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. 1 FABRÍCIA MICHELLINE QUEIROZ DE HOLANDA PADILHA ROTULAGEM E PROPAGANDA COMERCIAL DE FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA Recife 2011

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FABRÍCIA MICHELLINE QUEIROZ DE HOLANDA PADILHA

ROTULAGEM E PROPAGANDA COMERCIAL DE FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA

INFÂNCIA

Recife 2011

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FABRÍCIA MICHELLINE QUEIROZ DE HOLANDA PADILHA

ROTULAGEM E PROPAGANDA COMERCIAL DE FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA

INFÂNCIA

Orientador (a): Profª. Drª. Nonete Barbosa Guerra

Recife 2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Nutrição do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do grau de Mestre em Nutrição.

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Padilha, Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda Rotulagem e propaganda comercial de fórmulas infantis para lactentes e crianças de primeira infância / Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda Padilha . – Recife: O Autor, 2011.

85 folhas: il., fig .; 30 cm. Orientador: Nonete Barbosa Guerra Dissertação (mestrado) – Universidade Federal

de Pernambuco. CCS. Nutrição, 2011.

Inclui bibliografia e apêndices.

1. Aleitamento materno. 2. Lactentes. 3. Rotulagem de alimentos. 4. Alimentação complementar. I. Guerra, Nonete Barbosa. II.Título.

UFPE 649.33 CDD (20.ed.) CCS2011-051

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Aos meus pais, que sempre me deram forças e lutaram pela minha vitória incondicionalmente e ao meu marido, pelo seu amor e super companheiro que é em todos os momentos, nunca esquecendo de me incentivar na minha árdua caminhada.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, por sempre me iluminar dando saúde e paz para que eu consiga dar continuidade aos meus compromissos, sociais, acadêmicos e familiares aqui na terra. À professora Nonete, por ter me recebido de braços abertos e acreditado na minha capacidade, além das excelentes contribuições para conclusão deste trabalho. Ao grupo das reuniões de iniciação científica em nutrição e enfermagem da UFPE, especialmente Profª. Mônica Osório, Márcia e Cleide Pontes, que sempre me auxiliaram, tirando dúvidas e dando ótimas opiniões e sugestões para minha pesquisa. À graduanda em enfermagem e bolsista do CNPq, Laís Harumi, que tanto me auxiliou na coleta de dados do grupo focal, sempre passando sua calma e paciência para tentar me acalmar. À minha amiga Verita, também companheira de turma do mestrado, que tanto escutou meus desabafos, obrigada pelo apoio e paciência. Às minhas companheiras Paraibanas da turma do mestrado: Gabi, Ester e Ilsa, pela convivência e ajuda nos momentos oportunos. A todos os meus amigos Alagoanos e Pernambucanos que contribuíram direta e indiretamente para que mais uma importante etapa da minha vida seja concluída. Aos meus familiares, por sempre me apoiar e reconfortar com palavras de incentivo. Aos meus pais, pelo amor e carinho, pois mesmo não morando na mesma cidade, sempre participam da minha rotina via “Embratel” e me passam toda força que preciso pra dar continuidade aos meus desafios. Ao meu maridão lindo, que tanto ma apóia, escuta meus desabafos, me aconselha e caminha ao meu lado para que eu nunca desista e desanime.

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“É preciso lutar para se ter conquistas, mas antes é preciso ter sonhos para estimular a luta.”

Douglas Bento.

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RESUMO

As conseqüências do desmame precoce para o lactente já estão bem

consolidadas na literatura, tendo sido relatadas as propagandas de fórmulas infantis como um dos principais fatores que influenciam as mães no ato de aleitar seus filhos, assim a Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância (NBCAL) surgiu com o intuito de promover e proteger o aleitamento materno no Brasil, tendo, portanto este estudo o objetivo de avaliar o cumprimento da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância (NBCAL) no que diz respeito à rotulagem e propaganda comercial de fórmulas infantis e compreender os aspectos considerados pelas mães nas compras de alimentos infantis. Foi realizado um estudo quantitativo do tipo descritivo transversal associado a um estudo qualitativo do tipo exploratório. Foram visitados 126 estabelecimentos na cidade de Recife-PE no período de junho a setembro de 2010 para avaliar conformidade de propaganda comercial e rótulos de acordo com a NBCAL e analisou-se qualitativamente, através da técnica do grupo focal, a fala de 6 mães sobre sua intenção de compra durante a aquisição de alimentos para seus filhos. Nos resultados todos os rótulos analisados encontravam-se dentro do preconizado pela legislação vigente, com exceção de um produto do grupo dos alimentos à base de cereais para crianças de primeira infância que apresentou seu rótulo fora da conformidade segundo a NBCAL. Dos estabelecimentos visitados os supermercados foram os que apresentaram maior percentual (53,3%) de não conformidade em relação à propaganda comercial dos produtos infantis avaliados e o grupo dos alimentos de transição à base de cereais para crianças de primeira infância foi o que apresentou maior índice (7,9%) de infração às regras de propaganda comercial segundo a norma. Na análise qualitativa, muitas mães relataram valorizar as informações contidas nos rótulos e embalagens dos alimentos que estão levando pra casa para alimentar seus filhos e afirmaram que a propaganda do produto exerce certo tipo de influência na decisão de compra desses alimentos infantis. Diante do exposto foi possível verificar que o descumprimento da norma em relação à propaganda comercial e rotulagem dos produtos para lactentes e crianças de primeira infância ainda são vistos com frequencia no cenário comercial. Fato preocupante visto que, esses foram um dos principais pontos levantados pelas mães como fatores que as influenciam no momento da aquisição de alimento para seus filhos. Palavras-chave: Aleitamento materno, lactentes, rotulagem de alimentos, alimentação complementar.

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ABSTRACT

The consequences of early weaning for infants are already well established in the literature, having been reported advertisements of infant formula as one of the main factors influencing mothers in the act of breastfeeding their children, so the Brazilian Code of Marketing of Foods for Infants and Young Child (BNCIF) came up with the aim of promoting and protecting breastfeeding in Brazil, and thus this study to evaluate the performance of the Brazilian Code of Marketing of Foods for Infants and Young Child (BNCIF) regarding the labeling and advertising of commercial infant formula and understand the aspects considered by mothers in purchases of baby food. We conducted a quantitative study is a descriptive cross-sectional to an exploratory qualitative study. 126 establishments were visited in the city of Recife-PE in the period from June to September 2010 to assess compliance in commercial advertisements and labels according to BNCIF and analyzed qualitatively through focus group technique, the speech of mothers of 6 its intention to purchase during the acquisition of food for their children. All labels on the results analyzed were within the recommended by law, except for a group of food products from cereals to children in early childhood, which presented its second label out of compliance BNCIF. Establishments inspected supermarkets showed the highest percentage (53.3%) of non-compliance in relation to commercial advertising of infant products assessed and the group of transition foods from cereals to children in early childhood showed the highest (7.9%) in violation of the rules according to standard commercial advertising. In qualitative analysis, many mothers reported value the information on the labels and food packages that are taking home to feed their children and said that advertising the product has some sort of influence in purchasing decisions of infant foods. In this light it was possible to verify that a breach of the rule in relation to commercial advertising and labeling of products for infants and toddlers are seen quite often in the commercial scene. Worryingly, given that these were one of the main points raised by mothers as factors that influence them when buying food for their children. Key words: Breastfeeding, infant, food labeling, supplementary feeding.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Divisão Político Administrativa da Cidade de Recife………………………34

11

LISTA DE TABELAS

Artigo original

Tabela 1. Adequação da rotulagem dos produtos infantis destinados à lactentes e crianças

de primeira infância – Recife, 2010........................................................................................

59

Tabela 2. Adequação das propagandas em estabelecimentos que comercializam produtos

infantis destinados a lactentes e crianças de primeira infância – Recife, 2010.......................

59

Tabela 3. Adequação de itens avaliados no check list da promoção comercial em

estabelecimentos que comercializam produtos infantis destinados a lactentes e crianças de

primeira infância – Recife, 2010.............................................................................................

59

Tabela 4. Dados de Identificação dos Sujeitos do Estudo...................................................... 60

12

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

OMS – Organização Mundial de Saúde NBCAL – Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância UNICEF – Fundo das Nações Unidas para Infância ONU – Organização das Nações Unidas NCAL – Norma Brasileira de Alimentos para Lactentes CNS – Conselho Nacional de Saúde OPA – Organização Panamericana de Saúde IBFAM – Rede Internacional em Defesa do Direito da Amamentação RDC – Resolução da Diretoria Colegiada ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitárias RPA – Região Político Administrativa IMIP – Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira

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Sumário

1. Apresentação.......................................................................................................... 15 1.1 Objetivos........................................................................................................... 17 2. Revisão de Literatura............................................................................................ 19 2.1 Importância do Aleitamento Materno.............................................................. 19 2.2 Variáveis do Desmame Precoce........................................................................ 20 2.3 Histórico da NBCAL........................................................................................ 22 2.4 Conteúdo da NBCAL........................................................................................ 24 3. Referencial Teórico............................................................................................... 28 4. Métodos.................................................................................................................. 32 4.1 Desenho experimental....................................................................................... 32 4.2 Pesquisa Quantitativa........................................................................................ 32 4.2.1 Local do estudo........................................................................................ 32 4.2.2 Processo Amostral................................................................................... 32 4.2.3 Coleta das Informações............................................................................ 35 4.2.3.1 Avaliação da Conformidade da Rotulagem dos Produtos Abrangidos pela NBCAL............................................................................................

35

4.2.3.2 Avaliação da Conformidade da Propagada Comercial dos Produtos Abrangidos pela NBCAL.............................................................................

35

4.2.4 Análise e Processamento dos Dados Quantitativos................................. 36 4.3 Pesquisa Qualitativa.......................................................................................... 36 4.3.1 Abordagem Qualitativa............................................................................ 36 4.3.2 Local do Estudo....................................................................................... 37 4.3.3 População do Estudo................................................................................ 39 4.3.4 Critérios de Elegibilidade......................................................................... 39 4.3.5 Seleção, Desenvolvimento e Análise do Grupo Focal............................. 39 5. Resultados e Discussão – Artigo Original........................................................... 41 5.1 Introdução......................................................................................................... 45 5.2 Métodos............................................................................................................. 46 5.2.1 Avaliação da Conformidade da Rotulagem dos Produtos Abrangidos pela NBCAL...............................................................................................................

47

5.2.2 Avaliação da Conformidade da Propaganda Comercial dos Produtos Abrangidos pela NBCAL...........................................................................................

47

5.2.3 Aspectos Considerados pelas Mães na Compra de Alimentos para seus Filhos..........................................................................................................................

48

5.3 Resultados......................................................................................................... 50 5.3.1 Rotulagem e Propaganda Comercial de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância.....................................................................................

50

5.3.2 Percepção das Mães na Intenção de Compra de Alimentos para seus Filhos...........................................................................................................................

50

5.4 Discussão.......................................................................................................... 52 5.5 Referências........................................................................................................ 55 6. Referências............................................................................................................. 61

14

Apêndices.................................................................................................................... 69 Apêndice A............................................................................................................. 70 Apêndice B............................................................................................................. 72 Apêndice C............................................................................................................. 73 Apêndice D............................................................................................................. 74 Apêndice E............................................................................................................. 75

15

Apresentação

______________________________________________________________________________________________________________________________

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1. APRESENTAÇÃO

O leite materno é a primeira alimentação humana e fonte de nutrientes para as

funções biológicas, sendo considerado o melhor alimento para crianças por ter papel

muito importante na proteção imunológica contra doenças infecciosas, na adequação

nutricional e no desenvolvimento afetivo e psicológico, sendo portanto, um alimento

capaz de atender de forma completa, todas as peculiaridades fisiológicas do

metabolismo dos lactentes e ainda proporcionando a transferência de carinho e afeto

através do contato físico entre mãe e filho durante a amamentação, que deve ser

valorizado tanto quanto os nutrientes do leite. (HARFOUCHE, 1970; BONATI &

CAMPI, 2000; ARANTES, 1995).

Atualmente, não há mais dúvidas de que a amamentação é a melhor forma de

alimentar e interagir com o lactente, sendo recomendada pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) nos primeiros seis meses de forma exclusiva, e complementada até os

dois anos ou mais, constituindo assim uma das prioridades do governo brasileiro pela

sua eficácia na redução da mortalidade no primeiro ano de vida. (WHO, 2004; BRASIL,

2003).

Com a industrialização e a incorporação da mão de obra feminina no mercado de

trabalho, ocorreu uma considerável diversificação de produtos alimentícios para

lactentes e crianças de primeira infância, fato que contribuiu, fortemente, para reduzir as

taxas de aleitamento materno no mundo com conseqüente aumento da morbimortalidade

infantil nos países ricos e pobres, atribuída às doenças infecciosas e ao contato com

proteínas estranhas. (VICTORA, et. al, 1987; WEHBA, 1991; KUMMER, et. al. 2000).

A substituição da amamentação por produtos industrializados tem sido

acompanhada, ao longo do tempo, por um “marketing” convincente, com o objetivo de

demonstrar a adequação desta substituição. (REA & TOMAS, 2000)

Com vistas a proteger os consumidores das estratégias de propaganda e

“marketing” da indústria de alimentos foi elaborada a Norma Brasileira de

Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância

(NBCAL), baseada no Código de Comercialização de Substitutos do Leite Materno,

proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1981. Sua primeira versão,

publicada 1988, foi revisada para o aprimoramento de suas diretrizes em 1992 e,

posteriormente, em 2001 e 2002, tornando-se, Lei Nacional em 04 de janeiro de 2006

(BRASIL, 2006).

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Considerando a importância da prática do aleitamento materno para a saúde das

crianças, as conseqüências que o desmame precoce podem trazer nesta fase e a direta

relação da NBCAL no que diz respeito ao apoio e proteção da amamentação, torna-se

oportuno avaliar a observância desta norma quanto: a conformidade dos rótulos dos

alimentos destinados a lactentes e crianças de primeira infância; da propaganda destes

produtos nos estabelecimentos que os comercializam; bem como a compreensão da

intenção de compras das mães em relação aos alimentos infantis.

Em vista a relevância do aleitamento materno durante a infância e a proposta de

contribuição da NBCAL para promover essa prática, foram levantadas a seguintes

hipóteses: a norma de rotulagem e comercialização de produtos destinados a lactentes e

crianças de primeira infância não está sendo plenamente cumprida, e as mães são

influenciadas pela propaganda, na hora da compra de alimento para seu filho.

Baseado nas hipóteses levantadas anteriormente, pretende-se então através da

atual pesquisa responder as perguntas condutoras:

- A Lei Nacional que regula a rotulagem e comercialização de produtos

destinados a lactentes e crianças de primeira infância, está sendo cumprida?

- A propaganda exerce influência na intenção de compra das mães?

18

1.1 OBJETIVOS

- Avaliar o cumprimento da rotulagem e propaganda comercial de fórmulas infantis em

relação à Norma Brasileira de Comercialização de Alimento para Lactentes e Crianças

de Primeira Infância.

- Compreender os aspectos considerados nas compras de alimentos infantis na

perspectiva das mães.

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Referencial Teórico ______________________________________________________________________________________________________________________________

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Importância do Aleitamento Materno:

Organizações internacionais corroboram a recomendação de que a amamentação

exclusiva deve ser praticada do nascimento até os seis meses de vida da criança e na

literatura os conhecimentos sobre os benefícios do aleitamento materno encontram-se

bem estabelecidos (WHO, 2001).

A composição do leite humano contém células vivas, hormônios, enzimas ativas,

imunoglobulinas e componentes com estruturas moleculares, é um alimento de fácil

digestão e apresenta nutrientes essenciais ao recém nascido e em proporções adequadas

(AGOSTONI & HASCHKE, 2003). Além disso, pode trazer benefícios à mãe, como a

redução do sangramento transvaginal pós-parto e a prevenção de doenças diversas

(CAMPOS et.al, 2008).

A ausência de amamentação ou sua interrupção precoce e a introdução de outros

alimentos à dieta da criança durante esse período, são freqüentes e podem trazer

conseqüências importantes para a saúde do bebê, como digestão e assimilação de alguns

nutrientes em quantidades diminuídas, menor ganho ponderal, aumento do risco de

diarréia, infecções respiratórias e alergias. (CHANDRA, 1979; FEACHEM &

KOBLINSKY, 1984; WHO, 1997).

Em relação à mortalidade infantil, o efeito protetor do aleitamento materno é

bem conhecido. Victora et al. (1987) verificaram, nas cidades de Pelotas e Porto Alegre,

que o risco de morte por diarréia e infecções respiratórias em crianças com idade

inferior a um ano, foi maior nas que nunca receberam leite materno do que naquelas

amamentadas exclusivamente ao seio.

Estudos provenientes de três continentes, mostraram uma mortalidade por

doenças infecciosas seis vezes maior em crianças menores de 2 meses não

amamentadas, quando comparadas com crianças alimentadas ao seio. (WHO, 2000).

Além da proteção contra as doenças, o leite materno propicia uma nutrição de

alta qualidade para o bebê, promovendo o seu crescimento e desenvolvimento

adequado. A correlação entre duração do aleitamento materno e melhor

desenvolvimento foi demonstrada em uma meta-análise, realizada no período de 1966 a

junho de 1996, onde baseada em 11 estudos que avaliou três critérios diferentes para

efeitos comparativos entre o aleitamento materno e o uso de fórmula infantil no

21

desenvolvimento de crianças, revelou que crianças amamentadas apresentaram escores

de desenvolvimento cognitivo significativamente superior aos das crianças alimentadas

com fórmulas. (ANDERSON; JOHNSTONE; REMLEY, 1999).

Apesar do aumento das taxas de amamentação na maioria dos países nas últimas

décadas, inclusive no Brasil, a tendência ao desmame precoce ainda persiste e o número

de crianças amamentadas, exclusivamente nos seis primeiros meses de vida, segundo as

recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é pequeno.

(GIUGLIANI, 2000).

2.2 Variáveis do desmame precoce:

O desmame precoce é considerado segundo a Organização Mundial de Saúde

como a interrupção do aleitamento materno nos primeiros seis meses de vida da criança.

(WHO, 1991).

No Brasil, a última pesquisa sobre a situação do aleitamento materno em nível

nacional encontrou uma mediana de duração da amamentação de sete meses e de

amamentação exclusiva de apenas um mês. Apesar de a grande maioria das mulheres

(96%) iniciar a amamentação, apenas 11% amamentam exclusivamente no período de 4

a 6 meses, 41% mantêm a lactação até o final do primeiro ano de vida e 14% até os 2

anos. (PNDS, 1996).

Organizações internacionais corroboram com a recomendação de que a

amamentação exclusiva deve ser praticada do nascimento aos seis meses de vida da

criança. Porém, nota-se que tal prática apresenta-se influenciada por diversos fatores

que acabam determinando o pouco tempo de duração do aleitamento materno. (WHO,

2001).

Muitos são os fatores que afetam o modo como as mulheres alimentam seus

filhos e o tempo durante o qual os amamentam. Dentre eles podemos citar: o meio em

que vivem as mulheres, a situação econômica de suas famílias, o acesso das mesmas à

educação e à inserção no mercado de trabalho, a propaganda das fórmulas infantis e a

atuação dos serviços de saúde. (MONTEIRO, et. al, 1988).

Até o final da era pré-industrial, a alimentação do lactente era realizada

exclusivamente com leite materno e na impossibilidade de a criança ser amamentada

pela própria mãe, isso, geralmente, era feito pela ama ou avó (WEHBA, 1991). Ao

longo dos séculos XIX e XX, a amamentação de crianças por amas-de-leite declinou e o

consumo de leites artificiais cresceu consideravelmente, em especial por filhos de

mulheres que trabalhavam fora do domicílio. (CAMPOS, et. al., 2008).

22

O primeiro registro encontrado da substituição do leite humano na alimentação

infantil é de 1784, quando um médico inglês indicou como alternativa alimentar o leite

de vaca. (REA, 1990).

Em 1838, na Alemanha, valorizou-se o leite de vaca quando se descobriu que

este era mais rico em proteína do que o leite humano, em 1856, descobriu-se o método

de produzir leite condensado, o qual poderia ser conservado por mais tempo de forma

estéril. Já em 1872, verificaram que o leite condensado não auxiliava no

desenvolvimento das crianças devido ao seu baixo teor de gordura. Em 1883,

desenvolveu-se a evaporação do leite de cabra e o estudo mais aprofundado do leite

humano. Havendo no final do século XIX um destaque das empresas americanas

produtoras dos substitutos do leite materno. (REA, 1990)

A partir do século XX e principalmente após a Segunda Guerra Mundial, forte

tendência ao desmame precoce foi observada, principalmente nos países não

desenvolvidos, devido ao rápido crescimento econômico e tecnológico, associada às

estratégias de promoção comercial das companhias produtoras de fórmulas lácteas, fato

que corroborou com a inserção da mulher no mercado de trabalho. (GOLDENBERG,

1989)

Amorim (2008), em um estudo baseado na análise do discurso sobre o

aleitamento no Brasil, no período de 1960 a 1988, através de reportagens veiculadas em

revistas femininas, de grande circulação no país, constatou que estas matérias

demonstravam um sentimento de praticidade e maior conforto na adoção do aleitamento

artificial, por permitir que ao mesmo tempo em que a mulher conquistava seu espaço,

tivesse também um maior controle sobre a alimentação do filho:

“Cada vez se torna menor o número de bebês alimentados ao seio. Será

mais fácil dar mamadeira? Talvez. A mãe não fica presa ao bebê o dia inteiro e sabe

exatamente o quanto ele mamou de cada vez.”

Nesse mesmo estudo, algumas reportagens traziam recomendações de pediatras

em relação às marcas de leite que poderiam ser utilizadas exaltando, ao mesmo tempo, o

uso de fórmulas infantis com ilustrações de embalagens de leites industrializados e

outros alimentos destinados ao desmame:

“Se você não pode amamentar, não se assuste: há uma infinidade de

produtos que fazem o neném ficar gordinho em pouco tempo.”

23

Segundo Rea & Toma (2000), a presença da propaganda de alimentos artificiais

(fórmulas infantis modificadas, leite integral, farinhas e cereais infantis) que podem ser

usados como substitutos do leite materno, tem sido como uma das principais causas de

desmame precoce, especialmente nas regiões industrializadas.

A busca de novos mercados dos produtos substitutos do leite materno passou a

mostrar através de promoções comerciais convincentes, que o uso de fórmulas infantis

ao invés do leite materno se daria de forma adequada e não traria nenhum prejuízo ao

bebê. (REA & TOMA, 2000).

Outro meio indireto de chegar às mães é pelos pontos de venda do produto: em

primeiro lugar pelo contato com o comerciante, dando-lhe descontos, percentagem

sobre lucros ou créditos especiais para aquelas marcas específicas que a firma quer

promover, ou mesmo enviando seus representantes de vendas para a arrumação dos

espaços nas prateleiras.

Segundo Post e Smith (1988) a marca que mais vende no mercado tende a

ocupar maior volume de presença na prateleira. Esta "presença visual", como é chamada

pelos que trabalham com o assunto, serve como uma forma de propaganda do produto.

Em segundo lugar, através de rótulos atraentes, ou de "posters" ou gravuras colocados

junto às latas, além de diversas formas de ofertas vinculadas como camisetas, prêmios

ou mesmo descontos pela compra de um número maior de latas. (REA, 2000)

O processo de conscientização do papel dos chamados substitutos do leite

materno no desmame precoce iniciou-se na década de 70 e 80. Este processo levou a

Organização Mundial da Saúde a recomendar, junto com o UNICEF, um Código

Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno, em 1981 (OMS,

1981). Sendo este, portanto o ponto de partida pra o surgimento das normas de

comercialização dos substitutos do leite materno.

2.3 Histórico da NBCAL

Na década de 1960, Jelliffe criou o termo desnutrição “comerciogênica”, para

explicitar a influência exercida pela propaganda sobre os hábitos maternos no que

concerne à alimentação da criança, principalmente, nos países em desenvolvimento,

colocando em discussão os aspectos éticos da promoção comercial de fórmulas infantis.

(JELLIFFE, 1971).

Por volta de 1972, a Organização das Nações Unidas - ONU, discutiu pela

primeira vez a relação entre a prática comercial de alimentos infantis, com o declínio do

aleitamento materno. (SOKOL, 1999)

24

Posteriormente (1979), em Genebra, foi realizada a reunião conjunta da OMS e

UNICEF- que contou com a participação de 150 agências governamentais e não-

governamentais, sobre alimentação do lactente e de crianças pequenas, desta reunião

partiu a recomendação para a elaboração de normas, fundamentadas em princípios

éticos que deveriam nortear o marketing de substitutos do leite materno. (SOKOL,

1999)

Após embate de interesses com a indústria, o Brasil e outros 150 países,

aprovaram o Código Internacional de Comercialização de Substitutos do Leite Materno

(Resolução 34.22 da Assembléia Mundial da Saúde) que tinha por objetivo contribuir

para o fornecimento de nutrição segura e adequada aos lactentes, por meio da proteção e

promoção do aleitamento e uso apropriado de substitutos do leite materno quando estes

forem necessários. (WHO, 1981)

O Código Internacional se aplica à mercadização e às práticas relativas dos

seguintes produtos: substitutos do leite materno, incluindo fórmulas infantis; outros

produtos lácteos, alimentos e líquidos com base em leite, entre os quais alimentos

complementares servidos em mamadeira, quando são comercializados ou de outra

forma apresentados como apropriados, com ou sem modificação, para uso como

substituto parcial ou total do leite materno; mamadeiras e bicos. Também se aplica à

qualidade, disponibilidade e informação quanto ao uso destes produtos. (WHO, 1981)

De acordo a Resolução 34.22, ficava proibido: o uso de figuras de crianças ou de

texto que assemelhe o substituto ao leite materno nos rótulos; a obrigação dos materiais

de informação e educação conterem informações sobre a superioridade do leite materno

e os prejuízos da introdução da alimentação com mamadeira; a recomendação ao

sistema de saúde de não promover as fórmulas infantis e os outros produtos abrangidos;

a recomendação aos profissionais de saúde de promover e proteger a amamentação e de

assumir responsabilidade sobre a implementação dessa resolução; a orientação para que

as informações sobre os produtos para os profissionais de saúde sejam apenas de caráter

científico e a recomendação aos países-membros para estabelecer medidas para a

adoção da resolução. (WHO, 1981)

No Brasil, apenas em 1986 foram organizadas as diretrizes básicas para a

regulação da propaganda e a comercialização de substitutos do leite materno. Com base

no código e em resoluções subseqüentes foi aprovada em 1988 as Normas para

Comercialização de Alimentos para Lactentes (NCAL), na forma de resolução do

Conselho Nacional de Saúde (CNS nº 5/88). (REA, 2003; BRASIL, 1988)

Adiante, com intuito de tornar a legislação mais clara e passível de controle, a

NCAL foi revisada, tendo sido, portanto aprovada em 1992 na forma de Norma

25

Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes (NBCAL), também como

uma resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS nº 31/92), a qual apresentou

avanços ao passar a contemplar os leites em pó, pasteurizados e esterilizados, as

chupetas e os copos fechados com canudinhos ou bicos; exigindo em peças de

promoção comercial frases de advertência explicitando que os produtos supracitados e

os alimentos complementares não devem ser utilizados na alimentação do lactente nos

primeiros seis meses de vida, salvo sob orientação do médico ou nutricionista e

proibindo a utilização de bebês na rotulagem, limitando assim a distribuição de

amostras apenas para médicos e nutricionistas. Mesmo após esses avanços a NBCAL

(1992) ainda deixou em aberto muitos pontos dando margem à ocorrência de infrações

principalmente no que diz respeito à rotulagem. (BRASIL, 1992)

De 1998 a 1999, o Ministério da Saúde recebeu um crescente número de

denúncias de violação à NBCAL, provavelmente, devido ao aumento da

comercialização e da introdução produtos novos no mercado, principalmente

importados, incluindo fórmulas infantis e alimentos complementares, e ao uso da

internet para a promoção comercial. Em face destas denúncias, em 1999 e 2000, foram

realizados nove cursos, sobre o monitoramento da NBCAL, em diversos estados

brasileiros que contaram com 313 participantes. (MONTEIRO, 2006)

Em 2000, visando adequar a NBCAL 1992, foi constituído um grupo de revisão,

do qual participaram a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), UNICEF, Rede

Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN), representantes das

indústrias de alimentos, mamadeiras, bico e chupetas (MONTEIRO, 2006). Após

discussão e consulta pública, a NBCAL foi revista e publicada como Norma Brasileira

de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de primeira infância e de

Bicos, Chupetas e Mamadeiras, contendo três documentos: a Portaria 2 051 (BRASIL,

2001) e as Resoluções da Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de

Vigilância Sanitária 221, que trata de chupetas, bicos, mamadeiras e protetores de

mamilo (BRASIL, 2002), e 222, que regulamenta a promoção comercial dos alimentos

para lactentes e crianças de primeira infância. (BRASIL, 2002)

Alguns progressos foram alcançados com a NBCAL 2001/2002, como a

inclusão das fórmulas de partida e de seguimento para crianças de primeira infância,

alimentos de transição para crianças de primeira infância, fórmulas de nutrientes para

recém nascidos de alto risco “fortificantes de leite humano” e os protetores de mamilos.

Assim como a definição das frases obrigatórias, precedidas das palavras: “O Ministério

da Saúde adverte”, sendo feitas com destaque específico de acordo com o produto.

Ficou vedado, o uso da imagem de lactentes e crianças de primeira infância, nos rótulos

26

de fórmulas infantis de partida e seguimento, leite fluido, em pó integral e alimentos de

transição. (BRASIL, 2001; BRASIL 2002)

Destaca-se também a atribuição de competência à Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (ANVISA) para fiscalização e aplicação de penalidades aos

infratores, fato que contribuiu para o controle do cumprimento da legislação, visto que o

Conselho Nacional de Saúde, por se tratar de um órgão deliberativo, não tem o poder de

penalizar o não cumprimento de suas resoluções. (BRASIL, 1999)

2.4 Conteúdo da NBCAL

O objetivo da NBCAL é contribuir para adequada nutrição dos lactentes e das

crianças de primeira infância, porquanto regulamenta a promoção comercial e orienta o

uso apropriado dos alimentos para a faixa etária, conferindo proteção e incentivo ao

aleitamento materno, dentro das recomendações da OMS. (DANTAS, 2005)

Enquanto as resoluções da ANVISA encontram-se voltadas para infrações de

promoção comercial e rotulagem dos produtos objeto da NBCAL, a Portaria do

Ministério da Saúde trata dos aspectos gerais, proibitivos e orientadores, destinados às

pessoas que atuam na área de saúde, nos setores de comercialização e industrialização

desses produtos. (BRASIL, 2002)

No que diz respeito à comercialização, embora seja vedada a promoção

comercial para as fórmulas infantis para lactentes de partida (utilizadas de zero a seis

meses) e de seguimento (utilizada de sete a doze meses), assim como, fórmulas de

nutrientes para recém nascidos de alto risco, é permitido para as fórmulas de seguimento

para crianças de primeira infância a realização de promoção comercial, desde que inclua

a frase: “O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os 2

anos de idade ou mais” e para alimentos de transição e à base de cereais para lactentes,

crianças de primeira infância e leites em geral, desde que inclua a frase: “após os seis

meses de idade continue amamentando seu filho e ofereça novos alimentos”.

(BRASIL, 2002)

Nos rótulos destas fórmulas de partida e seguimento para lactentes, alimentos de

transição e à base de cereais são proibidos fotos - imagens de lactentes e crianças ou

figuras humanizadas -, expressões como “leite humanizado”, “baby” e frases que

possam dar falsa idéia de vantagem ou seguranças, sendo obrigatória a inclusão de

frases de advertência “este produto só deve ser usado na alimentação de crianças

menores de um ano com indicação expressa de médico ou nutricionista”; “O

aleitamento materno evita infecções e alergias e fortalece o vínculo mãe e filho” e

27

“Este produto não deve ser usado para crianças menores de seis meses, salvo sob

indicação expressa de um médico ou nutricionista”, respectivamente. Ademais são

indispensáveis as instruções corretas de preparo do produto e advertências sobre o risco

do uso inadequado. (BRASIL, 2002)

Ainda para os rótulos de fórmulas de seguimento para crianças de primeira

infância, fica vetado o uso de fotos ou imagens de lactentes, crianças, personagens

infantis, legumes, frutas ou flores, expressões como “leite humanizado”, “baby” e frases

que passem falsa idéia de vantagem ou segurança. Sendo obrigatório conter frases de

advertência “Este produto não deve ser usado para alimentar crianças menores de

um ano” e “O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até

os dois anos de idade ou mais”. (BRASIL, 2002)

Os materiais educativos e técnico-científicos devem conter informações claras

sobre os benefícios e a superioridade da amamentação em relação a outras formas de

alimentação, orientação sobre alimentação adequada da gestante e da nutriz, efeitos

negativos do uso de mamadeiras, bicos e chupetas (DANTAS, 2005). Sendo permitida a

distribuição de uma única amostra grátis por produto, exclusivamente, para

profissionais da saúde como médico e nutricionista, durante o período de lançamento do

produto em todo território nacional considerado o prazo dentro de 18 meses. (ARAÚJO,

et al., 2006)

No Brasil, a promoção da saúde da criança e a redução da mortalidade infantil

são prioridades do governo, sendo as ações de incentivo ao aleitamento materno uma

das várias políticas brasileiras que objetivam a redução da mortalidade no primeiro ano

de vida. A proteção à prática da amamentação exclusiva até os 6 meses e complementar

até os 2 anos de idade é um dos três pilares que apoiam essa prática no Brasil e a

NBCAL veio como um instrumento legislativo importante para garantir essa proteção

ao aleitamento materno em nosso país.(BRASIL, 2004)

28

Métodos ______________________________________________________________________________________________________________________________

29

3. MÉTODOS

3.1 Desenho experimental

Trata-se de um estudo quantitativo do tipo descritivo transversal associado a um

estudo qualitativo do tipo exploratório.

3.2 Pesquisa Quantitativa

Avaliação da conformidade dos rótulos e das formas de propaganda dos

produtos abrangidos pela NBCAL.

3.2.1 Local do estudo

O estudo foi realizado na cidade do Recife-PE, em supermercados de médio e

grande porte, farmácias e mercadinhos, que comercializavam os produtos abrangidos

pela RDC nº 222 para aplicação de check list nos rótulos e nas formas de propaganda

comercial exposta nas prateleiras que dispõem o produto. (BRASIL, 2002)

3.2.2 Processo Amostral

No projeto inicial da pesquisa, a pesquisadora entrou em contato com Sindicatos

dos Comerciários de Pernambuco, Sindicato dos Empregados nas Empresas de

Supermercados, Junta Comercial de Pernambuco e Conselho Regional de Farmácia

respectivamente, afim se informar qual seria o procedimento legal para adquirir uma

lista atualizada de supermercados, mercadinhos e farmácias existentes na cidade do

Recife, para fins de pesquisa para dissertação de mestrado, porém todos negaram a

liberação de qualquer lista compondo os itens supra citados, atrasando bastante o início

a coleta de dados e andamento da pesquisa. Por fim, foi contatada a Vigilância Sanitária

da prefeitura Municipal do Recife, a qual atendeu ao pedido da pesquisadora e cedeu as

listas necessárias para o início da coleta de dados, a Vigilância Sanitária do Recife tem

sua sede localizada no Edifício Julião Paulo da Silva, na Rua Major Codeceira, n° 194,

Bairro de Santo Amaro, e conta também com unidades nos 06 (seis) Distritos Sanitários

localizados nos bairros de Santo Antônio, Ponto de Parada, Casa Amarela, Torre,

Afogados e Ipsep.

A amostra dos estabelecimentos que foram visitados para análise da

conformidade das formas de propaganda e que comercializam os produtos abrangidos

pela NBCAL, foi baseada em listas atualizadas de todos os supermercados, mercadinhos

30

e farmácias licenciados no ano de 2010 pela Vigilância Sanitária da prefeitura do

Recife-PE, obedecendo à distribuição de acordo com a divisão territorial da cidade do

Recife a qual é composta por 94 bairros que estão subdivididos em seis Regiões

Político-Administrativas (RPA), sendo: RPA 1: Centro com 11 bairros, RPA 2: Norte

com 18 bairros, RPA3: Noroeste com 29 bairros, RPA 4: Oeste com 12 bairros, RPA 5:

Sudoeste com 16 bairros, RPA 6: Sul com 8 bairros (Figura 1).

Foram fornecidas três listas, contendo cada uma respectivamente 15

supermercados, 29 mercadinhos e 101 farmácias, desse total de estabelecimentos foram

excluídos do grupo 2 mercadinhos e 17 farmácias pelo fato destes locais não

comercializarem os produtos alvo da pesquisa ou por duplicidade na lista fornecida, fato

este que foi constatado no ato da visita aos locais, totalizando por fim um universo de

15 supermercados, 27 mercadinhos e 84 farmácias visitados ao final.

As visitas aos estabelecimentos foram feitas pela própria pesquisadora no

período de junho a setembro de 2010, onde a mesma entrou nos locais como

consumidora para averiguar a adequação os itens em avaliação na pesquisa, baseada em

um check list previamente elaborado para a coleta de dados, conforme descrito nos itens

subseqüentes (5.2.3.1 Avaliação da conformidade da rotulagem dos produtos

abrangidos pela NBCAL e 5.2.3.2 Avaliação da conformidade das propagandas dos

produtos abrangidos pela NBCAL). (BRASIL, 2002)

31

.

FONTE: Prefeitura do Recife, 2009. Figura 1: Divisão Político-Administrativa da Cidade de Recife. 3.2.3 Coleta das informações

32

3.2.3.1 Avaliação da conformidade da rotulagem dos produtos abrangidos

pela NBCAL

Durante a avaliação dos rótulos dos produtos alvo da pesquisa, foi coletada uma

amostra de cada marca disponível no mercado dos produtos destinados ao público alvo

da legislação em vigor, sendo captados por livre acesso e com amostra intencional,

distribuídos nas seguintes categorias: fórmulas infantis de partida e de seguimento

para lactentes, fórmulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância,

alimentos de transição e alimentos à base de cereais para Lactentes e Crianças 1ª

infância.

Nos rótulos avaliados, foi aplicado o check list previamente elaborado e

adaptado segundo as normas da RDC nº 222 de 05 de agosto de 2002 da ANVISA

(Apêndice A), sendo considerado não conforme o rótulo que apresentou no mínimo um

item fora da conformidade do check list supracitado. (BRASIL, 2002)

3.2.3.2 Avaliação da conformidade das propagandas comerciais dos

produtos abrangidos pela NBCAL

Para monitoramento de propaganda em supermercados, mercadinhos e farmácias

que comercializam produtos destinados ao público alvo da lei atualmente em vigor, foi

aplicado um check list previamente elaborado e adaptado da RDC nº 222 de 05 de

agosto de 2002 da ANVISA (Apêndice B), sendo considerado não conforme a

propaganda comercial que apresentou no mínimo um item fora da conformidade.

(BRASIL, 2002)

Os tipos de propagandas avaliadas nos estabelecimentos visitados foram as

promoções comerciais contidas nas prateleiras dos produtos destinados ao público

infantil, incluindo: exposições especiais do produto, cupons de desconto ou preços

abaixo do custo, prêmios e/ou brindes associados à venda do produto e o uso do

destaque da frase obrigatória pelo Ministério da Saúde quando necessário.

A amostra dos estabelecimentos foi baseada de acordo com o item 4.2.2 citado

anteriormente neste trabalho.

3.2.4 Análise e processamento de dados quantitativos

Os dados de conformidade da propaganda e da rotulagem dos produtos infantis

foram analisados por estatística descritiva e descritos em freqüência simples.

3.3 Pesquisa Qualitativa

3.3.1 A abordagem qualitativa

33

A intenção de compra das mães foi avaliada baseada em uma abordagem

qualitativa, onde se utilizou a técnica do grupo focal para coletar dados das participantes

e posteriormente os dados foram analisados segundo a análise de conteúdo proposta por

Bardin (1977).

Atitudes, opiniões, percepções dos consumidores estão cada vez mais sendo

objeto de pesquisa qualitativa pela sua capacidade em gerar dados, baseados na

tendência humana de formar opiniões, sendo esta, portanto, adequada para estudar o

comportamento do consumidor e para avaliar como as mensagens de comunicação

geram significado, onde o essencial não é apenas quantificar e mensurar e sim captar

significados. (MINIM, 2006; CARLINI-COTRIM, 1996)

Dentro do universo da pesquisa qualitativa, destaca-se uma ferramenta muito

útil, a qual se caracteriza por servir como um recurso para compreender o processo de

construção das percepções, atitudes e representações sociais em grupos humanos,

técnica esta, denominada grupo focal. Nela os membros são conduzidos, sem que haja

alternância entre questões e respostas dos entrevistados e os resultados são dependentes

da confiança e interação dos participantes com os tópicos fornecidos pelo pesquisador

que na maioria das vezes atua como moderador. (ENGEL, BLACKWEELL,

MINIARD, 2000; FRASER & GONDIM, 2004; VEIGA & GONDIM, 2001; LEITÃO,

2003).

Na área de saúde o grupo focal passou a ser utilizado com maior intensidade a

partir de meados da década de 80, destacando-se o período 1990 a 1994 devido a uma

expressiva utilização deste método, em distintas áreas como: comportamento sexual,

planejamento familiar, marketing, nutrição, avaliação e planejamento de serviços de

saúde e publicidade. (CARLINI-COTRIM, 1996)

Na coleta de dados do grupo focal as discussões em grupo geralmente estimulam

as pessoas a ouvir as opiniões dos outros antes de formar as suas próprias e estas podem

constantemente, mudar de posição quando interagem umas com as outras. (KRUEGER,

1988; MORGAN, 1988)

Nas reuniões são utilizadas geralmente questões norteadoras abertas, deixando o

participante livre para debater sobre o assunto, fazendo o moderador apenas

interferências pontuais e quando necessárias, com o cuidado de não influenciar nas

respostas ou mesmo inibir algum participante durante a intervenção.

(BARTHOLOMEW, HENDERSON & MARCIA, 2000; GONDIM, 2003).

Na seleção dos participantes o critério mais importante não é o numérico e sim o

segmento social, cotidiano, valores e interesses semelhantes entre os componentes do

grupo, visto que pessoas que vivem no mesmo ambiente social tendem a desenvolver e

34

reproduzir disposições semelhantes, onde os significados individuais podem estar

representando significados grupais. (MINAYO, 1998)

Segundo a literatura o tamanho do grupo não deve ultrapassar 12 pessoas, para a

chance de expressão de todos os participantes não fique restrita e nem dificulte o

controle do processo pelo moderador. Já o número total de grupos que serão necessários

para compor a pesquisa, será determinado durante o desenvolver do estudo, utilizando

como principal indicador para o término, o momento em que ocorra a saturação das

alternativas de respostas, pois quando os grupos não conseguem mais produzir

novidades nas suas discussões é sinal que se conseguiu mapear o tema para o qual a

pesquisa foi dirigida (GONDIM, 2003)

A análise dos dados é um processo minucioso e geralmente ocorre

simultaneamente à fase de coleta de dados para análise dos dados parciais, visando

adequar os procedimentos metodológicos. (BARDIN, 1977; SMITH, 2000).

Portanto, tem-se como uma característica central da abordagem qualitativa a

relação intersubjetiva entre o entrevistador e o entrevistado, já que esta permite a

negociação da realidade de visões onde os participantes constroem conhecimento e

procuram dar sentido ao mundo que os cerca. (MINAYO, 1998; FONTANA & FREY,

2000).

3.3.2 Local de estudo

O estudo qualitativo foi realizado no ambulatório de puericultura do Instituto de

Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) referência para o atendimento da

criança e da mulher, localizado na cidade do Recife-PE. O IMIP é um complexo

hospitalar reconhecido como uma das estruturas mais importante do país, foi fundado na

década de 60 por um grupo de médicos liderados pelo Professor Fernando Figueira e

trata-se de uma entidade de natureza pública, não estadual, sem fins lucrativos, que atua

nas áreas de assistência médico-social, ensino, pesquisa e extensão comunitária.

3.3.3 População do estudo

Foram selecionadas mães de crianças com idade de zero a trinta e seis meses e

faixa etária entre 20 e 39 anos, selecionadas entre as freqüentadoras do ambulatório de

puericultura do IMIP e convidadas a participar da reunião do grupo focal.

3.3.4 Critérios de elegibilidade

Foram incluídas, no estudo, mães com idade entre 20 e 39 anos, alfabetizadas e

com disponibilidade de horário para participar das reuniões do grupo focal.

35

3.3.5 Seleção, desenvolvimento e análise dos dados do grupo focal

A primeira seleção das candidatas para participar da reunião foi realizada

no período de abril a maio de 2010 no ambulatório de puericultura do IMIP, onde as

mães que foram para as consultas marcadas no período da manhã e tarde, foram

entrevistadas pela pesquisadora do estudo sobre o interesse das mesmas em participar da

pesquisa, sendo esclarecidos nesse momento todos os detalhes da mesma, assim como a

disponibilidade da mãe em comparecer à sessão de grupo focal que seria marcada

conforme horário mais conveniente para a candidata.

Após esse primeiro contato as mães que aceitaram em colaborar e tinham

disponibilidade em participar do grupo, assinaram um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, após ser lido e explicado pela pesquisadora e concomitante a isso foi

preenchido um questionário específico contendo telefones para contato e informações

sócio-econômico- social a qual serviu para selecionar as potenciais participantes do

grupo focal.

As mães que foram selecionadas na etapa anterior foram contatadas com

antecedência por telefone para a marcação do dia da sessão, inicialmente 20 mães

confirmaram presença no dia, já no segundo contato, feito na véspera da reunião para

lembrar as mães que confirmaram presença, o contingente caiu para 10, onde no

universo das 10 desistências: 3 não foi conseguido contato novamente e 7 desmarcaram

sua presença por motivos diversos: viagens, trabalho, doença, cirurgia, etc. Mesmo

assim foi mantido a data inicial do grupo focal, visto que é necessário no mínimo 6

participantes para poder realizar um reunião com êxito.

No dia combinado, estava toda a estrutura montada em sala adequada e

previamente reservada para acontecimento da sessão, ficou-se no aguardo das mães em

local marcado e de fácil acesso no IMIP, porém somente duas mães compareceram e as

que faltaram foi tentado contato no momento, mas nenhuma atendeu o telefone para

possível justificativa da falta, não sendo possível portanto a realização do grupo foi

explicado para as mães a situação e mediante consentimento delas foi realizado uma

reunião que serviu como piloto para avaliar possíveis pontos que necessitassem de

ajuste para próxima sessão.

Posteriormente foi conversado com a enfermeira responsável da puericultura

sobre o problema acontecido, que por conhecer melhor o funcionamento do serviço

assim como o perfil das freqüentadoras do local, sugeriu que essa reunião fosse marcada

baseada na agenda do dia das consultas de puericultura. Então a pesquisadora analisou

dia por dia as consultas marcadas para o mês de junho, anotou os telefones de contato

36

das mães, entrou em contato com as mesmas e o dia que teve no mínimo 8 confirmações

das 10 consultas marcadas para o dia, esse foi escolhido para realização do grupo.

Após os ajustes necessários para realização de mais uma reunião, as novas

participantes do grupo focal foram selecionadas dentre as mães que estavam com

consulta marcada previamente no ambulatório de puericultura do IMIP, estas foram

convidadas por telefone pela pesquisadora uma semana antes da reunião, nessa ocasião

foi explicada a pesquisa que seria realizada no ambulatório e as candidatas que

mostraram interesse em participar da sessão com data e hora previamente marcadas

foram contatadas novamente por telefone dois dias antes do grupo focal acontecer para

confirmação de suas presenças. No dia e hora agendados conforme as mães foram

chegando ao local da reunião após ser lido e explicado o Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (Apêndice C) individualmente para cada participante, as que concordaram

em participar assinaram o termo onde uma via foi entregue a mesma e outra ficou com a

pesquisadora. Após esse momento as mães foram respondendo um questionário

específico, individual e de múltipla escolha que continha informações sobre dados

sócio-econômico-educacionais, sendo este aplicado pela própria pesquisadora

(Apêndice D).

As escolhidas na etapa anterior participaram do grupo focal realizado no

ambulatório de puericultura do IMIP, com data e hora previamente estabelecidas pela

pesquisadora, a reunião teve duração média de 50 minutos, ocorreu em sala adequada e

reservada exclusivamente para a ocasião, sem interferência de qualquer fator que

pudesse prejudicar ao andamento da reunião. Esta contou com a presença de um

moderador imparcial (a pesquisadora principal) a quem ficou a responsabilidade de

coordenar a sessão baseado em um roteiro previamente formulado contendo dois eixos

norteadores que delinearam o grupo focal, sendo eles: Qual sua opinião sobre o

aleitamento materno? O que vocês levam em consideração quando vão comprar o

alimento para seus filhos? (Apêndice E), participou também um assistente observador,

devidamente capacitado para este tipo de pesquisa tendo já desempenhado essa mesma

função em grupos focais anteriores realizados na área de enfermagem pela Universidade

Federal de Pernambuco, ficando o mesmo responsável por gravar e anotar todos os fatos

ocorridos durante a reunião para futura análise.

Foi realizado um único grupo focal, tendo em vista que este já conseguiu atender

aos objetivos da pesquisa e pelo critério de saturação de idéias, sendo levadas em

consideração também aquelas informações que não foram reincidentes.

Participaram da reunião seis mães, todas residentes no bairro dos coelhos,

situado próximo ao IMIP, a sessão contou com duas etapas, a primeira foi uma

37

dinâmica onde cada participante foi convidada a citar um ponto negativo e um ponto

positivo que definisse sua personalidade, ajudando a desinibir as pessoas tímidas assim

como incentivando a organização e expressão das idéias.

A segunda etapa consistiu na exposição das duas questões norteadoras, sendo

apresentada uma por vez, essas conduziram a reunião e permitiram que as mães

expressassem suas opiniões de forma livre, toda a sessão foi gravada mediante

autorização prévia das participantes.

Após essas duas etapas passou-se para o processo analítico e o tratamento das

informações que foi realizado através da transcrição das fitas gravadas na íntegra com

as falas das participantes, leitura exaustiva e repetitiva, seguida da anotação das

categorias qualitativas que forem evidenciadas a partir desse primeiro contato com as

informações. Posteriormente cada questão norteadora foi analisada utilizando-se a

técnica de análise de conteúdo por categorias temáticas proposta por Bardin (BARDIN,

1997), seguindo as etapas: leitura flutuante, categorização das unidades do texto para

formar os núcleos de sentido, codificação, formação de subcategorias e categoria central

(Apêndice F).

A análise dos dados possibilitou localizar na fala das entrevistadas três

categorias temáticas centrais para discussão: até os 2 anos confere proteção ao bebê, a

insegurança materna dificulta o aleitamento materno, rótulo com a composição do

alimento e propaganda do produto.

Respeitando o direito do anonimato, os nomes dos participantes não foram

divulgados e foram identificados por seqüência numérica, sendo o presente estudo

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos do IMIP, na reunião

do dia 12 de fevereiro de 2010.

38

Resultados e Discussão – Artigo Original ______________________________________________________________________________________________________________________________

39

Rotulagem e propaganda comercial de alimentos infantis

Labeling and advertsing of commercial infant foods

Rotulagem e propaganda de alimentos infantis

Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda Padilha ¹ Nonete Barbosa Guerra ² ¹ Mestranda do Curso de Pós Graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, endereço: Rua Aracatu, 448, Bl. 3, aptº 101, Piedade, Jaboatão dos Guararapes – PE. ² Docente do Departamento de Nutrição, Laboratório de Experimentação e Análise de Alimentos – LEAAL – Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, endereço: * Endereço para correspondência: Rua Aracatu, 448, Bl. 3, aptº 101, Piedade, Jaboatão dos Guararapes – PE. CEP: 54.410-470 E-mail: [email protected] ** Artigo baseado na dissertação de mestrado da autora Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda Padilha, Mestranda do Curso de Pós Graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, com título: Rotulagem E Propaganda Comercial de Alimentos Infantis para Lactentes e Crianças de Primeira Infância. A qual será defendida em janeiro de 2011.

40

RESUMO Objetivo: avaliar o cumprimento da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância (NBCAL) no que diz respeito à rotulagem e propaganda comercial de fórmulas infantis e compreender os aspectos considerados pelas mães nas compras destes alimentos. Métodos: utilizou-se um desenho quantitativo do tipo descritivo transversal associado a um estudo qualitativo do tipo exploratório - técnica grupo focal -, para avaliar conformidade da propaganda comercial e dos rótulos, de fórmulas infantis, com a NBCAL em e as intenções das mães no momento da compra de alimentos para seus filhos, respectivamente. Resultados: Todos os rótulos analisados encontravam-se dentro do preconizado pela legislação vigente, com exceção de um produto do grupo dos alimentos à base de cereais para crianças de primeira infância. Dos estabelecimentos visitados os supermercados foram os que apresentaram maior percentual (53,3%) de não conformidade em relação à propaganda comercial dos produtos infantis e destes, o grupo dos alimentos de transição à base de cereais para crianças de primeira infância, foi o que apresentou maior percentual (7,9%) de infração às normas da NBCAL. Quanto ao estudo qualitativo, a maioria das mães referiu que valoriza as informações contidas nos rótulos e embalagens dos alimentos infantis que estão adquirindo para alimentar seus filhos e que a propaganda exerce influência na decisão de compra destes produtos. Conclusão: O descumprimento freqüente da NBCAL no que diz respeito à rotulagem e à propaganda comercial dos produtos para lactentes e crianças de primeira infância, no cenário comercial é preocupante, por constituir um dos principais fatores que influencia as mães no momento da aquisição de alimento para seus filhos. Palavras-chave: Aleitamento materno, lactentes, rotulagem de alimentos, alimentação complementar.

41

ABSTRACT Objective: To evaluate the performance of the Brazilian Code of Marketing of Foods for Infants and Young Child (BNCIF) regarding the labeling and advertising of commercial infant formula and understand the aspects considered by the mothers in the purchases of these foods. Methods: we used a quantitative design of a descriptive cross-linked to an exploratory qualitative study - focus group technique - to evaluate compliance of commercial advertising and labeling, infant formula, as in BNCIF and intentions of mothers in when buying food for their children, respectively. Results: All labels analyzed were within the recommended by law, except for a group of food products from cereals to children first. Establishments inspected supermarkets showed the highest percentage (53.3%) of non-compliance in relation to commercial advertising of children's products and of these, the group of transition foods from cereals to children in early childhood, which was had the highest percentage (7.9%) in violation of the standards of BNCIF. As for the qualitative study, most mothers reported that values the information contained on labels and food packages for children who are buying food for their children and that advertising influences the decision to purchase these products. Conclusion: The frequent failure of BNCIF regarding labeling and advertising of commercial products for infants and toddlers in the business scenario is worrying because it represents one of the main factors influencing the mothers at the time of purchase of food for their children. Key words: Breastfeeding, infant, food labeling, supplementary feeding.

42

4.1 Introdução

As vantagens econômicas, psicológicas, imunológicas e nutricionais

trazidas pelo aleitamento materno, tanto para as mães quanto para seus filhos,

já se encontram bem consolidadas na literatura. 1,2

O conhecimento das mães sobre a amamentação é um dos fatores que

vem sendo enfatizado em alguns estudos como decisivo para o seu sucesso,

embora muitas mulheres considerem como melhor opção para alimentar seu

filho a oferta do leite materno, algumas não se sentem seguras a ponto de

adotá-lo de forma exclusiva durante o período indicado pela OMS. 3,4,5,6,7,8,9,10

A incorporação da mão de obra feminina no mercado de trabalho e o

incremento da industrialização, principalmente na área de alimentos, são

citados na literatura como pontos que contribuíram fortemente para o aumento

das taxas de desmame precoce no mundo, com isso a indústria de alimentos

infantis passaram a promover produtos que se encaixassem ao novo estilo de

vida da mulher que deixou de ser mera reprodutora para assumir um papel

estável na renda familiar. 11, 12, 13, 14, 15, 16

Segundo Rea & Toma17, a presença da propaganda de alimentos

artificiais como substitutos do leite materno, tem sido uma das principais

causas de desmame precoce, especialmente nas regiões industrializadas.

Ademais a prática de associar brindes aos alimentos infantis, distribuição de

amostras grátis, a propaganda criativa em cima da marca do produto, uso de

rótulos e/ou embalagens atraentes assim como o ponto de venda desses

alimentos constituem estratégias de marketing presentes na rotina das mães e

são citados na literatura como um dos principais responsáveis para o aumento

dos índices de morbi-mortalidade infantil nos países desenvolvidos e em

processo de desenvolvimento. 12, 16, 18 ,19, 20

A propaganda comercial, além de ser um forte instrumento de

comunicação entre o produtor e o consumidor é capaz de influenciar e

modificar hábitos. Ao final da década de 70, o advento da televisão no país

potencializou a disseminação das propagandas de leites em pó, favorecendo

ainda o desmame precoce. 21, 22, 23

A conscientização da influência dos chamados substitutos do leite

materno sobre o desmame precoce iniciou-se na década de 70 e 80. Este

processo levou a Organização Mundial da Saúde a recomendar, junto com o

UNICEF, a elaboração de um Código Internacional de Comercialização de

43

Substitutos do Leite Materno, em 1981. Sendo este o ponto de partida pra o

surgimento da Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para

Lactente e Crianças de Primeira Infância (NBCAL). Esta Norma tem como

objetivo contribuir para adequada nutrição dos lactentes e das crianças de

primeira infância através da regulamentação da promoção comercial e

orientação do uso apropriado dos alimentos para a faixa etária, conferindo

assim proteção e incentivo ao aleitamento materno, conforme recomendações

da OMS. 24, 25

No Brasil, a promoção da saúde da criança e a redução da mortalidade

infantil são prioridades do governo e as ações de incentivo ao aleitamento

materno uma das várias políticas brasileiras que objetivam a redução da

mortalidade no primeiro ano de vida. A proteção à prática da amamentação

exclusiva até os 6 meses e complementar até os 2 anos de idade é um dos três

pilares que apóiam essa prática no Brasil e a NBCAL um instrumento legislativo

importante para garantir essa prática em nosso país. 26

Estas considerações tornam oportuna a realização deste trabalho com o

objetivo avaliar o cumprimento da NBCAL no que diz respeito à rotulagem e

propaganda comercial de fórmulas infantis e compreender os aspectos

considerados pelas mães nas compras de alimentos infantis.

4.2 Métodos

Na condução deste estudo foi utilizado um desenho quantitativo do tipo

descritivo transversal associado a um estudo qualitativo do tipo exploratório. O

estudo quantitativo foi realizado na cidade do Recife-PE, em supermercados de

médio e grande porte, farmácias e mercadinhos, que comercializavam os

produtos abrangidos pela RDC nº 222. 27 No período compreendido entre junho

e setembro de 2010, todos os estabelecimentos relacionados nas listas

fornecidas pela Vigilância Sanitária da prefeitura do Recife-PE foram visitados,

com exceção de 2 mercadinhos e 17 farmácias que não comercializavam os

produtos alvo desta pesquisa e/ou se encontrarem em duplicidade nas listas

fornecidas, fato constatado no ato da visita aos locais. Desta forma o universo

desta pesquisa abrangeu 15 supermercados, 27 mercadinhos e 84 farmácias,

44

totalizando 126 estabelecimentos visitados. Nesta mesma visita foram

adquiridos 45 produtos destinados para alimentação infantil com intuito de

avaliar a conformidade da rotulagem dos mesmos em relação à NBCAL. Os

dados obtidos foram analisados por meio de estatística descritiva e expressos

em freqüência simples.

.

Para a abordagem qualitativa foi empregada a técnica do grupo focal,

que consiste em coletar informações acerca de um tema específico a partir do

diálogo e debate entre seus participantes 19. A reunião do grupo foi realizada no

ambulatório de puericultura do Instituto de Medicina Integral Professor

Fernando Figueira (IMIP) referência para o atendimento da criança e da

mulher, localizado na cidade do Recife-PE. Foram incluídas, no estudo, mães

com idade entre 20 e 39 anos, alfabetizadas e com disponibilidade de horário

para participar das reuniões do grupo focal.

4.2.1 Avaliação da conformidade da rotulagem dos produtos abrangidos pela NBCAL

Durante a avaliação dos rótulos, foi coletada uma amostra de cada

marca disponível no mercado dos produtos destinados ao público alvo da

legislação em vigor, sendo captados por livre acesso e com amostra

intencional, distribuídos nas seguintes categorias: fórmulas infantis de partida e de seguimento para lactentes, fórmulas infantis de seguimento

para crianças de primeira infância, alimentos de transição e alimentos à base de cereais para Lactentes e Crianças 1ª infância.

Para avaliação dos rótulos, foi aplicado um check list previamente

elaborado e adaptado segundo as normas da RDC nº 222 de 05 de agosto de

2002 27 da ANVISA, não sendo tolerada qualquer inobservância do disposto

desta norma, sendo considerado não conforme o rótulo que apresentou no

mínimo um item em desacordo.

4.2.2 Avaliação da conformidade das propagandas comerciais dos produtos abrangidos pela NBCAL

Para monitoramento de propaganda em supermercados, mercadinhos e

farmácias que comercializam produtos destinados ao público alvo da lei

atualmente em vigor, foi aplicado um check list previamente elaborado e

adaptado da RDC nº 222 de 05 de agosto de 2002 da ANVISA, sendo

45

considerado não conforme a propaganda comercial que apresentou no mínimo

um item discordante com o estabelecido pela NBCAL. 27 Os tipos de propagandas avaliadas nos estabelecimentos visitados

foram as promoções comerciais contidas nas prateleiras dos produtos

destinados ao público infantil, incluindo: exposições especiais do produto,

cupons de desconto ou preços abaixo do custo, prêmios e/ou brindes

associados à venda do produto e o uso do destaque da frase obrigatória pelo

Ministério da Saúde para fórmulas de seguimento, transição, à base de cereais

para crianças de primeira infância e leites em geral, respectivamente: “O

aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois

anos de idade ou mais” e “ após os seis meses de idade continue

amamentando seu filho e ofereça novos alimentos”.

4.2.3 Aspectos considerados pelas mães na compra de alimentos para seus filhos

As participantes do grupo focal foram selecionadas dentre as mães que

estavam com consulta marcada previamente, no ambulatório de puericultura do

IMIP, estas foram convidadas por telefone pela pesquisadora uma semana

antes da reunião, nessa ocasião foi explicada a pesquisa que seria realizada

no ambulatório e as candidatas que mostraram interesse em participar da

sessão com data e hora previamente marcadas foram contatadas novamente

por telefone com dois dias de antecedência para confirmação da presença. No

dia e hora agendados à medida que as mães foram chegando ao local da

reunião ia sendo lido e explicado o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido individualmente, as que concordaram em participar assinaram o

termo ficando uma via com a mesma e outra com a pesquisadora. Após esse

momento as mães foram respondendo um questionário específico, individual e

de múltipla escolha que continha informações sobre dados sócio-econômico-

educacionais, sendo este aplicado pela própria pesquisadora.

As seis mães escolhidas na etapa anterior participaram do grupo focal

realizado no ambulatório de puericultura do IMIP, que teve duração média de

50 minutos, ocorreu em sala adequada e reservada exclusivamente para a

ocasião, sem interferência de qualquer fator que pudesse prejudicar ao

andamento da reunião. Esta contou com a presença de um moderador

46

imparcial (a pesquisadora principal) a quem competiu a responsabilidade de

coordenar a sessão baseado em um roteiro previamente formulado contendo

dois eixos norteadores que delinearam o grupo focal: qual sua opinião sobre o

aleitamento materno? O que vocês levam em consideração quando vão

comprar o alimento pro seus filhos? Participou também um assistente

observador, devidamente capacitado para este tipo de pesquisa, ficando o

mesmo responsável pela gravação e anotação de todos os fatos ocorridos

durante a reunião para futura análise.

Foi realizada uma única reunião, tendo em vista que este já conseguiu

atender aos objetivos da pesquisa, sendo a quantidade de reuniões definida

pela disponibilidade das mães em participar do estudo e pelo critério de

saturação de idéias, levaram-se em consideração também aquelas

informações que não foram reincidentes.

A sessão foi desenvolvida em duas etapas, a primeira foi uma dinâmica

onde cada participante foi convidada a citar um ponto negativo e um ponto

positivo que definisse sua personalidade, ajudando a desinibir as pessoas

tímidas assim como incentivando a organização e expressão das idéias.

A segunda etapa consistiu na exposição das questões norteadoras,

sendo apresentada uma por vez, de modo a permitir que as mães

expressassem suas opiniões de forma livre. Toda a sessão foi gravada

mediante autorização prévia das participantes.

Após essas duas etapas passou-se para o processo analítico e o

tratamento das informações por meio da transcrição das fitas gravadas na

íntegra com as falas das participantes, leitura exaustiva e repetitiva, seguida da

anotação das categorias qualitativas que forem evidenciadas, a partir desse

primeiro contato com as informações. Posteriormente, cada questão norteadora

foi analisada utilizando-se a técnica de análise de conteúdo por categorias

temáticas proposta por Bardin 28, seguindo as etapas: leitura flutuante,

categorização das unidades do texto para formar os núcleos de sentido,

codificação, formação de subcategorias e categoria central.

Respeitando o direito do anonimato, os nomes dos participantes não

foram divulgados e foram identificados por seqüência numérica, sendo o

presente estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres

Humanos do IMIP, na reunião do dia 12 de fevereiro de 2010.

47

4.3 Resultados

4.3.1 Rotulagem e propaganda comercial de alimentos para lactentes e crianças de primeira infância

Quanto às exigências da RDC Nº 222/02 27 para rotulagem dos produtos

infantis, observa-se na tabela 1 que apenas um produto do grupo dos alimentos

à base de cereais para crianças de primeira infância ficou fora dos parâmetros

preconizados pela legislação, não apresentando a indicação da idade para o

consumo do alimento, assim como a ausência da frase obrigatória de

advertência do Ministério da Saúde.

Dos estabelecimentos visitados, os apresentaram maior

desconformidade em relação à propaganda comercial dos produtos

abrangidos pela NBCAL foram os supermercados (53,3%), seguidos dos

mercadinhos (22,2%) e farmácias (3,5%) respectivamente. (Tabela 2)

Sendo importante destacar que durante a visita nenhum dos locais de

comercialização que estavam apresentando algum tipo de promoção dos

produtos incluídos na pesquisa, colocou em destaque as frases específicas e

obrigatórias exigidas pela RDC nº 222/02 27. Sendo assim, os estabelecimentos

considerados conforme não tinham nenhum produto em promoção comercial

no momento da avaliação.

Ainda no contexto da promoção comercial, dentre os itens avaliados

pelo check list, o grupo dos alimentos de transição à base de cereais para

crianças de primeira infância foi o que apresentou maior percentual de não

conformidade (7,9%). Não obstante e vetada pela legislação qualquer forma de

propaganda ou promoção comercial de fórmulas infantis de partida e

seguimento para lactentes ainda assim este tipo de infração foi encontrada em

três estabelecimentos visitados. (Tabela 3).

4.3.2 Percepções das mães na intenção de compra de alimentos para seus filhos

A tabela 4 apresenta de forma sucinta o perfil das mães que

participaram do grupo focal durante o estudo.

48

A análise dos dados possibilitou localizar na fala das

entrevistadas três categorias temáticas centrais para discussão: até os 2 anos

confere proteção ao bebê, a insegurança materna dificulta o aleitamento

materno, rótulo com a composição do alimento e propaganda do produto.

Com relação à primeira categoria, a opinião das mães participantes

desse estudo sobre o aleitamento materno demonstrou uma associação forte

entre o ato de aleitar a criança e a proteção conferida pelo leite materno contra

doenças que seus filhos poderão adquirir durante a infância, principalmente

quando a amamentação perdura até os 2 anos de idade do bebê:

(...) eu acho que é de fundamental importância na saúde da criança (...) (...) protege de muitas doenças e de muitas coisas (...) (...) eu acho que dá segurança ao bebê por causa da doença. (...) é bom pra saúde dele mais do que pra gente. (...) É na hora que o bebê pega uma infecçãozinha que a gente vê mais ainda a importância, né? (...) eu acho que é importante até os 2 anos de idade do bebê. (...) é legal amamentar até os 2 anos(...)

Em contraposição, outras mães relataram achar o processo de

amamentação difícil, e associaram a falta de informação das mães como um

fator que prejudique a continuidade do aleitamento materno:

Pra mim foi muito difícil (...) As mães não amamentam por insegurança porque acham que seu leite é fraco (....)

Na fase do desmame dos seus filhos essas mães relataram ter

cuidados básicos e importantes ao escolher o alimento que estão levando pra

casa para alimentar suas crianças afirmando valorizar as informações contidas

nos rótulos desses produtos:

Tem mãe que pega qualquer coisa, bota no carrinho e não sabe se aquilo vai ofender ou não o bebê dela, eu acho que é importante prestar atenção nessas coisas, nesses detalhezinhos, de olhar validade, de olhar o conteúdo do que você tá levando (...)

49

Eu olho a validade e a fórmula no rótulo (...) (...) Aí a gente procura no rótulo que tipo de vitamina tem, se tem ferro (...) (...) tem que prestar atenção no rótulo pra saber o que tá levando pra casa. Algumas participantes demonstraram que a propaganda do produto

pode exercer certa influência na decisão de compra dos alimentos para os seus

filhos:

(...) pela embalagem e pela propaganda, né? Passa todos os dias na televisão as marcas (...) Ah, eu acho que eles não vão fazer propaganda de uma coisa que não presta (...)

Outras porém, afirmaram que a composição e indicação da idade do

produto que estão levando pra casa são pontos mais importantes a serem

avaliados no momento da compra do que apenas a propaganda comercial:

Independente da propaganda você deve olhar as vitaminas que aquilo vai oferecer às crianças (...) (...) eu olho se é apropriado pra idade dele, né? Eu também quando comecei a comprar leite pro meu filho eu fui pela marca e se era apropriado pra idade dele (...)

4.4 Discussão

Embora seja de pleno conhecimento que as causas do desmame

precoce são multifatoriais e dependem também do contexto que a mãe está

inserida, a literatura deixa claro que a exposição materna às informações

dúbias ou até mesmo falsas em relação às vantagens dos leites

industrializados sobre o leite materno podem influenciar diretamente e

negativamente na decisão da mãe em aleitar seu filho. 29, 30

É antiga a preocupação com o processo de propaganda e estratégias

de marketing não éticas de fórmulas infantis, conforme relato da década de 30,

com a palestra intitulada como “Leite e assassinato”, e Pernambuco como um

dos primeiros Estados do Brasil a regular na década de 70 a promoção

comercial de mamadeiras e leites gratuitos em unidades de saúde do Estado. 31, 32, 15

50

Estudo realizado no ano de 2000 em âmbito nacional mostra que

coincidentemente ao período de implantação das duas primeiras versões da

NBCAL (1988 e 1992) em conjunto com a introdução da Instituição do Hospital

Amigo da Criança (1992), foi verificado um declínio na demanda anual por

fórmulas infantis no Brasil. Acredita-se que um dos pontos que contribuíram

para esta queda tenha sido a proibição de promoções comerciais de fórmulas

infantis em meios de comunicação em massa, conforme descrito na NBCAL. 29

Irregularidades referentes à forma de comercialização desses alimentos

infantis ainda foram verificadas no presente estudo. Os supermercados lideram

dentre os estabelecimentos descumprem a legislação vigente, fato que

corrobora estudo realizado por Bartolini, et al.33 na cidade de Juiz de Fora - MG

no qual constatou um alto índice de irregularidades no âmbito das promoções

comerciais, principalmente em supermercados, Rádios FM e internet. Este

estudo, também, encontrou que dos produtos infantis em promoção, 83%

estavam irregulares pelo fato de não trazer em destaque a frase obrigatória do

Ministério da Saúde para fórmulas de seguimento, transição, à base de cereais

para crianças de primeira infância e leites em geral, respectivamente: “O

aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois

anos de idade ou mais” e “após os seis meses de idade continue

amamentando seu filho e ofereça novos alimentos”.

Neste mesmo ano, Pagnoncelli et al. (2009) 34, avaliando a

conformidade de materiais técnico-científicos dos produtos alvo da NBCAL que

são distribuídos em consultórios, maternidades e unidades de saúde da cidade

e Natal-RN, verificou que 8,7% descumpriam a legislação em vigor por não

apresentar a frase do Ministério da Saúde na formatação correta, trazendo

também alegações duvidosas.

Por outro lado constatou-se nesta pesquisa, no que tange as

informações obrigatórias contidas nos rótulos dos alimentos infantis, um

número satisfatório de produtos em conformidade com a NBCAL o que

demonstra um considerável avanço em relação ao trabalho de Silva, et al. 20

que analisou 86 rótulos dos produtos abrangidos pela NBCAL comercializados

na cidade de Goiânia e relatou um número considerável de rótulos contendo

ilustrações proibidas e falsas alegações de vantagem ou segurança.

No que concerne a abordagem qualitativa deste estudo, muitas mães

relataram ser de fundamental importância para saúde de seu bebê amamentá-

51

lo até os dois anos, referindo vantagens principalmente para saúde dele e

corroborando dados de vários autores que revelam em seus trabalhos relatos

de mães que iniciam explicitando seu desejo em amamentar seu filho por saber

da importância que esse ato representa para saúde do mesmo. A insegurança

materna foi tida como um dos principais motivos para introdução precoce de

outros alimentos, sendo nesse meio os leites artificiais um dos alimentos mais

citados como iniciadores do desmame. 35, 36, 37, 38, 39, 40, 2, 9

No contexto do desmame e adentrando na intenção de compras dos

alimentos para seus filhos, foi enfatizada pelas mães a questão da propaganda

e rotulagem como pré-requisito na escolha do produto que será levado pra

casa. Ao explicitarem a interferência direta que estes fatores exercem na

decisão de compras, estes relatos, ratificam os escassos dados existentes

sobre o tema e demonstram a necessidade de incentivar a realização de

pesquisas qualitativas, como forma de preencher esta lacuna e permitir um

posicionamento mais robusto de idéias relacionadas a esta questão. Convém

ressaltar a relevância e riqueza dos dados adquiridos por essa metodologia

que permitem obter a real posição do consumidor frente às diversas estratégias

de marketing das indústrias de substitutos de leite materno e demonstrar com

clareza a importância de ter uma norma sobre questões tão pontuais e

relevantes. 19, 17

Assim, os resultados desta pesquisa demonstram que continua

freqüente no cenário comercial dos produtos infantis, o descumprimento da

NBCAL, principalmente, em relação à propaganda comercial e rotulagem,

relatados pelas mães como os principais fatores que as influenciam no

momento da aquisição de alimento para seus filhos. Estas constatações são

preocupantes e requerem a realização de pesquisas voltadas para a obtenção

de um diagnóstico mais preciso da situação nacional frente a esta problemática

que interfere diretamente na prática de aleitamento materno e na política de

saúde do Brasil.

4.5 Referências

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32. REA, MF. Reflexões sobre a amamentação no Brasil: de como

passamos a 10 meses de duração. Card Saúde Pública; 2003: 19(1): 37-45.

33. Bartolini FLS, Amaral MPH, Vilela, MAP, Mendonça, AE, Vilela, FMP,

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56

Tabelas Tabela 1. Adequação da rotulagem dos produtos infantis destinados à lactentes e

crianças de primeira infância – Recife, 2010.

Tabela 2. Adequação das propagandas em estabelecimentos que comercializam

produtos infantis destinados a lactentes e crianças de primeira infância – Recife, 2010.

Estabelecimento Conformidade n %

Não conformidade n %

Total Visitado

Supermercados 07 46,4 08 53,3 15

Mercadinhos 21 77,8 06 22,2 27

Farmácias 81 96,4 03 3,5 84

Tabela 3. Adequação de itens avaliados no check list da promoção comercial em estabelecimentos que comercializam produtos infantis destinados a lactentes e crianças de primeira infância – Recife, 2010.

Itens avaliados Não conformidade n %

Promoção comercial de fórmulas infantis de partida e seguimento para lactentes.

03 2,4

Promoção comercial de fórmulas infantis de seguimento e leites fluidos ou em pó para crianças de primeira infância.

09 7,1

Promoção comercial de alimentos de transição / alimentos à base de cereais para crianças de primeira infância.

10 7,9

Produto Infantil Conformidade n %

Não conformidade n %

Total de produtos analisados

Fórmulas de partida e seguimento para lactentes

19 100 0 0 19

Fórmulas infantis para crianças de 1ª infância

18 100 0 0 18

Alimentos de transição/ alimentos à base de cereais

07 87,5 1 12,5 8

57

Tabela 4. Dados de identificação dos sujeitos do estudo.

Identificação Idade Escolaridade Estado civil Nº de filhos Amamentou

Mãe 1 37 anos Ens. médio Casada 06 Sim Mãe 2 24 anos Ens. fundamental Casada 01 Sim Mãe 3 25 anos Ens. médio Casada 01 Sim Mãe 4 22 anos Ens. fundamental Solteira 02 Sim Mãe 5 23 anos Ens. médio Casada 01 Sim Mãe 6 27 anos Ens. fundamental Solteira 02 Não

58

Considerações Finais ______________________________________________________________________________________________________________________________

59

5. Considerações Finais

A contribuição da NBCAL para o aumento da taxa de aleitamento materno no

Brasil é um fato, porém ainda são escassas a formas de fiscalização desta in loco, o que

favorece para o descumprimento da lei por parte dos estabelecimentos que

comercializam os produtos destinados a lactentes e crianças de primeira infância.

As mães, público alvo do marketing das indústrias de alimentos infantis, tem

papel fundamental para auxiliar o cumprimento da legislação vigente já que elas

possuem o poder de escolha dos produtos que estão levando para os seus filhos. A partir

do momento que esse público passa a ter ciência do conteúdo da lei, fato que ainda não

faz parte da nossa realidade, o descumprimento da NBCAL pelas empresas e

estabelecimentos que comercializam alimentos infantis poderia ser um fator de escolha

por parte das mães, facilitando assim a adequação do mesmo à legislação uma vez que

não só os rótulos e formas de propaganda seriam avaliados como formas de escolha do

produto por parte do consumidor.

A utopia do total cumprimento da NBCAL em todos os seus âmbitos ainda

está distante sendo necessário um trabalho ostensivo de informação e esclarecimento da

população em relação ao assunto assim como fiscalização mais presente por parte dos

órgãos competentes. Porém não podemos deixar de levar em consideração os avanços

alcançados com a existência da lei, onde muito já se conseguiu avançar em grande parte

no cumprimento das alegações trazidas nos rótulos dos alimentos infantis, já que esta é

a forma mais direta de comunicação entre o fabricante e o consumidor.

60

Referências ______________________________________________________________________________________________________________________________

61

6. REFERÊNCIAS

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68

Apêndices ______________________________________________________________________________________________________________________________

69

APÊNDICE A – CHECK LIST: ADEQUAÇÃO DA ROTULAGEM DE PRODUTOS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA

Designação de venda do produto: __________________________________________

Marca comercial: ________________________________________________________

Fabricante: _____________________________________________________________

1- Requisitos Gerais Atende Não Atende N/A*

Fórmulas infantis de partida e de seguimento para Lactentes é proibido.

1.1. É vedada a utilização de fotos, desenhos e outras representações gráficas que não sejam aquelas necessárias para ilustrar métodos de preparações ou uso do produto, sendo permitido o uso de marca, sem imagem de crianças,lactente ou figuras humanizadas

1.2 É vedada a utilização de frases que surgiram forte semelhança do produto com o leite materno

1.3 É vedado utilizar expressões que tentam identificar o produto como apropriado para alimentação infantil, tais como “baby” ou similares

1.4 É vedado utilizar informações que possam induzir ao uso de produtos baseado em falso conceito de vantagem ou segurança

1.5 Deve constar advertência sobre os riscos de preparo inadequado e instruções para a forma correta de preparação e diluição do produto, quando for o caso, incluindo medidas de higiene.

1.6 Deve constar no painel principal do rótulo do produto, em molduro, letra legível e contrastante, a seguinte frase: “O Ministério da Saúde Adverte: Este produto só deve ser usado na alimentação de crianças menores de um ano com indicação expressa de médico ou nutricionista”. e “O aleitamento materno evita infecções e alergias e fortalece o vínculo mãe e filho."

Fórmulas infantis para Crianças de primeira infância é proibido.

1.7 É vedada a utilização de fotos, desenhos e outras representações gráficas que não sejam aquelas necessárias para ilustrar métodos de preparações ou uso do produto, sendo permitido o uso de marca, sem imagem de crianças,lactente ou figuras humanizadas, personagens infantis, frutas, legumes, animais e flores humanizadas

1.8. É vedada a utilização de frases que surgiram forte semelhança do produto com o leite materno

1.9 É vedado utilizar frases ou expressões que possam por em dúvida a capacidade das mães em amamentar seus filhos

1.10 É vedado utilizar informações que possam induzir ao uso de produtos baseado em falso conceito de vantagem ou segurança

1.11 Deve constar advertência sobre os riscos de preparo inadequado e instruções para a forma correta de preparação e diluição do produto, quando for o caso, sem utilização de mamadeiras e incluindo medidas de higiene

1.12 Deve constar no painel principal do rótulo do produto, em molduro, letra legível e contrastante, a seguinte frase: “O Ministério da Saúde Adverte: Este produto só deve ser usado na alimentação de crianças menores de um ano”. e “O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até dois anos de idade ou mais."

Alimentos de transição e alimentos à base de cereais para Lactentes e Crianças 1ª infância é proibido.

1.11 É vedado utilizar fotos, ou imagens de lactentes e crianças de primeira

70

infância.

1.12 É vedado utilizar frases ou expressões que possam por em dúvida a capacidade das mães em amamentar seus filhos

1.13 É vedado utilizar expressões como “baby”, que tentam identificar o produto como apropriado para alimentação do lactente.

1.14 É vedado promover que todas as fórmulas infantis, leites e produtos à base de cereais, possam ser administrados por mamadeira.

1.15 Deve constar no rótulo a partir de qual idade o produto deve ser consumido.

1.16 Deve constar no painel principal do rótulo do produto, em molduro, letra legível e contrastante, a seguinte frase: “O Ministério da Saúde Adverte: Este produto não deve ser usado na alimentação de crianças menores de 6 meses, salvo sob recomendação expressa do médico ou nutricionista”. e “O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até dois anos de idade ou mais."

* Não se aplica

** conjunto de atividades informativas e de persuasão em quaisquer meio de comunicação incluindo merchandising,

divulgação por meios eletrônicos, escritos, auditivos e visuais, estratégias promocionais para induzir vendas ao

consumidor no varejo, tais como exposições especiais, cupons de desconto ou preço abaixo do custo, prêmios,

brindes, vendas vinculadas a outros produtos e apresentações especiais.

71

APÊNDICE B – ROTEIRO DE VERIFICAÇÃO: PROMOÇÃO COMERCIAL DE ALIMENTOS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA

Estabelecimento: __________________________________________________

Endereço: ________________________________________________________

RPA: _____________________________________________________________

1- Requisitos Gerais Atende Não Atende N/A*

Observação: A promoção comercial de qualquer produto do item abaixo é proibida.

1.1. É vedada a promoção comercial de fórmulas infantis de partida e seguimento para lactente, (Artigo 4º, da Lei 11.265/2006), em quaisquer meio de comunicação incluindo merchandising, estratégias promocionais para induzir vendas ao consumidor no varejo, tais como exposições especiais, cupons de desconto ou preço abaixo do custo, prêmios, brindes, vendas vinculadas a outros produtos e apresentações especiais. (Anexo da Resolução no 222,item 4.1, 221, item6.3, anexo da Port. 2051, art. 4º)

Requisitos para cumprimento da promoção comercial permitida dos seguintes produtos.

1.2. A promoção comercial de fórmulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância e leites fluídos, leites em pó, apresenta com destaque a seguinte informação visual ou auditiva, de acordo com o meio de comunicação: “O Ministério da Saúde informa : O aleitamento materno evita infecções e alergias e é recomendado até os dois anos de idade ou mais.”? (Lei 11.2365/2006, art. 5º, I)

1.3. A promoção comercial de alimentos de transição e alimentos à base de cereais indicados para lactentes e ou crianças de primeira infância, bem como outros alimentos ou bebidas à base de leite ou não quando comercializados ou de outra forma apresentados como apropriados para a alimentação de lactentes e crianças de primeira infância apresenta com destaque a seguinte informação visual ou auditiva, de acordo com o meio de comunicação: “O Ministério da Saúde informa: Após os seis meses de idade continue amamentando seu filho e ofereça novos alimentos.”? (Lei 11.265/2006, art. 5º, I)

* Não se aplica

** conjunto de atividades informativas e de persuasão em quaisquer meio de comunicação incluindo merchandising, ,

estratégias promocionais para induzir vendas ao consumidor no varejo, tais como exposições especiais, cupons de

desconto ou preço abaixo do custo, prêmios, brindes, vendas vinculadas a outros produtos e apresentações especiais.

72

APÊNDICE C – TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE NUTRIÇÃO

PROGRAMA DE PÓS GRADUÇÃO EM NUTRIÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA DOS ALIMENTOS

TERMO DE COSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO

I – Dados sobre a pesquisa:

1. Título do protocolo de pesquisa: ROTULAGEM E PROPAGANDA COMERCIAL DE FÓRMULAS INFANTIS PARA LACTENTES E CRIANÇAS DE PRIMEIRA INFÂNCIA.

2. Pesquisador: Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda Padilha

3. Cargo/Função: Nutricionista inscrita no Conselho Regional da 6ª região sob o nº4503

II – Explicações sobre os procedimentos da pesquisa:

Este é um estudo sobre a Legislação que regulamente as formas de

comercialização e rotulagem de produtos destinados a lactentes e crianças de primeira

infância, lei esta que trata da rotulagem propaganda deste produto, especificando o que

é permitido e proibido, para comercialização dos produtos destinados a este público.

O estudo será realizado com mães selecionadas entre as freqüentadoras do

ambulatório de nutrição do IMIP, que serão convidadas pelo pesquisador para participar

das reuniões de grupo focal com data e hora previamente marcadas.

Antes do início da sessão será explicado para as participantes o objetivo do

estudo e como será conduzida a reunião, participará apenas da pesquisa a mãe que

concordar, tiver disponibilidade de tempo e aceite que seja gravada sua voz durante a

realização do grupo focal. Ficando o pesquisador disponível durante todo o estudo para

esclarecimento de dúvidas e questionamentos das participantes.

III – Pagamento para participação:

Nenhum pagamento será oferecido para sua participação.

73

IV – Confidencialidade:

Seu nome não será registrado no questionário para assegurar o anonimato.

Qualquer informação que seja obtida em relação com esta prática permanecerá,

portanto, confidencial e livre de possibilidade de identificação pessoal pelo próprio

pesquisador. Os dados serão analisados coletivamente, não possibilitando, portanto,

identificações pessoais do participante.

V – Participação e Desistência de participar do estudo:

Você pode escolher se quer ou não participar deste estudo. Coso você resolva

participar e depois precise desistir, pode fazê-lo, a qualquer momento, sem nenhuma

conseqüência. Você também pode se recusar a responder alguma das questões e ainda

assim permanecer no estudo.

VI – Identificação do investigador:

Caso tenha qualquer questão a respeito desta pesquisa ou quiser obter mais

informações, pode entrar em contato com Fabrícia Michelline Queiroz de Holanda

Padilha mestranda do Programa de Pós Graduação do Departamento de Nutrição da

Universidade Federal de Pernambuco.

Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter

entendido o que foi explicado, consinto em participar do presente estudo. Eu recebi

uma cópia deste formulário.

Recife, _______de _________________ 20___.

____________________________________________

Assinatura do participante da pesquisa

.

74

APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO DE TRIAGEM DAS MÃES

DADOS PESSOAIS Nome:_________________________________________________________________ Idade: ____________ Fone: ________________ Estado Civil: __________________ Escolaridade: ( ) Analfabeta ( ) Ensino fundamental ( ) Ensino médio ( )Superior Trabalha fora de casa? ( ) Sim ( ) Não Quantas Horas por dia? _______________ Renda Mensal: < 1 salário 1 salário entre 2 e 5 salários > 5 salários Nº de filhos: __________________________ Amamenta (ou) exclusivamente seu filho? ( ) Sim ( ) Não Se não, porquê? _________________________________________________________ Já participou de algum tipo de pesquisa? ( ) Sim ( ) Não Teria tempo para participar? ( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE E - ROTEIRO COLETIVO PARA CONDUÇÃO DA SESSÃO DO GRUPO FOCAL

Questões norteadoras da sessão de grupo focal

1) Qual sua opinião sobre o aleitamento materno?

2) O que vocês levam em consideração quando vão comprar o alimento pro seu filho?

.

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APÊNDICE F – GRELHA PARA ANÁLISE DE CONTEÚDO DO GRUPO FOCAL Questão norteadora Transcrição das falas Núcleo de

sentidos Trechos da entrevista

Codificação Subcategorias Central temática

1. Qual a opinião que vocês tem sobre aleitamento materno?

E – Bom, eu acho assim, o aleitamento materno é muito importante, só que às vezes a maioria das crianças, tirando pela minha, nunca é suficiente pro bebê F – Como assim? E – Assim, porque ele como, come mas ele nunca se satisfaz, é como se ele nunca enchesse o espacinho na barriguinha dele. F – Aí vc acha o que disso? E - Eu acho difícil. A – Eu acho de extrema importância e acho que é a coisa melhor pra dar pro nosso filho. Se todo mundo tivesse mais essa convivência e oportunidade de esclarecimento, de ajuda das mães, pra mãe estar passando pro seu filho, esse espaço deveria acontecer todos dias, de encontro devia acontecer todos os dias. F – Que encontro? A – De esclarecimento pras mães, porque em muitos casos as mães não amamentam por insegurança porque acham que seu leite é fraco, porque o leite não é o suficiente, porque mesmo que seja mais forte o leite não é capaz de satisfazê-lo, então eu acho que deveria ter mais esclarecimento para que a mãe pudesse amamentar com

- Eu acho de extrema importância ... - ...é fundamental na saúde da criança... - protege de muitas doenças e de muitas coisas - ...é legal amamentar até os 2 anos. - ...dá segurança ao bebê por causa da doença. - Eu acho que é importante (...) até os 2 anos. - ...é bom pra saúde dele mais do que pra gente. - Eu acho difícil.

- Eu acho de extrema importância e acho que é a coisa melhor pra dar pro nosso filho. - eu acho que é fundamental na saúde da criança, na saúde, na educação e para família inteira, - protege de muitas doenças e de muitas coisas - o leite da gente é legal amamentar até os 2 anos. - Eu acho que dá segurança ao bebê por causa da doença. - Eu acho que é importante assim como ela

- importante para o filho - Protege contra doença. - amamentar até os 2 anos - dificuldade em amamentar - mãe sem opinião. - insegurança da mãe dificulta amamentação

- Importante pois protege contra doenças. - Deve-se amamentar até os 2 anos - A insegurança materna dificultando a amamentação

- Até os 2 anos confere proteção ao bebê - A insegurança materna dificulta o aleitamento materno.

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mais consciência, acho que é isso então, a importância do aleitamento materno, eu acho que é fundamental na saúde da criança, na saúde, na educação e para família inteira, NE? Eu acho que não começa só pela mãe, acho que a família inteira, o pai também tem que estar muito presente nesse momento, então enfim, é uma coisa divina mesmo, o leite é uma coisa muito poderosa, não é à toa! Ele protege de muitas doenças e de muitas coisas, a minha filha mesmo teve dengue recentemente, na semana passada ele tava com dengue, e assim, ela foi uma heroína, em menos de 4 dias ela já tava assim, reagindo, não parou de mamar em nenhum momento e isso foi o que me deixou mais tranqüila, então sabendo que ela tava mamando e que a única fonte de alimento dela era o meu peito, era o que me fazia ter força para acreditar que ela ia se recuperar, e eu tenho consciência que ela tava se recuperando com mais rapidez porque ela mamava dos 0 aos 6 meses, então se eu pudesse amamentava até os 2 anos, que é o que a gente é... o leite da gente é legal amamentar até os 2 anos e muita mãe nem sabe disso, o leite tem uma função, né? E tem validade o leite sim, não tem validade? Então eu acho que toda mãe tem obrigação, que devia ser tatuado: EU AMAMENTO!

- as mães não amamentam por insegurança porque acham que seu leite é fraco. - Pra mim foi difícil! - eu não tenho muito a dizer não...

disse até os 2 anos - claro além de ser bonito é importante como você mesma falou (A) e é bom pra saúde dele mais do que pra gente, - Eu acho difícil. - as mães não amamentam por insegurança porque acham que seu leite é fraco - Pra mim foi difícil! - eu não tenho muito a dizer não, porque eu não fui pra palestra, essas coisas, é o meu primeiro filho,

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E - Pra mim foi difícil! F - Eu queria que vc’s dissessem a opinião de vc’s, ok? Se acham que é bom ou ruim...o que acham... M – Eu acho que dá segurança ao bebê, né? Por causa de doenças essa coisas, mas sabendo que ele não quer mamar mais, eu estou dando leite de lata. F - Ele está com quantos meses/ M – 3 meses F – ele mamou? M- pouquíssimo F- Mas vc, o que é que acha do aleitamento materno, qual sua opinião? M – olhe não eu não tenho muito a dizer não, porque eu não fui pra palestra, essas coisas, é o meu primeiro filho, eu não tenho muito o que dizer não, eu só faço escutar que é bom, que é isso ou aquilo... F – Mas já escutou isso? M – é, mas opinião formada eu não tenho, se tivesse mais reunião com ela (Adriana) ta falando aí, porque no começo da minha gravidez eu não aceitei muito, aí não fui ao pré natal, não fiz nada, aí agora é que eu estou me interessando, porque eu amo meu filho, aí estou querendo fazer de tudo por ele, mas esse negócio do peito ele não quer mais não, ele mama pouquinho, assim, aí fica chorando, aí só o mingau mesmo, só o leitão pra ele, uma mamadeira bem

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cheiona aí ele gosta.(risos). F – Alguém mais tem alguma opinião, o que vc’s acham? C – Eu acho que é importante assim como ela disse até os 2 anos, só que no meu caso, o meu filho mesmo, ele rejeitou o meu peito com 1 mês e meio ele não pegava, eu vim aqui pro hospital, falei com a médica, com fome eu não podia deixar ele e até hoje eu acho lindo quando vejo uma criança maior mamando no peito, tenho vontade que ele mamasse também, claro além de ser bonito é importante como você mesma falou (A) e é bom pra saúde dele mais do que pra gente, aí às vezes eu olho pra u bebê assim e digo: “- Olha ele ainda mama!” O meu bebê nem mama mais ele rejeitou o peito de uma forma que quando eu tentava botar o peito na boca dele ele ficava querendo vomitar, eu falei com a médica tudinho, aí ele começou a tomar leite, mas de vez em quando ainda boto o peito na boca dele pra estimular pra ver se volta o leite, pra ver se ele pega, mas não tem jeito, apesar que se dependesse de mim ele mamaria até os 2 anos dele, ou até mais, com a irmã dele também foi a mesma coisa, que eu tenho uma menina fora ele, ela mamou acho que uns 15 dias, porque não pegava o peito de jeito nenhum, chorava, ficava com fome mas

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não aceitava o peito, aí assim eu acho difícil essa parte assim de vc querer e o bebê não aceitar. V – você olhe o meu ainda tem 1 ano e 10 meses, ainda mama, come comidinha de panela... F - Mas o que vc acha do AM? V –è muito importante, porque ele tava com uma infecção no umbigo, sempre comia, sempre mamava, depois que a infecção melhorou, ficou cansadinho, mas sempre ele mamava, só queria saber só do peito, é muito importante o peito, ele ainda mama. A – É na hora que o bebê pega uma doencinha, uma infecçãozinha que a gente mais ainda vê a importância, né? V - É porque quando ele não queria comer comidinha de panela, pq tava vomitando, aí eu dava o peito e ele mamava, mamava, mamava, chega dormia. M – Eu acho assim, que é gratificante ter um filho assim! V – Ele mama ainda e tem 1ª10m, ele vai fazer 2 aninhos e ainda mama! C – Aqui mesmo antes de eu entrar, tinha uma menina aí fora, que é amiga dela, aquela “fortinha” que tava com um bebê grandão, ele mamando, eu fiquei ali....”hehen bichinho! Ainda falei com ela: -Queria tanto que o meu mamasse também, mas ele não aceita!”

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V – O meu mesmo ainda mama que só, só que o meu peito não fica muito grande, mas tem leite, quando ele pega pra mamar, chega eu sinto! M – Mas ele se satisfaz só com o peito? V – Mas ele come comidinha de panela tbm, ele pode comer um prato cheio, mas ele sempre quer o peito no final. F – Rejane, tu acha o que? R – Ah, eu acho tudo que ela falou ali...(risos) não tenho o que falar mais é super importante, né? F - Alguém acha mais alguma coisa? R - Não concordo com tudo! C A mesma coisa que ela tbm, a mesma coisa, porque tem mãe que não gosta de dar, porque diz que o peito vai ficar murcho, fica não sei o quê, né? Mas não tenho essa frescura não, eu tô dando até o dia que ele deixar. F – E acha a mesma coisa? C – É a mesma coisa que elas. V – E outra não cai nada não, sabe porque? Eu tive 6 filhos.... A – É não existe isso de cair não! V - ...Aí todos os meus 6 filhos mamou e nunca caiu, um mamou com 1ª9m não quis mais, o outro com 6 meses enjoou, mas esse agora vai fazer 2 anos ta mamando e se deixar ele mama até 3 anos. E – a minha tia tbm mamou quase até 10 anos.

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A – Incrível! E – quando eu nasci a minha mãe disse que amamentava minha tia, minha mãe dizia que eu ficava no peito e ela lá: - Me dá um pouquinho tia Ana! Ela mamou até os 10 anos, não sei como minha avó agüentou! F – Alguém mais tem alguma coisa pra falar sobre AM? Todas – Não! F – Agora deixa eu fazer uma pergunta pra vc’s, algumas mães aqui já introduziram outras coisas, né? Como outros alimentos, o que é que vc’s dão pros seus bebês, fora o leite materno? E – O meu não chegou na fase de comer outra coisa ainda não! F – e o que vc ta dando pra ele agora? E – só o leite instantâneo e a água. M – Lucas como leitinho, tbm papinha de fruta, de verdura. A – Ah, eu tbm dou só um papa de frutas, legumes e leite materno nos intervalos e água. C – De manhã o mingau, a papa, 9 horas um suco, uma fruta....

2. O que vocês levam em consideração quando vão comprar o alimento pro seu filho?

R – Eu olho a validade, a fórmula... F – e vc’s olham isso onde? R – no rótulo. M – tem mãe que pega qualquer coisa, bota no carrinho e não sabe se aquilo vão ofender ou não o bebê dela, eu acho

- ...validade, a fórmula... - no rótulo. - se tem muito

- Eu olho a validade, a fórmula... - no rótulo. - – se tem muito sal, se tem

- Validade e fórmula. - Rótulo - embalagem e

- Rótulo - Embalagem e propgaganda.

- Rótulo com a composição do alimento e propaganda do produto.

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que é importante a gente prestar atenção nessas coisas, nesses detalhezinhos, de olhar a validade, de olhar o conteúdo do que vc ta levando, se tem alguma coisa que seu bebê não pode. A – se tem muito sal, se tem muita gordura, eu só dou coisa natural à ela. M – tem que prestar atenção que comida de bebê não deve ter na industrializado. A – Eu não dou nada industrializado à ela, por enquanto ela não precisa, ela toma leite do peito e come raízes, folhas, frutas, grãos, legumes, mas é lógico que vai chegar o momento de introduzir. V – Eu compro sempre leite da Nestlé, danoninho...e sempre tbm o que estiver com o preço mais em conta F - vc escolhem em primeiro lugar a marca ou o preço? V – os 2 juntos F - e o que mais vc olha? V - eu compro mucilon, farinha láctea, “amaizena”, ele come tbm toda papa. F – Aí como é que vc escolhe? V – daquela da caixa amarela. F- tuh vai pela caixa? Porque/ V – porque eu sempre comprei daquela dali e sempre gostei. A – Todo mundo só conhece ela...Risos F – então vc’s vão muito pela embalagem?

sal, se tem muita gordura... - daquela da caixa amarela. - pela embalagem, pela propaganda... - preço e a marca. - ...se é pra idade da criança, o mais apropriado. - ...eu fui pela marca - ... as vitaminas que (...) vai oferecer à criança. - ... procura no rótulo, que tipo de vitamina tem, se tem ferro, vitamina B, vitamina A. - tem que prestar atenção no rótulo.

muita gordura, só dou coisa na tural à ela. - daquela da caixa amarela. - pela embalagem, pela propaganda, né? Passa todos dia na televisão as marcas. - preço e a marca. - Eu olho a marca e se é pra idade da criança, o mais apropriado - quando comecei a comprar leite pro meu filho, eu fui pela marca - independente da propaganda vc deve olhar as vitaminas que aquilo vai oferecer à criança. - a gente

porpaganda - preço e marca - apropriado para idade da criança. - composição do protudo em vitaminas e minerais.

- Preço e marca. - Composição do produto

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A – pela embalagem, pela propaganda, né? Passa todos dia na televisão as marcas. F - Pq? A – Pq ta todo dia na televisão, né gente! F – E vc’s meninas, como vc’s escolhem? C - eu acho o preço e a marca. R – Eu olho a marca e se é pra idade da criança, o mais apropriado, né? F - e como vc olha se é pra idade? R - pq sempre tem indicando, a idade da criança, os meses tudinho, eu vou por isso! F – E vc’s acham importante ter essa informação? Todas – achamos sim! M – eu Tbm quando comecei a comprar leite pro meu filho, eu fui pela marca e se era apropriado pra idade dele. F - Adriana falou a questão da propaganda desse produtos não foi? O que vc’s acham sobre isso? R – eu acho assim, independente da propaganda vc deve olhar as vitaminas que aquilo vai oferecer à criança. F – e como vc vê isso/ R - Aí a gente procura no rótulo, que tipo de vitamina tem, se tem ferro, vitamina B, vitamina A. M – Eu compro pro Lucas pela quantidade de vitaminas que o produto

procura no rótulo, que tipo de vitamina tem, se tem ferro, vitamina B, vitamina A - tem que prestar atenção no rótulo pra saber que está levando pra casa, então tem que prestar atenção nessas coisas.

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oferece. F – e vc vê onde? M – no rótulo. F – Então Adriana falou a questão da propaganda, mas vc’s acham importante? C – Ah, eu acho que eles não vão fazer uma propaganda de uma coisa que não presta. F - então vc’s olham o rótulo? A - tem que olhar, pq a criança é mais sensível e a gente tem que prestar atenção no rótulo pra saber que está levando pra casa, então tem que prestar atenção nessas coisas. F – então vc’s acham importante o rótulo/ A- é sim, eu acho! C – acho tbm R – sim!