recentes avanços da in-tube spme-lc para bioanálises · recentes avanços da in-tube spme-lc para...

13
PREPARO DE AMOSTRAS Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 Instituto Internacional de Cromatografia DOI: http://dx.doi.org/10.4322/sc.2014.002 ISSN 1984-4433 Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises Maria Eugênia C. Queiroz*, Lidervan P. Melo Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP, Cep 14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil e-mail: [email protected] Resumo O sistema in-tube SPME-LC realiza extração contínua, concentração e injeção utilizando o injetor automático. Esta técnica é usualmente usada em combinação com a cromatografia líquida de alta eficiência ou com a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Esta técnica tem sido aplicada com sucesso na determinação de fármacos em fluidos bilógicos. Neste artigo de revisão, os autores discutem os recentes avanços no desenvolvimento de fases estacionárias para o aumento da sensibilidade de métodos cromatográficos para bioanálises. Palavras-chave Microextração em fase sólida; drogas; fluidos biológicos; fases estacionárias seletivas. Recent advances on in-tube SPME-LC for bioanalysis Abstract On-line in-tube SPME-LC performed continuous extraction, concentration, desorption, and injection using an autosampler. is technique is usually used in combination with high performance liquid chromatography and liquid chromatography-mass spectrometry. is technique has successfully been applied to the determination of drugs in biological fluids. In this review, the authors discuss the recent advances in the development of selective stationary phases to increase the sensitive of the chromatography methods for bioanalysis. Keywords In-tube solid-phase microextraction; drugs; biological fluids; selective stationary phases.

Upload: haduong

Post on 01-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

PREPARO DE AMOSTRAS

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

Instituto Internacional de Cromatografia

DOI: http://dx.doi.org/10.4322/sc.2014.002

ISSN 1984-4433

Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises

Maria Eugênia C. Queiroz*, Lidervan P. Melo

Departamento de Química, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP, Cep 14040-901, Ribeirão Preto, SP, Brasil

e-mail: [email protected]

Resumo

O sistema in-tube SPME-LC realiza extração contínua, concentração e injeção utilizando o injetor automático. Esta técnica é usualmente usada em combinação com a cromatografia líquida de alta eficiência ou com a cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas. Esta técnica tem sido aplicada com sucesso na determinação de fármacos em fluidos bilógicos. Neste artigo de revisão, os autores discutem os recentes avanços no desenvolvimento de fases estacionárias para o aumento da sensibilidade de métodos cromatográficos para bioanálises.

Palavras-chave

Microextração em fase sólida; drogas; fluidos biológicos; fases estacionárias seletivas.

Recent advances on in-tube SPME-LC for bioanalysis

Abstract

On-line in-tube SPME-LC performed continuous extraction, concentration, desorption, and injection using an autosampler. This technique is usually used in combination with high performance liquid chromatography and liquid chromatography-mass spectrometry. This technique has successfully been applied to the determination of drugs in biological fluids. In this review, the authors discuss the recent advances in the development of selective stationary phases to increase the sensitive of the chromatography methods for bioanalysis.

Keywords

In-tube solid-phase microextraction; drugs; biological fluids; selective stationary phases.

Page 2: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

168 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

1 Introdução

Os fluidos biológicos são amostras com-plexas constituídas por ácidos, bases, sais, pro-teínas, enzimas, assim como outras substâncias orgânicas com estruturas químicas similares aos analitos, como os fármacos de uso conco-mitante. Desta forma, estas amostras biológicas não podem ser introduzidas diretamente, no seu estado in natura, em sistemas cromatográficos. Estes interferentes podem suprimir a ionização dos analitos, durante o processo de ionização nas análises por cromatografia líquida com detector de espectrometria de massas (LC-MS), coeluir com os analitos durante a separação cromatográ-fica (LC-UV), ou adsorver de forma irreversível junto à coluna analítica, modificando a retenção dos analitos e diminuindo o tempo de vida útil da coluna.

Desta forma, a análise de fármacos em fluidos biológicos requer a etapa do preparo da amostra, para a eliminação da maioria dos inter-ferentes e pré-concentração dos fármacos, quase sempre presente em níveis de traços.

Em razão da baixa volatilidade e caráter mais polar da maioria dos fármacos, a cromato-grafia líquida de alta eficiência tem sido a técnica analítica de referência para a análise de fármacos e seus metabólitos em fluidos biológicos.

A química analítica moderna tem sido dire-cionada para a simplificação através da miniaturi-zação dos sistemas analíticos. Este procedimento facilita a hifenação de técnicas, a minimização do consumo de solvente orgânico, do volume da amostra, do tempo da análise, e a utilização de tecnologias ambientalmente corretas, em direção ao cuidado preventivo do meio ambiente.

Neste contexto, destacamos a microextração em fase sólida acoplada à cromatografia líquida, denominada in-tube SPME-LC que permite a extração, dessorção e injeção contínua, utili-zando o injetor automático LC.

1.1 In-tube SPME-LC

A in-tube SPME-LC utiliza uma coluna capi-lar como dispositivo de extração em fase sólida (Figura  1), a qual tem sido acoplada em linha com os sistemas de HPLC, LC-MS ou CE, per-mitindo a automação do processo de extração.

A técnica in-tube SPME-LC, geralmente, utiliza um capilar de sílica fundida aberto reves-tido internamente com fase estacionária qui-micamente ligada (Figura  1A), como as colu-nas capilares de cromatografia em fase gasosa. Capilares de poli-éter-éter cetona (PEEK) reche-ados com tubos de sílica fundida com revesti-mento interno ou externo (Figura  1B), capila-res de PEEK recheados com partículas sólidas adsorventes (Figura  1C), ou ainda capilares de sílica fundida com fase monolítica (Figura  1D) também têm sido utilizados.

Uma das vantagens desta técnica é a dis-ponibilidade de várias colunas capilares de GC (diferentes seletividades), as quais podem ser utilizadas como dispositivo extrator, ampliando assim o leque das aplicações.

Geralmente, o sistema in-tube SPME-LC é montado fixando-se a coluna capilar de sílica fundida aberta, revestida internamente com a fase extratora (como por exemplo, um pedaço de coluna capilar GC, 60-70 cm), entre a alça de amostragem e a agulha do injetor automático do LC. Para o processo de extração (válvula do injetor LC na posição carregar), uma alíquota da amostra, presente no frasco do injetor automá-tico LC, é aspirada, transportada para a coluna capilar e dispensada novamente no frasco, à vazão constante, Figura  2a. Estas etapas são denominadas como ciclos aspirar/dispensar, as quais são executadas repetitivamente, segundo programa do injetor automático.

Page 3: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 169

Quando atingido o equilíbrio de sorção, os analitos pré-concentrados no capilar são rapida-mente dessorvidos da fase estacionária através da percolação da fase móvel, após posicionar a vál-

vula do injetor LC na posição injetar (Figura 2b). Os analitos dessorvidos são transportados para a coluna analítica (LC) para separação cromatográ-fica e posterior detecção. Diferentes detectores, tais como UV, arranjo de diodos, fluorescência e de espectrometria de massas têm sido utilizados em linha com o sistema in-tube SPME-LC.

Outra forma de montar o sistema in-tube SPME-LC é conectar a coluna capilar junto à válvula de seis pórticos do LC. Com a válvula do injetor LC na posição carregar, a amostra é injetada no capilar e após limpeza do sorvente com solvente fraco para a remoção dos compos-tos endógenos da matriz, a válvula é colocada na posição injetar e a fase móvel é percolada pelo capilar para dessorção dos analitos e transporte para a coluna analítica (Figura 3).

As condições experimentais in-tube SPME (fase estacionária, dimensões do capilar, volume de amostra, pH e força iônica da amostra, vazão da amostra, número de ciclos aspirar/dispensar e modo de dessorção) têm sido otimizadas para aumentar a eficiência da extração e diminuir o tempo da análise. Ensaios realizados em condi-ções experimentais que representam o equilíbrio de sorção do analito com a fase extratora apre-sentam maior precisão analítica.

Figura 1 Configurações dos dispositivos de extração in-tube SPME (A) coluna capilar de sílica fundida com revestimento polimérico, (B) capilar PEEK recheado com tubos de sílica fundida com revestimento interno ou externo, (C) capilar de PEEK recheado com sólidos adsorventes e (D) capilar recheado com fase monolítica. Adaptado de Kataoka et al.[1] (2009).

Figura 2 Esquema do processo in-tube SPME. (a) extração e (b) dessorção. Adaptado de Kataoka et al.[2] (1999).

Page 4: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

170 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

2 Fases estacionárias

Dentre as fases estacionárias disponíveis no comércio, a Omegawax 250 (polietilenogli-col) (Tabela  1)[4], Sulpel Q-PLOT (polímeros porosos derivados de estireno-divinilbenzeno) (Tabela  1)[5-8] e OV1701 (14% cianopropilfenil metilpolisiloxano) (Tabela 1)[9], têm sido as mais utilizadas para análises de fármacos em fluidos biológicos. Com o objetivo de aumentar a sele-tividade dos métodos cromatográficos, algumas fases estacionárias, tais como, poli(pirrol), mate-rial de acesso restrito, imunossorvente, políme-ros impressos molecularmente e monolítica têm sido desenvolvidos (Labmade) para análises de fármacos em fluidos biológicos.

O poli(pirrol) (PPY), em razão de sua per-meabilidade (estrutura porosa) e propriedades multifuncionais, que resultam em interações intermoleculares ácido-base, dipolo-dipolo, hidrofóbica, π−π e ligação de hidrogênio com os analitos foi avaliado como fase extratora para in--tube SPME para análise de enantiosseletiva de fluoxetina e seu principal metabólito (norfluoxe-tina) em amostras de plasma para fins de moni-torização terapêutica[10]. Um capilar de sílica fundida (60 cm × 0,25 mm d.i.), após silanização

com solução etanóica de aminopropiltrietoxisi-lano (APTES) foi revestido com polipirrol por polimerização química através da percolação das soluções do monômero e da solução oxidante [Fe (ClO4)3] sob fluxo de N2, (Figura 4). Este capilar mostrou-se estável nas condições de análise, per-mitindo a reutilização em centenas de extrações.

O método PPY in-tube SPME-LC apresen-tou limites de quantificação de 10 a 15 ng mL–1, os quais permitiram análise enantiosseletiva de fluoxetina e seu principal metabólito em níveis plasmáticos que contemplam o intervalo tera-pêutico, Figura 5.

O desenvolvimento de fases sorbentes com material de acesso restrito (RAM  –  restricted acess media), tem permitido a introdução direta de fluidos biológicos em sistemas cromatográfi-cos, reduzindo o tempo da análise. As fases de acesso restrito possuem uma superfície hidrofí-lica biocompatível na parte externa e hidrofóbica (suportes de sílica, C8 ou C18) no interior dos poros da partícula do sorbente. As macromolé-culas são excluídas por uma barreira física ou de difusão química. Já as moléculas pequenas (fár-macos) penetram nos poros (hidrofóbicos) e são sorvidos, através do processo de partição. Mullett and Pawliszyn[11] desenvolveram um capilar de

Figura 3 Sistema in-tube SPME-LC com a fase RAM (partículas hidrofóbicas revestidas com albumina sérica bovina) para análise de interferon em amostras de plasma. Adaptado de Chaves et al.[3] (2011).

Page 5: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 171

PEEK recheado com fase a RAM, ou seja, super-fície hidrofílica (diol, ADS) na parte externa e hidrofóbica (octadecilsilano, C18) no interior dos poros da partícula do sorvente para análises de benzodiazepínicos em amostras de soro.

Os interferons, biofármacos, são um grupo de glicoproteínas que atuam nas imunidades inata e adaptativa, e possuem diversas proprieda-des, como antiviral/antibacteriana, antitumoral, antiproliferativa e imunomoduladora. A Figura 3 ilustra o sistema in-tube SPME-LC montado para análise de interferon em amostra de plasma com a fase biocompativel composta por partícu-las C18 revestidas com albumina sérica bovina

(BSA)[3]. O material biocompatível (C18-BSA) permitiu análise direta das amostras de plasma diluídas em solução tampão, sem remoção pré-via das proteínas.

As fases imunossorventes, onde o meca-nismo de sorção é baseado no reconhecimento molecular, têm sido desenvolvidas através da imobilização (ligações covalentes) de anticorpos (específicos do analito) na superfície interna do capilar de sílica fundida[12]. Chaves and Queiroz[13]

(Tabela  1) comprovaram a especificidade das interações antígeno-anticorpo (monoclonais) através das análises in-tube SPME/LC de inter-feron em amostras de plasma para fins de moni-torização terapêutica. O tubo capilar de sílica fundida foi primeiramente ativado com APTES e glutaraldeído, liberando o grupo amina primá-rio sobre a superfície. Após extensa lavagem com água nanopura, a superfície de glutaraldeído ati-vada foi reagida com uma solução de anticorpo monoclonal em solução salina tamponada com fosfato. Os grupos aldeídos remanescentes na superfície, foram desativados com uma solução de etanolamina. A linearidade do método desen-volvido in-tube SPME-LC imunossorvente para

Figura 4 Desenvolvimento do capilar de PPY por polimerização química.

Figura 5 Cromatogramas referentes às análises por in-tube SPME-LC com a fase de PPY (a) Amostra de plasma (branco de referência), (b) amostra de branco de referência enriquecida com fluoxetina e norfluoxetina na concentração de 300 ng/mL, (c) amostra de plasma de paciente em terapia com fluoxetina. Adaptado de Silva et al.[10] (2009).

Page 6: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

172 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

análises de α-interferon em amostras de plasma resultou em concentrações que variam de 0,006 (limite de quantificação) a 3,0 MIU mL–1. O capi-lar in-tube SPME imunosorvente foi reutilizado 10 vezes sem perda significativa da eficiência de extração.

Já os polímeros de impressão molecular (MIP) são materiais sintéticos com proprieda-des de reconhecimento molecular baseados em sistemas biomiméticos, semelhante aos sistemas específicos enzimas-substratos ou antígeno--anticorpo. De acordo com a literatura, a maioria dos polímeros de impressão molecular é baseada em polímeros acrílicos ou acrilatos orgânicos, os quais são sintetizados através da polimeriza-ção radicalar. A síntese dos MIP consiste, basi-camente, em três etapas: (a) Formação de um complexo pré-polímero através de interações covalentes ou não covalentes entre a molécula molde (soluto) e o monômero funcional; (b) Etapa de polimerização em torno do complexo molde-monômero, gerando uma cadeia polimé-rica tridimensional altamente entrecruzada; (c) Remoção da molécula molde das cavidades do polímero. Após a etapa de remoção da molécula molde, cavidades seletivas ao molde são esta-belecidas, tanto em tamanho e forma, quanto à presença de grupos funcionais. Estas cavidades constituem os sítios específicos de ligação que atuam no reconhecimento do molde e/ou com-postos com estrutura química semelhante ao soluto [14].

Mullett  et  al.[15] desenvolveram um capilar de PEEK recheado com a fase MIP (processo radicalar) para análises in-tube SPME/LC-UV de propranolol em fluidos biológicos. O capilar foi reutilizado mais de 500 vezes com boa pre-cisão analítica (RSD < 5,0%) na faixa linear de 0,5-100 µg/mL para análises de propanolol em

soro. Zhang et al.[16] sintetizaram a fase MIP em capilar de sílica fundida para a in-tube SPME off--line para análises LC-UV de 8-hidroxi-2`-deoxi-guanosina em amostras de urina. O sistema in--tube SPME (off-line) foi montado com o auxílio de uma bomba seringa.

Yuling Hu  et  al.[17] desenvolveram o método fiber-in-tube SPME-LC utilizando um capilar PEEK recheado com fibras (capilares de sílica fundida) revestidas externamente com polímeros de impressão molecular de diferen-tes tipos, ou seja, desenvolvidos com diferentes templates (moléculas molde), ofloxacin (fibra OFL-MIP) e sulfametazina (fibra SM-MIP). O sistema fiber-in-tube SPME-LC foi conectado aos detectores UV e fluorescência em sequên-cia. O método fiber-in-tube SPME com o capi-lar PEEK recheado com fibras híbridas resul-tou em alta seletividade (fase MIP) e excelente dinâmica fluídica, o qual permitiu a determi-nação de antibióticos (ofloxacin, norfloxacin, cifloxacin, sulfadiazina, sulfamerazina, sulfa-metazina e sulfamato) em amostras de alimen-tos de origem animal com baixos limites de detecção (0,016 e 0,11 µg. L–1).

Recentemente, os pesquisadores têm sinte-tizados sorventes seletivos MIP através do pro-cesso sol-gel como fase extratora para in-tube SPME-LC. O polímero impresso sintetizado pelo método sol-gel apresenta alta afinidade, seletivi-dade e rápida taxa de transferência de massa[18].

As fases monolíticas também têm sido avaliadas nas análises in-tube SPME-LC, pois possuem estrutura sólida e altamente porosa, de pequenos domínios e canais relativamente grandes, que resultam em alta permeabilidade e eficiente extração[19]. Estas fases apresentam algumas vantagens, tais como, não necessitam de filtros nas extremidades, bom controle da

Page 7: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 173

porosidade, facilidade de incorporação de dife-rentes grupos (moléculas hidrofóbicas, molécu-las carregadas, moléculas para interações espe-cíficas, etc.) durante seu preparo e capacidade de sorção superior às colunas capilares de tubos abertos.

As fases monolíticas com polímeros orgâ-nicos[20,21] ou à base de sílica [22-24] têm sido utili-zadas para análises in-tube SPME. Os polímeros monolíticos orgânicos apresentam boa estabili-dade em ampla faixa de pH, no entanto, o intu-mescimento desses polímeros na presença de solventes orgânicos pode levar à diminuição da estabilidade mecânica. Já os monolitos à base de sílica apresentam altas permeabilidade e estabi-lidade mecânica e não apresentam intumesci-mento na presença de solventes orgânicos, mas o preparo convencional é moroso e de baixa reprodutibilidade. Uma alternativa promissora tem sido os monolitos híbridos organo-silica para as análises in-tube SPME[25-27]. Estes apre-sentam uma ligação covalente entre a parte orgâ-nica (trialcoxisilano organo-funcionalizado) e a parte inorgânica (tetrametoxisilano, TMOS ou tetraetoxisilano, TEOS). Os grupos alcóxidos sob reações de hidrólises e policondensação, processo sol-gel, resultam na matriz de sílica híbrida com grupos orgânicos covalentemente incorporados. O meio ácido favorece as reações de hidrólise, enquanto que o meio alcalino favo-rece as reações de condensação. Geralmente, os monolitos híbridos são sintetizados via reações sol-gel, em duas etapas. Inicialmente, os silanos são hidrolisados em altas temperaturas em solu-ção água/metanol (co-solvente), na presença de um catalisador ácido (ácido clorídrico, ácido acético). Em uma segunda etapa, dodecilamina é adicionada à solução como um catalizador secundário, aumentando o pH e acelerando as

reações de condensação e reduzindo tempo de gelatização. A dodecilamina também atua como supramolecular template para formar poros na matriz monolítica. Este procedimento foi ado-tado para a síntese de monolitos com grupos cianoetil e octil incorporados, os quais foram utilizados, respectivamente, para análises in--tube SPME/LC de antidepressivos[27] em amos-tras de plasma e de PAHs[26].

A coluna capilar monolítica híbrida inor-gânica-orgânica molecularmente impressa (MIP monolítico híbrido) foi sintetizada pelo processo sol-gel e radicalar “one-pot” (num só reator), e empregada para a extração seletiva de lisozima (proteína) em amostras biológicas complexas[28]. Para a síntese das colunas mono-líticas híbridas tetrametilsiloxano e 3-meta-criloxipropiltrimetoxisilano foram utilizados como co-precursores inorgânicos, acrilamida e N, N’-metilenobisacrilamida como monôme-ros orgânicos funcionalizados, e lisozima como molde. A reprodutibilidade da síntese das colu-nas monolítica hibridas impressas foi demons-trada (n=5) e o desvio padrão relativo foi inferior a 3,87%.

A Tabela 1 ilustra as aplicações recentes da técnica in-tube SPME-LC para análise de fárma-cos em fluidos biológicos.

3 Conclusão

O desenvolvimento de sorventes seletivos aumenta a eficiência e seletividade da in-tube SPME-LC, permitindo a utilização desta técnica na quantificação de fármacos em níveis de traços (mesmo com detectores convencionais, como por exemplo, o UV) em amostras complexas, como os fluidos biológicos.

Page 8: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

174 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

Tabe

la 1

A

plic

ação

da

técn

ica

in-t

ube

SPM

E-LC

par

a an

ális

es d

e fá

rmac

os e

m fl

uido

s bi

ológ

icos

.

Ana

lito

Mat

riz

Con

diçõ

es in

-tu

be S

PME

Fase

ext

rato

raSi

stem

a de

de

tecç

ãoLO

QIn

ovaç

ão a

nalít

ica

Refe

rênc

ias

Flu

oxe

tin

aPl

asm

apH

7,4

400

µL/m

in

Cap

ilar

de s

ilica

im

obili

zado

com

an

ticor

pos

LC/M

S5

ng/m

L

Fase

imun

orbe

nte

- in

tera

ções

es

pecí

fica

com

a fl

uoxe

tina,

alta

es

peci

ficid

ade

anal

ítica

.Q

ueiro

z et

al.[1

2]

(200

7)

Cort

isol

Saliv

apH

4,0

150

µL/m

inC

olun

a Su

pel Q

Pl

otLC

/MS

5 pg

/mL

(LO

D)

Col

unas

PLO

T –

Mai

or

área

sup

erfic

ial (

adso

rção

), ex

traç

ão m

ais

efici

ente

qua

ndo

com

para

da à

s fa

ses

líqui

das.

Kata

oka

et a

l.[5]

(200

7)

An

tid

ep

ress

ivos

Plas

ma

pH 9

,0, 1

00 µ

L,

D/E

= 1

5,

315

µL/m

in

OV-

1701

(80

cm ×

250

µm

d.

i)LC

-UV

LOQ

= 2

0-50

ng

/mL

Gru

pos

cian

o (C

N) –

car

acte

rístic

as p

olar

es

e ap

olar

es, a

lta r

obus

tez

(mai

s de

100

ext

raçõ

es s

em p

erda

da

efici

ênci

a).

Silv

a et

al.[9

] (20

08)

Nic

oti

na

, co

tin

ina

, e

alc

aló

ides

Urin

a e

saliv

a

pH 5

,0, 4

0 µL

, D

/E =

25,

150

µL/m

in

CP-

Pora

PLO

T am

ina

(60

cm ×

0.3

2 m

m

d.i,

10 µ

m)

LC-M

SLO

D =

15-

40

pg/m

L

Col

una

CP-

Pora

PLO

T am

ina

-mai

or in

tera

ção

de fá

rmac

os

bási

cos.

Kata

oka

et a

l.[6]

(200

9)

Flu

oxe

tin

a e

N

orfl

uoxe

tin

a

en

an

tiôm

ero

sPl

asm

apH

9,0

, 100

µL,

D

/E =

20,

315

µL/m

in

Polip

irrol

(60

cm ×

0.2

5 m

m

d.i,

0.2

µm)

LC-F

LDLO

Q =

10-

15

ng/m

L

Polip

irrol

– a

lta e

stab

ilida

de d

o re

vest

imen

to d

e po

liprr

ol n

a pr

esen

ça d

e so

lven

tes

orgâ

nico

s,

alta

rob

uste

z (1

00 c

iclo

s de

ex

traç

ao),

inte

raçõ

es iô

nica

s co

m o

s fá

rmac

os, fl

uoxe

tina

e no

rfluo

xetin

a.

Silv

a et

al.[1

0] (2

009)

Este

reóid

es

Urin

a40

µL,

D

/E =

20,

150

µL

/min

Supe

l-Q

Plo

t

(60

cm ×

0.3

2 m

m

d.i,

17 µ

m)

LC-M

SLO

D =

9-1

82

pg/m

L

Col

unas

PLO

T –

Mai

or

área

sup

erfic

ial (

adso

rção

), ex

traç

ão m

ais

efici

ente

qua

ndo

com

para

da à

s fa

ses

líqui

das.

Saito

et a

l.[7] (

2010

)

D/E

: C

iclo

s as

pira

r/di

spen

sar,

MPT

S: 3

-mer

capt

o pr

opilt

rimet

oxis

ilano

, A

APT

S: N

-(2-

amin

oetil

)-3-

amin

opro

piltr

imet

oxis

ilano

, PS

P: p

arci

alm

ente

sul

fona

dos

poli(

estir

eno)

, VP

BA:

ácid

o 4-

vini

lfeni

lbor

onic

o, E

DM

A:

etile

no g

licol

dim

etac

rilat

o, R

AM

– m

ater

ial d

e ac

esso

res

trito

, BSA

: al

bum

ina

soro

bov

ino,

OFL

: ofl

oxac

ina,

SU

F: s

ulfa

met

azin

a.

Page 9: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 175

Ana

lito

Mat

riz

Con

diçõ

es in

-tu

be S

PME

Fase

ext

rato

raSi

stem

a de

de

tecç

ãoLO

QIn

ovaç

ão a

nalít

ica

Refe

rênc

ias

Cis

-dio

l b

iom

olé

cula

sU

rina

pH 9

,0,

100

µL/m

in (1

0 m

in)

Poli(

VPBA

-co-

EDM

A)

(45

cm ×

75

µm

d.i,

0.5

µm)

LC-M

S/M

SLO

D =

1,2

ng/

mL

LOQ

= 4

.0

ng/m

L

Mai

or á

rea

supe

rfici

al

(ads

orçã

o), a

lta e

spec

ifici

dade

, ex

traç

ão e

libe

raçã

o co

ntro

lada

de

cis

-dio

l bio

mol

écul

as.

He

et a

l.[29] (2

010)

An

tid

ep

ress

ivos

Urin

a e

plas

ma

pH 7

.0, 3

00 µ

L,

0.04

mL/

min

Cap

ilar

de s

ilica

m

olíti

co h

íbrid

o

(15

cm ×

250

µm

)LC

-MS

LOD

= 0

,06

a 2,

95 n

g/m

L

Extr

ação

mai

s efi

cien

te

quan

do c

ompa

rada

às

colu

nas

de tu

bos

aber

tos,

alta

pe

rmea

bilid

ade

- C

ontr

ole

da p

oros

idad

e e

sele

tivid

ade

(gru

pos

func

iona

is e

spec

ífico

s).

Zhen

g et

al.[3

0]

(201

0)

Rif

am

pic

ina

Plas

ma

pH 7

,0, 2

00 µ

L,

D/E

= 1

0, 3

15

µL/m

in

Polie

tilen

o gl

icol

(60

cm ×

0.3

2 m

m

d.i,

0.05

µm

)LC

-UV

LOQ

= 0

,1 µ

g/m

L

Polie

tilen

o gl

icol

– li

gaçõ

es

entr

ecru

zada

s co

m a

síli

ca, a

lta

esta

bilid

ade

na p

rese

nça

de

solv

ente

s or

gâni

cos,

inte

raçõ

es

com

gru

pos

pola

res

(liga

ções

de

hidr

ogên

io).

Mel

o et

al.[4

] (20

11)

Inte

rfero

n α

Plas

ma

pH 7

,4, 2

50 µ

LRA

M-B

SA

(5 c

m ×

0.5

0 m

m

i.d.)

LC-F

LDLO

Q =

0,0

6 IU

/m

L

Reve

stim

ento

bio

com

patív

el

RAM

- p

roce

sso

de e

xclu

são

de

prot

eína

s, in

jeçã

o di

reta

das

am

ostr

as d

e pl

asm

a.

Cha

ves

et a

l.[3]

(201

1)

Inte

rfero

n α

Pla

sma

pH

5,9

, 315

µL/

min

Cap

ilar

de s

ilica

im

obili

zado

com

an

ticor

pos

LC-F

DLO

Q =

1,2

5 IU

/m

L

Fase

imus

orbe

nte

- in

tera

ções

es

pecí

fica

com

o in

terf

eron

α,

alta

esp

ecifi

cida

de a

nalít

ica.

Cha

ves

e Q

ueiro

z[13]

(201

3)

Ars

ên

io U

rina

pH 7

,4, 1

.5 m

L,

0,2

mL/

min

Polip

ropi

leno

im

obili

zado

em

fib

ra-

MPT

S–A

APT

S/PS

P (2

0 cm

)

HPL

C-I

CP-

MS

LOD

= 0

,017

0,05

3 µg

/L

Fibe

r in

-tub

e SP

ME

(rev

estim

ento

mis

to c

om g

rupo

s m

ultif

unci

onai

s), m

aior

áre

a su

perfi

cial

, mai

or e

ficiê

ncia

de

extr

ação

.

Che

n et

al.[3

1] (2

012)

D/E

: C

iclo

s as

pira

r/di

spen

sar,

MPT

S: 3

-mer

capt

o pr

opilt

rimet

oxis

ilano

, A

APT

S: N

-(2-

amin

oetil

)-3-

amin

opro

piltr

imet

oxis

ilano

, PS

P: p

arci

alm

ente

sul

fona

dos

poli(

estir

eno)

, VP

BA:

ácid

o 4-

vini

lfeni

lbor

onic

o, E

DM

A:

etile

no g

licol

dim

etac

rilat

o, R

AM

– m

ater

ial d

e ac

esso

res

trito

, BSA

: al

bum

ina

soro

bov

ino,

OFL

: ofl

oxac

ina,

SU

F: s

ulfa

met

azin

a.

Tabe

la 1

C

ontin

uaçã

o...

Page 10: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

176 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

Tabe

la 1

C

ontin

uaçã

o...

Ana

lito

Mat

riz

Con

diçõ

es in

-tu

be S

PME

Fase

ext

rato

raSi

stem

a de

de

tecç

ãoLO

QIn

ovaç

ão a

nalít

ica

Refe

rênc

ias

Liso

zim

a

Am

ostr

as

biol

ógic

as

com

plex

as

pH 7

,0

0,05

mL/

min

Col

una

mon

olíti

ca h

íbrid

a m

olec

ular

men

te

impr

essa

LC-U

V-

Alta

esp

ecifi

cida

de e

sel

etiv

idad

e an

alíti

ca (c

avid

ades

sel

etiv

as-

MIP

), es

trut

ura

alta

men

te p

oros

a e

perm

eáve

l.

Lin

et a

l.[8] (

2013

)

Alc

aló

ides

Plas

ma

pH 7

,0

0,2m

L/m

in

Polid

opam

ina

func

iona

lizad

a po

li(et

er e

ter

ceto

na)

LC-U

VLO

D =

0,0

5 a

50 n

g/m

L

Liga

ções

ent

recr

uzad

as c

om

a su

perf

ície

de

sílic

a, a

lta

esta

bilid

ade

na p

rese

nça

de

solv

ente

s or

gâni

cos,

áci

dos

e ba

ses

fort

es, m

aior

sup

erfíc

ie d

e ad

sorç

ão.

Zhan

g e

Che

n[32]

(201

3)

An

tib

ióti

cos

Alim

ento

s pa

ra

anim

ais

Ace

toni

trila

co

mo

solv

ente

de

ext

raçã

o

200

µL/m

in

Fibr

as m

onol

ítica

s hí

brid

as

mol

ecul

arm

ente

im

pres

sas

LC-U

V0,

05 a

0,3

6 µg

/L

Fib

er in

-tub

e SP

ME

redu

ção

do v

olum

e in

tern

o do

ca

pila

r -

ligaç

ões

espe

cífic

as

para

(OFL

/SU

L-M

IP-fi

bras

)

Hu

et a

l. [1

7] (2

012)

D/E

: C

iclo

s as

pira

r/di

spen

sar,

MPT

S: 3

-mer

capt

o pr

opilt

rimet

oxis

ilano

, A

APT

S: N

-(2-

amin

oetil

)-3-

amin

opro

piltr

imet

oxis

ilano

, PS

P: p

arci

alm

ente

sul

fona

dos

poli(

estir

eno)

, VP

BA:

ácid

o 4-

vini

lfeni

lbor

onic

o, E

DM

A:

etile

no g

licol

dim

etac

rilat

o, R

AM

– m

ater

ial d

e ac

esso

res

trito

, BSA

: al

bum

ina

soro

bov

ino,

OFL

: ofl

oxac

ina,

SU

F: s

ulfa

met

azin

a.

Page 11: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 177

A robustez do sorvente PPY (mais de 100 extrações sem perda da eficiência) e as intera-ções iônicas com os fármacos fluoxetina e nor-fluoxetina permitiu as análises (in-tube SPME/LC) enantiosseletivas em níveis plasmáticos sub--terapêuticos.

O sorvente biocompatível (RAM-BSA) per-mitiu injeções diretas e múltiplas de amostras de plasma sem nenhum tratamento prévio da amostra biológica, exceto a diluição com solução tampão, simplificando e reduzindo o processo in-tube SPME/LC.

O método in-tube SPME-LC com a fase imu-nossorvente, em razão das interações específicas (antígeno-anticorpo), apresentou baixos limites de quantificação. Já os polímeros de impressão molecular, os quais apresentam propriedades de reconhecimento molecular específicas para as moléculas moldes, são uma alternativa de baixo custo e versátil aos imussorventes

Referências

1 Kataoka H, Ishizaki A, Nonaka Y, Saito K. Developments and applications of capillary microextraction techniques: a review. Analalytica Chimica Acta 2009; 655(1-2):8-29. PMid:19925911. http://dx.doi.org/10.1016/j.aca.2009.09.032

2 Kataoka H, Narimatsu S, Lord HL, Pawliszyn J. Automated in-tube solid-phase microextraction coupled with liquid chromatography/electrospray ionization mass spectrometry for the determination of beta-blockers and metabolites in urine and serum samples. Analytical Chemistry 1999 ; 71(19):4237-4244. PMid:10517146. http://dx.doi.org/10.1021/ac990356x

3 Chaves AR, Silva BJ, Lanças FM, Queiroz ME. Biocompatible in-tube solid phase microextraction coupled with liquid chromatography-fluorescence detection for determination of interferon α in plasma samples. Journal of Chromatography A 2011; 1218(21):3376-3381. PMid:21146827. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2010.11.039

4 Melo LP, Queiroz RHC, Queiroz MEC. Automated determination of rifampicin in plasma samples by in-tube solid-phase microextraction coupled with

liquid chromatography. Journal of Chromatography B 2011; 879(24):2454-2458. PMid:21778122. http://dx.doi.org/10.1016/j.jchromb.2011.06.041

5 Kataoka H, Matsuura E, Mitani K. Determination of cortisol in human saliva by automated in-tube solid-phase microextraction coupled with liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Pharmaceutical Biomedical Analysis 2007; 44(1):160-165. PMid:17306495. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpba.2007.01.023

6 Kataoka H, Inoue R, Yagi K, Saito K. Determination of nicotine, cotinine, and related alkaloids in human urine and saliva by automated in-tube solid-phase microextraction coupled with liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis 2009; 49(1):108-114. PMid:19004590. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpba.2008.09.044

7 Saito K, Yagi K, Ishizaki A, Kataoka H. Determination of anabolic steroids in human urine by automated in-tube solid-phase microextraction coupled with liquid chromatography-mass spectrometry. Journal of Pharmaceutical and Biomedical Analysis 2010; 52(5):727-733. PMid:20236787. http://dx.doi.org/10.1016/j.jpba.2010.02.027

8 Lin Z, Lin Y, Sun X, Yang H, Zhang L, Chen G. One-pot preparation of a molecularly imprinted hybrid monolithic capillary column for selective recognition and capture of lysozyme. Journal of Chromatogr A 2013; 1284:8-16. PMid:23466205. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2013.02.042

9 Silva BJG, Lanças FM, Queiroz MEC. In-tube solid-phase microextraction coupled to liquid chromatography (in-tube SPME/LC) analysis of nontricyclic antidepressants in human plasma. Journal of Chromatography B 2008; 862(1-2):181-188. PMid:18165161. http://dx.doi.org/10.1016/j.jchromb.2007.12.006

10 Silva BJG, Lanças FM, Queiroz MEC. Determination of fluoxetine and norfluoxetine enantiomers in human plasma by polypyrrole-coated capillary in-tube solid-phase microextraction coupled with liquid chromatography-fluorescence detection. Journal of Chromatography A 2009; 1216(49):8590-8597. PMid:19879589. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2009.10.034

11 Mullett WM, Pawliszyn J. Direct Determination of Benzodiazepines in Biological Fluids by Restricted-Access Solid-Phase Microextraction. Analytical Chemistry 2002; 74(5):1081-1087. PMid:11924967. http://dx.doi.org/10.1021/ac010747n

12 Queiroz MEC, Oliveira EB, Breton F, Pawliszyn J. Immunoaffinity in-tube solid phase microextraction

Page 12: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Queiroz MEC, Melo LP Avanços da in-tube SPME-LC

178 Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179

coupled with liquid chromatography-mass spectrometry for analysis of fluoxetine in serum samples. Journal of Chromatography A 2007; 1174(1-2):72-77. PMid:17936291. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2007.09.026

13 Chaves AR, Queiroz MEC. Immunoaffinity in-tube solid phase microextraction coupled with liquid chromatography with fluorescence detection for determination of interferon α in plasma samples. Journal of Chromatogr B 2013; 928:37-43. PMid:23602928. http://dx.doi.org/10.1016/j.jchromb.2013.03.016

14 Mayes AG, Whitcombe MJ. Synthetic strategies for the generation of molecularly imprinted organic polymers. Advanced Drug Delivery Reviews 2005; 57(12):1742-1778. PMid:16225958

15 Mullett WM, Martin P, Pawliszyn J. In-tube moleculary imprinted polymer solid-phase microextraction for the selective determination of propranolol. Analytical Chemistry 2001; 73(11):2383-2389. PMid:11403276. http://dx.doi.org/10.1021/ac0100502

16 Zhang S-W, Xing J, Cai L-S, Wu C-Y. Molecularly imprinted monolith in-tube solid-phase microextraction coupled with HPLC/UV detection for determination of 8-hydroxy-2′-deoxyguanosine in urine. Analytical and Bioanalytical Chemistry 2009; 395(2):479-487. PMid:19629452. http://dx.doi.org/10.1007/s00216-009-2964-9

17 Hu Y, Song C, Li G. Fiber-in-tube solid-phase microextraction with molecularly imprinted coating for sensitive analysis of antibiotic drugs by high performance liquid chromatography. Journal of Chromatography A 2012; 1263:21-27. PMid:23022236. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2012.09.029

18 Chaves AR, Queiroz MEC. Immunoaffinity in-tube solid phase microextraction coupled with liquid chromatography with fluorescence detection for determination of interferon α in plasma samples. Journal of Chromatography A 2013; 1318:43-48. (in press)

19 Zhang M, Wei F, Zhang Y-F, Nie J, Feng Y-Q. Novel polymer monolith microextraction using a poly(methacrylic acid-ethylene glycol dimethacrylate) monolith and its application to simultaneous analysis of several angiotensin II receptor antagonists in human urine by capillary zone electrophoresis. Journal of Chromatography A 2006; 1102(1-2):294-301. PMid:16300774. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2005.10.057

20 Kuilla T, Bhadra S, Yao D, Kim NH, Bose S, Lee JH. Recent advances in graphene based polymer composites. Progress in Polymer Science 2010;

35(11):1350-1375. http://dx.doi.org/10.1016/j.progpolymsci.2010.07.005

21 Katz E, Willner I. Biomolecule-functionalized carbon nanotubes: applications in nanobioelectronics. ChemPhysChem 2004; 5(8):1084-1104. PMid:15446731. http://dx.doi.org/10.1002/cphc.200400193

22 Minakuchi H, Nakanishi K, Soga N, Ishizuka N, Tanaka N. Effect of skeleton size on the performance of octadecylsilylated continuous porous silica columns in reversed-phase liquid chromatography. Journal of Chromatography A 1997; 762(1-2):135-146. PMid:9098972. http://dx.doi.org/10.1016/S0021-9673(96)00944-2

23 Nakanishi K. Pore structure control of silica gels based on phase separation. Journal of Porous Materials 1997; 4(2):67-112. http://dx.doi.org/10.1023/A:1009627216939

24 Nakanishi K, Minakuchi H, Soga N, Tanaka N. Double pore silica gel monolith applied to liquid chromatography. Journal of Sol-Gel Science and Technology 1997; 8(1-3):547-552. http://dx.doi.org/10.1023/A:1018331101606

25 Moliner-Martínez Y, Molins-Legua C, Verdú-Andrés J, Herráez-Hernández R, Campíns-Falcó P. Advantages of monolithic over particulate columns for multiresidue analysis of organic pollutants by in-tube solid-phase microextraction coupled to capillary liquid chromatography. Journal of Chromatography A 2011; 1218(37):6256-6262. PMid:21831385.

26 Ishizaki A, Saito K, Hanioka N, Narimatsu S, Kataoka H. Determination of polycyclic aromatic hydrocarbons in food samples by automated on-line in-tube solid-phase microextraction coupled with high-performance liquid chromatography-fluorescence detection. Journal of Chromatography A 2010; 1217(35):5555-5563. PMid:20637468. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2010.06.068

27 Zheng M-M, Wang S-T, Hu W-K, Feng Y-Q. In-tube solid-phase microextraction based on hybrid silica monolith coupled to liquid chromatography-mass spectrometry for automated analysis of ten antidepressants in human urine and plasma. Journal of Chromatography A 2010; 1217(48):7493-7501. PMid:20980013 http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2010.10.002

28 Lin Z, Lin Y, Sun X, Yang H, Zhang L, Chen G. One-pot preparation of a molecularly imprinted hybrid monolithic capillary column for selective recognition and capture of lysozyme. Journal of Chromatography A 2013; 1284:8-16. PMid:23466205 http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2013.02.042

Page 13: Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises · Recentes avanços da in-tube SPME-LC para bioanálises ... do tempo da análise, ... polimerização química através da

Avanços da in-tube SPME-LC Queiroz MEC, Melo LP

Scientia Chromatographica 2013; 5(3):167-179 179

29 He J, Liu Z, Ren L, Liu Y, Dou P, Qian K et al. On-line coupling of in-tube boronate affinity solid phase microextraction with high performance liquid chromatography-electrospray ionization tandem mass spectrometry for the determination of cis-diol biomolecules. Talanta 2010; 82(1):270-276. PMid:20685466. http://dx.doi.org/10.1016/j.talanta.2010.04.033

30 Zheng M-M, Wang S-T, Hu W-K, Feng Y-Q. In-tube solid-phase microextraction based on hybrid silica monolith coupled to liquid chromatography-mass spectrometry for automated analysis of ten antidepressants in human urine and plasma. Journal of Chromatography A 2010; 1217(48):7493-7501. PMid:20980013. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2010.10.002

31 Chen B, Hu B, He M, Mao X, Zu W. Synthesis of mixed coating with multi-functional groups for in-tube hollow fiber solid phase microextraction-high performance liquid chromatography-inductively coupled plasma mass spectrometry speciation of arsenic in human urine. Journal of Chromatography A 2012; 1227:19-28. PMid:22265781. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2011.12.086

32 Zhang W, Chen Z. Mussel inspired polydopamine functionalized poly(ether ether ketone) tube for online solid-phase microextraction-high performance liquid chromatography and its application in analysis of protoberberine alkaloids in rat plasma. Journal of Chromatography A 2013; 1278:29-36. PMid:23351396. http://dx.doi.org/10.1016/j.chroma.2013.01.014

Recebido: 18/09/2013

Aceito: 14/10/2013