registo ed113

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A arte ao serviço da vida www.registo.com.pt SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 08 de julho de 2010 | ed. 113 | 0.50 euros PUB “Se nos fecham a escola, a aldeia vai morrer” Reportagem em Santana do Campo (Arraiolos) PédeXumbo 12/13 10 9 15 Invernos secos, verões prolongados e barra- gens com níveis baixos de água que ponham em causa a qualidade do abastecimento pú- blico, deixam de ser problema. Alqueva resolve. Esta é a consequência directa do fim das obras nos canais de adução de Alqueva para quatro barragens da região. Com o Roxo e Enxoé desde quarta-feira e as albufeiras de Monte Novo e Alvito - há muito ligadas a Alqueva -, cerca de 200 mil alenteja- nos podem ser abastecidas a partir da grande barragem. Serpa e Mértola, Aljustrel e Beja, Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira, Évora, Reguengos de Monsaraz e Mourão são os con- celhos que podem, em caso de necessidade, ser abastecidos a partir de Alqueva. Podem ter terminado os verões dramáticos de falta de água em muitas casas alentejanas. Água já não vai faltar em casa dos alentejanos Promessa de José Sócrates e António Serrano 3 Monsaraz Museu Aberto até dia 25 Évora Obras do Retail Park já começaram Montemor Centro Hipico organiza concurso Valverde Jornadas sobre Alentejo 3 5 7 23 Torre de Coelheiros Amália Espiridião A voz do BE na Assembleia Municipal de Évora “Sossegada, limpa e dinâmica”

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Page 1: Registo Ed113

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A arte ao serviçoda vida

www.registo.com.pt

SEMANÁRIO Director Nuno Pitti | 08 de julho de 2010 | ed. 113 | 0.50 euros

PUB

“Se nos fecham a escola, a aldeia vai morrer”

Reportagem em Santana do Campo (Arraiolos)

PédeXumbo

12/13

10915

Invernos secos, verões prolongados e barra-gens com níveis baixos de água que ponham em causa a qualidade do abastecimento pú-blico, deixam de ser problema. Alqueva resolve.Esta é a consequência directa do fim das obras nos canais de adução de Alqueva para quatro barragens da região.Com o Roxo e Enxoé desde quarta-feira e as albufeiras de Monte Novo e Alvito - há muito ligadas a Alqueva -, cerca de 200 mil alenteja-

nos podem ser abastecidas a partir da grande barragem.Serpa e Mértola, Aljustrel e Beja, Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alentejo e Vidigueira, Évora, Reguengos de Monsaraz e Mourão são os con-celhos que podem, em caso de necessidade, ser abastecidos a partir de Alqueva.Podem ter terminado os verões dramáticos de falta de água em muitas casas alentejanas.

Água já não vai faltar em casa dos alentejanos

Promessa de José Sócrates e António Serrano

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Monsaraz

Museu Abertoaté dia 25

Évora

Obras do Retail Parkjá começaram

Montemor

Centro Hipicoorganizaconcurso

Valverde

Jornadas sobreAlentejo

3 5 7 23

Torre de Coelheiros

Amália Espiridião

A voz do BE na Assembleia

Municipal de Évora

“Sossegada, limpa e dinâmica”

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2 08 Julho ‘10

A abrir

EfEMÉRIdEO Dia Mundial da População, celebra-do a 11 de Julho, é comemorado para assi-nalar a data de 1987 quando a população mundial atingiu os 5 biliões de pessoas. A população continua a crescer, tendo atingido antes do ano 2000 os 6 biliões. Actualmente a Terra alberga mais de 6,3 mil milhões de inquilinos: 1,2 mil mi-lhões vivem em países desenvolvidos; os restantes 5,1 mil milhões, estão nos paí-ses mais pobres.Segundo o Fundo das Nações Unidas para a População, o crescimento da po-pulação mundial deverá estabilizar den-tro de 40 anos. Contudo, o aumento da densidade populacional dificulta a me-lhoria dos padrões de vida e a protecção do ambiente. Este fenómeno acontece não só devido ao crescimento popula-cional, como também devido aos movi-mentos migratórios. O Dia mundial da População lembra-nos o problema da sobre população e desafia-nos a procurar

“Quem marca os livres é o papá!”

Neste jornal alguns textos são escritos segundo o Novo Acordo Ortográfico e outros não. durante algum tempo esta situação irá manter-se e as duas formas de escrita vão coexistir. Tudo faremos, no entanto, para que no mais curto espaço de tempo se tenda para uma harmonização das formas de escrever no Registo, respeitando as regras do Novo Acordo

A ligação das condutas de água da Barragem de Alqueva aos sistemas de abastecimento público de diversas zonas do Alentejo é o que, para usar as palavras de José Sócrates, é uma boa notícia. Ontem foi inaugurada a última ligação à Barragem do Roxo, o que irá re-forçar o abastecimento público dos concelhos de Aljustrel e de Beja e melhorar a capacidade de regadio que, a funcionar há 40 anos, apenas em 10 anos não teve restrições ao uso da água.No total é uma população de 200 mil pessoas e de vários milhares de agricultores que, a partir de agora, podem dormir “mais descansados” porque sabem que em anos de seca poderão sempre recorrer ao “grande depósito de reserva” que constitui a Barragem de Alqueva.

Uma boa notícia, portanto, numa semana marcada por outras notícias “nada boas”, por exemplo, a notícia de um acen-tuado aumento dos preços. Com a subida do IVA tudo subiu, ao mesmo tempo que os salários já estão a ser penalizados pela taxa especial criada pelo gov-erno, devido à crise. Por todo o lado anunciam-se cortes, despedimentos, precariedade. Passados os meses de verão, em que há, regra geral, maior criação de emprego, muitas famílias temem o aproximar dos meses de Outono, altura

também marcada pela abertura das escolas. Escolas que, nem todas, irão voltar a abrir. O governo pre-tende encerrar este ano as escolas com menos de 11 alunos. Muitos autarcas e pais não aceitam esta decisão. O próprio presidente da Câmara de Évora considerou, em declarações ao REGISTO que esta medida do Ministério “corta a direito, tipo rolo compressor”. Diz José Ernesto Oliveira que “há realidades diferentes, há funções diferentes e, acima de tudo, um país litoralizado com tendência a crescer e um interior que precisa de ser valorizado”. Esta edição do REGISTO volta a esta questão com uma reportagem numa das escolas que o governo pretende encerrar. Em Santana do Campo, no concelho de Arraiolos, os ha-bitantes têm a certeza: se a escola fecha, a aldeia morre.

E neste “dar vida ao interior” é de aplaudir a iniciativa do Bloco de Esquerda que, superando di-visões distritais, organiza este sábado em Valverde (Évora) as primeiras Jornadas sobre o Alen-tejo. Vários independentes, e mesmo militantes doutros parti-dos, foram convidados para um dia de debate sobre os principais temas do Alentejo, tendo sem-pre a necessidade e urgência da regionalização como pano de fundo.Para um partido que, por exem-plo, em Évora apenas tem um eleito na totalidade dos órgãos de poder local, não deixa de ser sig-nificativo este esforço de debate e de reflexão sobre o Alentejo que estas primeiras Jornadas neces-sariamente representam.

Crónica Editorial

Carlos Júlio

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Ceia da Silva volta à Escola

Mão amiga fez chegar aos 40 graus à Sombra uma listagem com os candidatos ao Concurso Especial para Acesso ao Ensino Superior para Maiores de 23 anos. Entre os candidatos para as entrevistas no Instituto Politécnico de Portalegre (Escola Superior de Educação) figura o nome do actual e activo presidente da Região de Turismo do Alentejo, António José Ceia da Silva.Essa mão amiga considerava estra-nhar este facto, já que na página

da Assembleia da República em que constavam os dados de Ceia da Silva, enquanto ocupava o lugar de depu-tado pelo PS, pode ler-se, no campo das habilitações literárias que Ceia da Silva tinha a frequência do 5º ano do Curso de Direito.Aos 40 graus à Sombra, Ceia da Silva esclareceu os porquês e pôs os pontos nos is: apesar de ter feito o exame de acesso à Universidade quando tinha 18 anos e de ter frequentado o Curso de Direito decidiu, agora, voltar a candidatar-se à Universidade para seguir uma licenciatura na área do Turismo. À pergunta se não podia ter pedido as possíveis equivalências disse que assim as coisas se tornavam mais fáceis. E não deixou de se ques-tionar: “mas porquê é que tudo o que acontece comigo se torna notícia?”Reposta dos 40 graus à Sombra: quem é famoso, é mesmo assim. Tem que ter as costas largas.

Nunca mais fale comigo

Na última Assembleia Municipal de Évora quase se ia vendo o que nunca se viu, ou seja, dois eleitos chegarem a vias de facto. Não aconteceu, mas os ânimos aqueceram mesmo quan-do, cansado de ouvir ser chamado de mentiroso, Ernesto Oliveira, o presidente da Câmara se “pegou” com o membro da bancada do PCP, Celino Silva, dizendo que não admitia que ninguém lhe chamasse mentiroso e proibindo-o de se lhe dirigir fosse em que caso fosse: na Assembleia, na Câmara ou na rua. A reunião chegou a ser interrompida e quem assistiu à cena, embora a hora já fosse tardia, disse que não foi nada bonito de se ver.

O poeta da EDIA

Especialmente virado para a poesia estava Henrique Troncho, o presiden-

te da EDIA, ontem, quarta-feira, quan-do interveio na cerimónia da ligação da barragem do Roxo ao sistema de Alqueva. Com José Sócrates e António Serrano a ouvirem, Troncho disse que “Alqueva pula e avança” e que “aqui na EDIA só conhecemos o verbo antecipar. Não conhecemos o verbo adiar”, isto a propósito da conclusão de algumas obras terem sido antecipa-das uma década em relação ao inicial-mente programado. Também António Serrano não se conteve, neste coro de elogios. E ao usar da palavra, o minis-tro da Agricultura disse que “podiam ser suas as imagens” do filme que abriu a sessão “a carregar garrafões de água” nos anos de seca. E que o fechar do ciclo da ligação do abastecimento público de água a Alqueva (a que se vai poder recorrer nos anos de maior escassez de água) prova que “a EDIA não adia, antes antecipa”. Terão tido algum ensaio prévio à cerimónia?

40 graus à Sombra

soluções para esse problema. A solução não se encontra só no controlo da na-talidade, mas também na melhoria da dignidade das pessoas, particularmen-te das mulheres e da qualidade de vida (condições de saúde, educação, habita-ção e oportunidades de emprego), espe-cialmente para as crianças, os jovens e os mais idosos.

Évora

Quinta-feira Sexta-feira Sábado domingo

Max. 34 Max. 37 Max. 38 Max. 37Min. 21 Min. 18 Min. 19 Min. 18

Page 3: Registo Ed113

3

Região

O PSD apelou ao Governo para que defina rapidamente o tipo de gestão da rede secundária de rega do empreendimento de Alqueva, em colaboração com os agricultores alentejanos.Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, o vice-presi-dente do grupo parlamentar do PSD Pedro Lynce disse que “a rede de rega nestes empreendi-mentos é habitualmente dada aos agricultores para fazerem a sua gestão, mas no caso de Alqueva a situação está muito mal definida”. “Era urgente, uma vez que neste momento já é possível regar cerca de 51 mil hectares, que o Governo fosse suficiente-mente célere a definir o tipo de gestão que vai fazer para a rede secundária, em colaboração com os agricultores”, defendeu o ex-ministro da Ciência e do Ensino Superior.Apesar deste apelo, Pedro Lynce não deixou de se con-gratular com conclusão da rede primária que liga a albufeira da barragem de Alqueva às al-bufeiras de abastecimento pú-blico, quarta-feira inaugurada pelo primeiro ministro, José Sócrates.

Alqueva: PSD apela ao Governo

Até 25 de Julho em Monsaraz

Rodrigo Leão, Carminho e Luís Represas no Festival Monsaraz Museu Aberto

A bienal cultural Monsa-raz Museu Aberto começa amanhã na vila medieval de Monsaraz e decorre até ao dia 25 de Julho com um programa vasto. O programa da 19ª edição do Monsaraz Museu Aberto, que desde 1998 se realiza com periodi-cidade bienal, inicia-se pelas 18h, com a inauguração do Centro Náutico de Monsa-raz, uma infra-estrutura que visa promover o turismo no Grande Lago Alqueva. Uma hora depois, no Jardim da Casa da Universidade, decor-rerá a abertura oficial do fes-

tival, este ano subordinado ao tema “Gentes”. Nesta ocasião será apresenta-da mais uma edição especial do vinho tinto “Monsaraz Museu Aberto”, produzido pela CARMIM – Cooperati-va Agrícola de Reguengos de Monsaraz, numa associa-ção entre a arte do vinho e a criação artística. Esta edição de cerca de 15 mil garrafas de vinho tinto “Garrafeira de 2002” é muito atractiva para coleccionadores e foi criada a partir das castas tradicio-nais Aragonez, Trincadeira e Castelão, que constituem

a base ancestral dos vinhos que se produzem no “termo de Monsaraz”.Os principais espectáculos do Monsaraz Museu Aberto decorrem sempre às 22h na Praça de Armas do Castelo. O primeiro artista a subir ao palco é Miguel Gameiro, um dos fundadores do grupo Pólo Norte e que vai a Mon-saraz apresentar o seu disco de estreia a solo “A Porta ao Lado”.No sábado, dia 10 de Julho, actua Rodrigo Leão & Cine-ma Ensemble. O músico e compositor Rodrigo Leão,

que tem conhecido o sucesso em Portugal e no estrangei-ro, vai apresentar “A Mãe”, o disco editado em 2009 que procura homenagear o mais puro dos amores e que con-vida melodias que lhe têm valido aplausos em todos os palcos.A noite de domingo será pre-enchida com o grupo Acetre. Criado em 1976, Acetre, origi-nário de Olivença, é um dos grupos mais antigos e emble-máticos do panorama Folk da Extremadura espanhola, interpretando em palco, por exemplo, fados e corridinhos.

A CGTP pro-move hoje, q u i n t a -feira dia 8, em Évora, um desfile de protesto contra o aumento do desemprego e da precariedade e contra os cortes nas políticas sociais e salários.A concentração tem lugar às 15h30 no Largo Luís de Camões. O protesto enquadra-se no “Dia Nacional de Luta” que a CGTP promove em todos os distritos do país, através da realização de manifestações, greves e plenários.“Esperamos milhares de par-ticipantes nas ações que vão decorrer em todo o país, desde trabalhadores, pensionistas jovens e até microempresári-os”, disse Arménio Carlos, da Comissão Executiva da In-tersindical.“Queremos que este dia seja um sinal de protesto e de luta contra as politicas do Governo e que ao mesmo tempo seja um sinal de aviso para o patronato e o PSD, contra qualquer in-tenção que tenham de alterar a legislação laboral no sentido de a flexibilizar mais”, afirmou o sindicalista.

Manif em Évora

Obra completa inaugurada pelo primeiro-ministro

Alqueva dá água a 200 mil alentejanos

“É uma data histórica”. Des-ta forma quis o o primeiro-ministro assinalar a inaugu-ração do sistema adutor que liga Alqueva à barragem do Roxo.

Embora José Sócrates tenha colocado ênfase no discurso, acabou por ser o presidente da Câmara de Beja a sintetizar a importância desta ligação. Dis-se Jorge Pulido Valente que assim “terminam décadas de angústia permanente” das po-pulações, agricultores e todos os que têm na água o fulcro da sua actividade económica.Também para o ministro da Agricultura, esta é uma data importante, principalmente para “todos os alentejanos que durante anos sentiram na pele” os problemas de falta de água. “Nos últimos 40 anos, muita gente sofreu por ausência de água, para consumo público e para a agricultura”, disse An-tónio Serrano, sublinhando o facto de estar terminado o “o dilema da escolha entre forne-cer água à população ou forne-cer para a agricultura”. era uma constante.É que Silvino Espada, presiden-te da Associação de Regantes da barragem do Roxo, tinha afir-mado pouco antes que nos 40 anos de vida da albufeira, “só em 10 foi possível regar os cam-pos sem quaisquer restrições”,

o que tem levantado enormes problemas às centenas de agri-cultores do perímetro do Roxo que todos os anos se vêem pri-vados de exercer a sua activida-de.Facto relevante é que depois da barragem de Monte Novo e de Alvito, Alqueva passa a poder transferir água para as barra-gens do Roxo e Enxoé.

Obras concluídas Esta inauguração “marca a con-clusão” das obras de “toda a rede primária” do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva responsável pelo reforço de água para abastecimento públi-co, segundo a empresa gestora do projectoAlqueva fica pronta para abas-tecer quase 200 mil habitantes nos distritos de Beja e Évora, “sempre que as respectivas al-

bufeiras apresentem necessida-de de água”, revelou a EDIA.Na cerimónia de hoje, o primei-ro ministro lembrou que inte-grou o Governo que, em 1995, tomou a decisão de retomar a construção da barragem do Al-queva e invocou as críticas fei-tas, na altura, ao projecto“Diziam que era um projecto megalómano e que a barragem

de Alqueva nunca iria encher, mas afinal foi mais um projecto impossível que se tornou possí-vel”. “E é isto que eu chamo um bom trabalho”, congratulou-se José Sócrates.Para realçar a importância do Alqueva para o reforço do abas-tecimento público de água, o Chefe do Governo aludiu às se-cas sentidas, ciclicamente, no Alentejo. “Esta era a região mais crítica do país e quem foi ministro do Am-biente sabe bem a importância que isto tem”, disse, acrescen-tando que “esta dor de cabeça já não a terá” a actual ministra dessa pasta, Dulce Pássaro, pre-sente na cerimónia.“Agora, todo o país tem infraes-truturas hídricas capazes de res-ponder a qualquer período de seca, o que só acontece porque o Alqueva chega ao fim, na sua dimensão de abastecimento pú-blico”, frisou.

Redação

Com a conclusão das ligações às albufeiras do Enxoé e do Roxo, está concluído o sistema de reforço de água de Alqueva para abastecimento público. Cerca de 200 mil alentejanos deixam de ter falta de água nas torneiras. No Roxo, podem terminar as restrições

ao uso da água para rega agrícola.

Mãe de ÁguaCom a conclusão das obras Alqueva passa a ser a verdadeira “Mãe de Água”, podendo abastecer quatro albufeiras em caso de necessidade, terminando com graves problemas de abastec-imento público verificados em vários concelhos, com Mértola e serpa à cabeça.Barragem de Monte Novo: abastece os concelhos de Évora, Reguengos de Monsaraz e MourãoBarragem de Alvito: abastece Alvito, Cuba, Portel, Viana do Alen-tejo e VidigueiraBarragem do Roxo: abastece Beja e AljustrelBarragem do Enxoé: abastece Mértola e Serpa.

Paulo Nobre

José Sócrates considera “dia histórico”

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Opinião

Num dos números deste jornal um co-mentador, explicava de forma muito pedagógica, às crianças e aqueles que teimosamente não querem com-preender, que os sacrifícios exigidos aos portugueses são necessários porque um Estado não pode gastar mais do que pro-duz, o que seria o caso do estado portu-guês, excepto em situações de especial necessidade de investimento, que o le-varia a endividar-se.Nada a opor á explicação assim dada…excepto que não corresponde de todo à

Não somos tontos.

realidade. Os dados que vão sendo tor-nados públicos, quer pelo Eurostat, quer pelo INE, são de uma clareza meridiana em relação à desigualdade da distri-buição da riqueza produzida, variando entre 59% para os salários em 1975. É bom de ver que mesmo no fim do regime fascista, 1973, a parte do rendimento na-cional que os trabalhadores portugueses recebiam correspondia a cerca de 47,4%, de acordo com o Banco de Portugal, e foi perdendo desde então até hoje face aos lucros, com a inversão que se veio con-substanciando, sendo em 1995 de apenas 35% e em 2002, menos de 37%.Em contrapartida o valor destinado aos lucros subiu vertiginosamente, de 24,3%, para 40% do PIB, entre 1975 e 1995.Assim temos hoje os 20% da popula-ção mais pobre a receber 5,0% do Ren-dimento líquido nacional e os 20% da população mais rica recebendo 44,9% do mesmo rendimento, ou seja 7,6 vezes mais.

A própria União Europeia, em relatório de 2008, apontava Portugal como o país mais desigual da União, sendo que as despesas com a protecção social repre-sentavam 24,9% do PIB do país, valor abaixo da média europeia, que ficou em 27,3%.Mas tudo isto poderia até entender-se se a riqueza produzida fosse de facto tão baixa que a sua redistribuição fosse difícil. Acontece que segundo Luís Ben-to, professor na Universidade Autónoma de Lisboa, Portugal tem uma riqueza muito perto da gerada na Finlândia, donde é por demais óbvio que o prob-lema mais do que na geração de rique-za, está na deficiente redistribuição da mesma.Como é feita a redistribuição de rique-za? Muito simples, são precisamente os investimentos em bens sociais, como a escolarização, a saúde, o direito ao lazer, que permitem aos trabalhadores usufruir da riqueza gerada pelo país e ao mesmo tempo ser a força motriz do

mercado interno.Afirmar-se, como é afirmado, por vários comentadores que os direitos sociais não são eternos, ou que temos de prescindir deles para permitir um equilíbrio nas contas do país, é à luz destas informa-ções uma enorme mistificação de forma a permitir que aqueles 20% que já se ap-ropriam de uma vasta parte da riqueza nacional, possam ver aumentada mais ainda essa parcela.As injustiças, que foram geradas ao longo destes anos, têm assim todas as condições para se agravar, condenando de forma muito objectiva, cada vez mais cidadãos às condições de pobreza, ou de limiar de pobreza. Por isso fazer frente às medidas propostas pelo PEC e por várias coisas que lhe estão apensas, não é defender teimosamente o Estado, é de-fender as condições de vida e trabalho justas para o nosso país e o nosso povo. É que ao contrário do que julgam não somos nem crianças, nem tontos, e já agora, não insultem a nossa inteligência.

CARlOS MOuRAEngenheiro

Imaginem que o mágico da lamparina de aladino entrava em Portugal e uma alma de boa fé lhe poderia elaborar 6 desejos para que o nosso destino enegrecido mu-dasse. Se fosse eu, claro que lhe iria pedir pelo bem estar da minha família e filhas, como é normal, mas penso que também lhe iria pedir pela nossa Pátria à qual tenho verdadeira dedicação.

Os 7 Desejos que daria a Aladino, grande mágico... 1. Que os nossos dirigentes lutassem pelo cumprimento da lei. Não permitíssem as convinientes escepções nem “fugas” de capital. 2. Que o excesso de burocracia dita”1simplex” não se tornasse dia após dia neste “complex” em que é tão difícil viver.3. Que todos, trabalhadores e patrões pudessem reconhecer que existe compat-ibilidade entre o trabalho e uma vida de qualidade, isto é, que todos se lembrssem que a vida é realmente curta e que po-deremos trabalhar e sermos felizes ao mesmo tempo! Porque não!4. Que os nossos dirigentes tenham qual-idade e valor, que tenham coragem para resolver o que está mal e não se deixarem

cair em jogos de favorecimentos. Lem-brem-se que a verdade é como o azeite...5. Que todos os portugueses tenham re-cinheciemnto pelos seu chefes. Ser Chefe não é tarefa fácil. Muitos julgam que é, mas enganam-se...6. Que o trabalho liberte e torne feliz quem o tem. Se se criar uma onda de positivismo quem tem trabalho, poderá trabalhas melhor, quem não tem, que são muitos, que tenham coragem e força para iniciarem novas tarefas, a vossa vida ai-nda não acabou!7. Que os nossos trbalhadores sejam o melhor que possam ser, para isso de-vem ser estinulados positivamente e não a ser perseguidos por um chefe que os tortura e lhes tira a produtividade ou a serem perseguidos pelo espectro do de-semprego que lhes retirará a vontade de serem melhores.

Se estes 7 pedidos fossem lidos por diri-gentes e trabalhadores, Portugal poderia sair da crise, aumentariam os níveis de produtividade e a confiança regressa-ria aos mercados. Até talvez os nossos políticos pudessem ter vontade de falar sempre verdade e não fazerem negócios duvidosos dos quais ninguém gosta... Bem, lembrem-se, nós somos portu-gueses, somos aquele povo que vive na Europa mesmo junto ao Mar, os nossos sonhos poderiam ser outros se acreditás-semos e se tivéssemos os nossos corações cheios de sonhos para realizar. Por isso, peço, não se deixem adormecer esperan-do nostalgicamente por um dia melhor. O vosso grande dia pode começar hoje, basta querer.Lembrem-se,

A escolha é sempre nossa...

MARgARIdA PEdROSAProfessora

Criatividade e Inovação na Política: precisa-se!

Independentemente do enquadramen-to ideológico e partidário de cada um de nós, penso que é consensual que a Política deste século XXI é bastante diferente da que era feita há 20 ou 30 anos atrás. Por várias razões. Por um lado, temos hoje na sociedade actual públicos mais informados e exigentes, por muito que possam à primeira vista parecer desatentos ou indiferentes. Os

níveis de educação e literacia e maiores graus de informação e co-nhecimento sobre as várias áreas vêm trazer a neces-sidade de maior objectividade e apro-fundamento quando se comunica uma tomada de decisão ou se diagnostica um determinado problema. Mas, quando queremos passar mensagens políticas, temos ainda outro problema. Deparamo-nos hoje, como nunca antes na história, com a concorrência de inúmeros tipos de comunicação diferentes, nos espaços públicos e privado em que se desenrola a nossa vida: mensagens com o objectivo do consumo, do entretenimento, da in-formação generalista ou mas focalizada, desde o desporto, à música, das festivi-dades populares ou contemporâneas à vida das celebridades. Mas a maior revolução está a decorrer, indiscutivelmente, com a emergência de novos canais de comunicação, assentes em tecnologias de informação. A grande

mudança começou nos websites, con-tinuou com o advento dos blogs e hoje acontece nas redes sociais que todos ou quase todos frequentamos: o Facebook, o Twitter, o You Tube, o My Space, o Hi5 e outras. Para quem não tenha a noção da dimensão deste fenómeno, a título de ex-emplo, o Facebook tinha cerca de 2 mil-hões de utilizadores activos em Portugal e o seu crescimento progride a um ritmo imparável. Alguns vídeos dos “Gato Fe-dorento - Esmiúça os Sufrágios” chega-ram a ter cerca de 150.000 visualizações e foram, para os segmentos etários mais jovens, o grande ponto de contacto com a campanha para as eleições legislativas de 2009, então em curso. Mas, ao contrário do que muitos pensarão “estar” na Internet e nestes novos canais só por si não basta. Eles apenas amplifi-cam, tanto os bons projectos políticos e bons candidatos como os maus. O “seg-redo” continua a ser, pois, a essência do

que queremos fazer na Política (ideias, propostas, programas).Portanto, em síntese, hoje o patamar de exigência é maior na comunicação política. Um líder político deve ter a ca-pacidade de agir em tempo real sobre os acontecimentos, comunicar de forma efi-caz sobre aquilo que realmente importa às pessoas e, simultaneamente, ter uma visão de futuro em que os cidadãos se possam rever. Neste contexto, tendo em conta os factores que descrevi atrás, a criatividade e inovação são essenciais para diferenciar as nossas mensagens políticas. Tanto na forma, como no con-teúdo. Regras básicas: mensagens sim-ples, estimuladoras da reflexão, credíveis quanto à sua essência e motivadoras para os seus destinatários, facilitando a iden-tificação e a adesão. Difícil? Complexo? Sem dúvida que sim. Mas não me parece que hajam caminhos melhores para fazer política nos tempos que correm.

CARlOS SEzõESgestor/Consultor

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Sociedade

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Este sábado, com entrada livre, em Évora

Bloco de Esquerda vai debater Alentejona perspectiva da regionalização

Os médicos Dinis Cortes e João Lemos, os historiadores Cláudio Torres e Constantino Piçarra, o escritor José Luís Peixoto e Camilo Mortágua são alguns dos nomes que o Bloco de Esquerda vai reunir este sábado, na Casa do Povo de Valverde (Évora) para de-baterem o Alentejo.

O encontro vai decorrer todo o dia, com três painéis de de-bate: Políticas Sociais( Saúde, pobreza, educação, emprego, serviços públicos – das 11 às 13 horas)); A terra, a Água e a Gen-te (Agricultura, ambiente, sus-tentabilidade, modelo indus-trial e empresarial – das 15 às 17 horas); Nós por cá (Cultura,

património, comunicação e tu-rismo – das 17,30 às 19,30 horas).O encontro encerra com uma intervenção de Francisco Lou-çã, que assistirá à parte final dos trabalhos deste encontro, de que irá resultar um “livro

branco” com a totalidade das comunicações e intervenções feitas no decorrer dos debates.Miguel Sampaio, um dos orga-nizadores, disse ao Registo que esta iniciativa “parte do Bloco de Esquerda, mas pretende-se

aberta à sociedade civil. Interessa-nos sobretudo dar um contributo para a discussão daquilo que representa o Alentejo no âm-bito do conjunto do território na-cional, numa p e r s p e c t i v a duma futura regionalização”.“Nós tivemos o cuidado de convidar as pessoas, não numa perspectiva partidária, mas numa perspectiva do Alentejo. Há intervenientes indepen-dentes e há intervenientes que estão relacionados com outras forças partidárias, mas a única questão que aqui está em cau-

sa é o Alentejo”, refere Miguel Sampaio, acrescentando que o “papel do Bloco é dar um con-tributo para que o Alentejo seja discutido de uma forma aberta e eficaz”, onde cada qual “dê o seu contributo sem receio do contraditório”.

Redação

Miguel Sampaio revela que das jornadas “vai sair um livro Branco”

luís Pardal

Page 6: Registo Ed113

6 08 Julho ‘10

Polémica

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Vende-se loja nova

No centro histórico de Évora, com 40 m2, muito bom preço.

Aceito permuta por casa em Évora para recuperar ou terreno para contrução.

Contacto 96 96 96 126

O melhor adversáriode Sócrates

Já tive oportunidade de dizer em publi-co, por mais do que uma vez, de que a democracia portuguesa ganhou com o “enterro” politico de Manuela Ferreira Leite e dos seus mentores e delfins, como Pacheco Pereira e Paulo Rangel, e de um certo estilo de oposição base-ado na contestação primaria a tudo e a todos, a par do lançamento sistemático de suspeições sobre o carácter dos adversários, deixando sempre suben-tender a sua superioridade moral, claro. E na exploração de “casos”, cirurgica-mente colocados na agenda politica por forças “invisíveis”, com a ajuda de certa comunicação social de que o expoente máximo foi o célebre “Jornal de Sexta”

da TVI conduzido por aquele símbolo do jornalismo independente que dá pelo nome de Manuela Moura Guedes.Com a eleição de Passos Coelho chegou ao principal partido da oposição uma atitude “normal” no jogo político cor-rente. Para além de um certo sentido de Estado que se saúda, surgiu também uma oposição responsável com uma lei-tura realista da conjuntura interna e in-ternacional. O PSD não hesitou mesmo em apoiar o plano de austeridade do governo ditado pelo compromisso esta-belecido entre os líderes europeus para reduzir mais aceleradamente os deficits orçamentais, como resposta para a esta-bilização da “zona euro”, ameaçada pela turbulência introduzida pela crise grega cujo risco de alastramento a outras eco-nomias mais débeis, como a portuguesa, esteve em risco de ocorrer.Ora, um líder da oposição com um pro-grama ideológico claro é o que melhor serve à democracia e, neste caso, tam-bém o que melhor interessa a Sócrates. A partir de agora os portugueses terão claras opções para a sociedade e a gover-nação, cujas diferenças, através de casos concretos, serão claramente postas a nú.

Ainda na semana que passou fomos confrontados com um desses exemplos eloquentes: A tentativa de compra do activo da PT no Brasil pela Telefónica espanhola. Ficamos todos a saber que um governo liderado por Passos Coelho não usaria os poderes legais de que dis-punha para tentar travar um negócio que põe em perigo os interesses estratégicos de Portugal num país com as potenciali-dades do Brasil. Entre a pátria e o mer-cado, ficamos a saber que a escolha de Passos Coelho seria o mercado. A mesma opção dos patriotas accionistas da PT que mandaram a Pátria às urtigas logo que a oferta de compra da VIVO chegou aos 7000 milhões de euros.Louvo uma vez mais a coerência de Pas-sos Coelho. Um liberal sincero não pode-ria ter outra posição. Partindo do pres-suposto de que manterá futuramente a coerência, os portugueses serão chama-dos a avaliar e a pronunciar-se sobre as suas propostas. Isto é, poderão decidir se se sentem mais seguros com os seus descontos para a reforma nas mãos de fundos privados, assim como poderão optar pela privatização do sistema de saúde, cujas “vantagens” ficaram re-

centemente bem à vista de todos quando deflagrou a crise nos Estados Unidos da América. Poderão avaliar e pronunciar-se ainda sobre as vantagens para os seus filhos de um sistema e ensino que privi-legia o sistema de educação privado em detrimento da escola pública. Ou, se privatizar a Caixa Geral de Depósitos é o que consideram a melhor opção para reforçar a confiança dos portugueses no seu sistema bancário.Como a democracia é feita de escolhas tendo por base a oferta de opções claras, o novo líder do PSD foi mesmo o mel-hor que poderia suceder a José Sócrates. Simpatia e sentido de Estado são quali-dades que, certamente, os cidadãos apre-ciam nos seus políticos. Mas em momen-tos de crise como aqueles que vivemos, essas qualidades de pouco valerão se não estiverem associadas a coragem, determinação, nervos de aço e a uma concepção politica que ponha o país, as pessoas e solidariedade social à frente do mercado.E que defenda um Estado forte que, sem pôr em causa a liberdade e a iniciativa privada, permita controlar os seus exces-sos quando mais é necessário.

CAPOulAS SANTOSEurodeputado

Prevêem os especialistas que este ano será um dos mais quentes de que há memória. O Monte Kilimanjaro, situa-do no Norte da Tanzânia (ponto mais alto de África) no último século, fun-diu 82% da massa de gelo. Segundo especialistas do PNUA (Programa das Nações Unidas para o Ambiente) a tem-peratura da região dos Himalaias, que atravessa sete países, está a subir, fund-indo os glaciares que alimentam os lagos aí existentes (a altitudes médias de quatro mil metros). O leito dos cur-sos de água aumenta substancialmente provocando cheias e inundações, ame-açando milhares de pessoas e outros seres vivos que aí habitam. O Árctico

Ambiente

perde em cada década, desde 1978, 7,4% da sua superfície gelada no Verão.Grande parte da comunidade científica e das organizações internacionais acredita que em 2100, o NMM (nível médio do mar) estará entre 0.5 e 1 metro acima do actual, devido ao degelo e expansão tér-mica das águas do mar. Se tal se verificar só no Egipto serão directamente afecta-das 6 milhões de pessoas e perder-se-ão 15% dos terrenos agrícolas, enquanto no Bangladesh a população afectada será de 13 milhões, com perda de 16% da produção nacional de arroz. Será dramático. Algumas das ilhas do Pací-fico quase desaparecerão, como é o caso das ilhas Marshall, em que mais de 80% do território será inundado. A produção de alimentos e o sector das pescas em algumas partes do mundo ficaram assim ameaçados. Catástrofes naturais provo-cadas pelo Homem que porão em causa a sua própria sobrevivência, pelo menos nos países mais pobres, onde a economia de subsistência sofrerá um revés. Em Portugal já começámos a sentir os efeitos nefastos das alterações climaté-ricas. Nada comparado com países que

têm sido vitimados por fenómenos de di-mensões bastante graves, como Moçam-bique, a Gronelândia e a Sibéria, ou a África do Sahel, onde o deserto avança quilómetros por ano.Nos países ocidentais começa a também a haver memória de catástrofes com víti-mas. Incêndios, enxurradas, avalanches de neve, e cheias em pleno Verão.De acordo com o Painel Intergoverna-mental para as Alterações Climáticas, criado e patrocinado pelas Nações Uni-das, a temperatura média global da at-mosfera à superfície aumentou cerca de 0,6 no século XX. Modelos do sistema climático projectam um aumento da temperatura média global de 1,4º a 5,8º C até 2100. É assustador! “Haverá alte-rações na precipitação com variações espaciais significativas; maior precipita-ção nas latitudes elevadas e nas regiões equatoriais e menor precipitação nas latitudes médias, em particular na região mediterrânica e do Sul da Europa, onde Portugal se situa.” … “Haverá ainda uma maior frequência de fenómenos climáti-cos extremos, por exemplo, episódios de precipitação intensa concentrada em

intervalos de tempo curtos e períodos de seca.” Infelizmente, prevê-se que na Europa os impactos serão bastantes mais negativos no Sul do que no Norte. Portu-gal será por isso mais afectado. Estudos recentes indicam efeitos particularmente negativos nos recursos hídricos, espe-cialmente no sul do país, nas zonas cos-teiras, devido ao aumento do nível médio do ar, nas florestas, biodiversidade e na saúde. Os cenários climáticos futuros in-dicam claramente que as ondas de calor irão tornar-se mais frequentes, devido ao aquecimento global.A título de exemplo, o número médio an-ual de dias com temperatura máxima su-perior a 35º C no interior sul do país, que actualmente é de 10 a 30, passará para 80 a 120 no período de 2080 a 2100. O risco meteorológico de incêndio florestal irá aumentar até ao fim do século. Se não forem tomadas medidas urgentes de prevenção contra os fogos florestais, que tenham em atenção as alterações climáti-cas, podemos em meia dúzia de anos ver dizimada a nossa floresta.Em tempo de calor e de incêndios, vale a pena pensar nisto.

SóNIA RAMOS fERROJurista e deputada Municipal

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Cidade

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Lista única concorreuà concelhia do PSD Évora

Foi eleita na passada sexta-feira (2 de Julho) a Comissão Política (CPS) e a Mesa da As-sembleia do PSD (concelhia de Évora) para os próximos 2 anos.

Ao acto eleitoral, que não moti-vou muito os eleitores – embo-ra se desconheça o número de votantes no universo de cerca de meio milhar de militantes sociais-democratas inscritos no PSD de Évora– concorreu apenas uma lista, encabeçada por José Palma Rita, Hélder Rebocho, Carlos Cabo e Antó-nio Braga, contando ainda com Duarte Azinheira, Florival Pinto, Hélder Pequito, João Li-berado, José Policarpo, Manuel Pavia Pereira, Manuel Pedro Giões, Maria Antónia Serra, Maria de Lurdes Batista, Nuno Branco Alas, Rui Vieira e Virgí-lio Castro e Almeida.

Para a Mesa da Assembleia foram eleitos Virgílio Maltez, Carlos Silva Carvalho e Mª Te-resa Perdigão Santos.

Centro comercial no Parque Industrial

Retail Park de Évora arrancou esta semana

A Imorendimento garante ter iniciado esta semana as obras de construção do Évora Retail Park, no Parque Industrial de Évora, incluído num conjunto imobiliário que também prevê um centro comercial. Segundo a empresa promotora, as obras da primeira fase devem estar concluídas no final do ano.O anúncio foi feito através de comunicado enviado à agência Lusa, uma semana depois de o presidente da Câmara de Évora ter afirmado ao REGISTO que a autarquia tinha tudo pronto para a instalação de dois cen-tros comerciais, faltando ape-nas vontade por parte dos in-vestidores.José Ernesto Oliveira questio-nava mesmo se a Câmara teria culpa pelo facto de dos inves-tidores não avançarem. “As Câ-maras não constroem centros comerciais”, afirmava o autar-ca, sublinhando ser importante a população saber em que pé estavam os investimentos para

poderem “pressionar os investi-dores, não a Câmara”.Em Janeiro a Imorendimento havia garantido a conclusão das obras dentro do primeiro trimestre de 2010 e afirmava ter já comercializada mais de 70 por cento da componente de retail park. No entanto, as obras não chegaram a arrancar e ago-ra assegura-se o final do ano como prazo para a conclusão da primeira fase do retail.No comunicado enviado à agência Lusa, a Madford Deve-lopments e a Imorendimento, promotoras do conjunto comer-cial, adiantam que foi criado um veículo de investimento, a EVRET, exclusivamente para desenvolver este projecto No mesmo documento, as duas empresas indicam que a con-sultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W) foi mandatada para comercializar as lojas e ge-rir o projecto de construção do Évora Retail Park.“A primeira fase de obra inclui-

rá a construção do retail park e das infraestruturas necessárias, como estradas de acesso”, com conclusão prevista para o final de 2010, pode ler-se no comuni-cado.O conjunto comercial envol-ve um investimento global de 60 milhões de euros, integra, numa terceira fase, um centro comercial, que ostenta o nome provisório de Évora Fórum, com cerca de 60 lojas, incluindo um supermercado e cinemas, lojas de roupa, restauração, entre ou-tras valências.

Os promotores prevêem que o conjunto comercial crie 600 postos de trabalho directos e in-directos e possa estar concluído em 2012, embora lembrem que tal calendarização está depen-dente “da comercialização da componente de centro comer-cial”.Com 6.000 metros quadrados, o Évora Retail Park faz parte de um complexo, que já inclui uma loja de materiais de construção, o Izi e prevê a construção de um centro comercial com 16.500 metros quadrados.

Redação/Lusa

Será desta que as obras do novo Centro Comercial vão para a frente?

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8 08 Julho ‘10

Opinião

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Em resposta à entrevista do Presidente da Câmara ao REgISTO

Foi com profunda surpresa e má-goa que li as referências feitas pelo Senhor Presidente da Câmara Mu-nicipal de Évora ao FIKE e à minha pessoa, na sua recente entrevista a O Registo. Até àquela data, o Dr. José Ernesto, pessoa com quem sempre mantive relações pessoais e institucionais da maior cordialidade, desde o tem-po em que estava à frente da CCR, se referiu a mim e ao projecto que li-dero em tom de apreço e reconheci-mento. Publicamente, e em diversas ocasiões, o Senhor Presidente da Câ-mara teceu rasgados elogios e agra-deceu o trabalho desempenhado em prol do Cinema, da Cidade e da Cultura. Reiteradamente afirmou a importância que atribuía ao FIKE, avalizando, com o seu apoio expres-so, todo o trabalho que foi sendo de-senvolvido.Foi pois com choque e mágoa que li o que foi dito: mais de uma década de relacionamento institucional ba-seado no respeito mútuo e cordiali-

dade, não faziam, de modo nenhum, prever os termos em que se referiu à minha pessoa na citada entrevista. Como é possível o Dr. José Ernesto re-ferir-me como membro de um alega-do “coro de negação, das forças negras que só dizem mal” quando, várias vezes e publicamente, reconheceu o FIKE, nas suas próprias palavras, como um projecto “de elevada rele-vância cultural” e como “uma refe-rência importante no panorama das curtas-metragens a nível europeu e mundial”? Como pode acusar de ne-gativismo, força destrutiva, alguém que tem assumido, com todo o seu empenho e capacidades, a liderança de um projecto que ele próprio reco-nhece de grande importância cultu-ral para a cidade? Como pode implicar como “força ne-gra” alguém que colabora estreita-mente com a Câmara no esforço de manter uma oferta de cinema em Évora, colaboração essa que foi reco-nhecida pelo próprio Dr. José Ernesto ao deslocar-se ao Auditório Soror Ma-riana na última campanha eleitoral, onde, mais uma vez, agradeceu o tra-balho efectuado em prol da comuni-dade?Sem qualquer fundamento objectivo, o Dr. José Ernesto pretende “colar-me” a determinadas forças partidárias.

Ora o Dr. José Ernesto conhece-me há muitos anos, sabe perfeitamente que eu não faço política partidária. Nem directamente nem por interpostas pessoas e igualmente me recuso a ser porta-estandarte de bandeiras alheias. Não percebo quais são as suas in-tenções com estas insinuações. Nem quero perceber. Por mim, sempre pautei as minhas posições por princí-pios e valores em que acredito, onde a elevação e o respeito pelo bom nome e pela dignidade alheia são pontos de honra. Não creio que este tipo de atitude seja aceitável da parte de alguém que tem a enorme responsabilidade de re-presentar e defender os interesses de uma cidade com a história e o pres-tígio de Évora - porque para isso foi eleito pelo Povo - e que tem a respon-sabilidade de dar o exemplo de como se deve fazer política de uma forma digna, elevada, democrática!Que fique claro, a Câmara Municipal de Évora é, desde o primeiro ano, um apoiante fundamental e estratégico do FIKE. Que fique igualmente claro que a Câ-mara Municipal de Évora não paga, como nunca pagou o FIKE. Desde 2001, o projecto representou um in-vestimento global de 532.000 euros,

a Câmara Municipal de Évora contri-buiu com cerca de 25% daquele valor - embora em relação a 2009 ainda es-teja parcialmente por pagar o apoio da Câmara Municipal 7 meses após o fim do Festival.Considero este assunto encerrado: um incidente infeliz numa entrevis-ta em que o Dr. José Ernesto comete a injustiça de se referir a mim e ao FIKE naqueles termos e aos quais não po-dia deixar de reagir. Reajo magoado e surpreendido com as palavras proferidas na entrevista, mas quero igualmente repor a verda-de quanto ao que foi afirmado. O FIKE é um Festival Internacional de Cinema que fala por si, com uma frequência média anual a rondar os 6.000 espectadores, pensado e estru-turado para a nossa realidade e sem-pre com as condições que é possível reunir para a sua realização, o Fes-tival acontecerá no próximo mês de Outubro, certamente com a receptivi-dade e participação que o tem carac-terizado. Quanto ao seu Director, continuará, como até aqui, independente, isento e com todas as suas forças a lutar pelo Cinema e pela Cultura na cidade que escolheu para viver e desenvolver grande parte das suas actividades.

João Paulo MacedoDirector do FIKE

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Entrevista

Amália Espiridião, deputada municipal do BE

“Temos que mostrar às pessoas que estamos cá para fazer a diferença”

REGISTO – É a única eleita do Bloco de Esquerda num órgão autárquico no concelho de Évo-ra. A experiência tem sido posi-tiva?No geral tem sido boa. Tem sido uma aprendizagem tanto para mim, como para o Bloco em si. Temos estado a ter conhecimen-to de como é que as coisas se pro-cessam, a fazer tentativas para termos impacto nas decisões que se tomam na Assembleia Muni-cipal, embora estejamos a sentir grande oposição às propostas que fazemos.

E não é normal? Só têm um elei-to…Claro. Mas as nossas propostas muitas vezes não são bem acei-tes só pelo facto de serem apre-sentadas pelo Bloco de Esquer-da. Há propostas que, à partida, pareceriam consensuais, mas que criam alguma resiliência. E essa resiliência aparece não só por sermos do Bloco, mas tam-bém por sermos uma força que está a entrar num local onde não era habitual ela estar. Mas uma força política que só tem um eleito, no meio de forças políticas e de pessoas que andam nisto há anos e anos não deve ser nada fácil… Os outros partidos têm um traquejo diferente.Sim. Em muitas alturas olham para nós como se fossemos to-talmente outsiders. Há um jar-gão politico e autárquico que usamos na conversa de todos os dias, mas que não é correcto, e que aqueles que estão na vida autárquica há mais anos não se coíbem de nos corrigir. Isso passou-se na última Assembleia Municipal em que o Bloco pro-pôs que a Câmara apresentasse um orçamento rectificativo, o que foi votado contra por todas as forças políticas, algumas di-zendo que não existia essa figu-ra do orçamento rectificativo, embora depois tivessem dito a mesma coisa, apenas que por outras palavras.

E a Assembleia cumpre com efi-cácia a sua função de fiscaliza-dora do executivo camarário?Sim. E acho que é essa mesmo a função da Assembleia.

E não é difícil com os poucos

meios que tem e as escassas ve-zes que reúne?Não. Não é difícil. O que aconte-ce é que a Assembleia aprova ou não as propostas da Câmara e a força maioritária na Assembleia é a mesma que dirige a Câmara. Logo o que é aprovado na Câma-ra é-o também na Assembleia.

Mas o PS, na Assembleia, tam-bém não tem a maioria absolu-ta.De facto, não tem a maioria ab-soluta, mas normalmente o PSD tem votado ao lado do PS em quase todas as ocasiões, à ex-cepção do caso das taxas de IMI. Mas apesar disso, na minha opi-nião, a Assembleia Municipal tem funcionado e tem feito essa fiscalização e essa verificação. É perfeitamente possível fazê-lo com as regras que existem. E é necessário.

Há espaços de liberdade indivi-dual na Assembleia Municipal, em que cada deputado possa in-tervir e dizer o que muito bem pensa, ou está-se condicionado pela lógica dos “grupos” parti-dários?Acho que há essa liberdade. Nes-te momento na Assembleia exis-tem duas forças que se degla-diam, posso dizer assim, em que uma é a favor da liberdade dos tempos de intervenção e outra a favor dos tempos controlados. Mas seja como for não têm ha-vido problemas. Eu não estava à espera, mas já se passou várias vezes, que uma determinada força tenha esgotado o seu tem-po e é-lhe cedido tempo por ou-tra força e, outras vezes, quando é necessário é duplicado o tem-po. O que acontece muitas vezes é que a maior parte das pessoas não fala e até agora cada partido funciona como um bloco, em que existem os tempos do PSD, do PS, do PC e mesmo o tempo do Bloco, mas como falam pou-cas pessoas o tempo é gerido duma forma muito lata.

E há muitos que nunca inter-vêm.Sim. Há muita gente que nunca intervém. Mas não é porque não os deixam ou por causa disto ou daquilo. Não intervém por-que não têm nada para dizer ou nada a acrescentar. Porque não

querem. Em cada força política há sempre duas ou três pessoas que intervêm sempre e depois há mais três ou quatro pessoas, em cada força política, que tam-bém acabam por intervir e ma-nifestar as suas opiniões. A Amália embora seja o único elemento do BE foi eleita como secretária da Mesa da Assem-bleia. Como é que isso aconte-ceu?No início este lugar era para o PSD, que era a terceira força na Assembleia Municipal, e res-peitava-se assim o que já era a tradição. Só que o PSD não quis aceitar o cargo e, numa tentativa de equilíbrio, o lugar foi dado ao Bloco, numa espécie de tentati-va de “fiel da balança”. Tanto o Bloco de Esquerda, como o PSD estariam aptos a desempenhar este papel, já que nem o PS nem o PC são maioritários e, portanto, não faria sentido nenhum deles assumir a maioria dos lugares da Mesa.

Quando olham para a activi-dade da Câmara, a nível da Assembleia, podem alterar al-guma coisa, algum tipo de fun-cionamento ou não? Estou-me a lembrar de algumas questões recentes. Por exemplo, o museu do arttesanato ou a forma de responder à crise financeira do munícipio…A Assembleia Municipal discute esse tipo de questões. Só que a Assembleia apenas pode apre-sentar moções em que condena, aprova ou apoia as propostas que a Câmara vai desenvolven-do. No caso, por exemplo, do Mu-seu do Artesanato o que aconte-

ceu é que a moção a condenar que o museu saísse das actuais instalações foi chumbada e, por isso, não teve qualquer efeito prático. Mas as questões são dis-cutidas e essa, em particular, foi muito discutida e debatida, até com muito fervor.

E a informação que o presiden-te da Câmara está obrigado a apresentar em cada Assembleia Municipal é, em geral, satisfa-tória ou fica-se ainda com mais interrogações?Não. Geralmente é satisfatória. Neste momento a grande ques-tão é a situação financeira da Câmara e é essa que traz sempre muitas perguntas e muitas pre-ocupações à assembleia. Mas as outras informações são quase sempre meramente factuais.

E o público consegue ter alguma possibilidade de participação ou pura e simplesmente não vai às reuniões?O público tem o direito de ex-pressar a sua opinião na As-sembleia o que acontece é que normalmente não o utiliza. Há Assembleias em que não há uma única presença de não-eleitos. O facto de antigamente ter havido uma regra que impunha que a participação dos cidadãos só ti-vesse lugar no fim da reunião afastou as pessoas. Neste mo-mento até há uma proposta de todos os quadrantes políticos de passarem o período de interven-ção do público para o início e isso pode ser que venha novamente a trazer as pessoas às reuniões. Ainda na última Assembleia eram duas da manhã quando in-tervieram duas senhoras duma associação. Por aqui se vê que

não é muito agradável estar até essa hora a assistir a uma assem-bleia que, às vezes, está a discutir coisas sem grande interesse.

E, às vezes, há discussões vio-lentas. Pelo que sei na última reunião da Assembleia Munici-pal houve um atroca azeda de paçavras entre o presidente da Câmara e um deputado muni-cipal…Sim. Foi uma discussão muito violenta e a assembleia foi mes-mo interrompida.

O Bloco de Esquerda nas últi-mas eleições para o Parlamento teve boas votações, a nível na-cional, mas no Alentejo, nas au-tárquicas, os resultados foram relativamente baixos. O que é que tem faltado ao Bloco de Es-querda em Évora e no Alentejo?Acho que há duas causas. Pri-meiro, a bipolarização existente na maior parte dos concelhos, onde normalmente há um can-didato da CDU e um candidato opositor, que regra geral é do PS, e quer um quer outro congregam as forças de esquerda, de onde poderiam sair votos para o Blo-co de Esquerda e é por isso que, às vezes, temos o dobro dos votos para a Assembleia Municipal do que tivémos para a Câmara, como é o caso de Évora. Essa bi-polarização prejudica-nos, mas por outro lado também é verda-de que este é um caminho que tem que ser mais trilhado pela nossa parte e esperemos que a partir de agora possamos ir para a frente e mostrar às pessoas que estamos cá, não só na altura das eleições, mas no dia a dia, e que estamos cá para fazer a diferen-ça.

Carlos Júlio

Amália Espiridião, bióloga, foi eleita nas últimas eleições para a Assembleia Municipal de Évora. É a única eleita do Bloco de Esquerda num órgão autárquico do concelho e representa a entrada dos bloquistas na vida política local eborense. Nove meses depois de ter sido eleita deputada municipal, Amália Espiridião,

diz que, “no geral tem sido uma boa experiência e uma aprendizagem”, tanto para si como para o Bloco de Esquerda.

Amália Espiridião diz que a experiência autárquica tem sido positiva para o Bloco de Esquerda

luís Pardal

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freguesias

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Torre de Coelheiros

Como caracteriza a sua fre-guesia?A Freguesia de Torre de Coe-lheiros é uma freguesia rural do concelho de Évora e ocupa uma área de 224Km2. Nela so-bressai a torre pertencente ao solar dos Coguminhos. É uma freguesia das mais remotas do concelho de Évora, com uma antiguidade remontando ao século XIII. A povoação princi-pal e sede da freguesia é Torre de Coelheiros. Além de diver-sos montes e lugares, existiam três localidades que foram em tempos freguesias autónomas: S. Bento de Pomares, S. Jordão, e S. Marcos da Abóbada. Torre de Coelheiros esteve anexada a S. Marcos da Abóbada de 1911 a 1936. Em 1936 foi desanexa-da, passando as duas a coe-xistir autonomamente. A 1 de Novembro de 1946, as quatro freguesias foram reunidas em definitivo numa única, Torre de Coelheiros. Actualmente o número de eleitores é de 691 e a população ronda os 850 ha-bitantes. A actividade domi-nante é a agricultura, embora o sector secundário, como a construção civil, tenha sido, nos últimos anos, a que mais emprego tenha criado.

Na sua opinião, quais são os pontos fortes da Fregue-sia de Torre de Coelheiros?Dos pontos fortes da Freguesia de Torre de Coelheiros destaco a existência de lotes de terreno para construção de habitação, lotes esses municipais, que as-sim que colocados à venda a preços acessíveis poderão atrair novos habitantes à freguesia; o parque industrial, já pratica-mente todo construído, crian-do assim postos de trabalho; e a acessibilidade, já que estamos a 23 km da sede do concelho, e na

passagem Évora/ Beja. Torre de Coelheiros é uma aldeia sosse-gada, limpa e dinâmica, onde o associativismo tem um papel importante. Desde a associação de jovens ao Grupo Coral, tem uma intervenção activa a nível cultural. O comércio local e a restauração, simultaneamente com o circuito megalítico devi-damente sinalizado, são locais de atractivos para os nossos vi-sitantes.

E os pontos fracos? A falta de emprego e a ine-xistência de alguns equipa-mentos essenciais á fixação da população. Já se nota que grande parte da população sai de manhã e só regressa à noite, e alguns desses trabalhadores levam os filhos para escolas de Évora, visto não existir lugar para que as crianças perma-neçam em segurança até que os pais regressem do seu posto de trabalho. Outro ponto fraco

é a falta de transportes públi-cos, porque apenas existe um transporte de manhã e outro à noite. Outro ponto fraco é que, existindo lotes de terreno

municipal, os mesmos não são colocados à venda. São estes os pontos fracos que preocupam o executivo da Junta de Fregue-sia.

Que obras gostaria de ver concluídas até ao final do mandato? A reparação das ruas de calça-da; a requalificação da zona do Pomar, criando assim uma zona de desporto e lazer; a am-pliação da zona de actividades económicas; e a disponibili-zação de lotes para habitação são as obras que gostaríamos de ver concluídas neste man-dato. Para que a freguesia não se desertifique à semelhança de outras povoações rurais é necessário criar condições para fixar a população e atrair mais pessoas. Tudo isto passa por um trabalho articulado entre a Câmara e a Junta de Fregue-sia, com o objectivo da criação de atractivos evitando a saída de pessoas e ao mesmo tempo incentivando e chamando à atenção que vale a pena viver nas freguesias rurais.

Para que a Freguesia da Torre de Coelheiros “não se desertifique à semelhança de outras povoações rurais é necessário criar condições para fixar a população e atrair mais pessoas,” considera o presidente da Junta, João Horta Rodrigues. Em entrevista ao REgISTO, o autarca defende que

isso “passa por um trabalho articulado entre a Câmara e a Junta de Freguesia”, que mostre que “vale a pena viver nas freguesias rurais”.

“Vale a pena viver nas freguesias rurais”

“A falta de emprego é um dos pontos fracos da freguesia.”

Torre de Coelheiros em resumo

Área – 226,23 km2População – 817 hab. (2001)Densidade – 3,6 hab./Km2

A Freguesia de Torre de Coel-heiros perdeu grande parte da sua população devido à emig-ração na década de 1960, sobre-tudo para a Suíça. Os últimos anos têm sido de crescimento para a freguesia, beneficiando da proximidade de Évora, onde trabalha a maioria da popula-ção torreense, e do regresso de muitos emigrantes.O actual presidente da Junta de Freguesia da Torre de Coelhei-ros é João Manuel Horta Ro-drigues, reeleito em 2009 nas listas da CDU.

José Pinto de Sá

Situações preocupantesO presidente da Junta de Freguesia da Torre de Coel-heiros considera que a falta de diálogo e o atraso na transferência de verbas con-stituem “situações preocu-pantes” que afectam negati-vamente o “relacionamento institucional” entre a junta e Câmara de Évora.Questionado sobre o estado das relações entre a Junta de Freguesia da Torre de Coel-heiros e a Câmara Munici-pal de Évora (CME), o presi-dente da Junta, João Horta Rodrigues, considera que se

trata de um relacionamento “institucional”, no quadro do qual as duas entidades se “respeitam mutuamente”. No entanto, Horta Rodrigues não deixa de apontar que “existem situações” que de-ixam a Junta preocupada.Entre essas situações, o eleito destaca “a falta de reuniões periódicas onde se deveria debater todos os assuntos relacionados com as fregue-sias”, desde logo o Protocolo de Descentralização de Com-petências, que, conforme disse, “não é discutido com

as juntas”. Outra situação “preo-cupante” é o “atraso na transferência das verbas relacionada com os vários protocolos” estabelecidos com a CME. “Estas transfer-ências financeiras são de grande importância para o bom funcionamento da Junta Freguesia,” sublinha Horta Rodrigues, explican-do que esta “só poderá hon-rar os seus compromissos se receber atempadamente es-sas verbas, conforme proto-colado”.

luís Pardal

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Cultura

PUBLIREPORTAGEM

“Fado ao piano”Fotojornalismo

Mário Moita recria a tradição

Expostos os trabalhos vencedores do prémio Estação Imagem/Mora

Em Portugal o seu nome ainda não anda nas bocas do mundo, mas a carreira de Mário Moita vai de ven-to em popa no estrangeiro, notavel-mente no Japão e no Brasil, onde o êxito do seu “fado ao piano” já lhe

valeu um convite para o popular show de Jô Soares.

Nascido em Reguengos de Monsaraz, Mário Moita começou a tocar piano aos 7 anos, e estudou Música e Agro-nomia, acabando por trocar em de-finitivo esta por aquela. Em Abril de 2007 lançou, no Museu do Fado e da Guitarra Portuguesa, “o único CD/Li-vro existente em Portugal sobre a his-tória do fado ao piano”.Misturando “raízes alentejanas e técnica de canto lírico,” Mário Moite “recria uma tradição datada de 1870, quando o fado subiu aos salões para deleite da fidalguia”. O cantor-pianis-ta-compositor reguenguense encon-tra-se actualmente em estúdio para gravar um álbum de originais seus, que conta com a participação de gran-des músicos nacionais e estrangeiros.

José Pinto de Sá

As reportagens vencedoras do prémio Estação Imagem/Mora vão estar patentes no Pavilhão Municipal de Exposições de Mora a partir de sábado, dia 10, ocasião para ver o que de melhor se faz em fotojornalismo em Por-tugal. A exposição reúne os trabalhos do 1º Prémio, Paulo Pimenta, e dos demais fotógrafos galardoa-dos: Ricardo Meireles e Nélson Garrido na categoria de Notí-cias; João Carvalho Pina, Nacho Doce e Nelson d’Aires na cate-goria Vida Quotidiana; Guillau-me Pazat na categoria Retrato; Gonçalo Rosa da Silva em Artes e Espectáculo; Nuno Ferreira na categoria Ambiente; Jorge Mon-teiro em Desporto; e de novo Nélson d’Aires na categoria es-pecial “2009: Ano de Eleições”. O júri internacional que avaliou os trabalhos foi constituído por

Aypery Ecer(vice-presidente para a fotogra-fia da agência Reuteurs e presi-dente do júri do World Press Pho-to deste ano), Daphné Anglès (coordenadora fotográfica para a Europa do New York Times), Magdalena Herrera (directora de fotografia da revista francesa Geo) e Francesco Zizola (fotojor-nalista distinguido oito vezes no World Press Photo). Nesta primeira edição do pré-mio Estação Imagem/Mora con-correram 191fotógrafos profissionais, com mais de 600 reportagens.

José Pinto de Sá

AUTO SÃO CRISTÓVÃO, LDA

Um Amigo para a vidaO novo ASX foi desenhado para quem valoriza o prazer da condução.

Novo Motor 1.8 diesel DI-D MIVEC 150CV E BAIXAS DE EMISSÕES DE CO2A tecnologia MIVEC permite em simultâneo reduzir os níveis de emissões de todos os gases de escape garantindo uma condução ambiental responsável.Segurança Passiva e ActivaNo ASX, a segurança dos ocupantes e dos peões foi levada muito a sério. O ASX tem todas as versões equipadas com 7 airbags, controlo activo de estabilidade e tracção, ABS e assistência no arranque em subidas.Tecto Panorâmico O Mitsubishi ASX revela uma nova dimensão de condução, permitindo apreciar uma vista panorâmica do exterior em todas as direcções. Ao recolher o para sol interior, revela-se um tecto em vidro de grandes dimensões que se estende desde o pára-brisas até aos bancos traseiros.Sistema de Arranque sem chave e computador de bordo com lCd a cores.Auto Stop & gO, Indicador de mudança de velocidadeO auto stop & go desliga o motor durante as paragens no trânsito, cortando o des-perdício de combustível e as emissões de co2. O sistema arranca instantaneamente quando se pressiona a embraiagem.A segurança na condução nocturna não foi esquecida. O ASX consegue iluminar uma faixa mais larga da estrada, o que é realmente útil para identificar potenciais obstáculos em cruzamentos e bermas.O ASX deixa-o levar tudo o que precisar, os 442 litros de capacidade da mala dis-poníveis na configuração de 5 ocupantes, incluem ainda um compartimento de ar-rumo sob o piso.

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Centrais

É igual a tantas outras que vemos espalhadas por esse país fora, com origem no “plano das escolas do centenário” lançado nos anos 40 em pleno Estado Novo. O tal “tempo da outra senhora”, soi dizer-se. Pode parecer igual, mas não é.

A escola básica de Santana do Campo é como uma fonte de vida. Fechá-la é assinar o óbito desta aldeia do concelho de Arraiolos.

Escola de Santana do Campo pode encerrar por falta de alunos

“Fechar a escola é matar a aldeia”Às cinco da tarde ainda o sol queima. Só à sombra do casario branco se pode amenizar a calma de uma sexta-feira de verdadeiro verão alentejano. Sentadas no portado da entrada da associação social da aldeia de San-tana do Campo, Ilda Macau e Dalila Cordeiro são chamadas à discussão sobre a escola.

Cassandra Barreto vive em Santana. É mãe de dois filhos, um deles a frequen-tar a escola da aldeia. Já ela fizera o re-lato para o gravador das condições exce-lentes da escola quando Ilda e Dalila são chamadas à discussão.“Se fecharem a escola a aldeia fica deser-ta”, avança Ilda de voz indignada apon-tando para o neto que ali está no outro lado da rua. “Aqui estão no ambiente deles, aprendem a tradição, os avós vão à escola ensinar as tradições”, remata Dalila Cordeiro, também mãe de um dos oito alunos que concluiram o ano lectivo na escola básica de Santana do Campo.Perpetuar tradições e costumes é dos mais fortes argumentos esgrimidos pe-los pais que insistem em preferir a esco-la da aldeia em troca da escola grande de Arraiolos. Mas há outro argumento cuja força não é menor: o pedagógico. O mesmo argumento bradado pela mi-nistra e pelos especialistas em educação que dizem sairem prejudicados os alu-nos das pequenas escolas.“Aqui aprendem melhor”, atira Manuela Carapinha, dando rosto ao argumento maior. “Na escola de Arraiolos uma pro-fessora nunca vai dar tanta atenção a 25 alunos como esta dá aqui a oito”.

Economia em risco

Quando a ministra da Educação lançou

a ideia do fecho de todas as escolas com menos de 21 alunos, soou o alarme. Mes-mo quando a Direcção Regional de Edu-cação do Alentejo veio amenizar as coi-sas e falar em 11 como limite mínimo, o ambiente continuou pesado. Os pais reuniram-se na sala de aula e borilaram um abaixo-assinado a pedir a manuten-ção da escola.Diz-se que em Santana do Campo a es-cola é como uma fonte de vida. Fechá-la não se trata apenas de “transportar meninos de um lugar para outro”, realça Isaura Serra, presidente da Junta de Fre-guesia de Arraiolos.Numa pequena equação, a autarca re-sume as perdas nesta pequena aldeia que não tem mais de 300 habitantes. “Quando se fecha uma escola destas há uma grande perda económica e social. A economia local sofre de imediato. A co-operativa e os pequenos comércios aqui da aldeia têm como principal cliente a escola. Estes pequenos comércios ven-dem os produtos quer para as refeições quer para as outras actividades que de-correm ao longo do ano”. Há mais efei-tos imediatos e visíveis. Garante Isaura Serra que caso encerre a escola há uma série de postos de trabalho em risco, desde logo a cozinheira encarregada de confeccionar as refeições para a escola que “de imediato perde o emprego, bem como a auxiliarda escola”. “Além disso acabam as parcerias que existem com várias instituições para os tempos livres o que leva à perda do trabalho para os monitores”, sublinha a presidente da Junta de Arraiolos.Cassandra Barreto, que já antes tinha te-cido loas às boas condições do edifício da escola, vem agora dar mais uma achega que ajuda a suportar a sua boa opinião sobre a escola. Diz Cassandra que, quer ela, quer o marido a frequentaram “e muita gente aqui de Santana ali andou e nunca nunca se notou qualquer pro-

blema de aprendizagem. Nem naquele tempo nem agora”.

Morte anunciada

Santana do Campo é uma daquelas al-deias que cumpre a traça tradicional do Alentejo quente com o seu casario baixo e branco. A aldeia cresceu circular em torno das ruínas de um antigo templo Romano, cujas colunas são ainda visí-veis e são suporte a uma das paredes da igeja Matriz.Bruno um dos pequenos nascidos nesta aldeia, sobe a rua com a mãe. Quando questionado sobre a escola, a “sua” esco-la, põe na cara um sorriso que se rasga de orelha a orelha. “É muito bonita”, diz num tom demasiadamente expressivo para uma criança que acaba de termi-nar o primeiro ano. Do alto dos seus sete anos fala da sala de aula e põe enfâse especial nos instrumentos. “Tem muitos instrumentos e eu gosto de tocar pan-deireta e…”, com uma pausa olha a mãe questionando o nome do instrumento, até que com uma pequena palamada na testa “AS MARACAS”, diz em voz alta, “gosto muito das maracas”. “E te-mos três computadores para jogar, fazer desenhos e escrever no Word”, acrescen-ta. Três computadores para oito alunos. “Isto não é qualidade?”, pergunta a mãe do Bruno.Pela conversa também se percebe que o Ruben e o Francisco adoram a escola da aldeia e de como os avós e os pais “às ve-zes vão lá, ensinar coisas à gente”. Dalila Cordeiro reentra na conversa: “Os avós,

Paulo Nobre

Os oito alunos com a sua professora à porta da escola de Santana do Campo

Não encerrem a Nossa Escola, faz falta!

sistema educativo. Qualquer pro-posta de encerramento de uma qualquer escola deve ter como condição obrigatória, de partida, o diálogo, a negociação e a con-certação com os pais e encarrega-dos de educação. Ninguém terá dúvidas que se forem apresentados, de uma forma clara e objectiva, os fun-damentos que levam à proposta de encerramento da escola, e se daí resultarem benefícios para os seus filhos, os pais serão os primeiros a concordar. Fica também uma decisão toma-da de forma unilateral à revelia dos órgãos autárquicos. Não bas-ta o acordo dos encarregados de educação, um processo desta na-tureza exige a concertação com as câmaras municipais e juntas de freguesia, o que não acontece na grande maioria dos casos.Fica ainda um contributo deci-sivo para a desertificação do ter-ritório, a par do encerramento de Centros de Saúde, serviços da EDP, Postos da GNR, Postos de Correio, etc.Fica o total desrespeito pelas cri-anças, afastando-as do ambiente natural, físico e afectivo, e de uma relação estreita e saudável com familiares mais directos, nomeadamente avós, aspectos fundamentais no seu desenvolvi-mento equilibrado.O encerramento de uma escola, que não poderá nunca ser ditado pelo número de alunos, só de-verá ter lugar quando estiver garantido que as condições da escola de acolhimento são efec-tivamente melhores do que as da escola que encerra; quando exista concordância de encarregados de educação e autarquias; quando daí resulte claramente uma mel-horia para os alunos. Não é isso que está em curso!Compete-nos a todos defender as crianças, e a melhor forma de o fazermos é continuar a lutar pela defesa da Escola Pública, exigin-do ao governo que pare imediata-mente o encerramento de escolas e o processo de “reestruturação” da rede escolar evitando, assim, o agravamento de injustiças e o atraso do país.Devemos lutar pela implementa-ção de uma política educativa que assuma a educação como um val-or estratégico para o desenvolvi-mento do país e para o reforço da identidade nacional e um in-vestimento numa Escola Pública de Qualidade, ao invés da actual estratégia que visa reduzir as re-sponsabilidades do Estado nesta sua importante função social.

Esta foi uma das frases mais ou-vidas nas últimas semanas, desde que o governo, em vésperas de matrículas, anunciou que iria fechar 900 escolas do 1º.ciclo do ensino básico com menos de 21 alunos, 500 das quais já no próxi-mo ano lectivo.Um pouco por toda a parte, de norte a sul do país, alunos, pais, populações, professores e fun-cionários das escolas, tomam posição, aprovam moções, sub-screvem abaixo-assinados, man-ifestam-se publicamente.Um protesto que tem sido vivido, também, por muitas câmaras municipais e juntas de fregue-sia, como aconteceu em Évora, com uma tomada de posição, unânime, por parte da Câmara Municipal, manifestando ao gov-erno o seu descontentamento e oposição à proposta de encerra-mento das duas escolas sinaliza-das - Boa Fé e Guadalupe.Parece inquestionável que qualquer processo de reorde-namento da rede escolar deverá ter em conta o interesse das co-munidades educativas, sob pena de os principais prejudicados, por decisões tomadas longe da reali-dade, serem os alunos. Por isso, não se consegue aceitar que esta decisão, tomada a partir de uma resolução administrativa aplicada de igual modo a realidades bem distintas, tenha por base lógicas economicistas, de racionalização de recursos a sobreporem-se aos direitos das crianças e das famí-lias. Obviamente que só poderia ter como resposta uma forte onda de descontentamento.Garantia o ministro Jorge Lacão que “esta medida será implemen-tada de forma comedida, susten-tada com as autarquias locais e devidamente partilhada com as comunidades locais”. Palavras leva-as o vento, diz o ditado! O que fica neste processo, para além das palavras, é o atropelo a uma das mais elementares regras de funcionamento democrático, o envolvimento dos cidadãos, e o seu direito em participarem na definição do desenvolvimento do

JESuINA PEdREIRA

Vereadora na C. M. ÉvoraMembro do Conselho Nacional do MdM

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É igual a tantas outras que vemos espalhadas por esse país fora, com origem no “plano das escolas do centenário” lançado nos anos 40 em pleno Estado Novo. O tal “tempo da outra senhora”, soi dizer-se. Pode parecer igual, mas não é.

A escola básica de Santana do Campo é como uma fonte de vida. Fechá-la é assinar o óbito desta aldeia do concelho de Arraiolos.

“Fechar a escola é matar a aldeia”

blema de aprendizagem. Nem naquele tempo nem agora”.

Morte anunciada

Santana do Campo é uma daquelas al-deias que cumpre a traça tradicional do Alentejo quente com o seu casario baixo e branco. A aldeia cresceu circular em torno das ruínas de um antigo templo Romano, cujas colunas são ainda visí-veis e são suporte a uma das paredes da igeja Matriz.Bruno um dos pequenos nascidos nesta aldeia, sobe a rua com a mãe. Quando questionado sobre a escola, a “sua” esco-la, põe na cara um sorriso que se rasga de orelha a orelha. “É muito bonita”, diz num tom demasiadamente expressivo para uma criança que acaba de termi-nar o primeiro ano. Do alto dos seus sete anos fala da sala de aula e põe enfâse especial nos instrumentos. “Tem muitos instrumentos e eu gosto de tocar pan-deireta e…”, com uma pausa olha a mãe questionando o nome do instrumento, até que com uma pequena palamada na testa “AS MARACAS”, diz em voz alta, “gosto muito das maracas”. “E te-mos três computadores para jogar, fazer desenhos e escrever no Word”, acrescen-ta. Três computadores para oito alunos. “Isto não é qualidade?”, pergunta a mãe do Bruno.Pela conversa também se percebe que o Ruben e o Francisco adoram a escola da aldeia e de como os avós e os pais “às ve-zes vão lá, ensinar coisas à gente”. Dalila Cordeiro reentra na conversa: “Os avós,

são os que têm mais tempo, vão lá várias vezes por ano”. Manuela Serzeda, que entretanto ocupa o portado onde antes estivera Dalila, fala do forno da aldeia, um equipamento comunitário muito antigo que antes servia para cozer pão e fazer os bolos de Páscoa em clima de festa na aldeia. “Os avós juntam-se com eles, ensinam-lhes a fazer pão, a fazer bolinhos. Este ano eles adoraram… sujaram-se todos de farinha”, conta Ma-nuela com gestos expressivos.Uma das pessoas que colabora sempre nos tempos livres da escola de Santana é o avô Amadeu. Amadeu Pé Leve. Ses-senta anos bem altos. “A gente vai ali e convivemos todos. Avós e netos, todos juntos”. “Se isto fechar – atira – vai ser uma grande tristeza”.Mais que tristeza, Isaura Serra não tem dúvidas em afirmar que o encerramen-to da escola é “uma crónica da morte anunciada” desta aldeia. “Se pensarmos em políticas de fixação de população, nenhum casal jovem vem para uma terra sem escola”, justifica a presiden-te da Junta de Freguesia de Arraiolos. “A aldeia perde a vida. As culturas e as identidades das pessoas que aqui vivem perduram, mas sem a escola não são per-petuadas”.É por isto que se diz aqui que a aldeia pode ficar ferida de morte com o encerramento da escola.É também por isto que o povo colocou uma placa de metal assim com uns dois metros de altura e lá escreveu em letras garrafais e carregadas de sentimento: “Não fechem a escola. Ela Faz-nos falta!”

Contra o fecho de escolas

A Câmara de Évora já tem aprovada uma Moção contra o encerramento das escolas. Votada em reu-nião da autaqruia, teve voto unânime de todas as forças políticas, PS, CDU e PSD.Para o presidente da Câmara de Évora não faz senti-do haver uma medida nacional que corte a direito sem avaliar a especificidade das terras e regiões.“Já tive duas reuniões com a senhora ministra da Educação, uma mais pública outra mais privada, onde expus o nosso ponto de vista claramente contrário ao encerramento destas escolas, porque isso, não só em Évora, como no Alentejo seria mau”, afirma José Ernesto Oliveira em entrevista ao RE-GISTO. Para o autarca não faz sentido “termos uma medida que corta a direito, tipo rolo compressor e que decreta para o país, independentemente de ser na Brandoa, na Amadora ou em Monte do Corvo, o fecho em de escolas com menos de 21 alunos. Não estamos de acordo. Há realidades diferentes, há funções diferentes e acima de tudo há um país lito-ralizado com tendência a crescer e um interior que precisa de ser valorizado”.José Ernesto Oliveira defende a importãncia da pre-sença das escolas e considera ser necessário discutir “um número razoável de alunos”. “Em Évora podem ser 10, noutro concelho podem ser cinco alunos, por exemplo”.Em Évora há cinco escolas que podem encerrar, mas “nós pedimos à senhora ministra para suspen-der essa medida, para podermos dialogar. Há uma realidade que deve ser avaliada para que a decisão tenha em conta não só critérios de racionalidade, mas outros critérios que devem ser avaliados”, con-clui José Ernesto Oliveira.

Os oito alunos com a sua professora à porta da escola de Santana do Campo

“Escrita na Paisagem”

Há festa na Cruz da Picada

Está a decorrer a sétima edi-ção do festival Escrita na Paisagem, e esta semana, na diversificada programação, o destaque vai para “Movimen-to Arriscado”, pela Platafor-ma de Jovens Criadores, e para a Festa da Lã, um evento colectivo na Cruz da Picada.

“Podemos fazer alguma coisa nova hoje?” É em torno desta interrogação sobre os cami-nhos da criação artística con-temporânea que a Plataforma de Jovens Criadores constrói “Movimento Arriscado”, um espectáculo que funde “vídeo, música, performance, poesia, conversas, festa…” e que “vai acontecer”, no dia 8, entre os Antigos Celeiros da EPAC e o Convento dos Remédios. De realçar também a Festa da Lã, um evento colectivo em parceria com o Projecto MU-SEpe, que tem lugar na Cruz da Picada, no dia 9, pelas 18h30. Trata-se de um projecto da Co-lecção B e da Oficina do Feltro, que conta com a colaboração especial do Grupo Coral Femi-nino de Viana do Alentejo.Envolvendo a comunidade lo-cal, o projecto integra “outros sabores e saberes”, já que “have-rá também comida e cantares alentejanos”. Todos são convi-dados à festa!

José Pinto de Sá

P.N.

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dança

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Ballet

Alunas de Amélia Mendoza dançam “A propósito de mulheres”

Há trinta e dois que Amélia Mendoza ensina Dança a crianças alentejanas, e é o fruto do trabalho desenvolvido no último ano que a sua escola vai apre-sentar, neste fim-de-semana, ao públi-co eborense.

O espectáculo chama-se “A propósito de mulheres”. A primeira parte é “clássica” e narra as “brincadeiras” de uma borbo-leta. Quanto à segunda, aborda as “vi-das de algumas mulheres que, de certa forma, modificaram o estatuto femi-nino” e conseguiram realizar-se num universo dominado pelos homens: As Troianas, imortalizadas na peça de Eu-rípedes; a mística Santa Teresa de Ávila, a monja Hildegarda de Bingen; a pinto-ra Josefa de Óbidos, a cantora lírica Lu-ísa Todi e a bailarina Isadora Duncan.Amélia Mendoza prefere classificar a segunda parte de “neo-clássica”, ino-vando sem nunca renegar a “grande tradição” do ballet, à semelhança do trabalho de grandes coreógrafos como George Balanchine.Amélia Mendoza é espanhola, mas

com fortes ligações a Portugal. A sua fa-mília paterna tem raízes em Villanue-va del Fresno, e entre os seus parentes portugueses conta-se o primo António Gião, o ilustre físico reguenguense que se correspondeu com Albert Einstein.E foi justamente em Reguengos de Monsaraz que Amélia Mendoza foi convidada a convalescer em casa de familiares, quando um “pequeno aci-dente” a obrigou a interromper a sua carreira em Paris.

Um trabalho “gratificante”Sabendo da sua presença no Alente-jo, Adelino Santos, então responsável pela Academia de Amadores de Música, convidou-a para dar aulas de dança em Évora. Amélia Mendoza iniciou a acti-vidade docente há 32 anos, em ligação com o Fundo de Apoio aos Organismos Juvenis (FAOJ), nos locais dessa extinta instituição, em Évora. Essa colaboração, com o FAOJ e com o seu “sucessor”, o Instituto Português da Juventude (IPJ), manteve-se até 2005, data em que a es-cola de dança passou a funcionar “por conta própria”, embora continue a en-

saiar nos locais do IPJ, em Évora. A afluência de alunas levou a pro-fessora a criar um segundo pólo em Montemor-o-Novo no ano seguinte. De então para cá, outros cinco já abriram, em Estremoz, Viana do Alentejo, Por-tel, Alcácer do Sal e Arraiolos, dirigidos por alunas ”veteranas” a quem Amélia Mendoza confiou funções docentes. Uma dessas discípulas, Cristina, não es-conde o entusiasmo com que exerce es-

sas funções, uma actividade trabalhosa mas “muito gratificante”. “Ela apaixo-nou-se por nós, e nós por ela,” afirma, referindo-se à forte relação que Amélia Mendoza estabelece com as alunas e colaboradoras. O espectáculo terá lugar no Teatro Gar-cia de Resende, em Évora, no dia 9 às 21h30 e no dia 10 às 15h30 e às 21h30, sendo esta última apresentação a única que é aberta ao público em geral.

José Pinto de Sá

Amélia Mendoza ensina dança no Alentejo há trinta e dois anos.

luís Pardal

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ArtesPé de Xumbo: há 15 anos a dançar

Contra danças não há argumentosO título é sugestivo mas não é original. É mote usado num dos vários festivais que a asso-ciação Pé de Xumbo organiza anualmente e que movimenta diferentes públicos de muitas idades. Com a música e a dan-ça como argumentos. É assim há 15 anos. Tem sede em Évora, onde se es-tabeleceu há 15 anos, mas de-senvolve acções um pouco por todo o país. Promover a música e a dança é o que faz mover esta associação que faz dos antigos celeiros da EPAC o centro das suas inúmeras produções.“Faz sentido e todas as pessoas deveriam ter uma prática de dança”, diz Diana Mira, rosto da Pé de Xumbo, há década e meia ligada a um projecto que quer pôr toda a gente a dançar sem preocupações estéticas ou artísticas, tão só pela noção de movimento, de contacto, de preservação das tradições.“As danças populares têm uma função social de ligação entre gerações, entre as memórias das gerações. Uma memória que vai mudando, o que era um baile para a minha avó não é o mesmo que um baile para os meus filhos”, prossegue Dia-na Mira, reforçando, no entan-to, que apesar da mudança dos sons, das músicas, há ritmos que permanecem iguais hoje como ontem. “Há uma função do baile que é exactamente a mesma, que serve para as pes-soas se encontrarem, se cruza-rem, olharem-se, até poderem namorar. Se estudarmos o baile há 200 anos ou agora, verifica-remos que ele tem as mesmas funções”.De entre as várias linhas que fazem “mexer” a Pé de Xum-

bo, há festivais que começam a ser incontornáveis. Dentro de algumas semanas, no iní-cio de Agosto, arranca um dos momentos altos do ano para a associação. Em São Pedro do Sul, de 2 a 8 de Agosto, reali-za-se mais uma edição do do festival Andanças. O tema da edição deste ano é Comunida-de e o Andanças “vai transfor-mar a aldeia de Carvalhais na verdadeira Comunidade Glo-bal”. “Vamos juntar músicos, dançarinos, voluntários, cien-tistas, artistas, de muitas ori-gens: gente com ideias novas, brilhantes, originais, singelas ou loucas, para ver o Mundo de novas maneiras. Fazer da Uto-pia uma Pandemia!”, assegura-se no sítio da Pé de Xumbo na Internet.

Danças on-line: tradição na Internet:

Valsas mandadas da serra de Grândola, saias de Campo Maior e Castelo de Vide e bai-les cantados de Castro Verde são danças do Alentejo, quase perdidas, alvo de um projecto de investigação para criar um arquivo on-line.O projecto nasceu este ano e chama-se “Arquivo das Danças do Alentejo” e tem a coordena-ção da investigadora brasileira Lia Marchi e de Domingos Mo-rais, do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da Uni-versidade Nova de Lisboa.“Estamos num momento de viragem. Ainda estão vivos muitos idosos que se lembram dos bailes de antigamente e te-mos as danças tradicionais dos ranchos folclóricos”, realça Lia Marchi, directora e pesquisa-dora da “Olaria – Projectos de Arte e Educação”, no Brasil.

A investigadora, em explica-ções avançadas à Lusa, diz que a a iniciativa pretende “docu-mentar e divulgar repertórios de danças tradicionais” do Alentejo para que não “mor-ram”.Para Diana Mira o projecto quer recuperar um patrimó-nio cultural “desconhecido de muitos portugueses e que ain-da se mantém vivo muito por força dos grupos folclóricos e das iniciativas das autarquias”.“É um património que está a desaparecer”, mas “ainda há uma série de danças muito ri-cas e é preciso desmistificar a ideia de que, nesta região, não se dança”, diz Diana Mira. “Não há povo que não dance e há es-tudos que provam, assim como os registos que recolhemos, que aqui se dançavam viras, fados, valsas e até o cante alen-tejano”.Só que, ao contrário da música tradicional que ao longo dos

anos mereceu trabalho atura-do e pesquisas de nomes como Michel Giacometti ou Ernesto Veiga de Oliveira, “a dança fi-cou de fora destes trabalhos de sistematização”, afirma Diana Mira e “uma parte deste nosso património das danças carece de uma investigação profunda em termos académicos”. “Há imensa recolha feita e des-crições, normalmente por es-crito, mas não estão editadas”, daí este projecto que se prepara para mostrar on-line a tradição alentejana na dança.Por agora, já foi feita investiga-ção bibliográfica, procurando “todas as referências sobre bai-les que existem na literatura”, e também recolha de campo. “Nos textos, há imensa gente a falar dos bailes, porque estão em todo o lado. Pega-se num livro e são muito raras as des-crições sem essas referências”, refere Diana Mira.Lia Marchi, ainda em declara-

ções à Lusa, precisa que, dada a vasta extensão do Alentejo, a recolha de campo só incidiu, até agora, em três zonas, com a filmagem de ensaios de ran-chos, entrevistas com idosos que se lembram dos bailes, fes-tas populares e encontros para as pessoas dançarem as “mo-das” tradicionais.Castro Verde, com o foco nos bailes cantados e de mastro, a serra de Grândola, que possui as valsas mandadas, já investi-gadas pela Pé de Xumbo, sobre as quais editou um documen-tário em 2008, e Castelo de Vide e Campo Maior, destacando as saias e repertórios de ranchos folclóricos, foram as áreas do-cumentadas.A ideia passa por lançar em Outubro um livrete com a des-crição do contexto das danças e em 2011 editar um documen-tário para levar a festivais de cinema documental.Diz Diana Mira que a associa-ção quer também promover oficinas para as pessoas apren-derem as coreografias, que até podem “ser matéria-prima para coreógrafos de dança con-temporânea”.A associação já avançou com candidaturas para dar conti-nuidade ao projecto e abranger concelhos a sul do Tejo, “onde vivem muitos alentejanos que têm imensa informação” so-bre as danças tradicionais. A ambição maior, a longo prazo, é alargar a iniciativa à genera-lidade das danças tradicionais de Portugal.Lá para Outubro arranca outro dos emblemáticos momentos organizados pela Pé de Xum-bo: é o festival Tocar de Ouvido em Évora. Mas isso é obra para outras andanças.

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Paulo Nobre

“Toda a gente devia de dançar”

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Carta Aberta

PLATAFORMA DAS COMPANHIAS

O Governo decidiu cortar em 10%, para o ano de 2010, todos os finan-ciamentos à criação artística que resultam dos contratos assinados entre o Ministério da Cultura e os agentes culturais.Trata-se, nas palavras da própria Ministra, que o aceita e justifica, de um “corte cego”, indiferente à altura do ano em que é anunciado, ao grau de execução das activida-des a que os criadores se haviam comprometido com o Governo, e às diferentes realidades – estrutu-rais, organizativas, em matéria de responsabilidades e encargos assu-midos – que o Ministério da Cultu-ra teria obrigação de conhecer e de distinguir entre aquilo que designa por “artistas independentes”.A notícia deste corte veio encontrar reunidas em Coimbra, no Festival que anualmente organizam, as seis companhias de teatro profis-sional que integram a Plataforma das Companhias, uma estrutura informal de intercâmbio, debate e reflexão.No seu conjunto, estas seis compa-nhias empregam nos seus quadros, em permanência, mais de uma centena de pessoas – têm, em mé-dia, 17 colaboradores permanentes. Todas são financiadas pelo Minis-tério da Cultura, ao abrigo de con-tratos pluri-anuais que resultam de candidaturas aprovadas por júris nomeados pela Direcção-Geral das Artes, com valores que variam en-tre os 200 e os 320 mil Euros/ano. Este corte significará uma perda entre os 20 e os 32 mil Euros nas re-ceitas previstas até ao final do ano, que inevitavelmente se reflectirá em perda de postos de trabalho, em cancelamento de produções e em paralisação da actividade. Falamos de estruturas profissionais organi-zadas, com custos permanentes e responsabilidade social: salários, segurança social, contratos com fornecedores já celebrados, etc.

Perante tão sérias consequências e após rasgar os contratos que con-nosco assinara, a Ministra pede-nos, num e-mail enviado no passado sábado, “solidariedade” com o “es-forço nacional”. Reconhece as “di-ficuldades endémicas associadas a esta área”, “lamenta” a situação e manifesta-nos a sua própria “solida-riedade”.No âmbito da Plataforma das Com-panhias e noutros foruns de discus-são, estas seis companhias vêm des-de há muito chamando a atenção dos sucessivos Governos, Ministros da Cultura e Directores-Gerais para as tais “dificuldades endémicas” do sector. A primeira das quais – a falta de financiamento público – foi aliás reconhecida pelo Primeiro-Ministro José Sócrates. Em campanha eleito-ral, é certo. Em campanha eleitoral, ainda por cima – naquela altura em que é suposto os governantes assu-mirem compromissos com os eleito-res e clarificarem o que se propõem fazer.Em vários documentos publicados e enviados aos titulares de cargos com responsabilidades na definição e naconcretização de políticas culturais, temos apresentado propostas con-cretas para a definição de uma estra-tégia nacional neste domínio, capaz de dotar o sector de uma sustentabi-lidade mínima, que lhe permitisse funcionar devidamente em alturas normais e sobreviver a uma situa-ção de crise, como a que actualmen-te atravessamos.Propostas que visavam a racionali-dade na distribuição dos dinheiros públicos, a consolidação das estrutu-ras de criaçãoexistentes, a criação de condições para uma circulação regular dos es-pectáculos financiados pelo Estado, a existência de apoios mínimos para a internacionalização, a regulamen-tação do estatuto profissional dos artistas, um real incentivo ao mece-nato cultural, a complementaridade entre o investimento público nacio-nal e os fundos comunitários, a de-finição de um quadro que regulasse a articulação entre Estado Central e autarquias, entre outros.Todos estes contributos foram sendo ignorados e continuamos até hoje com a mais perversa das formas

de política cultural: a que promove uma espécie de assistencialismo aos tais “artistas independentes” com os quais a Ministra agora se solidariza. Uma “política cultural” que convive de forma acrítica, resignada e cúm-plice com o mais feroz ataque feito pelo Estado à criação artística nacio-nal nas últimas décadas.Nas “explicações” que procura dar aos agentes culturais, a Ministra deixa claro a forma como pensa o sector: um conjunto de projectos avulsos, que se fazem ou não se fa-zem consoante haja dinheiro, ou que podem dimensionar-se e redi-mensionar-se, de um momento para o outro, ao sabor da disponibilidade orçamental que o Governo decide ter. É a permanência desta maneira de encarar a criação artística, que o Ministério da Cultura tem estimula-do em vez de contrariar, que permite a um Ministro das Finanças tomar decisões tão danosas e arbitrárias como esta.Recusamo-nos a aceitar a desculpa da crise. Todos sabemos que as ver-bas que agora nos pretendem retirar – aquelas de que depende a nossa sobrevivência – são, no conjunto do défice, verbas irrisórias que nada resolvem. Além disso, ao longo dos últimos anos, o orçamento dedicado à cultura vem sofrendo sucessivos cortes, ao arrepio dos discursos e dos anúncios oficiais e dos programas eleitorais e de governo apresentados pelos responsáveis políticos. As re-ferências às “medidas similares” na “maioria dos outros países da Europa dos 27”, com as quais a Ministra ten-ta atenuar o impacto deste corte, são por isso deslocadas: esquecem que o investimento feito em anos anterio-res e a solidez do sector (incluindo a protecção social aos trabalhadores afectados pela crise) são radicalmen-te diferentes. Não podemos preten-der ser europeus nos cortes quando não o somos nos orçamentos.Assumimos naturalmente as nos-sas responsabilidades e desejamos contribuir para o combate à crise. Sabemos, até, que temos um papel importante a desempenhar, en-quanto criadores, na construção de uma sociedade mais culta, mais es-clarecida, mais cosmopolita, mais solidária, mais justa, mais humana.

Mas recusamo-nos, por isso mesmo, a servir de pretexto para oportunis-mos cínicos ou de areia atirada para os olhos da opinião pública por res-ponsáveis políticos que parecem mais interessados em assegurar o seu próprio lugar do que em cum-prir as funções para as quais foram nomeados.As companhias de teatro profissio-nal financiadas pelo Estado ao abri-go de contratos pluri-anuais, entre as quais se encontram estas seis es-truturas, representam a esmagadora maioria do teatro que é feito em Por-tugal. É através delas que o Estado assegura, em complemento ao tra-balho feito pelos dois Teatros Nacio-nais, a prestação do serviço público de criação teatral. Colocar em risco a sua sobrevivência e condená-las a um sufoco ainda maior do que aquele em que já vivem é ameaçar todo o sistema teatral português. Fa-zê-lo desta forma, quebrando com-promissos assumidos em contratos (na base dos quais elas assumiram encargos e responsabilidades com pessoas e entidades terceiras) é mais do que uma irresponsabilidade. É a demonstração evidente de que a ac-tividade de criação artística é, para este Governo, algo que o país pode dispensar.Não aceitamos esta “inevitabilida-de”. E expressamos, apesar do con-texto adverso em que o Governo insiste em colocar-nos, a nossa dis-ponibilidade para debater com o Mi-nistério as nossas propostas, tanto no que diz respeito à estruturação do tecido teatral e do sistema de finan-ciamento da criação artística, como na procura de outras soluções para lidar com a crise que não sejam estes cortes “cegos”.

Coimbra, 28 de Junho de 2010.

A Escola da Noite (Coimbra)ACTA – A Companhia de Teatro

do AlgarveCENDREV – Centro Dramático

de ÉvoraCompanhia de Teatro de Braga

Teatro das Beiras (Covilhã)Teatro do Montemuro

(Campo Benfeito, Castro Daire)

O corte de 10% nos contratos do Ministério da Cultura

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ARCOS JOVEM 2010 A ARCA (Associação Recreativa e Cultural de Arcos) vai realizar a ARCOS JOVEM 2010 – Festa da Juventude de Arcos, dias 9 e 10 de Julho no Rossio, em Arcos (Es-tremoz).O programa da festa para dia 9 de Julho: 8º Festival de Dança de Ar-cos e discoteca com os djs ARCOS SOUND PROJECT. Dia 10 de Julho: desportos radicais; torneio de setas; debate; concerto com 7 SOULS; dis-coteca com DJ MASSIVE DRUM e ARCOS SOUND PROJECT.

Decorrem durante o mês de Julho as candidaturas para os jovens interessados em participar nas ac-tividades desenvolvidas pelo Mu-nicípio de Avis no âmbito do pro-grama “Voluntariado Jovem para as Florestas”, coordenado pelo Insti-tuto Português da Juventude (IPJ).O programa “Voluntariado Jovem para as Florestas” é uma iniciativa anual a que o Município de Avis se associa através da organização de actividades que pretendem contri-buir para a defesa e vigilância do património natural do Concelho bem como para a sensibilização da população em geral e dos jovens em particular para a importância da prevenção de incêndios flo-restais bem como da preservação da floresta e dos ecossistemas que lhe estão associados.Este programa contempla 32 vagas, destinadas a jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, e irá decorrer de 15 de Julho a 15 de Setembro. Cada jovem poderá participar por um período máximo de uma quinze-na, beneficiando de seguro de acidente pessoais e de uma bolsa. Todos os participantes irão receber formação genérica, por parte dos técnicos do IPJ, e específica, min-istrada por técnicos da Autoridade Florestal Nacional.Os jovens voluntários do Con-celho de Avis têm como missão a vigilância das florestas a partir dos 4 postos de vigia existentes na área do Município, mantendo contacto com os Bombeiros Voluntários Avisenses e o Comando de Op-erações de Portalegre, para alertar para eventuais ocorrências.Os jovens interessados em partici-par neste programa devem efec-tuar a sua inscrição no Gabinete de Intervenção Social e Educação.

Avis: “Voluntariado Jovem para as Florestas”

Com 46 publicações o Alentejo representa 6,3% da imprensa local e regional do país.

Os desafios do jornalismo de proximidade

O primeiro estudo exaustivo sobre imprensa local e re-gional em Portugal, levado a cabo pela Entidade Regu-ladora para a Comunicação Social (ERC) foi apresentado no passado 30 Junho na Fun-dação Calouste gulbenkian em Lisboa.

Apenas 18 das 728 publicações analisadas têm periodicidade diária, um dado que segundo a ERC “dificulta o cumprimen-to do papel que cabe à impren-sa regional” tanto mais que é escassa a existência de edi-ções regionais dos diários na-cionais. Os jornais diários de âmbito local e regional exis-tem somente nos distritos de Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Leiria, Porto, Viseu, Madeira e Açores. Esta radiografia do sector re-vela ainda existe um elevado número de títulos, superior inclusive à média europeia, uma baixa percentagem de exemplares vendidos em ban-ca (representando 23% das re-ceitas) e um elevado número de semanários e mensais. A maioria das publicações in-quiridas, ou seja 80 %, foi fun-dada na década de 80, à épo-ca impulsionadas pelo porte pago a 100%. Hoje este apoio do Estado é apelidado de in-centivo à leitura e a comparti-cipação nos envios de correio é de 40%. De salientar ainda a importância que continua a ter no panorama local a im-prensa de inspiração cristã.

A imprensa do Alentejo em números.

Pouco mais de um terço (37,5 %) dos jornais de âmbito local e regional são de publicação mensal, seguindo-se os sema-nários com 29,4 %. O Porto é o distrito com maior número de títulos (85), ou

seja 11,7 % do total nacional, seguindo-se Aveiro (67) com 9,2 %, Braga e Leiria (ambos com 56) representando 7, 7 %. No oposto, com nove títulos, o Distrito de Beja é o que tem menos publicações seguido por Bragança e Madeira, res-pectivamente com onze.O Distrito de Évora tinha, re-gistadas no final de 2009, 15 publicações representando 2,1 % do total nacional. Em termos de periodicidade exis-tem na região 8 jornais (53,3 % do total) com periodicidade mensal, 3 jornais quinzenais (20 %), 2 jornais de publicação semanal (13,3 %), um jornal di-ário e um online.Por seu lado o Distrito de Portalegre representa 3% do sector com 22 publicações registando-se aqui também um maior número de mensais com 10 jornais (45,5%). Contu-do, com 7 jornais, a percenta-gem de publicações com pe-riodicidade quinzenal é mais elevada (31,8%) que nas outras duas cidades alentejanas. Por seu lado o Distrito de Beja tem um maior número de semaná-rios (5 jornais) representando 55,6% do total distrital.A imprensa local e regional, apesar de desempenhar um importante papel no sistema

mediático português ainda enfrenta enormes problemas, entre os quais, o escasso inves-timento publicitário e outras fontes de receitas (sobretudo em áreas geográficas econó-mica e empresarialmente pouco consolidadas), o reduzi-do índice de leitura nas zonas do interior, a diminuição do número de assinantes e as di-ficuldades na distribuição.

Sobrevivência do sector passa por nova atitude

empresarial

No início dos anos 50 quando apareceu a televisão pensou-se que a rádio tinha os dias contados mas esta conseguiu encontrar um espaço próprio. O início dos anos 90 com a generalização da internet, o eclodir da informação instan-tânea e massificada trouxe para a imprensa novos desa-fios num país onde sempre se leu pouco e onde a taxa de circulação de jornais tende a diminuir. A globalização pode constituir um trunfo para a imprensa regional e local porque, como é referido na introdução do estudo, o sector ”cultiva a proximidade, estimula ou laços identitários, culturais e históricos e acari-

nha o particular, numa altura em que só se prega o global”. No momento em que tanto se fala do acordo ortográfico o sector “cultiva a língua por-tuguesa, num plano cada vez mais raro na Imprensa em ge-ral e desempenha um papel notável de reforço do conceito de cidadania” refere ainda a entidade reguladora na intro-dução deste trabalho elabo-rado após um inquérito com 411 respostas e 18 reuniões, uma em cada distrito, para a qual foram convidados todos os órgãos de comunicação das respectivas regiões. Das ideias que foram debatidas na con-ferência de apresentação do estudo sobressaem duas que apontam o caminho para a sobrevivência da imprensa local e regional: por um lado a diversificação do tipo de ne-gócio, implicando a criação de empresas de comunicação que não funcionem só da venda de jornais mas tenham capa-cidade de se alargar a outras áreas como a edição de livros e ou produção de eventos. Por outro ficou patente a impor-tância de uma maior profissio-nalização do sector e a criação de mecanismos para fomentar parcerias ou fusões para me-lhor enfrentar o futuro.

Carlos André

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18 08 Julho ‘10

Carta Dominante: 3 de Copas, que significa Con-clusão. Amor: Um amor antigo poderá ser esquecido final-mente. Descubra a imensa força e coragem que traz dentro de si!Saúde: Estará melhor do que habitualmente.Dinheiro: Esforce-se no trabalho e poderá con-seguir a promoção que tanto deseja.Número da Sorte: 39Dia mais favorável: Domingo

Carneiro

HORÓSCOPO SEMANAL Telefone: 21 318 25 91 E-mail: [email protected]

Carta Dominante: Cavaleiro de Paus, que significa Viagem longa, Partida Inesperada.Amor: Não deixe que os assuntos profissionais inter-firam na sua vida amorosa. Que o futuro lhe seja risonho!Saúde: A sua energia está em alta, não vai querer estar parado.Dinheiro: Poderão surgir al-gumas dificuldades económi-cas.Número da Sorte: 34Dia mais favorável: Sexta-feira

Touro

Carta Dominante: a Morte, que significa Renovação.Amor: Procure esquecer as situações menos positivas do seu passado afectivo. Saúde: Poderá sentir uma certa indisposição.Dinheiro: Segurança finan-ceira.Número da Sorte: 13Dia mais favorável: Segunda-feira

Gémeos

Horóscopo Diário Ligue já!

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Carta Dominante: a Estre-la, que significa Protecção, Luz.Amor: Não seja injusto com os seus amigos, pense bem naquilo que diz. Uma per-sonalidade forte sabe ser suave e leve como uma pena!Saúde: Procure o oftalmolo-gista, pois as dores de cabeça podem estar relacionadas com cansaço ocular.Dinheiro: Tudo estará den-tro da normalidade.Número da Sorte: 17Dia mais favorável: Terça-feira

Caranguejo

Carta Dominante: 8 de Paus, que significa Rapidez.Amor: Evite as discussões com o seu par, mesmo que tenha razão. A força e a hu-mildade caminham de mãos dadas!Saúde: Tendência para enx-aquecas. Dinheiro: Dê mais valor ao seu trabalho, e só terá a ga-nhar com isso.Número da Sorte: 30Dia mais favorável: Quarta-feira

Leão

Carta Dominante: Valete de Ouros, que significa Re-flexão, Novidades.Amor: As brincadeiras na sua relação afectiva serão uma constante, aproveite-as. Que a leveza de espírito seja uma constante na sua vida!Saúde: Não deixe que a ir-responsabilidade afecte a sua saúde e procure com maior regularidade o seu médico.Dinheiro: Cuidado com os gastos repentinos.Número da Sorte: 75Dia mais favorável: Segunda-feira

Virgem

Carta Dominante: 10 de Ouros, que significa Prosperi-dade, Riqueza e Segurança.Amor: Não deixe que o seu orgulho fira a pessoa que tem a seu lado. Preocupe-se com aquilo que você pensa sobre si próprio, faça uma limpeza interior.Saúde: Faça uma caminha-da por semana e verá como a sua circulação sanguínea vai melhorar.Dinheiro: Tente fazer um pé-de-meia, pois mais tarde poderá vir a precisar de um dinheiro extra.Número da Sorte: 74Dia mais favorável: Sábado

Balança

Carta Dominante: o Carro, que significa Sucesso.Amor: Pode estar apa-ixonado e ainda não se ter dado conta. Que a clareza de espírito esteja sempre consigo!Saúde: Não seja medroso e vá ao médico com mais regularidade.Dinheiro: O seu equilíbrio monetário está para breve.Número da Sorte: 7Dia mais favorável: Quarta-feira

Escorpião

Carta Dominante: o Im-perador, que significa Con-cretização.Amor: A felicidade e a paixão estarão estampadas no seu rosto. A Vida espera por si. Viva-a!Saúde: Poderá sofrer de algumas dores musculares.Dinheiro: Poderá ter al-guns gastos extra, previna-se.Número da Sorte: 4Dia mais favorável: Terça-feira

Sagitário

Carta Dominante: 9 de Ouros, que significa Prudên-cia.Amor: Poderá finalmente deixar os receios de lado e lançar-se de cabeça na paixão. Aprenda a escrever novas páginas no livro da sua vida!Saúde: Cuide mais do seu cabelo e unhas.Dinheiro: Possível aumen-to salarial. Número da Sorte: 73Dia mais favorável: Segunda-feira

CapricórnioCarta Dominante: o Diabo, que significa Ener-gias Negativas.Amor: O seu ambiente familiar encontra-se na perfeição, aproveite a boa disposição que vos rodeia. Seja um bom professor, eduque para que os mais jo-vens tenham uma profissão, mas, sobretudo, eduque-os para a vida. Saúde: Andará um pouco em baixo, faça ginástica.Dinheiro: Se pretende comprar casa, esta é uma boa altura.Número da Sorte: 15Dia mais favorável: Sexta-feira

AquárioCarta Dominante: Rainha de Ouros, que significa Am-bição, Poder.Amor: Se tem algum prob-lema que o está a incomo-dar, é tempo de o resolver. Proteja as suas emoções tornando-se cada dia que passa num ser humano mais forte e então sim, será feliz!Saúde: Tendência para al-gumas dores de garganta. Dinheiro: Não desespere, com a ajuda dos seus ami-gos conseguirá saldar pos-síveis dívidas.Número da Sorte: 77Dia mais favorável: Domingo

Peixes

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lazer

Autor_ Mafalda Moutinho

lIVROSO Tesouro do Veleiro

Espanhol

Os Primos partem com os embaixa-dores Torres para uma semana de férias em Va l ê n c i a , E s p a n h a , d u r a n t e a final da Taça América, a bordo de um magnífico veleiro. Com eles encontra-se o jovem americano Richard Grant e o espanhol Javier, filho do skipper, Alonso. Pouco an-tes de assistirem à primeira regata, os Primos observam um saco preto a boiar na água e recolhem-no. Es-tranhando as reacções dos adultos, decidem abrir o saco pela calada da noite, mas alguém consegue antecipar-se. No dia seguinte, des-cobrem quatro misteriosas cópias do cálice mais desejado do mundo, o Santo Graal, e convencem-se de que existe um mistério a resolver. As desconfianças entre os passa-geiros começam a vir ao de cima: os Primos conhecem o passado de Alonso e desconfiam dele, mas os Grant também não lhes inspiram confiança. As dificuldades e as sur-presas aumentam, quando um es-tranho veleiro sem tripulação quase abalroa o Mi Vida para desaparecer subitamente a coberto do intenso nevoeiro. Os Primos decidem ter uma reunião no mar, fora do espaço restrito do barco, mas são atacados por quatro tubarões e Ana é ferida. O motor e o rádio não funcionam, não há comida a bordo e ninguém responde ao SOS. Por fim aparece o enigmático capitão Pizarro que, de-pois de manter como reféns todos os adultos, lhes fala de um incrível tesouro escondido num galeão no fundo do mar…

Sinopse

A vida sosse-gada de Max M c D a n i e l s está prestes a nunca mais voltar a ser como dan-tes. Durante uma visita com o pai ao Instituto de Arte de Chicago, uma velha tapeçaria celta ganha vida à sua frente e, pouco depois, Max re-cebe um enigmático convite para ingressar na Academia de Rowan. Aí aguardam-no criaturas fantásti-cas, um currículo exigente e colegas com capacidades extraordinárias, mas também uma batalha ancestral entre as forças da luz e das trevas. Neste romance de estreia, o autor e ilustrador Henry H. Neff combina elementos de fantasia, ficção científi-ca e mitologia para criar uma histó-ria emocionante que nos conquista do início ao fim.

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4 7

8 6 5

1 3

5 3 1 9 2

2 4 6

SudOKu

Nota: O objectivo do jogo é completar os espaços em branco com algarismos de 1 a 9, de modo que cada número apareça apenas uma vez na linha, grade e coluna.

Realização_ david Slade

A Saga Twilight Eclipse

Em ‘A Saga Crepúsculo: ECLIPSE’, a história continua com a volta de Ed-ward Cullen e de sua família a Forks. Retorno que traz Bella de volta para sua vida normal ou quase normal. Com a ausência do namorado, ela tornou-se mais próxima do amigo de infância, Jacob Black. Um jo-vem e apaixonado Lobisomem que vê sua amiga se distanciar dele com o retorno de seus inimigos, os Vampiros Cullen.

Mas há outros perigos em vista, como a aproximação da Formatura e o fim do prazo dado pelos poderosos e temidos Volturi, para Bella tornar-se um deles. Como se não bastasse, a heroína continua sendo perseguida pela Vampira Victoria que em busca de vingança, forma um exército de jovens, fortes e inexperientes Vampiros. Apenas a união entre a alcatéia de Jacob e a família de Edward poderá frustrar os planos de Victoria para matar Bella.

Sinopse

fIlME dESTA SEMANA

Autor_ Henry Neff

A Tapeçaria: O Guardião de Rowan

Sinopse1. O quinto mês do ano civil 2. Ponto da órbita em que um planeta se acha mais afastado da Terra 3. falta de energia 4. Prefixo de posição 5. guarnecer de asas 6. Batráquio 7. Título honorifico na Índia 8. Re-boque 9. O oposto do dia 10. Acto de rolar.

RESOlVA AS PAlAVRAS CRuzAdAS

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Exposições

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“Reciprocidade” cultural luso-espanhola

Rostos de Roma no Museu de Évora

O Museu de Évora acolhe desde quarta-feira uma im-portante exposição de escul-tura romana das colecções do Museu Arqueológico Nacio-nal de Espanha.

São 33 peças escultóricas em mármore e em bronze, datadas

do período entre o século II a.C. e o século III a.C., provenientes das colecções do Museu Arque-ológico Nacional, em Madrid, e formam um conjunto de “re-tratos públicos e privados” que propiciam uma interessante reflexão sobre a imagem do po-der na Roma antiga”.A mostra “Rostos de Roma” é

fruto da “estreita colaboração” entre o Museu de Évora, o Mu-seu Nacional de Arte Romana de Mérida e o Museu Arqueo-lógico Nacional. A exposição ocorre num quadro de “recipro-cidade da organização de ex-posições” entre Portugal e Es-panha, e corporiza a segunda parte de um projecto iniciado em Outubro de 2005, quando o museu de Mérida recebeu a mostra “Imagens e mensagens – a colecção de escultura roma-na do Museu de Évora”.O papel de Joaquim Caetano, antigo director do Museu de Évora, na concepção e concre-tização deste projecto de in-tercâmbio mereceu rasgados elogios dos responsáveis por-tugueses e espanhóis presentes na inauguração da mostra, no passado dia 30.“Rostos de Roma” está patente ao público até ao mês de Setem-bro no Museu de Évora.

À quinta-feira

Museu de Évora aberto até tarde

Durante o Verão, à quinta-feira o Museu de Évora está aberto até às 23h00, e aco-lhe um conjunto de inicia-tivas de animação cultural.Uma noite por semana o Museu de Évora fica aberto até tarde, uma alteração de horário decorrente da apli-cação do programa “5.as à noite nos Museus”, do Mi-nistério da Cultura. O programa “5.as à noite nos Museus” é uma ini-ciativa do Instituto dos Museus e da Conservação, e decorre ao longo de 14 noites de quinta-feira. Teve

início no dia 24 de Junho e vai estender-se até 23 de Setembro, envolvendo 22 museus e palácios do IMC que estarão abertos ao pú-blico entre as 18h00 e as 23h00.Com esta iniciativa, o IMC propõe-se “disponibilizar a diferentes públicos a frui-ção nocturna dos espaços e colecções”, proporcionan-do-lhes “um conjunto mui-to diversificado de iniciati-vas de animação cultural: espectáculos de música, dança, teatro e visitas en-cenadas”.

José Pinto de Sá

uma aliança perfeita entre a tradição das terras Alentejanas e o charme da modernidade.

Inaugurado no passado sábado o Restaurante Monreal propriedade de francisco garcia e Patrícia garcia, um espaço em que domina um conceito inovador, não esquecendo o tradicional. A reutilização da gastro-nomia alentejana em pratos alternativos como o javali e a perdiz. Numa vertente mais exótica os pratos de canguru e veado. Todos estes sabores acompanhados pelos famosos néctares da região.

Monreal também um espaço de cafetaria onde poderá cair na tentação de saborear a doçaria conventual, sumos naturais, crepes e outras deliciosas tentações. O gourmet não foi esquecido e apresenta um mundo e soluções como compotas, mel, azeite e os vinhos.

Em Monreal poderá ainda usufruir de alojamento em 5 magníficos quartos duplos, que lhe irão proporcionar todo o conforto que merece.

Restaurante Monreal uma sugestão alternativa para um passeio à cidade de Reguengos de Monsaraz em que vai degustar os melhores sabores do Chefe.

Restaurante Monreal

Rua de Moçambique, 28 – Reguengos de MonsarazMarcações: 927317106 – 966863577

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20 08 Julho ‘10

Roteiro Para divulgar as suas actividades no roteiroEmail [email protected]

festival de Música em Mora - a assinalar na agenda dos grandes festivais de verão

Câmara arranca com primeiro grande Festival de Verão“EdP – Música no Rio, os outros sons do fluviário”

BORBAÀ dESCOBERTA dE BORBA lAzER | 10-07-2010 | 09.00 - 12.00

10 de Julho de 2010 - Passeio NocturnoOs Passeios à descoberta do Concelho de Borba pretendem permitir a redescoberta dos caminhos rurais do concelho, visitando lugares pouco conhecidos, conhecendo o património concelhio.

VIDIGUEIRA fIM-dE-SEMANA À ROdA dA MESA | 9, 10 e 11 Julho 2010 | Praça Vasco da gama

degustar as especialidades gastronómicas aliadas aos excelentes vinhos dos produ-tores locais, através da oferta de ementas que associam os principais produtos da co-zinha mediterrânica (azeite, pão e vinho), numa fusão de estilos inovadores sem perder a essência do que é tradicional, são os ingredientes da proposta da Câmara Mu-nicipal de Vidigueira para os dias 9, 10 e 11 de Julho, na Praça Vasco da gama, na ini-ciativa “fim-de-semana à Roda da Mesa”.

ESTREMOzde domingo 11 de Julho de 2010 | 10:00 a domingo 29 de Agosto de 2010 | 17:30

Sem preocupações de seguir uma linha de trabalhos de carácter comercial ousa a pintora avançar por caminhos de um certo modo pouco comuns resultantes de pesqui-sa de técnicas e de materiais apenas com o fim de obter um “produto plástico “ que a emocione ...

BEJACASA dA CulTuRAde 2ª a 6ª feira entre as 10h e as 23h30Sábado entre as 14h e as 20h | Entrada livre

Exposição fotográfica – Surrealismo de An-dré Boto. No catálogo da exposição, José Pedro Matos fernandes compara o trabalho fotográfico de André Boto a “poesia que é escrita em formas visuais, que nos levam para lá deste mundo habitual, que nos co-locam em diálogo com os mais pequenos detalhes que se escondem ao olhar mais superficial e ligeiro”.

ÉVORA“SE O MuNdO fOSSE BOM, O dONO MORAVA NElE” Estreia dia 13 de Julho | Em cena até dia 31

de Julho | largo de S. Mamede, em Évora

um espectáculo integral, onde até o público é convocado a participar, numa fusão de actores/bonecos/músicos, subvertendo as unidades de tempo, lugar e acção, deix-ando soltar-se a imaginação dos especta-dores. uma dramaturgia que mergulha no universo popular para falar do desconcerto

do mundo.

REGUENGOSMONSARAz | Museu Aberto 2010 | 09-07-2010 a 25-07-2010

ESTREMOzShow Cooking | Chakall em EstremozSábado 10 de Julho de 2010 | 11:00local: frente ao Edifício da Câmara Municipal desporto

ÉVORA16° fESTIVAl ÉVORA ClASSICA | dE 8 A 10 dE JulHO

QUINTA FEIRA 8 DE JULHO | 22h Jardim do Paço | Conjunto RedwanSEXTA FEIRA 9 DE JULHO | 22h Jardim do Paço | Rising StarsSABADO 10 DE JULHO | 22h Jardim do Paço | A arte do Shenai

VILA VIÇOSA“SON HABANERO” | 10.07.2010 | 22H00

Nesta noite quente de Verão, a banda Son Habanero promete preencher a alma e encher, com grande energia e vivacidade, a Praça da República para um concerto memorável.

MUSICA TEATROEXPOSIÇÃO

OUTROS PALCOS

As águas calmas do Rio Raia, frente à praia fluvial do Parque Ecológico do gameiro, junto ao fluviário de Mora, são o cenário escolhido para a realização do festival “EdP – Mú-sica no Rio, os outros sons do flu-viário”, que se realizará nos fins-de-semana de 16, 17 e 23, 24 de Julho.O festival engloba quatro áreas dis-tintas da música, que vão desde o fado e jazz, passando pelo clássico, até à música popular. Em conjunto com a g. Produções Artísticas, de José Peixoto, a Câmara Municipal de Mora pretende oferecer um even-to cujo programa diversificado é de total prestígio e qualidade. Conta-se com a presença de artistas de re-nome, tais como Sérgio godinho, Mafalda Arnauth, Maria João e Má-rio laginha e a Sinfonieta de lisboa com Bernardo Sasseti.Com o duplo objectivo de oferecer

momentos de cultura num ambien-te tranquilo, o local escolhido para a realização deste festival – o Par-que Ecológico do gameiro - oferece a paisagem e os sons da natureza como principais factores envolven-tes que caracterizam toda a zona em redor do fluviário de Mora e que marcam a diferença.uma iniciativa desta envergadura tem como intenção colocar Mora no roteiro dos festivais de Verão do nosso país e de continuar a fazer desta, uma localidade de referência cultural e turística. Trata-se assim de um festival que pretende, tam-bém, trazer ao Concelho um públi-co vasto e diversificado, tendo em conta a oferta cultural do mesmo, a posição geográfica e o fácil aces-so à região. A organização oferece assim um bom motivo de visita ao Concelho.

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desporto

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A Assembleia de Freguesia da Malagueira na sua reunião ordinária de 25 de Junho de 2010, por proposta da CDU, aprovou por unanimidade o seguinte:

MOÇÃOLimpeza pública na Freguesia da Malagueira

Numa cidade, os espaços públicos são, por excelência, locais de socialização. Onde nos encontramos todos, onde estabelecemos as mais variadas relações: de amizade, de simpatia (e até de antipatia), de solidariedade…Onde se contam estórias e se transmitem tradições, onde formamos e emitimos opinião sobre o viver colectivo de que a própria cidade é expressão. Apesar do individualismo crescente, da maior acessibilidade aos meios tecno-lógicos que ao mesmo tempo nos abrem o mundo dentro de casa e nos afunilam a imagem desse mesmo mundo, continua a ser “na rua” que se aprende a ser cidadão.A qualidade desse espaço público é por isso da maior importância para a forma-ção de cidadãos responsáveis, solidários e civicamente participativos.Se o espaço que encontramos ao sair da nossa porta para o resto do mundo nos for simpático, limpo e cuidado, a forma como nos relacionamos com os outros e com o próprio espaço será diferente. Ninguém tem vontade de conviver em ruas e praças cheias de lixo e será muito mais fácil à maior parte de nós continuar a sujá-las.As fotografias que anexamos são um triste exemplo da “qualidade” do espaço público de que podemos fruir. É nestas circunstância que circulam, convivem e brincam crianças e jovens cuja personalidade e quadro de valores comporta-mentais estão em formação.A Câmara Municipal de Évora abandonou a perspectiva de melhorar, a curto prazo alguns dos espaços exteriores da freguesia.A requalificação dos espaços exteriores da Cruz da Picada, foi adiada depois de ter sido, no passado recente, largamente publicitada com pompa e circunstância. Mesmo a candidatura a fundos comunitários foi abandonada.A Assembleia de Freguesia da Malagueira reunida no dia 25 de Junho de 2010 lamenta a oportunidade perdida. E não podemos deixar de lamentar que, no ano em que Évora recebe um Galardão ECOXXI que “procura reconhecer as boas práticas de sustentabilidade desenvolvidas ao nível do município, valorizando” nomeadamente “a qualidade ambiental” persistam situações como as que pode-mos constatar. Alguns espaços públicos, temporariamente mas com uma regularidade inde-sejável vêem-se transformados em autênticas lixeiras e continua por resolver a escorrência de águas residuais para o lago dos espaços verdes da Malagueira.A Assembleia de Freguesia da Malagueira apela ainda à Câmara Municipal de Évora a tomada de medidas urgentes para reforçar a limpeza pública, resolver o problema da qualidade da água do lago e melhorar e manter com um nível de qualidade aceitável todos os espaços públicos da freguesia.

A Assembleia de Freguesia da Malagueira na sua reunião ordinária de 25 de Junho de 2010, por proposta da CDU, aprovou por maioria, com uma abstenção do PSD o seguinte:

MOÇÃOConsiderando que:Os estudos estratégicos de Évora, apontam como uma das distintivas marcas da competitividade territorial de Évora, o facto de poder oferecer um número significativo de Freguesias rurais com dinamismo “cívico” preenchendo o espaço rural do Concelho e constituindo pólos da sua dinamização cultural, social e económica.O encerramento de escolas em nada contribui para manter esta competitividade territorial, antes sendo um factor de perda significativa de qualidade de vida, rural e urbana, em todo o espaço do Concelho, mais relevan-te ainda num Concelho do interior com densidades populacionais inferiores à média nacional.Considerando que qualquer medida tomada ao abrigo de iniciativas de reordenamento da rede escolar, que abranjam, nomeadamente, o encerramento de estabelecimentos públicos do primeiro ciclo do ensino básico, deve:- Resultar da definição de critérios muito claros e fundamentados, e não partir apenas de uma resolução admi-nistrativa aplicada de igual modo a realidades distintas;- Ser planeada e articulada com as Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia e Comunidade Educativa, que deverão emitir um parecer;- Passar pelo diálogo, e consequentemente aceitação, por parte de pais e encarregados de educação;Considerando que, em relação às duas escolas do Concelho de Évora sinalizadas para encerramento no próxi-mo ano lectivo – Nª Sra. da Boa Fé e Nª Sra. da Guadalupe:

- Funcionam em edifícios escolares com excelentes condições físicas, dotados de espaços que permitem aos alunos usufruírem de actividades extra-curriculares e de ATL, e permitem o exercício de uma boa prática pedagógica;- Se prevê que venham a ter um aumento do número de alunos no próximo ano lectivo e seguintes;- Se verifica a oposição doa pais e encarregados de educação ao seu encerramento;

Os testemunhos dos pais e encarregados de educação que trabalham com os alunos destas escolas apontam no sentido da sua manutenção;- As respectivas Juntas de Freguesia manifestam uma posição desfavorável ao encerramento;- O encerramento destas duas escolas, sendo uma questão fundamentalmente de dimensão educativa, não deixará também de ter fortíssimo impacto social, económico e Cultural nestas duas freguesias, contribuindo decisivamente para a desertificação do território;

O encerramento destas duas escolas irá afastar as crianças do seu ambientes natural físico e afectivo, e de uma relação estreita e saudável com familiares mais directos, nomeadamente avós, aspectos fundamentais no desenvolvimento equilibrado das crianças.

A Assembleia de Freguesia de Malagueira reunida a 25 de Junho de 2010 delibera:- Manifestar a sua solidariedade com os pais e encarregados de educação e população em geral das Freguesias de Nª Sra. da Boa Fé e Nª Sra. da Guadalupe;-Manifestar o seu descontentamento e oposição de princípio ao enunciado encerramento da EB! Da Boa Fé e EB! De Guadalupe, apelando à Ministra da Educação que reconsidere a decisão de encerramento destes dois estabelecimentos de ensino público.

Assembleia de freguesia de MalagueiraConcelho de Évora

Assembleia de freguesia de MalagueiraConcelho de Évora

Epoca 2010/2011

Distrito de Évora nos nacionais de futebol

Juventude aposta na juventude

O início da época de futebol ainda vem longe, mas, nos bastidores, as equipas técnicas e directivas há muito que a preparam. Dispensas, contratações, jogos de preparação e apresentações dos plantéis aos sócios, são rituais que se repetem a cada Verão. Juventude, Atlético de Reguengos, União de Montemor e Estrela de Vendas Novas são os emblemas com a «responsabili-dade» de representar o distrito de Évora nos campeonatos nacionais da II e III divisões.O Juventude que se sagrou cam-peão nacional da III divisão, re-gressa, assim, a um campeonato

que já venceu na longínqua época de 1950/51. Sessenta anos depois, Miguel Ângelo prepara-se para, pelo menos, assegurar a manu-tenção e para tal vai contar com Sebastien, a revelação da época transacta.O jovem ponta-de-lança monte-morense, apesar de cobiçado por outros emblemas vai continuar ao serviço dos eborenses, agora num campeonato mais exigente e onde pode confirmar o seu faro pela ba-liza.No entanto, a política do Juventu-de faz jus ao seu nome e aposta em jogadores da formação. Por isso, André Mendes (médio) e João Pau-lo Marques (avançado) também farão parte do plantel principal do clube. Quem também regressa a Évora é Vítor Martelo (avança-do) um apelido que diz muito aos adeptos eborenses. Na sua primei-ra época de sénior e depois de ter representado o Vitória de Setúbal, em juniores, Vítor vai ter a sua pro-va de fogo no Alentejo natal.De fora vêm Mirco (ex-Bragança), Tiago Pires e Zé Manuel (ex-Ope-

rário), Carlos Mota e Tiago Martins (ex-Beira Mar de Monte Gordo). Tiago Pires é aquele que apresenta o currículo mais preenchido: com 23 anos, iniciou-se nas escola do Sporting Clube de Portugal e tem uma vasta experiência interna-cional, tendo jogado no Génova e Potensa (Itália), Lugano (Suiça) e Glória Buzeu (Roménia).

Devigor deixa Reguengos

A grande novidade do plantel do Atlético de Reguengos é a ausên-cia do nome de Devigor na lista de renovações. Na internet sugere-se que o atleta pode ter sido empres-tado ao Benfica de Benguela, mas

oficialmente não conseguimos confirmar a informação. O técnico Jorge Vicente conta à partida com 17 jogadores que tran-sitam da época transacta e que tão boa conta deram de si o Atlético terminou a prova a um ponto do segundo classificado. Como novi-dades aparecem Hélder Monteiro (ex-Madalena dos Açores) e Rui Sousa (ex-Aljustrelense). Este últi-mo já passou por Reguengos, na época de 2006/07 e deixou sauda-des, já que em 17 jogos marcou 26 golos

União Sport apresenta equipa

O União Sport 2010/2011, de Mon-

temor-o-Novo, vai-se apresentar à comunicação social no próximo dia 25 de Julho. O mister João Pra-tes e a direcção do clube ainda não têm o plantel fechado Hugo Go-mes não renovou -, mas até ao fim do mês tudo deverá ficar decidido.No entanto, o calendário dos jogos de pré época «com equipas fortes, para que a nossa preparação, em termos competitivos nos faça cres-cer», segundo palavras do treina-dor, já está definido e inclui o clás-sico Juventude-União, em Évora, dia 18 de Agosto, às 20:30 horas.Estrela da Amadora (Juniores), dia 1 de Agosto, às 17:00 horas; Orien-tal, dia 7 de Agosto, às 17:30 horas; e Torriense, dia 29 de Agosto, às 17:00 horas são os adversários a de-frontar em Montemor.Fora de portas, o União vai dia 11 a Reguengos jogar com o Atléti-co local; dia 14 a Ponte de Sor, ao Torneio do Barco, com o Eléctrico e o Monsanto; e dia 22 a Campo Maior, às 15:00 horas.

Aníbal Fernandes

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22 08 Julho ‘10

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Director Nuno Pitti ([email protected])Propriedade Nothing Else-.meios&comunicação; Contribuinte 508 561 086 Sede Travessa Ana da Silva, n.º6 -7000.674 - 266 751 179 fax 266 730847 Administração Silvino Alhinho; Joaquim Simões; Nuno Pitti Departamento Comercial Maria João ([email protected]) Redacção Carlos Júlio; José Pinto Sá ([email protected]); Paulo Nobre Paginação Arte&Design Margarida Oliveira ([email protected]); Cartoonista Pedro Henriques ([email protected]); Fotografia luís Pardal ([email protected]) Colaboradores Carlos Moura; Capoulas Santos; Sónia Ramos ferro; Carlos Sezões; Margarida Pedrosa; António Costa da Silva; Marcelo Nuno Pereira; Eduardo luciano; José filipe Rodrigues; luís Martins Impressão funchalense – Empresa gráfica S.A. | www.funchalense.pt | Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, nº 50 - Morelena | 2715-029 Pêro Pinheiro – Portugal | Telfs. +351 219 677 450 | fax +351 219 677 459 ERC.ICS 125430 Tiragem 10.000 ex Distribuição Nacional Periodicidade Semanal/Quinta-feira Nº.Depósito Legal 291523/09 Distribuição Transportes Conchinha ([email protected])

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Montemor-o-Novo

Centro Hípico recebe Concurso de Saltos Nacional

De braços abertos

O Centro Hípico Dom Du-arte, em Montemor-o-Novo, acolhe durante o fim-de-se-mana um Concurso de Saltos Nacional – C, cujos lucros re-vertem para a construção de instalações para o clube, “um bem colectivo especialmente direccionado para crianças e jovens”.

A partir das 16h00 de sábado, dia 10, e das 11h00 de domin-go, dia 11, realiza-se nos locais do Centro Hípico Dom Duarte, na Horta da Gansa, em Mon-temor-o-Novo, mais um Con-curso de Saltos Nacional – C., incluindo dezasseis provas.Todos os anos, no segundo fim-de-semana de Julho, o Centro Hípico organiza este concurso, integrado na sua programação de festivais, que inclui ainda outro concurso por ocasião da Feira da Luz, em Setembro, com patrocínio da Câmara Mu-nicipal de Montemor-o-Novo. Os fundos angariados rever-tem a favor do projecto de cons-trução das instalações do clube, uma velha aspiração da colec-tividade. Fundado em 1983, o Centro Hípico dispõe de uma pista de saltos com 90mx86m, considerada “uma das melho-res do país” pela Federação Equestre Portuguesa. Porém, as demais instalações do clube são precárias, sem condições para a actividade desportiva e clubística.Uma sede condignaHá anos que o clube sonha com a construção de uma sede con-digna. O projecto já existe, e já foi aprovado pela Câmara Mu-nicipal de Montemor-o-Novo.

Da autoria do arquitecto Mi-guel Mendes, prevê a constru-ção de bancadas de alvenaria, picadeiro coberto, cavalariças, balneários, escritórios e um

bar, complementando a pista de saltos e campo de volteio. Isso custará, ao todo, 370.000 euros, muito dinheiro para uma colectividade que vive,

basicamente, do esforço de meia dúzia de entusiastas. Por isso, o Centro Hípico optou por dividir o projecto em duas fa-ses, conforme explica o Cabo

Chefe José Borges, vice-presi-dente da Direcção e “a alma” da colectividade. Bancadas, bar e demais ane-xos ficam para uma segunda fase. Para já, o Centro Hípico está empenhado na concreti-zação da primeira, que prevê a construção das cavalariças e do picadeiro. Custa 100.000 eu-ros, setenta por cento dos quais estão prometidos pela CCDR, a fundo perdido. “Se a CCDR não der, a Câmara diz que dá”, co-menta José Borges. Julieta Marques, da Direcção do Centro Hípico, não duvida da ajuda da autarquia. Afinal, o Centro Hípico é “um equi-pamento com muita tradição” em Montemor-o-Novo. “Fruto de muita dedicação”, o clube constitui “um bem colectivo especialmente direccionado para crianças e jovens”, e “uma valência para as crianças por-tadoras de deficiência”.

José Pinto de Sá

A Escola de Equitação do Centro Hípico Dom Duar-te tem uma tarifa para a aprendizagem, mas a gran-de maioria das crianças que a frequentam é acolhida gratuitamente e de braços abertos. Fundada em 1983, a Escola de Equitação do Centro Hípi-co é frequentada por cerca de oitenta crianças. Sessenta são crianças com necessidades especiais, provenientes de instituições como a Cercimor,

e beneficiam de atendimento gratuito. Ana Marta Fialho, “braço direito” do Cabo Chefe Bor-ges, explica que a Escola de Equitação oferece iniciação gratuita a todas as crianças durante “dois ou três” meses, “à experiência”, incluindo volteio, iniciação em sela e saltos. Depois, para as crianças que quiserem continuar, a apren-dizagem da equitação custa 45 euros por mês, não sendo filhos de sócios. Se algum dos

pais se contar entre os “cerca de noventa sócios” do Centro Hípico, o custo é apenas de 35 euros mensais.Além dos lucros dos concur-sos, é destes proventos que o Centro Hípico se vale “para

se sustentar”, para suportar despesas como palha, ração e veterinário para a dúzia de cavalos de que dispõe, e que disponibiliza aos alunos para participarem em concursos federados.

Os alunos da Escola de Equitação de Montemor-o-Novo.

Já abriu o Quiosque no Parque Ambiental em Redondo

Menus especiais para criançasGelados, bebidas refrescantes entre outros

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24 08 Julho ‘10

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Paulo de Carvalho, Carminho e Ricardo Ribeiro vão actuar no Festival Badasom, que ontem começou em Badajoz e que vai decorrer até 10 de Julho, numa homena-gem a Amália Rodrigues. Nesta terceira edição, fado e flamenco voltam a encon-trar-se a poucos quilómetros da fronteira entre Portugal e Espanha.

Os fadistas portugueses, de três gerações, sobem esta noite, dia 8, quinta-feira, ao palco na Grande Noite de Fados “Homena-gem a Amália Rodrigues”, no Auditório Ricardo Carapeto, às 22h00 (hora espan-hola). Nesta noite, destaque também para Miguel de Tena, reputado cantor flamen-co.Ontem, no arranque do festival, no Ter-raço do Teatro López de Ayala, actuaram a Família Vargas – expoente do flamenco ex-tremenho – e o grupo Somos Fado, forma-do por músicos veteranos, todos com uma longa carreira e experiências variadas.O guitarrista Nono García, com um estilo de fusão entre flamenco e fado, e o can-tor catalão Miguel Poveda reúnem-se na sexta-feira, no Auditório Ricardo Carapeto. Neste mesmo espaço, no sábado, às

22h00, tem lugar o espectáculo “De jaleo y tangos”, com uma trilogia imperdível: “El Cante”, dedicado ao canto extremenho, com os intérpretes Kaita, Alejandro Veja, Domingo Rodríguez de la Concepción e Manuel Vega Salazar; “El Baile”, com o bailarino autodidacta António Silva; e “El Toque”, pelos guitarristas Miguel e Juan Vargas. O festival encerra então com En-rique Morente, um dos mais conhecidos cantores de flamenco.Ao mostrar a vocação transfronteiriça de toda a Extremadura, o Festival Badasom acolhe artistas espanhóis e portugueses, numa proposta cultural que personifica as origens comuns do fado e do flamenco. Os espectáculos no Auditório Ricardo Car-apeto custam 10 euros.

Até sábado em Badajoz

Festival Badasom homenageia Amália

NESTA EDIÇÃO

10// Estação/Imagem

13// Escrita na Paisagem

14// Ballet em Évora

21// Futebol distrital

08´ Julho 10

Cartuxa eleita Superbrand do ano

A Cartuxa foi eleita pela Superbrands como uma marca de excelência do ano 2010. O crescimento sustentado e a neces-sidade de adaptar as suas estruturas a uma re-alidade actual fazem da Cartuxa uma marca que oferece vantagens sig-nificativas face aos seus concorrentes. Esta mesma vantagem revê-se ainda pela imagem positiva e diferenciadora capaz de gerar relações sólidas com os seus públicos-alvo. «A imagem que a Cartuxa passa para o exterior é o resultado do trabalho e dedicação de uma vasta equipa que não poupa esforços para um desen-volvimento sustentável e contínuo» afirmou José Mateus Ginó, Director Co-mercial da Fundação Eu-génio de Almeida. «Além da produção de vinhos de excelência e azeites, recentemente apostámos no Enoturismo. Com esta

nova área procuramos manter relações cada vez mais próximas com os nossos apreciadores e enófilos, possibilitando-lhes o contacto com a re-alidade da nossa Adega», rematou. Nesta 6.ª edição do Livro Superbrands em Portugal, a escolha das marcas obe-deceu não só aos critérios do Conselho Superbrands, como também aos do Con-sumidor. Mais de quatro mil pessoas foram entrev-istadas pela agência My-Brand, permitindo assim uma visão mais alargada e fidedigna na avaliação das marcas.

Redação