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www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Fevereiro de 2011 | ed. 142 | 0.50 TEATRO Leandro Vale recorda fundação do Centro Cultural de Évora Pág.16 Actor, encenador e dramatur- go, Leandro Vale foi um dos co-funda- dores do Centro Cultural de Évora, em 1975. Agora, com mais de 50 anos de carreira, desfia as memórias dessa pas- sagem pela cidade. CÂMARA DE ÉVORA Oposição “chumba” lei orgânica Pág.03 Reorganização de serviços não passa na reunião pública. Vice-presiden- te, Manuel Melgão, diz “não acreditar” num “bloco” da oposição (CDU e PSD) que ponha em causa a governabilidade da autarquia. Deputado comunista preocupado com encerramento de urgências Pág.05 João Oliveira acusa o Gover- no de estar a “desencadear” uma “nova ofensiva” com o objectivo de encerrar o atendimento permanente em vários centros de saúde do Distrito de Évora, como Vendas Novas e Nova. Liga dos Amigos do Hospital quer mais sócios e voluntários O voluntariado é um modo de “saber viver em sociedade”, diz o presi- dente da Liga dos Amigos do Hos- pital de Évora, Jacinto Morte. éVORA 08 MoraPesca espera 25 mil visitantes 11 “Falar Verdade a Mentir”. Clássico de Almeida Garrett estreia hoje no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Encenação de Victor Zambujo. 16 Cendrev estreia “Falar Verdade” ADMINISTRADOR DO PARQUE ALQUEVA COMPANHIAS LOW COST EM LISBOA PODEM INVIABILIZAR AEROPORTO DE BEJA Empresário diz que numa primeira fase serão aos aeroportos de Badajoz e Lisboa a “alimentar” o turismo em Alqueva. Golfe em Reguengos já em Setembro. ADMINISTRADOR DO PARQUE ALQUEVA COMPANHIAS LOW COST EM LISBOA PODEM INVIABILIZAR AEROPORTO DE BEJA Empresário diz que numa primeira fase serão aos aeroportos de Badajoz e Lisboa a “alimentar” o turismo em Alqueva. Golfe em Reguengos já em Setembro. Jorge Ponce de Leão em ENTREVISTA 06 PUB

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Edição 142 do Semanário Registo

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Page 1: Registo ED_142

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti Ferreira | 17 de Fevereiro de 2011 | ed. 142 | 0.50€

TEATRO

Leandro Vale recorda fundação do Centro Cultural de ÉvoraPág.16 Actor, encenador e dramatur-go, Leandro Vale foi um dos co-funda-dores do Centro Cultural de Évora, em 1975. Agora, com mais de 50 anos de carreira, desfia as memórias dessa pas-sagem pela cidade.

CÂMARA DE ÉVORAOposição “chumba” lei orgânica

Pág.03 Reorganização de serviços não passa na reunião pública. Vice-presiden-te, Manuel Melgão, diz “não acreditar” num “bloco” da oposição (CDU e PSD) que ponha em causa a governabilidade da autarquia.

Deputado comunista preocupado com encerramento de urgênciasPág.05 João Oliveira acusa o Gover-no de estar a “desencadear” uma “nova ofensiva” com o objectivo de encerrar o atendimento permanente em vários centros de saúde do Distrito de Évora, como Vendas Novas e Nova.

Liga dos Amigos do Hospital quer mais sócios e voluntários

Ovoluntariado é um modo de “saber viver em sociedade”, diz o presi-dente da Liga dos Amigos do Hos-

pital de Évora, Jacinto Morte.

éVORA08

MoraPesca espera 25 mil visitantes

11

“Falar Verdade a Mentir”. Clássico de Almeida Garrett estreia hoje no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Encenação de Victor Zambujo.

16

Cendrev estreia “Falar Verdade”

ADMINISTRADOR DO PARQUE ALQUEVA COMPANHIAS LOW COST EM LISBOA PODEM INVIABILIZAR AEROPORTO DE BEJAEmpresário diz que numa primeira fase serão aos aeroportos de Badajoz e Lisboa a “alimentar” o turismo em Alqueva. Golfe em Reguengos já em Setembro.ADMINISTRADOR DO PARQUE ALQUEVA COMPANHIAS LOW COST EM LISBOA PODEM INVIABILIZAR AEROPORTO DE BEJAEmpresário diz que numa primeira fase serão aos aeroportos de Badajoz e Lisboa a “alimentar” o turismo em Alqueva. Golfe em Reguengos já em Setembro.

Jorge Ponce de Leão em ENTREVISTA

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Page 2: Registo ED_142

2 17 Fevereiro ‘11

A Abrir

Director Nuno Pitti Ferreira ([email protected]) Editor Luís Maneta

Propriedade

Nothing Else-.meios&comunicação; Contribuinte 508 561 086 Sede Travessa Ana da Silva, n.º6 -7000.674 évora - Tel: 266 751 179 fax 266 730847 Administração Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Ferreira; Departamento Comercial Teresa

Mira ([email protected]) Paginação Arte&Design Luis Franjoso Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia Luís Pardal (editor) Colaboradores Pedro Galego; Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos

Ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo Luciano; José Filipe Rodrigues; Luís Martins Impressão Funchalense – Empresa Gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora

da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | Fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-Feira Nº.Depósito Legal 291523/09

Distribuição Miranda Faustino, Lda

Ficha TécnicaSEMANÁRIO

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Turismo do Alentejo, ERT

Pç. Da República, 12-1º | Apartado 3357800-427 Beja | Portugal(Tel) 284 313 540 | (Fax) 284 313 550(E-mail): [email protected]

“Ronaldo abandona a sua paixão”

Os benefícios concedidos às companhias low cost no aeroporto de Lisboa podem in-viabilizar o aeroporto de Beja. O alerta parte do director-executivo do Parque Alqueva.

O concelho de Mora volta este fim-de-se-mana a ser a capital nacional da pesca. São esperadas mais de 25 mil pessoas à nona edição da MoraPesca.

Protagonistas

ww

w.egoisthedonism

.wordpress.com

Pedro H

enriques | Cartoonista

P06

P13

Jorge Ponce de Leão

Luís Simão

ClarificaçãoCAPOULAS SANTOSEurodeputado

O resultado das últimas eleições legislativas e a sua proximidade com eleições presiden-ciais, com um recandidato do campo da di-reita tido como favorito, deixou desde logo antever o que seria o mandato governativo 2009/2013.

Um mandato marcado pela guerrilha permanente e a sede de desforra, com um único objectivo: pôr na rua o governo que cometeu o pecado, contra tudo e contra to-dos, de ganhar as eleições. Ainda por cima com a economia a não descolar e com um recrudescimento violento da crise financei-ra, a instalar a desconfiança nos mercados e a dificultar o crédito, não só para o sistema bancário, as famílias e as empresas, como também para o financiamento dos próprios Estados. A Grécia e a Irlanda foram as primeiras vítimas e tudo levava a crer que Portugal e Espanha lhes sucederiam, arras-tando provavelmente o desmoronamento da zona euro, com consequências impossíveis de imaginar.

Houve mesmo quem vaticinasse uma onda avassaladora da direita, sobretudo de-pois de ser conhecido o candidato apoiado pela “coligação” contra natura do PS e do Bloco de Esquerda no apoio ao seu candi-dato presidencial. E houve até quem mani-festasse logo disposição de ir para o gover-no “mesmo com o FMI”, se fosse preciso. E outros, mais à direita, proclamaram com convicção que estavam disponíveis para vo-tar uma moção de censura, “viesse de onde viesse”. Ora, o que aconteceu, afinal, foi que a “onda” da direita não aconteceu, dei-xando os resultados da eleição presidencial um claro sinal de que o país não está para aí virado.

Para supremo azar, o inconformismo do primeiro-ministro e a determinação do go-verno conseguiram não só cumprir, como ultrapassar as metas do deficit do orçamen-to do Estado para 2010, assim como garan-tir o financiamento da divida do país e afas-tar o espectro da intervenção do FMI com que, para usar uma expressão não original, já “salivava” uma certa oposição.

E, como uma desgraça nunca vem só, os indicadores económicos relativos ao cresci-mento de 2010 que acabam de ser revelados, 1,4%, ultrapassam pela positiva todas as previsões, quer as do próprio governo, quer das principais organizações internacionais,

num momento em que os resultados das exportações superam também todas as ex-pectativas.

E, para cúmulo, o líder do principal par-tido da oposição, cai mais de 4 pontos nas sondagens, enquanto o Chefe do Governo conhece um movimento oposto.

Pois, foi neste preciso momento, que o Bloco de Esquerda tirou a Moção da car-tola e empalideceu todos os que, até então, esgrimiam, à socapa, esse poderoso instru-mento que permitiria, finalmente, livrar o país do mal.

O que sucedeu nas horas seguintes foi verdadeiramente surpreendente. O PCP, a quem o “brinquedo” foi retirado de supetão, reagiu como menino birrento. O PSD ficou como galinheiro onde entrou a raposa. Cada cabeça sua sentença. Que não, veio logo di-zer o Prof. Marcelo, Rangel e mais alguns. Que sim, disseram outros tantos. Que é melhor estudar bem o texto, opinaram ain-da outros. Nunca, deu logo ordem, Jardim, aos seus deputados. Parece que a decisão, que precisa de ser bem pensada, terá lugar, cinco dias depois do anúncio de Louçã, no órgão máximo do partido, que ocorrerá já depois de eu ter concluído esta crónica.

O CDS, bom amigo da onça, antecipou a decisão e, como “partido responsável”, dis-se já, pondo em evidência, a inutilidade do que o PSD vier a decidir, que não contem com ele. Moções de censura, a aprovar, bem vistas as coisas, só das boas, isto é, vindas da direita.

Vai ser curioso verificar, quando isso acontecer, qual vai ser a reacção do BE.

Eis o retrato de um país, o único na Eu-ropa onde não há um governo com uma maioria de apoio parlamentar, e onde, com parceiros destes, não há qualquer hipótese de a constituir.

Um país carente de meios e de condições politicas para superar uma das maiores cri-ses da sua história, onde uns se esforçam para a ultrapassar e resistir a todas as difi-culdades e outros se esgotam no exercício de jogos florentinos.

A moção do Bloco deve por isso ser sau-dada. Depois das eleições presidenciais é o melhor contributo que poderia ser dado para a clarificação da vida politica portuguesa. Obrigado Francisco Louçã. Os grandes ges-tos vêm sempre donde menos se espera.

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Política

Um turismo (realmente) competitivo no Alentejo

Na conferência “Alqueva: os pró-ximos 10 anos”, realizada em Re-guengos de Monsaraz no passado fim-de-semana, pela Associação Alentejo de Excelência, foi subli-nhada a importância que o turismo tem no âmbito deste grande empre-endimento.

Os projectos em curso, pela sua ambição e posicionamento de ele-vadíssima qualidade, poderão efec-tivamente ser uma âncora para o desenvolvimento daquela zona, até há poucos anos desfavorecida pela geografia. Transpondo de uma óp-tica “micro”, para uma análise mais “macro”, ao nível do Alentejo, é importante percebermos como o carácter estratégico do turismo me-rece a devida atenção dos decisores políticos ao nível nacional, regional ou local.

Primeiro ponto: as características únicas e as enormes potencialida-des turísticas do Alentejo estão à vista e são conhecidas por todos. O clima, a monumentalidade de vilas e cidades (exemplo máximo: Évora, Património Mundial), a paisagem natural das planícies, as belezas da faixa litoral e a gastronomia são excelentes focos de atracção para a maioria dos segmentos turísticos.

Diga-se, em abono da verdade, que os últimos números sobre a evolução do turismo na região são animadores.

O Alentejo registou, em 2010, um crescimento de 6,7% nas dormidas para um total de 1,179 milhões, face às 1,104 milhões de 2009, de acor-do com os dados do INE, divulga-dos Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo. Este terá sido,

pois, o melhor ano turístico de sem-pre.

Convém, contudo, não descansar sobre os primeiros sucessos uma vez que muito há ainda a fazer, para conseguirmos atingir a escala e os níveis de qualidade desejados. Analisando as questões de um pon-to de vista de marketing, há que ter uma noção das reais necessidades e expectativas dos públicos-alvo na-cionais e internacionais e conceber “produtos turísticos” de qualidade superior.

Ora o produto-base, já existe, efectivamente – o Alentejo real, o território com as características acima descritas. Poderemos depois descortinar alguns produtos finais, para os quais o Alentejo detém van-tagens competitivas únicas: desde as chamadas city short-breaks (ex.

fins de semana em Évora) passando pelo turismo cultural, desde o tra-dicional golfe ao turismo natureza (com taxas de crescimento elevadas ano em termos internacionais), o tu-rismo de saúde e bem-estar, o turis-mo náutico (com condições únicas no Alqueva) e o touring (circuitos turísticos) cultural e paisagístico. Cruzando estes produtos com os vários “Alentejos” geográficos, te-remos aqui a possibilidade de criar novos pólos com elevados níveis de atractividade.

Um factor será, na minha óptica, decisivo para mudar o paradigma do visitante (e da respectiva receita média): a oferta cultural, recreativa e de lazer. É necessário que agen-tes privados e públicos se esforcem por potenciar espectáculos (música, teatro, dança, multimédia), even-

tos desportivos, feiras, exposições temáticas, enfim, algo que, de for-ma estruturada e coerente, ajude a vender a imagem da região e trans-forme o visitante de passagem (que fica uma ou duas noites) num visi-tante que permaneça (pelo menos uma semana).

Como factor crítico de sucesso, identifico ainda a necessária qua-lificação e formação na área, que permita capacitar em quantidade e qualidade os milhares de profissio-nais necessários para acolher o tu-rismo na dimensão desejada.

Apenas a promoção destas condi-ções prévias permitirá, a meu ver, a realização da missão turística da Região, de forma bem sucedida e sustentada – e posicionar o Alentejo como marca de excelência no turis-mo mundial.

CArLOS SEzõESGestor / Consultor

Luís Maneta | Registo

O vice-presidente da Câmara de Évora, Manuel Melgão, apelida o “chumbo” da reorganização de serviços como um caso “pon-tual”. E diz “acreditar” que “não está em causa” uma eventual “actuação em bloco” por parte da CDU e PSD. “Foi um episódio. Espero que a governabilidade da Câmara não esteja em causa”.

Manuel Melgão não deixa, no entanto, de acusar CDU e PSD de serem “responsáveis” por “dei-xar” a Câmara numa situação de “incumprimento” face ao decre-to-lei 305/2009 que estabelece o novo regime jurídico da orga-nização dos serviços das autar-quias locais.

A reestruturação dos servi-ços camarários deveria ter sido aprovada até 31 de Dezembro do ano passado. O assunto foi leva-do à última reunião pública da Câmara de Évora. E “chumbado” pela conjugação de votos dos ve-readores da CDU e do PSD.

“Há implicações jurídicas de-correntes desta situação que es-tão a ser analisadas, embora o decreto-lei seja omisso quanto à penalização para as autarquias que não procedam à reestrutura-ção dos serviços dentro do prazo estipulado”, diz Manuel Melgão, considerando “no mínimo discu-tível” a actuação dos vereadores da oposição: “Não tendo aceitado pelouros nem participando na gestão do dia-a-dia não me pa-rece que tivessem de bater o pé desta maneira e condicionarem

“Espero que a governabilidade da Câmara não esteja em causa”

Chumbada a reorganização de serviços

uma proposta de quem conhece melhor os serviços porque está no terreno”.

O vice-presidente da CME diz ainda que a proposta levada a reunião pública não contempla-va grandes modificações nos ser-viços autárquicos – “neste mo-mento não se justifica estarmos com alterações que merecem uma reflexão mais profunda” – mas apenas “adequar a orga-nização da câmara à lei porque estamos em incumprimento”.

mento de 6 para 11 no número de departamentos, “levando à duplicação de funções e compe-tências e à ineficácia da resposta dos serviços às solicitações dos munícipes”.

“A estrutura existente, com a multiplicação de Departa-mentos, torna a máquina ad-ministrativa mais cara e mais ineficiente”, acusa a CDU, res-ponsabilizando a maioria so-cialista “pela situação criada” ao apresentar “fora de prazo uma proposta que nada altera e que não traz qualquer justificação para a opção tomada”.

Já o vereador do PSD, António Costa Dieb, diz que a proposta de reorganização de serviços apre-sentada pelo Executivo autár-quico “não corrige nem melhora o que não funciona, deixando intacto o modelo de organização actual, percebido pelos cidadãos como um obstáculo às prometi-das melhorias no funcionamen-to da Câmara”.

“O PSD nunca pretendeu nem pretende limitar ou retirar a ca-pacidade decisória ao executivo municipal que tem a responsa-bilidade de gerir a Câmara Mu-nicipal de Évora, mas também nunca abdicou nem abdicará do seu dever de contribuir, através da reflexão e de considerações próprias, para que a Câmara de Évora possa ser mais funcional, eficaz e eficiente na sua relação com os Munícipes, reduzindo os custos de funcionamento”, subli-nha o vereador social-democra-ta.

Manuel Melgão diz que há “implicações jurídicas” pela não aprovação da reorganização de serviços da CME.

Os vereadores da CDU justifi-cam o voto contra com a “coerên-cia” face às posições assumidas

há 7 anos, aquando da definição da actual estrutura orgânica da autarquia, que levou ao au-

Refer explica-se

Esteve presente nesta reunião pública de Câmara Duarte Mi-guel (em representação da Ad-ministração da Refer e respon-sável pela obra em Évora) que apresentou pormenorizadamen-

te cada um dos projectos e obras em curso. Prevê-se a finalização dos trabalhos no próximo mês de Maio, ascendendo o custo to-tal dos mesmos a mais de cinco milhões de euros.

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4 17 Fevereiro ‘11

Política

“Este país não é para velhos”SóNiA rAmOS fErrOJurista

A filosofia hindu, tal como a maior parte das filosofias orientais, incute desde cedo nas crianças sentimen-tos de respeito e admiração pelos mais velhos, pela sua experiência e sabedoria, acumuladas ao longo da vida. O idoso é venerado pela família, e os seus conselhos são es-cutados atentamente. São o elo de transmissão das tradições e costu-mes, são os portadores de uma cul-tura viva.

Nas sociedades ocidentais, habi-tuámo-nos a ver o idoso como um peso morto, sem qualquer utilidade e cuja presença gostamos de expor-tar para lares e centros de dia.

As recentes notícias sobre a mor-te de uma idosa, que após oito anos, é descoberta pelos novos proprietá-rios da casa onde habitava, vendi-da em hasta pública por dívidas às Finanças, deve fazer-nos reflectir sobre a forma como as sociedades modernas tratam os seus idosos.

Mais casos semelhantes vieram a públicos, todos eles lamentáveis, e que não deixam de revelar a vergo-nha que cobre uma sociedade intei-ra, pelo abandono, pela indiferen-ça e pelo desprezo a que votamos aqueles que se encontram numa altura mais fragilizada da sua vida e de quem o Estado não pode des-responsabilizar-se. Mas o Estado é apenas o primeiro culpado, de entre todos nós, comunidade, porque ab-dicámos dos valores fundamentais de uma vida em sociedade, que se tornou egoísta e egocêntrica, sem nenhuma preocupação humanista e de respeito pelo próximo.

Não é por acaso que muitos pre-ferem dedicar o seu afecto a um animal de estimação, quanto mais exótico melhor, porque também ele pode ser um sinal diferenciador e elitista, do que fazer voluntariado ou despender o seu tempo a favor do próximo. E esta preferência tam-

“As gerações mais novas devem reconhecer nos seus antecessores a dignidade da pessoa humana”.

bém nos caracteriza como socie-dade, que se manifesta a favor dos direitos dos animais (e muito bem) mas é incapaz de se indignar com os atropelos à dignidade da pessoa

humana, que a meu ver, está acima de todas as coisas.

A “sociedade inclusiva” tem-se revelado, afinal, palco de uma ex-clusão que nos deve levar ao rubro.

Vivemos numa sociedade que criou guetos para se livrar dos mais dependentes, e que não tem sido ca-paz de criar condições para promo-ção da família, da qual fazem parte, naturalmente, os idosos.

O Governo socialista tem estado muito interessado em promover o casamento de homossexuais (ape-lando à igualdade e à liberdade sexual), o divórcio, (sem nenhuma preocupação de acautelar a subsis-tência do cônjuge que não o deseja) e a extinção do abono de família para milhares de portugueses e ou-tras tantas medidas que ainda fun-cionavam como incentivos à pro-moção da família e da natalidade, demonstrando um total desprezo pelo conceito tradicional de família.

Ao fomentar a desagregação da família, que até há poucas décadas funcionava como suporte dos mais velhos, não promovendo condições para que os descendentes possam cuidar dos seus antecessores, o Estado induz um problema para o qual não consegue dar resposta e simultaneamente gera nas famílias um sentimento de desresponsabili-zação, por vezes inconsciente, legi-timador da indiferença e do aban-dono.

É este quadro de referências que tem de ser desmistificado. As gera-ções mais novas devem reconhecer nos seus antecessores a dignidade da pessoa humana, baluartes de co-nhecimento e sabedoria, uma vida de experiências feita, que vale a pena respeitar. Se os jovens não to-marem este princípio como adquiri-do, então não poderão respeitar-se a si próprios porque abdicaram das suas origens.

A luta continuaDébOrA SANTOSEstudante

As políticas levadas a cabo pelo Governo PS têm aprofundado a ofensiva aos direitos da juventude, exemplo disso são os cortes no Or-çamento de Estado e as medidas de austeridade que se reflectem na de-gradação das condições de vida do povo e da juventude.

O desinvestimento nos serviços públicos, ataque aos rendimentos, o aumento do IVA e do custo de vida, o corte nas prestações sociais, o au-mento do desemprego, são políticas que marcam a linha deste governo, que tudo faz em nome da crise dei-xando milhares de pessoas no li-miar da pobreza, em condições de-sumanas.

Os jovens tra-balhadores vivem hoje em condi-ções muito gra-ves. A precarie-dade deixou de ser uma excepção para servir de re-gra, é usada sem qualquer critério em quase todas as empresas. A questão que se coloca é que segurança é que temos? Como é possível construir a nossa vida, se temos um contrato que pode de-saparecer do dia para a noite? Ou como é possível sair de casa dos pais, se tivermos um salário míni-mo de 475 €?

A verdade é que somos obrigados a trabalhar em áreas que não gos-tamos, para as quais não nos for-mámos, em condições que nunca imaginámos.

Como é possível construir a nossa vida, se temos um contrato que pode desaparecer do dia para a noite? Ou como é possível sair de casa dos pais, se tivermos um salário mínimo de 475 €?

ção – manuais escolares e mate-riais necessários - alcançam valores muito elevados que muitas famílias não conseguem suportar. A verdade é que querem pôr fim à Escola de Abril. Pública, Gratuita, e de Qua-lidade para Todos!

Os estudantes do Ensino Supe-rior (ES) sentem diariamente as políticas do Governo. Os cortes no Orçamento de Estado de 7,1 % para o Politécnico e 12,1% para o Uni-versitário já se reflectem há muito na Universidade de Évora, a falta de condições no Pólo dos Leões, em algumas residências de estudan-tes, e até a falta de materiais como computadores e reagentes, são consequência da política de desin-vestimento, que se agrava com este orçamento.

Para fazer face a estes cortes au-mentam os preços das residências

de estudantes – de 115€ para 130€ - e o valor da refeição na cantina. A Acção Social Escolar nunca passou por tantas dificuldades.

A maioria dos estudantes da UÉ continua sem receber bolsa, ou-tros viram-na reduzida e muitos perderam-na, obrigando muitos es-tudantes a deixar o ES por falta de condições económicas. As propinas de quase 1000 euros (no 1º ciclo – antiga licenciatura) e o processo de Bolonha, em que a lógica não é for-mar pessoas capazes, mas sim eliti-zar o Ensino Superior. Para aceder ao segundo ciclo (antigo Mestrado) deparamo-nos com valores exorbi-tantes e numerus clausus.

As opções políticas para o Ensino Profissional também assentam no desinvestimento. O que se reflecte nas condições materiais e humanas.

Na EPRAL de Évora os estudan-

tes não têm um ginásio para prati-car Educação Física, não existe um auditório capaz de albergar mais de 50 alunos.

As dificuldades aumentam quan-do os estudantes pretendem in-gressar no Ensino Superior pois os programas que lhes são leccionados só os preparam para o mercado de trabalho, a verdade é que muitos são os estudantes deste subsistema de ensino que pretendem aumentar a sua formação no Ensino Superior.

Por todas estas questões JCP afir-ma a sua solidariedade para com a luta da Juventude. Pelo trabalho com direitos, contra o desemprego e a precariedade. Por mais inves-timento. Pela Educação Pública Gratuita e de Qualidade para todos. Pela efectivação dos direitos da Ju-ventude podem sempre contar com a JCP.

Quando nos sindicalizamos mas receamos ser despedidos, caso o patrão descubra, estamos a recuar nos nossos direitos, estamos a as-sumir o ataque deste Governo às liberdades e direitos democráticos. Exemplo destas práticas é a TYCO: os contratos são renovados de seis em seis meses; existem “câmaras de vigilância” na linha de montagem e os trabalhadores têm medo de falar; passam a ter 17 dias de férias, todos os que queiram 22 dias são obriga-dos a dar 8 de compensação.

Na Educação a situação não é melhor, os apoios sociais dados aos estudantes fo-ram reduzidos ou até retirados. A criação de mega-a g r u p a m e n t o s tem contribuído para agravar a falta de profes-sores e funcioná-rios.

As obras feitas nas escolas atra-vés da Empresa Parque Escolar

(EPE) demonstram, mais uma vez, ao serviço de quem este governo está, o único objectivo é o lucro destas empresas, e lavar a “cara” das escolas.

As obras feitas na secundária Gabriel Pereira são exemplo disto, quando chove entra água dentro do polivalente através de uma porta que não fecha completamente, e os fornos que antes eram usados pelos estudantes de Artes, agora estão inutilizáveis. Os custos da Educa-

D.R.

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5

Política

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Évora

Redacção | Registo

O deputado comunista João Oli-veira acusa o Governo de estar a “preparar uma nova ofensiva de encerramento de serviços de saú-de” no distrito de Évora. Em cau-sa está o eventual encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) em Vendas Novas e Mora, bem como altera-ções no funcionamento das ur-gências em Montemor-o-Novo.

“Se se confirmar esta inten-ção do Governo, a situação que fica criada é gravíssima, porque significará, em muitas circuns-tâncias, impedir os cidadãos de acederem à saúde”, critica João Oliveira que entregou no Parla-mento um conjunto de pergun-tas dirigidas ao Ministério da Saúde sobre as alterações previs-tas.

“Apesar das derrotas que a luta das populações impôs ao anterior Governo PS travando o encerramento de serviços pú-blicos de saúde, a verdade é que o Governo nunca se conformou com essa situação e tem toma-do, ao longo do tempo, medidas

O deputado socialista Bravo Nico acusou o PSD e o CDS/PP de terem “preconceitos contra a escola pública”. A acusação foi feita no Parlamento durante uma audição à ministra Isabel Alçada. Em causa estão as críticas da oposição ao fim do fi-nanciamento público ao ensino particular nos concelhos onde a rede de instituições públicas “garante o acesso universal à escolaridade obrigatória”.

Conforme avançado na passada semana pelo Registo, o fim dos chamados contratos de associação irá levar ao encer-ramento de dezenas de escolas em todo o país, entre as quais se inclui a Cooperativa de Ensino do Concelho de Alvito (CECA), criada há 24 anos.

“As famílias que, tendo garan-tido serviço público, entendem pôr o seu filho numa escola privada devem assumir a res-ponsabilidade financeira dessa decisão que é sua”, diz Bravo Nico, justificando a posição do PS e do Ministério da Educação com um “imperativo” constitu-cional.

Bravo Nicocritica“preconceitos”

Educação

Deputado comunista contra encerramento de urgências

que reduzem os serviços presta-dos para assim justificar nova vaga de encerramentos”, acrescenta.

O deputado do PCP eleito por Évora aponta a redu-ção de horários de fun-cionamento, a extinção de serviços de interna-mento ou a redução do número de profissionais de saúde, considerando tratar-se de “exemplos” que “demonstram como o Governo tem ataca-do os serviços públicos de saúde e r e -

duzido o seu funcionamento”.“Agora, apoiado nos resultados

dessas mesmas medidas, o Go-verno parece preparar-se para

nova ofensiva governamental de encerramento de serviços de saúde, particularmente de Ser-viços de Atendimento Perma-

nente dos Centros de Saúde, em claro prejuízo das populações e dos utentes”.

João Oliveira considera ainda “indispensável” a realização de uma “avaliação exacta da evo-lução da situação nos serviços de saúde do distrito de Évora nos últimos anos” e a “clarificação” das propostas do Ministério da Saúde.

Pela voz do secretário de Esta-do Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, o Governo negou a in-tenção de encerrar serviços de urgências do Alentejo: “Não há qualquer intenção de encerrar o

SAP de Vendas Novas”. Segun-do o governante, “nos outros

casos isso nem sequer se aplica, porque estamos

a falar de locais onde estão ou vão ser ins-

talados Serviços de Urgência Básica”.

As declarações

do secretário de Estado foram proferidas em Beja duranta uma visita a uma Unidade de Saúde Familiar.

João Oliveira questionou o Governo sobre centros de saúde do distrito de Évora

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6 17 Fevereiro ‘11

Entrevista

Utilização de Lisboa pelas companhiaslow cost pode “inviabilizar” aeroporto de BejaLuís Maneta | Registo

Em que medida o aeroporto de Beja é uma infra-estrutura im-portante para fazer de Alqueva um destino turístico?

É uma infra-estrutura fun-damental não só para Alque-va mas para todo o Alentejo, incluindo os municípios do li-toral. Pode ser, na situação em que estamos do ponto de vista da despesa pública, uma infra-estrutura que está construída e pode aliviar a curto prazo as ne-cessidades de fundos para outras infra-estruturas que acabam por se tornar redundantes. De facto, não é com um aeroporto em Al-cochete que se torna necessário um aeroporto em Beja.

No caso de Beja, para a zona de Alqueva e para os empre-endimentos turísticos é uma

mais-valia?É. É uma importante mais-

valia.

Mas já o ouvi falar de algum condicionamento ao aero-porto de Beja em virtude do que sucede no de Lisboa.

O que digo é o seguinte: o facto de Lisboa estar acessível às com-panhias low cost por força das tarifas praticadas praticadas pe-los serviços aeroportuários im-pede a sua transferência para o aeroporto de Beja. Se essas com-panhias low cost fosse obrigadas a pagar o preço que as empresas bandeira, as companhias de re-ferência, pagam em Lisboa, se pagassem todas os mesmo, de certeza absoluta que a esta hora já estavam a parar em Beja. É cla-ro que talvez não baste só a exis-tência do aeroporto, são precisas também acessibilidades mais

eficazes.

Designadamente a auto-es-trada?

O meio ferroviário, sem restri-ções. Existe a falta de uma oferta integrada ao nível das acessibili-dades e de uma gestão mais ade-quada dos aeroportos nacionais. O meu receio é que Beja venha a ser inviabilizado por força da utilização do aeroporto de Lis-boa pelas companhias low cost, o que tem muito pouco sentido. As low cost já deveriam ter sido empurradas para Beja ou para outros aeroportos.

E acabamos por ser todos a financiar essa situação atra-vés da TAP?

É evidente que as empresas bandeira estão todas elas a fi-nanciar esta situação ao pa-garem cerca de 1300 euros por

movimento quando as low cost pagam 600 ou 700 euros. Só que a TAP tem o 20 vezes mais movi-mento do que tem a Ibéria ou do que tem a British Airways.

Ou seja, é a TAP que acaba por financiar a operação das law cost em Lisboa?

No fundo a TAP está a finan-ciar as low cost de forma indirec-ta através das receitas que per-mitem à ANA – Aeroportos de Portugal dispor de baixas tarifas para as companhias law cost. Se o resultado deste facto ainda for a inviabilização do aeroporto de Beja é um duplo male.

E sem o aeroporto de Beja é possível criar um novo desti-no turístico nas margens de Alqueva?

Isso é, é evidente que é. Nós não ficamos exclusivamente de-

pendentes até porque, de forma realista, não penso que o aero-porto de Beja possa a curto prazo sustentar o que estamos a pen-sar fazer no Alqueva.

E que o Parque Alqueva já está a executar.

Sim, o que nós já estamos a fazer e o que outros operadores irão concerteza fazer. Penso que todos têm estado à espera que o nosso comece a criar raízes por-que é sempre mais fácil seguir do que propriamente abrir ca-minho. Mas o que irá suceder seguramente é que nos primei-ros tempos vamos viver dos ae-roportos de Lisboa e Badajoz. Ba-dajoz tem ligações diárias e está a 45 minutos do Roncão. Temos de pensar nisso também. O aero-porto de Badajoz é uma infra-es-trutura que nos pode servir. Beja também se tiver operações.

Jorge Ponce de Leão, directo executivo do Roncão d’el Rei (Parque Alqueva)

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Utilização de Lisboa pelas companhiaslow cost pode “inviabilizar” aeroporto de Beja

Mantém os prazos de cons-trução do Parque Alqueva?

Não. Temos um atraso de seis meses na construção do hotel por força da alteração dos projec-tos de execução na sequência da escolha que fizémos do operador [o grupo asiático Alila]. Isso obri-gou-nos a fazer uma profunda revisão do modelo operacional e técnico do hotel. É o mesmo projecto de arquitectura que por dentro foi completamente modi-ficado.

O golfe estará pronto ainda em 2011?

Estará pronto este ano. A par-tir de Setembro já estão 9 buracos operacionais. No próximo ano ficarão os 18. Embora com uma operação residual por não ter-mos ainda estrutura hoteleira. A partir de 2012 estará tudo a fun-cionar.

Isto não é um projecto para uma geração mas para várias gerações.

A edificar ao longo das próximas duas décadas, o complexo turís-tico Roncão d’el Rei comporta quase mil milhões de euros de investimento, sendo que 80 mi-lhões de euros vão ser aplicados nesta primeira fase das obras: golfe e hotel. “É um projecto para várias gerações”, diz Jorge Ponce de Leão.

De acordo com o director exe-cutivo do projecto, as dificulda-des “próprias da actual conjun-tura” obrigaram a empresa a tomar medidas: “Está em curso um reforço de capitais próprios para garantir que o projecto pos-sa ultrapassar as dificuldades e enfrentar um ciclo económico especialmente difícil face à con-juntura gerada pela crise imobi-liária e financeira”.

Além das questões de finan-ciamento, a própria estrutura complexo teve de ser ajustada às exigências da Alila, o “gigan-te” asiático que vai assegurar a operacionalidade do empreen-dimento de Alqueva. “Houve a necessidade de reajustar os pro-jectos de execução para adaptar o conceito arquitectónico ao mo-delo de exploração”.

Este reajustamento provo-cou um atraso de seis meses na primeira unidade hoteleira do complexo, o Hotel do Monte, sendo que a previsão de aber-tura é “meados de 2013”. Mas o campo de golfe da unidade de-verá entrar em funcionamento no próximo ano, sendo que os primeiros 9 buracos do campo estarão em exploração já a partir de Setembro.

Liderado Sociedade Alente-jana de Investimentos e Parti-cipações (SAIP), cujo accionista de referência é o empresário e ex-presidente do Sporting, José Roquette, o projecto ocupa uma área de dois mil hectares nas Herdades das Areias, Postoro e Roncão d’el Rei, podendo a cons-trução atingir as 17 mil camas, o que o transforma num dos maio-res empreendimentos turísticos projectados para o país.

“Temos em mãos e estamos a tratar da mais importante ope-ração de reordenamento de ter-ritório de dimensão alguma vez pensado em Portugal”, diz José Roquette.

O Parque Alqueva prevê criar cerca de dois mil postos de traba-lho directos e vai ser desenvol-vido em torno de três conceitos distintos: “Cultura e sofisticação” na Herdade do Roncão (739 hec-tares), “vivência bucólica” na Herdade das Areias (858 hecta-res) e “vivência activa” na Her-dade do Postoro (477 hectares).

Neste conjunto, ficarão distri-buídos sete hotéis, quatro cam-pos de golfe, aldeamentos turís-ticos com “villas”, apartamentos e “townhouses”, clube de golfe, Spa, salão de jogos, restaurante, bar, salas para reuniões e espaço social, centro equestre, campo de férias, praia fluvial, porto de recreio, comércio e serviços.

Além destas infra-estruturas, os promotores referem outras apostas, como uma quinta peda-gógica, um observatório de avi-fauna e percursos de observação da natureza, entre outros.

“Projecto para várias gerações”

João Fructuosa | D.R.

Duas das mais importantes cadeias internacionais de hotéis e resorts de luxo, Alila e Banyan Tree, escolheram o Alqueva como “porta de entrada” para o mercado europeu.

Presente em países como a Indonésia e a Tailândia, o grupo Alila é o parceiro escolhido pela Sociedade Alentejana de Investimentos e Participações (SAIP), lide-rada por José Roquette, para assumir a gestão do Hotel do Monte, na Herdade Roncão d’el Rei, o primeiro de um conjunto de sete unidades tu-rísticas integradas no Parque Alqueva, cuja inauguração está prevista para 2013.

No caso da da SAIP foram estudadas diversas soluções, tendo a opção final recaído so-

bre um operador que garante “um nível de grande qualida-de” relativamente ao serviço a prestar aos clientes.

Este é o primeiro projecto do grupo Alila no mercado europeu. Enquanto membro da Design Hotels, a marca aposta na contemporaneida-de, natureza e design, prome-tendo “experiências surpre-endentemente diferentes” nos diversos resorts de luxo.

A operar exclusivamente na Ásia-Pacífico, o grupo Alila acaba de inaugurar a sua mais recente unidade na ilha de Hadahaa, nas Maldivas, e junta-se no Alqueva à Banyan Tree, uma marca de luxo igualmente asiática e já presente em mercados como China, México e Dubai, que assinou um contrato de

gestão com o grupo Sousa Cunhal para a exploração do L’And Reserve, um resort que deverá surgir até final de 2012 na Herdade do Mercador, em Mourão, nas margens de Alqueva.

Para o director executivo da Agência Regional de Pro-moção Turística do Alentejo (ARPTA), António Lacerda, a entrada das cadeias asiá-ticas na área do Alqueva é “muito bem vinda”, uma vez que permite “lançar pontes” para o Extremo Oriente, e em particular para a China, zona do globo cuja evolução eco-nómica permite perspectivar que venha a transformar-se a médio prazo num “mercado preferencial” para as unida-des hoteleiras nacionais.

“A instalação destes grupos

possibilita que continuemos a olhar de forma particular para os mercados já conso-lidados, mas também que o comecemos a fazer para mercados que estão agora a emergir”, explicou.

António Lacerda recorda que as grandes cadeias de alojamento - que operam à escala mundial - estão ainda “ausentes” do Alente-jo, à excepção do Convento do Espinheiro (gerido pela Starwood, detentora, entre outras marcas, da rede inter-nacional Sheraton).

“Essa ausência tem penali-zado um pouco o turismo na região. Daí que estas novas chegadas venham trazer novos segmentos de mercado e novas oportunidades” para o turismo alentejano.

“Porta de entrada” para cadeias asiáticas

Daqui por 30 anos ainda o des-tino Alqueva estará a ser con-struído mas o caminho faz-se caminhando.

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Regional

Pedro Galego | Registo

O acompanhamento de doentes, a distribuição de alimentos ou a simples companhia a um do-ente são actos que podem fazer toda a diferença numa unida-de de saúde. Aí, o voluntariado assume papel preponderante e cada vez mais integra os pro-cessos de prestação de cuidados de saúde. Em Évora, a Liga de Amigos do Hospital do Espírito Santo, está a desenvolver vários projectos nesta área, mas segun-do os seus responsáveis, a har-monia das respostas dadas aos mais necessitados, depende do número de pessoas disponíveis a ajudar. Como tal, e apesar da estrutura já estar perfeitamente implementada na instituição o apelo à existência de mais pes-soas disponíveis e associados é constante.

“Quem ajuda encontra por cer-to um motivo de alegria e satis-fação, para si e para o doente. O voluntariado não tem nada de místico ou religioso. É uma ques-tão de saber viver em sociedade, um actos de cidadania de seres humanos que se querem sentir úteis. A resposta e a implementa-ção de novos projectos depende do número de pessoas dispostas a ajudar”, disse ao Registo Jacin-to Morte, presidente da Liga de Amigos do Hospital do Espírito Santo.

Com um corpo de cerca de 60 pessoas, os voluntários da uni-dade alentejana estão presen-

Liga de Amigos quer mais sócios e voluntários

Hospital do Espírito Santo de Évora

16 anos sempre a crescer

tes, essencialmente no apoio às consultas externas e aos inter-namentos nas Medicinas 1 e 2, mas a intenção é alargar a ajuda a mais serviços hospitalares.

Está, por exemplo, a ser criada uma bolsa de voluntárias para uma função de hospedeiras, dis-poníveis para acompanhar e fa-zer percursos com doentes den-tro do próprio hospital, mas a ambição desta liga é maior. “Gos-taríamos de um dia poder estar na Urgência. Sabemos que é ne-cessária uma equipa muito bem preparada, que pudesse fazer a ponte entre os profissionais de saúde e os familiares dos utentes em situações de stress e grande

pressão. Achamos que ao nível da Unidade de Recuperação de AVC, na Ortopedia e nas Cirur-gias, onde, por norma, a mobili-dade dos doentes é sempre mais reduzida, também poderíamos ter um papel importante”, acres-centa o mesmo responsável.

Nos dias que correm, para aju-dar, não basta apenas querer. Apesar de ser uma oferta de es-pírito e disponibilidade, a Liga não põe de parte a formação dos seus voluntários. “Hoje em dia não recrutamos qualquer pessoa. Tem que haver perfil, disponibilidade de tempo, pre-paração psicológica e atravessar um processo de recrutamento e

um complemento de formação. Tem que se estar preparado para abordar um doente. Quem entra para o voluntariado tem que dar garantias pois compromete-se connosco e com o doente”, rei-tera Jacinto Morte, que destaca também o papel da Fundação Eugénio de Almeida (FEA), um dos parceiros mais importantes da Liga, sobretudo ao nível do recrutamento e formação.

“Um doente estar à espera da visita de um voluntário que não aparece, pode ser traumatizante. São eles que nos dão o primeiro feedback e depois as famílias, para percebermos se as pessoas são realmente capazes”, conside-

ra.É também com a FEA que está

a surgir uma nova iniciativa que aposta no apoio aos familiares dos doentes que estão hospitali-zados. Através do voluntariado de proximidade, quem acompa-nha as pessoas internadas, ao aperceber-se das necessidades de acompanhamento exterior pode comunicar à rede de vo-luntários da Fundação, que pode assim “mover-se no terreno”, eli-minando algumas das preocu-pações dos doentes. Essa ajuda pode assim garantir o acompa-nhamento de um familiar que tenha ficado sozinho em casa numa resposta que surge de “dentro do Hospital, para fora”.

No que toca ao papel dos só-cios, cerca de 1000 actualmente, e que a Liga espera aumentar, além do contributo financeiro “simbólico” mensal (50 cêntimos de cota), estão disponíveis, diz o organismo, várias vantagens, seja na aquisição de equipamen-to ortopédico, na marcação de tratamentos e exames fora do hospital, até aos protocolos com uma farmácia, uma óptica e os Enfermeiros de Portugal, que disponibilizam, entre outros, o serviço de teleassistência. “A vantagem que os sócios da Liga tinham de não haver horário para as visitas infelizmente teve que ser cancelada, mas continua a haver inúmeras vantagens, que as pessoas só se apercebem quando necessitam delas”, acres-centou Jacinto Morte.

A Liga dos Amigos do Hospital do Espírito Santo começou em

1994 e organizou-se através dos voluntários existentes na altura,

que provinham das solicitações da capelania. Criou-se então a primeira comissão instaladora, escreveram-se os estatutos e organizaram-se os processos e os papeis dos voluntários na instituição, cerca de 30 à data da sua fundação, sendo oficialmen-te apresentada em 1995, durante as comemorações dos 500 anos do Hospital eborense.Desde a primeira hora que se descobriu a necessidade de acompanhar as pessoas que es-tavam muitas horas em espera, numa altura em que não havia resposta da estrutura, por exem-plo ao nível de pontos de venda de comida ou bares e começou a distribuição das primeiras refeições ligeiras (sandes, leite, sumos, bolachas, entre outros).

Jacinto Morte, presidente da Liga de Amigos do HESE

D.R.

Luis Pardal | Registo

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Regional

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Redacção | Registo

As alterações climáticas poderão provocar uma perda generalizada de biodiversida-de no sul da Europa. É o que conclui um estudo publicado na revista Nature, em que participa Miguel Araújo, titular da Cátedra Rui Nabeiro/Delta em Biodiver-sidade, do pólo da Universidade de Évora do Centro de Estudos em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO). O trabalho analisa primeira vez as consequências das alterações climáticas sobre a árvore da vida na Europa, em particular, sobre as relações evolutivas entre plantas, aves e mamíferos.

De acordo com as previsões dos inves-tigadores, o Sul do continente europeu é a região mais afectada pelas alterações climáticas podendo registar uma “perda generalizada” de diversidade biológica.

Miguel Araújo, salienta que a biodiver-sidade nas regiões mediterrâneas é mais vulnerável porque se encontra exposta a alterações climáticas acentuadas mas também por possuir maior diversidade filogenética que outra regiões da Europa ou, o dito de outra forma, maior quanti-dade de informação evolutiva indepen-dente.

“A Península Ibérica será uma das re-giões mais afectadas pelas alterações climáticas. As distribuições das espécies poderão sofrer contracções importantes, ou deslocar-se para norte, ou para altitu-des mais elevadas. Em casos extremos é mesmo possível que algumas espécies se extingam”.

Para estudar o impacte que as altera-ções climáticas poderiam ter na árvore da vida, os investigadores reconstruíram as relações evolutivas, ou filogenéticas, de um grande número de espécies de plan-tas, aves e mamíferos e avaliaram o risco de extinção que cada uma delas poderia ter se fosse exposta a diferentes cenários de alteração climática. Num passo se-guinte, os investigadores compararam as extinções induzidas por alterações climá-ticas com cenários aleatórios de extinção.

“Esta análise permitiu, pela primeira vez, estudar de que forma poderiam as alterações climáticas afectar a árvore da vida ou, dito de outra forma, a história

evolutiva da biodiversidade e o seu po-tencial evolutivo futuro”, explica Wil-fried Thuiller, primeiro autor do estudo e investigador do Centro Nacional de In-vestigação Científica (CNRS) de Grenoble em França.

O estudo revela que a alterações climá-ticas poderiam ter impactes negativos em todos os ramos da árvore da vida: “ainda que alguns ramos da árvore da vida são mais susceptíveis de ser negativamente afectadas pelas alterações climáticas, glo-balmente, os impactes não se distinguem do que se esperaria as extinções fossem aleatórias”, diz Miguel Araújo.

Estes impactes adicionar-se-iam a ou-tros, como a destruição e fragmentação de habitats, a extracção excessiva de recur-sos biológicos, ou a introdução de espé-cies invasoras, que têm tendência a afec-tar ramos específicos da árvore da vida.

Extinção em massa?

O processo de extinção das espécies é con-tínuo mas houve cinco momentos da his-tória do planeta que sentenciaram o desa-parecimento massivo de biodiversidade. Estas extinções em massa conduziram ao desaparecimento de mais de 70% das espécies do planeta e foram causadas por episódios geológicos catastróficos, como a colisão de asteróides, a deriva de conti-nentes e alterações climáticas. Uma tese corrente é que estaríamos a viver actual-mente a sexta extinção em massa motiva-da, desta vez, pela intervenção humana.Existem fundamentos para suportar esta tese? Segundo Miguel Araújo, “para que uma vaga de extinções se designe como extinção em massa tem de cumprir qua-tro condições: ocorrer de forma generali-zada em todo o mundo; ocorrer num es-paço de tempo geológico curto; envolver grandes quantidades de espécies; e afec-tar espécies de um vasto leque de grupos biológicos”.

Ainda que exista um consenso sobre o carácter global das extinções actuais e sobre a sua rapidez, sabe-se que o ris-co de extinção das espécies se encontra desigualmente distribuído entre grupos biológicos: “os vertebrados de grandes di-mensões, as espécies especialistas, as en-

Península vulnerável a alterações climáticas

Biodiversidade

démicas de ilhas, montanhas e de algu-mas regiões tropicais, assim como alguns grupos, como os anfíbios, encontram-se expostos a níveis de ameaça muito preo-cupantes, mas outros grupos aparentam estar menos ameaçados”.

“Se as extinções afectassem muitas es-pécies, em apenas alguns ramos da árvo-re da vida, poderíamos estar perante ex-tinções dramáticas, com elevado impacte no funcionamento dos ecossistemas e so-bre a economia mas não estaríamos, ne-cessariamente, perante a sexta extinção em massa”, acrescenta.

O estudo publicado não permite fazer

ilações sobre a magnitude das extinções induzidas pelas alterações climáticas mas revela que as alterações climáticas produzem impactes que poderão afectar todos os ramos da árvore da vida. Este im-pactes adicionam-se a outros impactes de origem humana, contribuindo para am-plificar a actual crise da biodiversidade. “Ao afectar espécies diferentes das que já se encontram ameaçadas por factores hu-manos, as alterações climáticas poderiam ter um efeito aditivo sobre as extinções, o que alteraria por completo as contas actu-ais sobre risco de extinção das espécies”, diz Miguel Araújo.

Miguel Araújo (Universidade de Évora) participa em estudo publicado pela Nature

D.R.

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Regional

Qual o peso respectivo da Biologia e da Cul-tura na definição do lugar de cada um dos sexos? Para uns, era evidente que a biologia humana determinava não só as diferenças físicas primárias, como os chamados “ca-racteres sexuais secundários” e até compor-tamentais. Para outros, “masculinidade” e “feminidade” são “construções sociais”, rela-tivamente arbitrárias e portanto variáveis consoante as sociedades, as épocas, etc. Uma antropologia assumidamente evolucionária colocaria a questão de maneira diferente: a partir dos dados biológicos elementares as sociedades “produzem” as fêmeas e os machos que correspondem a necessidades contingentes, históricas. Os mecanismos são os da evolução de todas as espécies: os indivíduos que melhor correspondem num dado momento e contexto às condições ecológicas, sociais, culturais, reproduzem-se mais. As suas características biológicas difundem-se, podem vir a ser maioritárias em certos grupos. As sociedades produzem assim o “substrato biológico” de que preci-sam, mas esse processo biológico só produz efeitos no longo prazo (numerosas gerações) e portanto as alterações genéticas selec-cionadas só são adaptativas em contextos relativamente estáveis. A antropologia e a história fornecem-nos numerosos exemplos de “selecção” orientada dos tipos de homens. Num contexto violento de longa duração (pelo menos mil e quinhentos anos para os povos “bárbaros” nómadas e os cinco séculos da Alta Idade Média para as socie-dades sedentárias da Europa), o masculino mais “adaptado” é o mais agressivo porque capaz de defender a prole e o grupo. Mas as mudanças que ocorrem nos períodos seguintes tendem a tornar o macho hiper-agressivo cada vez mais disfuncional. O Quixote, cavaleiro medieval perdido na Idade Moderna já não encontra adversários adequados: é o sobrevivente – ridículo - de tempos revolutos.A história da masculinidade na Europa desde os finais da Idade Média é a história da perda progressiva da “utilidade social” dum tipo de homens. A masculinidade “produzida” ao longo de quinze ou dezasseis séculos, perpetuada, mas cada vez menos adaptada, tornou-se, com a “civilização dos costumes”, claramente disfuncional. Talvez por isso, os machos à maneira antiga têm hoje dificuldade em encontrar um lugar aceitável: as escolas penalizam-nos (muito menos bem sucedidos que as mulheres), e as prisões parecem ser “naturalmente” lugares para homens: 90% dos reclusos. O que é que correu mal?

CIDEHUS - Universidade de Évora e Academia Militar

[email protected]

AntropólogoJosé rodrigues dos Santos*

Um olhar antropológico

A revolução dos sexos: que lugar para o masculino? -2

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Lusa

O apoio social aos idosos, cada vez em maior número, devia passar da alçada do Estado para as autarquias para melhor combater o isolamen-to, defende José Ilhéu, professor da Universidade de Évora, reclamando também maior envolvimento de familiares, amigos e vizinhos. “A manter-se o aumento da esperança de vida, vamos ter cada vez mais idosos e precisamos de pensar como lhes dar respostas, sendo muito té-nue a rede informal de suporte”.

O investigador e assistente no departamento de Sociologia, espe-cializado na temática da terceira idade, falava à agência Lusa a pro-pósito dos recentes casos de idosos encontrados mortos em casa, há dias, meses, ou anos. Situações que considera “anormais”, especialmen-te a da idosa de Rinchoa (Sintra), descoberta morta em casa há quase nove anos, e que mostram que algo “falhou”. Por isso, o caso deveria ser estudado aprofundadamente: “Ago-ra estamos sob pressão de casos mas daqui a algum tempo corremos o risco de nos esquecer novamente”.

Garantindo que da análise das si-tuações noticiadas é notório algum “isolamento” dos idosos, José Ilhéu admitiu, contudo, que “uma pessoa sem uma rede próxima, todos os dias, corre esse risco”, de morrer em casa e passarem dias “até darem por falta dela”.

O especialista defende que, com o envelhecimento da população e o aumento da esperança média de vida é preciso conjugar esforços en-tre instituições oficiais e a família, amigos e vizinhos de idosos, para contrariar o “cada vez maior indivi-dualismo” da sociedade.

“Temos que fazer esta conjugação entre as redes formal e informal, não deixando apenas o encargo numa só. Isso não é possível até porque cada rede, para todos nós, dá resposta a necessidades diferentes”, sustentou.

E, no que toca à rede formal, é importante garantir que um idoso não é apenas “um número”, frisou o investigador, propondo que “toda a acção social deveria passar para as autarquias”, com o Estado a conti-nuar a definir “as grandes linhas”,

José Ilhéu defende apoio social através das autarquias

Idosos

mas a transferir os meios financei-ros para as medidas no terreno.

As autarquias, sejam os municí-pios, sejam as juntas de freguesia no caso das cidades maiores, “têm uma maior proximidade com as popula-ções”, o que lhes permite “conhecer melhor as pessoas” e definir medi-das para os casos concretos.

“A tendência, nas instituições ofi-ciais, é que as pessoas sejam núme-ros mecanográficos. Ora, nós somos mais do que um número e, se não

houver essa proximidade, não po-demos esperar que, em Lisboa, co-nheçam o senhor que vive isolado no monte ‘x’”, disse.

Só com o apoio social aos idosos na alçada das autarquias, que “cer-tamente estariam disponíveis para aceitar a responsabilidade”, é que será possível “encontrar uma mul-tiplicidade de respostas adequada a cada concelho ou mesmo aos vários casos de isolamento existentes num concelho”, insiste.

Ao contrário do que acontece nas cidades, é “muito mais fácil” detec-tar e tentar resolver problemas de isolamento dos idosos nos meios rurais, onde a rede informal de apoio é mais forte, afirma José Ilhéu, assistente no departamento de So-ciologia da Universidade de Évora.Contactado pela Lusa, para co-mentar os casos dos vários idosos encontrados mortos em casa, este especialista na temática da terceira idade traçou diferenças entre os meios urbanos e o mundo rural.“Parece que nestes casos todos, as redes informais, embora tenham alertado para as situações, não tinham força para implementar os apoios” necessários aos idosos.Isto porque, além de ser essencial a existência de família, amigos ou

vizinhos, é preciso que estas pessoas e os idosos tenham uma grande proximidade, o que é raro nas grandes cidades.“As redes informais de apoio são hoje menores e muito mais dis-persas. Não há familiares ou estes são poucos e estão dispersos. E, sobretudo nas grandes cidades, as relações de vizinhança são muito mais ténues”.Já nos meios rurais, “é mais fácil que esta rede funcione” porque, “pro-vavelmente, num meio onde há 20 moradores, as pessoas nem fecham a porta à chave”. “Numa aldeia, o vizinho é capaz de entrar por aí adentro. Já numa cidade como Lisboa, é muito difícil chegar à porta da vizinha e entrar. É preciso ter um laço muito grande”.

“É notório algum isolamento dos idosos”

Redes informais nas aldeias

Nuno Veiga | Lusa

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Moracapital

da pescaA vila de Mora espera receber

cerca de 25 mil visitantes de 18 a 20 de Fevereiro, por oca-

sião da IX edição da MoraPes-ca, o maior certame nacional dedicado aos artigos de pesca

e à pesca desportiva.

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Actual

MoraPescaespera 25 mil visitantes

De 18 a 20 de Fevereiro

Redacção | Registo

A vila de Mora espera receber cerca de 25 mil visitantes de 18 a 20 de Fevereiro, por ocasião da IX edição da MoraPesca, o maior certame nacional dedicado aos artigos de pesca e à pesca desportiva.

A edição 2011 realiza-se no Pavilhão Municipal de Exposições do parque de Feiras de Mora e apresenta no mesmo espaço as principais empresas de pesca, os agentes do sector e as mais recentes tecnologias ligadas aquele desporto, numa feira que aglutina todo o tipo de artigos de pesca desportiva, dos carretos às canas, dos engodos às amostras, pas-sando pelo vestuário e outros apetrechos próprios.

“Estarão presentes as principais marcas que aproveitam esta ocasião para mos-trar a nova colecção de artigos de pesca desportiva, um pouco à semelhança do que sucede com os desfiles de moda. Este é o momento que os importadores na-cionais aproveitam para mostrar os seus produtos”, diz Luís Simão, presidente da Câmara Municipal de Mora, entidade or-ganizadora do evento.

“Teremos mais de 30 expositores e 110 stands. Houve outras feitas que perde-ram força, a nossa foi ganhando e hoje a MoraPesca é a maior feira de pesca do país”.

Do programa oficial, além de demons-trações de pesca no recinto da feira, há um Grande Concurso de Pesca Despor-tiva na pista internacional de cabeção, provas de ensino para jovens pescadores e outras competições desportivas duran-te o fim-de-semana do evento.

Paralelamente, a Associação Portu-guesa de Pesca ao Achigã e a 1ª Associa-ção Regional de Pesca Desportiva de Rio realizam as suas entregas anuais de pré-mios no decorrer do certame.

O concelho Mora é um dos principais

locais em Portugal para a prática da modalidade, com destaque para a pista do Cabeção, integrada no rio Raia, con-siderada pela Federação Internacional de Pesca Desportiva como de interesse dos pescadores e dos que amam a uma das melhores pistas naturais de pesca desportiva da Europa, palco de diversas competições nacionais e internacionais.

Reconhecendo que a pesca é uma das “principais apostas” do concelho para atrair pessoas e promover o desenvolvi-mento das actividades económicas, Luís Simão diz não ser “por acaso” que o even-to, organizado pelo nono ano consecuti-vo, tem vindo a crescer.

“Somos um concelho com tradições de pesca, atravessado pelo Raia que é o nosso mini-Alqueva, às vezes com mais água de Verão do que no Inverno e com o nível indicado para a prática de pesca. O ideal para atrair pessoas”.

“A partir do momento em que se fi-zeram as pistas de pesca, o concelho de Mora começou a ser muito procurado para a prática da pesca. Tendo os pesca-dores e o rio fazia todo o sentido organi-zar uma feira que dissesse alguma coisa às pessoas do concelho e a quem nos visita”. Assim surgiu a MoraPesca. Com a certeza de que “não vale a pena criar feiras temáticas desligadas das tradições no concelho”.

Também não é por acaso que se ergue naquele concelho o primeiro Fluviá-rio da Europa, que recria em diferentes aquários as espécies dos rios portugue-ses.

Pista com provas marcadas

A pista internacional de pesca de Mora, em Cabeção, conta já com 33 provas de âmbito nacional e regional agendadas para este ano. “Está quase esgotada a ca-pacidade de marcação, com provas todos

os fins-de-semana”, acrescenta Luís Si-mão.

Na véspera da abertura do maior cer-tame do sector – MoraPesca – a pista de Cabeção retoma os velhos tempos indo receber oito provas do campeonato na-cional, seis do Concurso Nacional, 12 provas para o Regional (1º e 2ª Divisão), duas provas da Taça de Portugal e cinco

“Somos um concelho com tradições de pesca, atravessado pelo Raia que é o nosso mini-Alqueva, às vezes com mais água de Verão do que no Inver-no e com o nível indicado para a prática de pesca”.

provas de clubes, como a do Sport Lisboa e Benfica.

O espelho de água de Cabeção recebe assim, em 2011, 33 provas de pesca fede-radas, à média de quatro por mês.

“Este volume de provas revela a im-portância desta pista de pesca bem como o interesse cada vez mais marcado pelo concelho de Mora para a prática deste desporto”, refere o autarca. Para além dos pescadores há um volume acrescido de visitantes ao concelho, nomeadamente por cada pescador vem em média 1 a 2 acompanhantes pelo que, à semelhan-ça de outros anos, estas provas trazem ao concelho cerca de 6500 visitantes por ano.

Além das actividades piscatórias, a Feira inclui a oportunidade para apre-ciar a gastronomia e o artesanato locais.

Além dos novos artigos de pesca desportiva, a iniciativa inclui a realização de demonstrações e de concursos de pesca desportiva. O certame transforma Mora na capital da pesca.

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Actual

Além dos novos artigos de pesca desportiva, a iniciativa inclui a realização de demonstrações e de concursos de pesca desportiva. O certame transforma Mora na capital da pesca.

Da pesca e não sóAchigã grelhado com molho de coentros. O prato integra a ementa do restaurante Afonso, em Mora. concelho onde as tra-dições gastronómicas incluem variados pratos confeccionados com recurso ao peixe do rio. É o caso, por exemplo, da cal-deirada, onde não falta hortelã da ribeira e orégãos.

Visitar Mora é também passar pelo Fluviário, junto ao Parque Ecológico do Gameiro. Inaugurado a 21 de Março de 2007, o Fluviário foi o primeiro aquário de água doce da Europa e tem desenvol-vido a sua actividade aliando a parte lúdica com a pedagógica e científica.

Este ano vai ser inaugurado um novo aquário para peixes gigantes e um novo

habitat das lontras.Museu do Ano em 2007, o Fluviário de

Mora já foi visitado por mais de 500 mil pessoas. É constituído por um conjunto de aquários e espaços envolventes, per-mitindo observar as diferentes espécies animais e vegetais que vivem nos rios através de uma exposição de habitats naturais, aquáticos e terrestres, num per-curso entre a nascente e a foz de um rio. Possui mais de meio milhar de peixes de 55 espécies diferentes.

No concelho há igualmente um rico património histórico e arquitectónico a descobrir, em que se destaca a anta-capela de Pavia e o Santuário de Nossa Senhora das Brotas, por exemplo.

“Sempre vou apanhando uns peixinhos”

A pesca desportiva está muito enrai-zada no concelho?

Este é um concelho com muitas tradi-ções de pesca no rio Raia, habituamo-nos a isso desde crianças. Não há pratica-mente ninguém neste concelho que não tenha ido algumas vezes à pesca e os clu-bes federados também têm conseguido alguns bons resultados a nível nacional.

O presidente também tem este ho-bby?

É verdade. É um hobby que sigo quan-do posso e até já fui pescador federado. De vez em ainda vou um bocadinho à pesca. Agora, não me é permitido ter esse privilégio pois o tempo não dá para isso. Mas sempre vou apanhando uns peixinhos.

O que é que gosta na pesca?Sobretudo a tranquilidade de estar ali

muito calmamente, desfrutar um boca-dinho do rio e dos sons da natureza.

3 perguntas a Luis Simão, presidente da Câmara Municipal de MoraD.R.

D.R.

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14 17 Fevereiro ‘11

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Redacção | Registo

A Câmara Municipal de Mora instituiu há 10 anos o Cartão Municipal do Idoso, de forma a apoiar os mais velhos e garan-tir uma vida de maior qualidade, tendo investido no documento um total de 1,39 milhões de euros em incentivos.

O Cartão Municipal do Idoso de Mora beneficia reformados e pensionistas re-sidentes no concelho há pelo menos um ano e cujas reformas não ultrapassem ac-tualmente os 350 euros mensais.

Em 10 anos, 1901 idosos beneficiam dos apoios e vantagens inerentes ao cartão, nomeadamente acesso grátis à oficina do-miciliária, um serviço de reparações da edilidade que procede a pequenos arran-jos domésticos nas áreas da electricidade, águas e esgoto, e ainda pequenas obras de construção civil.

“Foram efectuados 643 serviços desde a

implementação do projecto”, diz fonte da autarquia.

Com este serviço domiciliário, a edili-dade alargou as vantagens do Cartão do Idoso, depois das inovações introduzidas ao nível da saúde e do combate à solidão, e na continuação do projecto “Recuperação de Casas Degradadas”.

No ano passado este serviço substituiu, por exemplo, as condutas de gás de 122 domicílios, e a edilidade apoiou na aqui-sição de medicamentos com 80 mil euros.

O titular do Cartão do Idoso tem ainda descontos de 50 por cento em todas as ta-xas e licenças camarárias; comparticipa-ção em igual percentagem na parte que cabe ao utente na aquisição de medica-mentos (comparticipados pelo Serviço Nacional de Saúde); e comparticipação também em 50 por cento na aquisição de bilhetes de cinema e entradas nos cam-pos de futebol do concelho.

Mora apoia idosos em 1,4 milhões

Apoio social

14 17 Fevereiro ‘11

Economia & Negócios

Redacção | Registo

Apesar da actual conjuntura económica, a segunda fase da expansão do Parque Industrial e Tecnológico de Évora (PITE), gerido pelo Departamento de Desenvol-vimento Económico do município, “de-corre dentro de uma total normalidade, comprovando-se, assim, o dinamismo do tecido empresarial da região”, anunciou a autarquia em comunicado.

Nos 22 hectares disponibilizados pela Câmara Municipal de Évora na segunda fase da expansão do PITE, num total de 153 lotes, 136 já foram atribuídos a 58 em-presas, salientando-se o facto de 44 já te-rem o projecto de licenciamento de obras aprovado.

Destas obras aprovadas resulta que 25 já iniciaram os trabalhos, seis estão prestes a iniciar a construção das suas instalações e nove concluíram as obras e encontram-se já a funcionar neste local,

que “reúne excelentes condições para al-bergar industria, oficinas, armazéns, ser-viços e comércios”.

Segundos os dados disponibilizados pelas empresas, e citados no comunicado do município, no momento da candidatu-ra aos lotes, quando estiverem em pleno funcionamento, deverão criar mais 197 (novos) postos de trabalho, a que se jun-tam os actuais 371.

Para além da criação de emprego, o processo de instalação destas novas uni-dades contribui decisivamente para a sustentabilidade das empresas de cons-trução civil do concelho, que por força do dinamismo destes empresários e do po-der de captação da edilidade, conseguem, apesar da situação global, manter-se em plena actividade.

Nesta fase, a Câmara Municipal de Évo-ra atribuiu 41 lotes para indústria, 76 para oficinas e armazéns e pequenas indús-trias e 19 para serviços e comércio.

Évora atribui novos lotesParque indusrial

D.R.

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Economia & Negócios

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é com elevada satisfação que a Delegação regional de évora da DECO – Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor comemorou os 15 anos de existência na região Alentejo. é neste sentido, que com grande empenho e dedicação abraçamos o vasto território nacional que a Delegação de évora da DECO tem a seu cargo, através de 12 protocolos celebrados com diversas autarquias, sendo elas évora, Portalegre, Grândola, Alcácer do Sal, Alandroal, San-tiago do Cacém, Sines, Ponte Sor, Odemira, Elvas, Estremoz e Portel, tendo como principal objectivo o apoio aos consumidores, através de um atendimento presencial de proximidade.A nossa área de intervenção abrange quatro distritos, évora, Setúbal (concelhos do litoral Alentejano), beja e Portalegre, perfazendo um total de mais de 500.000 habitantes.Para além do apoio prestado pela DECO aos seus associados, todos os consumidores podem recorrer aos nossos serviços para ver esclareci-das as suas dúvidas ou eventuais conflitos de consumo. No final do ano de 2010 só no distrito de évora o número de associados chega aos 6.000, sendo que por todo o Alentejo somos mais de 50 000 os Consumidores que depositam em nós elevada estima e confiança para a resolução extra-judicial de conflitos de consumo. O numero de pedidos de informação é crescente, em 2010 foram cerca de 1.100 na zona de intervenção da delegação, significado de que, somos cada vez mais consumidores atentos e informados para as ques-tões relacionadas com a compra de bens e a prestação de serviços, e em que pretendemos ser e estar esclarecidos para uma melhor protec-ção dos nossos interesses.

No seguimento destes pedidos de informação, bem como dos proces-sos de mediação iniciados por todas as Delegações e Sede, apraz-nos dizer que no Top das entidades mais reclamadas temos em primeiro plano as Empresas de Telecomunicações, seguidas por diferentes insti-tuições bancárias.Para além do Gabinete de Apoio ao Consumidor, temos também em funcionamento o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, que teve a sua origem no ano de 2000, e que tem tido uma procura crescente, atendendo à conjectura económica actual do nosso país, no sentido da renegociação/reestruturação dos vários créditos que as famílias têm a seu cargo.Como tal endereçamos desde já a todos os nossos leitores, o convite para o Seminário que no âmbito das nossas Comemorações se realizará no dia 11 de fevereiro de 2011, pelas 11.00 horas, no Auditório do fó-rum da fundação Eugénio de Almeida, intitulado A Defesa do Consumi-dor e a Crise Económica e Social, podendo nesta ocasião ver debatidos temas como a Defesa dos Direitos dos Consumidores e o Sobreendivi-damento em Portugal, contando a presença de Natália Nunes, respon-sável pelos Gabinetes de Apoio ao Sobreendividado da DECO.Agradecemos desde já toda a confiança depositada ao longo deste percurso, naquela que é a mais antiga Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

O nosso Muito Obrigado.

A Delegação Regional de Évora.

DECO – 15 Anos no Alentejo

Redacção | Registo

Estão em curso 8 projectos de investimento no concelho de Reguengos de Monsaraz, in-cluindo obras como o Parque Alqueva (ver entrevista de Jor-ge Ponce Leão nesta edição do Registo), a expansão da Coope-rativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (5 milhões de euros) e o plano de investimento na Herdade do Esporão (linha de armazenamento automatizada e expansão da área de armaze-nagem).

Segundo apurou o Registo, está também previsto o arran-que a curto prazo da construção de uma clínica médica (investi-mento superior a 4 milhões de euros com protocolos com o Sis-tema Nacional de Saúde), cujos projectos de especialidade já fo-ram aprovados.

Uma clínica veterinária (com lote industrial adquirido), a nova central de betão da Ibera e uma nova central de massas betuminosas, já em actividade, são outros dos projectos de in-vestimento em curso, tal como “Reguengos Sustentável”, com

financiamento comunitário já contratualizado para a constru-ção de uma unidade industrial vocacionada para o tratamento de lamas.

“Estamos fortemente convic-tos que estes projectos vão ser concretizados embora o ritmo de concretização dos mesmos possa ser um pouco menos ace-lerado do que estava inicial-mente previsto pelos respecti-vos promotores”, diz ao Registo o presidente da Câmara Munici-pal de Reguengos de Monsaraz, José Calixto.

“Para nós, todos os investido-res são importantes e tratados com a máxima atenção. Temos lotes industriais para venda e tentamos sempre ajudar todos os agentes económicos que se pretendam instalar ou expan-dir no concelho”.

Segundo o autarca, a captação de investimentos privados visa ainda outro objectivo: “reduzir os riscos inerentes a excessivas dependências de um reduzido número de agentes económi-cos”.

“São investimentos que irão ajudar ao desenvolvimento sus-

Reguengos atrai novos investimentos para ganhar população

Desenvolvimento

José Calixto, presidente da Câmara de Reguengos de Monsaraz

tentável do concelho. Sabemos o que queremos para a nossa cidade e para o nosso con-celho. Temos uma ideia clara sobre quais as cen-tralidades que queremos construir neste território e lutamos muito por a im-plementar”, acrescenta.

Recordando que Re-guengos de Monsaraz é um dos poucos municí-pios em todo o Alentejo onde a população não tem decrescido, embora a taxa de crescimento seja muito baixa, José Calixto está con-victo que a captação de novos investimentos e a consequen-te criação de postos de traba-lho poderá ser uma “forte ajuda para a deslocação de novas famílias, até porque a c t u a l m e n -te existe u m a s i g n i -f i c a -t i v a e di-v e r -s i f i -

cada oferta de habitação”. À autarquia já chegaram ou-

tras intenções de investimen-to em fases mais atrasadas de concretização.

“Desde logo, os restantes projectos de empreendimen-tos turísticos, com planos de pormenor já em plena vigên-cia, projectos de restauração, enoturismo e investimentos privados no sector do aloja-mento sénior/geriátricos”, re-fere José Calixto.

“Tenho a convicção que sim, embora para níveis de formação mais elevados haja necessidade de intensificar a

formação profissional adequada”.

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16 17 Fevereiro ‘11

Cultura

Centro Dramático de Évora estreia ”Falar Verdade a Mentir“

Teatro

Redacção | Registo

Duarte é um jovem peralvilho, mentiroso compulsivo, apai-xonado de Amália e esta dele. Amália é filha do senhor Brás Ferreira, um comerciante rico do Porto que vai a Lisboa para casar a menina. Mas se Brás Ferreira apanhar o Duarte numa menti-ra, lá se vai o casamento.

É esta a base do enredo de “Fa-lar Verdade a Mentir”, um clássi-co de Almeida Garrett de leitura obrigatória no ensino secundá-rio e que o Centro Dramático de Évora estreia esta noite do Teatro Garcia de Resende. A encenação é de Victor Zambujo. Cenogra-fia e figurinos de Leonor Serpa Branco. Música de Paulo Pires.

Com a particularidade de Le-onor Serpa Branco e Paulo Pires serem professores em Évora (ela na Escola André de Resende, ele na Conde de Vilalva), o que permite levar para o teatro uma “sensibilidade mais próxima das escolas”. Como adiante se verá.

“Parecendo um texto menor, não sendo uma das peças de referência de Garrett, é uma comédia muito divertida e ac-tual onde está presente a crítica social, o pôr a ridículo certos fi-gurões. No texto há passagens em que crítica à administração, como ela era na altura, continua idêntica”, diz Victor Zambujo. “Com um pouquito de saber fa-zer, com uns amigos seguros no Tesouro, pode andar-se muito caminho em pouco tempo. Hão-de gritar, hão-de gritar mas dei-xá-los gritar”. Passados 150 anos,

o tema é actual pois com alguns “boys” e uma cunha certeira o assunto acaba por se resolver. “É um certo espírito português”, diz o encenador.

A Duarte, Amália e ao comer-ciante do Porto, Almeida Garrett junta em “Falar Verdade a Men-tir” outras personagens como Joaquina, criada de Amália (es-perta, ladina e casamenteira) comprometida com o imaginati-vo criado do general Lemos, José Félix. Os dois tratarão de tornar verdade, perante Brás Ferreira, as mentiras que Duarte inventa.

“O próprio Duarte fica perple-xo quando vê as suas mentiras materializarem-se”.

Não que ele seja, propriamen-te, um mentiroso compulsivo. É mais o tipo de pessoa que gosta de “embelezar” a realidade, dan-do-lhe bastante mais graça: “To-dos fomos assim em miúdos”. “É curioso como os clássicos se tor-nam tão actuais ao falarem de temas universais, da relação en-tre as pessoas, da vida. Por isso eles se tornam clássicos e imor-tais”, assinala Victor Zambujo.

Trata-se de uma comédia num acto único de 17 cenas, nas quais

Almeida Garrett põe a ridícu-lo a sociedade bur-

guesa no

Portugal do século XIX. “É uma peça com um lado muito forte de crítica ao que está na moda, ao exagero do dandismo, do amaneirado que o próprio Gar-rett tinha bastante. Ele era uma personagem quase ridícula na sua forma de vestir e no cuidado que tinha com o corpo. Assumia a sua personagem”.

Não é a primeira vez que o Centro Dramático de Évora leva à cena “Falar Verdade a Men-tir”. Fê-lo em 1981, pela mão de Mário Barradas que, na altura, transpôs a peça para os anos 50 num cenário de “Arte Nova” as-sinado por Manuel Dias. Desta vez, a aposta vai para uma liga-ção “mais próxima” ao texto ori-ginal.

“Como pensámos neste traba-lho dirigido às escolas virámo-nos para uma perspectiva quase didáctica”, revela o encenador, acrescentando que parte do equipamento que existia no Te-atro Garcia de Resende aquando da sua inauguração voltará a ser utilizado.

“Usamos pernas [pano solto desde cima da boca de cena até o chão para demarcar lateral-mente o espaço] e bambolinas [faixa de pano, normalmente preta, que se une aos bastido-res ou pernas para completar o contorno do espaço cénico] que equipavam o teatro no século XIX. O resto do cenário é de uma modernidade muito interessan-te, muito despojado e muito ob-jectivo para servir aquele texto”, diz Victor Zambujo.

Aposta nas escolas

Pensada para as escolas – sem esquecer o público habitual do Cendrev – a peça é acompanha-da de um caderno de exploração pedagógica onde os alunos são confrontados com algumas pas-sagens do texto e desafiados a fa-zer a sua própria interpretação. “A intervenção nas escolas tem de ser muito cuidado, não pode ser menorizada por se destinar aos miúdos. Penso precisamente o contrário. Tem de ser uma coisa bem estrutura e muito bem pen-sada porque se não o teatro em vez de ganhar público acaba por o perder”, sublinha o encenador.

“Iremos ao encontro de todas as turmas que vierem ver o es-pectáculo. Não lhe iremos falar muito do texto mas da história do teatro, de forma genérica. Além disso, podem trazer para o espectáculo o caderno peda-gógico e fazer a sua apreciação crítica”.

Interpretação: Álvaro Corte Real, Ana Meira, Jorge Baião, José Russo, Maria Marrafa, Rui Nuno

Estreia: 17 de FevereiroTeatro Garcia de Resende

Victor Zambujo encena clássico de Almeida Garrett: “É uma comédia muito actual onde está presente a crítica social”.

Luis Pardal | Registo

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Cultura

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Redacção | Registo

A Fundação Eugénio de Almei-da inaugura amanhã a exposi-ção “Duchamp: A Arte de Negar a Arte”, uma mostra composta por litografias, objectos, agua-fortes e readymades do pintor e escultor francês Marcel Du-champ.

Tido como um dos precur-sores da arte conceptual e um dos principais impulsionadores do movimento do Dadaísmo, corrente artística iniciada em 1916 que rompe com as formas de arte tradicionais e defende a espontaneidade e o absurdo, Duchamp é considerado um dos artistas mais influentes da história de Arte Moderna.

Os readymades, objectos de uso corrente retirados do seu contexto, assinados e transfor-mados em obra de arte - como é o caso da Fonte (Urinol), uma das suas obras mais famosa e irónica – tornaram-se o elemen-to de destaque da produção de Duchamp.

A exposição, patente no Fó-rum Eugénio de Almeida até 12 de Junho de 2011, divide-se em

dois temas: o Pensamento e o Método. O primeiro exprime-se numa série de trabalhos orgâni-cos e não convencionais, liga-dos à palavra como formulação do pensamento: o desenho, as serigrafias e as gravuras a água-forte. Aqui encontram-se obras como “Erratum Musical, 1913”, Possible” de 1913 ou a célebre edição da “La Mariée mise à nu par ses célibataires même” (La boite verte) de 1934.

Mais iconoplasta e tridimen-sional, a segunda parte da expo-sição representa o Método como filosofia do quotidiano, apre-sentando os readymades no percurso de Marcel Duchamp como é o caso do Porta Garrafas (Bottle Dryer), o Urinol (Foun-tain) ou a Porta (Porte).

Efémera, mas eficaz, a arte da-daísta preparou o terreno para movimentos vanguardistas tão importantes como o Surrealis-mo e a Pop Art.

A exposição “Duchamp: A Arte de Negar a Arte”, é compos-ta por cerca de 60 obras entre litografias, objectos, água-forte e readymades, onde poderão ser apreciadas algumas das mais

famosas peças do artista como é o caso do urinol, a porta ou a forquilha

Duchamp começou sua car-reira como artista criando pin-turas de inspiração impressio-nista, expressionista e cubista. Dessa fase, destaca-se o quadro “Nu descendo a escada”, que apresenta uma sobreposição de figuras de aspecto vagamente humano numa linha descen-dente, da esquerda para a di-reita, sugerindo a ideia de um movimento contínuo. O quadro foi mal recebido pelos partidá-rios do Cubismo, que o julgaram profundamente irónico para com a proposta artística por eles pretendida.

Desta fase datam ainda os quadros “Rei e rainha rodeados por rápidos nus”, que sugere um rápido movimento através de duas figuras humanas, e “A noi-va”, que apresenta formas geo-métricas bastante delineadas e sobrepostas insinuando uma figura de proporções humanas.

A sua carreira como pintor prolongou-se por mais alguns anos, tendo resultado em qua-dros de inegável valor para a

FEA expõe obrasde Marcel Duchamp

“A Arte de Negar a Arte”

formação da pintura abstracta. É, no entanto, como escultor que Duchamp vai atingir gran-de fama. Tendo-se mudado para Nova Iork e deixado a Europa numa espécie de estagnação criativa, Duchamp encontra na América um solo fértil para sua

arte dadaísta. Decorrente dessa fase, e em virtude de seus estu-dos sobre perspectiva e movi-mento, nasce o projecto para a obra mais complexa do artista: “A noiva despida pelos seus ce-libatários mesmo (ou o Grande Vidro)”.

Retrato de Marcel Duchamp com o Rotary Glass Plate em movimento, 1920.

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18 17 Fevereiro ‘11

Cultura

O nascimento do Centro Cultural de Évora foi um momento “muito gratificante“

Leandro Vale, actor, encenador e dramaturgo.

Luís Maneta | Registo

Pouca gente do teatro se pode orgulhar de um currículo como o de Leandro Vale, 71 anos de idade, 55 de carreira. Formou-se em teatro no Conservatório de Lisboa, enfrentando a vontade da família. Nos anos de “brasa” do 25 de Abril ajuda a fundar o Centro Cultural de Évora (actual Centro Dramático de Évora), ao lado de outros Homens do teatro como Mário Barradas. Encenou peças nos bairros. E prosseguiu a tarefa a que dedicou toda a sua vida: promover o teatro fora dos grandes centros urbanos.

Activista político, vive intensa-mente a sua paixão por Cuba, país onde regressa desde há mais de 40 anos: “Será Havana que me vai receber os ossos”. Foi um dos 6 portugueses convidados para estar presente nas comemora-ções dos 80 anos de Fidel Castro. Dessa experiência surgiu um li-vro:” 8 dias nos 80 de Fidel”.

De novo em Évora, onde até dia 8 de Março lecciona um cur-so de teatro para educadores e auxiliares de infância a convite da Cáritas, reencontra-se com as memórias da cidade e prepara o lançamento de um livro com 10 das suas muitas peças de teatro.

Tens escritas quantas peças de teatro?

Tenho neste momento 144 pe-ças escritas, das quais tenho pu-blicadas cerca de 20. Com o vo-lume que a Seara das Letras vai editar com o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores serão pu-blicadas mais 10 peças.

Com tantas outras já escritas, tens quase uma arca como a do Fernando Pessoa!

Não… é curioso porque des-sas 144 peças que tenho escritas pelo menos 100 já foram repre-sentadas. Fico muito satisfeito com isso.

O que fará de ti, provavel-mente, o dramaturgo portu-guês mais representado.

Presumo que sim. Não quero ter a veleidade de dizer uma coi-sa dessas mas prezo-me de dizer que sou o único autor português representado em países como a Suíça ou Cuba e não só como au-tor mas também como encena-dor desses textos.

Já vamos a Cuba. Pergunto-te agora se existe algum tema comum aos textos que integram o novo livro?

A SPA deixou-me completa-mente à-vontade para seleccio-

nar os textos. Alguns são recen-tes, outros nem tanto como isso. Há por aqui várias temáticas, incluindo três que escrevi para crianças. Nesses 10 textos tenho três que ainda não foram repre-sentados. Um deles, que se cha-ma “Dom Quixote ainda existe” anda-me encravado na gargan-ta por ainda não ter sido possí-vel representá-lo. É o trajecto de Dom Quixote desde o seu nasci-mento até aos dias de hoje, per-curso que acaba num cataclismo atómico. Acaba não porque per-sonagens como o Dom Quixote e o Sancho Pança vão sempre existir.

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Cultura

O nascimento do Centro Cultural de Évora foi um momento “muito gratificante“

Com Cuba no coração

Quando falas de Cuba brilham-te os olhos. Como é que vês a situação actu-al do país onde regressas sempre?

Conheço Cuba há muitos e muitos anos. Conheço-a ainda antes de os “barbudos” terem tomado o poder. No primeiro ano da revolução cubana fui “funcionário” – coloca a palavra funcionário entre aspas – da Embaixada de Cuba em Lisboa.

E como está Cuba neste momento de transição?

As pessoas falam como se o Fidel fosse Cuba. Tenho uma grande admiração por ele mas isso não é verdade.

Muito de Cuba é Fidel mas o país não acaba com Fi-del?

Não, não. Fidel Castro é um dos motores da revolução cubana mas há outros, como Dórticos, que foi um dos grandes chefes da diplomacia cubana. O Raul saltou para a berlinda porque substituiu o irmão. Mas há outros nomes como o Guevara. Muitos ou-tros nomes.

E como português, como vives o facto de Portugal ter aderido a um embargo económico a Cuba?

O embargo a Cuba é a coisa mais miserável que se faz no mundo. O povo cubano, mes-mo que houvesse divergên-cias ideológicas, não pode ser culpado de nada. O embargo é uma questão de pura e sim-ples vingança porque Cuba não se submeteu à “pata” dos Estados Unidos. Há falta de tudo em Cuba devido ao blo-queio. Mas é curioso: o povo acaba por resolver os proble-mas. Não há fome em Cuba. Tudo o que os senhores que vão até Miami fazer reporta-gens possam dizer não é ver-dade.

Vais voltar a Cuba dentro em breve?

Ainda este ano, por projec-tos profissionais. Vim de lá há cerca de três meses, mon-tei um espectáculo que virá a Portugal, estive presente como representante do país na festa da cultura da Casa Iberoamericana e num coló-quio para a “Libertação dos 5”. Vou voltar em Setembro. Deixa-me dizer que toda a gente estava convencida que o senhor Obama iria aliviar o bloqueio a Cuba e isso não aconteceu. Antes pelo contrá-rio, ainda asfixiou mais.

Para mim é inexplicável.É para toda a gente. Até

para os grandes interesses económicos dos Estados Uni-dos que não podem investir em Cuba. Os cubanos vêem Obama como traidor de pele.

ter um apontamento diário no Rádio Clube Português. Come-cei o programa “As Palavras e as Coisas” há 42 anos e continuo a mantê-lo, agora numa rádio regional em Bragança. É o mais antigo programa diário existen-te na rádio portuguesa. Faz parte de mim próprio.

Não havia tempo para escre-ver para teatro?

Não porque além do meu tra-balho como actor e encenador do Centro Cultural de Évora ti-nha outras responsabilidades. Era o correspondente nacional da RTP e da Emissora Nacional nesta região.

Um período agitado, está vis-to. E divertido?

Muito divertido. Tenho mui-to boas memórias. Havia uma equipa bastante coesa que tenta-va levar a bom fim as propostas que tínhamos em cima da mesa. Nessa altura discutiam-se as coi-sas.

Fazer uma companhia pro-fissional em Évora, nessa altura, era uma ideia quase lunática?

Foi a pioneira da descentrali-zação do teatro em Portugal. O meu querido e saudoso Mário Barradas soube rodear-se das pessoas certas.

Como era a cidade nessa al-tura?

Já conhecia Évora. A primeira vez que aqui vim foi em 1958 du-rante a candidatura de Humber-to Delgado [à Presidência da Re-pública]. Fiz parte da equipa que veio distribuir as listas eleitorais à Beira Baixa, Alentejo e Algar-ve. Era um puto nessa altura. Viemos numa carrinha Fiat 600 e aqui em Évora lembro-me de as ter entregado atrás da Sé ao con-tacto que tínhamos, um padre já falecido.

Surge depois 1975. É consti-tuído o Centro Cultural de Évora. E vens então morar na cidade.

O Mário [Barradas] chamou-me e eu respondi à chamada. Lembro-me das boas sopinhas de cação, das coxinhas de rã pas-sadas por ovos, à parte do traba-lho que era muito e exaustivo. Não havia mordomias. Fazía-mos espectáculos nas aldeias em cima da camioneta onde eram levados os cenários.

Uma descentralização de uma companhia já descen-tralizada?

Exactamente. Foi uma épo-ca gratificante para o teatro em Portugal. Ao longo de cinco anos fiz 14 espectáculos como actor e um como encenador, um texto de José Régio chamado “Mário eu próprio – o outro” [sobre os últimos momentos da vida de Mário de Sá Carneiro, num hotel em Paris], estreado em Setembro de 1977. Fizemos bons trabalhos. Um que fiz com o Luís Varela,

“Não havia mordomias. Fazíamos espectáculos nas aldeias em cima da camioneta onde eram levados os cenários.”

por exemplo, agradou-me imen-so – “O Pó da Inteligência” [1977]. Também o “15 Rolos de Moedas de Prata” [Março de 1979), de Günther Weisenborn com ence-nação do Mário Barradas. Foram trabalhos muito gratificantes. Ainda há dois anos o Mário Bar-radas me dizia que queria repor “O Velho da Horta” [peça de Gil Vicente estreada em Julho de 1978] mas que só o faria se fosse comigo.

Nessa altura não se fazia tea-tro por dinheiro.

Não, não. E a prova é que es-tivemos seis meses sem receber. Valeu-nos a boa colaboração de algumas tasquinhas cá da terra, como a do Jacinto.

Tasquinhas que já não en-contraste neste regresso a Évora.

Não, já não. A cidade está mui-to diferente. Sabes que naque-la altura Évora era uma cidade fechada e vivíamos dentro das muralhas, havia circuitos e ha-via clãs. Nós tínhamos de nos contentar com isso.

O teu clã ainda lá está, agora Cendrev. Acompanhas o tra-balho deles com regularida-de?

Sim. É bom que acha uma cer-ta continuidade no trabalho que iniciámos no Centro Cultural de Évora. É a prova de que aquilo que fizemos foi bom. Nessa altu-ra havia um desenvolvimento de trabalho teatral a nível ama-dor que era completamente dife-rente do que existe hoje. Eu era o responsável pelo teatro ama-dor no Centro Cultural de Évo-ra. Quando sai daqui [para Vila Real) tinha registado a existên-cia de 52 grupos a funcionar em todo o distrito. Isso perdeu-me tudo.

E perdeu-se porquê?Porque se perderam duas es-

truturas importantes: o FAOJ e o INATEL que dava um bom apoio ao teatro amador.

Então, pelo que dizes, não foram as pessoas que se des-ligaram do teatro amador. Foi um divórcio das institui-ções?

Foi a falta de apoios.

Queres lembrar alguns des-ses actores do teatro amador que trabalharam contigo nessa época?

Olha, por exemplo, a Gracie-te – uma actriz muito talento. O Américo. O José Russo. Aliás, quase todo o elenco que está neste momento no Cendrev pertencia nessa altura a dois grupos fantásticos que havia na cidade: um deles era a Plebe (de onde saiu o José Russo e a Isabel Bilou) e outro, criado por meu aperto, chamado Germen (que deu nomes como a Ana Meira e o Rui Pisco).

Porque é que acabou essa passagem por Évora?

Tinha de acabar. Eu sou um pouco vagabundo, não gosto de estar muito tempo no mesmo sí-tio.

<Leandro Vale já escreveu 144 peças de teatro. Mais de uma centena foram representadas. Actualmente encena “Do lado

de lá, derás da porta”, com estreia marcada para 19 de

Abril na SPA.>

144NÚMERO

“Havia uma equipa bastante coesa que tentava levar a bom fim as propostas que tínhamos em cima da mesa. Nessa altura discutiam-se as coisas.”

Fotografia | Luis Pardal

Algum destes textos foi es-crito durante a tua passagem por Évora?

Por acaso não. É curioso que me faças essa pergunta pois du-rante todo o tempo em que esti-ve aqui por Évora, entre 1975 e 1980, escrevi muito pouco, ape-nas três ou quatro textos teatrais.

Era uma altura pouco dada a escritas. A vida estava a cor-rer de forma intensa?

Não havia muito tempo para a gente escrever. Apesar de con-tinuar a manter uma activida-de de escrita regular mas não a nível teatral pois continuava a

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20 17 Fevereiro ‘11

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Uma questão de saber

PortalegreJAzz fest 201118 A 26 DE fEVErEirOLocal: Centro de Artes do éspecta-culobernardo Sassetti Trio, mikado Lab, mostly Other People do the Killing, AJm Collective, Daniel Levin Quar-tet, HNH Trio, JO-nas Kullhammar Quartet, Sei mi-guel Quarteto, São nomes presentes na 9ª edição do Ja-zzfest 2011

PortalegreNOite De fADOs19 DE fEVErEirO | 21h00Local: AlagoaO Orfeão de Portalegre é respónsa-vel pela Noite de fados na Alagoa

bejaBeRNARDO sAssetti tRiO19 DE fEVErEirO | 21h30Local: AlagoaUm dos mais duradouros agrupa-mentos de jazz português, está de regresso com um novo disco de ori-ginais, intitulado “motion”.

Castro VerdeDAviD fONsecA A sOlO19 DE fEVErEirO | 21h30Local: Cineteatro municipalinspirado pela canção “U Know Who i Am”, David fonseca apresen-ta-se a solo no Cineteatro de Castro Verde.

MÚsicAteAtROPortalegreexpOsiçãO De piNtuRA De sANtOs sá e eDite sá

3 de Janeiro a 28 de fevereiro Local: Galeria Tempo Sem fimA Galeria Tempo Sem fim acolhe uma exposição colectiva da auto-ria de Santos Sá e Edite Sá

évoracOlecçãO fOtOgRáficA DA sOcieDADe hARMONiA eBO-ReNse6 de Janeiro a 9 de março Local: museuA Sociedade H a r m o n i a E b o r e n s e expõe um espólio foto-gráfico data-do a partir dos finais do século XiX

PortalegregARRAfAs - peçA DO Mês1 a 28 de fevereiro Local: recepção do Colégio de S.SebastiãoGarrafas de cerâmica do século XVii à mostra no Colégio de S. Sebastião

expOsiçãOmarvãoMARvãO “ BOM gOstO”QuiNzeNA gAstRONóMicA“cOMiDAs De Azeite19 de fevereiro a 8 de março Local: restaurantes aderentesPratos confeccionados à base de azeite preenchem a ementa da Quinzena Gastronómica “Comidas de Azeite”

gAstRONOMiAmarvão“ANtOlOgiAs”1 a 29 de fevereiro Local: Casa da CulturaExposição de António madeira Santos com desenho a grafite, aguarela, tinta da China, pastel de óleo, guache, óleo e acrilico sobre diversos suportes

Avis“pONtOs De vistA”fOtOgRAfiAs De RicARDO DO cAlhAu1 de fevereiro a 6 de março Local: Auditório municipal José Carlos Ary dos SantosA preto e branco, ricardo Calhau reve-la cerca de 30 imagens diferenciadas

Arraiolos“cORReNtes Que NOs uNeM”7 a 25 de fevereiro de 2011Local: biblioteca municipalresultante de uma colaboração entre o município de Arraiolos e o Agrupamento de Escolas, nome-adamente através das suas biblio-tecas, esta exposição visa propor-cionar um olhar sobre o património que nos rodeia.

évoraDuchAMp: A ARte De NegAR A ARte18 de fevereiro a 12 de JunhoLocal: forum Eugénio de Almeidamarcel Duchamp é considerado um dos impulsionadores do Dadaísmo, movimento iniciado em 1916 que defende a ruptura com as formas de arte tradicionais, a liberdade de-senfreada do indivíduo e a espon-taneidade, dando lugar à antiarte.

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SerpapessOA - O gRANDe AuseNte18 de fevereiro | 21h30 Local: Cineteatro municipalfernando Pessoa vai subir à cena do Cinetea-tro de Serpa numa home-nagem do Trigo Limpo TEATrO ACErT

Santiago do Cacém“sceNAs DO lAR”26 de fevereiro | 21h30 Local: Auditório municipalAlda Guerreiro é homenageada, em Santiago do Cacém, no espec-táculo “Scenas do Lar”

beja“DOROteiA”26 de fevereiro | 21h30 Local: Auditório municipalA encenação de “Doroteia” pela Companhia de Teatro na Educação no baixo Alentejo, em cena no Au-ditório municipal de beja

redondo“sONhO De uMA NOite De veRãO”26 de fevereiro | 18h30 Local: Auditório municipalO grupo de teatro SOirr-JAA apre-senta uma encenação de William Shakespeare no Auditório

moraix feiRA De ARtigOs De pescA DespORtivA18,19 e 20 de fevereiro Local: Pavilhão municipal de Exposições

Apresenta as principais empresas de pesca, os agentes do sector e as mais recentes tecnologias ligadas aquele desporto, numa feira que aglutina todo o tipo de artigos de pes-ca desportiva, dos carretos às canas, dos engodos às amostras, passando pelo vestuário e outros apetrechos próprios. Do programa oficial, além de demonstrações de pesca no recin-to da feira, há um Grande Concurso de Pesca Desportiva na pista inter-nacional de cabeção, provas de ensi-no para jovens pescadores e outras competições desportivas durante o fim-de-semana do evento.

feiRA

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21

Lazer

3 5 4

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SUDOKU

Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Arcanum

Sugestão de filmeSugestão de leitura

Autores: Thomas Wheeler Autor: Lasse HallströmSinópse:

“A inteligência apresenta-da por muitos mudos ani-mais chega tão perto da inteligência humana que é um mistério. Os animais vêem e ouvem, amam, temem e sofrem. Eles se servem de seus órgãos muito mais fielmente do que muitos seres huma-nos dos seus. manifestam simpatia e ternura para com seus companheiros de sofrimento. muitos animais mostram pelos que deles cuidam uma afeição muito superior à que é manifestada por alguns membros da raça humana. Criam para com o homem apegos que se não rompem senão à cus-

Sempre ao Seu Lado

Sinópse:

Estamos em 1919 e a Grande Guerra chegou ao fim. mas nas sombras da civilização as mortes ap-enas acabam de começar. Nestes tempos perigosos, em que a linha entre ordem e caos ameaça extinguir-se, um grupo de visionários jura proteger a humani-dade. São conhecidos como Arcanum. Quando Kon-stantin Duvall, o fundador do Clube, morre de forma suspeita em Londres, cabe ao mais antigo membro, o famoso escritor Sir Arthur Conan Doyle, investigar o caso.Pois da biblioteca secreta do morto desapareceu o artefacto mais poderoso

Carta Dominante: O Louco, que significa Excentricidade.Amor: Deverá começar a pensar mais em si. Viva o presente com confiança!Saúde: O seu corpo precisa de descanso, faça o que ele lhe pede. Dinheiro: Evite ser precipitado no que toca à gestão dos seus rendimentos. Números da Sorte: 17, 23, 45, 2, 19, 40Dia mais favorável: Segunda-Feira

Carta Dominante: 4 de Ouros, que signi-fica ProjectosAmor: É provável que atravesse um perí-odo um pouco conturbado. Viva de uma forma sábia.Saúde: Não abuse da sua vitalidade e das suas energias pois poderá ficar exausto.Dinheiro: Partilhe as suas ideias com os colegas de trabalho e poderão daí advir algumas oportunidades que deve saber aproveitar.Números da Sorte: 20, 47, 6, 23, 45, 9Dia mais favorável: Segunda-Feira

Carta Dominante: 4 de Espadas, que signi-fica Inquietação, Agitação.Amor: Clima romântico e sentimental na relação afectiva.Saúde: Atravessa uma fase de nervosismo e stress. Aprenda a perdoar-se a si próprio!Dinheiro: Não arrisque em negócios que não lhe ofereçam garantias. Seja prudente.tranquiliza o meu coração.Números da Sorte: 49, 15, 39, 22, 1, 30Dia mais favorável: Sábado

Carta Dominante: Rainha de Ouros, que significa Ambição, PoderAmor: Aproveite bem todos os momen-tos a dois. É através do exercício diário da bondade que se pode tornar uma pessoa verdadeiramente realizada!Saúde: Poderá sentir alguma fadiga físi-ca.Dinheiro: Conserve todos os seus bens materiais com zelo e cuidado.Números da Sorte: 24, 17, 46, 31, 9, 11Dia mais favorável: Terça-Feira

Carta Dominante: A Estrela, que significa Protecção, Luz.Amor: Afaste-se da rotina com a pessoa amada. Opte por fazer aquela viagem há muito planeada. Que a leveza de espírito seja uma constante na sua vida!Saúde: Fase de fadiga excessiva. Descanse mais.Dinheiro: Não se esforce demasiado, pense mais em si.Números da Sorte: 21, 30, 25, 11, 5, 32Dia mais favorável: Quinta-Feira

Carta Dominante: A Temperança, que significa Equilíbrio.Amor: Faça um jantar especial e muito romântico para a sua cara-metade. Saúde: Procure não andar muito tenso. Aceite os erros dos outros e os seus.Dinheiro: Poderá ser surpreendido por uma factura que não esperava.Números da Sorte: 41, 23, 47, 36, 21, 27Dia mais favorável: Segunda-Feira

Carta Dominante: 2 de Copas, que significa Amor.Amor: Clima de grande harmonia familiar e amorosa, mas seja mais compreensivo. Saúde: Poderá sofrer de stress. Mantenha a calma. Preocupe-se com aquilo que você pensa sobre si próprio, faça uma limpeza interior.Dinheiro: Terá de controlar esse seu instinto materialista.Números da Sorte: 12, 41, 20, 36, 4, 17Dia mais favorável: Quarta-Feira

Carta Dominante: 8 de Paus, que signi-fica RapidezAmor: Se partilhar os seus problemas com alguém em quem confie verá que se senti-rá bem mais leve.Saúde: Seja paciente quando o compor-tamento dos outros não corresponder às suas expectativas. Relaxe um pouco mais. Dinheiro: Período em que terá uma boa segurança financeira.Números da Sorte: 22, 17, 36, 40, 9, 25Dia mais favorável: Quinta-Feira

Carta Dominante: A Roda da Fortuna, que significa Sorte em movimento.Amor: Não se intrometa em relações alheias pois poderá ser mal interpretado. Deite fora tudo o que o prejudica e tudo o que está a mais dentro de si.Saúde: Atravessa uma fase equilibrada nes-te campo.Dinheiro: As suas capacidades de concen-tração no trabalho poderão trazer-lhe alguns bons resultados.Números da Sorte: 12, 4, 32, 47, 19, 7Dia mais favorável: Sexta-Feira

Carta Dominante: A Torre, que significa Convicções Erradas, Colapso.Amor: Organize um jantar para juntar os seus amigos. Nunca perca a esperança nas pessoas, invista nelas!Saúde: Momento calmo e sem preocu-pações.Dinheiro: Não haverá nenhuma alteração significativa.Números da Sorte: 14, 19, 23, 46, 2, 42Dia mais favorável: Sexta-Feira

Carta Dominante: Ás de Espadas, que signi-fica Sucesso.Amor: Dê mais de si aos outros e deixe de se preocupar com as pequenas atribulações diá-rias. Que a clareza de espírito esteja sempre consigo!Saúde: Pratique exercício físico suave para relaxar.Dinheiro: Deixe os seus investimentos darem frutos.Números da Sorte: 33, 20, 4, 36, 19, 1Dia mais favorável: Domingo

Carta Dominante: O Eremita, que signi-fica Procura, Solidão.Amor: Deixe de lado as mágoas e perdoe o seu próximo. Só erra quem está a aprender a fazer as coisas da maneira certa!Saúde: Tendência para problemas de memória.Dinheiro: Continue a saber gerir bem o seu dinheiro para não deixar o barco afundar-se.Números da Sorte: 20, 13, 4, 26, 7, 10Dia mais favorável: Sábado

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ta de grandes sofrimentos de sua parte”O filme conta a história de Hachiko (um cão da raça akita) e seu dono, o pro-fessor de música Parker Wilson (richard Gere). Todos os dias Hachiko acompanhava o dono até a estação de trem e estava lá, no fim da tarde, para recebê-lo. A produção é baseada em fatos reais.

do mundo: o Livro de Enoque. Este é um crime que ameaça ser muito mais do que uma guerra entre seitas ou nações, mas sim a derradeira batalha entre o Céu e o inferno. Arcanum é um thriller brilhante e original sobre o religioso e o sobrenatural. repleto de drama, suspense e algumas das personagens mais marcantes da história.

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23

Eventos

Redacção | Registo

Listas há muitas. Esta é a ela-borada pela Revista de Vinhos, a mais prestigiada publicação portuguesa do sector. Dos 5 vi-nhos seleccionados, todos tin-tos, três são do distrito de Évora. Esporão Private Selection (Her-dade do Esporão), Scala Coeli (Fundação Eugénio de Almei-da) e Solar dos Lobos Grande Es-colha (Grupo Solar dos Lobos). Os outros, foram produzidos na Malhadinha Nova (Beja) e no Mouchão, próximo da Casa Branca, Sousel.

Se Esporão, Fundação Eugé-nio e Almeida e Mouchão cons-tituem marcas tradicionalmen-te referenciadas quando se trata de vinhos alentejanos “de topo”, já o Solar dos Lobos e a Malha-dinha Nova resultam de apos-tas empresariais mais recentes, embora já cimentadas e pres-tigiadas com diversos prémios nacionais e internacionais. A tí-tulo de exemplo refira-se o Solar dos Lobos, ainda muito recente-mente distinguido pela Confra-ria dos Enófilos do Alentejo.

Os chamados “óscares” do vinho atribuídos anualmente pela revista foram entregues na

Produzido na adega de lagares especialmente concebida para pequenos volumes, o Private Selection Tinto 2007 foi vinifica-do com maceração prolongada, a partir das castas nobres do Alentejo, maioritariamente Ali-

É um vinho regional alentejano produzido a partir das castas Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet, Syrah e Touriga Nacional. Envelheceu durante 26 meses em barricas novas de carvalho francês. O aroma

Mais um grande Mouchão produzido pela família Rey-nolds (cuja ligação aos vinhos portugueses remonta a 1825) na herdade próxima de Casa Branca. Um vinho cheio de fruto e doçura, notas balsâ-

O Scala Coeli deve o seu nome ao Convento de Santa Maria Scala Coeli, normalmente conhecido por Convento da Cartuxa, local onde os mon-ges cartuxos permanecem em silêncio e oração. Resulta

Vinho produzido pelo grupo Lobo da Silveira com as castas Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Syrah e Aragonês. Foi também considerado o melhor vinho tinto de 2008 pela Confraria dos Enófilos

Esporão Private Selection, tinto 2007

Mouchão Tonel 3-4 tinto 2005

Marias da Malhadinha tinto 2007

Scala Coeli tinto 2008

Solar dos Lobos grande Escolha tinto 2008

das melhores vinificações de cada ano de castas menos tradicionais ao Alente-jo. Em 2008 resultou da vinificação da casta Alicante Bouschet, vin-dimada a 5 de Setembro, ten-do estagiado 16 meses em barricas novas de carvalho francês.

do Alentejo. Produzido com as castas Syrah, Caber-net Sauvig-non, Alicante Bouschet e Touriga Nacio-nal, estagiou 18 meses em barricas novas de carvalho francês. Um tinto sóbrio com fruta intensa e um final “muscu-lado”.

é profundo e complexo, como frutos pretos, amêndoas tostadas e espe-ciarias. Tem um sabor de fruta rica com grande elegância. A sua estrutura de ta-ninos é robusta, permitindo que o vinho atinja uma vida longa sem perder o seu sabor – muito pelo contrário.

micas mentola-das, pimentas e nuances florais. As uvas são vini-ficadas em lagares de pisa a pé e controle de tem-peratura. Macio e com boa acidez na boca, fruto fresco e leve, profundo e estruturado. Um vinho de alto nível, cor granada escura, “construí-do” com as castas Alicante Bouschet e Trincadeira.

cante Bouscher e Aragonês. Após um estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês, resultou um vinho de cor grená inten-sa, quase impene-trável que mostra aroma fino com sugestões a fruta madura, envolvida em subtis notas de tabaco e ligeiro tostado. Na boca é denso, e a compo-nente balsâmica sobressai.

Revista de Vinhos elege os 5 melhores tintos do Alentejo

Prémios

Alfândega do Porto. E voltaram a destacar o Alentejo.

Desde logo, o Monte da Rapo-sinha foi considerado o produ-tor revelação do ano: Em Mon-targil, a paixão de Nuno Ataíde das Neves fez nascer, passo a passo, um pequeno projecto vi-tivinícola que pode vir a tornar-se uma referência na região.

Os primeiros vinhos já co-locados no mercado apontam para um padrão de qualidade elevado.

Já a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz (CAR-MIM) receber o prémio de me-lhor adega cooperativa do ano. Um prémio que distingue a qualidade dos vinhos e o per-fil empresarial: de acordo com

o Índice Nielsen Alimentar (INA), que mede o consumo nos hipermercados, supermercados e pontos de venda tradicionais, a CARMIM foi a empresa líder em facturação na categoria de Vinhos, em 2010.

“A renovada confiança dos consumidores é prova de que o nosso investimento na procura constante de um padrão de ex-celência, que queremos ter jun-to dos nossos clientes e no mer-cado, é o melhor caminho”, diz o director-geral da cooperativa, José Canita.

A empresa do ano, Sogrape, tem também produção no Alen-tejo. O prémio Viticultura foi entregue a João Portugal Ra-mos.

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