registo ed217

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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 26 de Julho de 2012 | ed. 217 | 0.50 O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14 Horta das Figueiras | 7005-320 Évora 266771284 Roteiros promovem cultura, paisagens e gastronomia 08 INALENTEJO apoia Empresas e Emprego Pág.03 A orientação determinada pelo Go- verno de Reprogramação do QREN, foi o me- canismo que possibilitou a Reprogramação Estratégica do INALENTEJO, tendo o sucesso desta desejável operação um impacto muito significativo no aumento das dotações para os eixos da competitividade inovação e co- nhecimento e para a coesão local e urbana. Boa Boca alia “design” a produtos Pág.07 Porque não existe nenhuma lei que obrigue os produtos tradicionais a se- rem embrulhados em papel pardo, a Boa Boca lançou em 2006 um conceito inova- dor em Portugal: “Food+Design”. “Fomos pioneiros nesta área específica”, recorda Inês Varejão, formada em Agronomia e um dos rostos do projeto. Cacique`97 no Festival Escrita na Paisagem Pág.12 O colectivo luso-moçambicano Cacique`97, que dispensa já apresenta- ções, vai estar no África Move, o progra- ma de todas as quartas-feiras no Festival Escrita na Paisagem, um projecto em parceria com o Mural Sonoro. No dia 1 de Agosto, o colectivo afrobeat vai subir ao palco, em Évora. Um grande concerto em Portel Pág.13 Depois de uma intensa se- mana de estudo musical, onde o lazer se confunde com novos métodos de aprendizagem e novas oportunidades para conhecer outras gentes e outras culturas, chegou o tão aguardado con- certo final do Estágio Nacional de Or- questra de Sopros. D.R. Opinião “O Governo precisa urgentemente de vocacionar a sua atuação para a recuperação económica e para o suporte das famílias carenciadas” Pág.02 Filmagens em Montemor A realização é de Paulo Quedas, sobre um argumento de João Luís Nabo e que tem Lúcia Moniz e Bernardino Samina como protagonistas. Pág.16

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Edição 217 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ed217

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 26 de Julho de 2012 | ed. 217 | 0.50€

O Melhor Petisco | Rua Catarina Eufémia , 14Horta das Figueiras | 7005-320 Évora

266771284

Roteiros promovem cultura, paisagens e gastronomia 08

INALENTEJO apoia Empresas e EmpregoPág.03 A orientação determinada pelo Go-verno de Reprogramação do QREN, foi o me-canismo que possibilitou a Reprogramação Estratégica do INALENTEJO, tendo o sucesso desta desejável operação um impacto muito significativo no aumento das dotações para os eixos da competitividade inovação e co-nhecimento e para a coesão local e urbana.

Boa Boca alia “design” a produtosPág.07 Porque não existe nenhuma lei que obrigue os produtos tradicionais a se-rem embrulhados em papel pardo, a Boa Boca lançou em 2006 um conceito inova-dor em Portugal: “Food+Design”. “Fomos pioneiros nesta área específica”, recorda Inês Varejão, formada em Agronomia e um dos rostos do projeto.

Cacique 97 no Festival Escrita na Paisagem Pág.12 O colectivo luso-moçambicano Cacique`97, que dispensa já apresenta-ções, vai estar no África Move, o progra-ma de todas as quartas-feiras no Festival Escrita na Paisagem, um projecto em parceria com o Mural Sonoro. No dia 1 de Agosto, o colectivo afrobeat vai subir ao palco, em Évora.

Um grande concerto em PortelPág.13 Depois de uma intensa se-mana de estudo musical, onde o lazer se confunde com novos métodos de aprendizagem e novas oportunidades para conhecer outras gentes e outras culturas, chegou o tão aguardado con-certo final do Estágio Nacional de Or-questra de Sopros.

D.R

.

Opinião“O Governo precisa urgentemente de vocacionar a sua atuação para a recuperação económica e para o suporte das famílias carenciadas” Pág.02

Filmagens em MontemorA realização é de Paulo Quedas, sobre um argumento de João Luís Nabo e que tem Lúcia Moniz e Bernardino Samina como protagonistas.

Pág.16

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2 26 Julho ‘12

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected])

Propriedade

PUBLICREATIVE - Associação para a Promoção e Desenvolvimento Cultural; Contribuinte 509759815 Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 Évora - Tel: 266 751 179 fax 266 751 179 Direcção Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial [email protected] Redacção Luís Godinho; Pedro Galego Fotografia Luís Pardal (editor) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Colaboradores António Serrano; Miguel Sampaio; Luís Pedro Dargent: Carlos Sezões; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; José Rodrigues dos Santos; José Russo; Figueira Cid Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição PUBLICREATIVE

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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w.egoisthedonism.w

ordpress.comPedro H

enriques | Cartoonista

“Dietas estranhas”

Avaliação após avaliação, a Troika vai dizen-do que Portugal vai no bom caminho. Uma opinião que os Portugueses não entendem, face às dificuldades do dia-a-dia e às notícias sobre a situação financeira, económica e so-cial do País.

No 1º trimestre de 2012, a dívida pública portuguesa atingiu 189.979 milhões de euros o que corresponde a 111,6 % do PIB. Portu-gal apresenta a 3º dívida pública mais eleva-da da UE em percentagem do PIB e 11º em valor. Comparando com o trimestre homólo-go de 2011, Portugal apresenta o maior cres-cimento da dívida pública, (em % do PIB): a dívida pública portuguesa aumentou 17,1 pontos percentuais (p.p.), quase seis vezes mais que na UE 27 (+ 3,0 p.p.) e quase sete vezes mais que na zona euro (+2,5 p.p.).

No mesmo período do ano anterior (1º trimestre de 2011), Portugal registava uma dívida pública de 94,5% do PIB o

que o colocava na 5ª dívida pública mais elevada da UE27. Piora, assim, neste 1º trimestre de 2012, duas posições. Com-parando com o trimestre anterior (4º tri-mestre de 2011), Portugal apresenta o 2º maior crescimento da dívida pública, a seguir à Lituânia. Em termos trimestrais, a dívida pública portuguesa cresceu 3,8 p.p., um crescimento muito mais intenso que o verificado na UE27 (+0,9 p.p) ou na zona euro (+1,3 p.p.).

Do lado da atividade económica sabe-mos que no 1º semestre deste ano, regis-taram-se 4.395 ações de insolvência de empresas representando uma “forte ace-leração das Insolvências”: um aumento de 41,6% face ao 1º semestre de 2011, isto é mais 1.291 empresas falidas. Em média, encerraram 24 empresas por dia (mais 7 empresas que diariamente encerram face ao ano passado).

É certo que as exportações têm apre-sentado um crescimento muito positivo prevendo-se um crescimento de 3,5% em 2012. As importações deverão contrair este ano 6,2%, assim como a procura interna que deve reduzir-se este ano em 6,3%. Uma travagem brusca, que impede que Portugal saia destra espiral recessiva em que se encontra.

A consequência mas dramática desta travagem da economia situa-se do lado do desemprego que já ultrapassa os 15,2%, prevendo-se que em 2013 atinga os 16%. Desde que o Governo tomou posse o nú-mero de desempregados inscritos nos Centros de Emprego cresceu 25%: são mais 127.250 desempregados inscritos. Ou seja, desde que este Governo está em funções, a cada dia que passa, inscrevem-se nos Centros de Emprego mais 353 De-sempregados.

Os números não confirmam o aparen-te otimismo da Troika e o próprio FMI já veio anunciar que era preciso uma agen-da para o crescimento económico. É esta agenda que tarda em surgir, quando as empresas e as famílias estão asfixiadas financeiramente e os Bancos não pos-suem capacidade para financiar a ativida-de económica.

O Governo precisa urgentemente de vo-cacionar a sua atuação para a recuperação económica e para o suporte das famílias carenciadas que estão a ser afastadas do acesso aos cuidados básicos de saúde, de educação e impedidas de alimentar com dignidade os seus filhos.

A Troika pode dizer que Portugal vai no bom caminho, mas nós constatamos a existência de uma chaga social grave e que pode ter consequências imprevisí-veis.

Avaliação da TroikaAntónio SerrAnoDeputado

Nestes tempos actuais, de elevada exigên-cia, em função da situação económica e financeira que todos conhecemos, o país político e seus incontornáveis comentado-res andam frequentemente entretidos com as alegadas pressões sobre a comunicação social - quer por parte membros do governo ou por parte de outras esferas de poder.

A questão, como é sabido, não é de hoje, e é recorrente em todas as sociedades demo-cráticas. Mas tenho para mim que a liberda-de de imprensa é demasiado séria na vida das sociedades para a menosprezarmos mas também para a banalizarmos como arma de arremesso política. E é o que me parece que está a acontecer em Portugal, excessiva-mente, nos últimos meses.

Vamos por partes e comecemos pelas pressões. Nas relações entre políticos, em-presário, gestores, dirigentes desportivos e também jornalistas, as fronteiras entre a discussão, a irritação e a pressão são ténues e dependem muito das relações pessoais existentes. Em bom rigor, todos pressionam todos, conforme os contextos e objectivos em causa. Não há padrões rígidos sobre a forma como se gere a inevitável tensão (e, por vezes, a excessiva intimidade) que exis-te e existirá sempre entre comunicação so-cial e política.

Há (e sempre haverá) políticos que pres-sionam jornalistas usando abusivamente o seu poder para influenciar o trabalho dos media. Assim como há, sem dúvida, jorna-listas que pressionam políticos, usando abu-sivamente o seu poder para conseguir uma notícia ou uma inconfidência em primeira

mão. Desde modo, como escrevia e bem Ricardo Costa, director do Expresso, há uns tempos atrás, não faz sentido estarmos sempre obcecados com algo que é inerente à relação entre política e comunicação; no fundo, um certo “jornalismo queixinhas” que coloca o órgão de comunicação como centro de notícias, não é saudável.

O que qualquer jornalista deve fazer é simplesmente ignorar, não ser pressioná-vel e decidir por si a relevância de factos e qual a matéria publicável. E não ligar a desabafos, irritações, ameaças de black-out ou outras.

Bem mais grave, e diria mesmo essen-cial, são as tentativas que vimos, de vez em quando, assentes em estratégias de contro-lo e concentração dos grupos de comuni-cação social, como aconteceu há uns anos com a planeada aquisição da TVI – isso sim, pode afectar o pluralismo que todos defendemos. E, também, preocupante, a forma como a actual crise esvazia as re-dacções de meios humanos e, consequen-temente, a sua capacidade de conduzir um efectivo jornalismo de investigação, que vá à raiz das questões.

Por último, esta focalização na forma afasta-nos do conteúdo, que é o mais impor-tante. Por exemplo, o chamado “caso das se-cretas” é demasiado grave para ficar no diz-que-disse e nos supostos arrufos telefónicos entre ministros e jornalistas. Investigue-se, noticie-se e responsabilize-se para que no final, todos os intervenientes, independen-temente de pressões, terem feito bem o seu trabalho.

As Pressões e os Pressionáveis

cArLoS SeZÕeSGestor

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Actualreprogramação do inALenteJo mereceu 84 % dos votos das entidades da comissão de Acompanhamento.

Decorreu no dia 24 de Julho nas insta-lações da DECO – Delegação Regional de Évora o ato eleitoral para o mandato 2012/2015, onde foi eleita a nova Dire-ção Regional.

Esta nova Direção é composta por Margarida Lascas, Cláudia Tique, Ví-tor Tomás, Nuno Cambezes e José Sil-va, tendo como objetivo o alcance de uma maior visibilidade e relevo pe-rante a comunidade, podendo desta forma trazer novos laços e contribu-tos á Delegação, que a nível nacional conta com a maior área territorial de intervenção.

A região do Alentejo dada a sua ex-tensão, leva a que muitas populações fiquem desamparadas, sobretudo no que se refere á mais idosa, sendo por isso, também intenção neste novo mandato a aproximação aos consumi-dores mais desprotegidos na defesa dos seus direitos e garantias.

DECO – Delegação Regional de Évora

Alentejo

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A única empresa transformadora do sector do tomate instalada em Mora (Évora), a Sopragol, emprega 50 pessoas ao longo do ano, mas durante a época da campanha, de Julho a Se-tembro, chega a dar emprego a 300.

A produção anual atingiu em 2011 106 milhões de quilos de tomate transformado. Com uma capacidade de transformação superior a 2.200 to-neladas/dia de tomate fresco, a única empresa transformadora deste setor instalada em Mora produz concen-trados, triturados, passatas, cubos e molho para pizza.

Tomate dá emprego a 250

Mora

A orientação determinada pelo Governo de Reprogramação do QREN, foi o meca-nismo que possibilitou a Reprograma-ção Estratégica do INALENTEJO, tendo o sucesso desta desejável operação um impacto muito significativo no aumen-to das dotações para os eixos da com-petitividade inovação e conhecimento e para a coesão local e urbana, permi-tindo desde logo um novo enfoque, alo-cando no sector económico empresa-rial, reforçando os apoios às empresas e ao emprego, promovendo em particular a empregabilidade dos jovens.

Simultaneamente, a operação de re-programação, permitiu garantir o cum-primento de todos os compromissos já assumidos anteriormente nomeada-mente com as Autarquias Locais e o Sistema Regional de Transferência de Tecnologia.

Para memória futura, deve fazer-se notar que foi possível obter um consen-so regional alargado relativamente à Reprogramação do INALENTEJO, mas o facto que merece maior registo foi o de que as prioridades regionais definidas na Reprogramação, foram conjugadas e antecipadas com as novas orientações do QREN.

A aprovação da Reprogramação Estra-tégica do INALENTEJO mereceu uma concordância muito clara e inequívoca de 84 % das entidades que integram a Comissão de Acompanhamento com di-reito a voto.

Foi um notável êxito, pelo que os re-sultados obtidos o espelham, resultan-do de uma atitude de diálogo perma-nente de todos os agentes, de âmbito nacional, regional e local, devendo-se

INALENTEJO reforça apoios às Empresas e ao Empregorerogramação do Qren vai permitir a mesma dotaçao orçamental do inALenteJo

muito desse consenso obtido ao traba-lho da equipa técnica cujo empenho e competência que têm vindo a demons-trar, tem sido reconhecido por todas as instâncias.

Em termos gerais o Alentejo, conse-guiu mesmo com as novas orientações governamentais para o QREN, manter a mesma dotação orçamental do INA-LENTEJO.

A aprovação da reprogramação do INALENTEJO, traduz-se na assumpção de vários compromissos com a Região, nomeadamente quanto à Bonificação da taxa de comparticipação com efeitos retroativos para 85%, relativa às opera-ções ainda não concluídas promovidas pela Administração Central e Local.

Na implementação das medidas do

Programa Impulso Jovem, para a for-mação para Inovação e Gestão; para medidas de apoio ao PAECPE; dos in-centivos às empresas, do JESSICA e de Reabilitação Urbana, isto para além da aceitação de todas as candidaturas propostas para transitar no âmbito da reprogramação técnica, são outros dos compromissos assumidos com a repro-gramação do Programa Operacional.

A manutenção dos compromissos as-sumidos, induziram a necessidade de se procederem a diversos ajustamentos, nomeadamente a uma nova distribui-ção de FEDER por eixos, orientados por uma linha estratégica de que as dota-ções ficassem compatibilizadas com as prioridades futuras da Comissão Direti-va do INALENTEJO.

D.R.

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4 26 Julho ‘12

Actual

“e é aí, no campo das opções do dia-a-dia, que as águas se separam e o caldo se entorna.”

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Na passada quinta-feira voltou a discutir-se o conceito de cidade educadora, desta vez sob a perspectiva da visão dos partidos políticos com assento na Assembleia Mu-nicipal.

Não era de estranhar que, de uma forma ou de outra, os quatro representantes dos partidos concordassem sobre o conceito, sobre a necessidade de percorrer caminhos que conduzissem à tal “utopia” da cidade que, na construção da teia de relações que vai estabelecendo, se vai transformando em cidade solidária, inclusiva, participativa, crítica, interventiva e de cidadania plena onde o medo seja uma referência que se vai buscar às estórias infantis e não uma vivên-cia diária.

Se não saíssemos daqui seriamos levados a pensar que os cidadãos organizados em partidos políticos (a adesão voluntária a um partido político não retira a cidadania a nin-guém, apesar de alguns o pretenderem fazer) se poderiam juntar numa espécie de clube de reflexão e por consenso delinear um progra-ma de acção para empreender essa obra sem-pre inacabada da “cidade educadora”.

Mas a vida é um “pouco” mais complexa

do que as elucubrações académicas sobre conceitos teóricos ideais e insiste em por à prova as intenções de cada um nas escolhas que inevitavelmente se fazem.

E é aí, no campo das opções do dia-a-dia, que as águas se separam e o caldo se en-torna.

Évora faz parte de uma rede internacio-nal de cidades educadoras desde 2000, mas será que as opções políticas e as práticas de gestão dos últimos anos estão a contribuir para a tal construção sempre inacabada ou, antes pelo contrário, estão a contribuir de-cisivamente para o afastamento dos cida-dãos da gestão da coisa pública, a empurrar para a anonímia generalizada, garantindo um pseudo apoio de uma enorme massa acrítica sem opção de escolha?

A cidade quer-se educadora mas os pode-res públicos não parecem saber o que fazer com o conceito, o que tem como resultado que a generalidade da população ignora que a sua cidade se pretende afirmar como edu-cadora.

Concordámos todos com o que deve ser uma cidade educadora, mas é mais fácil de-fender a ideia que optar por levá-la à prática

e poderemos até dizer que a gestão do PS na Câmara de Évora tem contribuído de forma decisiva para esse insucesso.

Poderemos afirmamo-nos como cidade educadora quando verificamos uma dete-rioração generalizada da limpeza do espaço púbico? Quando o poder político local opta por tratar os agentes da cidade organizados em associações culturais, desportivas e so-ciais como uma espécie de párias que ape-nas pretendem receber subsídios? Quando opta por investir em espaço privado, como aconteceu com a Praça de Touros, em de-trimento da recuperação do património pú-blico? Quando a ideia de Évora Cidade de Cultura é reduzida a uma mera caricatura? Quando a participação dos cidadãos é pro-movida, apenas e só, quando formalmente a lei o exige e ainda assim de forma o mais discreta possível como aconteceu com a discussão pública da revisão do PDM?

Certamente que não. É fácil encher a boca de cidade, de cultura, de educação. Difícil é compatibilizar a prática com as boas intenções, em particular quando a prá-tica corresponde a uma forma de estar na política que pouco ou nada tem a ver com

as “boas intenções”.A cidade educadora construída pelas re-

lações de cidadania não pode ter nos agen-tes políticos eleitos um travão, mas sim ele-mentos potenciadores dessa construção. E é aqui, na prática das opções políticas, que se deve centrar a discussão.

Alguém me disse um dia “não é por dizer cem vezes a palavra açúcar que se me ado-ça a boca”. Mutatis mutandis (fica sempre uma coisinha em latim para dar um ar de erudição) não é pelos ministros andarem de bandeira na lapela que são patriotas, não é porque a maioria que gere o município afir-ma a paixão pela cidade educadora que ela se constrói.

No debate o representante do PS disse que se tinha feito mais em Évora nos úl-timos 10 anos que nos 50 anteriores. Co-nhecendo-lhe a inteligência e o sentido de humor, certamente não me levará a mal que ache que deve ter havido um pequeno lapso naquilo que queria dizer. A realidade, que entra pelos olhos dos munícipes, recomen-da que se “corrija” a alocução para “fez-se mais contra Évora nos últimos 10 anos do que nos 50 anteriores”.

E o que é que a política tem a ver com isso? Tudo!

eDuArDo LuciAnoAdvogado

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Actual

na malha legislativa e na crise mundial em que estamos, é preciso criatividade para atrair capital e investimento.

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Não basta querer, é preciso poder. A inicia-tiva é importante, o espirito empreendedor é essencial, mas é fundamental ter oportu-nidade e bases. O Alentejo é a maior região de Portugal, um potencial imenso, quer no turismo, quer na agricultura, na indústria ou prestação de serviços. Temos jovens qualificados, Universidades e Institutos Superiores, infra-estruturas de comunica-ções e telecomunicações, mas ainda assim parece que estamos parados.

Não se pretende atirar culpas, mas ain-da assim, podemos identificar problemas como a falta de incentivos sérios a viver fora das grandes cidades, a falta de discri-minação positiva para as empresas e capital que queiram investir no potencial da região e uma regulação autêntica e coordenada para as regiões portuguesas.

Mais que a factura fiscal, joga-se muito na celeridade da justiça, complexidade le-gislativa e fiscalização como factores de atractividade para todos os agentes econó-micos. É vital que as empresas conheçam as vantagens e desvantagens e possam con-tar com factores de risco que sejam o mais

estáveis possível.Não há dúvida que precisamos que se in-

vista na região e que é preciso procurar o capital capaz de dar energia à região, mas precisamos também que os municípios te-nham estratégias conjuntas e articuladas. Na malha legislativa e na crise mundial em que estamos, é preciso criatividade para atrair capital e investimento, mas é possí-vel uma actuação conjunta para ultrapassar este problema.

É preciso mostrar o potencial da região e demonstrar que o Alentejo tem o que é preciso. Que tem infra-estruturas e mode-los de gestão autárquica capazes de res-ponder concertadamente aos desafios dos mercados e das comunidades. A organiza-ção administrativa do país permite um grau de autonomia bastante aceitável ao nível municipal, mas não é o que temos, é o que fazemos com o que temos que é importan-te. A actualização de modelos de gestão autárquica, optimização da administração pública e da forma como actua nas comu-nidades é essencial para dar condições ao investimento privado. O modelo de gestão

Começas tu ou começo eu?ricArDo BAcALhAuMembro da Direcção da Associação Alentejo de excelência

espaço

da administração municipal é um factor crítico de sucesso para captar investimento e capital.

As empresas e empresários querem se-gurança, celeridade e simplicidade por

uma parte e as comunidades querem fisca-lização e equilíbrio, esta realidade apenas se pode alcançar com compromisso entre todos os agentes económicos. Processos transparentes dão segurança a todos.

É verdade que não é fácil quebrar velhos hábitos e mudar radicalmente a forma de pensar, tanto na rivalidade municipal den-tro da região, como na forma como se vê o poder municipal, mas, diz a sabedoria po-pular que mais vale tarde que nunca, e por isso, não é tarde para começar.

Não há privado sem público, nem público sem privado. As empresas, a comunidade, as escolas e os municípios devem trabalhar em conjunto para alcançar ambientes pro-pícios ao investimento e desenvolvimento regional.

No actual ambiente de crise e desconfian-ça, a iniciativa privada é crucial e a capaci-dade de resposta do sector público é crítica. Esta dependência obriga empresários, in-vestidores e decisores políticos a colaborar, dialogar e, mais importante, tomar decisões e assumir compromissos reais, que se cum-pram e possam fazer cumprir.

“É preciso mostrar o potencial da região e demonstrar que o Alentejo tem o que é preciso. Que tem infra-estruturas e modelos de gestão autárquica capazes de responder concertadamente aos desafios dos mercados e das comunidades”.

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Exclusivo“A ideia foi pegar nos produtos, adorná-los, dar-lhe uma embalagem diferente valorizando a sua imagem”.

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O Gaspacho e a Tomatada vão estar em destaque, de 27 de Julho a 3 de Agosto, na Semana Gastronómica que - promovida pela Turismo do Alentejo - tem por objec-tivo divulgar os restaurantes, a qualidade

Turismo do Alentejo promove Semana Gastronómica do Gaspacho e da Tomatadacom a participação de mais de 100 restaurantes da região

Luís Godinho | Texto

Porque não existe nenhuma lei que obri-gue os produtos tradicionais a serem em-brulhados em papel pardo, a Boa Boca lançou em 2006 um conceito inovador em Portugal: “Food+Design”. “Fomos pioneiros nesta área específica”, recorda Inês Varejão, formada em Agronomia e um dos rostos do projeto. O outro é António Policarpo, designer. São os dois alentejanos. Mas foi no Porto que estudaram e se conheceram. A história de amor foi acompanhada por outra paixão: o design associado a produtos gourmet.

“A nossa ideia foi pegar nos produtos por-tugueses, adorná-los, dar-lhe uma embala-gem diferente valorizando a sua imagem”, diz António. O primeiro passo, em 2004, foi a abertura de uma loja gourmet no cen-tro histórico de Évora onde a variedade de artigos – dos chocolates à garrafeira – foi “embrulhada” num espaço visualmente apelativo e com iniciativas como jantares temáticos ou cursos de chá.

“Não queríamos viver numa grande cida-de e então entrámos esta aventura em Évo-ra, uma cidade que nos oferece qualidade de vida”, explica António Policarpo. A loja, com uma forte componente de design, co-meçou desde logo a dar nas vistas, conquis-tando prémios de comércio. Mas os sócios

Boa Boca alia “design” a produtos tradicionais da gastronomia portuguesaA história de amor foi acompanhada por outra paixão: o design associado a produtos gourmet.

queriam mais: “Como estratégia de negócio uma lojinha não chega”.

É assim que, em 2006, o conceito evolui para o “packaging design” [desenho de em-balagens] associados a produtos alimenta-res da melhores tradição portuguesa. Pri-meiro foram os chocolates – “o cacau vem de São Tomé mas o produto é trabalhado em Portugal” – depois os biscoitos feitos segundo receitas antigas do Alentejo (de açúcar, azeite, canela ou limão) e com eles a aposta num nicho de mercado onde se recorrem aos saberes antigos para oferecer produtos alimentares artesanais portugue-

ses “da mais alta qualidade, desenvolvendo embalagens atrativas e cuidadas que sur-preendem pelo estilo e design ousados”.

São produtos próprios comercializados do Minho ao Algarve através da marca “Feito à Mão”, especificamente criada pelo Boa Boca. Nuns casos a empresa limita-se a fa-zer o “packaging” e a promoção de alguns produtos, como é o caso da Tryu – uma caixa original em forma triangular onde é colocado vinho alentejano de qualidade. Noutros, são criados produtos originais. En-tre estes destaca-se a caixa Happy formada por seis bombons artesanais com sabor a

pastel de nata, café com cheirinho, carame-lo, gengibre, azeite e vinho do Porto.

Também os licores tradicionais fazem su-cesso. São produzidos de forma artesanal, seguindo o método de de infusão de frutos e plantas em álcool. E aos de poejo e ginja, mais comuns, juntam-se os de bolota, fru-tos do bosque ou medronho e mel.

“Há produtos fantásticos através dos quais temos desenvolvido a marca e nos quais queremos continuar a apostar, di-versificando a oferta”, sublinha António Policarpo, garantindo que a aposta em produtos inovadores associados ao “design” está também a conquistar clientes em vá-rias partes do mundo onde a empresa está presente, como a Alemanha. França, Dina-marca ou Espanha. Dentro em breve estará também no Brasil.

Para a Boa Boca exportar é uma aposta decisiva. “Temos vindo a evoluir mas se não fosse a crise estávamos melhor pois ainda dependemos muito do mercado nacional e a internacionalização demora muito tem-po a fazer”, diz Inês Varejão, classificando o cliente-tipo da empresa em dois grupos: um “público” urbano sensível ao “design” mas também as pessoas que têm na me-mória os sabores tradicionais portugueses. “É um cliente que gosta de coisas boas, não necessariamente caras, com sensibilidade para a imagem, para a marca, e que têm or-gulho no que se faz em Portugal”.

A empresa mantém aberta uma loja em Évora, agora instalada no Largo das Portas de Moura, com vista para a Sé, com toda a gama de produtos da marca.

gastronómica, e a excelência dos produ-tos endógenos, assim como impulsionar o sector da restauração.

A Semana Gastronómica do Gaspacho e da Tomatada conta com adesão de mais 100 restaurantes que, espalhados pelos vários concelhos do território, acrescen-taram às suas ementas pratos à base dos produtos em destaque, confeccionados com a mestria dos saberes e sabores tradi-

cionais do Alentejo.“Inspirados nos produtos da época, esta

é uma oportunidade para os restaurantes aderentes darem a provar algumas das iguarias da região não só aos residentes mas também aos turistas que se deslocam ao destino”, explica o Presidente da Turis-mo do Alentejo, António Ceia da Silva.

Recorde-se que o produto gastronomia e vinhos é um dos principais motivos de

visita à região e que a Entidade Regional de Turismo está a desenvolver o “Alentejo Bom Gosto”, um programa que visa valo-rização e requalificação da gastronomia regional.

Depois das Semanas Gastronómicas do Porco e do Borrego, esta é a terceira de um conjunto de cinco Semanas Gastronómi-cas promovidas pela Turismo do Alentejo, durante o ano em curso.

D.R.

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8 26 Julho ‘12

Exclusivo

turismo do Alentejo sugere percursos para descobrir tesouros escondidos na região:

Férias em famíliacampos repletos de girassóis lembram crianças a brincar. Mar, rio, golfinhos, ar livre e muitas piscinas e praias fluviais também. Por estas razões e muitas mais, Alentejo é lugar de férias em família.

Roteiros de férias para viver o AlentejoEscapadelas a doisAqui, o património natural é há muito combinado com o design e a modernidade, numa imensidão de ofertas para serem vividas e saboreadas com calma, minuto a minuto. Porque não há pressa, há passeios a cavalo e de charrete pela manhã ou ao fim da tarde.

E porque nem só de paisagens de cor-tar a respiração vive o Alentejo, a Adega Mayor, perto de Campo Maior, concebida pelo célebre arquitecto Siza Vieira (galar-doado com o Pritzker Prize em 1992), é um dos locais de passagem obrigatória. Aqui poderá visitar as instalações e degustar os melhores vinhos da região.

Outra sugestão cultural a não perder é o Museu de Arte Contemporânea de El-vas. Uma viagem pela arte portuguesa contemporânea, dos anos 80 aos nossos dias, com mostras de pintura, fotografia, escultura e instalações sempre surpreen-dentes.

Não muito longe, o Alqueva merece um passeio de barco. Mas se preferir namorar mais perto do céu, escolha uma viagem de balão, sobre a imensa planície alente-

jana, e desfrute do intenso silêncio. Do Redondo a Viana, passando por S.

Pedro do Corval, o maior centro oleiro do país, até Nisa, com a sua olaria pe-drada, a produção de loiça utilitária e decorativa continua viva no Alentejo e é uma das suas imagens de marca. In-contornáveis são também os célebres tapetes de lã de Arraiolos, os “alinhava-dos” de Nisa ou as mantas de Reguen-gos de Monsaraz e de Mértola. Também os trabalhos em couro, cortiça e madei-ra, os bonecos de Estremoz, a olaria Flor da Rosa, ou ainda o vestuário tradicio-nal e os chocalhos, são algumas das ar-tes populares que persistem em várias localidades.

Volte à terra e faça uma escala em Serpa para conhecer o invulgar conjunto arqui-

tectónico do castelo, muralhas e aquedu-to, designado Monumento Nacional.

Siga para Mértola, desfrute da Praia Fluvial e visite as impressionantes Minas de S. Domingos. Na passagem para águas mais salgadas, não deixe de aproveitar a vista e o aroma das estevas do Pico do Mú, em plena serra do Caldeirão, perto de Almodôvar.

Na faixa litoral, delicie-se com as ca-taplanas e caldeiradas. Lugar de sabores que deixam marca e nos fazem voltar, no Alentejo, os roteiros gastronómicos multiplicam-se. Jante perto do mar, de-liciando-se com um peixe fresquíssimo acompanhado de vinho branco ou prove a fusão dos sabores tradicionais aliadas a uma cozinha de autor cada vez mais so-fisticada.

Faça a vontade aos mais pequenos e co-mece os seus dias no Alentejo com uma viagem no Estuário do Sado. Ver de perto a comunidade de roazes-corvineiros, os simpáticos golfinhos que habitam o estu-ário fará certamente as delícias dos mais novos.

Continuando a celebrar a biodiversida-de, a próxima paragem chama-se Monte Selvagem e fica apenas a um saltinho, em Montemor-o-Novo. Já em Mora, visite o Fluviário, o primeiro grande aquário de água doce da Europa.

Mesmo ali ao lado, na Albufeira do Maranhão, para além da praia fluvial, há uma escola de ski aquático, piscinas, campismo, parque para autocaravanas e apartamentos para alugar.

Daqui explore outros caminhos de água. O Centro Ecoturístico da Ribeira Grande, em Fronteira, tem também uma pequena praia fluvial, piscinas, percurso pedestre e um segredo bem guardado que os mais novos vão adorar: um observató-rio astronómico equipado com a última tecnologia para fotografar o céu.

Para uma jornada mais cultural, explo-re as aulas de equitação, espectáculos de

falcoaria e diferentes exposições temáti-cas na Coudelaria de Alter, fundada du-rante o reinado de D. João V.

Continue na rota da história e vá até Portalegre ao Museu da Tapeçaria.

Se os mais novos insistirem num se-gundo mergulho, pelo caminho encon-trará as Praias Fluviais da Quinta do Ala-mal, localizada em pleno Tejo, perfeita pela qualidade da água e pelos espaços verdes envolventes; e o Centro de lazer da Portagem, no Marvão, na margem da piscina natural do rio Sever, para banhos mais refrescantes.

Em Arronches, não deixe de visitar o Museu de (A) Brincar e a sua imensa co-lecção de brinquedos, escondida no seu Castelo.

Essencial para a toda a família é tam-bém o Paço Ducal de Vila Viçosa, um dos mais famosos e imponentes palácios do Alentejo.

Leve os mais pequenos a visitar o mu-seu da Escola Pratica de Artilharia de Vendas Novas e ensine-lhes um pouco da evolução histórica da artilharia por-tuguesa.

Na cidade Património da Humanidade,

passagem obrigatória pelo Museu de Évo-ra, com programas dedicados às crianças. Enquanto isso, o Kartódromo de Évora, com experiências mais radicais, pode ser aproveitado pelo resto da família.

Se a ideia for passar alguns dias, não muito longe dali, na Marina da Amiei-ra, na Albufeira do Alqueva, Portel, pode alugar um barco-casa e viver uma expe-riência única. A extensa lista de desportos náuticos garante também diversão para todas as idades.

A não perder as visitas de educação am-biental.

A sul, recomenda-se o Insectozoo, um pequeno museu em Vila Ruiva (Cuba), o Parque de Natureza de Noudar, a 8 km de Barrancos, o Centro de Educação Ambien-tal de Vale Gonçalinho, em Castro Verde, a Ecoteca Fluvial Saramugo, os Centros de Ciência Viva de Estremoz e doLousal.

Quando chegar às praias alentejanas – muitas delas assinaladas com bandeira azul, para descanso de todos – passe em Vila Nova de Milfontes. Nos meses de Verão, aproveite e viaje em família no comboio tu-rístico do centro histórico até ao areal. Diver-são garantida para adultos e crianças!

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Exclusivo

Miróbriga, em Santiago do cacém, Ammaia, em Marvão, ou ainda o bem conservado templo romano de Évora.

De mochila às costasMesmo que não seja um viajante organizado e se esqueça da bússola, a verdade é que, sejam quais forem as coordenadas, o Alentejo promete paisagens inesquecíveis e experiências em cada um dos seus fascinantes recantos.

Neste lugar de planície, atravessado por ribeiras, mar e campos que nos enchem a alma de viagens e experiências, acampar ou ficar hospedado num dos montes caia-dos de branco, junto à planície, nas serras, ou perto do mar são boas maneiras de vi-ver em pleno o verdadeiro Alentejo.

Por aqui, desbravam-se campos de lilases, observam-se aves únicas e descobrem-se paisagens que nunca mais se esquecem, se-jam elas em plena planície, no topo de uma falésia, num montado ou junto ao mar.

A meio caminho entre a serra e o mar, entre albufeiras, rios e campos a perder de vista, pegue nos binóculos pela manhã e veja outro Alentejo – região privilegiada para o birdwatching durante todo o ano, nos vales e estuários dos rios. Castro Verde, Mértola, Barrancos, Mourão, Lagoas de

Sto. André, de Sancha e de Caia desta-cam-se nesta prática.

Em Outubro, não muito longe, em Mar-vão, não perca o Festival Al Mossassa, que assinala a fundação da vila, com a recria-ção de um mercado árabe, artesanato, gas-tronomia, música e teatro.

Percorra a História pelo Norte Alenteja-no e o Alentejo Central, com forte presen-ça do megalitismo, como Reguengos de Monsaraz, ou Castro da Cola, em Ourique, do período Neolítico e chega-se à presença

da civilização romana. Aqui destacam-se Miróbriga, em Santiago do Cacém, Am-maia, em Marvão, ou villae como a de Tor-re de Palma, no concelho de Monforte e as de S. Cucufate ou Pisões que abasteceram a importante Pax Julia (Beja) e o ainda bem conservado Templo Romano de Évo-ra, ex-líbris do seu antigo centro. No perío-do islâmico, pare em Mértola, a vila mais árabe de Portugal e aprecie a sua singular Mesquita.

Se quiser viver a natureza, aventure-se por trilhos pedestres e passeios de BTT nas serras, entre montes, vales e ribeiras.

O Parque de S. Mamede é o local mais elevado do Alentejo, com 1025 metros de altitude. Percorra os seus mais de 56.000 hectares de extensão nos cinco percursos pedestres sinalizados do terreno.

As albufeiras circundantes, de Caia, de Montargil, do Maranhão, do Divor, são ou-tra óptima maneira de explorar a natureza e praticar desportos como o ski aquático, o remo, a vela, canoagem, ou simplesmente nadar.

Em Cabeço de Vide troque a água pelo ar e voe de balão até Évora. Se não estiver satisfeito, no aeródromo de Évora pode sal-tar de pára-quedas a 3000 pés de altitude sobre a cidade.

Caso não goste de voar, passe por Elvas, e

desfrute de um bom momento cultural no Museu de Arte Contemporânea, onde está patente parte do acervo da colecção Antó-nio Cachola, com mais de três centenas de obras da arte contemporânea portuguesa. Ou então aventure-se pelo circuito minei-ro, de Cercal do Alentejo ao Lousal, da im-portante mina de Aljustrel, passando por Castro Verde, e subindo até às singulares minas de S. Domingos, há espaços muse-ológicos em antigas instalações, visitas guiadas e passeios na descoberta deste ori-ginal património industrial e geológico.

Na linha do Alqueva chegue a Barran-cos e visite o Parque de Natureza do Nou-dar.

Ao final da tarde, quando as cores quen-tes encherem o céu, veja o pôr-do-sol ou experimente parapente ou asa delta, com descolagens do alto das falésias do litoral ou de montanhas no interior.

Para os adeptos do fim de tarde na praia, da Zambujeira do Mar a Tróia, há muitos areais a descobrir. No início de Agosto, o Festival do Sudoeste, na Zambujeira do Mar, e, no fim de Julho, o Festival Músicas do Mundo, em Sines, fazem as delícias dos melómanos que não passam o Verão sem mar. Para os amantes das ondas, a praia de São Torpes é óptima para a prática de surf.

Fotografias | D.R

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10 26 Julho ‘12

Exclusivo

em Vila Viçosa, repare nos trabalhos de mármore nas fachadas das igrejas e claro, no sumptuoso Paço Ducal.

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Região de sabores e paisagensopções de viagens por um Alentejo marcado pela diversidade e qualidadeEntre os lugares que fazem do Alentejo sinónimo de história e tradição, está Cas-telo de Vide, conhecida como a “Sintra do Alentejo”. Comece a sua viagem no tempo, com tempo. Explore a sua arqui-tectura, aprecie os solares oitocentistas e os jardins, os portais góticos, igrejas e a judiaria.

Não muito longe, não deixe de visitar o Museu da Tapeçaria de Portalegre, de-dicado ao seu fundador, o industrial Guy Fino, que inclui na sua colecção obras de artistas como Almada Negreiros, Maria Keil, Júlio Pomar e Vieira da Silva.

Aventure-se pelo percurso ribeirinho do Tejo, a pé pelo passadiço de madeira junto ao rio, entre a praia fluvial do Ala-mal e a ponte de Belver, com o Castelo como pano de fundo.

Aproveite a gastronomia de Portalegre, especialmente os seus enchidos. E se for adepto da pesca, dê um pulo a Ponte de Sor, à Albufeira do Maranhão, ou a Mon-targil. Se preferir a caça não deixe de pas-sar em Sousel.

Desça e pare em Elvas para comer uma

sericaia. Ali ao lado, em Estremoz, cidade de vestígios barrocos, começa a Rota do Mármore. A partir daqui, palácios e igre-jas, solares e casas modestas e até taber-nas e calçadas se revestem de mármore.

Continue depois por Borba, também ela na Rota do Mármore, e não se esqueça que esta é também terra de bom vinho, local de passagem obrigatória na Rota dos Vinhos do Alentejo. Em Vila Viçosa, repare nos trabalhos de mármore nas fa-chadas das igrejas e claro, no sumptuoso

Paço Ducal, no Convento dos Agostinhos e no Convento das Chagas. Ainda na Rota do Mármore passe pelo Alandroal, visite a fortaleza da Juromenha e o caste-lo de Terena.

Não muito longe, os tapetes de Arraio-los para os amantes do artesanato ou o Percurso Ambiental de Cabrela e Mon-furado, em Montemor-o-Novo, para os amantes da natureza, são boas sugestões.

Inevitável parar em Évora, cidade de mui-tas histórias, com muito para ver. No Redon-

do deguste os fabulosos vinhos e continue por Granja/Amareleja, Moura, Reguengos de Monsaraz, Vidigueira, concelhos que são também parte da Rota dos Vinhos.

Siga a Rota do Fresco por Viana do Alentejo, Alvito, Cuba. Uma viagem do século XV até ao século XIX, através dos murais pintados em capelas, ermidas e igrejas. Faça o desvio para Beja e conheça a “Rainha da Planície” e o seu património surpreendente. Neste percurso, descubra os grupos corais de cante alentejano e as suas modas que cantam a melancolia, a solidão, o amor e o trabalho no campo.

Para os amantes da pesca e da caça su-gerimos ainda uma passagem por Ferrei-ra do Alentejo e pela barragem de Odive-las.

Alguns quilómetros e mais perto do mar, um campo de golf de 18 buracos entre o Oceano Atlântico e o Estuário do Sado, está à sua espera no Tróia Resort.

Se preferir um programa mais relaxa-do, desfrute do Galeão do Sal, a embarca-ção tradicional do rio Sado que o levará num passeio deslumbrante pela Reserva Natural do Estuário do Sado até ao belo Cais Palafítico da Carrasqueira, durante o qual pode observar golfinhos e conhecer o património, passando por vestígios de romanos e fenícios.

D.R.

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12 26 Julho ‘12

os cacique 97 chegam a Évora já na próxima quarta-feira, dia para ouvir também Selma uamusse.

Radar

Tenho vindo a sustentar uma tese: exis-tem duas Europas, bem diferentes, que resultam duma transformação cultural ocorrida no século XVIII. Esta tem duas vertentes.

Por um lado, uma teologia da econo-mia que concebe a riqueza como acu-mulação ilimitada cujo sucesso é prova da graça divina. Por outro, uma relação com o trabalho que faz deste, não uma maldição e uma pena imposta, mas sim uma via de virtude e de salvação espi-ritual.

Estes dois elementos (descritos primei-ro pelo sociólogo Max Weber e aprofun-dados por muitos outros) agiram como pequenas “máquinas” automáticas, for-mando um “sistema cumulativo”.: os resultados da acção destes sistemas re-forçam continuamente a estrutura do próprio sistema.

Durante todo o século XIX o carácter cumulativo da nova cultura económica gerou uma expansão de tendência mun-dial e um enorme crescimento econó-mico na Europa e na América do Norte. Contudo, ao alastrar para além da velha Europa, o sistema capitalista não se pro-pagou de maneira igual a todas as áreas que recobriu.

As diferenças entre países que, sendo os motores da expansão capitalista, pos-suíam culturas coerentes com a nova mística do crescimento e do “progresso”, e aqueles que sendo arrastados pela ten-dência geral, tinham culturas menos compatíveis com a nova obsessão econó-mica, não só não foram apagadas, como se aprofundaram.

Ora, impõe-se hoje a evidência da impossibilidade absoluta de alargar ao mundo inteiro o modelo de crescimento do Norte, que assenta na obsessão que referi: produzir sempre mais, trabalhar sempre mais: viver para ganhar dinhei-ro, viver para trabalhar. Simplesmente porque não existem recursos suficientes para garantir ao mundo inteiro os pa-drões de consumo (em quantidade e em qualidade) do “Ocidente”.

Chegados a este ponto de viragem na história de longo prazo da humanidade, será que a Europa do Sul, em vez de ser simples exemplo negativo, pode contri-buir para criar um novo modelo cultu-ral mais compatível com o bem-viver, e com a partilha dos recursos para toda a humanidade?

José Rodrigues dos SantosAntropólogo, Academia Militar e CIDEHUS,

Universidade de Évora09 de Julho 2012

[email protected]

Um olhar antropológico

Duas Europas: 5. Dois modelos?

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JoSÉ roDriGueS DoS SAntoS*Antropólogo

Feira Franca de Avis

Joana RicardoFestival Escrita na Paisagem

O colectivo luso-moçambicano Caci-que`97, que dispensa já apresentações, vai estar no África Move, o programa de todas as quartas-feiras no Festival Escri-ta na Paisagem, um projecto em parceria com o Mural Sonoro. No dia 1 de Agosto, o colectivo afrobeat vai subir ao palco, em Évora, para uma noite que promete agitar a Praça do Giraldo com alguns dos temas do novo albúm.

À conversa com Milton Gulli, o vocalis-ta e guitarrista dos Cacique 97, ficámos a conhecer melhor o percurso da banda e o universo que inspira este projecto.

J.R. O colectivo Cacique`97 conta com músicos portugueses e moçambica-nos, provenientes de vários grupos como os Cool Hipnoise, Philharmo-nic Weed e The Most Wanted. Como é que começa o vosso percurso?

Milton: Os Cacique 97 começaram em 2005 com uma formação diferente da actual. Eu e o Gonçalo Oliveira começámos a produ-zir uns temas afrobeat electrónicos e gostá-mos tanto do resultado que resolvemos criar uma verdadeira orquestra de afrobeat. Con-vidámos vários músicos amigos e o projecto arrancou a partir daí. O Gonçalo entretanto foi viver para a Alemanha, onde continuou outros projectos musicais.

J.R. A música dos Cacique`97 é direc-tamente associada ao universo do afro-beat. Que outras raízes e influ-ências estão presentes no vosso pro-jecto?

Milton: A maior parte dos músicos que compõem os Cacique`97 estão ligados a outros projectos de funk, hip-hop, soul e música africana. Isso reflecte-se sempre no nosso processo de composição. Para o próximo disco vamos introduzir cada vez mais música da África lusófona e cruzá-la com o afrobeat.

Os Cacique 97 vão estar no Festival Escrita na Paisagem (Évora)neste momento estão em fase de produção e já têm vários temas novos

J.R. Para além de ritmo e alegria o afro-beat traz também uma mensa-gem. De que é que fala a vossa músi-ca?

Milton: Afrobeat é por definição mú-sica de intervenção e foi esse o cami-nho que seguimos. Nos dias de hoje há muitas situações e acontecimentos que podem ser tratados na nossa música. A corrupção em África e o capitalismo de-senfreado são alguns dos assuntos que abordamos assim como a protecção dos direitos humanos.

J.R. Para quando o próximo disco dos Cacique`97?

Milton: Estamos neste momento em fase de produção e já temos vários temas novos. Esperamos ter o disco na rua no final do ano ou no início de 2013.

J.R. No próximo dia 1 de Agosto os Cacique 97 vão passar pelo áfrica Move, no Festival Escrita na Paisa-gem. Já vamos poder ouvir algum tema deste vosso novo trabalho?

Milton: Sim, vamos incluir alguns te-

mas novos no alinhamento para os testar ao vivo. Estamos ansiosos para mostrá-los ao público.

J.R. Sabemos que já iniciaram a tour deste ano. Depois do concerto em Évora, onde é que vamos poder ouvir os Cacique 97?

Milton: A nossa pequena tour de 2012 vai passar pelo Clube Ferroviário, em Lisboa, no dia 26 de Julho. No dia 3 de Agosto vamos estar no Festival Imagina Funk, em Espanha e no dia 16 de Agosto no B.Leza em Lisboa. Temos algumas pro-postas para Moçambique em Setembro. De seguida vamos concentrar-nos em fi-nalizar o próximo disco e não deveremos fazer mais concertos até ao lançamento do álbum.

Os Cacique 97 chegam a Évora já na próxi-ma quarta-feira, dia para ouvir também Selma Uamusse, voz de trabalhos que muitos conhecem, como Gospel Collec-tive, Movimento, Wraygunn, e que irá abrir a noite a solo com um tributo feito a Nina Simone.

Nos dias 27, 28 e 29 de Julho, venha sen-tir a música de Tim, dos The Gift e dos Ter-rakota, cabeças de cartaz da Feira Franca de Avis 2012. Deixe-se invadir pelo ritmo e solte o corpo. Apanhe-lhe o jeito. Se, nes-tes dias, quiser oferecer doses de alegria e convívio, a si e aos seus amigos, aceite o convite do Município de Avis e venha re-cordar e trautear velhos e novos êxitos em três noites “que se viram do avesso” e onde as faixas etárias são, de facto, abrangentes.

A partir, das 19h00, de sexta-feira e até às 00h00 de domingo, poderá passear-se pelos stands de artesanato, representa-

Doses de alegria e convívio, para si e seus amigos, aceite o convite do Município

tivo de vários pontos do País, perder-se nos sabores da região, petiscar nas tasqui-nhas presentes no espaço do Parque de Feiras e Exposições, assistir à Garraiada promovida pela Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntários de Avis e conhecer os desafios propostos pelo Con-vívio Piscatório, a realizar na Albufeira do Maranhão, e pela Final Concelhia do Jogo da Malha, incluído em mais uma edição de “Viva o Desporto” - Jogos Con-celhios Avis 2012.

Mas não é tudo. Ainda há muito para ver. E porque “Avis convida, Avis desafia, Avis atrai!”, faça a revisão da “matéria dada” nesta Exposição organizada pelo Municí-pio de Avis e destinada a explorar tema-ticamente os diversos eventos realizados no Município, fazendo uma incursão pela

cultura, pelo desporto e pelas atividades económicas locais. Aprecie a performance que o Grupo de Teatro da Sombra Partilha-da – Associação Juvenil “Rasgo” preparou para esta edição da Feira Franca, as danças tradicionais do Rancho Folclórico de Avis e a dança dos Grupos “Dance Pop” e “Pop Kid’s” da Associação de Pais e Encarrega-dos de Educação das Escolas do Concelho de Avis, e “Dance Time” da Casa do Benfi-ca em Avis. Ainda a música dos Grupos de Cantares de Alcórrego e Terreiro d’Alegria de Avis.

Por fim, inspire-se porque, depois da meia-noite de sexta e de sábado, a festa rave - Avis House Sessions promete di-versão, até de manhã, com os Dj’s Ricardo Lino e Gao Percursion e Miguel T e Tom, respetivamente.

D.R.

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Bert Appermont é um talentoso compositor europeu.

Radar

Depois de uma intensa semana de estu-do musical, onde o lazer se confunde com novos métodos de aprendizagem e novas oportunidades para conhecer outras gen-tes e outras culturas, chegou o tão aguar-dado concerto final do Estágio Nacional de Orquestra de Sopros. Com a lotação do auditório Municipal de Portel completa-mente esgotada, os alunos da V edição do EnOS, subiram ao palco para interpretar tudo aquilo que aperfeiçoaram ao longo de uma semana.

Apesar das diferentes personalidades, próprias de quem chega de pontos varia-dos do nosso país, o sentimento que trans-parece em palco, é o de apenas um elo de ligação entre todos. A música, o gosto pela expressão musical que se traduz na sua plenitude, aquando do concerto final que encerrou estas grandes jornadas de aprendizagem musical em Portel.

O concerto deste ano, para além do ex-celente nível de interpretação a que já nos habituaram os alunos que participam no EnOS, contou com a presença de um dos mais talentosos compositores europeus. Bert Appermont, um belga que se nota-biliza sobretudo pela linguagem musical própria para filmes e animação. Com um percurso artístico invejável, Bert Apper-mont é já considerado um dos mais pres-tigiados e talentosos compositores para orquestra da Europa, havendo já quem o aponte como um dos grandes composito-res para cinema num futuro próximo.

Para além do convidado deste ano, os professores oriundos de todo o país e sob a orientação do director e maestro Luís Clemente, foram preponderantes para que o nível de aprendizagem tenha sido

Um grande concerto em Portel

o estágio nacional de orquestra de Sopros terminou com um grande concerto

factor de prioridade para este estágio. Tem sido uma constante ao longo das edições do EnOs, quer por parte do Maestro, quer por parte da organização, a qual está a cargo da Câmara Municipal de Portel, não só a dinâmica de temáticas em estu-do, mas sobretudo a exigência musical que é pedida a cada um dos alunos que o frequentam, fazendo com que as perfor-mances possam ser, cada vez mais, de ele-vada qualidade. Durante o concerto hou-ve tempo para umas breves palavras do presidente da autarquia, Norberto Pati-nho, para a forma dedicada como todos os intervenientes deste estágio se dedicam e entregam na aprendizagem, valorizando o estágio que a vila de promove por esta altura. Aproveitou ainda para distinguir o convidado e o maestro com uma meda-lha comemorativa dos 750 anos da edifi-cação do Castelo de Portel e em seguida, o público presente pode conhecer a atribui-ção dos prémios de direcção de orquestra deste ano, onde Hernani Santos e Ana Carolina Capitão se destacaram entre os demais.

Esta edição do EnOS trouxe fortes in-dicadores que colocam, este estágio nos primeiros lugares do que se faz de me-lhor em Portugal e a confirmar essa ten-dência, no final do concerto e depois dos aplausos fortes da plateia, houve ainda tempo para uma surpresa no primeiro encore da noite, com a Orquestra de So-pros a acompanhar o vencedor da última edição de Operação Triunfo, Jorge Roque, num medley de êxitos de Frank Sinatra. O público gostou e a Orquestra retribui o ca-rinho, com mais um tema que culminou com um forte aplauso em pé por parte da plateia do auditório portelense. Mais uma magnífica noite musical em Portel, que nos deixa antever uma VI edição do EnOS, plena de sucessos e de novas sur-presas.

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14 26 Julho ‘12 Anuncie no seu jornal REGISTOtodos os anuncios classificados de venda, compra, trespasse, arrendamento ou emprego, serão publicados gratuitamente nesta página

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SEMANÁRIO

Sede Rua Werner Von Siemens, n.º16 -7000.639 ÉvoraTel. 266 751 179 Fax 266 751 179Email [email protected]

Está a decorrer na cidade de Évo-ra, até 29 de Julho a “Semana dos Palhaços.”

Este festival, organizado pelo PIM TEATRO que conta com a co-laboração de diversos palhaços oriundos de Portugal, Espanha e América Latina, desenvolve-se em diversos espaços urbanos, entre os quais se destacam os Jardins da Malagueira e Casa do Alto de São Bento-Oficinas de Criação Artística (sede do Pim Teatro) e alguns espectáculos no Centro da cidade: Praça do Giral-do, Parque Infantil do Jardim Público e outros.

É o segundo ano consecutivo em que ocorre, desta vez com mais intervenientes do que o anterior e com menos apoios por parte dos órgãos institucionais, que disponibilizaram pouco mais do que zero para que ele se concretizasse, apesar de tudo

o que escasseia em meios, sobra em vontade e em solidarieda-de, quer dos artistas que nele participam, quer da população da cidade que disponibilizou alojamento nas suas casas, e de alguns restaurantes, Cafetaria S. Humberto e Restaurante bar Spettus que se prontificaram a fornecer a alimentação aos in-tervenientes.

Sobra sobretudo na vontade dos artistas, que participam com o mínimo de custos para a orga-nização, num gesto de solidarie-dade e amor pelo que fazem. Isto só é possível pelo impacto que teve a edição anterior, que pro-vou o quanto as atividades de cariz cultural são bem-vindas a esta cidade de um interior aban-donado e esquecido pelos gabi-netes do poder central. Ficam assim abertas as portas para que se concretizem os objetivos pre-

tendidos.Afirmar, promover e divulgar

Évora e o seu Centro Histórico como espaço teatral/performati-vo por excelência.

Festejar o encontro transfor-mador entre artistas e comuni-dades;

Divulgar experiências e prá-ticas do Clown na Comunidade em Portugal e no Mundo

Promover o encontro de ar-tistas e pedagogos do Clown, através do intercâmbio de expe-riências e da partilha de linhas e metodologias de trabalho;

Contribuir para a formação de atores/atrizes, professores, alu-nos e educadores quer ao nível das ferramentas expressivas, quer em campos específicos das técnicas de interpretação, atra-vés do recurso a formações com especialistas nacionais e estran-geiros.

Cultura

Filmagens em Montemor

Decorrem neste mo-mento em Montemor-o-Novo, e até ao final da semana, as filmagens de uma curta-metra-gem, ainda sem nome definitivo, sobre um homem que, refugiado numa vila de província, procura reconciliar-se com o passado. Se um acto pode transformar uma vida, será possí-vel recuperar o que se perdeu? A realização é de Paulo Quedas, sobre um argumento de João Luís Nabo e que tem Lú-cia Moniz e Bernardino Samina como protago-nistas.

PIM TEATRO organiza Semana dos Palhaços

Cultura

D.R.

Com palhaços oriundos de Portugal, Espanha e América Latina

Organizada pelo Município de Viana do Alentejo e pela Junta de Freguesia de Alcáçovas, a Fei-ra do Chocalho contou nesta edi-ção com a participação de perto de 50 expositores de várias áreas, com realce para o artesanato.

Mas houve muito mais – mú-sica, desporto, eventos equestres, um espaço dedicado às crianças e as Oficinas de Artes e Ofícios Tradicionais, promovidas pela Associação Terras Dentro. Para o público mais jovem, destaque para o Summer Spot com dj’s que animaram as noites de sexta e sábado, organizado pela ACRAL – Associação Cultural e Recreati-va Alcaçovense.

No palco das tradições decor-reu sábado, o I Encontro de Can-te Alentejano e Folclore Feira do Chocalho, organizado pela ACRAL – Grupo Coral Paz e Uni-dade de Alcáçovas.

António Pinto Basto e José Gonçalez cantaram alguns dos maiores clássicos do fado, numa noite em que o público aderiu de forma entusiasta. Ainda pelo palco principal da feira passa-ram Jorge Roque & Nefta (sexta-feira) e Lucky Duckies (sábado).

A abertura oficial da feira contou com a presença do presi-

Feira do Chocalho animou

Alcáçovas

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