recomendacao raio-x-

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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL Recomendação nº 72/2011-PRDF/MPF PR-DF-00026582/2011 Ref.: Procedimento Administrativo n.º 1.16.000.001739/2011-84 Peças de Informação nº 1.16.000.002072/2011-37 RECOMENDAÇÃO O Ministério Público Federal, no exercício das suas funções institucionais de que tratam os arts. 127 e 129, II, da Constituição Federal, e arts. 5º, V, “a” e 6º, XX, da Lei Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e CONSIDERANDO o que segue: QUE foi instaurado o Procedimento Administrativo em referência, no âmbito da Procuradoria da República no Distrito Federal, em decorrência de representação subscrita pelo Sr. Marcus Vinícius Teixeira Navarro, Coordenador de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, noticiando a prática, em diversas Instituições Públicas e Privadas, de solicitação de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais. QUE, também, o Ministério Público do Trabalho encaminhou termo de audiência em que noticia as mesmas irregularidades e preocupações (Peças de Informação em epígrafe). QUE a Portaria SVS/MS n° 453, de 01 de junho de 1998, editada pela Secretária de Vigilância Sanitária, proibiu toda exposição que não possa ser justificada , incluindo a exposição deliberada de seres humanos aos raios-X diagnósticos, com único objetivo de demonstração, treinamento, finalidade empregatícia ou pericial, exceto quando há utilidade à saúde do examinado, ou com vistas à melhoria do estado de saúde da população, conforme o excerto abaixo:

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Page 1: Recomendacao raio-x-

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL

Recomendação nº 72/2011-PRDF/MPF

PR-DF-00026582/2011

Ref.: Procedimento Administrativo n.º 1.16.000.001739/2011-84

Peças de Informação nº 1.16.000.002072/2011-37

RECOMENDAÇÃO

O Ministério Público Federal, no exercício das suas funções institucionais de

que tratam os arts. 127 e 129, II, da Constituição Federal, e arts. 5º, V, “a” e 6º, XX, da Lei

Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e CONSIDERANDO

o que segue:

QUE foi instaurado o Procedimento Administrativo em referência, no âmbito da

Procuradoria da República no Distrito Federal, em decorrência de representação subscrita pelo Sr.

Marcus Vinícius Teixeira Navarro, Coordenador de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, noticiando a prática, em diversas Instituições Públicas e

Privadas, de solicitação de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais.

QUE, também, o Ministério Público do Trabalho encaminhou termo de audiência

em que noticia as mesmas irregularidades e preocupações (Peças de Informação em epígrafe).

QUE a Portaria SVS/MS n° 453, de 01 de junho de 1998, editada pela Secretária

de Vigilância Sanitária, proibiu toda exposição que não possa ser justificada, incluindo a

exposição deliberada de seres humanos aos raios-X diagnósticos, com único objetivo de

demonstração, treinamento, finalidade empregatícia ou pericial, exceto quando há utilidade à saúde

do examinado, ou com vistas à melhoria do estado de saúde da população, conforme o excerto

abaixo:

Page 2: Recomendacao raio-x-

“2.5 Fica proibida toda exposição que não possa ser justificada, incluindo:

a) Exposição deliberada de seres humanos aos raios-x diagnósticos com o objetivo

único de demonstração, trinamento ou outros fins que contrariem o princípio da

justificação.

b) Exames radiológicos para fins empregatícios ou periciais, exceto quando as informações a serem obtidas possam ser úteis à saúde do indivíduo examinado, ou para melhorar o estado de saúde da população.”

QUE o regulamento em questão deve ser adotado em todo o território nacional,

pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito privado e público, envolvidas com produção,

comercialização, utilização, pesquisa e ensino de equipamentos de raios-x (1.3 da Portaria SVS/MS

nº 453).

QUE a exposição desnecessária à radiação ionizante, pelo exame de Raio-X, causa

grande risco à saúde, sendo a sua utilização restrita aos casos em que o seu uso possa produzir

suficiente benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade.

QUE o excesso de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais,

sem justificativa pertinente, pode gerar a falta de atendimento aos pacientes com suspeitas graves e

que dependam dos exames, em decorrência da limitação dos recursos para a realização dos exames.

QUE o uso indiscriminado de exames radiográficos pode gerar aumento dos danos

ambientais, uma vez que são descartadas no meio ambiente películas radiográficas, muitas das quais

sem o pressuposto da necessidade.

QUE, conforme artigo 4º da referida Resolução, a inobservância do regulamento

constitui infração de natureza sanitária, vejamos:

“Art. 4º A inobservância dos requisitos deste Regulamento constitui infração de

natureza sanitária nos termos da Lei 6.437, de 25 de agosto de 1977, ou outro

instrumento legal que venha a substituí-la, sujeitando o infrator ao processo e

penalidades previstas, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis.”

Page 3: Recomendacao raio-x-

QUE a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 6º, prevê, entre

outros, o direito social à saúde.

QUE, pela literalidade da Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever

do Estado (art. 196, CF/88), sendo ainda, considerados de relevância pública as ações e serviços de

saúde (art. 197, CF/88).

QUE é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito aos

serviços de relevância pública, em especial à saúde, promovendo as medidas necessárias à sua

garantia, conforme previsão do art. 129, II, da Constituição da República Federativa do Brasil.

QUE o caso em questão requer urgência nas providências, por decorrência do

interesse público envolvido;

QUE, nos termos do artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de

maio de 19931 , compete ao Ministério Público Federal expedir recomendação visando à melhoria

dos serviços de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa

esteja no âmbito das suas atribuições, fixando prazo razoável para a adoção das providências

cabíveis.

Por todas essas razões, este Órgão Ministerial RESOLVE

RECOMENDAR

Ao Senhor Paulo Tadeu Vale da Silva, Secretário de Estado do Governo do

Distrito Federal:

a) Que sejam adotadas todas as providências de sua alçada,

1 “Artigo 6º, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1993. Compete ao Ministério Público da União:(...)

XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”

Page 4: Recomendacao raio-x-

tendentes a divulgar e promover a vedação de exames radiográficos,

solicitados por órgãos públicos do Distrito Federal, que não tenham

real necessidade de serem realizados, nos termos da Portaria

MS/SVS 453/98;

b) Que seja avaliada a pertinência de normatização acerca da

vedação da exigência de exames radiográficos com finalidade

admissional, periódica e pericial nos órgãos públicos do Distrito

Federal;

c) Que o GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, informe ao

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL acerca da existência de

eventuais óbices ao atendimento da presente recomendação;

c) Fica estabelecido o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da presente recomendação, para o seu cumprimento,

devendo este Órgão Ministerial ser informado, em igual período, das

providências adotadas pelos recomendados no sentido de dar

efetividade a esta recomendação.

Na certeza do pronto acatamento da presente recomendação, colho o ensejo para

render a Vossa Senhoria votos de elevada estima e distinta consideração.

Brasília-DF, 19 de agosto de 2011.

CARLOS HENRIQUE MARTINS LIMA

Procurador da República

Page 5: Recomendacao raio-x-

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL

Recomendação nº 71/2011-PRDF/MPF

PR-DF-00026581/2011

Ref.: Procedimento Administrativo n.º 1.16.000.001739/2011-84

Peças de Informação nº 1.16.000.002072/2011-37

RECOMENDAÇÃO

O Ministério Público Federal, no exercício das suas funções institucionais de

que tratam os arts. 127 e 129, II, da Constituição Federal, e arts. 5º, V, “a” e 6º, XX, da Lei

Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e CONSIDERANDO

o que segue:

QUE foi instaurado o Procedimento Administrativo em referência, no âmbito da

Procuradoria da República no Distrito Federal, em decorrência de representação subscrita pelo Sr.

Marcus Vinícius Teixeira Navarro, Coordenador de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, noticiando a prática, em diversas Instituições Públicas e

Privadas, de solicitação de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais.

Que, também, o Ministério Público do Trabalho encaminhou termo de audiência

em que noticia as mesmas irregularidades e preocupações (Peças de Informação em epígrafe).

QUE a Portaria SVS/MS n° 453, de 01 de junho de 1998, editada pela Secretária

de Vigilância Sanitária, proibiu toda exposição que não possa ser justificada, incluindo a

exposição deliberada de seres humanos aos raios-X diagnósticos, com único objetivo de

demonstração, treinamento, finalidade empregatícia ou pericial, exceto quando há utilidade à saúde

Page 6: Recomendacao raio-x-

do examinado, ou com vistas à melhoria do estado de saúde da população, conforme o excerto

abaixo:

“2.5 Fica proibida toda exposição que não possa ser justificada, incluindo:

a) Exposição deliberada de seres humanos aos raios-x diagnósticos com o

objetivo único de demonstração, trinamento ou outros fins que contrariem o

princípio da justificação.

b) Exames radiológicos para fins empregatícios ou periciais, exceto quando as

informações a serem obtidas possam ser úteis à saúde do indivíduo examinado,

ou para melhorar o estado de saúde da população.”

Que o regulamento em questão deve ser adotado em todo o território nacional,

pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito privado e público, envolvidas com produção,

comercialização, utilização, pesquisa e ensino de equipamentos de raios-x (1.3 da Portaria SVS/MS

nº 453).

QUE a exposição desnecessária à radiação ionizante, pelo exame de Raio-X,

causa grande risco à saúde, sendo a sua utilização restrita aos casos em que o seu uso possa produzir

suficiente benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade.

QUE o excesso de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais,

sem justificativa pertinente, pode gerar a falta de atendimento aos pacientes com suspeitas graves e

que dependam dos exames, em decorrência da limitação dos recursos para a realização dos exames.

QUE o uso indiscriminado de exames radiográficos pode gerar aumento dos

danos ambientais, uma vez que são descartadas no meio ambiente películas radiográficas, muitas

das quais sem o pressuposto da necessidade.

Que, conforme artigo 4º da referida Resolução, a inobservância do regulamento

constitui infração de natureza sanitária, vejamos:

“Art. 4º A inobservância dos requisitos deste Regulamento constitui infração de

natureza sanitária nos termos da Lei 6.437, de 25 de agosto de 1977, ou outro

instrumento legal que venha a substituí-la, sujeitando o infrator ao processo e

penalidades previstas, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal

cabíveis.”

Page 7: Recomendacao raio-x-

QUE a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 6º, prevê,

entre outros, o direito social à saúde.

QUE, pela literalidade da Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever

do Estado (art. 196, CF/88), sendo ainda, considerados de relevância pública as ações e serviços de

saúde (art. 197, CF/88).

QUE é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito aos

serviços de relevância pública, em especial à saúde, promovendo as medidas necessárias à sua

garantia, conforme previsão do art. 129, II, da Constituição da República Federativa do Brasil.

QUE o caso em questão requer urgência nas providências, por decorrência do

interesse público envolvido;

QUE, nos termos do artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de

maio de 19931 , compete ao Ministério Público Federal expedir recomendação visando à melhoria

dos serviços de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa

esteja no âmbito das suas atribuições, fixando prazo razoável para a adoção das providências

cabíveis.

Por todas essas razões, este Órgão Ministerial RESOLVE

RECOMENDAR

À sua excelência a senhora Miriam Aparecida Belchior, Ministra de Estado do

Ministério do Planejamento, Gestão e Orçamento:

1 “Artigo 6º, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1993. Compete ao Ministério Público da União:(...)XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”

Page 8: Recomendacao raio-x-

a) Que sejam adotadas todas as providências de sua alçada,

tendentes a divulgar e promover a vedação de exames radiográficos,

solicitados por órgãos do Poder Executivo Federal, que não tenham

real necessidade de serem realizados, nos termos da Portaria

MS/SVS 453/98;

b) Que seja avaliada a pertinência de normatização acerca da

vedação da exigência de exames radiográficos com finalidade

admissional, periódica e pericial no âmbito do Poder Executivo

Federal;

c) Que o MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, GESTÃO E

ORÇAMENTO informe ao MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

acerca da existência de eventuais óbices ao atendimento da presente

recomendação;

c) Fica estabelecido o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da presente recomendação, para o seu cumprimento,

devendo este Órgão Ministerial ser informado, em igual período, das

providências adotadas pelos recomendados no sentido de dar

efetividade a esta recomendação.

Na certeza do pronto acatamento da presente recomendação, colho o ensejo para

render a Vossa Senhoria votos de elevada estima e distinta consideração.

Brasília-DF, 19 de agosto de 2011.

CARLOS HENRIQUE MARTINS LIMA

Procurador da República

Page 9: Recomendacao raio-x-

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROCURADORIA DA REPÚBLICA NO DISTRITO FEDERAL

Recomendação nº 70/2011-PRDF/MPF

PR-DF-0026574/2011

Ref.: Procedimento Administrativo n.º 1.16.000.001739/2011-84

Peças de Informação nº 1.16.000.002072/2011-37

RECOMENDAÇÃO

O Ministério Público Federal, no exercício das suas funções institucionais de

que tratam os arts. 127 e 129, II, da Constituição Federal, e arts. 5º, V, “a” e 6º, XX, da Lei

Complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público da União), e CONSIDERANDO

o que segue:

QUE foi instaurado o Procedimento Administrativo em referência, no âmbito da

Procuradoria da República no Distrito Federal, em decorrência de representação subscrita pelo Sr.

Marcus Vinícius Teixeira Navarro, Coordenador de Tecnologia em Saúde do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia, noticiando a prática, em diversas Instituições Públicas e

Privadas, de solicitação de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais.

Que, também, o Ministério Público do Trabalho encaminhou termo de audiência

em que noticia as mesmas irregularidades e preocupações (Peças de Informação em epígrafe).

QUE a Portaria SVS/MS n° 453, de 01 de junho de 1998, editada pela Secretária

de Vigilância Sanitária, proibiu toda exposição que não possa ser justificada, incluindo a

exposição deliberada de seres humanos aos raios-X diagnósticos, com único objetivo de

demonstração, treinamento, finalidade empregatícia ou pericial, exceto quando há utilidade à saúde

do examinado, ou com vistas à melhoria do estado de saúde da população, conforme o excerto

Page 10: Recomendacao raio-x-

abaixo:

2.5 Fica proibida toda exposição que não possa ser justificada, incluindo:

a) Exposição deliberada de seres humanos aos raios-x diagnósticos com o objetivo

único de demonstração, trinamento ou outros fins que contrariem o princípio da

justificação.

b) Exames radiológicos para fins empregatícios ou periciais, exceto quando as

informações a serem obtidas possam ser úteis à saúde do indivíduo examinado, ou

para melhorar o estado de saúde da população.

QUE o regulamento em questão deve ser adotado em todo o território nacional,

pelas pessoas jurídicas e físicas, de direito privado e público, envolvidas com produção,

comercialização, utilização, pesquisa e ensino de equipamentos de raios-x (1.3 da Portaria SVS/MS

nº 453).

QUE a exposição desnecessária à radiação ionizante, pelo exame de Raio-X,

causa grande risco à saúde, sendo a sua utilização restrita aos casos em que o seu uso possa produzir

suficiente benefício para o indivíduo exposto ou para a sociedade.

QUE o excesso de radiografias para exames admissionais, periódicos e periciais,

sem justificativa pertinente, pode gerar a falta de atendimento aos pacientes com suspeitas graves e

que dependam dos exames, em decorrência da limitação dos recursos para a realização dos exames.

QUE o uso indiscriminado de exames radiográficos pode gerar aumento dos

danos ambientais, uma vez que são descartadas no meio ambiente películas radiográficas, muitas

das quais sem o pressuposto da necessidade.

QUE, conforme artigo 4º da referida Resolução, a inobservância do regulamento

constitui infração de natureza sanitária, vejamos:

“Art. 4º A inobservância dos requisitos deste Regulamento constitui infração de

natureza sanitária nos termos da Lei 6.437, de 25 de agosto de 1977, ou outro

instrumento legal que venha a substituí-la, sujeitando o infrator ao processo e

penalidades previstas, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis.”

Page 11: Recomendacao raio-x-

QUE a Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 6º, prevê,

entre outros, o direito social à saúde.

QUE, pela literalidade da Constituição Federal, a saúde é direito de todos e dever

do Estado (art. 196, CF/88), sendo ainda, considerados de relevância pública as ações e serviços de

saúde (art. 197, CF/88).

QUE é função institucional do Ministério Público zelar pelo efetivo respeito aos

serviços de relevância pública, em especial à saúde, promovendo as medidas necessárias à sua

garantia, conforme previsão do art. 129, II, da Constituição da República Federativa do Brasil.

QUE o caso em questão requer urgência nas providências, por decorrência do

interesse público envolvido;

QUE, nos termos do artigo 6º, inciso XX, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de

maio de 19931 , compete ao Ministério Público Federal expedir recomendação visando à melhoria

dos serviços de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa

esteja no âmbito das suas atribuições, fixando prazo razoável para a adoção das providências

cabíveis.

Por todas essas razões, este Órgão Ministerial RESOLVE

RECOMENDAR

À sua excelência o senhor Carlos Roberto Lupi, Ministro de Estado do Ministério

do Trabalho e Emprego:

1 “Artigo 6º, da Lei Complementar n.º 75, de 20 de maio de 1993. Compete ao Ministério Público da União:(...)

XX - expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover, fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis”

Page 12: Recomendacao raio-x-

a) Que sejam adotadas todas as providências de sua alçada,

tendentes a divulgar e promover a vedação de exames radiográficos,

solicitados por Instituições Privadas, que não tenham real

necessidade de serem realizados, nos termos da Portaria MS/SVS

453/98;

b) Que seja avaliada a pertinência de normatização acerca da

vedação da exigência de exames radiográficos com finalidade

admissional, periódica e pericial nas Instituições Privadas;

c) Que o MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO informe ao

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL acerca da existência de

eventuais óbices ao atendimento da presente recomendação;

c) Fica estabelecido o prazo de 15 (quinze) dias, a contar do

recebimento da presente recomendação, para o seu cumprimento,

devendo este Órgão Ministerial ser informado, em igual período, das

providências adotadas pelos recomendados no sentido de dar

efetividade a esta recomendação.

Na certeza do pronto acatamento da presente recomendação, colho o ensejo para

render a Vossa Senhoria votos de elevada estima e distinta consideração.

Brasília-DF, 19 de agosto de 2011.

CARLOS HENRIQUE MARTINS LIMA

Procurador da República