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Edicao 218 - Outubro 2011

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Page 1: Revista Estados & Municipios
Page 2: Revista Estados & Municipios

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Em 2011, houve diminuição de 24% dos casos notifi cados de dengue, 40% de redução em casos graves e 25% de redução de óbitos em relação ao mesmo período no ano de 2010. E você é parte importante na conquista deste resultado.

O seu trabalho é fundamental para diminuir cada vez mais os casos de dengue.

Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção. Essa atividade é essencial para evitar a ocorrência de mortes por dengue. Também reforce as atividades de vigilância, promovendo a capacitação dos agentes de saúde de maneira que seu município tenha um trabalho de vistoria dos domicílios e dos prédios públicos com qualidade. É fundamental seu papel de liderança junto às organizações sociais e órgãos públicos responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo.

O número de casos de dengue diminuiu, e você, Gestor, faz parte dessa conquista.

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Em 2011, houve diminuição de 24% dos casos notifi cados de dengue, 40% de redução em casos graves e 25% de redução de óbitos em relação ao mesmo período no ano de 2010. E você é parte importante na conquista deste resultado.

O seu trabalho é fundamental para diminuir cada vez mais os casos de dengue.

Reorganize a assistência à saúde nos diversos níveis de atenção. Essa atividade é essencial para evitar a ocorrência de mortes por dengue. Também reforce as atividades de vigilância, promovendo a capacitação dos agentes de saúde de maneira que seu município tenha um trabalho de vistoria dos domicílios e dos prédios públicos com qualidade. É fundamental seu papel de liderança junto às organizações sociais e órgãos públicos responsáveis pelos serviços de coleta e tratamento de lixo.

O número de casos de dengue diminuiu, e você, Gestor, faz parte dessa conquista.

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Editorial ExpedienteEditorial

Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e presidente nacional do Partido Social Democrático (PSD,) está fazendo história na política nacional. Seu recém-criado partido já tem mais de 150 mil filiados e o status de terceira maior bancada da Câmara, com 55 deputados. O vigor do 28° partido brasileiro revela sua musculatura também na política regional. O PSD conta com dois governadores e seis vice-governadores, e centenas de deputados estaduais e vereadores. Conquistar a prefeitura de São Paulo, a mais cobiçada da América do Sul, é a principal aposta do partido para consolidar o nome da legenda no cenário político brasileiro. Mais do que uma sigla independente, o PSD quer ser um partido moderno e assumir a responsabilidade de reconduzir as grandes questões nacionais para o centro do debate político. E seu primeiro desafio já foi lançado: a instalação de uma Assembleia Constituinte Exclusiva para realizar as reformas necessárias para a modernização do Brasil. Na definição de Gilberto Kassab, o PSD é um partido de centro, republicano, que veio para ficar ao lado dos consumidores e dos contribuintes, e para conciliar os ideais sociais-liberais e socialistas. “Queremos um Estado forte, mas que garanta os direitos individuais da sociedade”.

o editor

Editor GeralGuilherme Gomes - SJP-DF 1457

FinanceiroAntônio Carlos de Oliveira Gomes

JurídicoEdson Pereira Neves

Diretora ComercialCarla Alessandra dos Santos Ferreira

AtendimentoTayana Duarte

ColaboradoresGerson Gonçalves de Matos / Maurício Cardoso

Rangel Cavalcante / Renato Riella

DiagramaçãoAndré Augusto de Oliveira Dias

Agências de NotíciasBrasil, Senado, Câmara, Petrobras

REPRESENTANTES COMERCIAISRegião Norte

Meio & Mídia Comunicação Ltdae-mail: [email protected]

[email protected] / (11) 3964-0963

Rio de Janeiro - Cortez, Consultoria, Assessoria e Representaçõ[email protected]

Tel.: (21) 2487-4128 / 8197-6313 / 9478-9991

Bahia - Itamar [email protected]

Tel.: (71) 2105-7900 / 3115-5402 / 9974-0449

Minas Gerais - Rodrigo AmaralTel.: (31) 8841-1515

Nacional e InternacionalBento Neto Corrêa Lima / [email protected]

São Paulo - Eduardo [email protected]

Tel.: (16) 9741-8595

Fotos CapaAgência Estado

FotosRicardo Stuckert / César Marques/ EBC/ABr

Tiragem36 mil exemplares

Endereço ComercialSRTVS - Q. 701 - Bl. O - Ed. Centro

MultiEmpresarial - Sala 457 - CEP:70340-000 Brasília/DF - PABX: (61) 3034-8677

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As colunas e matérias assinadas não serão remuneradas e o texto é de livre

responsabilidade de seus autores

a noVa Força PolÍtica

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Estados & Municípios - Outubro 2011 5

D ES TAQUESDESTAQUES

O Partido Social Democrático (PSD), com pouco mais de um mês de vida, ultrapassa os 150 mil filiados e já é uma força política no país. Fundado pelo prefeito Gilberto Kassab, o partido tem a segunda maior bancada na Câmara Municipal de São Paulo e a terceira na Câmara dos Deputados. Tem dois go-vernadores (Omar Aziz, do Amazonas, e Raimundo Colombo, de Santa Cata-rina) e dois senadores (Kátia Abreu, Tocantins, e Sérgio Petecão, Acre). Apesar de sua força política, Kassab não tem nenhuma expectativa de que o PSD ganhe espaço na eventual reforma ministerial esperada para 2012. Ele reitera que o PSD é independente, mas apoiará o governo federal em propostas ou projetos que estejam de acordo com as diretrizes da nova legenda.

Pernambuco vai ser a sede da mais moderna unidade de refino de petróleo do país. Com a Refinaria Abreu e Lima, o Bra-sil será auto-suficiente em diesel e não precisará mais importar o produto, garante o diretor presi-dente Marcelino Guedes.

Ministro Alexandre Padilha, anuncia que a partir de dezem-bro, o Departamento Nacional de Auditoria do SUS vai iniciar rigoros o programa de fiscalização e audito-ria das drogarias do Programa Far-mácia Popular do Brasil. O objetivo é evitar fraudes e irregularidades.

Prefeitos, secretários muni-cipais e representantes do Go-verno Federal se reuniram em Foz do Iguaçu (PR) onde discu-tiram a melhoria da qualidade da gestão pública. O encontro foi promovido pela Frente Na-cional de Prefeitos (FNP).

A partir do próximo ano, o Banco do Brasil substituirá a Cai-xa Econômica Federal na gestão dos novos contratos do Programa Minha Casa, Minha Vida. A mu-dança ocorre porque a Caixa está sobrecarregada e tem difi-culdades para cumprir prazos.

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CAPA

MUNICIPALISMO

ENERGIA

SAÚDE

ADMINISTRAÇÃO

26 608272

Renato Riella Pedro Abelha

Oswaldo Teodoro Born

26DILMA BEM AVALIADA

Rangel Cavalcante

Casos & CausosSEM FUNDOS

Mídia

Artigo

Banda larGa Barata

inovar é FaZer o óBvio

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6 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Menos de um mês depois de ter obtido seu regis-tro nacional, o Partido

Social Democrático (PSD) já tem quase 150 mil filiados. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o partido foi a segunda agremiação com o maior número de novas fi-liações. Os dados do TSE mostram que existem 15.381.121 eleitores filiados às 29 agremiações políti-cas registradas no Brasil

O estado de São Paulo lidera o ranking, com 18.237 filiados, seguido por Minas Gerais, com 14.230 filia-dos. Em São Paulo, o PSD está consti-tuído em 602 dos 645 municípios e já conta com 24 prefeitos, 27 vice-pre-feitos, 547 vereadores, 2 deputados estaduais e 8 deputados federais.

A bancada no Congresso Na-cional, que reúne 55 deputados fe-derais e dois senadores, foi oficial-mente apresentada aos filiados no final deste mês, no auditório Petrô-nio Portela, no Senado Federal, em encontro promovido pela cúpula do PSD para comemorar a conso-lidação do partido.

Apesar de sua força política, o presidente nacional do partido e prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, não tem nenhuma expec-tativa de que o PSD ganhe espaço na eventual reforma ministerial es-perada para 2012. A crise no Mi-nistério do Esporte tem aumentado a expectativa dos partidos da base aliada em torno de uma reforma mi-nisterial que deve reduzir o espaço de partidos como PDT, PP e PC do B no primeiro escalão do governo.

Entretanto, considera “natu-ral” que a Câmara dos Deputados promova uma redistribuição de es-paço após a criação do PSD, uma

PSD inDePenDente e moDernoCapa Maurício cardoso

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Estados & Municípios - Outubro 2011 7

vez que a bancada da nova sigla deve ter seus direitos assegura-dos para que possa atuar. “Essa é uma questão parlamentar, mas é evidente que a nova bancada defenderá seus direitos para que possa funcionar.” O próprio presi-dente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), já destacou a necessidade de uma reconfigu-ração do espaço, que envolveria tanto a realocação de gabinetes como a titularidade em comis-sões e relatorias.

independência

Gilberto Kassab reitera que o PSD é “independente”, mas garan-te que o partido apoiará o governo federal em propostas ou projetos que estejam de acordo com as di-retrizes da nova legenda. “O partido é independente. O Governo Fede-ral sabe que poderá contar conos-co em todos os projetos, em todas as ações que tenham vinculação com o nosso programa partidário”, ressaltou. Ele defende que os par-lamentares que compõem a ban-cada federal do PSD no Congresso

terão total liberdade para votar a favor ou contra o governo.

Segundo Kassab, seria uma in-coerência para um partido que quer inovar, impor ao parlamentar mudan-ças na sua conduta. Mas isso não significa que o partido abrirá mão de uma unidade de ação para chegar, forte e unido, nas eleições de 2014. Para isso, o PSD já está elaborando seu programa de governo, sob a co-ordenação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos.

“O PSD já nasceu com um con-junto claro de diretrizes programáti-cas. Agora, chegou o momento de consolidarmos este programa de governo”, afirmou, ressaltando que o PSD é “um partido de centro, repu-blicano, que veio para ficar ao lado dos consumidores e contribuintes”.

Entre as principais diretrizes de seu partido, Kassab destaca o Esta-do forte – principalmente no cam-po da Saúde e da Educação -, a liberdade de imprensa, a econo-mia de mercado e a propriedade privada. Além disso, o PSD é a favor do contribuinte e sempre estará ao lado do cidadão contra a eleva-ção da carga tributária.

“O partido busca conciliar as ideias sociais-liberais com ideias socialistas, ou seja, é preciso que haja um Estado forte em relação à educação e saúde, ao passo que se garanta os direitos individuais, como a liberdade de imprensa”.

Segundo Kassab, o partido im-põe duas restrições para o ingresso de novos filiados em seu quadro: os que não comungam com nossas diretrizes programáticas e os que não possuem condições do ponto de vista moral. Por isso, ele garantiu que não aceitaria a entrada do de-putado Paulo Maluf (PP-SP) no PSD. “Não por sua história, mas pelas po-sições programáticas”, afirmou.

partido Moderno De acordo com Gilberto Kas-

sab, o PSD não será o PSD do pas-sado, partido conservador de lati-fundiários apoiadores do governo varguista, mas sim um partido mo-derno, independente e leal às suas alianças. “È por isso que defendemos um Estado forte, que priorize a edu-cação e saúde e valorize o dinheiro do contribuinte e do consumidor”.

Essa independência, segundo Kassab, permite que o partido tenha em seus quadros posicionamentos pontuais completamente divergen-tes. Como exemplo, ele citou o caso do novo Código Florestal brasileiro, e o embate entre a senadora Kátia Abreu, defensora da ala ruralista, e do ambientalista Fábio Feldmann, ambos integrantes do partido.

Essa mesma independência também permite que o partido te-nha excelentes relações, ao mes-mo tempo, com a presidente Dilma Rousseff e o governador de São Pau-lo, Geraldo alckmin. “Vivemos um momento mágico em São Paulo.

PSD mantém uma exelente relação com governdor de São Paulo,

Geraldo Alckmim

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8 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Nós temos três governos trabalhando juntos”, afirmou.

constituinte exclusiva

A proposta de revisão constitu-cional, em tramitação no Congres-so Nacional por iniciativa do PSD, começa a ganhar corpo. A ban-deira levantada pelo partido defen-de a eleição em 2014 de uma As-sembléia Constituinte Exclusiva, para que sejam feitas as reformas neces-sárias à modernização do País.

Segundo Gilberto Kassab, o partido quer contribuir para que o debate sobre a reforma da Consti-tuição tenha visibilidade, para que a sociedade tenha consciência de sua importância. “É preciso que todos saibam que as reformas são possíveis e que elas podem ser a melhor saída para o Brasil”, disse.

Para Guilherme Affif, a mo-dernização do país não pode ficar refém de receios de eventuais re-trocessos num processo de revisão constitucional. “Precisamos quebrar

esse conservadorismo para chegar à modernidade”. Para ele, “a insa-tisfação já existe na sociedade e devemos responder às demandas por qualidade na saúde, na edu-cação, na justiça. Sem isso, essa in-satisfação vai crescer e chegará às ruas”, afirmou, lembrando que mui-tas das mudanças que precisam ser feitas hoje não seriam aprova-dos no Congresso, mas passariam em uma Assembleia Constituinte.

De acordo com a senadora Kátia Abreu, autora da proposta, o grande número de propostas de modificação da Constituição que tramita no Congresso e no Judici-ário indica que o país precisa de reformas constitucionais. Ela ressalta

que a ideia de eleger os cons-tituintes pelo sistema de listas apresentadas pelos partidos tem a vantagem de isolá-los dos compromissos partidários e políticos que se assume ao parti-cipar de uma eleição. “Os cons-tituintes não terão de pedir votos, quem fará isso serão os partidos. Portanto, não terão as amarras que tolhem a ação dos parla-mentares”, explicou.

Em artigo publicado no site oficial do PSD, o deputado fe-deral e presidente da Executiva Estadual do partido no Paraná, eduardo sciarra, afirma que os partidos políticos precisam ouvir os anseios reais da sociedade e assumir a responsabilidade de reconduzir as grandes questões nacionais para o centro do de-bate político. “É preciso debater reformas estruturantes, questões que melhorem as relações sociais, econômicas e políticas da nação.

Para ele, não há estabilida-de e segurança jurídica possível num país que opera sob leis sa-bidamente distantes da sua re-alidade e necessidade. “O PSD surge, dessa forma, propondo aproximar essas duas pontas por meio da atualização da Lei Maior do Brasil. Esta é a nossa contribui-ção inicial para, na prática, exer-cermos uma política partidária independente, plural e responsá-vel. Está lançado o desafio!”

Capa

“Vivemos um momento mágico em São Paulo. Nós temos três governos

trabalhando juntos”

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Estados & Municípios - Outubro 2011 9

Capa

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10 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Política

As eleições municipais de 2012 são a pauta mais pre-ocupante de todos os parti-

dos. A trajetória até o pleito do ano que vem está sendo construída em costuras ousadas e inesperadas, em alguns casos.

Daqui a um ano - o certame acontece no dia 7 de outubro, em primeiro turno e se necessário, no último domingo de outubro, 28, em segundo turno - uma nova legenda estará na disputa: o Partido Social Democrático.

O PSD, que será identificado nas urnas pelo numero 55, teve o registro de legalização aprova-do pelo Tribunal Superior Eleitorasl – TSE, em setembro e chega à ri-balta política brasileira como uma potência. A legenda brota já com

o status de terceira maior bancada no Congresso Nacional.

O partido nasce de uma re-tumbante dissidência do Partido dos Democratas – DEM, mas tem cati-

vado membros de outras bandeiras políticas também. O vigor do 28º partido brasileiro revela sua muscula-tura também nos mapas regionais. O PSD conta com dois governadores e seis vice-governadores, além de abrir suas portas para centenas de depu-tados estaduais e vereadores. É um fenômeno.

A prefeitura mais cobiçada da América do Sul é a principal aposta da alta cúpula partidária para con-solidar o nome da legenda entre as grandes do País. O PSD quer con-quistar o comando da cidade de São Paulo e depois disputar a presi-dência da República.

Dois nomes fortíssimos apare-cem como pré-candidatos à go-vernança da capital paulista: o em-presário Guilherme Affif Domingos, atual vice-governador do estado, e Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central que migrou do PMDB.

A estratégia nacional está sen-do gestada na região Nordeste, onde PT e PMDB demonstram vasta competência na repetição de êxi-tos eleitorais. O candidato do PSD

De olho naS eleiçõeS 2012Fausto José BarBosa

Gilberto Kassab quer o partido forte nas eleições municipais e majoritárias

Henrique Meirelles e Guilherme Affif são fortes candidatos à prefeitura de São PauloFoto: agência Brasil

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Estados & Municípios - Outubro 2011 11

Política

em São Paulo será extraído de arti-culações entre nove estados: prin-cipalmente, o PSDB de São Paulo e Minas Gerais, a bancada ruralista de Mato Grosso e Amazonas, usi-neiros de Alagoas e Rio Grande do Norte, e Rio de Janeiro.

O presidente nacional do PSD, prefeito de São Paulo, Gilberto Kas-sab, defende a boa relação com outras legendas, mas garante que “o PSD é independente”. E sobre as conversas que tem mantido com o governador de Pernambuco, afir-ma que se identifica com eduardo campos, entretanto nega que o Par-tido Socialista Brasileiro “seja aliado”.

Porem, a caminhada eleitoral do partido de Kassab ainda encon-trará pavimentação pedregosa. Como a maioria dos membros fun-dadores da nova legenda é egres-sa do DEM, os dois partidos vivem às turras. Quando questionado sobre a índole do recém-nascido, o líder do Democratas, deputado federal antonio carlos Magalhães neto , demonstra indisfarçável desconfor-to e é econômico em sua opinião a respeito da enxurrada de ade-sões ao PSD, “oportunista”.

Mas, o nó do embate está no risco iminente que o DEM corre de

perder cargos e espaços físicos na Câmara Federal. Não bastasse, o partido diminuiria a quantidade de servidores de natureza especial (funcionários admitidos sem con-curso público) e espaço gratuito de propaganda eleitoral em rádio e te-levisão. Ou seja, verbas de gabinetes e serviços que seriam redirecionados e tempo de divulgação repassado para a legenda concorrente.

O parlamentar baiano recorre a um estudo elaborado pela asses-soria técnica, no qual mudanças na distribuição de cargos funcionais e tamanho de programas radiofôni-cos e televisivos somente poderiam

se efetivar a partir de 2015. O argu-mento é que uma reformatação de organograma estaria condicionada ao início da próxima legislatura.

O líder do PSD na Câmara, de-putado Guilherme campos, prefe-riu não externar a impressão dele a respeito do comentário de ACM Neto, mas confirmou que o plano do partido faz parte de um proje-to político que garantirá “a cada cidade a liberdade de desenhar a fórmula que melhor convier para a disputa municipal”, explicou. Cam-pos acrescentou que apesar de bem encaminhada, a disputa pau-lista esbarra em articulações com o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, que “ainda não encampou nossas alegações”.

Por sua vez, o líder do PSDB na Câmara, deputado duarte no-gueira, procura minimizar a eferves-cência provocada pelo surgimento do Partido Social Democrático. En-tretanto, admite que o Partido da Social Democracia Brasileira tem discutido a possibilidade de “even-tuais” coligações em municípios que os comitês políticos fizerem aliança que “não comprometam a integridade da legenda”.

Foto: antonio cruz/aBr

Page 12: Revista Estados & Municipios

12 Outubro 2011 - Estados & Municípios

a avaliação positiva obtida pelo Governo dilma rousseff nas últimas pesquisas foi surpresa para o palácio do planalto?

O governo está honrado com a confiança expressada pela sociedade brasileira e atri-bui o resultado da pesquisa aos acertos das políticas públicas adotadas. O governo da presi-denta Dilma tem como premis-

O líder do Governo na Câmara, deputado CÂNDIDO VACCAREZZA (PT/SP), está confiante de que os partidos da base de sustentação caminhem juntos nas eleições municipais do próximo ano. O empenho do partido é para que seja reforçada o que ele considera uma aliança progressista.

Quanto ao surgimento no palco político do PSD, Vaccarezza considerou positivo. Ele informou que já convidou o líder daquela agremiação, deputado Guilherme Campos (SP), a compor a base do governo. Na avaliação do líder petista, a formação do novo partido é resultado da falta de projetos alternativos da oposição.

Sobre a avaliação positiva que o brasileiro tem feito ao Governo Dilma nas últimas pesquisas, Cândido Vaccarezza entende que é resultado do acerto nas políticas públicas adotadas. Ele explicou que a presidente Dilma tem como premissa o desenvolvimento econômico com inclusão social.

Pt conta com aliaDoS em 2012Política

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Estados & Municípios - Outubro 2011 13

sa o desenvolvimento econômi-co com inclusão social. É essa política que ajudou a tirar mais de 30 milhões da miséria, a re-duzir os níveis de desemprego e a alavancar a nossa economia nos últimos nove anos. Antes do nosso governo, o foco era uma política econômica recessiva. Nós provamos que só é possível garantir um crescimento susten-tável oferecendo oportunidades para que todos os brasileiros se-jam beneficiados pelo desen-volvimento.

por que o Governo dilma não dá ao conselho político, formado por integrantes dos partidos aliados, a mesma im-portância oferecida nos dois go-vernos do presidente lula?

A presidenta Dilma dá, sim, importância ao Conselho Político. Quase todas as segundas-feiras se reúne com lideranças no Con-gresso e membros mais próximos de sua equipe. O diálogo conti-nua fluindo muito bem.

a propósito, o governo pre-tende disputar a eleição munici-pal contando com o alinhamen-to de quantos partidos?

A tendência, na maioria das disputas municipais, é que os par-tidos da base de sustentação ao governo Dilma caminhem juntos nas eleições de 2012. Vamos, no PT, trabalhar para reforçar essa aliança progressista.

a maior preocupação nas eleições municipais é mesmo são paulo?

A preocupação do governo é que sejam eleitos governos que ajudem o Brasil e os brasileiros.

a presidente dilma pretende mesmo fazer reforma ministerial no primeiro trimestre de 2012, aproveitando o prazo de desin-compatibilização para as eleições municipais?

Reforma ministerial é prerro-gativa da presidenta Dilma. O nosso papel é ajudá-la aqui no Congresso, aprovando as medidas necessárias para o desenvolvimento do país e en-frentamento da crise internacional.

Se os diversos países influen-tes na economia mundial estão apertando o cinto, por que o Brasil pretende bancar um aumento de salário mínimo de quase 14% em 2012? não estamos na contramão da tendência mundial?

O Brasil está numa situação mais favorável na economia, em comparação ao resto do mundo, especialmente aos países mais in-dustrializados. E isso acontece jus-tamente por causa do modelo de desenvolvimento com inclusão social que estamos adotando. A política de recuperação do salá-rio mínimo que vem sendo adota-da desde o início do governo Lula – e agora transformada em lei no governo da presidenta Dilma – é um dos pontos estratégicos dessa política. Como se sabe, o salário mínimo tem impacto sobretudo nos benefícios pagos pela Previ-dência, que constitui um dos prin-cipais instrumentos de distribuição de renda no País e um dos maio-res do mundo. Uma política que amplia o mercado de consumo e, com isso, cria oportunidades de negócios para nossas empresas. Com ela, o Brasil foi o país que me-nos sofreu com a crise de 2008 e é o mais preparado para enfrentar a atual crise.

a presidente dilma havia pro-metido reduzir os encargos impostos ao empresariado brasileiro. Mesmo assim, apoiou o aumento de custos com a ampliação do aviso prévio. Há formas de compensar esse impacto na economia das empresas?

As próprias entidades empre-sariais apoiaram a aprovação da medida. Temiam que o assunto fosse resolvido na Justiça, amplian-do de forma desmedida esse be-nefício, que é justo. O governo vem apoiando sistematicamente o em-presariado brasileiro e o programa Brasil Maior é uma prova disso. Es-tamos desonerando setores estraté-gicos, estimulando a inovação tec-nológica, protegendo as empresas brasileiras da concorrência desleal, desonerando a folha de pagamen-tos e oferecendo financiamentos subsidiados, especialmente para as micro e pequenas empresas.

o psd já é considerado um partido aliado? ou ainda está em fase de observação?

A avaliação do governo sobre a criação do novo partido é positiva. A maioria que formou o PSD votou favorável ao governo em boa parte dos temas propostos. Convidei o líder do PSD na Câmara, deputado Gui-lherme Campos (SP), para compor a base do governo. Ele agradeceu o convite, mas respondeu que, num primeiro momento, o partido prefere se manter independente. O impor-tante é que temos um diálogo bom e podemos contar com eles para aprovar matérias importantes, como a prorrogação da DRU (Desvincula-ção de Receitas da União). A forma-ção do novo partido é uma conjun-ção do projeto vitorioso do governo nos últimos anos e a falta de projetos alternativos da oposição.

Política

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14 Outubro 2011 - Estados & Municípios

orlanDo Sai De cenaPolítica

A queda do ministro do Es-porte, orlando silva, de-pois de sangrar em praça

pública, deu relevo à necessida-de de se criar um projeto de ma-rketing para a Copa do Mundo de 2014, até então cercada sempre por escândalos, descontenta-mentos, atrasos e decepções.

Não se sabe por que, até hoje, não se conseguiu gerar nenhuma notícia positiva relativa a este evento que deve custar algo perto dos R$ 100 bilhões aos brasileiros.

O ministro Orlando Silva caiu quando ficou confirmado que ele será investigado pelo Supremo Tri-bunal Federal (STF) por suspeita de prática de desvio de dinheiro. A ministra Cármen Lúcia aceitou o pedido de abertura de inquérito, feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

No início de outubro, o po-licial militar João Dias acusou o ministro de participar de um esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo. A denúncia foi publi-cada pela revista Veja. Desde então, Orlando Silva negou par-ticipação no esquema, tendo prestado informações ao Con-gresso Nacional, mas ninguém acreditou nas suas palavras.

A ministra Cármen Lúcia de-terminou, também, que o inquéri-to que investiga o ex-ministro Ag-nelo Queiroz no Superior Tribunal de Justiça (STJ) seja levado ao STF para que ela avalie se o processo deve correr em conjunto com o de Orlando Silva. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma “relação intensa” entre os casos.

A ministra determinou, ain-da, que o Tribunal de Contas da União (TCU) envie informações so-bre processos de fiscalização de convênios suspeitos do Ministério do Esporte, mas negou os pedidos de Roberto Gurgel para tomar de-poimentos de Orlando Silva, Agne-lo Queiroz, do PM João Dias e do motorista Célio Soares Pereira, que disse ter visto a movimentação de dinheiro no ministério, envolvendo o atual ministro do Esporte.

Orlando, deixando de ser ministro, perde a oportunidade de ser julgado no Supremo Tribu-nal Federal. Se o seu processo for anexado ao do governador Agne-lo Queiroz, o julgamento será no STJ. Caso contrário, as denúncias contra Orlando Silva serão apre-ciadas, um dia (e bote-se dia nis-so) pela Justiça Comum.

aldo é o novo Ministro

A Presidência da República confirmou o deputado aldo rebelo como novo ministro do Esporte no lugar de Orlando Silva. A ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação Social da Presidên-cia da República, disse que a es-colha é definitiva.

renato riella

Ao se reunir com Aldo Rebelo no Palácio da Alvorada, a presiden-ta Dilma Rousseff pediu a ele que conduza o ministério com o objetivo de enfrentar “todos os desafios da Copa do Mundo e das Olimpíadas”.

Nascido em Alagoas, Aldo está no quinto mandato de de-putado federal. Ele foi eleito pelo PCdoB de São Paulo. Jornalista e escritor, Aldo iniciou a atuação po-lítica como líder do movimento es-tudantil e chegou a presidir a União Nacional dos Estudantes (UNE). Ele também é um dos fundadores da União da Juventude Socialista (UJS).

Sua militância o levou a se ele-ger vereador em São Paulo, primei-ro cargo no Legislativo. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2008-2010), Aldo foi presidente da Câmara dos Deputados, ministro de Relações Institucionais e líder do governo na Câmara.

Page 15: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Outubro 2011 15

Política

O Tribunal Superior Eleitoral não vai interferir na defini-ção da quantidade de ve-

readores por município que poderá concorrer às eleições de 2012. A decisão foi motivada por consulta do deputado otávio leite (PSDB-RJ), que entre outras coisas, pergun-tava se a Justiça Eleitoral editaria re-solução para estabelecer regras para o número mínimo de vereadores por município e se as câmaras locais não precisariam editar leis orgânicas para ratificar o aumento das vagas.

Até 2009, a Constituição per-mitia apenas três classificações do número de vereadores segundo o número de habitantes. Uma emen-da aprovada em 2009 (EC 58/2009) abriu um leque de possibilidades para essa conta, com 24 subdivi-sões de vereadores por habitantes (vejo o quadro).

Ao acompanhar o voto do ministro Marco Aurélio, relator da consulta, os ministros da Corte afir-maram que cabe a cada Câma-ra Municipal fixar o número de ve-readores, respeitados os princípios contidos no inciso IV do artigo 29 da Constituição Federal.

O presidente do Tribunal Su-perior Eleitoral, Ricardo Lewando-wski, disse que em suas visitas pelo interior do país tem percebido a apreensão de cidadãos com o au-mento do número de vereadores. “A população está inquieta e mui-tas vezes contrária a esse aumento. Mas o Artigo 29 Inciso 4 é explícito e não cabe ao TSE ingressar em deta-lhes maiores”, explicou.

O artigo 29 da Constituição estabelece que a Câmara de Ve-readores, por meio da Lei Orgâni-ca, deve estabelecer, entre outros

assuntos, o número de vereadores do município, observados os limites máximos de vereadores contidos no inciso 4º do artigo, que fixa a quanti-dade de vereadores de acordo com a população do município. A Emen-da Constitucional nº 58, de 23 de se-

tembro de 2009, alterou justamente esses limites máximos.

Segundo o ministro Marco Au-rélio, não cabe ao TSE responder à consulta, uma vez que o texto constitucional é claro em atribuir às Câmaras Municipais a fixação do número de vereadores respec-tivo, seguindo os preceitos contidos na própria Constituição Federal. Conforme o texto constitucional, o número de cadeiras nas Câma-ras Municipais pode variar de nove (para cidades com até 15 mil habi-tantes) a 55 (para lugares com mais de 8 milhões de pessoas).

cÂmaraS FiXarÃo VereaDoreS

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16 Outubro 2011 - Estados & Municípios

o senhor acha que o partido democrata vai reduzir sua participa-ção na vida política nacional, após as eleições municipais de 2012?

Pelo contrário, vai aumentar. Os partidos que vão ter futuro neste país são os partidos que têm histó-ria, que têm conteúdo para apre-sentar ao eleitor. Vejamos, qual é a história do PT? É a história dos sindi-catos, das greves e da representa-ção popular. Do PMDB é a história do contraponto ao regime militar e a essência democrática. Do PSDB, é a democracia que se estabeleceu através de uma costela do PMDB. Criaram um partido com uma for-mação programática muito clara e daí surgiu o bom partido que ficou. Com a formulação liberal moderna e que sobrevive com suas idéias, é preciso que os democratas colo-quem à frente dos seus líderes suas idéias, a luta contra uma carga de impostos em torno do Brasil.

Quais as capitais em que o deM tem maior expectativa de su-cesso nas eleições de prefeito?

Várias, começando por Sal-vador, Recife, Aracaju, Campo Grande, Macapá e Goiânia. Vale

O fato de alguns de seus integrantes terem migrado para outras agremia-ções não significa que o Democratas perdeu a sua ideologia e força política. A observação foi feita pelo presidente do partido, senador José Agripino Maia (RN), acrescentando que o DEM sobreviverá com suas ideias.

O representante potiguar também negou que o partido tenha deixado de ser oposição e que está se flexibilizando. “O DEM é um partido que cumpre seus deveres democráticos e continua na oposição,” afirmou o senador Agripino. Sem ter nenhum prefeito em capital, o Democratas está otimista quanto ao seu desempenho nas próximas eleições municipais. Espera ter sucesso no Nordeste e no Norte do país.

Ao fazer uma avaliação do governo, José Agripino deu nota quatro para a presidente Dilma Rousseff. “Eleita como uma grande gestora, até agora ela tem sido a gestora sem gestão e os investimentos não têm acontecido”, explicou.

Dem continUa na oPoSiçÃoPolítica

lembrar que hoje o DEM não tem nenhum prefeito em capital.

o deM pode ser considera-do, ainda, um partido essencial-mente de oposição, ou já está fle-xibilizando essa posição?

Negativo, não está se flexibili-zando nada. O DEM é um partido que cumpre seus deveres demo-cráticos. Quem ganha a eleição e exerce o governo tem a obrigação de cumprir o que prometeu. Quem não ganha tem a obrigação de exercer a oposição. Tão importante como ter o governo é ter a oposição, pois o governo não é feito de boas intenções. O governante pode até ter boa intenção, mas está cercado de más intenções, o que leva este governo a ter um desempenho ruim.

em termos práticos, qual nota, de 1 a 10, o deM dá ao go-verno dilma até agora? por quê?

Nota 4. A presidente Dilma foi eleita como uma grande gestora, até agora tem sido a gestora sem gestão e os investimentos não têm acontecido. Um governo que as-sume com um prestígio dos votos que a presidente Dilma tem, pode-

ria ter consciência de preparar um futuro pela votação das reformas estruturais, da reforma tributária, da reforma política, trabalhista e das reformas presidenciais. Nenhuma destas reformas está sendo tocada, porque o governo, simplesmente, não tem obstinação por fazê-las.

inviabilizada a proposta de uma nova cpMF, qual a solução para conseguir assegurar recur-sos ao setor de saúde?

Já assegurou. Na hora em que a CPMF foi extinta para cumprir a Constituição, um mês depois, o go-verno recuperou a arrecadação de CPMF com o aumento da alíquota. A saúde não melhorou porque a CPMF nunca foi na sua inteireza para os serviços básicos de saúde, e porque, mesmo com a recuperação dos servi-ços de saúde, o que falta é gestão. Por isso, o governo insiste em não aprovar a Emenda 29, que destina 10% dos re-cursos da União para a saúde.

Quem o deM deve apoiar na eleição municipal em são paulo?

O deputado federal Rodrigo Garcia é o nosso pré-candidato a prefeito

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Estados & Municípios - Outubro 2011 17Estados & Municípios - Outubro 2011 17

Política

Criar um programa de for-talecimento institucional para os municípios de

pequeno porte e baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A proposta, encaminhada ao gover-no federal pelo deputado roberto teixeira (PP-PE), é mais uma inicia-tiva para tentar reverter os efeitos do perverso Pacto Federativo que enfraquece o municipalismo e a própria Federação. “Fortalecer o município é fortalecer a Nação com um todo”, ressalta o parlamentar.

Para o deputado progressis-ta, a desigualdade social é con-seqüência da falta de políticas equânimes e do desequilíbrio na distribuição das riquezas e na divi-são das receitas entre os poderes e regiões. Para ele, enquanto hou-ver um município pobre no país, o Brasil jamais alcançará o status de país civilizado.

“Não basta umas poucas cidades obterem índices signifi-cativos de desenvolvimento para atingirmos o grau de civilidade e progresso alcançados pelos países de primeiro mundo. Não podemos sonhar com um projeto de país verdadeiramente rico e próspero, se não fizermos chegar civilidade a todos os municípios brasileiros”.

De acordo com Roberto Teixei-ra, já está mais do que provado que a maior estratégia de desenvolvi-mento econômico e social é investir no capital humano como indutor do progresso e das grandes transforma-ções. Para isso, afirma o deputado, é fundamental que os municípios deixem de ser meros coadjuvantes do processo de construção das políticas públicas e se tornem efetivos partícipes.

Mas como fazer isso em um país onde mais da metade dos municípios sobrevivem com um or-çamento anual inferior a R$ 25 mi-lhões e com menos de 10% desse valor disponível para investimento? É justamente para suprir essa crôni-ca deficiência das administrações municipais que o deputado defen-de a criação de um programa de ajuda às prefeituras de pequeno porte, para que elas possam investir em aperfeiçoamento institucional, capacitação de gestores e melho-ria dos serviços públicos.

Segundo Roberto Teixeira, diante da baixa, ou quase nula capacidade de investimento, a grande maioria das prefeituras não tem condição, sequer, de cuidar da limpeza pública e do controle urbano da cidade. “Os municípios precisam de recursos financeiros para dotar suas administrações de instrumentos eficazes para o cum-primento de suas diversas e impor-tantes competências”

Roberto Teixeira criticou a “cul-tura generalizada” de se culpar as prefeituras por todas as mazelas municipais, muitas vezes taxando as administrações de incapazes e incompetentes. “O preconcei-to com o município é enorme”, lamenta o deputado. Para ele, é muito fácil cobrar das prefeituras e ignorar que as pequenas unida-des da Federação não pos-suem recursos suficientes para investir em servi-ços de qualidade.

caPacitaçÃo Do GeStor mUniciPalPor isso a autonomia financei-

ra é tão importante para a transfor-mação desta triste realidade. “Te-nho certeza que com autonomia financeira os acertos administrativos serão mais contundentes”, afirmou o deputado, ressaltando que os custos do serviço púbico na esfera municipal são mais baratos para os cofres públicos e mais céleres em sua execução.

Para justificar a abrangência e a importância do programa, Ro-berto Teixeira enfatizou que os mu-nicípios com até 50 mil habitantes abrigam mais de 64 milhões de pessoas, equivalente a um terço da população brasileira.

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do país, concentrando recursos na formação do cidadão, ciência e tecnologia, preservação da natu-reza. “Precisamos investir e mudar a realidade dos nossos munícipes,” observou.

Na cerimônia de abertura da reunião, João Coser pediu ao

Superar os desafios com mais competência e tranqüilidade. Este foi o principal objetivo da

60ª Reunião Geral da Frente Na-cional de Prefeitos (FNP), realizada em Foz de Iguaçu (PR). Prefeitos de todas as regiões do país, secretá-rios municipais, representantes do Governo Federal e gestores públi-cos municipais discutiram ao lon-go de dois dias sobre assuntos que têm relação com a capacitação de gestores, a melhoria do trans-porte público, como participar de programas federais, como o “Brasil Sem Miséria”, “Minha Casa, Minha Vida”, e a questão dos Resíduos Só-lidos, entre outros.

Segundo o presidente da FNP e prefeito de Vitória (ES), João Co-ser, para fortalecer o debate muni-cipalista é necessário construir uma proposta consciente e que contri-bua para melhorar a infraestrutura

ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, ao subchefe de Assuntos Federativos da Secre-taria de Relações Institucionais, olavo noleto, e ao secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência, rogério sotilli, que a presidente Dilma Rousseff

Municipalismo

PreFeitoS DiScUtem GeStÃo

Senador Wellington Dias (PT-PI), prefeito de Vitória (ES), João Coser (presidente da FNP), prefeito de Aracaju (SE), Edvaldo Nogueira e o secretário de Desenvolvimento do Espírito Santo, Márcio Félix

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não vete o parágrafo I do artigo oi-tavo do projeto de lei aprovado no Congresso Nacional que trata da questão de mobilidade urbana.

O parágrafo prevê que as futu-ras gratuidades concedidas, como os passes livres, sejam bancadas pelo ente federado que a conce-der, não repassando o aumento da tarifa a todos os usuários, como ocorre hoje. Coser defendeu ainda uma série de medidas que teriam o efeito de reduzir o preço da passa-gem em até 27%, como desone-ração de impostos para veículos e combustíveis, além da redução de tributos, como PIS, Cofins e ISS.

“A questão da mobilidade urba-na por meio de um transporte cole-tivo de qualidade e de baixo custo impacta diretamente na vida das pessoas. Por isso, a FNP esteve sem-pre à frente na luta pela aprovação do PL e agora pela sua sanção na ín-tegra”, concluiu o presidente da FNP.

inclusÃo do G100

Vários prefeitos reivindicaram a inclusão do G100 (cidades populo-sas com baixa arrecadação e alta vulnerabilidade socioeconômica)

como critério para ações do Plano Brasil sem Miséria. Representando a ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome, Teresa Cam-pelo, o secretário Nacional de Ren-da e Cidadania do Ministério, Tiago Falcão, afirmou que a demanda será levada ao ministério para que o grupo dessas cidades seja incluí-do na lista de preferência e critério para a inclusão produtiva, um dos eixos de atuação do plano.

A prefeita de Santarém (PA), Maria do carmo, vice-presidente de Políticas Sociais da FNP, desta-cou a importância da participação dos municípios na execução e efi-ciência do plano. “Queremos fazer a diferença por meio de justiça so-cial e contribuir para que o plano dê muito certo. Não vamos só ouvir, mas participar e fazer com que até o final do mandato da presidente Dilma os 16 milhões de brasileiros saiam da extrema pobreza”, desta-cou a prefeita.

Para superar o desafio de identificar os 16,2 milhões de brasileiros que se encontram em situação de extrema pobreza, o Governo Federal está atuando por meio de eixos: garantia de renda, inclusão produtiva, acesso a serviços públicos. Além disso, o secretário destacou a importân-cia do Cadastro Único como fon-te e base de atuação, utilizado para uma série de programas do governo. “A busca ativa é a porta de entrada para o plano. Só assim podemos fazer um trabalho que alcance as famílias,” observou

De acordo com Tiago Fal-cão, o MDS repassou em 2010 o valor de R$ 264 milhões para apoio a gestão de bolsa família. Este ano o repasse deve alcan-çar R$ 300 milhões, e em 2012

ultrapassará os R$ 500 milhões. Nos próximos três anos, no eixo de inclusão produtiva urbana, está prevista a qualificação e capacitação de 1,7 milhão de brasileiros, a formalização de 120 mil novos microempreen-dedores individuais, ampliação do microcrédito.

resíduos sólidos

Com a presença do secretário nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, nabil Bonduki, a FNP lançou durante a reunião a publicação “Resíduos Sólidos: A lei, o decreto e os planos”, que contempla os pontos importan-tes da lei e do decreto. Bonduki destacou a forma de implemen-tação da lei de resíduos sólidos quando comparada a outras le-gislações e que deve ser imple-mentada até 2014.

O material irá auxiliar os ges-tores na aplicação do que propõe a legislação no âmbito municipal. Além disso, chama a atenção para citou a importância do Ob-servatório dos Consórcios Públicos

Municipalismo

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e do federalismo no apoio e ela-boração de estudos para a ges-tão de resíduos sólidos urbanos. “É uma ação federativa que envolve estados, municípios e sociedade”, afirmou o secretário.

De acordo com o secretário, a política de resíduos dialoga com quatro fóruns importantes do Go-verno Federal: combate a miséria, cidadania e direito, desenvolvimen-to econômico e infraestrutura.

Para a prefeita de Natal (RN), Micarla de sousa, 1ª vice-presi-dente da Região Nordeste da FNP, a discussão é atual, mas refletirá em ações futuras e frisou a neces-sidade de uma política de educa-ção ambiental. O secretário falou, ainda, da criação de dois impor-tantes programas voltados para o tema, um para a reciclagem e outro para implantação de aterros, que ficarão sob a coordenação dos ministérios do Meio Ambiente e das Cidades, respectivamente.

proGraMa HaBitacional

A segunda fase do progra-ma habitacional do governo “Mi-

nha Casa Minha Vida” irá investir R$ 125,7 bilhões em novas moradias. A secretária nacional de Habilita-ção do Ministério das Cidades, Inês Magalhães, destacou o papel das cidades na execução e cumpri-mento do projeto, que deverá en-tregar mais 2 milhões de imóveis.

“Temos absoluta convicção que a implementação do progra-ma só é possível com a participa-ção dos municípios. Trabalhamos para que a essa contribuição seja mais intensa e articulada, a fim de garantir a maior sustentabilidade do programa”.

Para o presidente da FNP, João Coser, o projeto amplia o acesso das famílias de baixa renda à casa própria. “O Minha Casa Minha Vida 2 é um programa importante para o país, que ficou muito tempo sem uma política habitacional para a população”, concluiu.

ouvidoria de Governo

Durante a reunião, o presiden-te da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, anunciou a criação da Ouvidoria de Governo que aten-derá as demandas de prefeitos e prefeitas, prevista para novembro deste ano. “Já acertamos com o Ministério do Planejamento a con-tratação de cerca de 1.400 funcio-nários na área urbana para quali-ficar o atendimento prestado aos municípios”, informou.

Na ocasião, Jorge Hereda foi homenageado com a Medalha Célio de Castro, maior honraria da FNP dedicada às personalida-des que contribuíram para o mu-nicipalismo. O reconhecimento é pelo apoio à entidade com a ins-talação da sede do Observatório dos Consórcios Públicos e do Fe-

deralismo (OCPF), inaugurada em agosto deste ano, em São Paulo. Para Hereda, a homenagem deve ser compartilhada com todos da Caixa. “A Caixa é uma instituição comprometida com os municí-pios brasileiros. Também divido essa medalha com todos da ins-tituição, em especial, com o con-sultor da presidência da Caixa, Vicente Trevas”.

Durante a cerimônia, Jorge Hereda citou uma série de medidas que estão sendo adotadas para facilitar o acesso a projetos. Entre elas, a disponibilidade de um fun-cionário da Caixa para cada muni-cípio com mais de 100 mil habitan-tes para auxiliar os prefeitos com os projetos da Caixa. “Serão cerca de 300 funcionários”, afirmou Hereda.

Para o presidente da FNP, João Coser, toda a Caixa Econô-mica Federal é municipalista, por isso a homenagem ao Jorge He-reda. Além disso, Coser ressaltou a importância da publicação da Portaria 127, que agiliza a libera-ção de convênios de menores va-lores com os municípios.

Municipalismo

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A prefeitura de Lon-drina vai isentar os contribuintes

inadimplentes de mul-tas e juros incidentes so-bre os tributos devidos. O projeto de lei que prevê a quitação de qualquer tributo munici-pal em parcela única até o dia 23 de dezem-bro, sem multas e juros, foi encaminhado para analise e aprovação da Câmara Municipal.

Segundo o pre-feito Barbosa neto (PDT), o projeto é uma complementação do Programa de Recuperação Fiscal (Profis), que vem sendo executado com sucesso no município desde 2009, e foi indicado pelo Institu-to de Desenvolvimento Gerencial (INDG) e previamente aprovado pelo Tribunal de Contas do Esta-do. Pelo projeto, mesmo dívidas atualmente em cobrança judicial poderão ser pagas, desde que o contribuinte faça o recolhimento das custas no Fórum.

“Estamos oferecendo mais esta chance para que os contri-buintes, em débito, possam regula-rizar a situação do IPTU, ISS, multas tributárias e demais taxas devidas. Queremos que as pessoas quitem suas dívidas e fiquem livres desse tipo de complicação”, afirmou.

Com a medida, a prefeitura pretende reforçar o caixa no fim de ano para fazer frente a despe-sas que Barbosa Neto chamou de “buracos”, como os problemas de falta de pavimentação asfáltica e

um furo de quase R$ 12 milhões no orçamento da Saúde gerado pela municipalização dos serviços e do quadro de profissionais.

De acordo com a secretaria municipal de Planejamento, existem cerca de 2.500 contribuintes que te-rão as dívidas executadas ao final de 2011 em cumprimento à Lei de Res-ponsabilidade Fiscal. Barbosa Neto garante que a prefeitura fechará o caixa de 2011 no azul e rigorosa-mente de acordo com a legislação: “Com todas as ações propostas pela Prefeitura, não há maiores preocupa-ções”, ressalta o prefeito.

contas eQuiliBradas A prestação de contas refe-

rente ao segundo quadrimestre de 2011 mostrou que as contas do mu-nicípio estão equilibradas. De acor-do com o secretário municipal de Planejamento, Edson de Souza, a arrecadação e as despesas estão dentro das previsões orçamentárias

até o agosto de 2011. “Em todos os índi-

ces exigidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a Prefeitura, além de cumprir todos, ela exe-cuta com uma grande diferença favorável ao município. Isso demons-tra a seriedade com que a atual administração vem analisando e apli-cando os recursos públi-cos”, garantiu Souza.

Segundo o relatório apresentado pelo pró-prio Secretário, as recei-tas realizadas pelo muni-

cípio foram de R$ 598.761.907,59 milhões. Já as despesas empenha-das atingiram R$ 591.307.315,53 milhões. Ou seja, a Prefeitura apresentou um superávit de R$ 7.454.591,94 milhões no período.

“Nós não aplicamos todos os recursos. Não significa também que este recurso está sobrando no caixa. Ele será aplicado ao longo dos anos. Até porque o fluxo financeiro no início do ano é maior que nos outros me-ses. Por isso, a necessidade de fazer uma reserva. Assim, nós teremos re-cursos para fazer os pagamentos nos meses seguintes”, explicou Souza.

Comparado o exercício de 2010 com o exercício de 2011, houve uma redução de 7,47% no fluxo orçamentário. No entanto, o secretário explicou que o resulta-do deste ano é melhor que o do ano passado. “No mesmo perí-odo, em 2010, nós ainda não tí-nhamos pago, integralmente, o 13º salário. Ou seja, já cumprimos uma obrigação”, disse.

lonDrina iSenta inaDimPlenteS

Municipalismo

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24 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O governador da Bahia, Jaques Wagner, assinou decreto para desburo-

cratizar os convênios entre o esta-do e os municípios. Na ocasião, ele também anunciou a aquisi-ção de 150 ambulâncias e a lo-cação de aproximadamente 900 veículos para a Secretaria da Se-gurança Pública, dos quais cerca de 600 serão destinados a muni-cípios que ainda não receberam viaturas. Todos os 417 municípios baianos estiveram representados na solenidade, que aconteceu no auditório da União dos Municí-pios da Bahia (UPB).

“Essa atitude mostra a trans-parência do governador Jaques Wagner e o fortalecimento do diálogo com os municípios. Mui-tos me perguntavam como um prefeito da base aliada entrega uma pauta de reivindicações

ao governador e o convida para uma audiência pública com os prefeitos. Esse é o modelo de ges-tão que estamos construindo em nosso estado. Um modelo de di-álogo”, afirmou o presidente da UPB, Luiz Caetano.

Jaques Wagner afirmou que a assinatura do decreto atende a um dos pedidos mais impor-tantes dos gestores municipais: a desburocratização da docu-mentação que deve ser apre-sentada pelas prefeituras para assinatura de convênios com o estado. Sobre a relação com o Governo Federal, Wagner disse que estão sendo feitas negocia-ções que também buscam dimi-nuir a burocracia.

“Essa relação é permanente, não é de um dia só”, pontuou o chefe do Executivo baiano. Ainda em seu discurso, Wagner ressaltou o que Caetano falara antes do início do evento. “Creio que sou o único governador que vem à sede da UPB para promover esse diálogo amplo com os prefeitos. Obviamente que os atendimentos individuais a cada prefeito conti-nuam acontecendo”, informou.

Wagner propôs que cinco prefeitos sejam indicados pela UPB para ajudar a equipe do governo na comissão que acompanhará mensalmente questões municipa-listas e suas evoluções, e falou de um novo projeto, “Mãos de Mulher”, para qualificação do trabalho das mulheres baianas.

O governador também de-fendeu a revisão da Lei de Res-ponsabilidade Fiscal, permitindo que municípios possam alocar verbas excedentes em áreas es-

tratégicas que precisam de maio-res investimentos, como na ques-tão de saúde em educação, em que os gestores poderiam decidir onde colocar estas verbas. O vi-ce-governador Otto Alencar afir-mou que a LRF existe há 10 anos e não foi alterada.

Quanto ao problema da seca, que atinge cerca de 100 municí-pios, o governador disse que tam-bém estão sendo tomadas provi-dências. “Uma enchente ou uma inundação vira notícia porque choca, mas a seca é mais cruel, porque é silenciosa e não pare-ce que há um drama, mas tem gente que não tem água para beber, animais e plantações, prin-cipalmente da agricultura familiar, que são perdidos”. Segundo Wag-ner, por ser mais cruel e extensiva que as enchentes, estão sendo feitos entendimentos para que se façam limpezas de aguadas, e para a disponibilização de car-ros-pipas, outra reivindicação dos prefeitos. “Estamos pedindo, para isso, a parceria com o Governo Federal”, observou.

coMpra de aMBulÂncias

Entre as reivindicações da pauta entregue pelos prefeitos ao governador Jaques Wagner estão maiores recursos na saúde públi-ca. Em resposta, o governador Jaques Wagner informou que o governo do estado está adquirin-do 150 novas ambulâncias para o interior do estado. “Alguns municí-pios nós já conseguimos atender. Contudo, sei que outros ainda so-frem com a falta de ambulâncias. Atentos a este problema, estamos

GoVernaDor atenDe PreFeitoSMunicipalismo

Jaques Wagner: “Creio que sou o único governador a visitar a UPB e promover esse diálogo amplo com os prefeitos”

andré daMasceno

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Estados & Municípios - Outubro 2011 25

comprando 150 novas ambulân-cias para distribuirmos entre os municípios que ainda não foram atendidos”, afirmou o governador Jaques Wagner.

Para o prefeito de Maracás, 2º secretário da UPB, Nelson Portela, houve uma importante conquista junto ao governo com a compra das ambulâncias. “Agora temos que aproveitar o momento de diá-logo com o governador para con-seguirmos o reajuste do incentivo estadual do Programa Saúde da Família, assim como implantar o incentivo estadual para o piso da atenção básica”, informou.

Outra boa notícia dada pelo governador Jaques Wag-ner aos prefeitos foi sobre o alu-guel de mais 900 viaturas, onde 600 serão destinadas a municí-pios que ainda não foram con-templados com este importan-te instrumento de segurança. Das 900 viaturas, serão 300 mo-tocicletas e 600 carros.

Wagner também ressaltou o investimento do governo na cons-trução e reforma dos presídios

baianos. Contudo, o governador destacou que a maior ação con-tra a violência não é de respon-sabilidade do governo do estado, mas da família. “Podemos investir todo o nosso recurso em contra-tação de policiais, armamento e viaturas e isso não será suficiente se as famílias não fizerem seu pa-pel na construção do cidadão. Por isso, precisamos investir mais em educação, saúde e infraestrutura, no intuito de fortalecer a família, para que esta possa exercer seu papel fundamental no combate a violência”.

De acordo com o prefeito de Santana, 1º secretário da UPB, Marcão Cardoso, o governador mostrou-se mais do que solícito e compreensivo com as dificulda-des dos municípios, ao atender pontos importantes de nossa pau-ta de reivindicações.

desBurocratiZaÇÃo

Para resolver um dos grandes entraves para o desenvolvimento do municipalismo baiano, o go-

Municipalismo

vernador Jaques Wagner assinou a desburocratização do Decreto 9.266 sobre a formalização de con-vênios. Antes, para formalização de um convênio com o governo do estado através da Caixa Econômi-ca Federal, os prefeitos precisavam entregar uma documentação com mais de 40 itens em documenta-ção. A proposta apresentada pela UPB reduz este número para 15, di-minuindo o tempo e o custo para aquisição de convênios e manten-do a mesma credibilidade e fiscali-zação no processo.

Responsável pela condução da construção do projeto que re-sultou na desburocratização dos convênios, o prefeito de Barra do Choça e vice-presidente da UPB, Oberdam Rocha, destacou que, “esta é uma vitória do povo baia-no, pois com a desburocratiza-ção, tanto o tempo como o custo para conseguir os convênios dimi-nuirão. Estamos avançando rumo à consolidação do municipalis-mo. Wagner está de parabéns em atender esse anseio dos prefeitos baianos”, concluiu.

Luiz Caetano, presidente da UPB, agradeceu ao governador Jaques Wagner por desburocratizar os documentos de convênios

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26 Estados & Municípios - Outubro 2011

RENATO RIELLA [email protected]

MÁxiMo proBleMa eM 2012

O Brasil deixa tudo para a úl-tima hora, em todos os níveis. Não se entende por que as entidades que representam o municipalis-mo no país não se mobilizaram ainda para discutir a decisão do governo Dilma Rousseff, que ten-ta aplicar um reajuste de quase 14% no valor do salário mínimo a partir de janeiro.

Sempre se disse que uma elevação drástica do mínimo quebraria muitos municípios. Por que esse debate não começa mais cedo? No final, a polêmica vai se concentrar nos meses de dezembro e janeiro, de forma improvisada e emocional.

dívida iMpaGÁvel

A dívida interna brasileira, quase nunca comentada, gira na casa dos R$ 2 trilhões, geran-do cerca de R$ 300 bilhões ao ano de pagamento de juros.

Quando o governo adota, via Banco Central, a estratégia

de redução da taxa Selic (hoje em 11,5% ao ano), está diminuin-do em muitos bilhões a despesa que tem no ano para administrar a dívida interna. Por que não se adotou essa medida antes?

QueM explica os Juros?

Não tem quem se preocupe em explicar de forma convincen-te porque o Brasil, ao longo das décadas, impõe à sua popula-ção as taxas de juros mais altas do planeta. A explicação mais corrente é a de que essa prática se justifica pela necessidade de controlar a inflação.

Mas muita gente se pergunta: por que todos os outros países do mundo conseguem administrar a expansão inflacionária sem cobrar juros tão altos? Quanto a isso, nun-ca vi uma resposta convincente.

calaMidade das Milícias

A denúncia contida no filme Tropa de Elite 2 acabou absorvida pela população e pelos poderes

governamentais como se fosse ficção. Muita gente assistiu o filme e deu risada, como se tudo aquilo fosse uma comédia, uma situa-ção distante da nossa realidade.

No entanto, quem entende de Rio de Janeiro sabe que o fil-me foi suave, pois no dia-a-dia as coisas são muito piores. As milícias formadas por militares são uma calamidade. Tropa de Elite 2 de-veria ter mobilizado o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. Mas nada! Nada! Nada aconteceu.

estradas no FiM do ano

Os escândalos que envolve-ram o Ministério dos Transportes e o DNIT vão desgastar a presiden-te Dilma Rousseff nas férias de fim de ano, quando os brasileiros saírem de carro por aí.

Há décadas as nossas es-tradas estão péssimas, enquanto denúncias de corrupção cercam as licitações. O DNER foi extinto, mas a semente do trambique fi-cou plantada, sem solução, de governo para governo.

uM proJeto de decepÇÕes

O projeto da Copa o Mun-do de 2014, que deveria entu-siasmar a população brasileira, só produz notícias negativas. Há barbeiragens monstruosas, como esta de deixar os cariocas

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ameaçados de não ver a Sele-ção Brasileira na Copa de 2014.

Isto mesmo! Os cariocas só verão Neymar e companhia no templo do Maracanã se o Brasil jogar a partida final, superdeci-siva. Convenhamos! Esta decep-ção é demais e vai dar motivo para muita confusão.

apelaÇÃo da GloBo

A Globo andou se assustan-do com a rejeição de novelas re-centes. Por isso, em Fina Estampa, apelou ao máximo, apresentando uma incrível Griselda (Lilian Ca-bral), que ganha, de repente, R$ 50 milhões na loteria.

Não tem quem não se abale com a mudança de vida apresen-tada numa novela para uma mu-lher e uma família muito pobres. É emocionante a tentativa de adap-tação de orçamentos e costumes. Só esperamos que a Globo não se perca, e não erre na dose. Por en-quanto está se saindo bem.

a copa eM Brasília

Sete jogos da Copa do Mun-do de 2014 serão realizados em Brasília. Diante disso, todos os se-tores do Distrito Federal estão no desafio de transformar a aventura de sediar uma Copa numa boa proposta para os brasilienses.

Sabemos que falta muito à Capital Federal para enfrentar um impacto dessa natureza. Por exemplo, quem chega hoje do exterior, no Aeroporto JK, sabe que Brasília está longe de poder receber, repentinamente, milha-res de estrangeiros, alguns deles muito especiais. A sociedade brasiliense precisa acordar ago-ra para o compromisso de abri-gar a Copa das Confederações em 2013 e sete jogos da Copa do Mundo (inclusive jogos da Se-leção Brasileira), em 2014.

dilMa BeM avaliada

Por incrível que pareça, dian-te de tantos problemas, se for fei-ta pesquisa de opinião neste fim de ano, veremos que a avaliação da presidente Dilma Rousseff e do seu governo ainda é muito boa.

Influi muito a manutenção dos programas sociais, que inclusive acabam de reeleger, na Argentina, a presidente Cristina Kirtchner.

Mas, no Brasil, até mesmo as pessoas não abrangidas pelo assistencialismo público, na sua maioria, apoiam a presidente. Apesar das denúncias de corrup-ção e da falta de boas notícias este ano, todos reconhecem que, no mar de crises do mundo, o Brasil permanece como uma ilha de tranqüilidade. Espera-

se que Dilma Rousseff consiga manter isso em 2012.

tudo por FaZer no Brasil

Reforma tributária, reforma previdenciária, nova Lei Eleito-ral e mesmo decisões graves relativas à saúde pública não passaram pelo Congresso Na-cional. Estamos chegando ao fim do ano (preparem as árvo-res de Natal) sem que quase nada de importante tenha sido votado na Câmara Federal e no Senado.

Foi um ano praticamente perdido, em termos de trabalho legislativo. Em 2012, com a elei-ção municipal, nada de grave acontecerá. E até a legislação eleitoral será mais uma vez ma-nipulada pelo Tribunal Superior Eleitoral, na falta de decisão do Legislativo. O Brasil é um país em que está tudo por fazer.

o sHoW da GloBo

Vendo jogos na TV, ouço comentários de orgulho de bra-sileiros diversos. Na Copa de 2014, o mundo verá que o Bra-sil transmite espetáculos com qualidade que não pode ser encontrada em nenhum ponto do planeta.

Todas as TVs fazem isso muito bem no nosso território, mas a TV Globo é um show, com câmeras postadas nos lugares mais inespe-rados, repetições de lances mo-mentâneas, tira-teima cibernético, entre outras atrações. As torcidas mundiais vão conhecer uma tec-nologia surpreendente, desenvolvi-da no Brasil para jogos de futebol.

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28 Outubro 2011 - Estados & Municípios 28 Outubro 2011 - Outubro 2011 - Estados & Municípios

A erradicação da fome é uma meta que o governo pretende cumprir até 2014. A declaração é da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do rosário, ao comentar a posição de

liderança do Brasil no ranking da Organização Não Governamental ActionAid de países que mais combatem a fome. Segundo ela, a luta para que não falte comida a nenhum brasileiro está incluída na agenda de combate à miséria.

“A meta nossa, do Governo Federal, é no final mandato da presidenta Dilma já termos um processo em que possamos dizer que nenhum brasileiro ou brasileira vive em miséria extrema, a fome é miséria extrema”, declarou. O relatório da ONG destaca os resultados do Programa Fome Zero, com a diminuição da desnutrição infantil em 73% entre 2002 e 2008. Além de elogiar a inclu-são do direito à alimentação na Constituição Federal em fevereiro de 2010.

Para Maria do Rosário, merece comemoração o fato de o Brasil estar adotando uma política que busque tanto o desenvolvimento econômico como o bem-estar humano e social. “Nós estamos aqui para fazer com que o PIB real seja a qualidade de vida dos brasileiros e brasileiras e que o Brasil tenha uma boa integração com o mundo contemporâneo”, declarou.

braSil éDeStaqUe

no combate à Fome

Social

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O presidente do Instituto Nacio-nal de Colonização e Reforma Agrá-ria (Incra), celso lisboa de lacerda, também comemorou a posição brasileira, mas fez uma advertência: a continuidade desses avanços po-derá ficar comprometida caso algu-mas propostas apresentadas pela bancada ruralista sejam aprovadas pelo Congresso Nacional.

“Estamos muito felizes, porque sabemos o papel que a reforma agrária tem para o combate à fome e para a segurança nacional. Mas essa é uma comemoração momentânea, porque sabemos também que é grande o risco de o Legislativo aprovar matérias que prejudicam a reforma agrária”, dis-se Lacerda à Agência Brasil.

“Na relação com o Legislativo, temos dialogado muito. Mas, gros-so modo, as proposições têm sido cada vez mais no sentido de barrar a reforma agrária. Até porque a maior bancada corporativa do Congresso Nacional é a ruralista, que é publi-camente contrária a essa política”, acrescentou o presidente do Incra.

FoMe Zero

Esta é a terceira vez que o Bra-

sil lidera o levantamento da ONG ActionAid. O fato do país realizar mais investimentos na área da agri-cultura familiar levou-o ao topo do ranking, que tem Malauí, Ruanda, Etiópia e Tanzânia nas cinco primei-ras posições. A iniciativa mais recen-te do país no combate à inseguran-

ça alimentar, segundo a ONG, foi o anúncio de R$ 16 bilhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011/2012, para investimentos na produção de alimentos, geração de renda no campo e organização econômica de agricultores familia-res, assentados da reforma agrária, e povos e comunidades tradicionais.

Apesar dos bons resultados, se-gundo a ActionAid, o Brasil precisa avançar na distribuição de terras, uma das mais desiguais do mundo. De acordo com o relatório, 56% das terras agricultáveis estão nas mãos de 3,5% dos proprietários rurais. Os 40% mais pobres têm apenas 1% dessas terras.

“O país precisa resolver a pro-funda desigualdade no acesso à terra e assegurar que os novos pro-cessos de crescimento não gerem novas exclusões por meio do deslo-camento das populações. E ainda há 16 milhões de pessoas em situa-ção de extrema pobreza, altamen-te vulneráveis à fome. Essas pesso-as são profundamente excluídas. São necessárias políticas públicas muito específicas e desenhadas para esse grupo”, avaliou o coorde-nador executivo da ActionAid Brasil, adriano campolina.

Segundo ele, pode ser com-partilhada com outros países a ex-periência brasileira em iniciativas de transferência de renda e políticas de proteção social e segurança alimentar, como os programas de merenda escolar e de construção de cisternas em regiões semiáridas.

oFerta de aliMentos

Na avaliação global, o levan-tamento aponta que, apesar de re-centes avanços no combate à fome e à insegurança alimentar, o mundo está prestes a enfrentar uma agra-

vamento da crise de oferta de ali-mentos. Entre as causas estão os efeitos das mudanças climáticas e a perspectiva de aumento de preço dos alimentos, que deverá levar mais 44 milhões de pesso-as à pobreza. De acordo com a ActionAid, a demanda de terras para a produção de biocombustí-veis deve continuar inflacionando o preço dos alimentos.

De acordo com Campolina, a crise econômica também deve frear os esforços internacionais de combate à fome. “Em um am-biente de crise, há menos recursos disponíveis, tanto para a ajuda ex-terna quanto para o investimento doméstico em agricultura, o que pode levar a uma diminuição dos recursos que poderiam ser destina-dos à agricultura familiar e sustentá-vel. Boa parte do que se ouviu até hoje sobre promessa de ajuda dos países ricos não constitui novos re-cursos”, acrescentou.

A ONG sugere que o G20 (gru-po das 20 maiores economias do mundo) inclua a crise alimentar na pauta de sua próxima reunião, em novembro, em Cannes, na França, e se comprometa, por exemplo, a garantir investimentos às pequenas propriedades dos países pobres e a frear a especulação de terras para a produção de biocombustíveis.

Social

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30 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Segundo dados do IBGE, em 2025 o Brasil terá 32 milhões de idosos. As cidades preci-

sam se preparar para o envelheci-mento da população e encontrar novas formas para lidar com esse exército de cabeças brancas, re-pleto de experiências, mas fisica-mente fragilizado pelo tempo.

Doutor em Saúde Pública e referência mundial em envelheci-mento saudável, o médico alexan-dre Kalache ressalta que as cida-des precisam preparar espaços e rever práticas e conceitos ultrapassa-dos para conviver harmonicamente com essa nova sociedade: “As cida-des precisam se planejar para esse futuro próximo, investindo em susten-tabilidade e no envelhecimento sau-dável de suas populações”.

“Hoje em dia há duas gran-des tendências no mundo demo-gráfico: envelhecimento e urbani-zação. Sem políticas adequadas,

virtualmente as cidades não serão sustentáveis, pois terão sido estrutu-radas para o passado”. Alexandre Kalache fala com conhecimento de causa. Durante 12 anos ele foi o responsável por programas de envelhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS) e atual-mente é consultor de diversos go-vernos e empresas interessadas em abordar a questão do envelheci-mento da população.

Ele explica que existem oito dimensões de cidades “amigos do idoso”, para que qualquer indiví-duo, em qualquer cidade ou con-texto, possa envelhecer de manei-ra saudável: transporte; moradia; inclusão social e respeito; acesso a serviços de saúde e apoio comu-nitário; espaços e edifícios públicos adaptados; participação cívica e possibilidades de emprego; partici-pação social; e, finalmente, comu-nicação e informação.

Segundo o especialista, todas essas dimensões passam a ter uma importância maior à medida que envelhecemos. “Quando olhamos para a cidade sob a ótica da pes-soa que já envelheceu e desenvol-vemos políticas para isso, criamos um entorno urbano amigável para todos – não só para pessoas idosas. É o que chamamos de cidade age friendly, ou seja, amiga de todas as idades. “Se desenharmos a cidade sob a ótica do idoso, conseguire-mos adaptar a cidade onde vive-mos a esse envelhecimento”.

adaptaÇÕes siMples

O conceito age friendly é bas-tante amplo e abrange até mesmo rotinas do dia a dia que passam

despercebidas pelos gestores, como ônibus com entradas e ro-letas mais largas: “Não estamos falando de nada sofisticado, como elevadores nos ônibus, mas sim de adaptações simples, que podem ser feitas em qual-quer ônibus”, ressalta Alexandre Kalache, lembrando que no Bra-sil os ônibus são construídos em cima de chassis de caminhão, que são muito altos e dificultam o acesso de idosos, crianças e pessoas gordas.

Alexandre kalache cita o bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, como um exemplo típico de enve-lhecimento urbano. “Copacabana é um bairro envelhecido, em função das características urbanas do local. Hoje, Copacabana tem 30% de idosos, o mesmo que vai acontecer com o Brasil antes de 2050. Ou seja, o bairro está predizendo o que vai acontecer no país como um todo”.

Estudos mais aprofundados sobre a questão do envelhecimen-to urbano em 35 cidades do mun-do começaram a ser realizados pela Organização Mundial da Saú-de (OMS) em 2005, por ocasião do Congresso Mundial de Gerontolo-gia realizado no Rio de Janeiro. Em 2007, a organização lançou o Guia Global: Cidade Amiga do Idoso, cujas diretrizes vêm sendo adota-das por centenas de cidades.

Segundo Alexandre Kalache, é importante que as cidades e o poder público façam seu próprio diagnóstico e identifiquem suas principais deficiências. “Cada ci-dade tem prós e contras. O único modelo de inclusão para o futuro é o que observa essas tendências”, ressalta o especialista.

enVelhecimento Da PoPUlaçÃoSocial

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aMiGos e iniMiGos

Ele lembra que na pesqui-sa realizada no Rio, em 2005, os idosos identificaram a segurança como sua principal preocupação e o motorista de ônibus como seu grande inimigo - percepção que se mostrou comum em várias cida-des -. Os idosos reclamam que os motoristas não param os ônibus e arrancam o veículo abruptamente, provocando muitas quedas e até mesmo fraturas.

Para amenizar essas inquieta-ções, Alexandre Kalache defende a instalação de delegacias espe-cializadas para o atendimento ao idoso, a exemplo do que já existe no Rio de Janeiro, e a criação de brigadas de agentes comunitários para atuar na mobilização e cons-cientização das pessoas, para que o envelhecimento seja mais bem visto pela população.

Na outra ponta, os porteiros dos edifícios continuam sendo os grandes amigos dos idosos, atuan-do como verdadeiros agentes co-munitários. São eles que ajudam, conversam e avisam aos familiares sobre mudanças, acidentes do-mésticos e doenças. O porteiro é quem chega e fala para um filho ou filha que visita o idoso uma vez por semana: “Olha, seu pai caiu nesta semana”, ou “Sua mãe anda esquecendo as coisas”, ou “Seu pai anda trazendo pessoas estranhas para casa”.

Para Alexandre Kalache, outra ideia interessante é usar as farmá-cias como ponto de partida para interagir com a população de ido-

sos de um bairro, ajudando a iden-tificar, por exemplo, idosos de alto risco (aqueles com mais dificulda-des de saúde ou que compram mais remédios pesados). “As farmá-cias também podem ser integra-das às políticas públicas e ajudar, por exemplo, a fazer uma educa-ção para a saúde e a lutar contra autoprescrição”.

Social

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32 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O Ministério da Pesca e a Organização das Nações Unidas para Agricultura e

Alimentação (FAO) atuarão juntos em projetos de cooperação técni-ca destinados a combater a fome no mundo. Um dos projetos, ainda em fase de estruturação, é a criação, em Moçambique, de um centro de referência para formação e capaci-tação em aquicultura para atender países africanos, ainda carentes da formação de técnicos no setor.

Além da coordenação técni-ca da FAO e do Ministério, o pro-jeto também terá a participação da Universidade de Integração In-ternacional da Lusofonia Afro Bra-sileira (UNILAB) e do Governo de Moçambique,

O consumo regular de pes-cados traz benefícios à saúde. De modo geral, os peixes são boas fontes de todos os aminoácidos

essenciais, que ajudam a formar as proteínas, necessárias para o crescimento e a manutenção do corpo humano. São também fon-tes importantes de ferro, vitamina B12, cálcio e gorduras essenciais, fundamentais ao bom funciona-mento do corpo.

Segundo o ministro luiz sér-gio, aumentar a oferta de alimen-tos é um dos grandes desafios de todos os governos do mundo “e o Ministério da Pesca e Aquicultu-ra está mobilizado e trabalhando para isso”. Além de estimular a pro-dução deste importante alimento, o Ministério também quer aumen-tar a contribuição da pesca para a economia do Brasil, visando à ge-ração de empregos, e para a redu-ção do déficit do item pescado na balança comercial.

Para tanto, o ministro da Pesca e o Banco Nacional de Desenvolvi-

PeScaDoS na PaUta Docombate à Fome mUnDial

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mento Econômico e Social (BNDES) firmaram convênio para agregar valor aos produtos da atividade pesqueira nacional. Pelo acordo, o BNDES promoverá rodadas de reu-niões com empresários ligados ao agronegócio, focada no potencial do pescado e desenvolverá, em parceria com o Ministério, uma sé-rie de ações voltadas para a aqui-cultura de subsistência, engloban-do, em especial, o treinamento de mão de obra.

Para o ministro, o objetivo é “qualificar a atividade para agregar valor ao que eles (pescadores) já estão produzindo e discutir como inserir esses produtos em uma ca-deia mais ampla, principalmente de distribuição e comercialização do pescado”.

De acordo com Luiz Sérgio, está claro para o BNDES que o desenvolvimento do setor é uma “janela de oportunidades que nós temos no Brasil e precisamos de-senvolver”. O ministro acredita que, com a parceria do banco de de-senvolvimento, esse salto poderá ser dado. “E nós vamos colocar o item pescado como item tão repre-sentativo na economia brasileira, como é hoje a atividade do frango, da pecuária, da agricultura”.

reservatórios

Durante o I Seminário de Pesca e Aquicultura em Reservatórios, pro-movido pelo Ministério da Pesca, o ministro Luiz Sérgio explicou que os reservatórios representam uma gran-de oportunidade para o desenvolvi-mento da aqüicultura e da pesca, inclusive a esportiva. “É um potencial enorme para o qual o Brasil precisa despertar”, enfatizou o ministro.

O seminário abordou temas importantes, como o uso sustentá-vel dos reservatórios para a gera-ção de emprego e renda através da pesca e da criação de peixes, com ênfase nos reservatórios das usinas de Tucuruí, Castanhão e Itai-pu. “Estamos convencidos de que é possível explorar melhor as poten-cialidades dos reservatórios para a produção de peixes”, disse José Carlos Gomes da Costa, chefe do escritório da Eletrobras em Brasília.

O Ministério também dará aten-ção especial aos terminais pesquei-ros de Porto Velho e Rolim de Moura. O estado é o primeiro produtor de peixe em cativeiro e o terceiro pro-dutor de pescados da Amazônia. O governo de Rondônia também quer desenvolver a piscicultura em lagos de usinas hidrelétricas.

Reservatório da Itaipu.

Social

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34 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Reduzir a extrema pobreza e promover a inclusão social e o fortalecimento da cidada-

nia, tendo como base a emancipa-ção das famílias, este é o objetivo do Programa Vitória Mais Igual, lan-çado pela Prefeitura de Vitória (ES). O programa, que será apreciado pelos vereadores da capital capixa-ba, tem como base um estudo rea-lizado pelo Cadastro Único de Vitória (CadÚnico), feito em julho de 2011.

O estudo revelou que 3.279 famílias sobrevivem com renda per capita mensal de até R$ 70,00 (li-nha de extrema pobreza definida pelo governo da presidente Dilma Rousseff) e que ainda não foram in-cluídas no Programa Bolsa Família, do Governo Federal. Esses dados mostram que Vitória, apesar de es-tar entre os dez municípios com os maiores Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e de ostentar bons indicadores econômicos, tem ainda um número de famílias em si-tuação de extrema pobreza.

Diante dessa realidade, a Pre-feitura de Vitória uniu-se aos Go-vernos Federal e Estadual para a

execução do Plano Brasil Sem Mi-séria e do Programa Capixaba de Redução da Pobreza, e elaborou o Programa Vitória Mais Igual, em âmbito municipal. Para o prefeito João coser, entre suas atribuições, cuidar das pessoas é uma das ta-refas mais prazerosas. “Neste caso, principalmente, porque envolve a vida das pessoas mais carentes da nossa cidade”, explicou.

Segundo Coser, Vitória será a primeira capital do país a ter um programa próprio de transferência de renda de forma a acelerar o processo de acolhimento dessas pessoas. “Nosso objetivo é que essas famílias passem a ser aten-didas pelos programas federais e migrem para o mercado de tra-balho”, observou.

BeneFício BÁsico

O prefeito explicou que pode-rão participar do programa famílias que residam em Vitória há, no mí-nimo, dois anos, tenham renda fa-miliar per capita de até R$ 70,00, que estejam incluídas e com seus dados atualizados no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal e não recebem o Programa Bolsa Família.

“As famílias que atenderem todos os critérios receberão o benefício básico, no valor de R$ 50,00, e o benefício variável no valor de R$ 15,00 por criança e/ou adolescente, até o limite de cinco crianças, com idade de 0 a 15 anos. Assim, uma família com cinco filhos até 15 anos receberá R$ 125,00”, explicou.

Segundo João Coser, o valor destinado ao programa já está

contemplado no orçamento de 2012. Mas, em relação ao custo no programa, o prefeito afirmou que o custo de não se tomar al-guma atitude é maior do que o custo de fazê-la.

O pagamento será feito men-salmente ao representante familiar declarado no Cadastro Único, por meio de cartão magnético e da rede bancária. O Programa Vitória Mais Igual incluirá progressivamente até 3.500 famílias, a partir do mês de novembro de 2011. A inclusão da família no Programa Federal Bolsa Família implicará no desligamento do programa municipal.

O perfil dessas famílias foi des-tacado pelo prefeito: das 3.279 famílias, 2.911 têm a mulher como responsável. “Além disso, a nossa população extremamente pobre está concentrada na criança e adolescente. Por isso nossa política tem foco na criança”, informou.

O prefeito reforçou que as fa-mílias beneficiadas serão acom-panhadas pelas secretarias mu-nicipais de Assistência Social, Educação, e Saúde. “Essas pesso-as vão receber um olhar especial das nossas secretarias”, explicou João Coser. Além disso, a prefeitu-ra vai estimular o desenvolvimento das capacidades dos integrantes do programa. “Os participantes deverão acessar os diversos pro-gramas, projetos e serviços das políticas públicas municipais, como, por exemplo, as ações vol-tadas para trabalho e geração de renda, habitação, cidadania e direitos humanos, cultura, esporte e lazer. Queremos fazer, de fato, Vitória uma cidade mais igual”, concluiu.

Uma VitÓria maiS iGUalSocial

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O Ministério do Desenvolvi-mento Social e Combate à Fome prorrogou o prazo

para atualização cadastral dos be-neficiários do Programa Bolsa Famí-lia até 31 de dezembro. A amplia-ção em dois meses ocorreu devido à mudança de sistemas do Ca-dastro Único. O Bolsa Família é um programa de transferência de ren-da do Governo Federal que atende atualmente 13 milhões de famílias.

Desde dezembro de 2010, os gestores municipais estão migran-do a base de dados para a versão 7, que é mais moderna e qualifica melhor as informações cadastrais. No entanto, durante o processo de migração, o trabalho de atendi-mento aos beneficiários necessita ser suspenso, o que acabou atra-sando a atualização que deveria ocorrer até 31 de outubro, sem blo-queio de benefício.

Após esse prazo, o benefício de quem ainda estivesse com infor-mações sem alteração há mais de dois anos seria bloqueado. Agora, o bloqueio só vai ocorrer em janeiro de 2012 e os cancelamentos em março. Entre janeiro e setembro de 2011, os gestores municipais atua-lizaram o cadastro de 638.302 fa-mílias, que representam 48% das 1,3 milhão que precisavam reno-var seus dados neste ano. Restam

692.646, ou seja, 52% de-vem passar pelo mesmo processo para evitar que seus benefícios sejam bloqueados ou cance-lados.

A atualização ca-dastral a cada dois anos é deter-minada pelo decreto nº 6.135, de 2007. Mudança de endereço ou de renda, localização da escola dos filhos para acompanhamento da frequência escolar e composi-ção familiar são informações fun-damentais para a boa gestão do programa de transferência de ren-da. É necessário que esses dados retratem a realidade dos benefici-ários para garantir que o Bolsa Fa-mília chegue à parcela da popula-ção com renda per capita de até R$ 140,00.

Tanto as famílias beneficiá-rias quanto os gestores devem estar atentos ao novo prazo, para evitar que o pagamento seja suspenso a partir de janeiro. Os estados com maiores percentuais de cadastros re-visados são Paraná e Santa Catarina.

A revisão cadastral é uma ati-vidade anual realizada pelo Minis-tério do Desenvolvimento Social e pelos municípios desde 2009. No início de cada ano, o ministério identifica todas as famílias com ca-dastros sem renovação nos últimos dois anos. Essa relação é colocada à disposição dos gestores no Siste-ma de Gestão Integrada do Pro-grama Bolsa Família. O ministério também repassa recursos mensal-mente aos municípios que podem ser empregados nessa atividade. As famílias identificadas também recebem avisos em seus extratos bancários de pagamento.

atUaliZaçÃo caDaStralSocial

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36 Outubro 2011 - Estados & Municípios 36 Outubro 2011 - Outubro 2011 - Estados & Municípios

A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 já estão rendendo frutos para

as cidades do interior. Após um lon-go e tenebroso inverno, finalmente o governo despertou para a impor-tância econômica e logística dos aeroportos regionais.

Com o aumento da deman-da de passageiros e os sucessivos recordes de embarques e desem-barques registrados nos pequenos

aeroportos do interior do país, o Mi-nistério do Turismo (MTur) e a Secre-taria de Aviação Civil (SAC) estão identificando locais prioritários para investimentos em infraestrutura ae-roportuária. O objetivo é estimular o desenvolvimento das rotas de bai-xa e média densidade de tráfego e o aumento do número de cidades e municípios atendidos pela avia-ção regional.

Nos últimos oito anos, o Ministé-rio do Turismo investiu R$ 160 milhões em obras de infraestrutura nos aero-portos regionais brasileiros, como re-vitalização de pistas, construção de terminais de embarque e desembar-que e equipamentos de segurança. Modernizar esses aeroportos significa elevar o potencial turístico das regi-ões e alavancar o setor como um

todo, promovendo expansão da ho-telaria, dos restaurantes e dos atrati-vos turísticos.

É um investimento irrisório dian-te da força da aviação regional provocada pelo ciclo de prospe-ridade do interior do país, mas a iniciativa está mobilizando as três esferas de governo e atraindo a atenção da iniciativa privada. Se-gundo a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Re-gional, são necessários R$ 3 bilhões para adequar a operação de 180 pequenos aeroportos e aeródro-mos brasileiros.

A recém criada Secretaria de Aviação Civil (SAC) já começou a mapear a demanda nos aeropor-tos regionais. Entre as medidas pre-

DecolanDo Para o interior

Infraestrutura

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Estados & Municípios - Outubro 2011 37Estados & Municípios - Outubro 2011 37

vistas pela SAC, estão o aumento de participação de empresas es-trangeiras no capital das compa-nhias, dos atuais 20% para 49%, a ampliação das linhas de crédito para aquisição de aeronaves e até a entrega de aeroportos da Infra-ero para a gestão de estados e municípios, que poderiam conce-dê-los à iniciativa privada. “Vamos aprimorar as parcerias com esta-dos e identificar as necessidades de investimentos nesses aeroportos regionais”, garante o ministro da SAC, Wagner Bittencourt.

Para o presidente da Infraero, Gustavo do vale, uma das razões para a criação da SAC foi justamen-te a de apoiar a aviação regional e a modernização dos aeroportos lo-calizados no interior do País. Ele acre-dita que o processo de concessão gerará recursos que serão usados

também nos aeroportos regionais, onde a iniciativa privada tem pou-cas possibilidades de êxito”.

Sob novo comando, o Ministé-rio do Turismo identificou que uma fatia maior de passageiros está migrando para cidades do interior do país, nos chamados aeroportos regionais, e já decidiu investir mais pesado em melhorias da infraestru-tura aeroportuária. Prova disso é que O Programa Nacional de Desenvol-vimento do Turismo (Prodetur) já le-vou à aprovação do Cofiex US$ 1,9 bilhão em financiamentos junto ao Banco Interamericano de Desenvol-vimento e à Corporação Andina de Fomento, para o atendimento a 24 áreas turísticas prioritárias.

deManda repriMida

E demanda é o que não falta. Aeroportos como o de Ri-beirão Preto já mostram sinais de saturação. Só em 2010, quatro companhias lançaram rotas para a cidade, uma das mais ricas do interior paulista, o que levou a um aumento de 43,2% no número de passageiros. As prefeituras de Arara-quara. São Carlos, Barretos e Fran-ca estão investindo e pressionando o governo do estado por mais in-vestimentos em seus aeroportos.

Com 2,5 quilômetros, a pis-ta do aeroporto de Jaguaruna, em Santa Catarina, é a maior do Sul do Brasil, mas ainda é pratica-mente desconhecida até mesmo pelos catarinenses. O governo es-tadual quer que os novos aeropor-tos absorvam parte da demanda concentrada em Florianópolis, Na-vegantes e Joinville, que, juntos, re-ceberam 2,7 milhões de passagei-ros no primeiro semestre deste ano.

Aeroportos como o de Ribeirão Preto/SP já mostram sinais de

saturação

Infraestrutura

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38 Outubro 2011 - Estados & Municípios

A previsão é que o aeroporto de Jaguaruna receba 200 mil pas-sageiros nos primeiros 12 meses – número igual à movimentação de 2010 registrada em Chapecó, que tem um aeroporto consolidado com o crescimento do agronegó-cio na região.

A governadora do Rio Grande do Norte, rosalba ciarlini, já forma-lizou junto à Infraero proposta para a ampliação do aeroporto Dix-Sept Ro-sado, em Mossoró. Ela também quer que os aeródromos de Caicó, Assu, Currais Novos e Pau dos Ferros sejam transformados em aeroportos. Para a governadora, “a expansão dos aero-portos é importante para o desenvol-vimento do interior do estado.

Por aeródromo entende-se toda a área destinada a pouso, decolagem e movimentação de aeronaves de asa fixa ou rotativa. Podem ser compartilhados, milita-res, privados ou públicos e restritos. Aeroporto é todo aeródromo do-tado de instalações e facilidades

para apoio de operações de aero-naves, embarque e desembarque de pessoas e cargas

A manutenção da infraestru-tura aeroportuária requer uma de-manda mínima de voos, capaz de financiar equipamentos de raio-X, trabalhadores e a manutenção da pista, por exemplo. Por conta desta carência, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) tem sido forçada a negar a concessão de novas rotas quando os aeroportos não atendem aos padrões mínimos de segurança,

Muitas cidades brasileiras ainda não alcançaram este pata-mar. Mas isso é apenas uma ques-tão de tempo.

núMeros iMpressionaM

A interiorização da malha aé-rea já produz números que impres-sionam. Se, na média nacional, o número de passageiros cresceu 21,2% em 2010, em várias cida-des médias o crescimento superou os 35%. E o crescimento só não foi maior porque os terminais do inte-rior não comportam a demanda crescente ou não têm estrutura para receber aviões de carreira.

Em 2010, 6,5 milhões de pas-sageiros viajaram em voos das 13 companhias aéreas regionais (que

operam aeronaves com até 120 assentos), número 279% maior do que em 2005, quando atin-giu 1,7 milhão. Em julho de 2011, foi registrado no Brasil recorde de 7,4 milhões de embarques e de-sembarques em voos domésticos – crescimento de 22,05% em rela-ção ao mesmo período de 2010.

Dos 731 aeroportos públicos do país, 175 foram listados pelas empresas aéreas como de maior potencial turístico. Quatro, entre os cinco primeiros citados, estão loca-lizados no Nordeste: Lençóis e Porto Seguro (BA), Juazeiro do Norte (CE) e São Luis (MA).

A aviação regional tem apre-sentado os mais altos índices de crescimento do setor aeroviário, com resultados significativos nas operações das companhias, que chegaram a 123,9% de cresci-mento no primeiro semestre de 2011, em relação ao mesmo perí-odo de 2010.

E a expectativa do mercado segue em alta: segundo pesquisa do Ministério do Turismo, realizada pela Fundação Getúlio Vargas, via-jar nos próximos seis meses está nos planos de 33,7% dos pesquisados; 65% desses potenciais viajantes pretendem fazê-lo de avião, 86,1% deles acompanhados.

Infraestrutura

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40 Outubro 2011 - Estados & Municípios

A partir de dezembro, o De-partamento Nacional de Au-ditoria do Sistema Único de

Saúde (Denasus), ligado ao Minis-tério da Saúde, vai iniciar um rigo-roso esquema de fiscalização das drogarias do Programa Farmácia Popular do Brasil. A estratégia tem como objetivo fortalecer o progra-ma, garantindo maior controle e transparência, além de aperfeiço-ar o acesso a medicamentos gra-tuitos para diabetes e hipertensão, do programa Saúde não Tem Pre-ço, ou 90% de desconto para ou-tros 20 medicamentos.

A meta é auditar mensalmen-te um grupo de drogarias para evitar fraudes e irregularidades. Os fiscais vão avaliar, por exemplo, se constam da nota fiscal eletrônica

emitida pelo estabelecimento o nome completo do beneficiário, CPF, CNPJ da empresa, o número do registro do médico, telefone da Ouvidoria do SUS, a data da próxi-ma compra e a prescrição do me-dicamento, além de outras infor-mações. No total, 20 mil farmácias integram o programa.

Iniciada em Brasília, a ação segue nos próximos dias, sob a coordenação do DENASUS. A idéia é desenhar, na capital do Brasil, a estratégia de fiscalização que será aplicada nas demais droga-rias do país. “O programa tem um significado muito importante para o Ministério da Saúde, pois aten-de a milhões de pessoas”, afirma Adalberto Fulgêncio, diretor do departamento.

“Estamos comprometidos com o combate ao desperdício dos recursos da Saúde e ao mes-mo tempo atentos para ampliar e melhorar o acesso da população aos medicamentos”, enfatiza Ful-gêncio. De acordo com o diretor, os auditores irão analisar se as far-mácias estão de acordo com o que determinam as normas e cri-térios definidos pelo Departamen-to de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos (DAF).

Caso sejam encontradas desconformidades com as regras do programa, o Ministério da Saú-de poderá determinar a suspen-são imediatamente da farmácia, que é intimada a prestar esclare-cimentos. Se constatada alguma irregularidade, o estabelecimen-to é descredenciado e pode ser aplicada multa de até 10% sobre o montante das vendas referen-tes ao último trimestre, a partir da data da notificação para a apre-sentação da defesa.

O lançamento do Saúde Não Tem Preço tem estimulado o cres-cimento do programa Aqui Tem Farmácia Popular, cujo número de beneficiados registrou um aumen-to 183% de janeiro a setembro – passando de 1,2 milhões para 3,5 milhões. Além dos medica-mentos gratuitos para hipertensão e diabetes, o Saúde não tem Pre-ço oferece medicamentos para asma, rinite, osteoporose, coleste-rol, doença de Parkinson e glau-coma. Também são disponibiliza-dos anticoncepcionais, e fraldas geriátricas, essas indicadas para pessoas com mais 60 anos.

Para retirar o medicamento, o usuário precisa apresentar ape-

SaÚDe reForça FiScaliZaçÃoSaúde

A meta é auditar mensalmente com o objetivo de evitar fraudes e irregularidades

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Estados & Municípios - Outubro 2011 41Estados & Municípios - Outubro 2011 41

nas CPF, documento com foto e receita médica válida. O progra-ma permitiu ao Ministério da Saú-de expandir os pontos de retirada de determinados medicamentos para além dos postos de saúde e dos hospitais credenciados, au-mentando o acesso da popula-ção à assistência farmacêutica.

síFilis

Até o final do ano, o Sistema Único de Saúde (SUS) também oferecerá teste rápido de triagem para o diagnóstico de sífilis. Para tanto, o Ministério da Saúde vai ad-quirir 392 mil kits para a realização do teste na rede pública.e capa-citar centenas de profissionais que atuarão como multiplicadores dos procedimentos necessários para a realização do exame.

Segundo o ministro da Saúde, alexandre padilha, com o fortale-cimento da Rede Cegonha, o mi-nistério quer garantir que 100% das gestantes e seus parceiros sexuais, tenham acesso ao exame de sífilis e, quando necessário, ao tratamen-to. A Rede Cegonha integra todos os serviços e medidas para a aten-ção à gestante e seu bebê, desde o planejamento familiar aos primei-ros dias após o parto.

No Brasil, dados do Ministério da Saúde mostram que a preva-lência de sífilis em parturientes en-contra-se em 1,6%, cerca de qua-tro vezes maior que a prevalência da infecção pelo HIV. “O esforço é para conseguirmos eliminar a forma congênita da doença, aquela que é transmitida de mãe para filho, até o ano de 2015. Esses casos são inaceitáveis e reve-lam dificuldades de acesso a um pré-

natal de qualidade que precisam ser superadas rapidamente”, res-salta o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

De 2005 a 2010, foram no-tificados no país 29,5 mil casos de sífilis em gestantes.e detecta-dos 54.141 casos de sífilis con-gênita em crianças menores de um ano de idade. Segundo es-timativas da Organização Mun-dial de Saúde (OMS), a cada ano no mundo ocorrem aproxi-madamente 12 milhões de no-vos casos da doença.

sinais e sintoMas

A sífilis é uma doença infeccio-sa causada pela bactéria Trepone-ma pallidum e pode se manifestar de forma temporária, em três está-gios. Os principais sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais con-tagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sinto-ma e, por isso, dá a fal-sa impressão de cura da doença. Com o desaparecimento dos sintomas, o que acontece com fre-quência, as pessoas se despreocupam e não buscam diagnóstico e tra-tamento. Sem o atendimento adequado, a d o e n ç a p o d e

comprometer a pele, os olhos, os ossos, o sistema cardiovascular e o sistema nervoso. Se não tratada, pode até levar à morte.

Além da transmissão vertical (de mãe para filho), a doença pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado e por transfusão de sangue contaminado. O uso da ca-misinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento duran-te a gravidez são os meios simples, confiáveis e baratos de prevenção.

Saúde

Padilha quer garantir que 100% das gestantes

e seus parceiros sexuais tenham acesso

ao exame de sífi lis

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42 Outubro 2011 - Estados & Municípios 42 Outubro 2011 - Outubro 2011 - Estados & MunicípiosEstados & Municípios

Cotidiano

angela merkel

neil Young

renato rabelo

manuela D’Ávila

Gilberto Kassab

roberto teixeira

Chanceler alemã, deixando claro seu pessimismo diante da crise que assola a Europa

Músico canadense e ídolo POP de várias gerações, agora limpo e defensor de energias renováveis

Presidente Nacional do PCdoB

Deputada Federal (PCdoB-RS), sobre o projeto A Câmara quer te Ouvir

Prefeito de São Paulo e fundador do PSD, sobre o rumo das eleições proporcionais e majoritárias

Deputado Federal (PP-PE)

“Considero o sonho de resolver todos os problemas da União Europeia impossível”

“Se quiserem ouvir um conselho meu, lá vai: sem drogas é tudo melhor. Melhor e mais barato”

“O PCdoB não será empecilho ao governo desde que a pasta continue conosco”

“Não há uma democracia forte sem que haja uma interação concreta e permanente entre governantes e governados, entre eleitos e eleitores”

“As alianças firmadas com o PSD no ano que vem serão reproduzidas na disputa estadual de 2014”

“Para um desenvolvimento econômico e social do nosso País, precisamos da criação urgente de um programa de fortalecimento institucional para os pequenos municípios ”

proporcionais e majoritárias

“As alianças firmadas com o PSD no ano que vem serão reproduzidas na disputa estadual de 2014”

Dilma rousseff

Presidente da República, sobre denúncias de corrupção no Ministério do Esporte

“O governo não condena ninguém sem provas e parte do princípio civilizatório da presunção da inocência”

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Estados & Municípios - Outubro 2011 43

Cotidiano

Demóstenes torres

eduardo Duhalde

maurício Kubrusly

eliana calmon

Fernanda Vasconcellos

Jennifer aniston

Senador e líder do DEM, defendendo que a sigla tenha candidato a presidente em 2014

Ex-presidente da Argentina, sobre a atual e agora eleita presidente Cristina Kirchner e seu marido Néstor Kirchner

Jornalista da Rede Globo, durante palestra em Foz do Iguaçu, falando do quadro Me leva, Brasil

Corregedora do CNJ

Atriz global, explicando o que faz para relaxar depois de oito horas de gravação

Atrriz americana, em entrevista à OK! Magazine

“O marketing da faxina feito pelo governo está dando certo, o que pode tornar Dilma Rousseff uma adversária mais complicada que o ex-presidente Lula”

“Eles são doentes pelo poder. O poder desequilibra muitas pessoas e acho que foi isso o que ocorreu”

“O Brasil é um país cheio de histórias para contar. Idéias brilhantes podem surgir de anônimos, pessoas simples e nem sempre com ensino superior completo. E essas histórias rendem uma boa conversa”

“Não temos uma sociedade de santos, temos uma sociedade que tem um esgarçamento muito forte”

“Saio da TV com tanta energia acumulada que vou para a esteira e corro 5 quilômetros; ou para o bar e enfio o pé na jaca”

“Não sou grosseira, mas gosto de contar piadas sujas e de falar palavrão. Não sou essa garota certinha que vocês imaginam”

eliana calmon

Fernanda Vasconcellos

do quadro Me leva, BrasilMe leva, Brasil

Corregedora do CNJ

“Não temos uma sociedade de santos, temos uma sociedade que tem um esgarçamento muito forte”

“Saio da TV com tanta energia acumulada que vou para a esteira e corro 5 quilômetros; ou para o bar e enfio o pé na jaca”

Atriz global, explicando o que faz para relaxar depois de oito horas de gravação

Atriz global, explicando o que faz para relaxar depois de oito horas de gravação

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44 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Foram trinta anos de espera. Mas valeu a pena. Três déca-das depois da última refinaria

construída no Brasil, o Nordeste, mais especificamente o estado de Pernambuco, receberá a mais mo-derna unidade de refino de petró-leo do país. Construída dentro do conceito de Unidade de Alta Per-fomance (UAP), o avanço tecnoló-gico embutido na refinaria Abreu e Lima permitirá implantação de processos ambientalmente res-ponsáveis, com grande capacida-de de produção de combustíveis mais limpos e a minimização de impactos e custos.

Projetada para o refino e co-mercialização de derivados de pe-tróleo pesado, a nova refinaria, que estará operando a pleno vapor a partir do primeiro semestre de 2013, tem importância estratégica para o Brasil e para o desenvolvimento sus-tentável da região Nordeste. Com ela, o país será auto-suficiente em

diesel e não precisará mais importar o produto. Pelo menos por enquanto.

“O Brasil continuará crescendo e certamente teremos que construir novas refinarias. Todos nós quere-mos que o Brasil continue cres-cendo sempre. Agora temos muito petróleo para processar e continuar sendo auto-suficiente em petróleo e seus derivados”, afirma o diretor pre-sidente da Refinaria Abreu e Lima S/A, Marcelino Guedes Gomes.

Inicialmente, a obra estava prevista para ser concluída em 2011. Marcelino Guedes explica que o atraso foi provocado princi-palmente pela necessidade de re-fazer a maior parte das licitações, em função dos elevados preços apresentados nas concorrências. “Alguns pacotes de equipamentos chegaram a ser licitados quatro ve-zes para se chegar a um preço com-patível com o nosso orçamento”.

Segundo o diretor, trata-se de uma unidade robusta, com unida-

des muito grandes, mas que produ-zirá poucos produtos. Ao contrário das demais refinarias instaladas no país, que produzem até 40 produ-tos e subprodutos, como gasolina, querosene de aviação, querosene industrial, nafta e parafina, entre ou-tros; na Abreu e Lima serão produzi-dos apenas cinco produtos: diesel, óleo combustível, GLP, Nafta petroquí-mica e Coque, com aplicação na siderurgia, indústria cimenteira, usinas térmicas e indústria do alumínio.

Orçada em US$ 14 bilhões e com capacidade para processar 230 mil barris de petróleo por dia, cerca de 11% da atual capacida-de de refino no Brasil, o principal foco da refinaria será o diesel de baixo teor de enxofre, que concen-trará 70% de sua produção.

“Hoje temos o compromisso de sairmos de 500 PPM (partes por milhão) de enxofre para 50 PPMs. A Abreu e Lima produzirá diesel com 10 PPM de enxofre, o mesmo teor

Valeu a pena esperarreFinaria abreU e lima

Mauricio cardoso

Marcelino Guedes, diretor presidente da refinaria, garante que a obra terá um impacto social, econômico e financeiro muito grande para Pernambuco e o Brasil

Energia

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Estados & Municípios - Outubro 2011 45

utilizado pelo padrão europeu. Será a primeira refinaria brasileira com essa padrão de qualidade”, ressalta Marcelino Guedes.

Com isso, aproximadamen-te 20% do diesel nacional sairá da nova refinaria. Isso significa que, de cada 10 tratores, caminhões, car-ros, ambulâncias e ônibus que ro-darão pelo Brasil a partir de 2013, dois serão impulsionados pelo diesel produzido em Pernambuco.

petróleo pesado

A refinaria Abreu e Lima incor-porou avanços tecnológicos muito interessantes. Ela vai pegar o pe-tróleo pesado, que é o mais bara-to e menos atrativo do mercado, e transformá-lo no melhor e mais co-biçado produto da atualidade, que é o diesel de baixo teor de enxofre. Esse tipo de processamento é uma novidade no Brasil. Até então, todas as refinarias construídas no país uti-lizavam o petróleo leve extraído no oriente médio.

“No passado, nossas refinarias eram projetadas para processar uma mistura de petróleo mais leve, importado do Oriente Médio, com o petróleo pesado produzido no Bra-sil”, explica o diretor.

Agora isso vai mudar. A Abreu e Lima processará exclusivamente petróleo pesado, produto abundan-te no Campo Marlim, na Bacia de Campos, que extrai petróleo com densidade de 16 graus API. “Quanto menor o grau mais pesado é o pe-tróleo, e quanto maior o grau, mais leve ele é”, explica o diretor, ressal-tando que o petróleo do pré-sal está entre 27 e 28 graus API, o que é considerado um produto de boa qualidade.

Instalada em uma área de 630 hectares (6,3 km²), a Abreu e Lima produzirá diariamente 26 milhões de litros de diesel, 60 mil botijões de GLP, 3.624 m³ de naf-ta petroquímica, 6.312 toneladas de coque, 610 toneladas de ácido sulfúrico e 360 toneladas de enxo-fre. E tudo isso com baixo custo de manutenção, reduzido consumo energético, automatização com controle avançado, otimização dos recursos hídricos e respeito ao meio ambiente.

Toda estrutura da refinaria será interligada ao novo píer (PGL3) do porto de Suape e às companhias distribuidoras por 12 dutos de 9 qui-lômetros cada, em uma faixa de passagem exclusiva, com 27 me-tros de largura.

ecoloGicaMente correta

Para filtrar as emissões de en-xofre e de nitrogênio na atmosfe-ra, a refinaria será equipada com uma moderna unidade “SNOX”, que minimiza os efeitos dos gases emitidos pelas chaminés durante o processo de refino. A Abreu e Lima será a terceira refinaria do mundo equipada com a tecnologia SNOX, que converte os óxidos de nitrogê-nio e o enxofre em nitrogênio não poluente e em ácido sulfúrico (pro-duto muito utilizado nas indústrias de fertilizantes).

A importância desta unidade é explicada quimicamente: o nitro-gênio (NOX) que vai para atmosfera compromete o meio ambiente com gases de efeito estufa. O enxofre re-age com o nitrogênio e vira ácido sulfúrico, provocando as chamadas chuvas ácidas. “É simples. Quanto menos enxofre na atmosfera, menos chuva ácida você tem”.

Todos os tanques de depósito contam com uma cobertura es-pecial para reduzir a emissão dos vapores e o odor característico em torno das refinarias. “Todas as saí-das de vapores têm filtros especiais para reduzir aquele cheiro que ge-ralmente as refinarias exalam. Nes-

Instalada em uma área de 630 hectares (6,3 km²), a Abreu e Lima produzirá diariamente 26 milhões de litros de diesel

Energia

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46 Outubro 2011 - Estados & Municípios

sa refinaria não vai ter esse cheiro.”, garante o diretor.

A água é matéria-prima para o processamento do petróleo. É com ela que as refinarias fazem as trocas térmicas que dão ori-gem aos diversos subprodutos do petróleo. Na Abreu e Lima, a oti-mização e reutilização dos recur-sos hídricos será realizada por um circuito totalmente fechado, que inclui a coleta, armazenamento e tratamento de toda a água da chuva. “Vamos consumir a menor quantidade possível de água”, en-fatiza Marcelino Guedes.

Claro que boa parte da água necessária para o refino será forne-cida pela Companhia Pernambu-cana de Saneamento (Compesa). A água da chuva será armazenada em dois grandes lagos, onde será tratada e utilizada nas instalações industriais. “O circuito fechado pos-sibilitará o máximo aproveitamento da água da refinaria”, explica o dire-tor presidente, ressaltando que esse avançado sistema de reutilização da água vai evitar o desperdício e reduzir a quantidade de afluentes tratados a serem lançados no mar, mantendo sua qualidade compatí-vel com o ambiente marinho.

Outro ponto importante é o re-florestamento de todo o perímetro da refinaria. A unidade será cerca-da por um cinturão verde compos-to por espécies nativas da Mata Atlântica, cultivadas em viveiros de mudas implantados pela empre-sa. Segundo Marcelino Guedes, o cuidado de cercar a refinaria com floresta nativa reforça o compro-misso da Petrobras com a questão ambiental”.

Como se não bastasse, os níveis de poluição gerados pela refinaria serão rigorosamente

controlados por modernos equi-pamentos de monitoramento de emissões atmosféricas e de qua-lidade do ar, para garantir que o impacto seja inferior ao permitido pela legislação ambiental.

A empresa também lançará um Atlas com todo o mapeamen-to da fauna marítima, das corren-tes marítimas e da movimentação das marés na região. “Se porventu-ra acontecer qualquer tipo de va-zamento no terminal de petróleo, poderemos precisar para onde a mancha vai e atuar no seu controle da melhor forma possível”.

QualiFicaÇÃo proFissional

Em parceria com a Petrobras, a Universidade Federal de Per-nambuco criou dois novos cursos de graduação para qualificar pro-fissionais para esse novo merca-do de trabalho: engenharia naval

oceânica e engenharia mecâni-ca com especialização em equi-pamentos de petróleo.

Os melhores alunos das esco-las técnicas e dos dois novos cursos de graduação recebem bolsas de estudos da Petrobras no valor de R$ 300 e R$ 500, respectivamen-te, como incentivo à formação de mão-de-obra especializada.

O complexo também possi-bilitou a instalação, em Pernambu-co, do primeiro instituto nacional de tecnologia fora do eixo Rio-São Paulo-Brasília: o INTM (Instituo Nacio-nal de Tecnologia de União de Ma-teriais e Revestimentos)

O Programa de Mobilização da Indústria Nacional do Petró-leo, criado pela Petrobras para treinar mão-de-obra para a in-dústria petrolífera, já formou cer-ca de 78 mil pessoas em todo o Brasil, sendo mais de 10 mil em Pernambuco.

Todo o complexo da refinaria será cercado por um cinturão verde composto por espécies nativas da Mata Atlântica, cultivadas em viveiros de mudas implantados pela empresa, compromisso ambiental da Petrobras

Energia

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Estados & Municípios - Outubro 2011 47

Agora, em parceria com o go-verno do estado, a Petrobras formará 200 professores nas áreas de reves-timento, soldador, caldeireiro, mecâ-nico, eletricista e outras disciplinas re-lacionadas ao setor. Cada professor terá o compromisso de atuar como multiplicador de conhecimento, me-diante a formação de turmas de 20 alunos. “Só com esse programa for-maremos 4 mil alunos bem qualifica-dos”, comemora o diretor.

O diálogo com a socieda-de também é uma preocupação constante da Petrobras que, siste-maticamente, reúne representantes da sociedade civil, das prefeituras, das empresas e das universidades para debater formas para minimi-zar o impacto da presença desses 60 mil homens nas cidades. Na pauta, temas importantes como drogas, alcoolismo, prostituição, doenças sexualmente transmissíveis e a violência contra a mulher.

pólo de desenvolviMento

O complexo petrolífero da Petrobras, no pequeno município de Ipojuca, não se resume à Abreu e Lima. Alem da refinaria, a estrutu-ra abriga petroquímicas, estaleiros e terminal portuário. Atualmente, a construção do complexo empre-ga 29 mil pessoas, número que chegará a 39 mil no pico da obra, em março de 2012. Neste período, serão 60 mil empregos diretos: 30 mil na refinaria. 13 mil na petroquí-mica, 13 mil no estaleiro e mais 4 mil nas obras de infraestrutura do entorno, como porto, estradas e viadutos. Sem contar os mais 159 mil empregos indiretos. Para Marce-lino Guedes, “isso é uma verdadeira revolução na geração de emprego e renda na região”;

Quando entrar em operação, a refinaria deverá aumentar a ar-recadação de impostos na região

em até R$ 2,5 bilhões ao ano e res-ponderá por 20% do PIB pernam-bucano. “A influência da refinaria vai muito além de suas cercas e certamente contribuirá para a con-solidação de um país social e eco-nomicamente mais justo”, ressalta Marcelino Guedes.

Por isso a escolha de Per-nambuco para abrigar a primei-ra refinaria da Petrobras após 30 de espera foi uma decisão lo-gística, econômica e social. O local possui condições geográ-ficas privilegiadas pela proximi-dade com os principais centros consumidores do Nordeste, boa estrutura portuária e uma eficien-te malha rodoviária.

Ele enfatiza que muito mais que uma refinaria, Pernambuco terá um complexo petrolífero que vai gerar crescimento econômico, distribuição de renda, capacitação de mão de obra e melhoria da qualidade de vida.

Para Marcelino Guedes, o go-verno federal acertou em cheio quando escolheu a região Nordes-te como base para a instalação de novas refinarias visando uma maior igualdade entre os estados da Federação. Já está prevista a construção de mais duas unidades, no Maranhão e no Ceará. “É o Nor-deste ingressando e ampliando de-finitivamente sua participação na economia nacional”

Segundo o diretor, no caso específico de Pernambuco, a Pe-trobras se orgulha de estar partici-pando da criação de mais um im-portante pólo de desenvolvimento nacional: o pólo Industrial de Sua-pe, que já reúne mais de 70 em-presas e concentra 50% das enco-mendas de navios e plataformas contratadas no Brasil.

Energia

Page 48: Revista Estados & Municipios

48 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O sonho da energia elétrica finalmente virou realidade para 384 domicílios rurais

da pequena comunidade da Costa do Amatari, localizada no município de Itacoatiara, terceira cidade mais populosa do Amazonas. A energia chegou através de 2,2 quilômetros de cabos subaquáticos instalados pela Eletrobrás Amazonas, responsá-vel pela execução do Programa Luz para Todos no estado.

A obra de eletrificação rural custou R$ 3,5 milhões e beneficia-rá cerca de dois mil moradores da localidade formada por três ilhas: Amatari, Januário e Jacaré, locali-zadas às margens do Rio Amazo-nas e onde só é possível chegar por via pluvial. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a implantação da nova tecnologia evitou a cons-trução de uma usina termelétrica a diesel na Ilha Januário.

As famílias dessas três ilhas tra-balham na agricultura (fruticultura) e agropecuária, atividades de subsis-tência e geração de renda. Antes do Programa Luz para Todos, as co-munidades utilizavam velas, pilhas, lamparinas e pequenos geradores.

Segundo o prefeito de Itacoa-tiara, antonio peixoto (PT), a partir de agora essas comunidades con-viverão com uma nova realida-de de desnevolvimento. “Estamos

avançando no fornecimento de energia elétrica no interior, levando qualidade de vida, geração de ren-da e realizando o sonho da energia 24 horas”, ressaltou o prefeito.

Além de Itacoatiara, o progra-ma já instalou 23,7 mil metros de cabos subaquáticos para levar ele-tricidade para 21 comunidades nos municípios de Manaus, Nhamundá, Barreirinha, Iranduba, Manaquiri, Maués, Nova Olinda do Norte, Pa-rintins, Alvarães e Coari, atendendo a 3,5 mil domicílios, beneficiando cer-ca de 17,3 mil pessoas no estado.

O Luz para Todos é um pro-grama do Governo Federal, coor-denado pelo Ministério de Minas e Energia, operacionalizado pela Eletrobrás e realizado em parce-ria com os governos estaduais, as concessionárias de energia elétrica e as cooperativas de eletrificação rural. A região Norte é coordenada pela Eletronorte e conta no estado com um comitê gestor responsável

por receber as demandas, definir prioridades, acompanhar o cum-primento de metas e garantir a im-plantação do programa.

Buscas pelo passado

O navio de assistência hospita-lar Osvaldo Cruz já iniciou a opera-ção de localização dos navios Ja-guaribe e Andirá, que afundaram durante a histórica batalha naval de Itacoatiara, ocorrida em 1932.

Com equipamentos de locali-zação e sondagem, o navio está var-rendo o leito do rio Amazonas para localizar as duas embarcações, que segundo relatos dos moradores mais antigos, estão na margem oposta à da cidade. “Quando estamos pes-cando, as nossas redes e equipa-mentos engancham na embarca-ção e perdemos tudo. Isso acontece bem no local onde meu pai disse que um dos navios afundou. Antes, o mastro dele era visto nos anos de grande seca do rio,” revelou o pes-cador Alexandre Saraiva.

Seguindo as orientações dos pescadores e utilizando tecnologia moderna de localização, a embar-cação da marinha detectou dois pontos onde o relevo do fundo do rio sofre variações bruscas, e indi-cam que as duas embarcações podem estar nestes locais.

PaSSaDo e FUtUro em itacoatiara

Energia

Em 2010, já faturamos 7 importantes prêmios: 6 medalhas no Colunistas, o que nos deixou entre as melhores agências do Norte-Nordeste, e um Bahia

Recall, a mais importante e concorrida premiação do mercado baiano. Conquistas que aumentam ainda mais o nosso prazer pelo trabalho e nos

estimulam a buscar resultados cada vez mais consistentes para os nossos clientes. Sempre com ideias diferenciadas, pra chegar cada vez mais longe.

Destaque no Bahia Recall e seis medalhas no Colunistas Norte/Nordeste 2010.

anuncio_est_munic_21x28.pdf 1 17/11/10 11:49

Page 49: Revista Estados & Municipios

Em 2010, já faturamos 7 importantes prêmios: 6 medalhas no Colunistas, o que nos deixou entre as melhores agências do Norte-Nordeste, e um Bahia

Recall, a mais importante e concorrida premiação do mercado baiano. Conquistas que aumentam ainda mais o nosso prazer pelo trabalho e nos

estimulam a buscar resultados cada vez mais consistentes para os nossos clientes. Sempre com ideias diferenciadas, pra chegar cada vez mais longe.

Destaque no Bahia Recall e seis medalhas no Colunistas Norte/Nordeste 2010.

anuncio_est_munic_21x28.pdf 1 17/11/10 11:49

Page 50: Revista Estados & Municipios

50 Outubro 2011 - Estados & Municípios

No primeiro round da briga dos estados produtores contra os não produtores

de petróleo, os últimos levaram a melhor. O Senado Federal apro-vou, em votação simbólica, o substitutivo do senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), que redivi-de todas as receitas da explora-ção de petróleo. As bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, os maiores produtores, estimam em R$ 4,3 bilhões as perdas já em 2012. O segundo round acontecerá na Câmara dos De-putados até o final de novembro. Foram apresentadas 54 emen-das ao substitutivo, das quais 51 foram rejeitadas.

Pelo texto aprovado no Sena-do, no próximo ano a União terá sua fatia nos royalties reduzida de 30% para 20%. Os estados produ-tores caem de 26,25% para 20%. Os municípios produtores sofrerão a maior redução: de 26,25% pas-sam para 17% em 2012 e chegam a 4% em 2020. Os municípios afe-tados pela exploração de petróleo

também sofrem cortes: de 8,75% para 2%. Em contrapartida, os es-tados e municípios não produtores saltam de 8,75% para 40%.

O substitutivo prevê também a redistribuição da participação espe-cial. Neste caso, a União, mais uma vez, abre mão de parte de seus re-cursos. Os 50% a que tem direito hoje passam a ser 42% em 2012. A partir daí, com a expectativa de aumento das receitas, a União volta a ter sua alíquota ampliada ano a ano, até chegar aos 46% propostos inicial-mente pelo governo.

Após a votação, o presi-dente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), informou que preten-de formar em breve uma comis-são de notáveis para estudar o problema da Federação brasilei-ra a fim de impedir que situação como a votação da distribuição dos royalties, com divergência en-tre os estados não se repita. “Não podemos ferir direitos adquiridos, mas devemos respeitar estados que desejam participar das ri-quezas nacionais”, explicou.

Durante a sessão, Vital do Rêgo recorreu aos argumentos apresentados na véspera da vo-tação, combatidos pelos estados produtores. Para o autor do substi-tutivo, sendo o petróleo patrimônio da União, não faria sentido que a “maior parte da riqueza” prove-niente dele ficasse concentrada em poucos estados e municípios. Além disso, ele vê como “tênue” a relação entre a produção e seu impacto sobre os municípios e es-tados confrontantes pelo fato de o petróleo ser extraído no mar.

Seu argumento mais combati-do pelos senadores do Rio e do Es-pírito Santo foi o de que o aumen-to da produção e a variação do preço do barril de petróleo com-pensariam a perda percentual dos estados produtores no caso dos contratos no regime de concessão. Vital do Rêgo asseverou que esses estados não sofreriam perdas signi-ficativas. Ele disse também que as regras para o petróleo foram esta-belecidas a um tempo em que a produção e os lucros eram muito

ProDUtoreS PerDem 1ª batalhaEconomia

O senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB) parece orar pela aprovação do substitutivo que redivide as receitas do petróleo

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Estados & Municípios - Outubro 2011 51

inferiores aos atuais. Agora, argu-mentou, seria o momento de dividi-la entre todos os estados.

A matéria foi aprovada com duas importantes mudanças reali-zadas pelo relator pouco antes da votação. Vital do Rêgo retirou a pro-posta de redefinição das chama-das linhas geodésicas, responsáveis por definir as áreas de exploração de óleo no mar, o que alteraria a geografia das bacias petrolíferas.

“As linhas são distribuídas equi-vocadamente e trazem sérios pre-juízos ao Paraná e ao Piauí. Mas mi-nhas mudanças trariam problemas para Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sergipe. Portanto, tive a humildade de excluir tais modificações do meu parecer”, explicou Vital do Rêgo.

Outro ponto retirado do texto diz respeito à possibilidade de a União formar joint ventures com as petro-leiras. Vital do Rêgo informou que muitos senadores não entenderam a proposta e por isso ele julgou melhor discutir a iniciativa posteriormente. “Este ponto precisaria ser mais bem explicado. Muitos não entenderam nosso propósito”, informou.

Economia

acordo

O presidente da Câmara, Marco Maia, garante que vai negociar com os partidos cele-ridade para a votação na Câ-mara da nova distribuição dos royalties de petróleo. Ele acredi-ta que a tramitação será rápida, pois esse foi o desejo manifesta-do pelos líderes.

O texto aprovado pelo Sena-do, entre outros pontos, reduz a par-ticipação da União, dos estados e dos municípios produtores sobre os recursos obtidos com a exploração do petróleo e os redistribui entre to-dos os demais entes da Federação, de forma mais equânime.

protesto

Sobre o pedido das bancadas do Rio de Janeiro e do Espírito San-to de adiar a votação da proposta, Marco Maia lembrou que o acor-do feito com as 27 bancadas não pode ser rompido pela insatisfação de duas delas. O importante, segun-do ele, é viabilizar o diálogo e apro-var um texto que seja resultado de um acordo de maioria.

“A Câmara trabalha por acor-dos de maioria, que permitem o

avanço em matérias que muitas vezes não são consensuais. Nós vamos trabalhar para construir esse acordo e permitir a votação dos royalties, em um texto que as-segure uma redistribuição mais equânime dos recursos do pré-sal entre todos os estados brasileiros”, afirmou Marco Maia.

Marco Maia ainda lembrou que, para facilitar a discussão e acelerar a tramitação, deputados participaram da comissão que dis-cutiu os novos critérios para distribui-ção os royalties, antes da votação no Senado. “Nós vamos analisar o que foi aprovado no Senado e, a partir desta análise, vamos identifi-car quais são os encaminhamentos que daremos, mas, a princípio, a ideia é votar aquilo que foi aprova-do pelos senadores”.

cancelaMento

A reunião marcada para o úl-timo dia 25 do corrente mes em que líderes partidários discutiriam o calendário da votação na Câma-ra do projeto que altera as regras da divisão dos recursos do petróleo (PLS 448/11) foi cancelada. O texto apro-vado pelo Senado pode viabilizar um acordo para manter o veto pre-sidencial à chamada Emenda Ibsen, aprovada pela Câmara em 2010.

Os presidentes do Senado, José Sarney, e da Câmara, Marco Maia, acertaram o adiamento para novembro da votação do veto, que tinha como prazo-limite o dia 26. Apesar da aprovação no Plenário do Senado, os parlamentares do Rio de Janeiro e do Espírito Santo adian-taram que não aceitarão o modelo definido no substitutivo do senador Vi-tal do Rêgo (PMDB-PB), que causaria prejuízos aos dois estados.

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52 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Economia

Ao participar de Audiência Pú-blica na Câmara dos Depu-tados, a ministra do Planeja-

mento, Miriam Belchior, defendeu a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU). “Ela é necessária para flexibilizar a aloca-ção de recursos e viabilizar investi-mentos e políticas públicas, incluin-do o programa Brasil Sem Miséria”, observou. A DRU perde a validade em 31 de dezembro deste ano. A Proposta de Emenda Constitucional 61/11, de autoria do Poder Execu-tivo, prorroga a desvinculação até 31 de dezembro de 2015.

Segundo Belchior, o nível de detalhes da vinculação estabele-ce uma camisa de força para o governo. A ministra informou que 82% da receita são atualmente vinculados a determinados seto-res, e esse número pode chegar a 89% se incluídas as despesas obri-

gatórias, que também têm desti-nação previamente estabelecida. “Muitas vezes o Planejamento diz que não dá, mas não por não considerar uma política impor-tante, mas porque não é possível encaixá-la nas vinculações exis-tentes”, acrescentou.

A DRU permite que o gover-no use como quiser 20% da ar-recadação de todos os tributos existentes, mesmo os que tiverem vinculação constitucional. A exce-ção é para verbas da educação e para as transferências constitu-cionais como os Fundos de Parti-cipação dos Estados (FPE) e dos Municípios (FPM).

Miriam Belchior garantiu que, apesar da desvinculação, o gover-no continuará destinando recursos para a seguridade. Ela disse que a DRU também possibilita o remane-jamento de recursos dentro da pró-pria área. Segundo a ministra, a DRU representava 26% do orçamento em 1995, mas representa apenas 11% na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada neste ano.

“A DRU realmente retirava re-cursos da seguridade, mas isso não ocorre mais, e são devolvidos mais recursos do que são retirados,” afir-mou. Miriam Belchior disse que, no caso do programa Brasil Sem

Miséria, parte dos R$ 25 bilhões necessários virão da seguridade. No entanto, investimentos do pro-grama em zona rural não estão no orçamento da seguridade, e não seriam possíveis sem a DRU.

crise internacional

Outro integrante do governo que participou da Audiência Pú-blica foi o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Bar-bosa. Para ele, a desvinculação é necessária por causa do atual ce-nário econômico. Ele lembrou que os países desenvolvidos não saíram da crise de 2008 e que a crise na Eu-ropa pode se tornar uma recessão. “Em 2012, o cenário é de desace-leração, persiste uma incerteza, por-que não se sabe qual a solução que será dada à crise fiscal da Europa, para que ela não se torne uma crise financeira”, acrescentou.

Para Barbosa, a DRU faz parte de um conjunto de medidas inte-gradas que têm permitido ao Brasil se sair bem dos cenários de crise. “Essa estratégia tem dado resulta-dos positivos. Entendo a preocu-pação quando se analisa a DRU separadamente, mas ela faz parte de uma política econômica mais ampla”, concluiu.

DeSVincUlaçÃo De receitaS

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Estados & Municípios - Outubro 2011 53

Nos próximos cinco anos, o governo do Paraná preci-sa investir cerca de R$ 6

bilhões na estrutura dos modais ferroviário, portuário, aeroportuá-rio e rodoviário. A previsão cons-ta de levantamento feito por in-tegrantes do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, que reúne re-presentantes de diversas entida-des, e entregue ao governador Beto richa.

Segundo o presidente da Fe-deração das Indústrias do Paraná, Edson Campagnolo, algumas de-ficiências do sistema de transporte comprometem o desenvolvimen-to econômico e social do estado. O encontro também reuniu depu-tados federais e alguns secretá-rios do governo, preocupados em atrair investimentos prioritários para a infraestrutura e desenvolvimento econômico do estado.

Campagnolo afirmou que muitas vezes empresas deixam de investir no Paraná pela má qualida-de de infraestrutura. “Existem pro-blemas que interferem na compe-titividade e o custo Paraná fica mais caro. Em conjunto vamos corrigir e trabalhar para o desenvolvimento do estado”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias.

O governador Beto Richa destacou a importância do tra-balho conjunto envolvendo o governo, os parlamentares e a sociedade. “É fundamental essa contribuição para encontrarmos uma alternativa para o desenvol-vimento econômico do Paraná. Estamos empenhados para en-contrar a melhor solução e toda a ajuda é bem-vinda”, disse o governador.

Pelo levantamento do Fórum Permanente Futuro 10 Paraná, as prioridades são a modernização da ferrovia Cascavel/Ponta Gros-sa, em especial no município de Guarapuava; a construção da fer-roviária Cascavel/Guaíra/Maraca-ju; contorno ferroviário de Curitiba; ampliação do porto de Antonina; dragagem e aprofundamento do canal da Galheta; novos berços de atracação para o Porto de Pa-ranaguá; ampliação da pista do aeroporto de Londrina; implanta-ção da segunda pista em Curiti-ba; construção de aeroportos de cargas; duplicação da BR-476 (Lapa/SãoMateus); construção do contorno em Marechal Candido Rondon; e duplicação da BR-277.

BoM entendiMento

Beto Richa afirmou que o go-verno mantém um bom entendi-mento com a bancada federal para que o estado possa atrair mais investimentos da União e apresen-tou as ações que o Executivo tem realizado para fomentar os modais logísticos do Paraná. Entre os exem-plos, citou o projeto de ligação fer-roviária com o Mato Grosso do Sul.

Na avaliação do coorde-nador do Conselho Diretivo do Fórum Permanente, Guilherme Cunha Pereira, a reunião é um momento histórico para o de-senvolvimento do Paraná. “União marca nova etapa de diálogo entre as entidades representativas e administrações públicas. É fácil perceber os problemas, mas é difícil tirá-los do caminho. Nada será solucionado sem a ajuda de todos”, concluiu Pereira.

Formulado em 2005, o Fórum Futuro 10 reúne cerca de 5 mil re-presentantes e lideranças das fede-rações e associações comerciais e tem o objetivo de elaborar um pla-no estratégico para o desenvolvi-mento do Paraná.

O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, afirmou que nos primeiros meses de gestão o governo estadual já avançou para a execução de obras e elaboração de projetos de infraestrutura. “É fun-damental a integração entre todos os setores para que as melhores de-cisões possam ser tomadas”, infor-mou o secretário.

Ele destacou ainda que o governo está elaborando um pro-jeto de lei para instituir um marco para as Parcerias Público-Privadas (PPA) e afirmou que empréstimos que estão sendo pleiteados junto a agência de fomento do exterior vão contribuir para a realização de novas obras no estado. “Hoje, nossa capacidade de investimento ainda é muito baixa”, explicou.

ParanÁ bUSca inVeStimentoSEconomia

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54 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Mesmo as projeções mais pessimistas para o desen-volvimento brasileiro nos

próximos anos indicam perspec-tivas de crescimento econômico, tanto no cenário interno quanto no externo. O aprimoramento dos modos de produção melhora o desempenho corporativo nos seg-mentos do agronegócio, da indús-tria e dos serviços.

Por serem os segmentos mais prósperos, são os mais competiti-vos e conseqüentemente os que necessitam de uma engrenagem mais ajustada também. E, como a base da pirâmide dos empreendi-mentos nacionais é composta em 99% por micro e pequenos negó-cios, é nesse ambiente empresarial que o Estado mais tem apostado.

A carta que a política fazen-dária acaba de empoderar no en-frentamento aos encerramentos de atividades empresariais (fechamen-to, falência e abandono) e ampliar a segurança comercial das enti-dades privadas é o Supersimples, que consiste em um recolhimento integrado de tributos para micro e pequenas empresas e pode rever-ter o quadro da saúde tributária de Estados e Municípios.

O fracasso das empresas brasi-leiras caiu 13% nos últimos 10 anos. Em 2000, 71% dos empreendimen-tos cerravam as portas em até cinco anos de existência. Esse índice ficou em 58%, em 2010. Ou seja, os indi-cativos são de sucesso na modalida-de micro e pequenas empresas.

propulsor de neGócios

O Supersimples é um regime tributário simplificado e diferen-

Fausto José BarBosa

braSil Se Fortalece com PeqUenaS emPreSaS

ciado para microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP). É uma ferramenta para facilitar o dia-a-dia do empreendedor na ad-ministração do negócio dele, ge-rado no ventre do Simples Federal, de 1996, extinto em 1º de julho de 2007 e substituída pelo novo Simples Nacional ou Supersimples (Lei Com-plementar 123/2006), corresponden-te à Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.

Conseqüentemente, com a taxação conjunta, o Supersimples proporciona uma redução evidente no custo de cumprimento das obri-gações tributárias do empresário, tanto que outras categorias, que hoje não podem optar pela sistemática, estão interessadas em entrar.

A Lei Geral da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, que nasceu da necessidade da inte-gração de políticas de interesse do segmento. Ela encampa os princi-

Economia

pais pleitos dos pequenos negócios, onde a desoneração tributária figu-rava entre eles, desburocratização, acesso a mercados, ao crédito, aten-dimento aos órgãos governamentais e estímulo à inovação, abrangendo todas as micro e pequenas empre-sas e não apenas as que são optan-tes pelo Supersimples.

siMples nacional Na primeira semana de outu-

bro, a Comissão de Assuntos Eco-nômicos - CAE do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei Comple-mentar - PLC 77, que prevê o fim da declaração anual do Simples Nacional que será integrado aos recolhimentos mensais. Mais uma obrigação acessória que o optante pelo Simples está dispensado.

Na reunião com o presidente do Senado, José sarney, o presi-dente do Sebrae, Luiz Barretto, des-

Luiz Barreto e Sarney discutem a importância do Supersimples na economia nacional

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Estados & Municípios - Outubro 2011 55

tacou que “esse regime significa um ganho tributário em torno de 40%. E, ampliando as faixas, mais de 500 mil empresas vão poder usufruir desse novo sistema e ha-verá estímulo ao crescimento, já que as empresas estavam no teto, escondendo suas arrecadações para manter o mesmo status”, res-saltou.As micro e pequenas empre-sas criaram 1.186.284 novos postos de trabalho em 2009.

Os resultados são animadores, mas requerem alguma precau-ção. O presidente da Confedera-ção Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte – Comicro, José Tarciso da Silva, re-conhece que a aprovação da lei complementar “é um avanço, mas não é o ideal ainda”, sentencia.

O documento chancelado pelo Senado já chegou ao ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Gilberto Carvalho, e segue para despacho com a presi-dente Dilma Rousseff, para sanção. O PLC ajusta de R$ 36 mil para R$ 60 mil o teto da receita bruta anual do Empreendedor Individual, permi-te que as empresas do Simples Na-cional possam exportar até o dobro do seu faturamento anual e admite parcelar em até 60 meses os débitos das empresas do sistema.

Atualmente, mais de 500 mil empresas estão devendo à Receita Federal e correm risco de exclusão. O parcelamento de débitos é uma das medidas que passam a vigo-rar já em 2011, caso o projeto seja aprovado e sancionado este ano. “Hoje, quando o micro e o pequeno negócio atrasa dois meses sem re-colher os tributos ele é excluído des-se sistema diferenciado e sua carga tributária aumenta muito”, explica o relator, senador José Pimentel.

substituição tributária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, que provocou ampliação da pauta de produtos e majoração na Margem de Valor Agregado - MVA, além de outras medidas conflitantes com a políti-ca de desoneração e estímulo às MPE, estabelecidas pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.

José Tarciso argumenta que corrigir essa situação “é uma es-pécie de reparação ética” com as micro e pequenas. O presidente da Comicro afirma que o encami-nhamento bem sucedido da PLC 77 “deu mais oxigênio às micro e pequenas para a seqüência das negociações com governadores e o Conselho Nacional de Política Fazendária – Confaz, referente ao Imposto sobre Circulação de Mer-cadorias e Serviços - ICMS.

estados e Municípios

Logo, não apenas a substituição tributária afeta de forma negativa as micro e pequenas empresas, mas a prática indiscriminada na cobrança de antecipação do ICMS nas frontei-ras estaduais. Essa medida provoca patologias fiscais, com desigualda-de de alíquotas e a não geração de crédito relativo ao recolhimento con-tido nos insumos e seus desdobra-mentos negativos na carga tributá-ria, nas obrigações acessórias e nos custos de produtos e serviços.

Assim, caberá ao Supersim-ples, aos estados e municípios re-parar essa deformidade no meca-nismo de arrecadação de impostos e tornar o recolhimento em uma rede protetora para as fontes de produção de riquezas e de ofertas ao consumo.

Economia

A expectativa de expansão ope-racional do Supersimples é de tam-bém reverter um quadro inadequado para as pretensões brasileiras. Os esta-dos, diante de grave quadro fiscal, de-mandas por promoção do desenvol-vimento e crescente necessidade de modernização para o atendimento a demandas sociais e de infra-estrutura, se viram pressionados a atrair grandes investimentos e obrigados a incremen-tar esforços de arrecadação.

Tal ambiente resultou de um lado em acirramento da compe-titividade fiscal e de outro da ado-ção crescente da antecipação e

Supersimples é o 7x1

No Supersimples, as micro e pequenas empresas recolhem em uma única guia:

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ);

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);

Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL);

Contribuição para o Financiamento da Seguridade

Social (COFINS);

Contribuição para o PIS/Pasep; Contribuição Patronal

Previdenciária (CPP);

Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de

Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte

Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS);

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).

Page 56: Revista Estados & Municipios

56 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O Rio de Janeiro está se pre-parando para se tornar o segundo maior produtor de

veículos do país, ficando atrás ape-nas de São Paulo. Segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Servi-ços, em poucos anos, a capacidade produtiva do estado deve dobrar.

A previsão é de que o Rio de Janeiro passe a fabricar cer-ca de 1 milhão de veículos por ano. O teto de produção de Mi-nas Gerais, atualmente o segundo colocado no ranking de estados produtores, é de 800 mil veículos produzidos por ano, sem previsão de novos investimentos. Já no Rio, a gigante Nissan acaba de anunciar a instalação de uma fábrica no Sul flu-minense, com investimentos de cer-ca de R$ 2,6 bilhões e a geração de mais de 2 mil empregos.

O objetivo da Nissan é dobrar sua participação no mercado brasileiro, passando dos atuais 6,5% para 13%, em 2016. Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro, Julio Bueno, a chegada da empresa reflete o trabalho que vem sendo feito pelo governo do estado no setor.

“A vinda da Nissan orgulha o Rio de Janeiro, coroa o trabalho que estamos realizando para atração de empresas, consolidando o estado como um polo do setor automotivo e gerando milhares de empregos di-retos”, observou Julio Bueno.

Além das novas montadoras, parte do crescimento do setor se dá pela expansão das fábricas já existentes no estado. A Michelin está investindo R$ 1,1 bilhão em seus negócios no Rio, incluindo a quinta fábrica no estado. É a segunda uni-

dade da empresa no município de Itatiaia, no Médio Paraíba. Na mes-ma região, a PSA Peugeot Citroën e a MAN (Volkswagen Caminhões e Ôni-bus) partem para duplicar a produção e começam a atingir escala suficiente para atrair a cadeia de fornecedores, o que não era viável até então. Com isso, várias empresas já estão se ins-talando, como Arvinmeritor, Maxion e Suspensys, como explicou o secretário de Desenvolvimento Econômico.

disputa por Montadoras

“Nos próximos anos, nossa pro-dução de veículos pode chegar a 1 milhão, se levarmos em conta a duplicação da PSA Peugeot Citroën e da MAN (Caminhões e Ônibus da Volkswagen). Essa escala permitirá atrair a cadeia de fornecedores e tornará o Rio ainda mais competi-tivo em novas disputas por monta-doras. Neste momento, já estamos negociando com três fornecedores da MAN a instalação de fábricas no sul fluminense. Certamente, outros virão”, afirmou Julio Bueno.

A PSA Peugeot Citröen anun-ciou a contratação de mais 800 funcionários para a fábrica de Porto Real. O objetivo é aumentar a capa-cidade da planta no ano que vem, produzindo mais veículos e gerando mais receitas. Atualmente, a produ-ção é de 220 mil unidades por ano.

O Rio de Janeiro também vai sediar a primeira fábrica de bicicletas e motocicletas elétricas do Brasil. A Kasinski construirá uma fábrica no centro-sul fluminense para produzir veículos até o fim do ano. O estado pretende, inclu-sive, usar essas máquinas em sua frota e incentivar o uso, por meio de incentivos fiscais, para os seus funcionários públicos.

A chegada de novos investi-mentos causa um efeito cascata extremamente positivo para o esta-do, no que diz respeito a arrecada-ção. Só com o Imposto sobre Circu-lação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), os ganhos che-garam a R$ 22,1 bilhões em 2010, um incremento de cerca de 50% em relação a 2006.

rio qUer UltraPaSSar minaSEconomia

Page 57: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Outubro 2011 57

O Banco Nacional de Desen-volvimento Econômico e Social (BNDEs) aprovou a

criação de um Programa Emergen-cial de Reconstrução de Municípios Afetados por Desastres Naturais, o BNDEs PER. O programa tem dispo-níveis R$ 800 milhões, vigência até 30 de junho de 2012 e objetivo de apoiar a retomada da atividade econômica nas localidades.

As beneficiárias podem ser empresas, empresários individu-ais e pessoas físicas ou jurídicas caracterizadas como produtores rurais, localizados em municípios atingidos por desastres naturais que tiverem a situação de emer-gência ou estado de calamidade

pública reconhecidos pelo Poder Executivo Federal.

O BNDEs PER irá operar com base na Medida Provisória 546, de 29 de setembro deste ano, que autoriza a concessão de financiamentos no valor de até R$ 1,5 bilhão. Como R$ 700 milhões já foram comprometidos com o BNDEs PER Alagoas e Pernam-buco (R$ 300 milhões) e o BNDEs PER RJ (R$ 400 milhões), R$ 800 milhões serão efetivamente disponibilizados para o novo Programa.

Os recursos serão desembol-sados por meio da rede de agentes financeiros credenciados no BNDEs (operações indiretas). As condições do financiamento serão as mes-mas do BNDEs PER RJ.

aJUDa a mUnicÍPioS em emerGÊncia Economia

A taxa de juros, fixa, será de 5,5% ao ano. O prazo é de 120 meses, incluídos de 3 a 24 meses de carência. No financiamento a capital de giro não associado a projetos de investimento, cujo valor exceda a R$ 100 mil, incluído o va-lor da comissão de garantia, quan-do for o caso, o prazo total será de 60 meses, incluída a carência. O ní-vel de participação do BNDEs será de até 100% dos itens financiáveis.

período de carência Durante o período de carência

não haverá o pagamento de juros, os quais serão capitalizados na mes-ma periodicidade de pagamento do principal que vier a ser pactuada. A exceção será no caso de opera-ções com periodicidade mensal, em que os juros serão capitalizados trimestralmente. O BNDEs PER finan-ciará projetos de investimento, assim como capital de giro ou custeio agrí-cola de forma isolada.

Tendo em vista o caráter emer-gencial do Programa, bem como o fato de que, por vezes, o registro do contrato de financiamento é signifi-cativamente oneroso para micro e pequenas empresas afetadas por desastres naturais, esta exigência po-derá ser dispensada. Isto será feito a critério dos agentes financeiros para os beneficiários enquadrados nesse porte, salvo os casos em que a efeti-vação do registro tenha por finalida-de a constituição de garantia real.

Cada beneficiário (CNPJ/CPF) poderá tomar até R$ 4 milhões – até R$ 2 milhões para o financia-mento de projeto de investimento e até R$ 2 milhões para capital de giro ou custeio agrícola.

Enchente em Santa Catarina

Page 58: Revista Estados & Municipios

58 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Uma análise geral dirá que o Brasil tem se virado bem na crise financeira mundial. Os

bancos públicos e o Governo Fe-deral oferecem estímulos ao setor produtivo e aos consumidores de baixa renda para reforçar a recu-peração financeira e proteger o mercado doméstico, após o aper-to fiscal do começo do ano.

As medidas de microcrédito anunciadas em setembro, os R$ 24,5 bilhões em renúncia fiscal da desoneração da folha de paga-mentos, R$ 4,8 bilhões em renúncia de impostos, pelo reajuste das fai-xas de enquadramento das micro e pequenas empresas e do em-preendedor individual no regime tributário simplificado, demonstram o esforço do Governo Federal em evitar uma recessão econômica.

Apesar da crise financeira, a entrada de dólares de cerca de US$ 8,5 bilhões superou as saídas, em setembro. Em nove meses, en-traram no Brasil US$ 68,29 bilhões, registrando crescimento de 180% frente a todo o ano de 2010. Ain-da, o Banco Nacional de Desen-

volvimento Econômico e Social (BNDES) fechou empréstimo, em outubro, de 500 milhões de euros com o Banco Europeu de Inves-timentos para apoiar projetos de energias renováveis, demonstrando a confiança do mercado externo na economia nacional.

Em 2011, o Brasil registrou R$96,5 bilhões de superávit primário

braSil reaGe à criSe mUnDial

“O equilíbrio das operações

de seguros impede que elas estejam expostas às

oscilações do mercado de

capitais” Ricardo Diniz

acumulado do setor público, o nú-mero superou em 50,5% o mesmo período de 2010, segundo o Ban-co Central. A crise financeira mun-dial afetou a economia, mas abriu oportunidades. O mercado de Se-guros é um exemplo, “a crise finan-ceira não é uma crise de seguros”, afirmou o superintendente da PAR Corretora de Seguros Ricardo Diniz.

Para o mercado segurador a perspectiva também é de cresci-mento, estima-se que até 2015 o volume de prêmios do seguro ga-rantia crescerá 40%. Em 2011, nos cinco primeiros meses, o volume foi de R$ 277 milhões, com R$ 149 mi-lhões no setor público.

As seguradoras e ressegurado-ras possuem um gerenciamento de riscos de capital diferente dos ban-cos. As instituições financeiras têm uma volatilidade de títulos que não acontece nas seguradoras, que cobram valores calculados pela probabilidade de pagar um sinistro. “O equilíbrio das operações de se-guros impedem que elas estejam expostas às oscilações do merca-do de capitais”, afirmou Diniz.

Infraestrutura e seguros puxam o crescimento da economia

Economia

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Estados & Municípios - Outubro 2011 59

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60 Estados & Municípios - Outubro 2011

PEDRO ABELHA [email protected]

Mídia

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Em 2011, o SBT aparece como a única emissora aberta do país a apresentar crescimento de audiên-cia. De acordo com números do PNT (Painel Nacional de Televisão), o canal de Silvio Santos foi de 5,5 pontos em 2010 para 5,6 este ano. Os dados compreendem o período entre janeiro e setembro, e devem mudar até dezembro.

A Record e a RedeTV! não su-biram, mas também não caíram. A primeira se manteve com 7,1 pontos na média diária e a segun-da, com 1,1. Enquanto isso, Band e Globo perderam, indo de 2,3 pon-tos para 2,2 e de 28,6 para 17,9, respectivamente. A queda da Glo-bo foi a mais acentuada e tirou da emissora 4% de sua audiência. Cada ponto representa 185 mil do-micílios no país todo.

tv aBerta

Muita gente no Brasil paga pelos serviços de TV por assinatura para acompanhar a programação das emissoras abertas. Um levanta-mento mostra que os quatro canais mais vistos não são fechados. De acordo com os dados, a cada 100 televisores com serviços de assina-tura ligados, 60 estão na TV aberta. 37% do total fica na Globo; 11%, na Record; 6,4%, no SBT; e 3,7%, na Band. Em oitavo lugar ainda aparece a RedeTV!, com 2,3% de participação. O top 10 entre

os mais vistos por quem assina é composto por Globo, Record, SBT, Band, Discovery Kids (3,1% de sha-re), SporTV (2,6%), Cartoon Network (2,3%), RedeTV!, Disney Channel (1,8%) e Nickelodeon (1,5%).

A análise leva em conta os oito principais mercados dentre os 14 inseridos no Painel Nacional de Te-levisão: São Paulo, Rio, Brasília, Por-to Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Florianópolis e Campinas. O Ibope diz que 13,9 milhões de domicílios nessas cidades possuem aparelhos de televisão, sendo que 3,9 milhões têm TV paga.

Band nÃo perde cQc

A Bandeirantes desmentiu a possibilidade de perder o CQC - Custe o Que Custar por causa da polêmica com Rafinha Bastos. A emissora possui contrato com a Cuatro Cabezas, dona do forma-to, até 2015, portanto não há risco. A suspensão dada pelo canal ao humorista por ele ter dito que “co-meria” Wanessa e seu filho ainda não nascido teria gerado desgaste com a produtora argentina.

Em consequência disso, SBT e Record estariam de olho aberto para tentar assumir a atração. Mas a relação entre Band e Cua-tro Cabezas está indo bem. Tan-to que Diego Guebel, fundador da Eyeworks-Cuatro Cabezas, assume ainda este mês como responsável por toda a área de gestão e criação de conteúdo, programação e área artística da Band. “Ou seja, a relação com a produtora nunca esteve tão bem”, diz. Guebel, na verdade, já trabalha como funcionário da Band, pois as reuniões estão acontecendo há algum tempo. Só falta o anúncio oficial.

Quanto aos integrantes do CQC, parte dos contratos indi-viduais com repórteres e apre-sentadores foram renovados re-centemente. Alguns vencem em dezembro de 2012, mas outros, só em 2013. Apesar de Rafinha ter mesmo apresentado sua carta de demissão, a intenção da emissora é mantê-lo na casa. Mas a Band ainda analisa o caso.

Banda larGa Barata

Cerca de 344 municípios, em 18 estados brasileiros, já recebem a banda larga de 1 Mbps a R$ 35 mensais. O Ministério das Co-municações atualizou a lista das cidades contempladas pelo PNBL (Programa Nacional de Banda Larga). A relação deve ser atuali-zada de seis em seis meses com

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informações fornecidas pelas concessionárias. A internet popu-lar será comercializada pela Oi, Telefônica, CTBC e Sercomtel, de acordo com as áreas de atuação de cada uma. Operadoras de te-lefonia fixa assinaram um acordo com o governo em junho.

A previsão é que até 2014 todo o território nacional seja forrado com internet rápida. Se-gundo Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do MiniCom, a intenção da divul-gação da lista é permitir que as pessoas que tenham o direito ao serviço fiquem cientes disso. São Paulo está na listagem e o usuário da capital pode adquirir o plano através da Telefônica.

encontro da velHa Guarda

A velha guarda do jornalismo candango relembrou momentos marcantes da época em que exercia a profissão na redação do Correio Braziliense, durante en-contro realizado no Clube da Im-prensa. O evento contou com a presença de alguns dos primeiros jornalistas da década de 1960 a trabalhar no jornal, além de reunir um grupo de 20 ex-repórteres, edi-tores, fotógrafos e artistas gráficos na tarde de sábado.

Quem participou teve a chance de assistir à exibição de um curta sobre a fundação do Sindicato dos Jornalistas do Dis-trito Federal. Mentor da confra-ternização, o cearense Luís Joca havia organizado outros dois en-contros anteriores, em 1998 e em 2008. O jornalista trabalhou nos cadernos de Cidades e de Política do Correio por seis anos, entre 1978 e 1984. Saudoso, ele

admitiu sentir falta da reporta-gem. “Fico lembrando dos ve-lhos amigos e do jornalismo que se fazia naqueles tempos. Éra-mos mais unidos do que os profis-sionais de hoje”, avaliou.

proGraMaÇÃo GloBal

A Globo tem se influenciado cada vez mais na ascensão das classes menos abastadas da so-ciedade para direcionar melhor sua programação. Esse movimen-to, de acordo o diretor-geral da emissora, Octavio Florisbal, tende a se intensificar.

Durante sua participação no Maxi Mídia, em São Paulo, Floris-bal ressaltou que os telejornais e novelas da casa já passaram por uma transformação: os primeiros ficaram mais informais; os segun-dos, ganharam personagens que retratam classes C, D e E. “Nossas novelas hoje refletem os anseios da nova classe média”, afirmou.

O novo direcionamento se faz necessário, pois algo entre 80% e 85% da população pertencem às faixas mais pobres. Apesar disso, disse o executivo, não se pode es-quecer as classes superiores. Ele lembrou que a população C, D e E sempre esteve aí, mas agora tem um novo comportamento: elas não querem se espelhar nos ricos, pre-ferem ascender nos locais onde moram, conviver com quem já co-nhecem. Perguntado por Roberto

Justus se popularizar os telejornais não derrubaria automaticamente o “padrão Globo”, Florisbal foi di-reto: “O fato de ser mais popular, mais abrangente, não significa menos qualidade.”

100 MelHores Marcas

A consultoria Interbrand anun-ciou as 100 Melhores Marcas Glo-bais. A 12ª edição do ranking posi-ciona a Coca-Cola na liderança, com orçamento da marca em quase US$ 71,8 bilhões. O pódio é completado por IBM (US$ 69,9 bilhões), e Microsoft (US$ 59 bi-lhões). Pela primeira vez a Apple, que recentemente foi avaliada a marca global mais valiosa, figura entre as 10 maiores do ranking. A dona do iPad chegou à 8ª posi-ção, após o crescimento de 58%. O valor da marca agora é de US$ 33,5 bilhões. A Interbrand elabora o ranking com base em uma metodologia que analisa três aspectos principais: desem-penho financeiro dos produtos ou serviços da marca, papel dela no processo de decisão de compra e sua força para continuar garantin-do receita para a empresa.

“O ranking nos mostra a im-portância de gerir cuidadosamen-te este que é um dos ativos mais valiosos das empresas. Embora ainda não existam marcas brasilei-ras consideradas verdadeiramente globais, temos no Brasil várias em-presas líderes mundiais em seus se-tores de atividade e é apenas uma questão de tempo, pouco tempo, para que as marcas destas em-presas apareçam na constelação das marcas globais mais valiosas”, explica Alejandro Pinedo, diretor da Interbrand do Brasil.

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62 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O Palácio do Planalto acer-tou em cheio ao incluir o Banco do Brasil na admi-

nistração e fiscalização de obras do Governo Federal. Por determi-nação da presidente Dilma Rous-seff, a partir de agora qualquer programa oficial tocado com re-cursos da União e que precise de um banco público na administra-ção será transferido para o BB.

A mudança começou a ser preparada em maio último, quan-do o governo anunciou a inclusão do Banco do Brasil na segunda etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida. A partir de 2012, o BB substituirá a Caixa Econômica Fede-ral na gestão dos novos contratos e, para tanto, já está montando equi-pes de engenharia e de fiscalização em todo o país para acompanhar o andamento das obras.

Na avaliação do governo, a CEF está sobrecarregada de servi-ço e tendo dificuldades para cum-prir prazos de liberação de recur-sos e fiscalizar de forma adequada todas as obras do Governo Fede-ral sob sua responsabilidade. Mas a instituição manterá os contratos em vigor, que não serão repassa-dos ao Banco do Brasil.

Entre outras atribuições, a Caixa é responsável pela análise, aprovação e acompanhamento de programas considerados priori-tários pelo governo, como as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e a construção de moradias populares. A institui-ção também gerencia a verba or-çamentária de 18 ministérios.

Segundo a ministra do Plane-jamento, Miriam Belchior, a partici-pação do Banco do Brasil como

agente financiador do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida vai facilitar a aquisição da moradia própria para famílias de menor renda.

Para se adaptar ao Programa Habitacional do Governo Federal, que prioriza o financiamento de mo-radias destinadas às famílias que ga-nham até três salários mínimos, o BB teve que montar um novo modelo de negócio para a contratação de operações de crédito imobiliário. Até então, a instituição operava quase que exclusivamente com imóveis novos para o público com faixa de renda acima de três e até 10 salá-rios mínimos.

O modelo de negócio para a atuação no Programa “Minha Casa, Minha Vida” prevê ainda que

o Banco do Brasil firme parcerias com empresas especializadas no crédito imobiliário para o segmento de negócios com a pessoa física. Essas empresas parceiras ficariam responsáveis pela originação dos negócios com o crédito imobiliário, além do estudo da operação e sua contratação depois que o Banco aprovar o financiamento.

deManda repriMida

Segundo a secretária nacio-nal de Habitação do Ministério das Cidades, inês Magalhães, o Brasil precisará construir nos próximos 20 anos 23 milhões de novas habita-ções para suprir a demanda, o que corresponde a pouco mais de um milhão de unidades por ano.

bb na GeStÃo De obraS PÚblicaSAdministração

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Estados & Municípios - Outubro 2011 63

Na primeira etapa do programa, o Minha Casa Minha Vida contratou a construção de 1 milhão de mo-radias e a expectativa é que essa oferta aumente com a entrada no Banco do Brasil na segunda etapa do programa.

A parceria BB/CEF na opera-ção das linhas de crédito do pro-grama terá um foco especial nas famílias da zona rural. Além de li-nha de financiamento específica, com taxas e prazos diferenciados, esse público ja conta com uma superintendência específica criada pela Caixa Econômica Federal.

A secretária garante que não haverá cortes no orçamen-to do programa e ressalta que a partir de agora as mulheres que são chefes de família poderão ser responsáveis pelo financiamento da moradia, sem necessidade de comprovar a situação civil. Elas receberão a titulação do imóvel ao término da construção.

“Muitas vezes acontece de o ex-companheiro estar em outro lugar, de ela já ter firmado outra união e não estar com sua situ-ação legalizada”, lembrou Inês. De acordo com o Ministério das Cidades, 94% dos contratos feitos até agora para a faixa de renda até R$ 1.350 por mês foram assi-nados por mulheres.

Inês Magalhães enfatiza que o governo tem se preocupado em reforçar a rede de proteção social para as famílias que são alvo do Minha Casa, Minha Vida, e utilizado o Cadastro Único dos Programas Sociais para cruzar informações e coibir eventuais distorções.

A secretária também desta-cou que as obras do programa vêm favorecendo a geração de empregos para a mulher na cons-trução civil. “Elas estão cada vez mais presentes na mão de obra de acabamento e contam com cursos estimulados pela Câmara Brasileira da Construção Civil [Cbic] e outras entidades que oferecem qualificação profissional.”

As contratações do finan-ciamento imobiliário para clien-tes e não-clientes com a utili-zação de recursos do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) foram iniciadas pelo Banco em julho de 2008, quando as agên-cias em todo o país passaram a oferecer o BB Crédito Imobiliário, após a autorização do Banco Central para operar no mercado imobiliário com a utilização de recursos de poupança, que têm custo menor de captação.

O financiamento do Banco do Brasil é destinado para a aqui-sição de imóveis residenciais ou comerciais, novos ou usados. O BB Crédito Imobiliário financia até 90% do valor do imóvel, com va-lores entre R$ 20 mil e R$ 1,5 mi-lhão – para contratos com recur-sos do SFH há o limite legal de R$ 500 mil para o valor de avaliação do imóvel. O prazo máximo de fi-nanciamento é de até 25 anos.

O Banco do Brasil também oferece a solução do consórcio para a aquisição de imóveis des-de junho de 2008. O BB Consór-cio de Imóveis tem prazo de 200 meses – o maior do mercado en-tre os concorrentes bancários. O valor das cartas de crédito para aquisição do imóvel pelo consór-cio imobiliário do Banco do Brasil varia de R$ 30 mil a R$ 300 mil. O produto é oferecido aos clientes com taxa de administração bem competitiva: 17%, diluídos ao longo do período de pagamen-tos da cota, mais 1% de taxa de administração antecipada – esta última com valor diluído nas 10 primeiras prestações.

Administração

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64 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O Brasil foi o segundo colocado no WorldSkills 2011, o maior torneio de formação profissional e tecnológica do mundo, realizado em Lon-

dres, superando Japão, Suíça, Singapura e outros países desenvolvidos. A equipe brasileira, formada por 28 estu-dantes de cursos técnicos e de aprendizagem industrial e comercial, conquistou seis medalhas de ouro, três de prata, duas de bronze e dez certificados de excelência.

Além das premiações, eles também ganharam ex-periência internacional e a certeza de que estão entre os melhores em suas profissões e aptos a trabalhar em qual-quer empresa do mundo. Liderada pelo Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Industrial (SENAI), a equipe brasileira participou de 25 das 46 ocupações disputadas na 41ª edição da competição, realizada em Londres.

O Brasil avançou uma posição em relação à edição anterior, disputada em 2009, em Cálgari, no Canadá, perdendo apenas para a Coréia do Sul. Se-gundo Antônio Carlos Dias, um dos líderes da equipe brasileira, a equipe soube superar o estresse emocio-nal e a ansiedade pré-competição. “O emocional sempre aflora no primeiro dia. Mas, todos eles supera-ram a ansiedade e isso foi positivo para a competição. Nossa preparação foi muito boa”.

O Brasil foi ouro em desenho mecânico em CAD, eletrônica industrial, joalheria, mecânica de refrige-ração, mecatrônica e webdesign, prata em polime-cânica, tecnologia da informação e design gráfico, e bronze nas categorias fresagem CNC e soldagem. Essa é a segunda vez que o país fica em segundo lu-gar no WorldSlkills. A primeira foi em 2007, quando o torneio foi realizado no Japão.

Para premiar o talento e o esforço de cada um, o SENAI oferecerá aos competidores brasileiros emprego como instrutor, bolsas de estudo para um curso universitá-rio e para cursos técnicos no exterior. Segundo o presiden-te da Confederação Nacional da Indústria (CNI), robson Braga de andrade, jovens profissionais bem preparados como os competidores do WorldSkills são decisivos para garantir o crescimento da economia brasileira.

candidatura Brasileira

O Brasil, mais especificamente o Rio de Janeiro, poderá sediar o WorldSkills de 2017. A pré-candidatura do país foi anunciada pelo presidente da Confe-deração Nacional da Indústria (CNI).

Segundo Robson Braga de Andrade, o país dispõe de ins-talações e disposição para ser a sede desta importante competição internacional.

A candidatura brasileira será oficializada em 2012 e a eleição da cidade-sede do torneio em 2017 será feita em julho de 2013. Os próximos torneios ocorrerão em 2013, em Liepzig, na Alemanha, e em 2015, em Madri, na Espanha.

O Worldskills 2011 reuniu 944 estudantes de cursos técnicos profissionalizantes de 51 países. Dos 28 estudantes brasileiros, 23 são do SENAI e cinco do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). As provas do torneio si-mulam desafios do dia do trabalho nas diversas profissões.

os vencedores de 2011

Medalha de ouro Guilherme augusto Franco de Souzadesenho mecânico em CADGabriel D’espindula eletrônica industrialWillian ramon de Souzamecânica de refrigeraçãochristian alessi e maicon carlos Pasin mecatrônicanatã miccael barbosa webdesignrodrigo Ferreira da Silva joalheria Medalha de prataGuilherme de Souza Vieira desing gráficorodrigo da Silva PaniferpolimecânicaPaolo haji de carvalho buenotecnologia da informação Medalha de bronzethiago Guilherme de carvalhofresagem CNClucas landriny Filgueira soldagem

Tecnologia

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Estados & Municípios - Outubro 2011 65

A mais de mil quilômetros do li-toral, a Universidade de Brasí-lia (UnB) está desenvolvendo,

em parceria com a Petrobras, uma importante pesquisa para orientar a identificação de áreas com poten-cial petrolífero na camada pré-sal. O estudo realizado pelo Laboratório de Micropaleontologia do Institu-to de Geociências estuda a idade das rochas perfuradas pela empre-sa na camada pré-sal das bacias de Campos (Rio de Janeiro), Santos (São Paulo), Alagoas e Sergipe.

Determinar a idade da pedra é estratégico porque direciona o traba-lho de prospecção e economiza o gasto com perfuração em alto-mar. A idade dos sedimentos encontrados no fundo do oceano, entre 5 mil e 7 mil metros de profundidade, pode in-dicar a propensão da existência de reservatórios de petróleo.

Em três anos de pesquisa, a UnB já analisou sedimentos de 12 perfu-rações. A equipe conta com 18 inte-grantes, sendo quinze pesquisadores e três professores do quadro da uni-versidade. Desde 2008, a Petrobras destinou à UnB cerca de R$ 2 milhões para a contratação de pessoal, compra de equipamentos de aná-lise (como microscópios eletrônicos e computadores) e a assinatura de periódicos científicos internacionais especializados em paleontologia.

tecnoloGia de extraÇÃo

No mar aberto, a Petrobras está finalizando um novo sistema de extração de petróleo em cam-pos marítimos que pode aumentar a produção e prolongar a vida dos campos classificados de maduros.

O protótipo SSAO (Separador Sub-marino de Água-Óleo), começará a ser testado em novembro, no Cam-po de Merlim (Bacia de campos), e pode revolucionar o processo de ex-tração em águas profundas.

“É uma nova tecnologia, ab-solutamente inédita que, interliga-do em um poço, separa a água do óleo e do gás”, ressalta o diretor de Exploração e Produção da empre-sa, Guilherme estrella. Ele acre-dita que o sistema deverá garantir maior eficiência na recuperação do óleo extraído das profundezas, ao trazer para a superfície apenas óleo e gás.

“A vantagem é porque o poço perde energia, pois está a 2 mil metros de terra. Imagina vencer essa distância com a água, que é muito mais pesada que o óleo. Se tirar a água já no fundo do mar, a recuperação é muito maior, vai aumentar a produção do poço.”, explica Guilherme Estrella.

Outra vantagem, segundo o di-retor da Petrobras, é o prolongamen-to na produção de poços maduros, que tendem a um declínio natural. “Isso nunca foi feito pela Petrobras e nessas condições de mar e de óleo é a primeira vez no mundo.”

Se tudo der certo, a separação submarina da água e do óleo, com a reinjeção de água, possibilitará o aumento da produção e da relação custo/produção das plataformas. Atualmente, as plataformas da Petro-bras são limitadas pelo volume pro-cessado, que é uma mistura de óleo e água. Assim, uma plataforma com capacidade para processar 180 mil barris diários de petróleo, por exem-plo, acaba processando apenas 90 mil barris, caso a água corresponda a 50% desse volume.

Ao fazer a separação no fun-do do mar e a reinjeção da água, a plataforma só receberá petróleo e gás, aumentando sua capacidade real de processamento.

UniVerSiDaDe De braSÍlia no Pré-SalTecnologia

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66 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Agricultura

A partir deste mês os cerca de 4,6 milhões de pequenos produtores rurais do país po-

derão fazer o curso ‘Negócio Certo Rural’ pelo sistema de educação a distância. Antes disponível apenas presencialmente, agora os produto-res poderão acessar a metodologia pela internet, sem precisar sair de suas propriedades.

Quem não tem acesso a meios digitais, poderá buscar apoio nas lan houses, associações, coope-rativas e sindicatos rurais. O curso tem duração de 60 dias e conta com o apoio de um tutor, que irá auxiliar os participantes na elaboração do pla-no de negócio da propriedade.

A novidade é parte do convê-nio de cooperação técnica e finan-ceira firmado recentemente entre o Sebrae (Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Senar (o Serviço Nacional de Apren-dizagem Rural e a CNA ( Confede-ração Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil). A nova parceria prevê investimentos de cerca de R$

20 milhões e a realização de cursos em 26 estados.

A meta do projeto presencial para este ano é formar 615 turmas, atender 18.450 produtores rurais e capacitar 150 instrutores e consul-tores nos conteúdos e metodologia do projeto. Em 2010 foram realiza-das 220 turmas, com 4.780 partici-pantes inscritos.

Segundo o presidente do Se-brae Nacional, luiz Barreto, o reconhecimento da experiência mostra o valor e a dimensão que a produção rural tem tomado. “Esse acordo ressalta o olhar especial para o campo. Queremos contribuir para a melhoria da gestão no meio rural e gerar uma mudança de ati-tude. Tenho certeza que o ‘Negócio Certo Rural’ vai ser exemplo para programas do governo federal”.

O Negócio Certo foi customi-zado para o meio rural e naciona-lizado em 2010. Trata-se de projeto de capacitação, de curta duração, em planejamento e administra-ção de pequenos negócios para

produtores rurais. Sua metodolo-gia apresenta conteúdos básicos, estruturados em seis etapas, que auxiliam os participantes na melho-ria de negócios já existentes ou na implantação de novos negócios na propriedade.

Brasil seM Miséria

Em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), o Sebrae também atuará nas cidades atendidas pelo programa Brasil sem Miséria levando o empreen-dedorismo como mecanismo de in-clusão produtiva e geração de renda.

O Sebrae vai atuar junto aos cerca de 120 mil beneficiários do programa Bolsa Família que atuam como empreendedores individuais. Para isso, serão utilizadas duas me-todologias. A primeira delas é o pro-grama Negócio a Negócio, que leva até o empreendedor orientação gratuita e personalizada para me-lhorar a gestão e o desempenho da empresa. A outra será aplicada nos municípios médios e pequenos que participam do programa nacional Sebrae nos Territórios da Cidadania. levando assistência técnica a locali-dades marcadas por condições so-cioeconômicas precárias.

“Um dos princípios da atuação do Sebrae no Brasil sem Miséria é a busca ativa. Iremos até os empre-endedores que já estão atuando ou têm potencial para isso para oferecer conhecimento. É o que irá tornar os negócios sustentáveis, ge-rando emprego e renda para uma parcela da população, promoven-do também o desenvolvimento re-gional”, destacou o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.

emPreenDeDoriSmo rUral

Negócio Certo Rural : Produtores recebem consultoria em propriedades

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Estados & Municípios - Outubro 2011 67

Agricultura

O cultivo do coco verde é a principal atividade agrícola do Perímetro Irrigado Rode-

las, localizado no município de mes-mo nome, no norte da Bahia, que possui mais de mil hectares cultiva-dos pelos agricultores familiares reas-sentados do Sistema Itaparica, que ajuda a compor a estatística baiana de maior produção do país.

Vencendo os desafios de pro-duzir com qualidade, os agriculto-res focam na comercialização e na ampliação de mercados. Para isso, se organizaram para formar a Cooperativa dos Produtores Agríco-las de Rodelas (Coopercoco), com o objetivo de melhorar as vendas e terem mais condições de acessar os programas de governo voltados para o segmento.

“A agricultura familiar possui um valor bruto de produção maior que a agricultura industrial, isso demonstra a importância dos empreendimen-tos agrícolas familiares para o país”, destaca a superintendente regional, Ana Angélica Almeida Lima, da Co-devasf em Juazeiro (BA).

“A criação da cooperativa foi um passo muito importante para nós e nesse processo, a Ater vem desempenhando um papel funda-mental, pois, além de nos orientar no campo, também auxilia nos trâmites burocráticos da entidade”, comenta Rosalvo Almeida, do Gicoco.

“A cooperativa encurta o ca-minho entre o produtor e o con-sumidor e isso significa um ganho maior no preço. A entidade abre um leque de oportunidades, pois tem mais mercado para comer-cializar por conta do volume”, re-flete diretor presidente Eusébio Fer-nandes, da Coopercoco.

traJetória

Antes de formalizarem a Coo-perativa, os produtores do Perímetro Irrigado Rodelas formaram o Grupo de Interesse do Coco (Gicoco), uma organização não formal, com o intui-to de fortalecer a comercialização. Com o êxito nas operações de for-ma mais organizada, os integrantes ampliaram a comercialização pe-los estados da Bahia e Pernambuco e alcançaram novos mercados, a exemplo de São Paulo e Pará.

Como as experiências de ven-da da produção em grupo foram se consolidando e com as pers-pectivas de aumento no volume das suas operações através das alternativas de mercado que asse-guram a compra de produtos da agricultura familiar, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimen-tos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), am-bos operacionalizados pela Com-panhia Nacional de Abastecimen-to (Conab), os produtores de coco viram a necessidade de constituir

uma cooperativa, para viabilizar a comercialização.

Com o apoio do Convênio Chesf/Codevasf, através da Superin-tendência Regional da Codevasf em Juazeiro (BA), por meio da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo na Bahia (Sesco-op-BA), do Território de Cidadania Ita-parica e de outros diversos parceiros, os agricultores receberam orienta-ções e capacitações sobre a cons-tituição da cooperativa.

vocaÇÃo

O Perímetro Irrigado Rodelas já é familiarizado com o coopera-tivismo. Outras três organizações de produtores estão ativas. A Coopera-tiva dos Trabalhadores Agrícolas de Rodelas (Cootar) e a Cooperativa Autogestionária dos Agropecuaris-tas de Rodelas (Coopar) tiveram suas atividades iniciadas em 1998. A Cooperativa dos Agricultores do Perímetro Irrigado Rodelas (Cooapir) foi fundada em 2004.

cheSF aPoia cooPeratiViSmo

Ana Angélica Almeida enaltece a importância da agricultura famíliar

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68 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O ministro do Desenvolvi-mento Agrário, afonso Florence, convocou os

prefeitos municipais a comprarem produtos da agricultura familiar para a merenda escolar. Ele lem-brou que, por lei, no mínimo 30% dos recursos repassados pelo Pro-grama Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) devem ser destina-dos à compra de produtos da agri-cultura familiar. “O PNAE contribui para fortalecer a economia do estado e fortalecer a organização econômica da agricultura familiar”, destacou o ministro.

Florence esteve em Porto Ve-lho (RO), onde anunciou a desti-nação de R$ 470 milhões para o Plano Safra da Agricultura Familiar 2011-2012 e de R$ 1,4 milhão para a modalidade formação de esto-que do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) no estado. “Estes recursos viabilizam a organização econômica, o fortalecimento dos arranjos produtivos e promovem a in-clusão produtiva da agricultura fami-liar com trabalho, geração de renda e garantia de produção e comercia-lização,” observou o ministro.

Dos recursos destinados para ações do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Fa-miliar (Pronaf) em Rondônia, R$ 170 milhões são destinados para ope-rações de investimento e R$ 300 milhões, para operações de cus-teio. Os recursos já estão disponí-veis nas instituições financeiras que operam com o Pronaf desde 1º de julho. Todas as linhas de inves-timento do Pronaf, inclusive a Mais Alimentos, têm juros de 1% ao ano para financiamentos de R$ 10 mil e de 2% ao ano para de R$ 10 mil

até R$ 130 mil, com prazo de pa-gamento de até dez anos e até três anos de carência.

O Ministério do Desenvolvi-mento Agrário (MDA) e o Governo de Rondônia assinaram acordo de cooperação para a execução das ações que compõem o Plano Safra da Agricultura Familiar no estado. “A parceria entre os governos Federal, Estadual e municipais e a socieda-de civil organizada é determinante para o aprofundamento do com-bate à extrema pobreza no país”, lembrou Florence.

“O ministro veio fazer o lança-mento de um plano com uma série de programas voltados para agri-cultores, extrativistas, mulheres ru-rais, veio trazer a demonstração de que o Governo está levando a sério o combate à pobreza e à miséria. Por parte do Governo Federal temos todo o apoio. Agora, temos que fazer nossa parte”, reforçou o governador de Rondônia, Confúcio Moura.

reGulariZaÇÃo FundiÁria

O lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar para Ron-dônia foi marcado pela entrega de títulos de terra a agricultores familia-res que residem nos municípios de Cujubim e de Candeias do Jamari. A ação é resultado dos trabalhos de-

senvolvidos no estado pelo Programa Terra Legal, coordenado pelo Ministé-rio do Desenvolvimento Agrário.

Florence ressaltou que o Ter-ra Legal em Rondônia tem como meta, em parceria com o governo do estado, regularizar todas as terras do estado até 2014. A coordenado-ra do Programa, Shirley Nascimento, anunciou que, até o final do atual ano-safra, em junho de 2012, está prevista entrega de mais de 8 mil títu-los de propriedades no estado.

“Agora, sim, vamos poder in-vestir e ampliar nossa produção”, comemorou Rose Ney, 59 anos, que recebeu o título de sua terra de quatro hectares no município de Candeias do Jamari, onde mora há dez anos com o marido e produz mandioca, banana e galinhas. “Eu saí da cidade para o campo, tenho aquele prazer de produzir, consumir o que eu produzi e ainda vender”, resumiu a agricultora, agora pro-prietária da chácara que ela deu o nome de Recanto do Sossego.

Em sua visita a Rondônia, o ministro Afonso Florence anunciou a liberação de R$ 2 milhões para ações estruturação e apoio à pro-dução nos Territórios da Cidadania Central, Madeira Mamoré, Vale do Jamari e no Território Rural Rio Ma-chado. Deste montante, R$ 1,4 milhão serão destinados a investi-mentos (R$ 350 mil para cada Ter-ritório) e R$ 600 mil para chamada pública de desenvolvimento terri-torial. Desde 2008, quando foi im-plantado pelo Governo Federal, o Programa Territórios da Cidadania já destinou R$ 973,3 milhões para projetos de apoio a atividades pro-dutivas, infraestrutura e cidadania e direitos em Rondônia.

reForço Da merenDa eScolarAgricultura

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70 Outubro 2011 - Estados & Municípios

O Plano Nacional de Frontei-ras vai duplicar o número de agentes da Polícia Fe-

deral, da Polícia Rodoviária Federal e da Força Nacional de Segurança Pública que atuam nessas regiões, especialmente em 30 pontos con-siderados vulneráveis. Segundo o ministro da Justiça, José eduardo cardozo, a PF será a primeira cor-poração a ser reforçada, mediante concurso público que ainda não tem data marcada. “Queremos duplicar nosso efetivo”, garantiu o ministro.

O Ministério da Justiça é a “viatura chefe” deste Plano Nacio-nal. Afinal, a pasta já é responsá-vel pela coordenação das Ope-rações Sentinela, que vigia em caráter permanente as fronteiras do país, e das Operações Ágata, ações temporárias e conduzidas pelas Forças Armadas em par-ceria com os demais vizinhos da América do Sul.

O Plano Estratégico abrange uma área de 2.357 milhões de km2, o que equivale a 27% do território nacional. Isso porque a faixa de forn-

teira, com 17 mil quilômetros de extensão, se projeta por 150 km

para dentro do território a partir da linha divisória com o Pará, Amazonas, Amapá, Rorai-ma, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Além da vigilância ar-mada, a estratégia de ação

prevê a implantação de um plano social e econômico para

intensificar a ocupação das áreas de fronteira, sobretudo na Amazô-nia, que está sendo elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), A ideia é que as ações de repressão sejam acompanhadas de projetos para fixar a população,

garantindo o acesso a serviços públicos de educação e

saúde.

arMas e droGas

O ministro da Justiça garante que a entrada de armas no país tem sido duramente com-

batida por meio do Plano Nacional de Fronteiras. Além das operações Ágata e Sentinela, o governo refor-çou a fiscalização e o policiamen-to nos 17 mil quilômetros de fron-teira brasileira, principalmente nos pontos detectados como os mais vulneráveis. A quantidade de armas confiscadas nas fronteiras passou de 46 entre janeiro e maio para 300. As apreensões de munição subiram de 18,8 mil para 63,5 mil.

“Desenvolvemos a Opera-ção Ágata, que é uma interven-ção muito forte em pontos não declarados do território nacional. Ela tem um aspecto inibidor e, de forma articulada, mantemos a Operação Sentinela em situação permanente. A Polícia Federal per-manece em atividade de investi-gação e inteligência, enquanto a Polícia Rodoviária Federal e a For-ça Nacional de Segurança atuam em posição ostensiva de fiscaliza-ção desses pontos vulneráveis.”, explicou o ministro.

O combate ao tráfico de dro-gas também foi intensificado. Entre junho e setembro, foram apreen-didas 682% mais cocaína e 755% mais maconha do que nos cinco primeiros meses do ano, quando o Plano Estratégico de Fronteiras ainda não havia sido lançado. Foram apre-endidos 57 mil kg de maconha e 61,4 mil kg de cocaína nas fronteiras, contra 6,6 mil kg e 7,8 mil kg, respec-tivamente, entre janeiro e maio.

Segundo José Eduardo Car-dozo, como o tráfico de drogas e de armas está intimamente ligado à violência, é fundamental que haja um controle rigoroso e inte-grado de nossas fronteiras, unindo as forças de segurança pública,

Plano eStratéGico naS FronteiraSSegurança

70 outubro 2011 - Estados & Municípios

Page 71: Revista Estados & Municipios

Estados & Municípios - Outubro 2011 71

os serviços de inteligência e o apoio logístico das Forças Arma-das. “Estamos atentos e vigilantes e em todos os pontos críticos de fronteira para combater o tráfico de drogas, de armas, de pessoas e contrabando”.

reForÇo

O aumento do efetivo de segu-rança na fronteira mato-grossense é uma prioridade do Plano Estratégico para reprimir os crimes transnacio-nais. Com 983 quilômetros de fron-teira, sendo 76% de fronteira seca e 24% fluvial, o serviço de inteligência que atua no estado está sendo per-manente reforçado para dar maior eficiência à repressão.

Os Ministérios da Fazenda e do Meio Ambiente também foram in-corporados para reforçar o plane-jamento e execução das ações. O governo constatou a necessidade de tratar da questão do contra-bando com o auxílio do Ministério da Fazenda, por meio da Receita Federal, e do tráfico de madeira

Segurança

ilegal e de animais silvestres, com o Ministério do Meio Ambiente.

José Eduardo Cardoso afir-mou que a Polícia Federal conti-nuará sendo fortalecida e dando continuidade ao trabalho que vi-nha desenvolvendo no governo Lula, quando ganhou outra dimen-são, com melhores equipamentos, aumento de salários e garantia de autonomia. “ Os dois governos têm a mesma linha”, ressaltou o ministro.

O ministro da Justiça destacou

a importância da integração entre os órgãos

de segurança e as Forças Armadas

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72 Estados & Municípios - Outubro 2011

RANGEL CAVALCANTE [email protected]

Casos & Causos

só BucHo

O país vivia a euforia mega-lomaníaca do governo Médici, com a construção da Rodovia Transamazônica, que deveria ser a redenção dos nordestinos e amazônidas, mas acabou num risco de frustração cortando o mapa do Brasil. Era a felicidade geral dos empreiteiros. Aviões e helicópteros cortavam os céus do Norte em todas as direções, levando técnicos, autoridades, enquanto jatos da VASP chega-vam à região trazendo gaúchos, catarinenses e outros brasileiros para ocupar o novo Brasil verde-amarelo e pegar malária.

Em meio à selva, à mar-gem da nova estrada, o INCRA decidiu construir uma cidade pioneira, a Rurópolis Presiden-te Médici. Uma das primeiras obras foi o hotel, também bati-zado com o nome do general. Piscina em azulejo azul, suite com jardim de inverno (?), ar condicionado. Um luxo. Todo

fim de semana jatinhos de em-preiteiras chegavam à Ruró-polis com os lobistas trazendo executivos, altos funcionários do governo, diretores de ór-gãos públicos, polít icos, mil i-tares e até envolvidos com a grande obra, para animadas festas regadas aos melhores acepipes, vinhos e uísques, além de belíssimas garotas re-crutadas a peso de ouro nos melhores ambientes do Rio e São Paulo. Tudo de graça. O lo-bby funcionando a todo vapor.

Certa feita, o então minis-tro da Agricultura, Cirne Lima, decidiu visitar as obras de co-lonização na área, passando o final da semana na Rurópolis. E convocou técnicos, engenhei-ros, assessores, além de dirigen-tes das empresas envolvidas na grande empreitada. Todos com as respectivas esposas. Cientes da austeridade do ministro, os lobistas cuidaram de cancelar qualquer farra naqueles dias no hotel, preparando o que se pode chamar de uma recepção fami-liar para a comitiva ministerial.

Chega o grande dia, e na sexta-feira começam a descer os aviões no aeroporto da Ruró-polis. Os poucos empregados assistiam perplexos à descida dos ilustres passageiros. Senho-res de paletó e gravata e, à ex-ceção da mulher do ministro, ainda muito jovem, uma ver-dadeira seleção de matronas austeras, gordas, quase todas

sexagenárias, esposas dos figu-rões da comitiva.

O guarda-campo, um ma-ranhense acostumado a ver o desembarque semanal das es-culturais louras e morenas que animavam as farras, diante da cena inusitada, chegou ao jor-nalista Antonio Teixeira Júnior, então assessor de imprensa do INCRA, e não se conteve:

“Ih, seu Teixeira, desta vez os homens só trouxeram bucho!”.

traZ uM ateu

Augusto Lucena, um dos mais folclóricos polít icos per-nambucanos, conhecido como “o homem do chapéu”; era prefeito do Recife, nos anos 60. Muito popular, seu gabinete estava sempre cheio de pessoas, a maioria gente humilde, em busca de favores do município. Certo dia, e era um sábado, cansado de tan-to pedido e de tanto cumpri-mento, chamou a secretária e mandou que ela desse ordem ao porteiro para que fechasse

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Estados & Municípios - Outubro 2011 73

o portão principal da Prefeitu-ra, avisando às pessoas que lá esperavam que o prefeito estava em visita a obras pelos bairros e que não vir ia mais ao gabinete naquele dia. Logo a moça voltou e informou:

- Senhor prefeito, não con-seguimos fechar o portão, pois o porteiro não veio trabalhar. Hoje é sábado e ele é protes-tante. E como o senhor sabe, protestante não trabalha aos sábados.

Lucena pegou o telefone e deu nova ordem. Desta feita ao chefe do gabinete:

- Providencie imediata-mente um porteiro ateu para o gabinete!.

E assim foi feito.

seM Fundos

Autor da emenda cons-t i tucional que concedeu em 1965 a autonomia pol í t ico-adminis t rat iva à cidade de São Luís – naquela época as capi ta is s i tuadas em i lhas eram áreas de segurança na-cional e t inham os prefei tos nomeados pelos governado-res - o então deputado Epi-tácio Cafetei ra aprovei tou a maré de prest íg io e tornou-se

o pr imei ro prefei to ele i to da capi ta l maranhense, der ro-tando o candidato do PSP, o deputado estadual Ivar Sal-danha, que gozava de gran-de prest ig io na cidade.

No final da campanha, os ânimos estavam muitos exal-tados, para o que contribuía a propaganda dos candidatos pela televisão, já presente na maioria das casas ludovicen-ses. A coisa pegou fogo quan-do Ivar Saldanha exibiu no vídeo um cheque sem fundos que te-ria sido emitido pelo candidato Cafeteira. Foi um alvoroço.

O cheque virou motivo de debates em todos os todos os lugares. Até que Cafeteira foi à tevê para se defender da acusação de estel ionatário. Depois de muitas explicações, que confundiam ainda mais os eleitores, decidiu part i r para o desespero. E terminou a apresentação de modo pa-tético, gesticulando, os cabe-los em desalinho e gritando o que logo se tornou o seu novo slogan de f inal de campanha:

“COM FUNDOS OU SEM FUN-DOS, VOTE EM CAFETEIRA!”

Ganhou de goleada.

cuidado!

Hildebrando Espínola, um dos mestres do jornalismo e do direito que a Paraíba man-

dou para os cearenses, marcou época como uma espécie de Boca do Inferno tropical. Muitas de suas tiradas serão em bre-ve contadas em livro póstumo pelo filho, o também jornalista Rodolfo Espínola, que perde-mos no ano passado.

Certa noite, chegando à redação da velha “Gazeta de Notícias”, na Senador Pompeu, a rua dos jornais de Fortaleza, lá encontrou o Luís Campos, que, empolgado, exibia o ar-t igo que acabara de produzir. Era uma verdadeira cati l inária contra tudo quanto era inte-grante da UDN, o então se-gundo maior part ido polít ico nacional, que ele chamava de “a canalha udenista”.

O partido do brigadeiro es-tava no poder no estado, com o governador Faustino de Albu-querque, um magistrado para quem a autoridade muitas ve-zes precisava da ajuda de al-guns cassetetes para ser exerci-da de modo pleno e eficiente. Em voz alta, Luís Campos lia o artigo para os colegas, invejo-sos do talento do escriba. Ter-minada a leitura, em meio às muitas loas, a observação do Hildebrando:

- Lu ís, o teu ar t igo está ót imo. Mas, antes de man-dá- lo à of ic ina, você devia meditar numa coisa. Aqui no Ceará é preciso ter mui to cui-dado ao esculhambar ass im de magote. Fatalmente aca-ba at ingindo um viz inho, um parente, um amigo ou, o pior, um aval is ta!

No dia seguinte a Gazeta trazia um artigo bem mais bran-do do combativo Luís Campos.

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74 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Mato Grosso do Sul confir-ma o seu grande destino, como um dos estados

que mais crescem no Brasil. Ao comemorar os seus 34 anos, o go-verno do estado marca a data en-tregando para a população deze-nas de obras nas áreas de saúde, educação, infraestrutura urbana, logística de transporte, área social e segurança. É o progresso che-gando mais rápido, garantindo o desenvolvimento sustentável de todos os municípios.

As comemorações dos 34 anos de Mato Grosso do Sul estão sendo marcadas com a entrega e execução de obras no valor de R$ 542 milhões em investimentos do Programa MS Forte. Lançadas há dois anos, as ações de investimen-tos em obras, programas e proje-tos estão finalizadas ou em anda-mento. Algumas se estenderão até 2013, e nenhuma, assegurou o go-vernador andré puccinelli, estará inconclusa até o fim desse ano. “Governo se faz a seis mãos, em um tripé perfeito da democracia”, afirmou Puccinelli, em referência ao apoio do Legislativo e do Judi-ciário. “Todos auxiliam Mato Grosso do Sul”, enfatizou.

Os quase três anos e meio de governo que vêm pela frente vão ser focados no social, anunciou André Puccinelli, que quer ver as ações de todas as áreas refletindo na inclusão social e na melhoria da qualidade de vida da popula-ção que mais precisa. Contando hoje com 100 mil famílias assistidas

diretamente nos diversos progra-mas sociais, o governo quer tornar mais abrangente essa cobertura, por meio de projetos que embora não estejam oficialmente enqua-drados como prestação de assis-tência, resultam na inclusão e em oportunidades.

parQue tecnolóGico

Entre as obras de maior des-taque estão a conclusão dos hos-pitais dos municípios de Fátima do Sul, Coxim, Chapadão do Sul e Nova Andradina, como forma de interiorizar cada vez mais o aten-dimento médico dos municípios, e, principalmente a ampliação e modernização do Hospital Regio-nal, considerado um dos maiores investimentos já realizados na saú-de estadual.

O hospital de Campo Gran-de já recebeu cerca de R$ 18 milhões do estado em obras de reforma, ampliação e renovação de seu parque tecnológico. Com ações coordenadas pela Secreta-ria de Saúde, o hospital teve vários setores recentemente ampliados, como o serviço de hemodinâmica, realizando hoje em torno de 150 exames diagnósticos e 50 procedi-mentos terapêuticos. A ampliação do setor de quimioterapia de adul-tos e pacientes pediátricos, a refor-ma e ampliação do banco de leite e do prédio do ambulatório.

Uma das obras que já estão concluídas é o novo complexo ma-terno-infantil, localizado no 2º andar

do hospital. Neste setor funcionarão a UTI Neonatal (com aumento de oito para dez leitos), a Unidade In-termediária (com ampliação de 12 para 20 leitos), o Método Canguru (com oito leitos), que abrigará os recém nascidos juntamente com suas mães, o novo Centro Obsté-trico e Centro Cirúrgico exclusivos, setor que será referência em ges-tação de alta complexidade para todo o estado.

Moderna loGística

Com a pavimentação de ro-dovias, o governo do estado tira municípios do isolamento e cons-trói o caminho do progresso. É a infraestrutura que faltava para atrair novas indústrias, fortalecer a eco-nomia de Mato Grosso do Sul e me-lhorar a vida da população.

mato GroSSo Do SUlcomemora 34 anoS

Estados

do hospital. Neste setor funcionarão

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Estados & Municípios - Outubro 2011 75

Os 34 anos de Mato Grosso do Sul são comemorados pelos muni-cípios com uma moderna logística de transportes, que engloba pon-tes de concreto, contornos e novos acessos viários, que favorecem o escoamento da produção agríco-la e industrial. Os novos caminhos do desenvolvimento somam 2 mil quilômetros de rodovias pavimen-tadas e recapeadas.

Na região Norte o governo re-aliza o maior complexo de integra-ção rodoviária. São 460 quilômetros de novas estradas, que garantem a integração de nove municípios. A li-gação rodoferroviária é garantida com a pavimentação da BR-359, beneficiando os municípios de Co-xim, Alcinópolis e Costa Rica, até a divisa com Goiás, onde passa a Ferronorte. De lá os produtores po-dem levar suas produções até o Porto de Santos, exportando para vários países.

O MS Forte está levando tam-bém mais desenvolvimento para regiões produtoras do estado tro-cando pontes de madeiras por estruturas de concreto armado, resolvendo assim definitivamente os problemas de travessia sobre os cursos d’água e o escoamento da produção. Nos 34 anos de Mato Grosso do Sul, o governo do estado inaugura mais 20 pontes de concre-to e até o final deste ano serão mais de 100 pontes em todas as regiões.

aQuÁrio do pantanal

Outra obra de destaque na capital de Mato Grosso do Sul é o Aquário do Pantanal – maior aquá-rio de água doce do mundo que está sendo construído no Parque das Nações Indígenas. Os traba-lhos iniciaram há três meses e es-tão em ritmo acelerado. A previ-são é que o Centro de Pesquisa

Estados

Os 34 anos de Mato Grosso do Sul são comemorados pelos muni-cípios com uma moderna logística

O MS Forte está levando tam-bém mais desenvolvimento para regiões produtoras do estado tro-

e Desenvolvimento da Ictiofauna Pantaneira seja concluído no se-gundo semestre de 2013.

A obra está gerando cerca de 300 empregos. O local será um das instituições culturais mais visitadas do Brasil e será econo-micamente sustentável, trans-formando-se no principal centro impulsionador do turismo sul-ma-to-grossense. O aquário terá uma área de 18,6 mil metros quadra-dos, equivalente a duas vezes o tamanho da Praça Belmar Fidalgo. No total serão 24 tanques de aquá-rios, somando um volume de água de aproximadamente 6,6 milhões de litros de água.

Serão aproximadamente 7 mil animais em exposição, subdivididos em mais de 200 espécies (peixes, invertebrados, répteis e mamíferos).

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76 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Estados

Finalmente o governo federal anunciou o lançamento do edital de licitação para a construção da barragem do Jequitaí. Qual a im-portância desta obra para o de-senvolvimento da região?

O Projeto Jequitaí tem uma importância estratégica para o Grande Norte, não somente no que se refere à economia e à ge-ração de empregos (105 mil dire-tos e indiretos), mas também por causa da consequente revitaliza-ção do Velho Chico. O projeto é uma reivindicação regional histó-rica de mais de 50 anos.

a revitalização do rio são Francisco está incluída no projeto?

Com eu disse, é uma conse-quência. Em 2005, fomos contra o Projeto de Transposição do São

o Sonho Vai Virar realiDaDe A Barragem do Jequitaí finalmente sairá do papel para levar desenvolvimento e qualidade de vida para milhares de brasileiros. Segundo o secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan), Gil Pereira, a previsão é que as obras comecem no primeiro trimestre de 2012. Em entrevista à Revista Estados e Municípios, Gil Pereira fala sobre a importância estratégica desta obra para o desenvolvimento de Minas e de sua influência na revitalização do Velho Chico. Ele garante que o projeto, aguardado ha mais de 50 anos, não beneficiará somente o povo mineiro, mas o Brasil como um todo, aumentando a quantidade e a qualidade das águas da bacia do São Francisco e garantindo o abastecimento em vários municípios que anualmente sofrem com os longos períodos de seca.

Francisco, deixando claro que somente o aceitaríamos com a revitalização da sua bacia hidro-gráfica. Agora, o ministro Fernan-do Bezerra firmou compromisso de investir mais de R$ 2 bilhões em saneamento básico até 2014, de modo a não restar nenhum muni-cípio na calha do São Francisco, desde a Canastra até a foz, que não esteja 100% saneado.

então a barragem é pré-re-quisito para o projeto de transpo-sição do velho chico?

A barragem do Projeto Jequi-taí vai viabilizar a Transposição do Rio São Francisco através da revi-talização da sua bacia, aumen-tando a qualidade e a quantida-de das águas na bacia. Por isso estamos intensificando os traba-

lhos do Comitê Gestor do Projeto Jequitaí, integrado pela Ruralmi-nas, pela Sedvan e pela Compa-nhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf).

na verdade, a barragem é um grande projeto de desenvolvi-mento regional...

Sem dúvida. Por meio da construção de duas barragens, o Vale do Jequitaí, localizado numa região onde predomina a agricultura de sequeiro entre a Serra do Espinhaço e a Ser-ra da Onça, no Norte de Mi-nas, passará a acumular 800 milhões de metros cúbicos de água. O projeto é fundamental para alavancar a economia da região, que apresenta um dos mais baixos níveis do Índice de

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Estados & Municípios - Outubro 2011 77

Estados

Desenvolvimento Humano (IDH) no Estado, pois além do incre-mento da agricultura irrigada, o empreendimento vai garantir o abastecimento de água em vá-rios municípios que anualmente sofrem com os longos períodos de seca.

existe uma estimativa de quantas famílias serão beneficia-das diretamente por essa obra?

A influência direta do Pro-jeto se dará numa área que engloba doze municípios, com população total de 587 mil habi-tantes das cidades de Jequitaí, Engenheiro Navarro, Claro dos Poções, Francisco Dumont, La-goa dos Patos, Várzea da Palma, Pirapora, Buritizeiro, Coração de Jesus, Joaquim Felício, Bocaiúva e Montes Claros.

Isso significa que o Velho chico continuará gerando desen-volvimento para o povo mineiro?

Não só para o povo minei-ro, mas para o Brasil como um todo. Concordo plenamente com a afirmação do governa-dor Anastasia, de que o Rio São Francisco é um grande patrimô-nio brasileiro e que todo trabalho realizado em seus afluentes e nas cidades que estão às suas mar-gens significará uma melhor qua-lidade das águas. E essas águas também atenderão centenas de outros municípios que estão fora de Minas, mas que são banhados pela Bacia do São Francisco.

Qual o custo previsto da obra?Para a primeira etapa, o Go-

verno Federal destinará R$ 85,5 milhões com contrapartida de R$ 9,5 milhões do Governo de Minas.

O projeto contará com recursos do PAC II e além do aporte inicial, já há a alocação de R$ 304 milhões que serão investidos até 2014.

O cronograma está definido?A parceria entre o Governo

Federal e o governo de Minas para fazer o licenciamento ambiental e as desapropriações necessárias para a realização das obras foi ce-lebrado em maio. Agora estamos aguardando o edital de licitação, que será lançado ainda este mês pelo Ministério da Integração Na-cional. A previsão é que as obras de engenharia para a construção da barragem sejam iniciadas no primeiro trimestre de 2012.

A barragem vai garantir a ofer-ta de água, mas esse não é único problema da região, que ainda so-fre com a carência de saneamen-to básico, por exemplo...

Também estamos atuando ativamente nesse setor. O convênio assinado pelo governador Antonio Anastasia e pelo ministro da Inte-gração Nacional, Fernando Bezer-ra, prevê a implementação de sis-temas de esgoto e construção de

módulos sanitários em municípios do Vale do São Francisco.

o que são módulos sanitários?São módulos domiciliares

compostos de vaso sanitário, lava-tório, tanque de lavar roupa, chu-veiro e ligação para rede coletora de esgoto que serão instalados pela Copasa. A empresa também fará ligações para a rede coletora de esgotamento sanitário em dez cidades, com investimentos de R$ 10,9 milhões, sendo R$ 9,8 milhões da Codevasf e R$ 1,1 milhão da Copasa (Companhia de Sanea-mento de Minas Gerais).

o senhor também falou que serão implantados sistemas de esgoto...

Sim. Os sistemas de esgota-mento sanitário serão implantados em 18 municípios, com investimento total de R$ 136,6 milhões, sendo R$ 122,9 milhões repassados pela Com-panhia de Desenvolvimento dos Va-les do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) e R$ 13,7 milhões em re-cursos da própria Copasa. Ao todo, serão beneficiadas 187 mil pessoas.

Page 78: Revista Estados & Municipios

78 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Um PeDacinho Do ParaÍSo na bahiam

orr

o D

e SÃ

o P

aUlo

O fim de ano está chegando e o verão já está bem próximo. O stress, depois de um período de muito trabalho, nos leva a pensar em um local onde a gente possa gozar as merecidas férias. Este lugar pode ser Morro de São Paulo, interior da

Bahia. Uma pequena ilha, que se orgulha de não possuir carros. A região destaca-se por ser dona de quatro belas praias, com curiosos nomes: Primeira, Segunda, Terceira e Quarta. As paisagens são formadas por elementos que as tornam mais que perfeitas com a presença de coqueirais, areias brancas, corais e águas em diversos tons de azul.

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Estados & Municípios - Outubro 2011 79

priMeira praia

É aqui que estão as casas de veranistas e os principais hotéis, pousadas e restaurantes.

A primeira praia também é conhecida como o point das diver-sões náuticas: aluguel de banana boat, pranchas e equipamentos de mergulho, além de ser o ponto de chegada para quem desce de tiro-lesa, do alto do farol.

seGunda praia

É a praia mais famosa e agita-da da ilha. Ponto de concentração dos jovens que curtem uma balada até o sol nascer. Além das festas diá-rias, é nesta praia que estão as bar-racas de praia, de todos os tipos, as rodas de capoeira, volei, futevolei, futebol de areia e frescobol. A es-cadaria que dá acesso à segunda praia merece uma parada, é de lá que o turista pode apreciar a bele-za das águas azuis que circundam a ilha. Outro espetáculo é na maré baixa, quando os bancos de areia ficam totalmente visíveis.

terceira praia

Dobrando a “esquina” na Ilha da Saudade, você já está na tercei-ra praia, uma ilhota (Ilha do Caitá), rodeada por uma grande barreira de corais e com um único coqueiro ao centro. Por este motivo, é um dos pontos preferidos para o mergulho, onde você poderá ver peixes e co-rais de todas as formas e cores.

Quarta praia

A quarta praia parece não ter fim. Uma grande barreira de

corais forma inúmeras piscinas na-turais. Com apenas uma máscara de mergulho, você se sentirá parte deste paraíso. Caminhando pela quarta praia, a primeira entrada nos leva ao Zimbo (pequeno vila-rejo). Entrando no Zimbo, existem caminhos que levam até o povo-ado da Gamboa, ou ao morro da Mangaba

ponta da pedra

É a praia que dá acesso ao povoado da Gamboa. São quase 30 minutos de caminhada do cais do morro até o cais da Gamboa. Este trajeto todo é chamado pe-los moradores de Ponta da Pedra: praias cercadas por pedras, de águas cristalinas e calmas.

praia da GaMBoa

Andando 20 minutos pela praia da Ponta da Pedra, che-ga-se ao povoado da Gamboa, ponto de escolha de quem prefe-re sossego. Se quiser um pouco de agitação, curtir uma festa ou ver o movimento na rua principal basta dar um “pulinho” a Morro. A maio-ria dos nativos da região moram na Gamboa, o que permite conhecer o jeito de viver, ainda preservado dos nativos da ilha.

praia do Forte

A Praia do Forte que só apa-rece na maré baixa, revela uma faixa de areia bem próximo das pis-cinas naturais, que são ideais para um mergulho com ou sem equi-pamento. O acesso a esta praia , como já deve ter imaginado, se dá ao final das ruínas do Forte.

Turismo

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80 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Motos

Duas RodasSalão

De volta ao Brasil e representa-da pela Dafra, MV Agusta lançou a nova versão da F4, que será co-mercializada a partir de dezembro. A Brutale 1090RR é equipada com motore 4 cilindros de 998 cm³ e 187,3 cavalos desenvolvido em parceria com a Ferrari.

A Yamaha Ténéré 660 e a mais nova integrante da famí-lia Ténéré no Brasil. Ao lado dos modelos 250 e da Super Ténéré 1200. . Utilizando a mesma base da conhecida XT 660, a moto é equipada com motor mono-cilíndrico de 660 cm³ com po-tência máxima de 48 cavalos.

Duas Rodasda pela Dafra, MV Agusta lançou a nova versão da F4, que será co-mercializada a partir de dezembro. A Brutale 1090RR é equipada com motore 4 cilindros de 998 cm³ e

parceria com a Ferrari.

Duas Rodasda pela Dafra, MV Agusta lançou a nova versão da F4, que será co-mercializada a partir de dezembro. A Brutale 1090RR é equipada com motore 4 cilindros de 998 cm³ e 187,3 cavalos desenvolvido em

Dafra F4

Ténéré 660

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Estados & Municípios - Outubro 2011 81

Duas RodasConfirmado: a CBR

250R da Honda estará no mercado no primeiro trimes-

tre de 2012 para brigar com Kawasaki Ninja 250R e Kasinski

Comet GTR 250. A esportiva é equipada com motor monoci-

líndrico de 249,4 cm3 de 26,4 cavalos, 4 válvulas e injeção ele-trônica PGM-FI

Lançamento mundial da BMW – a trail G 650GS Sertão é equipada com motor mono-cilíndrico 652 cc de 48 cava-los, injeção de combustível e dupla ignição. Desenvolvida para encarar terrenos off-road leves, a versão Sertão sofreu modificações na sus-pensão e no para-brisa.

Confirmado: a CBR 250R da Honda estará no mercado no primeiro trimes-

tre de 2012 para brigar com Kawasaki Ninja 250R e Kasinski

Comet GTR 250. A esportiva é equipada com motor monoci-

líndrico de 249,4 cm3 de 26,4 cavalos, 4 válvulas e injeção ele-trônica PGM-FI

equipada com motor mono-cilíndrico 652 cc de 48 cava-los, injeção de combustível e dupla ignição. Desenvolvida para encarar terrenos off-road leves, a versão Sertão sofreu modificações na sus-pensão e no para-brisa.

Estados & Municípios - Outubro 2011 81

Lançamento mundial da BMW – a trail G 650GS Sertão é

Motos

CBR 250R

G 650GS Sertão

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82 Estados & Municípios - Outubro 2011

inoVar é FaZer o ÓbVio

Durante o evento CICI 2011 - Conferência Internacional de Cida-des Inovadoras, realizado em Curi-tiba (PR), foram discutidos temas de mobilidade e sustentabilidade nas cidades, entre outros. Um dos pales-trantes foi o famoso urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná, que atual-mente presta consultoria a empresas e governos na área de projetos de desenvolvimento urbano, especial-mente para o transporte público. Do começo ao fim de sua exposição, Lerner foi enfático quanto à neces-sidade de sonhar que devem ter os administradores públicos.

Muitas vezes alguns governan-tes lhe revelam problemas, mas não sabem explicitar o que preten-dem, qual o objetivo de sua admi-nistração para a cidade ou região. Algumas vezes “muito dinheiro atra-palha”, disse ele referindo-se à ne-cessidade da criatividade ser me-lhor desenvolvida quando temos uma cifra menor para transformar os “sonhos” em realidade. Mas, so-bretudo enfatizou a necessidade de rapidez de efetivar os projetos, exemplificando com obras como a Ópera de Arame e Jardim Botânico em Curitiba, prédios públicos que trouxeram um diferencial de turis-mo na capital paranaense e foram construídos em menos de 3 meses na década de 90.

Pensando na trajetória de Ler-ner, especialmente nas administra-ções da capital paranaense, e nos “sonhos” que transformou, em reali-dade percebemos que, na maioria

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das vezes, ele colocou em prática ideias simples que beiram o óbvio. E, sobretudo que em grande parte, apenas efetivou práticas que já estavam desenhadas em planos de desenvolvimento das déca-das anteriores (Plano Agache por exemplo), como no caso da Cida-de Industrial de Curitiba e nos ei-xos estruturais da cidade por onde circula o transporte de massa. E este, entendo como seu maior mérito, a dinamicidade com que coloca em prática as ideias e o caráter transformador que advém disto. Implantar as canaletas ex-clusivas para o ônibus expresso em 1974 não somente ofereceu à população um transporte rápi-do e de qualidade nas regiões de maior adensamento, como desenhou parte da estrutura da cidade, através do zoneamento adotado em tornos dos eixos e dos futuros modais que viriam a complementar e substituir aquele ônibus expresso da época.

Um dos principais trunfos de Curitiba foi a continuidade em pro-jetos de cidade e não em projetos de governo. O que temos visto, de forma mais gritante nas administra-ções de prefeituras, é a falta de um projeto único que delineie o futuro e progresso independente de qual partido político e pessoa esteja a frente do governo.

O que muitos chamam de inovação é apenas a realização do óbvio. Priorizar o transporte cole-tivo em relação ao individual é um exemplo. Adotar combustíveis al-

ternativos nos ônibus é outro. E são exemplos que vêm sendo postos como a “galinha dos ovos de ouro” no discurso daqueles que preten-dem transformar suas cidades para receber os eventos e visitantes da Copa do Mundo 2014 no país. Mas isto não foi sempre óbvio?

Mesmo este óbvio precisa ir além, precisa realmente priorizar o veículo ônibus com diminuição das tarifas para os usuários, especial-mente com a redução da tributa-ção sobre o modal. Se há ênfase que a produção e venda recorde de automóveis tem alavancado a arrecadação e a geração de empregos no país, é também ver-dade que, além de empregos nos mesmos níveis, tanto a indústria fabricante de carrocerias como a operação dos sistemas de ônibus também evita o travamento da mobilidade nas grandes cidades e diminui o impacto do transporte sobre o meio ambiente, situações que se agravam dia após dia.

Disse Lerner ao final da pales-tra, em forma de uma ácida crítica, que muitos estão se preocupando apenas com os estádios para a Copa do Mundo, quando a preo-cupação deveria estar sobre os ae-roportos e mobilidade nas cidades sede. Novamente, disse apenas o óbvio. Mas alguém precisa inovar e ... falar o óbvio.

Comunicólogo e Especialista na área de Educação, mantém um site com infor-mações do transporte coletivo por ôni-bus, o Omnibus do Brasil

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84 Outubro 2011 - Estados & Municípios

Job: 10-10-2011 -- Empresa: Grey -- Arquivo: AF-AN ONIBUS CAPACIDADE NOVO. 210X280mm_pag001.pdfRegistro: 50746 -- Data: 14:51:29 10/10/2011