recurso inominado
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MM. JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL ADJUNTO CÍVEL DA COMARCA
DE RIO BONITO/RJ
Nos Autos do Processo de nº.
, já devidamente qualificado nos autos da AÇÃO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS, que move em face de
HSBC BANK S/A BANCO MÚLTIPLO, vem, tempestivamente, por sua Patronesse
ao final assinado, oferecer para os fins de direito seu RECURSO INOMINADO a fim
de que a Colenda Turma do Tribunal de Justiça, pelas razões anexas, requerendo a
Vossa Excelência haja por bem admiti-lo e processá-lo na forma da Lei 9099/95 e do
Código de Processo Civil.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio Bonito, 20 de março de 2015.
RAZÕES DO RECURSO
EGRÉGIO TRIBUNAL
COLENDA TURMA RECURSAL
ÍNCLITOS JULGADORES
Nos autos do processo nº.
RECORRENTE:
RECORRIDO:
PRIMEIRAMENTE
INICIALMENTE, requer a V.Exa., na forma do artigo 4º da Lei 1.060/50, se
digne de deferir-lhe os benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA, uma vez que não
possui condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem
prejuízo do sustento próprio e de seus dependentes, conforme declaração de
insuficiência econômico e cópia CTPS em anexo.
DA TEMPESTIVIDADE DO PRESENTE RECURSO
Tendo em vista que, a leitura de sentença foi em 10/03/2015, indubitável a
tempestividade do presente recurso, uma vez que interposto no prazo legal
disciplinado no artigo 42, da lei 9.099/95.
BREVE SINTESE DA DEMANDA
Trata-se de ação indenizatória por danos morais em que a Autora, ora
Recorrente pleiteia a indenização por danos morais em razão da má prestação do
serviço pelo Réu.
Esclarece o Recorrente que possuía conta corrente junto a Instituição
financeira Recorrida, e em razão da inutilização da mesma solicitou o cancelamento.
No momento da solicitação de encerramento da conta foi dito ao recorrente
que o cancelamento somente seria viável se não houvessem débitos. Desta forma o
Recorrente quitou a divida apresentada pelo Banco Recorrente, que inclusive
abrangia o cheque mencionado a exordial.
Dias após o Recorrido enviou a residência do Recorrente correspondência
informando do cancelamento.
Porém para a surpresa do Recorrente, o nome do mesmo foi negativado em
razão do cheque, que já havia sido negociado e quitado no momento da solicitação
de cancelamento da conta.
DAS RAZÕES DA SENTENÇA ORA GUERREADA
Na respeitável sentença proferida pelo Eminente Magistrado, o mesmo não
agiu com acerto e comedimento ao proferir a r. sentença, visto que contrária a prova
dos autos, na lei, doutrina e jurisprudência remansosa de nossos Tribunais,
IMPROCEDENTE o feito.
Em que pese à inteligência e maestria da MM. Juíza a quo, a mesma não se
atentou para o fato de que para haver o cancelamento da conta e faz necessário a
quitação dos débitos, nesta quitação encontrava-se o débito referente ao cheque.
A razão de inconformismo da Recorrente merece toda acolhida, tendo em
vista que a decisão do juízo a quo foi equivocada e deve ser reformada para que a
Recorrente seja adequadamente compensada pelos transtornos causados pelo
Recorrido.
Confiante de que esta Turma Recursal saberá sustentar o entendimento
condizente com os mandamentos legais e com a justiça, como, aliás, tem sido a
praxe, modificará o decisum, com base nos argumentos que passa a expor.
Sendo assim, a r. sentença monocrática merece TOTAL REFORMA eis que
prolatada em desacordo com os preceitos legais, devendo ser aplicado no caso em
tela o princípio da proporcionalidade visto que, a Recorrente experimentou os
dissabores de sofrer abalos moral, uma vez que foi enganada, enrolada estando
sem possibilidade de solucionar o conflito. Neste caso faz jus a Recorrente da
indenização por danos morais, até o limite estabelecido pelo teto dos Juizados
Especiais Cíveis.
Face o exposto, a decisão da Ilustre Magistrada deve ser reformada, tendo
em vista que, houve falha na prestação dos serviços por parte da Recorrida, e ainda
assim, ao proferir a sentença, o Nobre Julgador não agiu em conformidade com
as provas juntadas aos autos, tendo em vista que julgou IMPROCEDENTES os
pedidos, não aplicando os danos morais em sintonia com as provas constantes dos
autos.
VALE LEMBRAR QUE DISPÕE O ARTIGO 2º DA LEI 8.078/90, DEFININDO
QUE CONSUMIDOR É A PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE ADQUIRE OU
UTILIZA PRODUTO OU SERVIÇO COMO DESTINATÁRIO FINAL.
Não se pode olvidar do intuito-pedagógico da referida condenação, a qual
somente poderá ser atingida se a quantia a ser paga for monetariamente
considerável para a Recorrente.
O dano moral, sob o prisma do caráter pedagógico-punitivo, tem natureza
de sanção. Punição para a falha no dever legal de qualidade da relação de
consumo. Decorre, neste caso, da afronta à dignidade, assim como pelo vexame e
aborrecimento ocasionado a Recorrente. A que se falar ainda, da afronta aos
deveres anexos ao contrato, da violação a boa-fé objetiva.
Outrossim, o dano moral é o dano in re ipsa, ou seja, não é necessária a
prova do prejuízo sofrido, a prova do dano. Ele está ínsito na própria conduta lesiva.
O Código de Defesa do Consumidor em seu art.6º, VI, elenca como direito básico do
consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos”.
Tecidos os esclarecimentos acima, não podemos olvidar que a indenização
pelo dano moral, em casos como o dos autos tem verdadeiro caráter punitivo e
educativo ao fornecedor de serviços que age em inobservância ao direito do
consumidor, direito este constitucionalmente protegido.
DA CONDUTA DA RECORRIDA NEXO CAUSALIDADE
A Recorrida nada mais fez a não ser tentar ludibriar este juízo argumentando
em sua defesa palavras que não condiz com a realidade dos fatos acostados aos
autos, ou seja, vem tentando dizer que a Recorrente não apresentou em sua inicial
qualquer documentação que comprove a veracidade dos fatos narrados na sua
exordial, claro está que toda esta comprovação é de responsabilidade da Recorrida,
pois a empresa tem como obrigação apresentar os fatos: impeditivos, modificativos e
extintivos do direito.
Clara está à responsabilidade objetiva da Recorrida no fato em tela, que no
momento se aproveita da sua superioridade econômica e de sua exclusividade no
fornecimento de energia nesta região, para proceder da maneira que melhor lhe
convém, não importando se tal conduta ira afetar ao consumidor, que é parte
infinitamente mais fraca cabendo desta forma IMPUGNAR todos os fatos elencado
na CONTESTAÇAO, pois, não condiz com a realidade apresentada e vivida da
Recorrente.
DO DANO MORAL
Insurge a Recorrente com a improcedência do juiz “a quo” relativo aos danos
morais, uma vez que a Recorrente, mesmo discutindo administrativamente o dano
causado pela Recorrida, não obteve êxito em suas reclamações tendo que passar
por diversas humilhações até chegar a este juízo, sendo assim, diante de todo
ocorrido faz jus a reforma de sua sentença.
É patente o dano sofrido, quando uma família passa por toda esta
humilhação, neste sentido a sentença, ora guerreada, encontra-se em descompasso
com a jurisprudência do Egrégio Tribunal de Justiça e desta Colenda Turma
Recursal, que arbitre, em casos menos gravosos, um dano moral muito superior ao
valor contido na sentença “a quo”.
A Recorrida se aproveita de sua superioridade econômica e de sua
exclusividade no fornecimento de energia nesta região, para proceder da
maneira que melhor lhe convém, não importando se tal conduta ira afetar ao
consumidor que é parte infinitamente mais fraca.
O judiciário não pode aceitar este tipo de conduta devendo aplicar sanções
pesadas como uma forma punitiva e pedagógica para a Recorrida não proceder
mais desta forma.
Se o judiciário não agir desta forma, será mais vantagem para a
Recorrida praticar as arbitrariedades que sempre comete, sabendo que poucos
são os que recorrem ao judiciário, sabendo ainda que quando estes poucos
recorrem ao judiciário, a Recorrida nem sempre sofre uma punição capaz de
configurar uma punição pelas condutas que comete, sendo mais vantajoso
para ela agir erradamente, pois afinal terá mais lucro.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, considerando o princípio da eventualidade, espera e confia
que seja o presente recurso CONHECIDO e PROVIDO, para que seja
REFORMADA a sentença prolatada pela Eminente Magistrada, pois a nobre
julgadora não se encontra escudada e protegida pelos mantos dos princípios da
Constituição Federal de 1988 e no CDC, que hoje permeia o ordenamento jurídico
Pátrio, sendo, por conseguinte, condenado o Recorrido a indenizar a Recorrente, a
título de dano moral e material, no valor correspondente ao patamar máximo
alcançado pelo juizado.
Condenando ainda o Recorrido ao ônus da sucumbência, inclusive honorários
advocatícios, assim deferindo para que PREVALEÇA O DIREITO E NÃO
PERSISTA A INJUSTIÇA.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Rio Bonito, 20 de março de 2015.
FLÁVIA FRANCO VIEIRA ERTHAL LOYOLA
OAB/RJ 117.608