receita e despesa pública

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5. RECEITA PÚBLICA 5.1 Introdução O município como outras entidades estatais, para realizar seus fins administrativos, ou seja, para executar obras e serviços públicos, necessitam de recursos financeiros. Conforme a Lei n.º 4.320/64 – art. 51, nenhum tributo será exigido ou cobrado sem que tenha LEI que o estabeleça, ou seja, nenhum imposto ou tributo será cobrado sem a prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa aduaneira e o imposto lançado por motivo de guerra. Assim, o orçamento é um importante instrumento de planejamento de qualquer entidade, seja pública ou privada e representa o fluxo previsto de ingressos e aplicações de recursos em determinado período. A quantidade arrecadada depende da administração que está sendo realizada, isto é, se a gestão governamental aplica a arrecadação em benefícios voltados à população, o contribuinte terá cada vez mais entusiasmo para efetuar os pagamentos dos impostos que lhe competem. No entanto, pode-se dizer que receita pública é todo o recolhimento ou ingresso de recursos arrecadados pela entidade com o fim de ser aplicado nas atividades operacionais afim de atender as despesas públicas. Vale ressaltar que pelo enfoque patrimonial, o termo RECEITA é usado pela contabilidade para evidenciar uma variação positiva da situação líquida patrimonial, resultante do aumento de ativos ou da redução do passivo da entidade. 5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS 5.2.1 – QUANTO A NATUREZA: A receita pública se divide em dois grandes grupos: as receitas orçamentárias e as extra-orçamentárias. ORÇAMENTÁRIA: consideram-se receita orçamentária a arrecadação de recursos financeiros necessários ao atendimento dos programas de governo, estabelecidos na LOA. Depende de autorização do legislativo

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  • 5. RECEITA PBLICA

    5.1 Introduo

    O municpio como outras entidades estatais, para realizar seus finsadministrativos, ou seja, para executar obras e servios pblicos,necessitam de recursos financeiros.

    Conforme a Lei n. 4.320/64 art. 51, nenhum tributo ser exigido oucobrado sem que tenha LEI que o estabelea, ou seja, nenhumimposto ou tributo ser cobrado sem a prvia autorizaooramentria, ressalvados a tarifa aduaneira e o impostolanado por motivo de guerra.

    Assim, o oramento um importante instrumento de planejamento dequalquer entidade, seja pblica ou privada e representa o fluxoprevisto de ingressos e aplicaes de recursos em determinadoperodo.

    A quantidade arrecadada depende da administrao que estsendo realizada, isto , se a gesto governamental aplica aarrecadao em benefcios voltados populao, o contribuinte tercada vez mais entusiasmo para efetuar os pagamentos dos impostosque lhe competem.

    No entanto, pode-se dizer que receita pblica todo o recolhimentoou ingresso de recursos arrecadados pela entidade com o fim de seraplicado nas atividades operacionais afim de atender as despesaspblicas.

    Vale ressaltar que pelo enfoque patrimonial, o termo RECEITA usado pela contabilidade para evidenciar uma variao positiva dasituao lquida patrimonial, resultante do aumento de ativos ou dareduo do passivo da entidade.

    5.2 CLASSIFICAO DAS RECEITAS

    5.2.1 QUANTO A NATUREZA:

    A receita pblica se divide em dois grandes grupos: as receitasoramentrias e as extra-oramentrias.

    ORAMENTRIA: consideram-se receita oramentria a arrecadao derecursos financeiros necessrios ao atendimento dos programas de governo,estabelecidos na LOA.

    Depende de autorizao do legislativo

  • EXTRA-ORAMENTRIAS: consiste em ingressos financeiros de cartertransitrio e temporrio. Sua arrecadao no depende de autorizaolegislativa para a sua realizao e muito menos se vincula ao oramento.

    Diga-se que essas receitas somam-se as disponibilidades financeiras doEstado, porm tem como contrapartida um passivo exigvel que serresgatado quando da realizao de uma despesa extra-oramentria.

    Exemplo: Caues, fianas, consignaes em FOPAG.

    5.2.2 QUANTO A CATEGORIA ECONOMICA

    Aplica-se to somente as Receitas Oramentrias Previso Legal art. 11,1 e 2 da Lei n. 4.320/64

    Desta forma, podemos dizer que as receitas segundo a categoria econmica, se classificam como CORRENTES E CAPITAL.

    5.2.2.1 Receitas Correntes

    So aquelas arrecadadas dentro do exerccio financeiro, aumentandoas disponibilidades financeiras e constituem instrumento parafinanciar os objetivos definidos nos programas e aes de governocom vistas a satisfazer as necessidades pblicas.

    Conforme a lei 4.320/64 Art.11 1 So Receitas Correntes as receitastributrias, de contribuies, patrimonial, agropecuria, industrial, deservios entre outras.

    Receita tributria a proveniente de impostos, taxas e contribuiesde melhorias;

    Diga-se que Tributo o GNERO (o grupo a qual pertence) e Imposto a ESPCIE.

    Imposto: Segundo o CTN o tributo cuja obrigao tem o fatogerador situao independente de qualquer atividade estatalespecfica.. Pode incidir de forma DIRETA (sobre o contribuinte IRRF,ISS) ou de forma INDIRETA (sobre a coisa IPVA< IPTU, ICMS)

    Taxas: a contribuio cobrada para compensar a contraprestaode um servio pblico efetuado ou alocado disposio docontribuinte. Exemplos: TVS, Taxa de Expediente, Taxa de Embarque,Taxa de Inscrio em Concurso Pblico

    Contribuio de Melhoria: corresponde ao nus cobrado doproprietrio que se beneficia por qualquer vantagem de ordemeconmica com a valorizao do seu imvel, em decorrncia de obrasno imvel ou nas proximidades dele. Exemplos: asfaltos, meio fios,cercamentos, curvas de nvel, cascalhamentos, etc.

  • Receita de Contribuies a proveniente das seguintescontribuies sociais(previdncia social, sade e assistncia social),de interveno domnio econmico(tarifas de telecomunicaes) e deinteresse das categorias profissionais ou econmicas(rgosrepresentativos de categorias de profissionais), como instrumentos deinterveno nas respectivas reas;

    Receita patrimonial rendas obtidas pelo Estado quando esteaplica recursos em inverses financeiras, ou as rendas provenientesde bens de propriedade do Estado, tais como aluguis;

    Receita agropecuria a proveniente da explorao deatividades agropecurias de origem vegetal ou animal;

    Receita de servios a proveniente de atividades caracterizadaspelas prestaes de servios financeiros (de carter e interessecoletivo), transporte, sade, comunicao, porturio, armazenagem,de inspeo e fiscalizao, judicirio, processamento de dados,vendas de mercadorias e produtos inerentes a atividades da entidadeentre outros;

    Receita industrial a proveniente de ingressos de atividadesindustriais, de extrao mineral, de transformao, de construo eoutras definidas pelo IBGE Instituto Brasileiro de Geografia eEstatstica.

    Transferncias correntes recursos financeiros recebidos deoutras entidades pblicas ou privadas e que se destinam a cobrirdespesas correntes; Exemplos: FPM, ICMS, IPVA

    Outras receitas correntes provenientes de multas, cobrana dadvida ativa, indenizaes e outra receitas de classificao especfica;

    5.2.2.2- RECEITA DE CAPITAL consiste nas receitas destinados aaplicao e cobertura de despesas com investimentos e decorrem deum fato permutativo, ou seja, vincula a uma contraprestao estatal.So as provenientes de:

    Operaes de crdito oriundas da constituio de dvidas(emprstimos e financiamentos);

    Alienao de bens provenientes da venda de bens mveis eimveis e de alienao de direitos;

    Amortizao de emprstimos concedidos retorno de valoresanteriormente emprestados a outras entidades de direito pblico;(aqui o ente federativo se caracteriza como credor)

  • Transferncia de capital recursos recebidos de outras pessoasde direito pblico ou privado, destinados aquisio de bens;

    Outras receitas de capital classificao genrica para receitasno especificadas na lei; tambm classifica-se aqui o supervit dooramento corrente (diferena entre receitas e despesas correntes),embora este no constitua item oramentrio.

    5.3 ESTGIOS DA RECEITA

    Diga-se de passagem que estgio o percurso o qual a receitapblica deve obedecer. So eles:

    Previso: a estimativa do que se pretende arrecadar durante oexerccio. Realizado quando da elaborao a LOA (estima a receita efixa a despesa)

    Lanamento: a individualizao e o relacionamento dos contribuintes,discriminando a espcie, o valor e o vencimento do tributo de cada um.

    O CTN Cdigo Tributrio Nacional dispe que o lanamento pode serrealizado da seguinte maneira:

    a) De oficio ou direto: quando realizado unilateralmente pelaautoridade administrativa, ou seja, sem a interveno docontribuinte. (IPVA, IPTU);

    b) Por Declarao ou misto: quando efetuado pela autoridadeadministrativa, com a colaborao do prprio contribuinte ou de umaterceira pessoa, obrigada por lei. (IRRF)

    c) Por Homologao ou Autolanamento: quando informado pelocontribuinte e posteriormente homologado pela autoridadeadministrativa. Exemplo: ISS, ICMS, IPI.

    Arrecadao o momento onde os contribuintes comparecem perante osagentes arrecadadores a fim de liquidarem suas obrigaespara com o Estado.

    Recolhimento

    a transferncia dos valores arrecadados conta especfica doTesouro, responsvel pela administrao e controle da arrecadaoe programao financeira, ou seja, o ato pelo qual os agentes

  • arrecadadores entregam diariamente ao tesouro pblico o produtoda arrecadao.

    6. DESPESA PBLICA

    Despesa pblica o conjunto de dispndios realizados pelos entespblicos para custear os servios pblicos (despesas correntes)prestados sociedade ou para a realizao de investimentos(despesas de capital).

    As despesas pblicas devem ser autorizadas pelo Poder legislativo,atravs do ato administrativo chamado oramento pblico. Exceoso as chamadas despesas extra-oramentrias.

    As despesas pblicas devem obedecer aos seguintes requisitos:

    Utilidade legitimidade

    discusso pblica

    oportunidade

    hierarquia de gastos

    6.2 CLASSIFICAO DAS DESPESAS

    6.2.1 QUANTO A NATUREZA (Oramentria e Extra Oramentria)

    6.2.2 QUANTO A CATEGORIA ECONMICA (Corrente e Capital)

    DESPESAS CORRENTES: aquelas que no produzem quaisqueracrscimo patrimonial.

    Neste grupo, ainda se subdividem:

    Despesas de custeio: destinadas manuteno dos servioscriados anteriormente Lei Oramentria Anual, e correspondementre outros gastos, os com pessoal, material de consumo, servios

  • de terceiros e gastos com obras de conservao e adaptao de bensimveis;

    Transferncias correntes: so despesas que no correspondem acontraprestao direta de bens ou servios por parte do Estado e queso realizadas conta de receitas cuja fonte seja transfernciascorrentes.

    Dividem-se em:

    o Subvenes sociais: destinadas a cobrir despesas decusteio de instituies pblicas ou privadas de carterassistencial ou cultural, desde que sem fins lucrativos;

    o Subvenes econmicas: destinadas a cobrir despesasde custeio de empresas pblicas de carter industrial,comercial, agrcola ou pastoril.

    DESPESAS DE CAPITAL

    So aquelas realizadas de forma direta ou indireta pela AdministraoPblica, com a inteno de adquirir ou constituir bens de capital queiro contribuir para a produo de novos bens ou servios, e que, aocontrrio das despesas correntes, geram aumento patrimonial,resultante da mutao compensatria em razo da incorporaopatrimonial do bem adquirido.

    Estas, tambm se subdividem em:

    Despesas de investimentos: despesas necessrias aoplanejamento e execuo de obras, aquisio de instalaes,equipamentos e material permanente, constituio ou aumento docapital do Estado que no sejam de carter comercial ou financeiro,incluindo-se as aquisies de imveis considerados necessrios execuo de tais obras;

    Inverses financeiras: so despesas com aquisio de imveis,bens de capital j em utilizao, ttulos representativos de capitalde entidades j constitudas (desde que a operao no importe emaumento de capital), constituio ou aumento de capital de entidadescomerciais ou financeiras (inclusive operaes bancrias e deseguros). Ou seja, operaes que importem a troca de dinheiro porbens.

  • Transferncias de capital: transferncia de numerrio a entidadespara que estas realizem investimentos ou inverses financeiras.Nessas despesas, inclui-se as contribuies, convnios e auxlios.

    6.3. GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA

    1 - PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS

    2 - JUROS E ENCARGOS DA DVIDA

    3 - OUTRAS DESPESAS CORRENTES

    4 INVESTIMENTOS

    5 - INVERSES FINANCEIRAS

    6 - AMORTIZAO DA DVIDA

    7 - RESERVA DO RPPS

    8 - RESERVA DE CONTINGNCIA

    6.4 ESTGIOS DA DESPESA

    6.4.1 FIXAO: segundo a doutrina majoritria, entende-se ser umafase da despesa pois a LRF diz que a despesa fixada quando daelaborao da LOA.

    6.4.2 EMPENHO: Art. 58 da Lei n. 4.320/64

    o ato emanado da autoridade competente que cria para o Poder Pblico aobrigao de pagamento. Empenhar uma despesa consiste na emisso deuma Nota de Empenho.Observa-se que o empenho PRVIO.

    Os empenhos se subdividem em 3 categorias:

    a) Empenhos Ordinrios: destinam-se a constituio dedespesas cujos valores apresentam-se de forma exata, comoocorre na compra de determinada quantidade de litros decombustveis. O Pagamento efetuado em uma nica parcela.

    b) Empenhos Estimativos: destinam-se constituio dedespesas cujos valores no possvel determinar com exatido,

  • como ocorre no fornecimento de energia eltrica. Neste caso,tem-se como certo o objeto da contratao, mas em razo dademanda ser varivel, no se pode mensurar o quantitativo aser fornecido.

    c) Empenhos Globais: so os cujos valores podem serconhecidos com exatido, mas cuja execuo necessariamenteocorrer de forma parcelada, como ocorre nas contrataes dosservios de vigilncia ostensiva. Aplicveis aos servios decarter continuado. Os pagamentos sero feitas de formaparcelada, conforme a execuo dos servios.

    6.4.3 LIQUIDAO

    Previso legal: art. 63 da Lei n. 4.320/64

    Consiste na verificao do direito adquirido pelo credor, tendo porbase documentos comprobatrios do crdito, tendo por fim apurar aorigem e o objeto do pagamento, a importncia a ser paga e a quemela deve ser paga a fim de que a obrigao se extingua. A liquidaoter por base o contrato, o ajuste ou acordo, a nota de empenho e oscomprovantes de entrega do material ou da prestao do servio.

    A liquidao, portanto, tem por finalidade reconhecer ou apurar:

    a) A origem e o objeto do que se deve pagar;b) A importncia exata a pagar;c) A quem se deve pagar a importncia para extinguir a obrigao.

    6.4.4 PAGAMENTO

    Previso Legal: art. 64 da Lei n. 4.320/64

    o despacho exarado por autoridade competente, determinando quea despesa seja paga. o ltimo estgio da despesa e consiste na entrega dos recursosequivalentes dvida lquida ao credor, mediante ordem bancria ouordem de pagamento.

    7. RESTOS A PAGAR

    Consideram-se restos a pagar, ou resduos passivos, consoante aoart. 36 da Lei n. 4.320/64 as despesas empenhadas mas no pagas

  • at o ltimo dia do exerccio financeiro, ou seja, at o dia 31 dedezembro.

    7.1 Classificao

    Restos a Pagar Processados: decorrentes das despesas liquidadas,em que o credor cumpriu a sua obrigao, isto entregou o produto,prestou o servio ou executou a obra, dentro do exerccio. Temportanto, direito lquido e certo, faltando apenas o seu recebimento.

    Restos a Pagar No Processados: decorrentes das despesas noliquidadas ou aquelas que dependem da prestao do servio oufornecimento de material, ou seja o direito do credor ainda no foiapurado. Representam-se portanto as despesas no liquidadas.