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Ministério Público FederalProcuradoria da República no Pará
Recomendação Conjunta nº. 007/2018
Referência: Decreto nº. 1.969 de 24 de janeiro de 2018
Exmo. Sr. Governador do Estado do Pará,Exmo. Sr. Robson Simão Jatene
Exmo. Sr. Ophir Filgueiras Cavalcante Junior,Procurador-Geral do Estado do Pará
A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ, o
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ, o MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL, a DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO vem, por meio dos signatários, e no
exercício regular de suas atribuições constitucionais e institucionais, e
CONSIDERANDO que cabe ao Ministério Público, como
determinado no art. 129, III, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, atuar
na proteção e defesa dos interesses sociais e difusos, bem como, especificamente, a defesa dos
direitos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais;
CONSIDERANDO ser atribuição do Ministério Público promover o
Inquérito Civil e a Ação Civil Pública para a proteção do patrimônio público e social, bem
como “expedir recomendações, visando à melhoria dos serviços públicos e de relevância
pública, bem como ao respeito, aos interesses, direitos e bens cuja defesa lhe cabe promover,
fixando prazo razoável para a adoção das providências cabíveis” (art. 129, inciso III, da
Constituição Federal e art. 6º, incisos VII, alínea “b”, primeira parte e XX, da Lei
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Complementar nº 75/93);
CONSIDERANDO ser atribuição constitucional da Defensoria
Pública, nos termos do art. 134, “a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os
graus, judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos” e o art. 1º e art. 3º da Lei
Complementar n° 80 de 12 de janeiro de 1994;
CONSIDERANDO que a Constituição Federal de 1988 reconhece
direitos diferenciados aos povos indígenas (artigos 231 e 232), às comunidades quilombolas
(artigo 68 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias) e aos povos e comunidades
tradicionais (artigos 215 e 216);
CONSIDERANDO o Decreto nº. 6.040, de 7 de fevereiro de 2007, que
instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais;
CONSIDERANDO que o Brasil ratificou a Convenção Americana de
Direitos Humanos por meio do Decreto Presidencial nº. 678, de 6 de novembro de 1992;
CONSIDERANDO que o Brasil é signatário da Convenção nº. 169 da
Organização Internacional do Trabalho sobre direitos dos povos indígenas e tribais, cujo texto
foi aprovado no país por meio do Decreto Legislativo nº. 143 de 20 de junho de 2002; e o
instrumento de ratificação depositado perante a OIT em 25 de julho de 2002; bem como foi
promulgada através do Decreto Presidencial nº 5.051 de 19 de abril de 2004, estando vigente
em todo o território nacional desde 20 de junho de 2003;
CONSIDERANDO que a referida Convenção, na condição de tratado
internacional de direitos humanos, foi incorporada ao ordenamento jurídico brasileiro com
status normativo supralegal, por força do parágrafo §2º do artigo 5º da Constituição Federal
de 1988 e da jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal, fixada inicialmente no
bojo do Recurso Extraordinário nº. 466.343/SP, de 3 de dezembro de 2008;
CONSIDERANDO que, neste mesmo precedente, o Supremo Tribunal
Federal também alça os tratados internacionais de direitos humanos à condição de vetores
interpretativos das normas constitucionais, o que se aplica à Convenção nº. 169;
CONSIDERANDO que a Convenção nº. 169 se aplica aos povos
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indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais, em respeito ao
direito à autoidentificação (Artigos 1º), e conforme têm admitido o próprio Estado brasileiro
nos relatórios de acompanhamento anuais enviados à OIT, bem como sucessivamente
reconhecido em decisões judiciais e administrativas;
CONSIDERANDO que a Convenção nº. 169 reconhece a aspiração
dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais de
assumirem “o controle de suas próprias instituições e formas de vida e seu desenvolvimento
econômico, e manter e fortalecer suas identidades, línguas e religiões, dentro do âmbito dos
Estados onde moram”;
CONSIDERANDO que o mesmo diploma assegura aos povos
indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais “o direito de
escolher suas próprias prioridades no que diz respeito ao processo de desenvolvimento,
na medida em que ele afete as suas vidas, crenças, instituições e bem-estar espiritual, bem
como as terras que ocupam ou utilizam de alguma forma, e de controlar, na medida do
possível, o seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além disso, esses
povos deverão participar da formulação, aplicação e avaliação dos planos e programas de
desenvolvimento nacional e regional suscetíveis de afetá-los diretamente” (Artigo 7º);
CONSIDERANDO que a Convenção nº. 169 prevê que os governos
deverão consultar os povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades
tradicionais “cada vez que forem previstas medidas administrativas ou legislativas
suscetíveis de afetá-los diretamente”, de boa fé, mediante procedimentos apropriados, e
através de suas próprias instituições representativas, tratando-se do chamado direito à
consulta prévia, livre e informada;
CONSIDERANDO que o Brasil é signatário da Declaração das
Nações Unidas sobre Direitos dos Povos Indígenas, de 2007, documento que prevê, em seu
artigo 19, que “Os Estados consultarão e cooperarão de boa-fé com os povos indígenas
interessados, por meio de suas instituições representativas, a fim de obter seu consentimento
livre, prévio e informado antes de adotar e aplicar medidas legislativas e administrativas que
os afetem”;
CONSIDERANDO, também, que o Brasil é signatário da Declaração
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Americana sobre Direitos dos Povos Indígenas, aprovada pela Organização dos Estados
Americanos em 2016, que em seu artigo XXIII, 2, estabelece que “Os Estados consultarão e
cooperarão de boa fé com os povos indígenas interessados, por meio de suas instituições
representativas, antes de adotar e aplicar medidas legislativas ou administrativas que os
afetem, a fim de obter seu consentimento prévio, livre e informado”;
CONSIDERANDO que o Brasil reconhece o caráter obrigatório da
jurisdição contenciosa da Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) desde 10 de
dezembro de 1998, quando fora depositado documento junto ao Secretário-Geral da
Organização dos Estados Americanos (OEA), no qual o estado brasileiro se compromete a
implementar as decisões do órgão decorrentes da responsabilidade internacional por violação
de direitos humanos;
CONSIDERANDO que a Corte IDH não tem como única atribuição
solucionar controvérsias concretas sobre direitos e liberdades (por meio de decisões
condenatórias), mas também fixar critérios gerais de interpretação dos direitos humanos
previstos na Convenção Americana de Direitos Humanos (CADH) e outros tratados
internacionais, a serem observados necessariamente pelos poderes públicos e juízes locais;
CONSIDERANDO que a Corte IDH e a Comissão Interamericana de
Direitos Humanos fixaram diversos parâmetros mínimos para a aplicação do direito à consulta
prévia, livre e informada, notadamente nos casos Comunidade Saramaka vs. Suriname (2007),
Povo Indígena Kichwa de Sarayaku vs. Equador (2012), Comunidade Garífuna de Ponta
Pedra e seus membros vs. Honduras (2015), e Povos Kaliña e Lokono vs. Suriname (2015);
CONSIDERANDO que estes padrões internacionais devem ser
necessariamente observados na aplicação do direito à consulta prévia, livre e informada;
CONSIDERANDO o posicionamento expresso da Corte IDH na
Interpretação de Sentença do Caso do Povo Saramaka contra o Suriname, publicado em 2008,
a Corte deixou ainda mais clara sua percepção de que cabe apenas ao povo ou comunidade
tradicional decidir quem deve ser consultado e quem representa efetivamente a coletividade (§
18);
CONSIDERANDO que o §1º do artigo 5º da Constituição Federal
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dispõe que as normas definidoras de direitos fundamentais possuem força normativa e
aplicabilidade imediata, o que se estende às normas estabelecidas em tratados
internacionais de direitos humanos ratificados no país, implicando dizer que a plena
efetividade e aplicação do direito à consulta prévia, livre e informada previsto na
Convenção nº. 169 prescinde de qualquer regulamentação, como o próprio Supremo
Tribunal Federal atestou no julgamento da Pet. 3388 (Caso da Terra Indígena Raposa
Serra do Sol) e da ADIn 3.239 ;
CONSIDERANDO que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região –
cuja jurisdição abrange o Estado do Pará - tem reconhecido, de maneira uníssona, a
aplicabilidade imediata do direito à consulta prévia, independentemente de qualquer
regulamentação (Vide os casos das Usinas Hidrelétricas de Belo Monte, de São Luiz do
Tapajós, de São Manoel, de Teles Pires, do Projeto de Mineração de Ouro Belo Sun, da
Estrada de Ferro Carajás, dos Portos do Maicá, do Polo Naval do Amazonas, do Linhão
Manaus-Boa Vista, dentre outros);
CONSIDERANDO que o princípio da máxima eficácia e pro
homine constituem óbices à edição de qualquer regulamentação que reduza a eficácia e o
alcance dos direitos humanos previstos nos tratados internacionais;
CONSIDERANDO que o Relator Especial das Nações Unidas sobre
Direitos dos Povos Indígenas afirmou, em Relatório aprovado pelo Conselho de Direitos
Humanos da ONU, que “Os Estados também tem a obrigação geral de consultar os povos
indígenas sobre as medidas legislativas que possam afetá-los, particularmente com
relação à regulamentação legal dos procedimentos de consulta. O cumprimento do dever
de consultar os povos indígenas e tribais sobre a definição do marco legislativo e
institucional da consulta prévia é uma das medidas especiais requeridas para promover
sua participação na adoção de decisões que os afetem diretamente” (ONU – Consejo de
Derechos Humanos – Informe del Relator Especial sobre la situación de los derechos y las
liberdades fundamentales de los indígena, James Anaya. Doc ONU A/HRC/12/34, de 15 de
julho de 2009, parágrafo 67);
CONSIDERANDO que a Comissão Interamericana de Direitos
Humanos manifesta-se no mesmo sentido, em documento intitulado “Derechos de los pueblos
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indígenas y tribales sobre sus tierras ancestrales y recursos naturales - Normas y
jurisprudencia del Sistema Interamericano de Derechos Humanos”;
CONSIDERANDO a edição, pelo Governo do Estado do Pará, do
Decreto nº. 1.969 de 24 de janeiro de 2018, publicado no Diário Oficial do Estrado do Pará
em 25 de janeiro de 2018, D.O.E. nº. 33545, que instituiu o Grupo de Estudos das
Consultas Prévias, Livres e Informadas pelo Governo do Estado do Pará, cujo principal
escopo é “Propor ao Governador do Estado o Plano Estadual de Consultas Prévias,
Livres e Informadas, que será aprovado por meio de Decreto” (Artigo 1º, III);
CONSIDERANDO que o referido Plano Estadual de Consultas
Prévias, Livres e Informadas - a ser proposto pelo Grupo e aprovado pelo Governo do
Estado – possui natureza de medida legislativa e que visa alterar o status jurídicos de
direitos coletivos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades
tradicionais, sua edição deveria ser precedida de consulta prévia, livre e informada a
todos os grupos afetados;
CONSIDERANDO que inexiste qualquer disposição no Decreto que
preveja que a aprovação do Plano Estadual será precedida de consulta prévia, livre e
informada aos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades
tradicionais, principais sujeitos interessados, nos termos da Convenção nº. 169 e demais
documentos aplicáveis;
CONSIDERANDO que, além da violação do direito à consulta
prévia, livre e informada, o Decreto não garante a participação efetiva dos povos
indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais na elaboração do
Plano Estadual de Consultas Prévias, Livres e Informadas, por não os prever como membros
do Grupo de Estudos de Consultas Prévias, Livres e Informadas;
CONSIDERANDO que a previsão §2º do artigo 2º do Decreto, que
permite o ingresso de outros interessados no Grupo – condicionado à aprovação do
Coordenador –, não garante a inclusão dos povos indígenas, comunidades quilombolas e
povos e comunidades tradicionais, uma vez que estes grupos não são contemplados pela
expressão “órgãos e entidades públicas e privadas”;
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CONSIDERANDO que, conquanto o artigo 3º, inciso III, preveja que
o Plano será elaborado pelos integrantes do Grupo conjuntamente com “eventuais terceiros
interessados ou convidados”, tem-se que não se trata de uma forma de participação
culturalmente adequada, desrespeitando as tradicionais formas de representação e de
organização social e política dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e
comunidades tradicionais;
CONSIDERANDO as dificuldades logísticas e de transporte
compartilhadas pela grande maioria dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e
comunidades tradicionais, o Decreto não prevê meios para viabilizar a participação de povos
oriundos de regiões distantes da capital do Estado do Pará;
CONSIDERANDO que o artigo 4º estabelece o prazo exíguo de
quinze dias para apresentação do “Plano Estadual de Consultas Prévias, Livres e Informadas”
ao Governador do Estado do Pará, após publicação em diário oficial dos membros do referido
grupo de estudos, violando frontalmente o caráter livre e culturalmente adequado que deve
permear os processos de consulta e participação dos povos indígenas, comunidades
quilombolas e povos e comunidades tradicionais;
CONSIDERANDO, em suma, que o procedimento previsto no
Decreto inviabiliza a participação real, efetiva e culturalmente adequada dos povos indígenas,
comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais na construção do Plano
Estadual de Consultas Prévias, Livres e Informadas;
CONSIDERANDO que não foi indicada no Decreto a participação de
representantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público Estadual, da Defensoria
Pública da União, da Defensoria Pública Estadual, da Fundação Nacional do Índio, da
Fundação Cultural Palmares, do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais -
instituições administrativamente e juridicamente responsáveis pela defesa dos direitos
coletivos dos povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais
- como membros natos do Grupo de Estudos de Consultas Prévias, Livres e Informadas;
CONSIDERANDO a crescente elaboração autônoma de Protocolos de
Consulta Prévia, por povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades
tradicionais do Estado do Pará, documentos no qual expõem como se organizam social e
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politicamente, como tradicionalmente tomam suas decisões, como se farão representar no
processo de diálogo; em suma, explicitam as condições indispensáveis para uma consulta
prévia culturalmente apropriada;
CONSIDERANDO que estes Protocolos de Consulta Prévia devem ser
observados necessariamente, pois fixam condições para que os processos de consulta sejam
“culturalmente adequados” e mediante “suas próprias instituições representativas”, bem como
estejam de acordo com os “usos, costumes e tradições” dos povos indígenas, comunidades
quilombolas e povos e comunidades tradicionais (Constituição Federal, art. 231), garantindo-
lhes o “pleno exercício dos direitos culturais” (art. 215) e o “direito de conservar seus
costumes e instituições próprias” (Convenção nº. 169);
CONSIDERANDO que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em
decisão recente e em ação movida pelo Ministério Público Federal em face do Estado do Pará,
determina que a consulta prévia seja realizada “em conformidade com o protocolo de consulta
respectivo, se houver, em atenção ao que dispõe a Convenção nº 169 da OIT” (Tribunal
Regional Federal – 1ª Região, Apelação Cível nº. 0002505-70.2013.4.01.3903/PA,
Desembargador Federal Jirair Meguerian, 6 de dezembro de 2017);
CONSIDERANDO que os Protocolos de Consulta Prévia, associados à
observância dos padrões internacionais fixados pela Convenção nº. 169 e jurisprudência da
Corte IDH, oferecem parâmetros suficientes para aplicação concreta do direito à consulta
prévia, livre e informada;
CONSIDERANDO, ainda, que cabe ao Estado do Pará estimular a
elaboração autônoma de Protocolos de Consulta Prévia, inclusive com a suspensão dos
processos de licenciamento ambiental em curso referentes a medidas administrativas que
afetem povos indígenas, comunidades quilombolas e povos e comunidades tradicionais, a fim
de que estes grupos tenham o tempo e condições necessárias para elaborar seus próprios
Protocolos;
CONSIDERANDO, por fim, que diversos povos e comunidades têm
encaminhado aos órgãos signatários manifestações, questionamentos e notas de repúdio ao
referido Decreto, por não prever a realização de consulta prévia, nem sequer garantir
participação efetiva na elaboração do Plano;
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CONSIDERANDO a ausência de resposta ao Ofício encaminhado
pelo Ministério Público Federal e Estadual à Procuradoria Geral do Estado no dia 02 de
fevereiro de 2018, por intermédio do qual eram solicitadas informações sobre os termos do
referido Decreto.
RESOLVEM, nos termos das disposições do artigo 6º, inciso XX, da
Lei Complementar nº 75/93, bem assim do artigo 27, parágrafo único, e inciso IV, da Lei nº
8.625/93:
RECOMENDAR a imediata revogação do Decreto n° 1969, de 24 de
janeiro de 2018, em razão de violar a Convenção nº. 169 da
Organização Internacional do Trabalho, no que tange ao direito à
consulta prévia, livre e informada dos povos indígenas, comunidades
quilombolas e povos e comunidades tradicionais;
Publique-se e Encaminhe-se à autoridade ora recomendada e ao Procurador Geral do Estado
do Pará.
Tendo em vista o disposto no art. 54, inc. I, § 1º da Lei Orgânica do Ministério Público
Estadual, por parte do Ministério Público Estadual a presente recomendação é diretamente
direcionada à Procuradoria Geral do Estado, e tendo em vista figurar o Governador do Estado
como destinatário a presente recomendação será encaminhada através da Procuradoria-Geral
de Justiça.
Belém, Castanhal, Altamira, Santarém, Marabá, Redenção (PA), 19 de fevereiro de 2018.
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
FABIANA KEYLLA SCHNEIDERProcuradora da República em Santarém
FELIPE DE MOURA PALHA E SILVAProcurador da República em Belém
IGOR DA SILVA SPÍNDOLAProcurador da República em Redenção
LÍGIA CIRENO TEOBALDOProcuradora da República em Marabá
LUIS DE CAMÕES LIMA BOAVENTURAProcurador da República em Santarém
MARÍLIA MELO DE FIGUEIREDOProcuradora da República em Marabá
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PATRÍCIA DAROS XAVIERProcuradora da República em Altamira
PAULO DE TARSO MOREIRA OLIVEIRAProcurador da República em Itaituba
TATIANA DE NORONHA VERSIANE RIBEIROProcuradora da República em Redenção
THAIS SANTIProcuradora da República em Altamira
UBIRATAN CAZETTAProcurador da República em Belém
RODRIGO MAGALHÃES DE OLIVEIRAAssessor Jurídico – PRM Santarém
DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ
ANDRÉA BARRETODefensora Pública Agrária de Altamira
JOHNY FERNANDES GIFFONIDefensor Público do Estado do Pará
JULIANA ANDREA OLIVEIRADefensora Pública do Estado do Pará
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARÁ
ELIANE CRISTINA PINTO MOREIRAPromotoria de Justiça Agrária da 1ª Região
HERENA NEVES MAUES CORREA DE MELOPromotora de Justiça Agrária da 5ª Região
IONE MISSAE DA SILVA NAKAMURAPromotora de Justiça Agrária da 2ª Região
DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO
Defensora Regional de Direitos Humanos do Pará e Amapá
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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
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Signatário(a): LIGIA CIRENO TEOBALDOData e Hora: 15/02/2018 09:46:16
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Signatário(a): FELIPE DE MOURA PALHA E SILVAData e Hora: 15/02/2018 19:32:58
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Signatário(a): FABIANA KEYLLA SCHNEIDERData e Hora: 15/02/2018 17:10:34
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