reclamatoria trabalhista

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE... FULANA, brasileira, auxiliar de serviços gerais, portadora da carteira de identidade de nº MG – xxx, com o CPF/MF nºxxx, CTPS nº xxx e série xxx, PIS nºxxx, residente e domiciliado à Rua xxx, nº, Bairro São Lucas, cidade/xx, vem respeitosamente perante a Vossa Excelência propor: AÇÃO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA Em face de TAL, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ de nº xxx, situada na Rua xxx, nº, SL xx, Bairro xx, cidade/xx, CEP xxx, o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos: DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA Cumpre salientar que o Requerente não possui condições financeiras de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, requerendo desde já os benefícios da justiça gratuita, nos termos do artigo 4º da Lei 1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86. DOS FATOS A Reclamante foi admitida pela Reclamada no mês de abril de 2013, para exercer Serviço de limpeza, percebendo o salário mensal de R$ 400,00 + passagem totalizando o valor de 537,80 (quinhentos e trinta e sete reais e oitenta centavos). A Reclamante cumpria uma jornada de 4 horas de segunda à sexta, das 08h00min às 11h00min e aos sábados das 09h00min às 12h00min. Ocorre que, apesar da relação de emprego ser inegável como será demonstrado adiante, a Reclamada jamais assinou a CTPS da Reclamante, bem como não efetuou os depósitos a titulo de FGTS relativo ao período trabalhado.

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Modelo de Reclamação Trabalhista

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EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____ VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE...FULANA, brasileira, auxiliar de servios gerais, portadora da carteira de identidade de n MG xxx, com o CPF/MF nxxx, CTPS n xxx e srie xxx,PISnxxx, residente e domiciliado Rua xxx, n, Bairro So Lucas, cidade/xx, vem respeitosamente perante a Vossa Excelncia propor:AO DE RECLAMAO TRABALHISTAEm face deTAL,pessoa jurdica de direito privado, CNPJ de n xxx, situada na Rua xxx, n, SL xx, Bairro xx, cidade/xx, CEP xxx, o que faz de acordo com os fundamentos fticos e jurdicos a seguir expostos:DA GRATUIDADE DE JUSTIACumpre salientar que o Requerente no possui condies financeiras de arcar com custas processuais e honorrios advocatcios, sem prejuzo ao seu prprio sustento e de sua famlia, requerendo desde j os benefcios da justia gratuita, nos termos do artigo4da Lei1.060/50, com redao introduzida pela Lei7.510/86.

DOS FATOSA Reclamante foi admitida pela Reclamada no ms de abril de 2013, para exercer Servio de limpeza, percebendo o salrio mensal de R$ 400,00 + passagem totalizando o valor de 537,80 (quinhentos e trinta e sete reais e oitenta centavos).A Reclamante cumpria uma jornada de 4 horas de segunda sexta, das 08h00min s 11h00min e aos sbados das 09h00min s 12h00min.Ocorre que, apesar da relao de emprego ser inegvel como ser demonstrado adiante, a Reclamada jamais assinou a CTPS da Reclamante, bem como no efetuou os depsitos a titulo de FGTS relativo ao perodo trabalhado.No ms de abril de 2014, a Reclamante foi dispensada sem justa causa, sem receber, contudo, nenhuma verba rescisria a que possui direito de acordo com a legislao laboral ptria.Tendo em vista os argumentos jurdicos a seguir apresentados, interpe-se a presente Reclamao Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos da Reclamante.

DO DIREITODO AVISO PRVIO INDENIZADOTendo em vista a inexistncia de justa causa para a resciso do contrato de trabalho, surge para a Reclamante o direito ao Aviso Prvio indenizado, prorrogado o trmino do contrato para o ms de maio de 2014, uma vez que o 1do art.487, daCLT, estabelece que a no concesso de aviso prvio pelo empregador d direito ao pagamento dos salrios do respectivo perodo, integrando-se ao seu tempo de servio para todos os fins legais.Dessa forma, o perodo de aviso prvio indenizado, corresponde a mais 30 dias de tempo de servio para efeitos de clculo do 13 salrio, frias + 40%.A reclamante faz jus, portanto, ao recebimento do Aviso Prvio indenizado.DAS FRIAS PROPORCIONAIS + 1/3A reclamante tem direito a receber o perodo incompleto de frias, acrescido do tero constitucional, em conformidade com o art.146,pargrafo nicodaCLTe art.7,XVIIdaCF/88.Opargrafo nicodo art.146daCLT, prev o direito do empregado ao perodo de frias na proporo de 1/12 por ms trabalhado ou frao superior a 14 dias.Sendo assim, tendo o contrato iniciado no ms de abril de 2013 e terminado no ms de abril de 2014, a reclamante faz jus as frias proporcionais acrescidas do tero constitucional.DO 13 SALRIO PROPORCIONALAs leis4090/62 e4749/65 preceituam que o dcimo terceiro salrio ser pago at o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a frao igual ou superior a 15 dias de trabalho ser havida como ms integral para efeitos do clculo do 13% salrio.Assim, tendo iniciado o contrato da reclamante no ms de abril de 2013 com o trmino em abril de 2014, dever ser paga a quantia de 12/12 em relao remunerao percebida.DO FGTS + MULTA DE 40%Diz o art.15da lei8036/90 que todo empregador dever depositar at o dia 7 de cada ms na conta vinculada do empregado a importncia correspondente a 8% de sua remunerao devida no ms anterior.Sendo assim, Vossa Exa. Dever condenar a Reclamada a efetuar os depsitos correspondentes todo o perodo da relao de emprego, tendo em vista que a CTPS da Reclamante no foi sequer assinada.Alm disso, por conta da resciso injusta do contrato de trabalho, dever ser paga uma multa de 40% sobre o valor total a ser depositado a ttulo de FGTS, de acordo com 1do art.18da lei8036/90 c/c art.7,I,CF/88.

IV.MULTA DO ART.477DACLT

No prazo estabelecido no art.477, 6, daCLT, nada foi pago a Reclamante pelo que se impe o pagamento de uma multa equivalente a um ms de salrio revertida em favor da Reclamante, conforme 8 do mesmo art.

V.MULTA DO ART.467DACLT

A Reclamada dever pagar a Reclamante, no ato da audincia, todas as verbas incontroversas, sob pena de acrscimo de 50%, conforme art.467daCLT, transcrito a seguir:Art. 467. Em caso de resciso de contrato de trabalho, havendo controvrsia sobre o montante das verbas rescisrias, o empregador obrigado a pagar ao trabalhador, data do comparecimento a Justia do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pag-las acrescidas de cinquenta por cento. Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas incontroversas na primeira audincia.

DA INSALUBRIDADEO Reclamante trabalhava no almoxarifado, sendo que parte de suas funes consistiam em entregar as ferramentas de trabalho utilizadas pelos demais operrios.Era tambm sua funo a limpeza destas ferramentas aps terem sido utilizadas. Para limp-las, fazia-se necessrio o uso de querosene, pois as ferramentas eram entregues engraxadas.Para realizar estes servios, ele no recebia luvas ou equipamento adequado de servio.O Reclamante recebeu adicional de Insalubridade no grau de 20%. Entretanto, faz jus ao adicional de insalubridade em grau mximo, razo de 40%, isso devido utilizao de querosene para limpezas das ferramentas de trabalho.Corroborando com tal entendimento, colaciona-se trecho do julgado de caso anlogo, onde o Demandante do caso tinha contato com o mesmo produto qumico que o Reclamante do caso concreto, qual seja a querosene, tendo sido reconhecida a insalubridade em grau mximo, como aqui se requer, se no vejamos:PROCESSO: 0000343-94.2012.5.04.0371 AIRR[...] O perito, ao analisar as condies de trabalho, ressaltou que Se proceder a informao do reclamante que executava as atividades descritas acima. Na execuo das citadas atividades o reclamante manipulava e mantinha contado com lubrificantes minerais como leo lubrificante usado para lubrificar os eixos toda vez que trocava a bobina e durante a operao da mquina,aplicao de graxa nas engrenagens, nas atividades de limpeza usava querosene produtos qumicos de base petrleo,contato com o pano sujo de produtos qumicos na limpeza da mquina, as luvas fornecidas ao reclamante no elidiam agentes qumicos base petrleo, as prprias luvas era mais um meio de contaminao para as mos do reclamante. O reclamante manuseava e mantinha contato com lubrificantes diariamente de modo habitual ainda que intermitente (fl. 271-v). [...]Diante da prova dos autos,verifica-se que o reclamante realizava a limpeza da mquina rebobinadeira pelo menos uma vez a cada 15 dias com a utilizao de querosene. De tal fato j possvel verificar o contato com querosene e com leos e graxas, na medida em que ao limpar a mquina, acabava mantendo contato com tais substncias. De outro lado, as luvas sujas de lubrificantes demonstram que o empregado ficava em contato direto com querosene, leos e graxas. A periodicidade em que ocorriam tais limpezas no caracteriza eventualidade, pois tal tarefa era ordinria, ou seja, no ocorria de forma acidental, mas sim como uma das atribuies de realizao peridica. Assim, resta configurada a intermitncia que, segundo entendimento da Smula 47 do TST, no afasta o direito ao adicional de insalubridade.[...]Assim, d-se provimento parcial ao recurso ordinrio do reclamantepara condenar a reclamada ao pagamento de adicional de insalubridade em grau mximo, nos termos do Anexo 13 da NR-15 da Portaria 3.214/78,tendo o salrio mnimo como base de clculo, com reflexos em frias com 1/3, 13 salrios, horas extras e FGTS. Incabveis reflexos em repousos semanais remunerados, uma vez que o adicional em tela pago em mdulo mensal, j estando remunerados os repousos. (grifo meu)Ademais, a clusula 68 da CCT diz o seguinte:O empregador que descumprir as previses desta conveno coletiva de trabalho especificamente em relao (a) salrios normativos e reajustes normativos, (b) adicional de tempo de servio,(c) adicional de insalubridade, (d) auxlio alimentao, (e) auxlio funeral, (f) entrega da Relao de Empregados Admitidos e cpia da RAIS, e, ainda, que (g) no observar o prazo legal de pagamento de salrios (at o 5 dia til do ms imediatamente seguinte ao da prestao de servios), desde que tais irregularidades sejam apuradas e confirmadas pelos sindicatos convenentes, incorrer em multa de quantia equivalente a 10% (dez por cento) do salrio do empregado prejudicado, por previso descumprida.Desta forma, resta claro e evidente que o Reclamante, ao manusear a limpeza dos equipamentos que eram fornecido aos outros trabalhadores, mexendo com o produto qumico, dito querosene, merece reviso em sua insalubridade, devendo esta ser calculada em grau mximo, com reflexos com reflexos em frias com 1/3, 13 salrios, horas extras e FGTS.DO ADICIONAL NOTURNO A jornada do Reclamante iniciava s 22 horas e encerrava s 7 horas do dia seguinte. O art. 7, IX da CF assegura aos trabalhadores uma remunerao superior para o trabalho noturno em relao ao trabalho diurno. No mesmo sentido, dispe o artigo 73 da CLT fixando um acrscimo de, pelo menos, 20% sobre a hora diurna. Diante do exposto, requer a condenao do Reclamado ao pagamento do adicional noturno sobre toda a jornada, inclusive quanto s horas prorrogadas, nos termos da Smula 60, II do TST, bem como os devidos reflexos em descanso semanal remunerado, aviso prvio, dcimo terceiro salrio, frias acrescidas do tero constitucional e FGTS (depsitos e multa de 40%). Requer, ainda, seja utilizada como base de clculo maior e real remunerao do Reclamante, considerando o adicional de periculosidade, nos termos da OJ 259, SDI-1, TST.DO VALE TRANSPORTE

Durante o perodo em que a Reclamante laborou para a Reclamada, jamais recebeu o benefcio do Vale Transporte, conforme determinado pela Lei n 7.418/85, regulamentada pelo Decreto n 95.247/87. Valendo ressaltar que a ex-obreira utilizava transporte coletivo, no caso trem, para ir e voltar ao trabalho, o que hoje corresponde quantia de R$4,00 (quatro reais) para realizar o trajeto residncia/trabalho/residncia.

DOS PEDIDOSDiante das consideraes expostas, requer:1. Que seja deferido o benefcio da assistncia judiciria gratuita, devido difcil situao econmica da autora, que no possui condies de custear o processo, sem prejuzo prprio.2. A notificao da Reclamada para comparecer a audincia a ser designada para querendo apresentar defesa a presente reclamao e acompanha-la em todos os seus termos, sob as penas da lei.3. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamao, declarando o vnculo empregatcio existente entre as partes, condenando a empresa Reclamada a:a) Reconhecer o vnculo empregatcio anotando a CTPS da Reclamante no perodo de abril de 2013 a abril de 2014 na funo de Servio de limpeza;b) Pagar o Aviso Prvio indenizado, saldo de salrio, 13 salrio proporcional, frias proporcionais + 1/3, os depsitos de FGTS de todo o perodo acrescido de multa de 40% ttulo de indenizao;c) Liberar as guias do seguro-desemprego ou indenizao correspondente;d) Pagar honorrios advocatcios no patamar de 15% sobre a condenao;Alm disso, condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no 8, do art.477daCLT, e, em no sendo pagas as parcelas incontroversas na primeira audincia, seja aplicada multa do art.467daCLT, tudo acrescido de correo monetria e juros moratrios.Requer, ainda, seja a Reclamada condenada ao pagamento das contribuies previdencirias devido em face das verbas acima requeridas, visto que caso tiverem sido pagas na poca oportuna, no acarretariam a incidncia da contribuio previdenciria.Protesta provar o alegado por todos os meios no Direito permitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal.D-se causa o valor de R$... (...) para efeitos fiscais.Nestes termos, pede e espera deferimento.cidade, dataAdvogadoOAB