novas cartografias - simpósio

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www.campoaud.com.br [email protected] Rua Silvio Romero, 63, casa-parte - Santa Teresa Rio de Janeiro - RJ BRASIL 20230-100 +55 21 3233-1581 CAMPO AUD ARQUITETURA URBANISMO DESIGN RIO DE JANEIRO, BRASIL website e-mail endereço telefone / fax Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro Gabinete do Prefeito Subsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design CONCURSO DE SELEÇÃO Nº 001/11 PRÓ–DESIGN O simpósio Cartografias Críticas propõe debater o tema do mapeamento como instrumento criativo de reconhecimento, reflexão e ação sobre o território urbano a partir de enfoques transdisciplinares. Propõe- se trazer palestrantes nacionais e internacionais, com notável experiência nos campos do design e tecnologia da informação e da interação. Estes serão convidados a discutir suas idéias com profissionais comprometidos com o debate atual sobre cidades nos campos da arquitetura, urbanismo, sociologia, artes visuais e jornalismo. O foco do simpósio é refletir sobre as relações entre experiência urbana, design e novas tecnologias a fim de oferecer as bases para um debate amplo sobre as transformações pelas quais passa o Rio de Janeiro. CARTOGRAFIAS CRÍTICAS REFLEXÕES SOBRE O MAPEAR D SIMPÓSIO RESUMO DO PROJETO TÍTULO CATEGORIA

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Novas Cartografias - Simpósio

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Page 1: Novas Cartografias - Simpósio

www.campoaud.com.br

[email protected]

Rua Silvio Romero, 63, casa-parte - Santa TeresaRio de Janeiro - RJBRASIL 20230-100

+55 21 3233-1581

CAMPO AUDARQUITETURA URBANISMO DESIGN RIO DE JANEIRO, BRASIL

website

e-mail

endereço

telefone / fax

Prefeitura da Cidade do Rio de JaneiroGabinete do PrefeitoSubsecretaria de Patrimônio Cultural, Intervenção Urbana, Arquitetura e Design

CONCURSO DE SELEÇÃO Nº 001/11PRÓ–DESIGN

O simpósio Cartografias Críticas propõe debater o

tema do mapeamento como instrumento criativo de

reconhecimento, reflexão e ação sobre o território

urbano a partir de enfoques transdisciplinares. Propõe-

se trazer palestrantes nacionais e internacionais, com

notável experiência nos campos do design e tecnologia

da informação e da interação. Estes serão convidados a

discutir suas idéias com profissionais comprometidos com

o debate atual sobre cidades nos campos da arquitetura,

urbanismo, sociologia, artes visuais e jornalismo. O foco

do simpósio é refletir sobre as relações entre experiência

urbana, design e novas tecnologias a fim de oferecer as

bases para um debate amplo sobre as transformações

pelas quais passa o Rio de Janeiro.

CARTOGRAFIASCRÍTICASREFLEXÕES SOBREO MAPEAR

D SIMPÓSIO

RESUMO DO PROJETO

TÍTULO

CATEGORIA

Page 2: Novas Cartografias - Simpósio

CAMPO AUD

ÍNDICE

1. SINOPSE

1.1. Cartografia X Mapear

1.2. Mapeamento X Contemporaneidade

1.3. Curadoria X Reação

1.4. Simpósio em Três Temas

1.5. Produtos X Resultados Esperados

1.5.1. Documentação e Divulgação

2. JUSTIFICATIVA

2.1. Rio de Janeiro Aberto a Mudanças

2.2. Novo Posicionamento Global e Local do Rio de Janeiro

2.3. Cartografias Críticas em Três Temas

2.3.1. TEMA 1 – Mapeamento e Política

2.3.2. TEMA 2 –Mapeamento e Sujeito

2.3.3. TEMA 3 – Mapeamento e Ação

2.4. Por uma Cartografia Carioca

3. BIBLIOGRAFIA DA JUSTIFICATIVA

4. CRONOGRAMA

5. ORÇAMENTO DETALHADO

6. CURRÍCULOS

Gabriel Duarte (Arquiteto / Coordenador)

Vitorio Benedetti (Designer de Interação / Coordenador)

Bruno Carvalho (Palestrante / Panelista)

Farès El-Dahdah (Palestrante / Panelista)

Felipe Correa (Palestrante / Panelista)

Lize Mogel (Palestrante / Panelista)

Neil Brenner (Palestrante / Panelista)

Stephen Graham (Palestrante / Panelista)

Ricardo Kawamoto (Arquiteto)

Renata Bertol (Arquiteta)

Juliana Sicuro (Arquiteta)

Cauê Capillé (Arquiteto)

7. PLANO DE CONTRAPARTIDA

7.1. Acesso ao Simpósio

7.2. Documentação, Publicação e Divulgação

8. TERMO DE COMPROMISSO DA CONTRAPARTIDA

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1.1. Cartografia X Mapear

“Estou menos preocupado com o que mapeamento significa do

que com o que realmente faz.”

James Corner (The Agency of Mapping: Speculation, Critique

and Invention. in Denis Corsgrove (ed.). Mappings. Londres:

Reaktion Books, 1999)

A cartografia é tida usualmente como meio de

representação da realidade urbana, instrumento de

orientação e compreensão da estrutura espacial de um

determinado território, seja ele urbano ou natural. As

informações trazidas pelos mapas tradicionais dizem

respeito a uma estrutura física (topografia, rios, rodovias,

edifícios) elementos que são representados de forma

estanque, de acordo com um determinado momento

histórico. Porém, o mapeamento pode ser instrumento

para compreensão e manipulação de dados abstratos,

forças que atuam sobre o território e o caracterizam assim

como seus elementos físicos.

1.2. Mapeamento X Contemporaneidade

Pensar a cartografia hoje também requer um raciocínio

temporal que permita a atualização de dados, tendo em

vista a rapidez com que a realidade urbana se transforma

hoje. Ao invés de um mapa carregar informações

estanques, pode registrar movimentos e tendências,

sendo assim um instrumento de se pensar a cidade de

forma temporal, influindo no próprio planejamento urbano.

1.3. Curadoria X Reação

Muitos profissionais trabalham hoje com um entendimento

mais abrangente e participativo sobre o mapeamento,

onde a subjetividade, a não-neutralidade e ação no

tempo presente aparecem como linhas condutoras de

uma nova cartografia. São profissionais de diversos

países (Brasil, Estados Unidos, Alemanha...) cujo trabalho

participa de uma reflexão ampla acerca do mapeamento

como instrumento crítico.

Alguns se inserem no campo de pesquisa de

desenvolvimento de plataformas de interação e novas

tecnologias. Outros se inserem na discussão com a

produção de mapas gráficos de teor político. Outros

ainda, discutem as questões da percepção da cidade de

forma artística. Já os urbanistas e teóricos da sociologia

1. SINOPSE

Projeção Mercator

A PROJEÇÃO DE MERCATOR, DESENVOLVIDA NO SÉCULO XVI, APRESENTA UMA

REPRESENTAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO PLANETA DE FORMA QUE A ESCALA LINEAR

SEJA CONSTANTE EM TODAS AS DIREÇÕES EM TORNO DE QUALQUER PONTO,

PRESERVANDO, ASSIM, OS ÂNGULOS E FORMAS DE OBJETOS PEQUENOS. FOI

AMPLAMENTE UTILIZADA COMO REPRESENTAÇÃO OFICIAL DO MUNDO APESAR

DE DISTORCER BASTANTE AS FORMAS E ÁREAS DOS GRANDES OBJETOS (COMO

CONTINENTES, POR EXEMPLO) QUE SE AFASTAM DO EQUADOR. UMA DAS

DISTORÇÕES MAIS CONHECIDAS É A QUE ACONTECE ENTRE A GROELÂNDIA E A

ÁFRICA: NA PROJEÇÃO DE MERCATOR ESSAS DUAS PORÇÕES APARECEM COM A

MESMA ÁREA, APESAR DA PRIMEIRA SER, NA REALIDADE, 14 VEZES MENOR QUE A

SEGUNDA.

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podem tirar partido dessa produção critica de designers

e artistas para acrescentar os questionamentos acerca

da cidade e servir de base para a ação no território

urbano. Tendo em vista essa abordagem contemporânea,

o seminário proposto tem o objetivo de trazer ao Rio de

Janeiro diversos olhares sobre o mapeamento.

1.4. Simpósio em Três Temas

O simpósio foi organizado em três grandes temas de

modo que cada participante – com suas abordagens

específicas – possa contribuir para um debate plural,

mas com objetivos comuns. Esses temas refletem três

grandes campos do debate e práticas contemporâneas

sobre o mapeamento. O tema “Mapeamento e Política”

debate sobre o teor social da cartografia, abrangendo

uma noção mais crítica e teórica sobre o mapeamento,

entendido como representação e ação sociais. O

tema “Mapeamento e Sujeito” foca nas interfaces

com o usuário e suas subjetividades, as tecnologias

e o design para mapear sobre/para os usuários. Por

fim, o tema “Mapeamento e Ação” procura debater as

múltiplas práticas da cartografia na vida das pessoas,

principalmente no âmbito do planejamento urbano.

Além disso, o Rio de Janeiro é pano de fundo em todos

os três temas, seja por conta da participação direta de

representantes da cidade nos debates, seja por conta dos

próprios conteúdos dos temas versarem sobre questões

expressamente cariocas.

1.5. Produtos X Resultados Esperados

Para além dos resultados a serem expostos durante o

simpósio, o legado a ser deixado pelo projeto tem em

vista um horizonte mais amplo. A ênfase a ser dada na

interdisciplinaridade tem como objetivo lançar as bases

para o desenvolvimento de uma rede de debate e

produção de mapeamento e monitoramento participativo

no Rio de Janeiro, assim como em outras cidades. Ao ver

o desenho de uma rede colaborativa como resultado de

igual importância ao do momento do simpósio, entende-

se que a continuação desse debate é parte integrante do

projeto.

Projeção Gall Peters

Apelidada de “um mapa mais solidário”, essa projeção apresenta a

planificação do globo terrestre conservando as áreas originais dos

continentes, em detrimento de suas formas, que aparecem alongadas.

Desenvolvida em 1973, essa projeção recebeu esse apelido por enfatizar

a grandeza das áreas do planeta mais necessitadas: através dela

percebemos que o terceiro mundo representa uma área muito maior

do planeta, em relação ao primeiro mundo. Por conta dessa projeção

cartográfica e os debates gerados em torno dela, a Projeção de

Mercator foi considerada inadequada para representação oficial do

mundo.

Page 5: Novas Cartografias - Simpósio

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1.5.1. Documentação e Divulgação

Dessa forma, através de uma documentação extensiva e

intensiva de todo o simpósio, pretende-se que, mesmo

após o término do evento, todo o material coletado

seja disponibilizado publicamente em formato digital.

O website do projeto será um dos mais importantes

mediadores neste processo: funcionará como a

plataforna na qual essa rede será construída. Lá serão

disponibilizados constantemente todos os conteúdos

produzidos ao longo do projeto, incluindo vídeos das

palestras e/ou debates públicos, imagens, aplicativos

web, etc.

O objetivo final do projeto é o de chamar a atenção da

população para a importância da sua participação no

processo de transformação e representação do Rio de

Janeiro. Isto se dará pela exibição dos meios pelos quais

esta participação pode ser feita, através de ferramentas

digitais de mapeamento e coleta de dados, que serão

expostos pelos participantes do simpósio. De forma

crítica, o projeto deseja expor as práticas de design que

fazem parte destes processos e abrir a discussão sobre

seus impactos sociais, políticos e culturais nas cidades em

geral e, em especial, no Rio de Janeiro.

Mapa Dymaxion de Buckminster Fuller

Esse mapa, apresentado em 1946 e posteriormente revisado em 1954, parte

da projeção do mundo em um icosaedro (quase) regular. A partir dessa

projeção, o icosaedro-mundo pode ser planificado – ou “aberto” – de

diversas formas, permitindo diversas possibilidades de representação

do planeta. Dessa forma, a planificação conserva grande fidelidade nas

áreas e formas do mundo que apresenta.

Mapa Japão de Waltercio Caldas

Como descreve James Corner, esse mapa apresenta uma

versão imaginativa de um território desconhecido, “uma

cartografia elusiva” que, se por um lado é “aberta e

indeterminada (...) evasiva e autônoma”, por outro representa

o “poder aprisionador da moldura”. Esse mapa evidencia as

múltiplas possibilidades de compreensão e representação

de territórios, através de uma cartografia sensível à

subjetividade de quem a produz.

Page 6: Novas Cartografias - Simpósio

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2.1. Rio de Janeiro Aberto a Mudanças

O Rio de Janeiro está diante de um futuro incerto com

diversas possibilidades de transformação urbana. É um

momento de oportunidade para que o debate sobre a

cidade possa se enriquecer do olhar reflexivo dessas

cartografias contemporâneas.

Uma vez que está acontecendo um processo de

democratização da cidade, podemos ampliar os espaços

de debate em um seminário que procura trazer uma

abordagem multidisciplinar da cartografia contemporânea

para que possa enriquecer os questionamentos acerca da

cidade do Rio de Janeiro.

2.2. Novo Posicionamento Global e Local do Rio de

Janeiro

Consideramos o momento atual do Rio de Janeiro como

extremamente estimulante: a cidade está prestes a passar

por transformações de grande porte, as quais enfatizarão

a posição da Cidade Maravilhosa como Cidade Global.

Essa nova posição geográfica não é só turística. O Rio

agora será referência cultural, política, econômica, social

para o mundo inteiro.

Com a perspectiva da ocorrência de grandes

transformações urbanas nos próximos anos em função

dos eventos Rio+20, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos

torna-se imprescindível promover a reflexão da população

que vive a cidade sobre do espaço em que habita. É

notável que o “reposicionamento global” pelo qual o Rio

de Janeiro está passando acontece simultaneamente

com mudanças internas de sua geografia política, social e

econômica. Enquanto o Rio se abre ao mundo, o mesmo

não parece estar acontecendo em si mesmo.

Dessa forma, é importante que os debates internacionais

sobre novas cartografias aconteçam na nossa cidade:

cidades como Roma, Nova Iorque, Londres, Paris,

Barcelona já têm projetos que estudam e debatem a

cartografia contemporânea há algum tempo. O Rio de

Janeiro precisa participar e se apropriar desse debate,

a fim de que essas novas cartografias contribuam para o

desenvolvimento da cidade.

Em resumo, podemos dizer que a partir desse cenário

de profundas mudanças na cidade – tanto em suas

dimensões físicas quanto sócio-econômicas – e que têm

origem não só nos grandes eventos que serão sediados

2. JUSTIFICATIVA

Page 7: Novas Cartografias - Simpósio

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aqui, mas também em políticas de segurança pública e

desenvolvimento, surge a oportunidade (e necessidade)

de ampliarmos o debate sobre a cidade, enriquecendo o

olhar sobre essas cartografias contemporâneas.

2.3. Cartografias Críticas em Três Temas

Uma série de profissionais trabalha atualmente com o

mapeamento como prática crítica sobre a realidade: são

artistas, urbanistas, arquitetos, designers, geógrafos,

sociólogos que procuram refletir sobre como representar

e operar nas cidades contemporâneas.

Organizamos esses profissionais e suas áreas

de experiência em três grandes temas – que

apresentaremos em mais detalhe a seguir – com a

finalidade de explorar essas Cartografias Críticas de forma

sistemática e direcionada.

2.3.1. TEMA 1 – Mapeamento e Política

Qualquer base cartográfica é um posicionamento político

na medida em que recorta e hierarquiza informações

diversas. A partir dessa idéia, pode-se dizer que é em

si um instrumento de poder, que define a percepção de

muitos e estabelece certas verdades. Nessa mesa estarão

reunidos profissionais que lidam com a questão política

do mapeamento propondo alternativas, outras formas

de pensar visualmente os territórios para que se chegue

a outras formas de organização político-sociais. Esse

entendimento é uma reação à unilateralidade e a uma

suposta neutralidade da cartografia convencional.

“Mapas apresentam apenas uma versão da

superfície da terra...”

“Como representações mensuráveis habilmente

produzidas, tais mapas são convencionalmente

tomados como sendo estáveis, precisos,

indiscutíveis, espelhos da realidade, fornecendo

a base lógica para a decisões futuras, bem

como os meios para projetar um plano que

posteriormente voltará para o chão. Supõe-se

geralmente que, se a pesquisa é quantitativa,

objetiva e racional, também é verídica e

neutra, ajudando, assim, a legitimar decisões e

promulgar planos futuros.”

James Corner (The Agency of Mapping:

Speculation, Critique and Invention. in Denis

Corsgrove (ed.). Mappings. Londres: Reaktion

Books, 1999)

Plano Diretor do Rio de Janeiro

PMRJ Coordenadoria de macroplanejmento

Page 8: Novas Cartografias - Simpósio

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Bruno Carvalho (Rio de Janeiro, Brasil / Priceton, EUA)

Professor de estudos luso-brasileiros no departamento

de Culturas e Línguas Espanhola e Portuguesa da

Universidade de Princeton. O foco de sua pesquisa se

insere na interseção entre desenvolvimento urbano e

expressão cultural. Entre seus trabalhos recentes estão

“Porous City: Afro-Jewish cultural spaces of Rio de

Janeiro” e “The Future Revisited: Cities of Tomorrow in

Retrospect”.

Stephen Graham (Newcastle, Reino Unido)

Pesquisador em cidades e vida urbana com experiência

em áreas como geografia, planejamento, sociologia

e tecnologia. Professor de Cidade e Sociedade na

Escola de Arquitetura, Planejamento e Paisagem da

Universidade de Newcastle. O foco de sua pesquisa está

nas relações entre cidade, infraestrutura e tecnologia e é

autor da tese Networking Cities: A Comparison of Urban

Telecommunications Initiatives in France and Britain.

Neil Brenner (Boston, EUA)

Professor de Sociologia no departamento de Social

and Cultural Analysis da NYU (New York University). Sua

pesquisa se insere nos temas desenvolvimento urbano,

teoria crítica das cidades, globalização e neoliberalismo.

Co-editou os livros Henri Lefebvre, State, Space, World;

The Global Cities Reader; Spaces of Neoliberalism: Urban

Restructuring in Western Europe and North America; entre

outros.

Roberto Anderson Magalhães (Rio de Janeiro, Brasil)

É arquiteto do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural

do Estado do Rio de Janeiro e consultor para projetos de

urbanismo. Tem experiência principalmente nos seguintes

temas: história urbana do Rio de Janeiro, requalificação

de áreas centrais, projetos urbanos e desenvolvimento

urbano sustentável. É autor do blog VoluntáRIOs, no qual

debate questões da cidade do Rio de Janeiro.

Lize Mogel (Nova York, EUA)

Artista interdisciplinar cujo trabalho se inscreve na

interseção entre arte, geografia e design. Propõem um

novo entendimento de questões políticas e sociais a partir

do mapeamento. Foi responsável junto com Alexis Bhagat

pela exposição temporária “An Atlas” e pelo livro “An

Atlas of Radical Cartography”. A Cartografia Radical é uma

prática que usa mapas e o mapeamento para promover

mudanças sociais, as imagens abaixo são exemplos de

mapas produzidos pela artista.

Mappa Mundi

Trabalho de Lize Mogel no qual propõe outras distorções ao mapa

mundial.

Page 9: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 9 DE 84CAMPO AUD

2.3.2. TEMA 2 – Mapeamento e Sujeito

Como a cartografia pode assimilar uma dimensão mais humana?

Como lidar com dados sensitivos gerados pela experiência individual

nas cidades? Nesse sentido, designers e artistas vem desenvolvendo

registros da experiência urbana de diversas formas (seja em “mapas

emotivos”, em vídeos, registros de áudio, etc). Por outro lado, outros

profissionais lidam com a interação do sujeito com plataformas

digitais e objetos, a partir da perspectiva do usuário da tecnologia.

Nessa mesa estarão reunidos profissionais que trabalham a partir do

sujeito. Procuram compreender e atuar na interação das pessoas com

plataformas digitais, objetos, imagens e com a própria cidade, uma

vez que a tecnologia está cada vez mais atrelada à vida cotidiana nas

cidades contemporâneas.

Ben Cerveny (São Franscisco, EUA)

Trabalhou durante 20 anos com design e interação,

desenvolvendo protótipos conceituais e estratégias no

contexto de aplicativos de mídia, sistemas operacionais,

serviços de internet e jogos coletivos. Recentemente,

foi estrategista e consultor da Stamen Design, um

estúdio que trabalha de forma avançada com design de

visualização.

Atualmente é presidente da Bloom, no qual cria novas

formas de visualizar a informação e de interação com

plataformas digitas. Propõe um novo tipo de descoberta

de experiência visual, que permite explorar e associar

informações visuais pessoal de diferentes serviços como

Facebook, Twitter, Instagram e iTunes. A visualização

de dados pode se tornar uma interface, na qual

você manipula dados em tempo real e não mais um

produto final que tem a função de ordenar ou transmitir

informação.

Christian Nold (Londres, Reino Unido)

Artista, designer e educador, trabalha com cartografia

participativa e com o registro de dados emocionais,

tratando da experiência urbana – relação do indivíduo

com a cidade – e da interação do indivíduo com a

tecnologia. Desenvolveu a pesquisa Bio Mapping que,

desde 2004, vem envolvendo milhares de pessoas em

dezesseis países. Esse estudo deu origem ao livro Fizz

Ben Cerveny. Plug-in para visualização de redes sociais.

Cartagram

Ben Cerveny. Indexa as fotos de contas do Instagram em um mapa.

Planetary

Ben Cerveny. Tocador de música virtual para iPad. É

organizado por constelações, onde artistas são estrelas,

os álbuns são planetas e as músicas são as luas.

Page 10: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 10 DE 84CAMPO AUD

Emotional Cartography: Technologies of the Self, editado

por Christian Nold, que trata da visualização de dados

emotivos através da tecnologia e suas implicações. A

pesquisa Bio Mapping utiliza duas tecnologias: um sensor

baseado no detector de mentiras e um GPS (Global

Positioning System).

O contato de um aparelho que associa as duas

tecnologias com o corpo de um indivíduo registra

simultaneamente suas emoções e seu posicionamento

geográfico. Com isso é possível captar o grau de

excitação psicológica de uma pessoa em um determinado

momento. Esses dados podem ser visualizados em um

software base, como o Google Earth.

Janet Cardiff (Toronto, Canadá / Berlim, Alemanha)

Artista contemporânea canadense cuja obra – em

parceria com Bures Miller – é composta de trabalhos, em

sua maioria instalações espaciais, que utilizam, muitas

vezes, áudio e vídeo. Sua obra conta com uma série de

trabalhos denominada Walks que lida com a experiência

urbana e a tecnologia. Janet vive e trabalha hoje entre

Berlim, Alemanha e Grindrod, Canadá.

Em Walks, a artista trata da temporalidade e a

subjetividade da experiência da cidade. O trabalho se

inicia com a entrega de um tocador de cd – Sound Walks

– ou uma câmera de vídeo com fones de áudio – Video

Walks – a uma pessoa, com orientação para dar play. A

pessoa escuta, então, direções para um percurso,

San Francisco Emotional Map

Christian Nold.

APARELHO QUE COMBINA GPS E SENSOR, UTILIZADO PARA O

MAPEAMENTO GEOREFERENCIADO DE EMOÇÕES.

ViSUALIZAÇÃO DE TODOS OS TRAJETOS MAPEADOS SOBREPOSTOS NO MESMO

MAPA DE UMA REGIÃO DE LONDRES

ViSUALIZAÇÃO TÍPICA DO BIO MAPPING NO GOOGLE EARTH,

A ALTURA DO “RASTRO” INDICA A INTENSIDADE DO ESTADO

PSICOLÓGICO NAQUELE PONTO.

Page 11: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 11 DE 84CAMPO AUD

dadas pela voz da artista (ou pelo vídeo) junto a um

som de fundo – ruídos da cidade como passos, som de

trânsito, canto de pássaros, entre outros, que tem como

característica comum terem sido gravados naquele

mesmo lugar em outros momentos. A voz ou vídeo-guia,

além de dar direções, contém elementos narrativos e

pensamentos da artista com o objetivo de sobrepor

experiências, criando um outro mundo virtual que

envolve o participante. A tecnologia de áudio e vídeo é

extremamente sofisticada a fim de provocar a sensação

de que os eventos passados estão ocorrendo naquele

exato momento.

André Parente (Rio de Janeiro, Brasil)

Artista e pesquisador do cinema e das novas mídias

digitais. É Doutor em Cinema pela Universidade de

Paris VIII e hoje é professor da Escola de Comunicação

da UFRJ, onde fundou o grupo de pesquisa N-Imagem

(Núcleo de Tecnologia da Imagem). Grande parte de seu

trabalho artístico lida com a interação indivíduo, imagem e

tecnologia em instalações espaciais.

O trabalho “Circuladô” trata de uma vídeo-instalação

interativa feita a partir de imagens de arquivo. O

espectador se coloca diante de um totem sobre o qual há

um controlador de multimídia, construído especialmente

sob a forma de um disco para ser girado no sentido

horário ou anti-horário. Ao fazê-lo, o espectador faz a

imagem se mover. Ele pode controlar a velocidade do

Giro.

“Figuras na paisagem” é uma instalação interativa no qual

o espectador utiliza um dispositivo imersivo que simula

um binóculo, chamado Visorama, por meio do qual ele

interage com ambientes virtuais e híbridos formado por

fotografias panorâmicas contendo vídeos e sons.

Forest Walk

Janet Cardiff. Percurso com áudio.

Her Long Black Hair

Janet Cardiff. Percurso com áudio e fotos.

The Telephone Call

Janet Cardiff. Percurso com áudio e vídeo.

Page 12: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 12 DE 84CAMPO AUD

Cristóvão Duarte (Rio de Janeiro, Brasil)

Professor da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo)

e do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo ambos

da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente

escreve sobre questões urbanas e a cidade do rio de

Janeiro no blog “Mundo Urbano: textos sobre a cidade

contemporânea”.

2.3.3. TEMA 3 – Mapeamento e Ação

Como a visualização de dados e as formas alternativas

de mapeamento podem contribuir para o planejamento

das cidades? O que a visão crítica que o mapeamento

contemporâneo sugere, com uma abordagem política e

participativa, tem a acrescentar no pensamento sobre a

cidade do Rio de Janeiro hoje?

“Estas técnicas permanecem em grande medida inquestionadas,

dispositivos de inventário convencional, análise quantitativa

e legitimação de planos futuros. Questões de seletividade,

esquematização e síntese permanecem geralmente orientadas

em torno das mesmas convenções utilizadas há cem anos atrás.”

James Corner (The Agency of Mapping: Speculation, Critique

and Invention. in Denis Corsgrove (ed.). Mappings. Londres:

Reaktion Books, 1999) - tradução livre

Felipe Correa (Quito, Equador / Nova York, EUA)

Felipe Correa é professor do Departamento de

Planejamento e Design e diretor do Programa de Pós

Graduação em Urbanismo na Harvard Graduate School

of Design. Arquiteto urbanista equatoriano, hoje sediado

em Nova York, tem como foco do seu trabalho recente

modelos de urbanização sul-americanos. Uma de suas

pesquisas gerou a exposição e publicação “Cities X Lines:

A New Lens for the Urbanistic Project.”

Ana Luiza Nobre (Rio de Janeiro, Brasil)

Historiadora e crítica de arquitetura, é professora do curso

de especialização em História da Arte e da Arquitetura

no Brasil e do curso de graduação em Arquitetura, ambos

da PUC-Rio. Autora da tese “Fios cortantes: arquitetura

e design no Brasil dos anos 1950-60” e organizadora de

diversos livros, recentemente produziu o documentário

“Entre Morros e Mares” e escreve frequentemente no

blog Posto12. Ambos abordam a cidade do Rio de Janeiro

como tema principal.

Circulado

André Parente. Instalação interativa.

Figuras na Paisagem

André Parente. Instalação interativa.

Page 13: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 13 DE 84CAMPO AUD

Farès el-Dahdah (Beirute, Líbano / Houston, EUA)

Professor e pesquisador da Rice University School

of Architecture. Tem como foco da sua pesquisa a

arquitetura, urbanismo e paisagismo no Brasil e editou

livros sobre o tema como “Lucio Costa: Brasilia’s

Superquadra” e “Roberto Burle Marx: The Modernity of

Landscape”.

Gilberto Dimenstein (São Paulo, Brasil)

Jornalista, colunista da Folha de São Paulo e da Rádio

CBN. Vencedor do Prêmio Nacional de Direitos Humanos

tem como foco do seu trabalho jornalístico temas sociais

e tem experiência em projetos educacionais. Integra a

Advanced Leadership Initiative, incubadora de projetos da

Universidade de Harvard. Desenvolve em São Paulo um

laboratório de comunicação comunitária em colaboração

com o Media Lab, do MIT.

Leo Burd (São Paulo, Brasil / Cambridge, EUA)

Pesquisador do MIT Center for Future Civic Media

onde desenvolve um trabalho com novas tecnologias,

associando design e participação como metodologia

para que jovens se tornem participantes ativos de suas

comunidades.

2.4. Por uma Cartografia Carioca

Por fim, entendemos que o simpósio Cartografias Críticas

propõe uma reflexão sobre a qualidade de vida nas

cidades, tomando o Rio de Janeiro como exemplo crítico.

Entretanto, percebemos que esse simpósio tem uma

importância ainda maior, pois pode ser entendido como

um debate sobre a realidade urbana brasileira ou mesmo

internacional, uma vez que considera o Rio em toda a sua

complexidade e pluralidade.

Nesse evento – que continuará através das plataformas

participativas digitais – o mapeamento é entendido

como instrumento criativo de reconhecimento, o qual

permite a relação entre experiência urbana, design,

novas tecnologias e qualidade de vida. Espera-

se, a partir desse cruzamento de ideias que será

representado por profissionais de diversas áreas do

conhecimento e diversas regiões do mundo, contribuir

para a consolidação de uma cartografia mais aberta, que

gerencie e reaja aos anseios das sociedades urbanas

contemporâneas.

Page 14: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 14 DE 84CAMPO AUD

3. BIBLIOGRAFIA DA JUSTIFICATIVA ABRAMS, Janet; HALL, Peter. Else/Where: Mapping New

Cartographies Of Networks And Territories; Elsewhere; Mapping

New Cartographies Of Networks And Territories. Minneapolis:

University Of Minnesota Design Institute, 2006

AMIN, Ash; THRIFT, Nigel. Cities: Reimagining the Urban. Londres:

Polity Press, 2002

AUGÉ, Marc. Por uma Antropologia da Mobilidade. Maceió:

Editora UNESP/ Editora UFAL, 2010

BERENSTEIN-JACQUES, Paola (org). Apologia da Deriva, Escritos

situacionistas sobre a cidade. Rio de Janeiro: Casa da Palavra,

2003

CALVINO, Ítalo. As Cidades Invisíveis. São Paulo: Companhia das

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Page 15: Novas Cartografias - Simpósio

PÁGINA 83 DE 84CAMPO AUD

Formulado para inserir-se no conceito de participação e

documentação proposto pelo projeto, assim como nos

pré-requisitos mínimo definidos pelo Edital (no. 001/11), o

plano de contrapartida descrito nos itens abaixo busca

maximizar a visibilidade de suas instituições de fomento e

o envolvimento da sociedade em geral:

7. PLANO DE CONTRAPARTIDA

7.2. Documentação, Publicação e Divulgação

Tanto a divulgação como a publicação dos resultados do

simpósio serão feitos, primariamente, através de website

a ser projetado para este fim (previsto no orçamento

desta proposta). Todos os eventos do simpósio serão

filmados e publicados no site para acesso de todo e

qualquer interessado. Previamente ao simpósio, serão

disponibilizados textos de apoio e justificativos que

serão preparados pela equipe do projeto apresentando

e contextualizando o tema, assim como os convidados

confirmados. Além disso, o acontecimento do simpósio

será divulgado amplamente na cidade através de mídia

impressa (cartazes, cartões e folders) e digital (e-mails

informativos, links, redes sociais, etc.).

7.1. Acesso ao Simpósio

O acesso ao simpósio, que deverá ocorrer nas

instalações do Centro Carioca de Design, de toda e

qualquer pessoa será gratuito e público. No entanto,

serão observados os limites legais de visitantes do CCD

definidos pelos órgãos legais competentes. Diante desta

e qualquer outra limitação, será desenvolvido, a partir de

aprovação prévia da Subsecretaria de Patrimônio Cultural,

Intervenção Urbana, Arquitetura e Design, um sistema

de inscrições para garantir a segurança e o conforto

dos participantes. De acordo com a conveniência da

Subsecretaria em questão, serão reservados lugares

para membros de sua equipe ou qualquer outra pessoa

indicada pela instituição.