revista "prevenção sénior"

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Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior Prevenção Sénior A importância da Matemática na 3ª idade INQUÉRITO: Prevenção Sénior A nossa sociedade: respostas sociais para a 3ª idade Promover a saúde do idoso Prevenção do isolamento do idoso Revista elaborada pelos Formandos do Curso EFA “Agente em Geriatria” no âmbito do Tema de Vida “Prevenção Sénior”

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Page 1: Revista "Prevenção Sénior"

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Prevenção Sénior

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Prevenção Sénior

Prevenção Sénior Prevenção Sénior

A importância da

Matemática na 3ª idade

INQUÉRITO:

Prevenção Sénior

A nossa sociedade:

respostas sociais para a

3ª idade

Promover a saúde do

idoso

Prevenção

do isolamento do idoso

Revista elaborada pelos Formandos do Curso EFA “Agente em Geriatria”

no âmbito do Tema de Vida “Prevenção Sénior”

Page 2: Revista "Prevenção Sénior"

Parece indiscutível o percurso para o envelhecimento da população mun-

dial. Considera-se que o envelhecimento da população é principalmente devido

às baixas taxas de fecundidade, reforçado pelo declínio nos níveis de mortalidade,

em todas as idades. Este declínio da mortalidade deve-se à redução da mortalida-

de infantil, baseado no maior controlo das doenças infecciosas e ao aumento da

longevidade dos indivíduos.

A situação portuguesa não é muito contrastante daquela que é apresentada

a nível mundial. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional

de Estatística (INE, 2007), assistimos a um aumento da proporção da população

idosa na população total, que era de 17,1% em 2005 (1 810 100 indivíduos). A

esperança média de vida à nascença, em 2005, atingiu os valores de 74,9 anos para

os homens e de 81,4 anos para as mulheres.

O envelhecimento populacional é mais notório nas mulheres, cuja pro-

porção se elevou a 19,3%, face a 14,8% nos homens. Este facto reflecte a maior

longevidade do sexo feminino.

As projecções efectuadas pelo INE (2007) até ao ano 2050, revelam uma

tendência para o acentuar do envelhecimento da população, onde contribuem os

níveis de fecundidade abaixo do limiar de substituição de gerações, um contínuo

aumento da esperança média de vida à nascença e um saldo migratório positivo

mas moderado. Entre a população idosa, a percentagem de indivíduos com 85 e

mais anos também continuará a aumentar, destacando-se uma vez mais a maior

longevidade das mulheres.

PREVENÇÃO DO ISOLAMENTO NO IDOSO

A “Prevenção Sénior” é, nos

dias de hoje, um tema da actualidade,

pois caminhamos num percurso lento

para o envelhecimento da população

mundial.

Assim, os formandos que

frequentam o curso de Agente em

Geriatria, como futuros profissionais

desta área, entenderam, juntamente

com a entidade promotora “Psico-

viana Consultores Lda”, abordar o

assunto como tema de vida e deixá-lo

aqui modestamente publicado.

A revista “Prevenção Sénior”,

como forma de ajudar a população

idosa do nosso concelho, foca temas

como: a prevenção do isolamento no

idoso, as causas e consequências deste

isolamento, sendo muito importante

a inserção do idoso em instituições,

por forma a que se mantenha vigiado

e junto de pessoas que o podem pro-

teger em situações mais desagradáveis

e até complicadas da vida, que já de si

não é nada fácil. A promoção da saú-

de nesta faixa etária é também um dos

assuntos referidos nesta edição.

Por outro lado, abordamos

aqui uma nova realidade, o idoso vol-

tado para novas áreas de interesse, tal

como a matemática, que recorrendo

às experiências e actividades diárias

dos idosos é uma forma lúdica e cria-

tiva de explorar e desenvolver as suas

capacidades mentais. É realizado um

alerta para a prevenção de acidentes

rodoviários e quedas que possam

acontecer no dia-a-dia, provocadas

por fragilidades e outras causas. Faze-

mos também questão de falar sobre

situações de risco, tal como as burlas,

assaltos e roubos.

Nela estão contidos os resul-

tados e tratamento estatístico da in-

formação de um inquérito, aplicado

na Vila de Alvarães – Viana do Caste-

lo, a 150 pessoas maiores de 65 anos,

de modo a que se possa conhecer a

realidade das nossas vilas sobre a pre-

venção sénior.

O primordial objectivo da

revista e dos formandos do curso é,

para além da ajuda na promoção da

qualidade de vida da população sé-

nior, sugerir que uma nova vida co-

meça com a aposentação, permitindo

assim realizar novos projectos que

não foram realizados durante o seu

normal percurso de vida.

Deixamos ficar aqui um lema:

“Cuidar é Prevenir e prevenir é cuidar”.

OsFormandos

Editorial

Prevenção Sénior

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Page 3: Revista "Prevenção Sénior"

PREVENÇÃO DO ISOLAMENTO NO IDOSO

A nossa sociedade confunde facilmente a

imagem de envelhecer e da velhice, caracterizando

a terceira idade como uma fase da vida em declínio,

tanto humano quanto social. Para muitas pessoas, a

velhice começa a ser percebida como uma fase dolo-

rosa da vida, sem perspectivas, marcada pela presença

de doenças e perdas. Perda de trabalho, perda de fa-

mília, de estatuto social, …. O impacto causado pelo

envelhecimento tem alterado os hábitos e o quotidia-

no das pessoas idosas na sociedade, seja o seu papel

na sua comunidade, família ou nas instituições.

A diminuição das actividades pode ser consi-

derada uma das maiores perdas do idoso, pois a sua

falta pode levar ao aparecimento de doenças físicas e

mentais, auto-desvalorização, declínio da auto-estima,

desmotivação e solidão. Quando falamos de perdas,

incluímos, em especial, as perdas a nível biológico

que ocorrem no indivíduo à medida que envelhece,

sem levar em linha de conta os hábitos alimentares, as

condições de residência, o emprego, a saúde, a condi-

ção económica, que normalmente interferem com a

qualidade de vida do idoso.

O Homem é um ser social e necessita de co-

municar. A comunicação é essencial para a sua sobre-

vivência, em especial para o idoso, com vista à manu-

tenção das suas relações sociais, evitando a carência

emocional e afectiva. A comunicação é importante e

facilita a interacção entre as pessoas.

A comunicação pode ser verbal e não verbal.

Esta última ocorre através das expressões faciais, dos

movimentos das mãos, braços, cabeça, sinais, símbo-

los e gestos. A comunicação verbal é a mais utilizada

e permite um rápido conhecimento das vontades e

motivações do outro, numa linguagem que ambos

dominam. A comunicação é uma troca de ideias e in-

formações. Ela é mais do que uma simples troca de

palavra. Inclui todas as facetas das nossas actividades

do quotidiano e das nossas relações pessoais.

Que o Homem tem de envelhecer e por últi-

mo há-de um dia morrer, constitui uma das realidades

básicas da vida. Não ter com quem comunicar, o es-

tar desintegrado socialmente, não ver as pessoas, não

partilhar afectos são, entre outras, algumas das fontes

de desânimo que o isolamento social produz.

Os idosos podem apresentar alguma dificul-

dade em relacionar-se com as outras pessoas e com

o seu meio ambiente e este facto pode ser atribuído,

em parte, às alterações decorrentes do próprio pro-

cesso de envelhecimento e agravado por processos

como o sedentarismo e a depressão. Esta dificulda-

de de relacionamento, associada à inactividade pode

propiciar um aumento do isolamento social, entre os

mais velhos.

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DO

ISOLAMENTO NO IDOSO

São variadas as situações que podem levar

ao isolamento do idoso. Podemos encontrar causas

biológicas, de saúde, ambientais, económicas, de se-

gurança, etc.

Em alguns casos podemos encontrar uma

conjugação de diversos factores propiciadores o que

vem agravar a sua resolução, com vista à integração

da pessoa idosa no meio social que a rodeia.

Prevenção Sénior

3

Page 4: Revista "Prevenção Sénior"

As causas do isolamento social

do idoso são:

- a viuvez,

- a depressão,

- a reforma,

- a saída de casa dos filhos,

- a distância geográfica de fami-

liares,

- as doenças, nomeadamente as

incapacitantes que limitam a mobilida-

de,

- as alterações de equilíbrio, por

diminuição de sensibilidade postural,

- a perda de visão,

- o uso de medicamentos, como

tranquilizantes e sedativos,

- o medo das quedas e fracturas,

- a incontinência urinária,

- as estações do ano, em espe-

cial o Outono e o Inverno,

- as barreiras arquitectónicas,

- a insegurança,

- a perda de relações de vizi-

nhança,

- a perda de capacidade econó-

mica.

O isolamento social do idoso

acarreta consequências negativas para

o próprio, familiares e sociedade em

geral.

O desinteresse, desânimo e a

apatia consequentes, levam o idoso a

alimentar-se mal, a não cuidar da ima-

gem pessoal, a ter mais dificuldade na

auto-administração da sua medicação

e a sair menos do seu domicílio, au-

mentando a atrofia muscular, o agra-

vamento de patologias pré-existentes e

as dificuldades de locomoção. A falta

de contactos e relacionamentos sociais

aumenta o risco de depressão no idoso

sendo que, não diagnosticada e tratada,

pode apresentar consequências muito

nefastas para o indivíduo.

O suicídio é a expressão mais

grave do isolamento social. O Alentejo

é uma das zonas do país que apresenta

mais casos de suicídio em idosos, ex-

plicado pelo isolamento em que muitos

vivem, dada a desertificação das zonas

rurais e o abandono a que muitas pes-

soas são votadas. Nos homens com

idade superior a 75 anos e que vivem

sós, sem qualquer rectaguarda familiar

ou de vizinhança, o risco de suicídio

é mais elevado, obrigando a um olhar

mais atento por parte da comunidade,

fazendo uma leitura dos sinais dados

pelos próprios, evitando a sua consu-

mação e orientando o idoso na procura

de alternativas viáveis à resolução dos

problemas que estão na génese do seu

problema.

Esta deve ser vista como uma

obrigação da sociedade em geral e não

apenas das entidades competentes.

Sinalizar, alertar, dar visibilidade aos

casos mais graves de isolamento e de

risco social, deve ser uma responsabi-

lidade partilhada por todos na nossa

comunidade.

EVITAR O ISOLAMENTO

DO IDOSO

Os idosos devem manter um

relacionamento próximo e constante

com familiares e amigos, seja por con-

tactos pessoais, seja utilizando o tele-

fone e, mais recentemente, a internet.

Isto não implica que o idoso perca a

sua privacidade e individualidade ou

que passe a viver a vida dos seus filhos.

Pode e deve manter uma convivência

sã, respeitando o espaço dos outros e

desenvolvendo novas amizades, à me-

dida que as antigas vão desaparecendo.

Sair de casa, ter objectivos para

o dia-a-dia, frequentar instituições,

como centros de dia e convívio, univer-

sidade sénior, programas de ginástica

destinados a esta população, acções de

voluntariado, potenciam o desenvol-

vimento de novas relações, aumenta a

actividade física e mental, melhoram a

auto-estima e dão sentido à vida.

A velhice, período carac-

terizado por perdas, como do(a)

companheiro(a) de toda a vida, do em-

prego em consequência da reforma e

outras, não deve ser encarada como a

recta final mas antes como uma opor-

tunidade de recomeço e concretização

de projectos até então postos em se-

gundo plano.

UM PROJECTO INOVA-

DOR

O Governo Civil de Braga lan-

çou um projecto inovador com vista ao

Prevenção Sénior

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Page 5: Revista "Prevenção Sénior"

combate do isolamento no idoso.

Quatro mil idosos vão receber telemóveis dos

quais podem fazer chamadas gratuitamente, sempre

que precisarem de contactar um familiar, a segurança

social, os serviços de saúde ou a polícia.

A medida faz parte da iniciativa “Idade

Maior”, promovida pelo Governador Civil de Braga,

Fernando Moniz. “O objectivo é reduzir o isolamen-

to e a solidão que muitas vezes levam à exclusão so-

cial”, explica o governador.

A entrega dos telemóveis a maiores de 70

anos é só para aqueles que beneficiam do comple-

mento solidário para idosos (CSI) e que, assim, pas-

sam a estar contactáveis por um telemóvel aparente-

mente normal, mas que tem algumas particularidades.

Neste telemóvel, as teclas estão pré-programadas. O

número um liga para a família, o dois para os serviços

de saúde, o três para a segurança social, o quatro para

a PSP, o cinco para a GNR e o número seis para a

Protecção Civil.

________________

- Coutinho, M. (2002). A Velhice e o Isolamento. O Castanheiren-

se. Retirado de www.cm-castanheiradepera.pt em 17/01/2010.

- Farmácia Saúde (2002). Alzheimer: A doença do esquecimento.

Farmácia Saúde, 71, Lisboa, ANF.

- INE (2007). Estatísticas Demográficas, 2005. Lisboa, Instituto

Nacional de Estatística.

- Moura, L.; Passos, H. & Camargos, A. (2005). A Importância da

comunicação com os idosos institucionalizados: Relato de Experiência. 8º

Encontro de Extensão de UFMG. Belo Horizonte.

- Pereira, A. (2009). A Arte de Bem Envelhecer. Jornal do Centro

de Saúde. Retirado de www.jornaldocentrodesaude.pt/dgs, em 15/01/2010.

- Radio da Mata Fm (2009). Depressão no Idoso. Retirado de

www.dihitt.com.br, em 15/01/2010.

- Ramilo, M.T. (2009). Envelhecer sem Drama. Jornal do Centro

de Saúde. Retirado de www.jornaldocentrodesaude.pt, em 15/01/2010.

- Roncon, J. (2008). Variáveis Psicossociais na Capacidade Funcio-

nal e Qualidade de Vida de Pessoas Idosas. Dissertação de Mestrado, Braga,

Universidade do Minho.

- WHO (2000). Social Development and Ageing: Crisis or Op-

portunity? Genebra, WHO.

Se eu me Esquecer…

Tu lembras-me?

Teste os seus conhecimentos sobre Alzheimer

Assinale as respostas correctas:

1.Quaisossintomasqueaparecemnafaseinicialda

doençadeAlzheimer?

a. Alucinações visuais e auditivas;

b. Dificuldades em recordar acontecimentos recentes.

2.Quaisossintomasdafaseintermédiadadoença?

a. Desorientação no espaço;

b. Lapsos de memória significativos.

3.Comoidentificaradoençanumafaseavançada?

a. O idoso apresenta perda de iniciativa;

b. O idoso apresenta incapacidade para conhecer

amigos e familiares.

4.UmdoentedeAlzheimer,numafaseavançada,

tomabanhosozinho?

a. Sim

b. Não

5.Aincontinênciaémuitofrequenteemidososcom

Alzheimer,peranteestasituaçãoocuidadordeve:

a. Introduzir fralda;

b. Fazer com que o idoso vá à casa de banho de tanto

em tanto tempo.

IlustraçõesdosFormandos

Soluções: as respostas correctas são as B. Quantas mais respostas B assi-

nalou, maiores são os seus conhecimentos sobre a Doença de Alzheimer..

Prevenção Sénior

5

Page 6: Revista "Prevenção Sénior"

A importância da Matemática

na 3ª Idade

Em toda a história da humanidade o núme-

ro de idosos no planeta nunca foi tão grande. O

envelhecimento populacional, como consequência

do aumento da qualidade de vida, é um fenómeno

mundial, que tende a crescer ao longo dos próximos

cinquenta anos, levando a um aumento considerável

na presença da terceira idade no mercado de trabalho

(Sales 2002, Pérez et al. 2006). Os idosos poderão en-

contrar, no entanto, uma série de obstáculos para a

concretização de seus trabalhos, tanto de ordem tec-

nológica como sensorial. Tais obstáculos podem ser

trabalhados através da criação de um sistema de jo-

gos, composto de desafios lógicos e matemáticos, em

interacção homem/computador, gerando a inclusão

do idoso junto ao convívio digital e também social

(Sebben, 2006).

Vários estudos têm sido desenvolvidos na

tentativa de incluir a matemática de forma lúdica e

criativa, explorando o que já é sabido e o que pode ser

aprendido, sempre em confronto com as actividades

diárias. O desenvolvimento dos conteúdos tem sido

feito por meio da resolução de problemas, de jogos

e de quebra-cabeças. O trabalho com a Matemática

possibilita a continuidade no progresso do raciocínio

lógico matemático - uns dos muitos elementos essen-

ciais para a estruturação e manutenção da memória,

de forma coesa e organizada. Também possibilita que

o cidadão da terceira idade tenha acesso ao mundo do

conhecimento científico e tecnológico, ao reconstruir

e ao ampliar sua cultura matemática (Baraldi, 2004).

Ao longo das sessões de Matemática para a

Vida, enquanto formandas, tivemos a oportunidade

de aprender a experimentar vários jogos, e com en-

tusiasmo, comprovamos toda a teoria acerca da rela-

ção benéfica entre a matemática, os jogos e a terceira

idade.

Um dos jogos mais populares, entre nós, é o

“Jogo do 24”. Na sua versão mais simples são dados

quatro números inteiros de um a nove. A tarefa con-

Prevenção Sénior

6

Page 7: Revista "Prevenção Sénior"

siste em formar uma expressão matemática, com valor 24, usando os quatro nú-

meros dados uma só vez e qualquer conjunto de operações: soma (+), subtracção

(-), multiplicação (×) e divisão (÷).

Por exemplo, dados os números 4, 7, 8 e 8, são possíveis várias expressões

com resultado 24:

• 7 - (8 : 8) x 4 = 24

• 4 – (8 – 7) x 8=24

Deixamos, aqui, oito cartas para que possa exercitar a mente. Poderá

ainda jogar online visitando o site

http://www.sc.didaxis.pt/nm/

Jogo_do_24.htm

Outro jogo bastante divul-

gado, com vários benefícios ao ní-

vel da concentração e memória, é o

Sudoku. O Sudoku é jogado numa

grelha de 9x9 quadrados, dividida

em sub-grelhas de 3x3 quadrados,

chamada “quadrantes”. O objectivo do Sudoku é preencher os quadrados vazios

com números entre 1 e 9 (apenas um numero em cada quadrado). No entanto,

cada número só pode aparecer uma vez em cada linha (horizontal) e em cada co-

luna (vertical). Consequentemente, apenas aparecerá uma vez em cada quadrante.

Fica abaixo o exemplo de um jogo preenchido por nós, nas sessões de formação,

e outro para que possa exercitar. Boa Sorte!

7 8 9 6 3 5 4 1 2

4 1 6 9 2 8 7 3 5

2 3 5 4 1 7 9 6 8

1 7 3 5 6 4 2 8 9

6 5 4 2 8 9 1 7 3

9 2 8 3 7 1 6 5 4

5 4 7 1 9 3 8 2 6

3 6 1 8 4 2 5 9 7

8 9 2 7 5 6 3 4 1

3 4 8 9 5

8 5 7 2 1

1 4 9 6

6 1 9 2

3 4 6 7 8

7 8 3 6 5

3 9 4 8

4 2 6 9

7 3 5 4

___________________

Baraldi, Maria Ivete (2004) Oficinas Matemáticas: Uma experiência com a Terceira idade. Universidade do

Sagrado Coração – USC – Bauru

Pérez, Elisenda Rentería; Wajnman, Simone; Oliveira, Ana Maria H. Camilo de. (2001). Análise dos deter-

minantes da participação no mercado de trabalho dos idosos em São Paulo. Caxambu – MG

Sales, Márcia Barros de. (2002). Desenvolvimento de um checklist para a avaliação de acessibilidade da

web para usuários idosos. Dissertação de Mestrado - UFSC, Florianópolis.

Sebben, Naiara , Guedes, Aníbal Lopes, Stahlhöfer, Marizete Marciane, Guedes, Fernanda Lopes (2006).

Desenvolvendo Jogos para a Terceira Idade. Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). SC – Brasil

Prevenção Sénior

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Page 8: Revista "Prevenção Sénior"

Cuidar o idoso com Alzheimer

O Cuidador deve...

IlustraçõesdosFormandos

Prevenção Sénior

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Page 9: Revista "Prevenção Sénior"

CUIDAR O CUIDADOR DO IDOSO COM ALZHEIMER O cuidador deve…

Cuidador Descansado… Idoso bem Tratado!

Saber programar a sua vida. Ter tempo livro para fazer exercício físico e outras actividades.

Em caso de cansaço pedir ajuda a familiares ou profissionais.

Ter o direito de manter o mínimo de contacto social com os seus familiares e/ou amigos.

O Tesouro do Cuidador é o seu tempo livre!

Cuidar o cuidador do idoso com

Alzheimer

O Cuidador deve...

Introdução

O grupo de formandos do curso EFA – B3 de Agente em Geriatria, cons-

tituído por 15 elementos, elaborou, no âmbito da temática “Prevenção Sénior”,

um Inquérito por questionário que foi passado a 150 seniores da Vila de Alvarães

e arredores. A amostra foi constituída por 68 pessoas do sexo masculino e 82 do

sexo feminino, com idade superior a 65 anos.

O inquérito pretendia recolher informações sobre a segurança na terceira

idade, os seus hábitos ao nível da saúde, das relações sociais estabelecidas, das

principais ocupações e maiores receios desta faixa etária.

Caracterização da amostra

Após a elaboração do inquérito, com recurso a várias Áreas de Competên-

cia, cada formando inquiriu 10 seniores, constituindo-se, assim, uma amostra de

150 elementos. Posteriormente, os dados foram analisados e retiradas as devidas

conclusões. Assim, de acordo com o gráfico, a amostra é composta por 45% de

elementos do sexo masculino e 55% do sexo feminino.

No que respeita ao estado civil, é possível observar que a maioria dos

inquiridos é casado, apesar de haver uma grande diferença entre os elementos do

sexo masculino (80,9%) e os do sexo feminino (58,5%).

Inquérito “Prevenção Sénior”

IlustraçõesdosFormandos

Prevenção Sénior

9

Page 10: Revista "Prevenção Sénior"

0

10

20

30

40

50

60

Casado União de facto Viúvo Solteiro Divorciado

Homens

Mulheres

De acordo com o gráfico, há mais viúvas (32,9%) do que viúvos (17,6%),

em conformidade com as estatísticas nacionais. Os números mais recentes do Ins-

tituto Nacional de Estatística sobre mortalidade mostram que em Portugal a es-

perança de vida das mulheres é superior à dos homens. Actualmente, um homem

pode esperar viver 73,7 anos e uma mulher 80,6. (Fonte - Associação Nacional das

Farmácias - http://www.anf.pt)

Relativamente à Escolaridade, os indivíduos que constituem a amostra

apresentam um grau de escolarização muito baixo. A grande maioria (80,9%) pos-

sui o 1º ciclo. Nas pessoas sem escolaridade, verifica-se uma grande diferença

entre mulheres e homens, sendo as mulheres as que apresentam uma maior taxa

de analfabetismo (31,7%) em comparação com os homens (8,8%). Este facto

poderia ser explicado pela pouca importância que, à data, era atribuída à escolari-

zação das mulheres.

Como a amostra é composta por seniores (pessoas com idade superior

a 65 anos) foi possível observar que, acerca da actividade profissional, a grande

maioria da amostra referiu estar reformado (94,7%).

Relativamente aos rendimentos auferidos pretendia-se perceber se as pes-

soas consideravam que estes são suficientes para as suas necessidades. A maioria

dos homens (66,2%) considerou que são suficientes. Em contrapartida, a maior

parte das mulheres (48,8%) considerou que não. Esta diferença pode ser explicada

pela diferença de escolarização e da situação profissional anterior à reforma que

coloca as mulheres numa situação menos favorável, recebendo reformas mínimas

por terem tido pequenos períodos de descontos.

No que concerne à análise dos apoios que esta população poderá usufruir,

mais especificamente o Apoio Domiciliário, é possível observar que a maioria

dos inquiridos não necessitam de um apoio extra, visto que 91,2% dos homens

e 79,3% das mulheres responderam “não” quando interrogados a esse respeito.

Dos elementos que responderam afirmativamente à questão anterior

foi possível observar que o tipo de serviços que mais recebem é a alimentação

(100%), seguido da higiene habitacional (83,3%).

Relações Sociais

Cientes que a solidão é um sentimento que afecta o ser humano provo-

cando uma profunda sensação de vazio e isolamento, procurou-se inquirir a nossa

amostra sobre esse aspecto. Relativamente ao facto de sentirem ou não solidão, a

maioria dos homens (69,1%) e das mulheres (50,0%) considerou que não se sente

só. No entanto, para aqueles que responderam “Sim” são as mulheres as mais

afectadas por este sentimento (46,3%) em comparação com 27,9% dos homens.

Estes dados vêm, de alguma forma, reforçar a ideia de que são as mulheres as que

enviúvam mais cedo.

A solidão é encarada como problema social, pelo que a sociedade deve

criar mecanismos para não isolar este grupo etário. Segundo um estudo publicado

em 2009 no “Journal of Health and Social Behavior”, os idosos que não têm rela-

ções familiares ou de amizade, ou que se sentem sozinhos apesar de terem outros

por perto, tendem a ter uma pior saúde física e mental.

No sentido de combater o isolamento e a solidão a sociedade criou alguns

mecanismos, nomeadamente, Centros de dia ou de convívio. Assim, questiona-

ram-se os idosos acerca dos programas que costumam frequentar. A maioria das

pessoas que respondeu a este estudo afirma não frequentar qualquer tipo de pro-

gramas de animação ou convívio (74,0%). Dos 150 inquiridos, apenas cerca de

11% frequenta algum programa e 14,7% da amostra não respondeu.

Outra forma de combater o isolamento e a solidão é, sem dúvida, a ma-

nutenção de uma ocupação. Com o objectivo de validar, ou não, esta afirmação,

questionaram-se os participantes e a grande maioria (homens e mulheres) respon-

deu afirmativamente (88,7%).

De igual modo, tentou-se perceber quais as estratégias utilizadas para se

sentirem ocupados. Os resultados figuram na tabela seguinte:

Ocupação dos tempos livres % Total (homens e mulheres)

Sai de casa 74,0

Telefona a filhos/familiares 64,7

Convive com amigos 60,7

Procura companhia 44,7

Excursões/turismo sénior 30,0

Desporto em grupo 5,3

Jogos tradicionais 3,3

Outros 8,7

Tabela 1 – Estratégias de ocupação de tempos livres (%)

Procurou-se, ainda, conhecer o tipo de receios que as pessoas desta faixa

etária possuem.

O gráfico abaixo é elucidativo dos receios mais sentidos.

0

10

20

30

40

50

60

Abandono da família

Solidão Doença Morte Falta de dinheiro

Viver num lar

Assaltos Burlas

Homens

Mulheres

Gráfico 2 – Preocupações sentidas pelos indivíduos da amostra

Gráfico 1 – Estado civil da amostra

Prevenção Sénior

10

Page 11: Revista "Prevenção Sénior"

Importa salientar que o receio menos acentuado é o de abandono pela

família (27,3%).

Segurança

No que concerne à Segurança, foram equacionadas algumas situações que

se encontram mencionadas na tabela seguinte:

Percentagem total (homens e mulheres)

Sim Não NR

Vitimas de burla 10,0 76,0 14,0

Conhecimento de algumas vítimas de burla 36,0 58,7 5,3

Vitima de assalto 16,7 80,0 3,3

Assistiu a sessões de esclarecimento 12,0 84,7 3,3

Abre a porta/fala com estranhos 7,3 90,3 2,0

Desabafa sobre a vida pessoal com estranhos 18,0 77,3 4,7

Vai ao multibanco sozinho 34,7 61,3 4,0

Compra porta-a-porta 8,7 87,3 4,0

Informa desconhecidos de que vive só 4,0 80,3 15,3

Tabela 2 - Conhecimento das regras de segurança

Pela análise da tabela verificou-se que a maioria das pessoas estava re-

lativamente bem informada sobre questões de segurança, nomeadamente, não

costumam abrir a porta a estranhos (90,3%), não costumam comprar objectos a

pessoas que andam de porta em porta (87,3%) e não informam desconhecidos de

que vivem sós (80,3%). No entanto, a maioria da nossa amostra refere que nunca

frequentou uma sessão de esclarecimento sobre questões de segurança (84,7%).

Sublinhe-se que apesar da maioria (76%) não ter sido vítima de burla, 58,7% da

amostra admitiu conhecer alguém que já vivenciou essa experiência.

Saúde

Pretendia-se, ainda, conhecer os principais hábitos de promoção da saúde

desta população. Nesse sentido, após ser interrogada, a maioria da nossa amostra

revela não se sentir com saúde (66,7%). Apenas 30% dos inquiridos referiram

estar de plena saúde.

Relativamente aos comportamentos que demonstram preocupação com a

promoção da sáude, obtivemos os seguintes resultados:

Sim Não NR

Tem a vacinação em dia 93,3 5,3 1,4

Vai regularmente ao médico 94,0 5,3 0,7

Vigia a tensão arterial 90,7 8,6 0,7

Controla o colesterol 94,0 5,3 0,7

Tem dieta rica em frutos e vegetais 77,3 21,3 1,4

Fuma 8,0 88,0 4,0

Pratica diariamente exercício físico 35,3 63,3 1,4

Tabela 3 – Cuidados para manutenção da saúde (%)

De acordo com a tabela, 93,3% da amostra preocupa-se em ter a vacinação

em dia, 94% vai com regularidade ao médico e faz exames periódicos, 90,7% veri-

fica periodicamente a sua tensão e 88% refere não ter hábitos tabágicos. Apesar da

nossa qualidade de vida propiciar o sedentarismo e os níveis de colesterol terem

aumentado significativamente, a nossa amostra referiu que costuma controlar o

colesterol (94%).

Apesar destes dados estarem todos acima dos 90%, ainda se regista algum

descuido relativamente à alimentação, uma vez que 21,3% afirma que não tem

uma dieta rica em frutos e vegetais. Do mesmo modo a maioria da amostra referiu

que também não pratica desporto com regularidade (63,3%).

Conclusões

Este estudo de carácter descritivo e qualitativo não teve a finalidade

de generalizar os dados para a população sénior da zona de Alvarães e ar-

redores. No entanto, é possível tirar algumas conclusões que pensamos ser

importantes:

• as mulheres têm esperança média de vida superior, dado confirmado

pelo índice de viuvez superior neste grupo;

• o tratamento dos dados confirma a baixa escolarização dos indivíduos

inquiridos, surgindo um registo superior de analfabetismo nas mulheres;

• em contraponto com a opinião registada pelos homens, as mulheres con-

sideram que os rendimentos auferidos não são suficientes para a satisfa-

ção das necessidades;

• por outro lado, os dois grupos partilham a opinião de que não necessi-

tam de apoios extra, constatando-se que os que responderam afirmativa-

mente se referem à alimentação e higiene habitacional;

• pese embora os inquiridos considerarem que não se sentem sós, é pos-

sível verificar que as mulheres se sentem mais afectadas pela solidão do

que os homens;

• a maioria dos idosos revela conhecer e cumprir as mais elementares nor-

mas de segurança para esta faixa etária, no entanto, nunca frequentaram

uma sessão de esclarecimento nesse sentido;

• a investigação revela que os idosos com menor apoio social sofrem mais

consequências ao nível da saúde;

• a sociedade, ao longo dos tempos, tem desenvolvido mecanismos para

combater o isolamento dos idosos. No entanto, a maioria dos inquiridos

referiu não usufruir de centros de saúde ou de convívio. Por outro lado,

todos mantêm ocupações que envolvem o relacionamento interpessoal.

Prevenção Sénior

11

Page 12: Revista "Prevenção Sénior"

Elderly home

Idoso é uma palavra usada para descrever uma pessoa cuja idade é

mais avançada. Eles devem ser respeitados e muito bem tratados, uma vez

que eles merecem tudo, nós sabemos que eles são adultos mas, às vezes, agem

como se fossem crianças, dizendo o que pensam, sem pesar as consequências

das suas palavras. Normalmente, são mais teimosos do que as crianças, no

entanto, não devemos tratá-los como tal.

A casa de um idoso deve ser adequada para a sua idade, as pessoas

devem ser cautelosas e não deixar objectos espalhados, tapetes e carpetes de-

vem ser removidos, mesmo que eles não gostem da ideia. Os idosos devem

compreender que isto é para o seu bem. Devem também tomar consciência

que não podem usufruir de alguns luxos que tinham quando eram jovens. Por

conseguinte, deve-se remover as peças de mobília pequena por uma adequada

à idade deles.

Na casa-de-banho, deve ser colocado um suporte de forma a facilitar

as tarefas bem como o acesso e a utilização da banheira e da sanita. Também

deve ter uma boa iluminação e o chão deve ser anti-derrapante. Não se deve

ter o esquentador nem os medicamentos no seu interior. Esta divisão necessita

de uma boa ventilação e o sistema eléctrico deve estar em boas condições; os

idosos devem deixar a porta destrancada e utilizar o secador fora da casa-de-

banho.

Além disso, não devemos esquecer que o chão encerado pode causar

quedas dolorosas e debilitantes que podem ser permanentes e até mortais

Na cozinha, devemos certificar-nos que tudo o que idoso utiliza regu-

larmente está acessível facilmente. Devemos ter atenção e verificar se o frigo-

rífico não tem comida fora de prazo. O fogão a gás deve ser mudado para um

eléctrico, porque o idoso tem o olfacto diminuído, por isso uma fuga de gás

pode ser letal. Na cozinha, os tapetes devem ser removidos, bem como fios

espalhados e as cadeias desarrumadas.

O gás deve ser fechado, as facas colocadas num local seguro, os me-

dicamentos não devem ser deixados na cozinha, o chão deve estar seco, tudo

deve ter uma boa iluminação, as gavetas e os objectos devem estar fechados.

No âmbito do tema de vida “Prevenção Sénior”, realizámos, em Lin-

guagem e Comunicação Estrangeira, um texto em inglês sobre os cuidados

que se deve ter numa casa para prevenir possíveis quedas.

LCEElderly is a word used to describe a person who is old in age. They

should be respected and very well treated, since they deserve everything, we

know that they are adults but sometimes they act as if they were children, they

say whatever they think without weighing the consequence of their words.

Normally they are more stubborn than children; however we ought not treat

them as that.

The home of an elderly person should be suitable for their age, people

ought to be cautious of not letting tripping hazard throughout the house,

rugs and carpets should be removed even if they do not like the idea. They

should understand that this is for their well-being. An Elderly has to be made

aware that they cannot enjoy some luxuries which they had when were young.

Therefore they should replace low standing furniture with suitable furniture

for they age.

In the bathroom a support should be put in order to facilitate the tasks

as the access and the utilization of bathtub and loo. It also should have a good

lightning and the floor should also be anti-slippery. One shouldn’t have the

gas heater inside nor the medicines. The bathroom needs a good ventilation,

the electric system has to be in good conditions, elderly people must leave the

door unlock and use the hair-dryer outside the bathroom.

Furthermore, we should not neglect that the waxed floor can cause

painful and debilitating falls which might be permanent and deadly.

In the kitchen we should make sure everything that the elderly person

uses on a regular basis are within easy reach. One should have attention and

check the refrigerator for out dated foods. The gas stove should be changed

to an electric stove, because elderly people have a diminished smell, therefore

the gas leak may be lethal. In the kitchen, remove the rugs from the floor,

scattered cables, displaced chairs.

The gas should be closed, the knives put in safe place, the medicines

should not be left in the kitchen, the floor has to be dry, everything should

have a good lighting, the drawers and the objects have to be closed.

Língua Estrangeira Língua Portuguesa

Linguagem e Comunicação Estrangeira

Prevenção Sénior

12

Page 13: Revista "Prevenção Sénior"

Parece muito longínquo o tempo em que os

avós tomavam conta dos netos quando os pais ti-

nham um trabalho fora de casa, que os obrigava a

estar ausentes. No entanto, hoje, a sociedade entrega

essa tarefa do “cuidar” dos mais novos a instituições.

E os mais velhos? O que acontece?!

Mais do que terem perdido o estatuto que os

sentava à cabeceira da mesa durante a refeição que

costumava reunir toda a família, passaram de cuida-

dores a cuidados.

É do conhecimento de todos que o aumento

da população é uma realidade, assim como a inver-

são da nossa pirâmide etária. Os avanços da ciência

curam mais e mais depressa as doenças, aumentando

a esperança de vida. Passamos, então, a ver o envelhe-

cimento como algo natural, um processo contínuo que

acompanha o indivíduo durante toda a sua vida. No entanto,

é nesta fase da vida que surgem associadas situações

de dependência, que colocam os idosos desprotegi-

dos face a uma família que não tem possibilidade de

cuidar dos seus ancestrais.

Se é verdade que os mecanismos sociais para

este “problema” são vários, também é verdade que

a maior parte deles não consegue dar a resposta ade-

quada à totalidade dos casos, por falta de recursos

humanos profissionalizados e devidamente enqua-

drados. A resposta social não pode ser apenas um

equipamento. É fundamental que nessa estrutura im-

pere uma actuação humanizada, personalizada e que

tenha em conta as necessidades reais e específicas

da cada situação, tendo sempre como preocupação

os residentes, que são o centro de toda a actuação,

e o meio familiar e social donde cada um provém,

pois sendo parte das suas vivências deve continuar a

ser particularmente considerado no apoio às pessoas

idosas de acordo com os seus desejos e interesses.

São várias as respostas sociais existentes e

que podemos enumerar de forma sucinta: Centro de

Convívio, trata-se de um equipamento de apoio a acti-

vidades sócio – recreativas e culturais, organizadas e

dinamizadas pelos idosos de uma pequena comuni-

dade.; Centro de Dia que consiste na prestação de um

conjunto de serviços que contribuem para a manu-

tenção dos idosos no seu meio sócio – familiar; Centro

de Noite, ainda pouco divulgado e mais procurado nas

grandes cidades, dirige-se a idosos com autonomia

que desenvolvem as suas actividades diárias no do-

micílio, mas que durante a noite, por motivo de isola-

mento, necessitam e procuram suporte; SAD – Serviço

de Apoio Domiciliário e ADI – Apoio Domiciliário Integra-

do, que são cuidados personalizados no domicílio. O

SAD é procurado quando por motivo de doença ou

outro impedimento não possam assegurar as suas ne-

cessidades básicas. O ADI trata-se de um conjunto

A “Nossa” Sociedade – Respostas

Sociais para a Terceira Idade

Prevenção Sénior

13

Page 14: Revista "Prevenção Sénior"

“A Organização mundial de Saúde propôs a seguinte meta “Saúde para todos

no ano 2000”, mas afinal não é bem assim. Para termos saúde para todos temos que ter

políticas saudáveis com a criação de ambientes favoráveis à saúde para haver qualidade

de vida, …, para que a saúde chegue a toda a gente e não favoreça só alguns.” (Maria da

Conceição Ferreira)

“Para ter qualidade de vida devemos estar mais informados de tudo o que nos

rodeia: ter uma vida equilibrada e organizada, ter hábitos alimentares mais correctos, ir ao

médico com regularidade, ter uma vida activa, praticando exercício físico, por exemplo,

em sociedade, partilhar com a família ou amigos os problemas.” (Paula Branco)

“Para muitas pessoas, ter saúde é ter uma boa casa, um trabalho, um carro, etc.

Mas a doença também existe e isso depende muitas vezes da vida que cada um de nós

leva. Assim devemos investir mais na prevenção do que depois na cura.” (Maria Lúcia

Baptista)

“Para ter um envelhecimento saudável é preciso….estar informado acerca do pro-

cesso de envelhecimento, quer o idoso, a sua família e quem cuida também.” (Sandra

Lima).

Aos idosos, deve-se esclarecer que pode haver um envelhecimento saudável. Sem-

pre que possam, devem fazer alguns passeios, frequentar locais públicos, jardins zooló-

gicos, bibliotecas, teatro, passear na praça para não estarem em casa isolados.” (Lurdes

Carvalho)

O nível de saúde de uma população depende

da acção de diversos sectores que actuam na socieda-

de, sendo que o sector da saúde é apenas um deles.

As actividades ligadas à promoção da saúde

dos idosos devem ser realizadas junto dos mesmos e

da sociedade como um todo, no sentido de assegurar

adequados cuidados de higiene corporal, uma alimen-

tação e nutrição saudáveis, a prevenção ou controlo

de hábitos tóxicos, a prevenção de acidentes, uma

satisfatória adaptação domiciliária, a vigilância de

doenças transmissíveis, o controlo e a prevenção de

doenças crónico-degenerativas e por fim, o controlo

da medicação em doentes crónicos.

Os trechos que seguem espelham parte das

conclusões redigidas por nós, formandos, após ter-

mos abordado e desenvolvido várias actividades no

âmbito da promoção da saúde no idoso.

Não esqueça: um envelhecimento saudável

começa no presente para promover a tranquilidade

no futuro!

Promover a saúde do idoso

de cuidados pluridisciplinares, flexíveis, acessíveis

e articulados de apoio social e saúde; Lar de Ido-

sos, será a resposta social mais procurada depois

do SAD. Trata-se de um estabelecimento onde são

desenvolvidas as actividades de apoio social a ido-

sos através do alojamento colectivo, fornecimento

de alimentação, cuidados de saúde, higiene e con-

forto, fomentando o convívio e proporcionando

a animação social e a ocupação dos tempos livres

dos idosos. O Lar Residencial é uma resposta social

com pouca utilização no nosso país e pouco divul-

gada. Trata-se de um equipamento constituído por

um conjunto de apartamentos com serviços de uti-

lização comum para idosos com autonomia total

ou parcial. Na maior parte das vezes estes serviços

estão associados a Centros Paroquiais, Irmandades

das Misericórdias e outras associações.

Estas as respostas sociais de apoio à ter-

ceira idade são apoiadas pelo Centro Regional da

Segurança Social, através de protocolos de coope-

ração que estabelece com as instituições públicas

ou privadas.

Importa referir que, do ponto de vista téc-

nico, o que se pretende não é desenraizar as pes-

soas do seu ambiente, mas circunstâncias diversas

levam a que por vezes a institucionalização tenha

de ser equacionada, ainda que em última linha. O

que não pode, de forma alguma, acontecer é a des-

responsabilização social por parte dos familiares

em relação ao cidadão idoso. Compete à família vi-

sitar o idoso, proporcionar-lhe momentos de lazer

e saber, de forma simples, explicar-lhe as razões

pelas quais não fica aos seus cuidados de forma

sistemática.

TrabalhorealizadonoâmbitodomóduloVelhice : Ciclo Vital e

Aspectos Sociais

Prevenção Sénior

14

Page 15: Revista "Prevenção Sénior"

Este trabalho foi realizado no contexto do módulo de Pri-

meiros Socorros, tendo como principal objectivo a divulgação da

correcta actuação numa situação de engasgamento e chamada 112.

“Todas as pessoas deveriam fazer exames médicos para vigiar a

sua saúde, de acordo com a sua idade.” (Maria Fernanda Cunha)

“É nessas visitas médicas dos idosos que são detectadas doen-

ças….como a Diabetes, Hipertensão arterial, alterações cognitivas, per-

da de visão e audição, ou apenas factores de risco que o idoso pode

ainda evitar.” (Amândio Meira)

“Os idosos devem ser seguidos por alguém para avaliar se têm

todo o conforto e se precisam de algo...Os familiares devem apoiar os

idosos quando perdem o seu par” (Engrácia Dias)

“Mas também há factores de risco no idoso que devem ser ava-

liados tais como: o abuso de álcool, tabagismo, vida sedentária e polime-

dicação.” (Maria de Fátima Gonçalves)

“Grande parte dos idosos têm problemas de saúde mais graves

porque quando foram jovens não tiveram cuidado com a alimentação:

consumiam mais açúcar, gorduras, salgados,…, e hoje em dia sofrem de

doenças cardiovasculares, Diabetes, obesidade…” (Isabel Sousa)

“Importa reduzir o consumo de sal, enlatados, salgados. Substi-

tuir as gorduras animais por gorduras vegetais. Diminuir a ingestão de

açucares e aumentar a ingestão de fibras” (Ângela Maria Barbosa)

“As vacinas são muito importantes…Os idosos devem actualizar

a vacina anti-tetâncica que se faz de dez em dez anos.” (Teresa Ribeiro)

“ A gripe pode ser contraída quando há grande aglomeração de

pessoas. A melhor prevenção é a vacinação mas pode ser prevenida se ti-

vermos alguns cuidados de higiene como: tapar o nariz e a boca quando

tossir ou espirrar, …, lavar frequentemente as mãos com água e sabão e

sempre que se assoar.” (Maria Jesus Azevedo)

“Controlar a medicação é muito importante: ter em atenção

onde se guardam os medicamentos, avaliar se a pessoa é capaz de os

tomar sozinha, se está a tomar os medicamentos conforme a prescrição

médica…” (Virgínia Sá)

“A prevenção de problemas e a promoção da saúde na pessoa

idosa deve ser um dos principais objectivos da sociedade actual pois só

assim se contribui para uma melhor sociedade.” (Arlinda Montenegro)

Algoritmo de actuação

em situação de

emergência

Prevenção Sénior

15

Page 16: Revista "Prevenção Sénior"

Com a aposentação

Projecte a sua vida

Procure ocupações saudáveis

Pra se sentir activa.

Se fizerem o que esta revista diz

Verão que têm a ganhar

Viver com mais saúde

E alegria para dar.

O viver é sonhar para tudo ultrapassar

Esperamos que esta revista tenha correspon-

dido às suas necessidades e expectativas e seja útil e

esclarecedora no futuro. Esperamos, ainda, que dela

retire muitos “ensinamentos” e pense especialmente

na PREVENÇÃO.

Para nós foi um privilégio ter realizado este

trabalho, desenvolver o tema de vida e verificar que

adquirimos imensas competências.

OsformandosdoCursoEFA“AgenteemGeriatria”

“ “

Revista elaborada pelos formandos do Curso EFA B3 “Agente em Geriatria”, promovido pela PSICO-

VIANA Lda, e a decorrer no Centro Social e Paroquial e na Junta de Freguesia da Vila de Alvarães, Viana do

Castelo, no âmbito do Tema de Vida “Prevenção Sénior”.

FORMANDOS: Amândio Meira, Ângela Barbosa, Engrácia Dias, Maria Arlinda Ramos, Maria da Con-

ceição Ferreira, Maria de Fátima Gonçalves, Isabel Sousa, Maria de Jesus Azevedo, Maria Fernanda Cunha, Ma-

ria Lúcia Baptista, Maria Lurdes Carvalho, Maria Teresa Ribeiro, Maria Virgínia Sá, Paula Branco e Sandra Lima.