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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL ATIVIDADE FUNGITÓXICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia sidoides Cham. E DE Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. NO CONTROLE DE FITOPATÓGENOS DO FEIJOEIRO COMUM. ANDRÉ HENRIQUE GONÇALVES 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

ATIVIDADE FUNGITÓXICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia sidoides

Cham. E DE Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. NO CONTROLE DE

FITOPATÓGENOS DO FEIJOEIRO COMUM.

ANDRÉ HENRIQUE GONÇALVES

2012

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Trabalho realizado junto ao Mestrado em Produção Vegetal da Universidade Federal do

Tocantins, sob orientação do Professor Dr.Luiz Gustavo de Lima Guimarães.

BANCA EXAMINADORA:

___________________________________________

Prof. Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães

Universidade Federal do Tocantins

(Orientador)

___________________________________________

Prof. Dr. Gil Rodrigues dos Santos

Universidade Federal do Tocantins

(Co-orientador)

__________________________________________

Dra. Dione Pereira Cardoso

Bolsista de Prodoc da Capes

(Avaliadora)

__________________________________________

Prof. Dr. Ildon Rodrigues do Nascimento

Universidade Federal do Tocantins

(Avaliador)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL

ATIVIDADE FUNGITÓXICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia sidoides

Cham. E DE Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. NO CONTROLE DE

FITOPATÓGENOS DO FEIJOEIRO COMUM.

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Tocantins, como parte das

exigências do Programa de Pós-

Graduação em Produção Vegetal, para

obtenção do título de “Mestre”.

GURUPI

TOCANTINS - BRASIL

2012

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ANDRÉ HENRIQUE GONÇALVES

ATIVIDADE FUNGITÓXICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia sidoides

Cham. E DE Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. NO CONTROLE DE

FITOPATÓGENOS DO FEIJOEIRO COMUM.

Dissertação apresentada à Universidade

Federal do Tocantins, como parte das

exigências do Programa de Pós-

Graduação em Produção Vegetal, para

obtenção do título de “Mestre”.

Aprovada em: 06 de Julho de 2012.

Prof. Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães

(Orientador)

GURUPI

TOCANTINS - BRASIL

2012

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Aos meus pais Amarildo e Tuca,

Fonte inesgotável de dedicação

De família e de amor.

Amo vocês.

DEDICO

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me abençoado com o dom da vida, iluminando meus passos e

guiando meu caminho.

Ao Prof. Dr. Luiz Gustavo de Lima Guimarães pela orientação, profissionalismo

e paciência durante o desenvolvimento deste trabalho.

Aos membros da banca examinadora pelas críticas e sugestões.

Aos meus irmãos Taisa (Ta), Amarildo Filho (2) e Bruna (Nega), se tivesse mil

oportunidades de escolher quem seriam meus irmão, 1001 escolheria vocês.

Aos meus avós Luiza Lacerda Gonçalves e João Pedro Gonçalves (in

memorian) e Derenice Vilarinho (in memorian) e Valter Vilarinho, sempre preocupados

com a minha formação acadêmica e moral.

Aos demais membros da minha família.

A todos os meus amigos da Republica Tapera Véia: André Froes, Carlos

Cardon, Gustavo Gonçalves, Ícaro Cavalcante e Leonardo Lopes, companheiros

inseparáveis. Obrigado pela amizade.

Agradeço aos amigos de trabalho: Valdere e Michel por todo o apoio.

A minha linda Anielli, meu porto seguro, responsável por grande parte desse

trabalho, sempre me incentivando. Obrigado pela paciência, companheirismo e amor.

A todos aqui não mencionados que, de certa forma, contribuíram para a

concretização deste trabalho.

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SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................... 9

ABSTRACT .............................................................................................................. 10

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11

2.1. A cultura do feijoeiro ......................................................................................... 13

2.1.1. Classificação .................................................................................................... 15

2.1.2. Pragas e doenças que afetam a planta do feijoeiro. ........................................ 16

2.1.3. Mela e podridão radicular do feijoeiro comum causadas pelo fungo

Rhizoctonia solani ...................................................................................................... 17

2.1.4. Podridão do colo do feijoeiro comum causada pelo fungo Sclerotium rolfsii 18

2.1.5. Controle de pragas e doenças .......................................................................... 19

2.2. Óleos essenciais ................................................................................................... 20

2.2.1. Atividades biológicas dos óleos essenciais ....................................................... 22

2.2.2. Alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham.) ....................................................... 24

2.2.3. Capim-limão (Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. .......................................... 26

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 27

CAPITULO II ........................................................................................................... 43

Extração e caracterização química dos óleos essenciais de Lippia sidoides Cham. e

Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. ............................................................................ 43

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 44

2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 44

2.1. Obtenção do material vegetal e extração dos óleos essenciais .......................... 44

2.2. Análises cromatográficas dos óleos essenciais ................................................... 45

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 46

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 50

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 50

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CAPÍTULO III.......................................................................................................... 56

Potencial fungitóxico dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus, de Lippia

sidoides e de seus componentes majoritários sobre o crescimento micelial de

Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii. ..................................................................... 56

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 57

2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 58

2.1. Obtenção dos óleos essenciais ............................................................................ 58

2.2. Avaliação das Atividades fungitóxicas............................................................... 59

2.3. Obtenção dos isolados ........................................................................................ 59

2.4. Ensaio de inibição do crescimento micelial ....................................................... 59

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 62

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 72

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 72

CAPÍTULO IV .......................................................................................................... 81

Avaliação da fitotoxicidez dos óleos essenciais Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf e

de Lippia sidoides Cham. sobre plantas de feijoeiro comum. .................................. 81

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 82

2. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 82

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................... 85

4. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 88

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 88

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RESUMO

ATIVIDADE FUNGITÓXICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE Lippia sidoides Cham.

E DE Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. NO CONTROLE DE FITOPATÓGENOS

DO FEIJOEIRO COMUM.

André Henrique Gonçalves1, Luiz Gustavo L. Guimarães

2 (

1Mestrando em Produção

Vegetal, 2Professor adjunto, Universidade Federal do Tocantins).

As potencialidades de utilização de métodos alternativos no controle de doenças de

plantas são incessantemente estudadas e avaliadas por vários pesquisadores no mundo

inteiro. Na pesquisa e desenvolvimento deste trabalho são avaliados os óleos essenciais

de duas espécies de plantas, capim limão (Cymbopogon citratus) e alecrim-pimenta

(Lippia sidoides), citadas em diversos trabalhos com propriedades diversas, incluído

desde o uso medicinal até o controle de pragas e doenças. O feijão é citado como uma

das culturas mais consumidas pela população brasileira e também uma das culturas mais

acometidas por doenças. Diante do exposto este trabalho deve como objetivo, avaliar a

atividade fungitóxica dos óleos essenciais de C. citratus e de L. sidoides, bem como de

seus constituintes majoritários, sobre o crescimento micelial dos fitopatógenos de de

solo Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii), importantes causadores de doenças e

perdas na produção desta cultura.. Foram realizadas a caracterização química dos óleos

essenciais, bem como a analise quantitativa de seus constituítes.. Os óleos essenciais e

seus constituintes foram testados “in vitro” no controle do crescimento micelial dos

microrganismos citados, e submetidos a calibrações de dosagens e avaliações de

possíveis inibições no crescimento micelial. Testes de fitotoxicidade na semente

também foram realizados, com dosagens distintas, analisando o percentual de

emergência de plântulas encontrando resultados satisfatórios em relação à utilização

destes óleos junto ao tratamento de sementes, pois não causou inibição do

desenvolvimento das plântulas. Resultados promissores foram obtidos com os óleos

essenciais de C. citratus e L. sidoides na inibição do crescimento micelial de

(Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii). Resultados das porcentagens dos constituintes

químicos dos óleos essenciais divergiram dos citados em literatura, com destaque para o

óleo essencial de L. sidoides. Os testes “in vivo” de fitotoxicidade, não apresentaram

nenhum sinal de danos ou lesões para as plantas de feijão em nenhuma das dosagens

avaliadas. Trabalhos “in vivo” devem ser realizados, analisando os óleos para efeito

fungitóxico nos microrganismos testados, possibilitando a possível concretização de que

os óleos essenciais de C. citratus e L.sidoides podem ser utilizados como fungicidas

alternativos no controle de Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.

Palavras-chave: Phaseolus vulgaris L., R. solani, S. rolfsii, Controle alternativo.

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ABSTRACT

FUNGITOXICITY OF ESSENTIAL OILS OF Lippia sidoides Cham. AND

Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf. IN THE CONTROL OF PATHOGENS OF

COMMON BEAN.

André Henrique Gonçalves1, Luiz Gustavo L. Guimarães

2 (

1Mestrando em Produção

Vegetal, 2Professor adjunto, Universidade Federal do Tocantins).

The potential for using alternative methods of plants diseases control are continually

researched and evaluated by various researchers worldwide. In research and

development of this work are evaluated essential oils of two species of plants, lemon

grass (Cymbopogon citratus) and rosemary-pepper (Lippia sidoides), cited in several

studies with different properties, including from the medical use to control pests and

diseases. Beans are quoted with a crop most used by the Brazilian population and also

one of the crops most affected by disease, compared to this was added the possibility to

control two of soil borne pathogens (Rhizoctonia solani and Sclerotium rolfsii) reported

as important causes of disease and losses in the production of this crop, with the

potential of essential oils (C. citratus) and (L. sidoides) to assess the behavior of this

microorganism in the presence of these essential oils. Was performed to characterize the

chemistry of essential oils, as well as the analysis of its major constituents. Essential

oils and their constituents have been tested "in vitro" in control of the microorganisms

mentioned above, and subjected to incessant calibrations measurements and evaluations

of possible inhibitions on mycelial growth. Phytotoxicity tests were also conducted in

the seed, with strengths, analyzing the percentage of seedling emergence finding

satisfactory results regarding the use of these oils from the seed treatment, because it

caused inhibition of seedling development. Promising results were obtained with

essential oils (C. citratus) and (L. sidoides) on mycelial growth inhibition (Rhizoctonia

solani and Sclerotium rolfsii). Results of the percentages of chemical constituents of

essential oils differed cited in the literature, with emphasis on the essential oil (L.

sidoides). Tests "in vivo" phytotoxicity, showed no sign of damage or injury to bean

plants in any of the dosages. Work "in vivo" should be performed, analyzing the oils

antifungal effect in microorganisms, allowing the possible realization of the essential

oils (C. citratus) and (L. sidoides) can be used as alternative fungicides to control

(Rhizoctonia solani and Sclerotium rolfsii).

Keywords: Phaseolus vulgaris L., R. solani, S. rolfsii, Alternative control.

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1. INTRODUÇÃO

O seguimento agrícola mundial tem se modernizado constantemente, com

inserção de novas tecnologias, manejo e aplicabilidade da produção. O produtor rural

tem buscado técnicas que viabilizem a sua produção, visando a diminuição nos custos,

ou seja, incrementar a produtividade, sem onerar a produção.

Danos causados por pragas e doenças já são considerados um prejuízo

recorrente, uma vez que todas as culturas são susceptíveis a estes ataques. Auxiliando o

produtor nesta jornada do agronegócio empresas de agrotóxicos lançam no mercado

vários produtos agrícolas paras serem utilizados no manejo das culturas e manter o

controle fitossanitário, garantindo assim ao produtor uma produção satisfatória e que

permita a qualidade do seu produto final.

Apesar das recomendações agronômicas e dosagens dos fabricantes, muitos

agrotóxicos são utilizados de forma desordenada, com dosagens acima das permitidas

e/ou sua utilização em culturas não recomendadas. Como consequência desse fato, o

impacto ambiental através da contaminação da fauna e flora por esses produtos

agrícolas são frequentemente relatados.

Frente a isso, pesquisadores têm estudado os efeitos de extratos e de óleos

essenciais de diversas plantas como controle alternativo de pragas e doenças que

acometem as plantações. Com o intuito de desenvolver produtos derivados de plantas

que auxiliem a produção agrícola.

Baseado neste contexto, embasado por dados que demonstram o consumo

mundial de feijão comum e as dificuldades de produção, o presente trabalho teve como

objetivo caracterizar quimicamente, e avaliar o efeito dos óleos essenciais de Lippia

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sidoides Cham. e de Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf no controle de Rhizoctonia.

solani e Sclerotium. rolfsii, fitopatógenos de solo que acometem o feijoeiro comum.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. A cultura do feijoeiro

A origem evolutiva do gênero Phaseolus e sua diversificação primária

ocorreram nas Américas (VAVILOV, 1931 apud DEBOUCK, 1991), mas o local exato

onde isto se deu é ainda motivo de controvérsia (GEPTS; DEBOUCK, 1991).

Populações selvagens de feijão crescem, desde o Norte do México até o Norte da

Argentina, em altitudes entre 500 e 2.000 m, porém não são encontradas no Brasil

(DEBOUCK, 1986).

Existem diversas hipóteses para explicar a origem e domesticação do feijoeiro.

Pois os tipos selvagens eram similares a variedades nativas e encontrados no México, e

sua domesticação é relatada cerca de 7.000 a.C. na América Central, surgindo a hipótese

de que o feijoeiro teria sido domesticado nesta região e disseminado, posteriormente, na

América do Sul. Por outro lado, foram encontrados achados arqueológicos mais antigos,

cerca de 10.000 a.C., de feijões domesticados na América do Sul (sítio de Guitarrero, no

Peru) e que dão indícios de que o feijoeiro teria sido domesticado na América do Sul e

transportado para a América do Norte (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, 2007).

Por apresentar um papel relevante na alimentação do brasileiro, o feijão é um

dos produtos agrícolas de maior importância econômico-social, principalmente devido à

mão-de-obra utilizada durante o ciclo da cultura. No Brasil o feijão comum (Phaseolus

vulgaris L.) é um dos alimentos mais consumidos, uma vez que o mesmo possui

propriedades nutricionais e funcionais capazes de atender muitas necessidades básicas

de alimentação da população, destacando-se principalmente, como fonte proteica. A sua

importância social se prende ao fato de ser uma cultura com grande capacidade de

absorver mão de obra no seu sistema de cultivo (FERREIRA et al., 2006).

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Na última década, constatou-se grande evolução na cultura do feijão (P. vulgaris

L.) graças ao desempenho de diversas pesquisas, as quais têm propiciado aos

produtores, técnicas compatíveis aos vários sistemas de produção, destacando-se a

obtenção de cultivares com elevado potencial produtivo e adaptados aos locais de

cultivos (JUNIOR; LEMOS; SILVA, 2005).

Dados da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação –

(FAO) indicam que a Índia é o maior produtor mundial de feijão. Sua produção em

2010 foi de 4.870.000 mil toneladas, correspondendo a 17,2% do total produzido no

mundo. O Brasil aparece em 2º lugar, respondendo por 16,2% da produção mundial,

com uma produção de 3.202.150 mil toneladas em 2010 (FAO, 2012). A produção

brasileira na safra de 2011 foi de 3.500.373 t, com produtividade média de 4.299 kg ha-

1, já para o ano de 2012 os valores da previsão são de 3.144.009 t com produtividade de

4.332 kg ha-1

, considerando as 3 safras ocorridas (IBGE, 2012).

O Tocantins se destaca nacionalmente na produção de sementes de feijão em

várzeas tropicais. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE a

previsão na safra de 2012 é de um aumento de 34,34% em relação à de 2011, com a

produção passando de 34.004 t para 47.043 t. Este aumento se deve, principalmente, ao

aumento da área plantada na 2ª safra que passa de 21.650 para 31.990 ha de 2011 para

2012, respectivamente.

A produção de sementes de feijão, cultivada nas várzeas tropicais no Tocantins,

possui suas peculiaridades por apresentar alta qualidade sanitária e produtiva do grão.

As várzeas no Estado estão localizadas nos municípios de Formoso do Araguaia, Pium,

Dueré, Cristalândia e Lagoa da Confusão. Cerca de 80% dessa produção de sementes

são exportados para os estados de Minas Gerais, Bahia, Pará, Santa Catarina, São Paulo

e Distrito Federal. O feijão é cultivado em três grupos com variedades diferentes, o

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carioca, preto (grupo Phaseolus) e o caupi (Vigna unguiculata), no período de junho a

setembro. (SEAGRO, 2009).

A cultura do feijão tem sido tradicionalmente, caracterizada como segmento

atrasado do setor agrícola brasileiro. A atividade está comumente associada ao pequeno

produtor, ao emprego de pouca tecnologia e a grandes oscilações na produção e na

produtividade. No entanto, essa situação vem se alterando nos últimos anos, já se

percebendo nova dinâmica na produção, que vem influenciando a rentabilidade da

atividade. Consequentemente, o feijão está deixando de ser lavoura de subsistência para

se transformar em cultura tecnificada (CUNHA; TEIXEIRA; VIEIRA, 2005).

O risco de perdas parece ser um dos principais fatores desestimuladores da

exploração do feijão por grandes produtores. O feijão comum apresenta sérios

problemas fitossanitários que resultam no baixo rendimento nacional, sendo as pragas e

doenças os motivos mais importantes para a queda na produção de feijão no Brasil

(GONÇALVES-VIDIGAL et al., 2007).

2.1.1. Classificação

De acordo com Vilhordo e Mikusinski (1996), o feijoeiro é classificado da

seguinte forma:

Ordem: Rosales

Família: Fabaceae (Leguminosae);

Subfamília: Faboideae (Papilionoideae);

Tribo: Phaseoleae;

Gênero: Phaseolus;

Espécie: Phaseolus vulgaris L.

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O gênero Phaseolus possui aproximadamente 55 espécies, das quais apenas

cinco são cultivadas sendo elas: o feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris); o feijão de

lima (Phaseolus lunatus); o feijão Ayocote (Phaseolus coccineus); o feijão tepari

(Phaseolus acutifolius); e o Phaseolus polyanthus (EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO,

2007).

2.1.2. Pragas e doenças que afetam a planta do feijoeiro.

Vários fatores influenciam a produtividade do feijão, dentre estes, podem ser

citadas diversas pragas e doenças. Entre as pragas de ocorrência na cultura do feijão

estão cigarrinha-verde (Empoasca kraemeri), vaquinha (Diabrotica speciosa), mosca

minadora (Liriomyza sativae) e o ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus), que

podem comprometer muito a produtividade do feijoeiro (LIMA; GEREMIAS; PARRA,

2009; SEFFRIN et al., 2008; SILVEIRA et al., 2005). Porém, a mosca-branca (Bemisia

tabaci), que prejudica a planta pela transmissão do vírus do mosaico dourado do

feijoeiro, é considerada a mais importante da cultura, limitando a produção em algumas

áreas (ALMEIDA et al., 2008; PEIXOTO et al., 2011).

Das 60 doenças que atacam o feijoeiro 31 são causadas por fungos, sendo 10

consideradas importantes, justificando-se a aplicação de fungicidas específicos como

componente da estratégia de controle dessas doenças (GARCIA; JUSTINO; RAMOS,

2002).

A murcha de fusário causada pelo fungo Fusarium oxysporum f.sp. phaseoli J.B.

Kendr. & W.C. Snyder, a podridão do colo causada por Sclerotium rolfsii, e a podridão-

radicular, causada pelo fungo Rhizoctonia solani Kühn, encontram-se entre as mais

importantes doenças do feijoeiro comum causadas por fungos habitantes de solo. Estes

patógenos estão presentes nos solos de diversas regiões produtoras de feijão. Além

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destas, podemos destacar a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum

lindemuthianum, a mancha angular, causada pelo fungo Phaeoisariopsis griseola (Sacc.

Ferraris), a podridão-radicular-seca causada pelo fungo Fusarium solani, o mofo-

branco, causado pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, o oídio, causado pelo fungo

Erysiphe polygoni DC e a mela causada pelo fungo Rhizoctonia solani (BORÉM;

CARNEIRO, 1998; COSTA; ZIMMERMANN, 1988; PASTOR-CORRALES;

ABAWI, 1987; RESENDE; ZAMBOLIM, 1987; GOULART, 1988; SALA; ITO;

CARBONELL., 2006).

2.1.3. Mela e podridão radicular do feijoeiro comum causadas pelo fungo

Rhizoctonia solani

O fungo habitante do solo Thanatephorus cucumeris (Frank) Donk [fase

anamórfica = Rhizoctonia solani Kühn] é um basidiomicota que ocorre mundialmente

causando doenças economicamente importantes em uma grande variedade de plantas

cultivadas (ANDERSON,1982; ADAMS, 1988; VILGALYS, 1988).

Segundo Papavizas e Davey (1961) e Cubeta e Vilgalys (1997) e R.solani é um

patógeno habitante de solo, geneticamente heterogêneo, com ampla gama de

hospedeiros, grande capacidade competitiva saprofítica e que sobrevive colonizando

restos de cultura ou mediante estruturas de resistência.

A maioria dos isolados deste patógeno não se reproduz sexuadamente e são

conhecidos apenas por seu estágio assexuado (fase anamórfica). Esse fungo representa

um grupo economicamente importante e geneticamente diverso de patógenos de solo

que ocorrem em várias espécies de plantas em todo o mundo (VILGALYS, 1988;

CUBETA, 1994).

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Os sintomas de uma das doenças causadas no feijoeiro por este fungo (mela) são

observados inicialmente nas folhas próximas ao solo com manchas de formato irregular

que coalescem causando uma necrose, posterior desfolha das plantas e a adesão das

folhas da planta pela teia micelial do fungo. Os sinais são as teias miceliais e os

microescleródios formados nos tecidos vegetais (NECHET; HALFELD-VIEIRA,

2006). Como esse patógeno tem propensão a atacar tecidos jovens, também pode causar

tombamento de plântulas na pré ou pós-emergência e pode ser introduzido em solos ou

substratos em qualquer etapa do plantio, tanto via sementes como por meio de

substratos contaminados (LUCON et al., 2009).

Para o controle do tombamento há um conjunto de práticas recomendadas, mas o

tratamento de sementes com fungicidas eficientes tem sido a principal medida adotada,

sendo a opção mais econômica para minimizar os efeitos negativos da doença

(GOULART, 2002). Porém, o controle químico pode-se tornar inviável, em razão dos

efeitos deletérios no solo, além de favorecer a seleção de formas mais resistentes desse

fungo (CARDOSO, 1990).

2.1.4. Podridão do colo do feijoeiro comum causada pelo fungo Sclerotium rolfsii

O fungo fitopatogênico Sclerotium rolfsii Sacc., habitante do solo, polífago,

pode causar podridão em raízes, colo de plantas jovens, em sementes, danos em

plântulas, folhas e frutos (FARR et al., 1989; BEDENDO, 1995). Apresenta extensa

gama de hospedeiros, cerca de 500 espécies botânicas, incluindo dicotiledôneas e

monocotiledôneas, distribuindo-se em todas as regiões agrícolas, com predominância

nas zonas tropical e subtropical, onde predominam condições de alta umidade e

temperatura elevada (AYCOCK, 1966; PUNJA; JENKINS, 1984; PUNJA, 1985;

PUNJA; RAHE, 1992). O fungo produz estruturas de resistência chamadas de

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escleródios, sendo globosos, pequenos, de 0,5-1,5 mm de diâmetro. Os escleródios são

produzidos na ausência de hospedeiros e/ou condições climáticas desfavoráveis

(BIANCHINI; MARINGONI; CARNEIRO, 1997). A presença destas estruturas pode

durar por períodos de um a três anos no solo e dificulta o controle do patógeno. Entre os

fatores físicos que exercem efeito no crescimento e na formação esclerodial, destaca-se

a luz. Segundo Punja (1985), há melhor desenvolvimento de S. rolfsii, em condições de

luminosidade continua, sugerindo que a produção abundante de escleródios na

superfície do solo seja em resposta à presença de luz. Essa observação foi também

relatada por outros pesquisadores, como McClellan et al., (1955) que verificaram maior

produção de escleródios em culturas expostas a luz.

A podridão do colo, frequentemente observada em áreas quentes, sub-tropicais e

tropicais onde se cultiva o feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.), foi relatada em vários

países como Brasil, Bolívia, Equador, Colômbia, Venezuela, Costa Rica, México e

EUA (ABAWI; PASTOR-CORRALES, 1990); Austrália, Japão, Ceilão, Cuba, Havaí e

Filipinas (WEBER, 1931). A utilização de cultivares resistentes é a melhor opção de

controle, principalmente para fungos fitopatogênicos habitantes do solo. No entanto, há

culturas que ainda não têm cultivares resistentes a determinados fungos de solo e,

mesmo em culturas que têm cultivares resistentes, essas estão sujeitas à quebra de

resistência, devido à variabilidade genética destes fitopatógenos (FARIA, 2009).

2.1.5. Controle de pragas e doenças

Para o controle das pragas e doenças normalmente são utilizados produtos

químicos, sendo necessárias pulverizações preventivas de inseticidas e fungicidas para a

diminuição destes problemas fitossanitários. Porém, o uso indiscriminado desses

produtos vem causando impactos em inimigos naturais e promovendo resistência dos

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insetos e dos microrganismos, o que vem aumentando as populações destes indivíduos e

diminuindo a eficiência dos produtos utilizados (BASTOS; ALBUQUERQUE, 2004;

LIMA; GEREMIAS; PARRA, 2009; ALMEIDA et al., 2008).

Além disso, o uso indiscriminado de defensivos agrícolas pode causar sérios

riscos à saúde humana e contaminação do meio ambiente. Desta forma, torna-se

necessário a busca por métodos alternativos de controle de pragas e doenças que causem

menos impacto ao meio ambiente e seja eficiente no manejo fitossanitário (GHINI e

KIMATI, 2000).

2.2. Óleos essenciais

Os primeiros relatos históricos importantes da utilização de óleos essenciais de

plantas provêm do Oriente, especialmente do Egito, onde os óleos essenciais eram

usados para embalsamar múmias e para fazer oferendas nas cerimônias religiosas e,

muitas vezes, eram colocados em recipientes com detalhes em ouro que seguiam juntos

para os túmulos dos grandes faraós. (BIOMIST, 2006).

Óleos essenciais são constituídos por uma mistura de compostos naturais,

complexos, voláteis, caracterizados por um odor forte, extraídos de plantas através da

técnica de arraste a vapor, na grande maioria das vezes, e também pela prensagem do

pericarpo de frutos cítricos. São constituídos por compostos originários do metabolismo

secundários, geralmente monoterpenos, sesquiterpenos e fenilpropanoides, podem ser

encontrados nas flores, folhas, cascas, rizomas e frutos (CRAVEIRO, QUEIROZ 1993;

BIZZO, 2009; ABDOLAHI et al., 2010).

Os constituintes químicos desses óleos aromáticos variam desde hidrocarbonetos

terpênicos, álcoois simples, fenóis, aldeídos, éteres, ácidos orgânicos, ésteres, cetonas,

lactonas, cumarinas, até compostos contendo nitrogênio e enxofre. Podem ser utilizados

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para a síntese de vitaminas, hormônios, antibióticos e anti-sépticos (SIMÕES et al.,

2004). A composição do óleo essencial de uma planta é determinada geneticamente,

sendo geralmente específica para um determinado órgão e característica para o seu

estágio de desenvolvimento, entretanto, fatores ambientais, tais como temperatura,

umidade relativa, duração total de exposição ao sol, regimes de ventos, grau de

hidratação do terreno e presença de micronutrientes neste terreno, podem influenciar a

composição dos óleos essenciais. A investigação da composição química de óleos

essenciais foi iniciada no século XIX e levou à descoberta de alguns hidrocarbonetos

isoméricos de fórmula C10H16, os quais foram chamados terpenos (MORAIS; BRAZ-

FILHO, 2007).

Metabólitos secundários de plantas formam um grupo de diversas moléculas que

estão envolvidas na adaptação das mesmas ao ambiente, mas não fazem parte dos

caminhos bioquímicos primários do crescimento e da reprodução celular. A maioria dos

metabólitos secundários é formada no metabolismo da glicose, em que a glicose é

convertida em moléculas de ácido pirúvico, que podem seguir vias diferentes originando

diversos compostos (OOTANI, 2010).

Os monoterpenos e sesquiterpenos são constituintes dos óleos voláteis, sendo

que os primeiros atuam na atração de polinizadores. Os sesquiterpenos, em geral,

apresentam funções protetoras contra fungos e bactérias. Os sesquiterpenos são, em

geral, menos voláteis que os monoterpenos, mas podem influenciar sensivelmente o

odor dos óleos onde ocorrem (CASTRO et al., 2007; OOTANI, 2010). Segundo Simões

et al. (2004) os constituintes químicos dos óleos essenciais variam desde

hidrocarbonetos terpênicos, alcoóis simples e terpênicos, aldeídos, cetonas, fenóis,

ésteres, éteres, óxidos, peróxidos, furanos, ácidos orgânicos, lactonas, cumarinas, até

compostos com enxofre. Na mistura, tais compostos apresentam-se em diferentes

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concentrações, onde um ou mais deles são compostos majoritário, existindo outros em

menores concentrações e alguns em baixíssimas quantidades (traços).

Os óleos essenciais são compostos destinados, principalmente, à aplicação em

produtos de perfumaria, cosmética, alimentos e como coadjuvantes em medicamentos,

sendo empregados como aromas, fragrâncias, fixadores de fragrâncias, em composições

farmacêuticas e orais. (SILVA SANTOS et al., 2006).

O Brasil ocupa lugar de destaque na produção de óleos essenciais e está entre os

principais fornecedores de óleos cítricos para a União Eropéia e EUA, encontrando-se

entre os grandes exportadores internacionais. Porém, problemas crônicos como falta de

manutenção do padrão de qualidade, baixa representatividade nacional e baixos

investimentos governamentais no setor, levam a produção a um quadro estacionário

(BIZZO, 2009).

O desempenho do comércio exterior brasileiro de exportação de óleos essenciais

decresceu tanto em relação ao volume quanto à receita, no período de 2003 a 2005,

passando de 69.521 t para 59.745 t e de US$ 1.649.640,00 para US$ 1.275.720,00

(FERNANDES, 2005). Dentre os principais óleos exportados pelo Brasil, em 2007,

destacam-se os óleos cítricos, pau-rosa, eucalipto e candeia sendo o principal produtor

do óleo essencial de eucalipto o Estado do Sergipe e do pau rosa o Estado do

Amazonas. As importações brasileiras de óleos essenciais mostraram uma tendência de

crescimento nesses últimos anos. O ano de 2007 fechou com aproximadamente US$ 51

milhões, sendo os principais óleos importados pelo Brasil o de limão siciliano e de

menta (MATTOSO, 2007).

2.2.1. Atividades biológicas dos óleos essenciais

São conhecidos cerca de 3.000 óleos essenciais, dos quais 300 são

comercialmente importantes (BAKKALI et al., 2008). Devido à diversidade de

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substâncias ativas em plantas medicinais, vários estudos vêm sendo desenvolvidos para

avaliar a ação antimicrobiana de extratos e de óleos essenciais, e os resultados

alcançados nessa linha de pesquisa têm-se mostrado promissores para uma utilização

prática no controle de fitopatógenos em diversas culturas, porém a atividade dos óleos

depende do tipo de microrganismo, do tipo do óleo e de sua concentração. Existem

relatos da atividade direta de extratos e óleos essenciais de plantas sobre insetos, fungos,

bactérias, e efeito alelopáticos, ou indireta, ativando mecanismos de defesa das plantas

aos patógenos (ABDOLAHI et al., 2010; BASTOS;ALBUQUERQUE, 2004;

CARNELOSSI et al., 2009, OOTANI, 2010).

Embora sua maior utilização ocorra nas áreas de alimentos (condimentos e

aromatizantes de alimentos e bebidas), cosméticos (perfumes e produtos de higiene) e

também na indústria farmacêutica, muitas drogas vegetais ricas em óleos essenciais são

empregadas in natura para a preparação de infusões e/ou sob a forma de outras

preparações simples (DEBA et al., 2008; DIKBAS et al., 2008).

A ação de compostos de plantas no controle de fitopatógenos pode ser tanto por

sua ação direta, inibindo o crescimento do microrganismo e a germinação de esporos,

quanto pela capacidade de induzir o acúmulo de fitoalexinas, indicando a presença de

moléculas com característica elicitora (moléculas de origem biótica ou abiótica capazes

de estimular qualquer resposta de defesa da planta) (BONALDO, 2004; CARLOS et al.,

2010).

Muitas investigações são feitas para confirmar a atividade antimicrobiana de

óleos essenciais através de métodos que produzam resultados confiáveis, podendo ser

reproduzidos e validados. Porém, várias são as dificuldades encontradas pelas

características peculiares que os óleos apresentam como volatilidade, insolubilidade em

água e complexidade, que interferem significativamente nos resultados. Assim, ao fazer

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os testes devem ser levados em consideração a técnica usada, o meio de cultura, o(s)

microrganismo(s) e o óleo testado (NASCIMENTO; SIDRIM; ROCHA, 2007).

Trabalhos desenvolvidos com óleos essenciais, obtidos a partir de plantas

medicinais têm indicado o potencial das mesmas no controle de vários fitopatógenos

como Alternaria solani, Colletotrichum gloeosporioides, Penicilium digitatum,

Colletotricum musae, Corynespora cassiicola, dentre outros (BAUTISTA-BAÑOS et

al., 2003; BALBI-PEÑA et al., 2006; ALMEIDA et al., 2008, ABDOLAHI et al., 2010;

CARLOS et al., 2010).

Estudando a ação antimicrobiana da planta medicinal Achillea millefolium no

desenvolvimento in vitro de Corynespora cassicola, Carlos et al. (2010) obtiveram

inibição de até 63% no crescimento micelial, 100% na esporulação e 98% na

germinação do fungo, utilizando uma alíquota de 200 µL de óleo essencial.

Algumas plantas, por apresentarem uma diversidade de substâncias em sua

composição devem ser estudadas para serem utilizadas diretamente pelo produtor, bem

como servir de matéria-prima para síntese de novos produtos (CELOTO et al., 2008),

ou ainda serem utilizadas na indução de resistência às plantas (STANGARLIN, 2007).

Alguns autores relatam essas atividades dos óleos essências de plantas e seus

constituintes majoritários. Guimarães et al. (2011) verificaram que o óleo essencial de

capim-limão e o citral (constituinte majoritário deste óleo essencial) tiveram efeito

inibidor em Fusarium oxysporum cubense, Colletotrichum gloeosporioides, Bipolaris

sp. e Alternaria alternata.

2.2.2. Alecrim pimenta (Lippia sidoides Cham.)

O gênero Lippia está presente nas regiões tropicais subtropicais de todo o mundo

(FONTENELLE, 2008), pertence à família botânica Verbenaceae, a qual existe

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aproximadamente 120 espécies de ocorrência no Brasil (MENDONÇA, 1997), e tem

como característica serem ervas eretas, procumbentes ou receptantes, subarbustos ou

mesmos arbustos. As espécies desse gênero são em sua maioria aromática e ornamentais

(FONTENELLE, 2008).

A espécie Lippia sidoides Cham. é popularmente conhecida como alecrim-

pimenta, sendo uma planta bastante aromática (FONTENELLE, 2008) que ocorre

principalmente na vegetação nordestina. É um arbusto caducifólio, ereto, muito

ramificado e quebradiço, que mede 2-3 m de altura. Suas folhas apresentam forte cheiro

picante e as flores são pequenas, esbranquiçadas, reunidas em espigas de eixo curto nas

axilas das folhas. É propagada por estaquia utilizando, de preferência, os ramos mais

finos (MATOS, 2000; MATOS, 2002; LORENZI; MATOS, 2002). As folhas e flores

constituem a parte medicinal desta planta. Seu óleo essencial possui elevado valor

comercial, pois contém timol ou uma mistura de timol e carvacrol, dois

fenilpropanoides com fortíssimas propriedades antimicrobianas e antisséptica (MATOS,

2000).

Esta espécie apresenta altos rendimentos de óleo essencial, tendo relato de até

6% e como constituinte principal o timol (MENDONÇA, 1997; FONTENELLE et al.,

2007), que é o principal responsável pelo poder antisséptico de suas folhas

(FONTENELLE, 2008), tendo outros constituintes importantes como o E-cariofileno, ρ-

cimeno , ρ-felandreno, mirceno e carvacrol (FONTENELLE et al., 2007; SOUSA et al.,

2004). A utilização de seu óleo essencial se dá em diversas atividades, como agricultura,

veterinária, indústria de alimentos, farmacêutica, cosmética e perfumes. Uma vez que o

mesmo apresenta efeito bactericida (BOTELHO et al., 2007), fungicida

(FONTENELLE et al., 2007; SILVA et al., 2011), larvicida (CARVALHO et al., 2003;

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SOUZA et al., 2011; FURTADO et al., 2005), antimicrobiana (SILVA et al., 2008) e

também na composição de fitodefensivos agrícolas (NAGAO et al., 2002).

2.2.3. Capim-limão (Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf.

O Capim-limão (Cymbopogon citratus) é pertencente à família botânica

Poaceae, que engloba cerca de 500 gêneros e 8.000 espécies, denominadas

genericamente de gramíneas. O gênero Cymbopogon inclui cerca de 30 espécies de

gramíneas perenes aromáticas, sendo, em sua maioria, nativas da região tropical do

Velho Mundo (VIEIRA, 2006).

Geralmente apresenta como constituintes majoritários o citral (mistura isomérica

de neral e geranial) e o mirceno, sendo ambos monoterpenos (GUIMARÃES et al.,

2011). É conhecido popularmente como capim-limão, capim-santo, capim-cidreira,

capim-cheiroso e capim-de-cheiro (BLANK et al., 2007).

Seu óleo essencial possui forte odor de limão e é largamente empregado como

aromatizante em perfumaria e cosmética, na preparação de colônias, sabonetes e

desodorantes, porém, seu maior emprego tem sido na indústria farmacêutica, servindo

de material de partida para síntese de importantes compostos, como iononas, metil-

iononas e vitamina A (CARVALHO et al., 2005). Vários estudos têm atribuído diversas

atividades biológicas para o óleo essencial de capim-limão. Tais como inseticida

(LIMA et al., 2008), antimicrobiana (SANTOS et al., 2009), antibacteriana (PEREIRA

et al., 2004), antifúngica (LIMA; FARIAS, 1999), entre outras. O citral, constituinte

majoritário do óleo de C. citratus, é citado como sendo o responsável pelas atividades

atribuídas ao seu óleo essencial, tais como germicidas, repelentes de insetos, aplicações

na indústria farmacêutica, entre outras. Dessa maneira, há uma grande importância em

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avaliar o seu teor no óleo essencial, que nas plantações brasileiras está em torno de 75 a

86%, valor bastante satisfatório para o mercado internacional (MARTINS et al., 2002).

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPITULO II

Extração e caracterização química dos óleos essenciais de Lippia sidoides Cham. e

Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf.

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1. INTRODUÇÃO

Lippia sidoides Cham é uma planta aromática muito utilizada na medicina

popular por possuir propriedades antissépticas (LACOSTE et al., 1996; LEMOS et

al.,1990; MENDONÇA, 1997). Esta espécie de planta se destaca pelos elevados

rendimentos de seu óleo essencial, de até 6%, (MENDONÇA, 1997), sendo este rico em

timol (43,5%), que é o responsável pelo alto poder antisséptico de suas folhas.

O óleo essencial de Cymbopogon. citratus possui uma grande importância

econômica, pois é largamente utilizado na indústria de alimentos, cosmética e química

(COSTA et al,2005). Este óleo essencial tem como principal componente o citral

(composto pela mistura dos isômeros geranial e neral (65-80%)) (LEAL et al., 2003b),

além de limoneno, citronelal, mirceno e geraniol. (GUERRA et al., 2000). O citral é

utilizado como matéria prima de importantes compostos químicos denominados

iononas, que são utilizadas na perfumaria e na síntese da vitamina A (MARTINS et al.,

2004).

Sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi extrair e caracterizar

quimicamente os óleos essenciais de Lippia sidoides Cham. e de Cymbopogon citratus

(D.C) Stapf.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Obtenção do material vegetal e extração dos óleos essenciais

As folhas de Lippia sidoides Cham. e de Cymbopogon citratus (D.C) Stapf

foram coletadas no mês de janeiro 2011, no período da manhã, no município de

Itumirim, Minas Gerais/Brasil. O material coletado foi encaminhado para o Laboratório

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de Química Orgânica do Departamento de Química da Universidade Federal de Lavras

(UFLA) – Lavras/MG, para a extração dos óleos essenciais.

A extração dos óleos essenciais foi realizada pelo método de hidrodestilação,

utilizando-se um aparelho de Clevenger modificado. As folhas frescas de cada espécie

vegetal estudada foram picadas e colocadas em um balão de fundo redondo de 4 litros

de capacidade, recobertas com água, sendo o processo de extração realizado em um

período de 2 horas, mantendo a solução em ebulição (GUIMARÃES et al., 2008). O

hidrolato coletado foi centrifugado em centrífuga de cruzeta horizontal a 900 x g por

cinco minutos; posteriormente, o óleo essencial foi retirado com o auxílio de uma pipeta

de Pasteur e acondicionado em frasco de vidro âmbar em baixa temperatura e ao abrigo

da luz.

2.2. Análises cromatográficas dos óleos essenciais

As análises qualitativas e quantitativas dos óleos essenciais foram realizadas no

Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal do Pará (UFPA) –

Belém – PA. As análises qualitativas foram realizadas por cromatografia em fase gasosa

acoplada à espectrometria de massa CG-EM. O cromatógrafo utilizado foi o modelo

Thermo DSQ II, sendo o equipamento operado nas seguintes condições: coluna capilar

de sílica fundida DB-5 ms (30 m x 0,25 mm x 0,25 μm de espessura de filme) (Folsom,

CA, USA); com a seguinte programação da temperatura na coluna: 60 – 240 ºC (3

ºC/min); ; temperartura do injetor: 250 ºC; gás carreador hélio, com velocidade linear

ajustada de 32 cm/s (medida a 100 ºC); injeção splitless com volume injetado de 2 µL

de uma solução 1:1000 em hexano, com uma vazão de split ajustada para resultar em

uma taxa de 20:1; fluxo constante de varredura do septo de 10 mL/min. Para o

espectrômetro de massas (EM), foram utilizadas as seguintes condições: energia de

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impacto de 70 eV; temperatura da fonte de íons e da interface: 200 ºC. Foi injetada, nas

mesmas condições das amostras, uma série homóloga de n-alcanos (C9H20 ....... C26H54).

Os espectros obtidos foram comparados com o banco de dados da biblioteca Wiley 229

e o índice de retenção, calculado para cada constituinte, foi comparado com o tabelado,

de acordo com Adams (2007).

As análises quantitativas foram realizadas por normalização interna (expressas

em porcentagens relativas das áreas dos picos correspondentes a cada constituinte,

assumindo o mesmo fator de resposta do detector para todos os constituintes). Essas

análises foram realizadas utilizando um cromatógrafo gasoso Focus equipado com um

detector de ionização de chamas (DIC), operado em condições similares aquelas do CG-

EM, exceto o gás de arraste, sendo utilizado o nitrogênio.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os constituintes químicos dos óleos essenciais obtidos das folhas frescas de L.

sidoides e de C. citratus, seguidos pelos seus tempos de retenção, índices de retenção

calculados e tabelados e os seus teores expressos em porcentagem (calculados por

normalização de áreas) encontram-se na Tabela 1.

Na analise da composição química do óleo de L. sidoides, observa-se uma

predominância de fenilpropanoides (37,93%), acompanhada de monoterpenos

oxigenados (30,94%) e hidrocarbonetos monoterpênicos (15,28%). Comparativamente

para o óleo de C. citratus revela-se uma proporção elevada de monoterpenos

oxigenados (83,58%) e uma taxa menor de hidrocarbonetos monoterpênicos (13,20%).

As quantidades de hidrocarbonetos monoterpênicos monstraram-se similares a 15,28%

para L. sidoides e 13,20% para C. citratus. No óleo essencial de L. sidoides foram

encontrados como constituinte majoritários o 1,8-cineol (24,41%) e o carvacrol

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(33,27%). Muitas espécies de Lippia contém monoterpenos como constituintes

majoritários de seus óleos essenciais. Muitos dos óleos essenciais de espécies

pertencentes a este gênero exibem diversas atividades biológicas, sendo o timol, o

carvacrol, o citral e o p-cimeno os compostos mais freqüentemente encontrados e

responsáveis pelas atividades biológicas observadas (VERAS 2011). Outros

constituintes comumente encontrados nos óleos essenciais de espécies pertencentes ao

gênero Lippia são: α- felandreno, β-cariofileno, α-cimeno, mirceno e carvacrol

(SOUSA et al., 2004). Diversos estudos demonstram as propriedades bactericida,

fungicida, moluscicida e larvicida para o timol e o carvacrol (MATOS, 1996;

BOTELHO et al., 2007; KORDALI et al., 2008).

Tabela 1. Constituintes químicos dos óleos essenciais e os respectivos teores expressos

em porcentagem.

Compostos TRa

RICb

RITc Lippia

sidoides

Cymbopogon

citratus

α-pineno 5,80 935 932 t -

Sabineno 6,88 974 969 t -

β-pineno 7,28 989 974 t -

Mirceno 7,31 992 988 - 12,90

α-felandreno 7,93 1006 1002 0,11 -

α-terpineno 8,25 1018 1014 7,70 -

orto-cimeno 8,55 1026 1022 1,82 -

1,8-cineol 8,81 1033 1026 24,41 -

Z- β-ocimeno 9,25 1045 1032 - 0,30

γ-terpineno 9,71 1058 1054 5,28 -

cis-sabineno hidratado 10,18 1070 1065 1,43 -

Terpinoleno 10,89 1090 1086 0,37 -

6,7-epoximirceno 10,94 1091 1090 - t

trans-sabineno hidratado 11,33 1102 1098 0,92 -

Linalol 11,26 1100 1095 - 1,09

Cis-para-met-2-en-1-ol 12,28 1124 1118 - t

Ipsdienol 12,98 1141 1140 - t

Citronelal 13,38 1151 1148 - 0,91

E-isocitral 13,79 1161 1177 - 1,01

Umbelulona 14,14 1169 1167 - t

terpinen-4-ol 14,59 1180 1174 2,95 -

Z-isocitral 14,59 1180 1160 - 1,67

α-terpineol 15,21 1194 1186 0,83 -

Trans-carveol 15,74 1207 1215 - t

Verbenona 15,76 1207 1204 0,22 -

Cis-carveol 16,17 1217 1226 - 0,23

Citronelol 16,52 1220 1223 t 0,25

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Metil-éter-timol 16,64 1228 1232 3,45 -

Metil-éter-carvacrol 17,02 1237 1241 t -

Neral 17,09 1238 1235 - 31,28

Geraniol 17,52 1248 1249 - t

Geraniale 18,42 1269 1264 0,18 46,32

Timol 19,24 1288 1289 0,40 -

2-undecanona 19,27 1291 1293 - 0,39

Carvacrol 19,72 1299 1298 33,27 -

timol acetato 21,55 1364 1355 0,22 -

Carvacrol acetato 22,35 1361 1365 0,59 -

α-copaeno 22.78 1371 1374 t -

Geranil acetato 22,97 1376 1379 - 0,43

β-bourboneno 23,12 1379 1387 t -

β-elemeno 23.38 1386 1389 0,55 -

E-cariofileno 24,58 1414 1417 2,73 -

Trans-α-bergamoteno 25,18 1429 1432 t -

α-humuleno 26,03 1450 1452 1,89 -

allo-aromadendrano 26,20 1454 1458 t -

γ-muuroleno 26.83 1469 1478 t -

germacreno D 27,06 1475 1484 0,83 -

Butil hidroxi anisol 27,21 1481 1488 t -

Epi-cubenol 27,66 1490 1493 0,71 -

2-tridecanona 27,76 1492 1495 - t

γ-cadineno 28,35 1507 1513 t -

Cubebol 28,45 1509 1514 0,61 -

Hedicariol 29,75 1543 1546 0,25 0,15

Spatulenol 30,79 1569 1577 1,94 -

Óxido de cariofileno 30,99 1574 1582 0,13 -

Ledol 31,84 1596 1602 t -

II epóxido humuleno 32,06 1602 1608 0,91 -

Cariofila-4(12),8(13)-dien-5-alfa-ol 33,08 1629 1639 1,08 -

α-cadinol 33,77 1648 1652 0,81 -

Germacra-4(15),5,10(14)-trien-1-alfa-ol 34,82 1676 1685 0,20 -

Grupos de compostos

Hidrocarbonetos monoterpêncicos 15,28 13,20

Monoterpenos oxigenados 30,94 83,58

Hidrocarbonetos sesquiterpênicos 6,64 -

Sequiterpenos oxigenados 6,00 0,15

Fenilpropanoides 37.93 -

Total identificado 96,79 96,93 aTR = Tempo de retenção (minutos); bRIC = índice de retenção calculado em relação a n-alcanos de C9-

C17 em uma coluna DB-5; cRIT = índice de retenção tabelado (Adams 2007); t = trace (<0.10%); Um

traço (–) indica não detectado.

Leal et al. (2003a) analisando a tintura de L. sidoides produzidas em diferentes

estágios de desenvolvimento da planta, relata o timol como constituinte majoritário de

seu óleo essencial, uma vez que, os teores deste composto no mesmo variaram de 34,2

a 95,1%. No óleo essencial de L. sidoides foi observado uma porcentagem elevada de

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fenilpropanoides (37,93%), entretanto, no óleo essencial de C. citratus não foi

encontrado a presença de compostos pretencentes à esta classe. Embora os

fenilpropanoides não sejam constituintes comuns de óleos essenciais de plantas, os

óleos essenciais de certas espécies contêm proporções abundantes ou significativas de

tais compostos. Quando ocorrem, sua natureza e suas propriedades alteram

significativamente as características sensoriais do óleo (SANGWAN et al., 2001). São

exemplos desta classe de compostos: o eugenol, obtido do óleo volátil dos botões florais

de Syzygium aromaticum (L.) Merrill & Perry, popularmente conhecido como cravo-da-

índia (SRIVASTAVA; SRIVASTAVA; SYAMSUNDAR et al., 2004), o trans-anetol e

o estragol, presentes no óleo de Foeniculum vulgare Mill., popularmente conhecido

como funcho (POLITEO; JUKI; MILO et al., 2006), o metil-eugenol, presente no óleo

de Melaleuca bracteata F. Muell., e a miristicina, presente no óleo dos frutos de

Myristica fragrans Houtt. (ADAMS, 2007). Fenilpropanoides são comumente

encontrados nos óleos essenciais de espécies pertencentes às famílias Apiaceae,

Lamiaceae, Myrtaceae e Rutaceae (BAKKALI et al., 2008).

Observa-se no de óleo essencial C. citratus altos teores dos isômeros, geranial

(46,32%) e neral (31,28%), sendo a mistura destes dois isômeros denominada de citral.

O citral é amplamente encontrado na natureza, e aparece em alta concentração em

algumas espécies vegetais, como na Litsea cubeba (70 a 80%), L. citrata (aprox. 90%),

na verbena e no óleo de limão, em teores menores (SBQ, 2012). Leal et al., (2003b)

analisando o óleo essencial extraído de C. citratus encontrou como constituintes

majoritários geranial e neral (65-80%) . Valores semelhantes aos encontrados no óleo

essencial de C. citratus foram encontrados por Sacchetti et al. (2005), que relatou a

presença de 65 a 86% de citral no óleo essencial desta espécie. Guimarães et al., (2008)

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também encontrou resultados semelhantes, encontrando como constituintes majoritários

neral (31,89%), geranial (37,42%) e mirceno (23,77%).

Os constituintes majoritários encontrados no óleo essencial de L. sidoides foram

o carvacrol (33,27%) seguido pelo 1,8-cineol (24,41%). Divergindo dos resultados

encontrados por Chaves et al. (2008) que relata a presença de timol (76,9%) como

constituinte majoritário do óleo essencial de L. sidoides.

Os óleos essenciais vegetais são compostos basicamente por: terpenos e

fenilpropanóides, os quais apresentam propriedades antifúngicas e microbianas

comprovadas (ALMEIDA et al., 2006; ARRUDA et al., 2006; NUNES et al 2006).

4. CONCLUSÃO

O óleo essencial de Cymbopogon citratus apresentou como constituintes

majoritários o citral (77,60%), constituído pela mistura isomérica de geranial (46,32%)

e neral (31,28%).

No óleo essencial de Lippia sidoides foram encontrados como constituintes

majoritários carvacrol (33,27%) seguido pelo 1,8-cineol (24,41%).

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO III

Potencial fungitóxico dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus, de Lippia

sidoides e de seus componentes majoritários sobre o crescimento micelial de

Rhizoctonia solani e Sclerotium rolfsii.

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1. INTRODUÇÃO

O cultivo do feijão comum (Phaseolus vulgaris) tem grande importância

econômica e social para o Brasil. O país é o maior produtor mundial do grão que é

cultivado predominantemente nas pequenas propriedades rurais. Além disso, o feijão

destaca-se como fonte alimentar, pela presença de proteínas, carboidratos, vitaminas,

minerais e fibras (ANTUNES; SILVEIRA, 2000). Um dos problemas enfrentados pelos

produtores é o grande número de doenças que atacam o feijoeiro, dentre as principais

encontram-se a mela e a podridão radicular que são causadas pelo Rhizoctonia solani e a

podridão do colo, causada pelo Sclerotium rolfsii. Os métodos de manejo mais

utilizados no controle de fitopatógenos empregam fungicidas, que propiciam a planta

uma defesa ou uma cura para os danos causados pelo ataque de determinado patógeno.

Pesquisas têm buscado métodos de controle alternativos sobre diversos

fitopatógenos, que sejam saudáveis para os consumidores e ambientalmente corretos,

possibilitando a produção de alimentos com a ausência de agrotóxicos. Neste sentido,

encontram-se muitos trabalhos que avaliam a eficácia de produtos de origem natural,

principalmente de origem vegetal.

Várias são as medidas alternativas de manejo, visando uma agricultura mais

limpa, por meio de insumos naturais contra fitopatógenos (COSTA et al., 2000;

CAMPANHOLA; BETTIOL, 2003; LOPES et al., 2005). Dentre as práticas de controle

estudadas, extratos de sementes (KHURMA; SINGH, 1997; DIAS et al., 2000),

exsudatos vegetais (ROCHA; CAMPOS, 2004) e óleos essenciais (LORIMER et al.,

1996; OKA et al., 2000; LOPES et al., 2005) têm sido frequentemente relatados. Muitos

estudos têm demonstrado as atividades fungitóxicas de diversos óleos essenciais.

Estudos têm comprovado o efeito de compostos isolados, extraídos de óleos essenciais

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de plantas, que atuam como fungicidas naturais (ABDELGALEIL et al., 2008; CHANG

et al., 2008; KORDALI et al., 2008).

Tendo em vista, a importância de se buscar alternativas de controle ecologicamente

corretas e que no futuro possam ajudar no manejo sustentável de doenças, o presente

trabalho teve como objetivo avaliar a atividade fungitóxica in vitro dos óleos essenciais

de Cymbopogon citratus, Lippia sidoides e de seus componentes majoritários, sobre o

crescimento micelial de R. solani e S. rolfsii.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Obtenção dos óleos essenciais

As folhas de L. sidoides. e de C. citratus foram coletadas no mês de janeiro

2011, no período da manhã, no município de Itumirim, Minas Gerais/Brasil. Os óleos

essenciais foram extraídos no Laboratório de Química Orgânica do Departamento de

Química da Universidade Federal de Lavras (UFLA) – Lavras/MG. A extração foi

realizada utilizando o método de hidrodestilação, por meio de aparelho de Clevenger

modificado. As folhas frescas de cada espécie vegetal estudada foram picadas e

colocadas em um balão de fundo redondo de 4 litros de capacidade, recobertas com

água, sendo o processo de extração realizado em um período de 2 horas, mantendo a

solução em ebulição (GUIMARÃES et al., 2008). O hidrolato coletado foi centrifugado

em centrífuga de cruzeta horizontal a 900 x g por cinco minutos; posteriormente, o óleo

essencial foi retirado com o auxílio de uma pipeta de Pasteur e acondicionado em frasco

de vidro âmbar em baixa temperatura e ao abrigo da luz.

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2.2. Avaliação das Atividades fungitóxicas

As avaliações das atividades fungitóxicas foram realizadas no Laboratório de

Fitopatologia da Universidade Federal do Tocantins, Campus de Gurupi.

2.3. Obtenção dos isolados

Os isolados de R. solani e S. rolfsii utilizados foram obtidos de folhas e hastes de

feijão (P. vulgaris) com sintomas das doenças causadas por estes fungos, provenientes

de campos da região do sul do Estado do Tocantins. Pequenos fragmentos de folhas e

hastes lesionadas foram previamente imersos em soluções de álcool (50%) por 30

segundos e de hipoclorito de sódio (1,0%) por 40 segundos, e posteriormente lavados

em água destilada estéril por três vezes e transferidos para placas de Petri contendo

meio BDA (batata, dextrose e ágar). As placas de Petri foram incubadas a 22 ± 3ºC e

fotoperíodo de 12 horas, sob luz fluorescente. Após crescimento micelial, retirou-se um

disco de BDA com aproximadamente 6 mm de diâmetro contendo os micélios de cada

fungo. O mesmo foi transferido para outra placa de Petri contendo BDA, sendo

incubando novamente nas mesmas condições descritas anteriormente. Os fungos foram

identificados por microscopia óptica por meio da caracterização de suas estruturas

vegetativas e inoculados novamente em plantas de feijão para confirmar sua

patogenicidade e completar os postulados de Koch.

2.4. Ensaio de inibição do crescimento micelial

O método utilizado foi o bioanalítico in vitro, por meio do qual avaliaram-se os

efeitos dos óleos essenciais de L. sidoides e C. citratus; dos compostos 1,8-cineol e

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carvacrol (constituintes majoritários do óleo essencial de L. sidoides) e do citral

(constituinte majoritário do óleo essencial de C. citratus, e que é constituído pela

mistura dos aldeídos monoterpênicos isoméricos, neral e geranial); e dos fungicidas

comerciais Vitavax® [(carboxina, 200g/L) e (tiram, 200g/L)] e Opera®

[(piraclostrobina, 133 g/L) e (epoxiconazol, 50 g/L)] em diferentes concentrações, sobre

o crescimento e/ou inibição micelial das culturas fúngicas.

Para determinação das concentrações dos compostos utilizados sobre cada

microrganismo, foram realizados diversos ensaios de modo a encontrar uma faixa de

concentrações, partindo de uma concentração inicial que apresentasse efeito sobre o

crescimento/inibição do fitopatógeno até uma concentração que inibisse totalmente o

crescimento do mesmo.

Para tal, os óleos essenciais e seus constituintes majoritários foram diluídos em

éter etílico em uma capela asséptica de fluxo laminar. Em seguida foram solubilizados

em água destilada contendo leite em pó (10 mg mL-1

) como emulsificante.

Posteriormente a solução resultante foi incorporada ao meio de cultura BDA,

previamente esterilizado e fundido a uma temperatura entre 45-50ºC, obtendo as

concentrações adequadas para cada microrganismo (JUNQUEIRA et al., 2004). Depois,

transferiu-se 20 mL desta mistura (composto, leite em pó e BDA) para placas de Petri

de 9 cm de diâmetro, previamente esterilizadas. Após a solidificação, discos de

aproximadamente 6 mm de diâmetros contendo micélios dos fungos (retirados de

culturas com 7 dias em BDA) foram repicados para o centro das placas, as quais foram

vedadas com filme plástico e incubadas à temperatura de 22 ± 3 ºC e fotoperíodo de 12

horas, durante um período de 96 horas. Esta metodologia foi utilizada para

determinação das faixas de concentrações a serem utilizadas para cada composto, bem

como para as concentrações já estabelecidas para cada microrganismo. Paralelamente

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prepararam-se duas testemunhas; uma composta apenas do fitopatógeno e do meio de

cultura (testemunha absoluta) e outra contendo BDA, éter etílico e leite em pó

(testemunha relativa).

Desta forma as concentrações utilizadas sobre o fitopatógeno, Rhizoctonia solani

foram de 25, 100, 200, 300, 400 μg mL-1

para o óleo essencial de L. sidoides; de 50, 75,

100, 150, 200 μg mL-1

para o carvacrol; de 50, 250, 500, 750, 1000 μg mL-1

para o 1,8-

cineol; 100, 200, 300, 400, 600 μg mL-1

para o óleo essencial de C. citratus e de 25, 50,

100, 150, 200 μg mL-1

para o citral. Sobre o fitopatógeno Sclerotium rolfsii foram

utilizadas as concentrações de 25, 100, 200, 300, 400 μg mL-1

para o óleo essencial de

L. sidoides; de 25, 75, 125, 175, 200 μg mL-1

para o carvacrol; de 50, 250, 500, 750,

1000 μg mL-1

para o 1,8-cineol; 50, 100, 200, 275, 300 μg mL-1

para o óleo essencial de

C. citratus e de 150, 175, 200, 225, 250 μg mL-1

para o citral.

Para a avaliação dos fungicidas comerciais, empregou-se a mesma metodologia,

porém os mesmos foram diluídos apenas em água destilada, sendo a solução adicionada

ao meio de cultura, de forma a obter as concentrações utilizadas, que foram de 1, 10, 25,

50, 100 μg mL-1

para o Opera®, sobre os dois fitopatógenos; de 0,1, 1,0, 5,0, 10,0, 15,0

μg mL-1

do Vitavax® sobre Sclerotium rolfsii e de 1, 5, 10, 15, 25 μg mL-1

deste mesmo

composto sobre R. solani.

As medidas do crescimento micelial das culturas dos respectivos fungos foram

realizadas quando as colônias fúngicas da testemunha absoluta atingiram toda a

superfície do meio. Para tal, foram traçadas duas retas cruzadas pela placa de Petri

passando pelo centro do disco de 6 mm. As leituras foram realizadas pelas medidas do

diâmetro de crescimento das colônias. Para o cálculo dos percentuais de inibição do

crescimento (PIC) micelial utilizou-se a seguinte fórmula de acordo com Bastos (1997);

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62

PIC= ((cresc. Testemunha – cresc. Tratamento) /cresc. Testemunha) x 100

Os tratamentos foram dispostos de forma inteiramente casualizada, com três

repetições e em esquema fatorial com arranjo de 7 x 5, sendo sete compostos e cinco

concentrações. Foi feita a análise de variância para verificação dos efeitos dos

tratamentos, utilizando a análise de regressão para avaliar a porcentagem de inibição do

crescimento micelial dos fitopatógenos em relação à concentração, utilizando o

programa estatístico SISVAR (FERREIRA, 2000).

A partir das equações de regressão foram calculados valores de IC50

(concentração pra inibir 50% do crescimento micelial). Também foram determinados

valores de CMI (concentração mínima para inibir o crescimento micelial).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As atividades fungitóxicas do óleo essencial de C. citratus e do citral, seu

constitunte majoritário, sobre a inibição do crescimento micelial dos fitopatógenos R.

solani e S. rolfsii estão apresentadas na Figura 1.

Observou-se diferença significativa para as diferentes concentrações de óleo

essencial sobre a inibição do crescimento micelial dos microrganismos estudados. Em

relação à testemunha relativa de cada microrganismo não houve diferença significativa

entre seus crescimentos miceliais e os apresentado pelas testemunhas absolutas.

De acordo com as análises estatísticas de regressão, as inibições dos

crescimentos miceliais dos fitopatógenos R. solani e S. rolfsii, diante das concentrações

do óleo essencial de C. citratus e do citral, apresentaram um comportamento linear

(Figura 1). Em relação ao R. solani, observou-se que o óleo essencial de C. citratus

inibiu 100% de seu crescimento micelial na concentração a partir de 400 μg mL-1

,

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63

enquanto que, para o citral esta mesma inibição foi observada na concentração de 200

μg mL-1

. Já sobre o S. rolfsii, o óleo essencial e o citral causaram 100% inibição de seu

crescimento micelial nas concentrações de 300 e 225 μg mL-1

, respectivamente.

FIGURA 1. Efeito do óleo essencial de Capim limão (Cymbopogon citratus) sobre

odesenvolvimento micelial de R. solani e S. rolfsii.

R. solani

Cymbopogon citratus : y = 0,213159x** - 10,533694

R² = 0,854

Citral: y = 0,461431x** + 12,586423

R² = 0,9341

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600 650

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Cymbopogon citratus

Citral

S. rolfsii

Cymbopogon citratus : y = 0,325301x** - 10,725363

R2 = 0,8628

Citral: y = 1,077400x** - 179,236000

R2 = 0,8655

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 50 100 150 200 250 300 350

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Cymbopogon citratus

Citral

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64

Os efeitos do óleo essencial de L. sidoides e de seu constituinte majoritário,

carvacrol sobre a inibição micelial destes mesmos fitopatógenos encontram-se na Figura

2.

FIGURA 2. Efeito do óleo essencial de Alecrim pimenta (Lippia sidoides) sobre o

desenvolvimento micelial de R. solani e S. rolfsii.

R. solani

Lippia sidoides : y = 0,260517x** + 1,870769

R2 = 0,9651

Carvacrol: y = 0,661602x** - 27,392931

R2 = 0,9839

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Lippia sidoides

Carvacrol

S. rolfsii

Lippia sidoides : y = 0,242320x** - 13,839024

R2 = 0,8708

Carvacrol: y = 0,003059x2** - 0,355373x + 19,212000

R2 = 0,9328

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 50 100 150 200 250 300 350 400 450

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Lippia sidoides

Carvacrol

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65

Em relação ao 1,8-cineol, composto que também é um dos constituintes majoritários do

óleo essencial de L. sidoides, não foram observadas atividades fungitóxicas sobre a

inibição micelial dos fitopatógenos estudados, uma vez que, a mesma foi igual a zero

para ambos os fitopatógenos em todas as concentrações avaliadas.

Tendo em vista as análises de regressão realizadas para a inibição dos

crescimentos miceliais de R. solani e de S. rolfsii em relação as concentrações do óleo

essencial de L. sidoides e do carvacrol, observa-se que a inibição micelial causada por

estes dois compostos sobre R. solani segue uma equação linear. No entanto, a inibição

do crescimento micelial do S. rolfsii segue uma equação linear apenas em relação às

concentrações do óleo essencial, enquanto que, as inibições causadas pelas

concentrações de carvacrol seguem uma equação de 2º grau. O óleo essencial de L.

sidoides quando na concentração de 400 μg mL-1

causou uma inibição de 100 % sobre o

crescimento micelial dos dois fitopatógenos estudados. O carvacrol se mostrou mais

ativo, sendo capaz de causar esta mesma inibição quando presente nas concentrações de

200 e de 225 μg mL-1

sobre R. solani e S. rolfsii, respectivamente.

As inibições miceliais dos fungicidas Vitavax® e Opera®, que foram avaliadas

como referências para as atividades apresentadas pelos óleos essenciais e seus

constituintes majoritários perante os dois fitopatógenos, estão apresentadas na Figura 3.

Tendo em vista as análises de regressão realizadas para as inibições dos

crescimentos miceliais dos dois fitopatógenos em relação às concentrações dos

fungicidas comerciais, observa-se que as inibições sobre ambos fitopatógenos causadas

pelo fungicida Opera® seguem equações de 2º grau. Enquanto que, as inibições dos

crescimentos miceliais, também para ambos os microrganismos, causadas pelo

Vitavax®, obedecem a equações lineares.

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FIGURA 3. Efeito dos funcicidas Opera® e Vitavax® sobre o desenvolvimento

micelial de R. solani e S. rolfsii.

R. solani

Opera: y = -0,012255x2** + 1,830944x + 37,557629

R2= 0,8673Vitavax: y = 3,817328x** + 13,865260

R2 = 0,8801

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Opera

Vitavax

S. rolfsii

Opera: y = -0,013766x2** + 1,933187x + 43,314704

R2 = 0,9526

Vitavax: y = 6,677648x** + 17,412149

R2 = 0,8161

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110

Concentação (µg mL-1

)

Po

rce

nta

ge

m d

e In

ibiç

ão

(%

)

Opera

Vitavax

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67

O R. solani teve seu crescimento micelial inibido em 100% pelo Vitavax® na

concentração de 25 μg mL-1

, enquanto que em relação ao Opera®, houve inibição

próxima a 90% na concentração de 50 μg mL-1

do mesmo. Sobre o S. rolfsii, o

Vitavax® quando presente na concentração de 10 μg mL-1

foi capaz de inibir 100% de

seu crescimento, e o Opera® na concentração de 50 μg mL-1

causou inibição próxima a

100%.

Os valores de IC50 de todos os compostos avaliados em relação aos dois

microrganismos encontram-se na Figura 4.

FIGURA 4. Valores de IC50 para os compostos avaliados.

Os valores de IC50 evidenciam a ação dos constituintes majoritários em relação

aos seus óleos essenciais, tais atividades demonstram que estes constituintes são

responsáveis pelo efeito fungitóxico em relação aos microrganismos testados neste

trabalho. Observa-se um baixo valor de IC50 para o citral, constituinte majoritário do

óleo de C. citratus em relação ao microrganismo R. solani, demonstrando que tal

0

50

100

150

200

250

300

Cymbopogon

citratus

Citral Lippia

sidoides

Carvacrol Opera Vitavax

IC50

S. rolfsii

R. solani

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composto é mais efetivo na inibição do crescimento micelial deste fitopatógeno, quando

comparado à inibição do crescimento micelial de S. rolfsii.. O carvacrol constituinte

majoritário do óleo essencial de L. sidoides obteve um menor valor de IC50 para S.

rolfsii,comparado ao IC50 encontrado para o citral sobre o mesmo fitopatógeno. Os

fungicidas Vitavax® e Opera® utilizados como parâmetros na pesquisa, apresentaram

os menores valores de IC50 quando comparados aos óleos essenciais e aos seus

constituintes majoritários.

Verifica-se que o carvacrol, constituinte majoritário do óleo essencial de L.

sidoides afetou mais o desenvolvimento do fitopatógeno S. rolfsii, uma vez que os

valores da CMI e do IC50 deste composto sobre a inibição do crescimento micelial

deste fitopatógeno, foram menores que aqueles encontrados para os óleos essenciais de

L. sidoides, C. citratus e do Citral. Por outro lado, o fitopatógeno R. solani foi mais

sensível ao citral, tendo em vista que os valores de CMI e de IC50 apresentados por este

composto sobre a inibição do crescimento micelial deste microrganismo foram menores

que os encontrados para os óleos essenciais e o carvacrol.

O óleo essencial de C. citratus causou maior inibição sobre o crescimento

micelial do S. rolfsii, causando a total inibição emuma dosagem menor que a encontrada

para o óleo essencial de L. sidoides capaz de causar o mesmo efeito sobre o crescimento

micelial deste microrganismo. , No entanto, em relação ao R. solani, os dois óleos

essenciais apresentaram 100% de inibição do crescimento micelial nas mesmas

concentrações.

Estudos mostram que a atividade antibacteriana do óleo volátil de Cymbopogon

citratus está diretamente relacionada ao citral (DEGLMANN, 2002). Neste resultado a

atividade antifúngica está relacionada diretamente com o citral. Comprovando a eficácia

do óleo de C. citratus no controle antifúngico de R. solani e S. rolfsii tais atividades

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antifúngicas também foram observadas em alguns estudos com fungos filamentosos,

como Aspergillus flavus (PARANAGAMA et al., 2003). Alves et al. (2002) relataram à

eficiência dos óleos essenciais das plantas C. citratus, Cymbopogon nardus (L.) Rendle.

e Eucalyptus citriodora Hook. no controle in vitro, da germinação de conídios e do

crescimento micelial de Colletotrichum musae.

Segundo Carriconde et al. (1996), o óleo essencial do C. citratus tem como

propriedades terapêuticas ação antifúngica e antibacteriana, e que o principal

componente do óleo essencial do C. citratus é o citral. Com isso, percebesse a eficácia

do óleo essencial C. citratus em efeito in vitro sobre importantes patógenos de plantas,

como no caso do Colletotrichum gloeosporioides, em que obteve 100% de inibição na

sua germinação. O óleo essencial de C. citratus inibiu completamente a germinação de

esporos e o crescimento micelial do fungo Dydimella bryoniae, causador de danos às

folhas e frutos de melão (FIORI et al., 2000). Segundo Rozwalka, Lima e Mio (2008), o

óleo essencial de C. citratus inibiu totalmente o fungo Colletotrichum gloeosporioides

isolado de goiaba. Estes resultados concordam com os encontrados neste trabalho e

demonstram a fungitoxicidade de C. citratus em relação ao R. solani e S. rolfsii.

Lemos et al. (1990) verificou que o óleo essencial de L. sidoides exibiu grande

atividade contra os microrganismos Saccharomyces cerevisiae, Aspergillus flavus e

Cryptococcus neoformans. Foram descritas também atividades bactericidas e fungicidas

contra diferentes espécies microbianas, bem como larvicida (BOTELHO et al., 2007;

KORDALI et al., 2008). Segundo Pessoa, Oliveira e Innecco (1996), o óleo essencial de

L. sidoides a 10%, em teste in vitro, inibiu o crescimento micelial de Macrophomina

phaseolina, Fusarium oxysporum, Colletotrichum gloeosporioides e Rhizopus sp. Estes

resultados se assemelham aos deste trabalho, que obteve 100% de inibição de R. solani

e S. rolfsii com uma dosagem de 400 mg/L. Oliveira, Pessoa e Pinheiro (1998)

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avaliaram a ação antifúngica deL. sidoides sobre C. gloeosporioides in vitro e obteve

reduções de ate 96,8% no diâmetro das colônias.

Segundo Bertini et al. (2005), o principal constituinte do óleo essencial de L.

sidoides é o timol que tem uma forte atividade contra bactérias e fungos e que a eficácia

dessa planta foi demonstrada pelo óleo essencial das folhas, que contém timol e

carvacrol como principais constituintes com teores de timol variando de 43,5% a 59,5%

(COSTA et al., 2005; FONTENELLE et al., 2007) representando 1,5% da matéria seca

das folhas desta espécie (NUNES et al., 2005).

De acordo com Fontenelle et al. (2007) os principais constituintes de óleos

essenciais extraídos de plantas que exercem atividade antifúngica importante são

compostos fenólicos como o timol, carvacrol ou eugenol. A forte ação fungitóxica

exercida pelo óleo essencial de L. sidoides sobre o desenvolvimento micelial de R.

solani e S. rolfsii ocorreu devido a presença do carvacrol.

Não se constatou neste trabalho a inibição dos fungos pelo 1,8-cineol, em

nenhuma das dosagens apresentadas. Raros são os trabalhos testando o 1,8-cineol como

antifúngico, alguns autores avaliando este composto na área da saúde encontraram

resultados similares aos encontrados neste trabalho. Cimanga et al. (2002) admitiram

não haver correlação entre a concentração dos componentes majoritários como 1,8-

cineol, α-pineno, ρ-cimeno, entre outros com a atividade antibacteriana observada no

estudo de algumas espécies de eucalipto, sugerindo que esta atividade está relacionada a

presença de algumas classes como álcoois, aldeídos, alcenos, ésteres e éteres. Os

efeitos farmacológicos do 1,8-cineol foram estudados por Santos (2002) em

camundongos e concluiu que esta substância apresenta baixo potencial tóxico, redução

dos danos gástricos, possui propriedades sedativa, anticonvulsivante e anti-inflamatória.

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Com relação aos fungicidas utilizados, ambos controlaram os dois fungos em

dosagens menores do que as dos óleos essenciais e de seus constituintes majoritários,

resultado este que já era esperado, uma vez que fungicidas utilizam substâncias

sintéticas, especificas e pré-estabelecidas para o patógeno alvo. Quando se utilizou os

fungicidas no controle de R. solani (Figura 3) observou-se que o fungicida Vitavax®,

obteve um melhor controle com menor dosagem, quando comparada a do fungicida

Opera®, tal fato se deve que o Vitavax® é recomendado para a cultura do feijoeiro no

controle de R. solani no tratamento de sementes, sendo a sua dosagem recomendada de

250 ml/100 kg de sementes, , enquanto que o Opera® é recomendado para o controle da

mela na cultura da soja (Glycine max), que é causada pelo R. solani, sendo a

recomendação técnica de 600 ml/ ha. Tais resultados também foram observados para S.

rolfsii, apesar destes fungicidas utilizados não serem recomendados para controle deste

fitopatógeno, entretanto os resultados encontrados se assemelharam aos encontrados

para oR. solani, conforme Figura 3.

Porém a grande diferença são os modos dos espectros de ação dos ingredientes

ativos dos produtos, Vitavax® possui em sua formulação um duplo espectro de ação,

sendo composto pela carboxina e pelo tiram, mais típico e apropriado para o tratamento

de sementes, enquanto que Opera® apresenta duplo modo de ação, atuando através do

ingrediente ativo epoxiconazol como inibidor da bio-síntese do ergosterol, o qual é um

constituinte da membrana celular dos fungos e por meio do ingrediente ativo

piraclostrobina como inibidor do transporte de elétrons nas mitocôndrias das células dos

fungos, inibindo a formação de ATP, essencial nos processos metabólicos dos fungos,

estes processos propiciam um efeito protetivo e de ação sistêmica.

A constante evolução técnico-científica dos fungicidas agrícolas permitiu o

desenvolvimento de produtos com diversos modos de ação nas plantas e nas diferentes

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fases do processo infeccioso (AGRIOS, 2005; RUSSEL, 2005). Segundo Azevedo

(2007); Reis, Reis e Forcelini (2007) os fungicidas sistêmicos são aqueles que podem se

movimentar na planta através de vasos condutores podendo atingir locais distantes do

local depositado, enquanto que os translaminares distribuem-se de forma limitada nos

tecidos. Caso que ocorrem nos fungicidas Opera® e Vitavax®, respectivamente.

4. CONCLUSÃO

O óleo essencial de Lippia sidoides e seu constituinte majoritário, carvacrol,

assim como o óleo de Cymbopogon citratus e o citral, constituinte majoritário deste

óleo essencial, demonstraram efeito fungitóxico perante a inibição no crescimento

micelial de Rhizoctonia solanie Sclerotium rolfsii.

Rhizoctonia solani sofreu maior inibição pelo óleo de Lippia sidoides e seu de

seu composto majoritário (carvacrol).

Sclerotium rolfsii teve maior inibição pelo óleo de Cymbopogon citratus e de seu

constituinte majoritário (citral).

O composto 1,8-cineol não apresentou efeito fungitóxico sobre os fitopatógenos

estudados.

Os fungicidas testados causaram inibição no desenvolvimento micelial de ambos

os fitopatógenos.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CAPÍTULO IV

Avaliação da fitotoxicidez dos óleos essenciais Cymbopogon citratus (D.C.) Stapf e

de Lippia sidoides Cham. sobre plantas de feijoeiro comum.

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1. INTRODUÇÃO

O feijoeiro é cultivado por pequenos a grandes produtores, em diversificados

sistemas de produção e em todas as regiões brasileiras. O grão de feijão tem grande

importância econômica e social, por ser um alimento amplamente consumido e de

grande valor nutricional (WANDER, 2007).

Pesquisas desenvolvidas com extratos brutos ou óleos essenciais obtidos de

plantas medicinais têm indicado o potencial das mesmas no controle de fitopatógenos,

tanto por sua ação fungitóxica direta quanto pela indução de resistência, indicando a

presença de compostos com características de eliciadores (STANGARLIN et al.,1999;

SCHWAN-ESTRADA; STANGARLIN, 2005).

Na literatura é possível encontrar um grande número de trabalhos que citam as

propriedades antimicrobianas dos compostos secundários de plantas medicinais para o

controle de fitopatógenos. Nesses trabalhos, observam-se efeitos fungitóxicos em

experimentos realizados in vitro e in vivo, utilizando extratos brutos ou os óleos

essenciais de plantas medicinais.

A utilização de extratos e óleos oriundos de plantas medicinais tem mostrado

resultados promissores no controle de patógenos de plantas, neste contexto, o presente

trabalho teve como objetivo verificar o efeito fitotóxico dos óleos essenciais de

Cymbopogon citratus e de Lippia sidoides no feijoeiro comum.

2. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Universidade Federal do

Tocantins, Campus de Gurupi. As coordenadas geográficas da estação experimental

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correspondente a 11º43’45’’S e 49º04’07’’W, com altitude média de 287 metros. Na

Tabela 1 verifica-se a caracterização química do solo utilizado como substrato.

Tabela 1. Análise química do solo utilizado nos vasos neste experimento em casa de

vegetação.

Profundidade pH P K Al3+

H + Al Ca2+

Mg2+

SB T V MO

Cm H2O mg dm-3

----------------cmolc dm-3

----------------- % g dm-3

0-20 5,6 1,5 27,6 0,0 3,1 0,5 0,2 0,8 0,8 19,6 0,0

Atributos químicos da profundidade de 0-20 cm; pH em água - Relação 1:2,5; P e K – extrator Mehich 1;

Al3+, Ca2+ e Mg2+ – Extrator KCl (1 mol L-1); H + Al – Extrator SMP; SB = Soma de Bases Trocáveis;

(T) = Capacidade de Troca Catiônica a pH 7,0; V – Índice de Saturação de Bases; e MO = matéria

orgânica (oxidação: Na2Cr2O7 4N + H2SO4 10 N.

A semeadura foi realizada em solo acrescido de esterco bovino e areia, na

proporção de 1/1/1 (1 fração de solo, 1 de esterco e 1 areia). As sementes de feijão

comum (P. vulgaris) foram semeadas em vasos de polietileno furados com capacidade

para 3 Kg, preenchidos com Latossolo Amarelo. O solo foi previamente corrigido com

calcário Filler, para V% de 70, na dosagem de 605 Kg ha1. Em seguida, fez-se a

adubação de plantio utilizando 1,875 g de P2O5, 1,5 g K2O e 0,3 g de N por vaso. Os

cálculos para adubação foram realizados considerando-se o volume de solo contido no

vaso e relacionando com o volume de solo de um hectare, considerando, uma camada de

0,20 m. O desbaste foi realizado aos 5 dias após a emergência das plântulas, deixando

três plantas por vaso.

O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados em esquema

fatorial 2 x 7, (2 óleos x 7 dosagens) com quatro repetições. Os tratamentos utilizados

estão descritos na Tabela 2.

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Tabela 2. Relação dos tratamentos avaliados e doses em μg mL-1

dos óleos

Cymbopogon citratus e de Lippia sidoides. Tratamentos Doses (mL ha

-1)

1

T1 Testemunha absoluta -

T2 Testemunha relativa (água + leite em pó) - T3 Óleo essencial 50

T4 Óleo essencial 300

T5 Óleo essencial 400

T6 Óleo essencial 500 T7 Óleo essencial 1000 1Pulverização foliar, as plantas encontravam-se no o estádio V4.

Decorridos 30 dias após a emergência das plântulas (DAE), durante o estádio

vegetativo V4, foi feita a aplicação de forma isolada dos óleos nas dosagens descritas na

Tabela 2. O experimento foi avaliado em cinco épocas de amostragem (2, 4, 6, 8 e 10

dias após a aplicação dos óleos). Para avaliação de fitotoxicidez utilizou-se uma escala

de notas adaptada de FRANS e CROWLEY (1986), conforme Tabela 3, em que 0

corresponde a nenhuma dano ou efeito a planta, e 100 corresponde a planta totalmente

afetada ou lesionada.

Tabela 3. “Escala percentual de fitotoxicidez”.

% Descrição das categorias

principais

Descrição detalhada da fitotoxicidez na cultura

0 Sem efeito Sem injúria ou redução

10 Leve descoloração ou injúria

20 Efeito leve Alguma descoloração ou atrofia, ou perda por atrofia.

30 Injúria mais pronunciada, mas não duradoura.

40 Injúria moderada, mas normalmente com

recuperação.

50 Efeito moderado Injúria mais duradoura, recuperação duvidosa.

60 Injúria duradoura, sem recuperação.

70 Injúria pesada, redução de estande.

80 Efeito severo Cultura próxima da destruição - poucas plantas sobreviventes

90 Raramente restam algumas plantas

100 Efeito total Destruição completa da cultura

Adaptada de FRANS e CROWLEY (1986).

Durante a condução do experimento, foram realizados todos os tratamentos

fitossanitários necessários á cultura. As plantas foram irrigadas duas vezes por dia, para

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manter o solo sempre úmido. Esse procedimento garantiu a disponibilidade hídrica

necessária durante todo o experimento, evitando a restrição ou o excesso de água ás

mesmas.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Não houve fitotoxidez provocadas pelos óleos em nenhuma concentração testada

(Figuras 1 a, b e c).

FIGURA 1.a Teste de fitotoxicidez dos óleos essenciais de Cymbopogon citratus e de

Lippia sidoides sobre o feijoeiro comum.

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FIGURA 1.b Planta de feijão tratada com a dosagem de 1000 μg mL-1

do óleo essencial

de Lippia sidoides.

FIGURA 1.c Planta de feijão tratada com a dosagem de 1000 μg mL-1

do óleo essencial

Cymbopogon citratus.

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Tais resultados concordam com os trabalhos de outros autores que testaram a

fitotoxidez de óleos essenciais em diferças plantas, como o controle da requeima

(Phytophthora infestans) em batata pelo extrato de cavalinha (Equisetum sp.) (KE-

QIANG; BRUGGEN, 2001); do oídio (Oidium lycopersici) em tomateiro por extratos e

óleo de Azadirachta indica (CARNEIRO, 2003), da mancha marrom (Bipolaris

sorokiniana) em trigo usando extrato aquoso de Artemisia camphorata (cânfora)

(FRANZENER et al., 2003), e da pinta preta (Alternaria solani) em tomateiro por

extrato de cúrcuma (Curcuma longa) e curcumina (componente do óleo essencial de C.

longa) (BALBI-PEÑA et al., 2006a, 2006b).

Araújo Filho et al. (2005) e Barretos (2010) ao avaliarem diluições de extrato de

agaves em plantas de algodoeiro colorido observaram que o extrato na proporção de

57% da calda de aplicação provocou 100% de plantas afetadas. Discordando dos

resultados encontrados neste trabalho, onde se obteve 100% de plantas não afetadas

pelos óleos de óleos C. citratus e de L. sidoides. Pinheiro e Quintela (2004) observaram

que doses maiores que 2% de óleo de nim (Azadirachta indica) causam fitotoxidade às

folhas primárias do feijoeiro. Dequech et al. (2008) observaram que extrato aquoso de

pó-de-fumo a 10% p/v e DalNeem (produto comercial, à base de frutos maduros de nim,

com aproximadamente 3.000 ppm de principio ativo) a 10% v/v causam fitotoxicidade

às plantas de feijão-de-vagem cultivadas em estufa plástica.

Durante as avaliações as plantas tratadas com os óleos apresentaram um verde

mais intenso do que as testemunhas, tal fato pode ser devido a melhor sanidade

provocada pelos óleos.

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4. CONCLUSÃO

Os óleos essenciais de C. citratus e de L. sidoides não causaram fitotoxidez no

feijoeiro comum (P. vulgaris L.) em nenhuma das dosagens avaliadas.

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