reaproveitando a areia de fundição para construir o futuro · a aplicação da adf em asfalto –...

2
Motores e Automação: BR 116, km 145, nº 5000 - São Ciro - 95059-520 - Caxias do Sul - RS - Brasil - Fone: +55 54 3026.3400 - Fax: +55 54 3026.3401 Fundição: Dom José Barea, 1501 - Exposição - 95084-100 - Caxias do Sul - RS - Brasil - Fone: +55 54 3026.3100 - Fax: +55 54 3026.3135 www.voges.com.br A areia verde utilizada para a produção de peças na Voges Fundição é uma das grandes preocupações do Grupo Voges. Chamado de ADF – Areia Descartada de Fundição, o resíduo industrial é tradicionalmente enviado para aterros licenciados terceirizados, gerando um passivo ambiental. Foi pensando em solucionar este problema e em investir em uma produção mais limpa que o Grupo Voges tem se empenhado em desenvolver projetos que comprovem a viabilidade da aplicação de ADF em outros processos, utilizando-a na composição de asfalto, tijolos cerâmicos, tijolos de solo-cimento, blocos de concreto e cobertura de aterros sanitários. Mas ficar só no projeto é pouco. Para garantir um processo sustentável é preciso envolver toda uma cadeia, que passa pela pesquisa científica e pelas parcerias com outras empresas para que possam aplicar a ADF nos seus produtos. Confira neste impresso o que o Grupo Voges e a Voges Fundição têm feito e os caminhos futuros para a ADF. Os trabalhos de soluções para reaproveitamento externo da ADF iniciaram com a participação efetiva do setor de meio ambiente do Grupo Voges na formulação da Norma ABNT NBR 15702, de 05/06/2009 – Areia Descartada de Fundição – Diretrizes para aplicação em asfalto e em aterro sanitário, com a participação em reuniões mensais na sede da Associação Brasileira de Fundição (Abifa), em São Paulo. Atualmente a ADF gerada pela Voges Fundição é classificada conforme Norma Brasileira ABNT NBR 10004, como Resíduo Não Inerte Classe II-A, pois não apresenta nenhum parâmetro que o classifique como resíduo perigoso. Reaproveitando a areia de fundição para construir o futuro

Upload: ngodan

Post on 28-Nov-2018

216 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Reaproveitando a areia de fundição para construir o futuro · A aplicação da ADF em asfalto – tecnicamente chamado de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) – está sendo

Motores e Automação: BR 116, km 145, nº 5000 - São Ciro - 95059-520 - Caxias do Sul - RS - Brasil - Fone: +55 54 3026.3400 - Fax: +55 54 3026.3401Fundição: Dom José Barea, 1501 - Exposição - 95084-100 - Caxias do Sul - RS - Brasil - Fone: +55 54 3026.3100 - Fax: +55 54 3026.3135www.voges.com.br

A areia verde utilizada para a produção de peças na Voges Fundição é uma das grandes

preocupações do Grupo Voges. Chamado de ADF – Areia Descartada de Fundição, o resíduo

industrial é tradicionalmente enviado para aterros licenciados terceirizados, gerando um passivo

ambiental. Foi pensando em solucionar este problema e em investir em uma produção mais

limpa que o Grupo Voges tem se empenhado em desenvolver projetos que comprovem a

viabilidade da aplicação de ADF em outros processos, utilizando-a na composição de asfalto,

tijolos cerâmicos, tijolos de solo-cimento, blocos de concreto e cobertura de aterros sanitários.

Mas ficar só no projeto é pouco. Para garantir um processo sustentável é preciso

envolver toda uma cadeia, que passa pela pesquisa científica e pelas parcerias com outras

empresas para que possam aplicar a ADF nos seus produtos. Confira neste impresso

o que o Grupo Voges e a Voges Fundição têm feito e os caminhos futuros para a ADF.

Os trabalhos de soluções para reaproveitamento externo da ADF iniciaram com a participação

efetiva do setor de meio ambiente do Grupo Voges na formulação da Norma ABNT NBR

15702, de 05/06/2009 – Areia Descartada de Fundição – Diretrizes para aplicação em asfalto

e em aterro sanitário, com a participação em reuniões mensais na sede da Associação

Brasileira de Fundição (Abifa), em São Paulo. Atualmente a ADF gerada pela Voges Fundição

é classificada conforme Norma Brasileira ABNT NBR 10004, como Resíduo Não Inerte

Classe II-A, pois não apresenta nenhum parâmetro que o classifique como resíduo perigoso.

Reaproveitando aareia de fundição para

construir o futuro

Page 2: Reaproveitando a areia de fundição para construir o futuro · A aplicação da ADF em asfalto – tecnicamente chamado de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) – está sendo

A aplicação da ADF em asfalto – tecnicamente chamado de concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) – está sendo realizada em parceria com a empresa CSA – Comercial Serrana de Asfalto.A proposta de porcentagem de areia verde a ser aplicada na massa asfáltica é de 8% da massa final. O CAP – cimento asfáltico de petróleo – utilizado no processo produtivo do asfalto realiza um enclausuramento dos grãos das matérias-primas utilizadas, incluindo a ADF, não permitindo o contato externo da mesma.O projeto com a CSA começa a sair do papel no segundo semestre de 2010.

Tanto a ADF como o pó de exaustão podem ser utilizados para a cobertura de aterros sanitários.O estudo de Aplicação de ADF como material alternativo para camada de cobertura de aterro de resíduos aponta que geotécnica e ambientalmente a ADF do tipo verde proveniente da Voges Fundição pode ser utilizada para aplicação em cobertura de aterros para resíduos.Observando a influência de granulometria,

O projeto de uso de ADF em solo-cimento está sendo realizado com a empresa Ecoedificar Sistema Modular de Solo-Cimento Ltda., através da Autorização n° 001/09 - Secretaria Municipal de Planejamento, Meio Ambiente e Trânsito de Caxias do Sul. A proposta é incorporar ADF na mistura da composição da massa do tijolo de solo-cimento, construindo traços com porcentagens definidas de cada matéria-prima. Em setembro de 2009 foi desenvolvido o Relatório de Ensaio de Aplicação de ADF – Areia Descartada de Fundição, em tijolos maciços de solo-cimento, com descrição detalhada do processo de pesquisa e avaliação de resultados. A capacidade máxima prevista de produtividade de tijolos de solo-cimento é de 160.000 unidades/mês. O Traço 8 apresenta uma média de peso de 4,53 kg por unidade de tijolo. Com 24% de ADF cada tijolo possui 1,087 kg de ADF. Assim projeta-se um total de aplicação máxima de ADF de 2.100 toneladas/ano. O projeto já está autorizado pela LO nº 016/2010 e as atividades devem começar ainda em 2010.

Além da ADF, também o pó de areia das exaustões da Voges Fundição podem ser utilizados na fabricação de tijolos cerâmicos. Em dezembro de 2009 foi finalizado na Universidade de Caxias do Sul (UCS) o Estudo de Incorporação de Pó de Areia Verde em Tijolos Cerâmicos, como trabalho de estágio supervisionado de conclusão de curso em Engenharia Ambiental pela acadêmica Franciele Fedrizzi. Foi avaliada a estrutura física e química do resíduo de pó de areia verde gerado nos equipamentos de controle de emissão da Voges Fundição, bem como realizados testes em escala laboratorial na aplicação em tijolos cerâmicos na Olaria Susin Ltda, em Flores da Cunha, RS. De acordo com o histórico de produtividade da Cerâmica, bem como a porcentagem ideal descrita no relatório, é possível aproveitar aproximadamente 2.500 toneladas/ano de ADF. O projeto está em fase de adequações para, após, ser submetido à análise dos órgãos ambientais.

A aplicação da ADF em blocos de cimento concreto está sendo analisada através de convênio de pesquisa com a Universidade de Caxias do Sul (UCS).O Projeto Estudo da Viabilidade de Utilização de Subprodutos Industriais na Produção de Materiais Construtivos foi contemplado pelo Edital 03/2000 como Estímulo à Adoção de Tecnologias mais Limpas, e conta com recursos da FAPERGS e das indústrias que participam do projeto, como a Voges Fundição.A aplicação está sendo feita em parceria com a empresa Módulo 2. Segundo relatório parcial sobre a porcentagem ideal de aplicação de ADF e a produtividade/ano da Módulo 2, estima-se uma capacidade de utilização de 1.160 toneladas/ano de ADF.

Atualmente, a pesquisa está na segunda etapa. Foram construídas cinco casas (protótipos) na sede da UCS, no Campus Universitário de Caxias do Sul, para análise de possíveis alterações nas águas pluviais que entrarem em contato com as paredes dos protótipos. Toda a água pluvial será coletada e analisada para verificação a partir do segundo semestre de 2010. Até 30 de junho de 2011, o coordenador do projeto, Prof. José Luiz Piazza, fará um relatório parcial, que será protocolado junto à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam/RS) com o restante da documentação, solicitando autorização para a Módulo 2 aplicar a ADF da Voges Fundição em seus blocos.

Este projeto teve a LP 174/2010-DL para desenvolvimento dos equipamentos necessários para aplicação em 18 de fevereiro de 2010 e a LI 344-2010-DL em 31 de março de 2010.Para viabilizar a aplicação, a Voges Fundição está investindo R$ 140 mil em equipamentos. Em 2009, a média de produção de asfalto da CSA foi de aproximadamente 3.000 toneladas/mês. Portanto, a CSA aplicará ADF em 8% da massa asfáltica produzida, o que corresponde a 240 toneladas/mês.É este projeto, o pioneiro da Voges Fundição na reutilização de ADF, um dos certificados pelo Prêmio Febramec de Meio Ambiente 2010.

foram realizados ensaios mecânicos tais como compactação, permeabilidade, absorção, retenção, adensamento, resistência ao cisalhamento e ensaio de trincas. Também foram realizados ensaios de lixiviação para determinação da influência da ADF nas águas pluviais. A Voges Fundição está em contato com órgãos públicos para a apresentação de resultados e obtenção de parcerias.