reclamação trabalhista - silvio santos

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 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA MM VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO   SP. [...] “Guga, eu tenho uma superstição. Eu não assino nada. Eu não gosto de assinar. Sabe quem assinou a venda do Panamericano? Quem assinou a venda do Baú? O Stoliar. EU NÃO ASSINO NADA. MAS AUTORIZO.”(g.n) Silvio Santos 1  RAFAEL PALADINO, brasileiro, casado, professor, portador da cédula de identidade RG n. ________, do CPF n. _______, e da CTPS n.º _______, PIS n.º __________, nascido em 21 de junho de 1.950, domiciliado à _______, filho de Vicente Palladino e Iris Pássaro Palladino, por seus advogados, infra-assinados, devidamente qualificados no incluso Instrumento de Procuração, vem, à presença de V.Exa., mui respeitosamente, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA em face de: 1ª BANCO PANAMERICANO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n. 59.285.411/0001-13, com seda na sediada à Av. Paulista n. 2.240, 15º andar, Cerqueira Cesar   São Paulo   SP, CEP 01.310-300; PANAMERICANO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS S/C LTDA (antigo CONSTEC), pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n. 47.434.378/0001-67, sediada na Av. Paulista, 2.240, 6º andar, Cerqueira Cesar, São Paulo/SP, CEP 01310.300;  3ª SSF   FOMENTO COMERCIAL LTDA., pessoa jurídica privada, inscrita no CNPJ sob o n. 49.977.150/0001-49, sediada à Av. Paulista n. 2.240, 15º andar, Cerqueira Cesar   São Paulo  SP, CEP 01.310-300; 4ª LIDERPRIME   ADMINISTRADORA DE CARTÓES DE CRÉDITO LTDA. (antigo PANAMERICANO ADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO LTDA.) , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 71.590.665/0001-40, sediada na Av. Paulista, 2.240, 3º andar, São Paulo    SP - CEP 01.310-300; PERÍCIA ADMINISTRAÇÃO E CORRETAGEM DE SEGUROS E DE PREVIDÊNCIA PRIVADA LTDA ., inscrita no CNPJ sob o n.º 47.683.156/0001-88, sediada na Rua Jaceguai, 400, 7º andar, Bela Vista  São Paulo  SP  CEP. 01.315-010; 6ª LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S.A ., pessoa jurídica de direito privada, inscrita no CNPJ sob o nº 60.853.264/0001-10, sediada à rua Jaceguai 400, Bela Vista, São Paulo   SP, CEP 01.315-901; 

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA MMVARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO – SP. 

[...] “Guga, eu tenho uma superstição. Eu não assino nada. Eu não gosto deassinar. Sabe quem assinou a venda do Panamericano? Quemassinou a venda do Baú? O Stoliar. EU NÃO ASSINO NADA. MASAUTORIZO.”(g.n) 

Silvio Santos1 RAFAEL PALADINO, brasileiro, casado, professor, portador da cédulade identidade RG n. ________, do CPF n. _______, e da CTPS n.º_______, PIS n.º __________, nascido em 21 de junho de 1.950,domiciliado à _______, filho de Vicente Palladino e Iris Pássaro Palladino,

por seus advogados, infra-assinados, devidamente qualificados no inclusoInstrumento de Procuração, vem, à presença de V.Exa., muirespeitosamente, propor a presente RECLAMAÇÃOTRABALHISTA em face de: 1ª BANCO PANAMERICANO S.A., pessoa jurídica de direito privado,inscrito no CNPJ sob o n. 59.285.411/0001-13, com seda na sediada à Av.Paulista n. 2.240, 15º andar, Cerqueira Cesar  –  São Paulo  –  SP, CEP01.310-300; 2ª PANAMERICANO PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS S/CLTDA (antigo CONSTEC), pessoa jurídica de direito privado, inscrito noCNPJ sob o n. 47.434.378/0001-67, sediada na Av. Paulista, 2.240, 6ºandar, Cerqueira Cesar, São Paulo/SP, CEP 01310.300; 3ª SSF  –  FOMENTO COMERCIAL LTDA., pessoa jurídica privada,inscrita no CNPJ sob o n. 49.977.150/0001-49, sediada à Av. Paulista n.2.240, 15º andar, Cerqueira Cesar – São Paulo – SP, CEP 01.310-300; 4ª LIDERPRIME  –  ADMINISTRADORA DE CARTÓES DECRÉDITO LTDA. (antigo PANAMERICANOADMINISTRADORA DE CARTÕES DE CRÉDITO LTDA.),pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº71.590.665/0001-40, sediada na Av. Paulista, 2.240, 3º andar, São Paulo  –  SP - CEP 01.310-300; 5ª PERÍCIA ADMINISTRAÇÃO E CORRETAGEM DESEGUROS E DE PREVIDÊNCIA PRIVADA LTDA., inscrita noCNPJ sob o n.º 47.683.156/0001-88, sediada na Rua Jaceguai, 400, 7ºandar, Bela Vista – São Paulo – SP – CEP. 01.315-010; 6ª LIDERANÇA CAPITALIZAÇÃO S.A., pessoa jurídica de direitoprivada, inscrita no CNPJ sob o nº 60.853.264/0001-10, sediada à ruaJaceguai 400, Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01.315-901; 

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7ª BF UTILIDADES DOMÉSTICAS LTDA., pessoa jurídica privado,inscrita no CNPJ sob o nº 61.369.856/0001-23, sediada à rua Jaceguai 400,Bela Vista, São Paulo – SP, CEP 01.315-010; 8ª SILVIO SANTOS PARTICIPAÇÕES S.A., inscrito no CNPJ sob o

nº 43.350.131/0001-01, sediado na Av. das Nações, 04, Vila Jaragua,Osasco – SP – CEP 06.276-905; 9ª SENOR ABRAVANEL, brasileiro, casado, jornalista e radialista,portador da carteira de identidade RG n. _______, e inscrito no CPF sob o_______, residente e domiciliado _________; 10ª PANAMERICANO.COM PRODUTOS E SERVIÇOS LTDA.,pessoa jurídica privada, inscrita no CNPJ sob o n. 09.033.299/0001-55,sediada à Av. Paulista, 2240, 4º andar, Cerqueira Cesar  – São Paulo, CEP01.310-300; 11ª BRASPAG  –  TECNOLOGIA EM PAGAMENTOS LTDA.,pessoa jurídica privada, inscrita no CNPJ sob o n. 07.355.049/001-06 ,sediada na Av. Paulista, 726, 17º andar, Conjunto 1707, Bela Vista  – SãoPaulo, CEP 01.310-910; 12ª SS BENEFÍCIOS LTDA. (nome fantasia PANSEG), pessoa jurídicade direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 03.305.198/0001-00, sediadana Av. das Comunicações, 927, Galpão I, Osasco – SP – CEP 06.276-906; 13ª PANAMERICANO DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS EVALORES MOBILIÁRIOS S.A., pessoa jurídica privada, inscrita no

CNPJ 62.084.074/0001-00, sediada na Av. Paulista, 2240, 10º andar,Cerqueira Cesar, São Paulo – SP, CEP.n. 01.310-300 pelas razões de fato ede direito que passa a expor: 

I A inclusão de Senor Abravanel na lide 

1. O reclamante trabalhou para o Grupo Silvio Santos de 1989 a 2010.Agiu, sempre, com plena dedicação, fidelidade e subordinação, às ordensde Senor Abravanel, nacionalmente conhecido como Silvio Santos. 2. Enquanto diretor do Banco Panamericano e de empresas do Grupo SilvioSantos, o reclamante submeteu-se – por determinação de Senor Abravanel

 –   a um modelo de contratação baseado na “pejotização” e no absolutodesrespeito às leis trabalhistas. 3. A inclusão de Senor Abravanel na lide se fundamenta porque: (i) é a primeira e última autoridade no Grupo Silvio Santos, em que peseusar os seus empregados como verdadeiros “anteparos” às suas condutasempresariais, como faz prova a sua fala em epígrafe, colecionada nareportagem de Alex Solnik (Doc. 15); (ii) concebeu e determinou pessoalmente a execução da fraude trabalhistadescrita nesta petição inicial; 

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(iii) vem conduzindo a imprensa e mesmo as autoridades policiais em erro,preferindo que seus executivos sofram injustamente uma humilhação semprecedentes (Docs.555/559), do que confessar que todo o dinheiro queesses executivos receberam (a exemplo do reclamante) era “salário”, pago

“por fora”, por meio de pessoas jurídicas, com o único propósito de queele, Abravanel, economizasse encargos trabalhistas; (iv) é o “elo de ligação” entre todas as empresas do Grupo Silvio Santos,

 por ele tratadas como um “corpo único” 4. Incidentes, portanto, as normas dos artigos 8º e 9º da CLT e 116 da Leide Sociedades Anônimas , razão pela qual Senor Abravanel deveráresponder pessoalmente, e em solidariedade com as demais Reclamadas,impedindo que a estrutura societária que criou lhe sirva de trincheira amantê-lo impune de seus próprios erros. 

II A relação de trabalho 

(a) O primeiro período 5. O reclamante foi contratado, de 1989 a 1991, na forma do artigo 3º daCLT, pela 8ª reclamada, que é a holding do Grupo Silvio Santos. Já dessetempo, o reclamante recebia parte de seu salário por meio de sociedade sobo seu controle, a MAX CONTROL ASSESSORIA E INVESTIMENTOSLTDA. (b) O segundo período 6. Em 1º de novembro de 1991, o reclamante foi contratado, com anotaçãosimultânea de sua carteira de trabalho: (i) pela 1ª reclamada, BANCOPANAMERICANO S.A.; (ii) pela 2ª reclamada, CONSTEC  –  PRESTADORA DE SERVIÇOS S/C LTDA., atual PANAMERICANOPRESTAÇÃO DE SERVIÇOS S/C LTDA.; (iii) e pela 3ª reclamada, BAUDISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS S.A.(atual SSF – FOMENTO COMERCIAL LTDA.). 6.1. Cada uma dessas empregadoras pagava ao reclamante, para exercer a

função de DIRETOR SUPERINTENDENTE de cada um deles, o salárioformal de CR$ 666.667,00 e, “por fora”, por meio de pagamentos à MAXCONTROL ASSESSORIA E INVESTIMENTOS LTDA., a parteremanescente e mais significativa do salário fixo. 6.2. Além disso, desde essa data até o fim da relação laboral, o reclamanterecebeu remuneração variável representada por gratificação baseada noresultado das reclamadas. 6.3. O desembolso da remuneração era realizado ora parte pela 1ªreclamada, ora parte pelas demais reclamadas, ora por outras empresas do

Grupo Silvio Santos, segundo as conveniências de Senor Abravanel. (c) O terceiro período 

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7. O reclamante foi, apenas formalmente, demitido por cada um dessesempregadores, em 2 de julho de 2001. Não houve descontinuidade oualteração na relação de trabalho. O reclamante continuou a desempenhar asmesmas funções e receber seu salário por meio de pessoa jurídica, nas

mesmas bases anteriores, inclusive quanto à remuneração variável. Haviauma remuneração fixa, metade paga pela 1ª reclamada, e outra metadepelas outras reclamadas, e havia uma parte variável decorrente da NormaGeral para apuração de Resultados e Gratificações existente no GrupoSilvio Santos (Doc. 36). (d) O quarto período 8. Em 1º de junho de 2007, embora já fosse diretor estatutário da 1ªreclamada e de outras reclamadas desde 1992, foi novamente contratadomediante anotação em sua carteira de trabalho como DIRETOR

SUPERINTENDENTE da 1ª reclamada. 

8.1. Recebia o salário simbólico anotado em CTPS de R$ 9.678,00, emboraseu salário fixo real fosse pago às pessoas jurídicas MAX CONTROLASSESSORIA E INVESTIMENTOS LTDA. e MAX CONTROLEVENTO E PROMOÇÃO LTDA., ambas controladas pelo reclamante. 8.2. Metade do salário fixo era pago pela 1º reclamada, e a outra metadepelas demais reclamadas, conforme notas-fiscais colacionadas (Docs.560/1020 e 1021/1039). 8.3. O reclamante também recebia, nesse período, remuneração variável(gratificações), via de regra, nas mesmas bases dos períodos anteriores. (e) O quinto período 

 

9. A partir de janeiro de 2008, quando o salário fixo que já era de cerca deR$ 160.000,00, metade dele, ou seja, R$ 80.000,00, era pago pela 1ªreclamada às pessoas jurídicas do reclamante, passando a ser pago a títulode pró-labore – novamente a dissimular a natureza salarial dos pagamentos. 9.1. A outra metade de cerca de R$ 80.000,00 continuou a ser paga pelasdemais reclamadas, “por fora”, para as pessoas jurídicas controladas peloreclamante. 9.2. O reclamante também recebia, nesse período, remuneração variável,via de regra, nas mesmas bases dos períodos anteriores . 9.3. As alterações referentes à baixa na CTPS e a posterior anotação epagamento de salário, sob a rubrica de pró-labore, são técnicas dediminuição de custos do Grupo Silvio Santos, em burla à lei trabalhista. (f) A demissão 10. O reclamante foi demitido da primeira reclamada em 9 de novembro de2010. 10.1. Antes disso, em 11 de outubro de 2010, o reclamante fora instado aassinar as cartas de renúncia dos cargos de diretor superintendente dasseguintes reclamadas: (i) Panamericano.Com Produtos e Serviços Ltda.; (ii)

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Braspag – Tecnologia em Pagamento Ltda.; (iv) Ssf  – Fomento ComercialLtda.; (v) Centro Cultural do Grupo Silvio Santos, PanamericanoPrestadora de Serviços Ltda.; (vi) Panseg  – Promoções e Vendas Ltda.; e(vii) Panamericano – Administradora de Cartões de Crédito Ltda. 11. Em 23 de dezembro de 2010, a MAX CONTROL EVENTOPROMOÇÃO LTDA. e a MAX CONTROL ASSESSORIA EINVESTIMENTOS LTDA., sociedades controladas pelo reclamante, àsquais era paga parte de seu salário, foram notificadas pelas reclamadas. 11.1. A notificação prestou-se a informar o reclamante que os “contratos de

 prestação de serviços”, que dissimulavam a relação laboral e suaremuneração foram rescindidos no dia 9 de novembro de 2010: data emque o reclamante foi destituído do cargo de Diretor Superintendente da 1ªreclamada. A notificação se soma, portanto, a tantas outras provas que

demonstram o esquema de contratação do reclamante. 

III A unicidade do contrato de trabalho, as funções que exercia e a

subordinação ao Grupo Silvio Santos e ao seu controlador 12. O reclamante trabalhou para todas as reclamadas indistintamente. O seucontrato de trabalho é uno, na forma da Súmula 129 do TST. 12.1. A relação entre o reclamante e as reclamadas deu-se sob a disciplinada CLT, com a incidência de seu artigo 3º. Inicia-se, para os fins dapresente ação, com a data de registro em CTPS, i.e., 1.11.1991, data de

início do contrato com a 1ª reclamada, protraindo-se até a data da demissãoem 9.11.2010. 13. O reclamante era executivo que acumulava inúmeras e importantesfunções, razão pela qual as reclamadas lhe atribuíram o cargo de diretorsuperintendente. Exerceu todas as suas funções laborais sempre sob asordens de Senor Abravanel. Era “olhos” e “mãos” de Abravanel em quasetodos os seus negócios, sempre primando por obter os melhores resultadoscomerciais para o Grupo Silvio Santos. Respondia, pessoalmente, a ele oualguém destacado por ele. Seus poderes restringiam-se a cumprir as ordensde Abravanel. 13.1. A condição de diretor estatutário lhe foi atribuída apenas para compora dissimulação aqui descrita, sob a pretensão de que essa condiçãorepresente uma presunção de insubordinação. Não é verdade. O reclamantesó cumpria ordens de Abravanel, ou do Conselho do Grupo Silvio Santos ede seu Presidente Luis Sandoval, os quais, por sua vez, nada faziam semautorização de Senor Abravanel. 

IV O salário 

(a) O salário anotado em CTPS e salário “por fora” de 1991 a 2001 

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14. O reclamante recebeu, entre novembro de 1991 e julho de 2001, da 1ª,2ª e 3ª reclamadas, salário fixo anotado em CTPS, de CR$ 666.667,00,respectivamente. 14.1. Apenas sobre esses valores lhe eram pagas as férias, 13º salário e o

FGTS. 14.2. Nesse período, o reclamante já recebia salário fixo e remuneraçãosobre o resultado, ambos pagos a sociedades sob seu controle. 15. Após a rescisão fictícia do contrato de trabalho, em julho de 2001, cujanulidade deverá ser declarada, o reclamante passou a receber toda a suaremuneração, por orientação do controlador do Grupo, por meio da MAXCONTROL ASSESSORIA E INVESTIMENTO LTDA. 15.1. Isso ocorreu sem registro em CTPS, de julho de 2001 até 1.6.2007,quando, novamente, fez-se novo registro em que a 1ª reclamada figurava

como empregadora. 

16. Nesse período recebia salário fixo e variável com base no resultado,i.e., 1,3% sobre o resultado (consoante Norma Geral para pagamento dasgratificações por resultados  –  Doc.36). O salário variável, apurado emperíodo anterior, era pago em parcelas iguais, nos meses subseqüentes àapuração total da gratificação. (b) O salário “por fora” pago de 2001 a 2007 17. Embora demitido ficticiamente em 2001, o reclamante continuou areceber seu salário f ixo e variável, “por fora”, em contas de MAX

CONTROL EVENTO E PROMOÇÃO LTDA. e MAX CONTROLASSESSORIA E INVESTIMENTO LTDA.. 17.1. Note-se que, na condição de diretor superintendente da 1ª reclamadae de outras empresas do Grupo Silvio Santos, o reclamante recebia seusalário contra recibo de prestação de serviços de promoção de eventos.  17.2. Toda essa remuneração é salário e assim deverá ser declarada paratodos os fins trabalhistas, rescisórios e fundiários. 18.  Nesse período, metade do salário fixo “por fora” era pago pelo 1ªreclamada, e a outra metade era paga pelas outras reclamadas, e recebia aremuneração variável representada por gratificações determinadas combase no resultado, i.e., 1,3% sobre o resultado e metas alcançadas apuradosanualmente e parcelados. O salário variável, apurado em período anterior,era pago em até 20 parcelas iguais, nos meses subsequentes. 18.1 O salário anotada em carteira de R$ 9.678,00 servia apenas para basede cálculo do 13º salário, férias, férias terçavadas, e foi pago até dezembrode 2007, juntamente com o salário fixo “por fora” pago às sociedadescontroladas pelo reclamante, no total de cerca de R$ 160.000,00 a partir de2007, e gratificações apuradas anualmente e parceladas mês a mês, como sedemonstrará adiante. 

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(c) Salário pago parte como pró-labore e parte “por  fora” a partirde janeiro de 2008 19. A partir de janeiro de 2008, o salário fixo já era, desde 2007, de cercade R$ 160.000,00, sendo que a remuneração “por fora” de R$ 80.000,00,

que era paga pela 1ª reclamada às pessoas jurídicas controladas peloreclamante, passou a ser chamada de pró-labore (Docs.159/259). O salárioanotado em carteira de R$ 9.678,00, deixou de ser pago em janeiro de2008. 19.1. E o salário fixo de R$ 80.000,00, pela função de diretor de outrasreclamadas, continuou a ser pago à MAX CONTROL EVENTO EPROMOÇÃO LTDA. e à MAX CONTROL ASSESSORIA EINVESTIMENTO LTDA, que também continuaram a receber aremuneração variável representada pela gratificação paga em parcelas

mensais. 

(d) O salário variável: gratificações 20. O reclamante, assim como outros diretores e funcionários do GrupoSilvio Santos, recebia remuneração variável, a título de gratificação anual.Essa remuneração era paga em parcelas mensais, juntamente com o saláriofixo. 21. Essas gratificações eram calculadas e determinadas pela holding SilvioSantos Participações S.A. (8ª reclamada), sob a supervisão e aprovação deSenor Abravanel, e de acordo com o quadro de faixa salarial (cf. item 4.2.2

da Norma Geral – Doc.36). 

21.1. O reclamante, desde 1991, sempre recebeu remuneração variável de1,3% sobre a evolução do Patrimônio Líquido Ajustado das reclamadas. 21.2. Tal remuneração deve integrar o salário fixo, na forma do parágrafo1º do artigo 457 da CLT, vez que parceladas em até 20 vezes, de modo acompor o salário mensal e sempre foi habitual a compor a remuneração(Docs.560/1020 e 1021/1239). (d.1.) Elucidações sobre a forma de cálculo das gratificações 

 

22. A 8ª reclamada, sob a supervisão pessoal de Senor Abravanel,realizava, em outubro de cada ano, uma estimativa prévia da Evolução doPatrimônio Líquido Ajustado das empresas do Grupo Silvio Santos no anocorrente em relação ao ano anterior. 23. Em havendo uma evolução positiva, ou seja, um aumento dopatrimônio líquido do Grupo, Abravanel autorizava o pagamento de 30%da gratificação total aos funcionários beneficiados, que era paga entrenovembro e dezembro do ano corrente. 23.1. E, quando do fechamento do balanço do Grupo Silvio Santos em abrildo ano seguinte, quando era apurada a efetiva evolução patrimonial dogrupo, iniciava-se o parcelamento da gratificação apurada, que, no caso doreclamante, era paga em até 20 parcelas mensais, juntamente com o saláriofixo. 

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23.2. Importante esclarecer que, no mês de abril de cada ano, quando sefechava o balanço do Grupo Silvio Santos e se consolidava o valor degratificação devido ao reclamante e demais diretores e empregados,pagavam-se retroativamente as parcelas das gratificações em aberto, dos

meses de janeiro, fevereiro e março, como se vê pelas notas-fiscaisemitidas pelas sociedades controladas pelo reclamante (Docs.560/1020 e1021/1239). 23.2. Como isso se repetia todo o ano, desde que houvesse evoluçãopatrimonial, em determinados meses acumulavam-se o salário fixo e ossalários variáveis de dois anos (em vista da sobreposição das parcelas dagratificação do ano anterior e do ano corrente). 24. Observe-se que, segundo a Norma Geral para Apuração de Resultadose Gratificações (Doc.36), nos seus itens 4.2, 4.2.1, 4.2.2 e seguintes da

Norma Geral, e em seu Anexo 02, o reclamante, na condição de diretorsuperintendente do Banco Panamericano e das reclamadas, tinha direito a1,3% da participação anual da Evolução do Patrimônio Líquido Ajustado. 25. A apuração da remuneração variável era, em vista de suacomplexidade, assinada pelo presidente da 8ª reclamada, Luiz S. Sandoval,além de outros diretores financeiros da 8ª reclamada, sempre sob asupervisão atenta do acionista majoritário da holding e controlador dogrupo de empresas Senor Abravanel, até porque ele era, ainda segundo aNorma Geral para Apuração de Resultados e Gratificações, o maiorinteressado, com direito a 10% da evolução do patrimônio líquido. (d.2) a documentação do pagamento das gratificações 26. A remuneração variável era paga contra recibo de prestação deserviços. 26.1. Como o pagamento se protraía em até 20 meses, eram muitas vezesdocumentados por meio de contratos de prestação de serviços simulados,invariavelmente assinados pelo reclamante, de um lado, e, de outro, pordois diretores do Grupo Silvio Santos, o mais das vezes por HenriqueAbravanel, irmão de Senor Abravanel (cf. Docs.54/77). (e) Amostragens do salário pago ao reclamante 27. O salário do reclamante (partes fixa e variável) era pago a pessoas

 jurídicas, grosso modo, em duas parcelas mensais, uma no dia 15 e outra nodia 30 de cada mês. 27.1. O salário do reclamante era mensalmente “chancelado” pela 8ªreclamada, ultimamente por Regina Zacarias, do Departamento deRecursos Humanos, mediante prévia aprovação de Luiz Sandoval e, antesdele, do próprio Senor Abravanel, através do Sr. Maeda. 27.2. Essas pessoas, representantes da 8ª reclamada, determinavam quais asempresas do grupo deveriam, segundo a conveniência da holding (8ª

reclamada), pagar o salário. Uma vez que isso fosse determinado, as

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pessoas jurídicas do reclamante deveriam emitir notas às empresaspagadoras do grupo. 28. Vale lembrar que, a partir de janeiro de 2008, a parcela salarial pagapela 1ª reclamada passou a ser paga ao reclamante como pró-labore

equivalente à metade de seu salário fixo total de R$ 160.000,00, que atédezembro de 2007 era pago contra nota-fiscal de prestação de serviços deuma de suas pessoas jurídicas. A partir de janeiro de 2008, não mais sepagou o salário anotado em carteira. 29. Os pagamentos a seguir enumerados bem demonstram, a título deexemplo, a natureza salarial, a forma de apuração e pagamento daremuneração percebida pelo reclamante. (e.1) Gratificações do ano de 2008 e seu parcelamento 30. Tome-se a Planilha de apuração de gratificações, com indicação do

número de parcelas, valor de cada parcela e saldo a pagar transferido para oano seguinte, de 2008 (Docs.78/138). Essa planilha, como ocorria todos osanos, recebia aprovação de Luiz Sandoval e de outros diretores do grupo eda 8ª reclamada, mas eram especialmente autorizadas por Senor Abravanel. 31. Com referência ao ano de 2008, havia um saldo de gratificação de 2(dois) anos ao reclamante, no valor de R$ 4.379.352,00, que seria pago emparcelas de R$ 155.947,00, mais parcelas de adiantamento de março e abrilreferentes aos 30% previamente apurados. Todos esses pagamentos eramfeitos às pessoas jurídicas do reclamante (Docs.560/1020 e 1021/1239). (f) Antecipação das gratificações anteriores a novembro de 2009 emfunção do ingresso da CAIXA PAR no quadro acionário da 1ª

 

reclamada 32. No ano de 2009, o Banco Panamericano (1ª reclamada) teve 49% deseu capital votante adquirido pela Caixa Participações S.A. (“CAIXAPAR”) (Doc.53). 33. A CAIXA auditou a 1ª reclamada, de “cabo a rabo”, avaliando econhecendo o método de pagamento de salários e gratificações deempregados da 1ª reclamada e do Grupo Silvio Santos como um todo. 34. E por não entender justo que, como nova acionista da 1ª reclamada,pagasse por gratificações acertadas em exercícios anteriores, a CAIXAPAR negociou que todas as gratificações acumuladas e parceladas, devidasaos empregados, como no caso do reclamante, deveriam ser pagas pelocontrolador antecipadamente. 34.1. Nessa ocasião, decidiu-se também que seria mantido por mais doisanos o tradicional sistema de distribuição de resultados do Grupo SilvioSantos, até que se introduzisse o sistema empregado pela CAIXA. 35. Por isso, nos meses de novembro e dezembro de 2009, foramantecipados pela Diretoria Financeira do Grupo Silvio Santos, por decisãode Senor Abravanel e Luiz Sandoval, o pagamento ao reclamante e demais

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diretores das gratificações parceladas referentes a saldos de anos eapurações anteriores. 35.1. Tais antecipações de gratificações foram pagas contra notas-fiscaisdas sociedades MAX CONTROL EVENTO E PROMOÇÃO e MAX

CONTROL ASSESSORIA FINANCEIRA (Docs.560/1020 e 1021/1239). (g) os vencimentos de janeiro a novembro de 2010 36. Mais uma vez, para ilustrar a remuneração do reclamante, compostaultimamente por salário fixo de R$ 160.000,00 (sendo metade pago comopró-labore e outra metade „por fora‟ contra emissão de notas-fiscais) evariável referente às gratificações sempre recebidas parceladas, anexa-seamostragem baseada na documentação carreada à presente ação, e emobservação às Planilhas que demonstram todas as notas-fiscais emitidas de2005 a 2010 às reclamadas (Docs.139/142, 560/1020 e 1021/1239). De

 janeiro a novembro de 2010, conforme planilhas e notas-fiscais, recebeu atítulo de gratificações por resultado e metas o valor mensal médio de R$222.398,00, isso sem contar a gratificação por tempo de serviço cujopagamento se iniciou em julho de 2010 e que será adiante explicada, e quetambém integra as notas-fiscais carreadas. 36.1 Nesse período de janeiro a novembro de 2010, considerando-se aremuneração do reclamante, composta por parte fixa de R$ 160.000,00(metade paga pela 1ª Reclamado e outra metade por parte das reclamadas),e as gratificações anuais apuradas com base nos resultados e metas doexercício anterior (2009), sem considerar as parcelas da gratificação porano de serviço, conferiram remuneração média, por mês, de R$ 382.398,00,cuja natureza salarial deverá ser declarada para todos os fins trabalhistas,fundiários e rescisórios, a integrar o 13º salário, férias, férias terçavadas,FGTS, 40% do FGTS e o aviso prévio. 

V As Indenizações, gratificações e verbas não pagas 

(a) Gratificação por ano de trabalho como diretor 37. Embora tenha iniciado no Grupo Silvio Santos como DiretorSuperintendente da 1ª, da 3ª e da 4ª reclamadas, conforme registros emcarteira de trabalho, o reclamante tornou-se formalmente diretor estatutárioem abril de 1992. E por norma interna do Grupo Silvio Santos, todo diretorestatutário tem direito, a título de gratificação por tempo de serviço, a 1(um) salário por ano, do período em que for estatutário. 38. O reclamante pleiteou seu benefício ao Presidente da 8ª reclamada,Luiz Sandoval, que determinou que a Diretora de Recursos Humanosconferisse seu pleito. E reconhecido o direito à gratificação por ano detrabalho por Regina Lucia Zacharias (Diretora de RH), foi deferido opagamento de 18 (dezoito) salários, referentes a 18 anos como diretor

estatutário, a serem pagos em 18 parcelas no valor de R$ 157.900,00, cada(Docs.54/77). 

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39. Esses valores também seriam pagos às pessoas jurídicas do reclamante,e para tanto formalizaram-se contratos de prestação de serviços específicosa dissimular o recebimento dessa gratificação (Docs.54/77). 40. Das 18 parcelas de R$ 157.900,00, aprovadas em julho de 2010, foram

pagas apenas 4 (quatro), entre julho e outubro de 2010, remanescendo,portanto, 14 não pagas, a totalizar o valor sem correção monetária de R$2.210.600,00, que deverá ser pago em parcela única pela 1ª reclamada, comsolidariedade das demais reclamadas. (b) participação na venda de parte das ações da 1ª reclamada àCaixa Participações S.A. (CAIXA PAR) e gratificações do exercíciode 2010 41. A venda de ações da 1ª reclamada à CAIXA PAR, consolidada em

 julho de 2010, que contou com árduo trabalho do reclamante, trouxe à 1ª

reclamada e ao Grupo Silvio Santos, recursos no valor de R$749.670.778,03. 41.1. Nessa ocasião, os acionistas da 1ª reclamada, em especial SenorAbravanel (mesmo que indiretamente), receberam, a título de dividendos,R$ 128.360.000,00, pagos em 28.7.2010, após a aprovação definitiva peloBanco Central (Doc.53). 42. O reclamante teria direito a gratificação sobre a evolução do patrimôniolíquido verificada em função dessa operação, coordenada pela 8ªreclamada, consoante Norma Geral 4.10  –  Política de Distribuição de

Resultados. No caso do reclamante, seu percentual seria de 1,3% sobre aevolução do patrimônio líquido, como já elucidado. 43. Ocorre que, até a data de sua demissão, em novembro de 2010, nada lhefoi pago ou assegurado no tocante à contabilização dessa operação naapuração de sua gratificação. 43.1. Assim, haverá que ser apurado em liquidação de sentença, agratificação relativa ao exercício de 2010, que deverá levar emconsideração a venda de ações da 1ª reclamada à CAIXA PAR. (c) Férias, 13º salário e FGTS 44. O reclamante sempre gozou férias entre 24 de dezembro e 10 de janeirode cada ano. 44.1. As reclamadas deverão ser condenadas ao pagamento da integraçãoàs férias do salário fixo e variável e férias proporcionais referentes a 11/12avos não pagas quando da rescisão, igualmente, com as integrações emquestão. 45. O reclamante nunca recebeu 13º salário com as repercussões do saláriofixo e gratificações recebidas. Por isso as reclamadas devem sercondenadas. 

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46. Igualmente, o salário e as gratificações pagos “por fora” a pessoas jurídicas do reclamante deverão repercutir e integrar o FGTS e a multarescisória de 40%. (d) Verbas rescisórias devidas 47. O reclamante não recebeu suas verbas rescisórias e saldos salariais,nem teve baixa na CTPS. 48. E por não ter sido formalmente demitido, há que se declarar a demissãodo reclamante, que, portanto, faz jus a receber em função da rescisãoimotivada de seu contrato de trabalho, as seguintes verbas: (i) o aviso prévio, que deve refletir a média remuneratória composta pelosalário fixo mais salário variável; (ii) a multa de 40% do FGTS, que deve considerar o período integraltrabalhado e incidir sobre o FGTS que deveria incidir sobre a remuneração

integral do reclamante; (iii) o 13º salário proporcional (11/12 avos); (iv) as férias proporcionais acrescidas do terço constitucional; (v) a antecipação das 15 parcelas remanescentes de R$ 157.900,00referentes ao salário fixo por ano de trabalho a título de gratificação porano de trabalho aos diretores estatutários; (vi) o saldo de salário de novembro de 2012, com base em sua remuneraçãofixa de R$ 160.000,00 (metade como diretor do 1ª reclamada, e outrametade como diretor das demais reclamadas), e diferença de R$ 102.450,00

da parte variável referente às gratificações. 

(e) O dano moral 49. O Grupo Silvio Santos e, no particular, Senor Abravanel sãoresponsáveis por um dos mais cruéis ataques à honra e à dignidade de umapessoa já visto na história recente do Brasil. 50. Abravanel não só omitiu a verdade, como também permitiu conclusõesabsolutamente falsas sobre o reclamante. 51. Permitiu que as autoridades policiais, que investigam eventual fraudena 1ª reclamada, acreditassem que ele, Abravanel, nada soubesse sobre as

remunerações pagas ao reclamante e outros empregados do BancoPanamericano. 52. Essa omissão foi evidentemente proposital. Se Abravanel explicasseque os valores recebidos pelo reclamante e outros diretores eram, emverdade, salário “por fora”, confessaria o esquema de fraude trabalhista queengendrou, apenas e tão somente para economizar encargos. 53. Ao fazê-lo, contudo, Abravanel permitiu que as autoridades policiais, aimprensa e a sociedade civil brasileira acreditassem que o reclamante edemais diretores subtraíram do grupo valores que, na verdade, eram salário,pago por empresas do grupo, por ordem de Abravanel. 

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54. O reclamante, ainda inspirado por uma grande fidelidade e respeitonutridos em relação a Abravanel, jamais revelou – até hoje – essa verdade. 55. Não se defendeu para não prejudicar o seu patrão, seu modelo dehomem e de empresário. Aquele mesmo homem que é, para grande parte

de brasileiros e de brasileiras, um ídolo incontestável. 56. O reclamante foi submetido, calado, a um injusto linchamento moral,diante da sociedade brasileira, mas, sobretudo, perante a sua família, comofaz prova um sem número de reportagens de jornal, aqui colecionadas, quequestionam o “inexplicável” recebimento de dinheiro por empresas doreclamante. 56.1. Abravanel sabia que não havia nada inexplicável, mas que aexplicação conduziria a um único culpado, que, como se provou e seprovará nesta ação, não é o reclamante. 57. E não é apenas a vergonha ou a tristeza diária a que se submete, ao serapontado nas ruas, ao ouvir o cochicho jocoso e maledicente daqueles queacreditam, por culpa de Silvio, que Palladino é ladrão. O reclamante tevetodos os seus bens, amealhados durante a sua vida profissional,especialmente aqueles adquiridos com o salário que Abravanel lhe pagou,bloqueados por ordem da Justiça Federal, sob a suspeita de que os tenhaadquirido, no todo ou em parte, com dinheiro “roubado” do Panamericano. Isso não é verdade! Abravanel sabe disso! 58. O dano moral continuado a que se submete o reclamante é evidente. Aculpa das reclamadas é inconteste. Essas verdades já se sabem; outras virão à tona. Nenhuma delas leva aPalladino... 59. Por isso, requer-se, digne-se V.Exa. a determinar que a 1ª, o 8º ou a 9ªreclamada esclareçam publicamente, por jornal escrito ou qualquerimprensa eletrônica de grande repercussão nacional, em nítido caráter de

prestação de contas e obrigação de fazer, que o reclamante recebia salário por meio de „pessoas jurídicas‟ por determinação e com o conhecimento deSenor Abravanel. 60. Caso não façam o esclarecimento público, deverão arcar comindenização por danos morais a ser estimada com base e proporção nogravíssimo DANO MORAL suportado pelo reclamante, a diminuí-loprofissionalmente e impedir sua recolocação profissional, à vista do severoe irreparável abalo de sua honra subjetiva e objetiva. 60.1 Requer-se, nessa hipótese, a título de indenização por danos morais, o

valor equivalente a 3 (três) anos de remuneração do reclamante, o que se

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mostra proporcional à gravidade do ato, e vem a atender às finalidadespedagógicas e compensatórias da indenização por danos morais. 

VI Os pedidos 

61 Em face do exposto, e do mais que dos autos consta, requer-se, digne-seV.Exa. julgar integralmente procedente a presente reclamação paracondenar a 1ª reclamada, com solidariedade das demais reclamadas ereclamado, no pagamento das verbas a seguir especificadas, e declarações ecominações a seguir requeridas: i) declarar a nulidade posto que fraudulenta, da demissão pro formaverificada em 2 de julho de 2001, em relação à 1ª reclamada; ii) declarar o vínculo de trabalho e a unicidade do vínculo de emprego coma 1ª reclamada, de 1 de novembro de 1991, até 9 de novembro de 2010,

com determinação de anotação e regularização da CTPS do Reclamante,sendo de rigor a regularização da CTPS do reclamante, com anotação doperíodo sem registro, entre 2 de julho de 2001 e 1 de junho de 2007, a geraros efeitos trabalhistas, fundiários e previdenciários correlatos; ii) declarar, em decorrência da unicidade contratual desde a contratação doReclamante, em 1 de novembro de 1991, a solidariedade de todas asreclamada(componentes de mesmo grupo empresarial), na forma da causade pedir, como um único contrato de trabalho entre o reclamante e a 1ªreclamada, cujo termo final deve ser considerado o dia 9.11.2010, para

 pagamento de todas a integrações dos salários „por fora‟ pagos a pessoas jurídicas do reclamante, para todos os fins trabalhistas, rescisórios,fundiários e previdenciários adiante discriminados; iii) declarar a nulidade dos contratos de prestação de serviços destinados areceber salário “por fora” do reclamante por fraude de „pejotização‟,declarando a natureza salarial dos valores pagos „por fora‟ desde 1.11.1991,por intermédio de pessoas jurídicas do reclamante, no valor daremuneração fixa ultimamente paga de R$ 160.000,00, sendo R$ 80.000,00referente ao salário fixo pago pelo 1º reclamante, e R$ 80.000,00 referenteao salário pago pelas outras reclamadas, conforme notas-fiscais juntadas,ou recibos de pró-labore, que igualmente devem ser declarados nulos, apartir de janeiro de 2008, conforme causa de pedir, e que devem serdeclarados como salário para todos os fins de integração às verbas salariaisadiante discriminadas; iv) declarar a natureza salarial dos valores pagos „por fora‟ por intermédiode pessoas jurídicas do reclamante referentes às gratificações apuradasanualmente conforme Norma Geral do Grupo Silvio Santos, e parceladaspelas reclamadas em até 20 vezes, conforme causa de pedir e notas-fiscais

 juntadas a expressar o valor total recebido pelo reclamante por intermédio

de suas empresas a dissimular relação de emprego; 

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v) à vista da natureza salarial dos pagamentos feitos por meio de notas-fiscais de empresas do reclamante de seu salário fixo e gratificações, bemcomo, dos pagamentos feitos a título de pró-labore a partir de janeiro de2008, de rigor a condenação da 1ª reclamada com solidariedade das demais

reclamadas no pagamento das integrações dessas verbas salariais e suasrepercussões nos consectários salariais, rescisórios, e fundiários, desde 1 denovembro de 1991, a saber: 13º salário, férias, férias terçavadas, fériasproporcionais de 2010 acrescidas do terço constitucional, FGTS, 40% doFGTS, Aviso Prévio. A calcular em liquidação de sentença; vi) condenar as Reclamadas nos pagamentos de todas as verbas salariais efundiárias não pagas no curso do contrato de trabalho, iniciado em2.11.1991 à 9.11.2010, com integrações dos salários fixo e variável a seremdeclarados, especialmente: 13º salário, férias, férias terçavadas, FGTS. A

serem liquidadas em execução de sentença; 

vii) condenação da 1ª reclamada com solidariedade de todos os réus, nopagamento da gratificação equivalente a um salário fixo integral por anotrabalhado, do qual restam pagar 14 parcelas de R$ 157.900,00, aprovadasem julho de 2010, consoante causa de pedir, a totalizar o valor semcorreção monetária de R$2.210.600,00; viii) declarar a rescisão imotivada do contrato de trabalho, com pagamentodas verbas rescisórias salariais e indenizatórias devidas, com integração dosalários fixo e variável „por fora‟, a saber: 13º salário proporcional, avisoprévio com integrações do salário fixo de R$ 160.000,00 e gratificaçõesvariáveis, como já pleiteado retro, saldo de salário de novembro de 2010,salário fixo de outubro de 2010, férias proporcionais e terçavadas, multa de40% do FGTS, na forma da causa de pedir: a serem liquidadas emexecução de sentença, momento em que serão acrescentadas às verbas emquestão a correção monetária do período e os juros moratórios; ix) condenar a 1ª reclamada no pagamento da gratificação ao reclamantepor resultado referente ao exercício de 2010, com incidência da venda deações à CAIXA PAR, conforme causa de pedir, na forma da Norma Geralde pagamento de gratificações, que determina 1,3% sobre a evolução do

patrimônio líquido apurado, na forma da causa de pedir e Norma Geral(Doc.36). A liquidar em execução de sentença;  x) condenar a 1ª reclamada no pagamento do salário simbólico de R$9.678,00, anotado em CTPS, que deixou de ser pago a partir de janeiro de2010, que deve ser pago retroativamente entre janeiro e novembro de 2010,e integrar os cálculos de 13º salário, férias, 1/3 das férias, FGTS, multa de40% do FGTS e aviso prévio. A liquidar em execução de sentença;  xi) condenar a 1ª o 8º e a 9ª reclamada na obrigação de esclarecerempublicamente que a remuneração fixa e variável do reclamante sempre foi

paga a pessoas jurídicas do reclamante por determinação e conhecimentosdelas, sob pena de serem condenadas com responsabilidade solidária das

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demais reclamadas em indenização pelos danos morais experimentadoscorrespondente à 3 anos de remuneração do reclamante. A calcular emliquidação de sentença; 

Finalmente, requer-se, digne-se V. Exa. julgar totalmente procedente apresente ação, determinando-se a citação das Reclamadas para que,querendo contestem a presente ação, sob pena de ser decretada sua revelia econfissão. Protesta-se pela produção de todo o gênero de provas em direito admitido,em especial, testemunhal e depoimento pessoal das partes, e períciacontábil acerca dos recebimentos e pagamentos efetuados pelasReclamadas. Dá-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$ 500.000,00. Termos nos quais, Pede deferimento. São Paulo, 3 de abril de 2012. 

Rudi Alberto Lehmann 

OAB/SP 133.321 Jr. César Marcos KlouriOAB/SP 50.057