revista rock meeting #43

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Revista Rock Meeting #43 - Destaques: Nervosa, Doomal, O que estou ouvindo?, World Metal, Matéria – Danny Vaughn | Clive Burr | 1 ano MOA | April Pro Rock, Shows: Sonata Arctica | Kiko Loureiro, Review. [email protected] | rockmeeting.net

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Editorial

A morte: está aí algo que a gente pode-ria deixar para amanhã... Mas não. Ela é inexorável; a única certeza

de quem está vivo. Nem Deus, nem o Diabo, tampouco os dois com letras minúsculas podem determi-nar nada. Não sabemos. E como ser grande? Como ser lembra-do? Talvez sendo apenas o que a gente é. Deve ter sido este o epíteto da vida terrena dos roqueiros que se foram neste último mês de março. Obaterista,porassimdizer,oficialdoIron Maiden se vai diante de uma agonizante esclerose múltipla. Além dele, o guitarrista original do Yes, Peter Banks – que inclusive montou o logoti-po da banda e, por conseguinte, a batizou -, também se foi, mas com a causa mortis não divulgada. Outra perda irreparável no mundo do Rock foi a ida de Alvin Lee para além dos

anos-luz incompreensíveis por todos nós. O guitarrista e fundador do Ten Years After nos deixa com um vazio na alma. Nada menos. E Chorão. Bem, o roqueiro brasileiro e frontman da banda Charlie Brown Jr. era desses encrenqueiros que carregam no curri-culum belas histórias e anedotas a serem con-tadasaosfilhos,netosefãs. O detalhe é que não deu tempo. Ele se enveredou por demais nas drogas e voltou ao pó, literalmente. Para onde foram... Se subiram as esca-darias para o céu, não se sabe ao certo. Por que, afinal, temos essa ideia de infinitude?Vida eterna. Vida após a morte. Uma coisa é certa e carimbada: esses quatro têm seus lugares no rol dos roqueiros a serem sempre lembrados por seus feitos – e pelo legado sem tamanho e etéreo que deixa-ram para as gerações que surgirão assim que nós também virarmos companhia deles.

Ao pó estamos todos sujeitos

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Table of Contents07 - Coluna - Doomal11 - News - World Metal15 - Matéria - Danny Vaughn21 - Matéria - Clive Burr23 - Capa - Nervosa33 - Matéria - Abril Pro Rock37 - Matéria - 1 ano do MOA41 - Review - Kiko Loureiro Trio45 - Review - Sonata Arctica em SP49 - Coluna - Review51 - Coluna - O que estou ouvindo?

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Direção Geral Pei Fon

Revisão Breno Airan Katherine Coutinho Rafael Paolilo

Capa Alcides Burn

Diagramação Pei Fon Conteúdo Breno Airan Daniel Lima João Marcelo Cruz Jonas Sutareli Lucas Marques Colaboradores Mauricio Melo (Espanha) Vicente de A. Maranhão

CONTATO

Email: [email protected]: Revista Rock MeetingTwitter: @rockmeetingVeja os nossos outros links:www.meadiciona.com/rockmeeting

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Por Vicente de A. Maranhão (Sunset Metal Press)

Sludge Doom Metal – Uma história decadente e agressiva

Na Califórnia, no início dos anos 1980, o Punk Hardcore estava no seu auge. Uma das maiores bandas da cena foi Black Flag, que lançou seu primeiro clássico Damaged em 1981, um dos álbuns mais in-fluentesparaogênerohardcore. No entanto, seu próximo, entitulado My War, acabou por ser uma grande decep-ção para a maioria de fãs. Ele era muito mais lento do que seu an-tecessoremuitomaisinfluenciadopormetal,especialmente pelo Black Sabbath. Enquanto isso, em Washington, uma banda chamada The Melvins é formada em 1983. Ao contrário de muitas outras, nesse período, os membros realmente gostaram do álbumMyWar e foram totalmente influen-ciados pelo mesmo nas composições de suas músicas.

Em 1986, os The Melvins lançaram seu pri-meiro EP Six Songs e, no ano seguinte, seu primeiro álbum Gluey Porch Treatments. Essas gravações são muitas vezes vis-tas como o início do Sludge Metal, um gênero que combina Doom Metal e o Punk Hardco-re, como contraditório que possa parecer. O termo era no princípio muitas vezes referido como Doomcore, mas desde que este se tor-noucomumparadescreverumaramificaçãoda música techno, o sludge (ou sludge doom metal)fincou-secomootermodominante. Por sua vez, o sludge geralmente com-bina os ritmos lentos e pesados e uma atmos-fera dark pessimista do doom com a agressão e andamentos rápidos ocasionais de Punk

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Hardcore. O termo sludge (cuja tradução para o português seria algo como “lama”) é usado para indicar uma sonoridade descendente desde o início do Black Sabbath à tardia Black Flag, devido ao andamento lento, a sonorida-de suja e a atmosfera decadente das composi-ções. Outrabandamuitoinfluenteparacal-caroestilofoiabritânicaGodflesh,formadapelo ex-guitarrista do Napalm Death, Justin Broadrick. Eles estrearam em 1988 com o EP Go-dflesh e em 1989 lançaram o debut Street-cleaner, ambos de uma sonoridade realmente inovadora. Sendo considerados precursores do Metal Industrial, seu som mesclava fortes características da sonoridade industrial com um andamento claramente sludge. Junta-mente com Black Flag e The Melvins, eles são consideradosumgrupomarcanteparaoflo-

rescimento do movimento. Enquanto o estilo foi antecipado pelo The Melvins, de Washington, muitos dos pio-neiros do gênero foram do estado de Luisia-na. Eyehategod, por exemplo, foi forma-da em 1988. Eles lançaram duas demos, em 1989 e 1990. E seu primeiro álbum chegou ao mercado em 1992, chamado In the Name of Suffering com uma sonoridade primitiva, cruaefortementeinfluenciadapelohardcore,contendo algumas passagens de andamentos lentos. Contudo, é no seu segundo álbum Take as Needed for Pain que eles consolidam o es-tilo característico do Sludge Doom Metal. O Eyehategod lançou mais dois álbuns de estú-

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dio desde então. Outra, a Crowbar, foi formada em 1989 e estreou em 1991, com seu álbum de Obe-dience Thru Suffering. Considerada por mui-tos membros da cena como a banda que po-pularizou o tal gênero Sludge Doom Metal, a banda ainda está ativa e lançou nove plays de estúdio. Eles têm mencionado o grupo de hard-core/crossover Carnivore (com Peter Steele, que mais tarde viria a formar a lendária Type O Negative) juntamente com Black Sabbath comoumadesuasprincipaisinfluências. Outras bandas de sludge consideradas pioneiras incluem Acid Bath (formado em 1991, com seu disco de estreia em 1994), Bu-zzov•en (criado em 1989, estreou com um EP em 1991 e o debutou em 1993), 16 (entrando em cena nos idos de 1991, a lançar um EP em 1992 e tendo seu ‘primeirão’ em 1993), Grief (formado em 1991, estreou com um EP em 1992 e um full-lenght em 1993) e Fudge Tun-nel (nos palcos em 1989, estreando em 1991). Para a metade da década de 1990, temos Iron Monkey (criado em 1994 e debutando dois anos depois) e os japoneses do Corrupted (na cena em 1994, alçando voo em 1997).

A herança da podridão

D a s bandas con-temporâneas, a mais conhe-cida mundial-mente pela d e n o m i n a -ção sludge é o Down (um supergrupo que tem como frontman o ex-vocalista do Pantera, Phil Anselmo, além de membros do Crowbar e Corrosion of Conformity, entre outros). Porém, os membros da banda auto-denominam sua sonoridade como Southern Metal em referência clara à influência dosmesmos as bandas de Rock oriundas da re-gião Sul dos Estados Unidos, como Lynyrd Skynyrd e The Allman Brothers Band. Eles, o Down, surgiram em 1991 e lan-çaram três álbuns de estúdio. O primeiro, NOLA , foi para as prateleiras em 1995. Uma das bandas mais influentes daatualidade para o gênero sludge doom é o Neurosis. O grupo nasceu em 1985 como uma banda de hardcore. Depois de dois álbuns nessa pegada, eles lançaram seu álbum Souls At Zero, em 1992. Este começa sua evolução

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para um som com a atmosfera sludge doom metal, algo que seria consolidado em seus lançamentos Enemy Of The Sun (1993) e Through Silver In Blood (1996). Em 1999, a banda Mastodon foi forma-da, vindo a misturar o sludge com o prog me-tal. O quarteto estreou em 2002 com seu álbum de Remission e, desde então, pôs na praça mais quatro CDs. Eles são talvez a ban-da de Metal mais criticamente aclamada dos anos 2000. Todos os seus álbuns tiveram pontua-ção máxima em charts e reviews da mídia es-pecializada; os mais premiados de toda car-reira foram Leviathan de 2004, e Crack The Skye, de 2009. Apadrinhados pelo Mastodon, a ban-da Kylesa foi formada na Georgia no ano de 2001, interpretando de uma forma menos complexa uma sonoridade semelhante a de-les para o gênero sludge doom metal, com os vocais em uma espécie de mezzo gutural da Laura Pleasants. Juntamente com uma bateria dupla, isso criou um som original, percussivo e at-mosférico ao Kylesa. Tendo consolidado sua carreira com os álbuns Static Tensions (2009) e Spiral Shadow (2010).

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Stones em alta

Escalada para o segundo dia do fes-tival Glastonbury deste ano - que ocorre nos dias 28, 29 e 30 de junho -, a banda Rolling Stones aparen-ta ter fôlego sobrando. Em seu Twit-ter, o vocalista Mick Jagger disse que está ansioso por esta apresentação no palco Pirâmide, chegando a rela-tar que já está arrumando sua tenda para a estadia no evento. Já o guitar-rista Keith Richards contou, também em um de seus tweets, que “nós tive-mos uma boa estreia no ano passado, e a energia entre a banda é tão boa que não posso esperar para tocar!” Ano passado, os Stones fizeramalgunspoucosshowsparacomemoraros50anosdecarreira.

Luto no Rock 1

O mês de março veio com tudo. Em se tratando de mortes, então, nem se fala. Peter Banks, guitarrista original do Yes, foi um dos que mor-reu. Ele faleceu em sua residência em Londres no dia 8, aos 65 anos de idade. A causa de sua morte não foi divulgada para a imprensa.

Luto no Rock 2

A segunda perda no dia 6 foi a de Alvin Lee, o excelso guitarrista do Ten Years After. O britâ-nico, que era visto sempre com sua Gibson ES-335, a “Big Red”, estava com 68 anos de idade e morreu por conta de complicações após uma ci-rurgia.Eleesuabandaficaramconhecidosapósparticiparem do lendário festival de Woodstock, em 1969, muito embora Lee tenha repetido em entrevistas que “aquele fora um show mediano. Jimi Hendrix e outros arrasaram, nós não”.

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Grohl pop

O cantor e guitarrista do Foo Fighters, Dave Grohl – também conhecido por seus tempos áureos na bateria do Nirvana –, comentou em recente palestra no South by Southwest, nos EUA, que a música do rapper sul-coreano Psy, “Gang-nam Style”, é uma de suas prefe-ridas. “É uma das minhas canções favoritas da última década”, pon-tuou. O músico de 44 anos entrou neste assunto porque comentou que não acreditava que o Nirvana fosse ter o alcance que teve. De acordo com ele, certa vez, o cantor morto e líder da banda, Kurt Cobain,falouaumexecutivodaindústriafonográfica:“Queremosseramaiorbandadomun-do”. “Eu ri muito disso. Nunca acreditei no nosso sucesso” confessou Grohl.

Luto no Rock 3

OprimeiromembrooficialdoIronMaidenfale-ceu no dia 13 de março último. O baterista Cli-ve Burrficounabandaatéoterceiroálbum,isto é, o perfeito “The Number of The Beast”, de 1982. Após sair, ele participou diversos outros projetos musicais, mas a esclerose múltipla, doença aleivosa, o pegou de jeito. Burr é tam-bémconhecidoporfigurarnoSamson,grupoque contava com Bruce Dickinson nos vocais.

BCC over

O supergrupo Black Country Commu-nion acabou de acabar. Em meados de mar-ço, o guitarrista Joe Bonamassa decretou sua saída,afirmandonãoestarmaissedivertindonos shows. Cogitou-se até a entrada de Jimmy Page, mestre das seis cordas do Led Zeppelin, mas o vocalista e baixista Glenn Hughes op-tou por seguir em frente com o restante dos integrantes, mas sem o nome da banda.

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Megadeth por aqui

Em entrevista recente ao programa Full Metal Jackie, o frontman do Megadeth, Dave Mustaine, comentou sobre turnês e citou uma pro-vável vinda à América do Sul em outubro. “Bom, tocaremos com o Iron Maiden em maio. A tour começa pela Europa e faremos alguns shows no Rei-no Unido. Temos um mara-vilhoso line-up para a Gigan-tour este ano, não sabemos se vamos continuar a tour sozinhos ou se vamos fazer o festival itinerante novamente. Sei que iremos à América do Sul por volta de outubro”, conta ele para a alegria dos fãs do continente. Ou seja, voltam com a lendária banda inglesa Black Sabbath.

Bio 2

Opowertriocanadensemaisinfluentedesuageração merece reconhecimento. Mais ain-da: um registro ilustrado desse êxito ao longo das décadas. Para tanto, no próximo dia 15 de maio, via Voyageur Press, sai o livro “Rush: The Unauthorized Illustrated History”. Escri-to pelo conceituado Martin Popoff, o trabalho narra a história da banda desde seus primór-dios, além de comentários de outros jornalis-tas e músicos. A obra já está disponível em pré-venda nas lojas especializadas.

Bon sem Sambora

É, e a velha história se repete. Mais uma vez, Jon Bon Jovi está sem o guitarrista Richie Sambora. Desta vez, o motivo seria a espo-sa do cantor, Dorothea. Ela teria implicado com o músico responsável pelas sei cordas do grupo Bon Jovi por conta de seu alcoolis-mo. Este, por sua vez, não acredito muito nos “passos” da reabilitação. Dessa forma, Doro-theavemcriticando-oaoafirmarquetodaabanda “pode se contagiar com o clima festei-ro dele”.

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Bio

É sabido que algo que tem tomado as prateleiras nes-ta última década é a literatura voltada para o Rock N’ Roll.Omercadoeditorialviuqueexisteumpúblicofiele resolveu investir nisto. Não à toa várias publicações vêm ganhando espaço no Brasil. Acaba de chegar por aqui “O Reino Sangrento do Slayer”, assinado pelo experiente jornalista britânico Joel McIver, pela Edi-ções Ideal, repassando toda a história do quarteto an-tes de se dissolver – a banda de Thrash Metal hoje pas-sa por problemas, mas, na verdade, não acabou. Outra boa pedida que chega nas livrarias é o “AC/DC – Rock N’ Roll Ao Máximo”, da dupla Murray Engleheart e Ar-naud Durieux, pela editora Madras (com efeito, esta é uma republicação). Os dois se aprofundam nos deta-lhes da vida do grupo australiano que sacudiu o mun-do nas décadas de 1970 e 1980.

19 anos depois

O líder da banda Nirvana, o vocalista e guitar-ristaKurtCobain, teve umfimescabroso.Aoque consta, tirou sua própria vida no dia 5 de abril de 1994, isto é, há 19 anos. O corpo, no en-tanto, foi encontrado apenas três dias depois. E o periódico Seattle Post-Intelligencer publicou em seu site recentemente fotos do equipe fo-rense trabalhando na cena que marcou o Rock dos anos 1990. A tragédia particular de Cobain pôde registrada à distância, mas nada de san-gue ou fotos mais estarrecedoras. Veja AQUI

Donzela em Fortaleza?

Campanha na internet tenta sensibilizar pro-moteres a levar Iron Maiden para Fortaleza noCeará.Acampanhanasceuapósaconfir-mação do show da Donzela em Curitiba. Você do Nordeste, acesse AQUI e participe da mo-bilização para levar a Donzela de Ferro e toda sua parafernália para Fortaleza, show inédito na cidade.

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As facetas de uma das vozes esquecidas do Melodic Rock

Danny Vaughn sempre teve presença e letras inspiradoras, mas nunca a devida atenção

Por Weslei Varjão (@weslei_varjao | weslei.varjao@gmail)Fotos: Divulgação

Assim como algumas bandas que têm excelentes trabalhos, há músicos com talentosuficienteparavencerem,po-

rém, um misto de falta de oportunidade e até mesmo de sorte não os faz ter a merecida atenção do grande público. Mas, apesar disso, continuam a lutar por ‘um lugar ao sol’ e o devido reconheci-mento. E um desses nomes, sem sombra de dúvida, é o do estadunidense Danny Vaughn. Dono de um vocal poderoso, começou no Waysted junto com o lendário baixista Pete Way, estabeleceu-se com o Tyketto e ainda tem pérolas escondidas em sua extensa car-reira. Contudo, mesmo com tantos trabalhos

bons, ele nunca alcançou o estrelato, ainda que possua uma base leal de fãs na Europa e no Japão.

Carreira

Tudo começou com os problemas in-ternos que estavam ocorrendo no Waysted com os outros integrantes do grupo, o que re-sultou na debandada de todos os integrantes da formação original da trupe. O novo guitarrista, Paul Chapman, in-dicou um desconhecido vocalista que havia feito audições com ele anteriormente e, como teste, teria de fazer um show para 15.000 pes-soas em Israel, em que foi aprovado com lou-vor.

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Porém, após a turnê do disco em que ele estreou, “Save Your Prayers”, os proble-mas com drogas dos outrosmembros, fize-ram com que Danny se retirasse desse proje-to. Afora, ele não perde tempo e, em 1987, funda o Tyketto junto com Brooke St. James. O disco de estreia da banda é lançado apenas quatro anos depois, o excelente “Don’t Come Easy”, que tem uma sonoridade que não deve em nada aos clássicos do hard oitentista. Mas, como sabemos, nessa época o foco já estava no grunge vindo de Seattle, o que fez que seu segundo registro, “Strenght In Num-bers”,ficassenageladeiraesaísseapenasem1994. Após se decepcionar com a falta de re-conhecimento junto ao Tyketto e ainda com sua esposa na luta contra a leucemia, ele sai do grupo e se desliga do cenário musical por dois anos, em que só reaparece em 1997 com o supergrupo Flesh and Blood, o qual possuía feras como Al Pittreli e Mark Mangold em sua formação. Daí por diante, Danny Vaughn começa a focar em sua carreira solo, com uma suces-são de trabalhos aclamados pela crítica es-pecializada, em que sempre elogiavam a sua maneira de compor e interpretações inspira-das – sua especialidade. Em 2007, o Tyketto volta e lança “The Last Sunset”, que era um disco de raridades e de despedida do grupo, no entanto, a boa recepção fez com que a banda saísse em turnê novamente, que inclusive passou pelo Brasil. E a ideia de um novo disco começou a crescer, até que em 2012 a banda lança o ótimo “Dig In Deep”. Hoje, Vaughn continua a investir em sua carreira solo, e no momen-to está em turnê pela Europa promovendo o disco “Reprise”, que é uma coletânea de seus

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discos solos. Ainda que não tenha alcançado o me-recido reconhecimento, vale a pena conhecer as várias facetas de sua carreira, em que apre-sentaremos adiante um disco de cada uma de suas fases.

Discografia comentada – Top 5

Waysted – Save Your Prayers (1986)

A estreia de Vaughn no mundo do Rock já nos dá uma boa amostra do que ele iria apre-sentar em seguida na sua carreira. Apesar de a banda ser excelente, o vocal poderoso de Vaughn se sobressai de maneira inconfundí-vel, o que causa espanto para um disco de es-treia ao lado da lenda Pete Way. Canções como “The Walls Fall Down”, a perfeita “Black & Blue”, “Heroes Die Young” eohit “HeavenTonight”afirmamo talentoacima da média de Vaughn. Um vozeirão me-lódico que principalmente nos refrões cati-va qualquer amante de um Rock n’ Roll bem executado. 01. The Walls Fall Down02. Black & Blue03. Singing to the Night04. Hell Comes Home

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05. Heroes Die Young06. Heaven Tonight07. How the West Was Won08. Wild Night09. Out of Control10. So Long

Danny Vaughn – vocalPaul Chapman – guitarrasPete Way – baixoJohn Diteodoro – bateria

Tyketto - Don’t Come Easy (1991)

O disco de estreia do Tyketto é um clássico incontestável do Glam Rock oitentista, que só não estourou devido à cena musical da épo-ca. Outro fator que fez com que a banda não chegasse ao topo foi a demora para arranjar a gravadora que os apoiasse no projeto, o qual levou cerca de três anos, fazendo com que o debut do grupo fosse lançado apenas em 1991, quando o glam de Los Angeles estava emseususpirofinal. Todas as canções têm potencial para serem hits. “Forever Young”, “Wings” e “Bur-ning Down Inside” arrebatam o coração de qualquer um que goste de Hard Rock. Porém, o grande destaque vai para a emocional ba-

lada “Standing Alone” que nos mostra que, além de um grande vocalista, Danny Vaughn também é um compositor de mão cheia.

01. Forever Young02. Wings03. Burning Down Inside04. Seasons05. Standing Alone06. Lay Your Body Down07. Walk On Fire08. Nothing But Love09. Strip Me Down10. Sail Away

Danny Vaughn - vocal, violão, gaitaBrooke St. James - guitarra, violão, cítara, backing vocalsJimi Kennedy - baixo, backing vocalsMichael Clayton - bateria, percussão, backing vocals

Flesh and Blood - Blues for Daze (1997)

Dois anos após a sua saída do Tyketto, Vaughn ainda não estava preparado para vol-tar a compor, por conta do cansaço da luta de sua esposa contra a leucemia e a decepção de

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o Tyketto não ter feito sucesso que ele julgava merecer. Mas surgiu a oportunidade de par-ticipar de um projeto encabeçado por Mark Mangold e Al Pittrelli, em que ele só gravaria os vocais e não teria mais nenhuma obrigação com o grupo. Mesmo fora de sua praia, Vaughn bri-lha em canções como “Jenny Doesn’t Live Here Any More”, que apresenta vocais carre-gados de emoção e no blues de raiz “River-side”, em que Danny impressiona ao cantar como os cantores clássicos do estilo. Uma pe-pita de primeira categoria!

1. Feel the Power 2. Shake Ya Tail Feather 3. Bed of Roses 4. Boogie Chile 5. Riverside 6. Jenny Doesnt Live Here Anymore 7. I Know Where You Been 8. Voodoo Moon 9. Blues for Daze (Mr. Blue) 10. Man Enough 11. Sweet Sister Rose 12. Judgement Day

Danny Vaughn - VocalAl Pitrelli - GuitarraMark Mangold - Teclado, backing vocalsChuck Bonfante - BateriaMitch Destefano - Baixo

Vaughn – Fearless (2001)

Em sua carreira solo, fica aindamaislatente que além de um vocalista acima da média, ele também é um compositor nato. “Fearless”, que é seu segundo registro solo, é oquepossuisuascançõesmaisautobiográfi-cas, a tratar desde a contínua luta para vencer

na vida até o entrave de situações que estão fora do nosso controle. A otimista faixa-título abre o registro de maneira incrível e faz com que o ouvinte já se interesse por todo o trabalho adiante. E esse clima se mantém em canções como “Haun-ted”, “A Million Miles Of Road” e em “Just Like That”. A triste e melancólica “When You Walk Away” também merece atenção, princi-palmente, pela profundidade de sua letra.

1. Fearless2. Haunted3. Fly Away4. A Million Miles of Road5. Was There a Moment6. When You Walk Away7. Dulcimer Street8. Just Like That9. Carry Me Home

Danny Vaughn - vocal, guitarra, violãoMichael Arbeeny - bateriaPJ Zitarosa - guitarraJaimie Scott - baixoKyle Cummings - teclado, backing vocals

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From The Inside – From The Inside (2004)

A gravadora italiana Frontiers, indubitavel-mente, é a que possui mais talentos do Melo-dic Rock na atualidade em seu cast. E por ter tantos talentos reunidos, vez por outra apre-senta projetos reunindo estes. E o “From The Inside” reuniu Vaughn e o produtor e baixis-taFabrizioGrossi,queéfiguracarimbadanoestilo. E esse encontro rendeu dois bons dis-cos, dos quais destaco o primeiro. “Nothing

At All”, “Stop” e “Blessing In Disguise” têm um apelo pop irresistível e grudam como chi-clete logo em sua primeira investida, com refrães impecáveis. As baladas “Is Anybody Watching Me?” e “Damn” também ganham o ouvinte logo de cara.

1. Nothing at All2. Suddenly3. Fight For Love4. Losing Game5. Damn6. Stop7. Relentless8. Blessing in Disguise9. Is Anybody Watching Me?10. Always11. Beautiful Goodbye

Danny Vaughn - vocais, violão, guitarra, bac-king vocalsJM Scattolin - guitarraFabrizio Grossi - baixistaJoachin Cannaiuolo - bateriaFrancis Benítez - backing vocals

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Clive Burr: a trajetória do

primeiro integrante oficial do Iron

Maiden a falecer

Obrigado!

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Por Igor Miranda ([email protected])Fotos: Divulgação

Pouco se mensura a importância de um baterista em uma banda. Por conta disso, não é qualquer

fã de Iron Maiden que entende a importância de Clive Burr na construção da sonoridade deles. Nascido no pacato e religioso distrito de EastHam, na Inglaterra, em 8 de março de 1957, Burr estava na ativa no undergrou-nd londrino desde seus 20 anos de idade. O baterista permaneceu dois anos com o Sam-son, grupo que contou com o também futuro membro do Iron Maiden, Bruce Dickinson. Por recomendação do até então gui-tarrista da donzela de ferro, Dennis Stratton, Clive se juntou à trupe comandada pelo bai-xista Steve Harris. O primeiro registro oficial da bandanão contou nem com Burr, nem com Strat-ton: foi o EP The Soundhouse Tapes, regis-

trado no último dia do ano de 1978, com Paul Di’Anno nos vocais, Doug Sampson na bate-ria e apenas Dave Murray na guitarra. O compacto foi um ensaio para o disco de estreia, autointitulado, lançado em abril de 1980 no Reino Unido. Agora, como um quinteto, o Maiden de Di’Anno, Murray, Stratton, Harris e Burr apresentava, musicalmente, um misto entre o Punk Rock e o Heavy Metal. O sucessor, Killers, com Adrian Smith na guitarra em substituição a Dennis Strat-ton, estreitaria essa relação com o estilo heavy. Um disco mais coeso que seu anteces-sor, mas ainda em busca de algo a mais. Esse “algo a mais” veio com a entrada de Bruce Dickinson no lugar de Paul Di’Anno. Agora sim, com The Number Of The Beast, de 1982, o Iron Maiden era Heavy Metal. E estava pronto para se tornar um dos maio-

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res ícones da música pesada em geral.

Categórico Burr foi decisivo nas duas propostas. Não se acha por aí um baterista que toque Heavy Metal e músicas influenciadas porPunk Rock tão bem como ele. Permitiu que os dois primeiros álbuns do Maiden fossem perfeitos laboratórios para que a ideia tomas-se forma em The Number Of The Beast – isso não seria possível com o seu sucessor na ba-teria, Nicko McBrain, que é mais técnico e de uma escola totalmente voltada ao metal. A estadia de Clive Burr no Iron Maiden acabou em dezembro de 1982, quando viu que não aguentaria as extensas turnês – The Beast On The Road, a excursão daquele ano, durou por 10 meses e passou por 18 países em 184 datas. A banda decolou a partir daí e o bate-rista começou outros projetos. Nenhum lon-gevo, diga-se de passagem. No ano de 1983, Burr esteve no Alca-trazz (aquele mesmo, que teve Yngwi eMal-msteen e posteriormente Steve Vai nas gui-tarras) por alguns meses, bem como no Trust, grupo que tinha seu próprio substituto no Iron, McBrain, como baterista. No ano se-guinte, abandonou essas bandas para come-çar um projeto solo, chamado Clive Burr’s Es-cape, posteriormente batizado de Stratus. O grupo gravou um disco, intitulado Throwing Shapes, e se desfez. Posteriormente, um projeto curioso: Clive integrou o Gogmagog, banda composta por seu ex-companheiro de Maiden, o voca-lista Paul Di’Anno, e o futuro guitarrista da mesma banda, o carismático Janick Gers, que ocupa o posto na donzela desde 1990. O suposto supergrupo registrou ape-

nas um EP, I Will Be There, em 1985, antes de se separar. Ainda nessa década, o baterista fez parte do Desperado, primeira banda formada pelo vocalista Dee Snider após abandonar o Twisted Sister. O quarteto, completo por Bernie Tor-mé (guitarrista, ex-Samson, Gillan e Ozzy Osbourne) e Marc Russel (baixista), gravou o disco Bloodied But Unbowed em 1988. Mas a gravadora na época, Elektra Records, não gostou do produto, o engavetando. O álbum só foi lançado em 1996, por um selo indepen-dente. Na década de 1990, Burr tocou em duasbandas,masnãoasintegrouoficialmen-te. A primeira foi o Elixir, com a qual gravou o disco Lethal Potion, em 1990. A segunda, o Praying Mantis, com seu antigo companheiro de Iron Maiden, Dennis Stratton, registrando o álbum ao vivo Captured Alive In Tokyo City em 1996. Foi seu último projeto enquanto ba-terista. Durante a passagem dos anos 1990 para 2000, Clive Burr manifestou alterações mais drásticas em seu corpo, causadas pela esclerosemúltipla, doença inflamatória queprejudica o sistema nervoso. O Iron Maiden criou, no ano de 2002, o “Clive Burr MS Trust Fund”, uma associa-ção que arrecada fundos através de doações, leilõeseshowsbeneficentesparaajudarafa-mília do baterista e incentivar pesquisas para a cura da doença. Apesar de ter resistido por um bom tempo, Clive sucumbiu à doença enquanto dormia, em 12 demarço deste ano. Quatrodias após seu 56° aniversário, aliás. Seu lega-do, no entanto, permanece eterno no ramo da música pesada.

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“Tudo o que conquis-tamos foi porque as pessoas gostaram do

nosso trabalho”

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“Tudo o que conquis-tamos foi porque as pessoas gostaram do

nosso trabalho”

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A banda Nervosa saiu no cenário do metal como uma surpresa e vem se esta-belecendo com o tempo. Houveram mudanças, mas não tirou o propósito de continuar com o projeto e seguir com a música. Hoje, as meninas nervosas,

rodam o Brasil mostrando o seu som e que mulher curte sim rock n roll. Acompanhe esta entrevista divertida com Prika Amaral, guitarrista da banda,

exclusivo para a Rock Meeting.

Por Daniel Lima (@daniellimarm | [email protected])Fotos: Site oficial (Divulgação)

Primeiramente, muito obrigado por nos conceder esta entrevista. Para ini-ciar, apresentem-se e fale um sobre a origem da “NERVOSA”.A Nervosa começou em fevereiro de 2010, quando eu tinha uma banda de Death/Thrash que era o Innervoices e precisávamos de um baterista. Foi quando um amigo meu me apresentou a Fernanda e decidimos mon-tar uma banda só de mulheres. Logo depois, a Karen foi chamada para tocar com a gen-te, mas devido à distância, pois ela mora em Curitiba, os ensaios com a banda só tiveram início em agosto de 2011, que foi quando a Fernanda Lira entrou pra banda. Por causa de problemas pessoais e de impossibilidade de logísticas, a Karen deixou a banda em ja-neiro de 2012. Em novembro do mesmo ano a Fernanda deixou a banda por divergência de idéias e por problemas pessoais, mas nunca paramos e, em fevereiro deste ano, a Pitchu entrou para banda para detonar na bateria.

No Brasil já houve/há outras bandas formadas apenas por mulheres (como exemplo Volkana e Vocífera) e de que forma vocês veem esse aumento de mulheres no Rock/Metal?Eu vejo como uma coisa natural, mas é algo

que tem muito para se fortalecer e crescer ainda. Torço muito para as mulheres não só terem o mesmo reconhecimento que os ho-mens, mas também terem o mesmo com-prometimento, a mesma dedicação, porque asmusicistassabemqueamaiordificuldadenão é achar uma mulher que toque bem, mas sim achar uma mulher que esteja disposta a levar a sério e de um modo verdadeiro.

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granapraenfiaragente“goela”abaixo.Tudofoi por mérito e o preconceito vem desse pen-samento errôneo que alguns tem.

Por ser um universo de predominância masculina, vocês chegam a ser asse-diadas? Os homens são respeitosos ou chegam a extrapolar limites?99,8% respeitam e muito a gente, de vez em quando acontecem algumas coisas, mas nada relevante, quem chega com intenção errada a gente já saca de longe e ignora totalmente e se houver insistência, as pessoas que nos acom-panham já se encarregam disso.

Ano passado vocês lançaram a demo chamada “2012” e, este ano, relançado em vinil de sete polegadas no exterior com o nome “Time of Death”. Fale um pouco sobre este lançamento e qual o motivo de ser lançada uma versão in-ternacional?Bom, na verdade lançamos a demo “2012” de forma independente aqui no Brasil em agosto e um mês depois, em setembro, a nossa gra-vadora (Napalm Records) lançou o vinil só no exterior. Como as cópias se esgotaram ainda anopassado,elesfizeramumanovaprensa-gem nesse ano.

Apesar das facilidades que existem, ainda é complicado gravar com quali-dade e preço acessível. Como foi o pro-cesso para gravar as três faixas conti-das na demo?Desde sempre já queríamos gravar no Mr. Som, pois o Heros e o Pompeu são os mes-tres em gravar metal. Juntamos toda a gra-naquepudemosegravamoslá.Elesfizeramtoda diferença na qualidade e por isso esta-mos gravando nosso CD lá de novo. Não acho

Por ainda ser de pensamento tacanho, existe preconceito com vocês por toca-rem Thrash Metal no underground?O preconceito vem tanto do homem como da mulher. Algumas pessoas acham que conse-guimos as coisas porque somos isso ou aquilo, mas a questão é que ninguém sabe da nossa batalha por trás disso tudo: nunca pagamos pra tocar, nunca conseguimos as coisas por causa do Amilcar (que é namorado da Fer-

nanda), pelo contrário. Existem muitas ban-das de mulheres por aí e não é porque somos bonitas que nos destacamos como muitos dizem, porque ainda assim existem muitas bandas de mulheres bonitas. Tudo o que con-quistamos foi porque as pessoas gostaram do nosso trabalho, porque as pessoas acreditam na gente e investiram na gente. Nunca houve

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caro.Sefizerumbomplanejamentorolaparaqualquer um gravar lá, é muito trabalhoso e o preço que eles cobram o justo.

No início do ano passado a Karen Ra-mos (guitarra) saiu da banda e foi de-cidido que continuariam como Power trio. Sonoramente, como a mudança afetou/contribuiu para esta nova fase da banda?Para se ter duas guitarras em uma banda é preciso que as duas guitarras estejam muito bem casadas e coesas, caso contrário se torna um desastre ao vivo. Para isso precisa haver muito treino, o que era impossível pela dis-tância. Pra mim foi um desafio estar sozi-nha,e ainda é. Mas pela logística da banda foi bem melhor, sendo um trio as despesas são bem menores. A banda tem funcionado mui-to bem assim, não sei no futuro, se sentirmos necessidade talvez coloquemos outra guitar-ra, mas é algo difícil - como eu disse anterior-mente - porque não basta achar uma meni-na que toque bem, isso é fácil. Difícil é achar uma menina que se dedique e que se entregue como nós fazemos.

Recentemente estiveram fizeram sho-ws pelo Norte e Nordeste. Há diferença entre os públicos do Norte/Nordeste e Sudeste? O feedback é diferente?Na verdade a diferença são os costumes re-gionais, o sotaque, etc... Porque de resto são iguais as outras regiões. A diferença é que o público de cidades pequenas geralmente é muito batalhador, porque o acesso a shows sempre é muito difícil. Muitas vezes eles têm que viajar muito pra conseguir assistir o show de uma banda, isso torna o público mais fa-nático.

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Vocês já fizeram alguma turnê fora do país ou alguma previsão para que isso aconteça?Nós assinamos esse ano com a The Flamin-gArts, que é uma agenciadora de shows na Europa. A turnê deve acontecer ainda esse ano e após o lançamento do nosso primeiro álbum completo, o que ocorrerá provavel-mente depois de agosto.

O Roça’n Roll é um grande festival para os amantes do Metal e para vocês chegarem até lá foi necessário vencer a primeira seletiva paulista para o festi-val. Como foi participar do Roça’n Roll e vencer dezenas de bandas?Foi uma surpresa muito grande, a gente não esperava na verdade, tanto é que assim que terminamos de tocar na seletiva, as meninas foramemboraesóeufiqueilá,porqueagenterealmente acreditava que não venceríamos. A participação no evento foi inesquecível! Fo-mos a última banda a tocar no evento porque tínhamos um show no mesmo dia. Acháva-mos que íamos tocar para poucas pessoas, mas foi pelo contrário estava lotado na hora que tocamos e foi muito legal, uma energia inexplicável.

Se apresentar ao lado de grandes ban-das como Exodus, Samael, Exumer é um sonho para que tem banda. Como foi essa experiência e de que maneira isso acrescenta musicalmente? Qual banda vocês gostariam se apresentar e mostrar o trabalho?Tocar com essas bandas foi uma realização de um sonho meu e da Fernanda Lira. Ter a oportunidade de tocar junto com bandas que a gente curtiu a vida inteira foi demais! Te-mos orgulho em dizer que todos esses shows

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foram um convite, nunca pagamos pra abrir show e nunca vamos pagar. Eu particular-mente gostaria de tocar com o Slayer, acredi-to que qualquer um que curta Thrash Metal queira isso, mas é algo bem difícil de acon-tecer. No entanto, uma banda que seria mais possível é a Sodom.

“Masked Betrayer” foi o primeiro clipe da banda e chegou a 20 mil visualiza-ções em uma semana. Como vocês en-caram essa situação?A princípio foi curiosidade, mas se não fosse pelo menos um pouco interessante as visua-lizações não continuariam crescendo. Muito do que nós conquistamos foi devido ao clip, um exemplo disso foi o contrato com a grava-dora Napalm Records, depois que o Schmier - do Destruction - postou nosso vídeo no per-fildele,veioapropostadagravadora.

A faixa “Urânio Em Nós” é em portu-guês e tem uma letra que critica o mal que o homem faz a natureza. Há algu-ma letra em português que está sendo preparada para projetos futuros?A “Urânio em nós” será a única música em português do nosso CD completo, essa mú-sica já existia antes de gravarmos a demo, masdecidimosdeixá-laparaoCD.Quantoascomposições futuras eu não sei ainda se con-tinuaremos a fazer uma música em português por CD, isso vai depender das nossas inspira-ções para compor.

Não obstante do assunto música. Qual o top 5 das bandas que influenciam o som da Nervosa, cite o álbum principal e discorra algumas palavras sobre a es-colha.Eu tenhomuita influência de DeathMetal,

mas vou citar apenas bandas de Thrash Me-tal, pra facilitar a escolha...rs. As cinco ban-das seriam basicamente: Slayer, Exodus, Destruction, Sodom e Sepultura.Eu vou escolher o álbum Kill’emall, porque quando eu fui atrás da Fernanda Lira para ela tocar com a gente eu disse que estávamos nos espelhando nesse CD e isso fez com que ela se empolgasse muito em tocar com a gente, pois ela buscava o mesmo, principalmente na guitarra pelas cavalgadas.

No mais, muito obrigado pela entrevis-ta e será que contaremos com outro EP ou, quem sabe, um full-length da ban-da?Sucesso!Com certeza até agosto esperamos lançar nosso primeiro full-length com músicas iné-ditas. Eu que agradeço pela oportunidade e parabenizo pelo trabalho de vocês! Nunca de-sistam! Thrash tilldeath!!!!!!

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A tradição abrindo portas

O festival Abril Pro Rock está no calendário de todo roqueiro da região Nordeste e não deixa

o estilo e a novidade esmorecerem

Por Breno Airan (@brenoairan | [email protected])

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Não é fácil sustentar um festival por mais de duas décadas. Quantomaisnumaregiãocomo

o Nordeste brasileiro – onde, por parte de grande extensão do público, não dá-se o de-vido valor ao Rock N’ Roll. Entenda: há, sim, uma cultura riquíssi-ma com seus frevo, dança do coco, maracatu, tambor-de-criola, xaxado, forró pé-de-serra, samba de roda e até axé. Diante de tanta fonte de ritmos e me-lodias, algumas pessoas ainda estranham: “Você é roqueiro? Mas como? Você deveria dar valor ao que é da terra...” Sim, e foi pensando nisso que o festi-val Abril Pro Rock (APR) investiu tantos anos para quebrar esse paradigma. Neste 2013, o evento chega à sua 21ª edição com quatro atrações internacionais: os estadunidenses Televison, Dead Kennedys e Fang e os alemães do Sodom. De Pernambuco, onde ocorre o APR, haverá apresentações das bandas Siba, Vol-ver, Babi Jaques e Os Sicilianos, Tagore, De-votos, Kriver e Vocífera. Prato cheio. Para o molho, teremos Krisiun, Andre Matos, Marcelo Jeneci e Móveis Coloniais de Acaju. Desse mix, sai o line-up dos dias 19 e 20 deste mês de abril. O APR acontecerá no Che-vrolet Hall, em Olinda, com um investimento de R$ 60 (inteira), R$ 40 (social, com 1kg de alimento não perecível) e R$ 30 (meia).

Tradição

Já está na agenda dos rockers do entor-no:todomêsdeabrilháAPR,oquesignifica

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“bandas relevantes no cenário mundial a um preço acessível”. Cá entre nós: para quem gosta, assistir ao Sodom por, no máximo, R$ 60 é um pre-sente atrasado de Páscoa. Em anos anteriores, Motörhead, Hel-loween, Gamma Ray, Jon Spencer Blues Ex-plosion, Pato Fu, Skank, O Rappa, Lenine, Raimundos, Mundo Livre S/A, Chico Science e Nação Zumbi, Ratos de Porão, Pitty e Los Hermanos passaram pelo stage, agraciando o público ainda não conhecedor da maioria daqueles grupos. É que o organizador-mor Paulo André Pires, recém-chegado da Califórnia, viu que Pernambuco tinha uma cena relevante, mas os shows realizados eram para pouquíssimas pessoas. Em 1992, a primeira edição contou apenas com um dia e obteve um número até interessante: 1.500 pessoas prestigiaram o que viria a ser um fenômeno anual. “Ninguém botava fé porque não está-vamos no eixo Rio-São Paulo”, teria dito ele à imprensa na época; o organizador chegou a fechar sua loja de discos para única e exclusi-vamente se dedicar ao projeto. De lá para cá, sempre contando com bandas locais e revelando artistas direto do palco para as grandes gravadoras, o APR é referência nacional não só pela dinâmica – a contar com grupos de variados estilos de Rock –, mas pela não inércia. Além da música, pela cidade de Olinda adentro, exposições de pôs-teres e artesde jovensartistas eoficinasdefotografia,moda,vídeoecomunicação. O show não pode parar nunca. Pelo menos, não nos meses de abril.

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Um ano de impunidadeNo ‘aniversário’ de um ano,

o Metal Open Air ainda rende dores de cabeça e

muita injustiça

Texto e fotos: Pei Fon (@poifang | [email protected])

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365 dias e um sentimento: impunida-de. Talvez você leitor já esteja esquecido, po-rém quem sofreu na pele as mazelas, naquele que poderia ser o início da ascendência do Metal no Brasil, lembra muito bem a vergo-nha, a humilhação e, principalmente, o des-respeito enquanto indivíduo que milhares fãs de Heavy Metal de todo país e de fora foram submetidos. Até o fechamento desta edição (e pro-vavelmente de muitas outras) nada foi ou será solucionado. Alguns poucos sortudos que enviesaram por outros caminhos conse-guiram ser restituídos de seus gastos através de ações junto à Justiça. Muito embora, mui-tos, muitos mesmo, continuam sem respostas e desacreditados. O sentimento atual já nem é de reaver o investimento feito para ir até São Luiz, no Maranhão, assistir a um (pseudo) festival. Hotel, passagem, transporte, alimentação, ingresso. Gastos absurdos de quem foi acre-ditando que veria algo inédito no país dedi-

cado ao Metal. Duas produtoras locais (Lam-parina Produções e Negri Concerts) e uma internacional (CK Concerts) = milhões de in-satisfeitos. Mesmo quem não esteve presen-te se compadeceu com o absurdo que fora o evento.Após o incidente, um grupo no Facebook foi criado para ajudar quem se sentiu lesado a como proceder frente à Justiça, com ações solicitando o ressarcimento dos valores pa-gos por cada pessoa que foi ao Metal Open Air. Todos, absolutamente todos, esbarravam numa única situação: não há endereço de ne-nhuma das produtoras. O Ministério Público de São Luiz até chegou a interceder sobre o assunto, ouviu o responsável pela Lampari-na, Natanael Junior, mas não temos ciência do que aconteceu depois.

Vamos relembrar

Em novembro de 2011, rumores de que aconteceria um festival, ligado a um bem-su-

Local onde ocorreram os poucos shows no Metal Open Air em São Luis - Maranhão

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cedido realizado na Alemanha, poderia acon-tecer no Brasil, totalmente dedicado ao Metal ecoou pelo país afora. Promessas e incerte-zas, porém o mesmo sentimento de que algo muito bom estava para acontecer. Os rumores eram de que o festival esta-va ligado ao Wacken Open Air (W:O:A), que todos os leitores desta revista e outras bem conhecem o megaevento que é. Porém, em meio a tanta dúvida e incertezas, o “Metal Open Air” foi lançado e não mais vinculado ao W:O:A. Foi até preciso que os represen-tantes do evento alemão no Brasil e o próprio da Alemanha soltassem uma nota explicando que não havia qualquer ligação com o que vi-ria a acontecer no Brasil. O sonho ainda con-tinua longe de acontecer. Algo que começou errado não poderia dar muito certo, não é? Era um sinal! Bandas como Scorpions estavam no (pseudo) cast que viria até as terras tupini-quins. Enfim, o “festival” foi “confirmado”nos dias 20, 21 e 22 de abril em São Luiz, no

Maranhão. Blind Guardian, Exodus, Legion of the Damned, Anvil, Symphony X, Megadeth, Destruction, Anthrax, Krisiun, Korzus, Tor-ture Squad e tantas outras bandas estavam no cast do que seria o maior evento dedicado ao Metal no Brasil. Seria histórico! Até foi, só que negativamente. Com a confirmação do evento na re-gião Nordeste, começou a proliferar as velhas discussões do Sul/Sudeste contra os nordes-tinos.Questionamentosbobosqueatéchega-mosanotificarnasediçõesde2012queante-cediam o MOA. A aproximação do evento fez com que muitas coisas começassem a aparecer: ban-das que não viriam mais ao festival por falta de pagamento, bandas brasileiras sequer ti-nham recebido suas passagens para São Luiz, falta de estrutura e muita, muita desorgani-zação. Na madrugada do dia 19 de abril, a banda Hangar, do baterista Aquiles Priester,

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soltou uma nota falando da real situação que eles estavam passando. Um desabafo que en-corajou a todas as outras bandas nacionais a tomar fôlego e criticar o evento, de modo jus-to, convenhamos. Venon e Saxon, por exemplo, nem se-quer receberam a primeira parte do paga-mento de seus cachês nem o visto para a en-trada no país. Já deu para lembrar, né? Para os preferiram o acampamento nas dependências do festival, as condições do local era subumano, incapaz de abrigar pes-soas: era num estábulo para cavalos. Fora que não havia nada do que fora prometido naque-lelugar:banheirossuficientes,ummercado,caixas eletrônicos, restaurante Mad Butcher (piada), praça de alimentação... Nossa, tan-tas coisas que se fosse listar não acabaria tão

cedo. Pois bem, o mundo inteiro reagiu con-traestamanifestaçãopífiaaqueoMetaleopúblico foram submetidos: desgraça, desonra e valores éticos questionáveis. Um ano após todo este alvoroço nada foi resolvido e os responsáveis continuam por aí sem responder a qualquer processo. A vontade de todos é que estas pessoas sejam julgadas, condenadas e banidas do Metal na-cional, para que sirva de exemplo a todos os outros que queiram dar um passo maior que as pernas. Por hora, resta-nos boicotar shows realizados pela Lamparina Produções (se é que ainda realiza) e pela Negri Concerts, que agora usa outros nomes para continuar no mercado do entretenimento.

Um dos poucos shows que aconteceram, baixista do Exciter.

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TRIOTexto e Fotos: Pei Fon(poifang | [email protected])

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Seguindo a agenda, o “Sound of Inno-cence Tour 2013” passou por algumas cidades de brasileiras, e a Rock Mee-

ting pode acompanhar o show em Maceió, a quinta cidade da tour, que seguiu por Recife e João Pessoa. Em pleno feriado da Semana Santa, Kiko Loureiro desembarcou na terrinha do “Paraíso das Águas” para mais um show da tour. O compromisso era ser tão caloroso quanto a cidade de Serrinha na Bahia, cer-ca de 600 fãs estiveram presentes no show. Conforme foi a empolgação do público, Kiko, Bruno Valverde e Felipe Andreoli comeram poeira, literalmente. Não entrando muito nas questões climáticas, o Nordeste não tem tido chuvas regulares, logo a poeira subiu fácil.

“O som da inocência”Não tão inocente assim, Kiko Loureiro Trio se apresentou

em Maceió e a Rock Meeting estava lá conferindo o show do novo álbum do guitarrista

Enfim,poucomenosde160pagantes(quaselotação máxima, onde só tem 170 lugares) es-tiveram no Teatro Sesi Pajuçara, num feriado. Dava para ser melhor, poderia ter tido duas sessões, quem sabe, mas feriado é feriado. Muito embora, quem foi ao show viu preciosismo, técnica, feeling e muitos olhos arregalados e estáticos para aquele que é con-siderado um dos melhores guitarrista do Bra-sil e do mundo. Houve um breve atraso dos músicos, mas que foi recompensando com bastante música, bis e canções marcantes do Angra como “Rebirth” e uma palhinha de “Carry on”. Olha, o que deixou muitos surpresos foi Kiko Loureiro cantando. Até para esta que vos es-

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creve, foi uma surpresa muito agradável. Voz e violão, Kiko cantando, “Rebirth”, público acompanhando. Faltou uma fogueira ali, opa, era um teatro, mas o clima é bem de lual. Fora desta calmaria, foram tocadas músicas mais animadas, digamos assim. Para mim, que não toca nada, aquela velocidade toda nos riffs já era sem tamanho, parece ser tão fácil vendo uma pessoa como Kiko tocar, que dá até vontade de aprender, mas pera, eu játenteienãodeumuitocerto.Prefiroconti-nuar só contemplando. Como não guitarrista que sou, pude ob-servarosmuitosguitarristasque sefizerampresentes neste show. Alguns até conheço e pude estar bem perto e ouvir os comentários, mesmo que baixinho, de tamanha perplexi-dade e, talvez, “poxa, o que sei não é nada perto do que Kiko faz”. Claro que havia fãs do Angra presentes. Ter dois representantes de uma das maiores bandas brasileiras, conhecidas mundialmen-te, não é todo dia e tão perto. Foi um show memorável. Foram tocadas músicas do novo álbum “Sound of Innocence” e algumas músicas do “No Gravity”. Do show destaco algumas si-tuações: Kiko cantando, a música “Conflic-ted” e Bruno Valverde. “Vamos tocar uma música um pouco mais rápida” foi a descrição para “Conflic-ted”. Música esta que elevou o grau de com-plexidade na execução e atenção. Foi muito interessante ver os guitarristas de função e guitarristas das horas vagas vidrados, nem piscavam para não perder um lance. Bruno Valverde é, sem dúvida, uma surpresa muito grata. Tão jovem e tão seguro do que pretende, Valverde mostrou toda sua técnica, carisma e humildade ao falar com o público. É o futuro chegando, minha gente!

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Como sou admiradora de bateria, houve um momento para o drum solo, todos está-ticos e respondendo as investidas de Bruno. Impecável. Pouca idade não diz muita coisa, nota-se pela carinha do rapaz, que tem um talento incrível. Anote esse nome: Bruno Val-verde. Arrisco dizer que é o nome desta tour. Não vou alongar muito sobre Felipe Andreoli e suas seis cordas. Além de guitar-ristas, havia no público os baixistas também, quer maior referência? Não dá para falar muito dele, o cara é sensacional! Em seu bass solo, Andreoli mostrou técnica e simpatia, coisaquedificilmenteelepodefazernoAn-gra ou Almah, sua antiga banda, por exem-plo. Como o público de workshop show é mais próximo, Andreoli convidou a todos a participarem de sua apresentação. Seguindo as notas do baixo com palmas, o público en-carouodesafioindoatéondepode.Andreolié sensacional, eita, já disse isso! Mas é isso, cara! Porfim,surpreendentemente,opúbli-co alagoano está de parabéns. Não era mui-to de entender que havia público para músi-ca instrumental. Kiko puxou essa galera, em pleno feriado, para assistir ao seu show. En-fim,voltem!

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“Um registro inesquecível”Por Aline AlcântaraFotos: Henrique Pimentel (Portal do Inferno)

A banda finlandesa, que não passavapor terras brasileiras desde 2010, agitou o público paulistano na noite

de domingo (10 de março), na Via Marquês, com a turnê do mais recente álbum, “Stones Grow Her Name”, lançado em 2012. Do lado de fora da casa, pouco antes das 20h, ainda havia um volume considerá-vel de fãs que enfrentaram uma forte chuva - o que é de praxe na cidade da garoa - antes de conseguirem entrar no local. De qualquer forma, a chuva não diminuiu a empolgação do público, que contava os minutos para con-ferirotalentodosfinlandeses. Apesar do pequeno atraso e sem banda de abertura, a plateia enlouqueceu assim que asluzesseapagarameaintrodução“Wildfi-re” começou. A banda exibiu toda a sua energia de palco já na primeira música, “Only the Bro-

ken Hearts (Make You Beautiful)”, do último álbum, e não deixou a galera ficar parada,disparando uma música atrás da outra. Apesar de os finlandeses serem conhecidoscomo introspectivos, o frontman, Tony Ka-kko, esbanjou sorrisos e simpatia, mostran-do-se super à vontade diante da plateia. Em alguns momentos, até brincou com os fãs fa-zendo piadas. Já na metade da apresentação, o gui-tarrista, Elias, obteve maior atenção do pú-blico no momento do seu solo, que serviu de tempo para o público tomar fôlego e se pre-parar para as demais músicas que viriam em seguida. O repertório agradou tanto os fãs mais recentes quanto aqueles que acompanham a Sonata desde o início da carreira. Após o solo de guitarra de Elias, tocaram “Losing My In-sanitye”, em seguida, os primeiros acordes

review

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da balada “Tallulah” conseguiu deixar todos emocionados. Não podemos negar que o ponto alto da noite foi a execução de “Fullmoon” e “Re-plica”,asclássicasquenãopoderiamficardefora do setlist. Com um pouco mais de uma hora e meia de apresentação, o Sonata Arcti-ca fechou a noite tocando “Don’t Say a Word”. Para finalizar, os integrantes agradecerampela noite e o vocalista, Tony Kakko, expres-sou sua vontade de retornar ao país o mais breve possível. A qualidade de som, simpatia, aposturadepalcoeorepertóriodabandafi-zeram daquela noite um registro inesquecível para todos que compareceram ao Via Mar-quês. O Sonata Arctica provou mais uma vez que sabe fazer música de qualidade e que a Finlândia realmente é uma “máquina” de produzir talentomusical.No final da noite,havia sorrisos no rosto de todos os fãs que deixaram o local, já ansiosos pela próxima vinda da banda ao Brasil.

Set List: (O set eu copiei daquele site setlist.fm, já que eu não lembrava perfeitamente de todas as músicas que tocaram no show)

1. Only the Broken Hearts (Make You Beautiful) 2. Black Sheep 3. Alone In Heaven 4. Shitload of Money 5. The Gun 6. The Day 7. I Have a Right 8. The Last Amazing Grays 9. Broken

10. Paid in Full (Preceded by Elias Guitar Solo)11. Losing My Insanity 12. Tallulah 13. FullMoon (Preceded by Henkka Keyboard Solo)14. Replica15. Cinderblox16. Don’t Say a Word (with Vodka Outro)

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Por Daniel Lima

Ano passado foram lançados, no Bra-sil, muitos álbuns de bandas nacionais. Entre elas está o pessoal da banda Screams Of Hate. Eles lançaram o EP chamado “Corrupted”. O quinteto é formado por Clayton Bartalo (Vo-cais), Alexandre Leme (Guitarras), Thiago Fuzaro (Guitarras), Vicente Moreno (Baixo e vocal) e Marcelo Tosseli (Bateria). O EP contém cinco faixas (Corrupted, Fight, Narkotic, Revanche, e Your Soul Will Pay) que estão em excelente qualidade de áu-dio, o que é muito bom para quem está ouvin-do, porque entenderá o desenvolvimento de cadainstrumento.Qualidadeéalgoquemui-tas bandas por ai estão deixando a desejar e o pessoal da Screams Of Hate não deixou de lado esse detalhe que é tão importante. Não basta gravar, tem que agradar. A faixa “Re-vanche” é a única letra em português.

Outro detalhe observado são os ele-mentos introduzidos nas faixas, cada uma com suas características. O som é Thrash Metal com uma pegada de Death Metal, além disso, nota-se alguns riffs que são caracterís-ticos de novos elementos que as bandas de Metal estão utilizando na atualidade. Nada que venha sair do estilo, pelo contrário, uma reformulação como acontece de tempos em tempos. É um bom álbum e não é enjoativo, já que há variações nas músicas que torna in-teressante. A bateria e as guitarras são bem trabalhadasesemmuitafirulinhaparamos-trar que os caras possuem técnicas apuradas como muitas bandas fazem por ai para mos-trar o que sabem. Essa é mais uma banda que se pode esperar mais destaque em pouco tempo.

Screams of Hate

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Por Breno Airan

É difícil encontrar uma banda tão corajosa

quantoaCangaço.Nofinalde2009,surgiaum

dos power trios mais relevantes do país.

E ele vem de Recife, terra de riqueza cultural sem

tamanho.

O caminho dos músicos também é de se

aplaudir. Um ano depois de sua formação, a Can-

gaço – com três EPs na conta e o ótimo debut

“Rastros”, de 2012 – conseguiu vencer a seleti-

va para ir ao Wacken Open Air, na seção “Metal

Battle”.

Para tanto, eles foram selecionados dentre

397 bandas sul-americanas e tocaram no mesmo

evento que SoulFly, Alice Cooper, Iron Maiden e

Slayer – algo a se estampar num curriculum.

Não ganharam, contudo trouxeram na ba-

gagem uma motivação a mais. Com esse primeiro

álbum, Rafael Cadena (guitarra e vocais), André

Lira (baquetas) e Magno Barbosa Lima (baixo)

colocaram em voga a quebra de paradigma ne-

cessária, juntando o som do Nordeste com a pe-

gada Metal.

Os elementos musicais utilizados estão

enraizados no sentir a seca, no assistir à pobreza

Cangaço

e ao descaso com o povo menos abastados.

A capa de “Rastros” expõe bem essas ma-

zelas, mesmo que em preto e branco, apenas com

um anilado lampião ao chão.

Após os flutuantes sopros de flautas do

convidado Rico Albino em “Atrito”, o play abre

de fato com “Cantar às Excelências das Armas

Brancas”. O poema do cangaceiro Pedro da San-

taFéganhanovosignificadonalevadamatadora

Death Metal.

Na sequência, destaques para as variações

de “Arcabuzado” com o lirismo de João Cabral de

Melo Neto; “Bombardeio no Ceará”, que nos re-

mete a um universo totalmente nordestino; bem

como a incrível “Statu Variabilis”, com uma cozi-

nha sem defeitos; e “Corpus Alienum”, que tem

uma linha de baixo que vale o CD inteiro.

O trio é um só, na verdade. A cara cuspida

e escarrada de cada nordestino que não foi para

São Paulo para vencer na vida. O semblante da

vitória diante do derrotismo que bate à porta das

casasdetaipasquefingimosnãoouvir.

Som de primeira! Segunda e terceira audi-

ção.

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Por Daniel Lima

SkyHell

A banda SkyHell, de Uberlândia-MG, lançou seu primeiro trabalho autoral, In the Name of Rock, em abril de 2011, após sete anos de existência. A proposta musical do SkyHell é clara e direta:misturar influências “em nome doRock”, como sugere o título. A abordagem do grupo é autêntica e não soa forçada nem mesmo ao fundir ele-mentos do Hard Rock, Heavy Metal, Rock al-ternativo e Metal melódico. O ouvinte é levado a apreciar um heavy cadenciado nas primeiras faixas, “Real Faces” e “Openthe Game”, enquanto a terceira, “The Fire Sky”, acelera a batida. “Rock Machine”, que destaca o traba-lho de guitarras de Oz, é como um revival do Guns N’ Roses, famigerada banda de Hard Rock que explodiu há mais de duas décadas. A lenta “Ask Me Why” dá sequência de forma afável e abre alas para a música de tra-balho do álbum: “Pretty Baby”, que ganhou um videoclipe que pode ser visto no canal da banda na web. A faixa foi carro-chefe da disputa por uma vaga no festival Triângulo Music 2011 e levouabandaàfasefinal.

“Perdemos para votos que ninguém sabe a contagem”, ironiza Michel Platini. Assim como a principal canção, a próxima “Brains Explode” apresenta um hard com uma rou-pagem atual. Atrincafinaldodiscoédistintaever-sátil. “Opinion” é alternativa, com lembran-ças do Rage Against the Machine no instru-mental. “Freedom” é a música mais original da banda, trazendo um cruzamento perfeito entre Hard Rock e Heavy Metal que enfatiza os vocais agudos de Michel Platini. “Winter’s Bird”, com oito minutos de duração, fecha o registro com estrutura complexa. Atualmente, a banda é composta por Helder Ribeiro nos teclados e Bruno Rodri-gues na bateria – o qual entrou no lugar de Miguel Bonfá, que gravou o play lançado por selo independente –, além de Oz nas guitar-ras e Rafa Mendes no baixo. O vocalista destaca: “o próximo traba-lho, que deve ser lançado em novembro des-te ano, soará completamente diferente de ‘In the Name of Rock’ e de tudo que já foi visto na música”. As músicas do disco de estreia da banda estão disponíveis AQUI

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Whitesnake

Ser crítico de música e ser impessoal ou imparcial é, no mínimo, difícil. Às vezes, ponho álbuns aqui por motivos externos. E este é um deles. Antes de mais nada, este CD da vez – que na verdade é de 1997 – é incrivelmente notável e impressionante. “Restless Heart” é nota 10!No mais, estava eu bem tranquilamente olhan-do para os carros passando no meio da rua, quando um conhecido meu falou do nada: “Whitesnake é uma merda!”. Bem, eu não respondi de imediato, pois ainda tive tempo de pensar: “Eh... você é... reggaeiro”. Mas tudo bem, eu disse: “Na maior, você é reggaeiro, ora! Não entende disso”. Ainda xingou um bocado e falou que o Coverdale era muito chato e só falava de amor. À revelia, me peguei pensando o que, na ver-dade, o reggae prega. Ou puxa. Tanto faz. Eu até gosto de reggae. Mas não vou perder meu tempofalandodesseestilo,afinal, já foram-seembora cinco parágrafos. Dessa forma, o que vos mostro, leitores, é um dos melhores plays da banda. Logo depois do encontro com Jimmy Page, em 1993, o que resultou no ótimo “Coverdale/Page”, o cantor David Coverdale resolveu retomar o curso do Whitesnake de vez. Mas sem todo o virtuosismo calcado nos álbuns anteriores com Steve Vai e companhia. O que se percebe é um Whitesnake mais nos-tálgico, dos tempos de “Northwinds”, de 1977. Sim, o Blues aqui impera. Destaques, claro, não faltam.

O 10º trabalho da banda — o que quase vira um trabalho solo do cantor britânico — foi carimbado pela EMI. Atente para o abre-alas romântico “Don’t fade away”. A faixa seguinte, “All in the name of love”, também é lindíssima.Mais destaques em seguida quando nos “encon-tramos” com a inefável “Too many tears”. Blues romântico de primeira linha, que inclusive al-cançou na 46ª posição nas exigentes paradas inglesas. Numa levada meio Led Zep, “Crying” enche nossos ouvidos de lágrimas generosas. Nasequência,maisumainfluênciaantiga:Ja-nis Joplin. “Stay with me” parece que foi feita por ela e para ela. A voz, então... gritos e mais gritos uivando e implorando pela tal “baby” da música. A cozinha é perfeita. Cheira muito bem e está na medida. “Can’t go on” é uma declaração de amor pra se fazer a qualquer mulher. Digo, à que me-recer. “Não há canção sem o seu amor”, rever-bera Coverdale por entre suas pregas vocais, ainda potentes. “Take me back again” é mais uma prova de que Jimmy Page é um bom ami-go. Nesse ínterim, pode-se dizer que o Whi-tesnake trata do que nós mais procuramos: o amor. Ninguém precisa ouvir a opinião de ne-nhum psicanalista pra saber disso. Não vivemos sem. E Coverdale nos mostra que há sentido, sim, no amor. Ou pelo menos no sofrimento. E quem não gosta — da banda —, que vá para o diabo que te careggae!

Breno Airan (@brenoairan | [email protected])

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Van Halen

Uma coisa comum na maioria das ban-das é que elas passem por fases ruins e não atinjam as expectativas dos fãs em seus lan-çamentos.

Porém, existem algumas exceções; gru-pos dos quais qualquer coisa nova é fora do comum e acertam em cheio os que esperam.

AC/DC, Rush, Kiss e o Van Halen são grandes exemplos disso, em que mesmo nos momentos em que tiveram menos sucesso, ainda tinham discos incríveis nas mãos.

E o disco que vou recomendar hoje é um belo exemplo disso. O terceiro play do Van Halen, o “Women and Children First”, de 1980, veio à existência com uma pressão enorme sobre si, pois os dois primeiros dis-cos são clássicos da história do Hard Rock e fizeramumsucessoabsurdo.

Após esse primeiro momento, seria qua-se impossível fazer um álbum à altura.

Mas o guitarrista Eddie Van Halen e sua trupe provaram exatamente o contrário – ainda que as vendas tenham sido menores que seus antecessores e seja, junto com “Fair Warning”, de 1981, um dos discos mais rele-gados da fase Lee Roth.

Toda a fórmula que consagrou o Van Ha-len está presente com força em “Women...”.

Guitarras ensandecidas, cozinha explosi-va e um vocalista fora de si mandam bala em canções sacanas e cheias de energia. E agora com o diferencial de ter um pouco mais de

peso do que outrora. “And The Cradle Will Rock” abre o regis-

tro com um Van Halen mais cheio de groove, porém, ainda matador como sempre.

O início de “Everybody Wants Some!!” com sua batida tribal inicial esconde o musi-cão que vem a seguir, com destaque para os solos incendiários de Eddie e o baixo pesado de Michael Anthony, que duelam entre si a atenção durante a performance.

“Romeo Delight” acelera ainda mais o ritmo, assim como na quase heavy “Loss Of Control”, em que a banda parece um cami-nhão sem freios descendo ladeira abaixo.

“Could This Be Magic?” com sua levada country guiada pelos violões é deveras hilá-ria e mostra o bom humor que sempre foi presente no Van Halen de Lee Roth. “In A Simple Rhyme” fecha o disco com uma se-mibalada cheia de viradas inesperadas e é de longe uma das maiores surpresas do disco, já que consegue ser crua em sua melodia e doce em sua letra, a retratar a descoberta do amor, soando como um adolescente tratan-do do assunto.

Se você até o momento só deu atenção aos maiores sucessos do grupo, corra ime-diatamente e escute essa pérola, pois estará fazendo um grande favor aos seus ouvidos. E que essa volta de Lee Roth ainda renda mais frutos, além do ótimo “A Different Kind Of Truth”, de 2012.

Weslei Varjão (@weslei_varjao | [email protected])

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Richie Kotzen

AdiscografiadoincansávelRichieKot-zen é algo louco.

Alguns de seus registros anteriores a este álbum “Bi-Polar Blues”, de 1999, como “SomethingToSay”e “What Is...”,flerta-vam com o Rock clássico e até o Pop Rock – sem perder a conhecida essência de sua sonoridade.

Durante uma pequena pausa nas ativi-dades do Mr. Big, banda a qual havia aca-bado de entrar, o guitarrista mergulhou de cabeça no Blues.

O produto deste mergulho, “Bi-Po-lar...”, é incrível.

Kotzen assumiu todos os instrumentos – guitarra, voz, baixo, bateria e piano – e contou apenas com as singelas participa-ções do baixista Rob Harrington e do ba-terista Matt Luneau em, respectivamente, duas e cinco faixas.

Além de composições autorais, o play apresenta quatro releituras.

As canções homenageadas são “Tobac-

co Road” (John D. Loudermilk), “The Th-rill Is Gone” (Roy Hawkins) e “They’re Red Hot” e “From Four Till Late” (ambas do pioneiro Robert Johnson).

Nas músicas próprias, uma veia bluesy vista apenas por grandes (e velhos) nomes do gênero é devidamente resgatada.

Algumas canções, como a abertura “Gone Tomorrow Blues”, a truncada “Bro-ken Man Blues” e a melancólica “A Step Away”, parecem ter nascido clássicas.

Nos tributos, a performance original do guitarrista e vocalista cativa até os mais saudosistas.

A interpretação de “The Thrill Is Gone” merece grande destaque, pois, sem exage-ros, se equipara à versão do mestre B.B. King, o responsável por popularizar a can-ção.

Em “Bi-Polar Blues”, Richie Kotzen dá uma grande amostra de talento e versatili-dade para o ouvinte. O álbum não saiu da minha playlist desde que conheci.

Igor Miranda ([email protected])

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Bon Jovi

Antes de tecer algumas palavras: eu confesso. Confesso que passei a escutar Bon Jovi após o anúncio no Rock in Rio 2013. (risos) Eu gosto muito de Bon Jovi, mas es-tava um pouco adormecido. O anúncio me fez relembrar tantas coisas boas do passa-do, principalmente de infância; assim vol-tei a escutar. Poderia ressaltar algum álbum clás-sico, com músicas marcantes, daqueles chicletes, porém, neste embalo de tudo novo, renovação, escolhi o recém- lançado “What about now”, 2013. Não posso dizer que é um álbum fantástico, sensacional, mas há músicas que você se encanta nos primeiros segun-dos do acorde, assim foi com “I’m with you”. Gostei logo de cara e é uma das mú-sicas de trabalho do novo projeto de Bon Jovi.

Como Bon Jovi é conhecido por suas canções melosas, “What about now” não poderia faltar. Toda aquela pitada român-tica permeia esse cara que embalou muitos momentos na vida daqueles... apaixonados. Não é o meu caso, no momento (risos). Minha questão aqui é memória. Mas já percebeu que muita coisa out Metal tem sempreumaligaçãocomopassado?Quemseriaeusenãofizesseestaligação.Porquelembrar é viver (gargalhadas), bordão ridí-culo, assumo! Do “What about now” destaco: “Be-cause you can”, “I’m with You”, “Picture of You”, “Amen”, “That’s what the water made me”, “Army of one”, “Room at the end of the world”, “With these two hands”, “Not running anymore”, “Old habits die hard” e “Every road leads home to you”. Fica a dica de um álbum mais calmo.

Pei Fon (@poifang | [email protected])

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A capital maranhense, São Luiz, foi palco de um episódio triste na história do Heavy Metal no Brasil, mas o tormento já passou e as feridas estão cicatrizando após completar um ano.

De lá vem uma banda que está se desta-cando cada vez mais no cenário brasileiro, chamada JackDevil. É formada por André Nadler (voz e guitarra), Ricardo Andrade (guitarra solo), Ricardo Speedwolf (baixo) e Filipe Oliveira (bateria).

“Under The Satan Command” foi lan-çado em 2012 com cinco faixas de puro Thrash Metal. Com as músicas “Thrash Or Die”, “Violent Invasion”, “Under The Satan

Command”, “Road To Hell” e “The Chaos Never Stops”.

O mais difícil de tudo é destacar uma só, já que todas são de puro caos psicológi-co para quem gosta de Thrash. O que vale ressaltar é que a música “Under The Satan Command” teve como cenário as ruas de São Luiz em seu videoclipe.

Pancadariadocomeçoaofimquere-mete ao som dos anos 80. Esse é o som da JackDevil. Sem frescura, o som dos caras é muito bom! Eles merecem todo o reconhecimento que estão tendo na mídia especializada e esse é um trabalho que eu recomendo.

JackDevilDaniel Lima (@daniellimarm | [email protected])

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