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Recife, fevereiro de 2014
PROPOSTA PARA CRIAÇÃO
DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
NO ENGENHO ILHA
Recife, fevereiro de 2014
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Governador: Eduardo Henrique Accioly Campos Vice – Governador: João Soares Lyra Neto
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE – SEMAS AGENCIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE - CPRH
COMITÊ EXECUTIVO PARA CRIAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DAS UCs DE PERNAMBUCO
(Decreto nº 36.627 de 8 de junho de 2011)
Sérgio Luis de Carvalho Xavier Secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS
HélvioPolito Lopes Filho Secretário Executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade – SEMAS
Carlos André Cavalcanti Diretor Presidente da Agência Estadual de Meio Ambiente – CPRH
Paulo Teixeira Diretor de Recursos Florestais e Biodiversidade – CPRH
Samanta Della Bella Gerente da Unidade de Gestão de Unidades de Conservação – CPRH
COMPLEXO INDUSTRIAL PORTUARIO GOVERNADOR ERALDO GUEIROS –SUAPE
Márcio Stefanni Monteiro Secretário de Desenvolvimento Econômico e Presidente de Suape
Caio Cavalcanti Ramos Diretor Vice Presidente Igor de Sordi Batista
Diretor de Engenharia e Meio Ambiente Fabrício Antônio Couto
Coordenador Executivo de Gestão Ambiental Priscila Cristina do Nascimento
Coordenadora Executiva de Preservação Ambiental
EQUIPE TÉCNICA
FUNDAÇÃO APOLÔNIO SALLES
Mario Roberto Bezerra Cavalcanti
Elcida de Lima Araújo
Ana Maria Vila Nova Maia
Glaydson Alves da Silva Santiago
Maria Adélia Oliveira Monteiro da Cruz
Yumma Bernardo Maranhão valle
Edvaldo Câmara dos Santos
André Meireles de Vasconcelos
Ismael Batista Botelho
Elba Maria Nogueira Ferraz Ramos
Severino Mendes de Azevedo Junior
Flor Maria Guedes Las-Casas
Camila Barreto Campello Bione
Geraldo Jorge Barbosa Moura
Marcílio Augusto Duque Pacheco
Abelardo Antônio de Assunção Montenegro
Tânia Maria Barza Ramos dos Santos
Simone Lins Falcão Braga
Jean Noel de Melo Rocha
Mauro Carneiro dos Santos
Andréa Sales Soares de Azevedo Melo
José Roberto Lopes da Silva
1. APRESENTAÇÃO ................................................................................................05
2. CONTEXTO........................................................................................................... 07
3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA PROPOSTA PARA CRIAÇÃO DE UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO ......................................................................................................09
3.1. Localização e Abrangência................................................................. 09
3.2. Aspectos Físicos................................................................................... 10
3.2.1. GEOLOGIA.............................. .............................. .....................10
3.2.2. CLIMA e HIDROLOGIA.............................................................. 11
3.3. Aspectos Biológicos............................................................................ 12
3.3.1. VEGETAÇÃO.............................................................................12
3.3.2. FAUNA TERESTRE ..................................................................14
3.4. Aspectos Socioeconômicos............................................................... 16
3.4.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO............................................... 16
3.4.2. ATRIBUTOS CÊNICOS E ATRATIVOS TURÍSTICOS........... 17
3.4.3. ATRIBUTOS CULTURAIS, HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS
E/OU ARQUEOLÓGICOS .......................................................................................17
4. JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ......18
5. OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO............................................. 19
6. PROPOSIÇÃO DE CATEGORIAS DE MANEJO............................................... 20
7. CONCLUSÃO..................................................................................................... 22
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 23
9. ANEXOS .............................................................................................................24
APÊNDICE............................................................................................................ 37
SSUUMMÁÁRRIIOO
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1. APRESENTAÇÃO
Em decorrência do processo de expansão das atividades para consolidação das
Zonas Industrial e Portuária do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), e
considerando ainda que o cenário proporciona inúmeras oportunidades nos diversos
setores econômicos, fizeram-se necessárias intervenções sobre o meio ambiente.
Todavia a legislação pertinente (Leis Federais Nº 12.651/2012, 11.428/2006, Lei
Estadual Nº 11.206/1995) reza que quando o dano for inevitável, esse deverá ser
mitigado e/ou compensado.
Assim, devido à necessidade de supressão de indivíduos nativos da Mata Atlântica e
de seus ecossistemas associados (mangue e restinga), para a consolidação do
“cluster naval” na zona portuária (supressão licenciada pelo Órgão Ambiental
competente), e considerando o que determina a legislação ambiental, foi celebrado o
Termo de compromisso (TC N° 039/2010) entre a Empresa Suape e a Agência
Estadual de Meio Ambiente (CPRH), publicada a lei Nº14046/2010 (autorização da
supressão de vegetação condicionada a compensação com a preservação ou
recuperação de ecossistema semelhante), estabelecida a Resolução Consema n°
03/2010 de 28 de maio de 2010, e instaurada a Ação Civil Pública n° 0010033-
53.2010.4.05.8300, envolvendo Ministério Público Federal e Ministério Público de
Pernambuco, CPRH, Suape, Estado de Pernambuco e IBAMA.
Tais procedimentos transacionaram a obrigação da criação das Unidades de
Conservação como parte da Compensação Ambiental pela supressão de vegetação
de preservação permanente. Três áreas foram indicadas para o estudo para a
criação de Unidades de Conservação, a primeira na área do Engenho Ilha ao norte
do complexo, a segunda no manguezal do Engenho Tiriri, na região central do
complexo e, a terceira no estuário dos rios Ipojuca/Merepe ao sul do porto de Suape.
A criação das Unidades de Conservação na área supracitada deverá ser
substanciada conforme previsto na Lei Federal nº 9.985/00 do Sistema Nacional de
Unidade de Conservação – SNUC, no Decreto Federal nº 4.340/02, e na Lei
Estadual nº 13.787/09, do Sistema Estadual de Unidades de Conservação.
Deste modo, a FADURPE – Fundação Apolônio Salles foi contratada por SUAPE
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para realizar o Diagnóstico Socioeconômico e Ambiental para subsidiar proposta de
criação de tais Unidades de Conservação. Esses estudos foram analisados pelo
órgão ambiental – CPRH e consolidados na presente proposta de criação da
Unidade de Conservação.
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2. CONTEXTO
A falta de lugares preservados e o aumento da fragmentação de habitats constitui
atualmente uma das principais causas de perda de biodiversidade no planeta. Entre
as principais causas antrópicas desta fragmentação está a extração de madeira,
queimadas, expansão das atividades agropecuárias, substituição de florestas
nativas por espécies exóticas, crescimento urbano desordenado, entre outras. O
resultado disso são as extinções, que atualmente ocorrem centenas de vezes mais
rápidas do que as registradas na história (TERBORGH; VAN SCHAIK, 2002).
Para conter o avanço dessas atividades e seus resultados desastrosos uma das
principais estratégias tem sido a criação de áreas naturais protegidas como as
Unidades de Conservação. Segundo Milano (2001) a conservação in situ é a
estratégia mais eficaz e segura para a manutenção da biodiversidade, e as unidades
de conservação são o pilar central desse processo. Além disso, essas áreas
proporcionam uma série de benefícios à sociedade.
O Brasil aprovou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) em julho
de 2000, através da lei nº 9.985. Essa lei estabeleceu critérios e normas para a
criação, implantação e gestão das unidades de conservação e regulamentou o art.
225,§ 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal.
Pode-se conceituar que unidades de conservação são espaços territoriais, incluindo
seus recursos ambientais, com características naturais importantes, que têm a
função de garantir a representatividade de amostras significativas e ecologicamente
viáveis dos diferentes habitats, populações, e ecossistemas do território nacional e
de suas águas, preservando o patrimônio biológico existente. Estas áreas
asseguram às populações tradicionais o uso sustentável dos recursos naturais de
forma adequada e ainda possibilitam às comunidades do entorno o desenvolvimento
de atividades econômicas sustentáveis.
As Unidades de Conservação estão sujeitas a normas e regramentos especiais. São
legalmente criadas pelos governos federal, estaduais e municipais, após a
realização de estudos técnicos dos espaços propostos e consulta à população.
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A conservação da biodiversidade se constitui uma das diretrizes do governo
estadual. Em junho de 2007, o Plano Estratégico Ambiental de Pernambuco,
endossado pelo Governador Eduardo Campos, definiu seis programas, dentre eles,
o Programa IV – Conservação da Biodiversidade que estabelece como ação
prioritária, a criação do Sistema Estadual de Unidade de Conservação - SEUC. Em
2009, após discussões com a sociedade civil e aprovação no Conselho Estadual de
Meio Ambiente - CONSEMA, ele foi instituído por meio da Lei Estadual nº 13.787.
O Programa de Conservação da Biodiversidade, instituído no artigo 49 do SEUC,
define uma série de metas e atividades voltadas à promoção da proteção in situ dos
biomas e ecossistemas existentes em Pernambuco. Este Programa está estruturado
a partir de oito componentes, destacando-se a “Identificação de Áreas Prioritárias
para Criação de Unidades de Conservação Estaduais” e “Criação de Novas
Unidades de Conservação Estaduais”.
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3. CARACTERIZAÇÃO DAS ÁREAS PROPOSTAS PARA CRIAÇÃO DE
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
3.1. Localização e Abrangência
A área proposta para a criação da Unidade de Conservação do Engenho Ilha está
localizada na extremidade norte do território de SUAPE, na zona estuarina dos Rios
Pirapama e Jaboatão, nos limites do município do Cabo de Santo Agostinho, divisa
com o município de Jaboatão dos Guararapes.
A Unidade proposta limita-se ao sul com a Reserva de Floresta Urbana Mata de
Camaçari, formando assim um complexo de Unidades de Conservação, que possui
potencialidade de incremento sob a ótica do estabelecimento de corredores
ecológicos, haja vista sua proximidade com os Parques Estaduais de Zumbi e Duas
Lagoas, e sua inserção na Zona de Proteção Ecológica (ZEPEC) de SUAPE.
Os limites propostos para referida Unidade estão representados na Figura 1 e sua
área total corresponde a 1.449,39 ha.
Figura 1. Ilustração com a área delimitada para a criação da Unidade de
Conservação. O mapa encontra-se Anexo a esse documento.
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3.2. Aspectos Físicos
3.2.1. GEOLOGIA
Geologicamente, a área do Complexo Portuário de Suape, está caracterizada por
rochas do embasamento cristalino, compostos por granitóides diversos, aflorantes e
por sedimentos meso-cenozóicos da Bacia Sedimentar do Cabo, também
denominada Bacia de Pernambuco.
A área do Engenho Ilha é composta basicamente por sedimentos quaternários,
formados por Depósitos Aluvionares, Terraços Marinhos Pleistocênicos, Sedimentos
de Praia e predominantemente por Sedimentos de Mangue que ocupam extensas
áreas nos rios Pirapama e Jaboatão. Na sua quase totalidade, são constituídos de
depósitos recentes, argilosos, de coloração cinza-escuro a preto.
O estuário é a faixa de transição entre os ambientes terrestre e marinho. É onde a
água salgada do mar se encontra com a água doce do rio. Dessa mistura surge um
solo alagado, salino, rico em nutrientes e em matéria orgânica. Os manguezais são
ecossistemas que portam comunidades vegetais típicas de ambientes alagados,
resistentes à alta salinidade da água e do solo.
Os Solos de restinga ocorrem nas áreas planas e pouco inclinadas, são solos
arenosos, profundos, de baixa fertilidade natural, e muito baixa capacidade de
retenção de nutrientes e água. Encontram-se em pequenos trechos, nas áreas de
estudo do Engenho Ilha.Nas restingas há, quase sempre, impedimento da drenagem
interna dos solos acarretando presença de lençóis freáticos a pouca profundidade ou
mesmo à superfície do solo. Além de certa ocupação humana com edificações,
muitas destas áreas são usadas para retirada de areia para construções no
Engenho Ilha (EMBRAPA/GOVERNO DE PERNAMBUCO, 2001).
Os mangues predominam em quase a totalidade da área estudada. Os materiais que
constituem o fundo dos mangues não são relatados como solo e sim um tipo de
terreno. São considerados indiscriminados sob o ponto de vista de suas
características. Há pouca ocupação humana nestes mangues. Normalmente o
acúmulo de lixo e alguma intervenção humana no entorno podem causar riscos
nestes ecossistemas. Qualquer impedimento no regular avanço e
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recuo da água do mar nestas áreas pode causar sérias alterações nas formas de
vida nelas existentes.
3.2.2. HIDROLOGIA E CLIMA
O clima da região de interesse é tropical quente e úmido, com temperatura média
anual do ar de 26°C e precipitação média anual de 2076 mm, com evaporação de
1558 mm. A região apresenta dois períodos bem distintos: o seco, que se estende
de setembro a fevereiro, e o chuvoso, de março a agosto.
A área do Engenho Ilha é delimitada ao Norte pelo Rio Jaboatão, e ao Sul e a Leste
pelo Rio Pirapama. O Rio Jaboatão nasce no município de Vitória de Santo Antão,
em terras à montante do Engenho Pedreira, e possui um comprimento de 75 km até
a sua foz, com uma área de 426,70 km². É um rio raso com profundidade de 1 a 4
metros. O rio Jaboatão, próximo a sua foz, atravessa as cidades de Moreno e
Jaboatão, as localidades de Ponte dos Carvalhos, Pontezinha e Prazeres,
recebendo, portanto, despejos sanitários e industriais dessas áreas. Ao longo do seu
curso, pode-se identificar áreas de ocupação urbana e industrial, áreas cultivadas
com cana-de-açúcar ou policultura, além de áreas com presença de Mata Atlântica e
manguezal (CPRH, 2006).
A elevada carga poluente despejada no rio Jaboatão vem reduzindo a qualidade da
água e preocupando os diversos usuários, dentre eles: os pescadores, que relatam
que a quantidade e a variedade de peixes vêm diminuindo a cada ano, e que tal
redução está associada à poluição das águas. O lançamento de esgoto e efluentes
industriais promovem rapidamente alterações na cor e no cheiro da água, sendo
esses os parâmetros de qualidade observados pelos pescadores. A coexistência
entre a atividade pesqueira e a poluição existente acarreta riscos relativos à
comercialização e consumo do pescado.
O rio Pirapama tem aproximadamente 80 km de extensão. Ocupa parte dos
municípios de Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Escada,
Ipojuca, Moreno, Vitória de Santo Antão e Pombos, limitando-se ao norte com as
bacias dos rios Jaboatão e Tapacurá (afluente do Capibaribe), a oeste com a bacia
do rio Ipojuca, ao sul com as bacias dos rios Ipojuca e Massangana, e a leste com o
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Oceano Atlântico. Os principais reservatórios existentes na bacia são o Pirapama, o
Gurjaú e o Sicupema. Assim como o Jaboatão, ao longo de seu curso são comuns
áreas de ocupação urbana e industrial, áreas cultivadas com cana-de-açúcar ou
policultura, além de áreas de Mata Atlântica e manguezal (CPRH, 2006). A situação
de poluição das águas do rio Pirapama é semelhante a do rio Jaboatão.
As bacias hidrográficas dos rios Jaboatão e Pirapama caracterizam-se por
compreenderem áreas urbanas e rurais densamente povoadas, com atividades
urbanas, industriais e agrícolas significativas.
A quantidade e qualidade da água são de suma importância para o equilíbrio do
meio ambiente e para o desenvolvimento de uma região. Ações que promovam a
proteção e a conservação dos recursos hídricos são essenciais e determinantes
para o desenvolvimento sustentável.
3.3. Aspectos Biológicos
3.3.1. VEGETAÇÃO
Na área onde deverá ser criada a Unidade de Conservação do Engenho Ilha ocorre
vegetação nativa de manguezal e de restinga. A vegetação do manguezal encontra-
se nos trechos próximos ao encontro das águas dos rios com as águas do mar,
formando o que chamamos de estuário, como pode ser visualizado na Figura 2. A
vegetação da restinga ocorre nos solos mais arenosos, como pode ser visualizada
na Figura 3.
Figura 2. Vista de uma área de
mangue que ocorre no
Engenho Ilha (Coordenadas
0285145/9087634). Data:
03.05.2012. Foto: Elcida L.
Araújo e Elba Ferraz.
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A área do Engenho Ilha apresenta considerável representatividade de bosques de
mangue, mas os mesmos se alternam em função dos diferentes status de
conservação, das relações de dominância entre as espécies características dessa
formação vegetal, que formam bosques ora mistos ora monoespecíficos. Tanto na
vegetação de mangue quanto na de restinga ocorrem plantas cortadas, indicando
que as pessoas da região usam a vegetação. Atualmente, constata-se que boa parte
da vegetação da restinga foi retirada, sendo as áreas transformadas em áreas de
cultura. O corte das plantas e as atividades de cultivo e pastagem fazem com que a
conservação da vegetação nativa seja baixa.
Um total de 216 espécies de plantas (nativas e cultivadas) foi observada na restinga
(ANEXO I) e um total de 17 espécies de plantas foi observada no manguezal
(ANEXO I), mas nenhuma espécie é considerada ameaçada de extinção. A maioria
das espécies apresenta ampla distribuição, e cerca de 56 espécies apresentaram
distribuição restrita, como ocorre, por exemplo, com Tabebuia chrysotricha (ipê) e
com Eriotheca crenulaticalyx (munguba da mata) espécies restritas aos fragmentos
de restinga e que apresentam valor madeireiro. Apenas duas espécies constam
como insuficientemente conhecidas na lista oficial de espécies ameaçadas do
IBAMA (Protium bahianum e Protium heptaphylum).
Várias espécies que ocorrem na vegetação apresentam importância reconhecida,
como por exemplo, Imbiridiba e Lixeira que tem valor madeireiro e
Figura 3. Vista de uma área de
restinga que ocorre no Engenho Ilha
(Coordenadas 0283965/9087526).
Data: 03.05.2012. Foto: Elcida L.
Araújo e Elba Ferraz.
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Mangueira e Mangabeira que tem valor alimentício.
3.3.2. FAUNA TERRESTRE
A fauna de vertebrados terrestres do Engenho Ilha (ANEXO II) é característica de
manguezal e restinga. O manguezal por ser um ecossistema costeiro, de transição
entre o marinho e o terrestre não apresenta riqueza significativa de vertebrados
terrestres, especialmente de mamíferos, répteis e anfíbios. No entanto, o Engenho
Ilha, por ser caracterizado por dois ecossistemas importantes e ameaçados dentro
do Domínio Atlântico, abriga não somente espécies que são comuns a estes
ecossistemas, mas, ao mesmo tempo, que biogeograficamente apresentam
distribuição restrita. Ambos funcionam como sítios de alimentação, e reprodução de
diversas espécies de aves aquáticas, marinhas e migratórias.
No que se refere à avifauna do Engenho Ilha, duas espécies registradas são
consideradas endêmicas do nordeste, segundo o CBRO (2011): o pica-pau-anão-de-
pernambuco Picumnus exilis pernambucensis (Figura 4), e o casaca-de-couro-da-
lama Furnarius figulus. Ainda, vale ressaltar, que o pica-pau-anão-de-pernambuco é
considerada uma espécie endêmica da floresta atlântica nordestina, e restrita ao
Centro Pernambuco de Endemismo, sendo atualmente categorizada como
vulnerável segundo o MMA (2008), devido a alteração e destruição do habitat.
Dentre a herpetofauna encontrada na área do Engenho Ilha, vale destacar a
presença da espécie Caiman latirostris (jacaré-de-papo-amarelo), que está citada no
Apêndice I da CITES (2011), os lagartos Tupinambis merianae, Iguana iguana e a
serpente Boa constrictor que compõem o Apêndice II da CITES (2011).
Dentre os anfíbios registrados no Engenho Ilha merecem destaque quatro espécies
de anfíbios anuros bioindicadores de ambientes conservados: Rhinella crucifer
(Figura 5), Phyllodytes luteolus, Lithobates palmipes e Ischnocnema ramagii, todas
dependentes de ambientes florestais bem conservados, além de espécies
endêmicas da Mata Atlântica e do Brasil. Dentre a anurofauna registrada seis são
endêmicas do Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica: Rhinella crucifer,
Hypsiboas semilineatus, Phyllodytes luteolus, Dendropsophus decipiens, Hypsiboas
atlanticus e Scinax auratus, todavia consideradas de ampla distribuição neste
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Domínio.
Foram registradas também espécies da fauna consideradas cinegéticas, alvo de
caça, tais como o tatu galinha (D. novemcinctus), o quati (N. nasua) (Figura 6) e a
cutia (Dasyprocta). A caça tem influência direta na dinâmica de populações,
interferindo na composição da fauna, e afetando a riqueza e a abundância das
espécies a nível local, principalmente nas espécies de médio e grande porte.
Figura 4. O pica-pau-anão-de-pernambuco Picumnus exilis pernambucensis (Lichtenstein,
1823).
Figura 5. Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821).
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Figura 6. O Quati (Nasua nasua (Linnaeus, 1766).
3.4. Aspectos Socioeconômicos
3.4.1. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
O Engenho Ilha foi uma das aquisições para a formação do território atual do CIPS.
O entorno imediato da área de criação da UC é consolidado em termos de dinâmica
urbana, o que corresponde às áreas de uso residencial, comercial, de serviços,
industrial e recreacional.
A área de estudo possui características de uma organização sócio-espacial rural. Há
vilas, sítios e pequenas propriedades historicamente ali instaladas. Seu entorno é
afetado pela forte ocupação humana com loteamentos residenciais, condomínios de
luxo na orla, ocupações irregulares, indústrias, comércio, aterros, marinas, entre
outros, e os seus manguezais sofrem também com a degradação ambiental pela
poluição doméstica e industrial, exploração de areia, desmatamento e caça as
espécies animais.
O entorno próximo à área de criação da UC, portanto, é consolidado em termos de
dinâmica urbana, onde a forma de ocupação deste território indica um padrão
desordenado. Por consequência, apresenta sérios problemas de ocupação periférica
irregular onde a titularidade de posse dos imóveis é praticamente inexistente. A
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regularização dessas terras vem provocando conflitos fundiários.
Há pesca artesanal, pequenas propriedades que desenvolvem agricultura de
subsistência, o cultivo de fruteiras (manga, jaca, coco, azeitona, etc.) e pastos em
pequena proporção. Todavia, historicamente a promoção dessas atividades
acontece de forma desordenada e por vezes sem regras de ocupação e uso.
O Engenho Ilha, para muitos moradores de baixa renda, significa a subsistência
através da pesca artesanal e coleta de espécies do mangue. Ação humana de baixa
intensidade, mas que necessita de um manejo adequado. Nela não há moradias,
nem edificações para qualquer fim. Parte de seu entorno é marcada pela
predominância de áreas cultivadas com cana-de-açúcar ou policultura e cultivos de
subsistência (macaxeira, batata doce, etc.)
3.4.2. ATRIBUTOS CÊNICOS E ATRATIVOS TURÍSTICOS
A área do Engenho detém atributos naturais com capacidade para desenvolver um
turismo de contemplação, além do turismo de lazer. Como exemplo de atrativo
turístico tem-se o estuário do rio Jaboatão. A área presenta também potencial para
desenvolver o Ecoturismo, com atividades de trilhas. Todavia, para essa modalidade
necessário se faz a utilização da área com devido planejamento de uso sustentável
que considere a capacidade de carga e de suporte do local, com monitoramento e
avaliação permanente para tais fins.
3.4.3. ATRIBUTOS CULTURAIS, HISTÓRICOS ARQUITETÔNICOS E /OU
ARQUEOLÓGICOS
A área do Engenho Ilha está dentro de um contexto histórico-cultural importantíssimo
na formação do Estado de Pernambuco, em particular, e da colonização do Brasil,
de um modo geral. Embora dentro dos perímetros das áreas selecionadas para a UC
não haja nenhum vestígio de construções pretéritas de importância histórica.
Também não há registros de vestígios arqueológicos pré-históricos, embora não
possa ser descartada a possibilidade de haver, no subsolo ainda desconhecido.
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4. JUSTIFICATIVA PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
A importância ecológica do manguezal e da restinga é bem conhecida. O primeiro
por ser um berçário da vida silvestre, funcionando como local de reprodução de
muitas espécies. O segundo, por pertencer ao domínio atlântico constituindo-se em
um ecossistema a mata atlântica, que apesar de abrigar elevada diversidade
biológica, infelizmente, atualmente se apresenta como um dos ecossistemas mais
ameaçados do planeta, muito degradado e fragmentado e que necessita de ações
de restauração e de preservação.
Apesar das alterações que o Engenho Ilha vem sofrendo através das ações
antrópicas, sobretudo em relação a ocupação das áreas de restinga com cultivos, a
área ainda apresenta espécies vegetais e animais características e restritas ao
ambiente de restinga e manguezal, salientando-se o registros de fauna endêmica da
Mata Atlântica, da ave (Pica pau) endêmica da Mata Atlântica do Nordeste e das
espécies de anfíbios indicadoras de ambientes bem conservados.
Assim, a transformação da área do Engenho Ilha em Unidade de Conservação
representa a possibilidade de proteção e recuperação de áreas remanescentes de
dois ecossistemas importantes do Domínio Atlântico.
Ainda, cabe destacar a existência de uma população que utiliza a área para
atividades de subsistência (pesca artesanal, coleta de espécies de mangue),
fazendo-se necessário garantir a perpetuidade de tais atividades através do manejo
adequado e conservação/recuperação dos ecossistemas associados.
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5. OBJETIVOS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO PROPOSTA
A criação de uma Unidade de Conservação na área do Engenho Ilha tem por
objetivos:
Conservar, Proteger e Recuperar uma importante área de Mangue e
Restinga, ecossistemas associados de Mata Atlântica, que representam
áreas de elevada importância ecológica, e fazem parte de um dos
ecossistemas mais ameaçados do planeta;
Proteger remanescentes com área suficiente para manutenção de
unidades ecológicas e populações viáveis de muitas espécies da flora e da
fauna (estabelecimento de corredores ecológicos);
Promover o manejo adequado dos recursos naturais, com a garantia da
qualidade e perpetuidade do recurso;
Desenvolver pesquisas científicas;
Desenvolver atividades de turismo ecológico, visto que a área possui
beleza cênica relevante;
Desenvolver de atividades de Educação ambiental
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6. PROPOSIÇÃO DE CATEGORIAS DE MANEJO
O Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC foi instituído por meio da
Lei Estadual nº 13.787 de 8 de junho de 2009, e dentre seus objetivos, destacam-se:
Contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de
ecossistemas naturais estaduais;
Promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza
no processo de desenvolvimento sustentável estadual;
Proteger, no âmbito estadual, as características relevantes de natureza
geológica, geomorfológica, espeleológica, arqueológica, paleontológica e,
quando couber, histórica e cultural;
Recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
Ampliar a representatividade dos ecossistemas estaduais como unidades de
conservação;
Proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica,
estudos e monitoramento ambiental;
Favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a
recreação em contato com a natureza e o ecoturismo;
Priorizar os ecossistemas que se encontrem mais ameaçados de alteração,
degradação ou extinção.
As unidades de conservação – UCs integrantes do Sistema Estadual de Unidades
de Conservação – SEUC dividem-se em dois grupos, com características e
categorias específicas:
Unidade de Proteção Integral – Com o objetivo básico de preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais.
Unidade de Uso Sustentável – Com o objetivo básico de compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela
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de seus recursos naturais.
As categorias de manejo das Unidades de Conservação do grupo de Proteção
Integral são: Reserva Biológica (REBIO), Estação Ecológica (ESEC), Parque
Estadual (PE), Monumento Natural (MONA), e Refúgio de Vida Silvestre (RVS).
As categorias de manejo das Unidades de Conservação do grupo de Uso
Sustentável são: Área de Proteção Ambiental (APA), Área de Relevante Interesse
Ecológico (ARIE), Reserva de Fauna, Floresta Estadual (FLOE), Reserva Extrativista
(RESEX), Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Reserva de Floresta
Urbana (FURB), e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Os objetivos e
as características básicas de cada categoria de manejo estão apresentados no
Apêndice.
Tendo em vista a área do Engenho Ilha tratar-se de um estuário onde foi
diagnosticada a existência de população local que utiliza esta área para a cata e a
pesca, entende-se que a categoria da presente Unidade de Conservação deva ser
de USO SUSTENTÁVEL a fim de garantir o USO DIRETO dos recursos naturais. O
uso direto é definido como aquele no qual a obtenção de serviços e benefícios da
natureza pelo homem se dá com apropriação e/ou consumo dos recursos naturais, e
não é permitido nas Unidades de Conservação de proteção integral.
Dentre as categorias de Uso Sustentável, a que se mostrou mais adequada à
presente proposta foi a ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico. A ARIE é
uma área em geral de pequena extensão, com pouco ou nenhuma ocupação
humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares
raros da biota regional; tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de
importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a
compatibilizá-lo com os objetivos de conservação da natureza.
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7. CONCLUSÃO
Tendo em vista a expansão das atividades para a consolidação das Zonas Industrial
e Portuária do Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), que além de
contribuir para o desenvolvimento do estado de Pernambuco trata-se de um
processo de modificação da paisagem, sendo parte desse processo a alteração e os
danos ambientais, faz-se necessário garantir, paralelamente, a conservação e
proteção dos recursos naturais.
Nesse contexto a criação da ARIE do Engenho Ilha irá contribuir efetivamente para a
perpetuação dos ecossistemas de mangue e restinga existentes dentro do Distrito de
SUAPE, além de garantir o manejo adequado dos seus recursos naturais. O
desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental
permitirão um incremento do conhecimento da sociedade sobre a importância destes
ecossistemas.
Página 23
8. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CPRH (Companhia Pernambucana de Recursos Hídricos). Relatório Final de Diagnóstico
dos Recursos Hídricos (RDRH) da Bacia GL-2. Governo do Estado de Pernambuco.
2001.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. EMBRAPA. Centro Nacional de
Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, 2001.
TERBORGH, J.; SCHAIK, V.Tornando os parques eficientes: Estratégias para a
conservação da natureza nos trópicos. Curitiba: UFPR; Fundação o Boticário,
2002.
MILANO, M. S.. Unidades de Conservação – Técnicas, Lei e Ética para a
Conservação da Biodiversidade. In: BENJAMIN, A. H. (Coord.). Direito ambiental
das áreas protegidas: o regime jurídico das unidades de conservação. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2001.
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9. ANEXOS
ANEXO I. Tabela com a lista de espécies vegetais registradas no Engenho Ilha.
FAMÍLIA/ESPÉCIE HÁBITO NOME
POPULAR USOS RE MA STATUS
AMARYLLIDACEAE
Hippeastrum aulicum Herb. Erva Apícola X DR Hippeastrum stylosum Herb. Erva Apícola X DR
ANACARDIACEAE
Anacardium occidentale L Árvore Cajueiro Alimentício X X AD Mangifera indica L. Árvore Mangueira Alimentício X C Schinus terebinthifolius Raddi Árvore Aroeira da Praia Medicinal X AD Spondias mombin L. Árvore Cajá Alimentício X C Tapirira guianensis Aubl. Árvore Cupiúva Madeireiro X AD
ANNONACEAE
Annona crassiflora Mart. Árvore Madeireiro X AD Annona glabra L. Arvoreta Araticum Alimentício X X AD Xylopia frutescens Aubl. Árvore Embira vermelha Medicinal X AD
APOCYNACEAE
Hancornia speciosa Gomes Arvoreta Mangaba Alimentício X AD Himathanthus phagedaenicus (Mart.) Woodson
Árvore Leiteiro, Banana
de Papagaio Apícola X AD
Mandevilla scabra (Hoeff. ex Roem. & Schult.) K. Schum
Arbusto Ornamental X AD
ARACEAE
Anthurium affine Schott Erva Ornamental X AD Philodendron imbe Schott Erva Ornamental X AD
ARALIACEAE
Schefflera morototoni (Aubl.) Maguire Árvore Sambaguim Madeireiro X AD
ARECACEAE
Acrocomia intumescens Drude Árvore Macaíba Alimentício X AD Bactris humilis (Wallace) Burret Arbusto Maraial Ornamental X AD Coccus nucifera L. Árvore Coqueiro Alimentício X C Elais guineensis Jacq. Árvore Dendê Alimentício X AD
ASCLEPIADACEAE
Ditassa crassifolia Decme. Erva Apícola X AD Matelea maritima (Vell.) Font. Trepadeira X AD
ASTERACEAE
Acanthospermum hispidum DC. Erva Forrageiro X AD Conizia bonariensis (L.) cronquist Erva Apícola X AD Elephanthopus histiflorus DC. Erva Forrageiro X DR Emilia sonchifolia (L.) DC. Erva Forrageiro X AD Mikania obovata DC. Erva Apícola X DR Wedelia trilobata (L.) Hitchc. Erva Apícola X DR
AVICENNIACEAE
Avicennia schaueriana Staf. e Leech. Árvore Mangue preto,
Siriúba Madeireiro X AD
BIGNONIACEAE
Lundia cordata (Vell.) A. DC. Erva X AD Tabebuia chrysotricha (Mart. ex. DC.) Standl.
Árvore Ipê Madeireiro X DR
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BLECHNACEAE
Blecnum serrulatum Rich. Erva Apícola X X AD
BOMBACACEAE
Eriotheca crenulaticalyx A.Robyns Árvore Munguba da mata Madeireiro X DR
BORAGINACEAE
Cordia multispicata Cham. Arbusto Madeireiro X AD Heliotropium angiospermum Murray Erva X AD Cordia superba Cham. Arvoreta Madeireiro X DR Tournefortia candidula (Miers) I.M. Johnst.
Arbusto Madeireiro X DR
BROMELIACEAE
Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb. Erva Ornamental X AD Aechmea tomentosa Mez Erva Ornamental X DR Bromelia karatas L. Erva Ornamental X DR Hohenbergia ridleyi (Baker) Mez Erva Ornamental X AD Portea leptantha Harms Erva Ornamental X AD
BURSERACEAE
Protium bahianum Daly Árvore X I
Protium heptaphylum (Aubl.) Marchal Árvore Amescla-de-
resina Medicinal X I
CAESALPINIACEAE
Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. Árvore Madeireiro X AD Chamaecrista apoucouita (Aubl.) H.S.Irwin & Barneby
Árvore Madeireiro X DR
Chamaecrista flexuosa (L.) Greene Erva Forrageiro X DR Chamaecrista ramosa (Vogel) H.S. Irwing & Barneby
Subarbusto Forrageiro X DR
Chamaecrista repens (Vogel) H.S. Irwing & Barneby
Erva
Apícola X AD
Senna alata (L.) Roxb. Arbusto Forrageiro X AD Senna macranthera (DC. ex Collad) H.S. Irwn & Barneby
Arbusto Forrageira X AD
CAPPARACEAE
Cleome spinosa Jacq. Arbusto Mussambê Medicinal X AD
CECROPIACEAE
Cecropia pachystachya Trec. Árvore Imbaúba Apícola X AD
CELASTRACEAE
Maytenus distichophylla Mart. ex Reiss.
Árvore Madereiro X AD
CHRYSOBALANACEAE
Chrysobalanus icaco L. Árvore Madeireiro X DR
Couepia impressa Prance Árvore Oiti
Alimentício X DR
Couepia rufa Ducke Árvore Oiti Alimentíciol X DR Hirtela racemosa Lam. Árvore Madeireiro X DR Licania rigida Benth. Árvore Madeireiro X DR Licania tomentosa (Benth.) Fritsch Árvore Oiti da praia Madereiro X AD
CLUSIACEAE
Clusia nemorosa G. Mey Árvore Madeireiro X AD Symphonia globulifera L.f. Árvore Bulandi Madeireiro X DR Vismia guianensis (Aubl.) Choisy Arvoreta Lacre Madeireiro X AD
COMBRETACEAE
Buchenavia capitata (Vahl) Eichler Árvore Imbiridiba Madeireiro X AD Conocarpus erectus L. Árvore Mangue de botão X X AD Laguncularia racemosa Gaetn. Árvore Mangue branco X AD
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Terminalia catapa L. Árvore Castanhola Alimentício X X C
COMMELINACEAE
Commelina obliqua Vahl Erva Apícola X AD
CONVOLVULACEAE
Ipomoea pes-caprae (L.) Sweet Erva Apícola X AD Ipomoea sp. Erva _ X AD
COSTACEAE
Costus spirales Jack Erva Forrageiro X DR
CYPERACEAE
Abildgaardia scirpoides Nees Erva Forrageiro X DR Bulbostylis capilaris (L.) C.B. Clarke Erva Forrageiro X AD Cyperus diffusus Vahl. Erva Forrageiro X AD Cyperus ferax Rich. Erva Forrageiro X AD Cyperus laxus Lam. Erva Forrageiro X AD Cyperus ligularis L. Erva Forrageiro X X AD Cyperus surinamensis Rottb. Erva Forrageiro X DR Eleocharis geniculata (L) Roem. & J.Schull.
Erva Forrageiro X AD
Fimbristylis cymosa R. Brown Erva Forrageiro X AD Fuirena umbellata Rottb. Erva Forrageiro X DR Pycreus polystachyos (Rottb.) P. Beauv.
Erva Forrageiro X AD
Rhynchospora riparia (Nees) Boeck Erva Forrageiro X AD
Scleria bracteata Cav. Erva Tiririca, capim
navalha Forrageiro X X AD
DILLENIACEAE
Curatella americana L. Árvore Lixeira Madeireiro X AD Davilla flexuosa A.St.-Hill. Liana X AD Tetracera breyniana Schltdl. Liana X AD
DIOSCOREACEAE
Dioscorea leptostachya Gardner Erva Apícola X AD
ERIOCAULACEAE
Eriocaulon palustre Salzm. ex Steud. Erva Apícola X DR Paepalanthus bifidus (Schrader) Kunth
Erva Forrageiro X DR
ERYTHROXYLACEAE
Erythroxylum passerinum Mart. Arbusto Madeireiro X AD Erythroxylum vacciniifolium Mart. Arbusto Madeireiro X DR
EUPHORBIACEAE
Chaetoccarpus myrsinites Baill. Árvore Madeireiro X DR Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small Erva Medicianal X AD Cnidoscolus urens (L.) Arthur Subarbusto X X AD Dalechampia scandes L. Erva X AD Pera glabrata (Schott) Poepp. Ex Baill.
Árvore
Madeireira X AD
FABACEAE
Andira fraxinifolia Benth Árvore Angelim rosa Madeireiro X DR Andira nitida Mart. ex Benth. Árvore Madeireiro X AD Dalbergia hecastophyllum (L.) Taub. Arvoreta X X DR Centrosema brasilianum (L.) Benth Erva Forrageiro X AD Clitoria racemosa Benth Árvore Sombreiro Madeireiro X C Desmodium barbatum L. Benth Erva Forrageiro X X AD Macroptilium gracile (Poepp. ex Benth.) Urb.
Subarbusto X AD
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw Subarbusto Forrageiro X AD Stylosanthes viscosa (L.) Sw Subarbusto Forrageiro X AD
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Zornia diphylla (L.) Ters Erva Forrageiro X AD
FLACOURTIACEAE
Casearia javitensis Humb. Bonpl. & Kunth
Árvore Cafezinho do
mato Madeireiro X AD
Casearia sylvestris Sw. Árvore Cafezinho do
mato Madeireiro X AD
GENTIANACEAE
Schultesia guianensis (Aubl.) Malme Erva Forrageiro X DR
HELICONIACEAE
Heliconia angustifolia Hook. Erva Ornamental X DR Heliconia psittacorum L. Erva Paquevira Ornamental X AD
HYDROPHYLACEAE
Hydrolea spinosa L. Erva Apícola X DR
HUMIRIACEAE
Humiria balsamifera Aubl. Árvore Umirí Madeireiro X DR Sacoglotis matogrossensis Malme Árvore Madeireiro X AD
IRIDACEAE
Iris pseudacorus L. Erva Apícola X DR Neomarica caerulea (Ker Gawl.) Sprague
Erva Apícola X DR
LAMIACEAEA
Hyptis fruticosa Salzm. Ex Benth Erva Apícola X DR Hyptis suaveolens (L.) Poit. Erva Medicinal X AD Ocimum gratissimum L. Erva Apícola X DR
LAURACEAE
Ocotea glomerata (Nees) Mez Árvore Louro-cagão Madeireiro X AD
LECYTHIDACEAE
Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Árvore Imbiriba Madeireiro X AD
LENTIBULARIACEAE
Utricularia pusilla Vahl. Erva Apícola X DR
LORANTHACEAE
Psittacanthus dichrous (Mart.) Mart. Hemiparasita Erva de
passarinho X X AD
LYTHRACEAE
Cuphea flava Spreng. Erva Apícola X DR
MALPIGHIACEAE
Byrsonima gardneriana A. Juss. Árvore Murici Madeireiro X AD Byrsonima riparia W.R. Anderson Árvore Madeireiro X DR
Byrsonima sericea DC. Árvore Murici-da-mata Madeireiro, Alimentício
X AD
Stigmaphyllon paralias A. Juss. Trepadeira X AD
MALVACEAE
Pavonia cancellata (L.) Cav. Arbusto Ornamental X AD Sida ciliaris L. Erva Apícola X AD
MARANTHACEAE
Stromanthe tonckat Aubl. Erva Ornamental X AD
MARCGRAVIACEAE
Norantea brasiliensis Choisy Arbusto Madeireiro X DR
MELASTOMATACEAE
Clidemia hirta (L.) D. Don Arvoreta Madeireiro X AD Miconia albicans (Sw.) Triana Arvoreta Carrasco branco Madeireiro X AD Miconia amoena Triana Arbusto Madeireiro X AD
MIMOSACEAE
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Abarema cochliocarpos (Gomes) Barneby & J. W. Grimes
Árvore Madeireiro X AD
Abarema filamentosa (Benth.) Pittier Arvoreta Madeireiro X DR Inga bahiensis Benth. Árvore Ingá Alimentício X DR Inga capitata Desv. Árvore Ingá tripa Alimentício X AD Inga flagelliformis Mart. Árvore Inga Alimentício X AD Mimosa caesalpinifolia Benth. Árvore Sabiá Madeireiro X X AD Mimosa sommians H. & B. ex Willd. Subarbusto X DR
MORACEAE
Artocarpus integrifolia L. Árvore Jaqueira Alimentício X C Ficus guianensis Desv. Ex Ham. Árvore X AD
MYRTACEAE
Calyptranthes dardanoi Mart. Arbusto Madeireiro X AD Campomanesia dichotoma (O. Berg.) Mattos
Árvore Guabiroba Alimentício X AD
Eugenia hirta O. Berg. Árvore Madeireiro X AD Eugenia uniflora L. Árvore Madeireiro X AD Marlierea schottii (O.Berg) D. Legrand Arbusto Madeireiro X DR Myrcia hirtiflora DC. Arbusto Madeireiro X AD Myrcia sylvatica (G.Meyer) DC. Árvore Madeireiro X AD Myrciaria floribunda (H. West ex Willd.) Berg.
Árvore Madeireiro X AD
Psidium araca Raddi Árvore Araçá Alimentício X AD Psidium guineensis Sw. Arbusto Araçá Alimentício X AD Syzygium jambolanum (Lam.) DC. Árvore Azeitona Alimentício X C Syzygium malaccense (L.) Merr. & LM Perry
Árvore Jambo Alimentício X C
NYCTAGINACEAE
Boerhavia coccinea Mill. Erva Medicinal X AD Guapira pernanbucensis (Casar.) Lundell
Árvore Madeireiro X DR
OCHNACEAE
Ouratea crassa Tiegh Árvore Madeireiro X DR Ouratea cuspidata (A.St.-Hil.) Engl. Árvore Madeireiro X AD Ouratea fieldingiana (Gardner) Engl. Árvore Madeireiro X AD
OLACACEAE
Schoepfia brasiliensis A.DC. Árvore Madeireiro X AD
ONAGRACEAE
Ludwigia suffruticosa Valter Erva Apícola X AD
ORCHIDACEAE
Catasetum macrocarpum Rich. ex Kunth
Erva Ornamental X AD
Epidendrrum schomburgkii Lindl. Erva Ornamental X AD Habenaria petalodes Lindl. Erva Ornamental X AD Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. Erva Ornamental X AD Vanilla chamissonis Klotzch. Epífita Ornamental X AD
POACEAE
Andropogon selloanus (Hack.) Hack. Erva Forrageiro X AD Aristida longifolia Trinx Erva Forrageiro X AD Eleusine indica (L.) Gaertn. Erva Forrageiro X AD Eragrostis ciliaris (Retz.) Koeler Erva Forrageiro X AD Eragrostis rufescens Schrad. ex Schult.
Erva Forrageiro X AD
Gymnopogon foliosus (Wild) Ness Erva Forrageiro X DR Panicum pilosum Sw. Erva Forrageiro X DR Pappophorum mucronulatum Ness Erva Forrageiro X AD Paspalum arundinaceum Poir Erva Forrageiro X AD
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Paspalum maritimum Trin Erva Forrageiro X AD Saccharum officinalis L. Erva Cana-de-açucar Alimentício X C Setaria vulpiseta (Lam.) Roem. & Schult
Erva Forrageira X DR
Urochloa decumbens (Stapf) R.D. Webster
Erva Forrageiro X AD
POLYGONACEAE
Coccoloba scandes Casar Árvore Madeireiro X AD
POLYGALACEAEA
Polygala violacea Aubl. Erva Apícola X AD
POLYPODIACEAE
Acrostichum aureum L. Erva Samambaia do
mangue Ornamental X X AD
Polypodium decumanum Willd. Erva Apícola X X AD
RHIZOPHORACEAE
Rhizophora mangle L. Árvore Mangue vermelho Madeireiro X AD
RUBIACEAE
Borreria scabiosoides Cham. & Schltdl.
Erva Forrageira X AD
Borreria virgata (R. & S.) Schum Erva Forrageiro X AD Genipa americana L. Árvore Jenipapo Alimentício X AD Guettarda platypoda DC. Arbusto Madeireiro X AD Richardia grandiflora (Cham. et Schltdl.) Steud
Erva Apícola X AD
Salzmania nitida DC. Arbusto Madeireiro X AD Staelia virgata (Link ex Roem. & Schult) K. Schum
Erva Apícola X AD
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum
Árvore Madeireiro X AD
RUTACEAE
Esenbeckia grandiflora Mart. Árvore Madeireiro X DR Pilocarpus pausiflorus A.St.- Hil. Árvore Madeireiro X DR
SAPINDACEAE
Cupania racemosa Radlk. Árvore Madeireiro X AD Paullinia trigonia Vell. Erva Apícola X AD Serjania salzmaniana Schltr. Erva Apícola X AD Talisia esculenta Raldk. Árvore Pitomba Alimentícia X AD
SAPOTACEAE
Achras sapota L. Árvore Sapoti Alimentício X C Manilkara salzmannii (A.DC.) Lam. Árvore Maçaranduba Madeireiro X AD
SCROPHULARIACEA
Scoparia dulcis L. Erva Apícola X AD Stemodia foliosa Benth. Erva Apícola X AD
SIMAROUBACEAE
Simaba cuneata A. St.-Hil & Tul. Árvore Madeireiro X DR
SOLANACEAE
Cyphomandra fragrans (Hook.) Sendtn.
Arbusto X DR
Schwenckia americana L. Arbusto Apícola X AD Solanum paludosum Moric. Arbusto Apícola X AD Solanum paniculatum L. Arbusto Jurubeba Apícola AD
STERCULIACEAE
Walteria indica L. Arbusto Apícola X AD Walteria viscosissima A. St. Hil. Subarbusto Apícola X AD
THYPHACEAE
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Thypha domigensis Pers. Arbusto Taboa Aquática X AD
TILIACEAE
Luehea paniculata Mart. Arvoreta Madeireiro X AD
TURNERACEAE
Turnera ulmiflora L. Erva Apícola X AD
ULMACEAE
Trema micrantha (L.) Blume Arbusto Apícola X AD
VERBENACEAE
Lantana camara L. Arbusto Chumbinho Apícola X AD Starchytarpheta cayennensis (Rich.) Vahl.
Suarbusto Apícola X AD
VOCHYSIACEAE
Qualea cryptantha (Spreng.) Warm. Árvore Madeireiro X DR
XYRIDACEAE
Xyris jupicai Rich. Erva Apícola X DR
RE= vegetação de restinga; MA = vegetação de mangue; DR = Distribuição restrita; AD = Ampla distribuição; C = Cultivada; I = Insuficientemente conhecida.
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ANEXO II. Tabela com a lista das espécies de fauna registradas no Engenho
Ilha.
AVIFAUNA
GRUPO TAXONÔMICO NOME COMUM STATUS MMA IUCN UH ST
ANSERIFORMES Linnaeus, 1758 ANATIDAE Leach, 1820 DENDROCYGNINAE Reichenbach, 1850 Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) irerê R - BP IND B
PELECANIFORMES Sharpe, 1891 ARDEIDAE Leach, 1820 Butorides striata (Linnaeus, 1758) socozinho R - BP IND B
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira R - BP IND B
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande R - NA IND B
CATHARTIFORMES Seebohm, 1890 CATHARTIDAE Lafresnaye, 1839
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-
vermelha R -
BP IND B
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-
preta R -
BP IND B
ACCIPITRIFORMES Bonaparte, 1831 ACCIPITRIDAE Vigors, 1824 Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo R - NA IND B
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó R - BP IND B
Buteo nitidus (Latham, 1790) gavião-pedrês R - BP SMD M
FALCONIFORMES Bonaparte, 1831 FALCONIDAE Leach, 1820 Caracara plancus (Miller, 1777) (Figura
152) caracará R -
BP IND B
CHARADRIIFORMES Huxley, 1867 CHARADRII Huxley, 1867 CHARADRIIDAE Leach, 1820 Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero R - BP IND B
JACANIDAE Chenu & Des Murs, 1854 Jacana jacana (Linnaeus, 1766) jaçanã R - BP IND B
COLUMBIFORMES Latham, 1790 COLUMBIDAE Leach, 1820 Columbina minuta (Linnaeus, 1766) rolinha-de-asa-canela R - BP IND B
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou R - BP IND B
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira R - BP DEP M
PSITTACIFORMES Wagler, 1830 PSITTACIDAE Rafinesque, 1815 Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei R - BP IND M
Aratinga cactorum (Kuhl, 1820) periquito-da-caatinga R/E - BP SMD M
CUCULIFORMES Wagler, 1830 CUCULIDAE Leach, 1820
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CUCULINAE Leach, 1820 Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato R - BP SMD B
CROTOPHAGINAE Swainson, 1837 Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto R - BP IND B
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco R - BP IND B
APODIFORMES Peters, 1940 TROCHILIDAE Vigors, 1825 TROCHILINAE Vigors, 1825
Amazilia leucogaster (Gmelin, 1788) beija-flor-de-barriga-
branca R -
BP DEP B
CORACIIFORMES Forbes, 1844 ALCEDINIDAE Rafinesque, 1815
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-
grande R -
BP IND B
GALBULIFORMES Fürbringer, 1888 GALBULIDAE Vigors, 1825
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-
ruiva R -
BP SMD B
BUCCONIDAE Horsfield, 1821 Nystalus maculatus (Gmelin, 1788) rapazinho-dos-velhos R - BP SMD M
PICIFORMES Meyer & Wolf, 1810 PICIDAE Leach, 1820 Picumnus exilis pernambucensis(Zimmer,
1947) pica-pau-anão-de-
pintas-amarelas R/E AM BP DEP M
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão R - BP SMD B
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-
barrado R -
BP SMD B
PASSERIFORMES Linné, 1758 TYRANNI Wetmore & Miller, 1926 THAMNOPHILIDA Patterson, 1987 THAMNOPHILIDAE Swainson, 1824 THAMNPOPHILINAE Swainson, 1824 Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo R - BP SMD B
FURNARIOIDEA Gray, 1840 DENDROCOLAPTIDAE Gray, 1840 SITTASOMINAE Ridgway, 1911 DENDROCOLAPTINAE Gray, 1840
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-
branco R -
BP SMD B
FURNARIIDAE Gray, 1840 FURNARIINAE Gray, 1840 Furnarius figulus (Lichtenstein, 1823)
(Figura 155) casaca-de-couro-da-
lama R/E -
BP IND B
Furnarius leucopus Swainson, 1838 casaca-de-couro-
amarelo R -
BP SMD B SINALLAXINAE De Selys-Longchamps, 1839 (1936)
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) curutié R - BP IND M
TYRANNIDA Wetmore & Miller, 1926 TYRANNOIDEA Vigors, 1825 INSERTAE SEDIS
Página 33
RYNCHOCYCLIDAE Berlepsch, 1907 RYNCHOCYCLINAE Berlepsch, 1907 Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo R - BP DEP B
TODIROSTRINAE Tello, Moyle, Marchese & Cracraft, 2009
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio R - BP SMD B
TYRANNIDAE Vigors, 1825 ELAENIINAE Cabanis & Heine, 1856 Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha R - BP IND B
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela R
- BP SMD B
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande R - BP DEP B
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro R - BP IND B
TYRANNINAE Vigors, 1825 Myiarchus tuberculifer (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837) maria-cavaleira-
pequena R -
BP DEP B
Myiarchus tyrannulus (Statius Muller, 1776) maria-cavaleira-de-
rabo-enferrujado R -
BP SMD B
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi R - BP IND B
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) neinei R - BP SMD B
Myiozetetes similis (Spix, 1825) bentevizinho-de-
penacho-vermelho R -
BP SMD B
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 suriri R - BP IND B
FLUVICOLINAE Swainson, 1832 Myiophobus fasciatus (Statius Muller, 1776) filipe R - BP IND B
Arundinicola leucocephala (Linnaeus, 1764) freirinha R - BP IND M
PASSERI Linné, 1758 CORVIDA Wagler 1830 VIREONIDAE Swainson, 1837 Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari R - BP SMD B
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara R - BP DEP B
PASSERIDA Linné, 1758 HIRUNDINIDAE Rafinesque, 1815 Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora R - BP IND B
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo R - BP IND B
Progne chalybea (Gmelin, 1789) andorinha-doméstica-
grande R -
BP IND B
TROGLODYTIDAE Swainson, 1831 Troglodytes musculus Naumann, 1823 corruira R - BP IND B
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô R - BP DEP B
POLIOPTILIDAE Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-
chapéu-preto R -
BP SMD M
TURDIDAE Rafinesque, 1815 Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco R - BP SMD B
MIMIDAE Bonaparte, 1853 Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo R - BP IND B
COEREBIDAE d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) cambacica R - BP SMD B
Página 34
THRAUPIDAE Cabanis, 1847 Nemosia pileata (Boddaert, 1783) saíra-de-chapéu-preto R - BP DEP B
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento R - BP SMD B
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro R - BP SMD B
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela R - BP IND M
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha R - BP DEP B
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul R - BP SMD B
Conirostrum bicolor (Vieillot, 1809) figuinha-do-mangue R - BP SMD B
ICTERIDAE Vigors, 1825 Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) inhapim R - BP SMD M
Icterus jamacaii (Gmelin, 1788) corrupião R/E - BP SMD B
LEGENDA: R – Residente, E – endêmico do Brasil, VN – visitante sazonal oriundo do hemisfério norte, AM –
ameaçada, BP – baixa preocupação, NA – não avaliado, UH – uso do habitat, IND – independente, SMD – semi-dependente, DEP – dependente, ST – sensitividade aos distúrbios antrópicos, A – alta, M – média, B – baixa.
HERPETOFAUNA
TÁXON NOME
POPULAR
CATEGORIA DE AMEAÇA
HT/HB
MÉTODO DE COLE
TA
IBAMA 2008
IUCN CITES
ORDEM SQUAMATA – LAGARTOS
FAMÍLIA IGUANIDAE
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) Camaleão, iguana - - - Ar/AA BA, ETV
FAMÍLIA TEIIDAE
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Calango-verde - - - Te/AA BA
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839)
Teju, Teiú - - II Te/AT, AA, F
BA
FAMÍLIA TROPIDURIDAE
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) Lagartixa - - - Te/AA BA, ETV
ORDEM SQUAMATA – AMPHISBAENIDEOS
Amphisbaena alba (Linnaeus, 1758)
Cobra-de-duas-
cabeças - - -
Fo/AA, F
ETV
ORDEM SQUAMATA - SERPENTES
FAMILIA BOIDAE
Boa constrictor Linnaeus, 1758 Jiboia - - - Se/AA,
F ETV
FAMILIA ELAPIDAE
Micrurus sp. Coral-
verdadeira - - - Fo/F ETV
FAMILIA VIPERIDAE
Bothrops sp. Jararaca - - - Se/AT, AA, F
ETV
Caudisona durissa (Linnaeus, 1758) Cascavel - - - Te/AA ETV
Lachesis muta (Linnaeus, 1766) Surucucu,
Pico-de-jaca - - - - ETV
ORDEM CROCODYLIA
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HERPETOFAUNA
TÁXON NOME
POPULAR
CATEGORIA DE AMEAÇA
HT/HB
MÉTODO DE COLE
TA
IBAMA 2008
IUCN CITES
FAMILIA ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris (Daudin, 1802) Jacaré-de-
papo-amarelo
- LC I Aq/AA ETV
ORDEM ANURA
FAMÍLIA BUFONIDAE
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)
Sapo-cururu - - - Te/AT BA, ETV
Rhinella granulosa (Spix, 1824) (Figura 137)
Sapo-cururu - - - Te/AT BA
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Sapo-cururu - - - Te/AT BA, ETV
FAMÍLIA HYLIDAE
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)
Perereca-pequena
- LC - Ar/AA, AT
BA, BC
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925)
Perereca - - - Ar/AA, F BA
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824)
Perereca-de-moldura
- LC - Ar/AA, F BA, BC
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) (Figura 140)
Perereca - - - Ar/AA BA, BC
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)
Perereca-verde
- LC - Ar/AA/AT
BA, BC
Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996)
Pererequinha-verde
- LC - Ar/F BA
Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824)
Perereca - LC - Ar/AA, AT
BA, BC
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821)
Perereca - - - Ar BA
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Perereca - LC - Ar/F BA, BC
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824)
Perereca - LC - Ar/AA, AT, F
BA, BC
Phyllodytes luteolus (Wied-Neuwied, 1824)
Perereca - - - Ar/F BC
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006
Perereca-de-
folhagem
- LC - Ar/AT, AA, F
BA, BC
Scinax auratus (Wied-Neuwied,1821)
Perereca - - - Ar/AA BA, BC
Scinax eurydice (Bokermann, 1968) Perereca - - - Ar BA
Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937)
Perereca - - - Ar BA
Scinax nebulosus (Spix, 1824) Perereca - - - Ar/AT,
AA BA
Scinax x-signatus (Spix, 1824) Perereca de
banheiro - LC - Ar/AT BA, BC
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
Pseudopaludicola facilpes (Hensel, 1867)
Rãzinha - - - Te/AA, AT
BA, BC
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 Rã-chorona, Rã-cachorro
- - - Te/AA, AT
BA
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HERPETOFAUNA
TÁXON NOME
POPULAR
CATEGORIA DE AMEAÇA
HT/HB
MÉTODO DE COLE
TA
IBAMA 2008
IUCN CITES
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
Rã - LC - Te/AA, AT
BA
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815)
Rã-manteiga,
jia
- LC - Te/AA, AT
BA
Leptodactylus natalensis Lutz 1930 Caçote - - - Te/AA,
AT BA
Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 1926
Rã - - - Te/AA, F BA
Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930 Rã-pimenta - LC - Te/AA/A
T BA
FAMÍLIA RANIDAE
Lithobates palmipes (Spix, 1824) Rã - - - Te/AA,
AT BA, ETV
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
Ischnocnema ramagii (Boulenger, 1888)
Rã-de-folhiço
- - - Sa/F BA
LEGENDA: Critérios de ameaça: criticamente em perigo (CR); dados deficientes (DD); em perigo (EN); presumidamente em perigo (PA); vulnerável (VU); pouco preocupante (LC). Hábito (HT): Terrestre (Te), Arborícola (Ar), Semi-arborícola (Sa), Semi-fossorial (Sf); Habitat (HB): áreas modificadas por ação antrópica (AT), áreas abertas naturais (AA), áreas florestadas (F); Método: Busca Ativa (BA), Entrevista (ETV).
MASTOFAUNA
TÁXON NOME
POPULAR
CATEGORIA DE AMEAÇA
MODO DE OBSERVAÇÃO
IBAMA IUCN CITES
CARNIVORA CANIDAE Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Raposa - LC II E PROCYONIDAE Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati - LC - E Procyon cancrivorus (G.[Baron] Cuvier, 1798) (Figura 167)
Guaxinim - LC - E, P
DIDELPHIMORPHIA DIDELPHIDAE Didelphis albiventris (Lund, 1840) Timbú - LC - Ca, E PRIMATES CEBIDAE Callithrix jacchus (Linnaeus, 1758) (Figura 170) Sagui - LC - E, Vi RODENTIA DASYPROCTIDAE Dasyprocta sp. Cutia - - - E CINGULATA DASYPODIDAE Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu
galinha - LC - E
LEGENDA: Ca (captura); E (entrevista); Vi (visualização); P (pegada); Ve (Vestígio); VU (vulnerável); LC (least concern – Pouco preocupante); V (vulnerable - Vulnerável); CITES: I (listas de espécies que são as mais ameaçadas da CITES); II (espécies que não estão necessariamente ameaçadas de extinção, mas que pode se tornar se o comércio não for controlado).
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APÊNDICE – Categorias de Manejo de Unidades de Conservação, de acordo com o Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SEUC (Lei 13787/2009).
GRUPO DE USO SUSTENTÁVEL
CATEGORIAS OBJETIVO POSSE/ AQUISIÇÃO PROIBIÇÕES/ PERMISSÕES
Área de Proteção Ambiental - APA
Área, em geral, extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem estar
das populações humanas; tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica e os recursos hídricos, disciplinar o processo de
ocupação do solo, preservar paisagens notáveis e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.
Constituída por terras públicas, privadas, ou
ainda públicas e privadas.
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de
Proteção Ambiental. As condições para a realização de visitação pública
nas áreas sobre domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.
Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as condições para visitação pública, respeitando-se as definições do Plano de
Manejo.
Área de Relevante Interesse
Ecológico - ARIE
Área em geral de pequena extensão, com pouco ou nenhuma ocupação humana, com características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota regional; tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo com os objetivos de
conservação da natureza.
Área de Relevante Interesse Ecológico é constituída por terras públicas, privadas, ou
ainda públicas e privadas.
Respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade privada localizada em uma Área de
Relevante Interesse Ecológico.
Floresta Estadual - FLOE
Área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas, destinada à produção
econômica sustentada de madeira e outros produtos vegetais, que tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e
a pesquisa científica, com ênfase em métodos para a exploração sustentável de florestas nativas.
A Floresta Estadual é de posse e domínio
públicos, sendo que as áreas particulares incluídas em seus
limites serão desapropriadas na
forma da lei vigente.
Na Floresta Estadual é admitida a permanência de populações tradicionais que a habitam quando de sua
criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da unidade.
A visitação pública é permitida condicionada às normas estabelecidas para o manejo da unidade pelo órgão
gestor.
Página 38
Reserva Estadual de Fauna – REF
Área natural com populações animais de espécies nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos técnico-
científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
Posse e domínio públicos, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus
limites serão desapropriadas na
forma da lei vigente.
A visitação pública é permitida desde que compatível com o manejo da unidade pelo órgão gestor.
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável – RDS
Área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de utilização dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel
fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
objetivo básico proteger a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios
necessários para a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e utilização dos
recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do
ambiente, desenvolvido por estas populações
Domínio público, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário,
desapropriadas na forma da lei vigente.
As atividades desenvolvidas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável obedecerão às
seguintes condições: I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os interesses locais e de acordo
com o disposto no Plano de Manejo da área; II - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico
entre o tamanho da população e a conservação; III - é admitida a utilização de componentes dos
ecossistemas naturais em regime de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por
espécies cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento, às limitações legais e ao Plano de Manejo
da área.
Página 39
Reserva de Floresta Urbana
– FURB
Área remanescente de ecossistemas com predominância de espécies nativas, localizada no
perímetro urbano, constituída por áreas de domínio público ou privado, que, apesar das pressões
existentes em seu entorno, ainda detêm atributos ambientais significativos.
Objetivo prestar serviços ambientais às cidades tais como: proteção de nascentes e disponibilidade de
água, amenização do clima, manutenção e proteção do solo contra erosão, controle de
enchentes, redução da poluição atmosférica, influenciando direta ou indiretamente a qualidade
de vida urbana.
Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria
entre o órgão gestor e o proprietário da terra
Poderão ser desenvolvidas atividades de educação ambiental, recreação e lazer para a inserção das
comunidades no processo de conservação da natureza.
§ 3º No processo de gestão da Reserva de Floresta Urbana deverá ser priorizado o envolvimento da
comunidade local, incorporando na gestão da unidade a valorização dos serviços ambientais prestados,
estabelecendo, assim, uma interação entre a floresta e a comunidade a partir das utilidades e necessidades de
cada uma delas.
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Reservas Extrativistas –
RESEX
Área utilizada por populações extrativistas tradicionais, cuja subsistência baseia-se no
extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de
pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas
populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
De domínio público, com uso concedido às
populações extrativistas tradicionais conforme o
disposto no art. 28 desta Lei e em
regulamentação específica, sendo que as áreas particulares
incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas, de acordo com o que
dispõe a lei.
Gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão
Responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações
da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.
A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses locais e de acordo com o disposto
no Plano de Manejo da área. A pesquisa científica é permitida e incentivada,
sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade, às
condições e restrições por este estabelecidas e às normas previstas em regulamento.
São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou profissional.
A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases sustentáveis e em situações
especiais e complementares às demais atividades desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano de Manejo da
unidade.
Reserva Particular do Patrimônio
Natural – RPPN.
Área privada sobre a qual o proprietário institui, de modo perpétuo, o gravame de conservar a
diversidade biológica e os recursos naturais nela existentes.
O gravame de que trata este artigo constará de termo de compromisso
assinado perante o órgão ambiental, que verificará a existência de interesse público, e
será averbado à margem da inscrição no
Registro Público de Imóveis.
Será permitida na Reserva Particular do Patrimônio Natural a visitação com objetivos turísticos,
recreativos e educacionais, cabendo ao proprietário estabelecer as condições para que as atividades sejam desenvolvidas, observadas as exigências
legais.
Os órgãos integrantes do SEUC, sempre que possível e oportuno, prestarão orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio
Natural para a elaboração do Plano Manejo.
Página 41
GRUPO DE PROTEÇÃO ENTEGRAL
CATEGORIAS OBJETIVO POSSE/ AQUISIÇÃO PROIBIÇÕES/ PERMISSÕES
Reserva Biológica –
REBIO
Preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites,
sem interferência humana direta ou modificações ambientais, excetuando-se as
medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo
necessárias para recuperar e preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os
processos ecológicos naturais.
Posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o que dispõe a
lei.
É proibida a visitação pública, exceto aquela com objetivo educacional, de acordo com regulamento
específico.
Estação Ecológica –
ESEC
Tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.
Posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o disposto em
lei.
É proibida a visitação pública, exceto quando com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o
Plano de Manejo da unidade ou regulamento específico.
Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações do ecossistema no caso de:
medidas que visem à restauração de ecossistema modificado;
manejo de espécie com o fim de preservar a diversidade biológica;
coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
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Parque Estadual - PE
Tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando o
desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, da recreação em contato com a natureza e de ecoturismo.
Posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas, de acordo com o disposto em
lei.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor e àquelas
previstas em regulamento.
As unidades desta categoria, quando criadas pelo Município, serão denominadas, Parque Natural
Municipal – PNM.
Monumento Natural - MN;
Tem como objetivo básico preservar sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza
cênica.
Pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os
objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos
proprietários.
Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o
proprietário da terra.
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às
condições propostas pelo órgão gestor da unidade para a coexistência do Monumento Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o
disposto em lei.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor, e àquelas previstas em regulamento.
Página 43
Refúgio de Vida Silvestre - RVS
Tem com objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de
espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória.
Pode ser constituído por áreas particulares desde que seja possível compatibilizar os
objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos
proprietários.
Para viabilizar a gestão da unidade poderá ser estabelecida parceria entre o órgão gestor e o
proprietário da terra.
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário às
condições propostas pelo órgão gestor da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada na forma da lei
vigente.
A visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão gestor, e àquelas previstas em regulamento.