recursos da bandeira elementar

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1 1 Recursos da Bandeira Elementar 1. Elementar 2. Bandeira 3. Recursos 4. Quem Tem? 5. Quem Não Tem? 6. De Quem Tem para Quem Não Tem 7. De Quem Não Tem para Quem Tem 8. Parceria 9. Amizade é Coisa Antiga 10. O Custo da Inimizade é a Guerra Serra, sexta-feira, 02 de abril de 2010. José Augusto Gava.

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ar, água, terra-solo, fogo-energia, vida e racionalidade o Brasil tem bastante, embora não suricientemente apurado

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Recursos da Bandeira Elementar

1. Elementar 2. Bandeira 3. Recursos

4. Quem Tem? 5. Quem Não Tem?

6. De Quem Tem para Quem Não Tem 7. De Quem Não Tem para Quem Tem

8. Parceria 9. Amizade é Coisa Antiga

10. O Custo da Inimizade é a Guerra

Serra, sexta-feira, 02 de abril de 2010. José Augusto Gava.

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Capítulo 1 Elementar

RECICLAGEM DAS IDÉIAS (pois, outrora, afastaram os elementos mágicos - o que não deveriam ter feito com, p. ex., ar, água, terra, fogo – que reaproveitei)

adjetivo de dois gêneros

1 relativo a ou que pertence a elemento(s) 2 que é composto ou funciona de modo primário, básico, simples, fácil, claro

3 relativo às noções básicas de uma arte ou de um conhecimento 4 Derivação: por extensão de sentido.

de fácil compreensão, claro; básico, essencial 5 Rubrica: pedagogia.

relativo ao ensino escolar que ministra os fundamentos da leitura, da escrita, da aritmética e ciências sociais

substantivo feminino Rubrica: termo jurídico.

6 circunstância ou fato que faz parte da definição legal de um crime

Elementar: “que é composto ou funciona de modo primário, básico, simples, fácil, claro”

Não eram elementos químicos, mas eram elementos. FUNCIONANDO DE MODO PRIMÁRIO, BÁSICO, SIMPLES, FÁCIL, CLARO: A BANDEIRA ELEMENTAR

terra-solo

ar

água

fogo-energia No centro, a Vida geral, e no centro do centro a Vida-racional, a

psicologia: com esse desenho primário, básico, simples, fácil, claro podemos investigar relações políticadministrativas, governempresariais, pessoambientais.

A BE NO BRASIL 1. ar no Brasil (“no”, porque não o retemos, ele segue adiante:

é o mais democrático dos elementos); 2. água do Brasil (por defeito das definições políticas primitivas,

pois este deveria ser um mundo só);

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3. terra/solo do Brasil; 4. fogo/energia do Brasil; 5. vida do Brasil; 6. vida-racional no Brasil (já que a vida-racional, mesmo em

rendição, não é de ninguém).

Capítulo 2 Bandeira

A BANDEIRA DO BRASIL (minha avaliação será por estimativa e muito imprecisa, pois não há tempo de pesquisar a fundo: que outros o façam)

ELEMENTO AVALIAÇÃO ar esse é de todos e é repartido obrigatoriamente, mas aqui é

preciso avaliar a poluição (uma vez na década dos 1970 fui a São Paulo e já então pairava no ar uma lente de sujeira)

AEROPORTOS BRASILEIROS (serviços do ar)

água 1. pontual: minas 2. linear: rios;

3. plana: lagoas e aqüíferos; 4. volumétrica: mar;

1. chuvas.

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aquíferos

portos

terra-solo são quase 8,6 milhões de km2, de pronto apenas (510/8,6 =) 1,69 % da superfície da Terra; mas isso constitui (calcule sobre

1/3 terras acima das águas oceânicas, 170/8,6 =) pouco mais de 5 % das terras emersas; dos (fiz as contas) 90 milhões de km2

aproveitáveis, perto de 10 %; sem falar que aqui é possível tirar até três safras por ano e, com as melhores técnicas mundiais de

adubação e colheita, talvez 10 vezes ou mais do que é produzido atualmente

fogo-energia

Em todos esses caminhos o Brasil é potencialmente cheio de

recursos, que ainda devem pela engenhosidade ser transformados em riquezas: é preciso detidamente avaliar e

fazer comparação com o mundo.

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Agnaldo Del Nero Augusto -General de Divisão Reformado

A descoberta de imensas reservas de petróleo na costa brasileira é motivo de regozijo para todos nós brasileiros.

Hoje nossas reservas são estimadas em 14 bilhões de barris. Confirmada a projeção do potencial do pré-sal,

elas se elevariam para 55 bilhões de barris e o Brasil passaria da 24a para

a 12a posição entre as maiores reservas mundiais. Somando o potencial de

descobertas de até 20 bilhões de barris no pós-sal, assim denominando as reserva acima da camada de sal, a serem

confirmadas, as reservas brasileiras poderiam superar os 70 bilhões de

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barris, nivelando-se às dos sete maiores países produtores mundiais

de petróleo. Setembro de 2009

Pré-sal

A camada do pré-sal já foi manchete, polêmica e até bandeira da próxima campanha presidencial. Apesar dos

bilhões de barris de petróleo alardeados pelo governo, que estão supostamente encobertos por espessas camadas de sal abaixo do leito do mar brasileiro, muito do que se falou até

hoje são meras conjecturas. O que realmente significa o pré-sal para o país? Como essa riqueza será explorada? Quais são

as garantias de que a extração de petróleo nessas áreas é um bom investimento? Essas e outras respostas irão ajudar

você a entender a questão. 1. O que é o pré-sal e onde ele está situado?

2. Qual é o potencial de exploração de pré-sal no Brasil? 3. Quanto representa esse potencial em nível mundial?

4. Como o Brasil vai explorar essa riqueza? 5. Quanto deverá custar o projeto?

6. Há alguma garantia que justifique o investimento? 7. Quais são os riscos desse investimento?

8. Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração? 9. O que acontecerá com os contratos de concessão do local

já licitados e assinados? 1. O que é o pré-sal e onde ele está situado?

É uma porção do subsolo que se encontra sob uma camada de sal situada alguns quilômetros abaixo do leito do mar.

Acredita-se que a camada do pré-sal, formada há 150 milhões de anos, possui grandes reservatórios de óleo leve (de melhor qualidade e que produz petróleo mais fino). De acordo com os resultados obtidos através de perfurações de poços, as rochas do pré-sal se estendem por 800 quilômetros

do litoral brasileiro, desde Santa Catarina até o Espírito Santo, e chegam a atingir até 200 quilômetros de largura. 2. Qual é o potencial de exploração de pré-sal no Brasil?

Estima-se que a camada do pré-sal contenha o equivalente a cerca de 1,6 trilhão de metros cúbicos de gás e óleo. O

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número supera em mais de cinco vezes as reservas atuais do país. Só no campo de Tupi (porção fluminense da Bacia de

Santos), haveria cerca de 10 bilhões de barris de petróleo, o suficiente para elevar as reservas de petróleo e gás da

Petrobras em até 60%. 3. Quanto representa esse potencial em nível mundial?

Caso a expectativa seja confirmada, o Brasil ficaria entre os seis países que possuem as maiores reservas de petróleo do

mundo, atrás somente de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes.

4. Como o Brasil vai explorar essa riqueza? A grande polêmica está justamente na tecnologia que será necessária para a extração. O Brasil ainda não dispõe de recursos necessários para retirar o óleo de camadas tão

profundas e terá que alugar ou comprar de outros países. O campo de Tupi, por exemplo, se encontra a 300 quilômetros do litoral, a uma profundidade de 7.000 metros e sob 2.000 metros de sal. É de lá e dos blocos contíguos que o governo

espera que vá jorrar 10 bilhões de barris de petróleo 5. Quanto deverá custar o projeto?

Devido à falta de informações sobre os campos, ainda é muito cedo para se ter uma estimativa concreta de custos. No entanto, alguns estudos já dão uma ideia do tamanho do desafio. Uma pesquisa elaborada pelo banco USB Pactual, por exemplo, diz que seriam necessários 600 bilhões de dólares (45% do produto interno bruto brasileiro) para

extrair os 50 bilhões de barris estimados para os blocos de exploração de Tupi, Júpiter e Pão de Açúcar (apenas 13% da

área do pré-sal). A Petrobras já é mais modesta em suas previsões. Para a companhia, o custo até se aproxima dos

600 bilhões de dólares, mas engloba as seis áreas já licitadas em que é a operadora: Tupi e Iara, Bem-Te-Vi, Carioca e

Guará, Parati, Júpiter e Carambá. 6. Há alguma garantia que justifique o investimento?

Testes realizados pela Petrobras em maio e junho deste ano mostraram que ainda não estão totalmente superados os

desafios tecnológicos para explorar a nova riqueza. A produção no bloco de Tupi ficou abaixo dos 15.000 barris de petróleo que a Petrobras esperava extrair por dia durante o

teste de longa duração. 7. Quais são os riscos desse investimento?

Fora o risco de não haver os alardeados bilhões de barris de petróleo no pré-sal, a Petrobras ainda poderá enfrentar

outros problemas. Existe a chance de a rocha-reservatório, que armazena o petróleo e os gás em seus poros, não se prestar à produção em larga escala a longo prazo com a

tecnologia existente hoje. Como a rocha geradora de petróleo em Tupi possui uma formação heterogênea, talvez também sejam necessárias tecnologias distintas em cada

parte do campo. Além disso, há o receio de que a alta

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concentração de dióxido de carbono presente no petróleo do local possa danificar as instalações.

8. Onde será usado o dinheiro obtido com a exploração? Os recursos obtidos pela União com a renda do petróleo

serão destinados ao Novo Fundo Social (NFS), que realizará investimentos no Brasil e no exterior com o objetivo de

evitar a chamada "doença holandesa", quando o excessivo ingresso de moeda estrangeira gera forte apreciação

cambial, enfraquecendo o setor industrial. De acordo com o governo federal, a implantação deste fundo será articulada com uma política industrial voltada as áreas de petróleo e gás natural, criando uma cadeia de fornecedores de bens e serviços nas indústrias de petróleo, refino e petroquímico. Parte das receitas oriundas dos investimentos do fundo irá

retornar à União, que aplicará os recursos em programas de combate à pobreza, em inovação científica e tecnológica e

em educação.

9. O que acontecerá com os contratos de concessão do local já licitados e assinados?

Embora tenha inicialmente se falado na desapropriação de blocos já licitados na camada do pré-sal, o governo já anunciou que serão garantidos os resultados dos leilões

anteriores e honrados os contratos firmados. Porém, não haverá mais concessão de novos blocos à iniciativa privada

ou à Petrobrás na área do pré-sal. Ao invés disso, será adotado o regime de partilha de produção, com a criação de

uma empresa estatal, mas não operacional, para gerir os contratos de exploração.

vida

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Introdução O Brasil detém a maior variabilidade genética do mundo, sua flora é constituída por cerca de 55 mil espécies conhecidas1,

além de inúmeras outras não catalogadas ou mesmo desconhecidas pela ciência biológica2, o que se deve

principalmente a sua posição geográfica privilegiada, ao clima e umidade adequados e a inúmeros outros fatores bióticos e abióticos propícios. No entanto, esta diversidade genética

nem sempre existiu, mas foi se constituindo com o passar dos séculos, por meio da migração de plantas e animais, através

dos países e mesmo entre os continentes.

O Brasil é o país que tem a maior biodiversidade de flora e fauna do planeta, [1] Essa enorme variedade de animais,

plantas, microrganismos e ecossistemas, muitos únicos em todo o mundo, deve-se, entre outros fatores, à extensão territorial e aos diversos climas do país. O Brasil detém o maior número de espécies conhecidas de mamíferos e de peixes de água doce, o segundo de anfíbios, o terceiro de

aves e o quinto de répteis. Com mais de 50 mil espécies de árvores e arbustos, tem o primeiro lugar em biodiversidade

vegetal. Nenhum outro país tem registrado tantas variedades de orquídeas e palmeiras catalogadas. [1] Os números impressionam, mas, segundo estimativas aceitas pelo

Ministério do Meio Ambiente o MMA, eles podem representar apenas 10% da vida no país. Como várias regiões ainda são

muito pouco estudadas pelos cientistas, os números da biodiversidade brasileira tornam-se maiores na medida em

que aumenta o conhecimento.[1] Durante uma expedição de apenas 20 dias pelo Pantanal, coordenada pela ONG

Conservation International (CI) e divulgada em 2001, foram identificadas 36 novas espécies de peixe, duas de anfíbio, duas de crustáceo e cerca de 400 plantas cuja presença

naquele bioma era desconhecida pela ciência. O levantamento nacional de peixes de água doce coordenado pela Universidade de São Paulo (USP), publicado em 2004,

indica a existência de 2.122 espécies, 10% a 15% delas desconhecidas até então.[1]

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racionali-dade

27/11/08 População do Brasil vai parar de crescer em 30 anos, diz IBGE

Queda acentuada da fecundidade reduz taxa de crescimento. Para 2050, instituto prevê que país terá 215,3 milhões de

habitantes. Do G1, no Rio

A população brasileira está envelhecendo mais e tendo cada vez menos filhos. Esse retrato do país fez com que o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisasse para baixo a projeção da população brasileira para 2050, quando, pelas contas do instituto, seremos 215,3 milhões em ação,

número 44 milhões menor do que os 259,7 milhões projetados na última revisão periódica da população, realizada em 2004. A queda acentuada da fecundidade é a principal causa desse

freio no crescimento, que levou os pesquisadores a estimarem que a população do Brasil vai para r de crescer em 30 anos.

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O gráfico mostra a evolução da população e o ponto em que

pararia de crescer (Foto: Reprodução/IBGE) De acordo com a “Projeção da população do Brasil por sexo e idade para o período 1980 a 2050”, divulgada nesta quinta-

feira (27) pelo IBGE, a queda significativa dos níveis de fecundidade ao longo dos anos fez com que a taxa de

crescimento da população passasse de 3,1%, no período entre 1950 e1960, para 1,05% ao ano, em 2008. Em 2050, segundo o

instituto, esse índice poderá ficar em -0,291%.

Com isso, os pesquisadores do IBGE estimam que a população do Brasil atinja o chamado “crescimento zero” por volta de

2039, apresentando, a partir daí, taxas de crescimento negativas, o que acarretaria em declínios absolutos do volume

da população.

Se ritmo fosse mantido, seríamos 105 milhões a mais Para se ter uma idéia, de acordo com o instituto, se o ritmo de

crescimento populacional se mantivesse no mesmo nível da década de 1950, em 2008 teríamos aproximadamente 105 milhões de habitantes a mais – hoje esse número está em

189,6 milhões.

Com as transformações ocorridas na sociedade e nas famílias brasileiras, enquanto o censo de 1970 registrava uma taxa de 5,76 filhos por mulher, esse número já se posicionava em 2,39 filhos por mulher em 2000. Na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2006, esse número caía para 1,99: as

numerosas famílias começavam a perder espaço para uma geração de “filhos únicos”.

Para 2008, a taxa estimada de fecundidade é de 1,86 filho por

mulher e a estimativa é que a fecundidade limite brasileira seria de 1,50 filho por mulher, valor alcançado entre 2027 e

2028.

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Processo acelerado de envelhecimento Enquanto cai o número de nascimentos, o brasileiro vive

mais. Se em 1940 a vida média do brasileiro mal atingia os 50 anos de idade, segundo o IBGE, hoje esse indicador está em 72,78 anos. De acordo com a projeção, o Brasil continuará

galgando anos na vida média de sua população, alcançando, em 2050, o patamar de 81,29 anos, mesmo nível atual da

Islândia (81,80), Hong Kong, China (82,20) e Japão (82,60).

O efeito combinado da redução dos níveis da fecundidade e da mortalidade

no Brasil tem produzido ainda transformações no padrão etário da população do Brasil, de acordo com o instituto. “O formato

tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, está cedendo lugar a uma pirâmide

populacional característica de uma sociedade em acelerado processo de envelhecimento”, diz o estudo.

Envelhecimento é irreversível O coordenador do estudo, Juarez de Castro Oliveira, disse que o envelhecimento da população é um "processo irreversível". E por isso, é preciso que o governo reveja as políticas públicas

para melhor atender os idosos.

"Até 25 anos atrás éramos considerados um país jovem. Hoje, estamos num nível intermediário e daqui a aproximadamente

30 anos estaremos consolidando o Brasil como país de população envelhecida. Esse processo ao que tudo indica é

irreversível e necessita urgentemente de medidas que possam atender uma população que está se tornando cada vez mais

idosa e numerosa e que vai precisar de assistência do estado", disse Juarez.

Esse envelhecimento, segundo o pesquisador do IBGE, vai

requerer adequações de políticas públicas em todos os aspectos, no que se refere a saúde, educação, transporte

público, mobiliário urbano, edificações públicas e privadas, mercado de trabalho e previdência e assistência social.

"Esta nova projeção reforça com mais vigor a de 2004,

mostrando que o envelhecimento da população brasileira se consolida em 2030. A partir de agora todas as atenções dos

programas públicos têm de estar voltados para essa população de idosos, buscando medidas de bem-estar para a sociedade",

enfatizou Juarez.

Ele lembra que em 2008 a proporção da população é de 25 idosos (com mais de 65 anos) para cada grupo de cem

crianças. Em 2005, de acordo com a projeção, será de 173 idosos para cada grupo de 100 crianças de até 14 anos de

idade.

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Segundo ele, ao contrário do envelhecimento da Europa, o

fenômeno no Brasil não significa necessariamente um avanço no desenvolvimento do país.

"Não vejo isso como indicativo do desenvolvimento do país.

Nossa baixa taxa de fecundidade se deve mais ao avanço dos métodos anticoncepcionais não naturais e também por

um aumento da escolaridade da população. Mas não quer dizer que o país esteja ingressando no hall dos países

desenvolvidos", comentou o coordenador.

Segundo Luiz Antônio Oliveira, coordenador de população e educadores sociais do IBGE, a diminuição do nível da taxa de fecundidade das brasileiras, assim como o aumento do tempo médio de vida e a violência, influenciaram decisivamente na

projeção. E alerta:

"Nenhum programa ou projeto futuro poderá ignorar essas projeções. E em todas as áreas: saúde, educação, transporte,

segurança, previdência e assistência social". Mudanças na Previdência

Em 2008, enquanto as crianças de 0 a 14 anos de idade correspondiam a 26,47% da população total, o contingente

com 65 anos ou mais de idade representava 6,53%. Em 2050, o primeiro grupo representará 13,15%, ao passo que a população idosa ultrapassará os 22,71% da população total. Cenário que, de acordo com o IBGE, sugere reestruturações no mercado de

trabalho e nos sistemas público e privado de saúde, assim como na Previdência Social, que passaria a ter menos pessoas

contribuindo e mais idosos recebendo aposentadoria.

Taxa de mortalidade infantil cai A projeção revela ainda que a taxa de mortalidade infantil vem declinando no Brasil. Ainda há, no entanto, uma longa

estrada pela frente, segundo o IBGE: essa taxa está estimada 23,30 óbitos de menores de 1 ano para cada mil nascidos

vivos, em 2008.

Ainda é considerada alta se comparada com os indicadores de países vizinhos para o período 2005-2010, como 13,40 por mil,

na Argentina; 7,20 por mil, no Chile; e 13,10 por mil, no Uruguai. A previsão do IBGE é de que o país poderá reduzir sua

mortalidade infantil para 18,2 por mil até 2015.

Mais mulheres do que homens Já as mortes prematuras de jovens por violência,

principalmente entre homens de 20 a 24 anos, estariam se elevando ao longo dos anos. Como conseqüência, segundo o IBGE, a tendência é que haja cada vez mais mulheres do que

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homens.

Segundo os dados do instituto, em 1980, para cada grupo de cem mulheres, havia 98,7 homens. Em 2000, já se observavam 97 homens para cada cem mulheres e, em 2050, estima-se que

essa relação fique por volta de 94. Com isso, o excedente feminino na população total, que em 2000 era de 2,5 milhões

de mulheres, pode atingir quase 7 milhões em 2050

Imagine se o Brasil em vez de desconfiar da e desperdiçar a sua gente a educasse para os

maiores e melhores propósitos! Com todo esse potencial (veja a cartilha de união ESCADA –

Escola Capixaba de Dança) seria possível ir muito longe em tempo muito curto, muito mais depressa que a China (porque, principalmente, poderíamos aprender com o exemplo dela, do Japão, da Coréia, dos tigres e dos dragões asiáticos ao investir em educação e felicidade de toda gente, independentemente de cor, sexo, classe social).

Capítulo 3 Recursos

Como fiz bastante tempo atrás (depois de meados da década dos

1980, não sei precisamente quando) ao analisar os índices do ES - mostrando que ao contrário da opinião geral não estávamos em situação ruim -, faço agora para o Brasil: de fato nosso país está em posição invejável em todos os índices, o que merece análise profunda e detida por quem tenha mais tempo.

RECURSOS PESSOAMBIENTAIS (gente também conta, se são pessoas boas, sensíveis e educadas no sentido de deterem alguma pureza, o que vem dos ensinamentos religiosos; aqui vale debate extenso e intenso dos psicólogos; veja a cartilha Propaganda do Brasil) 1. RECURSOS PESSOAIS:

1.1. indivíduos; 1.2. famílias; 1.3. grupos; 1.4. empresas;

2. RECURSOS AMBIENTAIS: 2.1. cidades-municípios; 2.2. estados; 2.3. BRASIL; 2.4. a visão que o mundo tem de nós.

RECURSOS DO CONHECIMENTO [veja que já pegamos (11,0 mil anos desde Jericó – 500 desde o Descobrimento =) 10,5 mil anos de avanços, que não pagamos com sangue, suor e lágrimas, pois já pegamos tudo pronto]

CONHE-CIMENTO

ALTO BAIXO

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Magia- Arte

Magia

Arte

Teologia- Religião

Teologia

Religião

Filosofia-Ideologia

Filosofia

Ideologia

Ciência- Técnica

Ciência

Técnica Matemática

Matemática

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Há desvantagem e vantagem em tudo. A desvantagem do Brasil foi não ter pegado a geo-história toda até 1500, a vantagem foi comprimir tudo na base de (11,0/0,5 =) 22/1: pegamos o final da corda, que já tem acúmulos consideráveis. Não tivemos de percorrer 110 metros, só 5, o que foi uma concessão maravilhosa do mundo ao Brasil: não sofremos 11 mil anos de acumulação, pegamos a construção já no finalzinho, no emassamento, na pintura e na colocação dos móveis. Pegamos tudo quando a tecnociência já havia assumido e começou a acumular exponencialmente.

AS VANTAGENS DO BRASIL (todos esses instrumentos inventados alhures foram postos a custo pequeníssimo à nossa disposição: quando olhamos com carinho vemos quanto fomos beneficiados)

TV e WebTV

Revista

Jornal

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Livro

Rádio e Web Rádio

Internet

Windows/Office

Wikipédia

Biblioteca Digital

Mundial

Biblioteca digital mundial Publicado em 27/04/2009

Wiki repórter

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Júlio Ferreira Recife-PE

UNESCO -> (Organização das Nações Unidas para a Educação, a

Ciência e a Cultura) - Foto: WEB A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e

a Cultura (UNESCO) lançou ontem, em Paris, a Biblioteca Digital Mundial (World Digital Library, WDL), um acervo

literário e artístico on-line disponível em português e em outras seis línguas. A WDL é, na realidade, uma midiateca e tem até

agora 1,4 mil objetos digitalizados, entre livros raros, manuscritos, cartas, filmes, gravações sonoras, ilustrações e

fotos. A WDL, mais tarde, absorverá parte do conteúdo da Europeana, que dispõe de 4,6 milhões de livros, mapas e fotografias, e da

Google Book Search, que já conta com 7 milhões de obras digitalizadas. Segundo James H. Billington, diretor da

Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos e idealizador do site, ele vai ampliar a diversidade do material cultural

disponível na web. Além disso, permitirá acesso a obras antes restritas a bibliotecas inacessíveis ao grande público.

Não deixe de visitar o site http://www.wdl.org/ Twitter

cinema

teatro (e mais 20 artes)

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Issuu e outros instrumentos de publicação

digital

computação

Google

cibernética

milhares de outros instrumentos pelos quais demos muito pouco do nosso suor corporal e mental

Tudo isso nos foi “entregue de bandeja”. Bom, para começar, na geo-história tivermos percentualmente

uma participação de 1/22, como calculamos acima: menos de 5 %. A partir de 1500 significamos o quê? Agora constituímos 1/40 ou 2,5 % da produção mundial, mas só nos anos mais recentes: então, aproximadamente 1/40 de 1/20 dá menos de 1/800, perto de 1 ‰, um milésimo – de fato, é menos ainda que isso, porque no início significávamos quase nada quando mais para perto de 1500, digamos participação média de 1/10.000.

Pegamos as coisas prontas. Contudo, há vantagens nisso: livramo-nos dos VÍCIOS DE ORIGEM,

dos desvios sofridos pelos precursores.

Capítulo 4 Quem Tem?

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Pois bem, quem tem? Acredito que nessa particular avaliação ninguém tenha feito um

exercício completo, terminal, esgotador do assunto para saber ao certo quem vai barganhar e com quais dos seus valores disponíveis.

Todo mundo tem comercializado com todo mundo, mas isso não foi feito em termos absolutos, até porque os produtos mais antigos, como os agropecuários, são muito desvalorizados enquanto comodidades econômicas; não vai continuar assim, na medida em que há cada vez mais gente, principalmente subalimentada. Por exemplo, só 4 % dos americanos vivem no campo e mesmo assim essa gente (4 % de 300 milhões = 12 milhões) produz para alimentar 2,0 bilhões de pessoas ou quase 30 % de todos. Como tantos continuam com fome? A explicação é que tal excesso agrícola que bastaria para nutrir (2.000 – 300 =) 1.700 milhões a mais é usado para sustentar gado. Do mesmo modo, no Brasil 200 milhões de cabeças de bovinos usam uma enormidade de terras para alimentar basicamente os ricos e médio-altos, pois os pobres raramente vêem carne.

De um lado é preciso diminuir urgentemente os contingentes populacionais de 33 % a 50 % ou mais pelo simples artifício de nos recusarmos a ter filhos em excesso, se não os podemos tratar bem (veja a cartilha A Favor do Infanticídio, na qual falo dos maus tratos que dispensamos às crianças); de outro lado precisamos restringir fortemente a criação de gado, destinando os produtos agrícolas às pessoas, aderindo ao projeto vegetariano e macrobiótico o mais completamente possível.

GESTÃO MUNDIAL DOS RECURSOS (uma só bandeira para todo o mundo) – isso não quer dizer que os que não têm vão tomar dos que têm, pois é preciso pagar; e isso definitivamente não quer dizer que os que têm não serão generosos com os que não têm.

gestão mundial do ar

gestão mundial da água

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gestão mundial da terra/solo

gestão mundial do fogo/energia

gestão mundial da vida

gestão mundial da racionalidade

Capítulo 5 Quem Não Tem?

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Ora, conforme os critérios do modelo quem não tem não têm

absolutamente, é miserável. PORCA MISÉRIA (como diziam meus parentes descendentes de italianos, especialmente minha mãe)

E D C B A miseráveis pobres médios médio-altos ricos não-ter é absoluto

ter & não-ter (ambição de ter, os manipuláveis)

ter é relativo

É preciso mapear todos que na Terra não tem os recursos da Bandeira Elementar (BE) não para explorá-los, mas para socorrê-los na medida do possível ajuizado:

1. para quem o ar é ruim? 2. quem tem pouca água? 3. quem não tem terra/solo? 4. quem não dispõe de fogo/energia; 5. quem não foi bem aquinhoado com diversidade da Vida geral? Isso não quer dizer que quem abusou, quem desperdiçou vai ser

agora abençoado com tapinhas nas costas. Quem tem e foi judicioso em seus usos agora deve vender, mas levando em consideração uma política mundial de remanejamento e de controle total dos recursos de bandeira.

MUITO PRAZER (replanejamento mundial das populações, dos usos, das poupanças, das redistribuições – mas tudo muito lento, de forma que as pessoas possam aprender suas lições, sem descuidar dos casos extremos)

poluição na China

rio poluído

Mar de Aral na ex-URSS

o aumento da desertificação em toda

parte

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efeito estafa da Terra

a Terra está respondendo irada

políticas erradas levaram a um bilhão

de famintos diários

o patrimônio do solo vivo

desperdiçado Não adianta culpar os outros, todos nós erramos ativa ou

passivamente, por acomodação ao gozo das preferências: nossos desejos suplantaram nossa razão e agora há um passivo a pagar, um negativo pelo qual devemos nos responsabilizar.

A MALDADE DESSA GENTE É UMA ARTE (tanto fizeram que houve a separação entre a humanidade e a primeira natureza)

Pois É (Ataulfo Alves)

Pois é falaram tanto que dessa vez

A morena foi embora Disseram que ela era a maioral E eu é que não soube aproveitar

Endeusaram a morena tanto tanto Que ela resolveu me abandonar

A maldade dessa gente é uma arte

Tanto fizeram que houve a separação Mulher a gente encontra em toda parte

Só não encontra a mulher que a gente tem no coração Quem não tem não tem por dois motivos: 1) foi desde o início pela sorte excluído; 2) desperdiçou seus recursos. Enquanto os primeiros devem ser abrigados e apoiados, os

segundos são destrutivos não só do seu quanto do alheio e devem ser vigiados, pagando o preço de suas burrices em produtos.

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Capítulo 6 De Quem Tem para Quem Não Tem

DEIXAI VIR A MIM OS PEQUENINOS (uma política-administração governempresarial pessoambiental equilibrada PARA TODOS, inclusive fungos, plantas, animais e primatas representados no Congresso Mundial)

nossos irmãozinhos fungos trabalham

nossas irmãzinhas, as plantas, guarnecendo nosso ser com sua

autonomia

pagando com amor e fidelidade nossos esforços, nossos irmãos

animais são essenciais

nossos irmãozinhos primatas

constituíram nossa base imediata evolutiva

OS POBRES E MISERÁVEIS DO MUNDO NECESSITAM DA FRENTE DE ONDAS DA HUMANIDADE (que tarefa extraordinária!) – não use essas contas como colar que te enforque.

Quem fez ficar assim fez mal, mas quem consertar fará bem: e que imensa tarefa é!

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VENDO AS ESTATÍSTICAS DA ONU AO CONTRÁRIO POBRES MÉDIOS RICOS

50 % de todos 48 % de todos 2 % de todos ficam com 1 % de tudo dispõem de 49 % das

riquezas detém 50 % das rendas

1/50 x 1.000 = 20 49/48 x 1.000 = 1.020 50/2 x 1.000 = 25.000 1 50 1.250

Vendo ao contrário os ricos acumularam um débito de boa fé de 1.250 para 1: como disse Jesus, “paz na Terra aos homens de boa vontade” (não havendo boa vontade haverá guerra).

Capítulo 7 De Quem Não Tem para Quem Tem

Quem não tem não pode ser estimulado a viver de favores

alheios, nem no caso de ser perdulário nem no outro de ter emergido na vida com desfavores da sorte. A vida-racional não é dada, é conquistada com trabalho. De modo nenhum a mendicagem deve ser favorecida: essa é uma das regras centrais.

SOMATÓRIO DAS VAZÕES DAS FOZES RIO VAZÃO (m2/s)

1. Amazonas 209.000 (= 1.000) 2. Solimões 103.000 3. Madeira 31.200 4. Negro 28.400 5. Japurá 18.620 6. Tapajós 13.500 7. Purus 11.000

8. Tocantins 11.000 9. Paraná 11.000 10. Xingu 9.700

11. Içá 8.800 12. Juruá 8.440

13. Araguaia 5.500 14. Uruguai 4.150

15. São Francisco 2.850 16. Paraguai 1.290

TOTAL 477.450 (= 2.284) Nilo (“Seu caudal médio anual é de 3.100m3 por segundo”)

<15

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Se você vir como MINA DE ÁGUA entenderá que o conjunto é fundamental no mundo para MINERAÇÃO DE ÁGUA.

ÁGUA DOCE NO MUNDO (água, doce água)

Água: um grande negócio

Fotos ABr/Marcello Jr e Victor Soares

Enquanto desabava uma chuva de bombas sobre Bagdá, governos, agências de financiamento e ambientalistas travavam o primeiro grande embate mundial

sobre soluções para a crise da água. Como os tropeços da civilização transformaram a abundância em lixo, o pesadelo da escassez deixou de ser

apenas preocupação de ecologistas para virar assunto de homens de negócios. Na linha de fogo, os participantes do Fórum Mundial da Água, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Japão, e os ativistas que

participaram dos Fóruns Sociais da Água em quatro continentes. Eles estão em lados opostos na disputa pelo controle dos recursos hídricos.

Sinara Sandri

e o controle de reservas de petróleo é motivo para a destruição do Iraque,

a hipótese de grandes disputas pelo domínio dos mananciais e de um mercado bilionário de prestação de serviços não parece tão irreal. No caso da água, o teatro de operações incluiria os países com grande disponibilidade de água e colocaria o Brasil na alça de mira de interessados na exploração destas

reservas.

“Hoje a disputa internacional é por petróleo, em alguns anos, será pelo domínio dos recursos hídricos”, resumiu Leonardo Morelli, coordenador do Fórum Social das Águas da América do Sul, realizado em Cotia (SP), de 16 a

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23 de março.

A previsão poderia soar alarmista, mas também pareceu preocupar os participantes do Fórum Mundial das Águas, realizado no mesmo período, em Kyoto (Japão). Uma das propostas feitas durante a chamada cúpula da água foi a criação da Comissão de Água, Paz e Segurança para mediar conflitos

existentes ou que ainda possam acontecer na exploração de recursos hídricos, sobretudo nos casos de rios e aqüíferos que ultrapassam fronteiras nacionais.

A escassez de água já era apontada como causa de guerras nos documentos

preparatórios à 2a Conferência sobre Assentamentos Humanos da ONU (Habitat 2), realizada em Istambul (Turquia), em 1996. Egito, Etiópia, Síria, Iraque e Turquia eram apontados, naquela época, como focos de tensão por

disputas pelos rios Nilo, Tigre e Eufrates.

De lá para cá, as experiências vividas na Bolívia, Oriente Médio e em alguns países africanos tornaram o problema ainda mais explosivo. “A água está na essência da vida e estes conflitos têm sérias repercussões na estabilidade

social”, explicou Morelli.

O problema é que as ameaças ambientais e a pressão pelo aumento do consumo tendem a piorar um quadro no qual já existem 1,2 bilhões de

pessoas sem acesso à água de boa qualidade e 2,4 bilhões de humanos sem saneamento básico. Todos estão preocupados, mas há divergências quanto às medidas a serem adotadas e muitas propostas da chamada cúpula das águas são consideradas pelos ambientalistas como uma tentativa de privatização

dos serviços de abastecimento.

De um lado, os organismos internacionais defendem a necessidade de considerar a água como uma mercadoria com valor econômico e a

necessidade de investimentos privados para enfrentar a crescente escassez. Do outro, os movimentos sociais reforçam a necessidade de controle público

dos mananciais e entendem que a água é um direito fundamental do ser humano.

A questão é delicada, pois, enquanto a distribuição mundial de reservas de

água doce é desigual (ver gráfico), a exploração dos mananciais é economicamente muito promissora. Segundo o Social Watch (coalização

mundial de organizações não-governamentais), pelas estimativas de analistas e do Banco Mundial, o mercado mundial de serviços de abastecimento de

água representa entre 400 e 800 bilhões de dólares, valores comparáveis ao mercado mundial de combustíveis fósseis.

Neste quadro, os países do Mercosul estão no centro das atenções. O Brasil é o 25o país no ranking mundial de volume per capita de água disponível, mas

possui 71 por cento do aqüífero Guarani, considerado até agora o maior manancial de água doce subterrânea do mundo. Com uma extensão de 1,2

milhões de Km2 na região central da América do Sul, a reserva abrange território da Argentina, Brasil (Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, São

Paulo, Paraná, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Mato Grosso), Paraguai e

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Uruguai.

Formado há 250 milhões de anos pelo acúmulo de água entre as rochas, o aqüífero tem um volume de cerca de 45 trilhões de metros cúbicos de água potável, mineral e térmica que seria suficiente para abastecer a população

brasileira por 3.500 anos.

A existência do manancial começa a despertar interesse e foi tratada, pela primeira vez, pelos governadores do Cone Sul, em reunião realizada em 24 de março, em Florianópolis. Enquanto isso, o estudo e gerenciamento da reserva

já tiram o sono dos ambientalistas que temem a perda de controle social sobre as reservas.

Desde o ano 2000, o Banco Mundial e a Organização dos Estados Americanos (OEA), através do Fundo para o Meio Ambiente Mundial, fornecem recursos

para elaboração do “Projeto de Proteção e Gestão Sustentável” da reserva. A transferência da sede da Coordenação Internacional do Projeto Guarani para Montevidéu, no final do governo Fernando Henrique Cardoso, é apontado por

Morelli como uma tentativa de dificultar a participação da sociedade e a manutenção do controle dos países envolvidos. “São informações científicas cujo acesso é dado a corporações interessadas no domínio de nossas reservas

de água”, acusou o ativista.

O assunto promete ocupar mais espaço na agenda internacional com a instituição pela ONU do ano de 2003 como Ano Internacional da Água Doce. O

objetivo do movimento de defesa das águas é definir um plano de mobilização da sociedade civil que insira os problemas locais em um quadro

mundial de disputa pelo controle das reservas.

A idéia é globalizar a resistência e utilizar os mesmos métodos de organização, responsáveis pelas gigantescas manifestações pacifistas que têm sacudido o mundo na luta contra a ofensiva norte-americana ao Iraque. São redes de ativistas de base interligados, principalmente, pela Internet para

agir simultaneamente em vários continentes. A fórmula foi utilizada em uma teleconferência no Fórum Social das Águas para fazer um balanço das atividades realizadas em Cotia (São Paulo), Nova Deli (Índia), Florença

(Itália), Nova York (EUA) e Gana (África) e receber relatos de ativistas que estavam em Kyoto.

No Brasil, as atividades do fórum priorizaram a participação das crianças e

deram ênfase a programas de educação ambiental. A prioridade de ações no país será para a região da Amazônia, Bacia do Prata, Aqüífero Guarani e águas

oceânicas. Em 2004, a Campanha da Fraternidade 2004 terá como lema “Água, Fonte de Vida” e os ambientalistas querem ampliar a participação

popular nos comitês de gestão de bacias hidrográficas.

“Vamos buscar apoio em movimentos sociais e sindicais e pretendemos envolver as escolas em um sistema de fiscalização ambiental”, explicou

Morelli. Distribuição da água doce no

mundo

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Fonte: Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos no Mundo

População não-abastecida por serviços de água

Fonte: Relatório das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos

Uso e poluição

A agricultura recebe 70 por cento de toda a água consumida no planeta. As lavouras irrigadas ocupam um quinto da área cultivada e recebem 15 % da

água de uso agrícola. O setor industrial utiliza 22% e o uso doméstico é responsável por 8% deste consumo. Nos países pobres, a agricultura chega a

consumir 82% da água e a indústria leva 59% da água em nações ricas.

Além do uso intenso e das perdas no sistema de abastecimento e irrigação, a atividade humana deixa pegadas e produz diariamente 1.500 quilômetros

cúbicos de águas contaminadas por resíduos industriais, químicos, humanos e agrícolas.

Cada litro de água poluída inutiliza oito litros de água doce.

Capítulo 8 Parceria

NÃO MATARÁS (não disse que não é para matar seres humanos) Gente, isso é muito importante. Por favor, ajudem.

Assim que for iniciada a estação de caça às baleias na Noruega, em abril de

2010, mais de 1.200 baleias minke morrerão pela ação de arpões explosivos e tiros de rifle. Pelo menos 1 em cada 5 sofrerá por uma hora antes de

sucumbir (e estes são dados do próprio governo da Noruega).

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Acabo de tomar uma providência para protegê-las: escrevi ao Primeiro-Ministro da Noruega pedindo que o país suspenda a caça de baleias. Assinar

essa carta leva apenas um minuto. Ajude a acabar com essa crueldade! Muito obrigada,

Clara.

http://e-activist.com/ea-

campaign/clientcampaign.do?ea.client.id=24&ea.campaign.id=6156 Nós temos de ter PARCERIA COMPLETA com todos e cada um,

particularmente com a vida N.1, da primeira natureza. Não se trata de favor, é apenas decência entre parceiros.

Capítulo 9 Amizade é Coisa Antiga

Naturalmente inimizade também é tal como diz a Bíblia vem

desde Caim a respeito de Abel e a serpente a respeito de Adão; vem desde os primatas e antes, desde os neandertais e os CRO-magnons. Como dizem os americanos, não abandonamos os nossos, e os nossos são todos, significando que não abandonamos ninguém.

Capítulo 10 O Custo da Inimizade é a Guerra

Se não puder ser na base da amizade, será a guerra, como já

vem sendo há tanto tempo, pois inimizade também há. É elementar que a coisa mais importante é aquilo que de que

somos constituídos, isto é, a bandeira elementar, e nela a água, que soma 70 % em nós.

É isso. O resto é reunir o Congresso Humano. Serra, segunda-feira, 12 de abril de 2010. José Augusto Gava.

Anexos Capítulo 4

QUEM TEM, TEM MEDO (de lhe ser tomado: é preciso avaliar as dimensões dos nossos recursos, pois não se trata de tê-los só para nós, mas de servir o mundo

em suas angústias, pois temos de devolver pelo menos parte do que nos foi dado graciosamente)

ELEMENTO DA BANDEIRA

Não se trata de tornar o mundo refém, mas de ajuizá-lo, de fazê-lo ter juízo em relação aos gastos: tendo

presenciado os desperdícios temos de ser cautelosos em nome de todos. Felizmente quando chegamos à maioridade

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as barbáries já tinham sido praticadas e puderam nos alertar.

AR DO BRASIL

ÁGUAS DO BRASIL

A água no mundo e a responsabilidade de todos A quantidade de água no mundo tem permanecido

aproximadamente constante nos últimos 500 milhões de anos. Já o seu volume em circulação depende do ciclo

hidrológico, que se caracteriza por: precipitação (chuvas), escoamento (rios) e o fluxo de águas subterrâneas, que é

recarregado através da umidade do solo. Dessa forma, durante milênios a humanidade considerou a água como algo que não se modificaria, não seria escasso e estaria sempre limpo para consumo. Nesses tempos longínquos, em um mundo essencialmente rural, a água não estava relacionada aos circuitos econômicos e alimentava as

populações a um custo muito baixo.

Entretanto, o controle dos rios já fazia parte da dominação

de diversos povos a mais de 3 mil anos antes de Cristo. Como exemplo podemos citar os egípcios que faziam do

controle das inundações do rio Nilo a base de seu poder na região, da mesma forma que na China e

Índia,respectivamente, as dinastias efetuavam diversas obras nos rios Amarelo e Indu para controle de enchentes

e oferta d’água para irrigação. A importância da água também é mostrada na antiga Roma, “cidade das águas” onde onze aquedutos alimentavam a cidade em fins do

império, na época de Trajano (98 – 117 depois de Cristo), a água disponível por habitante em Roma era de 1000 litros

por dia. A água não se encontra de forma homogênea na superfície de nosso planeta, havendo regiões de maior ocorrência e

outras onde a escassez se verifica de modo crônico,

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evidenciando uma grande preocupação da sociedade em função da quantidade de água disponível, principalmente devido ao fato de a população mundial ter ultrapassado o

marco de 6 bilhões em 1999, crescendo de apenas 2,5 bilhões em 1950.

O modelo de habitação e produção no mundo mudou

bastante com a revolução industrial, gerando dessa forma substancial mudança nos espaços, através da introdução

de indústrias e maior urbanização.

Mais recentemente, com o crescimento econômico resultante do pós guerra, o continente europeu começou a

identificar os problemas que a industrialização passou a causar na qualidade da água. As descargas de efluentes

domiciliares ou industriais começou a gerar problemas de qualidade da água para aqueles que tivessem que captar

água rio abaixo.

Associado ao processo de industrialização e urbanização, onde a impermeabilização dos solos prejudica o ciclo hidrológico normal de recarga, a

crescente ocupação do solo para o despejo inadequado de lixo, seja domiciliar, industrial ou hospitalar contribuiu

para a baixa qualidade das águas dos rios e a ocorrência de enchentes e deterioração das margens.

Dessa forma, no princípio da década de 60 países

como Alemanha e França começaram a implantação do modelo de gestão de recursos hídricos a partir de bacias hidrográficas, promovendo a cobrança pelo uso da água

bruta.

A preocupação e responsabilidade em escala mundial com relação a escassez, deterioração e uso

ineficiente da água doce tornou-se evidente e em 1977, em Mar Del Plata, Argentina, foram iniciadas discussões

sobre a água, tendo continuidade em Dublin, Irlanda, em janeiro de 1992 com a Conferência Internacional sobre a Água e o Meio Ambiente. As propostas foram consolidadas

com a Declaração do Rio e o artigo 18 da Agenda 21 na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento e o Meio Ambiente, realizada em junho de 1992 no Rio de

Janeiro.

Em março do ano passado o II Fórum Mundial da Água, realizado em Haia, Holanda, contou com a presença

de 118 Ministros de Estado e a participação de mais de 4500 especialistas de todo mundo. Nesse evento foi formalizada a Declaração Ministerial de Haia sobre a

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segurança hídrica do século XXI.

Um dos temas levantados nesse encontro foi a importância que os países em desenvolvimento têm na oferta de água no mundo. Boa parte desses países estão

situados na região entre os trópicos de Câncer e Capricórnio onde se encontram os maiores rios do mundo

em termos de descarga média, precipitação e evapotranspiração.

Distribuição de Descargas

Fonte: Águas doces no Brasil, escrituras, 1999

Maiores Rios do Mundo

Rios Continen

te

Precipitação

mm/ano

Evapotranspiração

mm/ano

Descarga Média m3/s

Amazonas

América do Sul 2.150 1.062 212.000

Prata América do Sul 1.240 808 42.400

Congo África 1.551 1.224 38.800

Orinoco América do Sul 1.990 1.107 28.000

Mekong Ásia 1.570 1.047 13.500

Irrawaddy Ásia 1.970 992 13.400

Fonte: Águas doces no Brasil, escrituras, 1999 A preocupação expressa no II Fórum das Águas com

relação aos países em desenvolvimento refere-se ao volume d’água e o processo de poluição que todos os países em desenvolvimento deverão atingir o ocorrido

naqueles desenvolvidos se não houver um cuidado maior na forma de produção e tratamento de efluentes. Ora,

considerando o desequilíbrio de renda vigente nos países em desenvolvimento e a taxa de recuperação dos rios estar

diretamente relacionada ao desenvolvimento social, o custo para a despoluição será alto e recairá mais

fortemente sobre aqueles que já pagam o preço da desigualdade.

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Dessa forma, os recursos hídricos e os ecossistemas que os mantêm ficam ameaçados pela poluição, uso

inadequado, mudanças do solo e climáticas. Entramos assim no século XXI em nosso país e mais

especificamente no Estado do Rio de Janeiro. Para nosso desconforto, estamos com um déficit enorme com relação

aos sistemas de tratamento de esgoto doméstico e industrial, além da ineficiente forma de despejo de lixo no país, o que mostra como ponto primordial a inversão

nesse setor. O Estado do Rio de Janeiro tem em um único rio,

Paraíba do Sul, o responsável pelo abastecimento de água quase toda sua população, muito embora a sociedade fluminense ainda não tenha se dado conta disto. Em

conjunto a esse fato podemos citar que, muito embora o índice pluviométrico (chuvas) do estado esteja situado

entre os maiores no mundo, recentemente, no ano passado, o estado de São Paulo, com tantas chuvas quanto

o Rio de Janeiro, passou por racionamento. Com a destruição de matas ciliares e de cobertura vegetal,

algumas fontes d’água estão secando no Rio de Janeiro. A ocupação urbana de 92% de sua população obriga

uma atenção redobrada quanto a todas as mazelas descritas acima que a urbanização nos causa. A gestão integrada de recursos hídricos depende da

colaboração e de estabelecimento de parcerias em todos os níveis, marcados por compromissos político e

conscientização social. A responsabilidade de todos na administração

sustentada da água faz parte da formação dos comitês de bacia hidrográfica para a formulação e deliberação do

presente e futuro uso múltiplo dos rios. O comitê de bacia é o espaço estabelecido pela lei de Recursos Hídricos ( Lei Federal nº 9433/97 e Estadual nº 3239/99) para a efetiva criação pela sociedade do Parlamento das Águas, com o

qual a sociedade fluminense estará montando as diretrizes de auto sustentabilidade.

Luiz Carlos S. S. Rodrigues Filho – Secretaria de Recursos Hídricos – Ministério do Meio Ambiente

TERRAS-SOLOS DO BRASIL

Embrapa irá disponibilizar na internet sistema de informações de solos

26/05/2008

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Com o objetivo de possibilitar o armazenamento, manipulação e disponibilização das informações sobre os

solos brasileiros, a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP) e a Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ),

unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), investem no desenvolvimento de um Sistema de Informações de

Solos. O sistema de solos vai armazenar dados detalhados sobre esse recurso natural, para que possam ser acessados pela internet, combinados e analisados, sob vários pontos de vista. O banco reunirá informações de solos coletados e analisados de todas as regiões do Brasil. A partir desta base de dados serão desenvolvidas aplicações para a tomada de decisões do agronegócio, em zoneamento

agrícola, na estimativa da produtividade de culturas, no ensino e na pesquisa.

A base será, ainda, continuamente alimentada por pesquisadores da Embrapa e de outras instituições. "A

principal característica desse sistema é reunir dados de perfis de solos, análises de fertilidade e mapas. Serão mais de quatro mil perfis iniciais", informa Humberto Gonçalves

dos Santos, pesquisador da Embrapa Solos.

SUBSÍDIOS Os perfis serão úteis principalmente para pesquisadores e

estudantes da área de Ciência do Solo e o componente sobre fertilidade vai subsidiar a tomada de decisões dos agricultores, acrescenta o pesquisador. As informações

georreferenciadas complementarão o banco, fornecendo elementos cartográficos.

O sistema de informação ficará disponível no site da Embrapa Informática Agropecuária, podendo ser utilizado por usuários cadastrados. Para o pesquisador da unidade

Stanley Oliveira, "o trabalho atende às demandas dos pesquisadores da área de solos e resgata as principais

funcionalidades de sistemas anteriores, além de agregar novas funcionalidades indicadas por especialistas".

Outro objetivo do banco é apoiar a evolução do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), em

desenvolvimento. "Este tipo de consulta vai ampliar o conhecimento, análises e descrições morfológicas,

definindo melhor a classificação de solos e até mesmo aprimorando-a", explica o pesquisador da Embrapa Solos.

DISPERSÃO

"É importante o País ter um banco que reúna os dados disponíveis sobre seus diferentes tipos de solos, pois está tudo muito disperso em bibliotecas, centros de pesquisa e

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universidades e, dessa forma, há dificuldade para acessar as informações", diz Santos.

O sistema foi implementado, testado e evoluído de acordo com requisitos de especialistas. Atualmente, a Embrapa Solos coordena a inserção dos dados, em conjunto com outras unidades da empresa. Em uma segunda etapa,

devem ser capacitados usuários de outras instituições para que, por meio de parcerias, também alimentem a base de

dados e possam acessar o sistema.

FONTE Embrapa Informática Agropecuária Nadir Rodrigues Pereira - Jornalista

FOGOS-ENERGIAS DO

BRASIL

Geração de energia elétrica e o meio ambiente

INTRODUÇÃO

Neste projeto visamos inter-relacionar Biologia, Física e Química através de atividades práticas e de pesquisa

sobre energia elétrica e o impacto ambiental. Para desenvolver as atividades propostas do projeto,

outras disciplinas serão envolvidas: Português, Geografia, Matemática, História , Sociologia e Educação

Artística. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais que diz: “Numa perspectiva transdisciplinar desenvolvemos no

espaço escolar, ações pedagógicas integradas explorando diferentes assuntos e abordando-os nas diversas

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disciplinas”. Neste contexto o papel das disciplinas envolvidas é o de

colaborar para a compreensão do mundo e suas transformações, contribuindo para a ampliação das explicações sobre os fenômenos da natureza, para o

entendimento e o questionamento dos diferentes modos de utilizar os recursos naturais.

Segundo Paulo Freire, no seu livro Pedagogia da Autonomia - saberes necessários a prática pedagógica, que nos remete para o centro maior da ação educativa,

que deve ser a formação de sujeitos históricos conscientes de suas ações, como indivíduos que fazem

parte do meio social e que interagem entre si.

AFINAL O QUE É ENERGIA? 1. O conceito de energia

Segundo o "mestre Aurélio" (Novo Dicionário Aurélio da

Língua Portuguesa, Editora Nova Fronteira):

Energia. [Do gr. energéia, pelo lat. energia]. 1. Maneira como se exerce uma força. 2. Força moral; firmeza. 3. Vigor, força. 4. Filos. Segundo Aristóteles, o exercício

mesmo da atividade, em oposição à potência da atividade e, pois, à forma; energéia. 5. Fís. Propriedade

de um sistema que lhe permite realizar trabalho. [A energia pode ter várias formas (calorífica, cinética,

elétrica, eletromagnética, mecânica, potencial, química, radiante), transformáveis umas nas outras, e

cada uma capaz de provocar fenômenos bem determinados e característicos nos sistemas físicos. Em

todas as transformações de energia há completa conservação dela, i. e., a energia não pode ser criada,

mas apenas transformada (primeiro princípio da termodinâmica). A massa de um corpo pode-se

transformar em energia, e a energia sob forma radiante pode transformar-se em um corpúsculo com massa].

Quer dizer, "propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho", ou seja, pode-se obter alguma

utilidade dela, e é importante compreender que se trata de formas de energia (isto é, diversas

manifestações) que se transformam umas nas outras, isto é, o que há são fluxos de energia.

A energia flui de forma contínua, em ambas direções, através do meio que rodeia a Terra. A fonte principal de

energia é a radiação do Sol, acrescida de pequenas quantidades de calor provindas do interior do planeta e da energia das marés devidas à interação gravitacional

da Terra com o Sol e a Lua. Da radiação solar, aproximadamente trinta por cento é refletida de volta

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para o espaço. Quase cinqüenta por cento é absorvida pela atmosfera, pela a superfície terrestre e pelos

oceanos e convertida em calor. Alguma coisa por volta de vinte por cento participa nos ciclos hidrológicos

(evaporação, precipitação e circulação da água); resta uma pequena fração causadora dos ventos e das ondas

do mar, sendo uma fração ainda menor a que se incorpora à biomassa do planeta, através do processo de fotossíntese que acontece nas folhas verdes das plantas.

Foi essa pequeníssima fração, "corporizada" nos seres vivos, que nos últimos 600 milhões de anos deu lugar

(através de complexos fenômenos bioquímicos, geológicos, mecânicos, etc.) aos combustíveis fósseis,

petróleo, carvão mineral e gás natural. Assim, no fenômeno de geração de eletricidade a partir

de um rio, a turbina colocada no caminho da água realiza a transformação do seu movimento (energia

cinética) em energia elétrica. Em uma central termoelétrica a gás, é realizada a transformação da energia química das moléculas que constituem o gás natural primeiro em energia mecânica e depois em

energia elétrica. No carro, essa energia química (seja da gasolina ou do álcool) é transformada em movimento

(energia mecânica e cinética). Num churrasco, a energia química do carvão vegetal (ou da lenha) se transforma

no calor que cozinha a carne. Nesses exemplos, podem ser identificadas diversas

partes. Por um lado, as "fontes" de energia: a água do rio, o gás natural, a gasolina, o álcool, o carvão vegetal,

a lenha; por outro, a "máquina" na qual se processa a transformação de uma forma de energia em outra: a

turbina, a caldeira, o motor, a churrasqueira. Finalmente, a utilização que se faz (consumo de

energia) para ter o produto que se deseja: os eletrodomésticos "movidos" a eletricidade, o carro em

movimento, a carne que alimenta. Analisando as fontes, observa-se que algumas são

"primárias", no sentido que são providas pela natureza na sua forma direta e são utilizadas diretamente ou dão

lugar a uma outra forma que é a que será utilizada. Assim, são fontes primárias de energia o petróleo, o gás natural, o carvão mineral, a lenha (biomassa em geral),

o urânio, a água (energia hidráulica), o sol, o vento, etc. São "secundárias": a eletricidade, a gasolina, o

carvão vegetal, o álcool, etc. Portanto, identificam-se várias fases: a "produção" ou

"geração" de energia, a sua "distribuição", e o seu "consumo" ou utilização final, fases essas que devem

estar em sintonia para que "a energia possa fluir harmoniosamente" desde sua fonte até a sua utilização,

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o que quer dizer que é necessário haver um planejamento de todas as etapas e processos que ajuste a produção e o consumo tendo no meio a distribuição. A atual crise de energia elétrica ("falta de eletricidade")

foi provocada por um crescimento da "oferta" menor que a necessária para atender ao crescimento da

"demanda".(Mário Oscar Cenicig – Núcleo Interdisciplinar de planejamento energético (NIPE) da Unicamp)

III Combate ao desperdício

A energia é produzida por meio da construção de

hidroelétricas e centrais nucleares ou da utilização de combustíveis fósseis em usinas térmicas, soluções caras e prejudiciais ao meio ambiente. Entretanto, uma outra solução se oferece: a economia de energia por meio de

bons hábitos por parte dos consumidores e do desenvolvimento e difusão de novas tecnologias mais

eficientes. Alguns hábitos inteligentes:

- Adquirir produtos energeticamente eficientes e mantê-los adequadamente são atitudes fundamentais para o combate ao desperdício de energia. Como exemplo,

temos nossas geladeiras que são extremamente gastonas, quando comparadas, por exemplo, com as

japonesas. Isto se dá devido a má qualidade ou a insuficiência dos isolantes térmicos usados nas altas

temperaturas dos países tropicais. Além disso, o motor situado na parte inferior da geladeira aquece o ar e ,

como o ar quente sobe, ele aquece o aparelho. As geladeiras japonesas possuem motor na parte superior e consomem metade da energia das boas geladeiras norte

americanas de mesmo tamanho. Mas precisam ser complementados com hábitos novos, que você adota

sem qualquer sacrifício.

a) Durante o dia, aproveite os raios solares e evite acender lâmpadas. À noite, só deixe acesas as que

estiver usando. b) Assista TV, mas desligue o aparelho quando

ninguém estiver assistindo, não durma com ele ligado. c) Cante a vontade no banheiro, mas não demore

muito no banho, o chuveiro elétrico consome bastante. Se você quiser economizar 30% de energia, mantenha a

chave na posição verão. d) Ao atacar a geladeira, retire os alimentos de uma

só vez, não coloque comida quente lá dentro. e) Ao usar o ar condicionado, mantenha portas e janelas fechadas, antes de sair, desligue o aparelho.

As instalações clandestinas, os famosos “gatos” colocam em risco nossa vida e fios desencapados, que dão

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choques e deixam escapar corrente. Muitos outros exemplos podem ser citados, mas, resumidamente

combater o desperdício é:

Usar a energia de forma inteligente; Não jogar energia fora;

Assumir o compromisso com a preservação do planeta; Gastar somente o necessário, rompendo a resistência

humana em esbanjar energia. Muitas vantagens são encontradas combatendo o

desperdício de energia. Essas vantagens enfatizam valores fundamentais, como: preocupação com a

qualidade de vida; proteção aos recursos naturais e exercício da cidadania; amplia no tempo, os recursos naturais não renováveis ainda disponíveis; Contribui

para minimizar os impactos ambientais; reduzir custos para a nação e para o consumidor; maximizar o

aproveitamento dos investimentos já efetuados no sistema elétrico; induz a modernização industrial;

melhora a competitividade internacional dos produtos de consumo e dos bens duráveis fabricados no Brasil.

Para combater o desperdício de energia elétrica temos que contar com vários segmentos de consumo e também com o sistema elétrico. Ao sistema elétrico cabe reduzir

as perdas nas etapas de geração, transmissão e distribuição de energia, assim como desenvolver projetos que tenham como objetivo combater o

desperdício. São vários os segmentos de consumo e já citados alguns hábitos inteligentes quanto ao consumo nas residências.

Na indústria, o combate ao desperdício pode ser acelerado aumentando-se a eficiência energética nas máquinas, processos, procedimentos e produtos. Por meio de diagnósticos energéticos, aperfeiçoam-se as

rotinas de manutenção e verifica-se o funcionamento do equipamento e instalações. Assim, as fábricas

economizam tempo e matéria-prima, criam empregos qualificados, aumentam a produtividade e aperfeiçoam o produto final. No comércio, combate-se o desperdício já nas construções e reformas das instalações por meio

da escolha de materiais adequados. Os sistemas de refrigeração e iluminação também exigem uma atenção

especial. No poder e serviços públicos alcança-se o combate ao desperdício com a eficiência das

instalações. Na iluminação pública, obtém-se o mesmo resultado trocando-se as lâmpadas ineficientes por

outras de melhor rendimento. Na agricultura, o combate ao desperdício depende da melhoria da

execução dos sistemas de irrigação. O cidadão pode fazer bastante para combater o

desperdício de energia. Sua atuação reverte em seu

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próprio benefício, pois representa em economia em seu bolso e melhoria de sua qualidade de vida. É uma

atitude inteligente que contribui para o desenvolvimento sustentável, além do exercício da

cidadania.

Energia Hidrelétrica

No Brasil, a eletricidade é de origem predominantemente hidráulica.

A geração hidrelétrica está associada à vazão do rio, isto é, a quantidade de água disponível em um

determinado período de tempo e à altura de sua queda. Quanto maiores são o volume, a velocidade da água e a

altura de sua queda, maior é seu potencial de aproveitamento na geração de eletricidade.

A vazão de um rio depende de suas condições geológicas, como largura, inclinação, tipo de solo,

obstáculos e quedas. É determinado ainda pela quantidade de chuvas que o alimentam, o que faz com

que sua capacidade de produção de energia varie bastante ao longo do ano.

Para aproveitar o potencial hidrelétrico de um determinado rio, geralmente interrompe-se seu curso

normal através de uma barragem, que provoca a formação de um lago artificial chamado reservatório. A água do reservatório é considerada energia armazenada

(potencial), pois fica à disposição para ser usada na hidrelétrica.

O primeiro enchimento do reservatório requer uma interrupção maior do curso do crio, cuja quantidade de

água diminui consideravelmente na região abaixo da barragem. Depois disso, o volume de água que flui

através das turbinas é controlado pelos operadores de acordo com a necessidade da quantidade de energia

solicitada pelo sistema. A capacidade de uma usina depende do potencial

hídrico da região onde está localizada e é avaliada em megawatts.

As conseqüências desse sistema são alagamentos de vastas áreas causando impacto ambiental indesejável, com prejuízos à fauna e à flora regional. Portanto, a produção de energia elétrica a partir de hidrelétricas

depende das condições geográficas favoráveis à implantação desse sistema, respeitando a relação custo

e benefício. Mecanismos de produção: a queda de água através de

dutos faz girar turbinas (roda d’água) que estão conectadas através de um eixo a um gerador elétrico de

grande capacidade, que produz corrente elétrica de

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baixa tensão. A eletricidade produzida passa por transformadores de alta tensão, para facilitar o

transporte para os centos consumidores onde passam por outros transformadores a fim de se adequar aos equipamentos que utilizarão essa forma de energia.

A energia termoelétrica

A termoeletricidade é produzida por um gerador e transportada até os locais de consumo por linhas de

transmissão. Este gerador é impulsionado pela energia resultantes da queima de um combustível. Ao queimar, o combustível aquece a caldeira com água, produzindo

vapor com uma pressão tão alta que move as pás de uma turbina, que por sua vez aciona o gerador.

Qualquer produto capaz de gerar calor pode ser usado como combustível, do bagaço de diversas plantas aos

restos da madeira. Os combustíveis mais utilizados são: óleo combustível, óleo diesel, gás natural, urânio enriquecido (que dá origem à energia nuclear) e o

carvão mineral. Quase todo o carvão mineral brasileiro é empregado na geração termoelétrica, uso que requer o controle de

efluentes líquidos e resíduos sólidos, além de CO2 (gás carbônico), CO, reticulados, hidrocarbonetos, óxidos de

enxofre e nitrogênio. O CO2 é o principal responsável pelo aumento do efeito estufa. Os demais poluentes causam danos às pessoas,

animais e plantas, além de causar as chuvas ácidas, que

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afeta o solo, recursos hídricos, vegetação e construções.

A energia nuclear

Nas reações nucleares, determinados átomos convertem-se em outros, por modificações que alteram

seus núcleos. Quando o núcleo de um átomo pesado, como o urânio ou o plutônio, é rompido para produzir núcleos de elementos mais leves, ele emite partículas denominadas nêutrons que se deslocam com altíssimas

velocidades, colidindo com outros núcleos e provocando novos rompimentos com fissões. Propaga-se assim uma

reação em cadeia envolvendo um número cada vez maior de átomos liberando uma quantidade cada vez

maior de energia. Entretanto as partículas emitidas em grandes quantidades e em altas velocidades pelos núcleos destruídos são capazes de transferir certas

quantidades de energia para as substâncias com as quais tomam contato no seu trajeto, isto é, são capazes de

transmitir radioatividade. Assim sendo um reator nuclear ao mesmo tempo que gera energia na forma de

calor para aquecer uma caldeira produz também resíduos altamente radioativos (lixo atômico), emitindo radiações durante centenas de anos, como é o caso do estrôncio, do césio, do criptônio e do plutônio. Esses elementos, dependendo de sua quantidade, podem

provocar doenças graves ou letais. Entretanto não é apenas no caso de ocorrerem

acidentes que o processo de geração de energia nuclear ameaça o meio ambiente, mas pelo problema das várias

toneladas de rejeitos altamente radioativos que continuam sem solução.

Energia Solar

Dois conceitos têm sido empregados para transformar a energia solar em energia elétrica.

No primeiro caso a conversão é realizada em usinas que recebem a denominação geral de torres de energia onde

a energia é obtida através de uma grande área de

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espelhos que refletem a luz solar dirigindo-a para uma caldeira de aquecimento de água situada em uma

estrutura elevada. Os inúmeros espelhos são orientados de modo a captar a luz do sol em todas as posições, mantendo sempre um ângulo que reflete os raios em direção à caldeira, que por sua vez produz vapor de

água a altas pressões, de modo a fazer girar as turbinas geradoras de corrente elétrica. O maior problema

relacionado a esses geradores é o de que eles só têm rendimentos em locais onde existam poucas nuvens. No nordeste, onde seriam viáveis pelas condições físicas favoráveis, as águas disponíveis nesses locais torna-se

salgada em pouco tempo e certamente provocaria problemas de incrustação ou corrosão das tubulações e caldeiras, que podem ser resolvidos através de pesquisa

tecnológica adequada. Um outro sistema altamente interessante, mas ainda pouco desenvolvido para o aproveitamento direto da energia solar é o das chamadas células fotovoltaicas,

construídas de material que transforma a energia radiante do sol diretamente em corrente elétrica. Esses

sistemas não provocam qualquer tipo de poluição, trabalham na temperatura ambiente, têm larga

duração, quase não necessitam manutenção e são fabricados de silício, o segundo mais abundante elemento da crosta terrestre. Segundo alguns

especialistas esses constituem os mais promissores sistemas de captação de energia.

As células fotovoltaicas são placas de pequeno tamanho, reunidas em baterias como as que alimentam algumas calculadoras de bolso e relógios de pulso, sendo o uso

ideal em pequenas unidades, fornecendo a energia para cada caso.

Essas células são ainda construídas individualmente por processo artesanal e por isso são muito caras.

Tentativas de mecanização dessa produção já reduziram em mais de 95% o custo desse tipo de energia. O Brasil está se encaminhando para o uso em maior escala da

energia fotovoltaica.

Energia eólica PANORAMA DA ENERGIA EÓLICA

A energia dos ventos é uma abundante fonte de energias renováveis, limpas e disponíveis em todos os lugares. A

utilização desta fonte energética para a geração de eletricidade, em escala comercial, teve início há pouco

mais de 30 anos e através de conhecimentos da indústria aeronáutica os equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de idéias e

conceitos preliminares para produtos de alta tecnologia.

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No início da década de 70, com a crise mundial do petróleo, houve um grande interesse de países europeus e dos Estados Unidos em desenvolver equipamentos para

produção de eletricidade que ajudassem a diminuir a dependência do petróleo e carvão. Mais de 50.000 novos

empregos foram criados e uma sólida indústria de componentes e equipamento foi desenvolvido.

Atualmente, a indústria de turbinas eólicas vem acumulando crescimentos anuais acima de 30% e

movimentando cerca de 2 bilhões de dólares em vendas por ano (1999).

Usina eólica – figura (www.py4sm.hpg.ig.com.br/crise

de energia htm. (15:00h/ 14/12/2002)) No Brasil, embora o aproveitamento dos recursos eólicos

tenha sido feito tradicionalmente com a utilização de cata-ventos multipás para bombeamento d'água, algumas medidas precisas de vento, realizadas

recentemente em diversos pontos do território nacional, indicam a existência de um imenso potencial eólico

ainda não explorado. POTENCIAL EÓLICO DO BRASIL

A avaliação precisa do potencial de vento em uma região é o primeiro e fundamental passo para o aproveitamento do recurso eólico como fonte de

energia. Para a avaliação do potencial eólico de uma região faz-se necessária a coleta de dados de vento com precisão e qualidade. Em geral, os dados de vento coletados para

outros usos (aeroportos, estações meteorológicas, agricultura) são pouco representativos da energia

contida no vento e não podem ser utilizados para a determinação da energia gerada por uma turbina eólica - que é o objetivo principal do mapeamento eólico de

uma região. No Brasil, assim como em várias partes do mundo, quase

não existem dados de vento com qualidade para uma avaliação do potencial eólico. Os primeiros anemógrafos

computadorizados e sensores especiais para energia eólica foram instalados no Ceará e em Fernando de

Noronha/Pernambuco apenas no início dos anos 90. Os bons resultados obtidos com aquelas medições

favoreceram a determinação precisa do potencial eólico daqueles locais e a instalação de turbinas eólicas.

Vários estados brasileiros seguiram os passos de Ceará e

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Pernambuco e iniciaram programas de levantamento de dados de vento. Hoje existem mais de cem anemógrafos

computadorizados espalhados por vários estados brasileiros.

Mapa de ventos do Brasil. Resultados preliminares do CBEE. ( www.eolica.com.br/energia html (14:50h))

Além dos sistemas de produção de energia citados acima e mais comumente usados hoje em dia, temos também

outras foram de produção de energia que estão em estudos:

Energia térmica dos oceanos – produção de energia a partir de dois pontos com diferentes temperaturas no

oceano, isto consiste em uma forma indireta de aproveitar a energia solar.

Energia das ondas - outra forma de aproveitar indiretamente a energia do sol.

Energia geotérmica – aproveitamento das águas que brotam próximas a bolsões de lavas superaquecidas dos vulcões. Essas águas, muito quentes, as não brotam na superfície, mas outras vezes, esses vapores a altíssimas pressões afloram e podem ser utilizados para a geração

de energia termoelétrica. Uso do hidrogênio como combustível: A combinação de

hidrogênio com o oxigênio, a temperatura elevada, para formar água se faz violentamente, na forma de forte

explosão. Esse efeito pode, pois, ser utilizado na geração de energia elétrica.

Impact, um protótipo de carro elétrico, da General Motors. Sua bateria pode ser

carregada em 3 horas num circuito de 220 volts. Ele tem uma autonomia de 80

milhas e acelera de 0 a 60 milhas por hora em 8 segundos.

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O campo de gaysers geotermais localizado ao norte de São Francisco, Califórnia. Os

geysers são a maior fonte de energia geotermal do mundo e produzem energia

diretamente do vapor.

Uma grande usina hidroelétrica no lago Roosevelt, que ajuda a regular o

suprimento de água, que é armazenada em períodos secos. Seu maior benefício

inclui a geração de energia e controle de enchentes, mas também destróem o habitat natural do rio e são caros de

construir.

Estação de energia de marés no rio Rance, perto de Saint-Malo, França.

Esquema de como funciona uma usina elétrica movida pela força das marés.

A usina nuclear de Three Mile Island, Pennsylvania.

Reator experimental de fusão nuclear, que confina o plasma a enormes temperaturas.

Poços de petróleo no deserto do Saara, na Argélia, e na plataforma continental no

sul do Alaska.

Faixas de células fotovoltaicas são usadas para gerar eletricidade em Beverly High School, Massachusetts. Cerca de 10 % da

eletricidade usada é suprida por este sistema de células solares.

Fazenda solar internacional Luz mostrando os sistemas coletores (espelhos curvos que

aquecem um óleo sintético que flui através de um trocador de calor para

gerar vapor para as turbinas do gerador).

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Esquema mostrando a construção de um aquecedor de água solar.

Torre de energia solar na usina solar 1, A luz é refletida e concentrada no coletor

central onde o calor é usado para produzir vapor para mover as turbinas e gerar

eletricidade.

Fazenda de vento na Califórnia, localidade onde mais se utiliza energia eólica no

Mundo.

Atividades Práticas

Objetivos: Entender o que é energia, identificando suas diferentes formas presentes no cotidiano.

Diferenciar as manifestações naturais daquelas transformadas pela ação do homem.

Na própria sala de aula, os alunos podem identificar e relacionar as várias formas de energia: gravitacional,

elétrica, calorífica... Estratégias:

Colocar ao sol uma bacia com água e verificar que, aos poucos, o líquido muda de temperatura.

Construir cata-ventos de papel e observar o efeito da energia eólica.

Usar sucata para construir pequenas rodas d’água. Colocá-las sob a torneira, para experimentar a força

hidráulica. Usar manuais e outras publicações ilustradas que

demonstrem como são produzidas algumas formas de energia.

Observar que a força do vapor que sai de uma panela com água fervendo é capaz de mover a tampa.

Preparar um painel do ciclo da água, no qual o sol ganhe o merecido destaque.

Utilizar sucata para construir maquetes sobre as formas de obtenção de energia.

Usar slides ou fotos das principais cachoeiras do Brasil. Utilizar vídeos, revistas e outras publicações para

resgatar aspectos históricos, atentando para as formas de energia mais utilizadas.

Preparar painéis: um de fontes renováveis e outro de fontes não-renováveis de energia.

Utilizar jornais, revistas, Internet para coletar informações e alimentar debates.

Montar painéis ou murais sobre desastres ecológicos.

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Construção de gráficos. Entrevistas

Utilizar letras de músicas, mapas geográficos e textos literários.

Visitas a usinas hidroelétricas

METODOLOGIA:

Como atividade propomos como experiência prática colocarmos no sol uma bacia com água e após algumas

horas os alunos poderão observar que a água se evapora e muda de temperatura; através desse experimento simples os alunos poderão constatar que o Sol atua como fonte natural de energia capaz de mudar as

condições iniciais da água. Após essa experiência os alunos deverão ser orientados a pesquisar as reações

químicas que ocorrem no Sol que faz com que ele transmita energia para a Terra, o ciclo biogeoquímico

da água e as mudanças físicas de temperatura, pesquisa essa que deverá ser feita em livros, Internet, jornais,

etc. Em seguida, para uma melhor fixação de conteúdo, eles farão cartazes sobre o ciclo da água na natureza; também utilizarão sucatas para a construção de uma

pequena roda d’água, colocando-a sob a torneira, para, assim observar a força hidráulica. O experimento deverá culminar com a construção coletiva de uma maquete de

usina hidroelétrica com linhas de transmissão, subestações, transformadores, postes e fios chegando às

residências, fábricas e lojas. O objetivo final dessa atividade deverá ser o estudo das usinas hidroelétricas, onde a água é a fonte de energia usada em nosso dia-a-dia e o impacto ambiental que

essas usinas trazem para a região onde elas se localizam, enfocando a importância de uma maior conscientização da conservação da energia pelas

pessoas, bem como o uso de outras fontes de energia , por exemplo, a energia solar, eólica, termoelétrica

entre outras fontes de energia.

Bibliografia: GEPEC – Grupo de pesquisas em Educação Química

Interações e transformações: química para o segundo grau. São Paulo, Editora da Universidade de São Paulo,

1993, p137-308 ENERGIA: Recurso da vida. Programa de Educação Ambiental “A natureza da paisagem “. Projeto de : Marcos Didonet. Realização: ELETROBRÁS, PROCEL,

CIMA. Rio de Janeiro, 1996. Branco, Samuel Murgel, 1930-

Energia e meio ambiente / Samuel Murgel Branco.

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São Paulo: Moderna, 1990. (Coleção polêmica)

Componentes do grupo: Ângela Maria Pauli

Arlete Aparecida Zucolin Maria Lúcia Jerep

Maristela Andréa Romagnoli Santos Freire Marcos Antonio Piza

Osmar Palmieri Vera Lucia Bertozo Silva

Wanderley Antonio Gonçalves

VIDA DO BRASIL quarta-feira, 13 de agosto de 2008 Biomas brasileiros não têm área suficiente para conservação da

biodiversidade

Relatório revela que, com exceção da Amazônia, os

demais cinco biomas não têm áreas protegidas suficientemente para proporcionar a conservação da

biodiversidade

Florestas abandonadas As florestas brasileiras - não importa se federais, estaduais

ou municipais - estão desamparadas. Faltam proteção, demarcação e infra-estrutura mínima que permitam uma

fiscalização efetiva para evitar invasões, organizar pesquisas científicas e possibilitar visitas seguras.

O diagnóstico catastrófico é do próprio Ministério do Meio Ambiente. Relatório elaborado ao longo de dois anos sob a

coordenação do Departamento de Áreas Protegidas - concluído em dezembro e não divulgado - faz uma

revelação preocupante: “O total de área protegida por bioma é insuficiente para a conservação da

biodiversidade”.

Resoluções do IV Congresso Internacional de Áreas Protegidas, assinadas pelo Brasil em 1992 no encontro da Venezuela, estabeleceram que, no mínimo, 10% de cada

bioma devem ser integralmente protegidos para que haja a preservação das nascentes de água, reprodução de plantas

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e animais, além da estabilidade do clima. Por Leonel Rocha, da equipe do Correio Braziliense, 11/08/2008.

Dirigido pela Secretaria de Florestas do MMA, o trabalho

cita o caso do Pantanal brasileiro - bioma que hoje abrange 250 mil km² espalhados pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - que tem apenas 2% da sua área ideal definida como unidade de conservação. Dados

oficiais mostram que a situação não é diferente nos outros cinco biomas. Com exceção da Amazônia, que tem 20% do seu território preservado (apesar de definir apenas 7,76% como unidades de proteção integral), os demais biomas

estão com índice abaixo das recomendações internacionais. Da Caatinga, só restam 0,32% e do Pampa gaúcho, 2,59%. O Cerrado manteve 5%. Apenas 7% do que

resta da Mata Atlântica original (1,3 milhão de km² ) ficaram preservados.

O diagnóstico é resultado do trabalho sobre a

sustentabilidade financeira do Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC). Compõem o relatório

outros dois capítulos que tratam sobre o monitoramento da biodiversidade e a gestão participativa das UCs. Os estudos

foram determinados pelo Fórum Nacional de Áreas Protegidas e o resultado foi chancelado por gente

importante como a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o então presidente do Instituto Chico Mendes de

Conservação (ICMBio) João Paulo Capobianco.

Chamado de “Pilares para o plano de sustentabilidade financeira para o SNUC”, o documento também é assinado

pelo novo presidente do instituto, Rômulo Mello, que ocupava o cargo de diretor de Conservação da

Biodiversidade da entidade quando o trabalho foi feito. A direção do Chico Mendes, encarregada de cuidar das UCs,

não se manifestou sobre o diagnóstico e transferiu a responsabilidade pelo documento para o Ministério do Meio

Ambiente.

Preparado com a participação de uma equipe com mais de 20 profissionais do setor, o relatório teve colaboração

técnica de professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, USP e grandes organizações não-governamentais ambientalistas

internacionais como The Nature Conservancy (TNC) Brasil, Fundo Mundial para a Natureza (WWF), além de agências como a de cooperação alemã GTZ e o Instituto Mundial

para Conservação e Meio Ambiente (WICE), que participaram como instituições de apoio ao trabalho.

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Legislação confusa No mesmo diagnóstico, o relatório alerta para a falta de uma legislação unificada da União, estados e municípios sobre as áreas que devem ser protegidas, provocando

atraso na consolidação de áreas definidas, por decreto, como unidades de conservação: “Muitas áreas já criadas

ainda não foram efetivamente implementadas e ainda não se pode afirmar que atingiram integralmente os objetivos

que motivaram a sua criação”. Quando o relatório foi concluído, existiam quase 600 unidades de conservação,

288 federais e 308 estaduais.

As 743 Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) inscritas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação não foram consideradas no estudo. Elas somavam mais de um milhão de quilômetros quadrados, protegendo pouco

mais de 10% do território continental brasileiro. Atualmente, são 299 UCs federais e outras tantas

estaduais. Com a criação em tempo recorde de tantas reservas, surgiu uma nova dificuldade detectada pelos

analistas do ministério do Meio Ambiente: a carência de informações básicas dos próprios órgãos públicos

encarregadas pela gestão das áreas criadas para serem protegidas e a ampliação das despesas para cuidar do

patrimônio.

Riqueza natural ameaçada Áreas de proteção integral não são suficientes para

garantir a manutenção da biodiversidade brasileira, diz estudo do próprio Ministério do Meio Ambiente

PROTEÇÃO PRECÁRIA

Percentual de território preservado em unidades de conservação (por bioma)

• Amazônia 20% • Mata Atlântica 7%

• Cerrado 5% • Pampa Gaúcho 2,59%

• Pantanal 2%

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• Caatinga 0,32%

Déficit de quase R$ 600 milhões Para agravar ainda mais a situação, o estudo constata que, historicamente, o governo brasileiro tem reservado poucos recursos do orçamento da União para cuidar das reservas extrativistas e biológicas, florestas e parques nacionais,

estações ecológicas, áreas de proteção ambiental e monumentos naturais. O estudo calculou em R$ 1,4 bilhão o custo mínimo para manter em bom estado todas essas

unidades de conservação, inclusive as estaduais. Somente para despesas de custeio das áreas federais, o diagnóstico aponta a necessidade de R$ 466 milhões por ano. O recurso seria utilizado na fiscalização, organização, instalações e

funcionamento administrativo das UCs para impedir invasões, evitar queimadas e derrubada de árvores. O

custeio das florestas estaduais foi estimado em R$ 394,3 milhões.

Outros R$ 350 milhões seriam necessários, de acordo com

as projeções financeiras do trabalho, para a parte da infra-estrutura das unidades que ainda não foram criadas ou para complementar os equipamentos já existentes, mas

obsoletos ou defeituosos. Esse valor foi estabelecido pela equipe que analisou o SNUC considerando que já existem

70% da infra-estrutura destinada a administração e funcionamento das florestas. Mesmo com tantas

necessidades, o governo ao elaborar o orçamento e o Congresso ao aprovar a lei orçamentária com emendas

parlamentares só destinaram R$ 229,2 milhões para investimentos e custeio das unidades de conservação federais. Um déficit de quase R$ 600 milhões. (LR /

Ecodebate)

Fonte: Sbef News RACIONALIDADE

DO BRASIL

Capítulo 7 AS FOZES DOS GRANDES RIOS BRASILEIROS (se grandes redes coletoras fossem colocadas nas fozes, grandes navios muito lentos poderiam levar

muitos milhões de metros cúbicos de água doce sem nos prejudicar em nada –

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isso não é para favorecer o aumento da população, é para dar conforto aquático à diminuição da população)

Bacias Hidrográficas e rios Bacia Hidrográfica Amazônica - É a maior bacia hidrográfica do mundo, com

7.050.000 km², sendo que 3.904.392,8 km² estão em terras brasileiras. Seu rio principal (Amazonas), nasce no Peru com o nome de Vilcanota e recebe

posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa-se a chamar Solimões e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio Amazonas. O Rio Amazonas percorre 6.280 km, sendo o segundo maior do planeta em extensão (após o Rio Nilo, no Egito, com 6.670 km) é o maior do mundo em vazão de água. Sua largura média é de

5 quilômetros e possui 7 mil afluentes, além de diversos cursos de água menores e canais fluviais criados pelos processos de cheia e vazante.

A Bacia Amazônica está localizada em uma região de planície e tem

cerca de 23 mil km de rios navegáveis, que possibilitam o desenvolvimento do transporte hidroviário. A navegação é importante nos grandes afluentes do Rio

Amazonas, como o Madeira, o Xingu, o Tapajós, o Negro, o Trombetas e o Jari. Em 1997 é inaugurada a na bacia, a Hidrovia do Rio Madeira, que opera de Porto Velho até Itacoatiara, no Amazonas. Possui 1.056km de extensão e por lá é feito o escoamento da maior parte da produção de grãos e minérios

da região. Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco - Possui uma área de 645.067,2 km²

de extensão e o seu principal rio é o São Francisco, com 3.160 km de extensão. É o maior rio totalmente brasileiro e percorre 5 estados (Minas

Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe). Além disso é fundamental na economia da região que percorre, pois permite a atividade agrícola em suas

margens e oferece condições para a irrigação artificial de áreas mais distantes, muitas delas semi-áridas. Os principais afluentes perenes são os rios

Cariranha, Pardo, Grande e das Velhas. Seu maior trecho navegável se encontra entre as cidades de Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) com 1.371km de extensão. O potencial hidrelétrico do rio é aproveitado principalmente pelas

grandes usinas de Xingó e Paulo Afonso. Bacia Hidrográfica dos Rios Tocantins-Araguaia - É a maior bacia localizada inteiramente em território brasileiro, com 813.674,1 km². Seus principais rios

são o Tocantins e o Araguaia. O rio Tocantins, com 2.640 km de extensão, nasce em Goiás e desemboca na foz do Amazonas. Possui 2.200 km navegáveis

(Entre as cidades de Peixe-GO e Belém-PA) e parte de seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará - a 2ª maior do país e uma das cinco maiores do mundo. O Rio Araguaia nasce em Mato Grosso, na

fronteira com Goiás e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins. A construção da Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem sido questionada

pelas ONGs (Organizações Não-Governamentais) em razão dos impactos ambientais que ela pode provocar, cortando dez (10) áreas de preservação ambiental e 35 (trinta e cinco) áreas indígenas, afetando uma população de 10 mil índios.00 km navegáveis (Entre as cidades de Peixe-GO e Belém-PA) e parte de seu potencial hidrelétrico é aproveitado pela usina de Tucuruí, no Pará - a 2ª maior do país e uma das cinco maiores do mundo. O Rio Araguaia nasce em Goiás, próximo a cidade de Mineiros e ao Parque Nacional das Emas e une-se ao Tocantins no extremo norte do estado de Tocantins. A construção

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da Hidrovia Araguaia-Tocantins, tem sido questionada pelas ONGs (Organizações Não-Governamentais) em razão dos impactos ambientais que ela pode provocar, cortando dez (10) áreas de preservação ambiental e 35 (trinta e cinco) áreas indígenas, afetando uma população de 10 mil índios.

Bacia Hidrográfica do Rio da Prata - O Rio da Prata tem origem no encontro dos rios Paraná, Uruguai e Paraguai, na fronteira entre a Argentina e Uruguai. Esses quatro rios são os principais formadores dessa bacia, de 1.397.905,5 km²

- a segunda maior do país - e se estende entre Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Argentina. O Rio Paraná com 2.940 km nasce na junção dos rios Paranaíba e Grande, na divisa de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São

Paulo. Apresenta o maior aproveitamento hidrelétrico do Brasil, abrigando por exemplo, a Usina de Itaipu. Em 1999 foi inaugurada no Rio Paraná, a Usina

Hidrelétrica de Porto Primavera - a segunda maior do Estado de São Paulo. Os afluentes do Paraná (Tietê e Paranapanema, tem grande potencial para

geração de energia. Com relação às hidrovias, a Tietê-Paraná, é a mais antiga do país, atualmente com 2.400km de extensão.

O rio Uruguai forma-se pela junção dos rios Canoas e Pelotas, na divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Seus formadores têm suas nascentes na Serra Geral em cotas aproximadas de 1.800m e apresenta uma direção geral leste-oeste, até receber, pela margem direita, o rio Peperi-

Guaçu, quando começa a infletir para sudoeste, servindo de fronteira entre o Brasil e Argentina, até receber o rio Quaraí, afluente da margem esquerda

que atua como fronteira entre o Brasil e o Uruguai. A partir da desembocadura do Quaraí, o Uruguai segue para o sul até a localidade de

Nueva Palmira, onde lança suas águas no rio da Prata. Seu percurso total é de 1.770Km da junção de seus formadores até a foz do Quaraí perfaz 1.262Km. Os restantes 508Km correm entre terras uruguaias e argentinas. Seu desnível

total é de (24cm/km). O rio Uruguai pode ser considerado, fisicamente:

Superior - Da junção dos rios Pelotas e Canoas, até a foz do Piratini, com uma extensão de 816Km e um desnível de 43cm/km.

Médio - Da foz do Piratini à cidade de Salto, no Uruguai, com uma extensão de 606Km e um desnível de 9cm/km.

Inferior - Da cidade de Salto à Nueva Palmira, um percurso de 348Km com desnível de 3cm/km.

A navegação do rio Uruguai só apresenta expressão econômica em seu trecho inferior, onde o rio é percorrido por navios de cabotagem, da foz a

Concepción, na Argentina. Acima desse local, a navegação é mais difícil, podendo ser feita por pequenas embarcações até a cidade de Salto, no

Uruguai. Acima de Salto a navegação é dificultada pela existência de rápidos e corredeiras, agravando-se a situação em direção a montante. Têm-se

efetuado a navegação, por embarcações de pequeno porte, nos 210Km entre São Borja e Uruguaiana.

Em Julho de 2000, o Rio Iguaçu - que pertence a essa bacia -, é cenário de um dos maiores desastres ecológicos da história do país: cerca de 4 milhões de litros de óleo, vazam da refinaria Presidente Getúlio Vargas da Petrobrás, e

formam uma mancha de quase 20km de extensão no rio, afetando o equilíbrio ecológico da região.

Bacia Hidrográfica do Atlântico Sul - É composta de várias pequenas e médias bacias costeiras, formadas por rios que desaguam no Oceano Atlântico. O

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trecho norte-nordeste engloba rios localizados no norte da bacia amazônica e aqueles situados entre a foz do rio Tocantins e a do rio São Francisco. Entre eles, está o Rio Parnaíba, na divisa entre o Piauí e o Maranhão, que forma o

único delta oceânico das Américas. Entre a foz do rio São Francisco e a divisa do Rio de Janeiro e São Paulo estão as bacias do trecho leste, no qual se destaca o rio Paraíba do Sul. A partir dessa área começam as bacias do

sudeste-sul. Seu rio mais importante é o Itajaí, no estado de Santa Catarina.

Maiores usinas hidrelétricas brasileiras: As maiores usinas hidrelétricas brasileiras por capacidade instalada, até o

final de 2002, são: 1) Itaipú (Rio Paraná) - 12.600 MW (*); 2) Tucuruí (Rio Tocantins) - 4.245 MW; 3) Ilha Solteira (Rio Paraná) - 3.444 MW; 4) Xingó (Rio São Francisco) - 3.000

MW; 5) Paulo Afonso IV (São Francisco) - 2.460 MW; 6) Itumbiara (Rio Paranaíba) - 2.082 MW; 7) São Simão (Rio Paranaíba) - 1.710 MW; 8) Fóz do

Areia (Rio Iguaçú) - 1.676 MW; 9) Jupiá (Rio Paraná) - 1.551 MW; 10) Itaparica (Rio São Francisco) - 1.500 MW; 11) Itá (Rio Uruguai) - 1.450 MW; 12)

Marimbondo (Rio Grande) - 1.440 MW; 13) Porto Primavera (Rio Paraná) - 1.430 MW; 14) Salto Santiago (Rio Iguaçú) - 1.420 MW; 15) Água Vermelha (Rio Grande) - 1.396 MW; 16) Corumbá (Rio Corumbá) - 1.275 MW; 17) Segredo (Rio Iguaçú) - 1.260 MW; 18) Salto Caxias (Rio Iguaçú) - 1.240 MW; 19) Furnas (Rio Grande) - 1.216 MW; 20) Emborcação (Rio Paranaíba) - 1.192 MW; 21) Salto Osório (Rio Iguaçú) - 1.078 MW; 22) Estreito (Rio Grande) - 1.050 MW; 23)

Sobradinho (Rio São Francisco) - 1.050 MW. (*) Itaipú é considerada usina binacional (Brasil/Paraguai). Assim,

inteiramente nacional, a maior é a de Tucuruí, no Pará.

FONTES: ABRAGE e CESP. Maiores rios brasileiros em vazão e por extensão (m³/s)

1°) Rio Amazonas (Bacia Amazônica) - 209.000; 2°) Rio Solimões (Bacia Amazônica) - 103.000; 3°) Rio Madeira (Bacia Amazônica) - 31.200; 4°) Rio

Negro (Bacia Amazônica) - 28.400; 5°) Rio Japurá (Bacia Amazônica) - 18.620; 6°) Rio Tapajós (Bacia Amazônica) - 13.500; 7°) Rio Purus (Bacia Amazônica),

Rio Tocantins (Bacia Tocantins-Araguaia) e Rio Paraná (Bacia do Prata) - 11.000; 10°) Rio Xingu (Bacia Amazônica) - 9.700; 11°) Rio Içá (Bacia

Amazônica) - 8.800; 12°) Rio Juruá (Bacia Amazônica) - 8.440; 13°) Rio Araguaia (Bacia Tocantins-Araguaia) - 5.500; 14°) Rio Uruguai (Bacia do Prata)

- 4.150; 15°) Rio São Francisco (Bacia do São Francisco) - 2.850; e 16°) Rio Paraguai (Bacia do Prata) - 1.290.

Observações: 1) Os rios da bacia amazônica são responsáveis por 72% dos recursos hídricos do Brasil; 2) o aqüífero guarani, com 1.194.800 km² de

extensão e 45 quatrilhões de litros, é o maior reservatório de água doce da América do Sul e 70% dele está localizado no Brasil (Mato Grosso do Sul -

25,5%, Rio Grande do Sul - 18,8%, São Paulo - 18,5%, Paraná - 15,0%, Goiás - 6,5%, Santa Catarina - 6,5%, Minas Gerais - 6,1% e Mato Grosso - 3,1%), 19% na

Argentina, 6% no Paraguai e 5% no Uruguai. Recursos Hídricos - Os maiores rios brasileiros por extensão:

Amazonas 6.868km (Bacia Amazônica), São Francisco 3.160 km (Bacia do São Francisco), Tocantins 2.640 km (Bacia Tocantins-Araguaia), Negro, Tapajós,

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Xingu (Bacia Amazônica), Araguaia (Bacia Tocantins-Araguaia), Madeira (Bacia Amazônica); Paraná 2.940km, Paraguai e Uruguai 1.500km (todos da Bacia do

Prata). FONTE: Agência Nacional de Águas (ANA) e Secretaria Nacional de Recursos

Hídricos. Geografia

Maiores rios brasileiros em vazão (m³/s)

1°) Rio Amazonas (Bacia Amazônica) - 209.000; 2°) Rio Solimões (Bacia

Amazônica) - 103.000; 3°) Rio Madeira (Bacia Amazônica) - 31.200; 4°) Rio Negro

(Bacia Amazônica) - 28.400; 5°) Rio Japurá (Bacia Amazônica) - 18.620; 6°) Rio Tapajós (Bacia Amazônica) - 13.500;

7°) Rio Purus (Bacia Amazônica), Rio Tocantins (Bacia Tocantins-Araguaia) e Rio

Paraná (Bacia do Prata) - 11.000; 10°) Rio Xingu (Bacia Amazônica) - 9.700; 11°) Rio Içá (Bacia Amazônica) - 8.800; 12°) Rio Juruá (Bacia Amazônica) -

8.440; 13°) Rio Araguaia (Bacia Tocantins-Araguaia) - 5.500; 14°) Rio Uruguai (Bacia do Prata) - 4.150; 15°) Rio São Francisco (Bacia do São Francisco) -

2.850; e 16°) Rio Paraguai (Bacia do Prata) - 1.290. Observações: 1) Os rios da bacia amazônica são responsáveis por 72% dos recursos hídricos do Brasil; 2) o aqüífero guarani, com 1.194.800 km² de extensão e 45 quatrilhões de litros, é

o maior reservatório de água doce da América do Sul e 70% dele está localizado no Brasil (Mato Grosso do Sul - 25,5%, Rio Grande do Sul - 18,8%,

São Paulo - 18,5%, Paraná - 15,0%, Goiás - 6,5%, Santa Catarina - 6,5%, Minas Gerais - 6,1% e Mato Grosso - 3,1%), 19% na Argentina, 6% no Paraguai e 5% no

Uruguai. FONTE: Agência Nacional de Águas (ANA). Principais bacias hidrográficas brasileiras

Bacia do Atlântico Sul

trecho leste

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Bacia do Atlântico Sul trecho norte e nordeste

Bacia do Atlântico Sul

trecho sudeste

Bacia Platina

Bacia do Rio Amazonas

Bacia do Rio São Francisco

Bacia do Rio Tocantins

Fonte: Anuário Estatístico do Brasil - 1992 - FIBGE

Para uma caraterização mais detalhada, selecione a bacia de interesse na legenda ou no mapa.

O Brasil é dotado de uma vasta e densa rede hidrográfica, sendo que muitos de seus rios destacam-se pela extensão, largura e profundidade. Em

decorrência da natureza do relevo, predominam os rios de planalto que apresentam em seu leito rupturas de declive, vales encaixados, entre outras

características, que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Quanto à navegabilidade, esses rios, dado o seu perfil não

regularizado, ficam um tanto prejudicados. Dentre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e

largamente utilizados para a navegação. Os rios São Francisco e Paraná são os principais rios de planalto.

De maneira geral, os rios têm origem em regiões não muito elevadas, exceto o rio Amazonas e alguns de seus afluentes que nascem na cordilheira andina.

Em termos gerais, como mostra o mapa acima, pode-se dividir a rede hidrográfica brasileira em sete principais bacias, a saber: a bacia do rio

Amazonas; a do Tocantins - Araguaia; a bacia do Atlântico Sul - trechos norte e nordeste; a do rio São Francisco; a do Atlântico Sul - trecho leste; a bacia

Platina, composta pelas sub-bacias dos rios Paraná e Uruguai; e a do Atlântico Sul - trechos sudeste e sul.

Bacia do rio Amazonas Em 1541, o explorador espanhol Francisco de Orellana percorreu, desde as suas nascentes nos Andes peruanos, distante cerca de 160 km do Oceano

Pacífico, até atingir o Oceano Atlântico, o rio que batizou de Amazonas, em função da visão, ou imaginação da existência, de mulheres guerreiras, as

Amazonas da mitologia grega. Este rio, com uma extensão de aproximadamente 6.500 km, ou superior conforme recentes descobertas, disputa com o rio Nilo o título de mais extenso no planeta. Porém, em todas as possíveis outras avaliações é,

disparado, o maior. Sua área de drenagem total, superior a 5,8 milhões de km2, dos quais 3,9

milhões no Brasil, representa a maior bacia hidrográfica mundial. O restante de sua área dividi-se entre o Peru, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana e

Venezuela. Tal área poderia abranger integralmente o continente europeu, a exceção da antiga União Soviética.

O volume de água do rio Amazonas é extremamente elevado, descarregando no Oceano Atlântico aproximadamente 20% do total que chega aos oceanos

em todo o planeta. Sua vazão é superior a soma das vazões dos seis próximos

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maiores rios, sendo mais de quatro vezes maior que o rio Congo, o segundo maior em volume, e dez vezes o rio Mississipi. Por exemplo, em Óbidos,

distante 960 km da foz do rio Amazonas, tem-se uma vazão média anual da ordem de 180.000 m3/s. Tal volume d'água é o resultado do clima tropical úmido característico da bacia, que alimenta a maior floresta tropical do

mundo. Na Amazônia os canais mais difusos e de maior penetrabilidade são utilizados tradicionalmente como hidrovias. Navios oceânicos de grande porte podem

navegar até Manaus, capital do estado do Amazonas, enquanto embarcações menores, de até 6 metros de calado, podem alcançar a cidade de Iquitos, no

Peru, distante 3.700 km da sua foz. O rio Amazonas se apresenta como um rio de planície, possuindo baixa

declividade. Sua largura média é de 4 a 5 km, chegando em alguns trechos a mais de 50 km. Por ser atravessado pela linha do Equador, esse rio apresenta

afluentes nos dois hemisférios do planeta. Entre seus principais afluentes, destacam-se os rios Iça, Japurá, Negro e Trombetas, na margem esquerda, e

os rios Juruá, Purus, Madeira, Tapajós e Xingu, na margem direita. Bacia do rio Tocantins - Araguaia

A bacia do rio Tocantins - Araguaia com uma área superior a 800.000 km2, se constitui na maior bacia hidrográfica inteiramente situada em território

brasileiro. Seu principal rio formador é o Tocantins, cuja nascente localiza-se no estado de Goiás, ao norte da cidade de Brasília. Dentre os principais

afluentes da bacia Tocantins - Araguaia, destacam-se os rios do Sono, Palma e Melo Alves, todos localizados na margem direita do rio Araguaia.

O rio Tocantins desemboca no delta amazônico e embora possua, ao longo do seu curso, vários rápidos e cascatas, também permite alguma navegação

fluvial no seu trecho desde a cidade de Belém, capital do estado do Pará, até a localidade de Peine, em Goiás, por cerca de 1.900 km, em épocas de vazões

altas. Todavia, considerando-se os perigosos obstáculos oriundos das corredeiras e bancos de areia durante as secas, só pode ser considerado

utilizável, por todo o ano, de Miracema do Norte (Tocantins) para jusante. O rio Araguaia nasce na serra das Araras, no estado de Mato Grosso, possui

cerca de 2.600 km, e desemboca no rio Tocantins na localidade de São João do Araguaia, logo antes de Marabá. No extremo nordeste do estado de Mato

Grosso, o rio dividi-se em dois braços, rio Araguaia, pela margem esquerda, e rio Javaés, pela margem direita, por aproximadamente 320 km, formando assim a ilha de Bananal, a maior ilha fluvial do mundo. O rio Araguaia, é

navegável cerca de 1.160 km, entre São João do Araguaia e Beleza, porém não possui neste trecho qualquer centro urbano de grande destaque.

Bacia do Atlântico Sul - trechos norte e nordeste

Vários rios de grande porte e significado regional podem ser citados como componentes dessa bacia, a saber: rio Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi,

Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba.

Em especial, o rio Parnaíba é o formador da fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, por seus 970 km de extensão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante

hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região. Bacia do rio São Francisco

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A bacia do rio São Francisco, nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, e atravessa os estados da 88Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O rio São

Francisco possui uma área de drenagem superior a 630.000 km2 e uma extensão de 3.160 km, tendo como principais afluentes os rios Paracatu,

Carinhanha e Grande, pela margem esquerda, e os rios Salitre, das Velhas e Verde Grande, pela margem direita.

De grande importância política, econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, é navegável por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de Paulo Afonso, em função da construção de hidrelétricas com grandes lagos e eclusas, como é o caso de Sobradinho e

Itaparica. Bacia do Atlântico Sul - trecho leste

Da mesma forma que no seu trecho norte e nordeste, a bacia do Atlântico Sul no seu trecho leste possui diversos cursos d'água de grande porte e

importância regional. Podem ser citados, entre outros, os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas e Paraguaçu.

Por exemplo, o rio Paraíba do Sul está localizado entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, os de maior significado econômico no país, possui ao longo do seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte, como Campos, Volta Redonda e São José dos Campos, bem com industrias importantes como a Companhia Siderúrgica

Nacional. Bacia Platina, ou dos rios Paraná e Uruguai

A bacia platina, ou do rio da Prata, é constituída pelas sub-bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, drenando áreas do Brasil, Bolívia, Paraguai,

Argentina e Uruguai. O rio Paraná possui cerca de 4.900 km de extensão, sendo o segundo em

comprimento da América do Sul. É formado pela junção dos rios Grande e Paranaíba. Possui como principais tributários os rios Paraguai, Tietê,

Paranapanema e Iguaçu. Representa trecho da fronteira entre Brasil e Paraguai, onde foi implantado o aproveitamento hidrelétrico binacional de Itaipu, com 12.700 MW, maior usina hidrelétrica em operação do mundo.

Posteriormente, faz fronteira entre o Paraguai e a Argentina. Em função das suas diversas quedas, o rio Paraná somente possui navegação de porte até a

cidade argentina de Rosário. O rio Paraguai, por sua vez, possui um comprimento total de 2.550 km, ao

longo dos territórios brasileiro e paraguaio e tem como principais afluentes os rios Miranda, Taquari, Apa e São Lourenço. Nasce próximo à cidade de

Diamantino, no estado de Mato Grosso, e drena áreas de importância como o Pantanal mato-grossense. No seu trecho de jusante banha a cidade de Assunción, capital do Paraguai, e forma a fronteira entre este país e a

Argentina, até desembocar no rio Paraná, ao norte da cidade de Corrientes. O rio Uruguai, por fim, possui uma extensão da ordem de 1.600 km, drenando uma área em torno de 307.000 km2. Possui dois principais formadores, os rios Pelotas e Canoas, nascendo a cerca de 65 km a oeste da costa do Atlântico.

Fazem parte da sua bacia os rios Peixe, Chapecó, Peperiguaçu, Ibicuí, Turvo, Ijuí e Piratini.

O rio Uruguai forma a fronteira entre a Argentina e Brasil e, mais ao sul, a fronteira entre Argentina e Uruguai, sendo navegável desde sua foz até a

cidade de Salto, cerca de 305 km a montante.

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início desta página Bacia do Atlântico Sul - trechos sudeste e sul

A bacia do Atlântico Sul, nos seus trechos sudeste e sul, é composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos

possuem importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica.

Água demais, água de menos No Dia Mundial da Água, o Brasil percebe que aproveita mal o enorme

potencial dos rios

Até bem pouco tempo, a crise da água parecia estar passando longe do Brasil. E havia motivos para isso. Embora cerca de 15 milhões de nordestinos sofram

com a seca sazonal e, em grandes capitais, como São Paulo, a palavra racionamento freqüente regularmente as páginas dos jornais, o país se

orgulha de possuir 12% de toda água doce do planeta – seja nos rios, seja nos lençóis freáticos. Além disso, o volume descarregado por nossos rios é o maior do mundo, ou seja, 34 mil metros cúbicos de água por habitante ao ano, 34 vezes acima dos mil metros cúbicos por pessoa, apontados por organismos

internacionais como limite mínimo. Com tanta água, para que se preocupar?

O problema que adquire agora contornos mais preocupantes é a má distribuição. E não se está falando apenas do Nordeste.

Perto de 80% das descargas dos rios ocorrem nas regiões do Amazonas e Tocantins, onde

o Brasil registra a mais baixa densidade demográfica. E mesmo lá, quase metade da

população das grandes cidades, como Manaus e Belém, sofre graves problemas de

saneamento básico. Enquanto isso, no Sudeste e Sul, onde estão as metrópoles

mais populosas, os rios oferecem água em qualidade e quantidade insuficientes.

Racionamento

A ameaça de rodízio no consumo é constante. No Brasil, existem 5.391

municípios com rede de abastecimento de água, mas, desse total, 1.267 têm as torneiras secas periodicamente, segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE). No Nordeste e no Sudeste, 74% dos municípios

Agua sobra na Amazônia e falta no sertão nordestino

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enfrentam constante racionamento de água. Onze capitais brasileiras sofrem o mesmo problema, agravado pelo aumento da população e pela falta de

chuvas.

“Água sempre existirá em abundância, o problema é sua distribuição e qualidade”, frisa o geólogo Uriel Duarte, do Instituto de Estudos Avançados da

Universidade de São Paulo. As perdas são resultado do desperdício e da poluição, causadoras, entre outros fatores, de 3 milhões de mortes de

crianças por ano no Brasil. Um relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), setor do governo federal responsável pela gestão dos recursos hídricos no Brasil, mostra que 70% dos rios entre Sergipe e Rio Grande do Sul estão seriamente comprometidos pela

poluição industrial e esgoto doméstico. Cerca de 80% do esgoto gerado no país não recebe nenhum tipo de tratamento, sendo lançado diretamente em rios,

mares e lagos.

No Brasil existem oficialmente 12 bacias hidrográficas (veja ao lado). Trata-se de uma das maiores redes fluviais do mundo, utilizada para diversos fins, como geração de energia, navegação, turismo e irrigação da agricultura, atividade que representa 70% do consumo. O abastecimento das casas

concorre com esses usos. Para administrar o potencial dos rios, evitar o desperdício e conciliar os

diversos interesses, a ANA estimulou a criação dos Comitês de Bacias Hidrográficas. O novo modelo de gestão prevê a cobrança de taxas pelo uso da

água, com os recursos revertidos para projetos de preservação.

Tesouro subterrâneo

Além da boa oferta de água nos rios, a fartura também é considerável nas gigantescas reservas subterrâneas brasileiras. A maior delas fica no aqüífero

Guarani, que se estende por 1,6 milhão de quilômetros quadrados, nos estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, e ainda parte dos países vizinhos –Uruguai,

Paraguai e Argentina.

O aqüífero seria capaz de abastecer 200 milhões de habitantes. Mas são necessários cuidados. “A exploração predatória contamina as águas”, adverte Frederico Peixinho, do Serviço Geológico do Brasil , do Ministério das Minas e

Energia. Oficialmente, existem no país 100 mil poços perfurados para a extração de água subterrânea. Calcula-se que o número real, contando os

poços clandestinos, supere 200 mil.

Cuidados são essenciais para evitar a devastação causada pelas represas das hidrelétricas

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Fonte de energia elétrica

Cerca de 91% da energia produzida no Brasil tem origem nas usinas

hidrelétricas, mas ainda é insuficiente. O país aprendeu essa lição em 2001, quando sentiu os efeitos do apagão

No Brasil, a água gera a maior parte da energia, o que é fácil de

compreender, considerando a quantidade de rios que molda as paisagens de planalto, encachoeiradas. O relevo acidentado facilita a geração energética.

Assim, cerca de 91% de toda a energia elétrica produzida no Brasil tem origem nas 93 usinas hidrelétricas atualmente em operação. Mas o potencial é muito maior, cerca de 260 mil MW, cinco vezes a produção atual – 40% concentrado

na bacia amazônica.

Além de produzir eletricidade, os reservatórios das usinas trouxeram outros benefícios ao país, ajudando a regularizar cheias e promover irrigação e

navegabilidade dos rios. Além disso, eles não são po¬luen¬tes e permitem a redução do efeito estufa. Estima-se que, todos os anos, economizem 600

milhões de toneladas de petróleo – uma fonte não-renovável e poluente. No entanto, também acarretam problemas. Um de¬les são as questões sociais envolvendo as populações desalojadas pa¬ra o enchimento dos lagos e a

des¬truição da flora e da fauna originais. A usina de Sobradinho, por exemplo, desalojou 70 mil pessoas que ha¬bitavam as regiões próximas ao rio São

Francisco, na Bahia.

Outro problema é o impacto no meio ambiente provocado pela construção das usinas. Os reservatórios das hidrelétricas alteram a composição e as

propriedades químicas da água e interrompem o ciclo biológico de várias espécies da fauna e flora. Um exemplo aconteceu na hidrelétrica de Balbina, no Amazonas, que inundou uma extensa área de floresta nativa, derrubando

árvores e matando milhares de animais. A obra alterou a acidez da água e até recentemente as turbinas apresentavam problemas de corrosão e depósito de

material orgânico.

É preciso economizar

Atualmente a Região Hidrográfica do Paraná é a maior geradora de energia hidrelétrica do país, cor¬respondendo a 59,3% da pro¬du¬ção nacional. São 176 usinas, com destaque para Itaipu, a maior do mundo. A quantidade de

energia atende a 75% do consumo brasileiro, concentrado no Sudeste. Como se vê, não é suficiente, o que pode ser atestado pelos riscos de apagões,

como o que ocorreu em 2001, quando o Brasil passou por sua mais greve crise energética. Apesar disso, não é mais possível construir grandes hidrelétricas

na região, apenas pequenas centrais, incentivadas por linhas de crédito especiais do governo federal. Mesmo porque, os agentes financeiros

internacionais aumentaram suas exigências antes de financiar a cons¬trução de hidrelétricas. Além disso, em todas as bacias, o uso da água para gerar eletricidade compete com a irrigação da agricultura e o abastecimento da

população. A cap¬tação precisa ser controlada para atender a todos os

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setores. Cada um tem uma parcela de responsabilidade. Por isso, economizar água no chuveiro de casa pode significar muito em tempos de risco de

apagões.

Onde tem água de sobra

A bacia hidrográfica do Amazonas representa 62% do volume de água dos

rios brasileiros, mas pouca gente aproveita toda essa riqueza

Ao descobrir o rio Amazonas, em 1541,

navegando dos Andes peruanos ao Oceano Atlântico, o explorador espanhol Francisco de Orellana desconfiava que aquele seria o maior rio do mundo. Ao

longo dos séculos, o título passou a ser disputado com o Nilo, na África. Ninguém discorda, porém, que o rio Amazonas, com 6.868 km de extensão, forma a maior bacia hidrográfica do globo terrestre. São 7 mil afluentes e

uma infinidade de canais e igarapés. Espraiam-se por 7 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 3,9 milhões situam-se em terras brasileiras – área superior ao continente europeu, sem contar com a Rússia. A vazão do rio

Amazonas é surpreendente, maior que a soma do volume despejado nos oceanos pelos outros seis maiores rios do mundo. No total, o Amazonas lança

no Atlântico 20% de toda a água que chega aos oceanos do planeta.

A Bacia Amazônica representa 62% do volume de água dos rios brasileiros, mas a população não ultrapassa 4,5% do total nacional. A maior parte de toda essa água é utilizada pela própria natureza, para manter o equilíbrio ecológico da

maior floresta tropical do mundo, na qual vivem 1,5 milhão de espécies vegetais catalogadas, 3 mil de peixes, 950 tipos de pássaros e uma infinidade de insetos, répteis e anfíbios. As reservas indígenas, envolvendo mais de 200

etnias, ocupam 25% da área da bacia hidrográfica.

Rede de navegação

Os ecossistemas amazônicos são sorvedouros de carbono, contribuindo para o equilíbrio climático global. O contínuo desmatamento coloca em risco esse

balanço. Estima-se que 15% da floresta original já foi destruída. Só uma pequena parte da população tem esgoto tratado – a maioria lança

diretamente nos rios, também atingidos em algumas regiões por metais pesados e pelo assoreamento, gerados pelos garimpos de ouro. O problema

pode prejudicar a pesca, uma das principais atividades econômicas da região. Dos rios amazônicos são retiradas 200 mil toneladas de peixes, 30% exportados

para outros estados e países, como Estados Unidos e Japão.

Além de produzir energia elétrica em usinas como Samuel (RO) e Balbina (AM), as águas da Bacia Amazônica têm grande potencial para navegação,

num sistema hidroviário de 25 mil km, mais de 60% da rede navegável do país, necessitando de melhor aproveitamento. A navegabilidade é também a

Hidrelétrica de Itaipu fornece mais da metade da energia consumida

no Brasil

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principal característica da Bacia Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, com 967 mil km². O rio Tocantins tem 1,9 mil km navegáveis até desembocar na foz do Amazonas. Seu potencial para o transporte fluvial também é importante, mas

a construção da hidrovia Araguaia-Tocantins, que daria suporte ao escoamento da soja, é contestada por ambientalistas porque passaria por 10 áreas de conservação ambiental e 35 reservas indígenas, representando uma

população de 10 mil índios.

Na Região Hidrográfica Costeira do Norte, no Amapá, apenas 4,7% da

população têm o esgoto coletado. A mineração de manganês contaminou

parte dos recursos hídricos com arsênio, mas essa bacia é uma das mais

preservadas do país. No encontro com o mar, o Rio Araguari, o maior da região, tem as maiores pororocas da Amazônia.

Terras alagadas

A Região Hidrográfica do Paraguai é uma das mais importantes do país porque abriga o Pantanal, a maior planície inundável do planeta, com mais de 110 mil km² de área, considerado pela Unesco como Reserva da Biosfera. Reúne um

mosaico de frágeis ecossistemas, ameaçados pelo desmatamento, pela erosão e pela alteração de áreas naturais, resultado do avanço da agropecuária. De extrema beleza cênica e alto potencial turístico, as águas do Pantanal são indispensáveis para a preservação de uma rica fauna terrestre e aquática.

O Pantanal funciona como um grande reservatório, que retém a maior parte

da água proveniente das áreas de planalto e regulariza a vazão do rio Paraguai, o maior e mais importante da região. As enchentes são processos naturais, formando lagoas temporárias entre outubro e abril. A partir de

maio, quando o solo volta a secar, surge uma camada de nutrientes, propiciando o crescimento de capins nativos que alimentam o rebanho. No

entanto, devido ao assoreamento dos rios, as inundações aumentaram. Propriedades produtivas passaram a ficar a maior parte do ano debaixo da

água. Para aliviar os prejuízos, fazendeiros constroem diques que alteram o regime fluvial e causam danos ao ambiente.

Onde o Brasil sofre com a falta d’água

Apesar de ser o principal rio a abastecer o semi-árido, o São Francisco é atingido pelo uso indiscriminado de suas águas e das disputas políticas

“Velho Chico” é o apelido mais carinhoso. “Rio da Integração Nacional” é mais

sisudo, símbolo dos tempos do “Brasil Grande”. Seja qual for o codinome, o São Francisco, o maior rio totalmente nacional, não esconde os seus limites. Ao longo de quilômetros de extensão, concentra as contradições e conflitos que marcam o consumo da água no Brasil como um todo. A região do São

Francisco tem 58% de sua área, no total 270 municípios, incluída no chamado

Rio Tapajós abastece cidades e recebe navios com turistas

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Polígono da Seca. Às margens do rio, é comum ver fazendas ricas, abastecidas com água farta, tendo nas vizinhanças terras secas e improdutivas, sem acesso à irrigação. Trata-se de um rio de várias vocações, da agrícola à

mineral, com enorme potencial hidrelétrico. Tais possibilidades abrem um leque de disputas pelo uso da água, que castigam o São Francisco ao longo dos

séculos.

Revitalização

Com 638 mil km² e 168 afluentes, a bacia do São Francisco é utilizada na

maior parte pela irrigação, responsável pelo consumo de 69% da água captada

para os diversos fins. Não há regras para esse consumo. A agricultura compete

com as usinas hidrelétricas, que precisam da água para mover as turbinas e produzir 16% da energia consumida no

Brasil e quase toda a do Nordeste. Desviar a água do rio para saciar a sede no semi-árido, no polêmico projeto de

transposição (veja quadro ao lado), é mais um fator de disputa.

As represas das hidrelétricas do São Francisco geraram impactos ambientais. Os estoques de peixes despencaram. Sem controle, décadas de desmatamento e práticas agrícolas irracionais deixaram o solo desprotegido e solto para ser carregado pelas enxurradas, em direção aos pequenos riachos e, daí, para os grandes rios. O material que se deposita no fundo impede a navegação e cria

a sensação de que os rios da bacia do São Francisco estão secando. “Na verdade, estão ficando cada vez mais largos e rasos, precisando de

revitalização”, afirma Jerson Kelman, diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA).

Uma das prioridades do governo é estabelecer um sistema que regularize a exploração do rio, com prioridade para o abastecimento da população. O projeto da ANA é implantar o mais rápido possível a cobrança pelo uso da

água e repassar o dinheiro para a construção de estações de tratamento dos dejetos hoje lançados no rio. Na Bacia do São Francisco, 54% da população

tem abastecimento de água e somente 18% é servida por sistemas de esgoto.

A polêmica da transposição

A idéia de desviar o rio São Francisco para levar água até regiões secas é antiga. O primeiro projeto nasceu durante o reinado de D. Pedro II, quando

engenheiros do exterior foram consultados para fazer um desvio no trecho do rio entre Pernambuco e Bahia, levando água para o sertão do Ceará. Mas,

como existia pouca tecnologia para transpor o relevo acidentado da Chapada do Araripe, as autoridades desistiram. Na década de 50, o engenheiro italiano Mario Ferracuti apresentou um novo projeto, baseado na construção de uma

barragem para represar a água a ser bombeada até o Ceará.

Pecuaristas têm prejuízos com fazendas quase sempre inundadas

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Em 1983, o então ministro Mário Andreazza, que queria suceder João Batista Figueiredo na Presidência da

República, voltou a propor a obra, mas a idéia morreu junto com sua candidatura.

A transposição ganhou novo impulso durante a implacável seca de 1998 e

1999, quando o governo federal lançou um projeto de 20 bilhões de dólares para fornecer água do São Francisco a todo o

semi-árido, no prazo de 30 anos. Algumas adaptações reduziram o custo para 1 bilhão de dólares, beneficiando Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Seriam 200 km de canais artificiais e 2 mil km de rios perenizados. Os governadores dos demais estados nordestinos, que usam o rio para irrigar a

agricultura, esbravejaram. A briga política foi só um capítulo. Na crise energética de 2001, quando a seca foi intensa e faltou água para mover as

hidrelétricas, a idéia da transposição voltou a esmorecer. A revitalização do rio, atingido por graves problemas de poluição e assoreamento, passou a ser prioridade. Mas a idéia de D. Pedro II não morreu. Embora polêmico, o desvio

do “Velho Chico” continua sendo defendido pelo governo federal.

Onde há mais gente do que água

Rios do Sul e Sudeste são volumosos, mas não conseguem abastecer os maiores centros urbanos do país

De todas as bacias hidrográficas brasileiras, a do Paraná é fundamental.

Motivo: os rios dessa bacia cruzam o maior pólo econômico do país, incluindo São Paulo, e abastecem mais de 54 milhões de habitantes, 32% da população

nacional. Contradição das contradições: a população que dela se utiliza é grande, mas a vazão dos rios corresponde a somente 4,8% do total do país.

Tamanha discrepância acirra a disputa entre o abastecimento das residências e indústrias, a irrigação dos cultivos agrícolas e o necessário para a

navegabilidade dos rios.

Para equilibrar esses conflitos, após dois anos de debates, a Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou uma lei que prevê a cobrança de taxas para

quem poluir os rios ou utilizar a água em quantidade que prejudique o abastecimento da população. A idéia é forçar os poluidores a financiar

projetos de recuperação dos rios, serviços de dragagem e replantio de matas das margens.

A revitalização é muito bem-vinda. Ao longo dos ciclos econômicos, o uso do solo provocou grande desmatamento nos 880 mil km² da região hidrográfica

do Paraná. Os vilões atuais são a pecuária e os cultivos de laranja, soja, cana-de-açúcar e café. O parque industrial, o mais avançado do país, é responsável por um quarto da água consumida na bacia e despeja nela grande quantidade

Energia, irrigação, abastecimento e até criação de peixes em cativeiro brigam pela água

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de poluentes, especialmente nas proximidades de São Paulo. O crescimento de grandes núcleos urbanos ao longo dos rios aumentou a necessidade de consumo e, ao mesmo tempo, diminuiu a disponibilidade hídrica, devido à

contaminação por poluentes domésticos e industriais. O racionamento tornou-se a única alternativa para garantir o mínimo necessário para a população.

Com extensão de 2.570 km, o rio Paraná, o principal da região, compõe a

grande Bacia Platina, juntamente com os complexos hidrográficos do Paraguai e do Uruguai, importante pelas atividades agroindustriais. Na Região

Hidrográfica Costeira do Sul, o destaque é o lago Guaíba, que abastece 5,9 milhões de pessoas em 241 municípios. O maior deles é Porto Alegre, onde o

abastecimento é comprometido pelo despejo de lixo, além de esgoto doméstico e industrial sem tratamento.

Tietê, o rio mais poluído

A bacia hidrográfica do Alto Tietê, na qual está incluída a Região Metropolitana de São Paulo, corresponde a uma área de 6 mil km²,

envolvendo 35 municípios. Devido às questões ambientais, é considerada uma das bacias mais complexas. A poluição, as alterações nos regimes hidrológicos e uma população de 17,8 milhões de habitantes contribuem para a redução da

disponibilidade de água. Em alguns pontos, os índices são comparáveis às áreas secas do Nordeste.

Citado por antigos naturalistas e exploradores, o Tietê foi caminho

importante para o processo de interiorização do país. Nos tempos em que era limpo, costumava ser usado

pelas lavadeiras que trabalhavam à beira d’água e contavam muitas histórias. Ao longo das décadas, ao invés de obras de

saneamento, o governo priorizou a geração de energia elétrica no rio, dando suporte ao desenvolvimento

industrial. Hoje, o Tietê está praticamente morto, próximo à capital

paulista. Desmatamento, erosão, esgoto de todo tipo – é difícil imaginar alguém pescando, mergulhando ou bebendo água de rio tão poluído.

A demanda aumenta e, ao mesmo tempo, faltam mananciais de boa

qualidade. Na Grande São Paulo, calcula-se que existam 750 mil pessoas morando ilegalmente em áreas de mananciais. A represa de Guarapiranga, por exemplo, responsável pelo abastecimento de mais de 3 milhões de pessoas, já perdeu mais de 15% de sua vegetação. Devido a esses fatores, a falta d’água é

um risco constante para São Paulo.

Uso e abuso antigo

Situado no eixo de ligação entre as duas maiores metrópoles brasileiras, São

O rio Paranapanema produz energia e fornece água e preserva

peixes

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Paulo e Rio de Janeiro, o rio Paraíba do Sul acompanhou os ciclos econômicos do Brasil desde o período colonial. A qualidade da água

é reflexo dessa exploração, marcada pelo crescimento desordenado das cidades e pelas atividades industriais poluentes.

Em todo o curso do rio, são lançados por dia 1 bilhão de litros de esgoto

sanitário, a maior parte sem tratamento. Some-se a isso os efluentes industriais, muitas vezes tóxicos, como os 20 milhões de litros de soda

cáustica e chumbo, despejados acidentalmente no ano passado pela indústria Cataguazes, no rio Pomba, afluente do Paraíba do Sul. Flora e fauna foram

contaminados. O abastecimento das cidades locais foi interrompido. Histórias assim se repetem ao longo do rio, responsável pela água consumida por 14

milhões de pessoas no Rio de Janeiro.

Devido a sua importância, a bacia do Paraíba do Sul foi uma das primeiras a cobrar pelo uso da água. Em 2004, foram arrecadados R$ 6 milhões.