidade podem gerar conflitos e interesses contraditórios, principalmente onde o valor econômico está presente, o que implica, na grande maioria das vezes, em atividades de extração mine-ral. A mineração é considerada uma das bases da economia do Brasil, sendo um setor estratégico para dinamizar o crescimento econômico de muitos municípios. Se por um lado a necessidade econômica implica na valorização da mineração, por outro essa atividade pode gerar uma grande quantidade de resíduos que, descartados no meio ambiente de forma não cuidadosa, causam impactos.

Os laços entre o homem e a geodiversidade são muitas vezes fortalecidos por questões econômicas, quando as comunidades são dependentes dos georrecur-sos dos quais sua vida depende. Além disto, os elementos

da geodiversidade têm um elevado potencial educativo, cultural e recreativo, relacionando-se assim ao conceito de patrimônio, o que justifica a necessidade de medidas de conservação e valorização (Ruchkys, 2015). Estas medidas, quando associadas aos elementos da geodi-versidade, recebem a denominação de geoconservação, que integra ações que vão desde a proteção física de afloramentos rochosos até a interpretação do patrimônio geológico e mineiro para uso pelo turismo.

Gallego & García (1996) definem o patrimônio geológico como o conjunto de recursos naturais não renováveis de valor científico, cultural e educativo, incluindo as formações, estruturas geológicas, formas do terreno, os jazimentos paleontológicos e mineraló-gicos, que permitem reconhecer, estudar e interpretar a evolução da história geológica da Terra e os processos que têm modelado.

Ruchkys & Machado (2013) salientam a estreita relação existente entre o patrimônio geológico e o minei-ro, uma vez que as atividades minerárias se desenvolvem de forma condicionada às características geológicas. Cañizares (2005) define o patrimônio mineiro como a herança da mineração e de origem industrial, incluindo bens materiais e o legado intangível desenvolvidos no passado ou no presente e que fazem parte da identidade cultural de grupos sociais em determinados momentos de sua história. Assim, o patrimônio mineiro inclui tanto os valores tangíveis como os intangíveis relacionados à prática da mineração e está associado tanto a atividades extrativas antigas como atuais.

Buscando contribuir para o planejamento e para o ordenamento de territórios onde o conflito pelo uso dos recursos naturais se faz presente, têm sido desenvolvidas várias metodologias e ferramentas, com destaque para o geoprocessamento, que inclui os Sistemas de Infor-mações Geográficas (SIGs) e o sensoriamento remoto. Dentre os métodos empregados, pode-se citar a análise multicritério utilizada para integrar diferentes variáveis na análise de uma situação complexa.

A partir dessas considerações, o artigo tem co-mo objetivo apresentar um cenário territorial para o município de São Thomé das Letras que represente duas visões de desenvolvimento para a área de forma integrada: exploração mineral e geoconservação. Com isso, pretende-se contribuir para a discussão sobre a

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reconversão de territórios mineradores ao pensar seu uso após o fechamento de minas e seu potencial como patrimônio geológico e mineiro, podendo integrar planos de desenvolvimento regional – agregando valor a pro-dutos turísticos tradicionais já existentes – e contribuir para a reconversão desta importante região mineradora.

2. São Thomé das Letras: mineração e patrimônio

São Thomé das Letras pertence à Microrregião de Varginha, compreendida na Mesorregião Sul/Sudoeste de Minas Gerais, integrante da área produtora de quart-zito ornamental, localmente conhecido como pedra São Tomé, que engloba os seguintes municípios: São Thomé das Letras, Três Corações, São Bento Abade, Carrancas,

Minduri, Cruzília, Caxambu, Conceição do Rio Verde e Varginha (Figura 1).

O município faz parte do Circuito Turístico Vale Verde e Quedas D’Água e está situado em uma área cuja paisagem vem sendo modificada desde o século XVIII devido às ações antrópicas relacionadas à exploração dos quartzitos.

D’Auria (2000), por meio de uma pesquisa histó-rica, caracteriza cinco fases na exploração do quartzito na região: a primeira envolve a retirada dos primeiros fragmentos de rocha utilizados pelos colonizadores e dura até o final do século XIX; o período do final do século XIX até o início da década de 1940 é denominado de “indústria da pedra”, quando começam a ser explo-rados os quartzitos do alto da serra; entre 1940 e 1970 foram incorporados explosivos nos processos de lavra; de 1970 a 1990 tem início uma série de denúncias sobre

FIGURA 1 – Mapa de localização dos municípios produtores de pedra São Tomé, com destaque para o município de São Thomé das Letras.

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a extração e o poder público começa a atuar; a última fase é caracterizada pela incorporação de medidas que visam satisfazer as exigências legais relacionadas prin-cipalmente aos processos de licenciamento ambiental. Rezende et al. (2009) destacam que na atualidade a ex-tração é feita em duas etapas, a primeira com a utilização de máquinas e a segunda de maneira artesanal, quando movimentos do corpo e ferramentas rudimentares são utilizados no desplacamento das lajes. Fernandes et al. (2002) colocam que a rocha é exportada para países da Europa e para o Japão desde a década de 1990.

Mesmo trazendo degradação ambiental, a explora-ção histórica desse recurso da geodiversidade caracteriza o patrimônio construído, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA). Segundo D’Auria (2000), explorados desde as últimas décadas dos setecentos, os quartzitos presentes na Serra das Letras constituíram a matéria-prima privilegiada para construção de igrejas e casarios, cujas rochas foram cuidadosamente cortadas e empilhadas uma a uma, sem qualquer tipo de argamassa, o que emprestou a ela o apelido de “Cidade de Pedra”.

Carvalho & Pereira (2010) mostram a importância da pedra São Tomé para a atividade de artesanato, que se configura como uma alternativa de fonte de renda para a população. Para esse tipo de produção são utilizadas peças pequenas, muitas vezes oriundas do monte de resíduo das mineradoras. Os produtos mais encontrados são: casa de pedra, abajur, disco voador, porta-incenso, bijuteria, semijoia, porta-retratos e moldura de espelho.

A abundância, a dimensão e a densidade de ocorrência dos quartzitos na Serra das Letras encerram um rico patrimônio natural associado a afloramentos rochosos e cavernas. Travassos et al. (2008) destacam a importância de várias cavernas envoltas por lendas e histórias fantásticas, incluindo: a Gruta de São Tomé, que tem seu nome creditado a uma lenda que reza que um escravo fugido teria recebido uma carta de um homem que afirmava ser São Tomé; Grutas do Carimbado I e II, com 33 m e 212 m, respectivamente, que no imaginário popular são ligadas à cidade de Machu Pichu, no Peru; Gruta do Índio; Gruta das Bruxas; Gruta do Labirinto, com 226 m, e a Gruta Sobradinho (MG-1682), com 150 m, todas em quartzito. Conforme afirmam Rezende et al. (2009), algumas cavidades abrigam importantes sítios ar-

queológicos com pinturas rupestres já reconhecidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sendo três na zona urbana, sete em áreas de mineração, duas na Área de Proteção Ambiental (APA) de São Tomé das Letras, uma na zona rural e uma no Pico do Peão, afastada de área de mineração. Estes exemplos configuram o valor cultural associado à geodiversidade.

Além das cavernas, o município é caracterizado por vários atrativos ligados ao patrimônio geológico, incluin-do cachoeiras, nascentes, canyons e trilhas naturais. Do ponto de vista biótico, Lopes et al. (2013) afirmam que a cobertura vegetal da região de São Thomé das Letras constitui-se de uma área de transição entre as florestas semidecíduas do sudeste e sul do país e o cerrado do Brasil central, incluindo aí o cerrado rupestre, o campo sujo, o campo limpo e o campo rupestre.

Os recursos da geodiversidade presentes no mu-nicípio são a base para o desenvolvimento de suas duas principais atividades econômicas: o turismo e a minera-ção. No entanto, como salienta Santos (2005), a atividade minerária ainda é realizada de forma não sistematizada, gera pilhas de rejeitos, trazendo riscos para o patrimônio. A extensiva ocorrência de quartzito e todo o valor a ele associado torna esta região fascinante, sendo necessária não só a exploração de forma mais sustentável, mas também medidas que levem à sua conservação.

Cañizares (2011a) salienta que em áreas de mine-ração o patrimônio também pode se converter em um objeto de memória coletiva, expressão cultural com valores simbólicos, artísticos, históricos e funcionais, o que pode implicar na valorização pela própria comu-nidade local de seus recursos materiais (edificações) e, sobretudo, imateriais (cultura mineira) vinculados com as minas e com espaços musealizados. Para ações desta natureza, tem sido utilizado o termo reconversão.

3. Reconversão de territórios mineradores

Cañizares (2011a e 2011b) destaca que áreas de intensa atividade mineradora podem estar associadas à presença de importante patrimônio natural e cultural e suas paisagens podem ser reabilitadas e recuperadas para uso turístico, sendo esta uma das melhores estratégias para preservar e valorizar o patrimônio mineiro.

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Para Cañizares (2011b), a reconversão de territó-rios com rico legado cultural deixado pela mineração tem sido a base de várias ações voltadas para a melhoria desses territórios, envolvendo principalmente o turismo. O patrimônio mineiro aparece então como uma nova oportunidade de desenvolvimento, ao transformar estas regiões em destinos turísticos.

No Brasil, aconteceu em 2012 o I Seminário In-ternacional de Reconversão de Territórios, organizado pela Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (FEAM), onde o termo reconversão foi utilizado para se referir à qualidade ambiental e socioeconômica de antigos territórios minerários e industriais. Estudos de reconversão de territórios mineradores abordam, além da reabilitação dos aspectos físicos, os seguintes aspectos: a reconstrução da identidade local em face de alterações culturais e territoriais advindas da mineração; a análise dos impactos socioeconômicos decorrentes do fechamento das atividades industriais e minerárias; a análise de indicadores socioeconômicos e urbanos; e a indicação de instrumentos de ordenamento territorial para sua recuperação.

Para Saiz de Omeñaca & Saiz de Omeñaca (1996), ao se pensar na reconversão, além da reabilitação é importante pensar o uso futuro da área, sendo o turismo ligado ao legado do patrimônio mineiro uma das pers-pectivas mais interessantes, já que valoriza a identidade cultural das comunidades.

Essa concepção entende que a construção de par-cerias entre comunidade, governo e entidades privadas possibilitará o melhor aproveitamento desse tipo de região em termos de uso turístico, qualidade de vida e lazer, trazendo novas oportunidades para o desenvolvi-mento regional e econômico, com novas possibilidades de negócios (Accioly, 2012). Assim, trabalhos de recon-versão têm criado alternativas de emprego e recuperação econômica de antigos territórios minerários e industriais.

Segundo Accioly (2012), podem ser citadas pro-postas que incluem o resgate da memória minerária e industrial, como é o caso de Lusatia (Alemanha), onde estava instalada uma mineração de linhito. A trans-formação da paisagem incluiu o reconhecimento de um patrimônio industrial, incentivando a preservação e a reutilização de exemplos da história industrial da região, testemunho da sua historicidade, valorizando a

identidade cultural. Foi feita a abertura de áreas ainda em operação para visitas ao público em geral, especial-mente para estudantes e pesquisadores interessados no processo produtivo.

Outro exemplo é o caso do Geoparque Arouca, em Portugal, onde existia uma mineração de ardósia, utiliza-da para revestimento. Neste ambiente, e em continuidade com a lavra, foi encontrado e preservado um sítio pale-ontológico com ocorrência de exemplares excepcionais de trilobitas paleozoicos gigantes (Gutiérrez-Marco et al., 2009).

A mineração e a geoconservação são, em princípio, excludentes, uma vez que a primeira é necessariamente modificadora do meio original, enquanto que a segunda é conservacionista, em geral. Apesar de serem ainda inci-pientes os exemplos brasileiros que conciliem essas ati-vidades, pode-se citar o trabalho de Gesicki & Santucci (2011), no qual os autores apresentam um estudo de caso envolvendo a proteção de um sítio paleontológico em uma área de mineração ativa de calcário em Santa Rosa de Viterbo, interior do Estado de São Paulo. O objetivo deste trabalho foi demonstrar ser viável a implantação de medidas de geoconservação em áreas onde a mineração está em plena atividade.

Outro exemplo bem sucedido de reconversão de territórios mineradores é o caso de Curitiba, que reabili-tou três antigas áreas de mineração e criou parques para a cidade: o Parque das Pedreiras, o bosque Zaninelli e o Parque Tanguá. Antigamente funcionavam nessas áreas: pedreiras, usina de asfalto, exploração de granito e que, após o encerramento das atividades, se tornaram abandonadas e alvo de depósito de lixo. Atualmente, elas se tornaram espaços de cultura e lazer, ambientalmente preservados (Liccardo et al., 2008).

Todos esses exemplos mantiveram estruturas e resquícios do passado minerário e industrial, sendo esses registros integrantes da identidade local.

4. Métodos da pesquisa

Os métodos de pesquisa envolveram as seguintes etapas: levantamento bibliográfico; pesquisa de campo; seleção das variáveis a serem analisadas e consultas com especialistas; aplicação de análise multicritério e

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álgebra de mapas para elaboração dos cenários de mi-neração e de geoconservação; e avaliação das matrizes de interesse para construção do cenário integrado. Nos dois cenários, a seleção das variáveis foi baseada na sua importância para exploração mineral e para práticas de geoconservação.

Para o cenário favorável à geoconservação, foram utilizadas as seguintes variáveis: atrativos turísticos, áreas de exploração mineral inativas; estradas e vias de acesso; unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável; afloramento rochoso; áreas de pre-servação permanente; índice de geodiversidade. Antes da aplicação da análise multicritério, foram definidas áreas de influência no entorno dos elementos listados a seguir, considerando o critério de proximidade: atrativos turísticos; áreas de exploração mineral inativas; estradas e vias de acesso; unidades de conservação de proteção integral e de uso sustentável; afloramento rochoso. O índice de geodiversidade foi feito a partir do método desenvolvido por Serrano & Ruiz-Flaño (2007), Hjort & Luoto (2010), Pellitero (2012) e Pereira et al. (2013).

Para o cenário favorável à exploração mineral, foram utilizadas as seguintes variáveis: quartzito; vias de acesso; processos minerários no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM); ocorrência de recurso mineral; minas ativas. Para todas essas variáveis utili-zadas foram definidas áreas de influência considerando o critério de proximidade.

A ponderação das variáveis nos dois cenários se pautou na metodologia DELPHI, de consulta a es-pecialistas. Para o cenário de geoconservação, foram consultados profissionais que desenvolvem pesquisas e que têm publicações envolvendo geodiversidade, geoconservação e patrimônio geológico. Para o ce-nário de exploração mineral, optou-se pela consulta a profissionais da Fundação Estadual de Meio Ambiente (FEAM) que atuam na região de São Thomé das Letras em processos relacionados a questões ambientais legais da exploração mineral do quartzito. Para os dois cenários, foi aplicada análise multicritério e a álgebra adotada foi de lógica fuzzy.

A última etapa foi a elaboração do cenário in-tegrado. As variáveis de entrada do modelo foram os mapas de aptidão resultantes da modelagem do cenário favorável à exploração mineral e do cenário favorável à

geoconservação. Optou-se por usar o mesmo peso para cada cenário, buscando não priorizar a identificação das áreas mais aptas para a mineração e nem para a geocon-servação. Desta forma, tanto o cenário de mineração quanto o cenário de geoconservação receberam peso 0.5 na modelagem final. Os resultados destes dois cenários foram combinados, gerando 25 possíveis resultados, considerando que cada um dos cenários apresentou cinco componentes de legenda, de muito baixo a muito alto interesse.

5. Resultados e discussões

5.1. Cenários favoráveis à geoconservação e à exploração mineral

A determinação dos valores de notas e pesos para cada uma das variáveis utilizadas, como já explicado, foi baseada em opinião de especialistas utilizando o método DELPHI. No caso do cenário favorável à geoconserva-ção, estes dados estão apresentados na Tabela 1 e, no do cenário favorável à exploração mineral, na Tabela 2.

As notas variaram de 0 a 5 e foram estabelecidas considerando o grau de proximidade, ou seja, quanto menor a distância da variável utilizada, maior a nota atribuída.

A partir da análise do mapa (Figura 2), é possível observar que o município apresenta vários pontos de alta aptidão para geoconservação, principalmente associados às nascentes e às áreas de altas altitudes e declividades. Esses pontos estão distribuídos na linha de cumeada das duas serras, tendendo a diminuir em quantidade à medida que a declividade diminui. No mapa resultante, é possível observar que as áreas de maior aptidão à geoconservação estão associadas à presença de atrativos turísticos, que, por sua vez, também apresentam forte relação com a presença do quartzito, já que os locais mais procurados por visitantes são grutas e cachoeiras. Também foram classificadas como áreas de maior aptidão, para este propósito, aquelas próximas às Unidades de Conservação (UCs) e às Áreas de Preservação Permanentes (APPs) de topo de morro, onde ocorrem locais que estão ligados à geodiversidade de São Thomé das Letras, principalmente

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em relação às rochas e ao relevo. Nas áreas classificadas como de alta aptidão para geoconservação, estão famosos atrativos turísticos do município, com destaque para a Gruta de São Thomé (Figura 3), a Pedra da Bruxa (Figura 4) e a Pirâmide (Figura 5).

TABELA 1 – Pesos e notas para o cenário favorável à geoconservação.

Variável Peso Componente de legenda Nota

Proximidade de atrativos turísticos 25%

0 - 2 km 5

2 - 4 km 4

4 - 6 km 3

6 - 8 km 2

8 - 10 km 1

> 10 km 0

Proximidade de Áreas de Exploração Mineral Inativa 20%

0 - 2 km 5

2 - 4 km 4

4 - 6 km 3

6 - 8 km 2

8 - 10 km 1

> 10 km 0

Proximidade de estradas e vias de acesso 20%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

Proximidade de Unidades de Conservação - Proteção Integral e Uso Sustentável

10%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

Proximidade de Afloramento Rochoso 10%

0 - 2 km 5

2 - 4 km 4

4 - 6 km 3

6 - 8 km 2

8 - 10 km 1

> 10 km 0

Áreas de Preservação Permanente 10% Presença 5

Alto Índice de Geodiversidade 5% Presença 5

TABELA 2 – Pesos e notas para o cenário favorável à exploração mineral.

Variável Peso Componente de legenda Nota

Quartzito 50% Presença 5

Proximidade de vias de acesso 20%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

Proximidade de processos minerários do DNPM 10%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

Proximidade de ocorrência de recurso mineral 10%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

Proximidade de minas 10%

0 - 1 km 5

1 - 2 km 4

2 - 3 km 3

3 - 4 km 2

4 - 5 km 1

> 5 km 0

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FIGURA 2 – Mapa do cenário de favorável à geoconservação.

FIGURA 3 – Atrativo turístico Gruta de São Thomé.

FIGURA 4 – Atrativo turístico Pedra da Bruxa.

FIGURA 5 – Atrativo turístico Pirâmide.

As áreas de média aptidão para geoconservação estão próximas às minas inativas e aos afloramentos geológicos e se espalham pelas porções nordeste e no-roeste de São Thomé das Letras, onde também ocorre uma densidade significativa de estradas e acessos. As faixas de menor aptidão estão localizadas nas porções sul e sudeste do município em estudo.

O cenário favorável à exploração mineral é apre-sentado na Figura 6. De acordo com a análise deste ma-pa, é possível observar que o município de São Thomé

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das Letras apresenta poucas áreas classificadas como de médio e alto potencial para mineração, de forma concentrada, para a realização da atividade minerária, conforme os critérios analisados.

Por meio do cruzamento dos dados de vias de acesso, processos minerários no Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (DNPM), ocorrência de recurso mineral e minas ativas foi possível perceber que as áreas classificadas como de alta aptidão para a exploração mi-neral estão situadas onde ocorre o quartzito e, preferen-cialmente, próximas às estradas. A maior concentração de áreas com alto potencial está situada no sentido sudoeste-nordeste do município, ao longo da serra de São Thomé das Letras e do Cantagalo, correspondendo à área de ocorrência dessa rocha (Figuras 7, 8 e 9).

FIGURA 6 – Mapa de cenário favorável à exploração mineral.

FIGURA 7 – Exemplo de área classificada como de alta aptidão para exploração mineral – Sobradinho.

FIGURA 8 – Exemplo de área classificada como de alta aptidão para exploração mineral – Pico do Gavião.

FIGURA 9 – Exemplo de área classificada como de alta aptidão para exploração mineral – Chapada.

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5.2. Cenário integrado

A partir dos mapas de cenários favoráveis à geo-conservação e à exploração mineral, as possibilidades foram cotejadas de modo a promover a identificação das áreas onde a vocação para mineração ou para geocon-servação são claramente definidas e onde há conflitos de interesse entre esses dois tipos de uso.

A análise com as possíveis combinações também foi realizada na estrutura de dados matricial, a matriz de combinação do cenário de geoconservação e de explo-ração mineral é mostrada na Tabela 3 e o mapa síntese desta combinação é apresentado na Figura 10.

Observam-se combinações onde existe clara defi-nição do predomínio de aptidão para geoconservação ou do predomínio de áreas favoráveis para mineração. Em condições opostas, há áreas que são de alta a muito alta aptidão tanto para geoconservação como para mineração, o que gera os conflitos, ao passo que ocorrem também áreas de média a muito baixa aptidão para mineração e baixa a muito baixa aptidão para geoconservação, o que as define como sem conflitos.

A principal atividade a ser desenvolvida nessas áreas de conflitos deverá ser definida a partir das priori-dades de interesses e no âmbito político, considerando argumentos e justificativas plausíveis para quaisquer das escolhas. Para essas áreas, seria importante uma

seleção de locais propícios para a reconversão de terri-tórios mineradores onde, inclusive, minas em atividade poderiam ser abertas para visitação pública considerando explicações ao público sobre o processo produtivo e a importância histórica da mineração da pedra São Tomé na região. Desta forma, poderia haver conciliação entre a exploração mineral e a geoconservação.

As áreas sem conflito são indicadas para os usos necessários da ocupação territorial que, se colocados em outras posições, gerariam conflitos, tais como aterros sanitários, parques industriais, usinas de reciclagem, entre outros. Nesta classificação estão terrenos que não são propícios nem para a geoconservação nem para a exploração mineral, mas que poderiam ser direcionados a outros usos.

As regiões onde há média aptidão para geoconser-vação e baixa aptidão para mineração são definidas como aptas às iniciativas de geoconservação, mas necessitam de investimentos para reconversão. Os investimentos para reconversão incluem tanto aqueles relacionados à reabilitação física das áreas como aqueles ligados ao seu uso para a geoconservação, incluindo, por exemplo, a instalação de centros de interpretação e educação am-biental. Como exemplo, podem-se citar as minas aban-donadas do Pico do Gavião e do Poço Verde/Esmeraldas. Esta última já possui uso turístico, mas carece de medidas apropriadas para o desenvolvimento desta atividade.

TABELA 3 – Valores e classes da análise combinatória das matrizes.

LegendaAptidão Mineração Muito Alta Alta Média Baixa Muito Baixa

Conflito

Geoconservação Geoconservação Valores 0 2 4 6 8

Geoconservação com cuidado Muito Alta 0 0 1 2 3 4

Geoconservação com investimento Alta 10 5 6 7 8 9

Mineração Média 20 10 11 12 13 14

Sem conflito Baixa 30 15 16 17 18 19

Potencial de Transformação Muito Baixa 40 20 21 22 23 24

Desenvolv. Meio Ambiente, v. 35, p. 335-347, dez. 2015. 345

FIGURA 10 – Mapa síntese dos resultados: cenário integrado considerando a geoconservação e a exploração mineral.

LOPES, C.; RUCHKYS, Ú. Recursos da geodiversidade de São Thomé das Letras – MG e seu uso para mineração e geoconservação...346

Áreas classificadas como de muito alta aptidão para geoconservação e média aptidão minerária são definidas como de interesse para geoconservação, mas são necessá-rios cuidados de fiscalização e manutenção, já que existe uma pressão, considerando a média aptidão para minera-ção. Nestas áreas já existem locais utilizados pelo turismo e que poderiam ter produtos direcionados à valorização da geodiversidade, integrando uma proposta de reconversão. Como exemplo, podem-se citar o Vale das Borboletas, as corredeiras do Shangri-lá e a cachoeira da Lua. Estes locais já são utilizados do ponto de vista turístico, contudo, apresentam passivos ambientais decorrentes da atividade minerária, como assoreamento das drenagens.

Nas condições de combinações de médias aptidões, tanto para geoconservação quanto para mineração, en-contram-se as regiões classificadas como de transição ou de potencial de transformação. Estas são extremamente relevantes para o planejamento territorial, uma vez que, ao serem propostas ações de transformação, não geram conflitos a princípio, além de potencializar a irradiação de resultados.

6. Considerações finais

A aplicação dos métodos de análise multicritério e a avaliação combinatória de matrizes de interesse para usos conflitantes, neste caso geoconservação e

mineração, se mostraram eficientes para o alcance dos objetivos propostos.

A despeito de um grande avanço, principalmente internacional, em medidas e ações direcionadas à re-conversão de territórios mineradores, ainda há muito a ser feito no Brasil e em especial no Estado de Minas Gerais. A paralisação e o abandono de frentes de lavras, que atualmente ocorrem em várias áreas mineradoras, podem apresentar boas possibilidades para usos alter-nativos baseados na salvaguarda e na valorização da geodiversidade e do patrimônio mineiro, principalmente por meio da geoconservação e do turismo.

A pesquisa mostrou que o município de São Thomé das Letras pode conviver de forma não conflitante com a mineração e com a geoconservação e que esta última pode ser pensada como alternativa interessante para uso de áreas mineradas abandonadas ou paralisadas, valori-zando a identidade cultural da região ligada à mineração.

Em São Thomé das Letras, a maior concentração de áreas potenciais para geoconservação coincide com as de mineração do município. Neste sentido, o resultado da análise pode subsidiar o ordenamento territorial e o pla-nejamento municipal, favorecendo não só pesquisadores e turistas, mas a sociedade em geral. Este estudo pode auxiliar no planejamento em longo prazo da reconversão deste território mineiro de forma a utilizar ao mesmo tempo os recursos da geodiversidade e o patrimônio mineiro para o turismo.

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